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E.E.E.F.M.

GOVERNADOR NIVELAMENTO DE 2022


LINDENBERG LÍNGUA PORTUGUESA

PROFESSORA: GÉSSICA DIAS ALMEIDA


Turno: Vespertino e Matutino
DESCRITOR:DLP32-Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma
determinada palavra ou expressão.

ACERTOS AVALIAÇÃO DIAGNOSTICA: 37%

8 NIVELAMENTO DE LÍNGUA PORTUGUESA – 1ª SÉRIE EM

Aluno: DATA: Turma:

OBJETO DE CONHECIMENTO:
● Efeitos de sentido.

COMPETÊNCIAS:
✔ (CE01) Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais
(artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção
de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar
as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e
interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. 

HABILIDADES:
✔ Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou
expressão.

Professor, para esta semana trouxemos um texto para reflexão sobre os efeitos de
sentido e uma sugestão de atividade.

Efeitos do sentido
Os estudos do discurso defendem a ideia segundo a qual o sentido não se constitui apenas
pelo reconhecimento das palavras e dos enunciados de uma língua, pois ela não é um código a
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ser decifrado. Da mesma forma, o sentido não é determinado pelo locutor e nem pelo
interlocutor, pois é necessário que as expressões linguísticas sejam associadas aos discursos,
que são de natureza social e não individual. Daí advém a tese de que há efeitos de sentido na
enunciação escrita ou oral, tendo em vista que o sentido não tem origem nem nos interlocutores
e nem na língua, mas se constitui na relação entre interlocutores no uso da língua, frente
às condições sociais de produção do enunciado.

Vejamos um exemplo: em “Pedro tem um coração grande”, podemos conceber pelo menos
três situações discursivas nas quais a enunciação dessa frase configura efeitos de sentido
específicos. Na primeira, o enunciado é associado ao diagnóstico de uma doença do coração
que faz aumentar o seu tamanho (cardiomegalia). Os efeitos de sentido desse enunciado
podem ser compreendidos por manifestações de pertinência discursiva na interlocução do tipo
“a medicina pode vir a curá-lo”, ou “temos de nos preparar para um afastamento dele na
empresa” ou mesmo “nós somos uma máquina muito frágil”. Na segunda situação, o
enunciado é relativo ao depoimento de um amigo, ressaltando as qualidades de Pedro.
Nesse caso, os efeitos de sentido do enunciado podem ser vislumbrados por manifestações do
tipo “ele se dispõe a ajudar a todos que o procuram” ou “ele perdoa até quem lhe quer mal”. Por
sua vez, numa terceira situação, o enunciado poderia ser associado a um alerta sobre a
indicação de Pedro para presidir uma comissão destinada a cortar despesas de uma instituição
em dificuldades financeiras. Os efeitos de sentido do enunciado podem ser percebidos em
manifestações do tipo “ele não consegue ser firme na decisão de dispensar funcionários” ou
“ele cede facilmente perante apelos emocionais”. Dessa maneira, o sentido, concebido como
efeito, não é algo que advém do enunciado em si, mas da relação de pertencimento que
ele mantém com sentidos já produzidos, reconhecidos socialmente no âmbito de um
diagnóstico médico, um depoimento sobre virtudes pessoais, um alerta, etc. Essas três
regiões de discurso (diagnóstico, depoimento e alerta) são capazes de absorver efeitos de
sentido diferentes para o enunciado “Pedro tem um coração grande”.

Na prática pedagógica, esse conceito é importante porque apresenta uma visão dinâmica do
funcionamento da linguagem. Com ele, o professor, nas atividades de leitura e produção de
texto, pode mostrar ao aluno que a inserção social do indivíduo na sociedade envolve o
conhecimento das regiões de discurso que se constituem na sua comunidade com vistas
a produzir enunciados pertinentes.

Disponível em: http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/efeitos-de-sentido. Acesso em 08 de


julho de 2021.

RECURSOS EXPRESSIVOS
O uso de recursos expressivos possibilita uma leitura para além dos elementos superficiais do
texto e auxilia o leitor na construção de novos significados. Nesse sentido, o conhecimento
de diferentes gêneros textuais proporciona ao leitor o desenvolvimento de estratégias de
antecipação de informações que o levam à construção de significados. Em diferentes gêneros
textuais, tais como a propaganda, por exemplo, os recursos expressivos são largamente
utilizados, como caixa alta, negrito, itálico, etc. Os poemas também se valem desses
recursos, exigindo atenção redobrada e sensibilidade do leitor para perceber os efeitos de
sentido subjacentes ao texto. Vale destacarmos que os sinais de pontuação, como
reticências, exclamação, interrogação, etc., e outros mecanismos de notação, como o itálico,
o negrito, a caixa alta e o tamanho da fonte podem expressar sentidos variados. O ponto de
exclamação, por exemplo, nem sempre expressa surpresa. Faz-se necessário, portanto, que o
leitor, ao explorar o texto, perceba como esses elementos constroem a significação, na situação
comunicativa em que se apresentam.

Sugestão de atividade

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Apresente a frase “Pedro tem um coração grande” e questione os alunos sobre os possíveis
sentidos para esta afirmação. Após, proponha que a turma, dividida em grupos, elabore um
padlet, cada grupo com um dos seguintes temas: ironia, ambiguidade, polissemia,
conotação/denotação, humor e recursos expressivos (itálico, caixa alta, negrito, etc.)

É importante que o padlet apresente definições, exemplos, vídeos, etc. para que possamos
compreender melhor esta temática. Além disso, peça aos grupos para registrar uma pergunta
ou desafio dentro da temática para que os outros grupos possam interagir.

Padlet: tutorial
https://www.youtube.com/watch?v=tfAXW8pW2vc

Videoaulas:
Sentido e efeitos de sentido: https://www.youtube.com/watch?v=Yt2-H_iBHBE
Ambiguidade, ironia, humor, etc: https://www.youtube.com/watch?v=jH6S-ZgUAm8

EFEITOS DE SENTIDO

Durante a produção textual, muitas vezes utilizamos recursos para expressar algum sentido além
do óbvio. Esses recursos são chamados de efeitos de sentido e podem ser construídos por meio
do duplo sentido, da denotação e conotação, da ambiguidade, da ironia e do humor. Vamos
analisar cada um deles!

Duplo sentido ou polissemia


É um recurso no qual são utilizadas palavras ou expressões que possuem diferentes
interpretações.

Exemplo:

Perceba que a escolha do adjetivo prudente remete-nos ao uso do


creme dental para o dente, construindo um duplo sentido.

Conotação ou Conotativo

Conotação é quando as palavras são aplicadas em um sentido


figurado. Além de depender do contexto em que estão inseridas.

Denotação é o sentido real da palavra ou frase. Exatamente o


contrário da função conotativa. É o significado literal e original
presente no dicionário.

Exemplos:

• Eduardo partiu o coração de Marcelo. (Conotativo)


• Marcelo partiu o pé da cadeira. (Denotativo)

Ambiguidade
A ambiguidade é um recurso que é utilizado, na maioria das vezes, sem que haja uma intenção.
Trata-se de uma indeterminação de sentido que palavras e expressões carregam, dificultando a
compreensão do enunciado e, por isso, seu uso deve ser evitado.

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Exemplo:
O irmão de João esqueceu seu livro na escola.
De quem é o livro?

Perceba que, pela colocação inadequada de palavras, não é possível determinar de quem é o
livro esquecido na escola.

Ironia
Outro efeito de sentido muito comum é a ironia que consiste na utilização de determinada palavra
ou expressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um novo sentido, gerando um
efeito de humor.

Exemplos:
– Que menino educado! Entrou sem cumprimentar ninguém!
–Vai ver se estou na esquina!

Perceba que a ironia é construída pela relação de oposição entre o sentido de educação e não
cumprimentar, e de vai ver e estou.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pareçam cômicas ou surpreendentes
para provocar o efeito de humor.

Exemplo:
Reações do álcool
Na aula de química, o professor pergunta:
– Quais as principais reações do álcool?
O aluno responde:
– Chorar pela ex, achar que está rico, ficar valente e ser amigo de todo mundo…
Professor:
–Tirou 10!

Veja que a construção do humor é feita a partir da resposta inesperada do aluno que fugiu ao
contexto das relações químicas abordadas nessa disciplina.

ATIVIDADES

“Chatear” e “encher”

Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim: você
telefona para um escritório qualquer da cidade.
— Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?
— Aqui não tem nenhum Valdemar.
Daí a alguns minutos você liga de novo:
— O Valdemar, por obséquio.
— Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
— Mas não é do número tal?
— É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.
Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
— Por favor, o Valdemar chegou?
— Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou
aqui?

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— Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
— Não chateia.
Daí a dez minutos, liga de novo.
— Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado? O outro desta vez
esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:
— Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?

CAMPOS, Paulo Mendes. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, v.2, p. 35

ATIVIDADE 1 No trecho “Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar”, o emprego do termo
em destaque sugere que o personagem, no contexto:
A) Era gentil.
B) Era curioso.
C) Desconhecia a outra pessoa.
D) Revelava impaciência.

ATIVIDADE 2 O texto “Chatear” e “encher” busca explicar a diferença entre chatear e encher, de
forma bem humorada. Cabe refletir sobre o sentido de ser inoportuno, que, segundo o dicionário,
trata-se de uma situação inconveniente; que aparece num péssimo momento; inapropriado. Na
sua opinião, como devemos lidar com situações inoportunas, ou pessoas que nos enchem ou nos
chateiam? Justifique sua resposta.
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QUE CHEIRO É ESSE?

Mau hálito é uma coisa tão chata, né? E todo mundo sofre desse mal... Pelo menos ao
acordar!
Mas por que será que isso acontece? Talvez você não tenha percebido, mas quando
estamos dormindo, quase não salivamos e, com tão pouco movimento, nem é preciso dizer que
as bactérias se sentem em casa!
Pois bem, quando esses micro-organismos chatinhos entram em ação, ou melhor,
aumentam a ação dentro da nossa boca, acabam produzindo compostos com um cheiro para lá
de ruim! A metilmercaptana e o dimetilsulfeto são alguns exemplos, mas o principal e mais terrível
de todos é de longe o sulfidreto: ele tem cheiro de ovo podre, eca! Esses compostos recebem o
nome de CSV (Compostos Sulfurados Voláteis).
Para acabar com o horroroso bafo matinal, nada melhor do que uma boa escovada nos
dentes e na língua. Mas … e se o danado persistir?
http://www.canalkids.com.br/higiene/vocesabia/janeiro03.htm

ATIVIDADE 3 Nesse texto, a utilização da expressão “ou melhor” tem como objetivo:
A) Confirmar o que foi dito anteriormente.
B) Corrigir o que foi dito anteriormente.
C) Complementar a afirmativa anterior.
D) Adicionar uma informação ao que já havia sido declarado.

ATIVIDADE 4 O texto “QUE CHEIO É ESSE? é escrito em letras maiúsculas (Caixa alta)
sugerindo que o emissor está:
A) Gritando.
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B) Estressado.
C) Calmo.
D) Refletindo.

O Encontro

Em redor, o vasto campo. Mergulhado em névoa branda, o verde era pálido e opaco.
Contra o céu, erguiam-se os negros penhascos tão retos que pareciam recortados a faca.
Espetado na ponta da pedra mais alta, o sol espiava atrás de uma nuvem.
“Onde, meu Deus?! – perguntava a mim mesma – Onde vi esta mesma paisagem, numa
tarde assim igual?”
Era a primeira vez que eu pisava naquele lugar. Nas minhas andanças pelas redondezas,
jamais fora além do vale. Mas nesse dia, sem nenhum cansaço, transpus a colina e cheguei ao
campo. Que calma! E que desolação. Tudo aquilo – disso estava bem certa – era completamente
inédito pra mim. Mas por que então o quadro se identificava, em todas as minúcias, a uma
imagem semelhante lá nas profundezas da minha memória? Voltei-me para o bosque que se
estendia à minha direita. Esse bosque eu também já conhecera com sua folhagem cor de brasa
dentro de uma névoa dourada. “Já vi tudo isto, já vi...Mas onde? E quando?”
Fui andando em direção aos penhascos. Atravessei o campo. E cheguei à boca do abismo
cavado entre as pedras. Um vapor denso subia como um hálito daquela garganta de cujo fundo
insondável vinha um remotíssimo som de água corrente. Aquele som eu também conhecia.
Fechei os olhos. “Mas se nunca estive aqui! Sonhei, foi isso? Percorri em sonho estes lugares e
agora os encontros palpáveis, reais? Por uma dessas extraordinárias coincidências teria eu
antecipado aquele passeio enquanto dormia?”
Sacudi a cabeça, não, a lembrança – tão antiga quanto viva – escapava da inconsciência
de um simples sonho.[...]

ATIVIDADE 5 Na frase “Já vi tudo isso, já vi… Mas onde?”, o uso das reticências sugere:
A) Impaciência.
B) Impossibilidade.
C) Incerteza.
D) Irritação.

ATIVIDADE 6 No trecho, ―Mas por que então o quadro se identificava, em todas as minúcias, a
uma imagem semelhante lá nas profundezas da minha memória? O termo destacado significa:
A) Colina.
B) Detalhes.
C) Partes.
D) Redondeza.

ATIVIDADE 7 O texto “Encontro” aborda um momento de reflexão sobre a natureza. Muitos não
respeitam a natureza e não percebem as belezas que estão ao nosso redor. Como é a sua
relação com o meio ambiente? Comente.
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ATIVIDADE 8 No 1º quadrinho, a fala do personagem pode ser substituída por:

A) Quer namorar comigo?


B) Você é muito bonita para mim!
C) Você é muito simpática!
D) Você é muito humilde!

Gabarito:
ATIVIDADE 1. Letra D.
ATIVIDADE 2. Resposta pessoal.
ATIVIDADE 3 Letra C.
ATIVIDADE 4. Letra A.
ATIVIDADE 5. Letra C.
ATIVIDADE 6. Letra B.
ATIVIDADE 7. Resposta pessoal.
ATIVIDADE 8. Letra B.

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