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Mensagem

1. Esclareça o valor da gradação no primeiro verso e mostre como ele resume toda a glória
passada dos Descobrimentos.

2. Identifique o referente a quem se dirige a forma verbal “Sagrou-te” e explique o uso de


vocábulo bíblico.

3. Tendo em conta a conjunção coordenativa copulativa «E», explique o sentido de toda a


segunda estrofe

4. Indique a quem se refere Pessoa em «Quem» (estrofe 3. v. 1) e esclareça o motivo por que o
faz.

5. Explicite o valor dos dois últimos versos, justificando a sua resposta.

6. Identifique o recurso presente em «e foste desvendando a espuma», referindo o seu valor.

7. Identifique o recurso presente em «Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez», referindo o


seu valor.

8. Esclareça o valor da apóstrofe presente no último verso do poema


Sempre é uma Companhia

Aos poucos o tempo apagou a lembrança do Rata, o mendigo. Só o Batola o recorda lá de vez
em quando. Mas, agora, abandonou a recordação e o vinho, e vai até ao almoço. Nunca bebe
durante as refeições.

Depois, o sol desanda para trás da casa. Começa a acercar-se a tardinha. Batola, que acaba de
dormir a sesta, já pode vir sentar-se, cá fora, no banco que corre ao longo da parede. A seus
pés, passa o velho caminho que vem de Ourique e continua para o sul. Por cima, cruzam os fios
da eletricidade que vão para Valmurado, uma tomada de corrente cai dos fios e entra, junto
das telhas, para dentro da venda.

E o Batola, por mais que não queira, tem de olhar todos os dias o mesmo: aí umas quinze
casinhas desgarradas e nuas; algumas só mostram o telhado escuro, de sumidas que estão no
fundo dos córregos. Depois disso, para qualquer parte que volte os olhos, estende-se a solidão
dos campos. E o silêncio. Um silêncio que caiu, estiraçado por vales e cabeços, e que dorme
profundamente. Oh, que despropósito de plainos sem fim, todos de roda da aldeia, e desertos!

Carregado de tristeza, o entardecer demora anos. A noite vem de longe, cansada, tomba tão
vagarosamente que o mundo parece que vai ficar para sempre naquela magoada penumbra.

Lá vêm figurinhas dobradas pelos atalhos, direito às casas tresmalhadas4 da aldeia. Ne-
nhumavirá atéà venda falar um bocado, desviar a atenção daquele poente dolorido. São
ceifeiros, exaustos da faina, que recolhem. Breve, a aldeia ficara adormecida, afundada nas
trevas. E AntónioBarrasquinho, o Batola, não tem ninguém para conversar, não tem nada que
fazer. Está preso e apagado no silêncio que o cerca.

Ergue-se pesadamente do banco. Olha uma última vez para a noite derramada. Leva as mãosà
cara, esfrega-a, amachucando o nariz, os olhos. Fecha os punhos, começa a esticar os braços. E
abre a boca num bocejo tão fundo, o corpo torcido numa tal ansiedade, que parece que todo
ele se vai despegar aos bocados. Um suspiro estrangulado sai-lhe das entranhas e engrossa até
se alongar, como um uivo de animal solitário.

Quando consegue dominar-se, entra na venda, arrastando os pés. E, sem pressentir que
aquela noite é a véspera de um extraordinário acontecimento, lá se vai deitar o Batola,
derrotado por mais um dia.

1. Apresenta dois dos traços caracterizadores de Batola evidenciados no excerto.

2. Caracteriza, fundamentando, o espaço físico e psicológico da ação.

3. Comenta a relevância das informações apresentadas no final do segundo e do último


parágrafos, considerando o desenvolvimento do conto
Gramática

Identifica as funções sintáticas

O pronome pessoal com função de complemento indireto está presente em:

a) As grandes bibliotecas atraem-me.


b) Logo me salta à vista a mancha.
c) É uma boa pergunta, com que me confronto.
d) A caridade dalguns dos meus concidadãos sustenta-me.

Todas as frases abaixo transcritas exemplificam a modalidade apreciativa, exceto a frase

a) «É uma boa pergunta, com que me confronto repetidamente.»


b) «Ah, inacessível Gogol…»
c) «Como é triste e deprimente ser-se tão desconhecedor…»
d) «A personagem não pode deixar de saber que eles lá estão.»

“Esta consciência da relatividade dos sistemas de valores e da contingência dos juízos


influencia hoje numerosos estudos históricos e culturais. (…) Ajuda-nos a compreender que
aquilo que é verdadeiro, belo e justo para nós não o é forçosamente para os outros. Se a
própria ciência não consegue dar-nos certezas, seríamos completamente obtusos se
tomássemos por ouro puro aquilo que somos os únicos a acreditar ser verdadeiro.”

No contexto em que ocorre, a expressão «ouro puro» constitui

a) uma anástrofe associada à ideia de verdade absoluta.


b) uma metáfora associada à ideia de verdade absoluta.
c) uma metonímia associada à ideia de relativização da verdade.
d) uma sinédoque associada à ideia de relativização da verdade.

Todas as expressões abaixo transcritas ilustram a coesão gramatical referencial, exceto a


expressão

a) Reconhecer que podemos estar errados não significa que as noções de certo e de
errado não façam sentido
b) Aprofundando um pouco mais, o problema principal deste relativismo cultural radical
é que ele se contradiz a si mesmo.
c) A experiência mostrou-nos que, regra geral, não são apenas os juízos estéticos e éticos
que diferem de uma cultura para outra mas também os juízos de verdade e, por vezes,
a própria noção de verdade.
d) Mas, precisamente por isso, estamos sempre dentro de um sistema cultural, e, dentro
desse sistema, não podemos prescindir de escolhas e de juízos

Na frase «Reconhecer que podemos estar errados não significa que as noções de certo e de
errado não façam sentido.» (linhas 18 e 19), a palavra «que» introduz

a) orações subordinadas adjetivas relativas, em ambos os casos.


b) uma oração subordinada adjetiva relativa, no primeiro caso, e uma oração
subordinada substantiva completiva, no segundo caso.
c) orações subordinadas substantivas completivas, em ambos os casos.
d) uma oração subordinada substantiva completiva, no primeiro caso, e uma oração
subordinada adjetiva relativa, no segundo caso.
Todas as orações abaixo transcritas são subordinadas substantivas completivas, exceto a
oração

a) Se é verdade que os «Modernistas» portugueses são todos singulares, essa


singularidade é sobretudo evidente em Almada Negreiros
b) Porque, quando diz de si que é um pintor, a palavra quer dizer poeta, e vice-versa
c) Longa viagem ao interior da cabeça de um homem que aprende a viver
d) Dizemos, com ele, que a poesia não se confunde com a história das formas poéticas

O valor aspetual genérico está presente em

a) Ele toma diferentes posições, corresponde a diferentes lógicas estéticas, é cada vez
mais, ao longo da sua obra, «aquele que representa», sem se concretizar num género
ou numa arte única.
b) Muda os materiais, troca de lugar as fronteiras, redistribui os signos.
c) Passa ainda por tapeçarias decorativas como quem experimenta rimas,
d) Dizemos, com ele, que a poesia não se confunde com a história das formas poéticas

Um dos filósofos mais originais e discretos do século XX, o russo Pavel Florenskij, escreveu: «A
nossa vida escapa-nos como um sonho, e é possível não chegar a tempo de fazer coisa alguma
neste breve instante que é a vida. Por isso, é necessário aprender a arte de viver, a mais difícil
e a mais importante das artes: a capacidade de conferir a cada hora um conteúdo substancial,
conscientes de que aquela hora não tornará jamais.» Pode, de facto, acontecer-nos «não
chegar a tempo» até porque, precisamente, o tempo é uma alta febre que nos toma e que,
não raro, nos atira borda fora da nossa própria embarcação.

Ao recorrer às expressões «alta febre» e «nos atira borda fora da nossa própria embarcação»,
o autor utiliza

a) a metáfora para evidenciar a intensidade da pressão do tempo, no primeiro caso, e a


hipérbole para enfatizar os efeitos perniciosos do tempo, no segundo caso.
b) a hipérbole para enfatizar os efeitos perniciosos do tempo, no primeiro caso, e a
metáfora para evidenciar a intensidade da pressão do tempo, no segundo caso.
c) metáforas para evidenciar a intensidade da pressão do tempo, no primeiro caso, e os
efeitos perniciosos do tempo, no segundo caso.
d) hipérboles para evidenciar os efeitos perniciosos do tempo, no primeiro caso, e a
intensidade da pressão do tempo, no segundo caso.

A oração “Por isso, é necessário aprender a arte de viver, a mais difícil e a mais importante das
artes: a capacidade de conferir a cada hora um conteúdo substancial, conscientes de que
aquela hora não tornará jamais.”

a) subordinada substantiva relativa.


b) subordinada adjetiva relativa restritiva.
c) subordinada substantiva completiva
d) subordinada adjetiva relativa apositiva.

A utilização da expressão “Pode, de facto, acontecer-nos «não chegar a tempo»” e do


pronome “Diz-me ó lua, afinal que vale ao pastor a sua vida, ou para que te serve a ti a tua?”
contribui para a coesão

a) gramatical interfrásica, no primeiro caso, e gramatical referencial, no segundo caso.


b) gramatical interfrásica, no primeiro caso, e lexical por reiteração, no segundo caso.
c) gramatical frásica, no primeiro caso, e gramatical referencial, no segundo caso.
d) gramatical frásica, no primeiro caso, e lexical por reiteração, no segundo caso

Identifica os deíticos presentes no excerto seguinte e os seus valores:

- Então eu acordei, desliguei o despertador, não o do telemóvel, mas aquele ali na


mesa, e levantei-me. Ao olhar pela janela, percebi que choveu. Não me posso esquecer
de levar o guarda-chuva.

Identifica a função sintática

a) De início, Reis sentiu um grande abatimento, depois chegaram o alheamento e a


indiferença
b) A mão paralisada de Marcenda, que sempre estava pesada, imóvel e morta, caía sobre
o seu colo
c) É verdade que se deu em Portugal a Revolta dos Marinheiros

Identifica os processos fonológicos:

a) Ao

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