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Atividades – Figuras de Linguagem

Questão 01.
Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda Em “nas cidades, nas aldeias, nos povoados”, “hoje é
íntima não vos seria revelado por mim se não mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia” e
julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este “levando as coisas fúteis e os acontecimentos
amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado notáveis”, ocorrem, respectivamente, os seguintes
por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos recursos expressivos:
parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos a) eufemismo, antítese, metonímia.
povoados, não porque soframos, com a dor e os b) hipérbole, gradação, eufemismo.
desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, c) metáfora, hipérbole, inversão.
nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o d) gradação, inversão, antítese.
sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, e) metonímia, hipérbole, metáfora.
como a própria vida, resiste às idades e às épocas.
Tudo se transforma, tudo varia – o amor, o ódio, o
egoísmo. Hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a
ironia. Os séculos passam, deslizam, levando as
coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só
persiste e fica, legado das gerações cada vez maior,
o amor da rua.
João do Rio. A alma encantadora das ruas.

Questão 02
(UFPA) Nos versos
Tecendo a manhã Um galo sozinho não tece “E se encorpando em tela, entre todos,
uma manhã: se erguendo tenda, onde entrem todos,
ele precisará sempre de outros galos. se entretendendo para todos, no toldo…”
De um que apanhe o grito que um galo antes tem-se exemplo de
e o lance a outro; e de outros galos a) eufemismo
que com muitos outros galos se cruzem b) antítese
os fios de sol de seus gritos de galo, c) aliteração
para que a manhã, desde uma teia tênue, d) silepse
se vá tecendo, entre todos os galos. e) sinestesia
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro,
José Olympio, 1979)

Questão 03
(USF) Leia estes versos: A figura de linguagem que ocorre nos versos 5 e
“As ondas amarguradas 6 é:
Encostam a cabeça nas pedras do cais. a) metáfora
Até as ondas possuem b) sinédoque
Uma pedra para descansar a cabeça. c) hipérbole
Eu na verdade possuo d) aliteração
Todas as pedras que há no mundo, e) anáfora
Mas não descanso”.
(Murilo Mendes)

Questão 04
(Unicamp) No poema “Morro da Babilônia”, de Carlos
Morro da Babilônia Drummond de Andrade,
À noite, do morro
descem vozes que criam o terror a) a menção à cidade do Rio de Janeiro é feita
(terror urbano, cinquenta por cento de cinema, de modo indireto, metonimicamente, pela
e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na referência ao Morro da Babilônia.
língua
Geral). b) o sentimento do mundo é representado pela
Quando houve revolução, os soldados percepção particular sobre a cidade do Rio de
espalharam no morro, Janeiro, aludida pela metáfora do Morro da
o quartel pegou fogo, eles não voltaram. Babilônia.
Alguns, chumbados, morreram.
O morro ficou mais encantado. c) o tratamento dado ao Morro da Babilônia
Mas as vozes do morro assemelha-se ao que é dado a uma pessoa, o
não são propriamente lúgubres. que caracteriza a figura de estilo denominada
Há mesmo um cavaquinho bem afinado paronomásia.
que domina os ruídos da pedra e da folhagem
e desce até nós, modesto e recreativo, d) a referência ao Morro da Babilônia produz, no
como uma gentileza do morro. percurso figurativo do poema, um oxímoro: a
(Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do relação entre terror e gentileza no espaço
mundo. São Paulo: Companhia das Letras, urbano.
2012, p.19.)

Questão 05

POÇAS D’ÁGUA Levando-se em conta o texto como um todo, é


As poças d´água são um mundo mágico correto afirmar que a metáfora presente no primeiro
Um céu quebrado no chão verso se justifica porque as poças
Onde em vez de tristes estrelas a) estimulam a imaginação.
Brilham os letreiros de gás Néon. b) permitem ver as estrelas.
(Mario Quintana, Preparativos de viagem, São Paulo, c) são iluminadas pelo Néon.
Globo, 1994.) d) se opõem à tristeza das estrelas.
e) revelam a realidade como espelhos.

Questão 06

Responda à questão com base na tirinha abaixo.


O humor da tirinha foi conferido, sobretudo, pela não compreensão por parte da personagem Chico
Bento da figura de linguagem utilizada por seu interlocutor. A essa referida figura de linguagem dá-se o
nome de
a) anáfora b) metonímia c) perífrase d) hipérbole e) aliteração
Questão 07
A namorada O pai era uma onça (ref. 2). Nesse verso, a
Havia um muro alto entre nossas casas. palavra onça está empregada em um sentido
1Difícil de mandar recado para ela. que se define como:
Não havia e-mail. a) enfático
2O pai era uma onça. b) antitético
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa c) metafórico
por um cordão d) metonímico
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos
da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
(Manoel de Barros
Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.)

Questão 08
(PUC-SP) Em uma grande concessionária de a) em ambas há uma utilização da linguagem
São Paulo leu-se a seguinte chamada: “Queima em seu sentido estritamente literal.
total de seminovos”. A mesma estratégia foi b) apenas em uma delas a linguagem foi
utilizada em uma chamada de um grande utilizada em seu sentido estritamente literal.
hipermercado, em que se podia ler: “Grande c) em ambas o sentido é metafórico e é
queima de colchões”. Acerca dos sentidos apreendido pela associação com o contexto.
criados por essas chamadas, é apropriado d) em ambas o sentido é metafórico e é
afirmar que apreendido apenas pelas regras gramaticais.
e) em ambas o sentido é metafórico e não pode
ser apreendido porque é incoerente.

Questão 09

Texto 1 Gregório de Matos


Goza, goza da flor da mocidade, A expressão latina carpe diem, que significa
que o tempo trata a toda ligeireza “aproveite o dia (presente)”, foi uma constante nos
e imprime em toda flor a sua pisada. dois períodos literários representados pelos poemas
Ó não aguardes, que a madura idade de Gregório de Matos e Basílio da Gama.
te converta essa flor, essa beleza,
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada. a) Transcreva, de cada um dos poemas, um verso
Texto 2 Basílio da Gama em que a ideia do carpe diem esteja explicitamente
Pois se sabes que a tua formosura apresentada.
Por força há de sofrer da idade os danos,
Por que me negas hoje esta ventura? b) Que metáfora é comum aos dois poemas?
Guarda para seu tempo os desenganos,
Gozemo-nos agora, enquanto dura,
Já que dura tão pouco a flor dos anos.

Questão 10

Maria Bofetão Em “Quanto à Laura, ficou claro que sua maldade


A surra que Maria Clara aplicou na vilã Laura tem proporções oceânicas”, a figura de linguagem
levantou a audiência da novela Celebridade. presente é
Na segunda-feira passada, 28 tabefes bem aplicados a) uma metáfora, já que compara a maldade com o
pela heroína Maria Clara (Malu Mader) derrubaram a oceano.
ignóbil Laura (Cláudia Abreu) e levantaram a b) uma hipérbole, pois expressa a ideia de uma
audiência de Celebridade, a novela das 8 da Globo. maldade exagerada.
(…) c) um eufemismo, já que não afirma diretamente o
Tanto a mocinha quanto a vilã ganharam nova quanto há de maldade.
dimensão nos últimos tempos. Maria Clara, depois d) uma ironia, pois se reconhece a maldade, mas
de perder sua fortuna, deixou de ser apenas uma ficam pressupostos outros sentidos.
patricinha magnânima e insossa, a aborrecida Maria e) um pleonasmo, já que entre maldade e oceânicas
Chata. Ela ganhou fibra e mostrou que não tem há uma repetição de sentido.
sangue de barata. Quanto à Laura, ficou claro que
sua maldade tem proporções oceânicas: continuou
com suas perfídias mesmo depois de conquistar a
fama e o dinheiro que almejava. Por tripudiar tanto
assim sobre a inimiga, atraiu o ódio dos noveleiros.
(Veja, 05.05.2004.)

Questão 11
Tenho fases Indique a alternativa que não contenha a mesma
Fases de andar escondida, figura de linguagem presente nesse verso do poema:
fases de vir para a rua… a) A tristeza é um barco imenso, perdido no oceano.
Perdição da minha vida! b) “O meu olhar é nítido como um girassol” (Alberto
Perdição da vida minha! Caeiro)
Tenho fases de ser tua, c) “Meu amor me ensinou a ser simples como um
tenho outras de ser sozinha. largo de igreja” (Oswald de Andrade)
Fases que vão e que vêm, d) A casa dela é escura como a noite.
no secreto calendário e) Ele é lerdo como uma lesma.
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua…)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua…
E, quando chega esse dia,
outro desapareceu…
(Lua Adversa – Cecília Meireles)

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