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A Revolta de Porecatu

PORECATU
10 DE OUTUBRO DE 1950
Na década de 1940, atraídos pelas oportunidades do programa “Marcha para Oeste”,
do presidente Vargas, posseiros, pequenos proprietários, trabalhadores e colonos,
vindos de todas as regiões do Brasil, ocuparam as áreas rurais de Porecatu, Jaguapitã
e Centenário do Sul, na região norte do estado — onde o governo disponibilizara mais
de 120 mil hectares para a colonização.

Assentados em pequenas glebas, os camponeses cultivavam café e outros produtos


alimentícios além de criar porcos. Aos poucos, aquelas terras às margens do rio
Paranapanema foram se valorizando, o que chamou a atenção dos grandes
fazendeiros.

Reportagem sobre a revolta de Porecatu


Crédito: Jorge Ferreira e Max Ottoni/“O Cruzeiro“, 14 de julho de 1951 (reprodução)
Posseiro de Porecatu na fazenda ocupada pelos camponeses
Crédito: Maxi Ottoni/.“O Cruzeiro”, 14 de julho de 1951 (reprodução)

Os armamentos dos policiais na repressão à revolta de Porecatu


Crédito: Maxi Ottoni/.“O Cruzeiro”, 14 de julho de 1951 (reprodução)

Os camponeses passaram então a conviver com grandes grileiros, que estruturavam


suas propriedades para a criação de gado e a plantação de cana-de açúcar e café.
Assentados, mas sem títulos de propriedade, os posseiros começaram a ser expulsos
de suas terras pelos novos fazendeiros.
Em resposta, resistiram à violência dos jagunços e interditaram ruas e avenidas para
pressionar o governo do estado a conceder os títulos de propriedade, mas nenhuma
providência foi tomada pelas autoridades para resolver o conflito.
No curso da disputa, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) expandiu sua atuação entre
os trabalhadores rurais de Porecatu. Naquele momento, segmentos do partido
defendiam o uso da "violência revolucionária" para chegar ao poder. Em novembro de
1948, parte dos posseiros do norte do Paraná aderiu à luta armada proposta pelos
comunistas, invadiram fazendas, expulsaram a tiros os jagunços e detiveram
fazendeiros.
Diante dessa situação, o governador recém-eleito pelo Partido Republicano (PR),
Bento Munhoz, articulou a repressão ao movimento. O Exército, a Força Pública e o
Departamento de Ordem Política e Social (Dops) foram mobilizados, enquanto juízes e
delegados determinavam a prisão dos posseiros rebelados. Em novembro de 1948,
parte dos posseiros do norte do Paraná aderiu à luta armada proposta pelos
comunistas, invadiram fazendas, expulsaram a tiros os jagunços e detiveram
fazendeiros. Em 1951, o movimento de Porecatu foi rapidamente desarticulado.
Dezenas de trabalhadores foram presos e os rebeldes expulsos da área. Para reduzir
a tensão na região, o governo assentou 380 famílias em outras localidades do estado,
mas deixou ainda centenas de camponeses sem acesso à posse da terra.

Guerra do Contestado

Entre outubro de 1912 e agosto de 1916, o Paraná foi território de um conflito armado
entre a população cabocla e os governos estadual e federal. Em uma região rica em
erva mate e madeira, disputada pelos estados do Paraná e Santa Catarina,
camponeses empobrecidos e ex-trabalhadores da estrada de ferro se revoltaram sob a
liderança do monge José Maria. Com a forte repressão das autoridades, o conflito
superou a Guerra de Canudos em duração e no número de mortes.

Guerra do Porecatu

Também conhecida como a Revolta do Quebra Milho, a Guerra de Porecatu ocorreu


no Vale do Rio Paranapanema entre o fim da década de 1940 e início da de 50.
Posseiros que ocupavam a região da Vila Progresso, no então município de Porecatu,
se revoltaram quando o governo começou a distribuir documentos das terras a
grandes fazendeiros e resistiram aos mandados de reintegração de posse. Com
muitos mortos, o conflito foi encerrado em 1951 após ação policial.
LUTA PELA TERRA NO NORTE DO PARANÁ: A GUERRA DE PORECATU (1947 A 1952)

NA DÉCADA DE 1940, ATRAÍDOS PELAS OPORTUNIDADES DO PROGRAMA DE


INCENTIVO À COLONIZAÇÃO, “MARCHA PARA O OESTE”, DO PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS,
TANTO PEQUENOS AGRICULTORES COMO GRANDES FAZENDEIROS FORAM TOMANDO POSSE
DAS TERRAS NA REGIÃO DE PORECATU. AS PESSOAS TERIAM QUE DERRUBAR A MATA,
PLANTAR, PRODUZIR E PAGAR IMPOSTOS.

NESSA REGIÃO, A POSSE TAMBÉM ERA CHAMADA DE DEVOLUTA. MAS NEM TODA
TERRA ERA DEVOLUTA. HAVIAM PROPRIEDADES PARTICULARES, ESCRITURADAS E
LEGALIZADAS. QUANDO OS DONOS LEGÍTIMOS DESCOBRIRAM QUE SUAS TERRAS ESTAVAM
SENDO “APOSSADAS”, TOMARAM PROVIDÊNCIAS NO SENTIDO DE IMPEDIR QUE OUTRAS
PESSOAS OCUPASSEM SUAS TERRAS, ATACANDO-OS COM VIOLÊNCIA.

DURANTE ANOS, A REGIÃO VIVEU UM “ESTADO DE GUERRA”. PASSOU A SER UMA


TERRA SEM LEI, ONDE BRIGAS, AMEAÇAS E ASSASSINATOS FAZIAM PARTE DO DIA A DIA DOS
COLONOS. ERAM FAZENDEIROS QUE DEFENDIAM SUAS TERRAS CONTRA ESSAS INVASÕES.
ESSE ESTADO DE GUERRA SÓ TEVE FIM EM 1951, QUANDO O GOVERNO ESTADUAL ENTROU
COM TROPAS POLICIAIS. HOUVE MUITA VIOLÊNCIA, MORTES E PERSEGUIÇÕES. NO FINAL, O
GOVERNO DECLAROU DE UTILIDADE PÚBLICA ALGUMAS TERRAS DA REGIÃO PARA ONDE OS
POSSEIROS FORAM ENCAMINHADOS.

FONTE: TEXTO ADAPTADO DO LIVRO “HISTORIANDO O PARANÁ- RECORTES DE TEMPOS


E VIVÊNCIAS”, 4º OU 5º ANO/DARCI ALDA BARROS, MARIA DILONÊ PIZZATO, MARLENE
MARQUES, 2ª ED, CURITIBA – PR, BASE EDITORIAL, 2011.

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