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“Chatear” e “encher”
Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim: você
telefona para um escritório qualquer da cidade.
— Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?
— Aqui não tem nenhum Valdemar.
Daí a alguns minutos você liga de novo:
— O Valdemar, por obséquio.
— Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
— Mas não é do número tal?
— É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.
Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
— Por favor, o Valdemar chegou?
— Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou
aqui?
— Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
— Não chateia.
Daí a dez minutos, liga de novo.
— Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado? O outro desta vez
esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:
— Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?
CAMPOS, Paulo Mendes. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, v.2, p. 35
ATIVIDADE 1 No trecho “Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar”, o emprego do termo em
destaque sugere que o personagem, no contexto:
A) Era gentil.
B) Era curioso.
C) Desconhecia a outra pessoa.
D) Revelava impaciência.
ATIVIDADE 2 O texto “Chatear” e “encher” busca explicar a diferença entre chatear e encher, de
forma bem humorada. Cabe refletir sobre o sentido de ser inoportuno, que, segundo o dicionário,
trata-se de uma situação inconveniente; que aparece num péssimo momento; inapropriado. Na sua
opinião, como devemos lidar com situações inoportunas, ou pessoas que nos enchem ou nos
chateiam? Justifique sua resposta.
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Mau hálito é uma coisa tão chata, né? E todo mundo sofre desse mal... Pelo menos ao
acordar!
Mas por que será que isso acontece? Talvez você não tenha percebido, mas quando estamos
dormindo, quase não salivamos e, com tão pouco movimento, nem é preciso dizer que as bactérias se
sentem em casa!
Pois bem, quando esses micro-organismos chatinhos entram em ação, ou melhor, aumentam a
ação dentro da nossa boca, acabam produzindo compostos com um cheiro para lá de ruim! A
metilmercaptana e o dimetilsulfeto são alguns exemplos, mas o principal e mais terrível de todos é de
longe o sulfidreto: ele tem cheiro de ovo podre, eca! Esses compostos recebem o nome de CSV
(Compostos Sulfurados Voláteis).
Para acabar com o horroroso bafo matinal, nada melhor do que uma boa escovada nos dentes
e na língua. Mas … e se o danado persistir?
http://www.canalkids.com.br/higiene/vocesabia/janeiro03.htm
ATIVIDADE 3 Nesse texto, a utilização da expressão “ou melhor” tem como objetivo:
A) Confirmar o que foi dito anteriormente.
B) Corrigir o que foi dito anteriormente.
C) Complementar a afirmativa anterior.
D) Adicionar uma informação ao que já havia sido declarado.
ATIVIDADE 4 O texto “QUE CHEIO É ESSE? é escrito em letras maiúsculas (Caixa alta) sugerindo
que o emissor está:
A) Gritando.
B) Estressado.
C) Calmo.
D) Refletindo.
O Encontro
Em redor, o vasto campo. Mergulhado em névoa branda, o verde era pálido e opaco. Contra o
céu, erguiam-se os negros penhascos tão retos que pareciam recortados a faca. Espetado na ponta
da pedra mais alta, o sol espiava atrás de uma nuvem.
“Onde, meu Deus?! – perguntava a mim mesma – Onde vi esta mesma paisagem, numa tarde
assim igual?”
Era a primeira vez que eu pisava naquele lugar. Nas minhas andanças pelas redondezas,
jamais fora além do vale. Mas nesse dia, sem nenhum cansaço, transpus a colina e cheguei ao
campo. Que calma! E que desolação. Tudo aquilo – disso estava bem certa – era completamente
inédito pra mim. Mas por que então o quadro se identificava, em todas as minúcias, a uma imagem
semelhante lá nas profundezas da minha memória? Voltei-me para o bosque que se estendia à minha
direita. Esse bosque eu também já conhecera com sua folhagem cor de brasa dentro de uma névoa
dourada. “Já vi tudo isto, já vi...Mas onde? E quando?”
Fui andando em direção aos penhascos. Atravessei o campo. E cheguei à boca do abismo
cavado entre as pedras. Um vapor denso subia como um hálito daquela garganta de cujo fundo
insondável vinha um remotíssimo som de água corrente. Aquele som eu também conhecia. Fechei os
olhos. “Mas se nunca estive aqui! Sonhei, foi isso? Percorri em sonho estes lugares e agora os
encontros palpáveis, reais? Por uma dessas extraordinárias coincidências teria eu antecipado aquele
passeio enquanto dormia?”
Sacudi a cabeça, não, a lembrança – tão antiga quanto viva – escapava da inconsciência de
um simples sonho.[...]
ATIVIDADE 5 Na frase “Já vi tudo isso, já vi… Mas onde?”, o uso das reticências sugere:
A) Impaciência.
B) Impossibilidade.
C) Incerteza.
D) Irritação.
ATIVIDADE 6 No trecho, ―Mas por que então o quadro se identificava, em todas as minúcias, a
uma imagem semelhante lá nas profundezas da minha memória? O termo destacado significa:
A) Colina.
B) Detalhes.
C) Partes.
D) Redondeza.
ATIVIDADE 7 O texto “Encontro” aborda um momento de reflexão sobre a natureza. Muitos não
respeitam a natureza e não percebem as belezas que estão ao nosso redor. Como é a sua relação
com o meio ambiente? Comente.
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ATIVIDADE 8 No 1º quadrinho, a fala do personagem pode ser substituída por:
ATIVIDADES
1) Leia o texto a seguir:
OS DONOS DA COMUNICAÇÃO
Os presidentes, os ditadores e os reis da Espanha que se cuidem porque os donos da
comunicação duram muito mais. Os ditadores abrem e fecham a imprensa, os presidentes xingam
aTV e os reis da Espanha cassam o rádio, mas, quando a gente soma tudo, os donos da
comunicação ainda estão por cima. Mandam na economia, mandam nos intelectuais, mandam nas
moças fofinhas que querem aparecer nos shows dos horários nobres e mandam no society que
morre se o nomenão aparecer nas colunas.
Todo mundo fala mal dos donos da comunicação, mas só de longe. E ninguém fala mal deles
por escrito porque quem fala mal deles por escrito nunca mais vê seu nome e sua cara nos
“veículos” deles. Isso é assim aqui, na Bessarábia e na Baixa Betuanalândia. Parece que é a lei.
O que também é muito justo porque os donos da comunicação são seres lá em cima. Basta ver
o seguinte: nós, pra sabermos umas coisinhas, só sabemos delas pela mídia deles, não é mesmo?
Agora vocês já imaginaram o que sabem os donos da comunicação que só deixam sair 10% do que
sabem? Pois é; tem gente que faz greve, faz revolução, faz terrorismo, todas essas besteiras.
Corajoso mesmo, eu acho, é falar mal de dono de comunicação. Aí tua revolução fica xinfrim, teu
terrorismo sai em corpo 6 e se você morre vai lá pro fundo do jornal em quatro linhas.
(Millôr Fernandes. Que país é este?, 1978.)
Millôr Fernandes emprega com conotação irônica o termo inglês society, para referir-se a
a) pessoas dedicadas ao desenvolvimento da sociedade.
b) pessoas que fazem caridade apenas para aparecer nos jornais.
c) sociedades de atores de teatro, cinema e televisão.
d) norte-americanos ou ingleses muito importantes, residentes no país.
e) indivíduos presunçosos da chamada alta sociedade.