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TIBI ET IGNI
Actvs In Domine Satanas
Windson Trevizoli
ATO I
Tibi Et Igni
Actvs in Domine Satanas
Windson Trevizoli
Windson Trevizoli
2
ATO I
Depois do conhecimento livre ter seu ápice no mundo virtual da World Wide Web o outro
lado da moeda destacou-se sobre a mesa e evidenciou que, no mundo das ideias livres, a
Pseudo-história é divulgada como uma revelação. Para alguns, reafirmar crenças Católicas
da idade média dando a isso o nome de Paganismo e negar o holocausto Judeu são
representações da luta contra o imaginário “programa Judaico de destruição do povo ariano”
chamado Cristianismo. E se os pobres pagãos, mesmo não acreditando na entidade Satanás,
foram postos à fogueira injustamente na idade média, hoje vemos a amarga atividade de
grupos que se dizem pagãos e que fazem orações para o diabo – tal como a igreja Romana
ensinou na inquisição. Então, para estes indivíduos, as histórias de perseguição dos Cristãos
contra os Judeus no império romano não são base para formulação de sequer meia
conclusão. Quem diria a perseguição dos Judeus aos Cristãos, bem anterior. Para eles, O
Cristianismo e o Judaísmo são um perverso complô. E se o Paganismo original jamais se
relacionou com a entidade Satanás temos, atualmente, a infelicidade de ouvir o contrário
sem que haja alguma comprovação satisfatória – historicamente comprovada.
Hoje qualquer pseudo-intelectual divulga teorias sem muitas dificuldades. Grupos surgem
em grandes números todos os anos, meses e até semanas. Há, porém, uma grande
necessidade desses grupos e de seus líderes se autoproclamarem aquilo que mais atrair a
atenção facilitando o marketing de sua nova ideia – e Satanás sempre figurou como uma
boa forma de propaganda. Seja no passado, com a venda de indulgências sob o medo do
inferno, ou seja no presente, sob a crença supersticiosa de pactos e aquisição de poderes
mágicos – crença que atravessou os séculos. Satanás é um termo que desperta atenção e
tem sobre si todo tipo de pensamento depositado.
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ATO I
A realidade Histórica ofusca qualquer linha de pensamento desses grupos. Essa ferramenta
não permite o negacionismo do Holocausto Judeu, não permite Satanás figurar como nome
próprio de uma entidade e não permite afirmações de que Paganismo consiste em adorar a
figura folclórica opositora dos Judeus, Cristãos e Muçulmanos – tão pouco associá-la ao
Sha’itan dos Yezidis.
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ATO I
vista comum entre os Cristãos é negado por outra parcela sob a alegação de que a bíblia
não narra absolutamente nada sobre anjos se rebelarem e serem expulsos. Alguns
Teólogos defendem que esse mito foi herdado pelos Judeus durante o cativeiro na Babilônia
com a adaptação do mito a respeito de Ahriman – que possuía asas e invadiu o paraíso. No
Islamismo, Iblis se recusou ser servo de Adão e foi amaldiçoado passando a ser chamado
de Sha’itan. O Judaísmo, Cristianismo e Islamismo são culturas que defendem Satanás
como condição adquirida após uma condenação e não como um nome próprio. Na cultura
Yezid, a oposição de Melek Taus (Sha’itan) figura como uma virtude onde ele foi exaltado
pelo deus supremo por não aceitar se submeter aos homens. Ele insistiu em obedecer uma
ordem anterior à de submissão que dizia para ele jamais servir aos humanos. Perseguir
Cristãos e Judeus admitindo a crença em Satanás como entidade expressa dependência de
valores destas religiões.
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ATO I
As páginas seguintes são atos contra uma linha de pensamento distorcida representada por
grupos que defendem o Nazismo, que defendem o conceito distorcido de Politeísmo Celta
criado pela igreja romana, que defendem crimes de homicídio em rituais cerimoniais e a ideia
de que o Cristianismo foi erradicado pelos Nazistas durante o governo de Hitler. São atos de
repúdio ao folclore racista, ao negacionismo do Holocausto Judeu, ao resgate de crenças da
idade média e ao Pseudo-Satanismo. São atos de repúdio a ideias que se mostraram
fracassadas ao longo dos séculos.
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ATO I
ATO I
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ATO I
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ATO I
Introdução
Os mais moderados talvez achem o título ácido demais. Mas estas páginas referem-se a
grupos que defendem a supremacia da dita raça branca. O mais grave é que esse conjunto
de manifestações Nazistas é associado a um comportamento típico de um Satanista.
O pensamento Neonazista tem alcançado um número cada vez maior de adeptos. Isso deve
se ao surgimento da rede World Wide Web (www) que facilitou a circulação de livros, artigos
de propaganda e venda de acessórios ligados à política Nacional Socialista. A liberdade
proporcionada por essa ferramenta virtual de comunicação permitiu a organização de
núcleos onde as reuniões presenciais não são meio principal de comunicação priorizando o
contato através de ambientes como grupos em redes sociais e fóruns online. A
clandestinidade é outro fator que faz do ambiente virtual o principal meio de encontro entre
os integrantes dos diversos grupos Neonazistas no mundo inteiro.
Em grupos Neopagãos temos dois exemplos de tentativa ineficiente de forjar síntese entre
Satanismo e Neonazismo. Eles são compostos por um conjunto de pensarmos equivocados
que defendem a inversão de valores Cristãos claramente demonstrados em rituais
chamados de missas, referências constantes sobre oposição à religião Nazarena
(especialmente em rituais), Pseudo-história, citações que defendem o abate de indivíduos
ditos como inferiores e o uso de objetos Cristãos em cerimônias como, por exemplo, hóstias.
Esses equívocos, antes de mais nada, demonstram uma relação de dependência desses
grupos com o pensamento Cristão pois evidencia uma notável influência da filosofia e da
religião em questão, especialmente a Católica, para o empreendimento de rituais que são
compostos por frases de efeito exclusivamente direcionadas a oposição à fé Nazaren – além
do uso de objetos religiosos Cristãos.
Na J.O.S (Joy Of Satan), Satan é retratado como uma entidade real e que, nas palavras da
Suma Sacerdotisa Maxine Dietrich, faz milagres. Também existem afirmações da existência
do deus Judaico/Cristão e a afirmação de que o Cristianismo é um programa Judaico de
destruição do povo ariano. Esse grupo acredita que Satan (que aparece como entidade má
na cultura Judaica/Cristã e Islâmica e, na tradição Yezid, como um ser adorado e
benevolente) é o deus supremo dos adoradores da cultura politeísta Celta e que se intitulam
arianos, mesmo não havendo ligação entre Politeísmo Celta e Satanás, seja ele entendido
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ATO I
como entidade espiritual ou figura arquétipa. Ressalto aqui que nem todo o indivíduo que
resgata a cultura Celta antiga defende a supremacia da suposta raça ariana. Há também a
crença de que o Cristianismo foi erradicado no programa Nazista de Hitler contrariando
qualquer foto do líder Nazista ao lado de membros da Igreja Católica e relatos de conversões
de soldados da Waffen SS. Como se não bastasse, Adolf Hitler e Henrich Himmler são
chamados de Satanistas e que demonstraram sua filosofia “Satânica” em suas atitudes de
expurgo e defesa da Hegemonia política Nacional Socialista.
Na O.9.A (Ordem dos Nove Ângulos) – grupo que possui um ritual especialmente dedicado
a seu Führer que, segundo eles, é um enviado dos deuses – há uma manifestação clara de
“fazemos propaganda Nacional Socialista mas não somos Nazistas” que é de intrigar
pessoas acostumadas com discursos objetivos ao invés de dez linhas que não expressam
meia conclusão. Essa ordem afirma ser/não ser uma ordem, existir/nunca ter existido e
ser/não ser Satanista – Muito esclarecedor quanto a sua seriedade. A abordagem do
Septenário Jogo Estelar, que se encontra em um capítulo dedicado exclusivamente a O.9.A,
traz à tona distorções e mutilações do estudo dos tipos psicológicos de Carl Gustav Jung.
Nunca foi segredo que o Satanismo é caracterizado pela busca interior do ser humano em
prol de seu desenvolvimento individual – Autoconhecimento. Obviamente, não somente isso.
Mas o assunto em questão não é focar em tudo que o Satanismo é mas sim naquilo que ele
não é. Existem pontos defendidos pela Joy Of Satan e pela O.9.A que são, segundo as
mesmas, um comportamento típico Satânico – incluindo posições políticas incompatíveis a
liberdade individual do ser humano (Totalitarismo).
A forma mais conveniente de debater as afirmações desses dois grupos é analisar os livros
e artigos usados como alicerce desse pensamento e compará-los com a História, com as
características gerais do Satanismo e então concluir que Satanismo e Nazismo não podem
coexistir na mesma esfera filosófica. É mais que necessária a análise individual dos dois
grupos afim de não apenas expô-los como Pseudo-Satanistas mas também definir suas
principais características e suas diferenças. Isso permite uma conclusão dinâmica a respeito
da pseudo-realidade Satânica propagada em livros, artigos online, grupos de redes sociais
e fóruns online.
Antes de apresentação individual de cada grupo, há uma pergunta que deve-se fazer a
qualquer defensor do Nacional Socialismo dentro do pensamento filosófico Satânico:
Satanismo e Nazismo combinam? Eles podem coexistir em uma mesma esfera filosófica?
Se sim, porque?
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Joy Of Satan
(Alegria de Satan)
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Esse grupo possui muitas características peculiares. Em seus ensaios, sempre surgem
afirmações que surpreendem o leitor. Existem alegações de que Judeus são uma espécie
reptiliana1 e que o deus Judaico/Cristão é um alienígena cinzento2, mesmo que não haja
nenhuma evidência para comprovar tais alegações. Os adeptos também acreditam que
existem alienígenas coletores de almas e na existência de dois infernos : um inferno de
tormento que pertence ao deus Judaico/Cristão e um inferno de Satan que, segundo a J.O.S,
é um lugar de proteção3. No inferno de Satan, as pessoas vão a bares e jogam cartas4. Eles
defendem a existência de espíritos e que é possível conversar com eles. Há um relato de
um diálogo com espíritos que, enquanto seres físicos, morreram após ingerirem Cianureto
propositalmente – como Hitler e Himmler, por exemplo5.
É impossível chegar a conclusão sobre qual seja a religião ou filosofia da ordem uma vez
que ela defende conceitos diversos onde mais de noventa por cento é composto por folclores,
ficção científica, Nacional Socialismo, Pseudo História e Judaísmo/Cristianismo invertido.
Os relatos da Suma Sacerdotisa Maxine Dietrich (nome fictício de Andrea Herrington) a
respeito de seus diálogos com Satan chegam a ser cômicos.
Se no pós vida os adeptos deste grupo acreditam em um inferno acolhedor feito por Satan,
durante a vida o Nacional Socialismo é o principal meio do adepto ascender ao “paraíso de
satanás”.
Existe também uma teoria muito intrigante a respeito da origem da humanidade. Segundo o
mito, extraterrestres coletaram espermatozóides de Nefilins e inseriram dentro de óvulos de
Cro-Magnuns e criaram o seres humanos6. Esta nova raça, a humana, teria sido criada para
ser escravizada por Nefilins em minas de ouro7. Resumindo, para este grupo a humanidade
é fruto de engenharia genética alienígena. Satanista vive a vida sendo Nacional Socialista e
conversando com um Satan espiritual Nazista, morre e sua alma é coletada por Alienígenas
1 “Qualquer gentio que erroneamente acredita ou mesmo argumenta que os judeus não são
uma raça, precisa de uma séria verificação da realidade. Os genes reptilianos judeus são
passados para filhos judeus de uma mãe judia.” Sol Negro 666. Prefácio. Pág. 06.
2 “Agora, quando eu digo “deus cristão”, este termo é um rótulo coletivo para as entidades odiadoras de
humanos lá fora, que vêm explorando a humanidade, usando a sua religião inventada cristã como uma
ferramenta. Muito antes da fotografia ser prontamente disponível e conhecimento de extraterrestres tornar-se
público, o ocultista Aleister Crowley fez um desenho de “Jeová”, e a imagem era de um cinzento extra-terrestre.
As cinzentos odeiam a humanidade.” Inferno. Disponível em: http://www.alegriadesatan.com/inferno/
3 Idem;
4 “Pessoas foram vistas no inferno, num bar a jogar às cartas, estas pessoas estavam mortas, estavam em
forma de espírito.” A Verdade Revelada. Satanismo Espiritual. Maxine Dietrich. Pág. 35.
5 Inferno. Disponível em: http://www.alegriadesatan.com/inferno/
6 A Verdade Revelada. Maxine Dietrich. Satan Criou a Humanidade. Pág. 37.
7 Idem. Pág. 34. (A autora primeiramente fala sobre a suposto plano escravista dos Nefilins e, 3 páginas a
seguir, fala sobre a suposta da criação humana. Por isso, a referência sobre o suposto motivo da suposta
criação humana narrado por Dietrich aparece antes da narrativa que explica como, supostamente, a
Humanidade foi criada.
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que a levam até uma nave espacial e testam sua pureza. Se ela for impura (não for Pseudo
Satânica), vai ser lançada na danação eterna. Mas se ela for pura (Nazista, Pseudo
Satânica) irá ao inferno de Satan8.
É difícil acreditar que existam pessoas que acreditam nessas afirmações. A “filosofia” de vida
propagada pela J.O.S é totalmente contraria ao que o Satanismo defende. Desejar que
alguém acredite nas crenças deste grupo é pedir que esta mesma pessoa deixe de raciocinar.
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ATO I
“O mais mediatizado e, por isso, bem marcado na memória do mundo de hoje foi sem dúvida
o holocausto dos Judeus sob o poder nazi de Hitler durante a II Guerra Mundial (1939-1945).
No campo de concentração de Auschwitz e noutros tantos pereceram milhões de
descendentes do povo de Israel.”
O livro não só afirma o Holodomor como também afirma o Holocausto Judeu. Ou seja: Há
uma crença baseada em uma fonte totalmente contrária ao negacionismo em questão.
Outra fonte utilizada é o livro “Sol Negro 666” 10 (não confundir com “Sol Negro: Cultos
arianos, Nazismo esotérico e políticas de identidade” de Nicholas Godrick-Clarke). Nas
páginas 215 e 216 é argumentado que Zyklon B era utilizado nos campos de concentração
para matar piolhos pois eles transmitiam Tifo. A intenção do livro é argumentar que o uso do
9 Tragédia nacional Ucraniana conhecida como “A Grande Fome Ucraniana”, de acordo com a declaração
conjunta da 58ª Assembleia Geral das Nações Unidas de 2003.
10 Este livro é extremamente bizarro e possui estranhas afirmações como, por exemplo, a de que Judeus são
uma raça reptiliana (página 101) e que Romanos, Babilônicos, Fenícios e Egípcios também eram raças (Página
102). O livro como um todo defende diversas teorias da conspiração, negacionismos históricos e teorias
refutadas pela ciência como, por exemplo, a crença de que houve uma luta no céu e que Satanás (como
entidade) foi derrotado. Uma pérola.
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ATO I
gás era para fins de tratamento de uma praga que se prolifera em ambientes insalubres.
Chegamos a conclusão, nesse momento, que a situação degradante do povo Judeu nos
campos de concentração foi intencional pois se os nazistas estivessem preocupados com a
doença de Tifo teriam evitado que ela se instalasse oferecendo lugares adequados para a
permanência dos Judeus. As respostas para as perguntas 28 e 38, que fazem parte de um
conjunto de perguntas e respostas em “Sol Negro 666”, tentam sustentar a ideia do uso do
gás como meio de prevenção e combate a doença Tifo:
Era um pesticida utilizado para fumigar roupas para matar os piolhos transmissores de tifo e
outras pestes.”
Esta doença aparece quase sempre quando muitas pessoas são colocadas juntas em
condições insalubres. É carregada por piolhos que infestam o cabelo e as roupas.
Ironicamente, se os alemães tivesse utilizado mais Zyklon B, mais judeus poderiam ter
sobrevivido aos campos.”
A resposta para a pergunta 29 também nega que o produto tenha sido usado para matar
pessoas. Veja:
Não. Se os nazis tinham a intenção de utilizar gás venenoso para matar pessoas, produtos
muito mais eficientes estavam disponíveis. Zyklon B é um agente de fumigação de ação
lenta.”
“30. Quanto tempo leva para ventilar uma sala depois de fumigação com Zyklon B?
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ATO I
Um pesticida fraco que não necessite de 20 horas de ventilação em uma sala após sua
fumigação também pode causar morte. Eu trabalhei no ramo madeireiro durante algum
tempo e fiz uso de pesticidas para evitar que cupins se instalem na madeira que fica
empilhada esperando carregamento. Esses pesticidas são perigosos e podem causar morte
por intoxicação. Curiosamente, caso salas sejam fumigadas com esse produto, não há
necessidade de 20 horas de ventilação. No Livro “A biblioteca esquecida de Hitler: Os livros
que moldaram a vida do Führer” Timothy Ryback fala um pouco sobre os livros e artigos
que Hitler colecionava. Em um momento ele comenta o interesse de Hitler sobre o ácido
venenoso prússico:
“Ele era versado nas Sagradas Escrituras e possuía um volume particularmente bonito das
Worte Christi, ou Palavras de Cristo, estampado a ouro sobre couro de bezerro cor de creme
que até hoje permanece macio como seda. Possuía também uma tradução alemã do tratado
antissemita de Henry Ford, The international Jew: The world’s foremost problem [O judeu
internacional: O principal problema do mundo], e um compêndio de 1931 sobre gás
venenoso com um capítulo detalhando as características e os efeitos do ácido
prússico, o asfixiante comercializado como Zyklon B.”
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ATO I
O negacionismo do racismo
A Joy Of Satan usa um artigo denominado “Nacional Socialismo é racista?” escrito por David
Myatt11 em uma tentativa frustrada em demonstrar que o Nazismo em nenhum momento
subjugou um grupo de pessoas por questões raciais. O artigo afirma que outras
nacionalidades lutaram em prol da causa Nazista. A verdade é que muitas nações e grupos
étnicos compartilhavam do mesmo ideal. Mas isso não descaracteriza o Nazismo de seu
caráter racista. O sentimento de superioridade era presente em outros povos e por motivos
políticos ou ideológicos uniram-se a causa Nazista. O Japão, um pouco antes da Segunda
Guerra Mundial, se envolveu em um grande massacre motivado por sentimento de
superioridade racial. No evento conhecido como Estupro de Naking incontáveis Chineses
foram massacrados por Japoneses em uma invasão territorial sangrenta marcada por
estupros, campeonato de decapitações, mortes por ferimentos de balas e qualquer tipo de
violência gratuita. É difícil que até a Segunda Guerra o Japão tenha erradicado esse
sentimento de raça superior. Os Turcos também apoiaram a causa Nazista. Eles
protagonizaram o Genocídio Armênio (1915-1916) por serem em oposição à emancipação
dessa nação. Possuíam sentimento de superioridade em relação aos Armênios pois este
povo era, na época, composto por Cristãos (Os Turcos eram Muçulmanos). A Turquia e a
Alemanha foram aliados na Primeira Guerra Mundial. O Tibet foi visitado por Hitler e teve
simpatia ao governo Nazista devido a várias tentativas de anexação do território à China
comunista. A Alemanha estava lutando contra o que chamavam de comunismo internacional
e era opositor do governo Chinês, obviamente. A Índia recebeu pesquisadores do Reich que
acreditavam no mito ariano e de que esta suposta raça era proveniente da região da Índia,
despertando simpatia das autoridades indianas. O Tibet, Turquia e Índia justificam a
tolerância do regime Nazista acerca do Budismo e do Islamismo. Essa tolerância garantia
uma boa relação dos líderes destas nações com o Reich. Curiosamente, a J.O.S é
intolerante ao Islamismo e também o classifica como um dos programas judaicos de
destruição do povo dito como ariano.
É importante destacar que Myatt escreveu este ensaio enquanto era Muçulmano convertido
e buscava uma síntese entre Islamismo e Nacional Socialismo. A Joy Of Satan prega ódio
ao Islamismo. Então por qual motivo utilizam um texto de um homem que, na época em que
o escreveu, era Muçulmano convertido?
O Nazismo defendia um ideal onde um determinado povo era considerado superior não
apenas pelas suas características físicas, mas também ideológicas. Afinal, não bastava ser
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ATO I
aquilo que Gobineau definia como ariano. Se o indivíduo não compartilhasse do mesmo ideal,
seria tratado como foram os Polacos, por exemplo. Ainda sobre a questão de superioridade
racial, Hitler, em Mein Kampf, escreveu:
“Há exemplos incontáveis na história mostrando com terrível clareza como cada vez que
sangue Ariano misturou-se com sangue de povos inferiores, o resultado era o fim da raça
sustentadora de cultura. A América do Norte, cuja população é composta em sua maior parte
de elementos germânicos, que muito pouco misturados com povos inferiores de cor, exibe
humanidade e cultura muito diferentes da América Central e do Sul, no qual os colonos,
principalmente de origem latina, misturaram seu sangue deliberadamente com o dos
aborígenes. Tomando o exposto acima como exemplo, reconhecemos claramente os efeitos
da mistura racial. O homem de raça germânica no continente da América, depois de ter se
mantido puro e sem mistura, passou a ser mestre dela, desde que não caísse na vergonha
de misturar seu sangue.”
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ATO I
David Myatt talvez seja uma das fontes mais interessantes quando o Assunto é Nazismo
Esotérico. Ele foi, durante boa parte de sua vida, um ativista Neonazista que, com seus
escritos apologéticos à política Nacional Socialista, influenciou muitos grupos esotéricos que
se intitulam arianos. Sua publicação “Nacional Socialismo é Racista?” faz parte do acervo
de escritos utilizados pela Joy Of Satan para defenderem Adolf Hitler. Mas a vida de Myatt,
ao longo dos anos, passou por grandes mudanças e uma delas inclui a conversão ao
Islamismo no ano de 1998. Enquanto Muçulmano, ele escreveu ensaios que defendiam a
síntese entre Nacional Socialismo e Islamismo sob a alegação que ambos possuíam um
inimigo em comum: O povo Judeu. Síntese que foi de denominada por ele como: Nacional
Socialismo Ético. “Nacional Socialismo é Racista?” é um dos ensaios utilizados para
enfatizar que, segundo Myatt, o Nazismo não seria racista e que a aproximação de Nacionais
Socialistas e Muçulmanos seria justificada pelo inimigo que os dois possuem em comum.
Esse ensaio foi publicado no ano 2000.
Um outro ensaio com vários tópicos sobre sua compreensão a respeito do Islamismo e sua
síntese com o Nacional Socialismo foi divulgado no ano de 2003 sob o título de "O guia
Nacional Socialista para compreender o Islã". Nesse panfleto, além da síntese entre
Nacional Socialismo e Islamismo, havia uma propaganda de tom, obviamente, apologético
ao atentado suicida, que ele chamou de "Cerimônia de Martírio". Ele cita passagens do
Alcorão que falam a respeito da recompensa no paraíso para aqueles que estiverem
dispostos a trocarem suas vidas comuns pela batalha - a morte pela Jihad. Segue abaixo a
introdução de “O guia Nacional Socialista para compreender o Islã” traduzida para o idioma
Português falado no Brasil:
“Esta é uma pequena série de breves guias concebidos para contrariar a propaganda
sionista sobre o Islã que tem sido esparramada na mídia e que é usada para justificar a atual
guerra contra o Islã e, especialmente, a guerra e o terror sendo usados contra indivíduos e
organizações - como o Xeque Usama bin Laden e A Base da Jihad (Al-Qaeda) - os quais
estão buscando ativamente, através do Jihad, combater o sionismo e aqueles estados os
quais apoiam e auxiliam o sionismo no Oriente Médio e em outros lugares.
Para que haja uma cooperação genuína e proveitosa entre muçulmanos e povos,
como os nacional-socialistas, que aceitam um modo de vida não-muçulmano e que
também estão lutando contra a desonra que é o sionismo, então este panfleto só pode se
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ATO I
114yf
1424 AH” – O guia Nacional Socialista para compreender o Islã. David Myatt. Primeira página.
2003.
Curiosamente Myatt, assim como outros líderes terroristas, não deu sua vida pela sua causa.
O que demonstra seu caráter manipulador e covarde. Afinal, se é tão especial dar sua vida
em nome de Alá, por que não praticar suas pregações suicidas?
"A primeira, e de longe a mais curta, parte deste trabalho contém algumas das minhas
reflexões e algumas das minhas conclusões a respeito de meus quarenta anos como um
extremista prático e meus quarenta anos de experiência prática de extremismo e de outros
extremistas; uma experiência prática que começou em 1968 e variou do fascismo e do
racismo do nacional-socialismo ao islamismo radical, experiência prática que incluiu
fundar e liderar uma organização política; produzindo propaganda, organizando
atividades e manifestações, algumas das quais terminaram em violência; discursando em
público e participando de marchas, demonstrações e brigas; formulação de ideologia
extremista; prisão por violência racista e outras; participar e recrutar para atividades
paramilitares; incitar o ódio, a violência e o preconceito; engajar-se em atividades criminosas
para financiar causas extremistas; encorajar e apoiar o terrorismo; e assim por diante." –
David Myatt. Compreendendo e rejeitando o extremismo: Uma peregrinação estranha. Pág.
01. 2013
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ATO I
“A chamada “religião” do islamismo é uma mentira e uma piada. Ela é projetada para fazer
nada além de escravizar aqueles enganados a segui-lo. Como no cristianismo, tudo no Islão
e seu Alcorão foi roubado de religiões pagãs que antecederam-no por milhares de anos e
os seguintes artigos oferecem a prova deste facto.” – Expondo a Mentira do Islã: Programa
da Morte. Pág. 01.
Como a Joy Of Satan explica o uso de textos de um Muçulmano convertido para defender o
Nacional Socialismo se a própria ordem julga-se Nacional Socialista e anti-Islâmica? Ao
contrário de Myatt, a Joy Of Satan passa longe de querer fazer uma síntese das duas
ideologias. É inegável que nenhum integrante desta ordem tenha conhecimento a respeito
da pessoa por trás do nome 'David Myatt'.
A Joy Of Satan usa um número considerável de fontes que, ao invés de defenderem aquilo
que a ordem prega, a refutam categoricamente.
21Windson Trevizoli
ATO I
"Eu rejeito e renuncio a todos os meus escritos e efusões pré-2011, com exceção das minhas
traduções gregas, a poesia incluída na coleção publicada "Um Silêncio Esquisito" (ISBN 978-
1484179932), algumas cartas privadas escritas entre 2002 e 2011, e esses poucos itens sobre o meu
'modo numinoso' revisado que estão incluídos nas publicações pós-2012 como "O Caminho
Numinoso de Pathei-Matos" (ISBN 978-1484096642). Minha rejeição à todas as formas de
extremismo é explicada (i) na Compilação "Entendendo e Rejeitando o Extremismo" de 2013 (ISBN
978-1484854266) e (ii) Disclaimer.” David Myatt - 201312
O homem que influenciou uma série de grupos Neonazistas nasceu na Tanzânia no ano de
1950 mas possui nacionalidade Britânica por que a Tanzânia, naquela época, ainda era
colônia Inglesa. Seu pai foi funcionário público e trabalhou para o governo britânico no país
natal de Myatt durante algum tempo. Myatt mudou-se então para a Inglaterra a fim de
terminar sua escolaridade. Ao longo de sua vida, resumidamente falando, Myatt teve um
longo envolvimento com grupos extremistas.
Segue abaixo a tradução de um documento biográfico sobre David Myatt que é encontrado
para download no site https://omega9alpha.files.wordpress.com15:
David Myatt
“Myatt foi o fundador e primeiro líder do Movimento Nacional Socialista [69] [70], do qual
David Copeland era um membro. Ele também co-fundou, com Eddy Morrison, a organização
neo-nazista NDFM (Movimento Nacional de Liberdade Democrática), que atuava em Leeds,
and the Politics of Identity. (chapter 11 in particular); Lowles, N. (2001) White Riot: The Violent Story of Combat
18. MiloMilo Books, England; this edition 2003.
15 https://omega9alpha.files.wordpress.com/2013/11/david-myatt.pdf (Site pertencente a Ordem dos Nove
Ângulos)
22Windson Trevizoli
ATO I
Inglaterra, no início dos anos 1970, [71] e no grupo neonazista Reichsfolk, [72] [73] e que a
organização Reichsfolk "pretendia criar uma nova elite ariana, A Legião de Adolf Hitler, e
assim preparar o caminho para uma era de ouro em lugar do "presente repugnante e
decadente com seus valores desonrosos e indivíduos fracos e debilitados". [74]
Do NDFM, John Tyndall escreveu (em uma polêmica contra o co-fundador do NDFM Eddy
Morrison): "O Movimento Nacional pela Liberdade Democrática fez pouca tentativa de se
envolver em política séria, mas concentrou suas atividades principalmente em atos de
violência contra seus oponentes [...] Antes de muito tempo a NDFM degenerou-se em nada
mais do que uma gangue criminosa."[75] [76] Myatt, escrevendo em sua autobiografia
Myngath, admite que durante esse tempo ele organizou uma pequena gangue "cujo objetivo
era libertar os bons, cercá-los e ganhar algum dinheiro com a intenção inicial de ajudar a
nossa luta política". Myatt foi posteriormente preso em uma incursão pelo Esquadrão
Regional de Crimes de Yorkshire, e preso por liderar essa gangue [27].
Também é alegado que no início da década de 1980 Myatt tentou estabelecer uma comuna
ocultista nazista em Shropshire, [10] [77] embora Myatt negue essa alegação, alegando que
seu objetivo era estabelecer uma comunidade agrária unicamente baseada nos princípios
nazistas de "Sangue e Solo" [27] e cujo projeto foi anunciado no boletim Gothic Ripples de
Colin Jordan, [78] com Goodrick-Clark escrevendo que "depois de se casar e se estabelecer
em Church Stretton em Shropshire, [Myatt] tentou estabelecer uma comuna rural em 1983
no âmbito do Projeto de Vanguarda de Colin Jordan para as utopias neo-nazistas divulgadas
nas Githic Ripples". [79]
George Michael escreve que Myatt assumiu a liderança do Combat 18 em 1998, quando
Charlie Sargent, o líder anterior, foi preso por assassinato. [23].
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ATO I
Era uma cópia do panfleto do "Guia Prático para a Revolução Ariana" que, em 1999, foi
descoberto pela polícia no apartamento de David Copeland, [81] o implantador de bombas
de Londres - que também era membro do Movimento Nacional Socialista de Myatt - e,
portanto, supostamente o influenciou [82] a plantar bombas caseiras contra imigrantes em
Brixton, Brick Lane e dentro do pub Admiral Duncan na Old Compton Street, em Londres,
freqüentado pela comunidade negra, asiática e gay, respectivamente. Os amigos John Light,
Nick Moore e Andrea Dykes e seu filho ainda não nascido morreram no pub Admiral Duncan.
Copeland disse à polícia que estava tentando desencadear uma "guerra racial". [18]
De acordo com o Panorama da BBC, em 1998, quando Myatt era o líder do NSM, ele pediu
"a criação do terror racial com bombas". [18] Myatt também é citado por Searchlight como
tendo afirmado que "o principal dever de todos os nacional-socialistas é mudar o mundo.
Nacional Socialismo significa revolução: a derrubada do sistema existente e sua substituição
por uma sociedade nacional-socialista. Revolução significa luta: significa guerra. Significa
que certas táticas devem ser empregadas e um grande movimento revolucionário
organizado, composto principalmente de pessoas preparadas para lutar, preparadas para
sujar as mãos e talvez derramar sangue ". [42]
Myatt se converteu ao islamismo em 1998. Ele disse ao professor George Michael que sua
decisão de se converter começou quando ele conseguiu um emprego em uma fazenda na
Inglaterra. Ele trabalhava longas horas nos campos e sentia uma afinidade com a natureza,
concluindo que a sensação de harmonia que ele sentia não acontecera por acaso. Ele disse
a Michael que ele também estava impressionado com a militância dos grupos islâmicos, e
acreditava que ele compartilhava inimigos comuns com o Islã, ou seja, "a economia ocidental
e internacional capitalista-consumidora." [84] [85]
24Windson Trevizoli
ATO I
Como muçulmano, ele viajou e falou em vários países árabes, [98] e escreveu uma das
defesas mais detalhadas na língua inglesa de ataques suicidas islâmicos [99] - tendo se
tornado um defensor destes ataques [100] [101] [ 102] [103] e defendeu o assassinato de
civis em tais ataques. [104] [105] Ele também expressou seu apoio a Osama bin Laden, [106]
e aos talibãs, [5] e referiu-se ao Holocausto como um "embuste" [17]. Em abril de 2005, um
seminário da Otan ouviu que Myatt havia convocado "todos os inimigos dos sionistas a
abraçar a Jihad" contra os judeus e os Estados Unidos. [107]
De acordo com um artigo publicado no The Times em 24 de abril de 2006, Myatt acreditava
que: "O Islã puro e autêntico do reavivamento, que reconhece prática da Jihad como um
dever, é a única força capaz de combater e destruir a desonra, a arrogância, o materialismo
do Ocidente ... Para o Ocidente nada é sagrado, exceto talvez os sionistas, sionismo, o
embuste do assim chamado Holocausto, e os ídolos que o Ocidente e seus lacaios adoram,
ou fingem adorar, tais como a democracia ... Jihad é o nosso dever. Se os nacionalistas, ou
alguns deles, desejarem nos ajudar, nos ajudem, eles podem fazer a coisa certa, a coisa
honrosa, e converterem-se ao Islã - aceitando a superioridade do Islã para além de cada e
todo o caminho do Ocidente ". [17]
A partida do Islã
Em 2010, Myatt anunciou publicamente que havia rejeitado o Islã, [108] [109] tendo
desenvolvido sua própria Weltanschauung (cosmovisão), [60] [61] [110] escrevendo que "o
Caminho de Pathei-Mathos é um ético, um interior, um um modo pessoal, não-político, não-
interferente, não-religioso, mas espiritual, de reflexão individual, mudança individual e vida
empática, onde há uma consciência da importância de virtudes como compaixão, humildade,
tolerância, gentileza e amor ", [111] e que" viver de acordo com o caminho dos pathei-mathos
[...] significa ser compassivo ou inclinado à compaixão, tentando evitar causar ou contribuir
para o sofrimento ". [111]
25Windson Trevizoli
ATO I
Ele define pathei-mathos dizendo: "O termo grego πάθει μάθος deriva do Agamemnon de
Ésquilo (escrito c. 458 aC), e pode ser interpretado, ou traduzido, como significando
'aprender com o adversário' ou 'a sabedoria surge do sofrimento' (pessoal) ou 'a experiência
pessoal é a gênese do verdadeiro aprendizado'."[115] Pathei-Mathos é, portanto, um
aspecto ou elemento da Via Numinosa, embora o primeiro termo venha a predominar sobre
este último nos escritos de Myatt, a partir de 2012.
MyattMyatt escreve que "a numinosa simpatia - συμπάθεια (simpatia, benignidade) - com
outro ser vivo que a empatia fornece naturalmente nos inclina a tratar os outros seres vivos
como nós mesmos desejaríamos ser tratados: com justiça, compaixão, honra e dignidade.
Também nos inclina a não julgar aqueles que não conhecemos, aqueles que estão além do
purveu - além do alcance de - nossa faculdade de empatia ". [116] Myatt liga o seu Caminho
Numinoso à filosofia helenística e coloca-o na tradição filosófica ocidental [60] [61].”
Notas:16
[1] Some accounts give Myatt's middle name as William, such as the 1998 edition Searchlight
magazine (http://www.declarepeace.org.uk/captain/murder_inc/site/nazi.html) and Black
Sun: Chapter "Nazi satanism and the new Aeon", Goodrick-Clarke, 2002. But, these accounts
are seen as unreliable as the authors have allegedly never corresponded with Myatt.
However, several authors did and confirm his middle name as Wulstan, namely Michael,
George. (2006) The Enemy of My Enemy and Kaplan, Jeffrey. (1998) Nation and Race: The
Developing Euro-American Racist Subculture, Northeastern University Press, 1998, ISBN 1-
55553-331-0. Additionally, there is Myatt himself (q.v. his poetry and Greek translations).
[2] Myatt originally changed his name to Abdul-Aziz (which he has penned articles under) but
has been accused that he was trying to hide his identity so on the advice of an Imaam he
26Windson Trevizoli
ATO I
[3] Langenohl, Andreas Langenohl & Westphal, Kirsten. (eds.) "Comparing and Inter-Relating
the European Union and the Russian Federation",Zentrum für internationale Entwicklungs-
und Umweltforschung der Justus-Liebig-Universität Gießen, November 2006, p.84.
[4] Michael, George. (2006) The Enemy of My Enemy: The Alarming Convergence of Militant
Islam and the Extreme Right. University Press of Kansas, p. 142ff.
[5] Jon B. Perdue: The War of All the People: The Nexus of Latin American Radicalism and
Middle Eastern Terrorism. Potomac Books, 2012. p.70-71. ISBN 9781597977043
[7] Arkadiusz Sołtysiak. Neopogaństwo i neonazizm: Kilka słów o ideologiach Davida Myatta
i Varga Vikernesa. Antropologia Religii. Wybór esejów. Tom IV, (2010), s. 173-182
[8] Agnieszka Pufelska: Der Faschismusbegiiff in Osteuropa nach 1945 in Die Dynamik der
europäischen Rechten Geschichte, Kontinuitäten und Wandel. VS Verlag für
Sozialwissenschaften, 2010. ISBN 978-3-531-17191-3
[9] Jeffrey Kaplan (ed.). David Wulstan Myatt. In: Encyclopedia of White Power. A
Sourcebook on the Radical Racist Right. AltaMira Press, Walnut Creek, CA 2000, p. 216ff;
p.514f
27Windson Trevizoli
ATO I
[12] Woolcock, Nicola & Kennedy, Dominic. "What the neo-Nazi fanatic did next: switched to
Islam" (http://www.timesonline.co.uk/article/0,,2-2149297,00.html), The Times, April 24,
2006.
[16] Myatt was described by author Martin Amis as "a fierce Jihadi". The Second Plane.
Jonathan Cape, 2008, p.157
[17] Wistrich, Robert S, A Lethal Obsession: Anti-Semitism from Antiquity to the Global Jihad,
Random House, 2010. ISBN 978-1-4000-6097-9
[18] Durham, Martin. White Rage: The Extreme Right and American Politics. Routledge, 2007,
p.113
28Windson Trevizoli
ATO I
[19] Michael, George. (2006) The Enemy of My Enemy: The Alarming Convergence of
Militant Islam and the Extreme Right. University Press of Kansas, p. 142.
[20] Whine, Michael. "Cyberspace: A New Medium for Communication, Command and
Control by Extremists":
(http://www.ict.org.il/Articles/tabid/66/Articlsid/719/currentpage/32/Default.aspx)
[22] J. Michael Walton: Found in Translation: Greek Drama in English, Cambridge University
Press, 2006, pp.206, 221, 227
[23] Gary Daher Canedo: Safo y Catulo: poesía amorosa de la antigüedad, Universidad Nur,
2005.
[24] Smith, S: Epic Logos, in Globalisation and its discontents, Boydell & Brewer, 2006
[26] One of Myatt's collection of poems is mentioned by former White House speech-writer
Ben Coes in his novel Power Down ISBN 9780312580742
[27] Senholt, Jacob C: Political Esotericism & the convergence of Radical Islam, Satanism
and National Socialism in the Order of the Nine Angles. Norwegian University of Science and
Technology, Conference: Satanism in the Modern World, November 2009.
(http://www.ntnu.no/eksternweb/multimedia/archive/00083/Christiansen_83940a.pdf)
29Windson Trevizoli
ATO I
[28] Nicholas Goodrick-Clarke: Black Sun: Aryan Cults, Esoteric Nazism, and the Politics of
Identity. New York University Press, 2002. p.219. ISBNISBN 9780814731550
[31] Michael, George. (2006) The Enemy of My Enemy: The Alarming Convergence of
Militant Islam and the Extreme Right. University Press of Kansas, p. 143.
[34] Senholt, Jacob. Secret Identities in The Sinister Tradition, in Per Faxneld and Jesper
Petersen (eds), The Devil's Party: Satanism idernity. Oxford University Press, 2012. ISBN
9780199779246
[36] Professor Kaplan in his Nation and Race: The Developing Euro-American Racist
Subculture, Northeastern University Press, 1998, ISBN 1-55553-331-0 states that Myatt and
Long are two different people, and that the individual who used the pseudonym Anton Long
was a friend of Myatt's in the 1970s and 1980s. This view is supported by Michael Newton
who, in his Ku Klux Klan: History, Organization, Language, Influence - published 2007 by
McFarland & Co (Jefferson, N.C) ISBN 978-0-7864-2787-1 - wrote that "David Myatt, a British
neo-Nazi [only] collaborated with leaders of a Satanist sect, the Order of the Nine Angles."
30Windson Trevizoli
ATO I
[37] Goodrick-Clarke, Nicholas. "Hitler's Priestess: Savitri Devi, the Hindu-Aryan Myth and
Neo-Nazism", NYU Press, 2000, p.215
[38] Goodrick-Clark, N. (2001) pp.215-217 Black Sun: Aryan Cults, Esoteric Nazism and the
Politics of Identity. (chapter 11 in particular)
[39] Lowles, N. (2001) White Riot: The Violent Story of Combat 18. Milo Books, England; this
edition 2003
[40] Goodrick-Clark, N. (2001) p.50 Black Sun: Aryan Cults, Esoteric Nazism and the Politics
of Identity
[41] Goodrick-Clark, N. (2001) p.217 Black Sun: Aryan Cults, Esoteric Nazism and the Politics
of Identity
[43] Goodrick-Clark, N. (2002) p.223. Black Sun: Aryan Cults, Esoteric Nazism and the
Politics of Identity. New York University Press. ISBN 0814731244
[45] http://www.davidmyatt.ws/biog.html
[47] Goodrick-Clark, N. (2002) p.222. Black Sun: Aryan Cults, Esoteric Nazism and the
Politics of Identity. New York University Press. ISBN 0814731244
31Windson Trevizoli
ATO I
[48] Vacca, John R. "Computer Forensics: Computer Crime Scene Investigation", Charles
River Media, 2005, p.420 ISBN 1-58450-389-0
[50] Michael, George. (2006) The Enemy of My Enemy: The Alarming Convergence of
Militant Islam and the Extreme Right. University Press of Kansas, p. 144.
[52] Miller, Rory (2007). British Anti-Zionism Then and Now. Covenant, Volume 1, Issue 2
(April 2007 / Iyar 5767), Herzliya, Israel.
[53] Steyn, Mark (2006). American Alone, Regnery Publishing, USA, p.92. ISBN 0-89526-
078-6
[54] Amis, Martin. The Second Plane. Jonathan Cape, 2008, p.157
[55] http://www.alexandredelvalle.com/publications.php?id_art=131
[56] http://www.quilliamfoundation.org/images/stories/pdfs/unlocking_al_qaeda.pdf
32Windson Trevizoli
ATO I
[59] Mark Weitzmann, Anti-Semitism and Terrorism, in Dienel, Hans-Liudger (ed), Terrorism
and the Internet: Threats, Target Groups, Deradicalisation Strategies. NATO Science for
Peace and Security Series, vol. 67. IOS Press, 2010. pp.16-17. ISBN 978-1-60750-536-5
[62] ibn Myatt, Abdul-Aziz - " Why I Support Sheikh Usama bin Laden (Hafidhaullah)
(http://www.geocities.com/abdulazizibnmyatt/WhyISupportOBL.htm)", 18 Thul-Hujja 1423.
Archived (http://www.webcitation.org/5klWO4cTo) 2009-10-24.
33Windson Trevizoli
ATO I
[63] Karmon, Ely. "The Middle East, Iran, Palestine: Arenas for Radical and Anti-Globalization
Groups Activity": (http://www.ict.org.il/Articles/tabid/66/Articlsid/194/Default.aspx).
[64] http://www.davidmyatt.ws/biog.html#N11a
[66] "Pathei-Mathos The Greek term πάθει μάθος derives from The Agamemnon of
Aeschylus (written c. 458 BCE), and can be interpreted, or translated, as meaning learning
from adversary, or wisdom arises from (personal) suffering; or personal experience is the
genesis of true learning. When understood in its Aeschylean context, it implies that for we
human beings pathei-mathos possesses a numinous, a living, authority. That is, the
understanding that arises from one’s own personal experience – from formative experiences
that involve some hardship, some grief, some personal suffering – is often or could be more
valuable to us (more alive, more relevant, more meaningful) than any doctrine, than any
religious faith, than any words/advice one might hear from someone else or read in some
book. Thus, pathei-mathos, like empathy, offers we human beings a certain conscious
understanding, a knowing; and, when combined, pathei-mathos and empathy are or can be
a guide to wisdom, to a particular conscious knowledge concerning our own nature (our
physis), our relation to Nature, and our relation to other human beings, leading to an
appreciation of the numinous and an appreciation of virtues such as humility and εὐταξία."
http://perceiverations.wordpress.com/about-2/some-terms-explained/
References
34Windson Trevizoli
ATO I
• Goodrick-Clark, N. (2001) Black Sun: Aryan Cults, Esoteric Nazism and the Politics of
Identity. ISBN 0-8147-3155-4
• Lowles, N. (2001) White Riot: The Violent Story of Combat 18. Milo Books, England; this
edition 2003 ISBN 1-903854-00-8
• Michael, George. (2006) The Enemy of My Enemy: The Alarming Convergence of Militant
Islam and the Extreme Right. University Press of Kansas
35Windson Trevizoli
ATO I
• Woolcock, Nicola & and Kennedy, Dominic. "What the Neo Nazi Fanatic Did Next: Switched
to Islam" (http://www.timesonline.co.uk/article/0,,2-2149297,00.html) The Times April 24,
2006
• Gary Daher Canedo: Safo y Catulo: poesía amorosa de la antigüedad, Universidad Nur,
2005
• Myatt, David. (2013) Myngath - Some Recollections of A Wyrdful and Extremist Life:
(http://davidmyatt.files.wordpress.com/2013/04/david-myatt-myngath.pdf), ISBN 978-
1484110744
36Windson Trevizoli
ATO I
O grupo, em sua biblioteca virtual, oferece para download o pequeno livro “Quem era Hitler?”
que foi publicado pela Editora Thule e foi escrito pelo General da Waffen SS Leon Degrelle.
Esse livro coloca em cheque a afirmação da erradicação do Cristianismo dentro da política
Nazista justamente por ele ser escrito por um Cristão. Em “Nacional Socialismo é racista?”
David Myatt, para desvincular o Nazismo do conceito racista, invoca, por exemplo, o discurso
do general Degrelle – Católico:
Esse discurso vai contra a realidade do Nazismo se levarmos em conta citações de Hitler
em Mein Kampf e a forma como o Nazismo foi praticado. Mas não é esse o ponto discutido
nesse momento. O interessante é forma como Degrelle fala sobre práticas Católicas nas
páginas 25 e 26 de “Quem era Hitler?” :
“Desde logo, a prática da religião não o molestava. Nossos capelães católicos continuaram
com seu apostolado entre nossos soldados após nos convertermos em uma brigada e,
depois, em uma divisão das Waffen S.S.
A figura mais original da divisão S.S. francesa, Carlos Magno(4), era um prelado católico,
Monsenhor Mayol de Lupé, colosso de face avermelhada. Comendador da Legião de Honra
e da Cruz de Ferro de primeira classe, este prelado de Sua Santidade (duplamente S.S.!)
não desagradava em absoluto a Hitler, como tampouco nossa maneira de praticar nossa
religião.
37Windson Trevizoli
ATO I
Uma manhã, estando na casa de Hitler, saía para ir à missa quando me encontrei com ele,
por um caminho beirado de abetos.
Seus olhos tiveram, por um momento, uma expressão de surpresa. Depois, me disse,
afetuoso:
Nunca me senti, em sua casa, objeto da menor suspeita pelo fato de eu ser católico. Inclusive,
por várias vezes eu disse a Hitler que, ao término da guerra, depois que já tivesse levantado
meu país, deixaria a política para ajudar no desenvolvimento moral e espiritual do novo
complexo europeu.
– A política é um setor. Não é o único. As almas também devem sua vida própria e momentos
de expandir-se. É necessário que a nova Europa obtenha este desenvolvimento possível e
livre.”
Na nota, representada pelo “(2)” na citação acima, dos tradutores que são identificados no
início do livro como Zoroastra, Arjunam e Herrmann Tolf temos:
“2 – Degrelle foi capaz, inclusive, de introduzir os primeiros capelães católicos nas Waffen
SS, com a aprovação de Henrich Himmler.”
38Windson Trevizoli
ATO I
Esta nota encontra se na página 40 e, segundo ela, houve aprovação de Himmler para a
introdução de capelães na Waffen SS mas, segundo a Joy Of Satan e o livro “Sol Negro
666”, Himmler era um “autêntico Satanista” – daqueles que perseguiam Cristãos.
Se o pequeno livro “Quem era Hitler?” serve como base para a Joy Of Satan se defender,
mesmo o livro não o fazendo, então podemos seguir um pouco mais baseados no mesmo.
Na página 25 temos uma visão de Hitler onde ele demonstra desapego religioso:
“Contrariamente a tudo o que se tenha dito, Hitler era moderado. Desde o ponto de vista
religioso, adotava posições bastante pessoais. Não suportava as intromissões políticas do
clero, o que não podia repreender.
O que era impressionante era a sua ideia sobre o futuro das religiões. Em sua opinião, era
inútil combatê-las, persegui-las; as descobertas científicas, esclarecendo os mistérios –
essenciais para a influência das igrejas –, a evolução rumo ao conforto, fazendo desaparecer
uma miséria que durante dois mil anos havia aproximado a Igreja de tantos seres
desgraçados; tudo isto, segundo ele, reduziria cada vez mais a influência das religiões.
“Ao cabo dos séculos – me dizia –, de três séculos, algumas se extinguirão, outras
experimentarão uma debilidade quase total”.
Há de se reconhecer que as crises que sofrem todas as religiões nos últimos anos, suas
adaptações doutrinais, suas desvalorizações disciplinares, seus rompimentos de anarquia,
não tiraram ao todo a razão de Hitler. Seu ponto de vista, sobre este aspecto inimaginável
até então pôde, talvez, ser visto como profético.”
Os membros da Joy Of Satan defendem suas ideias dizem que o Nazismo pregava a
erradicação da religião Cristã mas usam textos e livros de um General da Waffen SS – que
praticava a religião Católica na Alemanha Nazista – para se defenderem das acusações de
racismo. Se o Nazismo proibia o Cristianismo como Degrelle se converteu? E onde estão as
manifestações em nome do Satanismo no Terceiro Reich?
Estaria a Joy Of Satan alegando estar aberta ao ingresso de Católicos (se é que algum faz
questão) em seu front como seu cultuado Führer fez na Alemanha a cerca do Nacional
Socialismo? Certamente eles teriam a aprovação de Himmler.
39Windson Trevizoli
ATO I
“Em 4 de novembro de 1936, os nazistas ordenaram a remoção dos crucifixos das escolas
na área de Oldenburg, alegando que estas eram ‘símbolos de superstição’. Este pedido foi
rescindido somente após os nazistas terem sido confrontados com determinada oposição
local. Em seguida, no que se tornaria uma prática típica, apesar de terem eliminado a
proibição nazista destes ‘símbolos de superstição’, em dezembro de 1936, burocratas
nazistas simplesmente removeram crucifixos de qualquer maneira em Munsterland. Quando
os cristãos substituíram-nos em algumas escolas, eles foram presos pelos nazistas.”17
40Windson Trevizoli
ATO I
Como já afirmado antes, Hitler dizia que era inútil atacar as religiões pois, segundo ele, elas
cairiam conforme os avanços científicos fossem alcançados. A ideia de Erradicação do
Cristianismo vai contra a História da Segunda Guerra Mundial e também contra os princípios
ideológicos do líder Nazista. Hitler sempre foi tolerante a crenças religiosas de grupos aliados
a seu regime. Esse é o motivo pelo qual alguns grupos Cristãos foram perseguidos e outros
não.
41Windson Trevizoli
ATO I
Assinatura da Concordata entre o Vaticano e o Partido Nazista. Da esquerda para direita: Monsenhor Ludwig
Kaas, Vice-chanceler Von Papen, subsecretário Giuseppe Pizzardo, Secretário de Estado Eugenio Pacelli,
substituto Alfredo Ottaviani (futuro Cardeal), Ministro do Interior Rudolf Hermann Buttman, substituto Giovanni
Montini (futuro Papa Paulo VI). Fonte: (SPIEGEL, 2013, fig.1)19
19 Disponível em http://www.spiegel.de/einestages/80-jahre-reichskonkordat-pakt-zwischen-vatikan-und
42Windson Trevizoli
ATO I
A Joy Of Satan usa um texto do “Sol Negro 666” cujo o título é “O verdadeiro Nazismo é de
Satan” como mais um argumento de que Satanismo e Nazismo coexistem. Em afirmações
que começam a partir da página 249, depois de iniciarem o texto com alegações de que
Hitler era Satanista, são apresentados argumentos para sustentar um Nacional Socialismo
“Satânico”:
Mas é Satanista?
➢ “Comícios nazis quase sempre incluíram as fogueiras pagãs, juntamente com outros
símbolos pagãos.”
➢ “O mesmo foi com as SS, onde os Oficiais substituíram o clero cristão para a
realização de baptismos, casamentos e outras cerimônias.”
43Windson Trevizoli
ATO I
Este grupo foi perseguido por ter sido totalmente contra a política Nacional
Socialista20. Um dos motivos alegados pelos Nazistas para perseguir as Testemunhas
de Jeová é que esse grupo pregava a cura através da fé. (KING, 1982, p.215) Isto é algo
de extrema importância porque a Joy Of Satan também prega um Satanás real que faz
milagres. O conjunto de textos conhecidos como “Sermões Satânicos de 2010”
escritos pela Suma Sacerdotisa Maxine Dietrich afirmam isso.
“Embora alguns dos principais dirigentes do III Reich fossem hostis às nossas convicções
religiosas, devíamos conquistar posições da mesma forma que, antes de nós, o haviam feito
os crentes, tal como ocorreu no tempo de Bismarck, durante a República francesa de
Combes. Eles não haviam desertado de suas responsabilidades políticas sob alguns
regimes que, contudo, haviam expulsado aos religiosos de seus conventos ou imposto as
escolas laicas.”
O livro “Sol Negro 666” inicia a página 250 afirmando que Hitler agiu contra os Judeus e isso
não é cristão. Mas isso não o torna Satanista.
20
As Testemunhas de Jeová e o Regime Nazista: uma análise das causas ideológicas do conflito. Marco
Antônio Simões.
44Windson Trevizoli
ATO I
nenhuma pessoa que tenha se denominado Satanista antes da década de 60. Essa
evidência por si só já seria o suficiente para negar o status Satânico do terceiro Reich.
Degrelle contradiz a Joy Of Satan quando, em um de seus livros, fala sobre sua conversão
ao Cristianismo enquanto estava na Waffen SS. Temos também, nas palavras de Degrelle,
um Hitler contrário a religião organizada porém, nas páginas seguintes, como já citado, ele
demonstra tolerância quanto a crença Cristã dos seus soldados e diz que combatê-la era
inútil. Assim como foi com os Budistas Tibetanos e com os Muçulmanos Otomanos.
O Satanismo é incompatível com essa “visão ariana”, a qual eu comparo a uma cegueira,
justamente por esse ponto e todos os outros apresentados anteriormente. Hitler jamais foi
descrito por membros da Waffen SS como alguém que era Satanista e muito menos Himmler
foi associado a isso. Além do mais, não existe raça Ariana.
45Windson Trevizoli
ATO I
✓ O Nazismo pode ser considerado como uma ideia reacionária, afinal, o conceito de
superioridade racial, que já foi defendido por sociedades diversas, encontra-se
ultrapassado. É sensato entender que uma nação não tem o direito de escravizar
outra em nome de homogeneização política, étnica, religiosa ou por motivo algum.
Escravizar caracteriza desrespeito a individualidade. Não existe nenhuma e
evidência de uma raça Ariana. Não há nenhuma prova arqueológica para confirmar
tal raça.
21Geralmente referem-se a esse termo como o Hebraico onde Sha'itan significa Adversário, obstáculo ou
opositor. Mas o termo Satan também é encontrado sob diferentes significados como, por exemplo, na cultura
Yazid e Indiana.
46Windson Trevizoli
ATO I
A Joy Of Satan, obviamente, também anda na contramão. Não só quando venera ideias
ultrapassadas, mas quando quer atacar o Cristianismo diretamente. No conjunto de Sermões
da Sacerdotisa Maxine Dietrich de 2010, publicados no site da Joy Of Satan, há uma
pergunta sobre milagres Cristãos que é seguida de uma resposta curiosa na página 4:
“Pergunta:
Pergunta difícil: Se milagres cristãos, como quando Maria entrou na igreja um tempo atrás,
e outros milagres do cristianismo acontecem, então por que as pessoas estão me dizendo
que não há céu ou deus cristão, pois tem que haver alguma explicação para esses milagres?!
Resposta:
Algumas pessoas estão confusas sobre os chamados “milagres” que devem ter ouvido falar
ou, em casos raros, ter visto; do inimigo. Eu explico isso abaixo. Não há nada de espiritual
sobre o inimigo ou suas obras. Tudo do inimigo é falso, que é uma espiritualidade artificial.
***
Esta não é uma “pergunta difícil” para mim. Eu posso ver através da besteira do inimigo.
O meu ponto aqui é SIM, eu estou bem ciente de que o programa do cristianismo teve seus
chamados “milagres” e algumas orações respondidas, MAS há uma enorme diferença entre
o espectáculo 100% MATERIAL E ESPIRITUALMENTE INSIGNIFICANTE DO INIMIGO e a
consciência ESPIRITUAL VERDADEIRA, CURA INTERIOR, COMPREENSÃO E
CONTROLE DE NOSSOS PRÓPRIOS DESTINOS QUE NÓS CONSEGUIMOS ATRAVÉS
DE SATAN.”
47Windson Trevizoli
ATO I
É notável como esse grupo afirma a existência do deus Judaico/cristão a medida em que
alega que o Satan Judaico/cristão é uma invenção. Mas em alguns textos publicados em
blogs você os verá chamando o deus dos Judeus e Cristãos de “uma invenção do povo
Judeu”. Na verdade tudo é uma invenção. Desde Deus, Satanás como uma entidade, o
Nazismo “ Satânico”, a erradicação do Cristianismo na Alemanha Nazista e até a seriedade
desse grupo.
Nos Sermões da Sacerdotisa Maxine Dietrich de 2010, página 5, Satan é citado como um
ser que faz milagres:
“Houve muitas vezes em que eu não ouvi Satan ou qualquer dos Demônios por dias, mas
eles são responsáveis e sempre cientes das coisas. Houve uma situação extremamente
grave e potencialmente desastrosa que teria sido catastrófica para um ente querido.
Convoquei Satan urgentemente e mais uma vez, tive mais um de seus milagres. Nada
aconteceu para minha surpresa e espanto. Meu ente querido também ficou chocado e
sempre se lembrará disso e saberá que Satan é real. Isso foi muito pessoal, mas eu não
posso dizer o suficiente sobre como eu fiquei grátis a Satan (novamente e centenas de vezes
mais), e como Satan tratou desta situação que não foi nada menos que um total milagre. Eu
experimentei muitos de seus milagres.
O texto foi revisado afim de corrigir erros de grafia do idioma em questão 22 para melhor
compreensão dos fatos apresentados: Satanás como entidade fazendo milagres em nome
de um adorador da Cultura politeísta Celta.
Finalizando esta parte, gostaria de deixar algumas citações da Suma Sacerdotisa Maxine
Dietrich retiradas de seus sermões do ano de 2010. Este conteúdo demonstra uma crença
em intervenções alienígenas, além da lenda clássica do indivíduo pagão23 que conversa com
a entidade Satanás. Esse pensamento é herança da Igreja Católica antiga e será abordado
mais adiante. Este conteúdo está disponível no site da Joy Of Satan em português:
22 Texto escrito no idioma português de Portugal. Na versão em questão, não foi mencionado o nome do(a)
tradutor(a).
23 Palavra derivada do termo em Latim Pagus que significa: Vilarejo.
48Windson Trevizoli
ATO I
“A terra está localizada em um canto da Via Láctea e está fora do caminho, em contraste
com a maioria dos outros planetas habitados por seres inteligentes. Os cinzentos e outros
ETs são muito hábeis no que chamamos de “feitiços de bruxaria” e trabalhos da mente. Suas
bocas se atrofiaram porque não as usam, eles se comunicam telepaticamente.” – Pág. 14
“É meu entendimento que as famílias ET que eram avançadas muito além das capacidades
humanas vieram a este planeta há milhares de anos. A humanidade foi criada e por meio da
engenharia e modificação genética, avançou e eventualmente teve relações sexuais com
alguns dos Deuses. Isto resultou em uma guerra, aqueles que estão do lado da humanidade
e aqueles que desejam utilizar-nos para a alimentação psíquica e/ou nos destruir.” Pág. 18
49Windson Trevizoli
ATO I
Os primeiros mandantes do fenômeno eram muito céticos acerca da real existência dos
poderes sobrenaturais das bruxas e magos. O Cânone Episcopal, um documento
eclesiástico do século XIX, diz: ‘Não nos esqueçamos das mulheres desventuradas que
se ofereceram a Satanás, sessões de encantamento e fantasmas de origem diabólica,
afirmaram terem montado animais durante a noite junto à deusa pagã Diana e fizeram
isso com várias outras mulheres... Muitas se deixaram enganar por essas coisas e
acham que tudo é verdade, afastando-se da verdadeira fé [...] Mas quem pode ser tão
tolo a ponto de crer que tudo isso acontece [...] e corporalmente?'2
Enfim quem praticava bruxaria cometia um pegado grave, mas as artes mágicas em si não
representavam um perigo.”
Havia certo ceticismo a respeito das confissões que eram extraídas através de torturas.
Porém estas eram manifestações isoladas. Qualquer um, sob tortura, assumiria devoção a
24 Termo derivado do Grego Diabolos (Διαβολοσ) que, por sua vez, significa: Acusador.
50Windson Trevizoli
ATO I
Satanás (como entidade) como afirmou o jesuíta alemão Friedrich von Spee, em seu tratado
“Cautio Criminalis, seu de processibus contra sagas”, em 1631:
Esse ceticismo também foi expressado por Nicolau de Cusa, Bispo de Bressanone, no
julgamento de duas moças acusadas de Bruxaria. Na página 145 de “O Livro Negro Do
Cristianismo” os autores observam não só o ceticismo de Cusa mas também relembram
posturas iguais por parte de Urlich Müller, Samuel De Cassinis, Andréa Alciato, Johann
Weyer e Reginald Scott:
“Por sorte, não faltaram pessoas que se opuseram ao clima da época, como o filósofo e
matemático Nicolau de Cusa. Em 1457, ele julgou, na qualidade de bispo de Bressanone, o
caso de duas mulheres que haviam confessado ter sido transportadas a um sabá por uma
misteriosa mulher chamada Richella, após terem abandonado a fé cristã e terem visto
homens devorando crianças não batizadas. De Cusa encerrou o caso como se fosse um
sonho e condenou as mulheres a uma simples penitência. A crença na bruxaria, de acordo
com o raciocínio do bispo, alimentava nas pessoas o medo do diabo, a ponto de fazê-las
acreditar que este fosse mais poderoso que o próprio Deus. Em 1489, Urlich Müller declarou
que as bruxas não eram nada além de mulheres pobres dominadas por uma ilusão diabólica.
No início do século XVI, o frei Samuel De Cassinis chegou a acusar os inquisidores de
heresia, pois acreditavam nos sabás, e lutou para que os tribunais devolvessem aos
parentes das bruxas executadas os bens que haviam confiscado. O humanista Andréa
Alciato, em 1544, afirmou a inutilidade da perseguição às bruxas. Em 1553, o médico Johann
Weyer afirmou que as bruxas eram apenas pobres mulheres vítimas de alucinações. Por
causa dessa teoria, foi atacado violentamente pelos teólogos católicos e protestantes. Em
1594, Reginald Scot publicou um livro contra os excessos cometidos durante a caça às
bruxas. As cópias do volume foram queimadas por ordem do rei da Escócia.”
51Windson Trevizoli
ATO I
também guiada pelo machismo levando em consideração que as vítimas das punições eram
maioritariamente do sexo feminino. Sobre as aldeias afetadas o “Livro Negro Do Cristianismo”
afirma:
“As estimativas mais prudentes dão, para o período entre o final do século XIV e o final do
século XVII, um balanço que oscila entre 70 e 320 mil vítimas. Mas há quem fale de milhões
de mortos. A estes, acrescentem-se as pessoas mortas, talvez anos depois, em
consequência das torturas sofridas; as mortas de fome por causa do exílio ou por terem sido
isoladas da sociedade após serem "marcadas" como bruxas; e os familiares dos "hereges
bruxos", condenados à miséria em consequência do confisco dos bens. E sabe-se lá em
quantos povoados pequenos e isolados, após uma colheita ruim ou a morte de animais, os
próprios habitantes processaram e mataram "com as próprias mãos" uma suposta bruxa,
sem que tenhamos qualquer testemunho por escrito.” Pág. 147.
É impossível de se obter número precisos a respeito das mortes já que, em alguns casos,
os autos do processo eram queimados junto com as vítimas. O pensamento de que
Paganismo consiste em culto a Satanás (como entidade) é uma superstição Católica antiga
que ainda não foi ultrapassada pelos Neonazistas da Joy Of Satan.
52Windson Trevizoli
ATO I
53Windson Trevizoli
ATO I
Esclarecendo intensões
A intenção aqui não é abordar a metodologia do Nazismo Esotérico da O.9.A mas sim alertar
para o uso indevido do termo Satanismo como meio de identidade do grupo.
A O.9.A afirma não ser de cunho político mesmo havendo um ritual exaltando o Nacional
Socialismo em um de seus livros, além de alegar que Nazismo e Fascismo são as únicas
políticas capazes de trazer mudanças significativas para uma sociedade, fazendo discurso
apologético ao abate sistemático de indivíduos25 O fato de existir apologia a uma política
totalitária e racista, claramente expressa em uma cerimônia, deixa evidente o afastamento
daquilo que o Satanismo originalmente propõe – Independência através da razão, do
autoconhecimento e do questionamento. Isso vai contra a linha de pensamento Nazista pois
ela exige obediência e intervenção do estado em todas as áreas dos indivíduos pertencentes
a nação coibindo então o desenvolvimento de grupos que defendem ideias diferentes –
características de crime político em um estado totalitário. Um grupo que afirma não ser de
cunho político não estaria sendo muito honesto a seu discurso caso incorporasse em suas
cerimônias devoção a partidos políticos e seus líderes – Nazismo e Adolf Hitler,
respectivamente.
Ainda que a Ordem se afirme como uma filosofia sinistra é necessário muito mais que isso
para uma identificação com a filosofia de vida Satânica. É necessário que se prove a
compatibilidade de uma ideologia que defende a liberdade individual com uma política que
alega lutar contra o direito do “não ariano viver”. Aliás, existe realmente uma raça Ariana?
As evidências dizem que não.
25 “Em resumo, o aumento dos mundanos é a constante involução dos seres humanos. Não é de admirar que
algumas das pessoas com bom gosto - alguns indivíduos dos últimos dias de caráter nobre, da criação – desenvolveu,
congratulou-se, e defendeu um retorno a formas mais antigas, mais aristocráticos, evidente, por
exemplo, tanto o fascismo e nacional-socialismo.” Classic O.9.A Texts. Concerning Culling As Art. The Rise Of Plebeian.
O.9.A. 2011.
54Windson Trevizoli
ATO I
A O.9.A, a cerca de uns 12 anos, permitiu a circulação do “Livro Negro de Satan” virtualmente.
O livro, traduzido para o idioma Português/Brasil por Diabolos Shugara, apresenta uma
compilação ritualística designada a organização e direção de templos. Inicialmente, no ano
de 2007, o livro era encontrado para download em um blog chamado Morgom Astaroth.
Mas o assunto principal aqui entra em destaque a partir da página 68 em um ritual conhecido
como Missa da Heresia. Segundo o livro, esse ritual tem como objetivo desafiar as crenças
da história contemporânea. E de fato é o que ocorre, afinal, o holocausto Judeu é claramente
negado no ritual. É afirmado que o holocausto é uma mentira para que os arianos sejam
marginalizados e trancados em cadeias.
Este é o ritual na forma como foi publicado na versão traduzida por Diabolos Shugara a partir
da página 68:
Participantes:
Preparações do Templo:
Altar coberto por um tecido vermelho o qual é tecido um pentagrama invertido dourado. Velas
pretas e incenso de Marte para ser usado. Atrás do altar tem uma grande bandeira com
suástica: suástica preta sobre circulo branco e contra um fundo vermelho. Cálices prateados
contendo vinho forte; tetraedro de cristal e um pequeno sino sobre o altar.
A Meta:
A meta dessa Missa é a) desafiar crenças aceitas sobre a história recente; b) provocar
discordância e encorajar desafio Prometheano – particularmente dentro da psique do
individuo; c) encorajar forças sombrias. Deve ser notado que a performance dessa Missa é
ilegal em muitos paises Ocidentais – e aceitação dessas opiniões torna o individuo sujeito a
55Windson Trevizoli
ATO I
A Missa:
Senhora:
Revelador da Escuridão:
Congregação:
Mestre:
Nós cremos.
Congregação:
Adolf Hitler foi mandado por nossos deuses para nos guiar para a grandeza.
Nós cremos na desigualdade das raças e no direito do Ariano de viver de acordo com as
leis do povo.
Nós reconhecemos que a história do holocausto é uma mentira para manter nossa
raça em cadeias e expressa nosso desejo de ver a verdade revelada.
Nós cremos na justiça por nossos camaradas oprimidos e procuramos um fim para a
perseguição mundial aos Nacional-Socialistas.
Nós cremos na magicka de nosso wyrd e amaldiçoamos todos que se opõe a nós.
Nós expressamos nosso orgulho nas grandes façanhas de nossa raça e não
cessaremos em nos esforçar desde que nós cremos que o destino de nossa nobre
raça Ariana fica entre as estrelas!
Senhora:
Vamos relembrar em silencio nossos camaradas que deram suas vidas antes, durante
e após a Guerra Santa.
56Windson Trevizoli
ATO I
(O Mestre toca o sino duas vezes. O silencio o qual segue é quebrado pelo Mestre tocando
o sino mais uma vez quando todos os presentes dão uma breve saudação hitleriana).
Senhora:
Que tem ousado desafiar os dogmas que agora seguram nosso povo em cadeias!
(O Mestre agora vibra ‘Agios o Falcifer’, em pé, encarando o altar com suas mãos sobre os
cálices. Durante isso, a Senhora beija cada membro da congregação dizendo: ‘Honra seja
tua’, vai para o altar e pega um cálice).
Senhora:
Por nosso amor de vida nós temos essa bebida: Ela se tornará um presente para nós de
nossos deuses!
(A Senhora ergue o cálice, se vira e recoloca-o sobre o altar, passa suas mãos sobre os
cáliceso quietamente: ‘Oriens splendour lucis aeternae et sol justitiae – veni et illumina
sedentes in tenebris et umbra mortis’. Ela então vai para o Mestre que beija ela e mantem
suas mãos estendidas em direção da congregação).
Mestre:
In fedei diluculo
Observe o sinal do sol e a bandeira dele que foi escolhida por nossos deuses!
Louvado és tu pelo desafiador: Através de sua coragem nós temos a força para
sonhar!
57Windson Trevizoli
ATO I
(O Guardião da um paço a frente, ergue seu braço direito em uma saudação Hitleriana)
Guardião:
Hail Hitler!
Mestre:
(A Senhora da o cálice que ela esta segurando para o Guardião que o seca, o segura de
cabeça para baixo para mostrar para a congregação e coloca o cálice vazio sobre o altar.
Quando todos tiverem bebido, o Mestre vibra o ‘Agios o Falcifer’ enquanto a Senhora se vira
para a congregação.)
Senhora:
Crer é fácil,
Desafiar é difícil – Mas o mais difícil de tudo é morrer lutando por uma causa nobre.
Vão agora, e se lembrem então que nós poucos que sobrevivemos podemos nos reunir outra
vez em segredo no tempo apontado para revocar a grandeza prometida a nós por nossos
deuses!
Nota:
O altar pode conter, no começo da Missa, uma cópia do ‘Mein Kampf’ e uma fotografia
em moldura do Líder.”
Um ritual que se encontra em um livro ritualístico de determinada ordem está, com toda
certeza, ligado a filosofia da mesma. A O.9.A afirma que questões políticas são
58Windson Trevizoli
ATO I
59Windson Trevizoli
ATO I
Year Fayen
Um outro ponto que liga a ordem ao pensamento Nazista é o sistema de contagem de ano.
A ordem utiliza o termo “Year Fayen” e, segundo a mesma, o termo significa “ano de
regozijo”. Em um texto chamado “Fayen” a ordem alega que este termo é de origem
Saxônica e em alguns manuscritos medievais significava derramamento de sangue,
sacrifício.
A O.9.A usa o ano de 1889 como o “Ano Um”, ou seja, algo ocorrido naquela época seria
apresentado como ocorrido em “1 Y.F”. No caso de ser em 2018, teríamos: 129 Y.F. Mas
qual a razão do ano 1889 E.V (Era Vulgaris) ser considerado o “Ano Um”?
“Então 'ano de fayen' significa 'ano de regozijo', com o primeiro 'ano de regozijo' sendo 1889.
Por quê? Porque isso data o nascimento da pessoa que se considerava apenas o precursor
de Vindex / Kalki 26 e que assim, por suas realizações (como a Waffen SS), preparou o
caminho para “o contra o Tempo” e qual “um contra o Tempo” através do derramamento de
sangue, através do sacrifício, cria o novo império, que assim presencia um novo Aeon, e que
vingou a derrota de 1945. ” (Fayen, O.9.A)
A Ordem usa o Nascimento de Hitler como referência para formulação de seu próprio
calendário e trata o derramamento de sangue causado como a chave para a criação de um
novo império. Curiosamente esse império é representado por um grupo propagador de ideias
refutadas pela Filologia, Biologia, Antropologia, História, Psicologia analítica (caso do
Septenário Jogo Estelar que será abordado algumas páginas a seguir) e Arqueologia. É um
império baseado em superstições e negacionismo históricos. Portanto, não restam dúvidas
que o pensamento Neonazista está ligado a filosofia geral da ordem não somente por ela
permitir que seus membros sejam Nacionais Socialistas mas como ter em seu sistema
religioso referências à política Nacional Socialista e seu líder, Adolf Hitler.
26Kalki no Hinduísmo representa o fim de uma era. Quando o Kalki encarna ele o faz para determinar o fim
do Kali Yuga, uma era que representa a degradação humana e o fim da busca pela verdadeira espiritualidade.
No texto “Year Fayen” é extremamente clara a relação de Kalki a Adolf Hitler. Foi no ano de 1889 que o ditador
nasceu e o mesmo foi responsável pelo derramamento de sangue de inúmeras famílias Judias, Polacas,
Ciganas ou de qualquer grupo que fosse opositor ao governo Nazista.
60Windson Trevizoli
ATO I
Há variação para o significado sendo “Year Of Fire”, ou seja, Ano de fogo. Alguns grupos
inspirados pelo Reichsfolk (grupo Nacional Socialista que pertencia a David Myatt) utilizavam
yf para representar o “Ano do Führer” ou “Year Of Führer”. 27
27Hebdomadry - Caminho Exático da Ordem dos Nove Ângulos. Apêndice: Notas sobre o Calendário Esotérico.
Richard Stirling. Pág. 17.
61Windson Trevizoli
ATO I
A O.9.A possui um artigo que circula em um de seus blogs da internet visando esclarecer,
de forma resumida, o que a Ordem é28. Em um trecho temos:
“Não é também Nazista. Na verdade não é política, seus membros podendo adotar como
visão aquela que bem desejar, não sendo de responsabilidade da ONA – Isso inclui o
Nazismo.”
Não é Nazista mas possui um ritual alegando que Hitler foi um enviado dos deuses. Não é
Nazista mas defende a desigualdade das raças limitando o Satanismo a um espaço de
sujeitos que fazem um ritual cujo “Mein Kampf” está em destaque no altar juntamente com
a bandeira do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. O que leva um grupo
que pratica um ritual apologético ao Nacional Socialismo não ser Nazista? Não faz sentido
essa negação. Não é Nazista mas trata Adolf Hitler como uma encarnação do Kalki
representando o fim de uma suposta era de degradação. Na verdade, Hitler elevou a era de
degradação dando ênfase e validando crenças pseudo históricas baseadas em uma raça
que nunca existiu.
A Ordem dos Nove Ângulos demonstra uma tentativa de desvincular o Nazismo de seu
campo filosófico tentando atribuir o Nacional Socialismo a uma escolha pessoal do adepto.
A apologia Nazista está presente em um livro cerimonial de grupo o que, nesse caso, torna
a ordem responsável por essa propaganda.
O argumento de que a O.9.A não é racista aparece logo em seguida como se não existisse
o ritual pró Nazismo já exposto nas páginas anteriores:
“Não é Racista, pois todos, de todas as raças e credos anteriores podem ter a oportunidade
de se relacionar com o caminho proposto. No entanto a visão judaico-cristã é totalmente
dispensável para a ordem e por muitas vezes condenada.”.
28Ordem dos Nove Ângulos: Um breve resumo – Origens e ideais. (Azi Dahaka) Disponível em:
https://www.google.com/amp/s/mysterivmbrazilian.wordpress.com/2014/02/26/ona-ordem-dos-9-angulos-um-breve-
resumo/amp/
62Windson Trevizoli
ATO I
“Nós cremos na desigualdade das raças.” (O livro Negro de “Satan”– pág. 69)
Não há possibilidade de um grupo não racista permitir manifestações racistas em seu meio
nem sob o argumento de ser “um grupo que respeita a liberdade do indivíduo”. Não faz o
menor sentido usar a liberdade individual como pretexto para permitir manifestações que
ferem a liberdade de pessoas que supostamente são de uma dita raça inferior. O Nazismo
é uma política anti-individualista. Neste grupo, chegamos a concluir que o adepto faz o que
bem entende e que Satanismo é tolerante a pensamentos de rebanho.
Na verdade a O.9.A é um culto Neopagão que defende a supremacia de uma suposta raça.
Sua maior queixa é a que, segundo eles, as pessoas não procuram se aprofundar em seu
'Caminho Septenário' – especialmente no Septenário Jogo Estelar (com notáveis mutilações
da Teoria dos Tipos Psicológicos de Carl Gustav Jung – e que promete fazer mudanças
alquímicas na psique do indivíduo).
O fato aqui é que o termo Satanismo tem sido uma ótima ferramenta para este grupo fazer
Marketing. A medida em que se declaram Satanistas disparam sua propaganda Nazista e
posteriormente negam que seguir o Nacional Socialismo seja uma obrigatoriedade. Essa é
a boa e velha forma de “tentar agradar a todo mundo”.
“Também NÃO É atualmente uma ordem satanista, tendo em vista que aquilo que se
denomina “Satanismo” atualmente não corresponde mais as essências da ordem, nem a
seus objetivos. No entanto ela ainda é Satanista por considerar Satan uma emanação do
Caos e um dos Deuses Negros (e sim, é paradoxal).”
Sobre as alegações em artigos de que seus críticos não entenderam ou nunca estudaram o
Caminho Septenário29 corretamente: Muitos grupos e religiões – especialmente as vertentes
29“Physis é dividida em sete estágios e estes sete estágios podem ser considerados como a representação de
vários graus de insight alcançado. Em termos de magicka tradicional, os estágios representam Iniciação,
Segundo Grau de Iniciação, Adepto Externo, Adepto Interno, Mestre/Senhora (ou Sacerdote /Sacerdotisa),
Magnus e Imortal.” ( Naos: Um guia prático para Magicka moderna – Pág. 8)
63Windson Trevizoli
ATO I
64Windson Trevizoli
ATO I
Em um artigo intitulado “Entendendo errado a Ordem dos Nove Ângulos” temos a alegação
de que há relutância dos críticos em conhecer a metodologia da O.9.A. A ordem acusa seus
críticos de estarem apenas interessados em usar o argumento da propaganda Nazista
disseminada entre seus adeptos, como se isso não fosse o suficiente para invalidar sua
filosofia como Satanismo – como se não fosse base de sua filosofia, exatamente na forma
como aparece no Livro Negro. A tática que a O.9.A usa para se esquivar dos críticos baseia
se em alegar que há uma resistência em discutir o caminho Septenário, os códigos de honra,
os cantos esotéricos e toda a filosofia da O.9.A. Mas o que está em discussão aqui é o
Pseudo Satanismo e não o Neopaganismo que a ordem pratica em seu caminho Septenário.
A O.9.A julga se Satanista por ver Satan, em seu culto Neopagão, como uma emanação do
caos, um deus Sombrio e pelo culto ao indivíduo – se for ariano. Porém, linhas depois a
própria nega ser Satanismo sob a alegação de que o Satanismo, hoje em dia, não defende
os mesmos valores que a ordem.
A única coisa positiva que a O.9.A tem feito é a de nos lembrar que, por mais que as
evidências existam, sempre haverão pessoas dispostas a promoverem as coisas mais
absurdas que se possa imaginar. Inclusive o negacionismo de um dos maiores genocídios
da história humana.
Os artigos com uma melhor elaboração são frutos dos trabalhos de David Myatt – indivíduo
o qual nenhum fato pôde sustentar como sendo membro da O.9.A. Myatt afirma ter
influenciado indiretamente ou ter sido plagiado, mas que nunca teve ligações diretas com a
ordem. Ou seja, a ordem, em sua essência, não fez nada de relevante.
65Windson Trevizoli
ATO I
retrógrado basta lembrar-se do trecho do texto feito pelo Ação Nacional Socialista chamado
“Entendendo o Nacional Socialismo” citado na página 46 deste Ato I. O abate sistemático de
indivíduos para impor uma ideologia foi protagonizado por diversos outros líderes como:
Stalin, Mussolini, Constantino e a Igreja Romana primitiva. Esta metodologia é o elo de
ligação entre a O.9.A e todos os seguidores destes líderes e instituições.
Toda e qualquer leitura sobre os manuscritos da Ordem apenas nos fazem concluir que a
mesma seja um grupo de Nazismo Esotérico. A ordem se distancia do Satanismo por
defender uma política anti-individualista e que acredita em uma Raça Ariana, mesmo que
esta teoria já tenha sido refutada pela ciência.
A O.9.A por si só afasta qualquer chance de ser levada à âmbito Satânico ao apresentar
conceitos baseados em Neopaganismo e os trata como se fossem fragmentos de uma
verdade universal. Ela implode quando nega a história, faz propaganda política ditatorial,
mutila a teoria dos Tipos Psicológicos e substitui uma parte por esoterismo. Ainda que pareça
presunção, a O.9.A intitula se ferramenta fundamental de transformação social:
“3)Ajudar, encorajar e trazer por meios práticos e esotéricos (como feitiçaria negra) a quebra
e derrota das sociedades existentes, substituindo as tiranias das Nações-Estados – e seus
governos impessoais – pelas nossas sociedades tribais.”30
Como um grupo pode ser capaz de liderar um sociedade defendendo ideais que foram
refutados pela ciência? Como um grupo pode governar uma sociedade se o mesmo acredita
apenas no direito de uma raça fictícia viver? Hitler falhou e a O.9.A nunca trouxe nenhuma
mudança significativa para a sociedade.
30
ONA – Perguntas frequentes. Kthunae Vindex. Disponível em:
https://mysterivmbrazilian.wordpress.com/2014/02/26/ona-perguntas-frequentes/
66Windson Trevizoli
ATO I
Como já dito antes, a intenção aqui não é abordar a metodologia do esoterismo Neopagão
da O.9.A mas sim alertar para o uso indevido do termo Satanismo como meio de identidade
do grupo. Mas devido a um significativo número de alegações de que os críticos não estudam
seu caminho Septenário deixarei aqui uma breve análise do Septenário Jogo Estelar.
Segundo a Própria O.9.A, o Septenário Jogo Estelar foi desenvolvido inspirado no Xadrez e
possui peças que representam os Tipos Psicológicos de Carl Gustav Jung. Este jogo foi
desenvolvido por David Myatt em meados dos anos 7031. Os tipos psicológicos são, por sua
vez, representados por combinações de símbolos alquímicos que, na alquimia, representam
o Sal, Mercúrio e Enxofre. O jogo é complexo, chamativo e intuitivo. As peças brancas
representam o plano Causal e as pretas representam o plano Acausal. O iniciado pode então,
com os 7 tabuleiros que integram o jogo e que possuem nome de estrelas (representam os
7 caminhos Septenários), representar o perfil psicológico de alguma pessoa e iniciar um
trabalho Magicko interno ou externo.
O equívoco é que a O.9.A32 não apresenta todos os perfis psicológicos definidos por Jung.
Depois apresentarei a justificativa para tal decisão. Antes, farei uma abordagem mais
simples e, posteriormente, nos aprofundaremos afim de refutar a justificativa.
Detalhes do jogo:
31MYATT, David. Uma Questão de Honra. Pág. 07. 5 de Março de 2012. Revisado em Dezembro de 2012.
32Até o momento não foi confirmado se houveram adaptações ao jogo ou se ele é utilizado na forma original
– como concebida por David Myatt. A teoria dos tipos psicológicos no jogo são exatamente como dadas no
manuscrito “Emanações de Urânia”, também de autoria de Myatt.
67Windson Trevizoli
ATO I
68Windson Trevizoli
ATO I
Em primeiro lugar – sobre os tipos serem íntimos – está idéia é uma grande falácia. Cada
tipo psicológico possui características diferentes. Cada um reage de uma maneira em
relação ao objeto observado pelo indivíduo. E todo indivíduo apresenta em seu
comportamento todos os tipos psicológicos porém, existe aquele que se destaca
apresentando se de forma mais acentuada.
O tipos Sensação (Sensitivo) percebe o mundo através dos órgãos dos sentidos. Sendo
assim, é métrico e detalhista sabendo descrever bem suas lembranças e sonhos . Os
indivíduos com essa função sendo dominante dão valor ao aqui e agora. São práticos e
realistas. A Sensação é irracional, afinal, ninguém racionaliza quando está comendo seu
prato favorito. É uma função lunar, ou seja, inconsciente. Não há esforço por parte do
indivíduo para que ela seja acessada. Ela simplesmente acontece.
“A Sensação corresponde à totalidade das percepções de fatos externos que nos chegam
através dos sentidos; a Sensação nos dirá que alguma coisa é (existe)... o Pensamento, dá
69Windson Trevizoli
ATO I
o nome a esta coisa e agrega-lhe um conceito... o Sentimento nos informa o valor das coisas,
nos diz se elas nos agradam ou não, constituindo uma avaliação e não uma emoção. A
quarta e última função está ligada ao conceito do tempo que equivale a um passado e a um
futuro - conhecemos o passado, mas o futuro dependerá de um palpite que é a Intuição.”
Zacharias (1994: 100 )
“A Sensação diz que alguma coisa é; o Pensamento exprime o que ela é; o Sentimento
expressa-lhe o valor; e a Intuição é o que complementa a visão do mundo pois aventa sobre
suas possibilidades.” Casado (1993 : 38)
Houve uma distorção de uma teoria a fim de atender uma adaptação esotérica que visasse
os desejos pessoais de um grupo. Esse grupo qualifica está interpretação como um item
importante de uma ferramenta revolucionária e verdadeiramente Satânica. Muito presunçoso.
Essa interpretação dos tipos Sensação e Sentimento evidencia que, no jogo, há uma enorme
deficiência em montar um perfil psicológico de um indivíduo pois, segundo Jung, um
indivíduo apresenta um pouco de todos os perfis psicológicos em sua personalidade mas
terá sempre um que é dominante. O jogo seria incapaz de, detalhadamente, traçar um perfil
de um indivíduo Sensitivo mesmo que esse seja um perfil psicológico terciário pois o jogo o
descarta.
70Windson Trevizoli
ATO I
A ordem é muito conhecida por marginalizar grupos opostos a ela seguindo a velha alegação
de que Satanismo baseia se no Caminho Septenário. Ou seja: A eles pertence a verdade –
mesmo que seja um grupo confuso e que atualmente vive uma grande crise de identidade
alegando ser/não ser Satanista.
“Em vez disso, você encontrará satanistas do tipo Levey na prisão: os machistas egoístas
que "não se importam com ninguém", que vivem em uma "selva" moderna e artificial, que
pregam e praticam lex talionis e 'might is right'; que realmente tem entregado e dado livre
reinado aos seus desejos e / ou à sua ganância; que realmente é "apenas outro animal"; que
se entregaram aos "sete pecados capitais"; que acredita que "a compaixão é o vício dos reis"
e que realmente tentou "derrotar os miseráveis e os fracos". Decompondo Levey e Aquino:
O Satanismo Polêmico da O.N.A. Howard Stanton Levey. Pág. 05. Haereticus. 127 yf – 2015
E.V.
Um grupo que faz propaganda Nazista, defende o abate de fracos e doentes, prega a morte
de um membro caso ele resolva não mais ser sacrificado voluntariamente 36 , que prega
destruição e morte de inimigos possui o direito rotular outras pessoas de criminosas?
36“Seo escolhido em qualquer tempo faltar em estar atento ao seu voto por fugir e se esconder dos membros
do Templo, ele será colocado sob uma maldição de morte por todos do templo da Ordem, templos afins e
Ordens, e o Guardião do seu Templo mandado procurar ele e terminar sem aviso com a sua existência. O
Guardião não descansará até a tarefa estar completa, e a Senhora pode apontar outros Guardiões também
para ajudar nisso se ela então desejar.” (A Cerimônia Revocatória ; Conclusão Sacrifical.” – O livro Negro de
Satan Parte I, II e III; Pág. 83.)
71Windson Trevizoli
ATO I
Talvez, não aceitar a própria condição seja uma forte comprovação da crise de identidade já
anunciada pela ordem como expresso em um trecho do texto “Perguntas frequentes” no blog
Mysterivmbrazilian.wordpress.com:
“Além disso a ONA existe/não existe, nunca existiu e está/não está morta, é/não é uma lenda
urbana, assim como somos/não somos uma entidade negra confusa, satânica e
labiríntica. Através de décadas somente alguns poucos da ONA – querendo ou não –
assumiram um “perfil público” e passaram a ser conhecidos por sua relação (alegada ou
presumida ou confirmada) a nós. Um ou dois destes “associados conhecidos” podem ter sido
treinados pelo próprio “Anton Long” – assim como Anton Long pode ser ou não (ou ter sido)
uma pessoa ou várias pessoas.”
Alguns preferem rodear e criar “enigmas” do tipo sou/não sou – tente adivinhar. Essa é uma
maneira de fugir da real lógica que, quando emerge, distância a ordem do Satanismo e a
coloca em seu devido lugar que é o de um mero culto Neopagão de apologia Nazista. É uma
estratégia para dar uma roupagem “misteriosa” ao discurso. Afirmar ser/não ser é uma
maneira de confundir.
72Windson Trevizoli
ATO I
Muitas publicações como, por exemplo, o trabalho de pós graduação de Senholt “Esoterismo
Político e a Convergência do Islamismo Radical, Satanismo e Nazismo na Ordem dos Nove
Ângulos” sustentam que Anton Long e David Myatt são a mesma pessoa. A justificativa é
utilizada sob os argumentos de que a O.9.A utiliza textos de Myatt como “Emanacões de
Urânia” e “Vindex: O Destino do Ocidente”; utiliza o “Septenário Jogo Estelar” e que utiliza o
mesmo método de datação chamado de “Year Fayen”.
Segundo Myatt, o que houve foi influência, reprodução ou plágio. Ele alega em “Uma
Questão de Honra” que possuía muitos amigos envolvidos com ocultismo e que pode ter
influenciado algumas pessoas. Mas ele nega qualquer relação direta com a O.9.A:
“Como um dos primeiros defensores do copyleft, eu nunca fui incomodado por plágio ou por
outros usando e adaptando minhas ideias e minha "invenções", como "O Septenário Jogo
Estelar". Assim, há uso e adaptação por outros e, possivelmente, plágio, mas nenhuma
prova de ligação direta. “Uma Questão de Honra. David Myatt. 2012. Pág. 7-9.
A O.9.A, em algumas publicações, deixa a entender que Myatt é Anton Long e o coloca como
pessoa fundamental para o funcionamento da ordem. Mas o propósito da afirmação é
evidenciar que Myatt – como Anton Long – escreveu e que existem outros Satanistas que
escrevem e também usam esse pseudônimo. Em “Decompondo Levey e Aquino: O
Satanismo Polêmico da Ordem dos Nove Ângulos” é dito o seguinte:
“Myatt - como Anton Long - assim escreve e prega a partir de experiências pessoais? Sim.
De fato, a O9A - e seu satanismo - reflete o extremo, o experiencial, o faustiano, o "sinistro-
numinoso", a vida de rua, a vida de Myatt, uma vez que - como alguém escreveu
recentemente - "a vida estranha de Myatt é suficiente para ilustrar o que é um ocultismo
moderno, dedicado e moderno busca por conhecimento e sabedoria é tudo sobre e envolve.
Ele é um exemplo do que o [O9A's] Caminho Septenário significa e implica na vida real […]
A vida de Myatt dá credibilidade ao O9A: à sua filosofia esotérica, seus logotipos, e sua
'sinistra tradição / sinistra subversão', e suas três práxis." Decompondo Levey e Aquilo: O
Satanismo Polêmico da Ordem dos Nove Ângulos. Anton Lavey e Anton Long: Um estudo
de Satanismo Moderno. 2016. Pág. 16 – 17.
73Windson Trevizoli
ATO I
Myatt nunca disse que desenvolveu ensaios usando o pseudônimo Anton Long. Com base
nisso podemos concluir que, de fato, David Myatt teve uma grande influência no
desenvolvimento na O.9.A, mas de forma indireta. A Ordem alega no texto acima que Myatt
escreve se passando por Anton Long mas ele nunca concordou com isso. Mesmo que
houvesse ligação entre Myatt e a O.9.A, por questões Nacionais Socialistas, o mesmo
alegou que desaprovou a visão de terceiros a respeito de seus trabalhos37. Então ele admite
que houve influência – que amigos fizeram uso e adaptação de suas ideias – e não há
surpresa nisso.
Existem muitos fatos para se acreditar que Myatt influenciou e ainda influencia a O.9.A com
seus ensaios – dos quais ele declara rejeição. Mas alegar que ele foi um Satanista é algo
totalmente equivocado. Primeiramente, em seu passado ele foi Nacional Socialista,
Muçulmano e hoje defende uma filosofia da Mão Direita. Ideologias totalmente em desacordo
com a filosofia de vida Satânica. Ele foi tudo, menos um Satanista. Myatt sempre assumiu
seu envolvimento com grupos extremistas ao longo de sua vida e evidenciou bem isso em
“Entendendo e Rejeitando o Extremismo: Uma Peregrinação Muito Estranha”. Sendo assim,
por qual motivo ele negaria envolvimento com a O.9.A? Os fatos não conseguem sustentar
a afirmação de que Myatt e Anton Long são a mesma pessoa.
74Windson Trevizoli
ATO I
Conclusão do Ato I
A O.9.A nega ser Nazista mesmo que isso não faça sentido enquanto que a Joy Of Satan
afirma ser de forma categórica – ainda que cometa o tropeço de dizer se não racista. Estas
atitudes evidenciam um pensamento limitado e deficiente: O Satanista é branco, ariano e
precisa de um líder que pense por todos.
A lógica que de que um grupo, por não ser político, não interfere em manifestações
neonazistas de um membro não fazem sentido, afinal, o Nazismo é o oposto do Satanismo.
Um defende a liberdade individual enquanto o outro defende o total poder do Estado sobre
o indivíduo caracterizando como crime pensamentos opositores. Durante a gestão Nazista
na Alemanha houve uma noite de expurgos com base em rumores de oposição no partido.
Essa noite ficou conhecida como “A Noite dos Longos Punhais” – um episódio que
demonstra violação de liberdade individual. É proibido defender ideais que não estão de
acordo com o poder vigente.
A O.9.A e a J.O.S não só permitem o ingresso de membros nacionais socialistas como fazem
propaganda desta política caracterizando então o Nazismo como uma das bases
fundamentais de suas filosofias.
A Joy Of Satan resume-se em acreditar que Sha’itan é um ser real e defensor do Nacional
Socialismo. O deus que defende Hitler mas que é contra a Hegemonia política e social
propagada por Stalin. Não é segredo toda a aversão das ovelhas de Hitler quanto a política
de Stalin. Esse grupo ataca Stalin porque ele manobrou um golpe duro contra os
camponeses Ucranianos em nome de uma Homogeneização na URSS. Mas não adianta
afirmar o Holodomor e negar o holocausto Judeu. Hitler e Stalin defendiam hegemonias e
mataram em nome delas. Existem mais livros falando sobre o Nazismo do que sobre o
75Windson Trevizoli
ATO I
Holodomor mas ambas as histórias são reais – ainda sim esses grupos negam o Holocausto
Judeu. A quem esses grupos Neonazistas querem ludibriar? Não é Satânico abraçar um
ideal onde o indivíduo deve diluir todo seu conceito em um estado totalitário. Um Satanista
não afirma a existência do deus Judaico/Cristão e muito menos acredita que este deus faz
milagres, como afirmou Maxine Dietrich em seus sermões nada Satânicos de 2010. Satan é
um arquétipo e Deus é uma mentira. Não existem fontes, dados históricos, noticiários e
nenhuma prova de que o Holocausto Judeu seja uma farsa. As fontes citadas pela Joy Of
Satan, quando não se contradizem e desafiam dados históricos, contradizem as afirmações
dela mesma. Aliás, o grupo em questão cita fontes e, após abrir parêntese, afirma: “Este
livro apresenta uma grande quantidade de calúnias” – fecha parêntese. Isso pode ser
conferido no livro “Sol Negro 666” nas referências escritas na página 251. Estas referências
são sobre citações que aparecem na página 249 e foram retiradas dos livros “Himmler” por
Peter Padfield © 1991 e “Himmler's Crusade: The Nazi Expedition to Find the Origins of the
Aryan Race”, por Christopher Hale 2003; edição de 2006.
Isso evidencia a carência de referências que defendem os conceitos que a Joy Of Satan
carrega consigo. Qualquer livro que fale sobre as verdades da Segunda Guerra Mundial será
chamado de calunioso por esse grupo.
A O.9.A. não citou fontes em seu livro Negro mas faz clara propaganda ao Nacional
Socialismo empurrando uma visão de um Satanista que não é emancipado e vive preso a
um Führer. Não há nada que a ordem possa fazer pra negar isso – mesmo que ela insista
em negar.
Lembre se que, ao passo em que esses grupos defendem o Nazismo, se colocam lado a
lado com grupos que defendem radicais Islâmicos e radicais que abraçam Holodomor como
algo necessário para a industrialização da URSS. Quem defende o Nazismo defende
Homogeneização política, social e racial. Um grupo conivente a manifestação Nacional
Socialista é, por consequência, Nacional Socialista.
❖ Pseudociência;
❖ Pseudo-história – negacionismo do Holocausto e teorias de conspiração Judaica com
base no livro: “Protocolo dos Sábios de Sião”;
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ATO I
❖ Fanatismo religioso;
❖ Neopaganismo;
❖ Crença em uma “raça” ariana;
❖ Superstição Cristãs da idade média;
Esses grupos, dentre tantas atitudes retrógradas, resgatam pensamentos Cristãos da idade
média considerados ultrapassados e que foram, por muitos líderes da época, tratados como
superstições – inexistentes ou inofensivos.
38 Exemplo: Hóstias. “ Uma chapa de metal é colocada à parte para as hóstias do ritual. Estas devem ser
obtidas de um lugar de adoração do Nazareno – mas se isso não é possível, são feitas pela Sacerdotisa
imitações delas (hóstias sem fermento).” O Livro Negro de Satan Parte I, II e III: Missa Negra – Pág. 9.
39 Exemplo: Milagres. Sermões de 2010 da Suma Sacerdotisa Maxine Dietrich: Satan já deixou seus
discípulos? – Pág. 5.
77Windson Trevizoli
ATO I
Quando alguém ou um grupo intitular se Satanista analise bem todos os aspectos que
compõem sua filosofia. Dizer-se algo é bem diferente de ser.
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ATO I
Apêndice
[1] Disclaimer
79Windson Trevizoli
ATO I
Bibliografia:
DAHAKA, Azi. ONA: Ordem dos Nove Ângulos – um breve resumo. Disponível em:
https://mysterivmbrazilian.wordpress.com/2014/02/26/ona-ordem-dos-9-angulos-um-breve-
resumo/
DEGRELLE, Leon. Quem era Hitler?: Editora Avanzada. (Não consta o ano da publicação.
No prefácio à introdução brasileira o breve livro é mencionado como fragmento do livro “Hitler
Pour Mille Ans” lançado na França em 1969.)*
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ATO I
https://web.archive.org/web/20160412074116/http://dawn666blacksun.angelfire.com/Expon
do_o_Islam.pdf
FO, Jacopo; TOMAT, Sérgio; MALUCELLI, Laura. O Livro Negro Do Cristianismo: Dois mil
anos de crimes em nome de Deus. Disponível em:
http://groups.google.com/group/digitalsource
HAERETICUS. The Polemical Satanism Of The Order Of Nine Angles. Lambasting Levey
and Aquino: Howard Stanton Levey. 2015.**
81Windson Trevizoli
ATO I
KNAPP, Stephen. “Kalki O Próximo Avatar de Deus”. Sri Nandanandana Dasa, 2016 .
KING, C. E. The Nazi State and the new religions: five case studies of non conformity.
Lewistin, EUA: The Edwin Mellen Press, 1982.
O.9.A. Classics O.9.A Texts.Concerning Culling As Art. The Rise Of Plebeian. 2011.**
PARKER, R. Entendendo errado a Ordem dos Nove Ângulos. 2014. Disponível em:
https://mysterivmbrazilian.wordpress.com/2014/02/26/entendendo-errado-a-ordem-dos-
nove-angulos/
82Windson Trevizoli
ATO I
RYBACK, Timothy E. A Biblioteca Esquecida de Hitler: Livros que moldaram a vida do Führer.
São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
SHIRO, Azura. It Was a Magnificent View – My Nanjing Platoon. Tokyo: Aoki Haruo, 1987.
Uma análise das causas ideológicas do conflito. Tese de Doutorado. Universidade Católica
de São Paulo. São Paulo: 2016
Sol Negro 666. (Não consta na publicação data, local, ano, editora e nem o nome do autor.)*
https://mysterivmbrazilian.wordpress.com/2014/02/26/ona-perguntas-frequentes/
VON SPEE, Friedrich. Cautio Criminalis, seu de processibus contra sagas. 1631.
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ATO I
*Material encontrado para download na biblioteca virtual do site Brasileiro da Joy Of Satan.
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12 de Fevereiro de 2020
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