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Aula passada lemos último poema do livro primeiro que Ricardo Reis publicou na Atena, a
Ode que finaliza esse livro, e na qual RR descompõe/repreende o poeta latino Horácio;
Horácio seria a sua principal influência, o que é verdade a nível formal, e em conteúdo
copia alguns aspetos (nomes clássicos que usa, máximas epicuristas, …) Mas toda a poesia
de Reis é muito diferente de Horácio, o que não é normalmente assinalado;
Obra de Horácio tem como propósito guardar a sua memória, Reis contraria a
possibilidade de o que quer que seja permanecer: após morrermos, não somos nós que
ganhamos a fama póstuma, então escrever com esse fim é inútil, devíamos aproveitar a
vida. Reis contraria Horácio através de argumento epicurista de que não devemos pensar
nos eventuais benefícios de uma ação, ação vale por si mesma;
Poema reis pag.29 do pdf, começa “se recordo quem fui, outrem me vejo” 26/05/1930
“Nada, senão o instante, me conhece” + “quem sou e quem fui são sonhos diferentes”:
sugestão de que há uma diferença marcada entre passado e presente, professor diz que
sugestão que é diferença que se deve a mais que passagem do tempo
Poema reis pag.? Do pdf, começa “não sei de quem recordo meu passado”, 18/06/1930
Não parece haver ligação entre alma que tem agora e alma que tinha no passado. Nada
une diferentes partes
Conceção moderna considera que corpo muda com tempo mas há algo interiore que
providencia ligação, que nos permite ver como seres subsistentes, que é a alma. Reis diz
alma antiga é alheia – perde-se a tal ligação;
Catábase – descida aos infernos; Algoz quer dizer carrasco; humanos como perseguidos
pela repetida imagem da morte; e de novo a ideia que estamos em constante mudança; e
como Orfeu, somos uma criatura que constantemente olha para quem é no passado, o
que torna quem éramos algo insubstancial, para sempre perdido;
Poema reis pag. 15 pdf, começa “a nada imploram tuas mãos já coisas”, 14/6/1926
Epicédio (elogio fúnebre que mostra proximidade entre poeta e defunto) e publicada na
revista presença;
Reforça anonimato ao usar anonimo como vocativo; o que sabemos da pessoa é que mãos
imploram, voz persuade, sorriso ama.
Pessoa não tem nem olhar nem fala, morta; de novo não percebemos se é homem ou
mulher;
Criatura que lamenta ter perdido e que amava e que ligava ao seu passado distingue-se
dele por não ter como ele tem consciência da morte;
Poesia do reis consiste num constante lamento de algo que perdeu e amava. Perda
amorosa que está sempre presente
Questiona-se porque é que alguém está acordado tão tarde, considera que pessoa possa
ter insomnias como ele
Olhar para fora vira-se para dentro, leva a descoberta final, a infância perdida;
Quem não comete estes erros, de virar olhar para dentro, é Caeiro;
Homem e família são reais do lado de lá da janela; mas ceiro está do lado de cá.