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Curso de Línguas e Humanidades

Ano Letivo 2022/2023


Português – 12ºano de escolaridade

Memorial do Convento (Capítulo terceiro)


José Saramago

Trabalho realizado por:


Tomé Ferreira Nº25, 12ªJ
Índice

Introdução -------------------------------------------------------------------Página 3
Narrador --------------------------------------------------------------------- Página 4
Tempo ------------------------------------------------------------------------ Página 4
Espaço ----------------------------------------------------------------------- Página 4
Linguagem e estilo ------------------------------------------------------- Página 5
Simbologia ------------------------------------------------------------------ Página 6
Visão Crítica --------------------------------------------------------------- Página 6
Conclusão ------------------------------------------------------------------- Página
6/7
Referências Bibliográficas ---------------------------------------------- Página 7

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Introdução

Este capítulo III do “Memorial do Convento” da autoria de José Saramago é um


dos capítulos mais críticos da obra. Este capítulo é caracterizado por quatros
grandes momentos:
 Fim do Entrudo, início da Quaresma
 Gravidez da Rainha
 Sonhos da Rainha com o seu cunhado
 Imundice da cidade de Lisboa

Fim do Entrudo, início da Quaresma / Desejos da Rainha


Segundo a tradição, a Quaresma é o único momento em que as mulheres
podem andar sozinhas pela igreja, desfrutando assim de uma rara liberdade que
lhes permite até encontrar amantes secretos.

- “Passa a procissão entre filas de povo… balouça o incensório.” Página 19


- "a Quaresma, como o sol, quando nasce, é para todos.". Página 18

Porém a Rainha não pôde desfrutar da Quaresma pois estaria grávida, então
teve que limitar-se a ir para a cama cedo e voltar a sonhar com o seu cunhado, D.
Francisco.

Neste momento é possível ver o contraste entre o exagero de riqueza de uns e a


extrema miséria de outros.

Imundície da cidade de Lisboa

A imundície em Lisboa mostrava que o rei só se preocupava com o poder, e


não com a cidade e o povo.

- "a cidade é imunda, alcatifada de excrementos, de lixo, de cães lazarentos e


gatos vadios".

Neste capítulo dá-se a explicação de tudo o que acontece durante a procissão


de penitência. Nesta procissão ocorre a paga pelos excessos cometidos no Entrudo.

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O Rei nesta altura preocupava-se tanto com as suas obras megalómanas que
acabou por “abandonar” a cidade de Lisboa deixando-a na miséria e na imundície.

Narrador
Ao longo de toda a obra o narrador é sobretudo heterodiegético, o narrador
heterodiegético é um narrador em terceira pessoa que não é um personagem da
história e não possui conhecimento direto dos pensamentos, sentimentos ou
eventos internos dos personagens. Ele relata os eventos de forma objetiva,
observando e descrevendo o que acontece com os personagens, mas não tem
acesso aos seus estados mentais ou informações privilegiadas.

O narrador é também omnisciente, isto é, o narrador tem uma visão ampla e


privilegiada de tudo que ocorre na história. Ele conhece os detalhes íntimos das
vidas dos personagens, suas histórias pessoais, passado e futuro, bem como
eventos que ocorrem em diferentes locais e momentos.

- “porventura um deles… é perfumada “Página 19

Tempo
No livro "Memorial do Convento" de José Saramago, o terceiro capítulo ocorre
durante o ano de 1711. O romance é ambientado no século XVIII, durante o reinado
de D. João V, em Portugal. O terceiro capítulo narra eventos específicos que
acontecem nesse período específico da história.

Espaço
Neste capítulo, a obra situa-se no Rossio, sítio onde se realizavam os autos-de-
fé e local final da procissão de penitência na Quaresma; e no Palácio Real onde a
Rainha descobriu que estaria grávida e onde passou a Quaresma durante a
Quaresma devido a isso mesmo.

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Linguagem e estilo
José Saramago na obra “Memorial do Convento” expressa uma linguagem
familiar e popular com um sentido irónico e crítico. Apresenta uma pontuação com
inexistência de exclamação e interrogação, à exceção da vírgula e do ponto final.
No discurso direto, a ausência de aspas e travessão, são substituídas pela letra
maiúscula e pela vírgula.

Neste capítulo estão presentes recursos expressivos, como por exemplo:

 Antítese - " No geral do ano há quem morra por ter comido durante a vida
toda (...). Mas falta (...) que morra por ter comido pouco durante toda a vida
(...)". Página 18
 Metáfora - "(...) esta cidade, mais que todas, é uma boca que mastiga de
sobejo para um lado e para o outro e de escasso para o outro (...) Página 18
 Paralelismo - "(...) entre o nariz rubicundo e o outro héctico, entre a nádega
dançarina e a escorrida, entre a pança repleta e a barriga agarrada às
costas." Página 18
 Enumeração - "(...) a cidade é imunda, alcatifada de excrementos, de lixo, de
cães lazarentos e gatos vadios, e lama mesmo quando não chove." Página
19
 Ironia - "Lisboa cheira mal, cheira a podridão, o incenso dá sentido à fetidez,
o mal é dos corpos, que a alma, essa é perfumada." Página 19

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Simbologia
 Número 7 "sete" - Símbolo de sabedoria e de descanso no fim da criação;
simboliza a totalidade perfeita: sete dias da criação do mundo, sete dias da
semana, sete pecados mortais, sete cores do arco-íris, número de dias do
ciclo lunar que regula os ciclos de vida e de morte.
 Cobertor - Símbolo de afastamento, que marca o casamento de conveniência
entre Rei e a Rainha. Liga-se à frieza do amor, à ausência de prazer e
esconde desejos insatisfeitos.

Visão crítica
José Saramago apostou num livro com uma grande crítica social da sociedade
portuguesa do século XVIII, retratando as desigualdades sociais e a opressão do
povo pela nobreza e pela igreja.

Particularmente falando, no capítulo III o autor critica imenso as desigualdades


socias pois não existira uma classe média, apenas havia os pobres e os ricos,
Saramago critica também o excesso de riqueza presente nas classes altas, dando o
máximo exemplo do Convento de Mafra que D. João V mandou fazer com as suas
ideias megalómanas, mas desnecessárias na visão do narrador. Saramago mostra-
nos também que D. João V apenas se preocupara com o que lhe dava poder e que
mostrava que ele era rico, e não com a cidade de Lisboa por exemplo que na altura
estaria imunda e inabitável.

Conclusão

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Com a análise deste capítulo fiquei a entender melhor as dificuldades da época
e a discrepância de qualidade de vida entre as pessoas. Fiquei a perceber também
que em um regime democrático muitas das coisas já não seriam aplicáveis certas
atitudes da altura.

Percebi também a diferença de mentalidades de agora e da altura, como por


exemplo a mulher ter que ficar em casa na Quaresma apenas por estar grávida e
ainda obrigada a estar casada com o seu marido apenas por interesse, querendo na
realidade estar com o irmão do marido, o cunhado.

Referências bibliográficas
https://www.escolahenriquemedina.org/bibdigital/view/1395/Memorial%20do
%20Convento%20-%20Jose%20Saramago.pdf [Em Linha] [consultado entre
07/04/2023 até [09/05/2023]

Figura da capa - https://www.cnc.pt/memorial-do-convento-de-jose-saramago/

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