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conquista da América

espanhola foi o nome dado ao processo de dominação dos espanhóis sobre os nativos encontrados na
América recém-descoberta. A conquista da América foi um dos maiores empreendimentos realizados
pela Espanha em sua história. A chegada da expedição de Cristóvão Colombo na América, em 1492,
iniciou um processo que levou ao domínio dos povos indígenas e foi o auge de um longo processo de
exploração do Atlântico durante todo o século XV. O objetivo inicial de Colombo era alcançar a Ásia –
chamada de “Índias” –, entretanto, a expedição de Colombo resultou na chegada dos europeus ao
continente americano e iniciou o processo de ocupação e colonização. A conquista da América
espanhola ocorreu, principalmente, por meio da violência, o que foi bastante ressaltado em relatos da
época. Os contatos iniciais amigáveis logo foram superados pela ambição do espanhol de conquistar e
explorar, principalmente à procura de metais preciosos.
Com a chegada dos espanhóis em 1492, Isabel de Castela e Fernando de Aragão, conhecidos também
como os reis católicos, fizeram uso da sua influência – conquistada após anos de lutas contra os
muçulmanos da Península Ibérica – com a Igreja Católica e, assim, surgiu o Tratado de Tordesilhas, de
1494. O aval da Igreja Católica durante o século XV era extremamente importante porque as decisões
decretadas pelo Papa estavam acima das decisões dos reis. O Tratado estipulou uma linha imaginária
sobre a América. Assim, as terras descobertas a oeste da linha foram nomeadas como posse da
Espanha e as terras descobertas a leste foram nomeadas como posse de Portugal. Nas terras que
foram consideradas espanholas pela Igreja, estavam duas grandes civilizações: astecas e incas. Essas
civilizações eram conhecidas pelo avançado estilo de vida, possuindo um largo conhecimento sobre
inúmeros assuntos, além de possuírem grandes construções e formarem sociedades extremamente
complexas e organizadas. Os espanhóis haviam passado séculos lutando contra os muçulmanos na
Península Ibérica em um processo chamado de Reconquista. Assim, viram nas expedições à América
uma nova reconquista, uma vez que os povos nativos não eram cristãos.
Sobre a conquista da América, é importante considerar que quase não havia financiamentos da Coroa
para as expedições, que, em geral, eram financiadas por banqueiros interessados no retorno financeiro
dessas expedições caso fossem encontrados metais preciosos. Entretanto, era necessária uma
autorização da Coroa para que uma expedição fosse realizada. Hoje, sabe-se que inúmeras expedições
foram realizadas de maneira clandestina. Toda expedição autorizada pela Coroa tinha como obrigação o
pagamento do quinto de imposto (a cobrança de 1/5 ou 20%) de todas as riquezas obtidas.
Causas da Conquista - A história nos conta a vitória dos espanhóis sobre os nativos à custa do
extermínio destes. Na maioria dos casos, os espanhóis lutavam em cenários extremamente adversos,
pois estavam em número consideravelmente inferior ao dos nativos. Apesar disso, existem motivos que
ajudam a entender a vitória dos espanhóis:
Doenças: o contato dos nativos com doenças trazidas pelos europeus foi mortal. A varíola,
principalmente, dizimou vilas e tribos inteiras de maneira epidêmica e fulminante;
Superioridade de armas: as armas utilizadas pelos espanhóis eram notadamente superiores, pois as
armaduras de metal dos espanhóis garantiam importante proteção, além do uso de espadas, bestas,
arcabuzes etc.
Alianças: a conquista dos incas e astecas só foi possível porque inúmeros outros povos conquistados
por incas e astecas aliaram-se aos espanhóis na esperança de se libertarem dos seus algozes.
- Violência - Nos primeiros anos, a colonização espanhola aconteceu apenas nas ilhas do Caribe, com
a implantação de cidades e da mineração de aluvião. Rapidamente as populações nativas do Caribe
foram quase completamente dizimadas, como nos diz o relato: “Sobre esses cordeiros tão dóceis [os
nativos], tão qualificados e dotados pelo seu Criador como se disse, os espanhóis se arremessaram no
mesmo instante como leões e tigres cruéis, há muito tempo esfaimados, de quarenta anos para cá, e
ainda hoje em dia, outra cousa não fazem ali senão despedaçar, matar, afligir, atormentar e destruir
esse povo por estranhas crueldades (como vos farei ver depois); de tal sorte que de três milhões de
almas que havia na ilha Espanhola e que nós vimos, não há hoje de seus naturais habitantes nem
duzentas pessoas. A ilha de Cuba, […], está hoje como deserta. A ilha de São João e a de Jamaica,
ambas muito grandes e muito férteis, estão desoladas”|1|. Em várias partes da América, entretanto,
houve resistências dos nativos, que lutaram para sobreviver. Outros, em contrapartida, optaram por
fugir. Além disso, muitos espanhóis tentaram defender os nativos, denunciando as violências cometidas.

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O bispo Frei Bartolomé de Las Casas foi o maior nome na defesa dos índios contra a violência
espanhola. Mesmo assim, a mortalidade foi gigantesca e estima-se que cerca de 80% da população
nativa original tenha morrido durante o século da conquista.
|1|LAS CASAS, Bartolomé de. O paraíso destruído: A sangrenta história da conquista da América
Espanhola. Porto Alegre: L&PM, 2011, p. 27-28.

ATIVIDADES

1. O que foi a conquista da América espanhola?


2. O que aconteceu com a chegada da expedição de Cristóvão Colombo?
3. Qual era o objetivo inicial de Colombo em suas expedições?
Como a conquista da América espanhola aconteceu
4. Como surgiu o Tratado de Tordesilhas?
5. Por que o aval da Igreja Católica durante o século XV era extremamente importante?
6. O que foi o Tratado de Tordesilhas?
7. Quais civilizações estavam nas terras consideradas espanholas pela Igreja?
8. Pelo que os Incas e Astecas eram conhecidos?
9. Por que os espanhóis viram na América uma nova
“reconquista”?
10. Quem financiou as expedições para a América espanhola?
11. Era necessária uma autorização da Coroa para que uma expedição fosse realizada. Qual era condição dessa
permissão dada pela coroa?
12. Quais fatores contribuíram para a vitória dos espanhóis contra os nativos?

13. Como a conquista de Incas e Astecas foi possível

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de nossa independência acabou em 1822, quando Dom Pedro proclamou a Independência, se separando assim
de Portugal.
As causas da vinda da família real para o Brasil
No início do século XIX Napoleão Bonaparte era imperador da França. Ele queria conquistar toda a Europa e para
tanto derrotou os exércitos de vários países. Mas não conseguiu vencer a marinha inglesa.
Para enfrentar a Inglaterra, Napoleão proibiu todos os países europeus de comercializar com os ingleses. Foi o
chamado Bloqueio Continental.
Nessa época, Portugal era governado pelo príncipe regente Dom João. Como Portugal era um antigo aliado da
Inglaterra, Dom João ficou numa situação muito difícil: se fizesse o que Napoleão queria, os ingleses invadiriam o
Brasil, pois Historicamente, o processo da Independência do Brasil ocupou as três primeiras décadas do século
XIX e foi marcado pela vinda da família real ao Brasil em 1808 e pelas medidas tomadas no período de Dom
João. A vinda da família real fez a autonomia brasileira ter mais o aspecto de transição.
O processo da independência foi bastante acelerado pelo que ocorreu em Portugal em 1820. A Revolução do
Porto comandada pela burguesia comercial da cidade do Porto, que foi um movimento que tinha características
liberais para Portugal, mas para o Brasil, significava uma recolonização, os rebeldes exigiram a volta de dom João.
O processo estavam muito interessados no comércio brasileiro; se não o fizesse, os franceses invadiriam
Portugal.
A solução que Dom João encontrou, com a ajuda dos aliados ingleses, foi transferir a corte portuguesa para o
Brasil.
Em novembro de 1807 Dom João com toda a sua família e sua corte partiram para o Brasil sob a escolta da
esquadra inglesa. 15 mil pessoas vieram para o Brasil em quatorze navios trazendo suas riquezas, documentos,
bibliotecas, coleções de arte e tudo que puderam trazer.
Quando o exército de Napoleão chegou em Lisboa, só encontrou um reino abandonado e pobre.
O príncipe regente desembarcou em Salvador em 22 de janeiro de 1808. Ainda em Salvador Dom João abriu os
portos do Brasil às nações amigas, principalmente à Inglaterra, permitindo que navios estrangeiros
comerciassem livremente nos portos brasileiros. Essa medida foi de grande importância para a economia
brasileira, pondo fim ao pacto colonial.
De Salvador, a comitiva partiu para o Rio de Janeiro, aonde chegou em 08 de março de 1808. O Rio de Janeiro
tornou-se a sede da corte Portuguesa.
Além das mudanças comerciais, a chegada da família real ao Brasil também causou um reboliço cultural e
educacional. Nessa época, foram criadas escolas como a Academia Real Militar, a Academia da Marinha, a
Escola de Comércio, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, a Academia de belas-artes e dois Colégios de
Medicina e Cirurgia, um no Rio de Janeiro e outro em Salvador. Foram fundados o Museu Nacional, o
Observatório Astronômico e a Biblioteca Real, cujo acervo era composto por muitos livros e documentos trazidos
de Portugal. Também foi inaugurado o Real Teatro de São João e o Jardim Botânico. Uma atitude muito
importante de dom João foi a criação da Imprensa Régia. Ela editou obras de vários escritores e traduções de
obras científicas. Foi um período de grande progresso e desenvolvimento.
Com a instalação da corte no Brasil, o Rio de Janeiro tornou-se a sede do império português e Dom João teve de
organizar toda a administração brasileira. Criou três ministérios: o da Guerra e Estrangeiros, o da Marinha e o da
Fazenda e Interior; instalou também os serviços auxiliares e indispensáveis ao funcionamento do governo, entre os
quais o Banco do Brasil, a Casa da Moeda, a Junta Geral do Comércio e a Casa da Suplicação ( Supremo Tribunal).
Com a família Real no Brasil, o Brasil deixou de ser uma simples colônia de Portugal e 1815 o Brasil foi elevado a
reino e as capitanias passaram a chamar-se províncias.
Em 1818 com a morte da rainha D. Maria I – a Louca, a quem Dom João substituía, deu-se no Rio de Janeiro a
proclamação e a coroação do Príncipe Regente, que recebeu o título de Dom João VI.
Depois da chegada da família real duas medidas de Dom João deram rápido impulso à economia brasileira: a
abertura dos portos e a permissão de montar indústrias que haviam sido proibidas por Portugal anteriormente.
Abriram-se fábricas, manufaturas de tecidos começaram a surgir, mas não progrediram por causa da
concorrência dos tecidos ingleses.
A produção agrícola voltou a crescer. O açúcar e do algodão, passaram a ser primeiro e segundo lugar nas
exportações, no início do século XIX. Neste período surgiu o café, novo produto, que logo passou do terceiro
lugar para o primeiro lugar nas exportações brasileiras.
No Rio de Janeiro a corte tratou de reorganizar o Estado, com a nomeação dos ministros. Assim, foram sendo
recriados todos os órgãos do Estado português:
Os portugueses estavam insatisfeitos com o fato de a família real ter se fixado no Brasil e, em 1820, estourou a
Revolução Liberal do Porto, cidade ao norte de Portugal. Os rebeldes exigiram a volta de dom João. Queriam
também que o comércio do Brasil voltasse a ser feito exclusivamente pelos comerciantes portugueses. Cedendo

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às pressões de Portugal, dom João voltou em 26 de abril de 1821. Deixou, contudo, seu filho dom Pedro como
regente do Brasil

1Quem trouxe a família real para o Brasil?


2. O que foi a Revolução do Porto?
3. Quando começou e quando acabou o processo de independência do Brasil?
4. O que foi o chamado Bloqueio Continental?
5. Por que Dom João ficou numa situação muito difícil com o bloqueio continental decretado por Napoleão?
6. Qual foi a solução encontrada por D. João para escapar da invasão francesa?
7. Como foi a partida da corte para o Brasil?
8. Como o exército de Napoleão encontrou em Portugal quando invadiu Lisboa?
9. Qual foi a primeira ação de Dom João no Brasil?
10. Onde foi a sede da corte no Brasil?
11. Qual foi a causa imediata da vinda da família real para o Brasil?
12. Copie do texto a parte que fala que o Brasil deixou de ser colônia de Portugal?
13. Depois da chegada da família real que duas medidas de Dom João deram rápido impulso à economia
brasileira?
14. Quais eram os principais produtos agrícolas para a exportação?
15. Quais foram as consequências da Revolta do Porto?

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