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Apostila de acordo

com o edital nº 03/2024


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PREFEITURA MUNICIPAL
PALMAS - TO
SEMUS – PALMAS/TO - QUADRO DOS
PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE
CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA TODOS OS CARGOS

TEORIA COMPLETA e mais de


800 questões gabaritadas
Nível Médio e Superior
• Português I • Hist. + Geo. Município
• Português II • Estatuto do Servidor de Palmas
• Redação O cial + Texto • Legislação do SUS - Parte I
• História do Tocantins • Legislação do SUS - Parte II
• Geogra a do Tocantins
• Lei Orgânica Municipal de Palmas
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PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMAS - TO


SEMUS – Palmas/TO - Quadro dos Profissionais da Área da Saúde
Conhecimentos: Básicos para todos os Cargos
(De acordo com o Edital nº 03/2024)

• Língua Portuguesa
• Legislação do Sistema Único de Saúde
• História e Geografia do Tocantins
• Legislação Pertinente ao Município de Palmas/TO

Autores:
Jonas Rodrigo Gonçalves • Celson Ricardo • Marcelo Vicente

GESTÃO DE CONTEÚDOS E PRODUÇÃO EDITORIAL


Tatiani Carvalho

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA


Marcos Aurélio Pereira
PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMAS - TO

SUMÁRIO

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos............................................................................................................................. 3

2. Tipologia textual.................................................................................................................................................................. 3

3. Ortografia oficial................................................................................................................................................................ 20

4. Acentuação gráfica............................................................................................................................................................ 23

5. Emprego das classes de palavras....................................................................................................................................... 33

6. Emprego do sinal indicativo de crase................................................................................................................................ 37

7. Sintaxe da oração e do período........................................................................................................................................... 6

8. Pontuação.......................................................................................................................................................................... 12

9. Concordância nominal e verbal......................................................................................................................................... 24

10; Regência nominal e verbal.............................................................................................................................................. 27

11. Significação das palavras................................................................................................................................................. 14

12. Redação de correspondências oficiais............................................................................................................................. 58


LÍNGUA PORTUGUESA
Jonas Rodrigo Gonçalves

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Perceba que a ironia é construída pela relação de opo-
sição entre o sentido de educação e não cumprimentar, e
Durante a produção textual, muitas vezes utilizamos re- de vai ver e estou.
cursos para expressar algum sentido além do óbvio. Esses
recursos são chamados de efeitos de sen�do e podem ser Humor
construídos por meio do duplo sen�do, da ambiguidade, da
ironia e do humor. Vamos analisar cada um deles! Nesse caso, é muito comum a utilização de situações
que pareçam cômicas ou surpreendentes para provocar o
Duplo sen�do efeito de humor.
Exemplo:
É um recurso no qual são utilizadas palavras ou expres- Reações do álcool
sões que possuem diferentes interpretações. Na aula de química, o professor pergunta:
Exemplo: – Quais as principais reações do álcool?
O aluno responde:
– Chorar pela ex, achar que está rico, ficar valente e ser
amigo de todo mundo…
Professor:
–Tirou 10!

Veja que a construção do humor é feita a partir da respos-


ta inesperada do aluno que fugiu ao contexto das relações
químicas abordadas nessa disciplina.

Perceba que a escolha do adjetivo prudente remete-nos


ao uso do creme dental para o dente, construindo um duplo Tipos de efeitos de sentido na produção textual.
sentido.
MODOS DE ORGANIZAÇÃO DE TEXTO
Ambiguidade
Descrição
A ambiguidade é um recurso que é utilizado, na maioria
das vezes, sem que haja uma intenção. Trata-se de uma inde- Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor de-
terminação de sentido que palavras e expressões carregam, terminada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa for-
dificultando a compreensão do enunciado e, por isso, seu ma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou
uso deve ser evitado. apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do
Exemplo: locutor (emissor).
O irmão de João esqueceu seu livro na escola. São exemplos de gêneros textuais descritivos:
• diário;
De quem é o livro? • relatos (viagens, históricos, etc.);
• biografia e autobiografia;
Perceba que, pela colocação inadequada de palavras, não
• no�cia;
é possível determinar de quem é o livro esquecido na escola.
• currículo;
LÍNGUA PORTUGUESA

• lista de compras;
Ironia • cardápio;
• anúncios de classificados.
Outro efeito de sentido muito comum é a ironia que
consiste na utilização de determinada palavra ou expressão Narração
que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
novo sentido, gerando um efeito de humor. O texto narrativo consiste em narrar, como o nome já
Exemplos: diz, um fato ou uma história de ficção. Ela conta um enredo,
– Que menino educado! Entrou sem cumprimentar onde existe uma situação inicial, a modificação da situação
ninguém! inicial, um conflito, o clímax (o ponto de tensão na narrati-
– Vai ver se estou na esquina! va) e o chamado epílogo, que é a solução narrada no ponto

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máximo da história. Os elementos que compõem tal gênero Ensaio
são: o narrador, o tempo, o lugar, o enredo ou situação e as
personagens. Os ensaios são textos que caminham entre aspectos di-
Nesse gênero literário, existem alguns estilos de escrita, dáticos e poéticos. Tem como característica apresentar ideias
cada um com uma característica própria, que são: o romance, para que o leitor pense a respeito de vários assuntos. Os
a fábula, a epopeia ou o épico, o conto, a crônica, a novela ensaios não costumam ser formais e trabalham na defesa
e o ensaio. Todas essas modalidades fazem parte do gênero de um ponto de vista, com a isenção de provas cien�ficas.
narrativo.
Exposição
Romance
O texto expositivo tem por finalidade apresentar informa-
O romance, oriundo dos contos épicos, contém um tem- ções sobre um objeto ou fato específico, enumerando suas
po, lugar, os personagens, um enredo, �pico do texto narra- características por meio de uma linguagem clara e concisa. Os
tivo. Nele, as ações ocorrem em conjunto e os personagens gêneros que se apropriam da estrutura expositiva são: repor-
podem surgir no decorrer da trama. Características como tagem, resumo, fichamento, artigo cien�fico, seminário etc.
essa, fazem com que esse estilo passe a ser mais abundante
de recursos que um conto ou uma crônica, por exemplo. Argumentação
Além disso, o romance tem características que se aproximam
bastante da realidade. Um texto argumentativo tem como objetivo convencer
alguém das nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical,
Fábula podendo tratar qualquer tema ou assunto.
É constituído por um primeiro parágrafo curto, que deixe
As fábulas são textos muito ricos e seus autores utilizam a ideia no ar, depois o desenvolvimento deve referir a opinião
uma imensa capacidade criativa, visto que, nessa modalidade da pessoa que o escreve, com argumentos convincentes e
de sentido figurado, os animais têm características de seres verdadeiros, e com exemplos claros. Deve também conter
humanos como a fala, capacidade de pensar, etc. Na pro- contra-argumentos, de forma a não permitir uma interpreta-
dução de textos para fábulas pode-se usar sátiras, críticas e ção duvidosa. Por fim, deve ser concluído com um parágrafo
sempre no final existe uma lição de moral. Geralmente, são que responda ao primeiro parágrafo, ou simplesmente com
a ideia chave da opinião.
histórias infantis destinadas às crianças; porém, não devem
Geralmente apresenta uma estrutura organizada em três
ser desprezadas.
partes: a introdução, na qual é apresentada a ideia principal
ou tese; o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve
Epopeia a ideia principal; e a conclusão. Os argumentos utilizados para
fundamentar a tese podem ser de diferentes tipos: exemplos,
O conto épico ou epopeia são textos narrativos, conta- comparação, dados históricos, dados esta�sticos, pesquisas,
dos em versos, orais ou escritos. Nas epopeias, se contam causas socioeconômicas ou culturais, depoimentos – enfim
histórias heroicas, fundamentadas em contos tradicionalis- tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo
tas, onde se preservam as tradições. Os contos épicos apre- autor tem consistência. A conclusão pode apresentar uma
sentam muitos conceitos de cunho moral que servem de possível solução/proposta ou uma síntese. Deve utilizar �tulo
exemplos de comportamento. Ilíada, Odisseia, Os Lusíadas, que chame a atenção do leitor e utilizar variedade padrão
entre outros. de língua. A linguagem utilizada normalmente é impessoal
e objetiva.
Novela
Diálogo
A novela consiste em uma narração que, diferentemente
dos romances, é menos duradoura e toda a história se passa Caracteriza-se pela interlocução direta, em que se pre-
ao redor de uma personagem. Costuma ter entre 50 e 100 tende passar à voz dos personagens, a fim de instaurar as nu-
páginas e apresenta uma situação de conflito que vai sendo ances de personalidade e situações dos agentes discursivos.
desvendada no decorrer da história. “ROMANA – Tu acordou cedo, hein?
TIÃO – É
Conto ROMANA – O café já tá pronto.
TIÃO – A senhora também acordou mais cedo. . .
Os contos são pequenas narrativas, estruturadas em pa- ROMANA – Serviço, filho, muito serviço!”
rágrafos e em seus textos, estão contidas várias situações (GUARNIERI, Gianfrancesco. Eles não usam Black-tie, 1958.)
rotineiras. Os contistas ou escritores de contos relatam nos
acontecimentos cotidianos, histórias cômicas, do folclore Esquemas Retóricos
brasileiro, mas sempre são ocasiões bem populares. Outro
LÍNGUA PORTUGUESA

elemento do conto é que ele se aproxima bastante de poesias É a arte da persuasão, tentar fazer com que o outro acre-
e crônicas. O barba azul, Cinderela, O gato de botas, e outras. dite na sua ideia.

Crônica Enumeração de Ideias: a enumeração é um recurso retó-


rico que consiste na adição ou inventário de coisas relaciona-
As crônicas são textos exclusivos para os jornais, pois das entre si. (Dicionário de Termos Literários, de Carlos Ceia).
elas trabalham com o factual (de curta duração). O cronista É frequente a presença da enumeração nas descrições e
escreve sobre fatos, elaborando um texto geralmente curto, nas narrações em que o narrador se preocupa em apresen-
em que críticas, sátiras, indiretas e afins, podem ser inseridas. tar todas as particularidades de uma determinada situação,
O escritor de crônicas costuma contar uma situação de forma apresentando uma série de caraterísticas dos locais e do am-
bem simples, mostrando sua visão do mundo. biente, listando as qualidades e os defeitos das personagens,

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referindo o processo pormenorizado das ações. Através deste contrário diante de alguma situação. É fazer objeção diante
recurso, o sujeito procura representar fidedignamente o por- de qualquer fato. Ser opositor é ser antagônico.
menor da realidade sobre a qual falam/escrevem. “Entre os Em retórica (arte de bem falar) oposição é a argumenta-
vários processos, podemos lembrar: o desenvolvimento da ção que consiste em reunir duas ideias ou duas expressões
definição, o emprego de exemplos, o uso de comparações, que parecem antagônicas, que se opõem.
contrastes, etc.” (Sebastião Cherubim, Dicionário de Figuras
de Linguagem, 1973). ESTRUTURA TEXTUAL
São exemplos de enumerações:
“A vida é o dia de hoje, / A vida é um ai que mal soa,/ A A progressão temática é muito importante na hora de
vida é sombra que foge, / A vida é nuvem que voa, / A vida redigir a redação, pois é por meio dela que o texto fica claro
é sonho ao leve, /que se desfaz como neve/ E como fumo e bem conectado. O que é progressão temática? É apresen-
se esvai.” (João de Deus, A Vida) tar novas informações ao longo de cada parágrafo, não se
“Lavava roupas da Baixa, vestia, usava, lavava outra vez, prendendo a apenas uma ideia.
levava”. (Luandino Vieira, João Vêncio, 103)
“O quinhão que me coube é humilde, pior do que isto: Progressão por Meio de Conec�vos
nulo. Nem glória, nem amores, nem santidade, nem heroís-
mo”. (O�o Lara Resende, O Braço Direito, 10) Os conectivos são essenciais para que a progressão textu-
al ocorra, pois eles contribuem para que novas ideias sejam
Nota! Alguns retóricos propõem que à enumeração adicionadas ao longo dos períodos e também dos parágrafos.
exaustiva se chame inventário. Por essa razão, é necessário o domínio das conjunções e
articuladores:
Relações de causa e consequência: causa é o que oca- além de
sionou ou que provocou algo… e consequência é o resultado mas também
da causa. bem como
Exemplo: por outro lado
Eu não estudei o que deveria (causa),ficarei de recupe- todavia
ração, estudando durante as férias (consequência). não só
nem...
Outro exemplo:
• Tema: A maior parte da classe política não goza de mui- O governo não só reduziu os impostos como também
to pres�gio e confiabilidade por parte da população. aumentou o investimento na área tecnológica, contribuindo
• Causa: A maioria dos parlamentares preocupa-se mui- ainda mais para o crescimento econômico. Isso certamente
to mais com a discussão dos mecanismos que os fazem dará mais condições de o país criar muitas ofertas de em-
chegar ao poder do que com os problemas reais da prego.
população. Por outro lado, muitos economistas não concordam
• Consequência: Os grandes problemas que afligem o com tal ação, pois alegam que a redução de impostos pode
povo brasileiro deixam de ser convenientemente dis- comprometer o investimento em outras áreas e pode ainda
cutidos. aumentar a dívida do país.
Perceba que essas expressões ajudam o texto a ter mais
Comparação: consiste em atribuir características de um vida, fica mais bem articulado, além de deixar o texto mais
ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança. gostoso de ser lido. Nota-se também que o texto fica mais
Exemplo: coerente.
O meu coração está igual a um céu cinzento.
O carro dele é rápido como um avião. Progressão por Meio de Novas Informações
Gradação: consiste na figura que utiliza uma sequência de Cada parágrafo deve ter uma ideia central; mas ao mudar
palavras de maneira gradativa, dentro de uma mesma ideia. de parágrafo você deve se preocupar em apresentar novas
Para entender o que é gradativo, pense numa escala de vários informações no decorrer do texto. Muitos alunos tendem a
tons de cinza. Em um extremo, teremos um tom mais claro de falar de uma mesma ideia em todos os parágrafos.
cinza, próximo do branco. No extremo oposto, encontramos A fome não é só um problema do Brasil, mas também de
um tom mais escuro de cinza, próximo do preto. vários outros países, já que hoje há mais de 700 milhões de
Agora podemos mentalmente substituir o branco e o pre- pessoas que passam fome em todo o planeta. Esse número
to da escala de cinzas pelas figuras eufemismo e hipérbole. é bem alto e preocupante; sendo um total de quase 10% da
Na gradação, a sequência de palavras pode ir se amenizando população mundial.
ou ir se exagerando. Vejamos exemplos para tornar mais Várias doenças causadas hoje têm como consequência
claro: a fome; pois ela leva à desnutrição e, por causa disso, doen-
LÍNGUA PORTUGUESA

“De repente o problema se tornou menos alarmante, ças, tais como: raquitismo, anemia e deficiência no sistema
ficou menor, um grão, um cisco, um quase nada”. Nesse caso, nervoso. Como o corpo carece de vitaminas, ele fica com
as palavras, em relação a seus significados, vão diminuindo baixa imunidade.
gradativamente. Além de a morte ser causada por dezenas de fatores
“Isso é igual em todo lugar: aqui, ali, na esquina, em (guerras, acidentes), morrem todo ano milhares de pessoas
outro país, do outro lado do mundo”. Já nessa frase, a grada- em decorrência da fome. Essa mortalidade ocorre principal-
ção acontece de maneira progressiva, já que a cada palavra, mente entre bebês e crianças...
aumenta-se a distância. Perceba que o texto acima mostra vários subtemas que
estão relacionados à fome; é isso que você deve fazer ao re-
Oposição: oposição significa impedimento, obstáculo. É digir sua redação. Traga novas informações a cada parágrafo
o ato de opor ou opor-se contra algo, ou seja, de colocar-se e também empregue os conectivos para contribuir com isso.

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SINTAXE 16. A dúvida entre AA e CN acontecerá quando o termo
antecedente ao termo preposicionado for deverbal (prove-
Sujeito niente de verbo) e abstrato. Nesse caso, deve-se descobrir
se o termo preposicionado é possuidor do antecedente (AA)
É o ser de quem se declara algo. ou se o sentimento do antecedente recai sobre o termo
1. Determinado Simples (SDS): possui um só núcleo preposicionado <CN> (Complemento Nominal).
17. Substitua o núcleo do Objeto por um desses prono-
expresso. Ex.: Jonas leciona Português.
mes de acordo com a concordância: o, a, os, as. Se o adjetivo
2. Determinado Composto (SDC): possui mais de um
puder ser lido após o pronome coerentemente e soar bem,
núcleo expresso. Ex.: Lena e Val se amam.
ele será Predica�vo do Objeto <Pvo. Ob>. Se, ao ser lido após
3. Determinado Oculto, Elíp�co, Desinencial (SDO): o pronome, o adjetivo não soar bem, será Adjunto Adnomi-
quando os pronomes Eu, Tu, Ele/Ela, Nós, Vós não aparecem nal <AA>. O Pvo. Ob. é momentâneo, dado por outrem. Já
expressos. Ex.: Sou feliz. (eu) Vivemos bem. (nós) o AA é próprio da natureza do núcleo.
4. Indeterminado (SI):a)quando Eles/Elas não apare- Perceba que antes chamávamos o Sujeito de Simples,
cem expressos. Ex.: Leram livros (eles/elas). b)3ª. p.sing.+ Composto, Oculto e, hoje, anteposta a esta classificação vem
“-se” como Índice de Indeterminação do Sujeito (I.I.S.). a palavra Determinado, como vários concursos já cobram.
Ex.:Precisa-se de emprego. Isso porque, nas três classificações acima, consegue-se de-
5. Inexistente ou Oração Sem Sujeito (OSS): só há pre- terminar o sujeito.
dicado, sem referência a nenhum ser. Ocorre com verbos Exemplo 1: Marcos Roberto faz artesanato.
impessoais: fenômenos naturais, haver no sentido de existir, Pergunta: quem faz artesanato?
fazer e haver indicando tempo decorrido. Resposta: Marcos Roberto = Sujeito Determinado Simples
Ex.: Anoiteceu cedo. Há ótimos alunos aqui. Faz dez anos Exemplo 2: Marcos e Suzanne são irmãos.
que a amo. Pergunta: quem são irmãos?
Resposta: Marcos e Suzanne = Sujeito Determinado
Macetes de Sintaxe da Oração Composto
Exemplo 3: Gostamos muito deles.
1. Sublinhe o verbo da oração. Pergunta: quem gostamos muito deles?
2. Pergunte “Quem?” antes do verbo. A resposta será Resposta: Nós (não aparece) = Sujeito Determinado
o Sujeito <S>. Oculto
3. Pergunte “o quê?” ou “quem?” depois do verbo. Repare que os exemplos 1,2,3 têm sujeitos Simples,
A resposta será o Objeto Direto <OD>. Composto e Oculto, respectivamente. Entretanto, todos
4. Pergunte “preposição + quê?” ou “preposição + são determinados. Ou seja, em um concurso, poder-se-ia
quem?” depois do verbo. A resposta será Objeto Indireto formular o item: as orações 1,2,3 têm Sujeito Determinado.
<OI>. Exceção: OD Preposicionado, que possui preposição (Resposta: Verdadeiro)
expletiva.
5. Pergunte “preposição + quê?” ou “preposição + Sujeito Indeterminado
quem?” depois de um nome*. A resposta será Complemento
Nominal <CN>. 1) 3ª pessoa do plural (Eles/Elas) não aparece.
6. * Consideram-se nomes para o Complemento No- Exemplo: Venderam carros.
minal todos os Substan�vos <Subst>, Adje�vos <Adj> e Pergunta: quem venderam carros?
Advérbios <Adv>. Resposta: Eles/Elas = Sujeito Indeterminado
7. O Predicado Verbal <PV> é composto por Verbo In-
transi�vo <VI> ou Verbo Transi�vo <VT> + Objeto(s). 2) 3ª pessoa do singular acrescida de “-SE” como Índice
de Indeterminação do Sujeito (IIS)
8. O Predicado Nominal <PN> é composto por Verbo de
Ligação <VL> + Predica�vo(s) <Pvo>.
9. O Predicado Verbo-Nominal <PVN> é composto pela
2.1) com Verbo Transi�vo Indireto
Exemplo: Precisa-se de empregados.
mistura de elementos do Predicado Verbal com elementos
Pergunta: precisa-se de quê?
do Predicado Nominal.
Resposta: de empregados = Objeto Indireto
10. O Adjunto Adnominal <AA> acompanha geralmente Logo, precisa = Verbo Transitivo Indireto
os núcleos, referindo-se a eles, concordando com eles, exceto -SE= Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS)
conectores, pois conectivo não tem função sintática.
11. O Adjunto Adverbial é o Advérbio ou Locução Ad- 2.2) com Verbo Intransi�vo
verbial da Morfologia. Exemplo: Vive-se melhor nas cidades pequenas.
12. A Locução Verbal <LV> acontece quando há dois ou Pergunta: vive-se como?
mais verbos juntos. Resposta: melhor = Adjunto Adverbial de Modo
13. Ocorre Índice de Indeterminação do Sujeito <IIS>
LÍNGUA PORTUGUESA

Pergunta: vive-se melhor onde?


com os verbos: Intransi�vo, de Ligação, Transi�vo Indireto, Resposta: nas cidades pequenas = Adjunto Adverbial de Lugar
Transi�vo Direto com Objeto Direto Preposicionado (na 3ª Logo, vive = Verbo Intransitivo
pessoa do singular). -SE= Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS)
14. Ocorre Par�cula Apassivadora <PA> quando o Verbo
Transi�vo Direto concorda em número (singular e plural) 2.3) com Verbo de Ligação
com o Substan�vo (não-preposicionado) a que se refere. Exemplo: Era-se feliz naqueles tempos.
15. Ocorre Locução Verbal Intransi�va <LVI> geralmen- Feliz = Predicativo
te quando a frase é transformada da Voz Passiva Sinté�ca Pergunta: quando?
<VPS> para a Voz Passiva Analí�ca <VPA>, se não houver Resposta: naqueles tempos = Adjunto Adverbial de Tempo
trânsito de Objetos. Nesse caso, há Predicado Verbal, pois a Logo, era = Verbo de Ligação
locução é formada por verbo auxiliar + particípio. -SE= Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS)

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2.4) com Verbo Transi�vo Direto e Objeto Direto Predicado Verbal
Preposicionado
Exemplo: Ama-se aos pais. É composto por Verbo Intransitivo ou Verbo Transitivo
Pergunta: quem ama, ama alguém? mais Objeto.
Resposta: aos pais = Objeto Direto Preposicionado 1. Verbo Intransi�vo: não precisa de complemento,
Logo, ama = Verbo Transitivo Direto geralmente vem acompanhado por Adjuntos Adverbiais.
-SE= Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS) Ex.: João Carlos nasceu no estado de São Paulo.
SDS VI Adjunto Adverbial de Lugar
Diferença entre o Índice de Indeterminação do Sujeito
(IIS) e a Par�cula Apassivadora (PA) 2. Verbo Transi�vo mais Objeto
Já observamos que o Índice de Indeterminação do Sujeito Ex.: Comprei flores para Vera.
SDOc.(Eu) VTDI OD OI
pode acontecer nas quatro situações descritas acima (VTI,
VI, VL, VTD + OD Preposicionado). A Par�cula Apassivado-
ra, por sua vez, acontece quando há Voz Passiva Sintética, Complementos Verbais
podendo-se encontrá-la ao transformar a oração em Voz
1. Objeto Direto Simples: responde à pergunta “o quê?”
Passiva Analítica, quando o verbo for Transitivo Direto.
ou “quem?” depois do verbo.
Exemplo 1: Vende-se esta casa. (Voz Passiva Sintética)
Exemplo: Leram revistas ontem
Vender é Verbo Transitivo Direto, logo, não é Índice de S Ind. VTD OD A. Adv. Tempo
Indeterminação do Sujeito. Como há concordância entre o
verbo e o substantivo, a frase está na Voz Passiva Sintética e 2. Objeto Direto Duplo: possui dois núcleos.
pode ser reescrita na Voz Passiva Analítica. Exemplo: Compramos livros e apostilas.
Assim: Esta casa é vendida. (Voz Passiva Analítica) SDOc. VTD OD
Esta casa = Sujeito Determinado Simples e Paciente
-SE= Par�cula Apassivadora 3. Objeto Direto Pronominal: é substituído por um
Exemplo 2: Compram-se carros. (Voz Passiva Sintética) pronome oblíquo.
Comprar é Verbo Transitivo Direto, logo, não é Índice de Exemplos : Ofereci flores.
Indeterminação do Sujeito. Como há concordância entre o SDOc. VTD OD
verbo e o substantivo, a frase está na Voz Passiva Sintética e Ofereci – as
SDOc. VTD OD
pode ser reescrita na Voz Passiva Analítica.
Assim: Carros são comprados. (Voz Passiva Analítica)
4. Objeto Direto Preposicionado: complementa o Verbo
Carros = Sujeito Determinado Simples e Paciente
Transitivo Direto, no entanto, é antecedido por uma pre-
-SE= Par�cula Apassivadora
posição. Facilmente o confundimos com o Objeto Indireto,
Exemplo 3: Estuda-se várias matérias.
devido à preposição. Para que isso não aconteça, repare nos
Exemplo 4: Compram-se pipoca. próximos exemplos, em que o Objeto Indireto soa estranho
Estudar e comprar são Verbos Transitivos Diretos, logo, quando lhe é retirada a preposição. Motivo: a preposição
não se trata de Índice de Indeterminação do Sujeito. Como do Objeto Indireto (termo regido) está implícita no Verbo
não há concordância entre os verbos e os substantivos (“es- Transitivo Indireto (termo regente), já a preposição do Objeto
tuda” com “matérias” e “compram” com “pipoca”), a frase Direto Preposicionado só pertence ao Objeto Direto (termo
não está na Voz Passiva Sintética e não pode ser reescrita regido) e não ao Verbo Transitivo Direto (termo regente).
na Voz Passiva Analítica. Exemplos: Preciso de atenção.
Assim: há erro de Sintaxe, pois as orações não estão de SDOc. VTI OI
acordo com a Norma Culta Padrão. Exemplo 2: Preciso atenção. (Não soa bem.)
5. Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito: (Erro de regência)
1. verbo haver no sentido de existir Exemplo 3: Estimo os meus colegas.
Exemplo: Há filmes bons hoje no Brasil. SDOc. VTD OD
2. verbos fazer, haver e ir indicando tempo decorrido Exemplo 4: Estimo aos meus colegas.
SDOc. VTD OD Prep.
Exemplos: Faz anos que a amo.
Há onze anos que eu leciono.
Perceba nos próximos exemplos que a preposição do
Ia o tempo da juventude.
Objeto Direto Preposicionado sempre poderá ser retirada.
3. verbos indicando fenômenos da natureza: chover, Ex.1: A nova determinação inclui todos.
trovejar, ventar, nevar, relampejar, etc. Exemplo: Nevou no SDS VTD OD
Rio Grande do Sul. Ex.2: A nova determinação inclui a todos.
4. verbo ser indicando tempo SDS VTD OD Prep.
Exemplo: Foi um bom período de outono. Ex.3: Essas medidas agridem aos mais humildes.
Ex.4.: A decisão prejudicou aos trabalhadores.
Predicado Ex.5: Eu e sua mãe conhecemos aos seus amigos.
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.6: A crise atinge ao povo brasileiro.


O PREDICADO encerra uma declaração sobre o sujeito.
Exemplo: Ana dorme tarde. 5. Objeto Direto Pronominal implicitamente Prepo-
SDS Predicado sicionado
Tudo o que não é sujeito faz parte do predicado. As ora- Exemplo 1: Todos conhecem Caetano Veloso.
SDS VTD OD
ções em que o Sujeito é Oculto, Indeterminado ou Inexistente
Exemplo 2: Todos conhecem- no
têm todos os seus termos compondo o predicado. Exemplos: SDS VTD OD Pron.
Nasci em Santos. (Sujeito Determinado Oculto) Exemplo 3: Todos conhecem a Caetano Veloso.
Morreram. (Sujeito Indeterminado) SDS VTD OD Prep.
Necessita-se de atenção.(Sujeito Indeterminado) Exemplo 4: Todos conhecem -lhe
Chove muito em São Paulo. (Sujeito Inexistente) SDS VTD OD Pron. Implic. Prep.

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6. Objeto Direto Pronominal Pleonás�co: já sabemos Predicado Nominal
que o Pleonasmo é uma repetição (redundância) seja de
sentido, palavra ou termo sintático. Quando já há o Objeto É composto por Verbo de Ligação mais Predicativo.
Direto, geralmente iniciando a frase, e um outro pronome 1. Verbos de Ligação: possuem a função de apenas ligar
fazendo alusão a ele, tem-se o Objeto Direto Pleonástico. o sujeito à sua característica (Predicativo do Sujeito). Vários
Ex.1: O livro, eu o li ontem. verbos podem ser considerados de ligação, já que na atuali-
OD SDS OD Pleon. VTD A.Adv.Tempo dade analisa-se tudo a partir do contexto. Neste caso, verbos
Ex.2: A matéria, nós a estudamos na escola. intransitivos como viver ou andar, por exemplo, podem ser
OD SDS OD Pleon. VTD A.Adv.Lugar contextualmente verbos de ligação, bem como os Verbos
Ex.3: As flores, compraram-nas na floricultura. Transitivos. Veja alguns: terminar, viver, continuar, andar,
OD S Ind. VTD OD Pleon. A.Adv.Lugar ficar, estar, ser, parecer, permanecer.

7. Objeto Direto Pronominal Pleonás�co implicitamente Importante: para ter certeza, substitua na oração o ver-
Preposicionado bo pelos seis verbos sublinhados, se der certo com os seis,
Ex.: Os alunos, a prova prejudicou-lhes. é porque o verbo em questão contextualmente é de Ligação.
Exemplo 1: Eu sou feliz.
8. Objeto Direto Cognato: o verbo e o objeto são da SDS VL Predicativo do Sujeito
mesma família, quanto à etimologia. Exemplo 2: Ela continua atenta.
Ex. 1: Os ricos vivem uma vida agradável. SDS VL Predicativo do Sujeito
SDS VTD OD Cognato Exemplo 3: Lourdes vive em São Vicente.
SDS VI A.Adv.Lugar
Ex. 2: Os desempregados choram um choro amargo.
SDS VTD OD Cognato Exemplo 4: Renato vive sorridente.
SDS VL Predicativo do Sujeito
Exemplo 5: Renilza anda na praia.
9. Objeto Direto Interno: o verbo e o objeto pertencem SDS VI A.Adv.Lugar
ao mesmo campo semântico (significado). Ex.1: As crianças Exemplo 6: Renilda anda alegre.
dormem um sono de entrega. Ex.2: Nós choramos lágrimas SDS VL Predicativo do Sujeito
de crocodilo. Exemplo 7: Roberto terminou a faculdade.
SDS VTD OD
10. Objeto Indireto Da�vo de Posse: possui valor posses- Exemplo 8: Regina terminou religiosa.
sivo e é sempre pronominal (pronome oblíquo). Observação: SDS VL Predicativo do Sujeito
alguns gramáticos classificam este pronome como Adjunto
Adnominal (AA). Ex. 1: Furtaram-lhe a casa. (lhe=sua) Ex. 2: 2. Predica�vo: é o adjetivo (ou substantivo com valor
Algemaram-me a mão. (me=minha) adjetivo) que atribui uma característica ao substantivo, seja
ele núcleo do Sujeito ou do Objeto.
Exemplo 1: João permanece atento.
11. Objeto Indireto Simples: responde à pergunta “(pre- SDS VL Predicativo do Sujeito
posição) quê?” ou “(preposição) quem?” depois do verbo. Exemplo 2: Renira parece decidida.
Ex.: Gosto de praia no verão. SDS VL Predicativo do Sujeito
Exemplo 3: Márcia é eficaz.
12. Objeto Indireto Duplo: possui dois núcleos. SDS VL Predicativo do Sujeito
Ex.: Preciso de atenção e de carinho. Exemplo 4: Joaquim é português.
SDS VL Predicativo do Sujeito
13. Objeto Indireto Pronominal: quando o Objeto Indi-
reto é representado pelos pronomes: me, te, se, lhe, nos, 3. Complemento nominal: responde à pergunta “(pre-
vos, lhes. posição) quê?” ou “(preposição) quem?” depois de um
nome. Consideram-se nomes os Substantivos, Adjetivos e
Ex.: Trouxe-lhe flores.
Advérbios. Exemplos:
A dedicação de Raquel ao Jornalismo é louvável.
14. Objeto Indireto Pronominal Pleonás�co SDS CN VL Pvo. Suj.
Ex.1: Para Vera, dei-lhe meu amor. Omar e Roberta agiram favoravelmente ao Gustavo.
Ex.2: Ao professor, ofereci-lhe respeito. SDC VI A.Adv.Modo CN
Le�cia e Thiago são importantes aos seus pais.
Além dos Verbos Intransitivos, Transitivos Diretos e SDC VL Pvo. Suj. CN
Indiretos, Objetos Diretos e Indiretos, até aqui você tam-
bém já aprendeu que o Advérbio ou Locução Adverbial da 4. Diferença entre o Complemento Nominal e o Adjunto
Morfologia são chamados de Adjuntos Adverbiais. Cabe Adnominal
ressaltar ainda que Adjuntos Adnominais são os termos Exemplo 1:A proposta do funcionário é interessante.
LÍNGUA PORTUGUESA

SDS A. Adnom. VL Pvo. Suj.


que acompanham os núcleos do Sujeito e do Objeto Direto.
Exemplo 2: A proposta ao funcionário é interessante.
Renato Aquino admite mais dois objetos SDS CN VL Pvo. Suj.
I. Objeto Indireto de Opinião: exprime a opinião de
alguém, podendo aparecer com verbo de ligação. Não é Repare que, com uma mínima desatenção, você corre o
abonado pela NGB: Para mim, você se enganou. Ele nos risco de confundir o Complemento Nominal com o Adjunto
parece competente. Adnominal. A dúvida acontecerá quando o termo anteceden-
II. Objeto Indireto de Interesse: demonstra o interesse te (proposta) ao termo preposicionado (do/ao funcionário)
de alguém na ação verbal. É conhecido também como dativo for deverbal (proveniente de verbo) e abstrato. Por exemplo,
ético. Não aparece na NGB. Exemplos: Não me risque essa “proposta” vem do “propor” e é abstrato.
parede, garoto! “Tirem-me daqui a meta�sica!” (Fernando Nesse caso, deve-se descobrir se o termo preposicionado
Pessoa) é possuidor do antecedente (Adjunto Adnominal) ou se o

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sentimento do antecedente recai sobre o termo preposicio- “passar para a voz passiva e observar a função sintática que
nado (Complemento Nominal). passa a ter o termo que dava qualidade ao núcleo do objeto
No primeiro exemplo, a proposta é do funcionário, per- direto. Caso, na transformação da ativa para a passiva, fique
tence a ele, pois o funcionário é possuidor da proposta, logo, certificado que o termo é adjunto adnominal, é porque ele
tem-se o Adjunto Adnominal. já era na voz ativa. Ex.: Considerei a criança bonita. BONITA
Já no segundo exemplo, a proposta não é do funcionário, é predicativo do objeto, pois dá qualidade ao objeto direto
ela é de alguém (provavelmente do empregador) para ele, CRIANÇA e, ao passarmos esta frase para a voz passiva (A
a proposta recai sobre o funcionário, logo, tem-se o Com- criança foi considerada bonita por mim), o termo BONITA
plemento Nominal. passa a ser predicativo do sujeito. Vi uma criança bonita.
Ex. 3: A resposta dos alunos é fundamental. BONITA é adjunto adnominal, pois, ao ser passada esta frase
AA N A. Adnom. VL Pvo. Suj. da voz ativa para a voz passiva (Uma criança bonita foi vista
Ex. 4: A resposta aos alunos é fundamental. por mim.) BONITA continua adjunto adnominal. Predica�vo
AA N CN VL Pvo. Suj. preposicionado do sujeito – Ele foi apelidado de enrolado
Ex. 5: O amor de Deus aos homens continua infinito. por João. DE ENROLADO é predicativo preposicionado do
AA N AA CN VL Pvo. Suj.
sujeito ELE. Predica�vo preposicionado do objeto – Chamei
Paulo de servidor público. DE SERVIDOR PÚBLICO é predica-
No exemplo 3, a resposta pertence aos alunos (Adjunto tivo preposicionado do objeto, pois dá qualidade ao objeto
Adnominal); já no exemplo 4, a resposta é dada aos alunos, direto PAULO.”
recai sobre eles (Complemento Nominal); no exemplo 5,
entretanto, o amor é de Deus, que é o possuidor do amor
(Adjunto Adnominal), além disso esse amor de Deus recai
Agente da Passiva
sobre os homens (Complemento Nominal). Importante entender a diferença entre os diferentes
conceitos: o sujeito concorda com o verbo; o agente pratica a
Predicado Verbo-Nominal ação verbal; o Objeto Direto complementa o verbo; paciente
é o sofredor da ação verbal. (Ulisses Infante)
É composto pela mistura de elementos do Predicado Na voz passiva, o sujeito é paciente, portanto, o agente
Verbal (verbo intransitivo ou verbo transitivo mais objeto) da ação expressa pelo verbo na voz passiva é o agente da
com elementos do Predicado Nominal (verbo de ligação passiva.
mais predicativo). Ex.1: As flores do jardim foram plantadas por mim.
Exemplo 1: Vó Izabel morreu realizada. Ex.2: É um professor estimado dos alunos.
SDS VI Pvo. Suj. Ex.3: Lena e Val foram recebidos pela família.
Exemplo 2: Gustavo nasceu fofinho.
SDS VI Pvo. Suj. Importante: só há Agente da Passiva na Voz Passiva
Exemplo 3: Cláudio considera linda sua Cláudia. Analítica.
SDS VTD Pvo. Obj. OD
Termos Isolados: Voca�vo e Aposto
Diferença entre o Predica�vo do Objeto e o
Adjunto Adnominal Consideram-se termos isolados o Vocativo e o Aposto,
ou seja, não fazem parte nem do sujeito nem do predicado.
Facilmente pode ser confundido o Predicativo do Objeto
com Adjunto Adnominal do Objeto quando houver adjetivo Voca�vo
próximo do objeto.
Para ter certeza, substitua o núcleo do Objeto por um Chamamento que pode aparecer no início, meio ou fim
desses pronomes de acordo com a concordância: o, a, os, as. da oração. O verbo estará no imperativo.
Se o adjetivo puder ser lido após o pronome e soar bem, ele Preste atenção, rapaz! / Acorde, garoto, agora! / Mole-
será Predicativo do Objeto. Se, ao ser lido após o pronome, que, fique quieto!
o adjetivo não soar bem, será Adjunto Adnominal. Exemplos:
1. As crianças consideraram a brincadeira chata. Aposto
SDS VTD OD Pvo. Obj.
As crianças consideraram-na chata.
SDS VTD OD Pvo. Obj. Faz referência a um termo anterior.
(soa bem, é Predicativo do Objeto) 1. Resumitivo ou recapitulativo.
2. A professora organizou uma brincadeira chata. Ex.: Governador, prefeito, deputado, ninguém o fez
SDS VTD OD A. Adn. mudar de ideia.
A professora organizou-a chata. Livros, apostilas, aulas, tudo me fará passar.
SDS VTD OD A. Adn. 2 Explicativo: sempre isolado por vírgulas
(não soa bem, é Adjunto Adnominal) Ex.: O concurso, motivador do meu empenho, acontecerá
3. Tomás de Aquino deixou os racionalistas perplexos. no próximo mês.
LÍNGUA PORTUGUESA

SDS VTD OD Pvo. Obj. Jonas Rodrigo, professor de Português, escreve livros.
Tomás de Aquino deixou-os perplexos.
SDS VTD OD Pvo. Obj.
(soa bem, é Predicativo do Objeto) 3. Enumerativo.
4. Santo Agostinho deixou uma obra riquíssima. Ex.: Trouxe alguns objetos pessoais: roupas, perfumes,
SDS VTD OD A. Adn. sapatos e livros.
Santo Agostinho deixou-a riquíssima. Comprei meu kit “Seja um servidor”: livros de concursos,
SDS VTD OD A. Adn. cursinho preparatório, aulas de professores confiáveis.
(não soa bem, é Adjunto Adnominal)
4. Especificativo.
Para diferenciar o Predicativo do Objeto do Adjunto Ex.: O lago Paranoá é artificial. As aulas de Português
Adnominal, Marcelo Rosenthal (2009, p. 257-258) orienta são essenciais.

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5. Distributivo. Período Composto por Coordenação
Ex.: Machado de Assis e José de Alencar são escritores
brasileiros: este do Romantismo e aquele do Realismo. Orações Coordenadas Assindé�cas
Nilo e Hércules são ótimos professores: este de Direito
e aquele de Matemática. As orações coordenadas podem aparecer ligadas sem
conectivo (elemento de ligação), ou seja, sem síndeto,
6. Comparativo: sempre isolado por vírgulas conjunção, locução conjuntiva. São as orações coordenadas
Ex.: O Brasil, país grande como a China, será a maior assindéticas. Ex.: Nasceu, morreu.
potência mundial.
Betânia, brilhante como Vânia, conquista alunos diaria- Orações Coordenadas Sindé�cas
mente.
Adi�vas
Importante: segundo Renato Aquino, há o aposto refe- Ideia de adição, de soma. Conjunções aditivas: e, nem (e
rente a uma oração: palavras como o pronome demonstra- não), mas também, como também etc.
tivo o e substantivos do tipo coisa, fato, sinal etc. podem Ex.: Não veio nem telefonou.
referir-se a toda uma oração. Não recebe nome especial
esse tipo de aposto. Ex.: Esforcei-me bastante, o que causou Adversa�vas
muita alegria em todos. Ele estava nervoso, fato que passou Ideia de contraste, de oposição. Conjunções coordenati-
despercebido na reunião. vas adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto,
entretanto etc.
PROCESSOS DE COORDENAÇÃO E SUBOR- Ex.: Estudou muito, porém foi mal na prova.
DINAÇÃO
Alterna�vas
O bom entendimento da Sintaxe da Oração será essencial Ideia de alternância, de escolha. Conjunções coorde-
para a compreensão da Sintaxe do Período, aqui entendida nativas alternativas: ou... ou; ora... ora; já... já; quer... quer.
como análise sintática do período composto. Ex.: Ora a criança estuda, ora brinca com os amigos.

Explica�vas
Macetes de Sintaxe do Período Composto Expressam motivo, razão, explicação. Conjunções coor-
denativas explicativas: porque, que, pois (antes do verbo)
1. Sublinhe os verbos. etc. Ex.: Dei-lhe um presente, pois era natal.
2. Circule a conjunção ou locução conjuntiva, também
chamada de conectivo, conetivo, conector, conetor, síndeto, Conclusivas
termo de ligação etc. Ideia de conclusão. Conjunções coordenativas conclusi-
3. Coloque uma barra antes da conjunção, separando vas; logo, portanto, por conseguinte, pois (depois do verbo)
as orações. etc. Ex.: Estudou muito, portanto, foi bem na prova.
4. Analise bem e classifique as orações.
5. As orações coordenadas possuem sentido completo Período Composto por Subordinação
quando isoladas, as subordinadas não.
6. As Orações Subordinadas Substan�vas Subje�vas
Orações Subordinadas Substan�vas
<OSSS> atuam como sujeito da Oração Principal <OP>. Nesse
caso, a OP não possui sujeito e seu verbo deve estar na 3ª.
pessoa do singular ou na voz passiva. Subje�va
Funciona como sujeito de verbos usados na 3ª pessoa do
Observe a lista das orações que estudaremos neste
singular (é bom, será necessário, convém, parece, importa
capítulo:
etc.) e de verbos que se apresentam na voz passiva sintéti-
Oração Coordenada Assindética – OCA
ca (sabe-se, espera-se, etc.) ou analítica (foi decidido, será
Oração Coordenada Sindética – OCS provado etc.), na oração principal.
Oração Subordinada Substantiva – OSS É necessário que você discuta o assunto.
Subjetiva – OSSS
Objetiva Direta – OSSOD Obje�va Direta
Objetiva Indireta – OSSOI Funciona como objeto direto do verbo transitivo direto
Completiva Nominal – OSSCN da oração principal.
Predicativa – OSSP O mestre explicou que a serenidade se conquista.
LÍNGUA PORTUGUESA

Apositiva – OSSA
Oração Subordinada Adjetiva – OSAdj Obje�va Indireta
Oração Subordinada Adverbial – OSAdv Funciona como objeto indireto do verbo transitivo
Oração Principal indireto ou transitivo direto e indireto da oração principal.
Oração Reduzida de Infinitivo – RI O Estado necessita de que a prisão seja construída.
Oração Reduzida de Gerúndio – RG
Oração Reduzida de Particípio – RP Comple�va Nominal
Funciona como complemento nominal de um substanti-
Renato Aquino diz que a oração absoluta “é aquela que vo, adjetivo ou advérbio da oração principal.
aparece sozinha no período. Ex.: O menino brincava com Tínhamos certeza de que daria certo o acampamento
o cão.” naquele lugar.

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Predica�va Proporcionais
Funciona como predicativo do sujeito da oração principal Exprimem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâ-
com verbo de ligação. neo ao expresso na oração principal. Iniciam-se principal-
Nossa esperança é que os povos vivam em harmonia. mente por: à proporção que, à medida que...
À medida que limpávamos os livros, o cheiro de bolor
Aposi�va desaparecia.
Funciona como aposto, ou seja, como explicação de uma
palavra da oração principal. Finais
Queremos apenas isto: que a distribuição de rendas seja Exprimem ideia de finalidade do fato expresso na oração
mais justa. principal. Iniciam-se principalmente por: para que, a fim de
Importante: Renato Aquino admite a oração subordinada que...
substantiva agente da passiva: Fui ajudado por quem tinha Fiz minha autocrítica a fim de que me sentisse melhor.
boa vontade.
Consecu�vas
Orações Subordinadas Adje�vas Exprimem ideia de consequência do fato expresso na
oração principal. Iniciam-se principalmente por: que (pre-
As orações subordinadas adjetivas têm o valor e a função cedido de tal, tão, tanto, tamanho).
próprios do adjetivo. Para Renato Aquino, as orações adjeti- Chorou tanto em sua despedida que a família se sur-
vas representam um adjunto adnominal da oração principal. preendeu.
Assistimos a cenas deprimentes. / Assistimos a cenas
que nos deprimem. Conforma�vas
Exprimem ideia de conformidade com o pensamento
Restri�vas expresso na oração principal. Iniciam-se principalmente por:
São aquelas que restringem o sentido do termo a que se conforme, como, segundo....
referem. Não se apresentam entre vírgulas. O livro foi publicado conforme pedimos.
Os homens que são honestos merecem nosso diálogo.
Concessivas
Explica�vas Exprimem ideia contrária ao fato expresso na oração
São aquelas que tomam o termo a que se referem no principal. Também podem ser entendidas como as orações
seu sentido amplo, destacando sua característica principal que concedem uma possibilidade. Iniciam-se principalmente
ou esclarecendo melhor sua significação, à semelhança de por: embora, ainda que, se bem que...
um aposto. Sempre entre vírgulas. Preciso de um livro de contos, qualquer que seja ele.
Os homens, que são seres racionais, merecem nosso
diálogo. Compara�vas
Representam o segundo termo da comparação. Ini-
Importante: segundo Renato Aquino, há casos em tanto ciam-se principalmente por: como, mais ... do que, menos...
se pode usar a restritiva quanto a explicativa, cada uma, do que, tão...como, tanto... quanto...
naturalmente, com um sentido. Ex.: Meu tio que mora em Nós corríamos como lebres correm assustadas.
Belém tem uma linda casa. (restritiva, passa a ideia de que, Segundo Aquino, existem duas orações adverbiais que
dentre os tios que eu tenho, aquele que mora em Belém é não constam na NGB.
que tem uma linda casa) Meu tio, que mora em Belém, tem a) Loca�va: alguns a analisam como subordinada adje-
uma linda casa. (explicativa, não transmite a ideia de que tiva, por estar subentendido um antecedente de onde (no
eu tenho mais de um tio; talvez eu tenha apenas um, que local em que me sinto bem, no lugar onde me espetam).
mora em Belém). Ex.: Trabalho onde me sinto bem. “Onde me espetam, fico.”
(Machado de Assis)
Orações Subordinadas Adverbiais b) Modal, quase sempre reduzida de gerúndio: costu-
ma-se analisar a reduzida de gerúndio como conformativa
Temporais e a da conjunção sem que como concessiva. Ex.: Salvou-se
Exprimem ideia de tempo em que ocorre o fato expresso fazendo dieta. Saiu sem que ninguém percebesse.
na oração principal. Iniciam-se principalmente por: quando,
logo que, até que, sempre que, enquanto, assim que... Eu Orações Reduzidas
leria até que o sono viesse.
São reduzidas as orações que apresentam o verbo numa
LÍNGUA PORTUGUESA

Causais de suas formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.


Exprimem ideia de causa do fato expresso na oração Não apresentam conjunções.
principal. Iniciam-se principalmente por: porque, já que, Se você sair, feche as portas da casa.
visto que, como, uma vez que...
Já que não chovia, as plantas secaram. Reduzidas de Infini�vo
São em geral substantivas ou adverbiais e raramente
Condicionais adjetivas.
Exprimem ideia de condição necessária para a realização
do fato expresso na oração principal. Iniciam-se principal- Substan�vas
mente por: se, caso, desde que, contanto que.... Não é vergonhoso errar.
Caso ela chegue cedo, iremos ao cinema. É possível contornar a situação.

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Adverbiais O interessante discurso do prefeito contra o governador
Ao sair de casa, tranquei as portas. AA adj. adn. núcleo adj. adn. compl. nom.
Sem ler, você não aumentará seu vocabulário. foi criticado.

Adje�vas b. Entre a oração principal e a subordinada substantiva:


Luã não é um jovem de falar muito. É essencial que os povos lutem pela paz.
Essa é a ferramenta de se cortar a grama. Eles sabem que a decisão será favorável.

Reduzidas de Gerúndio Importante: se houver inversão da ordem direta, usa-se


São em geral adverbiais e raramente adjetivas. vírgula:
Que podem ser aprovados, os candidatos acreditam.
Adverbiais
Descobrindo a rua, localizei a casa do professor. c. Na ordem direta, antes das orações subordinadas
Mesmo sendo um grande centro industrial, São Paulo adverbiais proporcionais, conformativas e comparativas:
abriga muitos desempregados. Os jovens iam aprendendo à proporção que se exerci-
tavam mais.
Adje�vas Todos decidiram conforme combinado.
A Brasília, chegam retirantes trazendo apenas esperan- A nova sede do curso é tão bem estruturada como era
a antiga.
ças.
Pelas ruas, viam-se mendigos carregando fome e tristeza.
d. Antes de oração adverbial reduzida de gerúndio que
denote meio, modo ou instrumento:
Reduzidas de Par�cípio
Dirigiu fazendo contatos telefônicos.
São geralmente adjetivas ou adverbiais.
O irmão foi à reunião da escola representando seus pais.
Adje�vas e. Quando mas e porém ligam termos na mesma função
O gás natural importado, distribuído no país, não atende sintática:
a todos os brasileiros. Brisa não é considerada uma cadela lerda mas meiga.
Comemos carne congelada vinda do exterior. É sábio porém inseguro.
Adverbiais Casos em que se usa a vírgula (obrigatória e facul-
Montada a feira de artesanato, entraram curiosas as ta�va)
moças.
Preocupado com a hora, esqueceu o chapéu. 1.Aposto explicativo ou Aposto Comparativo: obrigatória
Jonas, professor, leciona Filosofia.
PONTUAÇÃO Vânia, como o Jonas, escreve livros.
2.Vocativo: obrigatória
Os sinais de pontuação indicam as pausas, o ritmo e a Estude bastante, concursando!
entoação da leitura; separam palavras, expressões e orações Macete: retire o que está entre vírgulas e leia. Se der
para destaque; esclarecem o sentido da frase, evitando du- certo, é porque as duas vírgulas estão corretas.
biedades e truncamentos. 3.Frases intercaladas ou parentéticas: obrigatória
As aulas, não custa lembrar, não poderão ter ausências.
Vírgula (Freitas e Mendes)
Importante: As frases parentéticas também podem ser
A vírgula ( , ) indica pausa breve. Entretanto, quando se isoladas por parênteses (daí o seu nome) ou travessões.
tem a ordem direta, que consiste em enunciar os termos
da oração segundo a seguinte progressão: sujeito – verbo – Ordem Direta do Período Simples
complementos do verbo (objetos) – adjunto adverbial, o uso
da vírgula é, de modo geral, desnecessário. SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADVÉRBIO
Ex.: O Presidente da República visitou as obras VT OD/OI = PV
sujeito verbo obj. dir.
VL PVO.S. = PN
nas estradas brasileiras.
adj. adv. de lugar VI PVO.S. = PVN
VT OD/OI+PVO. = PVN
Quando a ordem direta é quebrada por deslocamentos
(inversões ou intercalações) dos termos, tem-se a ordem in- 4.Predicativo deslocado: obrigatória.
LÍNGUA PORTUGUESA

versa. Neste caso, a vírgula se faz, quase sempre, necessária. Sa�sfeitos, todos compreendiam bem a aula.
5.Adjunto Adverbial deslocado longo (+ de 3 palavras):
Casos em que não se usa vírgula obrigatória
Na bela e calma noite, todos dormiam.
a. Entre sujeito e predicado; entre verbo e seus objetos; 6. Adjunto Adverbial deslocado curto (até 3 palavras):
entre nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e comple- facultativa
mento nominal; entre nome e adjunto adnominal: À noite(,) todos dormiam.
Os formandos tiveram uma bela festa. Observação: o adjunto adverbial de companhia deslo-
Sujeito Predicado cado, mesmo quando curto, terá vírgula obrigatória, já que,
A escritora doou livros aos carentes. pela regra de concordância verbal, quando o “com” introduz
Sujeito verbo OD OI outro núcleo sem vírgulas, este pertence ao sujeito deter-

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minado composto. Ex.: Ana, com sua irmã, viajou. (adjunto Estudou, porém(,) foi mal na prova.
adverbial) Ana com sua irmã viajou/viajaram. (SDC) Estudou, portanto(,) foi bem na prova.
7. Adjunto Adverbial curto ou longo na ordem direta: 24. Conjunções que não iniciam orações: obrigatória
facultativa Estudou, foi, porém, mal na prova.
Todos dormiam(,) à noite. Estudou, foi, portanto, bem na prova.
Todos dormiam(,) na bela e calma noite. 25. Antes das conjunções explicativas (pois, porque,
8.OD ou OI quando seguido de pronome pleonástico: etc.): obrigatória.
obrigatória. Estudo dia e noite, pois quero uma vida melhor.
O livro, eu o li hoje. 26. Segundo Renato Aquino, com certas orações re-
duzidas de gerúndio que se leem com pausa. Ex.: “Os dois
Observação: quando o objeto estiver deslocado e não seguiram adiante, penetrando o interior da casa.” (Aluísio
for repetido em pleonasmo, a vírgula será facultativa. Ex.: de Azevedo)
O livro(,) eu li.

ORDEM DIRETA: OP + O S ADV Ponto e Vírgula

9. O S ADV fora da ordem direta: obrigatória Sinal intermediário entre a vírgula e o ponto. É empre-
Quando entrei, todos se calaram. gado para separar:
10. O S ADV na ordem direta: facultativa a. Partes de um período que já tenha elementos sepa-
Todos se calaram(,) quando entrei. rados por vírgula(s):
11. Elipse (supressão) de uma palavra, geralmente um Na primeira aula, estavam presentes 50 alunos; na se-
verbo (Zeugma): obrigatória. gunda, 80.
Ana é loira; Célia, negra. b. Para separar orações coordenadas de sentido contrá-
12. Enumeração de termos na mesma função sintática rio, não unidas por conjunção:
ou morfológica: obrigatória. Alguns são obedientes, filhos respeitadores; outros,
Na feira comprei alface, quiabo, maçã. rebeldes.
A Globeleza é linda, negra, baixa. c. Para separar orações coordenadas, em geral adver-
Ponto-e-vírgula ocorre em enumerações, para separar sativas e conclusivas, de modo a dar destaque a sua ideia:
trechos com Zeugma e antes dos pronomes demonstrativos O número de votos já tinha decidido o novo governo; a
(este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo). oposição, no entanto, continuava tentando incendiar alguns
13. Expressões explicativas, retificativas, continuativas, eleitores alegando fraude.
conclusivas ou enfáticas (além disso, aliás, a propósito, d. Para separar os itens de uma enumeração, sobretudo
a saber, assim, com efeito, digo, em suma, enfim, isto é, isto quando precedidos de letras ou números.
sim, não, ou antes, ou melhor, ou seja, por assim dizer, por “Há duas modalidades de redação:
exemplo, realmente, sim, vale dizer): obrigatória I – Oficial:
Com efeito, os leitores estão entendendo. a) O�cio;
14. Nas locuções tanto mais ... quanto mais (quanto
b) Memorando;
menos), tanto menos ... quanto menos (quanto mais): obri-
c) Aviso; [...]
gatória
Tudo indica que quanto menos estudamos, (tanto) mais II – Discursiva:
afastamos a possibilidade de aprovação. a) Dissertação;
15. Expressões pelo menos e no mínimo: facultativa b) Narração;
Chegaram cansados, porém(,) pelo menos(,) perderam c) Descrição; [...]
uns quilinhos na caminhada.
16. Nomes de lugar nas datas e nos endereços: obriga- Importante: Renato Aquino sugere o ponto e vírgula
tória para separar orações coordenadas quando a conjunção está
Brasília, 25 de julho de 2002. Rua Diamante, 19. depois do verbo. Ex.: Trabalhou o dia inteiro; não estava,
17. Orações Coordenadas Assindéticas (OCA): obrigatória porém, cansado. (admite-se o ponto, nunca a vírgula).
Comprou a Gramática, leu-a toda, entendeu melhor o
idioma. Dois Pontos
18. Oração Subordinada Adjetiva Explicativa (OSAdjExp):
obrigatória. Oração Subord. Adj Restritiva: não há vírgulas Os dois pontos ( : ) marcam uma pausa repentina e
O Universo admira os homens, que são seres racionais. indicam que a frase não está concluída. São empregados
O Universo admira os homens que são honestos. para introduzir:
19. Conjunções “E, OU,NEM” repetidas: obrigatória a. Citação: Assim diz o Senhor: “Amai-vos uns aos outros.”
Valorizemos o cantor, e o ator, e o dançarino. b. Enumeração: Decidiram-se duas viagens: a Portugal
LÍNGUA PORTUGUESA

Ou isso, ou aquilo. Isso ou aquilo. / Nem viu o cão, nem e a Salvador.


o gato. c. Explicação, complementação ou conclusão: O Brasil
20. “NEM” usado uma só vez: facultativa
ficou aliviado: a inflação está sob controle.
Não viu o cão(,) nem o gato.
21. Antes de “E” com sujeitos diferentes: obrigatória
Arrumei-me (eu), e saímos juntos (nós). Travessão
22. Orações iniciadas por conjunções alternativas (ou,
quer...quer, ora...ora, etc.): obrigatória O travessão ( – ), traço que se distingue do hífen ( – ) por
Acorde, ou durma. ser mais comprido, é usado para:
23. Conjunções adversativas (mas, porém, contudo etc.) a. Indicar, nos diálogos, a fala dos interlocutores:
e conclusivas (logo, portanto etc.): obrigatória antes da con- Ela disse:
junção e facultativa depois da conjunção – Vamos ao cinema?

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b. Isolar termos ou orações no interior de um período, Discursos
caso em que deve ser usado duplamente, à semelhança dos • Discurso Direto Simples
parênteses: Ela disse:
A Região Sudeste – Rio de Janeiro, São Paulo, Minas – Vamos ao cinema?
Gerais e Espírito Santo – tem grande desenvolvimento Ele respondeu:
econômico. – Claro!

Importante: o sinal de pontuação que se poria antes do • Discurso Direto com Travessão Explica�vo
primeiro travessão transfere-se para depois do segundo: – Vamos ao cinema? – disse ela.
Quando se estuda de verdade – e isso pressupõe muita – Claro! – respondeu ele.
dedicação – , consegue-se o que se quer (não: * Quando se
estuda de verdade, – e isso...). • Discurso Direto Livre
Ela disse: “Vamos ao cinema?”
c. Dar realce a uma explicação, complementação ou Ele respondeu: “Claro!”
conclusão (neste caso, substitui os dois pontos):
• Discurso Indireto Simples
Todos queriam a mesma coisa – passar em um concurso.
Ela o convidou para ir ao cinema. Ele aceitou o convite.
Parênteses • Discurso Indireto Livre
Ela o convidou para ir ao cinema. Ele aceitou o convite.
Os parênteses ( ( ) ) são utilizados para isolar palavras, “Tomara que ele realmente vá!”
expressões ou frases intercaladas no período ou a ele justa-
postas. São utilizados: SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
a. Para incluir uma reflexão ou um comentário incidental:
O problema (sabia bem disso) exigia que ele se preca-
vesse.
Denotação e Conotação
b. Para encaixar uma explicação, um esclarecimento, uma
Uma palavra ou signo compreende duas polaridades: o
definição ou um exemplo: significado (aspecto conceitual, a imagem mental abstrata) e
Os países que fazem parte do Mercosul (Brasil, Argentina, o significante (aspecto concreto, gráfico, a imagem acústica).
Paraguai e Uruguai) vêm se firmando como um bloco sólido. Assim, todas as palavras são signos, desde que apresentam
c. Para indicar a fonte (autor, bibliografia, etc.) do que se essas duas faces.
afirma ou transcreve: “Progresso é a realização de utopias.” Quando desconhecemos o significado de uma palavra,
(Oscar Wilde) a significação não se completa, pois só o que compreende-
mos é o significante (o conjunto sonoro ou gráfico). Reunida
Re�cências ao seu significado, a palavra deixa de ser apenas um fenô-
meno sonoro ou gráfico (significante).
As reticências ( ... ) são utilizadas para denotar emoções Um mesmo signo pode apresentar significados diversos,
variadas (uso sobretudo literário), para assinalar a interrup- conforme o contexto em que os empregamos. O significado
ção de uma frase ou para indicar a omissão de partes de um de uma palavra não é somente aquele dado no dicionário;
texto. Nesses dois últimos casos, são usadas: a palavra adquire sentidos diferentes quando inserida em
a. Quando o emissor deixa o pensamento em suspenso novos contextos. A essa pluralidade de significados dá-se o
ou quando a frase está incompleta: Se vou conseguir o cargo nome de polissemia.
que quero? Bem... Veja o exemplo a palavra corrente:
b. Para indicar hesitação: cadeia de metal, grilhão (a corrente);
Pensamos que... Achamos que... Que isso é um absurdo. a água que corre (água corrente);
c. Quando um interlocutor é interrompido por outro fácil, fluente (estilo corrente);
(nos pronunciamentos, quando o orador é interrompido): sabido de todos (fato corrente);
– O Governador está ciente... decurso de tempo (mês corrente);
– Um aparte, por favor... circulação de ar (corrente de ar);
fluxo de água (corrente de água, corrente marinha);
– ...ciente do problema. Concedo o aparte ao nobre
fluxo de energia elétrica (corrente elétrica);
Deputado.
grupo de indivíduos que representam ideias, tendências,
d. Para indicar, nas citações, que uma parte da frase ou
opiniões (corrente literária) etc.
do texto foi omitida, recomendando-se neste caso o seu
emprego entre colchetes: “A política de desenvolvimento Quando escrevemos, valemo-nos do significado da palavra
LÍNGUA PORTUGUESA

urbano [...] tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvi- para expressar nossas ideias. Um vocabulário bem escolhido
mento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar transmite mais adequadamente a mensagem que codificamos.
de seus habitantes.” (CF, art. 182) Se queremos ser objetivos no que redigimos, precisamos
utilizar uma linguagem denotativa, portanto, referencial. Essa
Importante: não confundir reticências com “etc.”. Se- linguagem é aquela cujo significado real encontramos no
gundo Aquino: dicionário. É a palavra empregada na sua significação usual,
1) é errado o emprego das reticências. Ex.: Tenho canetas, literal, referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária.
lápis, cadernos etc... 2) após o ponto da palavra, pode ocorrer Ao evocarmos ideias através do filtro da nossa emoção,
vírgula ou ponto-e-vírgula. Ex.: Tenho canetas, lápis, cadernos da nossa subjetividade, temos a conotação, que corresponde
etc., porém não posso emprestar nada. Tenho canetas, lápis, a uma transferência do significado usual para um sentido
cadernos etc.; nada posso, porém, emprestar. figurado.

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1. “A corrente marítima não manteve o barco na rota.” Homônimos
2. “A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir São palavras que possuem a mesma pronúncia (às vezes,
Na volta do barco é que sente a mesma grafia), mas significados diferentes:
O quanto deixou de cumprir.” Acender (por fogo), ascender (subir)
(Chico Buarque) Acento (sinal gráfico), assento (local onde se senta)
No exemplo 1 as palavras corrente e barco foram usados Acerto (ato de acertar), asserto (afirmação)
denotativamente. Já no exemplo 2, podemos observar: cor- Apreçar (ajustar o preço), apressar (tornar rápido)
rente é metáfora de resistência e barco significa mudança Bucho (estômago), buxo (arbusto)
de rumo. Bucheiro (tripeiro), buxeiro* (pequeno arbusto) *não
reconhecido pelo dicionarista Aurélio Buarque de Hollanda.
Parônimos e Homônimos Caçar (perseguir animais), cassar (tornar sem efeito)
Cegar (deixar cego), segar (ceifar, cortar)
Em português existem palavras parecidas na grafia ou na Cela (pequeno quarto), sela (arreio, do verbo selar)
pronúncia, mas com significados diferentes; existem também Censo (recenseamento), senso (entendimento, juízo)
palavras que possuem a mesma pronúncia, mas significados Cético (descrente), séptico (que causa infecção)
diferentes. Por isso são comuns as dúvidas na grafia e o uso Cerração (nevoeiro), serração (ato de serrar)
de uma no lugar de outra. Cerrar (fechar), serrar (cortar)
Chá (bebida), xá (antigo soberano do Irã)
Parônimos Cheque (ordem de pagamento), xeque (lance no jogo
de xadrez)
São palavras parecidas na grafia ou na pronúncia, mas Círio (vela, procissão), sírio (natural da Síria)
com significados diferentes: Cito (do verbo citar), sito (situado)
Absolver (perdoar, inocentar), absorver (aspirar, sorver) Concertar (ajustar, combinar), consertar (corrigir, reparar)
Apóstrofe (figura da linguagem), apóstrofo (sinal gráfico) Concerto (sessão musical), conserto (reparo)
Aprender (tomar conhecimento), apreender (assimilar) Coser (costurar), cozer (cozinhar)
Arrear (por arreios), arriar (descer, cair) Esotérico (secreto), exotérico (que se expõe em público)
Ascensão (subida), assunção (elevação a um cargo) Espectador (aquele que assiste), expectador (aquele
Bebedor (aquele que bebe), bebedouro (local onde que espera)
se bebe) Esperto (perspicaz), experto (experiente, perito)
Cavaleiro (que cavalga), cavalheiro (homem cortês)
Comprimento (extensão), cumprimento (saudação) Palíndromo
Deferir (atender), diferir (retardar, divergir, discordar)
Delatar (denunciar), dilatar (alargar) Um palíndromo é uma palavra, frase ou qualquer outra
Descrição (ato de descrever), discrição (reserva, pru- sequência de unidades (como uma cadeia de ADN; Enzima
dência) de restrição) que tenha a propriedade de poder ser lida tanto
Descriminar (tirar a culpa), discriminar (distinguir) da direita para a esquerda como da esquerda para a direita.
Despensa (local de armazenamento), dispensa (ato de Num palíndromo, normalmente são desconsiderados os si-
dispensar) nais ortográficos (diacríticos ou de pontuação), assim como
Docente (professor), discente (aluno) o espaços entre palavras.
Emigrar (deixar um país), Imigrar (entrar num país) A palavra “palíndromo” vem das palavras gregas palin
Eminente (elevado), iminente (prestes a ocorrer) (“para trás”) e dromos (“corrida, pista”).
Esbaforido (ofegante, apressado), espavorido (apavorado) EX.: ANOTARAM A DATA DA MARATONA.
Estada (permanência de pessoas), estadia (permanência
de veículos) Sinonímia e Antonímia
Flagrante (evidente), fragrante (perfumado)
Fluir (correr), fruir (desfrutar) Os sinônimos designam as palavras que possuem signi-
Fusível (aquilo que funde, faz fusão), fuzil (arma de fogo) ficados semelhantes, por exemplo:
Imergir (afundar), emergir (vir à tona) andar e caminhar
Inflação (alta dos preços), infração (violação) usar e utilizar
Infligir (aplicar pena), infringir (violar) fraco e frágil
Mandado (ordem judicial), mandato (procuração)
Peão (aquele que anda a pé), pião (tipo de brinquedo) Do grego, a palavra sinônimo significa “semelhante
Precedente (que vem antes), procedente (proveniente, nome” sendo classificados de acordo com a semelhança
que tem fundamento) que compartilham com o outro termo.
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Ratificar (confirmar), retificar (corrigir) Os sinônimos perfeitos possuem significados idênticos


Recrear (divertir), recriar (criar novamente) (após e depois; léxico e vocabulário). Já os sinônimos im-
Soar (produzir som), suar (transpirar) perfeitos possuem significados parecidos (gordo e obeso;
Sortir (abastecer), surtir (originar) córrego e riacho).
Sustar (suspender), suster (sustentar) Os antônimos designam as palavras que possuem signi-
Tráfego (trânsito), tráfico (comércio ilegal) ficados contrários, por exemplo:
Vadear (atravessar a vau), vadiar (andar ociosamente) claro e escuro
*Vau: Trecho raso do rio, onde se pode transitar a pé triste e feliz
ou a cavalo. bom e mau
Vultuso (volumoso), vultuoso (atacado de congestão Do grego, a palavra “antônimo” significa “nome oposto,
na face) contrário”.

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GÊNEROS TEXTUAIS • carta de opinião;
• resenha;
Os gêneros textuais são classificados conforme as ca- • artigo;
racterísticas comuns que os textos apresentam em relação • ensaio;
à linguagem e ao conteúdo. • monografia, dissertação de mestrado e tese de dou-
Existem muitos gêneros textuais, os quais promovem torado.
uma interação entre os interlocutores (emissor e receptor)
de determinado discurso. Texto Exposi�vo
São exemplos resenha crítica jornalística, publicidade,
receita de bolo, menu do restaurante, bilhete ou lista de Os textos expositivos possuem a função de expor deter-
supermercado. minada ideia, por meio de recursos como: definição, concei-
É importante considerar seu contexto, função e finali- tuação, informação, descrição e comparação.
Alguns exemplos de gêneros textuais expositivos:
dade, pois o gênero textual pode conter mais de um tipo
• seminários;
textual. Isso, por exemplo, quer dizer que uma receita de
• palestras;
bolo apresenta a lista de ingredientes necessários (texto
• conferências;
descritivo) e o modo de preparo (texto injuntivo). • entrevistas;
• trabalhos acadêmicos;
Tipos de Gêneros Textuais • enciclopédia;
• verbetes de dicionários.
Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que
existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias Texto Injun�vo
tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais
são estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de O texto injuntivo, também chamado de texto instrucio-
textos: narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, ex- nal, é aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor
positivo e injuntivo. (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (re-
Texto Narra�vo ceptor). Por isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos
no imperativo.
Os textos narrativos apresentam ações de personagens Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos:
no tempo e no espaço. A estrutura da narração é dividida em: • propaganda;
apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. • receita culinária;
Alguns exemplos de gêneros textuais narrativos: • bula de remédio;
• romance; • manual de instruções;
• novela; • regulamento;
• crônica; • textos prescritivos.
• contos de fada;
• fábula; Conheça mais gêneros textuais:
• lendas. • anedota;
• blog;
Texto Descri�vo • reportagem;
• charge;
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor de- • carta;
terminada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa for- • e-mail;
ma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou • declaração;
• memorando;
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do
• bilhete;
locutor (emissor).
• relatório;
São exemplos de gêneros textuais descritivos:
• requerimento;
• diário;
• ata;
• relatos (viagens, históricos, etc.); • cartaz;
• biografia e autobiografia; • cartum;
• no�cia; • procuração;
• currículo; • atestado;
• lista de compras; • circular;
• cardápio; • contrato.
• anúncios de classificados.
LÍNGUA PORTUGUESA

Gênero Textual No�cia


Texto Disserta�vo-Argumenta�vo
A No�cia é um gênero textual jornalístico e não literário
Os textos dissertativos são aqueles encarregados de que está presente em nosso dia a dia, sendo encontrada
expor um tema ou assunto por meio de argumentações. principalmente nos meios de comunicação. Trata-se, por-
São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tanto de um texto informa�vo sobre um tema atual ou al-
tempo que tentam persuadir o leitor. Sua estrutura textual gum acontecimento real, veiculada pelos principais meios
é dividida em três partes: tese (apresentação), an�tese (de- de comunicação: jornais, revistas, meios televisivos, rádio,
senvolvimento), nova tese (conclusão). internet, dentre outros.
Exemplos de gêneros textuais dissertativos: Por esse motivo, as no�cias possuem teor informativo e
• editorial jornalístico; podem ser textos descritivos e narrativos ao mesmo tempo,

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apresentando, portanto, tempo, espaço e as personagens No�cia e Reportagem
envolvidas.
Ainda que a no�cia e a reportagem sejam textos jornalís-
Caracterís�cas da No�cia ticos, a no�cia se difere da reportagem na medida que é um
texto informativo e impessoal, sem teor opinativo, caracterís-
As principais caraterísticas do gênero textual no�cia são: tico das reportagens. Além disso, as no�cias não são textos
• texto de cunho informativo; assinados pelo autor, enquanto as reportagens apresentam
• textos descritivos e/ou narrativos; o nome do repórter.
• textos relativamente curtos; Dentre outras diferenças que podem surgir entre esses
• veiculado nos meios de comunicação; tipos de textos, vale lembrar que a no�cia apresenta um
• linguagem formal, clara e objetiva; tema atual de modo inteiramente informativo, enquanto a
• textos com �tulos (principal e auxiliar); reportagem aprofunda-se mais sobre os temas sociais e de
• textos em terceira pessoa (impessoais); interesse da sociedade apresentando as opiniões do autor
• discurso indireto;
• fatos reais, atuais e cotidianos. Crônica
Estrutura e Exemplo de No�cia A crônica é um tipo de texto narrativo curto, geralmente
produzido para meios de comunicação, por exemplo, jornais,
Geralmente as no�cias seguem uma estrutura básica revistas, etc. Além de ser um texto curto, possui uma vida
classificada em: curta, ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos corri-
queiros do cotidiano.
Título Principal e Título Auxiliar Portanto, elas estão extremamente conectadas ao con-
texto em que são produzidas, por isso, com o passar do tem-
A no�cia é formada por dois �tulos, ou seja, um principal, po ela perde sua “validade”, ou seja, fica fora do contexto.
também chamado de Manchete, que sintetiza o tema que No Brasil, a crônica tornou-se um estilo textual bem di-
será abordado, e outro um pouco maior, o qual auxilia o fundido desde a publicação dos Folhetins em meados do
entendimento do �tulo principal, ou seja, é um recorte do século XIX.
assunto que será explorado, por exemplo: Alguns escritores brasileiros que se destacaram como
Olimpíadas Rio 2016 (Título Principal) cronistas foram:
Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 (Título Auxiliar) • Machado de Assis;
• Carlos Drummond de Andrade;
Lide • Rubem Braga;
• Luís Fernando Veríssimo;
Na linguagem jornalística, a Lide corresponde à introdu- • Fernando Sabino;
ção da no�cia, portanto, trata-se do primeiro parágrafo que • Carlos Heitor Cony;
responderá as perguntas: O Que? Quem? Quando? Onde? • Caio Fernando Abreu.
Como? Porque?
Trata-se de um parágrafo em que todas as informações Segundo o professor e crítico literário Antônio Cândido,
que estarão contidas na no�cia deverão aparecer. É uma em seu artigo A vida ao rés-do-chão (1980):
ferramenta muito importante, visto que desperta a atenção
do leitor para a leitura da no�cia. Segue abaixo um exemplo: A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina
O Rio de Janeiro, sede dos jogos Olímpicos e Paraolím- uma literatura feita de grandes cronistas, que lhe
picos de 2016, vem se preparando para receber milhões de dessem o brilho universal dos grandes romancistas,
turistas no maior evento esportivo do planeta. Os Jogos Olím- dramaturgos e poetas. Nem se pensaria em atribuir
picos ocorrerão entre os dias 05 e 21 de agosto e os Jogos o Prêmio Nobel a um cronista, por melhor que fosse.
Paraolímpicos, que contempla os atletas com necessidades Portanto, parece mesmo que a crônica é um gênero
especiais, acontecerão de 7 a 18 de setembro. menor. “Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque
sendo assim ela fica mais perto de nós. E para mui-
Corpo da No�cia tos pode servir de caminho não apenas para a vida,
que ela serve de perto, mas para a literatura (...).
Nessa parte, será apresentada a no�cia com descrições (...) Ora, a crônica está sempre ajudando a estabe-
mais detalhadas. Segue abaixo um exemplo: lecer ou restabelecer a dimensão das coisas e das
Segundo a página oficial do “Rio 2016”, os Jogos Olímpi- pessoas. Em lugar de oferecer um cenário excelso,
cos vão ocorrer durante 17 dias (05 e 21 de agosto) em quatro numa revoada de adjetivos e períodos candentes,
regiões da Cidade Maravilhosa, que totalizam 32 locais de pega o miúdo e mostra nele uma grandeza, uma
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competição: Copacabana, Barra, Maracanã e Deodoro. As beleza ou uma singularidade insuspeitadas. Ela é
Modalidades Olímpicas incluem 42 esportes, onde participa- amiga da verdade e da poesia nas suas formas mais
rão 10.500 atletas de 206 países. Duas novas modalidades fo- diretas e também nas suas formas mais fantásticas,
ram inclusas nos jogos Olímpicos de 2016: o Golfe e o Rugby. sobretudo porque quase sempre utiliza o humor.
Já os Jogos Paraolímpicos, destinados para atletas com Isto acontece porque não tem pretensões a durar,
necessidades especiais, acontecerão durante 11 dias (7 a 18 uma vez que é filha do jornal e da era da máquina,
de setembro) nas mesmas regiões da cidade (Copacabana, onde tudo acaba tão depressa. Ela não foi feita ori-
Barra, Maracanã e Deodoro), que no total contemplam 20 ginalmente para o livro, mas para essa publicação
locais de competição. São 23 modalidades esportivas, onde efêmera que se compra num dia e no dia seguinte é
participarão 4.350 atletas de 178 países. A novidade é a in- usada para embrulhar um par de sapatos ou forrar
clusão de duas novas modalidades: a Canoagem e o Triatlo. o chão da cozinha.

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Nesse trecho tão esclarecedor podemos destacar ca- tritos, não me lembra qual, nem o nome da pessoa, e que
racterísticas fundamentais sobre a crônica, por exemplo, a hei de ler? Que o candidato era apresentado pelos três
aproximação com o público, na medida em que contém uma partidos, liberal, conservador e republicano.
linguagem mais direta e despretensiosa. Ao mesmo tempo A primeira coisa que senti, foi uma vertigem. Depois,
que é marcada notadamente pelo tempo, ou seja, pela curta vi amarelo. Depois, não vi mais nada. As entranhas do-
duração que possui esse tipo de texto. íam-me, como se um facão as rasgasse, a boca tinha
A crônica foi inicialmente desenvolvida com caráter his- um sabor de fel, e nunca mais pude encarar as linhas da
tórico (as crônicas históricas). Elas relatavam desde o século notícia. Rasguei afinal a folha, e perdi os dois vinténs;
XV fatos históricos (reais ou fic�cios) ou acontecimentos coti- mas eu estava pronto a perder dois milhões, contando
dianos (sucessão cronológica), algumas com toque de humor. que aquilo fosse comigo.
Mais tarde, esse tipo de texto despretensioso foi se Upa! que caso único. Todos os partidos armados
aproximando do público e conquistando os leitores mundo uns contra os outros no resto do Império, naquele ponto
afora. Hoje, esse fato é confirmado pela enorme difusão das uniam-se e depositavam sobre a cabeça de um homem
crônicas, sobretudo nos meios de comunicação. os seus princípios. Não faltará quem ache tremenda a
Principais caraterísticas: responsabilidade do eleito, — porque a eleição, em tais
• narrativa curta; circunstâncias, é certa; cá para mim é exatamente o con-
• linguagem simples e coloquial; trário. Deem-me dessas responsabilidades, e verão se
• poucos personagens, se houver; me saio delas sem demora, logo na discussão do voto
• espaço reduzido; de graças.
• acontecimentos cotidianos. — Trazido a esta Câmara (diria eu) nos paveses de
gregos e troianos, e não só dos gregos que amam o co-
Tipos de Crônica lérico Aquiles, filho de Peleu, como dos que estão com
Agamenon, chefe dos chefes, posso exultar mais que
Embora seja um texto que faz parte do gênero narrativo, nenhum outro, porque nenhum outro é, como eu, a uni-
(com enredo, foco narrativo, personagens, tempo e espaço) dade nacional. Vós representais os vários membros do
há diversos tipos de crônicas que exploram outros gêneros corpo; eu sou o corpo inteiro, completo. Disforme, não;
textuais. não monstro de Horácio, por quê? Vou dizê-lo.
Podemos destacar a crônica descritiva e a crônica disser- E diria então que ser conservador era ser essencial-
tativa. Além delas, temos: mente liberal, e que no uso da liberdade, no seu desenvol-
• Crônica Jornalís�ca: mais comum das crônicas da atu- vimento, nas suas mais amplas reformas, estava a melhor
alidade são as crônicas chamadas de “crônicas jornalís- conservação. Vede uma floresta! (exclamaria, levantando
ticas” produzidas para os meios de comunicação, onde os braços). Que potente liberdade! e que ordem segura! A
utilizam temas da atualidade para fazerem reflexões. natureza, liberal e pródiga na produção, é conservadora
Aproxima-se da crônica dissertativa. por excelência na harmonia em que aquela vertigem de
troncos, folhas e cipós, em que aquela passarada estrí-
• Crônica Histórica: marcada por relatar fatos ou aconte-
dula, se unem para formar a floresta. Que exemplo às
cimentos históricos, com personagens, tempo e espaço
sociedades! Que lição aos partidos!
definidos. Aproxima-se da crônica narrativa.
O mais difícil parece que era a união dos princípios
• Crônica Humorís�ca: Esse tipo de crônica apela para o
monárquicos e dos princípios republicanos; puro engano.
humor como forma de entreter o público, ao mesmo
Eu diria: 1°, que jamais consentiria que nenhuma das duas
tempo que utiliza da ironia e do humor como ferra-
formas de governo se sacrificasse por mim; eu é que era
menta essencial para criticar alguns aspectos seja da por ambas; 2°, que considerava tão necessária uma como
sociedade, política, cultura, economia, etc. Importante outra, não dependendo tudo senão dos termos; assim po-
destacar que muitas crônicas podem ser formadas por díamos ter na monarquia a república coroada, enquanto
dois ou mais tipos, por exemplo: uma crônica jornalís- que a república podia ser a liberdade no trono, etc., etc.
tica e humorística. Nem todos concordariam comigo; creio até que nin-
guém, ou concordariam todos, mas cada um com uma
Exemplo de Crônica parte. Sim, o acordo pleno das opiniões só uma vez se
Segue abaixo um exemplo de crônica do escritor brasilei- deu abaixo do sol, há muitos anos, e foi na assembleia
ro Machado de Assis. Ela foi publicada em 22 de agosto de provincial do Rio de Janeiro. Orava um deputado, cujo
1889, no jornal Gazeta de Notícias no Rio de Janeiro. nome absolutamente me esqueceu, como o de dois, um
liberal, outro conservador, que virgulavam o discurso com
Bons dias! apartes, — os mesmos apartes.
Quem nunca invejou, não sabe o que é padecer. Eu A questão era simples. O orador, que era novo, expu-
sou uma lástima. Não posso ver uma roupinha melhor em nha as suas ideias políticas. Dizia que opinava por isso ou
outra pessoa, que não sinta o dente da inveja morder-me por aquilo. Um dos apartistas acudia: é liberal. Redarguia
as entranhas. É uma comoção tão ruim, tão triste, tão
LÍNGUA PORTUGUESA

o outro: é conservador. Tinha o orador mais este e aquele


profunda, que dá vontade de matar. Não há remédio para propósito. É conservador, dizia o segundo; é liberal, tei-
esta doença. Eu procuro distrair-me nas ocasiões; como mava o primeiro. Em tais condições, prosseguia o novato,
não posso falar, entro a contar os pingos de chuva, se é meu intuito seguir este caminho. Redarguia o liberal: é
chove, ou os basbaques que andam pela rua, se faz sol; liberal; e o conservador: é conservador. Durou este diver-
mas não passo de algumas dezenas. O pensamento não timento três quartos de colunas do Jornal do Comércio.
me deixa ir avante. A roupinha melhor faz-me foscas, a Eu guardei um exemplar da folha para acudir às minhas
cara do dono faz-me caretas... melancolias, mas perdi-o numa das mudanças de casa.
Foi o que me aconteceu, depois da última vez que Oh! não mudeis de casa! Mudai de roupa, mudai de
estive aqui. Há dias, pegando numa folha da manhã, li fortuna, de amigos, de opinião, de criados, mudai de tudo,
uma lista de candidaturas para deputados por Minas, mas não mudeis de casa!
com seus comentos e prognósticos. Chego a um dos dis- Boas noites.

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Carta como Gênero Textual Carta do Leitor

A carta ou correspondência está entre os mais aplicados As cartas do leitor são enviadas, em geral, para jornais
na comunicação do cotidiano. A principal característica desse e revistas como maneira de conferir apoio ou demonstrar
gênero textual é a existência de um emissor (remetente) e insatisfação com o material veiculado, seja ele informativo
um receptor (des�natário). ou publicitário.
Com a tecnologia, a carta passou por um processo de Não existe um modelo específico para as cartas de leito-
adaptação na forma de transmissão que deixou de ocorrer res e há veículos que publicam trechos ou a íntegra, conforme
somente em papel e assumiu o meio eletrônico. a repercussão do assunto.
Com o aumento da leitura pela Internet, jornais e revistas
Na atualidade, a forma de transmissão mais utilizada
eletrônicas direcionam espaço específico no projeto gráfico
para a carta é o e-mail (electronic-mail - correio eletrônico).
para comportar as cartas do leitor.
Há três tipos básicos de carta, independente da maneira Alguns, contudo, informam a moderação, que consiste
como será transmitida: a correspondência oficial e a corres- na publicação de material que não ofenda a coletividade,
pondência comercial e a correspondência pessoal. como palavras de baixo calão e ataques a grupos ou pessoas
específicas.
Carta Pessoal
Carta Aberta
As cartas pessoais não seguem um modelo pronto. Nelas,
o texto reflete as intenções do remente ao destinatário. Ainda A carta aberta está entre os principais instrumentos de
assim, a coerência textual é recomendável como forma de participação política. É uma maneira de demonstrar de forma
clareza à mensagem enviada. clara um problema, assunto ou tema de interesse coletivo.
Quando enviadas pelo correio �sico – em papel – esse Como gênero textual, obedece aos critérios do texto
tipo de carta exibe no topo a data em que foi escrita (sau- argumentativo, mas tem caráter mais amplo que a carta ar-
dação inicial) e o selo da empresa a data do despacho. Essa gumentativa porque é destinada à coletividade. O remetente
forma de envio, porém, é pouco utilizada atualmente. também não é individual, podendo ser um grupo de pessoas,
Enviada por e-mail, a carta pessoal já traz no topo a representantes, sindicatos ou associações.
data em detalhes, inclusive o horário de envio. E o corpo
do texto é inserido no espaço padrão do programa onde é Gênero Textual Charge
escrito. Os programas também facilitam o armazenamento
da mensagem. A charge é um gênero jornalístico que se utiliza da ima-
gem para expressar à coletividade o posicionamento editorial
Exemplo de Carta Pessoal do veículo. É uma crítica carregada de ironia e que reflete
São Paulo, 18 de agosto de 1929. situações do cotidiano.
O termo charge é oriundo do francês charger e que sig-
Carlos [Drummond de Andrade],
nifica carga, exagero e ataque violento. As charges retratam
Achei graça e gozei com o seu entusiasmo pela candi-
situações da atualidade.
datura Getúlio Vargas – João Pessoa. É. Mas veja como es-
tamos... trocados. Esse entusiasmo devia ser meu e sou eu
que conservo o ceticismo que deveria ser de você. (...). Eu...
eu contemplo numa torcida apenas simpática a candidatu-
ra Getúlio Vargas, que antes desejara tanto. Mas pra mim,
presentemente, essa candidatura (única aceitável, está cla-
ro) fica manchada por essas pazes fragílimas de governistas
mineiros, gaúchos, paraibanos (...), com democráticos pau-
listas (que pararam de atacar o Bernardes) e oposicionistas
cariocas e gaúchos. Tudo isso não me entristece. Continuo
reconhecendo a existência de males necessários, porém me
afasta do meu país e da candidatura Getúlio Vargas. Repito:
única aceitável.
Mário [de Andrade] Renato Lemos. Bem traçadas linhas:
a história do Brasil em cartas pessoais. Rio de Janeiro:
Bom Texto, 2004, p. 305 (Enem/2007)

Carta Argumenta�va
LÍNGUA PORTUGUESA

Além do texto dissertativo-argumentativo, a carta argu-


mentativa, embora menos usual, também pode ser exigida
em exames para ingresso em universidades ou concursos
públicos.
A principal diferença entre os dois modelos de gênero
textual está no fato de que o texto dissertativo-argumen-
tativo é dirigido a um receptor universal, enquanto a carta
argumentativa é destinada a um receptor específico. Ambos
têm como objetivo a persuasão.
A carta argumentativa é composta pela saudação inicial,
introdução, desenvolvimento, conclusão e despedida. Charge do Jornal O Pasquim sobre o Brasil na Copa de 1982.

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Por meio da charge, o leitor tem a capacidade de com- O Charlie Hebdo está no centro do debate da liberdade
preender a dinâmica de acontecimentos ocorridos em todo o de expressão à imprensa. Esse conceito, na França, é apon-
mundo. O chargista, como é chamado o profissional que de- tado como indiscu�vel, colocando veículos e jornalistas na
senha charges, precisa estar inteiramente familiarizado com posição de responderem sobre seus atos, mas nunca como
os assuntos jornalísticos para conseguir retratar e transmitir alvo de censura.
a mensagem em um único quadro de elementos gráficos.
Características da Charge: Cartum
• retrata a atualidade;
O cartum é um gênero jornalístico de opinião e análise
• é usada em uma no�cia que retrata um fato social ou
político de relevância; que pode usado como crítica. Entre suas características está
• se origina na no�cia jornalística; a sátira e o humor. É utilizado por todos os veículos que se
• reflete na imagem o posicionamento editorial do veí- utilizam da ilustração para transmitir informação: os jornais,
culo; as revistas e a internet.
• a charge também pode ser chamada de texto visual em Como se utiliza da crítica, o cartum é, por vezes, mordaz
que utiliza o humor ao mesmo tempo em que critica; ao expor os hábitos e comportamentos humanos.
• como se alimenta da novidade, é tida como uma nar-
rativa efêmera; Diferença entre Charge e Cartum
• caso não venha acompanhada de uma no�cia, pode O elemento de tempo é a principal diferença entre charge
não ser compreendida pelo leitor. e cartum. Enquanto a charge retrata situações atuais emba-
sadas em no�cias, o cartum é utilizado para criticar e satirizar
Charge Polí�ca situações atemporais.
Por ser íntima da atualidade, a charge é amplamente
utilizada no debate jornalístico que trata da política. É pra- ORTOGRAFIA OFICIAL
ticamente obrigatório aos jornais destinarem um espaço
exclusivo à postagem de charges. Conceitos Iniciais
Pasquim A palavra ortografia provém do grego (orthós = “reto”,
E, no Brasil, não seria diferente. Entre os exemplos icôni- “direito” + gráphein = “escrever”, “descrever”). Damos o
cos do uso da charge na política está a publicação O Pasquim, nome de ortografia à parte da Gramática que trata da ma-
semanário que circulou entre 1969 e 1991. Durante o período neira de escrever corretamente as palavras.
de ditadura militar no Brasil, O Pasquim fez ácidas críticas ao
regime e, nos anos 1970, parte da redação foi presa.
Mudanças no Alfabeto

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km


(quilômetro), kg (quilograma),W (wa�);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus
derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu,
yin, yang, William, kaiser, Ka�a, ka�iano.
Além das letras, utilizando sinais denominados notações
léxicas.
São eles:
a) os acentos gráficos:
• acento agudo ( ´ )
• acento grave ( ‘ )
• acento circunflexo ( ^ )

b) o hífen ou traço de união ( – )


c) o til ( ~ )
d) a cedilha ( , )
e) o apóstrofo ( ´ )
f) o trema ( ¨ )
LÍNGUA PORTUGUESA

Charge de O Pasquim sobre a Ditadura Militar.


Um sistema ortográfico é sempre uma convenção. Sua
base pode ser histórica (leva em conta a etimologia, isto é,
Charlie Hebdo
a origem da palavra), fonética (leva em conta os sons da fala)
O Charlie Hebdo é uma publicação semanal francesa
fundada em 1960 e que usa a sátira para criticar as religiões ou mista (uma mescla do critério fonético e do histórico).
- principalmente o catolicismo, o judaísmo e islamismo – e A ortografia francesa é essencialmente etimológica;
o Partido Comunista Francês. a espanhola, fonética. O sistema ortográfico adotado no
É polêmico e, o descontentamento em relação ao ma- Brasil é misto.
terial que produz teria motivado, em janeiro de 2015, um O sistema ortográfico ideal seria aquele em que cada
ataque de conotações terroristas em que 12 pessoas foram letra representasse um único fonema e cada fonema fosse
assassinadas. O crime seria uma resposta a uma charge usada representado por uma única letra. Na realidade, em maior
como sátira ao profeta Maomé. ou menor grau, nenhum idioma concretiza esse ideal.

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Dada a grande variedade de fonemas e as diferenças c) nos sufixos -ês, -esa, -isa, indicadores de origem, �tulo
entre a língua falada no Brasil e nos demais países de língua de nobreza ou profissão:
portuguesa, a ortografia, a ortografia em língua portuguesa francês, francesa, holandês, holandesa, camponês, cam-
também não foge a essa regra. ponesa, burguês, burguesa, marquês, marquesa, princesa,
Convém mencionar que em 2009 passou a vigorar no baronesa, duquesa, poetisa, sacerdotisa, profetisa
Brasil o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, cujas d) nas formas de verbo pôr e querer:
alterações serão mencionadas ao fim deste tópico. pus, pusesse, puser, quis, quiséssemos
e) nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com s:
Uso dos porquês casa: casinha, casebre, casarão
atrás: atrasar, atrasado
Por que: para perguntar ou substituir “pelo qual” pesquisa: pesquisar, pesquisado
Por quê: ao final da pergunta ou frase análise: analisar, analisado
Porque: para responder ou afirmar Atenção para estas formas: catequese – catequizar
Porquê: é substantivo, pois substitui “motivo” f) nas seguintes correlações:

Orientações Ortográficas • nd à ns:


pretender: pretensão
Como vimos, o emprego das letras em português não é suspender: suspensão
tarefa fácil, uma vez que um mesmo som pode ser represen- expandir: expansão, expansivo
tado por mais de uma letra, e uma letra pode representar
mais de um som. Por outro lado, as 26 letras de que se • pel à puls:
compõe nosso alfabeto apresentam variações que podem impelir: impulso, impulsão, impulsivo
ser marcadas por sinais gráficos ou não. repelir: repulsão, repulsivo
Sem a pretensão de esgotar o assunto, apresentamos expelir: expulsão
a seguir orientações básicas para empregar corretamente Emprego do Z
algumas letras que costumam gerar dúvidas.
Emprega-se z:
Emprego do H
a) nas palavras derivadas de uma primitiva grafada
com -z:
O h (agá) não representa fonema algum; empregado
juiz: juizinho, juíza, ajuizar
junto a outras letras, forma dígrafos. Em algumas palavras,
bronze: bronzear, bronzeado, bronzeamento
aparece em decorrência da etimologia ou da tradição escrita
cruz: cruzinha, cruzeiro, cruzamento
de nosso idioma.
b) nos sufixos -ez, -eza, formadores de substantivos
Emprega-se h:
a) no final de algumas interjeições: abstratos femininos a partir de adjetivos:
ah!, oh!, ih!
b) no início de palavras cuja etimologia ou tradição escrita adje�vo: insensato, mesquinho, estúpido, altivo, magro,
do nosso idioma assim o determine: belo, grande
hábil, habitação, hábito, haver, herói, hiato, honesto substan�vo abstrato: insensatez, mesquinhez, estupidez,
Há palavras em que se eliminou o h etimológico: erva (do altivez, magreza, beleza, grandeza
latim: herba, ae); andorinha (do latim: hirundo, inis); inverno c) no sufixo -iza, formador de verbo a partir de substan-
(do latim: hibernum), etc. O h etimológico pode, no entanto, tivo ou adjetivo:
aparecer em formas derivadas dessas palavras:
erva: herbívoro, herbáceo, herbanário, herbicida substan�vo/adje�vo: hospital, canal, real, atual, humano
andorinha: hirundino (relativo à andorinha) verbo: hospitalizar, canalizar, realizar, atualizar, huma-
inverno: hibernação, hibernar, hibernal, hibernáculo nizar
c) no interior dos vocábulos, quando: Em palavras como analisar e avisar, não ocorre o sufixo
faz parte dos dígrafos ch, lh, nh: -iza. A formação dessas palavras não foi anal + izar, av + izar,
chapéu, archote, chuva, chicote, chávena, malha, calha, e sim: anális(e) + ar = analisar; avis(o) + ar = avisar.
ralha, pilha, ninho, anjinho, colarinho, banha, ganha d) nos verbos terminados em -uzir, bem como em suas
nos compostos em que o segundo elemento com h eti- formas em que ocorre o fonema /z/:
mológico se une ao primeiro por hífen: aduzir: aduzo, aduz, aduzi
pré-história, anti-higiênico, super-homem, co-herdeiro conduzir: conduzo, conduziste, conduziu
Fora esses dois casos, não existe, em português, h medial: deduzir: deduzo, deduziste, deduzia
desonra, desumano, reaver, desabitado, inábil, lobiso- produzir: produzo, produzi, produzia
mem
LÍNGUA PORTUGUESA

Emprego do Dígrafo SS
Emprego do S
Emprega-se ss nas seguintes correlações:
Emprega-se s: a) ced à cess:
a) depois de ditongos: ceder: cessão, cessionário
coisa, faisão, mausoléu, maisena, lousa, Cleusa conceder: concessão, concessivo, concessionário
b) nos adjetivos terminados pelo sufixo -oso(a), indicador retroceder: retrocesso, retrocessivo
de estado pleno, abundância, e pelo sufixo -ense, indicador b) gred à gress:
de origem ou pertinência: agredir: agressão, agressor, agressivo
cheiroso, dengosa, horroroso, gasosa, fluminense, pal- progredir: progressão, progressivo
meirense, rio-grandense, canadense regredir: regressão, regressivo

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c) prim à press: Emprego do X / CH
imprimir: impresso, impressão
oprimir: opressão, opressivo Emprega-se x:
reprimir: repressão, repressivo a) normalmente depois de ditongo:
exprimir: expressão, expresso, expressivo caixa, peixe, ameixa, faixa
d) �r à ssão Observação: recauchutar e recauchutagem devem ser
admi�r: admissão grafadas com ch, pois derivam de caucho, palavra que desig-
demi�r: demissão na uma espécie de árvore de cujo látex se produz borracha
discu�r: discussão de qualidade inferior.
emi�r: emissão
omi�r: omissão b) depois da sílaba inicial en:
permi�r: permissão enxoval, enxada, enxame, enxaqueca, enxugar, enxertar
repercu�r: repercussão Exceções:
encher (e seus derivados) são com ch:
Emprego do Ç enchimento, enchido, enchente, preencher
junção do prefixo en a um radical iniciado por ch:
Emprega-se ç: encharca, encharcado (de charco); enchumaçar, enchu-
a) nas palavras de origem árabe, tupi ou africana: maçado (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro), enchou-
açafrão, açúcar, muçulmano, araçá, paçoca, riçar (de chouriço), enchocalhar (de chocalho)
Juçara, Piraçununga, caçula, miçanga c) depois da sílaba inicial me:
mexer; mexilhão, mexicano, mexerica
b) após ditongos:
Exceção: mecha (e seus derivados) escrevem-se com ch.
louça, feição, traição
d) em palavras de origem indígena ou africana:
c) na correlação ter à tenção:
xavante, abacaxi, caxambu, orixá, xará, xangô
abster: abstenção
conter: contenção Emprego do J
deter: detenção
obter: obtenção Emprega-se j:
reter: retenção a) nas palavras derivadas de outras que já apresentem j:
d) nos sufixos -ação e -ção formadores de substantivos jeito: ajeitar, ajeitado, ajeitamento
a partir de verbos: jesuíta: ajesuitar, ajesuitado
varejo: varejista, varejão
substan�vo: formar, exportar, construir, destruir, b) em palavras de origem tupi:
verbo: formação, exportação, construção, destruição jiboia, pajé, jenipapo
c) nas formas dos verbos terminados em -jar:
Observação: nos verbos em que há o grupo nd no radical, arranjar: arranje, arranjei, arranjemos
ocorre a correlação nd à ns (vide emprego do s): apedrejar: apedreje, apedrejei, apedrejemos
apreender: apreensão / ascender: ascensão / compre- encorajar: encoraje, encorajemos, encorajei
ender: compreensão / repreender: repreensão / suspender: d) na terminação – aje:
suspensão laje, traje, ultraje
e) nos sufixos -aça(o), -iça(o), -uça(o):
barcaça, ricaço, carniça, caniço, dentuço, dentuça Emprego do G

Emprego do SC Emprega-se:
a) nas palavras derivadas de outras que já apresentem g:
Quando o grupo sc forma o dígrafo que representa ágio: agiota, agiotagem
unicamente o fonema /s/, costuma haver dificuldade em gesso: engessar, engessado
seu emprego, justamente porque ele apresenta o mesmo b) nas palavras terminadas em -ágio, -égio, ígio, -ógio,
som de palavras grafadas com c (antes de e ou i), como em -úgio:
amanhecer, anoitecer, etc. pedágio, egrégio, li�gio, relógio, refúgio
A razão para algumas palavras apresentarem o dígrafo c) nos substantivos terminados em -gem:
sc é puramente etimológica: crescer vem do latim crescere; aragem, coragem, vertigem, vagem, garagem
nascer, do latim nascere. Nas palavras em que o grupo sc
Observação: os substantivos pajem, lajem e lambujem
aparecia do início da palavra, ele foi substituído por c: a
são escritos com j:
LÍNGUA PORTUGUESA

palavra latina scena virou cena; scientia, ciência.


d) em geral, depois de a inicial:
Já nas palavras formadas dentro da língua portuguesa
ágil, agir, agitar, agenciar
usa-se o c e não sc: entardecer (en + tard + ecer); ensurdecer
(en + surd + ecer). Emprego do E
Lembre-se que o dígrafo representa um único fonema;
portanto, não se pronuncia o s e depois o c. Só é necessário Emprega-se a letra e:
pronunciar os dois no caso de encontros consonantais, como a) nas formas dos verbos terminados em -oar e -uar:
em desconto, discutir, etc. abençoar: abençoe, abençoes
Em palavras como descentralizar e descapitalizar, temos perdoar: perdoe, perdoes
o prefixo des- acompanhando uma forma verbal iniciada por con�nuar: continue, continues
c. Não se trata, pois, de dígrafo. pontuar: pontue, pontues

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b) nos ditongos nasais ãe, õe: Ex.: co-lé-gi-o; in-fân-ci-a; es-tra-té-gi-a; bar-bá-ri-e;
pães, cães, mãe, põe, casarões ím-pi-o; quí-ri-e; si-no-ní-mi-a; bo-ê-mi-o.
Observação: cãibra (ou câimbra) escreve-se com i:
c) no prefixo ante-, que significa anterioridade: Mudanças nas regras de acentuação
antepasto, antevéspera, antediluviano
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói
Emprego do I das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico
na penúltima sílaba).
Emprega-se a letra i:
a) nas formas dos verbos terminados em -air, -oer e -uir: Como era Como fica
cair: cai, cais • alcalóide alcaloide
sai: sai, sais • alcatéia alcateia
moer: mói, móis • andróide androide
doer: dói • apóia (verbo apoiar) apoia
possuir: possui, possuis • apóio (verbo apoiar) apoio
contribuir: contribui, contribuis • asteróide asteroide
retribuir: retribui, retribuis • bóia boia
b) no prefixo an�-, que significa ação contrária: • celulóide celuloide
antiaéreo, antibiótico, antijurídico • clarabóia claraboia
c) no verbo criar e seus derivados: • colméia colmeia
criar, criação, criatura, malcriado • Coréia Coreia
• debilóide debiloide
ACENTUAÇÃO GRÁFICA • epopéia epopeia
• estóico estoico
• estréia estreia
Para entender acentuação gráfica, deve-se descobrir
• estréio (verbo estrear) estreio
qual a sílaba mais forte da palavra para poder classificá-la
• geléia geleia
em oxítona (última), paroxítona (penúltima) e proparoxí-
• heróico heroico
tona (antepenúltima). Em seguida, observar a terminação
• idéia ideia
da mesma. Caso incida em uma das regras abaixo, caberá o
• jibóia jiboia
acento respectivo.
• jóia joia
1. Oxítonas terminadas em: a(s), e(s), o(s), em(ens).
• odisséia odisseia
Exemplos: jabá, café, paletó, amém, ananás, viés, maiôs, • paranóia paranoia
parabéns. • paranóico paranoico
2. Monossílabos tônicos terminados em: a(s), e(s), o(s). • platéia plateia
Exemplos: pá, ré, dó, más, pés, cós. • tramóia tramoia
3. Paroxítonas terminadas em: l, n, r, x, i, is, u, us, ã, ãs,
ão, ãos, on, ons, um, uns, ps (ou ditongos); exceto ens e Atenção: essa regra é válida somente para palavras pa-
prefixos terminados em i, r. roxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras
oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis,
Algumas frases podem lhe fazer decorar tais terminações: herói, heróis, troféu, troféus.
N,US,ÃO L,Ã,X,EI UM I,R,PS, (ei=DITONGOS)
S,Ã,UM X,I,R,US,PS N,ÃO L,EI DITONGOS 2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento
UM X,I,R,US,PS N,ÃO L,EI DITONGOS no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.
Exemplos: di�cil, sêmen, mártir, fênix, júri, íris, vírus,
meinácu, ímã, órfãs, órgão, sótãos, cátion, elétrons, fórum, Como era Como fica
álbuns, bíceps; hifens; super-homem, inter-helênico. • baiúca baiuca
• bocaiúva bocaiuva
4. Proparoxítonas: todas. • cauíla cauila
Exemplos: próxima, término, África, lâmpada, meta�sica, • feiúra feiura
álibi.
5. Ditongos abertos em oxítonas: éu, éi, ói. Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem
Exemplos: troféu(s), carretéis, herói, anzóis. em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece.
6. Hiatos acentuados: agudo nas vogais i, u tônicas, Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
quando sozinhas na sílaba ou com s.
Exemplos: sa-ú-de, ba-ú, ba-la-ús-tre, co-ca-í-na, sa-í-das, 3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas
LÍNGUA PORTUGUESA

u-ís-que. em êem e ôo(s).


7. Hiatos sem acento: se as vogais i, u vierem seguidas
do dígrafo nh, ou precedidas por vogal idêntica, ou seguidos Como era Como fica
l, m, n, r, z. • abençôo abençoo
Exemplos: rainha, ventoinha, bainha; xiita, mandriice, • crêem (verbo crer) creem
paracuuba, sucuuba; paul, ruim, ainda, sairmos, raiz. • dêem (verbo dar) deem
Exceção: prevalecem as regras das proparoxítonas e pa- • dôo (verbo doar) doo
roxítonas sobre a dos hiatos. Exemplos: friíssimo, seriíssimo. • enjôo enjoo
Importante: Evanildo Bechara (2005) considera as paro- • lêem (verbo ler) leem
xítonas terminadas em ditongo crescente como proparoxí- • magôo (verbo magoar) magoo
tonas terminadas em falsos hiatos. • perdôo (verbo perdoar) perdoo

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• povôo (verbo povoar) povoo Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser
• vêem (verbo ver) veem pronunciada mais fortemente que as outras):
• vôos voos • verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxa-
• zôo zoo guam; enxague, enxagues, enxaguem.
• verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delin-
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares quem; delinqua, delinquas, delinquam.
pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s)
e pêra/pera. Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primei-
ra, aquela com a e i tônicos.
Como era Como fica
• Ele pára o carro. Ele para o carro.
• Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte. NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
• Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.
• Esse gato tem pêlos Emprego do Hífen com Prefixos
brancos. Esse gato tem pelos brancos.
• Comi uma pêra. Comi uma pera.
Regra Básica
Atenção:
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico,
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
super-homem.
Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito
Outros casos:
perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular.
1. Prefixo terminado em vogal:
Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa
• sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, an-
do singular.
tiaéreo.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje
• sem hífen diante de consoante diferente de r e s: an-
ele pode.
teprojeto, semicírculo.
Permanece o acento diferencial em pôr/por.
• sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras:
Pôr é verbo.
antirracismo, antissocial, ultrassom.
Por é preposição.
• com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque,
Exemplo:
micro-ondas.
Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
2. Prefixo terminado em consoante:
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular
• com hífen diante de mesma consoante: inter-regional,
do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados
sub-bibliotecário.
(manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
• sem hífen diante de consoante diferente: intermuni-
Exemplos:
cipal, supersônico.
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
• sem hífen diante de vogal: interestadual, superinte-
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
ressante.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estu-
Observações
dantes.
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc. Palavras
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas
iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen:
as aulas.
subumano, subumanidade.
É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante
as palavras forma/ fôrma. Em alguns casos, o uso do acento
de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação,
deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma
pan-americano etc.
da fôrma do bolo?
3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo
elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação,
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das for-
coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
mas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei,
indicativo dos verbos arguir e redarguir.
vice-almirante etc.
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que per-
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados
deram a noção de composição, como girassol, madressilva,
em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desa-
mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
guar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem
6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós,
duas pronúncias em algumas formas do presente do indica-
LÍNGUA PORTUGUESA

pré, pró, usa-se sempre o hífen:


tivo, do presente do subjuntivo e também do imperativo.
ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casa-
Veja:
do, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas
devem ser acentuadas.
Exemplos: CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
• verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxá-
guam; enxágue, enxágues, enxáguem. Concordância Nominal
• verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delín-
quem; delínqua, delínquas, delínquam. Os adjuntos adnominais (ou seja, artigo, pronomes,
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas numerais e adjetivos) concordam em número e gênero com
deixam de ser acentuadas. o termo a que se referem.

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As suas três melhores características se evidenciam. paradas, as folhas de redação. Observação: as locuções em
O predicativo concorda com o sujeito ou com o objeto. anexo e em separado são invariáveis. Ex.: Em anexo, seguirão
A vitória sempre é louvável. / A cantora considerou as respostas. Ex.: Seguem, em separado, as folhas de redação.
implacáveis as suas músicas. h) Possível: 1) concorda com o nome a que se refere.
Ex.: Já descrevemos todas as características possíveis. 2) no
Principais Casos de Concordância singular, com as expressões superlativas o mais, o menos,
o melhor, o pior. Ex.: Mantenha os cidadãos o mais ocupados
1. Um Adje�vo com Mais de Um Substan�vo possível. 3) no plural, com essas expressões no plural: os/as
a) Adje�vo posposto (Mauro Ferreira, 2003) mais, os/as menos, os/as melhores, Os/as piores. Ex.: Em São
1) Como Adjunto Adnominal, vai para o plural ou con- Paulo, há os melhores restaurantes possíveis. Observação: a
corda com o mais próximo em gênero e número. Exemplos: expressão (o) quanto possível é invariável. Ex.: Gosto de uvas
Vivenciamos desafios e soluções necessárias/necessários. tão geladas (o) quanto possível.
Exemplos: Vivi uma crise e uma mudança inesperadas/ i) É bom, é proibido, é necessário etc.: ficarão invariáveis
inesperada. tais expressões e outras equivalentes quando o substantivo
2) Como Predicativo, vai para o plural no gênero pre- a que se referem estiver sendo usado em sentido geral, isto
dominante. Exemplos: O concurso considerou o candidato é, não determinado por artigo ou pronome. Ex.: É necessário
e a candidata aptos. Exemplos: A moça julgou a aula e a alegria com as crianças. Ex.: Mulher é talhado para cozinheira.
apostila chatas. Observação: como determinante, a concordância será obri-
b) Adje�vo anteposto gatória. Ex.: Aquela mulher é talhada para cozinheira. Ex.:
A concordância se fará conforme a função sintática do Nenhuma bebida é boa como a água sem gás.
adjetivo. j) Um e outro, um ou outro, nem um nem outro: quan-
1) sendo adjunto adnominal, concorda apenas com o do seguidas de substantivos e/ou adjetivo terão a seguinte
mais próximo: sintaxe: substantivo no singular e adjetivo no plural. Ex.: Nem
Ela lhe dera deliciosas roscas e pães. um nem outro político corruptos votaram.
2) sendo predica�vo, vai para o plural preferencialmente l) Menos, alerta, pseudo, salvo: são invariáveis. Ex.: Os
no gênero predominante: Considerou encerrados a aula e o professores estão alerta, embora haja menos greves hoje.
campeonato. Ou concorda com o mais próximo com raridade: Ex.: Salvo as secretárias, todas as demais são suspeitas. Ex.:
Considerou encerrada a aula e o campeonato. Em Portugal, temos pseudopoetas e pseudorromancistas.
3) sendo predica�vo, pode concordar em número e gêne- m) A olhos vistos: na linguagem contemporânea, invari-
ro com o mais próximo (segundo alguns autores): Cegalla: “É ável. Ex.: A mulher engordava a olhos vistos. Observação: em
preciso manter limpas as ruas e os jardins.” Sacconi: “Man- linguagem já arcaica, o particípio “visto” concorda com o su-
tenha acesas as lâmpadas e os lampiões.” Savioli: “Estava jeito (aquilo que se vê). Ex.: A mulher engordava a olhos vista.
deserta a vila, a casa e o templo.” n) Tal qual: em função predicativa, concorda com os
respectivos sujeitos. Ex.: Os jogadores do São Paulo são tais
2. Outros Casos de Concordância qual o time.
a) Mesmo: concorda com o nome a que se refere. Ex.: As
garotas mesmas obtiveram aprovação. Ex.: Elas lutam pelos
mesmos direitos, tendo sempre as mesmas obrigações. Ob-
Concordância Verbal
servação: invariável, quando se referir a verbos ou denotar
inclusão. Ex.: As moças desistiram mesmo de se expor por O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
dinheiro. Ex.: Mesmo os jovens querem um fácil caminho Com Sujeito Determinado Simples (SDS): o verbo con-
para o sucesso. corda com o núcleo do sujeito.
b) Bastante: concorda com o nome a que se refere. Os atores assumem personagens.
Ex.: A vida noturna gera bastantes confusões. Observação: Com Sujeito Determinado Composto (SDC): o verbo fica
invariável, quando se referir a verbos, adjetivos ou advérbios. no plural e, caso seus núcleos sejam de pessoas gramaticais
Ex.: Não o identificamos bastante para persegui-lo. Ex.: Os diferentes, na pessoa de número mais baixo.
estudantes de escola pública estão bastante ociosos. Ex.: A criança e os jovens acreditam no futuro.
Estou bastante bem para passar neste concurso.
c) Meio: concorda com o substantivo a que se refira (in- Observação: na linguagem moderna, ocorre, cada vez
dicando fração). Ex.: Ali assistia um rapaz de meias palavras. mais, a substituição do tratamento “vós” por “vocês” (uma
Observação: invariável, quando advérbio – caso se refira a forma de silepse de pessoa). “Juro que tu e tua esposa me
adjetivos. Ex.: A funcionária sentiu-se meio envergonhada pagam.”
e coagida.
d) Leso: concorda em gênero e número com o 2º vocá- Casos Especiais do Sujeito Determinado Composto
bulo do composto. Ex.: Acreditavam em ufos de lesos-ide-
alizadores. 1. Sujeito depois do verbo: o verbo vai para o plural, ou
LÍNGUA PORTUGUESA

e) Quite: concorda com o nome a que se refere. Ex.: Os concorda com o mais próximo.
patrões ficaram quites com seus funcionários. Ex.: O noivo Aqui, compareceram/compareceu o rapaz e sua noiva.
estava quite com a fidelidade de sua noiva. 2. Núcleos sinônimos: o verbo vai para o plural, ou con-
f) Só: 1) concorda com o nome a que se refere – caso corda com o mais próximo.
“só” signifique “sozinho” será adjetivo. Ex.: As estudantes A dor e o sofrimento nos atrapalha/atrapalham sempre.
se dedicaram por si sós. 2) denotando exclusão – só como 3. Núcleos em gradação: o verbo vai para o plural, ou
somente, invariável. Ex.: Só os alunos esforçados irão passar. concorda com o mais próximo.
Observação: a locução a sós é invariável. Ex.: A sós é melhor. Um século, um ano, um mês, um dia, não fará/farão
g) Anexo, incluso, separado: concordam com o nome a diferença.
que se referem. Ex.: Anexas à carta seguirão as respostas. 4. Núcleos ligados pela conjunção “ou”. a) havendo
Ex.: Remeteu inclusos os capítulos do livro. Ex.: Seguem, se- exclusão: concorda com o núcleo mais próximo. (1ª análise:

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sentido de exclusão) Ex.: O atleta ou eu vencerei a mara- se houver. Ex.: O bando passou rasgando o céu. Ex.: O bando
tona. b) havendo função retificativa: concorda com o mais de pássaros passou / passaram rasgando o céu. Observações:
próximo. (2ª análise: ou = ou melhor) Ex.: O professor ou os se o percentual vier determinado por artigo ou pronome,
professores elaboraram as provas. Os professores ou o pro- o verbo concordará apenas com o núcleo do sujeito (o
fessor elaborou as provas. c) sem exclusão nem retificação: percentual). Ex.: Meus quinze por cento do lucro sumiram.
vai para o plural na pessoa gramatical predominante. (3ª 16. Locução com pronome pessoal preposicionado –
análise: ou = e, ou seja, conjunção coordenativa alternativa podem ocorrer duas estruturas: a) núcleo no singular: verbo
de valor aditivo) Ex.: O calor ou frio excessivos prejudicam na 3a pessoa do singular. Ex.: Nenhum de nós faria tamanha
as pessoas. O atleta ou eu venceremos na vida. bobeira. b) núcleo do plural: verbo na 3a pessoa do plural
5. Núcleos infini�vos. a) antônimos: verbo no plural ou concordando com o pronome pessoal. Ex.: Quais de vós
Ex.: Amar e odiar constituem antagonismo. b) com artigos: comunicaram / comunicastes a solução?
verbo no plural Ex.: O amar e o sofrer nos tornam sensíveis. 17. Nomes pluralís�cos – podem ocorrer duas constru-
c) não antônimos e sem artigos: verbo no singular Ex.: Amar ções: a) nomes determinados por artigos no plural: verbo
e sofrer nos torna sensíveis. no plural. Ex.: Os estados apoiaram o Chile. b) não havendo
6. Núcleos ligados pela preposição “com”. a) se o núcleo artigo: verbo no singular. Ex.: Minas Gerais produz muitos
preposicionado não vier separado por vírgulas: verbo de queijos. Observações: 1) Com �tulos de obras vacilam os
preferência no plural, podendo concordar com o 1º núcleo escritores, ora deixando o verbo no singular, ora plural, ale-
para realçá-lo. (SDC) Ex.: O professor com seus colegas ela- gando-se uma concordância com um termo implícito. Ex.: Os
boraram/elaborou a prova. b) se o núcleo preposicionado Sertões imortalizaram Euclides da Cunha. (preferível) Ex.: Os
vier separado por vírgulas: o verbo deverá concordar com Sertões (o romance) imortalizou Euclides da Cunha. 2) Com o
o 1º e único núcleo (SDS), já que o núcleo preposicionado verbo ser é facultativa a concordância com o sujeito ou com
será Adjunto Adverbial de Companhia. Ex.: O professor, com o predicativo. Ex.: As cartas Persas são / é um livro genial.
seus colegas, elaborou a prova. 18. Haja vista – a expressão é invariável. Ex.: Viajaremos,
7. Núcleos ligados por conjunção comparativa “como”. haja vista o / ao evento. Ex.: Viajaremos, haja vista os/ aos
a) quando a comparação não vier entre vírgulas: o verbo eventos. Observações: o verbo pode flexionar-se (hajam
concordará com os dois núcleos, isto é, no plural. (SDC) Ex.: vista), referindo-se a nome no plural sem preposição. Ex.:
A alegria como o paraíso existem. b) quando a comparação Viajaremos, hajam vista os eventos.
vier entre vírgulas, o verbo concordará com o 1º e único 19. Verbo “parecer” seguido de infinitivos flexiona-se o
núcleo (SDS), já que a comparação será Aposto Comparativo. verbo parecer ou o outro verbo, nunca os dois. Ex.: As moças
Ex.: A alegria, como o paraíso, existe. parecem estar tristes. Ex.: As moças parece estarem tristes.
8. Sujeito seguido do (AR) Aposto Resumi�vo: o verbo 20. A par�cula apassivadora (PA) “se” concorda com
concorda com o aposto. substantivo não preposicionado a que se refere. Ex.: Ven-
Bebidas, dinheiro, mulheres, nada o alegra mais. dem-se casas.
21. Pronome de tratamento: verbo na 3a pessoa. Ex.: Sr.
Casos par�culares Governador, V. Exa. está convidado a bem governar.
22. Pronome “que”: o verbo concorda com o anteceden-
9. Verbo “haver” no sen�do de “exis�r”: impessoal (3ª te. Ex.: Fui eu que resolvi a questão.
pessoa do singular) Ex.: Existiam greves ali. Havia greves 23. Pronome “quem”: o verbo fica na 3a pessoa do sin-
ali. Observação: quando estiver no infinitivo, gerúndio e gular, mas pode concordar, também, com o antecedente. Ex.:
particípio, seu auxiliar ficará impessoal. Ex.: Devem existir Fui eu quem resolveu a questão. Ex.: Fui eu quem resolvi a
greves ali. Deve haver greves ali. Ex.: Estão existindo greves questão. (Rocha Lima)
ali. Está havendo greves ali. Ex.: Tinham existido greves ali. 24. Sujeito oracional ou Oração Subordinada Substan-
Tinha havido greves ali. �va Subje�va (OSSS): verbo na 3a pessoa do singular. Ex.:
10. Verbos “haver” e “fazer” indicando tempo decor- É essencial que estudem.
rido: impessoal (3ª pessoa do singular). Ex.: Faz dez anos 25. Verbos impessoais (os que indicam tempo cronológi-
que a amo. co ou metereológico; haver, fazer, ser, estar, ir; os que indicam
11. Ocorre IIS (Índice de Indeterminação do Sujeito) fenômenos da natureza – sentido denotativo: chover, nevar,
com os verbos: Intransitivo (VI), de Ligação (VL), Transitivo relampejar, gear, trovejar, etc.): na 3a pessoa do singular. Ex.:
Indireto (VTI) e Transitivo Direto (VTD) com Objeto Direto O povo, há alguns anos, acreditou em sua prosperidade.
Preposicionado (OD Prep). Ex.: Trate-se de assuntos polê- Ex.: Em Sampa, fazia dias constantemente chuvosos. Ex.:
micos ou não. (FCC) Relampejava noites a fio. Observações: nas locuções verbais,
12. Um ou outro; nem um, nem outro; etc.: verbo no sin- formadas com esses verbos, a impessoalidade (3a pessoa do
gular ou plural, facultativamente. Uma e outra planta nasceu singular) recai no verbo auxiliar. Os cargos oferecidos eram
/ nasceram. Observação: essa regra será quebrada se houver: poucos, e, por isso, começou a haver brigas.
a) reciprocidade: verbo somente no plural. Ex.: Um e outro 26. Verbo “ser” concorda com sujeito quando este é
carro chocaram-se na avenida. b) exclusão: verbo somente pessoa (subordinativa ou pronome pessoal): Tua prima era
LÍNGUA PORTUGUESA

no singular. Ex.: Nem um nem outro se elegera governador. as alegrias do condomínio.


13. mais de um: verbo no singular. Ex.: Mais de um jornal 27. Verbo “ser” concorda com o predica�vo a) quando
divulgou o evento. Observações: essa regra será alterada este é pessoa (pronome ou substantivo) ou indica horas,
se ocorrer: a) reciprocidade: verbo no plural. Ex.: Mais de distâncias e datas: Sua maior alegria eram os idosos. b)
um político se agrediram. b) repetição: verbo no plural. Ex.: quando este indica horas, distâncias e datas Quando fo-
Mais de um professor, mais de um aluno ficaram satisfeitos. rem doze horas, viajaremos. Observação: em relação a
14. Um dos (...) que: verbo na 3ª pessoa do singular ou datas, admitem-se três construções. 1. Concordando com
do plural. Ex.: Camões foi um dos poetas que fez/fizeram o numeral: Amanhã serão cinco de janeiro. 2. Concordando
escola na Língua Portuguesa. com a palavra “dia”, expressa: Hoje é dia cinco de janeiro. 3.
15. Sujeito cole�vo, par��vo ou percentual: o verbo Concordando com a palavra “dia”, elíptica: Hoje é (dia) cinco
concorda com o núcleo do sujeito ou com seu determinante, de janeiro. c) quando este indica quantidade (muito, pouco,

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mais, menos, etc.): Doze mil reais é mais do que eu preciso. Solicitar a palavra – Solicitá-la; Fez um comunicado –
d) quando o sujeito é pronome interrogativo que ou quem: Fê-lo; Apurou os votos – Apurou-os; Levantaram uma questão
Quem teriam sido os primeiros a chegar? Que são ideologias? de ordem – Levantaram-na; Dão graças a Deus – Dão-nas.
e) quando o sujeito é expressão partitiva (a maioria, o resto, O pronome lhe funciona como objeto indireto; conse-
a maior parte, etc.): A maior parte eram amigos. f) quando quentemente, não pode ser usado como complemento de
este é o pronome demonstrativo “o”: Dedicação era o que verbos transitivos diretos. Deve-se dizer: Nós o ajudamos,
pedíamos aos nossos alunos. e não:
28. Verbo “ser” concorda facultativamente com sujeito *Nós lhe ajudamos; Eu a vi, e não: *Eu lhe vi; Os colegas
ou predicativo quando: a) Sujeito é pronome indefinido (tudo a respeitam e a admiram, e não: *Os colegas lhe respeitam
ou nada): Na juventude, tudo é/ são alegrias. b) Sujeito é e lhe admiram.
pronome demonstrativo (isto, isso, aquilo): Aquilo era/ eram
alegrias de vida. c) Sujeito e predicativo indicando “coisas”: São verbos transi�vos diretos:
A vida é/são definições. O Deputado adentrou o plenário para votar. (não: *aden-
trou no) Não os ajudou quando eles mais necessitavam. (não:
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL *lhes ajudou)
A bancada apoia o projeto. (não: *apoia ao)
A grafia lo(s), la(s), no(s) e na(s) é explicada em 6.5.3.1,
Regência Nominal a e b.
A Presidência conclama os Deputados a se dirigirem ao
Regência (Segundo o Manual de Redação da Câmara dos
plenário. (não: *conclama aos)
Deputados 2004, Freitas) é o mecanismo que regula a relação
A Oposição conclamou-a líder. (não: *conclamou-lhe)
entre os verbos ou nomes (substantivos e adjetivos) e os seus
Constituí-o meu procurador. (não: *constituí-lhe)
complementos. Em seu caso, importa saber se a palavra exige
O júri condenou a ré. (não: *condenou à)
ou não outras que complementem o seu sentido e, no caso
O programa favorece os mais pobres. (não: *favore-
de exigir, que tipo de complemento é esse.
ce aos)
Saliente-se que na regência – na verbal sobretudo – são
encontradas consideráveis diferenças entre o uso popular
Verbos Transi�vos Indiretos
ou informal e o uso culto e formal, verificando-se também,
em certos casos, divergências entre os próprios gramáticos
Verbo transitivo indireto é aquele que tem o sentido
e dicionaristas, alguns dos quais são menos normativos que
completado por complemento precedido de preposição obri-
descritivos a respeito.
gatória, o qual, por isso, recebe o nome de objeto indireto.
No exemplo abaixo, observe-se que o verbo referir-se
Regência Verbal tem os seus objetos indiretos regidos pela preposição a:
“Nenhum Deputado poderá referir-se, de forma des-
A regência se diz verbal quando o termo regente é um cortês ou injuriosa, a membros do Poder Legislativo ou às
verbo. São a seguir definidos alguns tipos de verbos e indi- autoridades constituídas deste e dos demais Poderes da
cados aqueles verbos mais propensos a dúvidas. República [...].” (RICD, art. 73, XII)
Alguns verbos transitivos indiretos que se constroem com
Verbos Transi�vos Diretos a preposição a admitem que o seu objeto indireto tome a for-
ma do pronome lhe(s): Coube ao Diretor decidir – Coube-lhe
Um verbo é transitivo quando não tem sentido completo decidir; Estes bens pertencem ao patrimônio público – Estes
e por isso exige (rege) um complemento que lhe complete o bens lhe pertencem. Já outros não admitem o pronome
significado. É chamado transitivo direto quando seu comple- átono lhe, mas sim as formas tônicas a ele(s), a ela(s):
mento – denominado objeto direto – não vem obrigatoria- Referir-se às autoridades – Referir-se a elas; Procederam à
mente precedido de preposição. Em outras palavras, a noção votação – Procederam a ela; Provia a todas as necessidades
que ele exprime “transita” diretamente para o objeto: da casa – Provia a elas.
“Nenhum Deputado poderá solicitar a palavra quando Além de a, o objeto indireto pode ser introduzido por
houver orador na tribuna, exceto para requerer prorrogação outras preposições, a depender do verbo: apelar para; con-
de prazo, levantar questão de ordem, ou fazer comunicação sistir em; carecer de; contentar-se com, de ou em; contribuir
de natureza urgentíssima.” (RICD, art. 169) para; esforçar-se em, para ou por; lutar contra, com e por;
Nesse exemplo, os termos grifados funcionam como optar por; simpatizar com; etc.
objeto direto porque completam, sem preposição, o sentido
dos verbos solicitar, haver, requerer, levantar e fazer, que Verbos Transi�vos Diretos e Indiretos
são assim transitivos diretos.
Verbo transitivo direto e indireto é aquele que requer
Observação: há casos em que o objeto direto ocorre com dois complementos ao mesmo tempo, um direto e outro
LÍNGUA PORTUGUESA

preposição, utilizada por tradição, ênfase ou clareza. Alguns indireto:


exemplos: Ainda não se conhecem uns aos outros (expressão “Ao Presidente da Comissão compete, além do que
de reciprocidade um ao outro); É um amigo a quem pouco lhe for atribuído neste Regimento, ou no Regulamento
vejo (pronome relativo quem); A Abel matou Caim (clareza: das Comissões, delegar, quando entender conveniente,
a preposição evita confusão entre o sujeito e o objeto); aos Vice-Presidentes distribuição das proposições.” (RICD,
Amava a Deus e aos irmãos (ênfase: o uso – estilístico – da art. 41, XIX)
preposição com verbos que exprimem sentimento dá ideia Nesse exemplo, a expressão preposicionada aos Vice-Pre-
de encarecimento do beneficiário da ação verbal). sidentes é objeto indireto e a distribuição das proposições,
Quando pronome átono, o objeto direto tem a forma objeto direto; ambas completam o sentido de delegar, que
o, a, os, as, ou as suas variantes lo(s), la(s), no(s), na(s).36 é um verbo transitivo direto e indireto �pico, pois quem
Exemplos: delega, delega alguma coisa a alguém.

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Tal como ocorre com delegar, o objeto direto dos verbos É melhor nos esquecermos desse incidente. / É melhor
transitivos diretos e indiretos é em geral coisa e o indireto, esquecermos esse incidente.
pessoa (ou ente a quem se destina ou interessa a ação). Mas Lembrou o professor e sentiu gratidão. / Lembrou-se do
não faltam verbos que admitem alternância dos dois objetos professor e sentiu gratidão.
(de pessoa e de coisa), como por exemplo avisar: avisa-se O Primeiro-Secretário foi quem presidiu a / à sessão.
alguma coisa a alguém ou avisa-se alguém de alguma coisa. Um caso relaciona-se com o / ao outro.

Outros exemplos Verbos que Podem Despertar Dúvidas de Regência


A família agradece aos amigos o apoio prestado. (não:
*agradece os amigos) Abdicar
O Departamento notificou os servidores da obrigato- Significando “rejeitar, desistir” rege, em geral (mas não
riedade do uso do crachá. / O Departamento notificou aos obrigatoriamente), a preposição de:
servidores a obrigatoriedade do uso do crachá. O deputado abdicou da/a homenagem que lhe seria
Aviso a V.Exa. que se fará chamada nominal. / Aviso V.Exa. prestada.
de que se fará chamada nominal. Abdiquei do/o cargo de presidente.
Cientifique-o de que haverá sessão amanhã às 9 horas. / Anteceder
Cientifique-lhe que haverá sessão amanhã às 9 horas. Significando “realizar antes do tempo”, é transitivo direto:
Com pesar, o médico comunicou-lhe o resultado do Tendo em vista o final de semana, o chefe antecedeu o
exame. pagamento dos funcionários.
Ensinei-o a respeitar as leis. / Ensinei-lhe o respeito Significando “preceder, ficar ou vir antes”, “superar”,
às leis. é transitivo direto ou indireto, indiferentemente:
Felicito V.Exa. pela data de hoje. (não: *felicito a V.Exa.) A votação será realizada nos dias que antecedem o / ao
Sugeriram-lhe que retirasse o projeto. (não: *sugeri- feriado.
ram-lhe de que) No início do curso, já antecedia os / aos professores em
inteligência.
Verbos Intransi�vos e Verbos Pronominais Significando “ser anterior, antecipar-se”, é pronominal
e transitivo indireto, tanto para coisa quanto para pessoa:
Verbo intransitivo é aquele cuja significação não “tran- Antecedeu-se a todos na entrega dos relatórios.
sita” para um complemento, isso porque já tem o sentido Este fato antecedeu-se a outros que não foram com-
completo, não necessitando de objeto direto nem indireto: preendidos.
A semente germinou (floresceu / vingou / murchou /
apodreceu). Anuir
O prazo para interpor recurso expirou (prescreveu / Significando “concordar, condescender”, rege as prepo-
acabou / findou). sições a e em:
A criança pula, brinca, corre, chora e finalmente ador- O Diretor anuiu ao requerimento do servidor.
mece. Registram-se apenas os significados para os quais as
Verbo pronominal é aquele que se usa sempre acompa- regências podem apresentar dúvidas na língua culta. Além
nhado de um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos) das regências propriamente ditas registram-se alguns casos
da mesma pessoa que o sujeito, pronome esse que, por em que os termos preposicionados não constituem objeto
fazer parte do verbo, não desempenha função de objeto direto ou indireto mas termo adverbial estritamente ligado
nem outra qualquer: ao verbo.
O repórter se condoeu (se apiedou / se lembrou) das Anuímos em participar dos debates.
vítimas da inundação.
Nós nos arrependemos (nos queixamos / nos esquece- Aspirar
mos) de nossos erros. Significando “desejar, almejar”, rege a preposição a (mais
Alguns verbos são sempre pronominais, caso de comum) ou por:
arrepender-se, queixar-se, etc. Já outros podem ser ou não A Nação aspira ao/pelo desenvolvimento social e à/pela
pronominais. liberdade econômica. (Aspira a/por eles.)
Nesse caso, muda a regência do verbo e não raro o seu
significado. Compare-se: Observação: o uso sem preposição (transitivo direto) é
Debateu-se na água pedindo por socorro. / Debateu o omitido ou condenado por alguns gramáticos e dicionaristas
assunto com os colegas. e aceito por outros, como Houaiss.
Caminhava apoiando-se em uma bengala. / A bancada
apoiará o projeto. Assis�r
Significando “presenciar, ver”, rege a preposição a e só
Observação: os verbos pronominais quase sempre exi- aceita pronome tônico como complemento:
LÍNGUA PORTUGUESA

gem preposição, à exceção dos intransitivos. Todos assistiram às sessões ordinárias? Sim, todos as-
sistiram a elas.
Verbos com Regências Diferentes e Mesmo Sen�do
Observação: o uso corrente brasileiro sem preposição
Alguns verbos se constroem na língua padrão com regên- (transitivo direto) é registrado por Houaiss e Aurélio, sem,
cias diversas – com ou sem preposição, ou com preposições contudo, merecer abonação no uso da língua culta.
diferentes – , sem que isso implique mudança de sentido: Significando “caber, competir”, rege a preposição a e
A maioria dos parlamentares compareceu à / na sessão. admite pronome átono como complemento:
Cada um deve cumprir (com) o seu dever. O direito de ir e vir assiste a todos.
Ninguém se dignou de ouvir minhas declarações. /Nin- Assiste ao Presidente da República a incumbência de
guém se dignou a ouvir... / Ninguém se dignou ouvir... sancionar as leis. / Assiste-lhe a...

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Significando “acompanhar, ajudar, prestar assistência, cada vez mais comum, ainda não é aceita pelos modernos
socorrer”, usa-se ou não a preposição a: dicionaristas.
O Governo deverá assistir os / aos flagelados.
Constar
Atender Significando “ser composto, constituído”, rege a prepo-
Significando “tomar em consideração, considerar, levar sição de:
em conta, acatar”, “dar solução a, resolver, responder”, A família constava de cinco crianças e dois adultos.
“dar despacho favorável, deferir, aprovar”, “prestar socor- A Ordem do dia consta de dez itens.
ro, acudir”, “receber em audiência”, pode-se usar ou não a Significando “estar escrito, registrado, mencionado”, rege
preposição a: a preposição de ou em:
Os grevistas não atenderam os/aos apelos do governo. O referido projeto consta da/na da Ordem do Dia.
As características técnicas do produto atendem as/às Significando “dar-se como certo” é intransitivo:
exigências da licitação. Consta que a bancada vai votar contra o projeto.
O ministro atendeu as/às reivindicações dos servidores.
A Defesa Civil atendeu prontamente as/às vítimas das Custar
enchentes. Significando “ser di�cil”, é usado apenas na 3ª pessoa do
O presidente atenderá a/à comissão na sala de reuniões. singular e rege a preposição a:
Custou aos peritos confirmar a falsificação. (não: *Os
Observação: a tendência atual da língua culta, registrada peritos custaram a confirmar...)
Custou-lhe aceitar a derrota. (não: *Ele custou a aceitar...)
por Houaiss, é aceitar as duas regências (transitivo direito ou
Significando “acarretar, causar”, rege a preposição a:
transitivo indireto) em acepções para as quais a gramática
A derrota nas urnas custou-lhe (ou custou a ele) muitos
tradicional só aceitava uma única regência. prejuízos.
A falta de dinheiro custava-lhe muitos sacri�cios.
Chamar Observação: as variações do tipo “Os peritos custaram a
Significando “fazer ou mandar ir ou vir”, é transitivo confirmar o resultado”, “Ele custou a acreditar”, embora de
direto: uso frequente no Brasil, ainda não são unanimemente aceitas
O Líder chamou os membros do partido para votarem a na língua culta pelos gramáticos e dicionaristas.
emenda. / O Líder chamou-os para...
Significando “apelidar, qualificar, tachar”, pode-se usar Declinar
ou não a preposição a. Nessa acepção, vem acompanhado Significando “rejeitar, desistir, desviar-se”, rege, em geral
de predicativo do objeto, que pode ou não vir antecedido (mas não obrigatoriamente), a preposição de:
da preposição de: O Deputado declinou da/a homenagem que lhe seria
Os colegas chamaram o / ao rapaz (de) traidor. / Os co- prestada.
legas chamaram-no (de) traidor. / Os colegas chamaram-lhe Declinei do/o cargo de presidente.
(de) traidor. Significando “dizer, proferir, revelar”, é transitivo direto
Significando “bradar, clamar”, rege a preposição por: e indireto:
A violência chama por medidas imediatas. Passou cinco minutos declinando as normas da sessão
Significando “avocar, tomar para si, assumir”, rege a aos oradores.
preposição a:
Chamou a si as consequências do ato praticado. Implicar
Chegar, dirigir-se, ir, retornar, voltar Significando “resultar, acarretar, ser a causa de”, não se
Esses verbos regem a preposição a (ir e voltar também usa preposição:
a preposição para): O corte orçamentário implica sacri�cios à população.
Chegamos ao fundo do poço. (não: *no fundo) (não: *implica em sacri�cios)
Aonde pretende chegar agindo dessa forma? (não:
*onde) Observação: a regência implicar em, tradicionalmente
Fomos (Dirigimo-nos / Voltamos / Retornamos) ao ple- condenada no uso culto da língua, já encontra alguns de-
nário para apoiar a proposta. (não: *no plenário) fensores, como Lu� e Rocha Lima.
Foi (Voltou) para o Tocantins, onde hoje vive. Significando “envolver, comprometer”, é transitivo direto
e indireto e rege a preposição em:
Observações As denúncias implicam o funcionário na fraude.
Significando “antipatizar, mostrar-se impaciente”, rege
1. Nas indicações de tempo ou do lugar dentro do qual
a preposição com:
ocorre a ação, usa-se a preposição em: Chegamos (Fomos /
Implicava com o modo de falar do colega.
Voltamos / Retornamos) na hora marcada; A comitiva chegou
(foi / voltou / retornou) no avião presidencial. Morar, residir, situar-se, estabelecer-se, estar situado
2. Ir/voltar a denota que não se vai demorar, já ir/vol-
LÍNGUA PORTUGUESA

Esses verbos regem a preposição em:


tar para indica que se vai demorar. Cp.: Vai ao Ceará esta A testemunha mora (reside) na Rua A do Setor Oeste.
semana. / Vai para o Ceará, onde fixará residência; Voltou (não: *mora ou reside à)
a Brasília muitas vezes. / Voltou para Brasília em definitivo. A loja situa-se (está situada) na Avenida Getúlio Vargas.
(não: *situa-se ou está situada à)
Consis�r O comerciante estabeleceu-se na Rua Amazonas. (não:
Rege a preposição em: *estabeleceu-se à)
O programa consiste em promover a cidadania.
A bancada de Brasília consiste em oito parlamentares. Obedecer, desobedecer
Regem a preposição a, tanto para coisa quanto para
Observação: a regência com a preposição de (“A bancada pessoa, e aceitam o pronome lhe como complemento para
de Brasília consiste de oito parlamentares”), embora de uso pessoa e a ele(s)/as para coisa:

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Evita acidentes quem obedece aos sinais de trânsito. / O deputado renunciou à/a homenagem que lhe seria
Evita acidentes quem obedece a eles. prestada.
É um funcionário rebelde: desobedece ao chefe com Renunciei ao/o cargo de presidente
frequência. / ...desobedece-lhe com frequência.
Responder
Observação: a construção sem preposição (“O funcioná- Significando “dar resposta a”, rege a preposição a:
rio obedeceu a ordem do chefe”), embora de uso comum, Sem pestanejar, respondeu às questões.
ainda não é plenamente aceita na linguagem culta pelos mo- O réu respondeu às acusações que lhe foram feitas.
dernos dicionaristas e gramáticos, embora alguns já admitam É também transitivo direto (responder alguma coisa)
a forma passiva (“A ordem foi obedecida pelo funcionário”). e transitivo direto e indireto (responder alguma coisa a
alguém):
Pagar, perdoar Ele apenas respondeu isso.
Esses verbos são transitivos diretos quando o seu comple- Respondi-lhe (ou Respondi a ele) que eu não assinaria
mento refere-se a coisa, e transitivos indiretos (preposição a) o contrato.
quando o complemento refere-se a pessoa. Podem também Significando “pagar”, rege a preposição por:
ser transitivos diretos e indiretos: Injustamente, respondeu pelos crimes que não cometeu.
Quem pagará o exame? Quem pagará ao médico?
A empresa finalmente pagou os atrasados aos funcioná- Sobressair
rios. / A empresa finalmente os pagou aos funcionários. / A Significando “distinguir-se, salientar-se, destacar-se”, rege
empresa finalmente lhes pagou os atrasados. as preposições a ou entre:
Perdoou aos que o haviam caluniado. Ele sobressaía entre os / aos demais pela sua eloquência.
Perdoaram o erro que ele cometeu.
Observação: a forma pronominal, tradicionalmente
Par�cipar
Significando “tomar parte”, rege as preposições de condenada na língua culta, já está abonada em Aurélio e
ou em: Houaiss: “Ela se sobressai como quituteira”. “Sobressaiu-se
Os servidores participaram da reunião. como escritor”.
Alguns participaram na conspiração contra a empresa.
Significando “comunicar”, é transitivo direto e indireto: Suceder
Participamos a decisão a quem pudesse interessar. Significando “acontecer, ocorrer” rege a preposição a:
Significando “compartilhar”, rege a preposição de: Acontecimentos constrangedores sucederam a ele.
Participamos das suas decisões. Significando “seguir-se, vir depois de, ser o sucessor
de”, tradicionalmente rege a preposição a, embora o uso
Pedir moderno sem preposição (transitivo direto) já seja abonado
Pede-se a ou para alguém alguma coisa ou que faça por Houaiss e Lu�:
alguma coisa: Lula sucedeu (a) Fernando Henrique Cardoso.
Esta Presidência pede a / para todos os Deputados que Paulo VI sucedeu (a) João XXIII.
se dirijam ao plenário. (não: *...pede aos Deputados para A democracia sucedeu à/a ditadura.
se dirigirem...)
Visar
Observação: quando está implícita a palavra licença, Significando “objetivar, ter em vista”, rege ou não a
permissão é correto o uso da preposição para: O Líder pediu preposição a:
ao Presidente (licença / permissão) para sair da sessão, pois O projeto visa ao/o estabelecimento de novas diretrizes
não passava bem. de política social.
As providências visam ao/o interesse coletivo.
Preferir
É transitivo direto e indireto e rege a preposição a: Observação: tradicionalistas repudiam o uso sem pre-
Prefiro cinema a teatro. posição (transitivo direito) nessa acepção, forma abonada
por dicionaristas contemporâneos, como Houaiss e Aurélio,
Preferiam falar a calar-se. além de gramáticos como Lu� e Celso Cunha, razão pela qual
Observação: não se empregam, na língua formal, as par- não cabe condená-la.
�culas que, do que, mais, menos, antes: *Prefiro mais cinema
que teatro; *Prefiro antes cinema que teatro.
A Regência e os Pronomes Rela�vos
Proceder
Significando “dar andamento a, iniciar”, rege a prepo- Quando funciona como complemento do verbo, o pro-
nome relativo (que, quem, qual, o qual, a qual, cujo, quanto,
LÍNGUA PORTUGUESA

sição a:
Finalmente, procederemos à votação. onde) deve ser antecedido de preposição caso o verbo a
Significando “provir, originar”, rege a preposição de: requeira:
Os manifestantes procediam de diferentes regiões O cargo a que aspiram é cobiçado por todos. (aspirar a)
do País. O projeto de lei de que falaram não foi aprovado. (fa-
Significando “ter fundamento” é intransitivo: lar de)
As acusações não procediam, e por isso o suspeito foi Esses são os dados de que o Estado dispõe. (dispor de)
libertado. Ela é a professora a quem dediquei o livro. (dedicar algo
a alguém)
Renunciar Esta é a testemunha a cujo depoimento nos referimos.
Significando “rejeitar, desistir”, rege, em geral (mas não (referir-se a)
obrigatoriamente), a preposição a: O lugar aonde fomos é perigoso à noite. (ir a)

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Verbos de regência diferente coordenados São apresentados com o fim de orientação, e não de nor-
matização.
A norma gramatical preceitua que não se dê comple- a. Quando a oração infinitiva é introduzida por preposi-
mento comum a verbos que exigem preposições distintas. ção e vem antes da principal:
Assim, a frase Os deputados entraram e saíram do Para chegarmos a tempo, viemos voando.
plenário estaria incorreta, porque o verbo entrar rege a Sem estudarem dia e noite, não passarão no concurso.
preposição em e sair, a preposição de. Em outras palavras, Ao perceberem o engano, os diretores voltaram atrás
entra-se em e sai-se de. em sua decisão.
Portanto, a redação correta é: Os deputados entraram b. Quando a oração infinitiva é passiva:
no plenário e dele saíram. Restam pendências a serem resolvidas.
De acordo com esse mesmo preceito, está incorreta a Há a suspeita de os convênios estarem sendo utilizados
frase Assisti e não gostei do filme, pois assistir se constrói com para lavagem de dinheiro.
a e gostar com de. Correção: Assisti ao filme e não gostei dele. Os ladrões usavam disfarces para não serem reconhe-
Entretanto, alguns gramáticos, entre eles Evanildo Becha- cidos.
ra, são mais flexíveis em relação ao tema e não repugnam a c. Quando o infinitivo se constrói com predicativo:
forma abreviada de dizer. Para Bechara, “salvo as situações Tudo fizeram para saírem vitoriosos.
de ênfase e de encarecimento semântico de cada preposição Às comissões temáticas cabe a tarefa de serem precur-
[...], a língua dá preferência às construções abreviadas que a soras do trabalho legislativo.
gramática insiste em condenar, sem, contudo, obter grandes O programa possibilitará às comunidades se tornarem
vitórias” (Bechara, 2002, p. 570.) autossuficientes.
d. Quando o infinitivo é verbo pronominal, reflexivo ou
Infini�vo Pessoal recíproco:
Assumiram a dívida para depois se arrependerem (quei-
Ao lado do infinitivo impessoal, que não se flexiona, xarem / reconciliarem).
existe no português o infinitivo pessoal, que pode ou não As pessoas fazem terapia para se curarem (aceitarem /
flexionar-se: conhecerem).
Viver é lutar. (infinitivo impessoal) Passaram o dia inteiro juntos sem se falarem (cumpri-
Lutamos para vencermos na vida. (infinitivo pessoal mentarem / entenderem).
flexionado)
Lutamos para vencer na vida. (infinitivo pessoal não Casos em que não se deve flexionar o infini�vo
flexionado)
O emprego das formas flexionada e não flexionada do a. Nas locuções verbais, inclusive naquelas em que o
infinitivo pessoal é uma das questões mais controvertidas da auxiliar estiver no gerúndio:
língua. Salvo bem poucas regras, o que há são tendências Costumavam os parlamentares reunir-se pela manhã.
que, por não serem muito firmes, são com frequência postas Os profissionais que venham a ser contratados deverão
de lado em favor de efeitos de estilo como expressividade, rit- antes submeter-se a exame médico.
mo, melodia, ênfase e clareza. O segundo e terceiro exemplos Os conselheiros terão mandato de dois anos, podendo
fornecidos acima dão a pista de como se usa o infinitivo pes- ser reconduzidos.
soal. Flexiona-se o infinitivo, fazendo-o concordar com o seu
sujeito, quando há o intuito de dar maior clareza à frase ou Observação: além dos auxiliares propriamente (poder,
de pôr em evidência o agente da ação. Diversamente, usa-se saber, querer, dever, ir, começar a, costumar, acabar de,
a forma não flexionada quando é a ação o que mais importa, tornar a, etc.), há outros verbos que, sendo completados
sendo que muitas vezes o seu agente já está subentendido. por verbo no infinitivo, não permitem que este se flexione.
Em termos mais genéricos, pode-se afirmar que o infinitivo Incluem-se nesse grupo verbos como acreditar, confirmar,
não flexionado está quase sempre correto gramaticalmente, demonstrar, desejar, gostar de, jurar, ousar, prometer, tentar,
ao passo que o flexionado pode não ser uma boa escolha, etc., os quais, no entanto, não impedem a flexão do infinitivo
pois nem sempre soa bem e é muitas vezes supérfluo. Por que, conforme visto, tenha sujeito próprio e diferente do
isso, na dúvida, é preferível empregar a forma não flexionada. sujeito da oração principal:
Acreditamos serem eles pessoas confiáveis.
Caso em que se deve flexionar o infini�vo b. Quando serve de complemento a adjetivos como fácil,
possível, bom, raro e outros semelhantes:
A rigor, há apenas um caso em que se deve, como regra, Há decisões di�ceis de tomar.
flexionar o infinitivo: quando ele tem sujeito próprio e dife- Os pensamentos são possíveis de controlar.
rente do sujeito da oração principal. Exemplos:
Nossos pais se sacrificaram para termos uma vida melhor. Observação: quando com esses adjetivos se emprega
É melhor vocês chegarem cedo. a voz passiva, a flexão do infinitivo é opcional: Há decisões
LÍNGUA PORTUGUESA

Está na hora de eles entrarem em cena. difíceis de ser / serem tomadas.


Ouvi dizerem o seu nome.
c. Quando o seu sujeito é um pronome oblíquo átono
Observação: há casos em que, mesmo tendo sujeito que funciona ao mesmo tempo como objeto do verbo da
diferente do sujeito da oração principal, o infinitivo não se oração principal:
flexiona ou pode não se flexionar. Mandou-as esperar.
Ninguém nos viu chegar.
Casos em que se tende a flexionar o infini�vo Sentimo-los vacilar.

Os casos a seguir são tendências – menos, portanto, Observação: quando em vez de pronome tem-se um
que regras – que se observam na língua contemporânea. substantivo, a flexão do infinitivo é opcional: Mandou as

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crianças esperar / esperarem; Ninguém viu os presos fugir A sessão foi levantada sem se votarem os projetos.
/ fugirem. Entre outras possibilidades, fica melhor dizer:
A reforma universitária foi uma boa oportunidade para
Casos em que se tende a não flexionar o infini�vo a discussão dos problemas da educação.
A melhor maneira para evitar doenças é alimen-
a. Quando vem depois de verbo na voz passiva: tar-se bem.
Todos os convocados serão chamados a depor. A sessão foi levantada sem que os projetos fossem
Fomos obrigados a sair da sala. votados.
b. Quando serve de complemento a substantivo, adjetivo
ou advérbio: Regência Nominal
Os acusados têm o direito de permanecer em silêncio.
Elas tinham o dom de encantar a todos. Assim como os verbos, alguns nomes também podem
Os indivíduos presos são suspeitos de pertencer a uma apresentar dificuldades quanto à regência, muitas vezes
quadrilha internacional. pelo fato de admitirem mais de uma preposição que ligue o
Todos se mostraram dispostos a cooperar. termo regente ao regido.
Estamos longe de chegar a um acordo.
c. Quando serve de complemento ao verbo da oração acessível a
principal: acostumado a, com
A enchente obrigou (forçou / levou) os moradores a admiração a, com
abandonar suas casas. afável com, para com
O líder aconselhou (instruiu / conclamou) os deputados agradável a
a votar contra o projeto. alheio a
A escola convida (estimula / anima) os pais a participar amante de
de reuniões mensais. análogo a
ansioso de, para, por
Observação: dependendo do sentido da frase, o emprego apto a, para
do infinitivo flexionado lhe dá mais ênfase e expressividade: atentado a, contra
Milcíades levou 11 mil atenienses a derrotarem 20 mil persas, aversão a, para, por
na aldeia de Maratona, Grécia, em 490 a.C. ávido de
benéfico a
Algumas orientações sobre o emprego do infini�vo capacidade de, para
pessoal capaz de, para
certo de
a. Havendo numa frase choque de tendências, uma favo- compa�vel com
rável e a outra desfavorável ao flexionamento do infinitivo, compreensível a
cabe usar a forma que for mais harmônica (em geral é a não comum a, de
flexionada). Compare-se: constante em
Todos têm o direito de ser tratados com respeito. contemporâneo a, de
Todos têm o direito de serem tratados com respeito. con�guo a
A oração infinitiva de ser(em) tratados com respeito é contrário a
passiva (tendência favorável) e serve de complemento ao cuidadoso com
substantivo direito (tendência desfavorável). Pode-se, assim, curioso de, por
empregar tanto o infinitivo não flexionado – que parece ser desatento a
preferível – como o flexionado. Trata-se não de uma questão descontente com
gramatical de certo ou errado, mas de uma opção de estilo. desejoso de
b. Mesmo quando coordenados entre si, os infinitivos desfavorável a
podem ser empregados cada qual segundo a sua tendência devoção a, para com, por
respectiva, podendo assim ocorrer as formas flexionada e diferente de
não flexionada na mesma frase: di�cil de
Quando admiram seus líderes políticos, os cidadãos en- digno de
contram inspiração para manterem-se unidos e solidários e dúvida acerca de, em, sobre
para trabalhar pelo bem comum. entendido em
O tenente obrigou os recrutas a ajoelharem-se e a repetir equivalente a
palavras de ordem. erudito em
Nessas frases, as formas flexionadas manterem-se (in- escasso de
finitivo reflexivo seguido de predicativo) e ajoelharem-se essencial para
LÍNGUA PORTUGUESA

(infinitivo pronominal) justificam-se seja pelas tendências estranho a


desses infinitivos de se flexionarem, seja pela necessidade fácil de
estilística de ênfase e clareza, ou simplesmente de maior fanático por
expressividade. favorável a
c. Frases infinitivas passivas sintéticas podem pecar por fiel a
inexpressividade ou falta de clareza. Evitem-se constru- firme em
ções como: generoso com
A reforma universitária foi uma boa oportunidade para grato a
discutirem-se os problemas da educação. hábil em
A melhor maneira para evitarem-se doenças é alimen- habituado a
tar-se bem. horror a

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hostil a 3.Concreto: tem forma e existência própria, real ou
idêntico a imaginária, é independente. Exemplos: mesa, fada, Deus.
impossível de 4.Abstrato: não tem existência própria, é dependente,
impróprio para sentimentos. Exemplos: amor, paciência, saúde.
incompa�vel com 5.Primi�vo: não se origina de outra palavra. Exemplos:
inconsequente com mesa, jardim, pão.
indeciso em 6.Derivado: origina-se de outra palavra; pode derivar
independente de, em de verbos caso mostrem uma ação. Exemplos: jardinagem,
indiferente a mesário, padaria, secretaria.
indigno de 7.Comum: designa espécie. Exemplos: mesa, ho-
inerente a mem, cão.
inexorável a 8.Próprio: nomeia substantivos comuns. Exemplos:
insensível a Jonas, Rex.
leal a 9.Cole�vo: nomeia grupo de comuns. Exemplos: cardu-
lento em me, biblioteca.
liberal com Como você pode reparar, o substantivo mesa tem ao
medo a, de mesmo tempo quatro classificações: simples, concreto, pri-
natural de mitivo, comum. Isso porque quando o substantivo não for
necessário a coletivo ele será: simples ou composto, concreto ou abstrato,
negligente em primitivo ou derivado, comum ou próprio.
nocivo a Alguns substantivos são derivados de verbos (deverbais).
obediência a Isso acontece quando o verbo indica uma ação. Ex.: “se-
ojeriza a, por cretaria” vem do verbo “secretariar”, que indica uma ação,
paralelo a logo, “secretariar” é primitivo, e “secretaria” é um vocábulo
parco em, de derivado. Quando a palavra derivada possui menos letras que
passível de a primitiva, dá-se o nome de derivação regressiva.
perito em Há ainda outras derivações: prefixal, quando é acres-
permissivo a centado um prefixo (afixo anterior ao radical), como, por
perpendicular a exemplo, em desamor; sufixal, quando é acrescentado um
pertinaz em sufixo (afixo posterior ao radical), como, por exemplo, em
possível de amorização; prefixal e sufixal, quando são acrescentados
possuído de prefixo e sufixo ao radical, como, por exemplo, em desleal-
posterior a dade; parassintética, quando se acrescentam sufixo e prefixo
preferível a simultaneamente, não sendo possível retirar apenas um dos
prejudicial a afixos, como, por exemplo, em amanhecer; imprópria, quan-
prestes a, para do há mudança da classe gramatical ou das subcategorias da
propício a mesma classe sem alteração da forma, como, por exemplo,
próximo a, de em coelho (substantivo comum)/Coelho (substantivo pró-
relacionado com prio) ou capital (substantivo)/capital (adjetivo).
respeito a, com, para com Além desta classificação, é preciso que se diga se o
responsável por
substantivo é masculino ou feminino (Gênero), singular ou
rico de, em
plural (Número).
satisfeito com, de, em por
Especificamente o Gênero do substantivo se divide em
seguro de, em
cinco classificações:
semelhante a
1.Heterônimo: radicais diferentes para os gêneros.
sensível a
Exemplos: homem/mulher, abelha/zangão.
sito em
2.Biforme: mesmo radical, sufixos diferentes. Exemplos:
suspeito de
gato/gata, galo/galinha.
útil a, para
3.Comum de Dois: mesmo radical e sufixo, artigos
vazio de
diferentes para os gêneros. Exemplos: o/a estudante, o/a
versado em
servente, o/a ajudante.
4.Sobrecomum: radical, sufixo e artigo iguais. Exemplos:
MORFOLOGIA a criança, a pessoa, o carrasco, o indivíduo, o cônjuge.
5.Epiceno: radical, sufixo e artigo iguais + macho ou fê-
Classes de Palavras mea. Exemplos: a girafa macho ou fêmea, a tomada macho
LÍNGUA PORTUGUESA

ou fêmea.
Substan�vo Alguns gramáticos não diferenciam os heterônimos
dos biformes, mas tal separação tem sido constante na
É a classe gramatical que dá nomes a plantas, pessoas, atualidade.
animais, objetos, coisas, lugares, instituições, ações, ca- Quanto ao número dos substantivos, em seguida, apre-
racterísticas. Pode ter as seguintes classificações: simples, sento as regras para o plural dos simples ou compostos.
composto, concreto, abstrato, primitivo, derivado, comum,
próprio, coletivo. Plural dos Substan�vos Simples
1.Simples: possui um só radical. Exemplos: mesa, cama. 1. acrescenta-se “s” quando o substantivo terminar em
2.Composto: possui dois ou mais radicais. Exemplos: vogal ou ditongo, ou em “-n”. Irmãs, meninos, polens, colé-
guarda-chuva, girassol. gios, mães, elétrons.

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2. acrescenta-se “es” quando o substantivo terminar Mesa: substantivo simples, concreto, primitivo, comum,
em “-r, -z”. feminino, singular, sobrecomum. Plural: mesas.
Cruzes, hambúrgueres, gizes, radares. Bibliotecas: substantivo coletivo, feminino, plural, sobre-
3. coloca-se “is” no lugar no “l” para as terminações comum. Singular: biblioteca. (coletivo de livros)
“al,el, ol, ul”. Galo: substantivo simples, concreto, primitivo, comum,
Canibais, bedéis, anzóis, azuis. masculino, singular, biforme (sf. galinha). Plural: galos.
4. coloca-se “eis” ou “is” no lugar de “il”. Fósseis, funis.
5. coloca-se “ns” no lugar de “m”. Armazéns, álbuns. Adje�vo
6. colocam-se “ãos, ões, ães” no lugar de “ão”. Mãos,
botões, pães, vulcões ou vulcães, peões ou peães, anões Comumente se diz que o adjetivo qualifica. Particular-
ou anãos. mente gosto de dizer que o adjetivo caracteriza. O adjetivo
7. acrescentam-se “s” ou “es” para a terminação “n”. pode ser simples, composto, primitivo, derivado, pátrio ou
Cânones, polens, hifens ou hífenes, abdomens ou ab- gen�lico, ou locução adjetiva, quando duas ou mais palavras
dômenes. podem ser substituídas por uma única característica (geral-
8. os substantivos terminados em “s” ficam invariáveis mente preposição + substantivo). Exemplos: Amor materno
quando paroxítonos, e recebem acréscimo de “es” quando (de mãe = locução adjetiva) Corpo discente (de alunos =
oxítonos ou monossílabos tônicos. locução adjetiva)
Os lápis, os pires, os tênis, portugueses, meses, fregueses.
9. os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis. Classificação do Adje�vo
Os ônix, os clímax. Simples: um único radical Exemplos: filme bom, garota
Alguns substantivos só são usados no plural: os pêsames, feliz.
as olheiras, os óculos, as núpcias, as fezes, as finanças, as con- Composto: mais de um radical Exemplos: jaqueta
dolências, os arredores, os afazeres, os parabéns. azul-marinho.
Outros têm pronúncia fechada no singular e aberta no Primi�vo: não se origina de outra palavra Exemplos:
plural: caroço, caroços; imposto, impostos; porco, porcos; moça feia.
tijolo, tijolos. Derivado: origina-se de outra palavra Exemplos: planta
carnívora (carne).
Plural dos Substan�vos Compostos Pátrio ou Gen�lico: deriva de substantivos para indicar
Como macete geral, gosto de sugerir que você separe
a origem, nacionalidade ou procedência Exemplos: pintor
os radicais do substantivo composto, e, pela regra do plural
brasiliense, relações luso-brasileiras.
dos substantivos simples, flexione cada radical, juntando-os
posteriormente.
Gênero
Por exemplo, as palavras guarda-chuva e guarda-ro-
Uniforme: uma só formação para os dois gêneros. Exem-
doviário. A primeira é composta por guarda e chuva, cujo
plos: menino(a) inteligente, garoto(a) agradável.
primeiro radical tem valor de verbo (não flexionado), por
Biforme: uma forma para cada gênero. Exemplos:
significar um objeto que nos guarda da chuva, já o segun-
do é mero substantivo (flexionado), formando o plural os moço(a) bonito(a).
guarda-chuvas. A segunda palavra guarda-rodoviário é com-
posta por meros substantivos (flexionados), por se referir à Número
pessoa do guarda, o policial da rodovia, formando o plural 1. Como regra geral, os adjetivos seguem as flexões
os guardas-rodoviários. dos substantivos que caracterizam. Ex.: cadeira vermelha,
No entanto, há ainda mais algumas regras além desta cadeiras vermelhas.
geral. 2. Com dois adjetivos, só o último recebe flexão. Ex.: pele
1. sem hífen, seguem a regra dos substantivos simples. morena-clara, peles morena-claras.
Girassóis, malmequeres. 3. Com adjetivo e substantivo, referindo-se a cores,
2. com preposição, só varia o primeiro elemento. não recebe flexão. Ex.: pingente amarelo-ouro, pingentes
Pés-de-moleque, pores-do-sol. amarelo-ouro.
3. se o primeiro elemento for “bel, grão, grã”, verbo ou 4. locuções com “cor de” e “da cor de” não recebem
palavra invariável, onomatopeias só varia o segundo. flexão. Ex.: sapato cor-de-rosa, sapatos cor-de-rosa.
Bel-prazeres, beija-flores, tique-taques, grão-duques,
sempre-vivas, bem-te-vis. Grau
4. variam os dois se forem: dois substantivos, substantivo 1. Compara�vo
e adjetivo, numeral e substantivo, substantivo e pronome. a. De igualdade: tão... quanto/como
Couves-flores, amores-perfeitos, terças-feiras, padres-nossos Ex.: Aulas de Português são tão interessantes como as
5. não variam quando verbo, advérbio, palavras inva- de Filosofia.
riáveis. b. De superioridade: mais... que/do que
LÍNGUA PORTUGUESA

Os bota-fora, os leva-e-traz. Ex.: Doce é mais gostoso que (do que) salgado.
c. De inferioridade: menos... que/do que
Resumindo Ex.: Faustão é menos polido que (do que) Gugu.

Ao se pensar em substantivo, deve-se classificá-lo como 2. Superla�vo


simples ou composto, concreto ou abstrato, primitivo ou a. Absoluto sintético Ex.: Marcos Roberto é inteligen�ssimo.
derivado, comum ou próprio, caso ele não seja coletivo; b. Absoluto analítico Ex.: Renira é muito inteligente.
masculino ou feminino; singular ou plural; heterônimo ou c. Relativo de superioridade Ex.: Gisele é a mais elegante
biforme ou comum de dois ou sobrecomum ou epiceno. do mundo.
Para entender bem a classificação, extraia de um texto vários d. Relativo de inferioridade Ex.: Bush é o menos elogiado
substantivos e classifique conforme os exemplos. entre os presidentes.

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Conforme Marcelo Rosenthal (2009, p. 89), há duas Locução verbal
classificações do adjetivo: “Adje�vo restri�vo – confere Como as demais classes de palavras, também o verbo,
qualidade mutável do ser. Ex.: água fria, pedra bonita. Ad- quando representado por duas ou mais palavras juntas e
je�vo explica�vo – confere qualidade óbvia do ser. Ex.: fogo combinadas, recebe a classificação de locução verbal: verbo
quente, pedra dura.” auxiliar seguido de uma forma nominal (gerúndio, particípio,
infinitivo).
Ar�go As locuções verbais servem para dar amplitude ao sig-
nificado do verbo.
O artigo define ou não define o substantivo, acompa- Luã mudará de escola no próximo ano. (verbo)
nhando-o. Veja a classificação. Luã poderá mudar de escola no próximo ano. (locução
Definido: define precisamente o substantivo. Ex.: o, a, verbal)
os, as.
Indefinido: determina imprecisamente o substantivo. Pronome
Ex.: um, uma, uns, umas.
É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo.
Numeral Quando substitui é chamada de Pronome Substantivo;
quando acompanha, de Pronome Adjetivo. Observe o texto.
O numeral quantifica, ou seja, indica uma quantidade. “Eu olho meu sorriso no espelho e me sinto bem. Tudo
Veja a classificação. em meu rosto que aquele nosso Deus esculpiu não possui
Cardinal: indica quantidade ou número. Ex.: um, dois, nenhum defeito. Alguém discorda? Quem?”
dez, doze. Repare que os pronomes: Eu, me, Tudo, Alguém, Quem
Ordinal: indica o lugar, a ordem, a posição numa sequ- são Pronomes Substantivos, pois não acompanham substan-
ência. Ex.: décimo, segunda. tivos; já os pronomes: meu, meu, que, aquele, nosso, nenhum
Mul�plica�vo: indica a multiplicação de uma quantidade. são Pronomes Adjetivos, pois acompanham ou referem-se
Ex.: dobro, triplo. a substantivos.
Fracionário: indica a divisão ou fração de uma quantida-
de. Ex.: meio, terço, metade. Classificação
Dual: indica a dualidade. Ex.: ambos, ambas. Pessoais do Caso Reto: eu; tu; ele, ela; nós; vós; eles, elas.
Assim como as demais classes gramaticais, se mais de Pessoais do Caso Oblíquo: me, mim, comigo; te, ti, con-
uma palavra representar o mesmo termo morfológico, tigo; se, si, consigo, lhe, o, a; nos, conosco; vos, convosco;
ter-se-á uma locução. Neste caso, uma locução numérica: se, si, consigo, lhes, os, as.
um terço, dois décimos. Pessoais de Tratamento: Vossa Excelência, Vossa Senho-
Alguns gramáticos admitem numerais cole�vos, quando ria, Vossa Santidade, Vossa Magnificência, Vossa Eminência
um numeral representa implicitamente um conjunto de ou-
Reverendíssima, etc.
tros numerais (em alusão ao substantivo coletivo).
Possessivos: meu(s), minha(s); teu(s), tua(s); seu(s),
Exemplos: dúzia=doze coisas, milheiro=mil coisas;
sua(s); nosso(s), nossa(s); vosso(s), vossa(s).
novena=nove dias; lustro=cinco anos; bimestre=dois meses.
Demonstrativos: este(s), esse(s), aquele(s); esta(s),
Cabe ressaltar, que a classificação acima se refere a
numerais e não a algarismos. Estes podem ser classificados essa(s), aquela(s); isto, isso, aquilo.
como Arábicos (1, 3, 20, 50, 100, 500, 1000) ou Romanos Rela�vos: Invariáveis: que, quem, quando, como, onde.
(I, III, XX. L, C, D, M). Variáveis: o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos,
Renato Aquino diz: “Não confunda o numeral um (e cujas, quanto, quantos, quanta, quantas.
flexões) com o artigo indefinido um (e flexões). Ex.: Um Indefinidos: Invariáveis: algo, alguém, ninguém,
funcionário te chama. (Algum funcionário te chama; um tudo, nada, cada, outrem, quem, mais, menos. Variá-
funcionário qualquer: artigo). Comprei um quilo de arroz. veis: algum(ns), alguma(s), nenhum(ns), nenhuma(s),
(a quantidade de arroz: numeral). Quando se diz um terço, todo(a,os,as), outro(a,os,as), tal, tais, muito(a,os,as),
temos dois numerais: um, cardinal, e terço, fracionário. pouco(a,os,as), certo(a,os,as), vários(as), quanto(a,os,as),
O mesmo para um quarto, dois terços, dois quartos etc.” qualquer, quaisquer, qual, quais, diverso(a,os,as), bastante(s).
Interroga�vos: quem, que, qual, quanto, quando (em
Importante: perguntas).
1. Quando o numeral está antes do substantivo, lê-se
como ordinal. Advérbio
Ex.: II Capítulo (segundo capítulo), XVI Papa de nome O advérbio exprime circunstância da ação do verbo,
Bento (décimo sexto Papa de nome Bento). sendo a palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo,
2. Quando o numeral está depois do substantivo, lê-se outro advérbio, ou a frase inteira. (Leila Lauar) Ex.: Hoje
como ordinal até dez, e como cardinal a partir de onze. Ex.: acordei cedo.
Papa João Paulo II (Papa João Paulo segundo); Papa Bento
LÍNGUA PORTUGUESA

XVI (Papa Bento dezesseis). Locução Adverbial: duas ou mais palavras exercendo a
função de um advérbio. Ex.: Na quarta-feira, acordei com
Verbo a alvorada.

Verbo é a palavra que exprime ação, estado ou fenômeno Classificação do Advérbio / Locução Adverbial
da natureza. 1. Tempo (quando?): hoje, amanhã / no domingo
Ex.: Elas leram o livro atentas. (ação) Analinda con�nua 2. Modo (como?): calmamente / com calma
espiritualizada. (estado) Chove pouco em Brasília. (fenômeno 3. Lugar (onde?): aqui, ali, lá / em Brasília
da natureza) 4. Intensidade (quanto?): muito, pouco / em demasia
O verbo pode ser flexionado em: tempo, modo, número, 5. Afirmação: sim, certamente / com certeza
pessoa e voz. 6. Negação: não, absolutamente / em hipótese alguma

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7. Dúvida: talvez, possivelmente / quem sabe goste para memorizá-las. A música Escravos de Jó e o refrão
Outras classificações de locuções adverbiais possíveis: da música Mulher de fases, do Raimundos, encaixam-se bem
8. Causa: Alguns morrem de câncer. com as preposições.
9. Finalidade: Preparo-me para o concurso. Ex.: gosto de chocolate.
10. Companhia: Elaboramos a prova com os alunos. Contração: junção da preposição com o artigo. Exemplos:
11. Instrumento: Machuquei-me com o cortador de pelo: per + o; nos: em + os; das: em + as; numa: em + uma;
unhas. do: de + o.
12. Meio: Passeei de carro em Praia Grande/SP. Observe que o que do período abaixo pode ser substi-
13. Assunto: Falamos de dinheiro durante a reunião. tuído por de (preposição). Nestes caso, classificamos o que
como Preposição Acidental.
Renato Aquino admite outros advérbios: Ex.: Ana tem que estudar.
I. De condição: Não vivemos sem ar. (O ar é a condição Locuções preposi�vas: grupo de palavras que começa e
para que vivamos) termina com preposição, formando uma expressão. Exem-
II. De concessão: Apesar do frio, tirou a camisa. (Ideia de plos: à frente de, à custa de, à maneira de, à vista de, etc.
oposição: normalmente não se tira a camisa no frio) Ex.: Coloquei-me à frente de Maria.
III. De conformidade: Agiu conforme a situação. (Ideia
de acordo) Interjeição
IV. De preço ou valor: O livro custou cem reais. A interjeição exprime sentimentos de alívio, dor, satisfa-
V. De matéria: Essa mesa foi feita de madeira especial. ção, ironia, alegria, paz, etc., geralmente evidenciados pela
VI. De reciprocidade: Nada ocorrerá entre mim e ti. exclamação.
VII. De favor: Trabalhava em prol dos necessitados. Ex.: Ah! Ufa! Caramba! Nossa! Aleluia!
VIII. De subs�tuição: Carlos fez o trabalho pelo colega. Locuções interjei�vas: duas ou mais palavras que de-
(substituindo o colega) monstram sensações. Têm valor de Interjeição. Ex.: Meu
IX. De acréscimo: Além de Manuel, faltaram quatro Deus! Minha nossa! Virgem Maria!
funcionários. “Além dessas delícias raras, Seu Adelino faculta
ao cliente dar palpites ao cozinheiro...” (Carlos Drummond Conjunção
de Andrade) A conjunção relaciona orações. Antes de entendê-la,
conheçamos a diferença entre frase, oração e período.
Graus do Advérbio (Rosenthal, 2009, p.102) Frase: Ufa! (não precisa ter verbo)
Compara�vo – DE SUPERIORIDADE: Eu falo mais do que
Oração: Sou feliz. (um verbo)
você. DE IGUALDADE: Eu falo tanto quanto você. DE INFE-
Período (composto): Nasceu e morreu. (dois ou mais
RIORIDADE: Eu falo menos do que você.
verbos).
Superla�vo – ABSOLUTO SINTÉTICO: Cheguei tardíssimo.
Ou seja, a conjunção só cabe no período.
ABSOLUTO ANALÍTICO: Cheguei tarde à beça.
Classificação
Cuidado para não confundir advérbios com palavras
Coordena�vas:
denota�vas:
Adi�vas: soma. Ex.: e, nem, mas também, etc.
Designação (eis): Eis a questão.
Realce (é que, ainda que, lá, só, apenas, mas): Ape- Adversativas: oposição, contraste. Ex.: mas, porém,
nas isto. todavia, etc.
Situação (então, afinal, mas, agora): Afinal, está enten- Alterna�vas: alternância, escolha. Ex.: ou, ou... ou, ora...
dendo? ora, etc.
Inclusão (também, até, mesmo, inclusive): Até tu, Brutus? Explica�vas: explicação. Ex.: pois (antes do verbo), por-
Exclusão (menos, exceto, salvo, fora, apenas, só, senão, que, que, etc.
sequer): Nem sequer agradeceu ao professor pelo apren- Conclusivas: conclusão. Ex.: pois (depois do verbo), logo,
dizado. portanto, etc.
Re�ficação (aliás, ou melhor, isto é, ou seja, melhor di- Subordina�vas:
zendo): A vitória, ou seja, passar no concurso depende de ti. Causais: causa, motivo. Ex.: porque, visto que, já que,
Segundo Marcelo Rosenthal (2009, p.103), “são palavras uma vez que, etc.
ou locuções invariáveis – o que pode levar o usuário da língua Condicionais: condição. Ex.: se, caso, contanto que, etc.
à classificação errônea de advérbio – que não modificam o Consecu�vas: consequência. Ex.: de modo que, de ma-
verbo, nem o adjetivo, nem o advérbio. 1.de exclusão: ape- neira que, etc.
nas, exceto, somente, etc. Ex.: Todos foram à praia, exceto Compara�vas: comparação. Ex.: como, que (precedido
João. 2.de inclusão: até, até mesmo, mesmo, inclusive, etc. de mais ou menos), etc.
Ex.: Todos sambaram, inclusive Fritz. 3. de explicação: por Conforma�vas: conformidade. Ex.: como, conforme,
exemplo, ou seja, isto é, etc. Ex.: A situação estava com- segundo, etc.
plicada. Por exemplo, ninguém quis se comprometer. 4.de Concessivas: concessão. Ex.: embora, se bem que, ainda
LÍNGUA PORTUGUESA

realce: se, é que, etc. Ex.: ‘Foi-se a noite’ (Castro Alves) ‘A que, etc.
cor é que tem cor nas asas da borboleta’ (Fernando Pessoa) Temporais: tempo. Ex.: quando, enquanto, logo que, etc.
5.de re�ficação: isto é, ou seja, ou melhor, aliás, etc. Ex.: Finais: finalidade. Ex.: a fim de que, para que, que, etc.
Ninguém veio, aliás Manoel veio.” Proporcionais: proporção. Ex.: à proporção que, à me-
dida que, etc.
Preposição Integrantes: que, se (quando iniciam oração subordinada
Relaciona palavras: a, ante, até, após, com, contra, substantiva).
de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob,
sobre, trás. Importante: não confunda que conjunção com que
Decorar as preposições lhe será muito útil para a Sintaxe, pronome relativo. Para que você entenda as funções do que,
por isso, se quiser pense em uma melodia de uma música que confira suas classificações possíveis, segundo Leila Lauar:

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Funções do QUÊ: Ocorre crase obrigatória:
1. Pronome Rela�vo: refere-se a um termo antecedente • Casos nos quais o termo regente exigir a preposição “a”
Ex.: Aquela é a história que eu contarei às crianças. e o termo regido admitir o artigo “a” ou “as”. Exemplo:
2. Conjunção Integrante: introduz uma oração sem Eu me referi a + a diretora. Eu me referi à diretora.
referir-se a um termo antecedente na oração principal Macete: substitua o termo regido por um sinônimo
Ex.: É necessário que eu entenda a Língua Portuguesa. masculino e veja se cabe “ao” antes dele. Se couber
3. Advérbio: intensifica um adjetivo ou outro advérbio é porque há contração, logo, a crase é pertinente.
Ex.: Que perto se encontrava o restaurante. Exemplos:
4. Substan�vo: precedido de artigo, pronome adjetivo, 1.Eu me referi a diretora. (?) Eu me referi ao diretor.
numeral Eu me referi à diretora.
Ex.: Ela possuía um quê de esperta. 2.Era insensível a dor. (?) Era insensível ao sofrimento.
Era insensível à dor.
5. Preposição: equivale à preposição de
Ex.: Ele tem que gostar da ideia.
Importante: pode-se usar “às” ou “a(preposição)”
6. Interjeição: expressa sentimento ou emoção antes de substantivos femininos no plural que se en-
Ex.: Quê! Você não está me entendendo? caixem nesta regra. Exemplo: Eu me referi às diretoras.
7. Pronome Interrogativo Adjetivo: acompanha um Eu me referi a diretoras.
substantivo, modificando-o. Equivale a qual, quais. Ex.: Que
professor você mais gosta? • Locuções adverbiais femininas: à noite, à tarde, às ve-
8. Pronome Interrogativo Substantivo: equivale a zes, às pressas, às escondidas (exceto: a distância).
que coisa Exemplo: À tarde, rendemos menos intelectualmente.
Ex.: Que me argumentas sobre seu atraso?
9. Pronome Indefinido: seguido de substantivo e equivale Importante: às vezes, confundimos expressões adver-
a quanto, quantos, quanta, quantas biais com artigo + substantivo. Vale ressaltar que a cra-
Ex.: Que bom gosto ela possui. se é apenas para casos de advérbio. Exemplos: A noite
10. Par�cula exple�va ou de realce: ênfase ou realce, está linda. (artigo+substantivo=não há crase) À noite,
pode ser dispensada sem alterar o sentido da frase gosto de ler. (expressão adverbial feminina=há crase)
Ex.: O concurso é que está me motivando a aprender.
• Locuções prepositivas: à frente de, à custa de, à ma-
Flexão Nominal e Verbal neira de, à vista de etc. Exemplo: Coloquei-me à frente
Flexões Nominais: indicam gênero e número. de Ana.
Ex.: roupa – roupas, galo – galinha. • Locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que
De gênero etc. Exemplo: À proporção que estudávamos mais,
Os substantivos masculinos são antecedidos pelo arti- aprendíamos melhor o assunto.
• Pronomes “aquele(s), aquela(s), aquilo” regidos pela
go “o(os)”. Como exemplo temos os substantivos o professor,
preposição “a”. Exemplo: Dirijo-me àquele prédio.
o tapa, os peixes, o frio.
Macete: substitua os pronomes por “a este(s),
Já os substantivos femininos são antecedidos pelo
a esta(s), a isto”. Se der certo, é porque há crase. Caso
artigo “a(as)”. É o caso de a amante, a alegria, a alface, contrário, ou seja, se só couber o pronome, não haverá
a necessidade, as padarias. crase.
Ex.1: Dirijo-me aquele prédio. (?) Dirijo-me a este
De números prédio. Dirijo-me àquele prédio. (há crase)
Os nomes (substantivos, adjetivos, pronomes, numerais), Ex.2: Aquele prédio é muito alto. (?) Este prédio é muito
de modo geral admitem a flexão de número: singular e plural. alto. Aquele prédio é muito alto. (não há crase)
Ex.3: Irei aquela igreja. (?) Irei a esta igreja. Irei àquela
Flexões Verbais igreja. (há crase)
Dentre todas as classes gramaticais, a que mais se apre- Ex.4: Aquela igreja é linda. (?) Esta igreja é linda. Aquela
senta passível de flexões é a representada pelos verbos. Tais igreja é linda. (não há crase)
flexões podem estar relacionadas a: Ex.5: Refiro-me aquilo. (?) Refiro-me a isto. Refiro-me
àquilo. (há crase)
Pessoa Ex.6: Aquilo é bom. (?) Isto é bom. Aquilo é bom. (não
Indica as três pessoas relacionadas ao discurso, represen- há crase)
tadas tanto no modo singular, quanto no plural. Exemplos: eu • Palavras “moda” ou “maneira” subentendidas.
amo, tu amas, ela ama, nós amamos, vós amais, elas amam. Exemplo 1: Veste-se à Clodovil. (moda Clodovil)
Exemplo 2: Comida à italiana. (maneira italiana)
LÍNGUA PORTUGUESA

Número
Representa a forma pela qual o verbo se refere a essas Importante: a palavra “moda” pressupõe decoração
pessoas gramaticais. Exemplos: eu amo, nós amamos. (de pessoas, ambientes, coisas), já o vocábulo “manei-
ra” equivale a jeito, modo, tipo de coisa.

CRASE • Horas determinadas. Exemplo: Saiu às dez horas.


• Lugares que admitem o artigo “a”. Exemplo: Fui à
Crase significa “junção”, “mistura”. Usa-se o acento grave França. (a França)
“à” para indicar a fusão da preposição “a” com o artigo “a” Macete: Se vou a e volto da, crase há. Se vou a e volto
ou com alguns pronomes iniciados por “a”. Poderíamos dizer, de, crase para quê? (não há crase)
então, matematicamente que crase equivale a “2a”, sendo Ex.1: Vou a Bahia. (?) Volto da Bahia. Vou à Bahia. (há
o primeiro “a” uma preposição. crase)

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Ex.2: Vou a Brasília. (?) Volto de Brasília. Vou a Brasília. perto do deserto. Esqueci os detalhes porque não me inte-
(não há crase) ressavam, meu interesse tendo sido sequestrado pela sur-
Ex.3: Vou a bela Brasília. (?) Volto da bela Brasília. Vou preendente decisão familiar de empreitar os figurinos. Nada
à bela Brasília. (houve especificação) semelhante havia acontecido antes naquela casa, nem vol-
• Antes das palavras “casa, terra, distância”, quando taria a acontecer. Mas os tempos justificavam o inesperado.
determinadas ou especificadas. Exemplos: Em questão de semanas, o grande apartamento antigo
A aluna foi à casa do professor. Renielle regressou a se viu invadido por costureiras e peças de tecido. A cômoda
casa entusiasmada. (não há especificação) do século XVII desaparecia debaixo do brocado, as poltronas
Renan voltou à terra de seus avós. Todos nós voltare- bordadas em petit-point serviam de cabide para túnicas e
mos a terra. (chão, não há especificação) mantos, no sofá capitonê se alinhavam turbantes. E os panos
Atirei à distância de cem metros. Ensino a distância. cheios de dourado, as gazes, os linhos, os véus coloridos
(não há especificação) esvoaçavam por toda a parte.
• Pronomes relativos substituídos por “a este(a) que/a Nesse festival de tessituras coube-me ser modelo para
isto que”. Exemplos: Esta agenda é semelhante a + a os figurinos das crianças. De pé sobre a mesa vestia uma
que (a esta que/a a qual) me presenteaste. Esta agenda roupa depois da outra, de menina ou de menino, de diversos
é semelhante à que me presenteaste. tamanhos. E obedecendo às ordens das costureiras levan-
tava um braço, suspendia o cabelo, girava lentamente para o
Ocorre crase faculta�va: controle das bainhas, rezando em silêncio para esconjurar al-
• Antes de pronomes possessivos femininos. finetadas. Aquilo que parecia obediência era pura felicidade.
Exemplo: Nós nos dirigimos a/à sua empresa. Assim mesmo, merecia prêmio. E o prêmio, fui infor-
• Antes de substantivos próprios femininos. mada um dia, era ir com meu tio à Cineci�á, ver filmar a
Exemplo: Ela se referiu a/à Terra. (planeta) cena do mercado.
• Após “até”. Manhã de outono, um enorme galpão plantado no
Exemplo: Amou-o até a/à última hora. parque dos estúdios. Abre-se uma porta, entramos, ma-
quinárias, cabos, ossaturas de madeira, reverso do cenário.
EXERCÍCIOS Mas bastam alguns passos para que o galpão desapareça
aos meus olhos levando reverso, máquinas e outono. E eis
1. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - TO) que estamos em uma ruela, entrando na grande praça onde
Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE a as fachadas brancas se desdobram em arcadas, abrigando
lacuna da oração: “______ o jornalista não compareceu lojas uma ao lado da outra, numa festa de toldos coloridos,
ao evento?”. de cestos, frutas, ânforas e tapetes. Entro e saio das lojas. A
a) Porquê farmácia é cheia de frascos, vidros, caixinhas, um almofariz,
b) Por quê balanças, e pouco importa que tudo seja falso, se é tão ver-
c) Porque dadeiro para mim. Na loja de animais, as araras gritam, os
d) Por que macacos me olham desconfiados, o grande gato persa espia
por entre as grades da gaiola e tudo é verdadeiro embora
2. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - TO) não à venda.
Considerando-se as regras da língua portuguesa padrão Os extras esperam entediados, árabes conversando em
e/ou norma culta, assinale a alternativa em que todas dialeto romano, comendo sanduíches, fumando. Alguns co-
as palavras estão grafadas CORRETAMENTE nas lacunas chilam encostados às paredes. A praça está parada. Até o
do fragmento de texto a seguir. bater da claquete.
Depois de tentar abater a tiros Numa, o leão, e tendo Luz!, grita uma voz no megafone. E um súbito sol cal-
____________ as palhoças dos inocentes ___________, cina as fachadas. Som! Grilos e cigarras abrem seu canto,
o ____________ caçador de ____________ foge pela meu olhar se volta para as palmeiras que agora farfalham
trilha da floresta, ___________ por Tarzan. Fonte: CO- habitadas por pássaros. Ação! A festa se põe em movimento.
LASANTI, Marina. Tento não pisar na areia movediça. Todos apregoam, falam, gesticulam, a multidão ondeja, es-
In: Os últimos lírios no estojo de seda. Belo Horizonte: corre, há um engolidor de fogo, um jogral com malabares,
Editora Leitura, 2006. mulheres passam com cântaros na cabeça, um homem traz
a) incendeado, selvicolas, inescrupoloso, tesouros, dois galgos na coleira, um cameleiro atravessa a cena com
persiguido seus camelos. E as crianças correm, se metem no meio das
b) incendiado, selvícolas, inescrupoloso, tezouros, per- pessoas, mexem nas mercadorias, gritam, brincam, vestidas
ciguido todas com as roupas que provei.
c) incendiado, silvícolas, inescrupuloso, tesouros, per- Naquela manhã estive em algum lugar perto do deserto.
seguido Talvez fosse próximo daquele em que nasceu o menino cuja
d) insendiado, silvicolas, iniscrupuloso, tezouros, per- manjedoura acabei de pintar. E lembrando o mercado da
seguido
LÍNGUA PORTUGUESA

praça, percebo agora que ao meu presépio falta um camelo.


Fonte: COLASANTI, Marina. Em algum lugar perto do deserto.
Em algum lugar perto do deserto In: Os últimos lírios no estojo de seda. Belo Horizonte: Editora Leitura,
2006. (adaptado).
Pintando as figurinhas de barro que trouxe da Provença
para o meu presépio, o Rei mouro me traz outras lembranças. 3. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - TO)
E no atelier branco acima do mar sou outra vez menina em Sobre o fragmento: “Naquela manhã es�ve em algum
Roma, morando com minha avó e meu tio, naqueles anos lugar perto do deserto” (9º parágrafo), assinale a alter-
de imediato pós-guerra. nativa CORRETA quanto à conjugação e classificação do
O cinema começava a renascer e meu tio, cenógrafo e verbo em destaque.
figurinista, havia sido chamado para fazer um filme de época, a) Flexão do verbo “estar” na 1ª pessoa do singular do
cujo �tulo não recordo, que se passava em algum país árabe, pretérito imperfeito do subjuntivo.

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b) Flexão do verbo “estar” na 1ª pessoa do singular do a) uma vivência solitária durante a guerra.
pretérito mais-que-perfeito do indicativo. b) uma reflexão traumática sobre a guerra.
c) Flexão do verbo “estar” na 1ª pessoa do singular do c) um conflito familiar vivido no pós-guerra.
pretérito perfeito do indicativo. d) uma reminiscência da infância no pós-guerra.
d) Flexão do verbo “estar” na 1ª pessoa do singular do
futuro do subjuntivo. 9. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - TO)
Assinale a alternativa CORRETA em que todas as pa-
4. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - TO) lavras estejam grafadas segundo a norma culta e/ou
Sobre o trecho: “Esqueci os detalhes porque não me padrão da Língua Portuguesa.
interessavam, meu interesse tendo sido sequestrado a) Piche, procrastinar, expansão.
pela surpreendente decisão familiar de empreitar os fi- b) Vissicitude, maldade, viagem.
gurinos.” (2ª parágrafo), assinale a alternativa CORRETA c) Ancioso, compreenção, lacrimejar.
em que as palavras destacadas poderiam ser substi- d) Exceção, excepcional, indentidade.
tuídas, respectivamente, sem alteração de sentido no
texto. Os perigos semân�cos do racismo
a) Realces, libertado, provável, emprestar.
b) Pormenores, arrebatado, inesperada, fazer. Casos de preconceito expõem uso indiscriminado da
c) Pontos, requestado, convincente, empenhar. palavra “racismo”, confundida com “injúria” e “apologia à
d) Contratempos, assimilado, intempestiva, comprar. violência”.
Todas as profissões possuem vocabulário próprio, um
Leia o fragmento a seguir (6º parágrafo). glossário que permite comunicação mais efetiva entre os
“E eis que estamos em uma ruela, entrando na grande praça que trabalham em determinada área do conhecimento hu-
onde as fachadas brancas se desdobram em arcadas, abri- mano. Com o Direito não é diferente. As letras forenses são
gando lojas uma ao lado da outra, numa festa de toldos co- plenas de particularidades e aforismos próprios, familiares
loridos, de cestos, frutas, ânforas e tapetes. Entro e saio das aos que militam nas lides judiciais, mas bastante estranhos
lojas. A farmácia é cheia de frascos, vidros, caixinhas, um à população em geral.
almofariz, balanças, e pouco importa que tudo seja falso, Alguns problemas surgem porque, ao contrário do que
se é tão verdadeiro para mim. Na loja de animais, as araras observamos em outras ciências, os termos jurídicos têm,
gritam, os macacos me olham desconfiados, o grande gato não raro, um segundo significado, comum e muito difun-
persa espia por entre as grades da gaiola e tudo é verdadeiro dido, circunstância que frequentemente leva confusão aos
que batem às portas dos tribunais em busca de justiça. São
embora não à venda.”
palavras como: “queixa”, “exceção”, “suspeição”, “compe-
tência”, cujo significado popular difere, em muito, do sentido
5. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - TO)
técnico, muitas vezes bastante di�cil de ser explicitado ao
Assinale a alternativa CORRETA que indique a tipologia
leigo. Um dos exemplos mais veementes dessa dicotomia é
textual predominante.
o vocábulo “racismo”.
a) Injuntiva.
Numa série de episódios recentes, de ataques a nordes-
b) Descritiva. tinos e outros atores sociais, o termo voltou a movimentar
c) Expositiva. o debate no país. Para o senso comum, “racismo” significa
d) Argumentativa. toda e qualquer forma de “preconceito extremado contra
indivíduos pertencentes a uma raça ou etnia diferente, ge-
6. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - TO) ralmente considerada inferior” (HOUAISS, 2009), englobando
A partir da leitura do fragmento “E obedecendo às or- condutas variadas, que vão da simples ofensa verbal a atos
dens das costureiras levantava um braço, suspendia o sociais discriminatórios ou violência �sica.
cabelo, girava lentamente para o controle das bainhas, Em sentido técnico, no entanto, o termo remete a
rezando em silêncio para esconjurar alfinetadas.” (4º “crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor”, ti-
parágrafo), assinale a alternativa CORRETA em que a pificados pela Lei n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que
palavra em destaque pode ser substituída, sem prejuízo usa, nas diversas figuras penais, frases como: “impedir ou
de sentido, por obstar o acesso”, “negar ou obstar emprego”, “recusar, negar
a) lastimar ou impedir a inscrição ou ingresso”, “recusar hospedagem”,
b) bendizer “recusar atendimento”, “impedir ou obstar casamento”,
c) exorcismar “impedir ou obstar convivência social” e outros comporta-
d) achincalhar mentos, sancionados com penas que variam de um mínimo
de um a um máximo de cinco anos de reclusão [...]. São
7. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - condutas ligadas à ideia de exclusão, de eliminação, de óbice
TO) Assinale a alternativa CORRETA. Pode-se afirmar, concreto ao exercício de um direito, ao sentimento íntimo
LÍNGUA PORTUGUESA

quanto à produção cinematográfica, que o texto de proscrição do outro, que toma tais condutas desprezíveis.
a) apresenta os bastidores de um filme. É necessário, no entanto, diferenciar esses crimes da
b) narra detalhadamente a história contada no filme. injúria (ofensa verbal), qualificada por “elementos referentes
c) demonstra a precariedade técnica da produção do a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa
filme. idosa ou portadora de deficiência”, prevista pelo art. 140, §3°,
d) revela a ruptura de vínculos familiares entre os par- do Código Penal e que recebe pena abstrata de “reclusão de
ticipantes de um filme. um a três anos e multa”.
Mal comparando, para a lei, uma coisa é impedir alguém
8. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - TO) de entrar num restaurante ou tratá-lo mal por ele ser negro
Assinale a alternativa CORRETA. No texto, os eventos ou nordestino. Outra é injuriar alguém, com base em ofensas
narrados associam-se à ideia de de conteúdo racial.

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Tema bastante polêmico, não raro vemos nos noticiários 13. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - TO)
pessoas, atingidas em sua honra por expressões alusivas à Acerca da discussão sobre o termo “racismo”, apresen-
origem social ou étnica, dizendo-se vítimas de racismo e in- tada pelo autor, analise as afirmativas.
dignadas porque a autoridade policial não tipificou a conduta I. Há dois entendimentos para “racismo”: um de conhe-
na Lei n° 7.716/89, mas sim na injúria prevista no Código cimento popular e outro de conhecimento jurídico.
Penal. II. Em todas as instâncias jurídicas deve-se prevalecer
A própria mídia, por vezes desinformada, concorre para o significado popular para “racismo”, que denota alte-
essa confusão e acaba, involuntariamente, por estimular o ridade.
atrito, inquinando como faltosas condutas funcionais abso- III. Juridicamente, “racismo” é entendido como toda e
lutamente corretas. qualquer forma de preconceito, por exemplo, contra as
Importa esclarecer que a Justiça tem peculiaridades e o pessoas pertencentes a uma raça ou etnia diferentes,
autor do delito, de uma forma ou outra, seja qual for o nomen caso dos nordestinos.
juris (a denominação legal) dado ao fato, será efetivamente IV. O termo “racismo” apresenta a mesma significação
responsabilizado. do vocábulo “injúria” na área do Direito Penal.
Necessário anotar, enfim, que eliminar tais comporta- Assinale a alternativa CORRETA.
mentos não é tarefa policial. É preciso, mais. É urgente que a) Apenas a afirmativa I está correta.
os homens se conscientizem de sua igualdade intrínseca e b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
de que a cor da pele, a religião ou a origem social não os c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
qualificam como melhores seres humanos. d) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
Assim como o Cavaleiro inexistente, de ltalo Calvino,
precisamos abandonar a narcísica armadura reluzente que 14. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - TO)
nos aniquila para poder encontrar o outro, em toda sua di- Assinale a alternativa CORRETA sobre a interpretação
mensão, na divina beleza de sua diversidade. do texto e as intenções do autor.
Fonte: DEL-CAMPO, Eduardo Roberto Alcântara. In: Revista Língua a) Enaltece a área jurídica por utilizar vocabulário e
Portuguesa. Ano 5, nº 62, dez. 2010. (Adaptado). termos técnicos acessíveis a toda população.
b) Acusa a mídia de divulgar informações falsas, prin-
10. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - TO) cipalmente sobre ataques aos nordestinos.
Assinale a alternativa CORRETA. A palavra “Direito”, em c) Demonstra que alguns termos de conhecimento po-
destaque no texto (1º parágrafo), está grafada com a pular possuem significados distintos do vocabulário
inicial em maiúscula, pois da área jurídica.
a) está iniciando o período. d) Defende que a população em geral deveria dominar
b) está aludindo à entidade mitológica e de cunho his- as letras forenses, para que todos pudessem con-
tórico. quistar os seus direitos.
c) está remetendo à forma de tratamento usada em
instituições públicas. A carteira …
d) está designando ciência, ou disciplina, ou sintetiza
aspectos do engenho e do saber. De repente, Honório olhou para o chão e viu uma car-
teira. Abaixar-se, apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns
11. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - instantes. Ninguém o viu, salvo um homem que estava à
TO) A partir da leitura do fragmento “[...] precisamos porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo:
abandonar a narcísica armadura reluzente que nos — Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.
aniquila para poder encontrar o outro, em toda sua — É verdade, concordou Honório envergonhado.
dimensão, na divina beleza de sua diversidade.” (último Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso
parágrafo), assinale a alternativa CORRETA em que as saber que Honório tem de pagar amanhã uma dívida, quatro-
palavras em destaque podem ser substituídas, respec- centos e tantos mil-réis, e a carteira trazia o bojo recheado.
tivamente, sem prejuízo de sentido, por A dívida não parece grande para um homem da posição de
a) Singela; terreal; igualdade. Honório, que advoga; mas todas as quantias são grandes
b) vaidosa; sublime; pluralidade. ou pequenas, segundo as circunstâncias, e as dele não po-
c) humilde; vulgar; multiplicidade. diam ser piores. Gastos de família excessivos, a princípio
d) presunçosa; es�gia; homogeneidade. por servir a parentes, e depois por agradar à mulher, que
vivia aborrecida da solidão; baile daqui, jantar dali, chapéus,
12. (2019/COPESE - UFT/Prefeitura de Porto Nacional - TO) leques, tanta cousa mais, que não havia remédio senão ir
Sobre as diferenças de sentido entre termos técnicos descontando o futuro. Endividou-se. Começou pelas contas
da área jurídica e os termos de conhecimento popular, de lojas e armazéns; passou aos empréstimos, duzentos a um,
assinale a alternativa CORRETA sobre qual problema trezentos a outro, quinhentos a outro, e tudo a crescer, e os
LÍNGUA PORTUGUESA

essas diferenças podem ocasionar à população. bailes a darem-se, e os jantares a comerem-se, um turbilhão
a) A propagação dos termos jurídicos corretos, pela perpétuo, uma voragem.
mídia, em cada caso de queixa crime. — Tu agora vais bem, não? dizia-lhe ultimamente o
b) A inibição aos que buscam valer os seus direitos, mas Gustavo C..., advogado e familiar da casa.
que não encontram respaldo nas leis brasileiras. — Agora vou, mentiu o Honório.
c) A dificuldade em compreender a tipificação correta A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena
em casos de racismo e injúria, previstos na legis- monta, e constituintes remissos; por desgraça perdera ulti-
lação. mamente um processo, em que fundara grandes esperanças.
d) O desconhecimento jurídico dos policiais ao informar Não só recebeu pouco, mas até parece que ele lhe tirou
a tipificação correta dos crimes de injuria e racismo alguma cousa à reputação jurídica; em todo caso, andavam
ao cidadão comum. mofinas nos jornais.

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D. Amélia não sabia nada; ele não contava nada à mu- para casa. Parece que a necessidade ainda lhe deu uns dous
lher, bons ou maus negócios. Não contava nada a ninguém. empurrões, mas ele resistiu.
Fingiase tão alegre como se nadasse em um mar de pros- “Paciência, disse ele consigo; verei amanhã o que posso
peridades. Quando o Gustavo, que ia todas as noites à casa fazer.”
dele, dizia uma ou duas pilhérias, ele respondia com três e Chegando a casa, já ali achou o Gustavo, um pouco
quatro; e depois ia ouvir os trechos de música alemã, que D. preocupado e a própria D. Amélia o parecia também. Entrou
Amélia tocava muito bem ao piano, e que o Gustavo escutava rindo, e perguntou ao amigo se lhe faltava alguma cousa.
com indizível prazer, ou jogavam cartas, ou simplesmente — Nada.
falavam de política. [...] — Nada?
Eram cinco horas da tarde. Tinha-se lembrado de ir a — Por quê?
um agiota, mas voltou sem ousar pedir nada. Ao enfiar pela — Mete a mão no bolso; não te falta nada?
Rua da Assembleia é que viu a carteira no chão, apanhou-a, — Falta-me a carteira, disse o Gustavo sem meter a
meteu no bolso, e foi andando. mão no bolso. Sabes se alguém a achou? — Achei-a eu, disse
Durante os primeiros minutos, Honório não pensou Honório entregando-lha.
nada; foi andando, andando, andando, até o Largo da Ca- Gustavo pegou dela precipitadamente, e olhou descon-
rioca. No Largo parou alguns instantes, – enfiou depois pela fiado para o amigo. Esse olhar foi para Honório como um
Rua da Carioca, mas voltou logo, e entrou na Rua Uruguaiana. golpe de estilete; depois de tanta luta com a necessidade, era
Sem saber como, achou-se daí a pouco no Largo de S. Fran- um triste prêmio. Sorriu amargamente; e, como o outro lhe
cisco de Paula; e ainda, sem saber como, entrou em um Café. perguntasse onde a achara, deu-lhe as explicações precisas.
Pediu alguma cousa e encostou-se à parede, olhando para — Mas conheceste-a?
fora. Tinha medo de abrir a carteira; podia não achar nada, — Não; achei os teus bilhetes de visita.
apenas papéis e sem valor para ele. Ao mesmo tempo, e esta Honório deu duas voltas, e foi mudar de toile�e para o
era a causa principal das reflexões, a consciência perguntava- jantar. Então Gustavo sacou novamente a carteira, abriu-a, foi
-lhe se podia utilizar-se do dinheiro que achasse. Não lhe a um dos bolsos, tirou um dos bilhetinhos, que o outro não
perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com quis abrir nem ler, e estendeu-o a D. Amélia, que, ansiosa e
uma expressão irônica e de censura. Podia lançar mão do trêmula, rasgou-o em trinta mil pedaços: era um bilhetinho
dinheiro, e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A consci- de amor.
ência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a Fonte: adaptado de: ASSIS, Machado. Disponível em:<h�p://
carteira à polícia, ou anunciá-la; mas tão depressa acabava www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000169.pdf> Acesso
de lhe dizer isto, vinham os apuros da ocasião, e puxavam em: 6 fev. 2018.
por ele, e convidavam-no a ir pagar a cocheira. Chegavam
mesmo a dizer-lhe que, se fosse ele que a tivesse perdido, 15. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Sobre o
ninguém iria entregar-lha; insinuação que lhe deu ânimo. uso dos elementos coesivos no texto, leia as afirmativas.
Tudo isso antes de abrir a carteira. Tirou-a do bolso, I. Em: “A consciência acabou por lhe dizer que não
finalmente, mas com medo, quase às escondidas; abriu-a, podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la;
e ficou trêmulo. Tinha dinheiro, muito dinheiro; não contou, mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham os
mas viu duas notas de duzentos mil-réis, algumas de cin- apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no
quenta e vinte; calculou uns setecentos mil réis ou mais; a ir pagar a cocheira.”, os elementos destacados ‘la’ e
quando menos, seiscentos. Era a dívida paga; eram menos ‘no’ fazem referência, respectivamente, à ‘carteira’ e a
algumas despesas urgentes. Honório teve tentações de fe- ‘ele’.
char os olhos, correr à cocheira, pagar, e, depois de paga a II. Em: “Honório teve pena de não crer nos anjos...
dívida, adeus; reconciliar-se-ia consigo. Fechou a carteira, e Mas por que não havia de crer neles? E voltava ao di-
com medo de a perder, tornou a guardá-la. nheiro, olhava, passava-o pelas mãos”, os elementos
Mas daí a pouco tirou-a outra vez, e abriu-a, com von- destacados se referem, respectivamente, a ‘anjos’ e a
tade de contar o dinheiro. Contar para quê? era dele? Afinal ´dinheiro´.
venceu-se e contou: eram setecentos e trinta mil-réis. Ho- III. Em: “Então Gustavo sacou novamente a carteira,
nório teve um calafrio. Ninguém viu, ninguém soube; podia abriu-a, foi a um dos bolsos, tirou um dos bilhetinhos,
ser um lance da fortuna, a sua boa sorte, um anjo... Honório que o outro não quis abrir nem ler, e estendeu-o a D.
teve pena de não crer nos anjos... Mas por que não havia Amélia, que, ansiosa e trêmula, rasgou-o em trinta mil
de crer neles? E voltava ao dinheiro, olhava, passava-o pelas pedaços: era um bilhetinho de amor”, os elementos
mãos; depois, resolvia o contrário, não usar do achado, res- destacados se referem, respectivamente, à ’carteira’ e
tituí-lo. Restituí-lo a quem? Tratou de ver se havia na carteira a ‘um dos bolsos’.
algum sinal. Assinale a alternativa CORRETA.
“Se houver um nome, uma indicação qualquer, não a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
posso utilizar-me do dinheiro,” pensou ele. b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
Esquadrinhou os bolsos da carteira. Achou cartas, que c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
LÍNGUA PORTUGUESA

não abriu, bilhetinhos dobrados, que não leu, e por fim um d) Todas as afirmativas estão corretas.
cartão de visita; leu o nome; era do Gustavo. Mas então, a
carteira?... Examinou-a por fora, e pareceu-lhe efetivamente 16. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Machado
do amigo. Voltou ao interior; achou mais dous cartões, mais de Assis, autor do texto, foi um escritor brasileiro, con-
três, mais cinco. Não havia duvidar; era dele. siderado por muitos críticos e leitores um dos maiores
A descoberta entristeceu-o. Não podia ficar com o di- nomes da literatura brasileira. Ele nasceu em 1839, Rio
nheiro, sem praticar um ato ilícito, e, naquele caso, doloroso de Janeiro, e faleceu em 1908, Rio de Janeiro. Leia as
ao seu coração porque era em dano de um amigo. Todo afirmativas a seguir, a respeito da linguagem usada na
o castelo levantado esboroou-se como se fosse de cartas. época em que o texto foi escrito.
Bebeu a última gota de café, sem reparar que estava frio. I. Em: “Voltou ao interior; achou mais dous cartões,
Saiu, e só então reparou que era quase noite. Caminhou mais três, mais cinco. Não havia duvidar; era dele”, a

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palavra destacada ‘dous’, do português antigo, era a II. O texto indica uma situação de adultério por parte
forma utilizada para referenciar e escrever o número da esposa e do amigo da personagem principal.
‘dois’. III. O texto destaca a falsidade que pode existir nas ami-
II. Em: “A consciência acabou por lhe dizer que não zades.
podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la; IV. O texto apresenta o conflito do homem frente à
mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham os honestidade e a sua necessidade pessoal.
apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convidavam- Assinale a afirmativa CORRETA.
-no a ir pagar a cocheira. Chegavam mesmo a dizer-lhe a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
que, se fosse ele que a tivesse perdido, ninguém iria b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
entregar-lha; insinuação que lhe deu ânimo”, o pro- c) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
nome destacado ‘lha’ se refere à combinação do pro- d) Todas as afirmativas estão corretas.
nome ‘lhe’ mais o pronome ‘a’. No português falado, no
Brasil, essa construção não é usualmente empregada. 20. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Em: “Endi-
III. Em: “A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pe- vidou-se.” e “Se houver um nome, uma indicação qual-
quena monta, e constituintes remissos; por desgraça quer, não posso utilizar-me do dinheiro”, as funções dos
perdera ultimamente um processo, em que fundara elementos grifados nas orações são, respectivamente:
grandes esperanças”, os verbos destacados ‘perdera’ a) índice de indeterminação do sujeito e pronome apas-
e ‘fundara’, pretérito imperfeito, com a evolução da sivador.
b) pronome pessoal reflexivo e conjunção subordina-
língua, deixaram de ser usados no português brasileiro
tiva condicional.
falado e escrito atualmente.
c) pronome pessoal reflexivo e índice de indetermi-
Assinale a alternativa CORRETA.
nação do sujeito.
a) Apenas a afirmativa I está correta. d) conjunção subordinativa condicional e conjunção
b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. subordinada causal.
c) Apenas a afirmativa II está correta.
d) Todas as afirmativas estão corretas. 21. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Em:
“Honório teve tentações de fechar os olhos, correr à
17. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Sobre os cocheira, pagar, e, depois de paga a dívida, adeus; re-
aspectos gramaticais, analise as afirmativas. conciliar-se-ia consigo. Fechou a carteira, e com medo
I. Na oração: “Tu agora vais bem, não?”, o verbo está de a perder, tornou a guardá-la”, no verbo destacado,
conjugado na 2.ª pessoa do plural. identifica-se:
II. Na oração: “Eram cinco horas da tarde”, o elemento a) mesóclise e verbo no futuro do pretérito.
destacado poderia estar no singular, conforme a gra- b) ênclise e verbo no futuro do pretérito.
mática normativa. c) mesóclise e verbo no futuro do subjuntivo.
III. Nas orações: “Mas por que não havia de crer neles?” d) ênclise e verbo no futuro do presente.
e “Entrou rindo, e perguntou ao amigo se lhe faltava
alguma cousa. – Nada./- Nada?/ - Por quê?, nos ele- 22. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Assinale a
mentos em destaque é facultativo o uso do acento no alternativa CORRETA, quanto à classificação da oração:
termo “que”, de acordo com a gramática normativa. “Tinha medo de abrir a carteira”.
Assinale a alternativa CORRETA. a) Subordinada substantiva objetiva direta.
a) Apenas a afirmativa I está correta. b) Subordinada substantiva objetiva indireta.
b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. c) Subordinada substantiva completiva nominal.
c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. d) Subordinada substantiva apositiva.
d) Todas as afirmativas estão corretas.
23. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Leia o
18. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) No ex- trecho a seguir.
certo: “Gastos de família excessivos, a princípio por “Mas daí a pouco tirou-a outra vez, e abriu-a, com von-
servir a parentes, e depois por agradar à mulher”, tade de contar o dinheiro. Contar para quê? era dele?
justifica-se o emprego ou não da crase, pois: Afinal venceu-se e contou: eram setecentos e trinta mil-
a) “a” está diante de palavra masculina; “a” está diante -réis. Honório teve um calafrio. Ninguém viu, ninguém
soube; podia ser um lance da fortuna, a sua boa sorte,
de palavra no plural; “à” está diante de palavra fe-
um anjo... Honório teve pena de não crer nos anjos...
minina.
Mas por que não havia de crer neles? E voltava ao di-
b) “a” está diante de palavra masculina, sendo facul-
nheiro, olhava, passava-o pelas mãos; depois, resolvia
tativo seu emprego; “a” está diante de palavra no o contrário, não usar do achado, restituí-lo. Restituí-lo
plural; “à” está diante de palavra feminina e tem seu a quem? Tratou de ver se havia na carteira algum sinal”.
uso facultativo.
LÍNGUA PORTUGUESA

Leias as afirmativas.
c) “a” está diante de palavra masculina; “a” está diante I. No trecho, predominam marcas de discurso direto
de palavra no plural e deveria estar acentuada; “à” porque a personagem fala diretamente com o leitor.
está diante de palavra feminina. II. Em: “Afinal venceu-se e contou: eram setecentos e
d) “a” está diante de palavra masculina e deveria estar trinta mil-réis”, os dois pontos são empregados para
acentuada; “a” está diante de palavra no plural; “à” introduzir uma oração com o objetivo de esclarecer ou
está diante de palavra feminina. explicar a ideia anterior.
III. Em: “Ninguém viu, ninguém soube; podia ser um
19. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Sobre a lance da fortuna, a sua boa sorte, um anjo... Honório
interpretação do texto, leia as afirmativas. teve pena de não crer nos anjos...”, o emprego das re-
I. O texto trata de um estilo de vida de aparências vi- ticências sugere suspensão ou interrupção do pensa-
venciado pelos personagens. mento.

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Assinale a alternativa CORRETA. conscientes de que os recursos planetários serão incapazes
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. de sustentar a nossa filosofia e prática de “crescimento
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. econômico infinito” e de crescimento infinito do consumo.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. Sabemos que esses recursos estão rapidamente se aproxi-
d) Todas as afirmativas estão corretas. mando de seu esgotamento. Estamos conscientes — mas
e daí? Há poucos (ou nenhum) sinais de que, de própria
24. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Em: “Gus- vontade, estamos caminhando para mudar as formas de vida
tavo pegou dela precipitadamente, e olhou desconfiado que estão na origem de todos esses problemas.
para o amigo. Esse olhar foi para Honório como um
golpe de estilete; depois de tanta luta com a neces- ISTOÉ – E o que o senhor chama de “amor líquido”?
sidade, era um triste prêmio. Sorriu amargamente”, o Zygmunt Bauman – Amor líquido é um amor “até se-
enunciado destacado no texto se refere: gundo aviso”, o amor a partir do padrão dos bens de con-
a) à luta a ser travada entre Gustavo e Honório em sumo: mantenha-os enquanto eles te trouxerem satisfação e
virtude da traição de Amélia. os substitua por outros que prometem ainda mais satisfação.
b) à luta moral de Honório entre pegar o dinheiro, ficar O amor com um espectro de eliminação imediata e, assim,
omisso, ou a ser honesto e devolver a carteira com também de ansiedade permanente, pairando acima dele.
todo erário. Na sua forma “líquida”, o amor tenta substituir a qualidade
c) à luta a ser travada em função de Gustavo achar por quantidade — mas isso nunca pode ser feito, como seus
que seu melhor amigo, Honório, roubou delibera- praticantes mais cedo ou mais tarde acabam percebendo.
damente seu dinheiro. É bom lembrar que o amor não é um “objeto encontrado”,
d) à luta de Honório com seus credores, principalmente mas um produto de um longo e muitas vezes di�cil esforço
o agiota. e de boa vontade.
Fonte: BAUMAN, Zygmunt. In: Revista ISTOÉ. Disponível em:
25. (2018/COPESE - UFT/UFT) Assinale a alternativa INCOR- <h�ps://istoe.com.br/102755_VIVEMOS+TEMPOS+LIQUIDOS+NADA+
E+PARA+DURAR+/>. Acesso em: 12 fev. 2018 (fragmento adaptado).
RETA, quanto aos aspectos relacionados à semântica
das palavras.
26. (2018/COPESE - UFT/UFT) Quanto aos aspectos grama-
a) Em: ‘O funcionário ra�ficou o relatório apresentado
ticais, leia a oração: “O problema não é a nossa falta
pelo chefe’ e ‘O funcionário re�ficou os dados da
de conhecimento”. O trecho destacado refere-se ao:
planilha’, os elementos negritados são exemplos de
a) predicado nominal.
palavras parônimas.
b) predicado verbal.
b) Em: ‘Eu me diverti muito no verão passado’ e ‘Eles
c) objeto direto.
verão o que irá acontecer’, os elementos negritados
d) objeto indireto.
são exemplos de palavras homônimas.
c) Em: ‘Estou na parada de ônibus’ e ‘Estou na paragem
27. (2018/COPESE - UFT/UFT) Leia as orações e assinale a
de ônibus’, os elementos negritados são exemplos
alternativa CORRETA que identifique o tipo de sujeito
de palavras sinônimas.
presente nelas.
d) Em: ‘O artista fez uma paródia do filme’ e ‘O artista
a) Em: “Líquidos mudam de forma muito rapidamente,
fez uma imitação do filme’, os elementos negritados
sob a menor pressão.” (Sujeito simples); “Na ver-
são exemplos de palavras homônimas.
dade, são incapazes de manter a mesma forma por
muito tempo.” (Oração sem sujeito).
Leia o excerto da entrevista com o sociólogo Zygmunt
b) Em: “Líquidos mudam de forma muito rapidamente,
Bauman, concedida à revista ISTOÉ, e responda a questão.
sob a menor pressão.” (Sujeito simples); “Na ver-
dade, são incapazes de manter a mesma forma por
ISTOÉ – O que caracteriza a “modernidade líquida”?
muito tempo.” (Sujeito oculto).
Zygmunt Bauman – Líquidos mudam de forma muito ra-
c) Em: “Líquidos mudam de forma muito rapidamente,
pidamente, sob a menor pressão. Na verdade, são incapazes
sob a menor pressão.” (Sujeito composto); “Na ver-
de manter a mesma forma por muito tempo. No atual estágio
dade, são incapazes de manter a mesma forma por
“líquido” da modernidade, os líquidos são deliberadamente
muito tempo.” (Sujeito indeterminado).
impedidos de se solidificarem. A temperatura elevada — ou
d) Em: “Líquidos mudam de forma muito rapidamente,
seja, o impulso de transgredir, de substituir, de acelerar a
sob a menor pressão.” (Sujeito composto); “Na ver-
circulação de mercadorias rentáveis — não dá ao fluxo uma
dade, são incapazes de manter a mesma forma por
oportunidade de abrandar, nem o tempo necessário para
muito tempo.” (Sujeito inexistente).
condensar e solidificar-se em formas estáveis, com uma
maior expectativa de vida.
28. (2018/COPESE - UFT/UFT) Analise as afirmativas a se-
guir.
ISTOÉ – As pessoas estão conscientes dessa situação?
LÍNGUA PORTUGUESA

I. Em: “Pelo menos, às vezes, quando uma catástrofe,


Zygmunt Bauman – Acredito que todos estamos cientes
natural ou provocada pelo homem, torna impossível
disso, num grau ou outro. Pelo menos, às vezes, quando
ignorar as falhas”, a palavra negritada é um elemento
uma catástrofe, natural ou provocada pelo homem, torna
coesivo que introduz a ideia de temporalidade.
impossível ignorar as falhas. Portanto, não é uma questão
II. Em: “O verdadeiro problema é: quem é capaz de
de “abrir os olhos”. O verdadeiro problema é: quem é capaz
fazer o que deve ser feito para evitar o desastre que
de fazer o que deve ser feito para evitar o desastre que já
já podemos prever?”, os dois pontos são empregados
podemos prever? O problema não é a nossa falta de conhe-
para introduzir um esclarecimento do que foi anunciado
cimento, mas a falta de um agente capaz de fazer o que o
anteriormente.
conhecimento nos diz ser necessário fazer, e urgentemente.
III. Em: “É bom lembrar que o amor não é um “objeto
Por exemplo: estamos todos conscientes das consequências
encontrado”, mas um produto de um longo e muitas
apocalípticas do aquecimento do planeta. E todos estamos

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vezes di�cil esforço e de boa vontade”, a palavra negri- d) as pessoas acreditam que os recursos naturais são
tada é um elemento coesivo que introduz oposição de intermináveis, por isso, preferem viver uma prática
ideias. de crescimento econômico ligado ao consumo do
Assinale a alternativa CORRETA. que tomar qualquer atitude para transformar seu
a) Apenas a afirmativa I está correta. entorno.
b) Apenas a afirmativa III está correta.
c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 32. (2018/COPESE - UFT/UFT) De acordo com o conceito de
d) Todas as afirmativas estão corretas. “modernidade líquida” de Zygmunt Bauman, assinale
a alternativa INCORRETA.
29. (2018/COPESE - UFT/UFT) Analise as afirmativas a se- a) A modernidade é “líquida”, ou seja, está sempre em
guir. transformação. Como um líquido, ela não é capaz de
I. Em: “A temperatura elevada – ou seja, o impulso de conservar sua forma por muito tempo.
transgredir, de substituir, de acelerar a circulação de b) A modernidade “líquida” é comparada aos ele-
mercadorias rentáveis – não dá ao fluxo uma oportu- mentos de conteúdos fluidos, os quais são conside-
nidade de abrandar”, o elemento negritado introduz rados di�ceis de se solidificarem.
um esclarecimento da ideia anterior. c) Na “modernidade líquida”, as formas atuais de vida
II. Em: “Acredito que todos estamos cientes disso, num são percebidas com vulnerabilidade, pois são inca-
grau ou outro. Pelo menos, às vezes, quando uma ca- pazes de permanecerem com a mesma identidade
tástrofe, natural ou provocada pelo homem, torna im- por muito tempo.
possível ignorar as falhas. Portanto, não é uma questão d) Na “modernidade líquida”, as pessoas estão cons-
de “abrir os olhos.”, o conectivo negritado marca uma cientes de que os recursos naturais e ambientais são
relação temporal entre as ideias. infinitos e deverão ser acomodados a cada tipo de
III. Em: “Amor líquido é um amor “até segundo aviso””, filosofia de vida individual.
o amor a partir do padrão dos bens de consumo: man-
tenha-os enquanto eles te trouxerem satisfação e os Leia os textos a seguir para responder a questão.
substitua por outros que prometem ainda mais satis-
fação.”, os elementos negritados retomam, respectiva- Texto I:
mente, ‘bens de consumo’.
Assinale a alternativa CORRETA. Olhos de Ressaca
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida.
c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele
d) Apenas a afirmativa III está correta. lance consternou a todos. Muitos homens choravam também,
as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia
30. (2018/COPESE - UFT/UFT) Zygmunt Bauman define vencerse a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la
amor líquido como “um amor “até segundo aviso””, dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns
“o amor a partir do padrão dos bens de consumo”. Ao instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa,
relacionar amor líquido com “um amor “até segundo que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e
aviso””, identifica-se o modo de linguagem: caladas...
a) metafórico, pois está presente uma relação de con- As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu
tiguidade nos enunciados, por meio de um atributo enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que es-
comum conferido a ambos. tava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-
b) paradoxal, pois identificamos nos enunciados uma -la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento
proposição aparentemente absurda, resultado da houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais
união de ideias contraditórias. os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes
c) sinestésico, pois identificamos, na relação de se- e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse
melhança dos enunciados, a presença da união de tragar também o nadador da manhã.
impressões sensoriais diferentes. Fonte: ASSIS, Machado. Olhos de ressaca. In: Dom Casmurro. 8.
d) hiperbólico, pois está presente uma relação de exa- ed. São Paulo, Ática, 1978, p. 133-134 (adaptado)
gero nos enunciados, o que torna o amor ainda mais
expressivo. Texto II:

31. (2018/COPESE - UFT/UFT) A revista pergunta ao soció- Momento num café


logo se as pessoas estão conscientes da situação mun-
dial e Bauman responde que: Quando o enterro passou
a) as pessoas estão cientes da situação e todas estão Os homens que se achavam no café
LÍNGUA PORTUGUESA

mobilizadas para promoverem mudanças rápidas na Tiraram o chapéu maquinalmente


sua filosofia de vida e de consumo. Saudavam o morto distraídos
b) as pessoas estão incomodadas com as transforma- Estavam todos voltados para a vida
ções climáticas, mas elas não querem abdicar de Absortos na vida
seu modo de vida consumista, já que acreditam que Confiantes na vida.
os recursos naturais são infindáveis e se renovam a Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
cada ciclo climático. Olhando o esquife longamente
c) as pessoas estão conscientes de que os recursos Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade
naturais do planeta podem acabar e a filosofia con- Que a vida é traição
sumista pode sofrer as consequências desse esgo- E saudava a matéria que passava
tamento. Liberta para sempre da alma extinta.

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Fonte: BANDEIRA, Manuel. In: Estrela da Manhã. 1936. Disponível em: 38. (2018/COPESE - UFT/UFT) Considere o trecho: “As mi-
<h�ps://autoreselivros.wordpress.com/2012/04/13/momento-num- nhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela”. As palavras
-cafe-de-manuel-bandeira/>. Acesso em 16 abril de 2018 (adaptado).
em destaque referem-se à retomada anafórica de:
a) viúva.
33. (2018/COPESE - UFT/UFT) Sobre os textos I e II, assi- b) partida.
nale a alternativa CORRETA que estabelece a conexão
c) carícias.
temática predominante entre ambos.
d) lágrimas.
a) Os textos I e II retratam o tema ‘morte’ e o modo
como os indivíduos lidam com isso.
b) Os textos I e II evidenciam a alegria de viver presente 39. (2018/COPESE - UFT/UFT) O episódio contido no texto é
nos indivíduos, principalmente quando percebem a narrado em primeira pessoa, ou seja, o narrador apre-
efemeridade da vida. senta os fatos, ao mesmo tempo em que se constitui
c) Os textos I e II apresentam o pessimismo humano e como personagem. Desse modo, a construção da nar-
a falta de vontade de viver dos indivíduos diante da rativa pode acarretar:
morte de um ente querido. a) ambiguidade, já que o narrador em primeira pessoa
d) Os textos I e II retratam o amor existente entre um pode comprometer a objetividade da narrativa.
homem e uma mulher, mas que foram separados b) objetividade, só quem participa consegue narrar
pelo falecimento de um deles. imparcialmente a história.
c) subjetividade, pois o narrador em primeira pessoa
34. (2018/COPESE - UFT/UFT) Assinale a alternativa COR- é isento de emoções.
RETA sobre a interpretação do texto II. d) imparcialidade, já que o narrador-personagem de-
a) O eu lírico sugere que a vida é passageira e a morte monstra falta de emoção quando conta uma história.
se constitui como libertária.
b) O eu lírico compreende que a morte, de certa forma, 40. (2018/COPESE - UFT/UFT) Assinale a alternativa COR-
retém a matéria e a alma. RETA sobre a interpretação do texto.
c) O texto retrata a dificuldade vivenciada pelos pa- a) O texto descreve o momento de comoção das per-
rentes em lidar com falecimentos inesperados. sonagens após o velório.
d) O texto destaca a ausência de vontade de viver do b) O texto descreve um momento triste para Sancha:
eu lírico, uma vez que há o indicativo de que toda o velório de seu marido.
matéria será eterna. c) O texto descreve as minúcias da morte do marido
de Capitu.
35. (2018/COPESE - UFT/UFT) Leia o texto a seguir para d) O texto descreve a vaidade existente nas relações
responder a questão. Considere o trecho: “[...] olhando humanas.
a furto para a gente que estava na sala”.
Assinale a alternativa CORRETA que pode substituir o Leia o texto a seguir para responder a QUESTÃO.
elemento grifado sem prejuízo de mudança do sentido
no contexto. Texto III
a) Esperançosamente.
b) Orgulhosamente.
c) Finalmente.
d) Furtivamente.

36. (2018/COPESE - UFT/UFT) Na oração: “[...] os olhos de


Capitu fitaram o defunto”, o elemento em destaque,
no contexto dessa oração, é classificado como:
a) objeto indireto.
b) adjunto adnominal.
c) objeto direto.
d) predicativo do sujeito.

37. (2018/COPESE - UFT/UFT) Considere o fragmento desta-


cado: “Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la;
mas o cadáver parece que a retinha também”. O mas, no
trecho mencionado, é uma conjunção adversativa que
se contrapõe a algo dito anteriormente na sentença.
Portanto, analise as afirmativas abaixo e responda a
questão.
I. O mas se contrapõe ao verbo redobrar, ou seja, Capitu
LÍNGUA PORTUGUESA

se redobrou anteriormente e não se redobrará mais.


II. O mas se contrapõe à ideia de Capitu querer levar
Sancha (a amiga) para longe e não conseguir fazer isso
porque o cadáver a retinha.
III. O mas se contrapõe às carícias: Capitu fez carícias à Fonte: As ilustrações de Carol Rosse� . Disponível em: <h�p://tpm-
Sancha e não fará mais. moderna.com/2014/07/ilustracoes-de-carolrosseti. html>. Acesso em:
8 fev. 2018.
Assinale a alternativa CORRETA.
a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
b) Apenas a afirmativa II está correta. 41. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO)Analise as
c) Apenas a afirmativa III está correta. afirmativas a seguir, em relação aos aspectos gramati-
d) Todas as afirmativas estão corretas. cais do texto.

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I. Na oração: “Marina adora seu vestido listrado”, o ele- O discurso da mídia decorre de uma pluralidade de pro-
mento destacado é considerado verbo transitivo direto, dutos e avanços tecnológicos a fim de aprimorar a estética e
segundo a gramática normativa. forma �sica. Vemos todos os dias surgirem novos produtos de
II. Nas orações: “Marina adora seu vestido listrado” e emagrecimento, são pílulas, sucos, comidas diet, light e zero,
“Liga pras revistas não, Marina”, os termos em destaque aparelhos de ginásticas, academias com uma imensidão de
desempenham a função de apostos. aparelhos, vídeos com séries de exercícios para se fazer em
III. Nas orações: “Marina adora seu vestido listrado, mas casa e perder medidas, revistas especializadas em perda de
as revistas de moda disseram [...]”, o excerto destacado peso em tantos dias, cosméticos, cirurgias plásticas, redução
é uma oração coordenada sindética, introduzida por de estômago.
conjunção adversativa. O país pode estar na maior crise financeira de todos os
Assinale a alternativa CORRETA. tempos, mas a indústria da moda não para de crescer. Para
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. todos os lugares que se olha, se vê a influência ao culto de
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. um corpo perfeito, uma barriga saradinha, uma constante
c) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. luta contra a balança, uma conta de calorias presente em
d) Todas as afirmativas estão corretas. cada refeição. Os meios de comunicação apresentam diaria-
mente o glamour da glória e do sucesso, de pessoas magras
42. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Sobre a e em forma se dando bem em tudo que fazem, sem sofrer
interpretação do texto III, assinale a alternativa INCOR- nenhum tipo de preconceito, apenas bem e com intensa
RETA. ascensão social.
a) O texto critica o discurso da padronização de beleza, Fonte: adaptado de: SILVA, H. V. Cristina. Disponível em: < h�p://obser-
presente nos meios de comunicação. vatoriodaimprensa.com.br/diretorioacademico/_ed794_o_padrao_de_
b) O texto reforça a necessidade de a mulher aceitar seu beleza_impost o_pela_midia/>. Acesso em: 8 fev. 2018.
corpo e também considerar as sugestões de moda
de revistas. Texto II
c) O texto sugere à mulher a aceitação de seu corpo
da forma como é.
d) O texto revela de que forma a mídia exerce influência
sobre o modo de se vestir de mulheres.

Texto I

O padrão de beleza imposto pela mídia

Temos vivido a era dos direitos humanos, mas por


desconhecer o poder de influência que a mídia, através dos
meios de comunicação, exerce em nossas vidas, em como pe-
netra em nossa mente, não percebemos que nossos direitos
jamais foram tão violados como nos dias de hoje. Temos
visto um verdadeiro massacre humano, de mulheres, ado-
lescentes se matando para atingir um inatingível padrão de
beleza imposto pela mídia. Em uma sociedade democrática,
as mulheres tornaram-se escravas da indústria da beleza,
tão difundida pelos meios de comunicação, os quais tem
dilacerado a nossa juventude, pessoas que estão perdendo Fonte: Disponível em: <h�p://bufalodareal.blogspot.com.br/2017/07/
o prazer de viver, tornando-se solitárias, por estarem incon- nao-siga-o-caminho-do-corpo.html>. Acesso em: 8 fev. 2018.
formadas com sua forma �sica, controlam alimentos que
ingerem, para não engordar; esta escravidão assassina a au- 43. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Após a
toestima, produz uma guerra contra o espelho e gera uma leitura dos textos I e II, assinale a alternativa INCORRETA
auto rejeição terrível. quanto à relação entre eles.
As cobranças que as mulheres têm feito a si mesmas a) Os textos I e II possibilitam tratar dos padrões de
para atingir o padrão de beleza imposto pela mídia, tem lhes beleza impostos a mulheres e homens de forma
prejudicado em todos os sentidos, tanto psicológicos, como positiva, já que a busca pelo corpo perfeito indica
em seu corpo. A sociedade exige uma dupla ou tripla jornada presença de autoestima por parte das pessoas.
de trabalho (cuidar da casa, do marido, das crianças, do em- b) Os textos I e II apresentam críticas à busca por pa-
prego, do curso de especialização, do cabelo, da estética, drões de beleza, tanto para mulheres quanto para
LÍNGUA PORTUGUESA

entre outros). Diante de tudo isso, vem o stress, a não acei- os homens que cultuam, cada vez mais, seus corpos.
tação de seu corpo, as dietas malucas, distúrbios alimentares c) Os textos I e II retratam a escravidão da perfeição
e mais tarde doenças como bulimia e anorexia nervosa. do corpo que mulheres e homens vêm sofrendo,
Os meios de comunicações têm imposto um estereo- produzindo uma guerra contra o espelho.
tipado padrão de beleza feminina, os comerciais, desfiles, d) Os textos I e II demonstram de que forma os padrões
novelas, propagandas tem mostrado que para ser aceito na de beleza afetam o ser humano, que acaba se rejei-
sociedade deve ser magra, vestir manequim 36. Nas capas tando.
das revistas, vemos belos corpos de modelos magérrimas, a
pura perfeição. Diante disso, vem a cobrança de ser assim, 44. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas – TO) Sobre a
para se sentir bonita e atraente, sexy, bem vista e aceita interpretação do texto II, assinale a alternativa INCOR-
pela sociedade. RETA.

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a) O texto apresenta o homem que cultua seu corpo e e em forma se dando bem em tudo que fazem, sem sofrer
que vive em busca de padrões de beleza. nenhum tipo de preconceito, apenas bem e com intensa
b) O texto destaca o problema da autoimagem do ascensão social.
homem que parece não se aceitar como é. Fonte: adaptado de: SILVA, H. V. Cristina. Disponível em: <h�p://
c) O texto representa a busca incessante do ser hu- observatoriodaimprensa.com.br/diretorioacademico/_ed794_o_pa-
drao_de_beleza_impost o_pela_midia/>. Acesso em: 8 fev. 2018.
mano por padrões de beleza, destacando o descon-
tentamento do homem diante do espelho.
d) O texto tece uma crítica positiva aos estereótipos 45. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Os ele-
estéticos, demarcando uma necessidade atual de mentos em destaque, “exerce” e “violados” (1.ª pará-
o homem se exercitar ainda mais fisicamente para grafo), e “decorre” (4º parágrafo), podem ser substitu-
alcançar o padrão exato de beleza. ídos, respectivamente, sem prejuízo ao sentido global
do texto, EXCETO por:
Leia o texto a seguir e responda a QUESTÃO. a) cumpre; infringidos; deriva.
b) desempenha; desrespeitados; resulta.
Texto I c) contradiz; respeitados; procede.
d) apresenta; ultrajados; provém.
O padrão de beleza imposto pela mídia
46. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Leia as
Temos vivido a era dos direitos humanos, mas por afirmativas a seguir.
desconhecer o poder de influência que a mídia, através dos I. Em: “vemos belos corpos de modelos magérrimas, a
meios de comunicação, exerce em nossas vidas, em como pura perfeição” (3.º parágrafo), o sujeito da oração é
penetra em nossa mente, não percebemos que nossos di- oculto.
reitos jamais foram tão violados como nos dias de hoje. II. Em: “[...] Os meios de comunicações têm imposto
Temos visto um verdadeiro massacre humano, de mulheres, um estereotipado padrão de beleza feminina [...]” (3.º
adolescentes se matando para atingir um inatingível padrão parágrafo), o verbo destacado apresenta acento cir-
de beleza imposto pela mídia. Em uma sociedade demo- cunflexo, pois está conjugado na 3.ª pessoa do plural,
crática, as mulheres tornaram-se escravas da indústria da concordando com o sujeito da oração.
beleza, tão difundida pelos meios de comunicação, os quais III. Em: “A sociedade exige uma dupla ou tripla jornada
tem dilacerado a nossa juventude, pessoas que estão per- de trabalho” (2.º parágrafo), o verbo “exige” é intransi-
dendo o prazer de viver, tornando-se solitárias, por estarem tivo, de acordo com a gramática normativa da língua.
inconformadas com sua forma �sica, controlam alimentos IV. Em: “Os meios de comunicação apresentam diaria-
que ingerem, para não engordar; esta escravidão assassina mente o glamour da glória e do sucesso” (5.º pará-
a autoestima, produz uma guerra contra o espelho e gera grafo), a expressão em destaque é sujeito composto.
uma auto rejeição terrível. Assinale a alternativa CORRETA.
As cobranças que as mulheres têm feito a si mesmas a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
para atingir o padrão de beleza imposto pela mídia, tem lhes b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
prejudicado em todos os sentidos, tanto psicológicos, como c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
em seu corpo. A sociedade exige uma dupla ou tripla jornada d) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
de trabalho (cuidar da casa, do marido, das crianças, do em-
prego, do curso de especialização, do cabelo, da estética, 47. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Releia o
entre outros). Diante de tudo isso, vem o stress, a não acei- período a seguir: “as mulheres tornaram-se escravas”.
tação de seu corpo, as dietas malucas, distúrbios alimentares Assinale a alternativa CORRETA, quanto à análise gra-
e mais tarde doenças como bulimia e anorexia nervosa. matical dos elementos que o compõe.
Os meios de comunicações têm imposto um estereo- a) “escravas” é sujeito composto.
tipado padrão de beleza feminina, os comerciais, desfiles, b) “tornaram-se” é objeto direto.
novelas, propagandas tem mostrado que para ser aceito na c) “as mulheres” é sujeito composto.
sociedade deve ser magra, vestir manequim 36. Nas capas d) “escravas” é objeto direto.
das revistas, vemos belos corpos de modelos magérrimas, a
pura perfeição. Diante disso, vem a cobrança de ser assim, 48. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) De acordo
para se sentir bonita e atraente, sexy, bem vista e aceita com o texto, a imposição de padrões de beleza pode
pela sociedade. ocasionar, EXCETO:
O discurso da mídia decorre de uma pluralidade de pro- a) a perda do prazer de viver na juventude, tornando
dutos e avanços tecnológicos a fim de aprimorar a estética e as pessoas solitárias.
forma �sica. Vemos todos os dias surgirem novos produtos de b) a aceitação do corpo, auxiliando as mulheres em
emagrecimento, são pílulas, sucos, comidas diet, light e zero, outros sentidos da vida, como o psicológico.
aparelhos de ginásticas, academias com uma imensidão de c) o controle da ingestão de alimentos para não en-
LÍNGUA PORTUGUESA

aparelhos, vídeos com séries de exercícios para se fazer em gordar.


casa e perder medidas, revistas especializadas em perda de d) a perda da autoestima, já que a pessoa não se aceita,
peso em tantos dias, cosméticos, cirurgias plásticas, redução principalmente ao se olhar no espelho.
de estômago.
O país pode estar na maior crise financeira de todos os 49. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas – TO) Sobre a
tempos, mas a indústria da moda não para de crescer. Para interpretação do texto, assinale a alternativa INCOR-
todos os lugares que se olha, se vê a influência ao culto de RETA.
um corpo perfeito, uma barriga saradinha, uma constante a) O texto destaca a influência dos meios de comuni-
luta contra a balança, uma conta de calorias presente em cação na vida das pessoas, uma vez que impõem
cada refeição. Os meios de comunicação apresentam diaria- estereotipado padrão de beleza, principalmente,
mente o glamour da glória e do sucesso, de pessoas magras para as mulheres.

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b) O texto indica que os meios de comunicação apre- É nesse cenário, também, que muitos idosos têm se
sentam a imposição de padrões estéticos na vida das dedicado a diversos tipos de atividades, tais como: esportes,
pessoas. atividades de lazer, cursos e, até mesmo, ao campo profis-
c) O texto destaca que os meios de comunicação re- sional. Em outras palavras, muitas pessoas dessa faixa etária
forçam a necessidade de um corpo perfeito, mane- se inserem novamente no mercado de trabalho, ainda que já
quim 36, por exemplo, principalmente por parte das sejam aposentadas. No entanto, um aspecto que se destaca
mulheres. nas novas práticas corriqueiras do dia-a-dia desse público
d) O texto aponta que os meios de comunicação ex- diz respeito ao acesso à informática e, por conseguinte, ao
põem padrões de beleza feminina, a fim de difundir universo digital. Dentro dessa perspectiva, o acesso à in-
campanhas em prol da saúde da mulher. ternet, às redes sociais, a recursos de entretenimento, o uso
de e-mails, compras virtuais, cursos na modalidade EaD, pa-
gamentos de contas e outros recursos oriundos do âmbito
digital têm feito parte da rotina cotidiana da terceira idade.
Essa utilização das TICs tem gerado inúmeros bene�cios e
facilidades para as mais diversas faixas etárias e, acima de
tudo, para a terceira idade. O que reforça a perspectiva do
computador como algo necessário.
Entretanto, o acesso ao mundo digital não se restringe
aos bene�cios da vida cotidiana, mas também abrange be-
ne�cios cognitivos. Isto é, o fato de levar o idoso a utilizar
a mente e o intelecto, produzindo, assim, o conhecimento
[dando sentido e elaborando significados a partir das infor-
mações recebidas]. Não se pode negar que, para uma grande
parte de pessoas pertencentes a esse público, a utilização
desses artefatos da informática ainda é um desafio. Dito de
outra forma, o medo/receio do novo e de algo contempo-
râneo é algo compartilhado por diversas pessoas da terceira
idade. Além disso, muitos são refratários à informática. Con-
tudo, a nova perspectiva do acesso ao universo digital por
parte da terceira idade alça esse público à condição de um
sujeito ativo nas práticas cotidianas das relações sociais, o
que transcende a perspectiva do ostracismo.
Fonte: adaptado de: SILVA, Silvio Pro�rio da. Disponível em: . Acesso
em: 6 fev. 2018

50. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas – TO) Sobre o


diálogo estabelecido entre o texto I e o texto II, assinale
a alternativa CORRETA.
a) Retratam o uso das tecnologias por parte do público,
pertencente à terceira idade.
Texto II
b) Tecem críticas negativas, relacionadas ao uso, prin-
cipalmente, de computadores.
A terceira idade no mundo digital c) Expõem, com humor, as dificuldades enfrentadas
pelos idosos para se adaptarem às demandas con-
Sabemos que o século XX presenciou um intenso de- temporâneas.
senvolvimento tecnológico. [...] Tais avanços têm se refletido d) Criticam os idosos por não conhecerem os termos
em diversos âmbitos sociais, ocasionando, assim, a recon- específicos usados na área da informática.
figuração das relações sociais a das práticas cotidianas. Em
função disso, o acesso ao mundo digital vem, continuamente, 51. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Assinale
sendo algo presente nas práticas das relações sociais em a alternativa INCORRETA, cujo trecho, retirado inte-
diversas faixas etárias. É nesse contexto que o uso do compu- gralmente do texto II estabelece diálogo com as ideias
tador e, consequentemente, o uso das Tecnologias da Infor- expressas no texto I.
mação e da Comunicação – TICs tem crescido intensamente, a) “Não se pode negar que, para uma grande parte de
sobretudo, no que tange ao público da terceira idade. pessoas, pertencentes a esse público, a utilização
Durante muito tempo, a terceira idade, ou como muitos desses artefatos da informática ainda é um desafio.”
LÍNGUA PORTUGUESA

chamam: a velhice, era sinônimo de inércia, de descanso, de (4º parágrafo).


ostracismo e de afastamento de diversos tipos de atividades. b) “Durante muito tempo, a terceira idade, ou como
Diante disso, as pessoas pertencentes a essa faixa etária não muitos chamam: a velhice, era sinônimo de inércia,
praticavam inúmeros tipos de atividades, tais como: lúdicas, de descanso, de ostracismo e de afastamento de
esportivas, etc, o que alçava esses sujeitos a um papel passivo diversos tipos de atividades.” (2º parágrafo).
nas práticas sociais do dia-a-dia. Contudo, nos últimos anos, a c) “É nesse cenário, também, que muitos idosos têm se
sociedade tem passado por diversas modificações no âmbito dedicado a diversos tipos de atividades, tais como:
das relações sociais, o que tem acarretado reconfigurações esportes, atividades de lazer, cursos e, até mesmo,
nos papéis sociais. É nesse cenário, que a terceira idade passa ao campo profissional” (3º parágrafo).
a ser concebida como uma faixa etária comum e que pode d) “Essa utilização das TICs tem gerado inúmeros bene-
desempenhar seu papel/função social. �cios e facilidades para as mais diversas faixas etárias

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e, acima de tudo, para a terceira idade. O que reforça Leia o texto a seguir e responda a questão.
a perspectiva do computador como algo necessário.”
(3º parágrafo). Texto I

52. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) No frag-


mento: “É nesse contexto que o uso do computador
e, consequentemente, o uso das Tecnologias da Infor-
mação e da Comunicação – TICs tem crescido intensa-
mente, sobretudo, no que tange ao público da terceira
idade”, no 1º parágrafo, o termo em destaque pode ser
classificado como:
a) pronome.
b) verbo.
c) advérbio.
d) adjetivo.

53. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) No frag-


mento, presente no 4° parágrafo: “Entretanto, o acesso
ao mundo digital não se restringe aos bene�cios da vida
cotidiana, mas também abrange benefícios cognitivos”,
assinale a alternativa CORRETA que corresponde à infor-
mação fornecida no texto para ‘bene�cios cognitivos’.
a) “Diante disso, as pessoas pertencentes a essa faixa
etária não praticavam inúmeros tipos de atividades,
tais como: lúdicas, esportivas, etc.”
b) “Isto é, o fato de levar o idoso a utilizar a mente
e o intelecto, produzindo, assim, o conhecimento
[dando sentido e elaborando significados a partir
das informações recebidas]”
c) “É nesse cenário, que a terceira idade passa a ser
concebida como uma faixa etária comum e que pode 56. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Em: “Tô
desempenhar seu papel/função social”. tentando me atualizar e mexer nessa tecnologia hu-
d) “Em função disso, o acesso ao mundo digital vem, mana [...] E não tá funcionando”, os elementos em
continuamente, sendo algo presente nas práticas das destaque referem-se:
relações sociais em diversas faixas etárias”. a) à forma predominantemente padrão da escrita,
abordada principalmente pela gramática da Língua
Leia os excertos. Portuguesa do Brasil.
b) às formas coloquiais do verbo “estar” amplamente
“Durante muito tempo, a terceira idade, ou como muitos usadas na linguagem popular.
chamam, a velhice era sinônimo de inércia, de descanso, de c) às alterações realizadas pelo acordo ortográfico que
ostracismo e de afastamento de diversos tipos de atividades. começou a vigorar a partir do dia 1º de janeiro de
[...] Contudo, a nova perspectiva do acesso ao universo digital 2013.
por parte da terceira idade alça esse público à condição de d) à forma escrita culta do verbo “estar”, conjugado na
um sujeito ativo nas práticas cotidianas das relações sociais, primeira pessoa do plural.
o que transcende a perspectiva do ostracismo.”
57. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) No trecho:
54. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Assinale “Tô tentando me atualizar e mexer nessa tecnologia
a alternativa CORRETA que pode manter o mesmo sig- humana. Mas ele pede para eu colocar os arquivos na
nificado da palavra “ostracismo” destacada. nuvem… E não tá funcionando”, a palavra destacada é
a) pedantismo - aquele que ostenta um conhecimento uma conjunção, termo invariável que tem por função
que não possui. ligar orações ou termos.
b) isolamento - ato de se isolar. Assinale a alternativa CORRETA, cujo(s) elemento(s)
c) ceticismo - estado de dúvida permanente. substitui(em) a conjunção e mantém o seu sentido.
d) maquinismo - aquele que não possui sensibilidade a) Na medida em que.
em relação ao mundo. b) Se.
c) Por que.
LÍNGUA PORTUGUESA

55. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Assinale a d) Contudo.


alternativa CORRETA, quanto à interpretação do texto.
a) Os idosos têm utilizado, cada vez mais, os recursos 58. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) No trecho:
tecnológicos, inserindo-se no meio digital. “Tô tentando me atualizar e mexer nessa tecnologia
b) A terceira idade possui resistência às TICs, porque humana”, o elemento em destaque une duas frases,
faz parte de uma geração antiga. tornando a segunda oração:
c) O crescimento do uso das tecnologias leva os idosos a) subordinada adverbial temporal, que traduz a ideia
a serem vítimas de golpes, principalmente, pelo uso de tempo transcorrido entre a primeira oração e a
crescente das redes sociais. segunda.
d) Os idosos devem optar por atividades mais lúdicas, b) subordinada adverbial causal, pois o elemento ‘e’
tais como jogos, e menos intelectuais, como as TICs. estabelece relação de causa/consequência.

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c) coordenada sindética explicativa, uma vez que, na classes sociais, mas o Brasil é o único país onde as cidades
segunda frase, “mexer nessa tecnologia humana”, ainda insistem na segregação. “Quem é favorecido por esse
há uma tentativa de explicação da primeira “Tô ten- sistema”, questiona.
tando me atualizar!” Segundo Resende, São Paulo tem 170 km2 de vias e 445
d) coordenada sindética aditiva, pois transmite a ideia km2 de carros. Simplesmente não cabe. Ainda de acordo com
de adição do segundo trecho em relação ao primeiro. o especialista, a cidade perde R$ 80 bilhões por ano com os
congestionamentos, já descontados o que é considerado um
59. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) No texto congestionamento natural numa cidade como essa.
de Carlos Ruas, a personagem compreendeu que co- “A falta de soluções para a mobilidade leva as pessoas
locar o “arquivo na nuvem” era ligar o computador ao carro, o que retroalimenta o caos”, conclui.
diretamente na nuvem. Entretanto, “colocar o arquivo Fonte: Dimalice Nunes. Diálogos Capitais. Disponível em: <h�p:// h�p://
na nuvem” trata-se de uma metáfora, empregada pela www.cartacapital.com.br/dialogoscapitais/transporte-e-apenas-parte-
-dassolucoes-para-mobilidade-urbana>. Acesso em: 26 jan. 2017. (Texto
personagem na forma literal. Nesse sentido, a perso- adaptado).
nagem compreendeu a linguagem de modo:
a) conotativo. Texto II
b) denotativo.
c) poético.
d) emotivo.

Texto I

Transporte é apenas parte das


soluções para mobilidade urbana

Pensar em soluções para mobilidade urbana não pode


se resumir a criar ou expandir sistemas de transporte, mas
sim integrar um conjunto de ações que passam também pelo
uso e ocupação racional do solo, sobre como as cidades são
ocupadas. A afirmação é de Paulo Resende, coordenador
do núcleo de infraestrutura da Fundação Dom Cabral. Além
disso, Resende defende a revisão do papel do setor público
como provedor de soluções em mobilidade, a criação de
agências metropolitanas com mandato supramunicipal e um
arcabouço jurídico e social que garanta a continuidade dos
projetos estruturantes.
Suas recomendações têm como base a constatação de
que hoje as grandes e médias cidades em todo o mundo
vivem uma escolha entre o caos e a prosperidade.
Fonte: Disponível em: <h�p://facebrodi.blogspot.com.br/2012/07/58-
“O gestor público ainda insiste no mito de que a redução -bilhoes-paramobilidade-urbana.html>. Acesso em: 27 jan. 2017. (texto
dos congestionamentos é o objetivo de todas as políticas adaptado).
de mobilidade, mas Los Angeles, por exemplo, tem 400 km
diários de congestionamento”, exemplifica. 60. (2017/COPESE - UFT/UFT) Há o emprego adequado da
Para ele, a diferença entre a cidade norte-americana regência verbal nas orações, de acordo com a gramática
e São Paulo ou Bangalore, na Índia, é que lá trata-se de normativa, EXCETO em:
uma opção. “Lá, assim como em outras grandes cidades do a) O melhor meio para a pessoa chegar no trabalho é
mundo, há alternativas para quem quiser optar por não usar o transporte individual.
o transporte individual. No Brasil não há.” b) A falta de solução para a mobilidade leva as pessoas
Quando se fala em um uso racional do espaço, o prin- ao carro, retroalimentando o caos.
cipal efeito sobre uma mobilidade mais eficiente é a redução c) O Brasil aspira a soluções em mobilidade urbana,
dos deslocamentos. Moradias longe dos destinos, sejam eles como a revisão do setor público.
o trabalho ou escola, obrigam as pessoas a atravessarem d) As cidades assistem ao caos em meio à prosperidade
diariamente grandes distâncias. quando se trata da mobilidade urbana.
Desenvolvimento regional é parte dessa política. É por
isso que o especialista defende também ações de âmbito 61. (2017/COPESE - UFT/UFT) Após a leitura dos textos I e
metropolitano. “Municipalizar a questão da mobilidade só II, marque a alternativa INCORRETA quanto à relação
transfere o caos para as periferias”. entre eles.
LÍNGUA PORTUGUESA

Resende lembra que não são só os mais pobres que a) No texto I, Resende afirma que, no Brasil, assim
vivem longe do centro. Há um movimento forte da classe como em Los Angeles, há alternativas para quem
alta para condomínios e cidades da região metropolitana. opta por não utilizar o transporte individual. Esse
Nesse aspecto, criar vias só beneficia o carro. fato pode ser observado no texto II, que apresenta
“Não adianta apenas focar em obras sem transporte como opções eficientes de locomoção os transportes
de massa, a integração entre os sistemas e a redução dos individual e de massa.
deslocamentos. Respostas urgentes, como mais vias, são de b) No texto I, Resende critica a ideia de que a criação
soluções de engenharia, não de inteligência.” de mais vias é a solução para os problemas da mobi-
E Resende vai além: para ele, o metrô é onde o rico lidade urbana, sendo preciso focar no uso do trans-
anda com o pobre em qualquer grande cidade do mundo, porte de massa, como constatado, por exemplo, no
que também tem processos de suburbanização de várias texto II, em sua opção “B”.

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c) No texto I, Resende expõe que, em qualquer grande 65. (2017/COPESE - UFT/UFT) Analise as afirmativas a seguir
cidade do mundo, o transporte de massa, como o em relação aos aspectos coesivos do texto.
metrô, é local de encontro entre o rico e o pobre, I. A expressão: “coordenador do núcleo de infraes-
enquanto no Brasil, a falta de soluções para a mo- trutura da Fundação Dom Cabral” (2.º parágrafo), es-
bilidade leva as pessoas a andarem de carro, como tabelece a coesão lexical a fim de se referir a “Paulo
mostra o texto II, em sua opção “A”. Resende” (2.º parágrafo).
d) No texto I, Resende afirma que as cidades do mundo II. Em “Suas recomendações” (3.º parágrafo), o pro-
vivem uma escolha entre o caos e a prosperidade. nome em destaque faz referência às recomendações
Pressupõe-se, então, que a compra de um veículo de Paulo Resende.
pode indicar melhoria no padrão de vida das pes- III. Expressões como: “o gestor público” (4.º parágrafo)
soas, mas, ao mesmo tempo, pode dificultar a mo- e “o especialista” (7.º parágrafo), são mecanismos de
bilidade em função do grande número de carros, coesão denominados de elipse nominal.
como mostra o texto II, em sua opção “A”. IV. Em: “para ele” (10.º parágrafo), o termo em destaque
é um mecanismo de coesão que possibilita a referência
62. (2017/COPESE - UFT/UFT) Analise as afirmativas a seguir a um nome próprio expresso anteriormente.
em relação à leitura dos textos I e II. Assinale a alternativa CORRETA.
I. Os textos I e II destacam uma das soluções possíveis a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
para a mobilidade urbana: o transporte de massa. b) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
II. O texto II apresenta o transporte individual como o c) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
meio mais eficiente para a mobilidade urbana. d) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
III. O texto II dialoga com a afirmação de Resende (Texto
I) de que as cidades vivem uma escolha entre o caos e 66. (2017/COPESE - UFT/UFT) Os elementos em destaque
a prosperidade. no texto: “integrar” (1.º parágrafo) e “um arcabouço
Assinale a alternativa CORRETA. jurídico e social” (2.º parágrafo) podem ser substitu-
a) Apenas a afirmativa I está correta. ídos, respectivamente, sem prejuízo ao sentido global
b) Apenas a afirmativa III está correta. do texto, EXCETO por:
c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. a) agregar; uma estrutura jurídica e social.
d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. b) reunir; uma estrutura jurídica e social.
c) cooptar; um escopo jurídico e social.
63. (2017/COPESE - UFT/UFT) Analise as afirmativas a seguir d) desassociar; uma fórmula jurídica e social.
em relação aos aspectos gramaticais do texto.
I. Na frase, “Suas recomendações têm como base a 67. (2017/COPESE - UFT/UFT) Paulo Resende, coordenador
constatação” (3.º parágrafo), há sujeito composto. do núcleo de infraestrutura da Fundação Dom Cabral,
II. Na frase, “Suas recomendações têm como base a propõe que:
constatação” (3.º parágrafo), o verbo „ter‟ está conju- a) os setores público e privado sejam os responsáveis
gado na 3.ª pessoa do plural, pois concorda com “suas por todas as soluções em mobilidade na cidade.
recomendações”. b) a redução dos congestionamentos seja o objetivo
III. Na frase, “Há um movimento forte da classe alta para central para as políticas públicas de mobilidade.
condomínios e cidades da região metropolitana” (8.º c) a política de mobilidade encontre alternativas para
parágrafo), não há sujeito (oração sem sujeito), pois se diversas políticas de mobilidade que possam atingir
emprega o verbo “haver” no sentido de existir. desde a diminuição de congestionamentos até o foco
IV. Na frase, “A falta de soluções para a mobilidade no transporte de massa.
leva as pessoas ao carro” (12.º parágrafo), o sujeito da d) sejam encontradas alternativas para as políticas
oração é “a mobilidade”. de mobilidade, como a criação de novas vias, que
Assinale a alternativa CORRETA. atingem apenas as classes mais pobres que vivem
a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. longe do centro.
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. Leia a charge a seguir e responder a QUESTÃO.
d) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.

64. (2017/COPESE - UFT/UFT) Analise as afirmativas a seguir


em relação aos aspectos gramaticais do texto.
I. “mas sim” (1.º parágrafo) pode ser substituído por
“porém”, sem prejuízo ao entendimento do texto.
II. “Além disso” (2.º parágrafo) pode ser substituído por
“Ademais”, sem prejuízo ao entendimento do texto.
LÍNGUA PORTUGUESA

III. “mas” (4.º parágrafo) é uma conjunção subordi-


nativa, pois liga orações dependentes, estabelecendo
relação entre elas. 68. (2017/COPESE - UFT/UFT) A charge humorística pro-
IV. “Segundo” (11.º parágrafo) é uma conjunção que move uma discussão a respeito do uso adequado da
inicia uma oração e exprime a conformidade de um linguagem por meio da colocação pronominal, EXCETO:
pensamento com o da oração principal. a) Uma das cobras sugere o emprego adequado do
Assinale a alternativa CORRETA. pronome de acordo com a norma padrão (3.º qua-
a) Apenas a afirmativa II está correta. drinho).
b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. b) O uso inadequado da colocação pronominal con-
c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. forme a norma padrão impede a comunicação entre
d) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. as cobras.

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c) A charge chama a atenção para o uso adequado da frutas e hortaliças ainda no campo e indicam que a maior
linguagem formal em relação à informal. perda está no transporte: 50%. Mas, se o alimento chega
d) A cobra que dissesse: “arrasá-los”, pressuporia, em machucado, aí é motivo de mais descarte. No Brasil, 58%
seu discurso, o uso da linguagem padrão. do lixo é de comida. “O planeta produz o suficiente para ali-
mentar 12 bilhões de pessoas, mas quase 900 milhões vivem
em insegurança alimentar - comem num dia e no outro não.
Como acabar com isso? Reduzindo o desperdício”, defende o
presidente do Akatu. “Se metade do que é perdido deixasse
de ser, teríamos o dobro de alimento nas gôndolas e o preço
cairia. E mais pessoas teriam acesso.”
Os números são eloquentes e escandalosos, embora
fiquem camuflados por causa de velhos hábitos de consumo.
Nacionalmente, fazem parte desse desperdício, por exemplo,
um volume de talos e cascas que não são usados (e pode-
riam ser), folhas e frutas machucadas e sobras de pão, café,
arroz e feijão.
Há uma gênese cultural para tanto. “O brasileiro sempre
teve mesa farta pelo fato de viver num país tropical, onde
69. (2017/COPESE - UFT/UFT) Marque a alternativa COR- tudo dá. E não está acostumado a aproveitar integralmente
RETA quanto ao uso de elementos gramaticais, de o alimento. Veja se em Portugal se jogam fora as vísceras do
acordo com a gramática normativa padrão. porco? Ou a cabeça do bacalhau?”, protesta Carlos Dória, do
a) No primeiro quadrinho, “sacada” pode ser identifi- Centro de Cultura Culinária Câmara Cascudo, em São Paulo. O
cado como adjetivo. estudioso da alimentação se lembra dos peixes e caramujos
b) No segundo quadrinho, “fina” pode ser identificado desprezados no Ceagesp simplesmente por falta de mercado
como substantivo. - a população não os considera comes�veis. “O chef Alex
c) No terceiro quadrinho, “papo” pode ser identificado Atala fez um menu interessante com esse „refugo‟ e provou
como adjetivo. que o menosprezo é fruto de muito preconceito na cozinha”,
d) No quarto quadrinho, “aguda” pode ser identificado diz. Ou seja, dá para avançar mais em busca do equilíbrio
como adjetivo. dessa balança. O Instituto Akatu oferece até um incentivo
econômico. Com base em dados do Instituto Brasileiro de
70. (2017/COPESE - UFT/UFT) Marque a alternativa INCOR- Geografia e Esta�stica (IBGE), os pesquisadores da ONG fi-
RETA quanto à interpretação da charge. zeram a seguinte conta: uma família média brasileira gasta
a) A expressão “tipo”, na linguagem informal, pode ser 478 reais mensais para comprar comida. Se o desperdício
considerada como um elemento linguístico que faz de 20% de alimentos deixasse de existir em casa, 90 reais
parte da oralidade. deixariam de ir para o ralo. Guardando esses 90 reais todos
b) A expressão “uma sacada” pode ser substituída pela os meses, depois de 70 anos (expectativa média de vida) a
expressão “dei uma olhada”, sem sofrer alteração de família teria uma poupança de 1,1 milhão de reais.
sentido. “Precisamos planejar melhor o cardápio, só comprar
c) O personagem, ao exagerar no uso da expressão o necessário, não nos deixar levar pelas ofertas, cozinhar
“tipo”, sugere ter um vocabulário restrito e mais integralmente os alimentos. E ter uma nutrição adequada.
informal. O sobrepeso é outra forma de desperdício”, aponta Ma�ar.
d) O personagem, ao utilizar a expressão: “tiponite De acordo com o Ministério da Saúde, 50% da população
aguda”, encerra a ideia de um indivíduo criativo no nacional está acima do peso. Nos EUA, 70%.
Fonte: Kátia Stringueto. Bons Fluidos. Disponível em:<h�p://
uso adequado do vocabulário formal para se referir planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/como-evitardesperdicio-
ao outro personagem. -seguranca-alimentar-bons-fluidos-752309.shtml?func=2> . Acesso em:
26 jan. 2017. (Texto adaptado)
SEGURANÇA ALIMENTAR
Como e por que evitar o desperdício 71. (2017/COPESE - UFT/UFT) De acordo com o texto, são
considerados exemplos de desperdício, EXCETO:
Os brasileiros desperdiçam comida. Muita comida. Me- a) O sobrepeso.
tade de tudo que é produzido. Estados Unidos, Europa, países b) O cardápio.
ricos em geral, não ficam muito atrás. Nem os mais pobres. c) O manuseio de alimentos.
Na média mundial, segundo estimativa da Organização das d) A colheita.
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um
terço dos alimentos se perde. A diferença é que, nos países 72. (2017/COPESE - UFT/UFT) Leia as afirmativas a seguir.
pobres, o problema acontece no início da cadeia produtiva, I. Em: “O chef Alex Atala fez um menu interessante com
LÍNGUA PORTUGUESA

por falta de tecnologia e dificuldades no armazenamento e no esse „refugo‟ e provou que o menosprezo é fruto de
transporte. Já nos países ricos, a situação se agrava nos super- muito preconceito na cozinha”, diz.” (4.º parágrafo),
mercados e na casa do consumidor, acostumado a comprar o elemento linguístico “esse refugo” pode retomar à
mais do que precisa. “O Brasil sofre nas duas pontas, porque sentença: “peixes e caramujos desprezados”.
tem tanto aspectos de países ricos quanto de países pobres. II. Em: “Precisamos planejar melhor o cardápio, só com-
Daí a perda ser maior. Ocorre desde a colheita, pas- prar o necessário, não nos deixar levar pelas ofertas,
sando pelo manuseio, transporte, central de abasteci- cozinhar integralmente os alimentos. E ter uma nutrição
mento, indústria, supermercado e consumidor”, detalha adequada. O sobrepeso é outra forma de desperdício”
Helio Ma�ar, presidente do Instituto Akatu - Pelo Consumo (5.º parágrafo), as aspas na fala de Ma�ar, presidente
Consciente. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agro- do Instituto Akatu, indicam seu ponto de vista a respeito
pecuária (Embrapa) contabilizam em 10% o desperdício das do desperdício.

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III. Em: “Se o desperdício de 20% de alimentos deixasse a) Em: “Ela se chama Carolina; ele, Armando ”. O uso
de existir em casa, 90 reais deixariam de ir para o ralo. do ponto e vírgula separa as partes da sentença,
Guardando esses 90 reais todos os meses, depois de sendo que uma delas encontra-se subdividida por
70 anos (expectativa média de vida) a família teria uma uma vírgula.
poupança de 1,1 milhão de reais.” (4.º parágrafo), a b) Em: “O pronunciamento do chefe foi contudente:
sentença encerra a ideia de que quanto mais desper- não haverá aumento salarial”. O uso dos dois pontos
dício de alimentos mais a família deixa de economizar essencial um esclarecimento, uma sintética do que
na sua renda mensal. foi dito.
Assinale a alternativa CORRETA. c) Em: “Se não fosse ele, outros seriam: serralheiros,
a) Apenas a afirmativa II está correta. carpinteiros, pedreiros”. O uso dos dois pontos indica
b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. uma enumeração explicativa.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. d) Em: “A criança, não sabe mostrar-se feliz e animada
d) Todas as afirmativas estão corretas. com a festa”. O emprego da vírgula é usado para
separar sujeito e verbo.
73. (2017/COPESE - UFT/UFT) De acordo com o texto, a
“insegurança alimentar” pode ser entendida como:
Era de 1942 quando um médico escocês decidiu
a) o país que produz o suficiente para alimentar a sua
população. desbravar uma pequena e isolada mata do leste africano,
b) o indivíduo que não possui uma alimentação diária, Alexander Hadoow, especialista em doenças tropicais
ou seja, come em dias alternados. e também em insetos, comandava uma equipe de pesquisa
c) o resto dos alimentos jogado no lixo que não pode para entender como a febre amarela se propagava. Eles cons-
ser reutilizado para saciar a fome das pessoas. truíram uma plataforma de 40 metros de altura na copa
d) o indivíduo que, por morar em um país tropical, não das árvores da floresta Zica, que margeia o Lago Vitória, em
se sente seguro para desperdiçar alimentos. Uganda.
Ali, numa gaiola, o macaco Rhesus que faz parte do ex-
74. (2017/COPESE - UFT/UFT) Segundo o texto, o brasileiro perimento adoeceu. O termômetro marcava 39,7 ° C. Era 18
desperdiça parte dos alimentos com velhos hábitos de de abril de 1947. Três dias depois, uma amostra de sangue do
consumo, como: Rhesus 766, como foi batizado, foi injetado em ratos albinos
a) o não reaproveitamento de parte dos alimentos, suíços - que também sofrem pacientes. Uma expectativa era
como talos e cascas. conseguir isolar o vírus da febre amarela, mas ali estava um
b) o congelamento integral dos alimentos, provocando novo agente, causador de uma doença que nunca antes havia
a perda dos nutrientes. sido registrada.
c) os processamentos industrial e mecânico de parte Zica, como foi chamado o vírus, em alusão à floresta
dos alimentos. onde foi encontrado, significa “aquilo que surgiu demais”
d) a exclusão de alimentos mais calóricos na alimen- em luganda, língua tradicional ugandense. Os cientistas do
tação. Instituto de Pesquisa Viral de Uganda foram os primeiros a
ter contato com aquele vírus - e fizeram testes com ele inces-
75. (2017/COPESE - UFT/UFT) De acordo com a leitura do santemente: em porquinhos-da-índia, macacos, coelhos, ca-
texto, assinale a alternativa INCORRETA. mundongos. Nos últimos, o vírus causou danos cerebrais. […]
a) A média de desperdício de alimentos que são pro- Não é à toa que o médico Alexander Haddow escolheu
duzidos no mundo é de um terço. a floresta Zica para ser seu campo de estudo. Seus 170 mil
b) Há diversos problemas que implicam na perda dos metros quadrados, equivalentes a 20 campos de futebol, são
alimentos, ao iniciar pela cadeia produtiva (por uma rave de patógenos e vírus. É extremamente raro encon-
exemplo: colheita e armazenamento) até chegar à
trar tantas espécies daninhas em uma área tão pequena, o
mesa do consumidor.
que torna o lugar ideal para uma investigação. Suas árvores
c) As famílias brasileiras apresentam, em geral, a cul-
são abrigo para mais de 70 espécies de mosquito, que car-
tura alimentar do consumo consciente.
d) O Brasil sofre com o desperdício por apresentar tanto regam dezenas de agentes possivelmente letais se transfe-
características de países pobres quanto de ricos. ridos para o homem.
Fonte: adaptado de: ALMEIDA, Verônica. Superinteressante, abril de 2016.

76. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Leia as 78. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Analise
assertivas a seguir e marque a alternativa CORRETA
as afirmativas a seguir quanto às relações de sentido
quanto ao uso adequado da crase.
dos elementos coesivos em destaque: “quando” e
a) Em: “Os pescadores ancoraram à terra para vender
“também”, no primeiro parágrafo, “mas”, no segundo
os peixes”. Admite-se o uso da crase diante do subs-
tantivo terra, em nomenclatura a bordo, a mar. parágrafo, e “e”, no terceiro parágrafo, e marque a al-
ternativa CORRETA .
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Em: “A mãe foi de cidade à cidade em busca da filha”.


Admite-se o uso da crase diante de locuções for- a) Causalidade, adição, adição, adição.
madas com a repetição da mesma palavra. b) Causalidade, oposição, oposição, adição.
c) Em: “Ele usa cabelo moicano à Neymar”. Admite-se c) Temporalidade, adição, oposição, adição.
crase quando ocorre uma elipse da palavra moda, da d) Temporalidade, oposição, adição, adição.
expressão à moda de, diante de palavra masculina.
d) Em: “Fomos à Goiânia e depois à Brasília”. Admite-se 79. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Os ele-
crase diante de nomes próprios que atraem o artigo. mentos em destaque no texto, “eles”, primeiro pará-
grafo, “ali” e “que”, segundo parágrafo, e “que”, quarto
77. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí – TO) Leia as parágrafo, especial-se, respectivamente, a:
assertivas a seguir e marque a alternativa INCORRETA a) equipe de pesquisadores; Lago Vitória; ratos albinos
quanto ao uso da pontuação. suiços; suas árvores.

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b) Alexander Hadoow e a equipe de pesquisadores; b) O aumento no consumo de café sugere, por parte
copa das árvores da floresta; ratos albinos suiços; dos bebedores, um cuidado mais apurado na seleção
70 espécies de mosquito. de grãos e marcas de café.
c) Alexander Hadoow e a equipe de pesquisadores; flo- c) Há um tempo de bebedores fanáticos de café que
resta Zica, macaco Rhesus; 70 espécies de mosquito. insistem em converter-se em sommelier de café.
d) equipe de pesquisadores; plataforma de 40 metros; d) A Etiópia, país africano, é o que produz os melhores
macaco Rhesus; suas árvores. grãos de café do mundo.

80. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Assinale


a alternativa CORRETA de acordo com a interpretação
do texto.
a) A floresta Zica é rica em mosquitos, espécies dani-
nhas diversas, o que oferece um ambiente atraente
para investigações de organismos no qual se desen-
volvem as doenças.
b) A Zica, identificada pelo médico Alexander Haddow,
foi localizada em Uganda, país africano. O nome é em
homenagem à copa das árvores, onde foi encontrado
o inseto causador da doença. Fonte: disponível em: <h�p://www.lercritica.com/#!blog1/c1oc7>.
Acesso em: 25 de abril de 2016.
c) Os cientistas de Uganda, em conjunto com o espe-
cialista Alexander Haddow, iniciaram os testes da
Zica em animais, e, depois, em humanos. Os animais 83. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí – TO) Analise
investigados desenvolveram doenças cerebrais da- as afirmativas a seguir em relação aos aspectos grama-
nosas. ticais do texto:
d) Alexander Haddow tinha como objetivo investigar I. Na frase: “Eles parecem tão agitados!”, o pronome
como se disseminar a febre amarela e o vírus da Zica. ‘eles’ remete aos ‘homens’.
II. Na frase: “eles estão sofrendo da síndrome [...]”, o
O fruto de cada pé elemento destacado é o sujeito composto da oração.
III. Na frase: “Não deixei que trouxessem seus celu-
O tal do cafezinho do dia a dia está diferente. Desde que lares”, há sujeitos ocultos: ‘eu’ e ‘eles’.
grandes cadeias de cafeterias se comuns comuns em cada IV. Na frase: “Ah, eles estão sofrendo [...]”, o elemento
esquina e os equipamentos para ter em casa (de máquinas em destaque é uma interjeição exclamativa.
de cápsulas a coadores modernos) induzidas mais devido, a Assinale a alternativa CORRETA.
forma como a gente consome o café tem mudado bastante: a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
na xícara servida nos restaurantes, nos cafés, nos shoppings e b) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
até nas prateleiras dos supermercados - uma diversidade de c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
marcas e grãos à venda, e não mais só os de saco de plástico d) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
metalizado. Há uma nova geração de bebedores mais exi-
gentes de preparações rigorosas e de qualidade. “Nos últimos 84. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Sobre a
anos surgiu uma necessidade de bebedores mais fanáticos, interpretação do texto, assinale a alternativa CORRETA.
que quiseram acabar de uma vez com o hábito insconsciente, a) O texto apresenta a ‘síndrome de separação do
irreflexivo e automático de tomar café ruim e convertê-lo em celular’, ou seja, a independência dos sujeitos em
um prazer hedonista”, afirma o jornalista argentino Nicolas relação ao uso de equipamentos digitais.
Artusi, que se autointitula sommelier de café e é autor do b) O texto mostra que a separação dos sujeitos de seus
livro Café - De Etiopía a Starbucks: La Historía Secreta de la aparelhos digitais é uma solução adequada para
Bebida más Amada u más Odiada del Mundo (Café - Da Eti- quem sofre com a dependência digital.
ópia ao Starbucks: A História Secreta da Bebida mais Amada c) O texto evidencia que, para que haja qualidade de
e mais Odiada do Mundo, ainda sem edição no Brasil). vida, o uso das tecnologias é obrigatório, pois as
Fonte: adaptado de: TONON, Rafael. Vida Simples, abril de 2016. pessoas não sofrerão com a chamada ‘síndrome de
separação do celular’.
81. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Em: d) O texto retrata, por meio da ironia, uma crítica ao uso
“Nos últimos anos surgiu uma necessidade de bebe- excessivo de equipamentos digitais como o celular.
dores mais fanáticos, que quiseram acabar de uma vez
com o hábito insconsciente, irreflexivo e automático de
tomar café ruim e convertê-lo em um prazer hedonista”.
O elemento em destaque pode ser substituído, sem
LÍNGUA PORTUGUESA

prejuízo ao sentido do enunciado por:


a) surreal.
b) histórico.
c) impulsivo.
d) temperamental.

82. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí – TO) Assinale


a alternativa CORRETA de acordo com a interpretação
do texto.
a) O acesso às diversas marcas e aos grãos, embalados
em cápsulas, diminuiu, segundo os bebedores, o Fonte: disponível em: <h�p://www.lercritica.com/#!blog1/c1oc7>.
Acesso em: 25 de abril de 2016.
prazer do café coado de forma artesanal.

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85. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí – TO) A cons- americanos de ensino médio detectou que 90% deles “leem
trução de sentidos de um texto está associada à relação ou estudam” menos de cinco horas por semana – embora
entre as suas partes. No texto, o conectivo ‘então’, pre- passem “pelo menos” seis horas navegando na internet e um
sente na fala do jovem, estabelece, em relação à fala período equivalente assistindo à TV ou jogando videogame.
do adulto, uma ideia de: “Indivíduos que não sabem praticamente nada de história,
a) condicionalidade. que nunca leram um livro nem visitaram um museu não têm
b) alternância. mais do que se envergonhar. Tornaram-se comuns”, afirma.
c) oposição. Se as críticas ao uso dos computadores partissem
d) adição. apenas de intelectuais preocupados com a ruptura de pa-
drões tradicionais, não haveria problemas. Professores se
86. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Analise queixando da preguiça de seus alunos era comum nos séculos
as afirmativas a seguir em relação aos aspectos grama- XX e XIX e, certamente, antes disso. Esse tipo de evidência
ticais do texto. circunstancial pode ser facilmente contestado por exemplos
I. Na frase “Livro não precisa ligar na tomada”, o ele- contrários, que existem abundantemente, mostrando que há
mento em destaque é o sujeito simples da oração. milhões de jovens concentrados que leem e estudam com
II. Na fala da personagem adulta estão presentes al- afinco. Mas os críticos vão além das velhas reclamações.
gumas orações e todas elas têm o mesmo sujeito: ‘livro’. Experimentos como o do professor de comunicação Clifford
III. O uso das vírgulas na fala da personagem adulta tem Nass, da Universidade Stanford, são mais di�ceis de rechaçar.
a função de separar orações coordenadas. Eles sugerem que pessoas acostumadas ao funcionamento
IV. O uso das reticências, ao final da fala da personagem multitarefa do computador – que permite fazer várias coisas
adulta, indica que suas ideias estão concluídas. ao mesmo tempo – tendem a imitar a máquina, tocando
Assinale a alternativa CORRETA. várias atividades ao mesmo tempo. Escrevem, falam ao te-
a) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. lefone, consultam a internet, ouvem música. Tudo simulta-
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. neamente, ou quase. As consequências são perversas. Elas
erram, ficam irritadas por quase nada e qualquer es�mulo
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
as distrai. O estudo mostra que, quanto mais a pessoa se
d) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
julga eficiente fazendo várias coisas ao mesmo tempo, pior
ela as faz. E, quando é necessário que se concentrem numa
87. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Assinale única atividade por longo tempo, elas precisam de muito
a alternativa CORRETA em relação à interpretação do mais esforço.
texto. Ainda que a internet cobre um preço de seus usuários,
a) O texto retrata um jovem leitor do mundo digital que como afirma o neurocientista Damásio, as críticas a seu uso
aceita da mesma forma a leitura do texto impresso. ignoram um efeito positivo de sua disseminação: a conexão
b) O texto destaca as vantagens do livro impresso em intelectual de milhões de pessoas que, de outra forma, não
relação àquilo que é digital. seria possível. Ela tem potencial de mexer com a inteligência
c) O texto mostra que a leitura do livro impresso é aceita do planeta inteiro. As redes sociais às quais nos integramos
de forma idêntica por leitores jovens e adultos. – reais ou virtuais – exercem uma influência considerável
d) O texto revela que o leitor jovem opta pela leitura do sobre nosso desenvolvimento individual. Como sabem os
livro impresso em detrimento àquilo que é digital. pedagogos, um ambiente estimulante aumenta a possibili-
dade de que a inteligência se desenvolva. Muitas das grandes
A internet faz mal ao cérebro? ideias não nasceram de mentes privilegiadas trabalhando em
laboratórios silenciosos. Nas palavras de Steven Johnson,
O escritor americano Nicholas Carr sentiu que algo autor de “De onde vêm as boas ideias”, elas “emergem de
estranho ocorria com ele há uns cinco anos. Leitor insaci- espaços de conexões, da colisão entre diferentes visões,
ável, percebeu que já não era capaz de se concentrar na sensibilidades e especializações”. Não é por acidente que a
leitura como antes. Na verdade, sua ansiedade disparava maior parte da inovação cien�fica e tecnológica do último
diante de qualquer tarefa que exigisse concentração – seus milênio tenha sido produzida em centros urbanos abarro-
olhos procuravam a tela do computador ou do celular. O tados e cheios de distrações.
impulso de espiar na internet era quase incontrolável, diz A desconfiança em relação às inovações é uma cons-
ele. “Sentia que estava forçando meu cérebro a voltar para tante humana. Sempre recebemos as novas tecnologias com
o texto”, afirma. “A leitura profunda, antes tão natural para um misto de esperança e receio. Há 2.400 anos, o pensador
mim, tinha se transformado numa luta.” Tal afirmação abre grego Sócrates temia que a escrita acabasse com a memória
o livro Os superficiais – O que a internet está fazendo com das pessoas. Ele previu que a possibilidade de registrar pen-
nossos cérebros. Nele, Carr faz uma acusação seriíssima: a samentos por meio de símbolos sobre uma tábua de cera
exposição constante às mídias digitais está mudando, para levaria a um enfraquecimento da mente e do raciocínio. O
pior, a forma como pensamos. Ele e um punhado de autores surgimento da imprensa de Gutemberg, na Europa da Idade
respeitáveis acreditam que, por causa do uso excessivo de Moderna, provocou uma reação parecida em alguns elitistas.
LÍNGUA PORTUGUESA

computadores e de outros aparelhos digitais, nosso cérebro Eles achavam que a difusão maciça de livros provocaria a
é alterado e estamos nos tornando menos inteligentes, mais banalização da cultura. Aconteceu o oposto. Em retrospecto,
superficiais e imensamente distraídos – o inverso de tudo pode-se dizer que a difusão de conhecimento é invariavel-
aquilo que fez de nós a espécie mais bem-sucedida do pla- mente um fenômeno positivo. Com a internet, é evidente que
neta Terra. a humanidade ganhou nesse quesito. A dúvida diz respeito
àquilo que perdemos. Algo que um dia poderá parecer tão
Bauerlein, professor na Universidade Emory, na Geórgia,
ridículo quanto as palavras de Sócrates sobre a escrita – ou
supervisiona estudos sobre a vida cultural americana. Ele
acredita que as novas gerações, educadas sob a influência das tão essencial quanto o resto de suas ideias.
Fonte: adaptado de: CAIRO, Alberto; MOON, Peter; SORG, Leticia.
mídias digitais, são formadas por narcisistas despreparados OLIVEIRA, M. Disponível em: <h�p://revistaepoca.globo.com/ideias/
para pensar em profundidade sobre qualquer assunto. Ele diz noticia/2011/10/internet-faz-mal-aocerebro.html>. Acesso em: 20 abril
que uma pesquisa de 2006 com mais de 81 mil estudantes de 2016.

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88. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Sobre a) diversos; exagerado; dedicação; realizando.
os aspectos gramaticais e seus respectivos contextos, b) poucos; limitado; interesse; desenvolvendo.
analise as afirmativas. c) vários; desmedido; desinteresse; atingindo.
I. As aspas são empregas como recurso para marcar d) distintos; demasiado; desprendimento; expandindo.
transcrição da fala do autor americano (1.º parágrafo).
II. O uso dos dois pontos indica inserção de uma expli- 92. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Assinale
cação que vem na sequência (1.º parágrafo). a alternativa CORRETA em relação à interpretação do
III. ‘Por exemplos’ deveria estar entre vírgulas, pois é texto.
um aposto explicativo (3.º parágrafo). a) O texto destaca que as inovações tecnológicas
IV. Os travessões poderiam ser substituídos por parên- trazem efeitos negativos à sociedade, como a co-
teses ou vírgulas sem prejuízo ao sentido da frase (4.º nexão intelectual entre pessoas.
parágrafo). São CORRETAS as afirmativas: b) O texto afirma que as inovações tecnológicas, como
a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. a internet, possibilitam ao homem pensar com pro-
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. fundidade sobre qualquer assunto.
c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. c) O texto retrata que as inovações tecnológicas levam
d) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas. os sujeitos a realizar as atividades cotidianas cada
uma a seu tempo, e não ao mesmo tempo.
89. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Analise d) O texto assevera que ainda há desconfiança em re-
as afirmativas a seguir em relação aos aspectos grama- lação aos efeitos das inovações tecnológicas na vida
ticais do texto. do homem.
I. No primeiro parágrafo, no trecho “O escritor ame-
ricano Nicholas Carr sentiu que algo estranho ocorria TEXTO I
com ele há uns cinco anos”, o pronome ‘ele’ remete ao
escritor americano.
II. No primeiro parágrafo, no trecho “há uns cinco anos”,
o elemento destacado poderia ser substituído por ‘a’
sem prejuízo ao sentido da frase.
III. No segundo parágrafo, “Indivíduos que não sabem
praticamente nada de história, que nunca leram um
livro nem visitaram um museu não têm mais do que
se envergonhar”, o verbo ‘ter’ está conjugado na 3.ª
pessoa do plural em concordância com o sujeito da
frase.
IV. No segundo parágrafo, “[...] uma pesquisa de 2006
com mais de 81 mil estudantes americanos de ensino
médio detectou que 90% deles “leem ou estudam”
menos de cinco horas por semana”, o verbo ‘ler’ deveria
receber acento circunflexo concordando com o sujeito
de acordo com a Nova Ortografia.
Assinale a alternativa CORRETA.
a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.

90. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Quanto


ao texto, marque a alternativa CORRETA.
a) O texto é predominantemente descritivo, pois os
autores defendem um ponto de vista favorável ao
uso das inovações tecnológicas, por meio de argu-
mentação e de persuasão.
b) O texto é predominantemente dissertativo-exposi-
tivo, pois os autores informam a respeito do uso
das inovações tecnológicas presentes na sociedade,
buscando discutir o assunto.
c) O texto é predominantemente injuntivo, pois os
LÍNGUA PORTUGUESA

autores utilizam linguagem simples e objetiva, com


verbos que indicam como realizar uma ação.
d) O texto é predominantemente narrativo, pois os
autores narram um fato ocorrido em determinado
local; há a presença de personagens e os verbos
estão conjugados no passado.

91. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Guaraí - TO) Os ele-


mentos em destaque “um punhado de” e “excessivo”,
no primeiro parágrafo, “afinco” e “tocando”, no terceiro
parágrafo, podem ser substituídos, respectivamente,
sem prejuízo ao sentido global do texto por:

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TEXTO II

93. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Palmas – TO) Marque


a alternativa em que NÃO há obrigatoriedade do uso
da(s) vírgula(s).
a) “Saúde, direito à saúde e justiça sanitária”
b) “Idealmente, qualquer avaliação ou laudo deveria
bastar para identificar a deficiência [...].”
c) “Não é consensual, contudo, a ideia de que a saúde
possa ser considerada como um direito [...].”
d) “Assim, embora configure avanço inquestionável, a
conceituação positiva de saúde traz novo problema
[...]”

94. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Palmas - TO) Releia


o período a seguir:
“Nesse sentido, afetam-se especialmente os mais vulne-
ráveis, com acesso a menos recursos materiais, que se
encontram em condições precárias de emprego ou de
habitação, que são obrigados a habitar em zonas insalu-
bres, contaminadas ou expostas a contaminações, que
são vítimas de formas diversas de violência estrutural e
que veem a sua voz desautorizada ou deslegitimada pelo
discurso de responsáveis polí�cos, instituições, peritos,
empresas e meios de comunicação social.” (l. 121 a 131)
Marque a alternativa CORRETA quanto à análise gra-
matical dos elementos em destaque.
a) “que” é uma conjunção que representa e substitui
“os mais vulneráveis”.
b) “se” é índice de indeterminação do sujeito da oração
em que foi empregado.
LÍNGUA PORTUGUESA

c) “os” classifica-se como pronome demonstrativo por


equivaler a “aqueles”.
d) “pelo discurso de responsáveis políticos” exerce a
função de complemento verbal.

95. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Palmas – TO) Marque a


alternativa cuja redação está gramaticalmente CORRETA.
a) Há casos onde as pessoas precisam lutar pelo pró-
prio reconhecimento das condições de propensão a
doenças.
b) As atuais mudanças ocorridas na legislação brasileira
fortalecem direitos sociais imprescindíveis.

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c) Vale à pena examinar o caso do Brasil no que diz III. A luta pelo direito à saúde perpassa por relações de
respeito a seus desafios nas áreas da saúde. poder social.
d) Identifica-se indivíduos em situações de insalubri- Indique a alternativa CORRETA:
dade, o que também fere o direito à saúde. a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
b) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
96. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Palmas - TO) Ao se c) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
compararem os textos I e II quanto ao conteúdo que d) Todas as afirmativas estão corretas.
veiculam, depreende-se que:
a) Tanto em I como em II se defende que há mais re- GABARITO
trocessos nas leis brasileiras que avanços efetivos.
b) Em ambos os textos se argumenta que os direitos
humanos são feridos pelas próprias leis que buscam 1. d 18. a 35. d 52. c 69. d 86. a
garanti-los. 2. c 19. d 36. c 53. b 70. d 87. b
c) Enquanto em I se defende que acontece o “direito à 3. c 20. b 37. b 54. b 71. b 88. d
doença”, em II se ilustra uma situação que poderia 4. b 21. a 38. d 55. a 72. d 89. a
culminar na busca pelo “direito à deficiência”. 5. b 22. c 39. a 56. b 73. b 90. b
d) Enquanto em II se faz uma crítica a uma determinada 6. c 23. c 40. b 57. d 74. a 91. a
lei brasileira, em I se defende que o país se destaca 7. a 24. b 41. b 58. d 75. c 92. d
pela concessão de direitos e pelo respeito a eles. 8. d 25. d 42. b 59. b 76. c 93. b
9. a 26. a 43. a 60. a 77. d 94. c
97. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Palmas – TO) Assi- 10. d 27. b 44. d 61. a 78. c 95. b
nale a alternativa que NÃO apresenta correspondência 11. b 28. d 45. c 62. c 79. b 96. c
possível de sentido para a expressão ou o vocábulo em 12. c 29. c 46. a 63. b 80. a 97. b
destaque, segundo o contexto em que foram empre- 13. a 30. a 47. d 64. a 81. a 98. c
gados no texto. 14. c 31. c 48. b 65. d 82. b 99. a
a) “terreno distinto, marcado por controvérsias, lutas 15. a 32. d 49. d 66. d 83. b 100. b
e derivas” (l. 5 e 6) = aleatoriedades. 16. b 33. a 50. a 67. c 84. d
b) “Assim, embora configure avanço inquestionável, a 17. x 34. a 51. a 68. b 85. c
conceituação positiva de saúde traz novo problema
[...]” (l. 42 e 43) = idealize
c) “Constituição Federal do Brasil de 1988 consagra REDAÇÃO OFICIAL
a saúde como um ‘direito de todos e um dever do
Estado’ (art.º 196)” (l. 29 a 31) = sanciona A redação de correspondências oficiais se pauta nas
d) “Não se trata, aqui, apenas de lutas que têm como seguintes bases:
foco o acesso a serviços de saúde, hoje muitas vezes • impessoalidade;
incluídas nos movimentos de consumidores ou de • clareza;
utentes de serviços públicos.” (l. 79 a 82)= usuários • coerência;
• coesão e concisão;
98. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Palmas - TO) É COR-
• formalidade;
RETO afirmar que a justiça sanitária a que se refere o
• uniformidade e padronização.
texto compreende
a) as lutas por melhores condições de vida e reconhe-
Tais bases se respaldam nos princípios que regem a Ad-
cimento social.
b) o atendimento digno para os usuários dos serviços ministração Pública*:
de saúde públicos. L egalidade
c) o reconhecimento de situações de risco à saúde e I mpessoalidade
ao bem-estar dos sujeitos. M oralidade
d) as reivindicações por condições socioeconômicas P ublicidade
minimamente dignas. E ficiência

99. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Palmas - TO) A partir Entendamos as bases da redação oficial aplicando o estu-
da redefinição e da ampliação do conceito de saúde, o do da teoria em exercícios de concursos para cargos públicos.
direito ao bem-estar geral
a) seria alcançado a partir de intervenções médicas e EXERCÍCIO
de políticas públicas.
b) estaria centrado na responsabilização do indivíduo 1. (Cespe/TJBA) Com relação às normas gerais e específicas
pelo seu estilo de vida. das correspondências oficiais, julgue o item que se segue.
c) seria fruto da luta pelo reconhecimento e por con- A Constituição Federal expressa a publicidade e a im-
LÍNGUA PORTUGUESA

dições de tratamento de doenças. pessoalidade como princípios fundamentais de toda a


d) representaria uma visão social do direito à vida, em Administração Pública. Esses princípios devem norte-
detrimento do direito à medicalização. ar igualmente a elaboração dos atos e comunicações
oficiais.
100. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Palmas - TO) Analise
as afirmativas a seguir a respeito do que se pode de- *
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão
preender do texto: culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Funda-
mentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo
I. A conquista do direito à saúde, quando ela é assim 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos
considerada, vai além do acesso a cuidados médico- Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obede-
-hospitalares dignos. cerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamen-
II. Uma definição de saúde que seja sucinta e ao mesmo tais de toda administração pública, claro está que devem igualmente nortear
tempo densa é a inexistência de enfermidades. a elaboração dos atos e comunicações oficiais. (MRPR, 2002, p. 12)

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a) Impessoalidade 3. (Cespe/Aneel) Julgue o item seguinte, a respeito da re-
dação de correspondências oficiais.
O texto dos documentos oficiais deve ser impessoal, A impessoalidade que deve caracterizar a redação oficial
uma vez que quem comunica é sempre o Serviço Público; é percebida, entre outros aspectos, no tratamento que é
o que se comunica é sempre algum assunto relativo às dado ao destinatário, o qual deve ser sempre concebido
atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa como homogêneo e impessoal, seja ele um cidadão ou
comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou um órgão público.
outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes
da União. b) Clareza
Conforme o Manual de Redação da Presidência da Re-
pública (MENDES et al., 2002, p. 4-5): A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto
oficial [...] Pode-se definir como claro aquele texto
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No
deve ser dado aos assuntos que constam das comu- entanto a clareza não é algo que se atinja por si só:
ela depende estritamente das demais características
nicações oficiais decorre:
da redação oficial. Para ela concorrem:
a) da ausência de impressões individuais de quem a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de inter-
comunica: embora se trate, por exemplo, de um ex- pretações que poderia decorrer de um tratamento
pediente assinado por Chefe de determinada Seção, personalista dado ao texto;
é sempre em nome do Serviço Público que é feita a b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio,
comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro- de entendimento geral e por definição avesso a vocá-
nização, que permite que comunicações elaboradas bulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão;
em diferentes setores da Administração guardem c) a formalidade e a padronização, que possibilitam
entre si certa uniformidade; a imprescindível uniformidade dos textos;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunica- d) a concisão, que faz desaparecer do texto os exces-
ção, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida sos linguísticos que nada lhe acrescentam.
a um cidadão, sempre concebido como público, É pela correta observação dessas características que
ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispen-
um destinatário concebido de forma homogênea sável releitura de todo texto redigido. A ocorrência,
e impessoal; em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: gramaticais provém principalmente da falta da re-
se o universo temático das comunicações oficiais leitura que torna possível sua correção.
se restringe a questões que dizem respeito ao in- Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda,
teresse público, é natural que não cabe qualquer se ele será de fácil compreensão por seu destinatá-
tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lu- rio. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido
por terceiros. O domínio que adquirimos sobre cer-
gar na redação oficial para impressões pessoais,
tos assuntos em decorrência de nossa experiência
como as que, por exemplo, constam de uma carta profissional muitas vezes faz com que os tomemos
a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, como de conhecimento geral, o que nem sempre é
ou mesmo de um texto literário. A redação oficial verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os
deve ser isenta da interferência da individualidade termos técnicos, o significado das siglas e abrevia-
que a elabora. ções e os conceitos específicos que não possam ser
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade dispensados.
de que nos valemos para elaborar os expedientes A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A
oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada pressa com que são elaboradas certas comunicações
a necessária impessoalidade. quase sempre compromete sua clareza. Não se deve
proceder à redação de um texto que não seja seguida
Como um servidor público fala, nas comunicações ofi- por sua revisão.
ciais, em nome do serviço público, o uso da primeira pessoa ‘Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados’,
não fere o princípio da impessoalidade: diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua inde-
“Encaminho a Vossa Senhoria o documento anexo.” sejável repercussão no redigir. (MENDES, 2002, p. 6)
“Dirijo-me a Vossa Excelência para [...]”
“Consideramos oportuno destacar [...]” EXERCÍCIOS

Já em uma prova discursiva em um concurso para cargo 4. (Cespe/MEC) Julgue o item seguinte, a respeito da re-
público, sugere-se que o candidato faça assim: dação de correspondências oficiais.
“Este órgão encaminha a Vossa Senhoria o documento A finalidade das correspondências oficiais impõe certos
anexo.” parâmetros de uso da língua, diversos daqueles da litera-
LÍNGUA PORTUGUESA

“Este departamento se dirige a Vossa Excelência para tura, do texto jornalístico e da correspondência particular.
[...]”
5. (Cespe/TJBA) Com relação às normas gerais e específicas
“Considera-se oportuno destacar [...]”
das correspondências oficiais, julgue o item a seguir.
A identificação das características específicas da forma
EXERCÍCIOS oficial de redigir visa à criação de uma forma específica
de linguagem administrativa.
2. (Cespe/MEC) Julgue o item seguinte, a respeito da re-
dação de correspondências oficiais. 6. (Cespe/TJBA) Julgue o item seguinte, a respeito da re-
A impessoalidade, característica da redação oficial, dação de correspondências oficiais.
deve-se ao fato de que quem comunica é o indivíduo A obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação
particular, e não o serviço público. oficial decorre do fato de que ele está acima das dife-

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renças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos Além da coerência semântica, ou seja, da concatenação
modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, entre as ideias do texto, com progressão lógica do raciocínio,
permitindo, por essa razão, que todos os cidadãos com- há a coerência gramatical. A coerência gramatical envolve
preendam o texto oficial. vários fatores da gramática normativa como, por exemplo,
o uso correto de conectores, termos anafóricos ou catafó-
7. (Cespe/Crea-DF) A respeito da redação de expedientes, ricos, concordância verbal e nominal, regência, pontuação,
julgue o item a seguir. colocação pronominal, sintaxe etc.
É correto afirmar que o vocabulário adequado à redação Em um concurso público, questões de redação oficial
de expedientes é aquele que leva em conta a capacidade podem abordar somente esses aspectos gramaticais, es-
de compreensão do receptor, embora seja aconselhável senciais para a coerência em um texto que componha um
o uso de expressões raras para dar mais sofisticação e expediente oficial.
impressionar o leitor.
EXERCÍCIOS
8. (Cespe/Crea-DF) A respeito da redação de expedientes,
julgue o item a seguir. 15. (Cespe/PGR) Julgue se o trecho no item subsequente
Por ser a redação de expedientes de uso irrelevante, o apresenta linguagem gramaticalmente correta e ade-
redator desse tipo de texto consegue excelentes resul- quada à redação de correspondências, expedientes e
tados com a mera reprodução dos modelos disponíveis documentos oficiais.
em seu local de trabalho. Não se pode falarem em justiça social sem que todos
os brasileiros tenham acesso pleno a leitura e aos livros
9. (Cespe/Crea-DF) A respeito da redação de expedientes, que permitem o desenvolvimento intelectual.
julgue o item a seguir.
Na redação de expedientes, devem ser considerados 16. (Cespe/PGR) Julgue se o trecho no item subsequente
os aspectos ligados à disposição do texto no papel e à apresenta linguagem gramaticalmente correta e ade-
indicação apropriada de dados relativos a remetente e quada à redação de correspondências, expedientes e
destinatário. documentos oficiais.
A leitura é um instrumento para uma nova vida, pois ela
10. (Cespe/MEC) A respeito da redação de expedientes, permite e intensifica o desenvolvimento de habilidades
julgue o item a seguir. essenciais ao pleno exercício da cidadania.
O uso de vocábulos de circulação restrita, como a gíria
e o jargão, contribui para a clareza de um texto. 17. (Cespe/PGR) Julgue se o trecho no item subsequente
apresenta linguagem gramaticalmente correta e ade-
11. (Cespe/MEC) A respeito da redação de expedientes, quada à redação de correspondências, expedientes e
julgue o item que se seguem. documentos oficiais.
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar se ele será Educação é fator decisivo pra redução das desigualdades
de compreensão imediata por seu destinatário. sociais. O analfabetismo perpetua a miséria e cria um ciclo
vicioso que atravanca o desenvolvimento de todo o país.
12. (Cespe/ECT/Analista) A respeito da redação de expedien-
tes, julgue o item a seguir. 18. (Cespe/PGR) Julgue se o trecho no item subsequente
Nas correspondências oficiais, a informação deve ser apresenta linguagem gramaticalmente correta e ade-
prestada com clareza e concisão, utilizando-se o padrão quada à redação de correspondências, expedientes e
culto da linguagem. documentos oficiais.
O esforço pela erradicação do analfabetismo deve ser
13. (Movens) A respeito da redação de expedientes, julgue visto como uma questão nacional.
o item a seguir.
O princípio da clareza aplica-se às comunicações ofi- 19. (Cespe/PGR) Julgue se o trecho no item subsequente
ciais, entretanto, pode-se prescindir dele ao se redigir apresenta linguagem gramaticalmente correta e ade-
comunicação confidencial, para que sejam resguardadas quada à redação de correspondências, expedientes e
informações sigilosas. documentos oficiais.
Para enfrentar o desafio educacional, é necessário am-
14. (Cespe/Aneel) A respeito da redação de expedientes, pliar o investimento em programas de formação e de
julgue o item a seguir. valorização de professores, melhorar o material didático,
Na comunicação oficial, o emprego da língua em sua mo- informatizar escolas e garantir que toda criança tenha
dalidade formal decorre da necessidade de se informar acesso a um ensino público de alta qualidade.
algo o mais claramente possível, de maneira concisa e
não pessoal, sendo imprescindível, seja qual for o des- 20. (FCC/TRT 12ª Região) Julgue se o trecho no item subse-
tinatário, o emprego dos termos técnicos próprios da quente apresenta linguagem gramaticalmente correta e
área de que se trata. adequada à redação de correspondências, expedientes
LÍNGUA PORTUGUESA

e documentos oficiais.
c) Coerência
Senhor Presidente,
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe Segue anexo projetos de atos normativos para aprecia-
em todo texto de alguma complexidade: ideias fun- ção. Os objetos tratados dizem respeito à sanção por atos
damentais e ideias secundárias. Estas últimas podem discriminatórios e à liberdade de expressão na mídia.
esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplifi-
cá-las; mas existem também idéias secundárias que 21. (FCC/TRT 12ª Região) Julgue se o trecho no item subse-
não acrescentam informação alguma ao texto, nem quente apresenta linguagem gramaticalmente correta e
têm maior relação com as fundamentais, podendo, adequada à redação de correspondências, expedientes
por isso, ser dispensadas. (MENDES, 2002, p. 6) e documentos oficiais.

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A partir do próximo mês, todas as reuniões serão reali- Projeto de AFIXAÇÃO de fotos Presidenciais para integrar
zadas no turno da manhã, onde os assuntos deliberados o espaço da Galeria dos Presidentes.
já poderão ser colocados em prática na mesma data. A
decisão procura agilizar o andamento dos processos e 27. (Cespe/TCU/Auditor) Considerando que a redação de
atender à pedidos dos funcionários da Casa. documentos oficiais deve caracterizar-se, segundo o
Manual de Redação da Presidência da República, pela
Texto para os exercícios 22 a 25: impessoalidade, uso do padrão culto da linguagem,
clareza, concisão, formalidade e uniformidade, julgue o
MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL
item seguinte, a respeito da elaboração de documentos.
CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DESENVOLVIMENTO Em documentos que admitem tópicos ou enumerações
DE REGIÃO INTEGRADA DO DISTRITO FEDERAL E em seu corpo, como relatórios, por exemplo, seria corre-
ENTORNO (COARIDE) to apresentar a estrutura e a organização sintática abaixo.

CAPÍTULO De acordo com a análize dos documentos apresentados,


a) as prestação de contas de 2007 conflita com a dotação
ATRIBUIÇÕES prevista para aquele ano;
b) destinar-se recursos públicos para pagamentos não
Art. 1º O Conselho Administrativo da Região Integrada de autorizados incorre em desrespeito a Constituição;
Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (COARIDE), c) quanto ao detalhamento das despesas, sugere-se uma
órgão colegiado do Ministério da Integração Nacional, nos investigação mais detalhada.
termos da Lei Complementar nº 94, de 19 de fevereiro
de 1988, e do Decreto nº 2.710, de 4 de agosto de 1998, 28. (Cespe/TCU/Auditor) Considerando que a redação de
alterado pelo Decreto nº 3.445, de 4 de maio de 2000, tem documentos oficiais deve caracterizar-se, segundo o
por finalidade: Manual de Redação da Presidência da República, pela
impessoalidade, uso do padrão culto da linguagem,
I. coordenar as ações dos entes federados que compõem
a RIDE, visando ao desenvolvimento das regiões que a
clareza, concisão, formalidade e uniformidade, julgue o
integram e à redução de suas desigualdades regionais; item seguinte, a respeito da elaboração de documentos.
II. aprovar e supervisionar planos, programas e projetos Respeita os quesitos de clareza, objetividade e uso do
para o desenvolvimento integrado da RIDE; padrão culto da língua portuguesa o seguinte parágrafo
(...) em um documento oficial.
VI. coordenar a execução de programas e projetos de
interesse da RIDE; Trata-se de irregularidades referentes à execução do con-
VII. aprovar o seu regimento interno. vênio 333-44/08, tendo por objeto a construção de um
ginásio de esportes na cidade de XXYYY, que vem sendo
22. (Cespe/Metrô) Considerando que o trecho do documen- insistentemente denunciadas na mídia impressa e televi-
to acima é exemplo de redação oficial de expedientes siva sem que os poderes municipais tomem providências.
administrativos, julgue os itens a seguir.
É obrigatório o emprego das letras iniciais maiúsculas d) Coesão e Concisão
em “Lei Complementar nº 94” e em “Decreto nº 2.710”
porque se trata de lei e decreto especificados por nú- A concisão é antes uma qualidade do que uma ca-
mero e data. racterística do texto oficial. Conciso é o texto que
consegue transmitir um máximo de informações com
23. (Cespe/Metrô) O respeito às regras da norma de padrão um mínimo de palavras. Para que se redija com essa
culto mostra que o sujeito de “tem”, na última linha do qualidade, é fundamental que se tenha, além de co-
art. 1º, só pode ser “O Conselho Administrativo da Re- nhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o
gião Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal
necessário tempo para revisar o texto depois de pron-
e Entorno”, que tem por sigla COARIDE.
to. É nessa releitura que muitas vezes se percebem
24. (Cespe/Metrô) O emprego de letras minúsculas iniciando eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias
cada inciso deve-se ao uso de dois-pontos no final do de ideias.
parágrafo que inicia o capítulo. O esforço de sermos concisos atende, basicamente
ao princípio de economia linguística, à mencionada
25. (Cespe/Metrô) A pontuação em VII indica que se trata fórmula de empregar o mínimo de palavras para
do último inciso do art. 1º. informar o máximo. Não se deve de forma alguma
entendê-la como economia de pensamento, isto é,
26. (Cespe/Analista Judiciário) Julgue o item a seguir, que se não se devem eliminar passagens substanciais do tex-
LÍNGUA PORTUGUESA

refere às normas de redação oficial e da língua escrita to no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclu-
padrão. sivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias,
Se a administração de um tribunal resolvesse editar passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
portaria que atendesse a determinação constante no (MENDES, 2002, p. 6)
Título V do seu Regimento Interno, que trata da Galeria
dos Presidentes, o texto abaixo estaria adequado, pois
atende às normas de redação oficial e está gramatical- EXERCÍCIOS
mente correto.
29. (Cespe/MEC) A respeito da redação de expedientes,
RESOLVE julgue o item que se segue.
DESIGNAR, João de Sousa Dias para compor COMISSÃO Um texto conciso deve ser redundante, com repetições
que efetuará estudos de fotografias e após, apresentará de ideias.

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e) Formalidade 34. (Cespe/SGA-Adm.) Considerando os princípios de reda-
ção de expedientes, julgue o item a seguir.
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, Com a finalidade de padronização, à redação de comu-
isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já nicações oficiais foram incorporados procedimentos
mencionadas exigências de impessoalidade e uso do rotineiros ao longo do tempo, como as formas de tra-
padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa tamento e de cortesia e a estrutura dos expedientes.
formalidade de tratamento. Não se trata somente da
eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou 35. (Cespe/SGA-Adm.) Considerando os princípios de reda-
daquele pronome de tratamento para uma autori- ção de expedientes, julgue o item a seguir.
dade de certo nível; mais do que isso, a formalidade Os expedientes oficiais cuja finalidade precípua é in-
diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque formar com clareza e objetividade, empregando a lin-
dado ao assunto do qual cuida a comunicação. guagem adequada, têm caráter normativo, estabelecem
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à regras para a conduta dos cidadãos ou regulam o fun-
necessária uniformidade das comunicações. Ora, se cionamento dos órgãos públicos.
a administração federal é una, é natural que as co-
municações que expede sigam um mesmo padrão. O 36. (Cespe/SGA-Adm.) Considerando os princípios de reda-
estabelecimento desse padrão, uma das metas deste ção de expedientes, julgue o item a seguir.
Manual, exige que se atente para todas as caracte- A concisão, sinônimo de prolixidade, é uma qualidade de
rísticas da redação oficial e que se cuide, ainda, da qualquer texto técnico e uma característica de texto ofi-
apresentação dos textos. (MENDES, 2002, p. 5-6) cial, que exige do redator essencialmente conhecimento
do assunto sobre que escreve, uma vez que raramente
EXERCÍCIOS há tempo disponível para revisar o texto.

30. (Cespe/MEC) Julgue o item seguinte, a respeito da re- 37. (Cespe/SGA-Adm.) Considerando os princípios de reda-
dação de correspondências oficiais. ção de expedientes, julgue o item a seguir.
Formalidade e uniformidade são características da re- O domínio da redação de expedientes oficiais é aper-
dação oficial. Daí a importância do uso do padrão culto feiçoado em decorrência da experiência profissional;
de linguagem. muitas vezes a prática constante faz que o assunto se
torne de conhecimento generalizado.
31. (Cespe/Serpro) As comunicações oficiais devem ser sem-
pre formais, isto é, devem obedecer a determinadas 38. (FCC/TRT 12ª Região) Ao se redigir um documento oficial,
regras de forma: além das exigências de impessoalidade deve-se atentar para as seguintes recomendações:
e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, I. Praticar a concisão e a clareza, de modo a que poucas
certa formalidade de tratamento. [Manual de Redação palavras possam trazer muita informação, não deixando
da Presidência da República. 2ª ed., 2002, p. 10 (com dúvida quanto à significação do conjunto do texto.
adaptações).] II. A comunicação oficial não exime o redator de manifes-
Julgue o item seguinte com relação à redação de cor- tar claramente sua subjetividade, por meio de opiniões
respondências oficiais. criativas e do posicionamento estritamente pessoal diante
A linguagem formal é requerida na redação oficial como de uma questão.
forma de se denotar impessoalidade e transmitir infor- III. A formalidade da linguagem é uma característica
mações com clareza. imprescindível da redação oficial, fazendo-se notar,
por exemplo, pela observância da norma culta e pelas
32. (Cespe/Serpro) As comunicações oficiais devem ser sempre formas protocolares de tratamento.
formais, isto é, devem obedecer a determinadas regras Está correto o que consta apenas em
de forma: além das exigências de impessoalidade e uso a) I.
do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa b) II.
formalidade de tratamento. [Manual de Redação da Presi- c) III.
dência da República. 2ª ed., 2002, p. 10 (com adaptações).] d) I e II.
Julgue o item seguinte com relação à redação de cor- e) II e III.
respondências oficiais.
Termos empregados em linguagem técnica bem como 39. (Cespe/Serpro/Analista) Julgue o item seguinte, relativo
expressões da oralidade devem ser evitados em textos à redação de correspondências oficiais.
oficiais, uma vez que, nesses textos, a compreensão e Os princípios que regem a redação de correspondências
a formalidade são requisitos primordiais. oficiais favorecem a existência de uma única interpreta-
ção para o texto do expediente, assim como asseguram
f) Uniformidade e Padronização impessoalidade e uniformidade no trato dos assuntos
concernentes aos órgãos governamentais.
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes
LÍNGUA PORTUGUESA

para o texto definitivo e a correta diagramação do 40. (Cespe/Serpro/Analista) Julgue o item seguinte, relativo
texto são indispensáveis para a padronização. (MEN- à redação de correspondências oficiais.
DES, 2002, p. 6) O nível de linguagem utilizado em atos e expedientes
oficiais encontra justificativa no seu caráter público e no
EXERCÍCIOS fim a que eles se destinam, além da obrigatoriedade de
que sejam inteligíveis para qualquer público.
33. (Cespe/SGA-Adm.) Considerando os princípios de reda-
ção de expedientes, julgue o item a seguir. 41. (Cespe/Serpro/Analista) Julgue o item seguinte, relativo
O tratamento que deve ser dado aos assuntos que constam à redação de correspondências oficiais.
das comunicações oficiais deve ser impessoal: todavia, são Um texto de redação oficial dever ser redigido com vistas
estimuladas as impressões individuais de quem comunica. a evitar a prolixidade.

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FORMAS DE TRATAMENTO POR CARGO • Oficiais-Generais das Forças Armadas;
• Embaixadores;
Os pronomes de tratamento possuem grande tradição • Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocu-
na língua portuguesa. Por exemplo, vossa mercê evoluiu para pantes de cargos de natureza especial;
vosmecê e, depois, para você. • Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
• Prefeitos Municipais.
É dessa tradição que provém o atual emprego de
pronomes de tratamento indireto como forma de *Nos termos do Decreto nº 4.118, de 7 de fevereiro
dirigirmo-nos às autoridades civis, militares e ecle- de 2002, art. 28, parágrafo único, são Ministros de
siásticas. (MENDES, 2002, p. 9) Estado, além dos titulares dos Ministérios:
• o Chefe da Casa Civil da Presidência da República;
Os pronomes de tratamento concordam com a terceira • o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
pessoa. “Vossa Excelência sabe da importância [...]”. “Vossa • o Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da Re-
Senhoria conhece o assunto.” pública;
Assim, os pronomes possessivos referidos a pronomes • o Advogado-Geral da União;
de tratamento são sempre os de terceira pessoa. “Vossa • o Chefe da Corregedoria-Geral da União.
Excelência sabe da importância da participação de seus su-
bordinados no evento.” b) do Poder Legislativo:
No que é pertinente aos adjetivos dirigidos aos prono- • Deputados Federais e Senadores;
mes de tratamento, o gênero gramatical deve coincidir com • Ministros do Tribunal de Contas da União;
o sexo da pessoa a que se refere. Para um homem, portanto, • Deputados Estaduais e Distritais;
usar-se-á: “Vossa Senhoria está convidado a participar do • Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
• Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
evento.” Para uma mulher, contudo, usar-se-á: “Vossa Se-
nhoria está convidada a participar do evento.” c) do Poder Judiciário:
Não se usa ilustríssimo nem digníssimo. Doutor é �tulo • Ministros dos Tribunais Superiores;
acadêmico. • Membros de Tribunais;
• Juízes;
Como regra geral, empregue-o apenas em comuni- • Auditores da Justiça Militar.
cações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por
terem concluído curso universitário de doutorado. Tratamento usado no Voca�vo:
É costume designar por doutor os bacharéis, espe- Senhor (+ cargo),
cialmente os bacharéis em Direito e em Medicina.
Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a Tratamento usado no Corpo do Texto:
desejada formalidade às comunicações. (MENDES, Vossa Excelência (os pronomes de tratamento poderão
2002, p. 10) ser abreviados a partir da segunda vez em que aparecerem
no texto). Abreviação: V. Exa., ou V. Ex.ª
Observe a seguir a correlação entre vocativo, corpo do
texto e endereçamento aplicada a cada cargo. Nessas três Tratamento usado no Endereçamento:
A Sua Excelência o Senhor
partes do padrão o�cio se usará a devida referência ao des-
tinatário.
3º grupo: demais servidores e cidadãos
1º grupo: chefes de Poder Tratamento usado no Voca�vo:
Senhor (+ cargo),
(Presidente da República, Presidente do Congresso Na-
cional, Presidente do Supremo Tribunal Federal). Tratamento usado no Corpo do Texto:
Tratamento usado no Voca�vo: Vossa Senhoria (os pronomes de tratamento poderão
Excelen�ssimo Senhor Presidente da República, ser abreviados a partir da segunda vez em que aparecerem
Excelen�ssimo Senhor Presidente do Congresso Nacio- no texto). Abreviação: V. Sa. ou V. S.ª
nal,
Excelen�ssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Tratamento usado no Endereçamento:
Federal, A Sua Senhoria o Senhor

Tratamento usado no Corpo do Texto: 4º grupo: reitores de universidades


Vossa Excelência (não se abreviam os pronomes de tra-
tamento para chefes de Poder). Tratamento usado no Voca�vo:
Magnífico Reitor,
LÍNGUA PORTUGUESA

Tratamento usado no Corpo do Texto:


Tratamento usado no Endereçamento: Vossa Magnificência (os pronomes de tratamento pode-
A Sua Excelência o Senhor rão ser abreviados a partir da segunda vez em que aparece-
rem no texto). Abreviação: V. Maga. ou V. Mag.ª
2º grupo: autoridades
Tratamento usado no Endereçamento:
a) do Poder Executivo: A Sua Magnificência o Senhor
• Presidente da República;
• Vice-Presidente da República; 5º grupo: papa
• Ministros de Estado*;
• Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Tratamento usado no Voca�vo:
Distrito Federal; San�ssimo Padre,

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Tratamento usado no Corpo do Texto: EXERCÍCIOS
Vossa Santidade (os pronomes de tratamento poderão
ser abreviados a partir da segunda vez em que aparecerem 42. (Cespe/SGA-Adm.) Com relação a elementos estruturais
no texto). Abreviação: V. S. de expedientes e textos normativos oficiais, julgue o
item subsequente.
Tratamento usado no Endereçamento: O pronome de tratamento Vossa Excelência é emprega-
A Sua Santidade o Senhor do, no Poder Judiciário, para ministro de tribunal supe-
rior, membros do júri em tribunais populares, auditores
6º grupo: autoridades religiosas e juízes.

Cardeais 43. (Cespe/SGA-Adm.) Com relação a elementos estruturais


Tratamento usado no Voca�vo: de expedientes e textos normativos oficiais, julgue o
Eminen�ssimo Senhor Cardeal, ou item subsequente.
Eminen�ssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, A forma Digníssimo (DD) foi abolida no tratamento às
autoridades, porque dignidade é pressuposto para que
Tratamento usado no Corpo do Texto: se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima (os sua repetida evocação em expedientes oficiais.
pronomes de tratamento poderão ser abreviados a partir da
segunda vez em que aparecerem no texto). Abreviação: V. 44. (Cespe/MEC) Julgue o item seguinte, a respeito da re-
Ema. (ou V. Em.ª); V. Ema. Revma. (ou V. Em.ª Rev.mª) dação de correspondências oficiais.
A forma de tratamento “Doutor” deve ser sempre utili-
Tratamento usado no Endereçamento: zada nas comunicações oficiais dirigidas a pessoas que
A Sua Eminência o Senhor ou ocupam qualquer cargo público.
A Sua Eminência Reverendíssima o Senhor
45. (Cespe/MEC) Julgue o item seguinte, a respeito da re-
Arcebispos e bispos dação de correspondências oficiais.
Tratamento usado no Voca�vo: A construção “Vossa Senhoria está convidado a partici-
Reverendíssimo Senhor Arcebispo, ou par da palestra” dirigida a uma pessoa do sexo masculino
Reverendíssimo Senhor Bispo, está correta.

46. (Cespe/MEC) Julgue o item seguinte, a respeito da re-


Tratamento usado no Corpo do Texto:
dação de correspondências oficiais.
Vossa Excelência Reverendíssima (os pronomes de tra-
A forma “Vossa Magnificência” é empregada em comu-
tamento poderão ser abreviados a partir da segunda vez
nicações dirigidas a reitores de universidades.
em que aparecerem no texto). Abreviação: V. Exa. Revma.
(ou V. Ex.ª Rev.mª)
47. (Cespe/TJBA) Com relação às normas gerais e específi-
cas das correspondências oficiais, julgue o item que se
Tratamento usado no Endereçamento: segue.
A Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Para oficiais-generais das Forças Armadas e para audi-
tores da justiça militar, deve ser usado, nas redações
Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos oficiais, o pronome de tratamento Vossa Excelência.
Tratamento usado no Voca�vo:
Reverendíssimo Senhor Arcebispo, ou 48. (Iades/Seap/PGDF/Técnico Jurídico) Com relação às nor-
Reverendíssimo Senhor Bispo, mas gerais e específicas das correspondências oficiais,
julgue o item que se segue.
Tratamento usado no Corpo do Texto: Os pronomes de tratamento Vossa Excelência e Sua Exce-
Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssi- lência podem ser abreviados em qualquer circunstância,
ma (os pronomes de tratamento poderão ser abreviados a independentemente do cargo do agente público a quem
partir da segunda vez em que aparecerem no texto). for dirigido.
Abreviação: V. Revma. (ou V. Rev.mª);
V. Sa. Revma. (ou V. S.ª Rev.mª); 49. (Iades/Seap/PGDF/Técnico Jurídico) Com relação às nor-
mas gerais e específicas das correspondências oficiais,
Tratamento usado no Endereçamento: julgue o item que se segue.
A Sua Reverendíssima o Senhor, ou Os presidentes de autarquias pertencem ao primeiro es-
A Sua Senhoria Reverendíssima o Senhor calão do governo, por isso recebem o tratamento Vossa
Excelência ou Sua Excelência.
LÍNGUA PORTUGUESA

Sacerdotes, Clérigos e demais religiosos


Tratamento usado no Voca�vo: 50. (Iades/Seap/PGDF/Técnico Jurídico) Com relação às nor-
Reverendo Senhor, mas gerais e específicas das correspondências oficiais,
julgue o item que se segue.
Tratamento usado no Corpo do Texto: João Paulo, Procurador-Chefe da Procuradoria de Pesso-
Vossa Reverência (os pronomes de tratamento poderão al, poderia usar o pronome de tratamento Vossa Exce-
ser abreviados a partir da segunda vez em que aparecerem lência para enviar correspondências oficiais às pessoas
no texto). Abreviação: V. Reva. (ou V. Rev.ª). de cerimônia.

Tratamento usado no Endereçamento: 51. (FCC/TRT 12ª Região) Julgue o item seguinte, com rela-
A Sua Reverência o Senhor ção às normas que regem a Redação Oficial.

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Digníssimo Senhor, 59. (Funiversa/CEB) Julgue os itens abaixo a respeito do tra-
Conforme solicitação datada de 1/2/2010, expedida por tamento a ser dado às autoridades em comunicações
Vossa Excelência a este departamento, encaminhamos a oficiais e assinale a alternativa correta.
relação dos funcionários empossados na vigência deste I – O vocativo Excelen�ssimo Senhor, seguido do cargo
Governo, estruturada em ordem cronológica de entrada respectivo, deve ser destinado apenas aos chefes de
no Órgão. Poder (presidente da República, presidente do Congres-
so Nacional, presidente do Supremo Tribunal Federal).
52. (FCC/TRT 12ª Região) Julgue o item seguinte, com rela- Senadores, juízes, ministros, governadores e demais
ção às normas que regem a Redação Oficial. autoridades devem ser tratadas pelo vocativo Senhor,
Magnífico Reitor, seguido do respectivo cargo. O tratamento dado às au-
Em resposta ao seu telegrama, informo a Vossa Mag- toridades maiores dos poderes Executivo, Legislativo e
nificência que as verbas para a realização das obras de Judiciário é Vossa Excelência.
ampliação do prédio principal da universidade já foram II – A evocação com o tratamento digníssimo (DD) deve
liberadas. ser feita às autoridades arroladas na lista do item I, ten-
do em vista que a dignidade é pressuposto para que se
53. (Cespe/TRE-BA) Acerca da redação de correspondências ocupe qualquer cargo público, e a cordialidade é com-
oficiais, julgue o item abaixo. provada com o reconhecimento de tal qualidade.
Como vocativo das comunicações oficiais destinadas a III – O tratamento Vossa Senhoria deve ser empregado
senadores, juízes, ministros e governadores, recomenda- para autoridades não mencionadas na lista do item I e
-se evitar o �tulo acadêmico de Doutor e usar o pronome
para particulares. O vocativo adequado é: Senhor Fulano
de tratamento Vossa Excelência.
de Tal, não devendo ser usado o superlativo ilustríssimo.
IV – Autoridades importantes devem ser tratadas por
54. (Cespe/Serpro) Acerca da redação de correspondências
Doutor, como prova de reconhecimento do seu poder.
oficiais, julgue o item abaixo.
Os tratamentos “Digníssimo Senhor” e “Ilustríssimo Se-
nhor”, atualmente, não fazem parte do rol de vocativos a) Nenhum item está certo.
recomendados ou em uso. b) Há apenas um item certo.
c) Há apenas dois itens certos.
55. (Cespe/Sead/Sedap-PB) “Pedro é fiscal agropecuário do d) Há apenas três itens certos.
estado da Paraíba e foi encarregado de redigir um o�cio e) Todos os itens estão certos.
para o Secretário de Desenvolvimento da Agropecuária
e da Pesca do estado.” PADRÃO OFÍCIO
Com base nessas informações e nas normas que regem
as correspondências oficiais, assinale a opção que indica, O padrão o�cio aplica-se a três tipos de expedientes:
respectivamente, o vocativo, a forma de tratamento e O�cio, Aviso e Memorando. Cada um desses documentos
o fecho que Pedro, corretamente, deve utilizar na men- possui uma finalidade, no entanto, aproximam-se na forma.
cionada correspondência. Adiante abordaremos as diferenças e particularidades
a) Excelen�ssimo Senhor Secretário; Vossa Excelência; de cada um desses expedientes; por agora, vejamos as se-
Atenciosamente. melhanças entre eles, conforme o Manual de Redação da
b) Senhor Secretário; Vossa Senhoria; Atenciosamente. Presidência da República (2002, p. 11-13).
c) Excelen�ssimo Senhor Secretário; Vossa Excelência;
Respeitosamente. a) �po e número do expediente, seguido da sigla do
d) Senhor Secretário; Vossa Excelência; Respeitosamente. órgão que o expede
Exemplos:
56. (Cespe/PMDF/Saúde) Julgue o item que se segue, refe- Mem. 123/2002-MF
rente à redação de correspondências oficiais. Aviso 123/2002-SG
O pronome de tratamento empregado em comunicações
Of. 123/2002-MME
dirigidas aos chefes dos três poderes é Excelen�ssimo
Senhor seguido do cargo.
* Mencionar o ano é optativo. Quando mencionado pode
57. (Cespe/PRF) Julgue o item que se segue, referente à ter dois ou quatro dígitos até 1999 e deve ter quatro dí-
redação de correspondências oficiais. gitos após 1999.
Em todas as comunicações oficiais, os pronomes pos-
sessivos que se refiram a pronomes de tratamento são b) local e data
sempre os da terceira pessoa. Por exemplo, o segmento Em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à
correto é “Vossa Senhoria nomeará seu substituto”, e direita:
LÍNGUA PORTUGUESA

não, “Vossa Senhoria nomeará vosso substituto”.


Brasília, 5 de janeiro de 1977.
58. (Cespe/PRF) Julgue o item que se segue, referente à
redação de correspondências oficiais. c) assunto: resumo do teor do documento
Com o intuito de uniformização do emprego de pro- Exemplo:
nomes de tratamento nos vocativos das comunicações Assunto: Palestra sobre Redação Oficial.
oficiais, foi estabelecido como regra o emprego dos
pronomes de tratamento Excelen�ssimo Senhor e Ex- d) des�natário
celen�ssima Senhora, excetuando-se os casos em que O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a co-
tal comunicação se dirija ao papa ou ao reitor de uma municação. No caso do o�cio deve ser incluído também o
universidade. endereço.

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Exemplos: encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desen-
d.1) no O�cio o des�natário também é conhecido como volvimento; em caso contrário, não há parágrafos de
endereçamento**: desenvolvimento em aviso ou o�cio de mero encami-
nhamento.
A Sua Excelência a Senhora
Presidente da República Dilma Rousseff Evite os contorcionismos sintáticos, pois podem pre-
Praça dos Três Poderes judicar a celeridade que pauta a resposta ou execução de
70.000-000 – Brasília/DF demandas em virtude dos documentos oficiais. Escreva na
ordem direta: sujeito seguido de verbo, complemento e ad-
d.2) no Aviso: vérbio. Use períodos que não sejam longos. A linguagem
deve ser clara e objetiva.
A Sua Excelência o Senhor A importância de haver apenas uma ideia por parágrafo
Ministro da Cultura Gilberto Gil se respalda no fato de o despacho ou o deferimento poder ser
parcial com relação à solicitação do documento. Por exemplo:
d.3) no Memorando: “Defiro o pedido do segundo parágrafo do O�cio nº 11/2011.”

Ao Senhor Professor f) fecho


Atendendo ao princípio da formalidade, o fecho finaliza
*No Memorando não se menciona o nome do destina- o texto e saúda o destinatário. A Portaria nº 1/1937 do Minis-
tário, apenas o cargo. tério da Justiça estabelecia 15 padrões; o Manual de Redação
da Presidência da República, publicado em 2002, estabelece
e) texto apenas dois fechos diferentes para todas as modalidades de
Nos casos em que não for de mero encaminhamento de comunicação oficial:
documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
• introdução, que se confunde com o parágrafo de aber- f.1) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
tura, na qual é apresentado o assunto que motiva a da República:
comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra
de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, Respeitosamente,
empregue a forma direta;
• desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se f.2) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie-
o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, rarquia inferior:
elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o
que confere maior clareza à exposição; Atenciosamente,
• conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente re-
apresentada a posição recomendada sobre o assunto. Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação
nos casos em que estes estejam organizados em itens ou do Ministério das Relações Exteriores.
�tulos e sub�tulos.
Já quando se tratar de mero encaminhamento de docu- EXERCÍCIOS
mentos a estrutura é a seguinte:
• introdução: deve iniciar com referência ao expediente 60. (Cespe/SGA-Adm.) Com relação a elementos estruturais
que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do de expedientes e textos normativos oficiais, julgue o
documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com item subsequente.
a informação do motivo da comunicação, que é en- O fecho de comunicação “Atenciosamente” é empregado
caminhar, indicando a seguir os dados completos do para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia
documento encaminhado (tipo, data, origem ou sig- inferior à do remetente.
natário, e assunto de que trata), e a razão pela qual
está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula: 61. (Cespe/TJBA) Com relação às normas gerais e específicas
das correspondências oficiais, julgue o item que se segue.
Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, Podem-se encerrar as comunicações oficiais com o uso
encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de apenas dois fechos: respeitosamente, para autorida-
de 1990, do Departamento Geral de Administração, de de hierarquia superior, e atenciosamente, para auto-
que trata da requisição do servidor Fulano de Tal. ridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior.
ou 62. (Cespe/TCU/Auditor) Com relação às normas gerais e
específicas das correspondências oficiais, julgue o item
Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa
LÍNGUA PORTUGUESA

que se segue.
cópia do telegrama nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, Um documento como o�cio ou memorando, enviado
do Presidente da Confederação Nacional de Agricultu- de um auditor para seu chefe, deve receber o fecho a
ra, a respeito de projeto de modernização de técnicas seguir.
agrícolas na região Nordeste.

• desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar Com protestos de estima e consideração.


fazer algum comentário a respeito do documento que
Atenciosamente,
**
O endereçamento ou destinatário no O�cio pode estar à esquerda logo após o
campo local e data, antes do campo assunto, ou no rodapé. Em caso de O�cio- Simplício da Simplicidade Simples
Circular (quando o mesmo expediente é direcionado a vários destinatários, o Fulano de Tal
campo do endereçamento ou destinatário aparece apenas no envelope).

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63. (Movens) Com relação às normas gerais e específicas das Diagramação do Padrão O�cio
correspondências oficiais, julgue o item que se segue.
Nas comunicações oficiais, são admitidos os fechos aten- Observemos a seguir as orientações do Manual de Re-
ciosamente, respeitosamente e cordialmente. dação da Presidência quanto à forma de diagramação do
padrão o�cio (2002, p. 12-13)
64. (Movens) Com relação às normas gerais e específicas das Os documentos do Padrão O�cio*** devem obedecer à
correspondências oficiais, julgue o item que se segue. seguinte forma de apresentação:
O fecho respeitosamente é utilizado para se dirigir a a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman
autoridades superiores. de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10
nas notas de rodapé;
65. (Cespe/PRF) Com relação às normas gerais e específi- b) para símbolos não existentes na fonte Times New
cas das correspondências oficiais, julgue o item que se Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wing-
segue. dings;
Caso haja grande distanciamento hierárquico entre o c) é obrigatório constar a partir da segunda página o
signatário e o destinatário de uma comunicação oficial, número da página;
recomenda-se o emprego do fecho “Mui respeitosamente”. d) os o�cios, memorandos e anexos destes poderão ser
impressos em ambas as faces do papel. Neste caso,
g) assinatura do autor da comunicação as margens esquerda e direita terão as distâncias
invertidas nas páginas pares (“margem espelho”);
Neste campo do padrão o�cio, o autor da comunicação
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm
faz sua assinatura acima de seu nome e cargo (Signatário).
de distância da margem esquerda;
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
h) iden�ficação do signatário no mínimo, 3,0 cm de largura;
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
da República, todas as demais comunicações oficiais devem cm;
trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as
do local de sua assinatura. A forma da identificação deve linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o
ser a seguinte: editor de texto utilizado não comportar tal recurso,
de uma linha em branco;
(espaço para assinatura) i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, su-
NOME blinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, re-
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República levo, bordas ou qualquer outra forma de formatação
que afete a elegância e a sobriedade do documento;
(espaço para assinatura) j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
NOME papel branco. A impressão colorida deve ser usada
Ministro de Estado da Justiça apenas para gráficos e ilustrações;
l) todos os tipos de documentos do Padrão O�cio de-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa seja, 29,7 x 21,0 cm;
página ao menos a última frase anterior ao fecho. m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
arquivo Rich Text nos documentos de texto;
EXERCÍCIOS n) dentro do possível, todos os documentos elaborados
devem ter o arquivo de texto preservado para con-
66. (Cespe/SGA-Adm.) Com relação a elementos estruturais sulta posterior ou aproveitamento de trechos para
de expedientes e textos normativos oficiais, julgue o casos análogos;
item subsequente. o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos
devem ser formados da seguinte maneira:
Com referência à identificação do signatário, as comuni-
cações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autori-
tipo do documento + número do documento +
dade que as expede, abaixo do local de sua assinatura,
palavras-chaves do conteúdo
inclusive quando a autoridade for o governador ou o
presidente da República. Ex.: “Of. 123 – relatório produtividade ano 2002”
67. (Cespe/ECT/Analista) Com relação às normas gerais e
EXERCÍCIOS
específicas das correspondências oficiais, julgue o item
que se segue.
LÍNGUA PORTUGUESA

69. (Cespe/SGA-Adm.) Com relação a elementos estruturais


Como medida de proteção aos servidores da adminis- de expedientes e textos normativos oficiais, julgue o
tração pública, a identificação do signatário é facultativa item subsequente.
nos expedientes oficiais. Em texto normativo, os artigos são a unidade básica para
apresentação, divisão ou agrupamentos de assuntos; os
68. (Cespe/MEC) Com relação às normas gerais e específi- parágrafos são disposições secundárias de um capítulo,
cas das correspondências oficiais, julgue o item que se as quais explicam ou modificam a disposição principal,
segue. expressa no caput.
Os atos assinados pelo presidente da República devem
trazer a identificação de seu signatário e o número de
anos decorridos da Proclamação da República e da In- ***
O constante neste item aplica-se também à exposição de motivos e à
dependência do Brasil. mensagem.

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70. (Cespe/Seduc-AM) Considerando que, em determinada 75. (Cespe/MEC) Com relação a elementos estruturais de
escola, a diretora deva escrever um documento ao ocu- expedientes e textos normativos oficiais, julgue o item
pante do cargo de secretário de educação, solicitando-lhe subsequente.
prioridade na reforma da escola, julgue o item seguinte Ao se redigir um o�cio de acordo com as orientações do
com base nos princípios da correspondência oficial. Manual de Redação da Presidência da República, deve-
Devem constar do documento a data de sua emissão, a -se obedecer à seguinte instrução: utilizar fonte do tipo
referência ao assunto tratado e a identificação do emi- Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11
tente, no caso, a diretora. nas citações e 10 nas notas de rodapé.
71. (Cespe/Seduc-AM) Considerando que, em determina-
da escola, a diretora deva escrever um documento ao
OFÍCIO
ocupante do cargo de secretário de educação, solicitan-
do-lhe prioridade na reforma da escola, julgue o item O O�cio tem como finalidade o tratamento de assun-
seguinte com base nos princípios da correspondência tos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e
oficial. também com particulares.
No documento, deve ser empregado o pronome de O O�cio é um documento externo. Um órgão envia O�cio
tratamento Vossa Excelência, forma correta para cor- a outro órgão. O O�cio também é utilizado quando se trata
respondência dirigida a secretários de estado. de expediente dirigido ao mesmo órgão, mas em cidades
diferentes.
72. (Cespe/Seduc-AM) Considerando que, em determinada
escola, a diretora deva escrever um documento ao ocu- Exemplo de O�cio
pante do cargo de secretário de educação, solicitando-lhe
prioridade na reforma da escola, julgue o item seguinte
com base nos princípios da correspondência oficial.
Ao final do documento, após apresentar seu pedido, a
diretora deverá utilizar, como fecho, qualquer uma das
seguintes expressões: Atenciosamente, Respeitosamen-
te, Gentilmente, Com respeito e admiração.

73. (Funiversa/CEB) Julgue os itens a seguir, a respeito da


forma de apresentação das seguintes comunicações ofi-
ciais: o�cio, aviso, memorando, exposição de motivos e
mensagem.
I. A fonte indicada é a do tipo Arial de corpo 12 no texto
em geral, 12 nas citações 7 e 10 nas notas de rodapé.
II. O espaçamento entre as linhas deve ser simples.
III. A numeração das páginas é obrigatória desde a se-
gunda.
IV. O abuso de elementos de formatação (negrito, itáli-
co, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra,
relevo, bordas etc.) deve ser evitado, para preservar a
elegância e a sobriedade do documento.
V. A impressão dos textos deve ser feita na cor preta
em papel branco. A colorida fica restrita aos gráficos e
ilustrações.

A quantidade de itens certos é igual a


a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

74. (Movens) Acerca do que estabelece o Manual de Re-


dação da Presidência da República quanto à redação
oficial, assinale a opção correta.
a) Deve-se tratar todos os superiores hierárquicos por
LÍNGUA PORTUGUESA

Doutores devido ao princípio disciplinar hierárquico.


b) Atenciosamente e Cordialmente são os fechos admi-
tidos em correspondências oficiais no Padrão o�cio
c) Os princípios da impessoalidade, da moralidade e da
publicidade são alguns dos princípios em que devem
ser pautadas as correspondências oficiais.
d) Os modelos de memorandos e o�cios previstos no
referido Manual são meramente ilustrativos e uti-
lizados somente nas instâncias do Poder Executivo
Federal. Dessa maneira, pode-se seguir nas demais
instâncias governamentais qualquer modelo consi-
derado adequado para cada órgão ou setor.

68 www.gpscursos.com.br
EXERCÍCIOS 78. (Funiversa/Ministério do Turismo) Observe o O�cio:

76. (Cespe/STF) Julgue o item abaixo, relativo à redação de NÚCLEO


correspondência oficial. Respeita as normas de redação NÚCLEO Avenida Tapajós, 12 – Vila Cortina Bela 21.533-32
(021) 2280-0033 Rio de Janeiro - RJ
de documento oficial o seguinte exemplo para a parte h�p://nucleo.org.br núcleo@saude.org.br
final de um o�cio:
A fim de que sejam evitados novos fatos dessa natureza, Of. nº 23/2010
sugerimos uma divulgação mais bem consubstanciada
Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2010.
nos dispositivos legais que norteiam o funcionamento
do referido Departamento que desde o advento de sua Ao Ilmo. Sr.
criação vem melhorando a olhos vistos no atendimento Cláudio A. J. Matos
Meri�ssimo Doutor Secretário da Saúde – RJ
aos seus objetivos. Senhor Secretário,

Respeitosamente Viemos através desta, com imenso aperto no coração nos


dirigir à V. S.ª para vos comunicar a triste situação do Sr. Ge-
novaldo Andino, 93 anos, acometido por dengue a três meses
Brasília, 3 de abril de 2008 atrás. Conforme é do vosso conhecimento um grande surto
dessa doença tem derruba muita gente. O senhor Genovaldo
Tertuliano Dias foi um deles e ontem, desfaleceu.
O motivo de nosso comunicado a esta distinta Secretaria
Ambrosina Neta é a denuncia e para pedir providências do poder público para
Pafúcio Albuquerque extorquir o poderoso Aedis Aegypti, varrendo para sempre dos
ares dessa cidade essa presença perturbadora da ordem pública.
Segue em anexo, copias de estudos feitos por este Núcleo
77. (Cespe/SGA/Sefaz-AC) Leia o texto a seguir. acerca de resultados de exames de pacientes atendidos em nos-
so hospital municipal.
Multas
Com expressões de nossa elevada e distinta consideração,
subscrevemo-nos.
Arrecadei mais de dois contos de réis de multas.
Isto prova que as coisas não vão bem. Atenciosamente,
E não se esmerilharam contravenções. Pequeni-
Clara Josefina Silva
nas irregularidades passam despercebidas. As infrações Coordenadora do NÚCLEO
que produziram soma considerável para um orçamen-
to exíguo referem-se a prejuízos individuais e foram O o�cio é uma modalidade de comunicação bastante
denunciadas pelas pessoas ofendidas, de ordinário comum, expedida por autoridades da administração
gente miúda, habituada a sofrer a opressão dos que pública, para o tratamento de assuntos oficiais junto a
vão trepando. órgãos públicos ou a particulares. Hoje, encontram-se
Esforcei-me por não cometer injustiças. Isto não muitas variações na apresentação do o�cio no que se
obstante, atiraram as multas contra mim como arma refere a margens, espaçamentos horizontais e verticais,
existência ou ausência de certas informações etc. De
política. Com inabilidade infantil, de resto. Se eu dei- modo geral, no entanto, há pontos consensuais acerca
xasse em paz o proprietário que abre as cercas de um de alguns constituintes desse tipo de comunicação bem
desgraçado agricultor e lhe transforma em pasto a la- como de determinadas normas relativas à formação grá-
voura, devia enforcar-me. fica.
(Graciliano Ramos. 2º relatório ao Considerando que o texto acima é um oficio fic�cio, for-
sr. governador Álvaro Paes) matado de acordo com o espaço disponível nesta prova,
redigido, de propósito, com determinados problemas,
Tendo a situação que envolve o texto como referência assinale a alternativa que apresenta analise adequada
e considerando as recomendações atuais para o envio desse o�cio.
de documentos formais de uma autoridade a outra, a) Os espaçamentos das partes constituintes do o�cio
estão corretos.
assinale a opção correta.
b) A forma de tratamento dada ao destinatário é a in-
a) O o�cio é o tipo de expediente mais adequado para dicada pelos manuais de redação oficial.
o encaminhamento do relatório ao governador. c) O vocativo, acertadamente, menciona o cargo do
b) Na correspondência de encaminhamento do rela- destinatário; está corretamente separado por vírgula.
tório ao governador do estado, estaria adequado o d) A construção inicial “Viemos através desta, com imen-
so aperto no coração” está de acordo com os padrões
LÍNGUA PORTUGUESA

emprego do vocativo Caro Amigo.


c) Em atendimento ao princípio de concisão textual, da norma culta e da linguagem oficial.
constitui fecho adequado para o documento de e) A sequência “nos dirigir à V. S.ª para vos comunicar
encaminhamento do relatório a expressão “Com a triste situação do Sr. Genovaldo Andino, 93 anos,
acometido por dengue a três meses atrás.” Está de
elevados protestos de estima e consideração”. acordo com os padrões da comunicação oficial.
d) A correspondência deve ser endereçada do seguinte
modo: OFÍCIO-CIRCULAR
A Vossa Excelência o Excelen�ssimo Senhor Dr.
Fulano de Tal O O�cio-Circular constitui-se igual a um o�cio, no entan-
Governador do estado de Alagoas to, é multidirecional, ou seja, o mesmo teor do documento
(CEP) – Maceió-AL é enviado a vários destinatários.

www.gpscursos.com.br 69
Assim, não aparece no O�cio-Circular o campo “Endere- deve colocar o timbre nem o endereçamento. Só se menciona
çamento”, nem acima do assunto, nem no rodapé, uma vez o signatário quando a banca fornecer o nome e/ou o cargo.
que este campo irá compor o envelope da correspondência Caso contrário, deve-se terminar o texto no fecho ou usar
(quando ela for enviada por correio). como signatário: Fulano de Tal. Observe o esquema abaixo.
Vale ressaltar que, mesmo sendo dirigido a mais de um
destinatário, o O�cio-Circular deve trazer o vocativo no sin-
gular, já que cada destinatário receberá o seu expediente
individualmente.

EXERCÍCIOS
79. (Funiversa/Aneel) Observe o O�cio a seguir.

O�cio Circular nº 001/2006-SRG/ANEEL

Brasília, ___ de __________ de 2006.

A Sua Senhoria, o Senhor


Nome
Cargo
Empresa: APINE — Associação Brasileira dos Produtores
Independentes de energia Elétrica
Cidade

Assunto: Solicitação de informações de usinas para subsidiar


regulamentação do setor elétrico.

Senhor (a),

1. Tendo em vista a necessidade desta Agência de re-


alização de estudos relacionados a custos médios de operação Exemplo
e manutenção, das usinas hidrelétricas, objetivando atualizar
os dados existentes e revisar a sistemática de determinação
de custos representativos do universo das usinas do Sistema
Elétrico Interligado Nacional – SIN que tenham participação no
Mecanismo de Realocação de Energia – MRE, solicitamos pre-
enchimento de tabela anexa, que deve ser individual para cada
usina.
2. Salientamos que, devido ao caráter confidencial de
algumas das informações, somente as pessoas envolvidas neste
trabalho terão acesso às respostas, as quais não serão anexadas
ao processo em pauta e somente os resultados finais dos estu-
dos serão disponibilizados, sem identificar usina ou agentes de
geração.
3. Solicitamos, outrossim, que as informações sejam
encaminhadas a esta Superintendência até a data de 30 de se-
tembro de 2006.

Atenciosamente,

Superintendente de Regulação dos Serviços de Geração

Quanto às informações do texto, assinale a alternativa


correta.
a) A correspondência em análise é um o�cio destinado EXERCÍCIOS
exclusivamente a uma organização: a APINE.
b) O destinatário da correspondência é a Aneel – Agên- 80. Como servidor do Senado Federal, cargo Chefe de Recursos
cia Nacional de Energia Elétrica. Humanos, escreva um O�cio para os demais órgãos federais
c) Partes importantes constituintes da correspondência lotados em Brasília. Convide os chefes de departamento
oficial estão presentes: numeração do o�cio, vocati- para que conclamem seus subordinados a participar de
vo, especificação do assunto, corpo do texto, fecho, uma palestra sobre “Estratégias de pacificação nas favelas
cargo. do Rio de Janeiro”. Ocorrerá em 5/1 do próximo ano, no
LÍNGUA PORTUGUESA

d) A linguagem da correspondência é pautada em pa- auditório principal do Senado, das 8h30 às 12h.
drão bastante moderno, com quebra de construções
protocolares. 81. (Cespe/TCU)
e) Há falhas graves na solicitação apresentada, criando
no leitor dúvidas sobre como proceder.

OFÍCIO EM PROVAS DISCURSIVAS


O O�cio é um documento externo, enviado de um órgão
para outro ou para o mesmo órgão em cidades diferentes.
Quanto ao O�cio feito na prova discursiva, como não pode Pelo sistema de coleta seletiva, é possível transformar o
haver marca identificatória na folha definitiva, o candidato não lixo urbano em uma importante fonte de renda, ajudar

70 www.gpscursos.com.br
a aumentar a vida útil dos aterros sanitários e reduzir AVISO
os gastos do município com a limpeza da cidade. Evi-
tar o desperdício e reciclar o lixo é o melhor meio de Aviso é o documento expedido por Ministros de Esta-
transformar plástico, vidro, alumínio, papel, borracha, do para autoridades de mesma hierarquia. Vale ressaltar as
entre outra infinidade de materiais, geralmente despre- autoridades mencionadas como Ministros de Estado, além
zados pela maioria das pessoas, em matéria-prima para dos titulares dos Ministérios no art. 28, parágrafo único, do
a indústria, sem que haja a necessidade, por exemplo, Decreto nº 4.118/2002: Chefe da Casa Civil da Presidência
de novas extrações minerais ou corte de árvores. Os da República, Chefe do Gabinete de Segurança Institucional,
materiais mais comumente encontrados no lixo urbano Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Advo-
e que podem ser reciclados são: gado-Geral da União, Chefe da Corregedoria-Geral da União.
 plástico: garrafas, embalagens de produtos de lim-
peza; potes de cremes e xampus; tubos e canos; Aviso e o�cio são modalidades de comunicação oficial
brinquedos; sacos, sacolas e saquinhos de leite. praticamente idênticas. A única diferença entre eles é
 alumínio: latinhas de cerveja e refrigerante; esqua- que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros
drias e molduras de quadros. de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao
 metais ferrosos: molas e latas. passo que o o�cio é expedido para e pelas demais au-
 papel e papelão: jornais, revistas, impressos em ge- toridades. Ambos têm como finalidade o tratamento
ral; papel de fax; embalagens do tipo longa-vida. de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração
 vidro: frascos, garrafas; lâmpadas incandescentes; Pública entre si e, no caso do o�cio, também com
vidros de conserva. particulares. (MENDES, 2002, p. 9)
 borracha: pneus e tapetes.
Internet:<h�p://www.portal.prefeitura.sp.gov.Br/ Exemplo de Aviso
secretarias/meio_ambiente/qualidade_ambiental/
reciclagem> (com adaptações).

A geração de resíduos sólidos no Brasil é um dos grandes


problemas enfrentados pelo poder público. Mais de 241
mil toneladas de resíduos são produzidas diariamente
no país. Apenas 63% dos domicílios contam com coleta
regular de lixo. A população não atendida algumas vezes
queima seu lixo ou dispõe-no junto a habitações, logra-
douros públicos, terrenos baldios, encostas e cursos de
água, contaminando o ambiente e comprometendo a
saúde humana.
Do total de resíduos coletados, 76% são dispostos a
céu aberto, o restante é destinado a aterros (controla-
dos, 13%; ou sanitários, 10%), usinas de compostagem
(0,9%), incineradores (0,1%) e uma parcela ínfima é re-
cuperada em centrais de triagem/beneficiamento para
reciclagem. A gestão sustentável dos resíduos sólidos
pressupõe uma abordagem que tenha como referência
o princípio dos 3 Rs, apresentado na Agenda 21: redução
(do uso de matérias-primas e energia e do desperdício
nas fontes geradoras), reutilização direta dos produtos
e reciclagem de materiais. A maioria dos programas de
coleta seletiva atribui bastante importância à educação
da população relativamente à questão do lixo. A edu-
cação não se restringe à divulgação de informações: é
preciso que se estabeleça um vínculo entre as pessoas
e seu meio ambiente, de forma a criar novos valores e
sentimentos que mudem as atitudes.
Internet:<h�p://www.federativo/bndes.gov.Br/dicas/
d109.htm>(com adaptações).

Considerando que as idéias apresentadas nos textos


EXERCÍCIOS
acima têm caráter unicamente motivador, redija, na
LÍNGUA PORTUGUESA

Observe o exemplo a seguir que servirá para os exercícios


qualidade de técnico de controle externo do TCU, um
82 a 86.
o�cio a ser assinado pelo gestor de recursos humanos
(RH), dirigido aos gestores das demais áreas do Tribu-
nal, sugerindo que conclamem todos os funcionários Ministério do Planejamento
de suas áreas a participarem de um esforço conjunto Secretaria de Controle Interno
de coleta seletiva de lixo, tanto no trabalho como em Aviso nº 048/1989
casa. No o�cio, o gestor de RH deverá, obrigatoriamente, Brasília, 2 de maio de 1989.
exemplificar, de modo sucinto, pelo menos uma ação
que poderia ser desenvolvida por cada funcionário no Ao Senhor Ministro
ambiente de trabalho. Caso queira propor autoria para Juliano Pereira
Ministro da Fazenda
o o�cio, somente será aceito o nome GESTOR DE RH.

www.gpscursos.com.br 71
Assunto: Criação da Secretaria Geral de Controle Interno MEMORANDO
Senhor Ministro, O Memorando é um documento interno, expedido en-
tre unidades administrativas de um mesmo órgão. Além de
Informo a Vossa Senhoria que, no dia 20 de maio deste ano, estar no mesmo órgão, o destinatário deve estar na mesma
será realizada, na sala de reuniões da Secretaria de Controle Interno cidade, por isso, no campo “local e data” do padrão o�cio,
do Ministério do Planejamento, a primeira reunião de trabalho para
a criação da Secretaria Geral de Controle Interno do Poder Executivo,
no memorando se coloca “Em + data” (conforme exemplo a
da qual devem participar representantes de todos os Ministérios. A seguir). É um expediente para assuntos de rotina, devendo
indicação do representante de vosso Ministério deverá ser feita até o tramitar de maneira simples e rápida.
dia 18 de maio deste ano, junto a esta Secretaria.
O memorando é a modalidade de comunicação entre
Respeitosamente, unidades administrativas de um mesmo órgão, que
podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou
Geraldo Espíndola
Secretário de Controle Interno do Ministério do Planejamento
em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma for-
ma de comunicação eminentemente interna.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser
82. (Cespe/Serpro) Com base no texto fic�cio acima e nos empregado para a exposição de projetos, ideias, dire-
princípios que regem as comunicações oficiais do Poder trizes, etc. a serem adotados por determinado setor
Executivo brasileiro, julgue o item a seguir. do serviço público.
A modalidade de comunicação utilizada não está ade- Sua característica principal é a agilidade. A tramita-
quada à situação descrita no próprio documento. ção do memorando em qualquer órgão deve pautar-
-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos
83. (Cespe/Serpro) Com base no texto fic�cio acima e nos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do
princípios que regem as comunicações oficiais do Poder número de comunicações, os despachos ao memo-
Executivo brasileiro, julgue o item a seguir. rando devem ser dados no próprio documento e, no
Com relação à forma, a apresentação do destinatário da caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse
correspondência foi feita de maneira incorreta, sendo a procedimento permite formar uma espécie de pro-
maneira correta a seguinte: A Vossa Excelência o Senhor cesso simplificado, assegurando maior transparência
Ministro Juliano Pereira. à tomada de decisões, e permitindo que se historie o
andamento da matéria tratada no memorando.
84. (Cespe/Serpro) Com base no texto fic�cio acima e nos Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo
princípios que regem as comunicações oficiais do Poder do padrão o�cio, com a diferença de que o seu des-
Executivo brasileiro, julgue o item a seguir. tinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.
Do ponto de vista formal, a palavra “vosso” deveria ser Exemplos:
substituída pela palavra “seu” na passagem “A indicação Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
do representante de vosso Ministério”. Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos (MENDES,
2002, p. 17)
85. (Cespe/Serpro) Com base no texto fic�cio acima e nos
princípios que regem as comunicações oficiais do Poder Exemplo de Memorando
Executivo brasileiro, julgue o item a seguir.
Levando em consideração apenas a hierarquia dos agen-
tes públicos envolvidos no texto, está adequado o fecho
que foi ali utilizado, sendo, no entanto, igualmente ade-
quado o fecho “Atenciosamente” em casos como esse.

86. (Cespe/Serpro) Com base no texto fic�cio acima e nos


princípios que regem as comunicações oficiais do Poder
Executivo brasileiro, julgue o item a seguir.
A expressão “esta Secretaria” refere-se à Secretaria Geral
de Controle Interno do Poder Executivo.

87. (Movens) Julgue o item seguinte, com base nos princí-


pios que regem a redação de correspondências oficiais.
O aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Es-
tado, para autoridades de mesma hierarquia ou inferior.

88. (Cespe/MEC) Julgue o item que se segue relativo à re-


LÍNGUA PORTUGUESA

dação de expedientes.
Aviso e o�cio são modalidades de comunicação oficial
muito semelhantes; ambos têm como finalidade o tra-
tamento de assuntos oficiais pelos órgãos da adminis-
tração pública.

89. (Cespe/MEC) Julgue o item que se segue relativo à re-


dação de expedientes.
Caso o ministro da Educação precise requerer o apoio
de outro ministério em determinado assunto, ele de-
verá encaminhar tal solicitação por intermédio de uma
exposição de motivos.

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EXERCÍCIOS 98. (Cespe/MEC) Acerca do documento a ser redigido con-
forme a situação descrita acima, julgue o item subse-
90. (Cespe/TJBA) Com relação às normas gerais e específi- quente.
cas das correspondências oficiais, julgue o item que se A fórmula de fecho desse expediente é “Respeitosa-
segue. mente”, por se tratar de comunicação dirigida a auto-
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do ridade de mesma hierarquia.
padrão o�cio, com a diferença de que o seu destinatário
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. 99. (Cespe/SECGE-PE) Considerando as normas de reda-
ção de documentos oficiais, julgue os itens a seguir,
Texto para os exercícios 91 a 95: Determinado assistente referentes ao memorando.
administrativo do CREA-DF encontrou o seguinte bilhete, I – Devem constar, nessa comunicação oficial, o número
deixado sobre a sua mesa por seu superior hierárquico.
do documento e a sigla do órgão de origem.
II – O destinatário deve ser identificado pelo nome do
Redigir documento para o setor de pessoal pedindo cargo que ocupa.
contratação de dois empregados. III – No espaço destinado ao registro de local e data,
Urgente! pode-se informar somente a data.
IV – Como fecho nesse tipo de correspondência, em-
91. (Cespe/Crea-DF) Considerando a situação hipotética prega-se usualmente a expressão “Reitero votos de
descrita acima, julgue o item que se segue. estima e consideração”.
Para se executar corretamente a tarefa solicitada, o do- Estão certos apenas os itens
cumento a ser redigido deverá ser o memorando, que a) I e III.
trata de correspondência interna acerca de assuntos b) I e IV.
rotineiros. c) II e III.
d) II e IV.
92. (Cespe/Crea-DF) Considerando a situação hipotética e) I, II e III.
descrita acima, julgue o item que se segue.
O documento deve ser escrito de forma precisa, direta
e objetiva, caracterizando-se pelo emprego de adjetivos 100. (Cespe/PMDF/Saúde) Julgue o item que se segue, re-
e linguagem figurada. ferente à redação de correspondências oficiais.
O memorando tem como finalidade a comunicação
93. (Cespe/Crea-DF) Considerando a situação hipotética entre os chefes de unidades administrativas de órgãos
descrita acima, julgue o item que se segue. distintos.
Entre outros elementos, devem constar do documento
a ser enviado ao setor de pessoal: a data, a ementa ou 101. (Cespe/MEC) Julgue o item que se segue relativo à
o assunto, os nomes do destinatário e do remetente e redação de expedientes.
a assinatura deste. Caso o diretor de um órgão do MEC pretenda solicitar
demanda dos recursos que gerencia ao Ministério da
94. (Cespe/Crea-DF) Considerando a situação hipotética Defesa, ele deve encaminhar um memorando.
descrita acima, julgue o item que se segue.
O pronome de tratamento a ser empregado na redação 102. (Cespe/MEC) Julgue o item que se segue relativo à
do documento é Vossa Senhoria, que pode ser correta- redação de expedientes.
mente abreviado por V. S. e concorda com a 2ª pessoa Ao se elaborar um memorando, deve-se utilizar o pa-
do plural. drão o�cio, no entanto, o seu destinatário deve ser
mencionado pelo cargo que ocupa.
95. (Cespe/Crea-DF) Considerando a situação hipotética
descrita acima, julgue o item que se segue.
É correto afirmar que as expressões Brevemente, Cor- MEMORANDO-CIRCULAR
dialmente, Respeitosamente e Atenciosamente são
apropriadas como fecho do documento. Assim como o Memorando, o Memorando-Circular é
o documento utilizado entre unidades administrativas no
Texto para os exercícios 96 a 98: mesmo órgão e na mesma cidade dirigido a mais de um
destinatário. É, portanto, um documento interno, embora
Um agente administrativo lotado em um departamento de multidirecional. Nele, o destinatário não deve ser tratado
um órgão público foi incumbido de redigir documento a ser pelo nome do servidor, mas pelo cargo que ocupa. No Me-
assinado por seu chefe, com a finalidade de solicitar a visita morando – que pode ser abreviado por Memo. ou Mem. – o
de um técnico do setor de manutenção para averiguar pro- destinatário aparece uma linha antes do assunto, e ambos
blema de infiltração nas dependências desse departamento.
são alinhados à esquerda. O nome do órgão não aparece na
LÍNGUA PORTUGUESA

96. (Cespe/MEC) Acerca do documento a ser redigido confor- primeira linha nem o local na segunda linha, pois o documen-
me a situação descrita acima, julgue o item subsequente. to é interno. O campo destinatário equivale ao vocativo do
O expediente em questão é um memorando, documento O�cio antecedido pela contração “ao”.
utilizado entre unidades administrativas de um mesmo
órgão. MEMORANDO EM PROVAS DISCURSIVAS
97. (Cespe/MEC) Acerca do documento a ser redigido con- Mesmo usando letra cursiva, não se esqueça de colocar
forme a situação descrita acima, julgue o item subse- as siglas em letra de imprensa, caixa alta (maiúsculas), sem
quente. pontos.
O tipo de documento a ser redigido não precisa receber O documento pode ser circular, ou seja, multidirecional
número de expediente. (a mesma comunicação recebida por vários destinatários).

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Neste caso, escreva assim: Memorando-circular. Use hífen B. ESTRUTURA (2,5)
obrigatório e letra minúscula em “circular”. Mesmo sendo um 1. Esqueleto/Seleção dos argumentos (0,5)
documento dirigido a várias pessoas, o Memorando-circular é 2. Introdução (0,5)
recebido por cada um dos destinatários individualmente, por 3. Desenvolvimento/Progressão lógica (0,5)
isso use o vocativo ou destinatário no singular, conforme orien- 4. Conclusão (0,5)
ta o Manual de Redação do GDF (Governo do Distrito Federal). 5. Esquema/Gênero textual (0,5)
Não se esqueça de citar a abreviatura dos pronomes de
tratamento apenas depois de já os ter citado por extenso. C. CONTEÚDO (2,5)
1. Adequação ao tema (0,5)
2. Domínio de conteúdo (0,5)
3. Pertinência dos argumentos (0,5)
4. Consistência (0,5)
5. Originalidade (0,5)

D. ESTILÍSTICA (2,5)
1. Subjetividade (0,5)
2. Repetição vocabular (0,5)
3. Pouca Objetividade (0,5)
4. Coloquialismo (0,5)
Exemplo
5. Conotação/estrangeirismo (0,5)

E. GRAMÁTICA (NE_____ / TL_____)


1. Ortografia
2. Acentuação
3. Pontuação
4. Conectores/Colocação pronominal
5. Concordância/Regência

Os critérios Estética e Gramática seguem os mesmos


Provas Discursivas padrões avaliativos, independentemente do tipo de texto
que está sendo escrito.
A prova discursiva dos concursos públicos segue a algu- O critério Estilística funciona de maneira contrária, de
mas diretrizes apresentadas em planilhas de correção das acordo com a tipologia, pois o que retira pontos em uma dis-
bancas examinadoras. Por isso, analisá-las é imprescindível. sertação ou redação oficial é bem visto e concede pontuação
Nesse sentido, apresentarei orientações quanto à realização em um texto literário como a narração, descrição ou crônica.
manuscrita de um texto oficial. Partir-se-á dos espelhos de
correção de redação como parâmetros da elaboração de uma Critérios de Correção
redação, no mínimo, aceitável.
Para facilitar a compreensão das planilhas de correção A planilha tem a divisão em 5 critérios: A. Estética, B. Es-
de redação, há alguns anos venho utilizando em sala de aula trutura, C. Conteúdo, D. Estilística, E. Gramática. Os critérios
a divisão de uma redação em cinco partes, que costumo A, B, C, D somam 10 pontos e valem 2,5 cada. No critério E,
chamar de critérios de correção: somam-se os erros gramaticais. Cada erro representa uma
• Esté�ca: avalia a apresentação, legibilidade, respeito perda de 0,1.
às margens e indicação dos parágrafos. Veja a seguir o que é apenado ou o que pontua em
• Estrutura: avalia a utilização dos famosos esquemas de cada código.
redação, método seguro para aprovação em concursos
públicos; analisa a progressão lógica dos argumentos, A. ESTÉTICA: veja abaixo os erros que retiram pontos
a progressividade textual, seleção e articulação dos A1. Legibilidade: letra cursiva sem unir; letra de im-
argumentos. prensa unida; “i” e “j” minúsculas sem pingo; bola
• Conteúdo: avalia o teor do texto, a pertinência dos no lugar de pingo ou ponto; “ç” errado; til errado;
argumentos, a fuga ao tema, o posicionamento, a “n” e “m” com aparência de “u”; pular linhas; letras
consistência da argumentação. menores sem metade do tamanho das maiores; le-
• Es�lís�ca: avalia a utilização da norma culta padrão, tra menor que 2/3 da altura da linha; letra ilegível.
coesão e coerência, clareza, concisão e unidade, estilo, A2. Margens: passar da margem, mesmo que seja por
propriedade vocabular. 0,1 cm; deixar um espaço superior a 0,3 cm entre
• Gramá�ca: avalia a ortografia, acentuação, pontua- seu texto e a margem (direita ou esquerda); iso-
LÍNGUA PORTUGUESA

ção, conectores, concordância. lar vogal ao separar sílabas; separar palavras que
começam com vogal; separar palavras dissílabas;
Cada critério acima é subdividido em quesitos. Conheça- separar palavras que comecem por “h”; separar
-os a seguir e observe a pontuação que eu gosto de sugerir substantivos compostos com hífen com traço abai-
para avaliação. xo da última letra; separar as demais palavras uti-
lizar traço lateral.
A. ESTÉTICA (2,5) A3. Parágrafos: parágrafo sem, no mínimo, 2 cm e, no
1. Legibilidade (0,5) máximo, 4 cm da margem esquerda; espaço supe-
2. Margens (0,5) rior a 0,3 cm entre a menor e a maior distância de
3. Parágrafos (0,5) parágrafos; marcas antes do início dos parágrafos;
4. Fusão de Letras (0,5) frases com mais de 60 palavras; parágrafos com
5. Rasuras (0,5) apenas 1 frase.

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A4. Fusão de letras: misturar letras (cursiva ou de im- E. GRAMÁTICA
prensa); utilização incorreta das letras maiúsculas E1. Ortografia
e minúsculas. E2. Acentuação/Crase
A5. Rasuras: rasuras no texto; utilização incorreta de E3. Pontuação
traço anulatório, sem colocar parênteses ou utilizar E4. Conectores/Colocação Pronominal/Incoerência/
anulações não aceitas (como rabiscos ou mais de Falta de nexo sintático
um traço); usar corretivo ou danificar o papel ao E5. Concordância/Regência
apagar.
O Cespe/Cebraspe geralmente divide o número de erros
B. ESTRUTURA: veja abaixo como se ganha a pontuação: gramaticais pelo número de linhas escritas e multiplica por
B1. Seleção dos argumentos: transparecer organização 2. Subtrai esse resultado da NC (critérios A, B, C, D) para
textual; abordar todos os tópicos dados pela banca gerar a NF (nota final). Outras bancas calculam de maneira
na mesma ordem. diferente. Algumas não avaliam a Estética e computam 4
B2. Introdução: introdução correta, situando o leitor para o Conteúdo; 3 para a estrutura e 3 para a Gramática e
do documento oficial com objetividade. a Estilística juntas. De forma que esta planilha de correção
B3. Desenvolvimento / Progressão lógica dos argu- se aplica a qualquer concurso público que cobre redação
mentos: desenvolvimento da argumentação com oficial na prova discursiva.
adequação ao tema, sem fuga total nem parcial da
problemática. EXERCÍCIOS
B4. Conclusão: conclusão correta, finalizando o assunto
ali abordado. 103. Escreva um memorando-circular para os chefes de de-
B5. Esquema / Gênero textual: utilizar corretamente partamento do TJDFT, convidando-os para que con-
a estrutura do expediente cobrado no comando clamem seus subordinados para uma capacitação em
do exercício; fazer uso da técnica dissertativa no Redação Oficial. Acontecerá no auditório do tribunal,
corpo do texto oficial, sem figuras de linguagem das 8h às 12h, em 5/1 do próximo ano. Como Chefe de
nem elementos de outras tipologias textuais; usar Recursos Humanos, especifique os materiais que serão
pelo menos que 2/3 do máximo de linhas. necessários, os documentos que serão ensinados, a
fonte bibliográfica e os demais detalhes do evento.
C. CONTEÚDO: veja abaixo como se ganha a pontuação:
C1. Adequação ao tema: objetivo e argumentos, desen- 104. Como servidor do Senado Federal, cargo: Chefe de
volvendo-os sem fugir do tema; com adequação ao Recursos Humanos, escreva um Memorando para os
tema.. demais chefes de departamento do seu órgão. Convide
C2. Domínio de conteúdo: com domínio de conteúdo, os chefes de departamento para que conclamem seus
mostrar pleno conhecimento do tema e de seus subordinados a participarem de uma palestra sobre
aspectos adjacentes. “Catástrofes ocasionadas a partir de chuvas na região
C3. Pertinência dos argumentos: demonstrar pertinên- serrana do Rio de Janeiro”. Ocorrerá em 5/1 do próximo
cia e articulação dos argumentos. ano, no auditório principal do Senado, das 8h30 às 12h.
C4. Consistência da argumentação: usar argumentação
consistente.
C5. Originalidade: usar argumentação original, sem EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
transcrever trechos dos textos motivadores.
Segundo Mendes (2002, p. 19-22):
Observação: as técnicas de tipos de desenvolvimento Exposição de motivos é o expediente dirigido ao
só pontuam quando há domínio de conteúdo sem Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:
fuga ao tema. a) informá-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou
D. ESTILÍSTICA: veja abaixo os erros que retiram pontos c) submeter a sua consideração projeto de ato nor-
D1. Subjetividade: usar a primeira pessoa (singular ou mativo.
plural).
D2. Incoerência ou repetição: repetir palavras das se- Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi-
guintes classes gramaticais com a mesma flexão: dente da República por um Ministro de Estado.
substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, interjeição; Nos casos em que o assunto tratado envolva mais
trecho incoerente semanticamente; frase sem nexo de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser
sintático. assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo,
D3. Pouca objetividade: utilizar verbos de ligação; fra- por essa razão, chamada de interministerial.
ses na voz passiva analítica em lugar da sintética;
trechos sem coesão textual. 4.2. Forma e Estrutura
LÍNGUA PORTUGUESA

D4. Coloquialismo: evidenciar características da fala na Formalmente, a exposição de motivos tem a apre-
escrita; utilizar três vezes ou mais a primeira pes- sentação do padrão o�cio (v. 3. O Padrão O�cio). O
soa; utilizar três vezes verbos de ligação ou mais; anexo que acompanha a exposição de motivos que
utilizar mais de uma vez verbos no gerúndio na proponha alguma medida ou apresente projeto de
mesma frase; começar frase com gerúndio; usar ge- ato normativo, segue o modelo descrito adiante.
rúndio com verbo auxiliar no Futuro (Gerundismo); A exposição de motivos, de acordo com sua finalida-
utilizar gírias, regionalismos ou termos coloquiais; de, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma
usar contrações indevidas como “num”, “numa”. para aquela que tenha caráter exclusivamente infor-
D5. Conotação ou estrangeirismo: utilizar linguagem mativo e outra para a que proponha alguma medida
conotativa, com figuras de linguagem ou sentido ou submeta projeto de ato normativo.
figurado; fugir da norma culta padrão da Língua Por- No primeiro caso, o da exposição de motivos que
tuguesa; usar estrangeirismos ou termos técnicos. simplesmente leva algum assunto ao conhecimento

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do Presidente da República, sua estrutura segue o 7. Alterações propostas
modelo antes referido para o padrão o�cio.
Texto atual Texto proposto
Já a exposição de motivos que submeta à considera-
8. Síntese do parecer do órgão jurídico
ção do Presidente da República a sugestão de alguma
• Com base em avaliação do ato normativo ou da
medida a ser adotada ou a que lhe apresente projeto
medida proposta à luz das questões levantadas no
de ato normativo – embora sigam também a estru-
item 10.4.3.
tura do padrão o�cio –, além de outros comentários
julgados pertinentes por seu autor, devem, obriga-
A falta ou insuficiência das informações prestadas
toriamente, apontar:
pode acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos
a) na introdução: o problema que está a reclamar a Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de
adoção da medida ou do ato normativo proposto; ato normativo para que se complete o exame ou se
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medi- reformule a proposta.
da ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar O preenchimento obrigatório do anexo para as ex-
o problema, e eventuais alternativas existentes para posições de motivos que proponham a adoção de
equacioná-lo; alguma medida ou a edição de ato normativo tem
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser como finalidade:
tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para a) permitir a adequada reflexão sobre o problema
solucionar o problema. que se busca resolver;
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas cau-
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à sas do problema e dos efeitos que pode ter a adoção
exposição de motivos, devidamente preenchido, de da medida ou a edição do ato, em consonância com
acordo com o seguinte modelo previsto no Anexo II as questões que devem ser analisadas na elabora-
do Decreto nº 4.176, de 28 de março de 2002. ção de proposições normativas no âmbito do Poder
Executivo (v. 10.4.3.);
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
Ministério ou órgão equivalente) nº , de de
de 200 . Dessa forma, ao atender às questões que devem
ser analisadas na elaboração de atos normativos no
1. Síntese do problema ou da situação que reclama âmbito do Poder Executivo, o texto da exposição de
providências motivos e seu anexo complementam-se e formam
um todo coeso: no anexo, encontramos uma avalia-
ção profunda e direta de toda a situação que está a
2. Soluções e providências contidas no ato normativo reclamar a adoção de certa providência ou a edição
ou na medida proposta de um ato normativo; o problema a ser enfrentado
e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
e seus custos; e as alternativas existentes. O texto
da exposição de motivos fica, assim, reservado à
3. Alternativas existentes às medidas propostas demonstração da necessidade da providência pro-
Mencionar: posta: por que deve ser adotada e como resolverá
• se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; o problema.
• se há projetos sobre a matéria no Legislativo; Nos casos em que o ato proposto for questão de pes-
• outras possibilidades de resolução do problema. soal (nomeação, promoção, ascensão, transferência,
readaptação, reversão, aproveitamento, reintegra-
4. Custos ção, recondução, remoção, exoneração, demissão,
dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é ne-
Mencionar: cessário o encaminhamento do formulário de anexo
• se a despesa decorrente da medida está prevista à exposição de motivos.
na lei orçamentária anual; se não, quais as alter-
nativas para custeá-la; Ressalte-se que:
• se é o caso de solicitar-se abertura de crédito • a síntese do parecer do órgão de assessoramento
extraordinário, especial ou suplementar; jurídico não dispensa o encaminhamento do parecer
• valor a ser despendido em moeda corrente. completo;
• o tamanho dos campos do anexo à exposição de
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido motivos pode ser alterado de acordo com a maior
somente se o ato proposto for medida provisória ou ou menor extensão dos comentários a serem ali in-
projeto de lei que deva tramitar em regime de urgência). cluídos.
LÍNGUA PORTUGUESA

Mencionar: Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presen-


• se o problema configura calamidade pública; te que a atenção aos requisitos básicos da redação
• por que é indispensável a vigência imediata; oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formalida-
• se se trata de problema cuja causa ou agrava- de, padronização e uso do padrão culto de linguagem)
mento não tenham sido previstos; deve ser redobrada.
• se se trata de desenvolvimento extraordinário de A exposição de motivos é a principal modalidade de
situação já prevista. comunicação dirigida ao Presidente da República
pelos Ministros.
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada
ou medida proposta possa vir a tê-lo). cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União,
no todo ou em parte.

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Exemplo de Exposição de Mo�vos de caráter informa�vo aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e
outra para a que proponha alguma medida ou submeta
projeto de ato normativo.

MENSAGEM
Segundo Mendes (2002):

É o instrumento de comunicação oficial entre os Che-


fes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens
enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
Legislativo para informar sobre fato da Administração
Pública; expor o plano de governo por ocasião da
abertura de sessão legislativa; submeter ao Congres-
so Nacional matérias que dependem de deliberação
de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agra-
decer comunicações de tudo quanto seja de interesse
dos poderes públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
Ministérios à Presidência da República, a cujas asses-
sorias caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao
Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, com-
plementar ou financeira. [...]
b) encaminhamento de medida provisória. [...]
c) indicação de autoridades. [...]
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-
-Presidente da República se ausentarem do País por
mais de 15 dias. [...]
e) encaminhamento de atos de concessão e reno-
vação de concessão de emissoras de rádio e TV. [...]
f) encaminhamento das contas referentes ao exer-
EXERCÍCIOS cício anterior. [...]
g) mensagem de abertura da sessão legislativa. [...]
105. (Cespe/Sesa) Considerando as normas de redação de h) comunicação de sanção (com restituição de au-
correspondências oficiais, julgue o item abaixo. tógrafos). [...]
Em exposição de motivos encaminhada, por exemplo, i) comunicação de veto. [...]
pelo ministério da saúde à presidente da República, j) outras mensagens. [...]
é adequada a utilização do vocativo Excelen�ssima
Senhora Presidenta da República e do fecho Respei- Exemplo de Mensagem
tosamente, ambos seguidos de vírgula.

106. (Cespe/PRF) Considerando as prescrições relativas às


comunicações oficiais, julgue o item a seguir.
Os três tipos de expedientes que seguem o padrão
o�cio – exposição de motivos, aviso e o�cio – têm a
mesma finalidade e se diferenciam apenas por sua
extensão e pelo detalhamento das informações neles
contidas.

107. (Cespe/PRF) Considerando as prescrições relativas às


comunicações oficiais, julgue o item a seguir.
Diferentemente da ata, a exposição de motivos deve,
obrigatoriamente, conter, no máximo, duas ideias por
parágrafo.
LÍNGUA PORTUGUESA

108. (Cespe/MEC) Julgue o item que se segue relativo à


redação de expedientes.
Caso a autoridade competente do MEC pretenda de-
senvolver um projeto que dependa de aprovação presi-
dencial, ela deverá enviar ao presidente da República,
por meio do respectivo ministro de Estado, um aviso
ministerial.

109. (Cespe/MEC) Julgue o item que se segue relativo à


redação de expedientes.
A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade,
apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para

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EXERCÍCIOS Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e
a estrutura dos formulários disponíveis nas agências
110. (Movens) Considere o exemplo de comunicação oficial: dos Correios e em seu sítio na Internet.

Exercícios de Concurso
_________. 111/DECOM

Em 23 de fevereiro de 2010. 112. (Cespe/TJBA) Com relação às normas gerais e especí-


Ao Sr. Coordenador Administrativo ficas das correspondências oficiais, julgue o item que
se segue.
Assunto: Concessão de linha telefônica e instalação de Não há padrões rígidos para telegramas, devendo-se
televisor LCD com canais por assinatura seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis
nas agências dos correios e em seu sítio na Internet.
1. Com o objetivo de dar cumprimento ao que
estabelece o Plano Geral de Comunicação Social-2010 desta
instituição, solicito a Vossa Senhoria a concessão de mais uma
113. (Cespe/MEC) Julgue o item que se segue relativo à
linha telefônica, bem como a instalação de um televisor LCD redação de expedientes.
com canais por assinatura no Departamento de Comunicação Na administração pública, o telegrama deve ter sua
Social. utilização priorizada em detrimento de outras moda-
lidades de comunicação oficial, tendo-se em vista a
2. Recomendo-lhe ainda que, no ato da contratação desburocratização no trâmite de expedientes públicos.
dos canais por assinatura, seja observada, preferencialmente,
a habilitação daqueles que veiculam no�cias.
Fax
Atenciosamente,
Segundo Mendes (2002):
Fulano de Tal
Assessor de Imprensa da Presidência O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile)
é uma forma de comunicação que está sendo menos
Com base no Manual de Redação da Presidência da usada devido ao desenvolvimento da Internet. É uti-
República, o exemplo de comunicação oficial acima é lizado para a transmissão de mensagens urgentes e
denominado: para o envio antecipado de documentos, de cujo co-
a) o�cio, modalidade de comunicação expedida a pes- nhecimento há premência, quando não há condições
soas de mesma hierarquia. de envio do documento por meio eletrônico. Quando
necessário o original, ele segue posteriormente pela
b) memorando, modalidade de comunicação eminen-
via e na forma de praxe.
temente interna entre unidades administrativas de Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com
um mesmo órgão. cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel,
c) aviso, modalidade de comunicação expedida a ocu- em certos modelos, se deteriora rapidamente.
pantes de cargos hierárquicos inferiores. Os documentos enviados por fax mantêm a forma e
d) exposição de motivos, expediente dirigido às chefias a estrutura que lhes são inerentes.
de departamento das empresas em geral. É conveniente o envio, juntamente com o documento
e) mensagem, instrumento de comunicação oficial principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formu-
utilizado pelos servidores públicos para se dirigir lário com os dados de identificação da mensagem a
às chefias. ser enviada, conforme exemplo a seguir:

111. (Cespe/MEC) Julgue o item seguinte, acerca da redação


de correspondências oficiais.
Para encaminhar um projeto de lei ordinária ao Con-
gresso Nacional, o presidente da República deverá
utilizar-se da mensagem.

FORMAS DE ENVIO DOS EXPEDIENTES


Telegrama
Segundo Mendes (2002): EXERCÍCIOS

Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar 114. (Cespe/MEC) Julgue o item que se segue relativo à
LÍNGUA PORTUGUESA

os procedimentos burocráticos, passa a receber o �- redação de expedientes.


tulo de telegrama toda comunicação oficial expedida Mesmo que o fax seja assinado por autoridade com-
por meio de telegrafia, telex, etc. petente, seu envio não dispensa o encaminhamento
do original, posteriormente, pelo meio de praxe.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa
aos cofres públicos e tecnologicamente superada,
deve restringir-se o uso do telegrama apenas àque-
Correio Eletrônico
las situações que não seja possível o uso de correio Segundo Mendes (2002):
eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utili-
zação e, também em razão de seu custo elevado, esta O correio eletrônico (e-mail), por seu baixo custo e
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão celeridade, transformou-se na principal forma de co-
(v. 1.4. Concisão e Clareza). municação para transmissão de documentos.

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Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô- 2. A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas,
nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir deve-se, em caso de erro, utilizar o termo “digo”, se-
forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se guida da informação correta a ser registrada. No caso
evitar o uso de linguagem incompa�vel com uma de omissão de informações ou de erros constatados
comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e após a redação, usa-se a expressão “Em tempo” ao
Comunicações Oficiais). final da ata, com o registro das informações corretas.
O campo assunto do formulário de correio eletrônico
mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a Modelo
organização documental tanto do destinatário quanto
do remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser
utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A
mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer
informações mínimas sobre seu conteúdo.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de
confirmação de leitura. Caso não seja disponível,
deve constar da mensagem pedido de confirmação
de recebimento.
Nos termos da legislação em vigor, para que a men-
sagem de correio eletrônico tenha valor documen-
tal, i. é, para que possa ser aceita como documento
original, é necessário existir certificação digital que
ateste a identidade do remetente, na forma estabe-
lecida em lei.

EXERCÍCIOS
115. (Cespe/MEC) Julgue o item que se segue relativo à EXERCÍCIOS
redação de expedientes.
O uso do correio eletrônico (e-mail) nas instituições 117. (Cespe/TJDFT) Observe o documento a seguir.
tornou-se uma importante forma de comunicação de-
vido a seu baixo custo e rapidez. Não há uma forma ATA DA SALA 25
rígida para a estrutura desse tipo de comunicação.
Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incom- Realizou-se, na sala vinte e cinco, do prédio das Relações
pa�vel com a comunicação oficial. Humanas, da Escola Martin Luther King, em Brasília, Distrito
Federal, dia primeiro de junho de dois mil e três, das quinze
116. (Cespe/MEC) Julgue o item que se segue relativo à horas às dezoito horas e trinta minutos, portanto, com três
redação de expedientes. horas e meia de duração, esta prova (anexa) de Conhecimentos
É dispensável o preenchimento do campo assunto do Gerais e Específicos para o Cargo de Técnico Judiciário, do
formulário do correio eletrônico nas comunicações Tribunal de Justiça do 10 Distrito Federal e dos Territórios
internas nas instituições. (TJDFT), conforme diz o Edital um de dois mil e três, tendo
comparecido todos os candidatos inscritos e, portanto, o índice
ATA de abstensão foi de zero candidatos. Nada mais havendo a
constar, eu, MARIA DAS GRAÇAS LUZ FLORES, chefe de sala,
Segundo Freitas (2004): lavrei esta ata que será assinada por mim, exprimindo a
verdade dos fatos, sob o testemunho da fiscal de sala. Brasília,
É o instrumento utilizado para o registro expositivo 1º/6/2003, Maria das Graças Luz Flores e Thomásia Aparecida
dos fatos e deliberações ocorridos em uma reunião, Silva. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
sessão ou assembleia.
1. Título – ATA. Em se tratando de atas elaboradas Assinale a opção incorreta a respeito do texto acima.
sequencialmente, indicar o respectivo número da a) A redatora da ata respeitou os requisitos formais
reunião ou sessão, em caixa alta. para a redação do documento, conforme os pre-
2. Texto, incluindo: ceitos dessa tipologia de correspondência oficial.
a) Preâmbulo: registro da situação espacial e tempo- b) A redatora, ao escrever por extenso os números
ral e participantes; da sala, das horas, da duração da prova e do edital
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Registro dos assuntos abordados e de suas deci- cometeu erros de grafia e de adequação ao tipo de
sões, com indicação das personalidades envolvidas, documento.
se for o caso; e c) A grafia do vocábulo “abstensão” está incorreta,
c) Fecho: termo de encerramento com indicação, se pois deveria ter sido escrito abstenção.
necessário, do redator, do horário de encerramento, d) A passagem “exprimindo a verdade dos fatos” pode
de convocação de nova reunião, etc. ser suprimida do texto, uma vez que essa informa-
ção deve estar pressuposta em toda correspondên-
Observações: cia oficial.
1. A ata será assinada e/ou rubricada por todos os e) O preenchimento do restante da linha após a última
presentes à reunião ou apenas pelo Presidente e Rela- assinatura visa evitar que outras pessoas possam
tor, dependendo das exigências regimentais do órgão. adulterar o final do texto.

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118. (Cespe/SEGER-ES) O seguinte início de ata respeita as DECLARAÇÃO
normas de redação de documentos oficiais:
Segundo Freitas (2004):
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO
CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO MIRASSOL É o documento em que se informa, sob responsabili-
dade, algo sobre pessoa ou acontecimento.
1. Aos treze dias do mês de junho do ano de dois mil
e dez, reuniram-se no salão de festas do Edi�cio Mi-
rassol os condôminos de seus apartamentos ou seus Estrutura
representantes legais que vão abaixo-assinados. 1. Título: DECLARAÇÃO, centralizado.
2. Ao se iniciar a sessão, (...). 2. Texto: exposição do fato ou situação declarada,
3. Logo a seguir foi lida a ata de número 143, referente com finalidade, nome do interessado em destaque
a assembleia de dezembro de 2009. (em maiúsculas) e sua relação com a Câmara nos ca-
sos mais formais.
CARTA 3. Local e data.
4. Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso
Segundo Freitas (2004): de autoridade, função ou cargo.

É a forma de correspondência emitida por particu- Observações:


lar, ou autoridade com objetivo particular, não se 1. A declaração documenta uma informação prestada
confundindo com o memorando (correspondência por autoridade ou particular. No caso de autoridade,
interna) ou o o�cio (correspondência externa), nos a comprovação do fato ou o conhecimento da situa-
quais a autoridade que assina expressa uma opinião ção declarada deve ser em razão do cargo que ocupa
ou dá uma informação não sua, mas, sim, do órgão ou da função que exerce.
pelo qual responde. Em grande parte dos casos da 2. Declarações que possuam características específi-
correspondência enviada por deputados, deve-se
cas podem receber uma qualificação, a exemplo da
usar a carta, não o memorando ou o�cio, por estar o
parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação “declaração funcional”.
de sua responsabilidade, e não especificamente da
Câmara dos Deputados. O parlamentar deverá assinar Modelo
memorando ou o�cio apenas como titular de função
oficial específica (presidente de comissão ou membro
da Mesa, por exemplo).

Estrutura
1. Local e data.
2. Endereçamento, com forma de tratamento, desti-
natário, cargo e endereço.
3. Vocativo.
4. Texto.
5. Fecho.
6. Assinatura: nome e, quando necessário, função
ou cargo.

Observações:
1. Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá
numerá-las. Nesse caso, a numeração poderá apoiar-
-se no padrão básico de diagramação.
2. O fecho da carta segue, em geral, o padrão da
correspondência oficial, mas outros fechos podem
ser usados, a exemplo de “Cordialmente”, quando se
deseja indicar relação de proximidade ou igualdade
de posição entre os correspondentes.
ATESTADO
Modelo
Segundo o Manual de Comunicação Oficial do Governo
do Distrito Federal (FREITAS, 2006):
LÍNGUA PORTUGUESA

É o documento pelo qual um servidor afirma a vera-


cidade de um fato ou a existência de uma situação de
direito da qual tem conhecimento em razão do cargo
que ocupa ou da função que exerce.

Estrutura:
1. cabeçalho
2. denominação do documento
3. exposição do assunto
4. local e data

80 www.gpscursos.com.br
5. nome do signatário É o documento revestido de formalidades legais pelo
6. rodapé qual a autoridade competente faz certa a existência
(ou a inexistência), nos arquivos de uma unidade
EXERCÍCIOS administrativa, de registro referente a determinado
ato ou fato.
Observe o documento a seguir para responder os exercícios
119 a 124. Estrutura:
1. cabeçalho
Gestão Administrativa 2. denominação do documento
3. exposição do assunto
Atestado 4. local e data
5. identificação do signatário
Atesto, para os devidos fins, que Fulano de Tal pres- 6. rodapé
tou serviços administrativos ao Departamento de Recursos
Humanos nesta Secretaria no período de 30 de março de REQUERIMENTO
1999 a 30 de setembro de 2003.
Segundo Freitas (2004):
Brasília, 10 de outubro de 2003.
É o instrumento por meio do qual o interessado re-
119. (Cespe/Metrô) Tendo por base o exemplo de documen- quer a uma autoridade administrativa um direito do
to oficial acima, julgue o seguinte item, a respeito de qual se julga detentor.
expedientes administrativos.
A existência do timbre no topo desse tipo de docu- Estrutura
mento dispensa a assinatura de quem emite. 1. Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário),
ou seja, da autoridade competente.
120. (Cespe/Metrô) Tendo por base o exemplo de documen- 2. Texto, incluindo:
to oficial acima, julgue o seguinte item, a respeito de a) Preâmbulo, contendo nome do requerente (gra-
expedientes administrativos.
fado em letras maiúsculas) e respectiva qualificação:
Na construção “ao Departamento de Recursos Hu-
manos nesta Secretaria”, a falta do nome completo nacionalidade, estado civil, profissão, documento de
da “Secretaria” desrespeita a clareza e a publicidade identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins de
exigida pela redação de documentos oficiais. preferência na tramitação do processo, segundo a
Lei 10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja
121. (Cespe/Metrô) Tendo por base o exemplo de documen- servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à
to oficial acima, julgue o seguinte item, a respeito de qualificação civil deve ser colocado o número do re-
expedientes administrativos. gistro funcional e a lotação);
A colocação de local e data ao final desse documento é b) Exposição do pedido, de preferência indicando os
opcional; poderia ser a primeira informação do texto. fundamentos legais do requerimento e os elementos
probatórios de natureza fática.
122. (Cespe/Metrô) Tendo por base o exemplo de documen- 3. Fecho:
to oficial acima, julgue o seguinte item, a respeito de
“Nestes termos,
expedientes administrativos.
A formação e a construção linguística de um atestado e Pede deferimento”.
de uma declaração são semelhantes, mas apenas esta 4. Local e data.
última exige o carimbo do órgão expedidor. 5. Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou
cargo.
123. (Cespe/Metrô) Tendo por base o exemplo de documen-
to oficial acima, julgue o seguinte item, a respeito de Observações:
expedientes administrativos. 1. Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação,
Documentos oficiais como o apresentado – atestados, reivindicação ou manifestação, o documento utilizado
declarações, o�cios e memorandos – devem ter sem- será um abaixo-assinado, com estrutura semelhante
pre como destinatário o público em geral; por isso, a à do requerimento, devendo haver identificação das
clareza, a objetividade e a precisão de informações não assinaturas.
constituem exigência relevante. 2. A Constituição Federal assegura a todos, indepen-
LÍNGUA PORTUGUESA

dentemente do pagamento de taxas, o direito de pe-


124. (Cespe/Metrô) Tendo por base o exemplo de documen-
to oficial acima, julgue o seguinte item, a respeito de tição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
expedientes administrativos. contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 5º, XXXIV,
Uma certidão tem objetivos semelhantes aos de um “a”), sendo que o exercício desse direito se instrumen-
atestado, mas distingue-se deste porque seus expedi- taliza por meio de requerimento. No que concerne
dores devem ser empresas públicas. especificamente aos servidores públicos, a lei que
institui o Regime Único estabelece que o requerimen-
CERTIDÃO to deve ser dirigido à autoridade competente para
decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a
Segundo o Manual de Comunicação Oficial do Governo que estiver imediatamente subordinado o requerente
do Distrito Federal (FREITAS, 2006): (Lei nº 8.112/1990, art. 105).

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Modelo Vitória, 29 de fevereiro de 2011.

Joaquim José da Silva Xavier


Chefe da Seção LXII

127. (Cespe/Aneel) Julgue o item a seguir, com base nas


orientações acerca dos expedientes oficiais.
O fecho das comunicações é obrigatório em qualquer
tipo de documento oficial e restringe-se a apenas dois:
Respeitosamente e Atenciosamente, a depender da
relação hierárquica existente entre o remetente e o
destinatário.

PARECER
Segundo Freitas (2004):
EXERCÍCIOS
É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal
125. (Cespe/TJDFT) Observe o documento a seguir. ou de órgão administrativo, sobre tema que lhe haja
sido submetido para análise e competente pronun-
ciamento. Visa a fornecer subsídios para tomada de
decisão.
Brasília, 1º de junho de 2003.
Estrutura
1. Número de ordem (quando necessário).
Para a Coordenação de Concursos do CESPE/UnB,
2. Número do processo de origem.
Requerimento: 3. Ementa (resumo do assunto).
4. Texto, compreendendo:
JOSÉ DA SILVA DOS SANTOS REIS, a) Histórico ou relatório (introdução);
devidamente inscrito no concurso para TÉCNICO b) Parecer (desenvolvimento com razões e justifica-
JUDICIÁRIO do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, tivas);
com a inscrição nº 197.542/03, VENHO, POR DIREITO c) Fecho opinativo (conclusão).
E MUI RESPEITOSAMENTE, solicitar a Vocês a emissão 5. Local e data.
de uma certidão de comparecimento nesta prova 6. Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista.
realizada nesta data supracitada, uma vez que hoje
estou trabalhando em turnos e preciso comprovar Observações:
meu afastamento do serviço no período da tarde, para 1. Além do Parecer Administrativo, acima conceitua-
realizar o referido exame. do, existe o Parecer Legislativo, que é uma proposi-
Nesses termos, peço aceitação do meu pedido ção, e, como tal, definido no art. 126 do Regimento
e AGUARDO DEFERIMENTO. Interno da Câmara dos Deputados.
2. O desenvolvimento do parecer pode ser dividido
Atenciosamente, em tantos itens (e estes intitulados) quantos bastem
ao parecerista para o fim de melhor organizar o as-
José da Silva dos Santos Reis. sunto, imprimindo-lhe clareza e didatismo.

Modelo
Com respeito ao texto acima, assinale a opção correta.
a) O lugar correto para a colocação da data é à esquer-
da, e não à direita, como se encontra no documento.
b) O tipo de documento adequado para tal finalidade
não é o requerimento e, sim, o o�cio.
c) Em vez do pronome de tratamento “Vocês”, o re-
LÍNGUA PORTUGUESA

dator deveria ter empregado Vossas Excelências.


d) O candidato deveria ter solicitado uma declaração,
e não uma certidão.
e) O fechamento “Atenciosamente” deveria constar
antes do pedido de deferimento.

126. (Cespe/Seger-ES) Julgue o item a seguir, com base nas


orientações acerca dos expedientes oficiais.
Em declarações, atestados e requerimentos, o local e
a data devem ser colocados ao final do documento,
antes da identificação do emitente, de acordo com o
seguinte padrão:

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EXERCÍCIOS O cronograma de trabalho a ser desenvolvido, os
quadros, os dados esta�sticos e as tabelas poderão
128. (Iades/Seap/PGDF/Técnico Jurídico) Observe o docu- ser apresentados como anexos.
mento a seguir. 3. Local e data.
4. Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s)
DISTRITO FEDERAL relator(es).
PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERAL
PROCURADORIA DE PESSOAL
Observações:
Parecer nº: 11212 1. No caso de Relatório de Viagem, aconselha-se
Processo nº: 017.001.119/2010 registrar uma descrição sucinta da participação do
servidor no evento (seminário, curso, missão oficial
Interessado: Sylvanira de Souza Aguiar e outras), indicando o período e o trecho compre-
Assunto: Requisição de Pequeno Valor
endido. Sempre que possível, o Relatório de Viagem
Trata-se do Parecer nº 11212/2010 – PROPES/PGDF, subscri- deverá ser elaborado com vistas ao aproveitamento
to pela Dra. Anita Mariana da Silva e pela Procuradora-Coordenadora efetivo das informações tratadas no evento para os
de Pessoal Celetista do Distrito Federal, Dra. CRISTINA FORT, opinando trabalhos legislativos e administrativos da Casa.
pelo regular processamento desta Requisição de Pequeno Valor – RPV, 2. Quanto à elaboração de Relatório de Atividades,
encaminhada pelo egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região,
que determinou o pagamento do valor de R$ 260,65 (duzentos e ses-
deve-se atentar para os seguintes procedimentos:
senta reais e sessenta e cinco centavos). a) abster-se de transcrever a competência formal das
Não obstante, verifica-se que a presente requisição foi expedi- unidades administrativas já descritas nas normas in-
da após 9 de dezembro de 2009, razão pela qual devem ser aplicadas as ternas;
alterações constantes dos §§9º e 10 do art. 100 da Constituição Federal, b) relatar apenas as principais atividades do Órgão;
inseridas pela Emenda Constitucional nº 62/2009.
Desse modo, conforme consulta anexa ao Sistema Integrado
c. evitar o detalhamento excessivo das tarefas exe-
de Tributação e Administração Fiscal – SITAF, observa-se que existem cutadas pelas unidades administrativas que lhe são
débitos em nome do patrono do interessado, motivo porque deverá ser subordinadas;
peticionado em juízo para que seja requerida a expedição de nova RPV, d) priorizar a apresentação de dados agregados, gran-
com a devida compensação dos valores informados. Diante do exposto, des metas realizadas e problemas abrangentes que
DEIXO DE APROVAR o opinativo em tela, tendo em vista que a RPV não
se encontra em consonância com o art. 100 da Constituição Federal.
foram solucionados;
e) destacar propostas que não puderam ser concre-
Brasília-DF, 29 de abril de 2010. tizadas, identificando as causas e indicando as prio-
ridades para os próximos anos;
JOÃO PAULO SIBERIRA LIMA f) gerar um relatório final consolidado, limitado,
Procurador-chefe da Procuradoria de Pessoal
se possível, ao máximo de 10 (dez) páginas para o
conjunto da Diretoria, Departamento ou unidade
Baseado nas normas de correspondências oficiais, as- equivalente.
sinale a alternativa correta.
a) O Parecer é um exame apurado que se faz sobre Modelo
determinado assunto, com apresentação funda-
mentada de solução e, conforme as circunstâncias, CÂMARA DOS DEPUTADOS
pode ser de opinião favorável ou contrária. ÓRGÃO PRINCIPAL
b) O �tulo e o número do processo são sempre em Órgão Secundário
letra minúscula.
c) O Parecer, por ser um documento oficial sem vin- RELATÓRIO
culação nenhuma com outra correspondência, tem Introdução
como objetivo principal fornecer subsídio para a Apresentar um breve resumo das temáticas a serem abordadas.
tomada de decisões. Em se tratando de relatório de viagem, indicar a denominação do
d) O documento acima segue as normas padronizadas evento, local e período compreendido.
pelo Manual de Redação Oficial da Presidência da
República. Tópico 1
e) Com as exigências de quórum, pareceres e publi- Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
cações, todas as demais formalidades regimentais, .........................................................................................................
ente elas os prazos, são dispensadas com a adoção .........................................................................................................
da urgência urgen�ssima. Tópico 1.1
Havendo subdivisões, os assuntos subsequentes serão apresenta-
RELATÓRIO dos hierarquizados à temática geral.
.........................................................................................................
Segundo Freitas (2004): .........................................................................................................
LÍNGUA PORTUGUESA

Tópico 2
É o relato expositivo, detalhado ou não, do funciona- Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
mento de uma instituição, do exercício de atividades .........................................................................................................
ou acerca do desenvolvimento de serviços específicos .........................................................................................................
num determinado período. Tópico 3
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
Estrutura .........................................................................................................
1. Título – RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE... .........................................................................................................
2. Texto – registro em tópicos das principais atividades Tópico 3.1
desenvolvidas, podendo ser indicados os resultados .........................................................................................................
parciais e totais, com destaque, se for o caso, para os .........................................................................................................
aspectos positivos e negativos do período abrangido.

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4. Considerações finais
DESPACHO DECISÓRIO
.........................................................................................................
Segundo o Manual de Comunicação Oficial do Governo
.........................................................................................................
do Distrito Federal (FREITAS, 2006):
Brasília, .....de .... de 200...
É o meio formal por que uma autoridade decide so-
Nome
bre solicitação recebida ou determina a adoção de
Função ou Cargo
providências sobre assunto.

Estrutura
1. cabeçalho
Exercícios de Concurso 2. denominação do documento
3. data
129. (Cespe/Crea-DF) A respeito da redação de expedientes, 4. referências
julgue o item a seguir. 5. assunto
São exemplos de documentos incluídos no conjunto 6. exposição do assunto
expedientes as atas, os relatórios, os memorandos e 7. identificação do signatário
os requerimentos. 8. rodapé

130. (Cespe/Crea-DF) A respeito da redação de expedientes, DESPACHO INTERLOCUTÓRIO


julgue o item a seguir.
O relatório é um documento que expõe o que se obser- Segundo o Manual de Comunicação Oficial do Governo
vou a respeito de uma situação específica e é redigido do Distrito Federal (FREITAS, 2006):
por comissão ou pessoa responsável pela descrição e
análise dos fatos. Difere, portanto, da ata, que é o re- É o meio formal por que uma autoridade administra-
tiva encaminha, à apreciação de outra, documento
gistro dos fatos ocorridos em reuniões ou assembleias
que havia sido submetido a sua consideração.
de entidades públicas ou particulares.
Estrutura:
DESPACHO 1. expressão introdutória (quando pertinente)
2. expressão de encaminhamento
Segundo Freitas (2004): 3. data
4. identificação do signatário
É o pronunciamento de autoridade administrativa
em petição que lhe é dirigida, ou ato relativo ao an- EXERCÍCIO
damento do processo. Pode ter caráter decisório ou
apenas de expediente. 131. (Iades/Seap/PGDF/Técnico Jurídico) Julgue o item se-
guinte acerca da redação de correspondências oficiais.
Estrutura Despacho é uma decisão emitida por uma autoridade
1. Nome do órgão principal e secundário. administrativa, sobre exposição de motivos, parecer,
2. Número do processo. informação, requerimento ou outros papéis submeti-
3. Data. dos pelas partes a seu conhecimento e solução.
4. Texto.
5. Assinatura e função ou cargo da autoridade. ATOS ADMINISTRATIVOS
Observação: O despacho pode constituir-se de uma Segundo o Manual de Comunicação Oficial do Governo
palavra, de uma expressão ou de um texto mais longo. do Distrito Federal (FREITAS, 2006):

Modelo Administração Pública, em sentido subjetivo, compre-


ende as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos
que exerçam a função administrativa e, em sentido
CÂMARA DOS DEPUTADOS objetivo, a atividade administrativa exercida pelos ór-
ÓRGÃO PRINCIPAL gãos do Governo do Distrito Federal. Para a execução
Órgão Secundário desta função, deve-se observar o que dispõe a Carta
Magna, no caput do artigo 37 – “A administração
LÍNGUA PORTUGUESA

Processo n. ...........
Em..../..../200... pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios obedecerá aos princípios de legalidade, im-
(Texto) .............................................................................................. pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.
......................................................................................................... Pode-se dizer que os atos praticados no exercício des-
......................................................................................................... sa função são atos da Administração, como esclarece
Maria Sylvia Zanella Di Pietro em sua obra Direito
Nome Administrativo: “todo ato praticado no exercício da
Função ou Cargo função administrativa é ato da Administração”.
Os atos da Administração podem ser classificados sob
diferentes aspectos e abrangem vários tipos, além

84 www.gpscursos.com.br
dos conhecidos atos administrativos. Destacam-se cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos
as comunicações oficiais, que devem observar os públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração
preceitos norteadores de elaboração dos atos ad- for empregada na linguagem adequada.
ministrativos. Assim, são apresentadas as principais Segundo Hely Lopes Meirelles, “atos administrativos
características desses atos. normativos são aqueles que contêm um comando
Segundo Di Pietro, tem-se que ato administrativo “é a geral do Executivo, visando à correta aplicação da
declaração do Estado ou de quem o represente, que lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância norma legal a ser observada pela Administração e
da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeito pelos administrados”.
a controle pelo Poder Judiciário”. Antes de ser exposta a padronização de cada um des-
ses atos e as respectivas conceituações, estruturas,
Elementos do ato administra�vo características e exemplificações, serão apresentados
O direito positivo brasileiro, na Lei n° 4.717, de 29 de alguns aspectos da técnica legislativa adotada na Ad-
junho de 1965, dispõe, em seu art. 2º, que os atos ministração Pública.
administrativos possuem cinco elementos para sua
formação, a saber: competência, finalidade, objeto, Sistemá�ca dos atos administra�vos norma�vos
forma e motivo. Assim como as leis, os atos administrativos normati-
• Competência: é a faculdade atribuída por lei a vos deverão ser estruturados de modo que suas dis-
posições se revelem coerentes entre si, organizadas
agente público para a prática do ato. A competência
em um sistema harmônico, redigidas com precisão,
administrativa é intransferível e improrrogável pela
clareza, concisão e coesão. É recomendável que eles
vontade dos interessados, entretanto, poderá ser se submetam, no que couber, às determinações da
delegada e avocada nos termos da lei. Lei Complementar nº 13, de 3 de setembro de 1996 –
• Finalidade: é o resultado que se quer alcançar com republicada no Diário Oficial do Distrito Federal de 22
a prática do ato. É o efeito mediato que o ato produz. de outubro de 1996 –, que dispõe sobre a elaboração,
Não se compreende ato administrativo sem fim pú- redação, alteração e consolidação das leis do Distrito
blico. A alteração da finalidade de interesse público Federal. Desse modo, destacam-se a seguir alguns cri-
caracteriza desvio de poder e o ato administrativo que térios de sistematização e algumas orientações gerais
não atinge o interesse público deverá ser invalidado. para a redação dos atos administrativos normativos.
• Objeto: é o efeito jurídico imediato produzido. É a
criação, a modificação ou a comprovação de situa- Critérios de sistema�zação dos atos administra�vos
ções jurídicas concernentes a pessoas, a coisas ou a norma�vos
atividades sujeitas à atuação do Poder Público. Diz-se Os atos normativos destinam-se a regulamentar
que o objeto identifica-se com o conteúdo do ato. Por grande variedade de situações e matérias e, como a
meio dele a administração manifesta o seu poder e a natureza de cada objeto condiciona – ao menos par-
sua vontade ou atesta simplesmente situações pré- cialmente – a organização de um ato, muitos são os
-existentes. Nesse sentido, o objeto deverá ser lícito, critérios de sistematização dos atos administrativos
possível, certo e moral. normativos. No entanto, algumas regras básicas de-
• Forma: a forma em que a Administração Pública verão ser adotadas e poderão ser enunciadas, ainda
deverá exteriorizar o ato administrativo constitui que exista grande margem de discricionariedade para
elemento vinculado e indispensável à sua perfeição. a escolha dos critérios a serem empregados.
A inexistência da forma induz à inexistência do ato O ato administrativo normativo deverá ser sistema-
administrativo. Como regra, a forma do ato adminis- tizado de tal modo que:
trativo é a escrita, embora existam atos consubstan- • as matérias nele contidas estejam vinculadas umas
ciados em ordens verbais, e até mesmo em sinais con- às outras por afinidade, pertinência ou conexão;
vencionais, como ocorre nas sinalizações de trânsito, • os procedimentos nele disciplinados o sejam se-
nas instruções momentâneas de superior a inferior gundo uma ordem cronológica;
hierárquico, nas determinações da polícia em casos • o critério adotado seja preservado ao longo de todo
de urgência. A rigor, ato escrito em forma legal não o ato;
se exporá à invalidade. • o texto seja disposto em unidades básicas: os ar-
• Mo�vo: é a situação de direito ou de fato que deter- tigos;
mina ou autoriza a realização do ato administrativo. • os institutos diversos sejam regulamentados se-
O motivo, como elemento integrante da perfeição do paradamente;
• as matérias afins ou conexas sejam disciplinadas
ato, pode vir expresso em lei ou pode ser deixado a
em dispositivos próximos uns dos outros;
critério do administrador.
• as matérias que guardem afinidade objetiva sejam
Tratando-se de motivo vinculado pela lei, o agente
agrupadas, segundo um mesmo critério, em �tulos,
da Administração, ao praticar o ato, fica na obrigação
LÍNGUA PORTUGUESA

capítulos, seções ou subseções.


de justificar a existência do motivo, sem o qual será
inválido ou pelo menos invalidável por ausência da Ar�culação do texto
motivação. • Os textos dos atos administrativos normativos de-
verão ser articulados e as unidades básicas dessa
Ato administra�vo norma�vo articulação serão os artigos.
Conceito: • Os artigos poderão desdobrar-se em parágrafos ou
Atos são determinações expedidas por autoridade em incisos; os parágrafos, em incisos; os incisos, em
administrativa competente que estabelecem normas alíneas; as alíneas, em itens.
ou regras, com vistas à correta aplicação da lei. • Os parágrafos, os incisos, as alíneas e os itens de-
Atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter verão ser unidades de articulação complementar do
normativos, ou estabelecem regras de conduta dos artigo e não poderão existir independentes dele.

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• O conteúdo de cada artigo deverá restringir-se a • regulamentar a matéria de modo que o objetivo
um único assunto ou princípio. almejado possa, de fato, ser alcançado com o ato
• Cada artigo poderá conter apenas uma regra, ex- normativo – eficácia;
pressa em uma única frase. • evitar restrições excessivamente burocráticas;
• O caput dos artigos não poderá ser desdobrado • identificar as normas já existentes que serão afe-
em incisos se já tiver sido complementado por pa- tadas;
rágrafos. • assegurar-se de que foram estabelecidas as me-
• Os parágrafos deverão explicar ou modificar – sem- didas necessárias à implementação das disposições
pre que possível, por meio de uma única frase – a normativas;
disposição principal de um artigo. • usar a norma culta da língua portuguesa;
• Os aspectos complementares e as exceções à regra • preferir o vocabulário jurídico consagrado pelo Di-
estabelecida no caput do artigo deverão ser expres- reito ao vocabulário comum;
sos por meio de parágrafos. • evitar as ambiguidades, os preciosismos e o empre-
• As discriminações ou enumerações deverão ser go de neologismos, de adjetivações desnecessárias
feitas por meio de incisos, alíneas ou itens. ou de vocábulos e expressões de línguas estrangeiras;
• Os incisos deverão complementar o sentido oracio- • empregar, quando a norma versar sobre assunto
nal do caput de um artigo (ou parágrafo) ou explicitar técnico, nomenclatura própria da área a que pertença
normas contidas em princípio ou termo do caput de o objeto regulamentado, salvo se vocábulos comuns
um artigo (ou parágrafo). puderem ser usados com precisão;
• As alíneas deverão complementar o sentido ora- • redigir por extenso quaisquer números indicado-
cional de um inciso – e jamais de um artigo ou de res de quantidade, fração, percentagem, medida ou
um parágrafo. valor, excetuadas as referências às datas, aos atos
• Os itens deverão complementar o sentido oracional normativos ou aos dispositivos de atos normativos e
de uma alínea – e jamais de um artigo, de um pará- aqueles números de cuja redação prejudique a com-
grafo ou de um inciso. preensão do texto;
• Os primeiros artigos dos atos administrativos nor- • expressar valores monetários em algarismos ará-
mativos extensos deverão indicar o objeto e o âmbito bicos, seguidos de sua indicação por extenso, entre
de aplicação desses atos. parênteses;
• manter a uniformidade do tempo verbal em todo
Agrupamentos de ar�gos o texto, dando preferência ao presente ou ao futuro
• Os artigos de um ato administrativo normativo po- do presente do modo indicativo;
derão reunir-se em unidades de agrupamento, de • preferir orações afirmativas às negativas e a ordem
acordo com a afinidade existente entre os assuntos direta dos termos à indireta;
de que tratam. • evitar definição de conceitos e expressões diversa
• O agrupamento de artigos terá por base o capítulo. da que constar de lei ou ato administrativo normativo
• O capítulo poderá ser dividido em duas ou mais ainda vigente;
seções e cada seção, em duas ou mais subseções. • cuidar para que seja guardada a coerência entre
• Os capítulos poderão ser agrupados em �tulo. as definições legais que se fizerem necessárias no
texto da norma;
Orientações gerais para a redação dos atos admi- • expressar as ideias, quando repetidas no texto, por
nistra�vos norma�vos meio das mesmas palavras, evitando o emprego de
Apresentam-se abaixo algumas orientações para sinonímias com propósito meramente estilístico;
auxiliar o servidor incumbido da redação de atos • explicitar, junto à primeira ocorrência, o significado
administrativos normativos. das siglas, das abreviaturas e dos sinais aos quais se
Ao redigir um ato normativo, deve-se: fizerem referência no texto;
• ter delimitado com precisão e clareza o objeto e o • indicar expressamente o dispositivo a que se faz re-
âmbito de aplicação do ato; missão, evitando expressões muitas vezes imprecisas
• ter definida a finalidade que o ato pretende alcan- como “anterior”, “seguinte” ou similares;
çar; • evitar o uso de vocábulos, expressões ou frases
• conferir se existe base legal para a expedição do ato; explicativas, esclarecedoras ou exemplificativas, tais
• cuidar para que o texto esteja em harmonia com como: “isto é”, “ou seja” e “por exemplo”;
o ordenamento jurídico, evitando assim estabelecer • explicitar, ainda que minimamente, o conteúdo dos
normas que: dispositivos dos outros atos normativos a que se faça
1. contrariem a Constituição Federal, a Lei Orgânica, remissão.
as leis ou os princípios de direito,
2. afrontem o direito adquirido, o ato jurídico perfeito Diagramação dos atos administra�vos norma�vos
LÍNGUA PORTUGUESA

ou a coisa julgada, Na diagramação dos atos administrativos normativos


3. disciplinem matéria reservada a lei, em sentido do Governo do Distrito Federal, deverão ser obser-
formal, vados os seguintes padrões de formatação, exceto
4. disponham sobre objeto diverso, ampliem ou re- quando houver ressalvas em contrário, apresentadas
duzam o âmbito de aplicação da norma legal que nas configurações específicas:
visa regulamentar,
5. tratem de matéria suficientemente regulamentada Configurações gerais
por normas já existentes – redundância, ou • O papel utilizado deverá ser branco e do tamanho
6. extrapolem a competência atribuída à autoridade A4.
expedidora; • As margens superior, inferior e direita deverão ser
• verificar a exequibilidade do ato normativo; de 2 cm, e a esquerda, de 3 cm.

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• A fonte utilizada deverá ser Times New Roman de • A numeração dos incisos de um artigo (ou de um
cor preta e de tamanho 12. parágrafo) deverá ser feita em ordem crescente e
• O uso de outras cores estará reservado apenas à ininterrupta.
impressão de emblemas, gráficos e ilustrações. • O texto de um artigo ou de um parágrafo não po-
• O espaçamento entre linhas deverá ser simples. derá desdobrar-se em um único inciso.
• O texto deverá estar com o alinhamento justificado. • O texto de um inciso deverá iniciar-se com letra
• As linhas do texto não terão recuo da margem es- minúscula – exceto quando a norma culta da língua
querda. portuguesa exigir o emprego de letra maiúscula – e
• O espaço entre �tulos, capítulos, seções, subseções, terminar com:
artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens deverá ser 1. dois-pontos, se o inciso for desdobrado em alíneas;
de 0,5 cm. 2. ponto e vírgula, se o inciso anteceder imediatamen-
• A numeração das páginas de um documento ocor- te outro inciso não for desdobrado em alíneas; ou
rerá somente a partir da segunda. 3. ponto final, nos demais casos.
• Um dos conectivos “e” ou “ou” deverá ser utilizado
Do ar�go no penúltimo inciso, depois do ponto-e-vírgula, con-
• Os artigos deverão iniciar-se com a abreviatura forme sejam os dispositivos da sequência cumulativos
ou disjuntivos, respectivamente.
“Art.” – tendo apenas a inicial em maiúsculo –, se-
guida de algarismo arábico.
Da alínea
• A numeração dos artigos de um ato normativo
• As alíneas deverão ser indicadas por meio de letras
deverá ser feita em ordem crescente e ininterrupta. minúsculas do alfabeto da língua portuguesa, segui-
• Os nove primeiros artigos de um ato normativo das do parêntese “)”.
deverão ser numerados por meio dos algarismos or- • A sequência de letras que indicam as alíneas de
dinais “1º,” “2º”; “3º”, “4º”, “5º”, “6º”, “7º”, “8º” e um inciso deverá seguir a ordem alfabética e ser
“9º”; os demais, por cardinais. ininterrupta.
• Entre a numeração em ordinais e o texto normativo, • As alíneas de um inciso seguem sequência de in-
não será colocado nenhum sinal; depois da numera- dicadores própria e independente da das alíneas de
ção em cardinal, será colocado um ponto final. outros incisos.
• O texto de um artigo deverá iniciar-se com letra • A letra indicadora de uma alínea deverá estar à
maiúscula e terminar com ponto final, salvo se for esquerda do texto normativo.
desdobrado em incisos, caso em que deverá terminar • O texto normativo de uma alínea deverá iniciar-se
com dois-pontos. com letra minúscula – exceto quando a norma culta
da língua portuguesa exigir o emprego de letra mai-
Do parágrafo úscula – e terminar com:
• Os parágrafos de um artigo que contém apenas um 1. dois-pontos, se a alínea for desdobrada em itens;
parágrafo deverão iniciar-se com a expressão “Pa- 2. ponto e vírgula, se a alínea anteceder imediata-
rágrafo único” – tendo apenas a inicial do vocábulo mente outra alínea e não for desdobrada em itens; ou
“Palavra” em maiúsculo, – seguida de ponto final. 3. ponto-final, nos demais casos.
• Os parágrafos de um artigo que contém mais de • Um dos conectivos “e” ou “ou” deverá ser utilizado
um parágrafo deverão iniciar-se com o símbolo “§”, na penúltima alínea, depois do ponto-e-vírgula, con-
seguido de algarismo arábico. forme sejam os dispositivos da sequência cumulativos
• Os parágrafos de um artigo têm numeração própria ou disjuntivos, respectivamente.
e independente da dos parágrafos de outros artigos. • O texto de um inciso não poderá desdobrar-se em
• A numeração dos parágrafos de um artigo deverá uma única alínea.
ser feita em ordem crescente e ininterrupta.
• Os nove primeiros parágrafos de um artigo deve- Do item
rão ser numerados por meio dos algarismos ordinais • A numeração dos itens deverá ser feita com alga-
“1º,” “2º”; “3º”, “4º”, “5º”, “6º”, “7º”, “8º” e “9º”; os rismos arábicos.
demais, por cardinais. • O algarismo que enumera um item deverá estar à
esquerda do texto normativo e ser seguido de ponto
• Entre a numeração em ordinais e o texto normativo,
final.
não será colocado nenhum sinal; depois da numera-
• Os itens de uma alínea têm numeração própria e
ção em cardinal, será colocado um ponto final.
independente da dos itens de outras alíneas.
O texto de um parágrafo deverá iniciar-se com letra • A numeração dos itens de uma alínea deverá ser
maiúscula e 1. dois-pontos, se o parágrafo for desdo- feita em ordem crescente e ininterrupta.
brado em incisos; ou 2. ponto-final, nos demais casos. • O texto normativo de um item deverá iniciar-se
LÍNGUA PORTUGUESA

com letra minúscula – exceto quando a norma culta


Do Inciso da língua portuguesa exigir o emprego de letra mai-
• A numeração dos incisos deverá ser feita com alga- úscula – e terminar com:
rismos romanos em maiúsculo. 1. ponto e vírgula, se o item anteceder imediatamen-
• O algarismo que enumera os incisos deverá estar te outro item, uma alínea, ou um inciso; ou
à esquerda do texto normativo e separado dele por 2. ponto-final, nos demais casos.
meio de um hífen. • Um dos conectivos “e” ou “ou” deverá ser utilizado
• O hífen deverá ser separado do algarismo e do texto no penúltimo item, depois do ponto e vírgula, confor-
normativo do inciso por meio de espaço em branco. me sejam os dispositivos da sequência cumulativos
• Os incisos de um artigo (ou de um parágrafo) têm ou disjuntivos, respectivamente.
numeração própria e independente da dos incisos de • O texto de uma alínea não poderá desdobrar-se
outros artigos (ou parágrafos). em um único item.

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Dos capítulos, das subseções, das seções e dos �- • A denominação do órgão emitente ou a da auto-
tulos ridade signatária do ato deverá ser completa e sem
• A denominação das unidades de agrupamento de- abreviações, escrita em caixa alta, precedida do artigo
verá conter: definido a ela adequado e junto à margem esquerda.
1. o nome do tipo da unidade; • O fundamento legal da competência para a emissão
2. o algarismo romano em maiúsculo, que enumera do ato deverá separar-se por vírgula da denominação
a unidade; e do autor.
3. o nome do assunto disciplinado na unidade. • A ordem de execução consistirá em apenas uma das
• As denominações das unidades de agrupamento seguintes expressões, escrita em caixa alta e seguida
deverão estar centralizadas. de dois-pontos:
• O nome do assunto tratado em cada unidade de •DECRETA” ou ‘‘RESOLVE’’; a primeira, se o ato for
agrupamento deverá ser iniciado pela preposição um decreto numerado; a segunda, nos demais atos
“De”, contraída com o artigo apropriado: “o”, ”a”, administrativos normativos.
”os”, ”as”.
• O nome do tipo da unidade de agrupamento e o Do texto norma�vo: cláusulas revogatória e de vi-
algarismo que a enumera deverão estar separados gência
por um espaço em branco. • O espaço entre o texto normativo e o preâmbulo
• O nome do assunto disciplinado na unidade de deverá ser de 0,5 cm se o texto for articulado; caso
agrupamento deverá estar na linha abaixo à do nome
contrário, não haverá espaço entre esses campos.
do tipo da unidade.
• O último artigo do texto normativo é, usualmente,
• Os nomes das unidades que sejam capítulo ou �tulo
reservado para a apresentação dos atos ou das partes
e os nomes dos assuntos nelas disciplinados deverão
ser grafados em caixa alta. dos atos que, em face do novo regulamento, ficam
• Os nomes das unidades que sejam seção ou sub- revogados.
seção e os nomes dos assuntos nelas disciplinados • A revogação deverá ser específica, isto é, indicar
deverão ser grafados com apenas as iniciais em mai- precisamente os dispositivos que ficam revogados.
úsculo, excetuadas a dos artigos e das preposições. • A cláusula revogatória genérica – “Revogam-se as
disposições em contrário.” – deverá ser evitada, uma
Das remissões vez que desnecessária; a derrogação de um dispo-
• As remissões a dispositivo de ato normativo iniciam- sitivo anterior será tácita e decorrente da simples
-se pelo artigo, que, quando seguido do respectivo incompatibilidade com a nova disciplina conferida
número, é indicado pela abreviatura “art.” ou “arts.”, à matéria.
conforme haja referência a um ou a mais de um arti- • Caso não haja a revogação de nenhum dispositivo
go, respectivamente. normativo, o ato administrativo normativo não pos-
• Caso existam, as remissões a unidades de articu- suirá cláusula revogatória.
lação complementares do artigo deverão seguir-se • O início da vigência do ato administrativo normativo
ao número do artigo, devendo a da unidade mais é, usualmente, disposto no penúltimo artigo do texto
abrangente preceder a da menos – emprega-se, en- normativo, antecedendo a cláusula de revogação. É
tão, a vírgula como sinal de separação das remissões recomendável que a expressão “entra em vigor na
às diferentes unidades. data de sua publicação” seja utilizada apenas nos
• Os parágrafos, quando seguidos do respectivo nú- atos normativos de menor repercussão; nos de maior,
mero, deverão ser indicados pela abreviatura “§” ou sugere-se que seja estabelecido período de vacância
“§§”, conforme haja referência a um ou mais pará- razoável para que deles se tenha amplo conhecimen-
grafos, respectivamente. to e que seja utilizada a cláusula “Este(a) nome do ato
administrativo normativo entra em vigor após decor-
Da ementa ridos a quantidade de dias de sua publicação oficial.”.
• O espaço entre a ementa e a epígrafe deverá ser
de 0,5 cm. Do fecho
• A síntese do conteúdo ou da finalidade do ato admi- • O espaço entre o fecho e o texto normativo deverá
nistrativo normativo deverá estar a 8 cm da margem ser de 0,5 cm.
esquerda. • O fecho dos atos normativos deverá indicar, na
• A ementa deverá ser uma frase iniciada por um primeira linha, o local e a data e, na segunda, as
verbo na terceira pessoa do singular do presente do referências ao ano em que se estiver em relação à
indicativo. Proclamação da República e à inauguração de Brasília
• A expressão “e dá outras providências” deverá ser
como Capital do Brasil.
evitada.
• O local deverá ser composto apenas pelo nome da
• O ato administrativo normativo cuja finalidade prin-
cidade e separado da data por vírgula.
LÍNGUA PORTUGUESA

cipal seja a de alterar outro deverá incluir, em sua


ementa, a ementa do ato alterado. • Na indicação das datas, o dia e o ano deverão ser
expressos por algarismos arábicos; não se utilizará
Do preâmbulo zero à esquerda, nem ponto para separar a casa dos
• O espaço entre o preâmbulo e o campo anterior milhares; o primeiro dia deverá ser grafado em or-
deverá ser de 0,5 cm. dinal e o mês, por extenso, com inicial minúscula.
• O preâmbulo inicia-se com a denominação do ór- • A frase que expressa o local e a data deverá estar
gão emitente (ou do cargo da autoridade signatária) centralizada e encerra-se com ponto final.
do ato administrativo normativo, seguida da funda- • Na linha abaixo a do local e da data, deverá constar
mentação legal da competência para a emissão do os anos em que se esteja em relação à Proclamação
ato, e encerra-se com a apresentação da ordem de da República e à inauguração de Brasília como Capital
execução. do Brasil, centralizados e apresentados por meio de

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algarismos ordinais e da expressão “da República e Modelo
de Brasília”.
• O número de anos de República será alterado anu-
almente no dia 1º de janeiro, o de Brasília, em 21 APOSTILA
de abril.
• O fecho jamais poderá iniciar uma página; havendo
necessidade, transfere-se o último artigo do texto O (função) ...........................................................................
normativo para junto dele. esclarece/declara que ...........................................................................
.............................................................................
Da iden�ficação do signatário
• Se o signatário for o Governador, o nome completo
da autoridade deverá ser grafado centralizado, em
Brasília, em ...............................
caixa alta, sem o efeito de negrito e estar a 2 cm do
fecho.
Nome
• Se o signatário não for o Governador, o nome com-
Função ou cargo
pleto da autoridade deverá ser grafado centralizado,
sem os efeitos de caixa alta e de negrito, apenas com
as iniciais maiúsculas (excetuados os artigos e as pre-
posições), e estar a 2 cm do fecho. Portaria
• Na linha abaixo à do nome, deverá ser apresenta-
do, por extenso, o cargo ou a função do signatário Segundo Freitas (2004):
– salvo se este for o Governador do Distrito Federal
–, sem os efeitos de caixa alta e de negrito, apenas É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabe-
com as iniciais maiúsculas, excetuados os artigos e lece regras, baixa instruções para aplicação de leis ou
as preposições. trata da organização e do funcionamento de serviços
• A identificação do signatário jamais poderá iniciar dentro de sua esfera de competência.
uma página; havendo necessidade, transfere-se o
último artigo do texto normativo para junto dela. Estrutura
• Acima do nome, deverá constar a assinatura do 1. Título: PORTARIA, numeração e data.
signatário. 2. Ementa: síntese do assunto.
• Os nomes completos dos Secretários de Estado que, 3. Preâmbulo e fundamentação: denominação da
em cumprimento ao art. 105, parágrafo único, inciso autoridade que expede o ato e citação da legislação
II, da Lei Orgânica do Distrito Federal, referendarem o pertinente, seguida da palavra “resolve”.
decreto ou o ato assinado pelo Governador deverão 4. Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser
estar grafados a 3 cm do nome do Governador, sem dividido em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
os efeitos de caixa alta e de negrito, com apenas as 5. Assinatura: nome da autoridade competente e
iniciais em maiúsculo, excetuadas as dos artigos e das indicação do cargo.
preposições.
Observações:
Apos�la 1. Certas portarias contêm considerandos, com as
razões que justificam o ato. Neste caso, a palavra
Segundo Freitas (2004): “resolve” vem depois deles.
2. A Ementa justifica-se em portarias de natureza
É o aditamento que se faz a um documento com o normativa.
objetivo de efetuar retificação, atualização, escla- 3. Em portarias de matéria rotineira, como nos casos
recimento ou fixar vantagens, evitando-se assim a de nomeação e exoneração, por exemplo, suprime-
expedição de um novo �tulo ou documento. -se a ementa.

Estrutura Modelo
1. Título: APOSTILA, centralizado.
2. Texto: exposição sucinta da retificação, esclareci- CÂMARA DOS DEPUTADOS
mento, atualização ou fixação da vantagem, com a ÓRGÃO PRINCIPAL
menção, se for o caso, onde o documento foi pu-
Órgão Secundário
blicado.
3. Local e data.
4. Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade
PORTARIA N. ....., de.. ../ .... /200...
LÍNGUA PORTUGUESA

que constatou a necessidade de se efetuar a apostila.


(Ementa)
Observações:
1. Não deve receber numeração, sendo que, em caso
O (FUNÇÃO), no uso das atribuições que lhe confere o
de documento arquivado, a apostila deve ser feita
(legislação), resolve:
abaixo dos textos ou no verso do documento.
2. Em caso de publicação do ato administrativo ori-
Art. 1º ...............................................................................
ginário, a apostila deve ser publicada com a menção
expressa do ato, número, dia, página e no mesmo
Nome
meio de comunicação oficial no qual o ato adminis-
trativo foi originalmente publicado, a fim de que se Função
preserve a data de validade.

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Ordem de Serviço 3. texto normativo
4. fecho
Segundo Freitas (2004): 5. identificação do signatário

É o instrumento que encerra orientações detalhadas Configurações específicas:


e/ou pontuais para a execução de serviços por órgãos • o papel utilizado deverá ser o padrão para decreto,
subordinados da administração. com o Brasão do Distrito Federal impresso em alto
relevo seco;
14.1 Estrutura • a margem superior deverá ser de 7 cm, a inferior e
1. Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data. a direita de 2 cm e a esquerda de 3 cm;
2. Preâmbulo e fundamentação: denominação da au- • a epígrafe deverá estar centralizada, grafada em
toridade que expede o ato (em maiúsculas) e citação caixa alta e com o efeito de negrito;
da legislação pertinente ou por força das prerrogativas • a denominação do ato deverá compor-se da expres-
do cargo, seguida da palavra “resolve”. são ‘‘DECRETO’’, seguida: do número do ato e da data
3. Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser de expedição se o decreto for numerado, ou apenas
dividido em itens, incisos, alíneas, etc. da data de expedição se o decreto não for numerado;
4. Assinatura: nome da autoridade competente e • a data de expedição deverá separar-se do número
indicação da função. do ato por meio de vírgula, nos decretos numerados;
• a epígrafe encerra-se com ponto final.
Observação: A Ordem de Serviço se assemelha à
Portaria, porém possui caráter mais específico e de- Do texto norma�vo:
talhista. Objetiva, essencialmente, a otimização e a • o texto normativo deverá seguir as orientações e os
racionalização de serviços. padrões apresentados na seção Sistemática dos Atos
Administrativos Normativos deste manual, exceto por
não ser articulado se o decreto for não numerado.
Modelo
Observações:
CÂMARA DOS DEPUTADOS • Os decretos numerados, na maioria das vezes, dis-
ÓRGÃO PRINCIPAL põem sobre regras gerais e abstratas que se dirigem
Órgão Secundário a todas as pessoas que se encontram numa mesma
situação; os não numerados, sobre assuntos indivi-
ORDEM DE SERVIÇO N. ......, DE ..... / ...... /200... duais, tais como nomeação, designação, exoneração,
punição, concessão de férias, dispensas etc.
O (FUNÇÃO), no uso de suas atribuições e/ou tendo em • Nos decretos numerados, no final do texto cor-
vista o disposto (legislação), resolve .................................................. respondente ao preâmbulo, vem escrito a palavra
........................................................................................................... “DECRETA”.
• Nos decretos não numerados, no final do texto cor-
Nome respondente ao preâmbulo, vem escrito a palavra
Função “RESOLVE”.
• Quando o decreto é publicado com incorreção, de-
verá ser remetido para republicação, contendo um
Decreto (*) do lado direito da epígrafe do decreto e com a
seguinte observação abaixo: “Republicado por haver
Conforme o Manual de Comunicação Oficial do Governo saído com incorreção do original, publicado no DODF
do Distrito Federal (2006): nº ...., de..... de ...... de 200... .

Segundo Hely Lopes Meirelles, decretos “são atos Projeto de Lei


administrativos da competência exclusiva dos chefes
do Executivo, destinados a prover situações gerais Segundo o Manual de Comunicação Oficial do Governo
ou individuais, abstratamente previstas, de modo do Distrito Federal (2006):
expresso, explícito ou implícito, pela legislação”.
Instrumento utilizado para propor à Câmara Legis-
. Decreto numerado
lativa do Distrito Federal a criação, transformação e
. Decreto não numerado (reservado para assuntos extinção de cargos e a fixação dos respectivos venci-
de pessoal) mentos, bem como outros assuntos de interesse do
Governo do Distrito Federal.
Estrutura do Decreto numerado:
LÍNGUA PORTUGUESA

1. epígrafe Estrutura:
2. ementa 1. Título do documento, centralizado, em letras mai-
3. preâmbulo úsculas, negrito, formado pela expressão PROJETO DE
4. texto normativo LEI ou PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR, conforme o
5. fecho caso, seguida de espaços para o número sequencial
6. identificação do signatário e para a data correspondente por extenso.
7. referenda, se for o caso 2. Ementa
3. Preâmbulo
Estrutura do Decreto não numerado: 4. Texto do projeto de lei, seguido da cláusula de
1. epígrafe vigência e, se for o caso, da cláusula de revogação.
2. preâmbulo 5. Local e data por extenso, centralizados.

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6. Indicativos ordinais centralizados, referentes ao recidos sobre a exigência legal para ter direito aos be-
total de anos decorridos desde a programação da ne�cios da Previdência Social: é necessário que façam
República e desde a inauguração de Brasília como a inscrição e contribuam em dia. (Ata)
Capital do Brasil.
134. (Cespe/PGR) Julgue se o trecho a seguir está grama-
Resolução ticalmente correto e se corresponde a fragmento do
gênero de texto indicado entre parênteses.
Segundo Freitas (2004):
ATENÇÃO
É o ato pelo qual órgãos colegiados estabelecem Os empregados domésticos, contribuintes individuais
normas, diretrizes e orientações para consecução e facultativos poderão usar o número do PIS/PASEP
de certos objetivos. (caso tenha tido algum vínculo emprega�cio) para con-
1. cabeçalho tribuir a Previdência Social. Dessa forma, o trabalhador
2. epígrafe é dispensado de fazer novo cadastro, ou seja, nova
3. ementa inscrição. (Relatório)
4. preâmbulo
5. texto normativo 135. (Cespe/PGR) Julgue se o trecho a seguir está grama-
6. local e data ticalmente correto e se corresponde a fragmento do
7. identificação dos signatários gênero de texto indicado entre parênteses.
8. rodapé Vimos solicitar informação quanto a necessidade de
o contribuinte individual (autônomos, empresários e
Configurações específicas:
equiparados) recolher a Previdência Social uma alíquo-
ta de 20% do salário recebido no mês. (Parecer)
Da epígrafe:
• o espaço entre a denominação do ato e o cabeçalho
deverá ser de 1 cm; 136. (Cespe/PGR) Julgue se o trecho a seguir está grama-
• a epígrafe deverá estar centralizada, grafada em ticalmente correto e se corresponde a fragmento do
caixa alta e com o efeito de negrito; gênero de texto indicado entre parênteses.
• a denominação do ato deverá compor-se da ex- Em resposta a sua consulta esclarecemos que, no caso
pressão ‘‘RESOLUÇÃO’’, seguida do numero do ato e de prestação de serviços a empresa, o repasse pela
data de expedição. empresa empregadora ao INSS terá a alíquota de 11%.
(Requerimento)
Do local e data:
• o local e a data deverão estar centralizados e o espa- GABARITO
ço entre eles e texto normativo deverá ser de 0,5 cm;
• os demais padrões de formatação são os apresen- 1. C 32. C 63. E
tados na seção Diagramação, da Introdução deste 2. E 33. E 64. C
manual. 3. C 34. C 65. E
4. C 35. C 66. E
Da iden�ficação dos signatários:
• a resolução deverá ser assinada por todos os mem- 5. E 36. E 67. E
bros do órgão colegiado; 6. C 37. E 68. E
• a identificação de cada um dos signatários deverá 7. E 38. d 69. E
seguir os padrões apresentados na seção Diagrama- 8. E 39. C 70. C
ção, da Introdução deste manual, exceto por se ad- 9. C 40. C 71. C
mitir que uma esteja ao lado da outra, quando forem 10. E 41. C 72. E
muitos os signatários. 11. C 42. E 73d.
12. C 43. C 74. c
Observações: 13. E 44. E 75. C
– Os padrões de formatação do cabeçalho e do ro- 14. E 45. C 76. E
dapé são os apresentados na seção Diagramação, da 15. E 46. C 77. a
Introdução deste manual. 16. C 47. C 78. c
17. E 48. E 79. c
EXERCÍCIOS 18. C 49. E 80. discursiva
19. C 50. E 81. discursiva
132. (Cespe/PGR) Julgue se o trecho a seguir está grama-
ticalmente correto e se corresponde a fragmento do 20. E 51. E 82. C
21. E 52. C 83. E
LÍNGUA PORTUGUESA

gênero de texto indicado entre parênteses.


Vimos esclarecer que a inscrição é a formalização do 22. C 53. C 84. C
cadastro na Previdência Social por meio da apresen- 23. C 54. C 85. E
tação de documentos para a comprovação de dados 24. C 55. d 86. E
pessoais e outras informações necessárias à caracte- 25. C 56. C 87. E
rização profissional do trabalhador. (O�cio) 26. E 57. C 88. C
27. E 58. E 89. E
133. (Cespe/PGR) Julgue se o trecho a seguir está grama- 28. C 59. c 90. C
ticalmente correto e se corresponde a fragmento do 29. E 60. C 91. C
gênero de texto indicado entre parênteses. 30. C 61. C 92. E
Os Conselheiros reunidos chegaram ao consenso de 31. C 62. E 93. E
que os trabalhadores devem ser informados e escla-

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94. E 109. C 124. E
95. E 110. b 125. d
96. C 111. C 126. C
97. E 112. C 127. C
98. E 113. E 128. a
99. c 114. E 129. C
100. E 115. C 130. C
101. E 116. E 131. C
102. C 117. b 132. C
103. discursiva 118. E 133. C
104. discursiva 119. E 134. E
105. C 120. E 135. E
106. E 121. E 136. E
107. E 122. E
108. E 123. E
LÍNGUA PORTUGUESA

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMAS - TO
SUMÁRIO

Legislação do Sistema Único de Sáude


1. SUS: conceitos, fundamentação legal, financiamento, princípios, diretrizes e articulação com serviços de saúde.......3

2. Organização do Sistema Único de Saúde − SUS: comissões intergestores, Conselhos Nacionais e suas
respectivas composições.................................................................................................................................................18

3. Controle Social: organização social e comunitária. Sistema Único de Saúde e Política Social......................................20

4. Constituição Federal de 1988 (Arts. 196 ao 200).........................................................................................................27

5. Lei Orgânica de Saúde - Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências...................................................................................................................................................................60

6. Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema
Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde
e da outras providências.................................................................................................................................................69

7. Decreto nº 7508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para
dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde – SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde
e a articulação interfederativa........................................................................................................................................70

8. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo
a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)..................81
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE
Celson Ricardo

AÇÕES E PROGRAMAS DO SUS ainda uma área restrita ao usuário do SUS onde é possível
imprimir seu cartão, verificar o Registro das Ações e Serviços
Cartão Nacional de Saúde de Saúde dos quais fez uso. Nesta área restrita, é preciso
realizar o passo-a-passo para obter login de acesso.
O Cartão Nacional de Saúde (CNS) é o documento de O cidadão poderá saber os nomes dos profissionais de
identificação do usuário do SUS. Este registro contém as saúde que o atenderam, o período, o nome da unidade de
informações dos pacientes da rede pública de saúde, o que saúde e os procedimentos clínicos e cirúrgicos realizados.
possibilita a criação do histórico de atendimento de cada Isso traz transparência e possibilita ao cidadão participar da
cidadão, por meio do acesso às Bases de Dados dos sistemas fiscalização e do aprimoramento do SUS.
envolvidos neste histórico.
Pré-cadastro
Sobre o programa Caso você não possua o cartão, o Portal Saúde do Cidadão
também disponibiliza uma área para fazer o pré-cadastro
O Cartão Nacional de Saúde (CNS) é o documento de e gerar um protocolo de atendimento, que será usado por
identificação do usuário do SUS. Este registro contém as uma unidade de atendimento para validar as informações e
informações dos indivíduos, como: dados pessoais (nome, emitir o Cartão Nacional de Saúde.
nome da mãe, data de nascimento, etc.), contatos (telefo- O objetivo fundamental do Cartão Nacional de Saúde é
nes, endereço, e-mails) e documentos (CPF, RG, Certidões, possibilitar ao Sistema Único de Saúde (SUS) a capacidade
etc.) Atualmente, o número do CNS é utilizado nos sistemas de identificação individualizada dos usuários. Ou seja, cada
informatizados de saúde que demandam identificação dos cidadão tem um número de CNS que facilita seu acesso ao
indivíduos, sejam usuários, operadores ou profissionais de Sistema.
saúde. Dessa forma, o CNS possibilita a criação do histórico A partir do cadastramento, da emissão do cartão e com
de atendimento de cada cidadão no Sistema Único de Saúde a integração dos sistemas, será possível identificar o usuá-
(SUS), por meio do acesso às Bases de Dados do sistema de rio em todos os seus contatos com o SUS e acompanhar a
atenção básica, sistema hospitalar, sistema de dispensação sua evolução, melhorando o atendimento dos cidadãos e o
de medicamentos, etc. planejamento das ações de saúde.
Com os CNS, o usuário do SUS pode conferir as infor-
mações de suas internações hospitalares, com dados sobre Orientações para cadastramento
atendimento ambulatorial de média e alta complexidade e O objetivo fundamental do Cartão Nacional de Saúde é
aquisição de medicamentos no programa Farmácia Popular. possibilitar ao Sistema Único de Saúde (SUS) a capacidade
O sistema do Cartão identifica o indivíduo para garantir a de identificação individualizada dos usuários. Ou seja, cada
cidadania, coordena informações para humanizar o atendi- cidadão tem um número de CNS que facilita seu acesso ao
mento e padroniza os procedimentos para democratizar o Sistema.
uso do recurso público. A partir do cadastramento e da emissão do cartão, e com
a integração dos sistemas tendo o número do CNS como cha-
Quais são os bene�cios de ter o CNS ve integradora, será possível identificar o usuário em todos
• Rapidez na identificação do usuário os seus contatos com o SUS e acompanhar a sua evolução
• Localização do prontuário pelo número do cartão dentro do Sistema, com efeitos na atenção individual e no
• Vinculação de: profissional, usuário, estabelecimen- planejamento das ações de saúde.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


to de saúde e atendimento
• Registro dos atendimentos realizados Princípios do Sistema do Cartão Nacional de Saúde
• Registro do agendamento e execução de consultas e – Privacidade: qualquer informação identificadora ou
exames diretamente relacionada com os usuários, decorrente da
• Dispensação de medicamentos utilização do cartão, tem caráter confidencial e está sujeita
às normas éticas e legais que regulam o acesso aos registros
Atualização de dados cadastrais de saúde e aos prontuários médicos. O uso indevido está
O CNS faz parte da política do e-Saúde, que utiliza essas sujeito às sanções legais, civis, administrativas e penais, se
bases de dados de pessoas, estabelecimentos, procedi- comprovada a quebra de sigilo.
mentos, como forma de propor ações estratégicas para a – Garan�a de acesso: o cidadão não poderá ter negado
formulação de políticas de saúde de forma integrada. Com seu acesso aos serviços de saúde ou sofrer qualquer tipo de
isso, é possível organizar a rede de atenção à saúde e a ges- coação por não possuir o CNS. Os sistemas de informática e
tão do SUS, facilitar o atendimento ao cidadão e qualificar bases de dados, direta e indiretamente relacionados ao CNS,
o trabalho dos gestores e profissionais da área da Saúde. devem ser administrados pelos gestores públicos de saúde
Diante disso, percebe-se o impacto e a amplitude do uso nas três esferas de governo e na iniciativa privada ou estar
das tecnologias de informação e de telecomunicação na sob sua coordenação e responsabilidade.
gestão da saúde pública. O acesso a essas informações dá – Instrumento de implementação do SUS: o Cartão
ao cidadão a possibilidade de participar da fiscalização e do Nacional de Saúde e os sistemas associados representam
aprimoramento do SUS. estratégias e instrumentos de apoio à plena implementação
O Portal Saúde do Cidadão permite ao usuário do SUS do SUS, sendo resultado de investimentos públicos para
consultar o número do CNS. É necessário preencher algumas a produção e uso de informações necessárias à gestão da
informações pessoais. O Portal de Saúde do Cidadão possui Saúde no país.

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– Validade em todo o País: o Cartão Nacional de Saúde é – executar, de acordo com a qualificação de cada profis-
válido em todo o País e deve contribuir para a integração dos sional, os procedimentos de vigilância à saúde e de vigilância
sistemas de informação e para o atendimento em saúde no epidemiológica, nos diversos ciclos da vida;
Brasil, criando e mantendo uma base nacional de registros – garantir a continuidade do tratamento, pela adequada
eletrônicos de saúde do cidadão. referência do caso;
Saiba mais: h�p://portalms.saude.gov.br/acoes-e-pro- – prestar assistência integral, respondendo de forma
gramas/cartao-nacional-de-saude con�nua e racionalizada à demanda, buscando contatos com
indivíduos sadios ou doentes, visando promover a saúde por
Estratégia Saúde da Família (ESF) meio da educação sanitária;
A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca promover a – promover ações intersetoriais e parcerias com organi-
qualidade de vida da população brasileira e intervir nos zações formais e informais existentes na comunidade para
fatores que colocam a saúde em risco, como falta de ativi- o enfrentamento conjunto dos problemas;
dade �sica, má alimentação e o uso de tabaco. Com atenção – discutir, de forma permanente, junto à equipe e à co-
integral, equânime e con�nua, a ESF se fortalece como uma munidade, o conceito de cidadania, enfatizando os direitos
porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). de saúde e as bases legais que os legitimam;
– incentivar a formação e/ou participação ativa nos con-
Sobre o programa selhos locais de saúde e no Conselho Municipal de Saúde.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca promover a Saiba mais em: h�p://portalms.saude.gov.br/acoes-e-pro-
qualidade de vida da população brasileira e intervir nos fa- gramas/saude-da-familia
tores que colocam a saúde em risco, como falta de atividade
�sica, má alimentação, uso de tabaco, dentre outros. Com Polí�ca Nacional de Humanização (HumanizaSUS)
atenção integral, equânime e con�nua, a ESF se fortalece A Política Nacional de Humanização (PNH) – Humani-
como a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). zaSUS existe desde 2003 para efetivar os princípios do SUS
A proximidade da equipe de saúde com o usuário per- no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando
mite que se conheça a pessoa, a família e a vizinhança. Isso a saúde pública no Brasil e incentivando trocas solidárias
garante uma maior adesão do usuário aos tratamentos e às entre gestores, trabalhadores e usuários. A PNH deve estar
presente e inserida em todas as políticas e programas do SUS.
intervenções propostas pela equipe de saúde. O resultado
é mais problemas de saúde resolvidos na Atenção Básica,
Sobre o programa
sem a necessidade de intervenção de média e alta comple-
A Política Nacional de Humanização (PNH), como política
xidade em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h)
transversal ao SUS perpassa diferentes ações, Políticas Pú-
ou hospital.
blicas e instâncias gestoras, foi constituída em 2003 e tem
A Equipe de Saúde da Família está ligada à Unidade
como foco a efetivação dos princípios do SUS no cotidiano
Básica de Saúde (UBS) local. Esse nível de atenção resolve
das práticas de atenção e gestão, qualificando a Saúde Pú-
80% dos problemas de saúde da população. Entretanto, se
blica no Brasil.
a pessoa precisar de um cuidado mais avançado, a ESFfaz
A PNH é vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde do
este encaminhamento.
Ministério da Saúde (SAS) e conta com uma equipe técnica
sediada em Brasília (DF), que realiza apoio técnico ao terri-
Composição da ESF tório através das Secretarias Estaduais de Saúde por meio de
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é composta por acompanhamento aos Projetos de implementação da PNH,
equipe multiprofissional que possui, no mínimo, médico que considera a análise dos problemas e desafios visando
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

generalista ou especialista em saúde da família ou médico de mudanças no modelo de atenção e gestão e sua indissocia-
família e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista bilidade, tendo como foco as necessidades dos cidadãos,
em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem e a produção de saúde e o próprio processo de trabalho em
agentes comunitários de saúde (ACS). saúde, valorizando os trabalhadores e as relações sociais
Também há equipe de Saúde Bucal, composta por no trabalho.
cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da
família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. O que é humanização no SUS?
O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% A valorização dos diferentes sujeitos implicados no pro-
da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas cesso de produção de saúde: usuários, trabalhadores e ges-
por agente e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não tores. Fomento da autonomia e do protagonismo dos sujeitos
ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas e dos coletivos envolvidos no processo de saúde, visando
por equipe. aumento do grau de corresponsabilização, humanização da
Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável gestão e participação dos trabalhadores nos processos de
por, no máximo, 4.000 pessoas de uma determinada área, decisão e estabelecimento de vínculos solidários na produção
que passam a ter corresponsabilidade no cuidado com a de saúde em rede.
saúde.
Estrutura da PNH
A�vidades básicas de uma equipe de Saúde da Família: Princípios
– conhecer a realidade das famílias pelas quais são res- Método
ponsáveis e identificar os problemas de saúde mais comuns Diretrizes
e situações de risco aos quais a população está exposta; Dispositivos

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Princípios cido de acordo com a necessidade do paciente, a partir do
Transversalidade atendimento de diferentes equipes.

A Política Nacional de Humanização (PNH) deve se fazer Atenção Domiciliar


presente e estar inserida em todas as políticas e programas A Atenção Domiciliar (AD) é uma forma de atenção à
do SUS. A PNH busca transformar as relações de trabalho a saúde, oferecida na moradia do paciente e caracterizada por
partir da ampliação do grau de contato e da comunicação um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e
entre as pessoas e grupos, tirando-os do isolamento e das tratamento de doenças e reabilitação, com garantia da conti-
relações de poder hierarquizadas. nuidade do cuidado e integrada à Rede de Atenção à Saúde.
Transversalizar é reconhecer que as diferentes especiali- Com abordagens diferenciadas, esse tipo de serviço está
dades e práticas de saúde estão conectadas na produção do disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com
cuidado e podem conversar com a experiência daquele que a necessidade do paciente, esse cuidado em casa pode ser
é assistido. Juntos, esses saberes podem produzir saúde de realizado por diferentes equipes. Quando o paciente preci-
forma corresponsável. sa ser visitado com menos frequência, por exemplo, uma
A política é transversal porque se baseia em método e vez por mês, e já está mais estável, este cuidado pode ser
modo de fazer, assumindo uma função meio para qualificação realizado pela equipe de Saúde da Família/Atenção Básica
do SUS. Desta forma, se aplica a todas as demais políticas, de sua referência. Já os casos de maior complexidade são
práticas e espaços do SUS, uma vez que não se identifica acompanhados pelas equipes multiprofissional de atenção
especificamente a nenhum objeto em si e sim a todo o SUS. domiciliar (EMAD) e de apoio (EMAP), do Serviços de Atenção
Domiciliar (SAD) – Melhor em Casa.
Rede HumanizaSUS A Atenção Domiciliar proporciona ao paciente um cuida-
Trata-se de uma arena aberta pela Política Nacional de do ligado diretamente aos aspectos referentes à estrutura
Humanização (Coordenação Geral da PNH no Ministério da familiar, à infraestrutura do domicílio e à estrutura oferecida
Saúde) para ampliar o diálogo em torno de seus princípios, pelos serviços para esse tipo de assistência. Dessa forma,
métodos e diretrizes. A Rede HumanizaSUS é uma rede social evita-se hospitalizações desnecessárias e diminui o risco de
das pessoas interessadas e/ou já envolvidas em processos infecções. Além disso, melhora a gestão dos leitos hospitala-
res e o uso dos recursos, bem como diminui a superlotação
de humanização da gestão e do cuidado no SUS. O objetivo
de serviços de urgência e emergência.
é criar uma rede de colaboração, que permita o encontro,
Os pacientes que precisam de equipamentos e outros
a troca, a afetação recíproca, o afeto, o conhecimento,
recursos de saúde e demandam maior frequência de cuida-
o aprendizado, a expressão livre, a escuta sensível, a polifo-
do, com acompanhamento con�nuo, também podem ser
nia, a arte da composição, o acolhimento, a multiplicidade
assistidos pelo Melhor em Casa.
de visões, a arte da conversa, a participação de qualquer um.
Saiba mais em: http://portalms.saude.gov.br/acoes-
e-programas/melhor-em-casa-servico-de-atencao-domiciliar
Método e Disposi�vos da PNH
Por método entende-se a condução de um processo ou
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Quali-
o seu modo de caminhar (meta = fim; hodos = caminho).
dade da Atenção Básica (PMAQ)
A PNH caminha no sentido da inclusão, nos processos de O PMAQ-AB tem como objetivo incentivar os gestores e
produção de saúde, dos diferentes agentes implicados nestes as equipes a melhorarem a qualidade dos serviços de saúde
processos. oferecidos aos cidadãos do território. Para isso, propõe um
conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento
Efeitos esperados: e avaliação do trabalho das equipes de saúde, a partir do

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


– redução de filas e do tempo de espera, com ampliação repasse de recursos do incentivo federal para os municípios
do acesso; participantes que atingirem a melhoria no padrão de quali-
– atendimento acolhedor e resolutivo baseado em cri- dade no atendimento.
térios de risco; O programa eleva o repasse de recursos do incentivo
– implantação de modelo de atenção com responsabi- federal para os municípios participantes que atingirem me-
lização e vínculo; lhora no padrão de qualidade no atendimento. O programa
– garantia dos direitos dos usuários; foi lançado em 2011 e agora, em 2015, inicia seu 3º ciclo
– valorização do trabalho na saúde; com a participação de todas as equipes de saúde da Atenção
– gestão participativa nos serviços. Básica (Saúde da Família e Parametrizada), incluindo as equi-
pes de Saúde Bucal, Núcleos de Apoio à Saúde da Família e
Saiba mais em: http://portalms.saude.gov.br/acoes- Centros de Especialidades Odontológicas que se encontrem
e-programas/humanizasus em conformidade com a PNAB.
Saiba mais em: http://portalms.saude.gov.br/acoes-
Serviço de Atenção Domiciliar – Melhor em Casa e-programas/programa-de-melhoria-do-acesso-e-da-
A atenção domiciliar (AD) é a forma de atenção à saú- qualidade-da-atencao-basica-pmaq
de oferecida na moradia do paciente e caracterizada por
um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção Polí�ca e Programa Nacional de Plantas Medicinais e
e tratamento de doenças e reabilitação, com garantia da Fitoterápicos
continuidade do cuidado e integrada à Rede de Atenção à A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
Saúde. Com abordagens diferenciadas, esse tipo de serviço foi criada em 2006, pelo Decreto nº 5.813. As diretrizes da
está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é ofere- política foram detalhadas como ações no Programa Nacional

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de Plantas Medicinais e Fitoterápicos – Portaria Interminis- Saiba mais em: h�p://portalms.saude.gov.br/acoes-e-
terial nº 2.960/2008 – , assinada por 10 ministérios: Casa programas/politica-nacional-de-praticas-integrativas-e-
Civil; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Cultura; Ciência, complementares-pnpic
Tecnologia e Inovação; Desenvolvimento Agrário; Desen-
volvimento Social e Combate à Fome; Desenvolvimento, Polí�ca Nacional de Saúde Bucal (PNSB)
Indústria e Comércio Exterior; Integração Nacional; Meio A principal meta da Política Nacional de Saúde Bucal é a
Ambiente e Saúde. O objetivo da Política e do Programa reorganização da prática e a qualificação das ações e serviços
é “garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso oferecidos no país, reunindo medidas para garantir ações
racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal dos
o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da brasileiros de todas as idades, com ampliação do acesso ao
cadeia produtiva e da indústria nacional”. tratamento odontológico gratuito por meio do SUS.

O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitote- Sobre o programa


rápicos propõe: O acesso dos brasileiros à Saúde Bucal vem aumentando
− inserir plantas medicinais, fitoterápicos e serviços desde 2003, com a criação do Programa Brasil Sorridente.
relacionados à Fitoterapia no SUS, com segurança, Como parte da Política Nacional de Saúde Bucal, o programa
eficácia e qualidade, em consonância com as diretrizes do governo federal reúne uma série de medidas para garan-
da Política Nacional de Práticas Integrativas e Comple- tir ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde
mentares no SUS; bucal dos brasileiros. Afinal, a saúde da boca é fundamental
− promover e reconhecer as práticas populares e tra- para a saúde geral e para a qualidade de vida da população.
dicionais de uso de plantas medicinais e remédios A principal meta do Brasil Sorridente é a reorganização
caseiros; da prática e a qualificação das ações e serviços oferecidos,
− promover a inclusão da agricultura familiar nas cadeias reunindo ações em Saúde Bucal voltadas para os cidadãos
e nos arranjos produtivos das plantas medicinais, in- de todas as idades, com ampliação do acesso ao tratamento
sumos e fitoterápicos; odontológico gratuito aos brasileiros, por meio do Sistema
− construir e/ou aperfeiçoar marco regulatório em todas Único de Saúde (SUS).
as etapas da cadeia produtiva de plantas medicinais Dentre as linhas de ação do Brasil Sorridente, desta-
e fitoterápicos, a partir dos modelos e experiências cam-se a reorganização da Atenção Básica em Saúde Bucal
existentes no Brasil e em outros países, promovendo (implantação das equipes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde
a adoção das boas práticas de cultivo, manipulação e da Família), a ampliação e qualificação da atenção especia-
produção de plantas medicinais e fitoterápicos; lizada (implantação de Centros de Especialidades Odonto-
− desenvolver instrumentos de fomento à pesquisa, de- lógicas e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias) e a
senvolvimento de tecnologias e inovações em plantas viabilização da adição de flúor nas estações de tratamento de
medicinais e fitoterápicos, nas diversas fases da cadeia águas de abastecimento público. O Brasil Sorridente também
produtiva; contempla o Brasil Sorridente Indígena e apresenta interface
− desenvolver estratégias de comunicação, formação com outras ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde,
técnico-cien�fica e capacitação no setor de plantas o que ajuda a compreender seu alcance.
medicinais e fitoterápicos; Saiba mais em: http://portalms.saude.gov.br/acoes-
− promover o uso sustentável da biodiversidade. e-programas/politica-nacional-de-saude-bucal

Saiba mais em: http://portalms.saude.gov.br/acoes- Proadi-SUS


LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

e-programas/programa-nacional-de-plantas-medicinais-e- Desenvolvido para colaborar com o fortalecimento


fitoterapicos-ppnpmf do Sistema Único de Saúde (SUS), o Programa de Apoio
ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS) é
Polí�ca Nacional de Prá�cas Integra�vas e Complemen- financiado com recursos de isenção fiscal (COFINS e cota
tares (PNPIC) patronal do INSS), concedidos aos hospitais filantrópicos de
O campo das práticas integrativas e complementares excelência reconhecidos pelo Ministério da Saúde, e que
contempla os sistemas médicos complexos e os recursos apoiam a promoção da melhoria das condições de saúde
terapêuticos, também chamado de medicina tradicional da população brasileira.
e complementar/alternativa (MT/MCA) pela Organização
Mundial da Saúde (OMS). Tais sistemas e recursos envolvem Sobre o programa
abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais Desenvolvido para colaborar com o fortalecimento do
de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio Sistema Único de Saúde (SUS), o Programa de Apoio ao
de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde
acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico (PROADI-SUS) é financiado com recursos de isenção fiscal,
e na integração do ser humano com o meio ambiente e a concedida aos hospitais filantrópicos, com excelência reco-
sociedade. Com a publicação da Política Nacional de Práti- nhecida pelo Ministério da Saúde. O Programa visa promover
cas Integrativas e Complementares (PNPIC), a homeopatia, a melhoria das condições de saúde da população.
as plantas medicinais e fitoterápicas, a medicina tradicional Para tanto, o PROADI-SUS permite a transferência,
chinesa/acupuntura, a medicina antroposófica e o termalis- desenvolvimento e incorporação de novos conhecimentos
mo socialcrenoterapia foram institucionalizados no Sistema e práticas em áreas estratégicas para o SUS através da exe-
Único de Saúde (SUS). cução de projetos de apoio e na prestação de serviços de

6 www.gpscursos.com.br
saúde ambulatoriais e hospitalares, enquadrados em áreas mados exercentes (�sicos, cirurgiões-barbeiros, barbeiros,
específicas, estabelecidas pela Lei nº 12.101, de 27 de no- boticários etc.). O pajé, com suas ervas e cantos, e os boticá-
vembro de 2009. rios, que viajavam pelo Brasil Colônia, eram as únicas formas
de assistência à saúde, além do auxílio das Santas Casas de
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO Misericórdia. Para se ter uma ideia, em 1789, havia no Rio
de Janeiro, apenas quatro médicos.
DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL Com a chegada da família real portuguesa em 1808, as
necessidades da corte forçaram a criação das duas primeiras
Introdução escolas de medicina do país: o Colégio Médico-Cirúrgico no
Real Hospital Militar da Cidade de Salvador e a Escola de
A saúde de uma população, nítida expressão das suas Cirurgia do Rio de Janeiro. E foram essas as únicas medidas
condições concretas de existência, é resultante, entre outras governamentais até a República.
coisas, da forma como é estabelecida a relação entre o Estado No ano de 1810, o Alvará de 2 de janeiro determina a
e a sociedade. A ação do Estado no sentido de proporcionar construção de Lazareto para quarentena de viajantes e an-
qualidade de vida aos cidadãos é feita por intermédio das coradouro especial para embarcações suspeitas, inclusive
Políticas Públicas e, dentre as políticas voltadas para a pro- com taxas públicas para este serviço de saúde. Trata-se de
teção social, estão as Políticas de Saúde. um dos primeiros regulamentos para o controle sanitário de
O Estado, entendido como a expressão maior da orga- pessoas/viajantes, cargas/mercadorias e embarcações nos
nização política de uma sociedade, surge como um aper- portos no Brasil.
feiçoamento das relações entre os indivíduos de uma dada O primeiro hospital da Misericórdia no Brasil teve como
organização social. fundador o colono Braz Cubas, cujo hospital, inaugurado
Para que possamos analisar a realidade hoje existente é entre 1540 e 1547, recebeu o nome de “Santos” em home-
necessário conhecer os determinantes históricos envolvidos nagem a um similar existente em Lisboa. O segundo hospital
neste processo. Assim como somos frutos do nosso passado e foi fundado em Vitória, Espírito Santo, entre 1545 e 1555,
da nossa história, o setor saúde também sofreu as influências tendo o padre José de Anchieta como capelão; o terceiro foi
de todo o contexto político-social pelo qual o Brasil passou em Olinda, em 1560; o quarto, em Ilhéus em 1564 e o quinto
ao longo do tempo. na Bahia entre 1549 e 1572. No Rio de Janeiro foi fundado o
Cuidados de saúde e despesa com saúde estão na sexto hospital brasileiro da Misericórdia, em 1585.
agenda de reformas políticas e governamentais, por As Misericórdias, durante quatro séculos, ocuparam e
toda parte, inclusive no Brasil, onde esses serviços estão assumiram, praticamente, com exclusividade, o papel do
enfrentando um desafio da solidificação de um sistema Estado na garantia da oferta de ações e serviços de saúde,
público de saúde. além de outros serviços de natureza pública.
Não existia, até aquele momento, nenhum direito previ-
Conceito de Saúde Pública denciário assegurado aos trabalhadores e em algumas com-
panhias, especialmente em São Paulo, existiam sociedades
Saúde pública é a ciência e a arte de evitar doenças, beneficentes com ação limitada a prestar socorros médicos
prolongar a vida e desenvolver a saúde �sica e men- e fornecer medicamentos aos trabalhadores pobres e seus
tal e a eficiência, através de esforços organizados da dependentes.
comunidade para o saneamento do meio ambiente, o Desde essas primeiras ações, a evolução da implantação
controle de infecções na comunidade, a organização de um modelo público de saúde no Brasil passou por várias
de serviços médicos e paramédicos para o diagnósti- fases até consolidar com o Sistema Único de Saúde, onde
co precoce e o tratamento preventivo de doenças, e foram necessários grandes esforços, muita luta política, com

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


o aperfeiçoamento da máquina social que irá asse- envolvimento da sociedade civil organizada, dos médicos,
gurar a cada indivíduo, dentro da comunidade, um sindicatos em prol da criação de uma política pública de saú-
padrão de vida adequado à manutenção da saúde de que venha atender as necessidades de sua população. A
(apud Rouquayrol, 1994), reconhecem-se hoje, den- seguir essa evolução até os dias de hoje.
tro do campo da saúde pública, objetivos cada vez
mais específicos, relacionados aos fatores que dizem O Período de 1900-1922
respeito aos ambientes, biológico, �sico e social e
as maneiras pelas quais eles poderiam representar Com a Proclamação da República, estabeleceu-se uma
riscos, traduzíveis em ameaças à saúde e à qualidade forma de organização Jurídico-Política �pica do estado ca-
de vida (FORATTINI, 2000). pitalista. No entanto, essa nova forma de organização do
aparelho estatal assegurou apenas as condições formais da
A Evolução Histórica da Saúde Pública no Brasil representação burguesa clássica, especialmente à adoção
do voto direto pelo sufrágio universal.
A história da organização de ações e serviços públicos de As ações de saúde desenvolvidas no Brasil no início da
saúde no Brasil é muito recente. Para analisarmos a história chamada República Velha (1889-1930) eram concentradas
das políticas de saúde no país, faz-se necessário entender no Distrito Federal (Rio de Janeiro) e direcionadas às doenças
o processo histórico de sua instalação, desde os primeiros epidêmicas que prejudicavam o comércio nos portos brasilei-
passos até os princípios atuais que regem esse sistema. ros. As campanhas contra a febre amarela e outras doenças
No período colonial, a ação do Estado no setor saúde foi eram organizadas em função das necessidades comerciais e
insignificante. O modelo exploratório nem pensava nessas não de acordo com as necessidades de saúde da população.
coisas. As ações de saúde eram desenvolvidas pelos cha- A assistência médica era prestada à população de baixa renda

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por meio das instituições de caridade, pois a assistência à te combatido pela oposição. O novo regulamento sanitário
saúde pública e privada era de baixa qualidade. somente seria aprovado em janeiro de 1904, mesmo assim,
A tradição de controle político pelos grandes proprietários bastante mutilado. Para erradicar a varíola, o sanitarista con-
(o coronelismo) impôs ainda normas de exercício do poder venceu o Congresso a aprovar a Lei da Vacina Obrigatória (31
que representavam os interesses capitalistas dominantemente de outubro de 1904), que permitia que brigadas sanitárias,
agrários. Apenas a eleição do Presidente da República pelo acompanhadas por policiais, entrassem nas casas para aplicar
voto direto, de quatro em quatro anos, produziu lutas efetivas a vacina à força.
em que se condensavam os conflitos no interior do sistema. Isso não impediu que Oswaldo Cruz desencadeasse, já
A varíola era a principal causa de morte no século XIX. Era em abril de 1903, a campanha contra a febre amarela e, no
claro a falta de um modelo sanitário para o País, onde deixava começo de 1904, o combate à peste bubônica. Em 1906, ao
as cidades brasileiras à mercê das epidemias. No início do sécu- encerrar-se o mandato de Rodrigues Alves, as esta�sticas de
lo XX, a cidade do Rio de Janeiro apresentava um quadro sani- mortalidade e morbidade dessas doenças testemunhavam
tário caótico caracterizado pela presença de diversas doenças o êxito das campanhas. Sua derrota se deu no combate à
graves que acometiam à população, como a varíola, a malária, varíola, travado em 1904.
a febre amarela e, posteriormente, a peste. Este quadro aca- Em novembro de 1904, a vacinação contra a varíola tor-
bou gerando sérias consequências, tanto para a saúde coletiva nou-se obrigatória. Essa vacinação obrigatória foi o estopim
quanto para outros setores como o do comércio exterior, visto para que o povo, já profundamente insatisfeito com o “bota-
que os navios estrangeiros não mais queriam atracar no porto -abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Esse fato
do Rio de Janeiro em razão da situação sanitária existente na desencadeou o movimento intitulado à “Revolta da Vacina”.
cidade ou porque eram submetidos a frequentes quarentenas. Durante uma semana, a “Liga Contra a Vacinação Obri-
Foram, por essa razão, os alvos prioritários das campanhas gatória” enfrentou as forças da polícia e do exército até ser
sanitárias implementadas nesse período. reprimido com violência. O episódio transformou, no perío-
Em 23 de julho de 1900, era inaugurado o Instituto So- do de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém-reconstruída
roterápico Federal, com a presença de várias autoridades e cidade do Rio de Janeiro numa praça de guerra, onde foram
pessoas ilustres, conforme cobertura da imprensa da época. erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados.
Em 1902, Oswaldo Cruz assumiu a direção geral do Instituto. A reação popular levou o governo a suspender tempora-
De 1902 a 1906, o então presidente Rodrigues Alves, jun- riamente a obrigatoriedade da vacina e a declarar estado de
tamente com o Prefeito Engenheiro Pereira Passos e Oswaldo sítio (16 de novembro). A rebelião foi contida, deixando 50
Cruz, a exemplo de Haussmann em Paris, “promoveram uma mortos e 110 feridos. Centenas de pessoas foram presas e,
grande reforma urbanística no Rio de Janeiro que incluiu o muitas delas, deportadas para o Acre. Após a Revolta da Va-
lançamento de um programa de saneamento, inclusive de cina, no final daquele ano, faria sentir seus efeitos em 1908,
moradias, buscando instituir os critérios básicos de norma- com o violento surto de varíola. Ao reassumir o controle
lidade – a moradia higiênica –, a partir dos quais se poderia, da situação, o processo de vacinação foi reiniciado, tendo a
então, classificar parte do estoque habitacional existente como varíola, em pouco tempo, sido erradicada da capital.
subnormal. É proposta a erradicação da epidemia de febre-
-amarela na cidade do Rio de Janeiro. Na reforma de Oswaldo
Cruz (1904) foi criada a Diretoria Geral de Saúde Pública, a qual
destinava-se a atender aos problemas de saúde da capital do
país e prosseguir na defesa sanitária dos portos brasileiros.
Oswaldo Cruz, convidado a assumir a Direção Geral da
Saúde Pública, criou as Brigadas Mata Mosquitos, grupos de
funcionários do Serviço Sanitário que invadiam as casas para
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

desinfecção e extermínio dos mosquitos transmissores da


febre amarela. Iniciou também a campanha de extermínio
de ratos considerados os principais transmissores da peste
bubônica, espalhando raticidas pela cidade e mandando o
povo recolher os resíduos.
O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, Enciclopédia Delta Universal – Charge sobre a revolta da vacina- 1904
com a derrubada de casarões e cortiços e o consequente
despejo de seus moradores. A população apelidou o mo- Este modelo de intervenção ficou conhecido como Sani-
vimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de tarismo Campanhista, e foi concebido dentro de uma visão
grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios militar em que os fins justificam os meios, e no qual o uso
de cinco ou seis andares. da força e da autoridade eram considerados os instrumentos
A população, humilhada pelo poder público autoritário preferenciais de ação.
e violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de
família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes Onda Higienista
sanitários do governo.
Para assegurar o sucesso das campanhas, Oswaldo Cruz Financiada pelo Estado, esse movimento é conhecido
passou a defender a reforma dos serviços de saúde, sem o como o Nascimento da Política de Saúde Brasileira que foi
que não seria possível superar a dualidade de atribuições descrita com as Políticas Sociais.
existentes entre a prefeitura da capital e o governo federal. Em seguida, entre setembro de 1905 e fevereiro de 1906,
Em maio de 1903, o projeto de lei relativo ao assunto co- Oswaldo Cruz realizou uma longa viagem de inspeção aos
meçou sua lenta tramitação no Congresso, sendo duramen- portos marítimos e fluviais do Brasil. Pretendia detalhar um

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plano para a reorganização dos serviços de saúde desses por- As características das CAPs eram:
tos, a exemplo do que estava sendo feito na capital, de modo • natureza civil;
a protegê-los de eventuais invasões da peste e da cólera. • implantada por empresas;
Para dar continuidade ao Sanitarismo Campanhista em • facultativo (por adesão);
substituição a Oswaldo Cruz, foi escolhido o Dr. Carlos Chagas • contribuição de empregado e empregadores (bipartite);
que já trabalhava na Diretoria Geral de Saúde Pública e, em • reconhecia a assistência médica como direito dos be-
19 de março de 1906, transferiu-se para o Instituto Oswaldo neficiários (amplitude);
Cruz. Foi solicitado, no ano seguinte, pela Diretoria Geral, a • não atendia os trabalhadores Rurais.
organizar o saneamento na Baixada Fluminense, onde estava
acontecendo obras para a captação e bombeamento de água A lei que regulamentou a criação das Caixas de Aposenta-
ao Rio de Janeiro. dorias e Pensões (CAPs) tem sido indicada como o momento
Em função das péssimas condições de trabalho existentes inicial da responsabilização do Estado pela regulação da con-
e da falta de garantias de direitos trabalhistas, o movimento cessão de bene�cios e serviços, especialmente da assistên-
operário organizou e realizou duas greves gerais no país, uma cia médica. Tratava-se de organizações de direito privado,
criadas para grupos específicos de servidores e organizadas
em 1917 e outra em 1919. Através destes movimentos os
segundo princípios de seguro social, ou seja, um modelo em
operários começaram a conquistar alguns direitos sociais,
que os bene�cios dependiam das contribuições dos segura-
como a saúde.
dos (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER, 2005).
1920 – Novo marco importante da evolução sanitária bra-
A lei deveria ser aplicada a todos os trabalhadores. Para
sileira com a reforma de Carlos Chagas que, reorganizando os
que fosse aprovada no Congresso Nacional, dominado na sua
Serviços de Saúde Pública, criou o Departamento Nacional de maioria pela oligarquia rural, foi imposta à condição de que
Saúde Pública. A regulamentação desse diploma legal sofreu este bene�cio não seria estendido aos trabalhadores rurais.
substituição e modificações até a publicação do decreto em Fato que na história da previdência do Brasil perdurou
1923, que vigorou como Regulamento Sanitário Federal por até a década de 1960, quando foi criado o Funrural. Assim
muitos anos então ligado ao Ministério da Justiça e introduziu foi aprovada contemplando somente o operariado urbano.
a propaganda e a educação sanitária na técnica rotineira de Tratando-se de um sistema por empresa, restrito ao
ação, inovando o modelo campanhista de Oswaldo Cruz que âmbito das grandes empresas privadas e públicas, as CAPs
era puramente fiscal e policial. possuíam administração própria para os seus fundos, for-
Criaram-se órgãos especializados na luta contra a tuber- mada por um conselho composto de representantes dos
culose, a lepra e as doenças venéreas. A assistência hos- empregados e dos empregadores.
pitalar, infantil e a higiene industrial se destacaram como O Estado não participava propriamente do custeio das
problemas individualizados. Expandiram-se as atividades de Caixas, que, de acordo com o determinado pelo art. 3º da
saneamento para outros estados, além do Rio de Janeiro, e Lei Eloy Chaves, era mantido por empregados das empresas
criou-se a Escola de Enfermagem Anna Nery. (3% dos respectivos vencimentos); empresas (1% da renda
bruta); e consumidores dos serviços destas. Essa experiência
O Período de 1923-1929 foi considerada o marco inicial da Previdência Social no Brasil.
1929 – Ocorre a Queda da Bolsa de Nova York gerando
Em janeiro de 1923, inspirado pela legislação Argentina crise mundial, inclusive no Brasil com a crise do café.
sobre a previdência social, o Deputado Eloy Chaves apresen-
tou um Projeto de Lei que propunha a instituição da Caixa de O Período de 1930-1945
Aposentadoria e Pensões (CAPs) para os ferroviários, em cada
uma das empresas de estrada de ferro, “sem ônus para os co- Com a revolução de 1930, Getúlio Vargas assume a presi-
fres públicos”. Esse projeto de lei foi aprovado pelo Congresso dência do país, onde permanecerá por 15 anos. Assim sendo

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


e sancionado pelo Presidente da República, transformando- e fazendo frente aos anseios populares, são criados o salário
-se no Decreto nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923, conhecido mínimo e o Código de Leis Trabalhistas (CLT).
mais tarde como “Lei Eloy Chaves”. Esta caixa de proteção O regime de concessão de bene�cios das caixas é al-
social foi influenciada também pelo modelo previdenciário terado. Em 1932, inicia-se a estruturação de uma série de
inglês de seguro e propunha atender: “socorros médicos em Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPS), organizados
caso de doença em sua pessoa ou pessoa de sua família, não mais por empresas e sim por categoria profissional (ma-
rítimos, comerciários e bancários), o que permite a inclusão
que habite sob o mesmo teto e sob a mesma economia;
de um grande número de trabalhadores pertencentes a pe-
medicamentos obtidos por preço especial determinado pelo
quenas empresas que no regime das caixas não puderam
Conselho de Administração; aposentadoria; e a pensão para
ser beneficiados.
seus herdeiros em caso de morte”.
Todo o processo de gestão dos institutos é centralizado
Além das aposentadorias e pensões, os fundos proviam
nas mãos do Estado, os percentuais de contribuição dos tra-
os serviços funerários, médicos, conforme explicitado no balhadores aumentam progressivamente e os bene�cios são
art. 9º da Lei Eloy Chaves: marcadamente restringidos, especialmente no que tange à
assistência médica, inicialmente sob o pretexto da crise eco-
I – socorros médicos em caso de doença em sua pes- nômica instalada no país e, depois, sob o discurso da capita-
soa ou pessoa de sua família, que habite sob o mesmo lização desses valores, para fazer frente ao possível “boom”
teto e sob a mesma economia; de beneficiários que se apresentariam em alguns anos.
II – medicamentos obtidos por preço especial deter- É criado um percentual de contribuição para o estado, ca-
minado pelo Conselho de Administração; racterizando-se assim um regime tripartite de financiamento.
III – aposentadoria; Em 1933, foi criado o primeiro Instituto de Aposenta-
IV – pensão para seus herdeiros em caso de morte. doria e Pensões: o dos Marítimos (IAPM). Seu decreto de

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constituição definia, no art. 46, os bene�cios assegurados signasse e ainda que, a seu juízo, devesse incluir ou não, a
aos associados: prestação de assistência médica relativa a outros serviços
médicos especializados.
a) aposentadoria; A 2ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1950,
b) pensão em caso de morte para os membros de suas no Rio de Janeiro, ressaltou a importância do fortalecimento
famílias ou para os beneficiários, na forma do art. 55; de estudos e de definição de normas com vistas a uma maior
c) assistência médica e hospitalar, com internação equidade na resolução dos problemas de saúde no Brasil.
até trinta dias; Em 25 de julho de 1953, pela iniciativa da Lei nº 1.920,
d) socorros farmacêuticos, mediante indenização durante o Governo do Presidente Getúlio Vargas, foi criado
pelo preço do custo acrescido das despesas de ad- o Ministério da Saúde.
ministração. Quanto à organização de serviços, o fato mais marcan-
[...] te foi a criação, em 1956, do Departamento Nacional de
§ 2º O custeio dos socorros mencionados na alínea c Endemias Rurais (DNERU), com a finalidade de organizar e
não deverá exceder à importância correspondente ao executar os serviços de investigação e combate às principais
total de 8% da receita anual do Instituto, apurada no patologias evitáveis desse período, dentre elas a malária,
exercício anterior, sujeita a respectiva verba à apro- leishmaniose, doença de chagas, peste, brucelose, febre
vação do Conselho Nacional do Trabalho. amarela, esquistossomose e outras endemias existentes no
país. É implantada a campanha nacional contra a lepra e das
Paralelamente a este movimento, em 1930, a saúde pú- campanhas de controle e erradicação de doenças, como a
blica foi transferida para o novo Ministério da Educação e malária, de 1958 a 1964.
Saúde Pública (MESP) por meio do Departamento Nacional A Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, sancionada pelo
de Saúde Pública. Na década de 1930, surgiram inúmeros Presidente Juscelino Kubitschek, instituiu a Lei Orgânica da
sanatórios para tratamento de doenças como a tuberculo- Previdência Social (LOPS). As instituições de previdência so-
se e a hanseníase, somando-se aos manicômios públicos já cial foram constituídas como serviço público descentralizado
existentes, caracterizando a inclusão do modelo hospitalar da União, com personalidade jurídica de natureza autárquica.
de assistência médica. Foram considerados beneficiários da previdência so-
Foi neste período que surgiram também os Departamen- cial, na qualidade de “segurados”, todos os que exerciam
tos Estaduais de Saúde, precursores das futuras Secretarias emprego ou atividade remunerada no território nacional;
Estaduais de Saúde, implantando-se, progressivamente, uma e, seus “dependentes”. Essa lei padronizou os bene�cios a
rede de postos e centros de saúde estaduais, voltados ao serem concedidos pelos diferentes institutos e extingue a
controle das doenças endêmicas e epidêmicas. contribuição tripartite, cabendo ao Estado, a partir daí, arcar
Em 1939, regulamenta-se a justiça do trabalho e em 1943 apenas com as despesas administrativas da própria máquina
é homologada a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). previdenciária.
A 1ª Conferência Nacional de Saúde ocorreu em 1941, Foram excluídos dos bene�cios da lei os servidores civis e
durante o governo de Getúlio Vargas, sua concepção era cura- militares da União, dos Estados, Municípios e dos Territórios
tiva e não preventiva, com defesa sanitária da população, bem como os das respectivas autarquias, que estivessem
assistência social aos indivíduos e às famílias, proteção da sujeitos a regimes próprios de previdência; e, os trabalha-
maternidade, da infância e da adolescência. dores rurais assim entendidos, os que cultivassem a terra,
Em relação às ações de saúde coletiva, esta é a época do os empregados domésticos e uma gama de trabalhadores
auge do sanitarismo campanhista. Em 1937, é criado o primei- urbanos informais.
ro órgão de saúde de dimensão nacional. O Serviço Nacional de De 9 a 15 de dezembro de 1963, realizou-se no Rio de
Febre Amarela; em 1939, o Serviço de Malária do Nordeste; e Janeiro a 3ª Conferência Nacional de Saúde, dez anos após
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

em 1940, o Serviço de Malária da Baixada Fluminense. a criação do Ministério da Saúde.


No período de 1938-1945, o Departamento Nacional de No dia 31 de março de 1964, um golpe de Estado liderado
Saúde é reestruturado e dinamizado, articulando e centra- pelos chefes das Forças Armadas colocou fim à agonizante
lizando as atividades sanitárias de todo o país. Em 1942, democracia populista. Sob o pretexto de combater o avanço
é criado o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), que do comunismo e da corrupção e garantir a segurança nacio-
possibilitou a interiorização das ações de saúde pública no nal, os militares impuseram ao País um regime ditatorial e
Norte e Nordeste do país, financiadas com recursos dos EUA puniram todos os indivíduos e instituições que se mostraram
interessados na extração da borracha e manganês, num mo- contrários ao movimento autoproclamado Revolução de 64.
mento crucial (Segunda Guerra Mundial) e em que a malária Em 21 de novembro de 1966, o Governo Militar de
estava descontrolada. Humberto Castello Branco publicou o Decreto-Lei nº 72,
que unificou os Institutos de Aposentadorias e Pensões sob
O Período de 1946-1966 a denominação de Instituto Nacional de Previdência Social
(INPS), como órgão de administração indireta da União, com
O Decreto nº 27.664, de 30 de dezembro de 1949, do personalidade jurídica de natureza autárquica. Na medida em
Presidente Eurico Gaspar Dutra, instituiu o Serviço de As- que todo o trabalhador urbano com carteira assinada era au-
sistência Médica Domiciliar e de Urgência da Previdência tomaticamente contribuinte e beneficiário do novo sistema,
Social, para os assegurados e beneficiários dos Institutos e foi grande o volume de recursos financeiros capitalizados.
Caixas de Aposentadorias e Pensões que eram prestados Com a unificação dos Institutos de Aposentadoria e
pelas “comunidades de serviços”. Sob a denominação de Pensões (IAPs) no Instituto Nacional de Previdência Social
Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência da (INPS), em 1966, concentraram-se todas as contribuições
Providência Social (Samdu), eram sediados no Instituto ou previdenciárias (incluindo a dos trabalhadores do comércio,
Caixa que o Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio de- da indústria e dos serviços), ao mesmo tempo em que o

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novo órgão passou a gerir as aposentadorias, as pensões A primeira fase do regime militar, até 1974, caracterizou-
e a assistência médica de todos os trabalhadores formais, -se pelo chamado “milagre brasileiro”, onde se operou uma
embora excluíssem dos bene�cios os trabalhadores rurais e grande reorientação na administração estatal, inclusive no
uma gama de trabalhadores urbanos informais. Ele vai gerir setor da saúde.
todas as aposentadorias, pensões e assistência médica dos Em 1975, o modelo econômico implantado pela ditadu-
trabalhadores do país. ra militar entra em crise. A população com baixos salários,
Com esta unificação, a arrecadação da previdência au- contidos pela política econômica e pela repressão, passou
menta tanto que passa a ser quase igual à do orçamento a conviver com o desemprego e as suas graves consequên-
nacional, mas seu perfil é assistencialista e não tem nenhum cias sociais, como aumento da marginalidade, das favelas,
controle das classes assalariadas (COHN & ELIAS, 1996). Fi- da mortalidade infantil. O modelo de saúde previdenciário
cam excluídos desse modelo os trabalhadores rurais. começa a mostrar as suas mazelas:
• por ter priorizado a medicina curativa, o modelo pro-
O Período de 1966-1979 posto foi incapaz de solucionar os principais problemas
de saúde coletiva, como as endemias, as epidemias
A primeira dessas iniciativas de incluir o trabalhador rural
e os indicadores de saúde (mortalidade infantil, por
foi o Estatuto do Trabalhador Rural, de 2 de março de 1963,
que regulamentou os sindicatos rurais, instituiu a obrigato- exemplo);
riedade do pagamento do salário mínimo aos trabalhadores • aumentos constantes dos custos da medicina curativa,
rurais e criou o Fundo de Assistência e Previdência do Tra- centrada na atenção médico-hospitalar de complexi-
balhador Rural (FAPTR), posteriormente, em 1969, denomi- dade crescente;
nado Funrural. Na prática, a cobertura previdenciária aos • diminuição do crescimento econômico com a respec-
trabalhadores rurais não se concretizou, pois os recursos tiva repercussão na arrecadação do sistema previden-
(financeiros e administrativos) necessários à sua efetivação ciário reduzindo as suas receitas;
não foram previstos na legislação. • incapacidade do sistema em atender a uma população
Apenas com a publicação da Lei Complementar nº 11, de cada vez maior de marginalizados que, sem carteira as-
1971, foi criado o bene�cio e implementado a partir de 1972 sinada e contribuição previdenciária, se viam excluídos
com o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural/Fundo do sistema;
de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural (Proru- • desvios de verba do sistema previdenciário para cobrir
ral/Funrural), assistia os trabalhadores rurais, pescadores (a despesas de outros setores e para realização de obras
partir de 1972) e garimpeiros (a partir de 1975), oferecendo por parte do governo federal; e
bene�cios precários de aposentadoria por idade aos 65 anos, • o não repasse pela União de recursos do tesouro na-
limitados ao cabeça do casal e tendo meio salário mínimo cional para o sistema previdenciário visto ser esse tri-
como teto. partite (empregador, empregado e União).
Em 1967, de 30 de agosto a 4 de setembro, no Rio de
Janeiro, realizou-se a 4ª Conferência Nacional de Saúde, que
A 5ª Conferência Nacional de Saúde, realizada entre 5 a
teve como tema central “Recursos Humanos para as Ativi-
dades de Saúde”. As conclusões desta Conferência ecoaram 8 de agosto de 1975, teve como objetivo “analisar as ques-
nos meios governamentais e acadêmicos ao se constatar a tões políticas e de administração sanitária buscando-se o
falta de formação profissional orientada para a solução dos desenvolvimento do nível local, o aprimoramento das vias
problemas de saúde do País. Os recursos humanos para a de intercomunicação, a uniformização dos métodos de ava-
saúde foram tratados como “capital humano”. liação, sem preocupações casuísticas”.
Em 1970, é criado a Superintendência de Campanhas
de Saúde Pública (Sucam), órgão dotado de autonomia ad- Em 1976, o Programa de Interiorização das Ações de
ministrativa e financeira, competia programar, organizar, Saúde e Saneamento (Piass) foi uma proposta para a efe-

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coordenar, controlar, avaliar e supervisionar a execução de tivação da atenção primária da saúde, com hierarquização
atividades de erradicação e controle de endemias em todo do sistema, a ser implantado de forma descentralizada e
o território nacional. universalizada. Este programa não chegou a ser implanta-
Na década de 1970, a assistência médica financiada pela do em todo o País, porque a metodologia adotada era para
Previdência Social conheceu seu período de maior expansão experiências piloto e obteve resultados significativos como
em número de leitos disponíveis, em cobertura e em volume em Montes Claros, Minas Gerais; em Caruaru, Pernambuco;
de recursos arrecadados, além de dispor do maior orçamento e em alguns municípios da Bahia.
de sua história. Entretanto, os serviços médicos prestados O Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Sa-
pelas empresas privadas aos previdenciários eram pagos por
neamento (Piass), estrutura básica de saúde e saneamento
Unidade de Serviço (US) e essa forma de pagamento tornou-
em municípios com menos de 20 mil habitantes, propôs:
-se uma fonte incontrolável de corrupção.
A construção ou a reforma de inúmeras clínicas e hos- • regionalização e hierarquização;
pitais privados com dinheiro público, mais especificamente • grande investimento em atenção primaria;
com recursos financeiros da Previdência Social, associada • plano comum de aplicação de recursos federais e es-
ao enfoque na medicina curativa, foi concomitante à gran- taduais;
de expansão das faculdades particulares de medicina por • redirecionamento dos recursos para a rede pública;
todo o País. O INPS financiou a fundo perdido as empresas • federação brasileira de hospitais;
privadas que desejassem construir seus hospitais (ESCOREL; • associação brasileira de medicina de grupo;
NASCIMENTO; EDLER, 2005). • clientelismo.
Em 1974, para centralizar a administração da política
previdenciária foi criado o Ministério da Previdência e As- A 6ª Conferência Nacional de Saúde realizou-se de modo
sistência Social (MPAS). a complementar a 5ª CNS, de 1º a 5 de agosto de 1977 (em

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Brasília), no espaço de dois anos entre uma e outra, respec- Esta Lei mantinha os regimes de bene�cios e serviços dos
tivamente, tendo como foco a institucionalização do Siste- trabalhadores urbanos e rurais e dos funcionários públicos
ma Nacional de Saúde, teve como objetivo aperfeiçoar os civis da União, que na época estavam a cargo do Instituto
programas nacionais, integrar a ação dos órgãos executores Nacional da Previdência Social (INPS), do Fundo de Assistência
de ações de saúde, propondo estratégias baseadas nos re- ao Trabalhador Rural (Funrural) e do Instituto de Previdência e
ferenciais legais que definiam a organização deste sistema, Assistência dos Servidores do Estado (Ipase), criando ainda, as
especialmente no estabelecimento de normas de defesa e seguintes autarquias vinculadas ao Ministério da Previdência e
proteção da saúde, buscando definir o papel das instituições Assistência Social (MPAS): o Instituto Nacional de Assistência
de modo a evitar duplicidade de ações. Médica da Previdência Social (Inamps) e o Instituto de Admi-
Nas relações entre as áreas de Previdência Social e de nistração Financeira da Previdência e Assistência Social (Iapas).
saúde no âmbito das políticas públicas, o processo de reorga- Criado pela Lei Federal nº 6.439, de 1º de setembro de
nização institucional estabelecido com a criação do Sistema 1977, o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previ-
Nacional de Previdência e Assistência Social (Sinpas) (Lei nº dência Social (Inamps). Competia executar programas de
6.439, de 1º de setembro de 1977 – Governo Militar Ernesto assistência médica aos trabalhadores urbanos, abrangendo
Geisel), vinculado ao Ministério da Previdência e Assistên- os serviços de natureza clínica, cirúrgica, farmacêutica e
cia Social (MPAS), significou uma expressiva ampliação das odontológica, e assistência complementar, devidos os se-
atividades de proteção social com a seguinte composição: gurados do atual INPS e respectivos dependentes; programas
• Instituto Nacional de Previdência Social (INPS); de assistência médica aos servidores do Estado, abrangen-
• Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência do os serviços de natureza clínica, cirúrgica, farmacêutica
Social (Inamps); e odontológica, devidos aos funcionários públicos civis da
• Legião Brasileira de Assistência (LBA); União e de suas autarquias e do Distrito Federal e respectivos
• Fundação Nacional do Bem-estar do Menor (Funa- dependentes; programas de assistência médica aos rurais;
bem); programas especiais de assistência médica, abrangendo os
• Empresa de Processamento de Dados da Previdência serviços médicos mantidos pela Fundação Legião Brasileira
Social (Dataprev); de Assistência (LBA) e os que fossem prestados em determi-
• Instituto de Administração Financeira da Previdência nadas regiões à população carente, beneficiária ou não da
e Assistência Social (Iapas); previdência social, mediante convênios com instituições pú-
• Central de Medicamentos (Ceme). blicas que assegurassem os necessários recursos ao Inamps.
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

Com a criação do Sistema Nacional de Previdência e As- e aos beneficiários do Funrural, extinto pela mesma lei. A
sistência Social (Sinpas), pela Lei nº 6.439, de 1º de setembro prestação de assistência médica, tanto aos trabalhadores
de 1977, as duas clientelas foram unificadas e cada função urbanos quanto aos trabalhadores e empregadores rurais,
passou a ser exercida por um órgão específico. Para tanto, ficou a cargo de uma autarquia criada especialmente para
algumas entidades foram criadas e outras já existentes tive- esse fim: o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previ-
ram suas funções redefinidas. dência Social (Inamps). Mesmo com a manutenção de planos
Ao INPS foi atribuída a parte referente à manutenção de bene�cios distintos – e extremamente díspares – para os
e concessão de bene�cios aos segurados do próprio INPS trabalhadores urbanos e rurais, o fato é que a instituição de

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um sistema previdenciário único, com a criação do Sinpas, O Modelo Médico-Assistencial Privatista teve início no
marca o início de uma nova etapa: a universalização do se- final da década de 1960 até início dos anos de 1980. Tem
guro social no Brasil. como características:
Em 12 de setembro de 1978, na cidade de Alma-Ata, na • privilegiamento da prática médica curativa, individu-
URSS, a Organização Mundial de Saúde (OMS) (WHO – World al, assistencialista e especializada, em detrimento da
Health Organization) realizou a Conferência Internacional so- saúde pública;
bre Cuidados Primários de Saúde, que proclamou a famosa • criação de um complexo médico-industrial privado
“Declaração de Alma-Ata”, como o primeiro documento in- (para o lucro);
ternacional, representativo sobre a saúde, que expressava • Estado é a base do tripé (grande financiador do sistema
a “necessidade de ação urgente de todos os governos, de e prestador de serviços à população;
todos os que trabalham nos campos da saúde e do desenvol- • Estado: financiador e prestador de serviços à popula-
vimento e da comunidade mundial para promover a saúde ção;
de todos os povos do mundo”. • Setor privado nacional: prestador de serviços de assis-
A cristalização do movimento Alma-Ata e a atenção pri- tência médica;
mária à saúde foi o ponto central da Conferência Internacio- • Setor privado internacional: produtor de insumos
nal sobre Atenção Primária à Saúde, realizada na cidade de (equipamentos biomédicos e medicamentos).
Alma-Ata, no Cazaquistão, em setembro de 1978.
Três mil delegados de 134 governos e de 67 organizações O Período de 1980-1989
internacionais participaram da Conferência de Alma-Ata, que
seria um marco na saúde pública moderna. A declaração da A 7ª Conferência Nacional de Saúde, que aconteceu no
conferência abraçava a meta de “Saúde para Todos no ano período de 24 a 28 de março de 1980, em Brasília, debateu
2000” (Health for All – HFA) de Mahler e determinava que a a implantação do Programa Nacional de Serviços Básicos de
Atenção Primária à Saúde (APS) era o meio para se alcançá-la. Saúde (Prev-Saúde), que ficaria sob a responsabilidade do
A adoção da estratégia HFA/APS marcou um ressurgimento Ministério da Saúde e da Previdência Social e a proposta de
à força dos determinantes sociais na saúde pública. No mo- “Saúde para Todos no Ano 2000”. Lembrando que foi reali-
delo de APS, tal qual articulado em Alma-Ata, “afirmava-se zada logo após a Conferência Internacional sobre Atenção
a necessidade de uma estratégia de saúde abrangente, que Primária à Saúde, na cidade de Alma-Ata.
não só cuidasse da prestação de serviços de saúde como A crise econômica dos anos 1980 gera uma nova situação,
também abordasse as causas sociais, econômicas e políticas exigindo o reconhecimento do governo e a necessidade de
dos problemas de saúde”. mudar o sistema, que assegurava saúde apenas aos contri-
A Conferência afirmou ainda que “uma das principais me- buintes da Previdência Social. A própria população começa
tas sociais dos governos, das organizações internacionais e a se organizar e lutar pela democratização do país.
de toda a comunidade mundial na próxima década deve ser Em 1980, foi criado o Programa Nacional de Serviços
a de que todos os povos do mundo, até o ano 2000, atinjam Básicos de Saúde (Prev-Saúde) que, na realidade, não chegou
um nível de saúde que lhes permita levar uma vida social e a ser implantado, sendo sucedido pelo plano do Conselho
economicamente produtiva” e que “os cuidados primários de Nacional de Administração da Saúde Previdenciária (Conasp).
saúde constituem a chave para que essa meta seja atingida, O Conasp, criado em setembro de 1981, pelo Decreto nº
como parte do desenvolvimento, no espírito da justiça social”.
86.329, de 2 de setembro de 1981, da Presidência da Repú-
No Brasil na década de 1970, o movimento de reforma
blica, como órgão do Ministério da Previdência e Assistência
sanitária brasileira se organiza nos períodos mais duros da
Social, deveria operar como organizador e racionalizador da
repressão militar, ao final dos anos 1960, e se desenvolve
assistência médica e procurou instituir medidas moraliza-
durante as décadas de 1970 e 1980, formado principalmente
doras na área da saúde, como, por exemplo, a Portaria nº
por sanitaristas, professores, trabalhadores da saúde, políti-
3.046, de 20 de julho de 1982, que estabeleceu parâmetros
cos de esquerda, membros progressistas da Igreja Católica,
jornalistas, sindicalistas, representantes de movimentos so- assistenciais visando disciplinar a prestação de contas.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


ciais e estudantes. É a partir do plano do Conasp que se inicia a implemen-
Esse movimento naquele período ficou caracterizado tação de Ações Integradas de Saúde (AIS) com o objetivo de
como oposição às propostas implementadas pelos governos tornar mais eficientes e eficazes as ações produzidas pelo
militares. Instituições como o Centro Brasileiro de Estudos da Sistema. Até o final de 1986, 2.500 municípios haviam assi-
Saúde (Cebes), a Associação Brasileira de Pós-Graduação em nado os termos de adesão às AIS.
Saúde Coletiva (Abrasco) e alguns Núcleos de Saúde Coleti- Em 1982, no âmbito da saúde, o Governo implantou,
va das Universidades Públicas, tiveram papel fundamental como experimental, a estratégia de Ações Integradas de Saú-
nesse processo. de (AIS), e que foi ampliada para todo o país em 1984. As AIS
representavam um avanço em relação ao processo de gestão
O direito à saúde no Brasil, viabilizável pela política até então adotado pelo Sistema de Saúde, introduzindo a
social conformada historicamente nas sociedades proposta de gestão colegiada de ações de saúde, envolvendo
capitalistas, contou com um amplo movimento por além do Ministério da Previdência e Assistência Social, os
democratização, desencadeado a partir da década Ministérios da Educação e da Saúde, e expandindo-se pelos
de 1970, constituindo-se numa mobilização expres- níveis federal, estadual e municipal (PAIM,1986).
siva da sociedade civil por conquistas. O contexto O governo muda a forma de pagamento do setor privado
de democratização e crise econômica na década de contratado e introduz o pagamento por diagnóstico, Autori-
1980, bem como a força política dos atores sociais zação de Internação Hospitalar (AIH) e passa a celebrar con-
da Reforma Sanitária (intelectuais e profissionais de vênios com os Estados e os municípios e a repassar recursos.
saúde dos setores médios), configurou um palco de Nesse ano com a instituição das Ações Integradas de Saúde
disputa singular na história das políticas sociais do (AIS), os setores públicos de saúde se conhecem e iniciam
país, cuja principal reivindicação, a saúde como di- um processo de planejamento mais integrado e articulado,
reito de todos e dever do Estado, foi garantida no as quais proporcionaram condições para a criação de vínculo
texto da Constituição de 1988 (PIRES et DEMO, 2006). com as instituições públicas de saúde, ao nível estadual e

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municipal, existindo o repasse financeiro do nível federal Pela primeira vez na história da saúde brasileira, uma
para estes últimos. constituição dedicava um capítulo inteiro à saúde, expresso
Então, observamos que entre 1982-1984 tivemos o início nos artigos 196 a 200 e incisos afins; criou-se o Sistema Único
do processo de desconcentração, por meio da implementa- de Saúde (SUS), com especial atenção à descentralização,
ção das AIS. Esse programa permitia o repasse de recursos com direção única em cada esfera de governo; ao atendimen-
do Inamps para financiar os gastos com saúde dos estados to integral, com prioridade para as atividades preventivas,
e municípios, via assinatura de convênios. sem prejuízo dos serviços assistenciais, e à participação da
O conceito de desconcentração trata do processo de comunidade.
retirada do governo central das tarefas de execução, mas A Constituição de 1988 mudou o modelo da saúde no
sem dar aos governos regionais autonomia de modo que a Brasil. Antes, saúde pública era apenas para os incluídos.
responsabilidade do gasto continua sendo do governo cen- Os indigentes ou mesmo quem não colaborava com o Ins-
tral, embora sua realização seja feita no nível local. Enquanto tituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
isso, a descentralização refere-se ao processo em que ocor- (Inamps) não podia ser atendido pelos órgãos públicos. Fica-
re não apenas uma regionalização do poder institucional, vam na mão dos particulares ou das fundações filantrópicas.
mas também uma regionalização com autonomia política, O SUS universalizou o atendimento.
financeira, institucional etc. Ou seja, a responsabilidade pelo
gasto é transferida à esfera local, estadual ou municipal, mas O Período de 1990-2015
o gasto pode ser financiado por meio de transferências de
recursos da esfera central, ou mediante recursos das esferas Buscando regulamentar os dispositivos da Constituição
locais. No caso da descentralização autônoma, o gasto pode Federal, foi aprovado em 19 de setembro de 1990 a Lei
ser financiado mediante recursos próprios das esferas locais. Federal nº 8.080, a chamada Lei Orgânica da Saúde, que
Com a finalidade de representar as Secretarias de Saúde dispõe sobre as condições para a promoção, a proteção e a
dos Estados e do Distrito Federal nos fóruns de deliberação recuperação da Saúde, a organização e o funcionamento dos
do Sistema Único de Saúde (SUS), foi criado o Conselho Na- serviços correspondentes e estabelece mecanismos para a
cional de Secretários de Saúde (Conass), em 3 de fevereiro operacionalização das disposições constitucionais, definindo
de 1982. as atribuições do SUS em suas três esferas de governo.
Com o fim do regime militar em 1984, os movimentos em As principais dificuldades, entre outras, enfrentadas
prol de uma saúde pública ficam mais fortes. Em 1985 deu-se para a implementação do SUS, são: a manutenção das for-
início ao processo de universalização da atenção à saúde. ças conservadoras nas instâncias de Poder; o financiamento
Em março de 1986 ocorreu o evento político-sanitário do setor; a cultura de clientelismo; a mudança do padrão
mais importante da segunda metade do século passado, a 8ª epidemiológico e demográfico da população; os crescentes
Conferência Nacional de Saúde, entre 17 e 21 de março de custos do processo de atenção; as formas de gerenciamento
1986, que tinha como tema “Democracia é Saúde”, em que do sistema de saúde; o corporativismo dos profissionais de
foram lançadas as bases doutrinárias de um novo sistema saúde, entre muitos outros.
público de saúde. Em 28 de dezembro de 1990, foi aprovada a Lei Federal
Essa conferência teve desdobramentos imediatos num nº 8.142 que dispõe sobre a participação da comunidade na
conjunto de trabalhos técnicos desenvolvidos pela Comissão gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transfe-
Nacional de Reforma Sanitária que serviriam de base à ela- rências intergovernamentais de recursos financeiros na área
boração da Seção da Saúde da Constituição Federal de 1988. de saúde.
O relatório final da conferência colocou três grandes re- Além disso, define os principais instrumentos de gestão
ferenciais para a reforma sanitária brasileira: um conceito e o controle social para o Sistema de Saúde.
amplo de saúde; a saúde como direito da cidadania e dever A última década do século XX foi caracterizada pela edição
do Estado; e a instituição de um sistema único de saúde, de atos normativos e administrativos para a implementação
organizado pelos princípios da universalidade, da integrali- e a operacionalização da política de saúde, particularmente
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

dade, da descentralização e da participação da comunidade. quanto ao seu eixo de descentralização/municipalização,


Este evento é considerado o momento mais significativo do tais como:
processo de construção de uma plataforma e de estratégias a) a vinculação do Instituto Nacional de Assistência Mé-
do “movimento pela democratização da saúde em toda sua dica da Previdência Social (Inamps) ao Ministério da Saúde,
história” (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER, 2005). em março de 1990;
Em 1987, foi implantado no Executivo federal, um arranjo b) a criação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa),
institucional denominado Sistema Unificado e Descentrali- em março de 1990;
zado de Saúde (SUDS) que tentou incorporar, em seu dese- c) a extinção dos Escritórios Regionais do Inamps e dos
nho, alguns dos elementos centrais da proposta da reforma Serviços de Medicina Social, para a adoção das diretrizes
sanitária: a universalização, a descentralização pela via da de descentralização das ações de saúde da União para os
estadualização e a democratização das instâncias gestoras, estados e municípios;
como uma consolidação das AIS. O SUDS foi contemporâneo d) a instalação do “Departamento do SUS”, subordinado
da Assembleia Nacional Constituinte. à Secretaria Nacional de Assistência à Saúde, do Ministério
Com a promulgação da Constituição brasileira, em 5 de da Saúde, em maio de 1990;
outubro de 1988 (o texto constitucional consagra a saú- e) a implantação do Sistema de Informações Hospitalares
de como produto social e estabelece as bases legais dos do SUS (SIH/SUS) e do Sistema de Informações Ambulatoriais
municípios como responsáveis pela elaboração da políti- (SIA/SUS), em junho de 1990 – Portaria GM nº 896, pela
ca de saúde), incorporando grande parte dos conceitos e Resolução Inamps nº 227, de 27 de julho de 1990;
propostas definidas durante a VIII CNS, adotando então, a f) a edição da Resolução nº 228, de 11 de agosto de 1990,
proposta da Reforma Sanitária e do SUS. Deve-se ressaltar do Inamps, que equiparou, para fins de financiamento, os pres-
que houve resistência em aceitar tal fato, uma vez que o tadores de serviços de saúde de natureza pública (inclusive os
modelo médico assistencial privatista privilegiava determi- municípios) aos de natureza privada. Foi a universalização da
nados grupos sociais. Tabela de Valores a serem pagos por procedimentos realizados.

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Em 1992, realizou-se a 9ª Conferência Nacional de Saúde, Em 2006, Pacto pela Saúde – um movimento de mu-
que teve como tema central: “Saúde: a Municipalização é o dança que não é uma norma operacional, mas um acordo
Caminho”. Realizada com dois anos de atraso, esta Confe- interfederativo –, que articula o Pacto pela Vida, o Pacto
rência ocorreu pela pressão do Movimento Sanitário, com em Defesa do SUS e o Pacto de Gestão. O Pacto pela Saúde
apoio do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de introduz um sentido de gestão pública por resultados e de
Saúde, que reivindicava e pressionava o Governo – fragilizado responsabilização sanitária, estende a discussão da Saúde
politicamente – para as mudanças no setor. Esta Conferência para fora dos limites setoriais e aprofunda a descentralização
ocorre às vésperas da votação do impeachment do Presiden- do SUS para Estados e municípios de forma compartilhada.
te Collor. Um ato público foi realizado pelos participantes
desta Conferência, no Congresso Nacional, contra o retro-
cesso na implementação do SUS, reafirmando, reforçando
e defendendo os avanços e conquistas institucionais e as
práticas da Reforma Sanitária.

Normas Operacionais
Entre os objetivos das Normas Operacionais, temos:
• induzir e estimular mudanças;
• aprofundar e reorientar a implementação do SUS;
• definir e novos objetivos estratégicos, prioridades, di-
Em 2007, no período de 14 a 18 de novembro, realizou-
retrizes, e movimentos tático-operacionais;
-se em Brasília, a 13ª Conferência Nacional de Saúde com o
• regular as relações entre seus gestores;
tema central “Saúde e Qualidade de Vida: Políticas de Estado
• normatizar o SUS.
e Desenvolvimento”, com os seguintes eixos temáticos:
• desafios para a efetivação do direito humano à saúde
NOB 91 – Normaliza a assistência à saúde no SUS; es-
no século XXI: Estado, Sociedade e Padrões de Desen-
timula a implantação, o desenvolvimento do sistema e dá
volvimento;
forma concreta e instrumentos operacionais à efetivação dos
• políticas públicas para a saúde e qualidade de vida: o
preceitos constitucionais da saúde.
SUS na Seguridade Social e o Pacto pela Saúde;
NOB 93 – Estabelece normas e procedimentos regula-
• a participação da sociedade na efetivação do direito
dores do processo de descentralização da gestão das ações
humano à saúde;
e serviços de saúde, através da Norma Operacional Básica
• cada eixo temático será discutido em uma mesa redon-
– SUS 01/93. Institui-se as Comissões Intergestoras Bipartite
da, que contará com a participação de quatro exposi-
(CIB), na esfera estadual e a Comissão Intergestores Tripartite
tores e um debatedor, com debate com os delegados
(CIT), na esfera Federal, como espaços de gestão colegiada
e convidados.
entre os gestores das três esferas de governo, o repasse di-
reto e automático de recursos fundo a fundo e o controle
Em 2008, ao completar 20 anos da institucionalização do
social sobre o processo.
SUS, como uma política de Estado, apresentou avanços his-
NOB 96 – Redefine o modelo de gestão do SUS, cons-
tóricos com a descentralização e a municipalização de ações
tituindo, por conseguinte, instrumento imprescindível à
e serviços, a melhoria e a ampliação da atenção à saúde da
viabilização da atenção integral à saúde da população e ao
população e da vigilância em saúde e sanitária, e o maior
disciplinamento das relações entre as três esferas de gestão
controle social com a atuação dos Conselhos de Saúde.
do Sistema. Esta NOB, além da descentralização das ações e
serviços de saúde, propõe a modificação da organização da
atenção à saúde. Essa NOB vigorou até o final do ano 2000.
Em 1996, realizou-se a 10ª Conferência Nacional de Saú-

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


de, em Brasília, cuja maior demanda era a de avaliação do
processo de implementação do SUS no Brasil, a melhoria
do sistema de saúde como um todo, especialmente o seu
financiamento, avaliado na época, como um dos maiores
impedimentos à efetivação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 2000, realizou-se em Brasília, a 11ª Conferência Na- Em 2011, foi realizada a 14ª Conferência Nacional de
cional de Saúde. O tema central desta Conferência foi “Efeti- Saúde, no período de 30 de novembro a 4 de dezembro,
vando o SUS: Acesso, Qualidade e Humanização na Atenção na capital federa – Brasília, onde mais uma vez discutiu as
à Saúde com Controle Social”. necessidades e os problemas da saúde em nível nacional.
Em 2001, foi aprovada a Norma Operacional da Assis-
tência à Saúde (NOAS-SUS nº 01/2001/2002), que criou os
Planos Diretores de Regionalização e de Investimentos e in-
troduziu a ideia de redes de assistência. Ampliando as res-
ponsabilidades dos municípios na Atenção Básica; estabelece
o processo de regionalização como estratégia de hierarquiza-
ção dos serviços de saúde e de busca de maior equidade; cria
mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão
do SUS e procede à atualização dos critérios de habilitação Edição do Decreto nº 7.508, de 28/6/2011 – Regulamen-
de estados e municípios. tação da Lei nº 8.080/1990. Conjunto de ações e serviços de
Em 2003, foi realizada a 12ª Conferência Nacional de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com
Saúde com o tema “Saúde: um Direito de Todos e Dever a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde.
do Estado – A Saúde que Temos, o SUS que Queremos”, a Em 2012, foi aprovada a Lei Complementar nº 141/2012,
Conferência aconteceu entre 7 e 11 de dezembro em Brasília. regulamentando a Emenda Constitucional nº 29/2000. Tam-

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bém foi aprovada a Resolução nº 453, de 10 de maio de 2012,
ANO HISTÓRICO CRONOLÓGICO
sobre o controle social no SUS.
Em 2013, o Sistema Único de Saúde (SUS) completou 25 1929 • Queda da Bolsa – Crise do Café.
anos de criação. Foram mais de duas décadas de cuidados • Revolução de 30 – Getúlio Vargas implanta o
com a saúde da população brasileira, conquistado pela luta “Estado Novo”.
popular. Também houve uma nova redação no art. 3º da Lei • Abrangência das CAPs – 47 caixas, 142.464
nº 8.080/1990, através da Lei nº 12.864/2013. segurados ativos, 8.006 aposentados e 7.013
Em 2015, foi editada a Lei nº 13.097, de 19 de janeiro pensionistas.
de 2015, em seu artigo 142, alterou a Lei nº 8.080, de 19 de 1930
• Fim da política Café-com-Leite.
setembro de 1990, conferindo nova redação ao seu artigo 23 • Desintegração do Departamento Nacional de
e incluindo o artigo 53-A. Essa alteração permite a entrada Saúde Pública (que era vinculado ao Minis-
do capital estrangeiro no setor de saúde brasileiro. Abre-se tério da Justiça) e criação do Ministério da
a possibilidade do capital estrangeiro ou empresas estran- Educação e Saúde Pública.
geiras possuírem hospitais e clínicas – inclusive filantrópicas, • Criação dos Institutos de Aposentadorias e
podendo atuar de forma complementar no SUS. O teor dos
Pensões (IAPs), estes organizados por catego-
artigos encontra-se no final dessa matéria.
1932 rias profissionais. A primeira a ser constituída
Também em 2015, foi realizada a 15ª Conferência Nacio-
foi a dos Marítimos, posteriormente dos co-
nal de Saúde, no período de 1º a 4 de dezembro.
merciários, bancários, industriais.
Ao promover uma abordagem histórica e cultural das
políticas de saúde, é inegável que a mobilização da socieda- • IAP dos Comerciários e a dos Bancários.
de para apropriação do SUS como uma conquista brasileira 1934 • Fiscalização de produtos de origem animal
teve um forte significado político para maior efetividade dos para o Ministério da Agricultura.
direitos sociais em nosso país. • Criação do Serviço Nacional de Febre Ama-
rela.
1937
Polí�ca de Saúde Brasileira (Resumo Cronológico) • Nova Constituição – reforça o centralismo e
o autoritarismo presidencial (ditadura).
ANO HISTÓRICO CRONOLÓGICO • Criação do Serviço de Malária do Nordeste.
1939
• Regulamenta-se a justiça do trabalho.
• Cidades brasileiras à mercê de epidemias. Rio • Criação do Serviço de Malária da Baixada
de Janeiro com quadro caótico: varíola, malá- 1940
Fluminense.
ria, febre amarela e posteriormente a peste.
Rodrigues Alves, presidente nomeia Oswaldo • Institui a Reforma Barros Barretos – enfoque
Cruz como diretor do Instituto Soroterápico na orientação da assistência sanitária e hospi-
Federal que depois se tornou Departamen- talar; órgãos de ação direta contra endemias;
to Geral de Saúde Pública, com a tarefa de fortalecimento do Instituto Oswaldo Cruz e
1900
erradicar a febre amarela. descentralização do mesmo em oito regiões
1941
• “Guardas Sanitários” – erradicar a epidemia sanitárias; atenção à água e esgoto; doenças
de febre amarela. Sanitarismo Campanhista, degenerativas e mentais; criação do Instituto
que vai até início dos anos 1960. do Câncer. Ocorre a 1ª Conferência Nacional
• Economia Agroexportadora – monocultura de de Saúde em 1941, durante o governo de
café, diversas endemias rurais (chagas, esquis- Getúlio Vargas.
tossomose), frente ao modelo econômico.
• Criação do Serviço Especial de Saúde Públi-
• Oswaldo Cruz – Sanitarismo Campanhista. ca (SESP) – voltado para áreas não cobertas
• Institui a vacinação obrigatória da varíola (Lei 1942 pelos serviços tradicionais.
Federal nº 1.261 de 31/10/1904). Ocorre a
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

1904 • Higiene e segurança do trabalho passam para


“Revolta da Vacina”. Oswaldo Cruz cria o Ins-
o Ministério do Trabalho.
tituto Soroterápico Federal – posteriormente
titulado Instituto Oswaldo Cruz. • Homologa-se a Consolidação das Leis Traba-
1943
lhistas (CLT) – 1º/5/1943.
• Greve do movimento Operário (imigrantes ita-
1917/19 • Constituição – assistência sanitária incorpo-
lianos trouxeram suas experiências da Itália). 1946
rada na Previdência Social.
• Criação do Departamento Nacional de Saúde
Pública. • Criação do Serviço de Assistência Médica Do-
1949
• Carlos Chagas – sucessor de Oswaldo Cruz, re- miciliar e de Urgência (Samdu).
estrutura o Departamento Nacional de Saúde • Ocorre a 2ª Conferência Nacional de Saúde
1920 1950
Pública e introduz a propaganda e educação em 1941.
sanitária, inovando o modelo de Oswaldo Cruz, • Regulamento Geral dos Institutos de Aposen-
que era puramente fiscal e policial. Esse Depar- tadorias e Pensões.
tamento era ligado ao Ministério da Justiça. 1953
• Cria-se o Ministério da Saúde no governo de
• Lei Eloy Chaves – Decreto Legislativo nº 4.682, Getúlio Vargas.
de 24/01/1923 – marco da Previdência Social • Departamento Nacional de Endemias Rurais
– implantação das Caixas de Aposentadoria e
(DNERU), com a finalidade de investigar e
Pensão (CAPs) – 183 caixas. Esta lei só abran- 1956
1923 gia trabalhadores urbanos, pela pressão da combater as principais patologias do perío-
oligarquia rural, o que perdura até a criação do – malária, leishmaniose, chagas etc.
do Funrural. As CAPs são organizadas por • Lei Orgânica da Previdência Social, por meio da
empresas e não por categorias, sendo que 1960 Lei nº 3.807, de 28/8/1960 – continha auxílio-
a primeira foi a dos Ferroviários. -reclusão, auxílio-funeral, auxílio-natalidade.

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ANO HISTÓRICO CRONOLÓGICO ANO HISTÓRICO CRONOLÓGICO
• Estatuto do Trabalhador Rural, de 2 de março • Conferência de Alma-Ata – “Saúde para todos
de 1963, regulamentou os sindicatos rurais, 1978 até o ano de 2000” – Organização Mundial
instituiu a obrigatoriedade do pagamento da Saúde.
do salário mínimo aos trabalhadores rurais • Expansão do modelo de Interiorização – ex-
1963 1979
e criou o Fundo de Assistência e Previdência pansão da rede ambulatorial pública.
do Trabalhador Rural (FAPTR), posteriormen-
• Criação do Centro Brasileiro de Estudos em
te, em 1969, denominado (Funrural).
Saúde (CEBS) e Associação Brasileira de Pós-
• Ocorre a 3ª Conferência Nacional de Saúde. 1980
-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco).
• Golpe Militar em 31/3/1964 – Centralização • Ocorre a 7ª Conferência Nacional de Saúde.
1964
das ações.
• Conselho Consultivo da Administração de
• Ocorre a fusão dos IAPs, originando o Insti- Saúde Previdenciária (Conasp) ligado ao
1966 tuto Nacional de Previdência Social (INPS), Inamps – conter custos e combater fraudes
Decreto nº 72, de 21/11/1966. 1981 devido à crise, reorganizando a assistência
• Incorporação ao MS da fundação SESP e Pio- médica e propondo critérios para alocar re-
neiras Sociais. cursos. Há uma abertura para os técnicos do
1967
• Ocorre a 4ª Conferência Nacional de Saúde sanitarismo.
em 1967.
• Documento “Reorganização da Assistência
• Cria-se a Superintendência de Campanhas da Médica no Âmbito da Previdência Social” –
1970
Saúde Pública (Sucam). 1982 recupera partes do Prev-Saúde e fala-se em
• Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social hierarquização, regionalização, descentraliza-
(FAZ). ção e integralidade.
• Criação do Ministério da Previdência e Assis- • Cria-se as Ações Integradas de Saúde (AIS) –
1974
tência social (MPAS). projeto interministerial (previdência – saúde
• Criação da Empresa de Processamento de 1982 – educação).
dados da Previdência Social (Dataprev) • Criação do Conselho Nacional de Secretários
• Instituído o Sistema Nacional de Saúde – pro- de Saúde – (Conass) 3/2/1982.
moção, proteção e recuperação da saúde. 1984 • AIS com 4% do orçamento do Inamps.
Medicina curativa como responsabilidade do
Ministério da Previdência e medicina preven- 1985 • Diretas Já. Eleição de Tancredo Neves.
tiva para o Ministério da Saúde. • Ocorre a 8ª Conferência Nacional de Saúde
• Crise do modelo militar. O modelo de saúde 1986 – base da reforma sanitária.
previdenciário mostra suas mazelas: priorizou • AIS com 12% do orçamento do Inamps.
a medicina curativa – surgem problemas de 1987 • Criação do SUDS.
1975
saúde coletiva, como endemias, epidemias
e indicadores de saúde; aumento dos custos • Promulgação da Constituição Federal.
com a medicina curativa; redução de receitas; • Criação do SUS.
exclusão da população marginalizada; e desvio 1988 • Criação do Conselho Nacional de Secretários
de verbas e não repasse da contrapartida da Municipais de Saúde (Conasems).
União, já que os repassas deveriam ser tripar- • Abrangência das AIS em todos os Estados.
tite (empregados, empregadores e união). • Lei nº 8.080, de 19/9/1990 – define o modelo
• Ocorre a 5ª Conferência Nacional de Saúde. operacional do SUS.
• Com a variedade de bene�cios criados na le- • Lei nº 8.142, de 28/12/1990 – define a par-

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


1990
gislação previdenciária, através do Decreto nº ticipação da comunidade e as transferências
77.077, de 24/1/1976, cria-se a Consolidação intergovernamentais de recursos financeiros
das Leis da Previdência Social (CLPS). na área da saúde.
1976
• Gastos médicos representam mais de 30% NOB 91 – portarias Inampianas. Continua-se pa-
dos gastos totais do INPS. Ministério da Saúde gando conforme o sistema de remuneração
sofre diminuição do orçamento, representan- dos prestadores de serviços, não consideran-
do 1% dos recursos da União. 1991 do o art. 35 da Lei nº 8.080, o que não leva
• Inicia-se o Programa de Interiorização das Ações em consideração os critérios de repartição
de Saúde e Saneamento (Piass) com a expansão dos recursos, a qualidade dos serviços e os
da cobertura da saúde coletiva, que permite resultados alcançados.
1976
a entrada de técnicos do movimento sanitário 1992 • Ocorre a 9ª Conferência Nacional de Saúde.
em todo o território nacional, favorecendo a
expansão da rede ambulatorial pública. • Extinção do Inamps.
1993
• Impeachment de Collor.
• Homologa-se a Lei nº 6.439, de 1º/7/1977,
onde se reorganiza a gestão administrativa, NOB 93:
financeira e patrimonial através do Sistema • Cria critérios de repasses para os municípios
Nacional de Previdência e Assistência Social 1993 (incipiente, parcial e semiplena).
1977 (Sinpas), subordinado ao Ministério da Pre- • Cria Comissão Intergestores Bipartite (CIB)
vidência e Assistência Social (MPAS). e a Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
• Criação do Instituto Nacional de Assistência • Posse de Fernando Henrique Cardoso.
Médica e Previdência Social (Inamps). 1994 • Corte de recursos da Saúde pelo Ministério
• Ocorre a 6ª Conferência Nacional de Saúde. da Previdência.

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ANO HISTÓRICO CRONOLÓGICO CONSTRUÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE
• Crise de financiamento da Saúde, Ministro Adib SAÚDE (SUS) – PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
Jatene propõe a criação da Contribuição Provi-
sória de Movimentação Financeira (CPMF) que O Sistema Único de Saúde “é o conjunto de ações e ser-
é aprovada e passa a vigorar em 1997, com a viços de saúde prestados por órgãos e instituições Públicas
proposta de 1 ano. Os recursos deveriam ser Federais, Estaduais e Municipais, da Administração Direta e
destinados exclusivamente para bancar a saú- Indireta e das Fundações mantidas pelo Poder Público” e,
de, porém o governo passa a deduzir o valor complementarmente, “... pela iniciativa privada”, de acordo
1996 com o art. 4º da Lei Federal nº 8.080/1990.
repassado da CPMF dos demais recursos da
previdência. O ministro pede demissão. O Sistema Único de Saúde (SUS) é a forma como o Go-
• NOB 96 – consolidação da Municipalização verno deve prestar saúde pública e gratuita a todo cidadão.
– Cria-se condições de gestão (Gestão Plena A ideia de ter um sistema público de saúde descentra-
da Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema lizado, ou seja, administrado de acordo com as necessida-
Municipal). des locais dos usuários. O SUS está previsto na Constituição
• Ocorre a 10ª Conferência Nacional de Saúde. Federal (arts. 196 a 200) e regulado pelas Leis nº 8.080, de
• FHC – estado mínimo – privatizações. Crise 19/9/1990 e nº 8.142, de 28/12/1990. Esse conjunto de leis
financeira do SUS com incapacidade de re- é chamado de Lei Orgânica da Saúde.
muneração dos prestadores. Cria-se plano de O SUS é uma nova formulação política e organizacional
1997 saúde, fortalece a medicina supletiva, reduz para o reordenamento dos serviços e ações de saúde esta-
disponibilidade de leitos para o SUS. belecida pela Constituição de 1988 e posteriormente às leis
• Dívidas dos Hospitais Universitários – 100 que a regulamentam. O SUS não é o sucessor do SUDS ou
milhões. do Inamps.
• Passa a vigorar a NOB 96. É, portanto, um novo sistema de saúde que está em
1998
• Reeleição de FHC. construção.
1999 • CPMF passa de 0,20 para 0,38%.
• Aprovação da Emenda Constitucional 29
2000
• Ocorre a 11ª Conferência Nacional de Saúde.
Sistema: é um conjunto, cujas partes encontram-se
coordenadas entre si (União, Estados e Municípios)
• NOAS – 2001 – Norma Operacional de Assis- funcionando segundo uma estrutura organizada. Sen-
2001
tência em Saúde. do um sistema, as partes que o compõem integram
• NOAS – 2002 – Atualização da Norma Ope- uma rede regionalizada e hierarquizada.
2002
racional de Assistência em Saúde.
• Posse do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
2003
• Ocorre a 12ª Conferência Nacional de Saúde. Único: mesma doutrina e filosofia de atuação. Orga-
nizado com a mesma sistemática.
2006 • Pacto pela Saúde – Portaria 399.
• Reeleição do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
• 13ª Conferência Nacional de Saúde – com o Saúde: ausência de Doença. Bem-estar �sico, psíquico
2007 tema central “Saúde e Qualidade de Vida: e social. Exercício pleno da cidadania com felicidade.
Políticas de Estado e Desenvolvimento”, ocor-
rida no período de 14 a 18/11. O SUS há que ser entendido em seus objetivos finais
– dar assistência à população baseada no modelo da pro-
moção, proteção e recuperação da saúde – para que assim,
2008
busquemos os meios – processos, estruturas e métodos –
capazes de alcançar tais objetivos com eficiência e eficácia
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

• Posse da Presidente Dilma Rousseff. e, torná-lo efetivo em nosso país. Estes meios, orientados
• Decreto nº 7.508, de 28/6/2011 – Regula- pelos princípios organizativos da descentralização, regiona-
mentação da Lei nº 8.080/1990. lização, hierarquização, resolutividade, participação social e
2011 • Ocorreu a 14ª Conferência Nacional de Saúde complementaridade do setor privado, deve se constituir em
– 30/11 a 4/12/2011 – Tema “Todos usam o objetivos estratégicos que deem concretude ao modelo de
SUS! SUS na Seguridade Social, Política Pú- atenção à saúde desejada para o Sistema Único de Saúde.
blica, Patrimônio do Povo Brasileiro”.
A descentralização, a integridade da assistência e a par-
Foi aprovada a Lei Complementar nº 141/2012, ticipação da comunidade constituem tanto princípios como
regulamentando a EC 29/2000. Também foi diretrizes do SUS, representando o seu tripé de sustentação
2012
aprovada a Resolução nº 453, de 10 de maio e caracterizando-o como um Sistema único e universal, na
de 2012, sobre o controle social no SUS.
medida em que, em toda a nação brasileira, esses princípios
O SUS completa 25 anos de existência. Também e diretrizes devem sempre representar o norte a ser tomado
2013 houve uma nova redação no art. 3º da Lei nº em termos de organização ou de reorganização dos servi-
8.080/1990, através da Lei nº 12.864/2013.
ços de saúde oferecidos, sejam estes federais, estaduais ou
• É criada a Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de municipais.
2015, que em seu art. 142 alterou a Lei nº Uma diretriz é composta por uma meta e as medidas
8.080/1990, conferindo nova redação ao art. prioritárias e suficientes para atingi-la, assim de acordo com
23 e incluindo o art. 53-A.
• O Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão o artigo 198 da Constituição Federal, as ações e serviços
2015 públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hie-
vinculado ao Ministério da Saúde, realizou a
15ª Conferência Nacional de Saúde (15ª CNS) rarquizada e constituem um sistema único, organizado de
com o tema “Saúde pública de qualidade para acordo com as seguintes diretrizes:
cuidar bem das pessoas: direito do povo bra- • descentralização, com direção única em cada esfera
sileiro”, ocorrida de 1º a 4 de dezembro. de governo;

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• atendimento integral, com prioridade para as ativida- tadas na distribuição de bens ou capacidades básicas
des preventivas, sem prejuízo dos serviços assisten- que são de responsabilidade social (AMARTYA SEN).
ciais;
• participação da comunidade. Todo cidadão é igual perante o Sistema Único de Saú-
de e será atendido e acolhido conforme as suas ne-
cessidades. Os serviços de saúde devem considerar
que em cada população existem grupos que vivem de
forma diferente, ou seja, cada grupo ou classe social
ou região tem seus problemas específicos, com dife-
renças em relação ao seu modo de viver, de adoecer
e também com diferentes oportunidades de satisfazer
suas necessidades de vida. Assim, os serviços de saúde
O SUS segue a mesma doutrina e os mesmos princípios devem saber quais são as diferenças dos grupos da po-
organizativos em todo o território nacional, sob a respon- pulação e trabalhar para atender a cada necessidade,
sabilidade das três esferas autônomas de governo: federal, oferecendo mais a quem mais precisa, diminuindo as
estadual e municipal. Assim, o SUS não é um serviço ou uma desigualdades existentes.
instituição, mas um Sistema que significa um conjunto de
unidades, de serviços e ações que interagem para um fim • Integralidade: as ações de saúde devem ser combina-
comum. Esses elementos integrantes do sistema referem-se, das e voltadas ao mesmo tempo para a prevenção, a
ao mesmo tempo, às atividades de promoção, proteção e promoção, a cura e a reabilitação. Os serviços de saúde
recuperação da saúde. devem funcionar atendendo o indivíduo como um ser
humano integral submetido às mais diferentes situações
Qual é a doutrina do SUS? de vida e trabalho, que o leva a adoecer ou a morrer. O
indivíduo não deve ser visto como um amontoado de
O SUS deve ser entendido como um “sistema”, pois é partes (coração, �gado, pulmões etc.). O indivíduo é um
formado pelos três níveis de governo – União, Estados e Mu- ser humano, social, cidadão que, biológica, psicológica e
nicípios – e pelo setor privado contratado e conveniado. Ele é socialmente, está sujeito a riscos de vida. Dessa forma,
“único” porque tem a mesma doutrina, a mesma filosofia de o atendimento deve ser feito para a sua saúde e não
atuação em todo território nacional e é organizado de acordo somente para as suas doenças. Isso exige que o atendi-
com uma mesma sistemática, baseado nos preceitos cons- mento deva ser feito também para erradicar as causas
titucionais, a construção do SUS se norteia por princípios. e diminuir os riscos, além de tratar os danos. Ou seja, é
Os princípios são um conjunto de proposições que ali- preciso garantir o acesso às ações de:
cerçam ou embasam um sistema e lhe confere legitimidade. – Promoção: mediante ações que busquem eliminar
Traduzem uma concepção, apontam para a ação, para o ob- ou controlar as causas das doenças e agravos, ou
jetivo, norteiam a operacionalização e a implementação de seja, o que determina ou condiciona o aparecimen-
ações no serviço público e nos serviços privados de relevância to de casos. São exemplos de ações: educação em
pública. Definem o fazer da administração pública e direcio- saúde, bons padrões de alimentação e nutrição,
nam os atos administrativos. São pontos de partida e base de
adoção de estilos de vida saudáveis, uso adequa-
referência para o controle social do Sistema Único de Saúde.
do e desenvolvimento de aptidões e capacidades,
De acordo com a filosofia do SUS, são considerados prin-
aconselhamentos específicos, como os de cunho
cípios:
genético e sexual. Por essas ações, são estimuladas
as práticas da ginástica e outros exercícios �sicos, os
Princípios Doutrinários:
• Universalidade: é a garantia de atenção à saúde por hábitos de higiene pessoal, domiciliar e ambiental e,
parte do sistema, a todo e qualquer cidadão (as pes- em contrapartida, desestimulados o sedentarismo,

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


soas têm direito à saúde, independente de cor, raça, o tabagismo, o alcoolismo, o consumo de drogas, a
religião, local de moradia, situação de emprego ou ren- promiscuidade sexual. No desenvolvimento dessas
da etc.). Deixa de existir, com isto, a figura do “indigen- ações devem ser utilizados, de forma programática
te” para a saúde (brasileiros não incluídos no mercado e sistemática, com emprego de linguagem adequada
formal de trabalho). Com a universalidade, o indivíduo ao público-alvo, os diferentes meios e veículos dispo-
passa a ter direito de acesso a todos os serviços pú- níveis de comunicação ao alcance da comunidade:
blicos de saúde, assim como àqueles contratados pelo cartazes, rádio, jornal, televisão, alto-falantes, pa-
poder público. Saúde é direito de cidadania e dever do lestras e debates em escolas, associações de bairro,
Governo: Municipal, Estadual e Federal. igrejas, empresas, clubes de serviço e lazer, dentre
• Equidade: o objetivo da equidade é diminuir desi- outros.
gualdades. Mas isso não significa que a equidade seja – Proteção: por meio de ações específicas para preve-
sinônimo de igualdade. Apesar de todos terem direi- nir riscos e exposições às doenças, ou seja, para man-
to aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, ter o estado de saúde, como por exemplo vigilância
têm necessidades diferentes. Equidade significa tratar epidemiológica, vacinações, saneamento básico, vi-
desigualmente os desiguais, investindo mais onde a gilância sanitária, exames médicos e odontológicos
carência é maior. Para isso, a rede de serviços deve periódicos, entre outros.
estar atenta às necessidades reais da população a ser • ações de tratamento da água para evitar a cólera
atendida. A equidade é um princípio de justiça social e outras doenças;
que procura reduzir as disparidades sociais e regionais • prevenção de complicação da gravidez, parto e do
existentes no Brasil. puerpério;
• imunizações;
Equidade é uma expressão de justiça social a qual se • prevenção de doenças transmitidas pelo sexo (DST
destina a corrigir desigualdades que podem ser evi- e AIDS);

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• prevenção da cárie dental; a uma determinada população todas as modalidades
• prevenção de doenças contraídas no trabalho; de assistência, bem como o acesso a todo tipo de tec-
• prevenção de câncer de mama, de próstata, de nologia disponível, possibilitando um ótimo grau de
pulmão (combate ao fumo); resolubilidade (solução de seus problemas). O acesso
• controle da qualidade do sangue etc. da população à rede deve se dar mediante os serviços
de nível primário de atenção que devem estar quali-
Recuperação: desenvolvida por ações que evitem as mor- ficados para atender e resolver os principais proble-
tes das pessoas doentes e as sequelas; são as ações que já mas que demandam os serviços de saúde. Os demais
atuam sobre os danos. Por exemplo: deverão ser referenciados para os serviços de maior
• atendimento médico ambulatorial básico e especiali- complexidade tecnológica.
zado; A rede de serviços, organizada de forma hierarquiza-
• atendimento às urgências e emergências; da e regionalizada, permite conhecimento maior dos
• atendimento odontológico; problemas de saúde da população da área delimitada,
• internações hospitalares; favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sani-
• reabilitação �sica. tária, controle de vetores, educação em saúde, além
das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em
Essas ações de promoção, proteção e recuperação for- todos os níveis de complexidade.
mam um todo indivisível. As unidades prestadoras de ser-
viço, com seus diferentes graus de complexidade, formam
também um todo indivisível, configurando um sistema capaz
de prestar atenção integral.
Ações de promoção e proteção de saúde: esses grupos
de ações podem ser desenvolvidos por instituições governa-
mentais, empresas, associações comunitárias e indivíduos.
Tais ações visam à redução de fatores de risco, que consti-
tuem ameaça à saúde das pessoas, podendo provocar-lhes
incapacidades e doenças.
Esses grupos compreendem um elenco bastante vasto e
diversificado de ações, de natureza eminentemente preventi-
va, que, em seu conjunto, constituem um campo de aplicação
precípua do que se convencionou chamar, tradicionalmente, • Resolu�vidade: este sistema deve estar apto, dentro do
de Saúde Pública, ou seja, o diagnóstico e tratamento cien- limite de sua complexidade e capacidade tecnológica,
�fico da comunidade. a resolver os problemas de saúde que leva um pacien-
As ações de proteção ocorrem por meio da vigilância te a procurar os serviços de saúde, em cada nível de
epidemiológica, são obtidas as informações para conhecer assistência. Deve, ainda, enfrentar os problemas rela-
e acompanhar, a todo momento, o estado de saúde da co- cionados ao impacto coletivo sobre a saúde, a partir
munidade e para desencadear, oportunamente, as medidas da ideia de que os serviços devem se responsabilizar
dirigidas à prevenção e ao controle das doenças e agravos pela vida dos cidadãos de sua área ou território de
à saúde. abrangência, resolvendo-os também até o nível de
A vigilância sanitária busca garantir a qualidade de ser- sua complexidade. É a exigência de que, quando um
viços, meio ambiente de trabalho e produtos (alimentos, indivíduo busca o atendimento ou quando surge um
medicamentos cosméticos, saneantes domissanitários, problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço
agrotóxicos e outros), mediante a identificação, o controle correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e
ou a eliminação de fatores de risco à saúde, eventualmen- resolvê-lo até o nível da sua competência.
• Descentralização: é um processo de transferência de
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

te presentes. São exemplos de serviços sujeitos à vigilância


sanitária: unidades de saúde, restaurantes, academias de responsabilidade de gestão de um ente estatal para
ginástica, institutos de beleza, piscinas públicas etc. outro (esfera), acompanhado da transferência de re-
cursos financeiros, para atender as determinações
No meio ambiente, a vigilância sanitária procura evitar ou
constitucionais e legais que embasam o SUS e que
controlar a poluição do ar, do solo, da água, a contaminação
definem atribuições comuns e competências especí-
por agrotóxicos, o uso do mercúrio nos garimpos etc. Nos
ficas à União, Estados, Distrito Federal e Municípios. É
locais de trabalho, a vigilância sanitária preocupa-se, por
entendida como a redistribuição do poder decisório,
exemplo, em assegurar condições ambientais satisfatórias dos recursos e das competências quanto às ações e aos
(iluminação, temperatura, umidade, ventilação, nível sono- serviços de saúde entre os vários níveis de governo,
ro), adequação ergométrica de máquinas, equipamentos e a partir da ideia de que, quanto mais perto do fato a
móveis e eliminação de substâncias e produtos que podem decisão for tomada, mais chance haverá de acerto.
provocar doenças ocupacionais. Deverá haver uma profunda redefinição das atribuições
dos vários níveis de governo, com um nítido reforço
Quais são os princípios que regem a organização do do poder municipal sobre a saúde – a este processo
SUS? dá-se o nome de municipalização. Aos municípios cabe,
portanto, a maior responsabilidade na implementação
Os princípios que regem a organização do SUS (princípios das ações de saúde diretamente voltados para os seus
organizativos) obedecem aos seguintes preceitos: cidadãos. A Lei nº 8.080/1990 e as Normas Operacio-
• Regionalização e Hierarquização: os serviços devem nais Básicas do Ministério da Saúde (NOBs) que se
ser organizados em níveis de complexidade tecnológi- seguiram definem precisamente qual a obrigação de
ca crescente, dispostos numa área geográfica delimi- cada esfera de governo que é autônoma e soberana nas
tada e com a definição da população a ser atendida. suas decisões e atividades, respeitando os princípios
Isto implica na capacidade dos serviços em oferecer gerais e a participação da sociedade.

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• Par�cipação da Comunidade (dos Cidadãos): é a ga- PRINCÍPIOS DO SUS
rantia constitucional de que a população por meio de
suas entidades representativas poderá participar do Doutrinários Organiza�vos
processo de formulação das políticas de saúde e do • Universalidade • Regionalização e Hierarquização
controle de sua execução, em todos os níveis, desde • Equidade • Resolutividade
o federal até o local. Essa participação deve se dar nos • Integralidade • Descentralização
conselhos de saúde (nacional, estadual, municipal e – Promoção • Participação da Comunidade
local), com representação paritária de usuários, gover- – Proteção • Complementaridade do Setor Privado
no, profissionais de saúde e prestadores de serviços, – Recuperação • Intersetoriedade
Nota: ver princípios do SUS, segundo art. 7º da Lei nº 8.080/1990)
com poder deliberativo. As Conferências de Saúde nas
três esferas de governo são as instâncias máximas de
deliberação, devendo ocorrer periodicamente e definir INSTÂNCIAS COLEGIADAS DO SUS
as prioridades e linhas de ação sobre a saúde. É dever
das instituições oferecer informações e conhecimentos O Brasil possui um sistema político federativo constituído
necessários para que a população se posicione sobre por três esferas de governo – União, estados e municípios –,
todas consideradas pela Constituição da República de 1988
as questões que dizem respeito à saúde. A represen-
como entes federativos com autonomia administrativa e sem
tação dos conselhos de saúde que é definida pela Lei vinculação hierárquica. São 26 estados e o Distrito Federal
nº 8.142/1990 determina que os mesmos devam ser e 5.565 municípios.
paritários e tripartites, em todas as esferas de governo. O Sistema Único de Saúde (SUS) constitui o modelo oficial
público de atenção à saúde em todo o país, sendo um dos
• Complementariedade do Setor Privado: a Constituição maiores sistemas públicos de saúde do mundo e o único
definiu que quando, por insuficiência do setor público, a garantir assistência integral e totalmente gratuita para a
for necessária a contratação de serviços privados, isto totalidade da população, inclusive aos pacientes portadores
ocorre sob três condições: do HIV, sintomáticos ou não, aos pacientes renais crônicos e
– a celebração do contrato conforme as normas de aos pacientes com câncer.
direito público, ou seja, interesse público prevale- O SUS está definido na Lei nº 8.080, de 19 de setem-
cendo sobre o particular; bro de 1990 (Lei Orgânica da Saúde), como o “conjunto de
– a instituição privada deverá estar de acordo com ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições
os princípios básicos e normas técnicas do Sistema públicas federais, estaduais e municipais, da Administração
direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Pú-
Único de Saúde; assim, os princípios da universali-
blico, incluídas as instituições públicas federais, estaduais e
dade, equidade etc., como se o serviço privado fosse municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de
público, uma vez que, quando contratado, atua em insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderiva-
nome deste; dos, e de equipamentos para saúde”, garantida, também, a
– a integração dos serviços privados deverá ocorrer na participação complementar da iniciativa privada no Sistema
mesma lógica do SUS em termos de posição definida Único de Saúde.
na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços. A Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe,
Dessa forma, em cada região deverá estar claramen- entre outros assuntos, sobre a participação da comunidade
te estabelecido, considerando-se os serviços públi- na gestão do SUS, estabelece, no seu art. 1º, que o SUS, con-
cos e privados contratados, quem vai fazer o que, tará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções
em que nível e em que lugar. do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:
Dentre os serviços privados, devem ter preferência os • Conferência de Saúde e
serviços não lucrativos (hospitais Filantrópicos – San- • Conselho de Saúde.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


tas Casas), conforme determina a Constituição. Assim,
A Conferência de Saúde, pelo menos a cada quatro anos,
cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e, é convocada para avaliar a situação de saúde e propor as
na sequência, complementar a rede assistencial com o diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis
setor privado não lucrativo, com os mesmos conceitos nacional, estadual e municipal.
de regionalização, hierarquização e universalização. O Conselho de Saúde, órgão colegiado com caráter per-
manente e deliberativo, composto por representantes do
• Intersetoriedade governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e
A Lei nº 8.080/1990 define como fatores determinan- usuários, atua na formulação de estratégias e no controle
tes e condicionantes da saúde, dentre outros, a ali- da execução da política de saúde, sendo que suas decisões
mentação, a moradia, o saneamento básico, o meio requerem a homologação do chefe do poder legalmente
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o trans- constituído em cada esfera do governo.
porte, o lazer, o acesso aos bens e serviços essenciais
e as ações que se destinam a garantir às pessoas e à Comissões Intergestores
coletividade as condições de bem-estar �sico, mental
e social. Essas ações são planejadas e executadas por Comissão Intergestores Tripartite (CIT), integrada por re-
presentantes do governo federal (Ministério da Saúde – MS),
outros setores do governo, com recursos específicos,
dos gestores estaduais (Conselho Nacional de Secretários de
e são consideradas ações intersetoriais de saúde. Saúde – Conass), dos gestores municipais (Conselho Nacional
de Secretários Municipais de Saúde – Conasems). A comissão
Observamos que o Sistema Único de Saúde é um sistema é um foro de articulação e pactuação na esfera federal.
público de saúde e que, ainda que não nominado, existe um Na comissão, são definidas diretrizes, estratégias, progra-
Sistema Nacional de Saúde, constituído pelo setor público mas, projetos e alocação de recursos do SUS. São quinze mem-
(SUS) e pelo setor privado. bros, sendo cinco indicados pelo Ministério da Saúde, cinco

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pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) exterior. São os chamados centros de excelência e podem ser
e cinco pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de classificados como situando-se num quarto nível de atenção.
Saúde (Conasems). Para estados e municípios, cada indicado Pode-se resumir a caracterização dos diferentes níveis
representa uma região do país. As decisões são tomadas de atenção da seguinte forma:
por consenso.
Comissão Intergestores Bipartite (CIB), integrada por re- • Atenção Primária (Atenção Básica à Saúde)
presentantes do governo estadual (Secretaria Estadual de
Saúde – SES), dos gestores municipais (Colegiado de Secre- São ações básicas nos campos da promoção, prevenção e
tários Municipais de Saúde – Cosems) e criadas pela segun- assistência individual, e a prestação de serviços necessários
da Norma Operacional Básica do SUS – a NOB-SUS 01/93, à resolução dos problemas de maior prevalência e significa-
são responsáveis pelo gerenciamento do Sistema Único de do social em cada comunidade. Diz-se que as unidades que
Saúde, apreciando, entre outros assuntos, os pactos e pro- realizam atenção primária são a porta de entrada do SUS.
gramações entre gestores, buscando a integração entre as Nível de atenção representado pelos serviços de primei-
esferas de governo. ra linha, como clínica médica, pediatria, obstetrícia e gine-
Um dos fóruns fundamentais para o processo de descen- cologia, de caráter ambulatorial, em geral prestado pelas
tralização das ações de saúde. Nesse espaço, representantes unidades básicas de saúde (UBS) ou pelos postos de saúde,
do governo estadual e dos municípios articulam-se e realizam fortemente marcado por programas, sistemas e serviços ca-
as suas pactuações. Ela é responsável por organizar a atenção racterizados pelas funções de promoção de saúde, preven-
à saúde no estado, além de definir estratégias, programas, ção de agravos e transtornos à saúde, educação em saúde
projetos e alocação de recursos do SUS, no âmbito estadual. e tratamentos de tecnologia simplificada. Ex.:
Vale observar que, antes de levar um tema para ser discu- • consultas simples (clínica geral, pediatria ginecológia
tido na Bipartite, o assunto deve ter sido debatido entre os e saúde bucal);
municípios em outras de suas instâncias representativas. As • serviços de enfermagem, atividades de educação em
decisões somente são encaminhadas para a Comissão Inter- saúde, vacinação e vigilância epidemiológica e sanitária;
gestores Tripartite (CIT) se envolverem questões contrárias • outras atividades clínicas (o�almologia e psiquiatria);
aos pactos e políticas do SUS ou aquelas que envolvem a • programas preventivos;
União. • algumas unidades contam com psicologia e serviço
Colegiados de Gestão Regional – criados pela Portaria social;
GM nº 399/2006 (Pacto pela Saúde) propõe o fortalecimen- • são as “portas de entrada” do sistema de saúde (exce-
to dos pactos regionais, estabelecendo que cada Região de tuando-se urgências e emergências).
Saúde deverá constituir seu próprio Colegiado, cuja estrutura
e forma de funcionamento deverão ser estabelecidas em • Atenção Secundária
comum acordo entre os gestores municipais e estadual e
acordado na CIB. Conjunto de ações com diferenciação tecnológica quanto a
Compõem tais Colegiados todos os gestores municipais recursos humanos (mais especializados) e equipamentos (mais
sofisticados), orientadas à resolução de problemas de saúde
da região de saúde e representantes da SES-GO de tal região.
de maior complexidade, mas ainda em nível ambulatorial.
Nelas são pactuados, por exemplo, os tetos financeiros pos-
Nível de atenção representado por programas, sistemas
síveis – dentro das disponibilidades orçamentárias conjun-
e serviços de tratamento ambulatorial e pequenos hospitais
turais – oriundos dos recursos das três esferas de governo,
de tecnologia intermediária, que incorpora funções do nível
capazes de viabilizar a atenção às necessidades assistenciais
primário e acrescenta as de tratamento especializado, com
e às exigências ambientais.
o objetivo de reabilitação; conjunto de ações com diferen-
ciação tecnológica quanto a recursos humanos (mais espe-
A Unidade Básica de Saúde e os Níveis de Atenção cializados) e equipamentos (mais sofisticados), orientadas à
resolução de problemas de saúde de maior complexidade,
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

Falar em sistema significa identificar e compreender o mas ainda em nível ambulatorial.


papel de cada unidade diferenciada no interior desse siste- Constituídos pelos ambulatórios de especialidades e pe-
ma. Então é sempre oportuno lembrar que a Unidade Básica los hospitais de baixa complexidade e resolutividade, capazes
de Saúde (UBS), quase sempre vinculada ao setor público, é de realizar partos, internações clínicas que exijam menos cui-
a unidade fundamental do SUS. O conjunto das UBS forma, dados especializados e cirurgias simples. São o maior apoio
como se sabe, o que se convencionou denominar rede básica para os serviços de atenção primária.
de saúde, encarregada da chamada atenção primária à saúde.
Atenção primária ou básica significa atenção primeira. É • Atenção Terciária
esse o sentido do termo, e não, como muitas vezes ouvimos,
atenção de baixa qualidade para problemas simples. Constituída pelos por grandes hospitais gerais de maior
A própria noção de básico ou primário, com o sentido complexidade e altamente especializados, que concentram
de primeiro, supõe a existência de unidades de saúde en- tecnologia de maior complexidade e de ponta e/ou de alto
carregadas do que é secundário ou terciário; encarregadas, custo servindo de referência para os demais programas, sis-
portanto, do que não é básico. Por isso, o conjunto das Uni- temas e serviços são instituições de ensino e pesquisa. Possui
dades que compõem o SUS pode ser subdividido segundo o equipamento de ponta e pessoal tecnicamente qualificado
que se denominam níveis de atenção. para tratamentos intensivos. Normalmente, tem atendimen-
O SUS se organiza em cada região ou município, segundo to de profissionais pós-graduados, produção de serviços de
as características da realidade de cada um desses locais. Há, alta complexidade, por especialistas em diferentes áreas e
porém, unidades de saúde que, pelas suas características que, em geral, requerem internação hospitalar.
(tipos de equipamentos e tecnologia envolvida na assistên- São exemplos de procedimentos de alta complexidade:
cia; alta especialização e qualificação dos recursos humanos traumato-ortopedia, cardiologia, terapia renal substitutiva e
etc.), desempenham um papel estratégico para o conjunto oncologia. As principais áreas estão organizadas em redes,
do SUS, recebendo pacientes de todo país e até mesmo do como as de cirurgias cardíacas e de atenção oncológica.

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A existência de diferentes níveis de atenção no interior Média Complexidade
do SUS decorre da racionalização do trabalho com vistas a
potencializar os recursos disponíveis. De fato, não são ne- A Média Complexidade Ambulatorial (MC) é composta
cessários certos equipamentos ou certos especialistas em por ações e serviços que visam atender aos principais proble-
todos os lugares. Mas todas as pessoas de todos os lugares mas e agravos de saúde da população, cuja complexidade da
devem ter acesso a certos equipamentos e a certos especia- assistência na prática clínica demande a disponibilidade de
listas sempre que precisarem deles. Assim, para que se possa profissionais especializados e a utilização de recursos tecno-
assegurar acesso das pessoas aos recursos que necessitam, lógicos, para o apoio diagnóstico e tratamento, que resulta
é imprescindível que sejam estabelecidos mecanismos de em algum grau de economia de escala, e não disponibilizáveis
referência e contrarreferência através das quais usuários em todos os municípios do país, a curto ou médio prazo.
são encaminhados (referência) de uma unidade de saúde São serviços como consultas hospitalares e ambulatoriais,
para outra, em geral de níveis de atenção diferentes. Nada exames e alguns procedimentos cirúrgicos. É constituída por
impede, porém, que esse encaminhamento se dê no mesmo procedimentos ambulatoriais e hospitalares situados entre
nível de atenção. Uma vez realçado o atendimento, o usuário a atenção básica e a alta complexidade.
é encaminhado de volta (contrarreferência) para a unidade
de origem. Alta Complexidade

Como você entende a ABS? Básica ou Baixa Conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS,
Complexidade envolve alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar
à população o acesso a serviços qualificados, integrando-os
A atenção básica é a porta de entrada do cidadão dentro aos demais níveis de atenção à Saúde (atenção básica e de
do SUS. Uns defendem o nome de Atenção Básica e outros, média complexidade). São exemplos de procedimentos de
Atenção Primária. O que importa é que ela seja o primeiro alta complexidade: traumato-ortopedia, cardiologia, tera-
contato do cidadão com os serviços de saúde. Que a ela se dê pia renal substitutiva e oncologia. As principais áreas estão
cada vez mais espaço e importância como um dos caminhos organizadas em redes, como as de cirurgias cardíacas e de
do novo modelo de fazer saúde. Prioridade na APS. atenção oncológica.

NÍVEIS DE ATENÇÃO
Nível Tipo de Unidade Exemplos de Unidade Serviços Impacto
Primário ou • posto de saúde; • Unidades básicas; • imunizações;
Atenção Básica • cais; • PSF; • consultas básicas; 80%
• unidades básicas; • posto de saúde. • pré-natal;
• PSF; • programas.
• PACS, posto de coleta.
Secundário ou • centros de saúde; ambu- • laboratórios; • exames;
Média Complexidade latórios especializados; • maternidades, unida- • consultas especializadas; 15%
• laboratórios. des mistas • internações em CM, CC, PD, CO.
Terciário ou Unidades Assistenciais de Hospitais especializados e • cirurgias cardíacas;
Alta Complexidade Alta Complexidade. Hospitais Gerais. • transplante, TRS;
• tomografia; 5%
• oncologia, ressonância magnética.

CM – Clínica Médica
CC – Clínica Cirúrgica

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


PD – Pediatria
CO – Clínica Obstétrica
PS – Pronto Socorro
TRS – Terapia Renal Substitutiva – Hemodiálise

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Os serviços de assistência à saúde podem ser classifi- A atenção primária se diferencia da secundária e da
cados por �po de estabelecimento: terciária por diversos aspectos, entre eles: dedica-se aos
• Postos de saúde: prestam assistência à saúde de uma problemas mais frequentes (simples ou complexos), que se
população entre 500 e 2.000 habitantes, geralmente na apresentam, sobretudo em fases iniciais e que são, portan-
área rural, valendo-se de procedimentos mais simplifica- to, menos definidos. Nas unidades de saúde, consultórios
dos, praticamente sem incorporação de equipamentos comunitários, escolas ou asilos, nos espaços comunitários,
e contando com recursos humanos de nível elementar observa-se grande variedade de necessidades em saúde,
e médio (auxiliares e técnicos de enfermagem). forte componente a ser dedicado à prevenção de doenças,
• Centro de saúde: mais complexo do que o posto; conta alta proporção de pacientes já conhecidos pela equipe de
com assistência médica com pouca tecnologia e dispõe saúde e maior familiaridade dos profissionais, tanto com as
de profissionais de nível universitário. É mais frequente pessoas, quanto com seus problemas.
nas cidades de médio e grande porte, na modalidade A atenção primária tem, portanto, qualidades únicas, que
ambulatorial. a caracterizam e diferenciam dos demais níveis de atenção.
• Unidade mista: desenvolve todas as atividades de um Para realmente entendermos o que é a APS, devemos co-
centro de saúde mais internação. Devido à área de nhecer os elementos que a constituem. Num enfoque ope-
internação, apresenta maiores recursos tecnológicos racional, na história recente de vários países, Mendes (2002)
e dispõe de profissionais mais qualificados (médicos ressalta que a adoção da estratégia da APS na organização e
especialistas). Atuam principalmente nas áreas ambu- ordenação de recursos do sistema de saúde é uma resposta
latorial e hospitalar. adequada às necessidades de suas populações. Porém, ele
• Policlínica: apresenta atendimento ambulatorial espe- observa que, nesse processo, a estratégia da APS tem sofrido
cializado, só atuando nesta área. É comum nas cidades variações em sua interpretação, sendo algumas destacadas
de médio e grande porte, nas áreas mais desenvolvidas. a seguir:
• Pronto-socorro: atende situações de emergência e ur- • Uma primeira interpretação colocada pelo autor é
gência médica. Alguns apresentam leitos para acomo- a de atenção primária seletiva, em que a APS é en-
dação dos que aguardam remoção ou para observação. tendida como um programa específico, oferecido às
Variam no tocante a recursos tecnológicos e recursos populações e regiões pobres, através de um conjunto
humanos. de tecnologias simples e de baixo custo. Geralmente
• Hospital: é voltado principalmente para assistência são providas por pessoal de pouca qualificação profis-
médica em regime de internação, localizado em áreas sional e sem a possibilidade de referência de atenção
urbanas e com horário de funcionamento con�nuo, ou de maior complexidade tecnológica (URGER; KILLIN-
seja, não fecham. Alguns são voltados para o atendi- GSWORTH, 1986 apud MENDES, 2002).
mento especializado. • Uma segunda interpretação de APS, no enfoque opera-
cional, seria como nível primário do sistema de serviço
Atenção Primária à Saúde de saúde. Esta compreenderia, a APS como maneira de
organizar e fazer funcionar a porta de entrada do sistema,
Nível de atenção representado pelos serviços de primeira sem grande preocupação com seguimentos, ou serviços
linha, como clínica médica, pediatria e tocoginecologia, de
de referência e contrareferência com outros níveis. Nessa
caráter ambulatorial, constituinte de um sistema de porta
interpretação, enfocar-se-ia a atribuição resolutiva desses
de entrada (excetuando-se urgências e emergências) e for-
serviços sobre os problemas de saúde mais comuns e de
temente marcado por programas, sistemas e serviços carac-
caráter agudo para os quais postula-se uma forma de mi-
terizados pelas funções de promoção de saúde, prevenção
nimizar os custos econômicos e de satisfazer a demanda
de agravos e transtornos à saúde, educação em saúde e
da população, restrita, porém, às atividades de atenção
tratamentos de tecnologia simplificada.
de primeiro nível (MENDES, 2002).
Atenção Secundária à Saúde Este tipo de interpretação, segundo o autor, coloca a
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

APS como base dos sistemas fragmentados de servi-


Nível de atenção representado por programas, sistemas ços de saúde, que ainda são fortemente hegemôni-
e serviços de tratamento ambulatorial e pequenos hospitais cos e que se (des)organizam através de um conjunto
de tecnologia intermediária, que incorpora funções do nível de pontos de atenção à saúde, isolados e raramente
primário e acrescenta as de tratamento especializado, com unidos entre si, com débito de APS. Por consequência
objetivo de reabilitação. dessa forma de organização, estes sistemas tornam-se
incapazes de prestar atenção con�nua à população e
Atenção Terciária à Saúde de se responsabilizar por esta. Isso porque possuem
uma visão estrutural na forma piramidal, cujos pontos
Nível de atenção constituído por grandes hospitais gerais de atenção à saúde devem ser organizados por níveis
e especializados, que concentram tecnologia de maior com- hierárquicos de complexidade tecnológica crescente
plexidade e de ponta, servindo de referência para os demais do primário ao quaternário (maior nível) e sem comu-
programas, sistemas e serviços. nicação de um nível com o outro ou ainda dentro de
um mesmo nível. Nesse contexto, a APS é apontada
Atenção Primária de forma distorcida, como sendo menos complexa
que os demais níveis, pois há uma sobrevalorização
O sistema público de saúde brasileiro, instituído no de práticas que exigem maior densidade tecnológica.
Sistema Único de Saúde (SUS), é caracterizado pela hierar- Em contrapartida, há uma banalização da APS.
quização, segundo a qual a Atenção Primária à Saúde (APS) • Uma terceira interpretação da APS, também trazida por
corresponde aos procedimentos básicos de atenção à saúde, Mendes (2002), mais ampla e adotada neste estudo,
enquanto a assistência hospitalar e ambulatorial de média seria a concebida como estratégia, pilar de estrutu-
e alta complexidade compõem os níveis superiores dessa ração do sistema de saúde, que tende a superar as
atenção. concepções anteriores trazidas.

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A APS enquanto estratégia de organização do sistema • Entendimento que a saúde é resultado de um amplo
de serviço de saúde compreende uma maneira singular de espectro de fatores/determinantes múltiplos, relacio-
apropriar, recombinar, reordenar e reorganizar os diversos nados com a qualidade de vida, e que incluem um
recursos do sistema a fim de satisfazer às necessidades, de- padrão adequado de alimentação e nutrição, de ha-
mandas e representações da população. Isso representa a bitação, e saneamento; boas condições de trabalho;
articulação da APS dentro de um sistema integrado de ser- oportunidades de educação ao longo da vida; ambiente
viços de saúde, os quais são estruturados por meio de uma �sico limpo; apoio social para famílias e indivíduos;
rede integrada de pontos de atenção à saúde, organizada estilo de vida responsável; e um aspectro adequado de
através da APS, que presta assistência de maneira con�nua cuidados de saúde. Segundo esta abordagem, as ativi-
a uma população definida quanto a lugar, tempo, qualidade e dades estariam mais voltadas ao coletivo de indivíduos
custo certo, e se responsabiliza pelos resultados econômicos e ao meio ambiente, compreendido como ambiente
e sanitários relativos a essas pessoas. �sico, político, econômico e cultural, alcançados por
meio de políticas públicas que propiciem condições
favoráveis ao desenvolvimento da saúde (e as escolhas
Promoção da Saúde saudáveis serão mais fáceis) e do reforço da capacidade
dos indivíduos e das comunidades (empoderamento).
A promoção da saúde, definida na I Conferência Interna-
cional de Promoção da Saúde como “um processo que con- A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que
fere à população os meios para assegurar um maior controle o desenvolvimento das ações de Promoção da Saúde deve
e melhoria de sua própria saúde, não se limitando a ações ser formulado e implementado em torno de cinco pontos:
de responsabilidade do setor saúde” (WHO, 1992), propõe • desenvolvimento de políticas públicas articuladas e
a capacitação das pessoas para uma gestão mais autônoma saudáveis;
da saúde e dos determinantes desta. A Organização Pan- • o incremento do poder técnico e político das comuni-
-americana da Saúde reconhece a promoção da saúde como dades (empoderamento);
prioridade programática, e reitera a importância da partici- • o desenvolvimento de habilidades e atitudes pessoais
pação da sociedade civil e da ação intersetorial, definindo-a favoráveis à saúde em todas as etapas da vida;
como: “uma soma das ações da população, dos serviços de • a reorientação dos serviços de saúde; e
saúde, das autoridades sanitárias e de outros setores sociais • a criação de ambientes favoráveis à saúde (WHO,
dirigidas para o desenvolvimento de melhores condições de 1992).
saúde geral e coletiva”. Refere-se a ações exercidas sobre os
condicionantes e determinantes e que estão dirigidas a pro- Assistência da Média e Alta Complexidade
vocar impacto favorável na qualidade de vida das populações.
Além da ação intersetorial e intrasetorial, ainda se caracteriza A Secretaria de Atenção à Saúde (SAS)*, do Ministério
por ações de ampliação da consciência sanitária, dos direitos da Saúde (MS), define média e alta complexidade em saúde,
e deveres, enfim, de ampliação de poder de cidadania. Ações conforme se segue.
de promoção de saúde como práticas sanitárias referem-se
A média complexidade ambulatorial é composta por
a práticas coletivas, voltadas para a definição de políticas,
ações e serviços que visam atender aos principais
preservação e proteção do ambiente �sico e social, com o
problemas e agravos de saúde da população, cuja
apoio de informação, educação e comunicação dirigida aos complexidade da assistência na prática clínica deman-
profissionais e à população. de a disponibilidade de profissionais especializados
Por meio da Portaria nº 687/GM, de 30 de março de e a utilização de recursos tecnológicos, para o apoio
2006, o Ministério da Saúde institui a Política Nacional de diagnóstico e tratamento.
Promoção da Saúde, que tem como objetivo “[...] a promo-
ção da qualidade de vida e a redução da vulnerabilidade No material de apoio conhecido como O SUS de A a Z,

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


e dos riscos à saúde relacionados aos seus determinantes fornecido pelo Ministério da Saúde no site do Departamento
e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, de Atenção Básica (DAB) (h�p://dtr2004.saude.gov.br/sus-
habitação, ambiente, educação, lazer, cultura a bens e ser- deaz/) e construída conjuntamente pelo Conselho Nacional
viços essenciais”. de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), temos, em
Para o alcance desse objetivo, a Promoção da Saúde acréscimo a esta definição, uma relação dos grupos que com-
precisa ser compreendida como um mecanismo de forta- põem os procedimentos de média complexidade do Sistema
lecimento e implantação de uma política transversal, inte- de Informações Ambulatoriais (SIA):
grada e intersetorial, que faça dialogar as diversas áreas do • procedimentos especializados realizados por profissio-
setor sanitário, os outros setores do governo, o setor não nais médicos, outros profissionais de nível superior e
governamental e a sociedade, compondo redes de compro- nível médio;
misso e corresponsabilidade quanto à qualidade de vida da • cirurgias ambulatoriais especializadas;
população em que todos sejam par�cipes na proteção e no • procedimentos traumato-ortopédico;
cuidado com a vida. • ações especializadas em odontologia;
• patologia clínica;
Dois grandes grupos de abordagens são identificados na
• anatomopatologia e citopatologia;
Promoção da Saúde:
• radiodiagnóstico;
• Desenvolvimento de atividades dirigidas à transfor- • exames ultrassonográficos;
mação dos comportamentos dos indivíduos, focando • diagnose;
estilos de vida, concentrando-se em componentes • fisioterapia;
educativos, primariamente relacionados com riscos • terapias especializadas;
comportamentais passíveis de mudança, que estariam, • próteses e órteses;
pelo menos em parte, sob controle dos próprios in- • anestesia.
divíduos (por exemplo, o hábito de fumar, a dieta, as
atividades �sicas, a direção perigosa no transito). * Disponível em: <h�p://portal.saude.gov.br/portal/sas/mac/default.cfm>.

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No mesmo material de apoio, encontramos a seguinte de contenção do risco evolutivo, de tratamento, de reabilita-
definição de alta complexidade. ção, de manutenção e de suporte individual e familiar para
o autocuidado, por meio de um conjunto integrado de pon-
Conjunto de procedimentos que, no contexto do tos de atenção à saúde, que presta uma atenção con�nua à
SUS, envolve alta tecnologia e alto custo, objetivando população – no lugar certo, com o custo certo e a qualidade
propiciar à população acesso a serviços qualificados, certa – e que se responsabiliza pelos resultados sanitários
integrando-os aos demais níveis de atenção à saúde e econômicos relativos a essa população (MENDES, 2005).
(atenção básica e de média complexidade).
ARCABOUÇO LEGAL – LEGISLAÇÃO DA
Principais áreas que compõem a alta complexidade do
SUS, organizadas em redes são:
SAÚDE
• assistência ao paciente portador de doença renal crô-
O arcabouço jurídico-institucional do SUS encontra-se
nica (por meio dos procedimentos de diálise);
descrito na Constituição Federal de 1988, no capítulo so-
• assistência ao paciente oncológico;
bre a Seguridade Social. O detalhamento é contemplado
• cirurgia cardiovascular; cirurgia vascular; cirurgia car-
pela regulamentação subsequente, especialmente pelas
diovascular pediátrica;
Leis nº 8.080/1990, sobre a organização dos serviços, e nº
• procedimentos da cardiologia intervencionista;
8.142/1990, sobre a participação comunitária. Esta legislação
• procedimentos endovasculares extracardíacos;
tem sido operacionalizada através de diversas Portarias do
• laboratório de eletrofisiologia;
Ministério da Saúde, especialmente as que originaram as
• assistência em traumato-ortopedia;
Normas Operacionais Básicas (NOB) de 1991, 1993 e 1996
• procedimentos de neurocirurgia;
e a NOAS 2001/2002, além do Pacto da Saúde em 2006.
• assistência em otologia;
A legislação pertinente e as normas estabelecidas pro-
• cirurgia de implante coclear;
movem o desenvolvimento de organismos colegiados de
• cirurgia das vias aéreas superiores e da região cervical;
controle social – os conselhos de saúde – e estabelecem re-
• cirurgia da calota craniana, da face e do sistema esto-
gras de atuação dos representantes governamentais e sociais
matognático;
chamados a participar do processo decisório.
• procedimentos em fissuras labiopalatais;
A Constituição Federal apresenta na Seção II os parâme-
• reabilitação protética e funcional das doenças da calota
tros fundamentais que irão governar a política setorial nos
craniana, da face e do sistema estomatognático;
anos seguintes. Sob o lema “Saúde direito de todos, dever
• procedimentos para a avaliação e o tratamento dos
do Estado”, seus princípios podem ser resumidos em alguns
transtornos respiratórios do sono;
pontos básicos. As necessidades individuais e coletivas passam
• assistência aos pacientes portadores de queimaduras;
a ser consideradas de interesse público; a assistência médico-
• assistência aos pacientes portadores de obesidade
-sanitária integral passa a ter caráter universal, com acesso
(cirurgia bariátrica);
igualitário dos usuários aos serviços; estes serviços devem
• cirurgia reprodutiva;
ser hierarquizados e sua gestão descentralizada. O sistema
• genética clínica;
criado deverá ser custeado, essencialmente, por recursos go-
• terapia nutricional;
vernamentais transferidos pela União, Estados e Municípios.
• distrofia muscular progressiva;
A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre as
• osteogênese imperfecta;
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde,
• fibrose cística e reprodução assistida.
a organização e o funcionamento dos serviços corresponden-
tes e dá outras providências. Esta Lei busca definir os papéis
Os procedimentos da alta complexidade encontram-se
institucionais de cada esfera governamental no plano da ges-
relacionados na tabela do SUS, em sua maioria no Sistema
tão, a estrutura de financiamento e as regras de transferência
de Informação Hospitalar, e estão também no Sistema de
de recursos entre os diferentes níveis de governo, entendidos
Informações Ambulatoriais em pequena quantidade, mas
como gestores do sistema em sua esfera de competência.
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

com impacto financeiro extremamente alto, como é o caso


Após vários vetos nessa lei, o governo foi obrigado a re-
dos procedimentos de diálise, quimioterapia, radioterapia e
tornar alguns desses vetos e nesse sentido foi criada a Lei nº
hemoterapia (MINISTÉRIO DA SAÚDE, SUS de A a Z, 2005).
8.142/1990 no dia 28 de dezembro, regulamentando assim
A Portaria SAS/MS nº 968, de 11 de dezembro de 2002,
as transferências de recursos financeiros e o controle social,
definiu o elenco de procedimentos considerados de alta
vetado pelo governo Fernando Collor de Melo.
complexidade ambulatorial e hospitalar.
A citação dessas definições não tem o objetivo de fixar A Descentralização no Sistema de Saúde Brasileiro: Fun-
uma “relação definitiva” de média e alta complexidade de damentos Jurídicos e Norma�vos
atenção à saúde, mas, antes, demonstrar as dificuldades que • Constituição Federal de 1988;
essas áreas de atenção representam para os gestores do • Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/1990;
SUS: sua visão foi desde sempre fragmentária, um conjunto • Lei Orgânica da Saúde nº 8.142/1990;
de procedimentos relacionados nas tradicionais “tabelas de • Pacto pela Saúde – 2006.
procedimentos do sistema”, ambulatorial ou hospitalar, sele- • Decreto nº 7.508/2011 – Regulamentação da Lei nº
cionados por exclusão, isto é, são os procedimentos que “não 8.080/1990.
cabem” nas unidades básicas de saúde e na atenção primária
em saúde, pelos custos ou densidade tecnológica envolvida. A Constituição Federal de 1988 define o conceito de
Há que se salientar, ainda, que o MS utiliza frequente- saúde, incorporando novas dimensões. Para se ter saúde, é
mente em suas normas o conceito de “redes de alta comple- preciso ter acesso a um conjunto de fatores, como alimen-
xidade”, enquanto a literatura sobre o assunto aborda redes tação, moradia, emprego, lazer, educação etc.
como organizações sistêmicas que desenvolvem um enfoque O texto constitucional demonstra claramente que a con-
sistemático e planejado para atender às necessidades dos cepção do SUS estava baseada na formulação de um modelo
eventos agudos e crônicos, manifestados no decorrer do ciclo de saúde voltado para as necessidades da população, procu-
de vida de uma condição ou doença, provendo intervenções rando resgatar o compromisso do Estado para com o bem-
de promoção da saúde, de prevenção das doenças ou danos,

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-estar social, especialmente no que refere à saúde coletiva, segundo o qual o tributo não pode ser cobrado no mesmo
consolidando-o como um dos direitos da cidadania. exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o
Ao longo do ano de 1989, procederam-se negociações instituir ou majorar.
para a promulgação da lei complementar que daria bases • Isenção: não recolhem contribuições sociais as enti-
operacionais à reforma e iniciaria a construção do SUS. dades beneficentes de assistência social que atendam aos
A partir das definições legais estabelecidas pela Constituição requisitos estabelecidos em lei.
Federal de 1988 e da Lei Orgânica de Saúde, iniciou-se o proces- • Regime diferenciado de cobrança: o produtor,
so de implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) de forma o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador
pactuada entre o Ministério da Saúde, Conass e Conasems. artesanal, bem como os respectivos cônjuges, desde que
Esse processo foi orientado pelas Normas Operacionais exerçam suas atividades em regime de economia familiar,
do SUS, instituídas por meio de portarias ministeriais. Tais sem empregados permanentes, podem contribuir para a
normas definiram as competências de cada esfera de governo seguridade social mediante o recolhimento de uma alíquota
e as condições necessárias para que estados e municípios sobre o resultado da comercialização da produção.
pudessem assumir as novas atribuições no processo de im- Por fim, cabe registrar que nenhum bene�cio pode ser
plantação do SUS. criado, aumentado ou estendido sem que haja previsão
orçamentária.
SEGURIDADE SOCIAL
Disposi�vos Cons�tucionais
• Sistema da Seguridade Social: conjunto de ações inte-
gradas que visam a garantir os direitos a saúde, previdência CAPÍTULO II
e assistência social. Da Seguridade Social
Trata-se de um conjunto integrado de ações composto
por iniciativas do Poder Público e da sociedade. Seção I
• Obje�vos da seguridade social: Disposições Gerais
– universalidade da cobertura e do atendimento;
– uniformidade e equivalência dos bene�cios e ser- Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
viços às populações urbanas e rurais; integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
– sele�vidade e distribu�vidade na prestação dos sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
bene�cios e serviços; saúde, à previdência e à assistência social.
– irredu�bilidade no valor dos bene�cios; Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos
– equidade na forma de participação no custeio; da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes
– diversidade da base de financiamento; objetivos:
– caráter democrá�co e descentralizado da adminis- I - universalidade da cobertura e do atendimento;
tração, mediante gestão quadripartite, com parti- II - uniformidade e equivalência dos bene�cios e serviços
cipação dos trabalhadores, dos empregadores, dos às populações urbanas e rurais;
aposentados e do governo nos órgãos colegiados. III - seletividade e distributividade na prestação dos
• Financiamento do sistema de seguridade: feito por bene�cios e serviços;
toda a sociedade, de forma direta ou indireta. IV - irredutibilidade do valor dos bene�cios;
O financiamento será constituído mediante a cobrança de V - eqüidade na forma de participação no custeio;
contribuições sociais e de verbas constantes do orçamento VI - diversidade da base de financiamento, identificando-
de todos os entes da Federação. Cada ente da federação terá -se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as re-
um orçamento de seguridade próprio, devendo a lei definir ceitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência
as hipóteses de transferência de recursos. e assistência social, preservado o caráter contributivo da
• Contribuições sociais: a seguir, as contribuições defi- previdência social; (Redação dada pela Emenda Constitu-
nidas no texto constitucional. cional nº 103, de 2019)
VII - caráter democrático e descentralizado da adminis-

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


– O empregador, as empresas e as entidades a ele equi-
paradas devem recolher contribuições sobre: tração, mediante gestão quadripartite, com participação dos
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do
pagos ou creditados, a qualquer �tulo, à pessoa �sica Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda
que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo emprega�cio; Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; Art. 195. A seguridade social será financiada por toda
c) o lucro. a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
– Os trabalhadores e segurados também contribuem. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das se-
Os aposentados e os pensionistas do Regime Geral de Pre- guintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional
vidência Social, porém, são imunes. nº 20, de 1998)
– A receita dos concursos de prognós�cos também I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equi-
constitui base de cálculo para contribuição para custeio da parada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela
seguridade social. Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
– Também serão obrigados a custear o sistema da segu- a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho
ridade social os importadores de bens e serviços e aqueles pagos ou creditados, a qualquer �tulo, à pessoa �sica que lhe
equiparados por lei. preste serviço, mesmo sem vínculo emprega�cio; (Incluído
Outras fontes de financiamento da seguridade podem pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
ser criadas por lei complementar da União. b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda
• Anterioridade nonagesimal (ou anterioridade mitiga- Constitucional nº 20, de 1998)
da): impõe que as contribuições sociais somente sejam co- c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
bradas após noventa dias da publicação da lei que as instituir. de 1998)
As contribuições sociais não se sujeitam ao princípio II - do trabalhador e dos demais segurados da previdên-
da anterioridade (diferente da anterioridade nonagesimal), cia social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de

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acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo § 14. O segurado somente terá reconhecida como tem-
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo po de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social
Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela a competência cuja contribuição seja igual ou superior à
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) contribuição mínima mensal exigida para sua categoria,
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. assegurado o agrupamento de contribuições. (Incluído pela
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Cons- § 15. A contribuição prevista no inciso V do caput poderá
titucional nº 42, de 19.12.2003) ter sua alíquota fixada em lei ordinária. (Incluído pela Emenda
V - sobre bens e serviços, nos termos de lei complemen- Constitucional nº 132, de 2023)
tar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) § 16. Aplica-se à contribuição prevista no inciso V do
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos caput o disposto no art. 156-A, § 1º, I a VI, VIII, X a XIII, §
Municípios destinadas à seguridade social constarão dos res- 3º, § 5º, II a VI e IX, e §§ 6º a 11 e 13. (Incluído pela Emenda
pectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. Constitucional nº 132, de 2023)
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será § 17. A contribuição prevista no inciso V do caput não inte-
elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela grará sua própria base de cálculo nem a dos tributos previstos
saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista nos arts. 153, VIII, 156-A e 195, I, “b”, e IV, e da contribuição
as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orça- para o Programa de Integração Social de que trata o art. 239.
mentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023)
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da § 18. Lei estabelecerá as hipóteses de devolução da
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contribuição prevista no inciso V do caput a pessoas �sicas,
contratar com o Poder Público nem dele receber bene�cios inclusive em relação a limites e beneficiários, com o objetivo
ou incentivos fiscais ou credi�cios. (Vide Medida Provisória de reduzir as desigualdades de renda. (Incluído pela Emenda
nº 526, de 2011) (Vide Lei nº 12.453, de 2011) (Vide Emenda Constitucional nº 132, de 2023)
constitucional nº 106, de 2020) § 19. A devolução de que trata o § 18 não será computada
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a na receita corrente líquida da União para os fins do disposto
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, nos arts. 100, § 15, 166, §§ 9º, 12 e 17, e 198, § 2º. (Incluído
obedecido o disposto no art. 154, I. pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023)
§ 5º Nenhum bene�cio ou serviço da seguridade social
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspon-
dente fonte de custeio total.
Saúde
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só
Saúde: é um direito de todos e um dever do Estado.
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data
As ações de saúde serão realizadas mediante políticas
da publicação da lei que as houver instituído ou modificado,
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
as entidades beneficentes de assistência social que atendam ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
às exigências estabelecidas em lei. A execução de serviço de assistência à saúde pode ser
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário feita diretamente pelo Poder Público ou por meio de tercei-
rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos côn- ros, inclusive por pessoa �sica ou jurídica de direito privado.
juges, que exerçam suas atividades em regime de economia Quando, porém, tratar-se de empresa ou capital estrangeiro,
familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para só será permitida a participação nos casos previstos em lei.
a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota A execução dessas políticas, quando realizada, de forma
sobre o resultado da comercialização da produção e farão complementar, por instituições privadas, deve priorizar as
jus aos bene�cios nos termos da lei. (Redação dada pela instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos, que pode-
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) rão participar do Sistema Único de Saúde – SUS, mediante
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput contrato de direito público ou convênio, respeitadas as
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão diretrizes do SUS.


da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de Em hipótese alguma poderão ser destinados auxílios ou
obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do subvenções às entidades privadas com fins lucrativos.
mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção • Sistema Único de Saúde (SUS): as políticas públicas na
de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas área da saúde serão integradas a uma rede regionalizada e
“b” e “c” do inciso I do caput. (Redação dada pela Emenda hierarquizada.
Constitucional nº 103, de 2019) • Diretrizes do SUS:
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de re- – descentralização, com direção única em cada esfera
cursos para o sistema único de saúde e ações de assistência de governo;
social da União para os Estados, o Distrito Federal e os – atendimento integral, com prioridade para as
Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda assistenciais;
Constitucional nº 20, de 1998) – participação da comunidade.
§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em
prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei com- Um percentual mínimo do orçamento deve necessa-
plementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais riamente ser aplicado em ações de saúde. Esse mínimo de
de que tratam a alínea “a” do inciso I e o inciso II do caput. recursos destinado à área de saúde será calculado:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) • em relação à União, a receita corrente líquida do res-
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para pectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior
os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; a 15% (quinze por cento);
e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda • quanto aos Estados e ao Distrito Federal, sobre o pro-
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) duto da arrecadação do ITCD, do ICMS e do IPVA, bem
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitu- como sobre as transferências obrigatórias de receita da
cional nº 103, de 2019) União, excluídas as parcelas transferidas aos Municípios.

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• no caso dos Municípios e do Distrito federal, sobre o § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
produto da arrecadação do IPTU, do ITBI e do ISS, bem cípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos
como sobre as transferências obrigatórias de recursos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de per-
federais e estaduais. centuais calculados sobre:
I – no caso da União, a receita corrente líquida do res-
– Agentes comunitários de saúde e de combate a ende- pectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15%
mias: podem ser contratados pelos gestores locais do SUS, (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucio-
por meio de processo seletivo público, segundo a natureza nal nº 86, de 2015).
e a complexidade das atribuições e requisitos específicos II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto
para atuação. O regime jurídico, o piso salarial, as diretrizes da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 155
para o plano de carreira e a regulamentação das atividades e 156-A e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, I,
desses agentes dependem de regulamentação de lei federal. “a”, e II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
A Constituição prevê também a edição de uma lei que respectivos Municípios; (Redação dada pela Emenda Cons-
disponha sobre as condições e os requisitos que facilitam titucional nº 132, de 2023)
os transplantes de órgãos, tecidos e substâncias humanas, II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto
bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 155
e seus derivados, prevendo que tais práticas não poderão ter e 156-A e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, I,
qualquer fim comercial. “a”, e II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
São funções do SUS: respectivos Municípios; (Redação dada pela Emenda Cons-
• controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e titucional nº 132, de 2023)
substâncias de interesse para a saúde e participar da § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos
produção de medicamentos, equipamentos, imuno- a cada cinco anos, estabelecerá:
biológicos, hemoderivados e outros insumos; I – os percentuais de que tratam os incisos II e III do
• executar as ações de vigilância sanitária e epidemio- § 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de
lógica, bem como as de saúde do trabalhador; 2015).
• ordenar a formação de recursos humanos na área de II – os critérios de rateio dos recursos da União vincu-
saúde; lados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e
• participar da formulação da política e da execução das aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos
ações de saneamento básico; Municípios, objetivando a progressiva redução das dispari-
• incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvi- dades regionais;
mento cien�fico e tecnológico e a inovação; III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das
• fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e e municipal;
águas para consumo humano; IV – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015).
• participar do controle e fiscalização da produção, trans- § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde po-
porte, guarda e utilização de substâncias e produtos derão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de
psicoa�vos, tóxicos e radioa�vos; combate às endemias por meio de processo seletivo público,
• colaborar na proteção do meio ambiente, nele com- de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições
preendido o do trabalho. e requisitos específicos para sua atuação.
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso
Disposi�vos Cons�tucionais salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos
de Carreira e a regulamentação das atividades de agente
Seção II comunitário de saúde e agente de combate às endemias,
Da Saúde competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, exerça funções equivalentes às de agente comunitário de
proteção e recuperação. saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos,
saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, fixados em lei, para o seu exercício.
sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo § 7º O vencimento dos agentes comunitários de saúde
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e dos agentes de combate às endemias fica sob responsa-
e, também, por pessoa �sica ou jurídica de direito privado. bilidade da União, e cabe aos Estados, ao Distrito Federal e
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde inte- aos Municípios estabelecer, além de outros consectários e
gram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem vantagens, incentivos, auxílios, gratificações e indenizações,
um sistema único, organizado de acordo com as seguintes a fim de valorizar o trabalho desses profissionais. (Incluído
diretrizes: pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022)
I – descentralização, com direção única em cada esfera § 8º Os recursos destinados ao pagamento do venci-
de governo; mento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes
II – atendimento integral, com prioridade para as ativi- de combate às endemias serão consignados no orçamento
dades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; geral da União com dotação própria e exclusiva. (Incluído
III – participação da comunidade. pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022)
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos ter- § 9º O vencimento dos agentes comunitários de saúde
mos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade e dos agentes de combate às endemias não será inferior a 2
social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- (dois) salários mínimos, repassados pela União aos Municí-
nicípios, além de outras fontes. pios, aos Estados e ao Distrito Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 120, de 2022)

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§ 10. Os agentes comunitários de saúde e os agentes de V – incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvi-
combate às endemias terão também, em razão dos riscos ine- mento cien�fico e tecnológico e a inovação; (Redação dada
rentes às funções desempenhadas, aposentadoria especial pela Emenda Constitucional nº 85/2015)
e, somado aos seus vencimentos, adicional de insalubridade. VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022) controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas
§ 11. Os recursos financeiros repassados pela União aos para consumo humano;
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para paga- VII – participar do controle e fiscalização da produção,
mento do vencimento ou de qualquer outra vantagem dos transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate psicoativos, tóxicos e radioativos;
às endemias não serão objeto de inclusão no cálculo para VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele
fins do limite de despesa com pessoal. (Incluído pela Emenda compreendido o do trabalho.
Constitucional nº 120, de 2022)
§ 12. Lei federal instituirá pisos salariais profissionais CONTROLE SOCIAL
nacionais para o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o
auxiliar de enfermagem e a parteira, a serem observados São mecanismos de participação da sociedade na cons-
por pessoas jurídicas de direito público e de direito privado. trução das políticas públicas da saúde no Brasil. Por meio da
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 124, de 2022) participação na gestão pública, os cidadãos podem intervir na
§ 13. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- tomada da decisão administrativa, orientando a Administração
pios, até o final do exercício financeiro em que for publicada a a adotar medidas que realmente atendam ao interesse público.
lei de que trata o § 12 deste artigo, adequarão a remuneração A participação con�nua da sociedade na gestão pública é
dos cargos ou dos respectivos planos de carreiras, quando um direito assegurado pela Constituição Federal, permitindo
houver, de modo a atender aos pisos estabelecidos para cada que os cidadãos não só participem da formulação das políti-
categoria profissional. (Incluído pela Emenda Constitucional cas públicas, mas, também, fiscalizem de forma permanente
nº 124, de 2022) a aplicação dos recursos.
§ 14. Compete à União, nos termos da lei, prestar as-
A Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe,
sistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito
entre outros assuntos, sobre a participação da comunidade
Federal e aos Municípios e às entidades filantrópicas, bem
na gestão do SUS, estabelece, no seu art. 1º, que o SUS, con-
como aos prestadores de serviços contratualizados que
tará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções
atendam, no mínimo, 60% (sessenta por cento) de seus
do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:
pacientes pelo sistema único de saúde, para o cumprimento
• Conferência de Saúde; e
dos pisos salariais de que trata o § 12 deste artigo. (Incluído
• Conselho de Saúde.
pela Emenda Constitucional nº 127, de 2022)
§ 15. Os recursos federais destinados aos pagamentos da
assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Conferência Nacional de Saúde
Federal e aos Municípios e às entidades filantrópicas, bem
como aos prestadores de serviços contratualizados que aten- As conferências de saúde são espaços instituídos desti-
dam, no mínimo, 60% (sessenta por cento) de seus pacientes nados a analisar os avanços e retrocessos do SUS e propor
pelo sistema único de saúde, para o cumprimento dos pisos as diretrizes para a formulação das políticas de saúde nos ní-
salariais de que trata o § 12 deste artigo serão consignados veis correspondentes. Segundo o Ministério da Saúde (Brasil,
no orçamento geral da União com dotação própria e exclu- 2006:69), “As conferências de saúde são espaços vitais para
siva. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 127, de 2022) o exercício do controle social, pois estabelecem diretrizes
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. para a atuação dos conselhos de saúde em seus três níveis
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma na federação”. Entre os participantes, estão representantes
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes de diversos segmentos sociais. A última conferência nacional
deste, mediante contrato de direito público ou convênio, foi realizada em novembro de 2011. A próxima será em 2015.
tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins A Conferência de Saúde, pelo menos a cada quatro anos,
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

lucrativos. é convocada para avaliar a situação de saúde e propor as


§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis
auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins nacional, estadual e municipal.
lucrativos. A Conferência de Saúde é a instância colegiada do SUS
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empre- que conta com a representação dos vários segmentos sociais
sas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a
salvo nos casos previstos em lei. formulação da política de saúde nos níveis correspondentes,
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente,
que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias pela Conferência ou pelo Conselho de Saúde.
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, A Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe
bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema
seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Único de Saúde (SUS), determina que a Conferência Nacional
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de de Saúde se reunirá a cada quatro anos.
outras atribuições, nos termos da lei: As Conferências de Saúde terão sua organização e normas
I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e de funcionamento definidas em regimento próprio, aprova-
substâncias de interesse para a saúde e participar da pro- das pelo respectivo conselho.
dução de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, Conferências estaduais e municipais antecedem a Confe-
hemoderivados e outros insumos; rência Nacional e são realizadas em todo o país. Elas tratam
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemio- dos mesmos temas já previstos para a etapa nacional e servem
lógica, bem como as de saúde do trabalhador; para discutir e aprovar propostas prévias que contribuam com
III – ordenar a formação de recursos humanos na área as políticas de saúde e que serão levadas, posteriormente,
de saúde; para discussão mais ampla durante a Conferência Nacional.
IV – participar da formulação da política e da execução Número de Delegados – deve ser o mais representati-
das ações de saneamento básico; vo possível. Uma Conferência com menos de 50 delegados,

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mesmo para Município de pequeno porte, é pouco repre- dos Conselhos de Saúde da esfera correspondente. Assim, os
sentativa. Tomar por base o número de instituições dos usu- Conselhos de Saúde são espaços instituídos de participação
ários para propor o número de delegados, caso não tenha da comunidade nas políticas públicas e na administração
associações fazer pré-conferência e tirar os delegados. Após da saúde. Atua na formulação e proposição de estratégias
a listagem dos delegados dos usuários, que representam 50% e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive,
do total, devem ser listados os demais: trabalhadores da nos seus aspectos econômicos e financeiros. O Conselho
saúde (25%) e os gestores e prestadores públicos e privados, consubstancia a participação da sociedade organizada na
que representam os 25% restantes. administração do Sistema de Saúde, propiciando o controle
social desse sistema.
Conselhos de Saúde
Composição
Recomendações para a Cons�tuição e Estruturação
de Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde A participação da sociedade organizada, garantida na Le-
gislação, torna os Conselhos de Saúde uma instância privilegia-
O Conselho Nacional de Saúde (CNS), através das Re- da na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação,
soluções nºs 33/1992, 333/2003 e a 453/2012, definiu as avaliação e fiscalização da implementação da Política de Saúde,
diretrizes para a criação, reformulação, estruturação e fun- inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros.
cionamento dos conselhos de saúde, com o objetivo de ace- A legislação estabelece, ainda, a composição paritária
lerar e consolidar o controle social do SUS, por intermédio de usuários, em relação ao conjunto dos demais segmen-
dos conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, com base tos representados. O Conselho de Saúde será composto por
na Constituição Federal, e na Lei Orgânica da Saúde (Lei nº representantes de Usuários, de Trabalhadores de Saúde, do
8.080/1990) e na Lei nº 8.142/1990 e conforme definições Governo e de Prestadores de Serviços de Saúde, sendo o
emanadas da 9ª, 10ª e 11ª CNS e pelo Decreto nº 5.839/2006, seu Presidente eleito entre os membros do Conselho, em
recomenda as seguintes diretrizes: Reunião Plenária.
O número de conselheiros será indicado pelos Plenários
Definição dos Conselhos de Saúde e das Conferências de Saúde, de-
vendo ser definido em lei. Recomenda, ainda, que o número
O Conselho de Saúde é uma instância colegiada, delibera- de conselheiros não seja inferior a 10 nem superior a 20
tiva e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada membros.
esfera de Governo, integrante da estrutura organizacional Mantendo ainda o que propôs as Resoluções nº 33/1992,
do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Esta- 333/2003 e 453/2012 do CNS e consoante às recomenda-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, ções da 10ª e 11ª Conferências Nacionais de Saúde, as vagas
organização e competência fixadas na Lei nº 8.142/1990. O deverão ser distribuídas da seguinte forma:
processo bem-sucedido de descentralização da saúde promo- a) 50% de entidades de usuários;
veu o surgimento de Conselhos Regionais, Conselhos Locais, b) 25% de entidades dos trabalhadores de saúde;
Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos dos c) 25% de representação de governo, de prestadores de
Distritos Sanitários Especiais Indígenas, sob a coordenação serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

A composição do Conselho deve ser paritária em relação Os Usuários são os representantes das associações de
aos representantes da população, que terão obrigatoriamente moradores, sindicatos, igrejas, grupos jovens etc. Os usuá-
50% da representação. Isto significa dizer que a população tem rios não podem ser escolhidos pelos governantes e, só serão
metade (50%) dos assentos do Conselho; os demais 50% são representantes legí�mos se forem indicados pelo grupo ou
divididos entre governo, prestadores de serviços e trabalha- entidade que faz parte. Ser representante implica assumir
dores de saúde, ficando 25% para os trabalhadores de saúde, responsabilidade e compromisso em defender os interesses
12,5% para o governo e 12,5% para os prestadores de serviços. de seus representados e também deve prestar contas de suas
ações repassando as informações.
25 A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais
usuário terá como critério a representatividade, a abrangência e a
governo complementaridade do conjunto da sociedade, no âmbito
50 de atuação do Conselho de Saúde. De acordo com as espe-
prest. serviço cificidades locais, aplicando o princípio da paridade, serão
12,5 contempladas, dentre outras, as seguintes representações:
trabalhador
• associações de pessoas com patologias;
12,5 • associações de pessoas com deficiências;
• entidades indígenas;

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• movimentos sociais e populares, organizados (movi- • representante(s) de prestadores de serviço de saúde,
mento negro, LGBT...); sendo 50% de entidades filantrópicas e 50% de enti-
• movimentos organizados de mulheres, em saúde; dades não filantrópicas;
• entidades de aposentados e pensionistas;
• entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, A representação dos usuários deverá ser composta por:
confederações e federações de trabalhadores urbanos • representante(s) de entidades congregadas de sindi-
e rurais; catos de trabalhadores urbanos e rurais;
• entidades de defesa do consumidor; • representante(s) de movimentos comunitários orga-
• organizações de moradores; nizados na área da saúde;
• entidades ambientalistas; • representante(s) de conselhos comunitários, associa-
• organizações religiosas; ções de moradores ou entidades equivalentes;
• trabalhadores da área de saúde: associações, confe- • representante(s) de associações de portadores de de-
derações, conselhos de profissões regulamentadas, ficiências;
federações e sindicatos, obedecendo as instâncias • representante(s) de associações de portadores de pa-
federativas; tologias;
• comunidade cien�fica; • representante(s) de entidades de defesa do consumidor.
• entidades públicas, de hospitais universitários e hospi-
tais campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento; A representação total dos conselhos deve ser distribuída
• entidades patronais; da seguinte forma:
• entidades dos prestadores de serviço de saúde; e • 50% de usuários;
• governo. • 25% de trabalhadores de saúde;
• 25% de prestadores de serviços (público e privado).
Os representantes no Conselho de Saúde serão indicados,
por escrito, pelos seus respectivos segmentos/entidades, de Em relação aos Conselhos Municipais de Saúde, propõe-
acordo com a sua organização ou de seus fóruns próprios e -se uma composição semelhante à dos Conselhos Estaduais,
independentes. adaptada ao Município. Geralmente, não será necessária a
O mandato dos conselheiros será definido no Regimento presença de representante do Governo Federal, a não ser em
Interno do Conselho, não devendo coincidir com o mandato casos especiais, que serão definidos localmente. Os usuários
do Governo Estadual, Municipal, do Distrito Federal ou do terão representação semelhante à dos Conselhos Estaduais.
Governo Federal, sugerindo-se a duração de dois anos, po- Os outros segmentos deverão ser representantes do Go-
dendo os conselheiros serem reconduzidos, a critério das verno Estadual, do Governo Municipal, dos trabalhadores
respectivas representações. da área da saúde e dos prestadores de serviços de saúde de
A ocupação de cargos de confiança ou de chefia que in- entidades filantrópicas e não filantrópicas. Nenhum conse-
terfiram na autonomia representativa do conselheiro deve
lheiro poderá ser remunerado pelas suas atividades, sendo
ser avaliada como possível impedimento da representação
as mesmas consideradas de relevância pública.
do segmento e, a juízo da entidade, pode ser indicativo de
substituição do conselheiro.
Competência dos Conselhos de Saúde
A participação do Poder Legislativo e Judiciário não cabe
nos Conselhos de Saúde, em face da independência entre
Os Conselhos de Saúde Estaduais, Municipais e do Distri-
os Poderes.
to Federal, que têm algumas competências já definidas nas
Quando não houver Conselho de Saúde em determinado
município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, leis federais e complementadas pelas legislações estaduais
junto ao executivo municipal, a convocação e realização da e municipais, poderão ainda:
1ª Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de • atuar na formulação e controle da execução da política
seus objetivos a criação e a definição da composição do con- de saúde, incluídos seus aspectos econômicos, finan-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

selho municipal. O mesmo será atribuído ao CNS, quando da ceiros e de gerência técnico-administrativa;
criação de novo Estado da Federação. • estabelecer estratégias e mecanismos de coordenação
Os segmentos que compõem o Conselho de Saúde são e gestão do SUS, articulando-se com os demais cole-
escolhidos para representar a sociedade como um todo, no giados em nível nacional, estadual e municipal;
aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS). • traçar diretrizes de elaboração e aprovar os planos de
A função de Conselheiro é de relevância pública e, por- saúde, adequando-os às diversas realidades epidemio-
tanto, garante sua dispensa do trabalho sem prejuízo para o lógicas e à capacidade organizacional dos serviços;
conselheiro, durante o período das reuniões, capacitações e • propor a adoção de critérios que definam qualidade
ações específicas do Conselho de Saúde. e melhor resolutividade, verificando o processo de in-
A situação de cada Estado e Município e a discussão com corporação dos avanços cien�ficos e tecnológicos na
os segmentos que participarão do Conselho levarão à me- área;
lhor definição dessa composição numérica. A representação • propor medidas para o aperfeiçoamento da organiza-
de órgãos e/ou entidades, que será apresentada, a seguir, ção e do funcionamento do Sistema Único de Saúde
como exemplo, poderá sofrer modificações de acordo com a (SUS);
realidade existente em cada Estado, Município e no Distrito • examinar propostas e denúncias, responder a consultas
Federal, preservando-se, porém, o princípio da paridade em sobre assuntos pertinentes a ações e serviços de saúde,
relação aos usuários. bem como apreciar recursos a respeito de deliberações
Em relação aos Conselhos Estaduais de Saúde: do Colegiado;
• representante(s) do Governo Federal, indicado(s) pelo • fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações
Ministro de Estado da Saúde e outros Ministérios; e serviços de saúde;
• representante da Secretaria de Saúde do Estado; • propor a convocação e estruturar a comissão orga-
• representante(s) das Secretarias Municipais de Saúde; nizadora das Conferências Estaduais e Municipais de
• representante(s) dos trabalhadores na área de saúde; Saúde;

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• fiscalizar a movimentação de recursos repassados à 6. Orçamento O conselho de saúde terá poder de deci-
Secretaria de Saúde e/ou ao Fundo de Saúde; são sobre o seu orçamento, não será mais
• estimular a participação comunitária no controle da apenas o gerenciador de suas verbas.
administração do Sistema de Saúde; 7. Quórum A nova redação esclarece os conceitos
• propor critérios para a programação e para as execu- de maioria simples (o número inteiro
ções financeira e orçamentária dos Fundos de Saúde, imediatamente superior à metade dos
acompanhando a movimentação e destinação de re- membros presentes), maioria absoluta
cursos; (o número inteiro imediatamente su-
• estabelecer critérios e diretrizes quanto à localização e perior à metade do total de membros
ao tipo de unidades prestadoras de serviços de saúde do conselho) e maioria qualificada (2/3
públicos e privados, no âmbito do SUS; do total dos membros do conselho) de
• elaborar o Regimento Interno do Conselho e suas nor- votos para tomada de decisão do CNS.
mas de funcionamento; 8. Competências A adequação das competências dos con-
• estimular, apoiar ou promover estudos e pesquisas selhos ao que está previsto no atual re-
sobre assuntos e temas na área de saúde de interesse gimento do Conselho Nacional de Saúde
para o desenvolvimento do Sistema Único de Saúde; também foi explicitada no novo texto.
• outras atribuições estabelecidas pela Lei Orgânica da
9. Banco de da- Compete ao próprio conselho atualizar
Saúde e pela IX Conferência Nacional de Saúde.
dos periodicamente as informações sobre o
conselho de saúde no Sistema de Acom-
As Mudanças da Resolução nº 333/2003 para a panhamento dos Conselhos de Saúde
Resolução nº 453/2012 (SIACS).

Tema O que mudou DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE (DSS)


1. Atribuições Na nova versão foram incluídas as atribui-
ções previstas na Lei Complementar nº 1 – Definição de Determinantes Sociais
141, de 13 de janeiro de 2012, e no De-
creto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, As diversas definições de Determinantes Sociais de Saúde
que regulamentam a Lei Orgânica da Saú- (DSS) expressam, com maior ou menor nível de detalhe,
de. Assim, os conselhos poderão avaliar, o conceito atualmente bastante generalizado de que as
explicitando os critérios utilizados, a or-
condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da
ganização e o funcionamento do Sistema
Único de Saúde do SUS e, além disso, irão população estão relacionadas com sua situação de saúde.
examinar propostas e denúncias de indí- De acordo com definição da Organização Mundial de Saúde
cios de irregularidades, responder no seu (OMS), os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) estão rela-
âmbito a consultas sobre assuntos perti- cionados às condições em que uma pessoa vive e trabalha.
nentes às ações e aos serviços de saúde, Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais
bem como apreciar recursos a respeito da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos,
de deliberações do Conselho, nas suas culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais
respectivas instâncias. que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus
2. Mandato De acordo com a nova versão, o tempo de fatores de risco na população, tais como moradia, alimenta-
mandato dos conselheiros será definido ção, escolaridade, renda e emprego. Nancy Krieger (2001)
pelas respectivas representações. As en- introduz um elemento de intervenção, ao defini-los como os
tidades, movimentos e instituições elei- fatores e mecanismos através dos quais as condições sociais
tas para o conselho de saúde terão seus afetam a saúde e que potencialmente podem ser alterados

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


representantes indicados, por escrito, através de ações baseadas em informação.
conforme processos estabelecidos pelas Tarlov (1996) propõe, finalmente, uma definição bastan-
respectivas entidades, movimentos e ins- te sintética, ao entendê-los como as características sociais
tituições e de acordo com a sua organiza- dentro das quais a vida transcorre.
ção, com a recomendação de que ocorra Para melhor esclarecer o conceito da OMS, Marc Lalonde
renovação de seus representantes. formula em 1974 o conceito de campo da saúde – health
3. Renovação de A recomendação explicitada no novo field. Marc Lalonde foi titular do Ministério da Saúde e do
entidades texto é a de que, a cada eleição, os seg- Bem-estar do Canadá – país que aplicava o modelo médico
mentos de representações de usuários, inglês de medidas preventivas de saúde. Para ele o conceito
trabalhadores e prestadores de serviços, de saúde envolve 4 campos:
ao seu critério, promovam a renovação 1. A biologia humana – herança genética e os processos
de, no mínimo, 30% de suas entidades biológicos inerentes à vida, incluindo os fatores de enve-
representativas. lhecimento;
4. Responsabili- A atualização do texto deixou explícito 2. O meio ambiente, – solo, a água, o ar, a moradia,
dades que, no exercício de sua função, o con- o local de trabalho;
selheiro deve estar ciente de que res- 3. O estilo de vida – fumar ou deixar de fumar, beber ou
ponderá conforme legislação vigente não, praticar ou não exercícios;
por todos os seus atos. 4. A organização da assistência à saúde – organização dos
5. Participação As reuniões plenárias dos Conselhos de serviços de assistência à saúde que irão atender a população.
da sociedade Saúde, além de serem abertas ao pú-
blico, deverão acontecer em espaços e As diversas definições de determinantes sociais de saúde
horários que possibilitem a participação (DSS) expressam, com maior ou menor nível de detalhe,
da sociedade. o conceito atualmente bastante generalizado de que as

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condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da Nesse contexto, cada setor da sociedade – Estado, setor
população estão relacionadas com sua situação de saúde. privado e terceiro setor – têm seu papel influenciador.
O levantamento pode ajudar, por exemplo, na definição de
2 – Obje�vo políticas públicas.
O principal desafio dos estudos sobre as relações entre
Tem por objetivo, produzir conhecimentos e informações determinantes sociais e saúde consiste em estabelecer uma
sobre as relações entre os determinantes sociais e a situação hierarquia de determinações entre os fatores mais gerais de
de saúde, particularmente as iniquidades de saúde, com natureza social, econômica, política e as mediações através
vistas a fundamentar políticas e programas. das quais esses fatores incidem sobre a situação de saúde
Execução da Promoção, apoio, elaboração, coordenação, de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não
seguimento e avaliação de políticas, programas e interven- é uma simples relação direta de causa-efeito.
ções governamentais e não-governamentais realizadas em
nível local, regional e nacional. Quais são os determinantes sociais da saúde?
Desenvolver ações de promoção junto a diversos setores
da sociedade civil sobre a importância das relações entre Quais são os fatores determinantes e condicionantes
saúde e condições de vida e sobre as possibilidades de atu- da saúde? No Brasil, conforme o listado no artigo 3º da lei
ação para diminuição das iniquidades de saúde. nº 8.080/1990, são fatores condicionantes e determinantes
de saúde:
1. a alimentação;
Iniquidades em Saúde pode ser considerada como as 2. a moradia;
desigualdades de saúde entre grupos populacionais que
3. o saneamento básico;
além de sistemáticas e relevantes são também evitáveis,
4. o meio ambiente;
injustas e desnecessárias (Whitehead, 1992).
5. o trabalho;
6. a renda;
A iniquidade social é algo que pode caracterizar uma
7. a educação;
situação em que as normas e leis destinadas a proteger a
8. a atividade �sica;
sociedade de uma maneira geral, não são cumpridas e não
9. o transporte;
são distribuídas equitativamente, como mandam os mais
10. o lazer e;
básicos princípios de Direitos Humanos, da Ética e da Moral.
11. o acesso aos bens e serviços essenciais;
Define algo ou alguém que tem um comportamento contrá-
12. entre outros.
rio à moral, à religião, à justiça, à igualdade, etc.
Podemos caracterizar algumas dessas situações no nos- As diversas definições de determinantes sociais de saúde
so país, onde encontramos inúmeros casos de iniquidades (DSS) expressam, com maior ou menor nível de detalhe,
sociais, principalmente os praticados pelas instituições pú- o conceito atualmente bastante generalizado de que as
blicas, mais especificamente nas áreas de saúde, segurança condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da
pública e educação. população estão relacionadas com sua situação de saúde.
Para o Brasil, a iniquidade na saúde é um dos grandes Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais
problemas atuais, que fica muito mais evidente quando da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores que influenciam a
sabemos do déficit de profissionais qualificados, de equipa- ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na
mentos e de centros de saúde para o correto atendimento população. Mas, quais são esses fatores? Os principais são:
da população. Dessa forma, a iniquidade social ainda está
sendo praticada, contra os Direitos Humanos Universais,
que determinam que todos devem ser iguais perante a lei,
devendo ter a assistência educacional e em saúde gratuitas
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

para manter um mínimo de qualidade de vida.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) trouxe à tona,
nos últimos anos, um olhar diferenciado sobre o conceito de
saúde: o bem-estar de uma população resulta da influência
das condições de vida e de trabalho, chamadas de Determi-
nantes Sociais da Saúde (DSS). A instituição retoma de forma
mais explícita o conceito com a qual nasceu em 1948 e que
está escrito em sua Constituição.
A Conferência de Alma-Ata, no final dos anos 70, e as ati-
vidades inspiradas no lema “Saúde para todos no ano 2000”
recolocam em destaque o tema dos determinantes sociais.
Na década de 80, o predomínio do enfoque da saúde como
um bem privado desloca novamente o pêndulo para uma
concepção centrada na assistência médica individual, a qual, O modelo de Dahlgren e Whitehead inclui os DSS dispos-
na década seguinte, com o debate sobre as Metas do Milênio, tos em diferentes camadas, desde uma camada mais próxima
novamente dá lugar a uma ênfase nesse quesito coma visão dos determinantes individuais até uma camada distal, onde
interdisciplinar e não apenas biológica tornando-se uma se situam os macrodeterminantes.
tendência internacional, especialmente após a OMS criar, Apesar da facilidade da visualização gráfica dos DSS e
em 2005, uma comissão específica sobre DSS. sua distribuição em camadas, segundo seu nível de abran-
Seu objetivo é estabelecer conexões entre os fatores de gência, o modelo não pretende explicar com detalhes as
natureza social, econômica e política e sua incidência sobre relações e mediações entre os diversos níveis e a gênese
a situação da saúde de pessoas e ou grupos populacionais. das iniquidades.

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Terceira Camada: redes sociais e comunitárias. Inse-
rem-se as redes de apoio e de solidariedade que fortalecem
a coesão social necessária para a promoção da saúde indi-
vidual e coletiva.

Corresponde às comunidades e suas redes de relações.


Como já mencionado, os laços de coesão social e as
relações de solidariedade e confiança entre pessoas e
grupos são fundamentais para a promoção e proteção
da saúde individual e coletiva. Aqui se incluem políticas
que busquem estabelecer redes de apoio e fortalecer
a organização e participação das pessoas e das comu-
nidades, especialmente dos grupos vulneráveis, em
ações coletivas para a melhoria de suas condições de
saúde e bem-estar, e para que se constituam em atores
Figura 1 – Determinantes sociais: modelo de Dahlgren e Whitehead sociais e participantes ativos das decisões da vida social.

Conforme disposto na figura 1, vamos descrever cada Quarta camada: fatores relacionados com as condições
uma das camadas: de vida e de trabalho. Referem-se a questões como acesso
Primeira Camada: determinantes individuais. Idade, a alimentos e a serviços essenciais de saúde, saneamento
sexo e fatores hereditários que exercem influência sobre e educação.
a capacidade de um indivíduo em ter saúde. Por exemplo,
doenças como hipertensão arterial sistêmica e diabetes Refere-se à atuação das políticas sobre as condições
mellitus tipo 2 tendem a surgir devido a fatores genéticos materiais e psicossociais nas quais as pessoas vivem
combinados com outros fatores. e trabalham, buscando assegurar melhor acesso à
Segunda Camada: comportamento e estilos de vida. água limpa, esgoto, habitação adequada, alimentos
Inclui os determinantes relacionados aos comportamentos saudáveis e nutritivos, emprego seguro e realizador,
e hábitos individuais – como dieta, exercício �sico e hábito ambientes de trabalho saudáveis, serviços de saúde
de fumar – muitas vezes condicionados por fatores sociais, e de educação de qualidade e outros. Em geral essas
culturais e econômicos. A hipertensão arterial sistêmica tem políticas são responsabilidade de setores distintos, que
um fator hereditário, no entanto depende do estilo de vida frequentemente operam de maneira independente,
para iniciar a doença. Aqui é evidenciado o livre-arbítrio que obrigando o estabelecimento de mecanismos que
pode levar ao adoecimento ou não. permitam uma ação integrada.

Quinta Camada: macrodeterminantes relacionados às


Atuando-se exclusivamente sobre os indivíduos, às ve-
condições econômicas, culturais e ambientais da sociedade
zes se consegue que alguns deles mudem de compor-
e que possuem grande influência sobre as demais camadas.
tamento, mas logo eles serão substituídos por outros
(ROSE, 1992). Para atuar nesse nível de maneira eficaz,
são necessárias políticas de abrangência populacional Através de políticas macroeconômicas e de mercado
que promovam mudanças de comportamento, através de trabalho, de proteção ambiental e de promoção
de programas educativos, comunicação social, acesso de uma cultura de paz e solidariedade que visem a
facilitado a alimentos saudáveis, criação de espaços promover um desenvolvimento sustentável, reduzindo
públicos para a prática de esportes e exercícios �sicos, as desigualdades sociais e econômicas, as violências,

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


bem como proibição à propaganda do tabaco e do a degradação ambiental e seus efeitos sobre a socie-
álcool em todas as suas formas. dade (CNDSS, 2006; PELEGRINI FILHO, 2006).

Como se pode ver na figura 1, os indivíduos estão na comportamentos, muitas vezes entendidos apenas como de
base do modelo, com suas características individuais de responsabilidade individual, dependentes de opções feitas
idade, sexo e fatores genéticos que, evidentemente, exercem pelo livre arbítrio das pessoas, na realidade podem também
influência sobre seu potencial e suas condições de saúde. Na ser considerados parte dos DSS, já que essas opções estão
camada imediatamente externa aparecem o comportamento fortemente condicionadas por determinantes sociais – como
e os estilos de vida individuais. Esta camada está situada informações, propaganda, pressão dos pares, possibilidades
no limiar entre os fatores individuais e os DSS, já que os de acesso a alimentos saudáveis e espaços de lazer etc.

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Na maior parte do tempo de suas vidas, a maioria das permitem identificar pontos para intervenções de políticas,
pessoas é saudável, ou seja, não necessita de hospitais, CTI no sentido de minimizar os diferenciais de DSS originados
ou complexos procedimentos médicos, diagnósticos ou pela posição social dos indivíduos e grupos.
terapêuticos. Mas, durante toda a vida, todas as pessoas Essas intervenções sobre níveis macro, intermediário
necessitam de água e ar puros, ambiente saudável, ali- ou micro de DSS, com vistas a diminuir as iniquidades rela-
mentação adequada, situações social, econômica e cultural cionadas à estratificação social, além de obrigarem a uma
favoráveis, prevenção de problemas específicos de saúde, atuação coordenada intersetorial abarcando diversos níveis
assim como educação e informação – estes, componentes da administração pública, devem estar também acompa-
importantes da promoção da saúde. Então, para promover nhadas por políticas mais gerais de caráter transversal que
a saúde, é preciso enfrentar os chamados determinantes busquem fortalecer a coesão e ampliar o “capital social”
sociais da saúde. das comunidades vulneráveis, e promover a participação
A promoção da saúde se refere às ações sobre os con- social no desenho e implementação de políticas e programas
dicionantes e determinantes sociais da saúde, dirigidas (CSDH, 2006).
a impactar favoravelmente a qualidade de vida. Por isso, A evolução conceitual e prática do movimento de pro-
caracterizam-se fundamentalmente por uma composição moção da saúde em nível mundial indica uma ênfase cada
intersetorial e, intra-setorialmente, pelas ações de ampliação vez maior na atuação sobre os DSS, constituindo importante
da consciência sanitária – direitos e deveres da cidadania, apoio para a implantação das políticas e intervenções acima
educação para a saúde, estilos de vida e aspectos compor- mencionadas.
tamentais etc.
Assim, para melhorar as condições de saúde de uma A Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais
população, são necessárias mudanças profundas dos padrões da Saúde (CNDSS)
econômicos no interior dessas sociedades e intensificação
de políticas sociais, que são eminentemente políticas públi- No Brasil, entre 2006 e 2008, foi criada por meio de de-
cas. Ou seja, para que uma sociedade conquiste saúde para creto presidencial a Comissão Nacional dos Determinantes
todos os seus integrantes, é necessária ação intersetorial e Sociais da Saúde (CNDSS). Suas tarefas incluíam a realização
políticas públicas saudáveis. de um diagnóstico da situação da saúde no país – destacan-
Além disso, espera-se uma série de políticas no campo do as iniquidades causadas pelos determinantes – e uma
da saúde para que uma sociedade alcance o objetivo de ter análise das políticas públicas no âmbito federal destinadas
pessoas saudáveis, que realizem o pleno potencial humano a combatê-las.
de longevidade com qualidade de vida, vivendo ademais O conhecimento e as intervenções sobre os DSS no Bra-
uma vida socialmente produtiva. A Comissão Nacional dos sil deverão receber importante impulso, com a criação da
Determinantes Sociais da Saúde fez uma análise profunda Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde
dos determinantes sociais da saúde no Brasil e uma série de (CNDSS). Essa Comissão foi estabelecida em 13 de março de
políticas e ações, cujo objetivo último é a promoção da saúde. 2006, através de Decreto Presidencial, com um mandato de
O modelo de Diderichsen e Hallqvist, de 1998, foi adapta- dois anos. A criação da CNDSS é uma resposta ao movimen-
do por Diderichsen, Evans e Whitehead (2001). Esse modelo to global em torno dos DSS desencadeado pela OMS, que
enfatiza a estratificação social gerada pelo contexto social, em março de 2005 criou a Comissão sobre Determinantes
que confere aos indivíduos posições sociais distintas, as quais Sociais da Saúde (Commissionon Social Determinantsof
por sua vez provocam diferenciais de saúde. No diagrama Health – CSDH), com o objetivo de promover, em âmbito
abaixo (figura 2), (I) representa o processo segundo o qual internacional, uma tomada de consciência sobre a impor-
cada indivíduo ocupa determinada posição social como tância dos determinantes sociais na situação de saúde de
resultado de diversos mecanismos sociais, como o sistema indivíduos e populações e sobre a necessidade do combate
educacional e o mercado de trabalho. De acordo com a po- às iniquidades de saúde por eles geradas.
sição social ocupada pelos diferentes indivíduos, aparecem A CNDSS está integrada por 16 personalidades expres-
diferenciais, como o de exposição a riscos que causam danos
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

sivas de nossa vida social, cultural, cien�fica e empresarial.


à saúde (II); o diferencial de vulnerabilidade à ocorrência de Sua constituição diversificada é uma expressão do reconhe-
doença, uma vez exposto a estes riscos (III); e o diferencial cimento de que a saúde é um bem público, construído com
de consequências sociais ou �sicas, uma vez contraída a do- a participação solidária de todos os setores da sociedade
ença (IV). Por “consequências sociais” entende-se o impacto brasileira. O Decreto Presidencial que criou a CNDSS consti-
que a doença pode ter sobre a situação socioeconômica do tuiu também um Grupo de Trabalho Intersetorial, integrado
indivíduo e sua família. por diversos ministérios relacionados com os DSS, além dos
Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais
de Saúde (CONASS e CONASEMS). O trabalho articulado
da CNDSS com esse Grupo permite que se multipliquem
ações integradas entre as diversas esferas da administração
pública, e que as já existentes ganhem maior coerência e
efetividade.
As atividades da CNDSS têm como referência o conceito
de saúde, tal como a concebe a OMS – “um estado de com-
pleto bem-estar �sico, mental e social e não meramente a
ausência de doença ou enfermidade” – e o preceito consti-
tucional de reconhecer a saúde como um “direito de todos
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
Figura 2 – Determinantes sociais: modelo de Diderichsen e Hallqvist econômicas que visem à redução do risco de doença e outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
As intervenções sobre os determinantes sociais da saú- para sua promoção, proteção e recuperação” (artigo 196 da
de O modelo de Dahlgren e Whitehead e o de Diderichsen Constituição brasileira de 1988).

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Três compromissos vêm orientando a atuação da Co- gestores locais e estaduais convidados estão conformando
missão: uma rede de colaboração e intercâmbio para seguimento
– compromisso com a ação: implica apresentar re- dos projetos e discussão de implicações para políticas de
comendações concretas de políticas, programas e seus resultados intermediários.
intervenções para o combate às iniquidades de saúde Ainda no âmbito desta linha de atuação, foram identi-
geradas pelos DSS; ficados e avaliados sistemas de informação de abrangência
– compromisso com a equidade: a promoção da equida- nacional sobre DSS e foi realizado um seminário internacio-
de em saúde é fundamentalmente um compromisso nal sobre metodologias de avaliação de intervenções sobre
ético e uma posição política que orienta as ações da os DSS. Os resultados dessas atividades estarão em breve
CNDSS para assegurar o direito universal à saúde; disponíveis no site da CNDSS.
– compromisso com a evidência: as recomendações da 2) Promoção, apoio, seguimento e avaliação de políticas,
Comissão devem estar solidamente fundamentadas programas e intervenções governamentais e não-governa-
em evidências cien�ficas, que permitam, por um lado, mentais realizadas em nível local, regional e nacional. O GT
entender como operam os determinantes sociais na Intersetorial deve constituir o principal instrumento para o
geração das iniquidades em saúde e, por outro, como desenvolvimento desta linha de atuação.
e onde devem incidir as intervenções para combatê-las 3) Desenvolvimento de ações de promoção e mobilização
e que resultados podem ser esperados em termos de junto a diversos setores da sociedade civil, para a tomada de
efetividade e eficiência. consciência sobre a importância das relações entre saúde e
condições de vida e sobre as possibilidades de atuação para
Os principais objetivos da CNDSS são: diminuição das iniquidades de saúde. Membros da CNDSS e da
– produzir conhecimentos e informações sobre os DSS secretaria técnica vêm participando de congressos e reuniões
no Brasil; nacionais e internacionais e utilizando meios de comunicação
– apoiar o desenvolvimento de políticas e programas de massa para o desenvolvimento desta linha de atuação. Em
para a promoção da equidade em saúde; breve será organizado um fórum de discussão nacional e regio-
– promover atividades de mobilização da sociedade civil nal, com a participação de organizações não governamentais
para tomada de consciência e atuação sobre os DSS. que atuam em áreas relacionadas com os DSS.
4) Portal sobre DSS: a CNDSS mantém uma página
Para o alcance desses objetivos, a CNDSS vem desenvol- institucional (www.determinates.fiocruz.br) com informa-
vendo as seguintes linhas de atuação: ções sobre as atividades que vem desenvolvendo, além de
1) Produção de conhecimentos e informações sobre publicações de interesse. Em breve será lançado um Portal
as relações entre os determinantes sociais e a situação de sobre DSS, onde, além de informações sobre as atividades
saúde, particularmente as iniquidades de saúde, com vistas da CNDSS, serão incluídos dados, informações e conheci-
a fundamentar políticas e programas. No âmbito desta mentos sobre DSS existentes nos sistemas de informação e
linha de atuação, a CNDSS, o Departamento de Ciência e na literatura mundial e nacional. Esse portal deve também
Tecnologia do Ministério da Saúde e o CNPq lançaram um se constituir num espaço de interação para intercâmbio
edital de pesquisa que permitiu apoiar projetos de pesquisa e discussão de grupos estratégicos relacionados aos DSS,
sobre DSS por um montante de cerca de quatro milhões de como pesquisadores, tomadores de decisão, profissionais
reais. Os pesquisadores responsáveis por esses projetos e de comunicação e outros.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

A Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da sua determinação de promover a equidade social e em saúde
Saúde foi realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio de ações sobre os determinantes sociais da saúde e
chefes de governo, ministros e representantes dos governos se do bem-estar, implementadas mediante uma ampla abordagem
reuniram em outubro de 2011, no Rio de Janeiro, para expressar intersetorial. Os cinco temas da Conferência Mundial:

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1. Governança para enfrentamento das causas mais Três Princípios de Ação
profundas das iniquidades em saúde: implementando ações
sobre os determinantes sociais da saúde; O relatório da OMS confirmado na Conferência Mundial
2. Promoção da participação: lideranças comunitárias sobre Determinantes da Saúde, ocorrida no Rio de Janeiro,
para a ação sobre os determinantes sociais; reafirmou os três princípios de ação:
3. O papel do setor, incluindo os programas de saúde 1. Melhorar as condições de vida cotidianas – as cir-
pública, na redução das iniquidades em saúde; cunstâncias em que as pessoas nascem, crescem, vivem,
4. Ações globais sobre os determinantes sociais: alinhan- trabalham e envelhecem.
do prioridades e grupos de interesse; 2. Abordar a distribuição desigual de poder, dinheiro
5. Monitoramento do progresso: medir e analisar para e recursos – os motores estruturais das condições de vida
informar as políticas sobre determinante s sociais. referidas – nos níveis global, nacionais e locais.
3. Quantificar o problema, avaliar a ação, alargar a base
de conhecimento, desenvolver um corpo de recursos hu-
manos formado sobre os determinantes sociais da saúde e
promover a consciência pública sobre o tema.

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE – SIS


Definição
A Lei nº 8.080/1990 prevê no artigo 47, a organização
pelo Ministério da Saúde (MS), em articulação com os níveis
estaduais e municipais do SUS, um Sistema Nacional de
Informação em Saúde – SIS, integrado em todo território
nacional abrangendo questões epidemiológicas e de pres-
tação de serviços.
A Organização Mundial da Saúde define Sistema de
Informação em Saúde – SIS como um mecanismo de coleta,
processamento, análise e transmissão da informação neces-
sária para se planejar, organizar, operar e avaliar os serviços
de saúde. Considera-se que a transformação de um dado em
informação exige, além da análise, a divulgação, e inclusive
recomendações para a ação.
Compõem obrigatoriamente os sistemas de gerência
em saúde os sistemas informativos da condição do doente,
O documento “Declaração Política do Rio sobre Deter-
de sua vida, do meio ambiente e de outros fatores que
minantes Sociais da Saúde” (OMS, 2011) sintetiza os com-
interferem no processo saúde-doença e que constituem os
promissos então estabelecidos:
Sistemas de Informação em Saúde (SIS).
• Reafirmaram que a equidade em saúde é uma respon-
Existe no Brasil um número incalculável de diferentes
sabilidade compartilhada e demanda o engajamento
Sistemas de Informações em Saúde (SIS) voltados à operação
de todos os setores governamentais, de todos os
de estabelecimentos assistenciais, à gerência de redes de
segmentos da sociedade e de todos os membros da
serviços, às esta�sticas vitais e à investigação e ao controle
comunidade internacional em uma ação global de
de diversas doenças que podem e devem ser usados para o
“todos pela equidade” e “saúde para todos”;
planejamento, por parte do gestor, de intervenções sobre
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

• Sublinharam o valor essencial da equidade em saúde


sua realidade sanitária.
constante nos princípios e disposições contidos na
Constituição da OMS assinada em 1946 e na Declara-
ção de Alma Ata de 1978, e na série de conferências Funções do SIS
internacionais sobre promoção da saúde;
• Reconheceram que “o gozo do mais alto nível de • Organizar a produção de informações compa�veis com
saúde que se possa atingir constitui um dos direitos as necessidades dos diferentes níveis, garantindo uma
fundamentais de todo ser humano, sem distinção de avaliação permanente das ações executadas e do seu
raça, religião, credo político e condição econômica ou impacto sobre a situação de saúde.
social”; • Assessorar o desenvolvimento de sistemas voltados
• Declararam que os governos têm uma responsabili- para as especificidades das diferentes unidades ope-
dade pela saúde de seus povos, a qual só pode ser racionais do Sistema de Saúde.
cumprida por meio da promoção de medidas sociais • Contribuir para o desenvolvimento dos profissionais de
e sanitárias adequadas, e que os esforços nacionais saúde, para a construção de uma consciência sanitária
precisam ser apoiados por um ambiente internacional coletiva, como base para ampliar o exercício do con-
favorável; trole social e da cidadania. Também para resgatar uma
• Reiteraram que as desigualdades em cada país e relação mais humana entre a instituição e o cidadão
entre os países são política, econômica e socialmente (PEREIRA, 1995).
inaceitáveis – além de injustas e, em grande parte,
evitáveis – e que a promoção da equidade em saúde Obje�vos
é fundamental ao desenvolvimento sustentável e à
melhoria da qualidade de vida e bem-estar para todos, A coleta de dados deve ser racional e objetiva visando a
o que, por sua vez, contribui para a paz e a segurança. construção de indicadores epidemiológicos ou operacionais

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que atendam ao objetivo de cada programa ou instituição,
evitando-se descrédito do sistema e desperdício de tempo SIA SIOPS
e recursos.
Apresenta-se, a seguir, um sintético panorama das SIH SIM
principais fontes de informação de interesse para a saúde,
lembrando que esta breve análise não esgota a diversidade SINAN SIS SIAB
existente em nosso País, bem como retrata um determinado
momento, pois a gestão da informação em saúde no Brasil
se caracteriza também por constantes mudanças em sua SISCOLO SIPNI
SINASC
estruturação.

Obje�vos Específicos SISHIPERDIA CARTÃO SUS

Qual a importância de Abordar conceitos fundamentais Além dos grandes bancos de dados gerados por ativi-
um sistema de Informa- referentes a um SIS, a saber: sis- dades de outros setores (Instituto Brasileiro de Geografia e
ção em Saúde (SIS)? tema, dado, informação, situação
Esta�stica – IBGE, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –
de saúde, indicador e Sistema de
Informação em Saúde (SIS).
IPEA etc.) e estudos amostrais realizados por universidades
e outras instituições, o SIS é composto por diferentes Sub-
Como deve ser para que Discutir o modelo de SIS, sua função sistemas, que produzem uma enorme quantidade de dados
e para quem deve servir para o processo de gestão Sistema
referentes à atividades setoriais em saúde, gerando grandes
um SIS? de Saúde e identificar seus principais
usuários. bancos de dados nacionais, dos quais se destacam:
Quais informações mi- Identificar as informações que ba-
1. Sistema de Informações de Mortalidade (SIM)
nimamente deve ser sicamente devem ser produzidas e
produzidas por um SIS? disponibilizadas por um SIS, desta-
cando a importância dos indicadores O precursor dos sistemas de informação em saúde no
de saúde. Brasil foi o Sistema de Informação em Mortalidade (SIM),
estabelecido pelo Ministério da Saúde em 1975 e informa-
Quais são os passos fun- Introduzir os passos fundamentais
damentais para organi- para a implantação ou aperfeiçoa- tizado em 1979 (Mota, 2003; Brasil, 2002; Carvalho, 1997).
zação de um SIS? mento de um SIS. A fonte primária das informações refere-se à Declaração
de Óbito (DO), um documento que contém informações
demográficas do óbito, além da descrição da causa de morte,
Entre os inúmeros sistemas de informação em saúde e que alimenta esse sistema de informação.
O Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) foi
(SIS) existentes no âmbito do Ministério da Saúde, serão
criado pelo Ministério da Saúde (Datasus) em 1975 para a
destacados aqueles que têm caráter universal e abrangência
obtenção regular de dados sobre mortalidade no País. A par-
nacional, o que implica a obrigatoriedade de sua atualização tir da criação do SIM foi possível a captação de dados sobre
por parte das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. mortalidade, de forma abrangente e confiável, para subsidiar
Cabe esclarecer que está em curso um amadurecimento as diversas esferas de gestão na saúde pública. Com base
em torno de um entendimento mais claro sobre o conceito nessas informações é possível realizar análises de situação,
da gestão destes sistemas, qual seja: os sistemas de informa- planejamento e avaliação das ações e programas na área.
ção do SUS são nacionais e não federais. A responsabilidade
pela base nacional está a cargo da esfera federal, no caso o Obje�vos:
Ministério da Saúde, a responsabilidade pela manutenção • coletar dados sobre óbitos em todo o território

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


da base estadual é da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e nacional, formando um banco de dados nacional
da base municipal é da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), sobre mortalidade, mediante a agregação dos
ou seja, há uma responsabilidade tripartite. Finalmente, dados estaduais;
serão apontados alguns dos indicadores mais utilizados • fornecer dados sobre óbitos a todos os níveis do
para o planejamento e o monitoramento de resultados das Sistema de Saúde;
ações de saúde. • permitir um acompanhamento das estatísticas
As principais informações de saúde disponíveis via DA- de mortalidade, com variáveis que são de grande
TASUS são: importância para a saúde pública, como a causa
• mortalidade; básica do óbito, município e local de residência e
de ocorrência do óbito;
• morbidade hospitalar do SUS;
• subsidiar a execução das ações básicas na área
• produção ambulatorial do SUS;
materno-infantil e mulher em idade fértil;
• rede hospitalar do SUS; • permitir uma maior confiabilidade na elaboração
• rede ambulatorial do SUS; dos coeficientes de mortalidade infantil;
• recursos do SUS; • o SIM proporciona a produção de esta�sticas de
• créditos a prestadores; mortalidade e a construção dos principais indicado-
• pesquisa de assistência médico-sanitária; res de saúde. A análise dessas informações permite
• população residente; estudos não apenas do ponto de vista esta�stico e
• alfabetização; epidemiológico, mas também sociodemográfico.
• abastecimento de água;
• instalações sanitárias; O sistema oferece aos gestores de saúde, pesquisadores
• coleta de lixo. e entidades da sociedade informações da maior relevância

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para a definição de prioridades nos programas de prevenção • Consultas na homepage do DATASUS em Informações
e controle de doenças, a partir das declarações de óbito de Saúde – Mortalidade;
coletadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde. A Base de • Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde (Sistema
Dados nacional gerada é administrada pelo SVS-MS em de Informação).
cooperação com o DATASUS.
Cada declaração de óbito é composta por três vias: a
Funcionalidades rosa, que fica arquivada no estabelecimento onde foi preen-
• Declaração de nascimento informatizada. chida (hospital, IML), a branca e a amarela são entregues às
• Geração de arquivos de dados em várias extensões famílias para fazerem o registro do falecimento no cartório,
para analises em outros aplicativos. sendo que a amarela fica no cartório e a branca é enviada
• Retroalimentação das informações ocorridas em mu- à Secretaria Municipal de Saúde. Em todos os municípios,
nicípios diferentes da residência do paciente. o envio dos registros à SMS é con�nuo, mas a forma de envio
• Controle de distribuição das declarações de nascimen- é diferente. Em um deles há uma busca ativa em cartórios
to (Municipal, Regional, Estadual e Federal). uma vez por semana e na zona rural de três em três meses.
• Transmissão de dados automatizada utilizando a fer- Em outro não há busca ativa, mas o hospital envia as decla-
ramenta Sisnet gerando a tramitação dos dados de rações via malote diariamente. No terceiro município um
forma ágil e segura entre os níveis municipal > estadual funcionário da SMS busca as declarações todas as terças
> federal. e quintas nos hospitais e IML. Após essa primeira análise,
• Backup on-line dos níveis de instalação (Municipal, as DO são lançadas no sistema pelo digitador, um agente
Regional e Estadual). administrativo contratado ou estagiário em todos os três
municípios.
A operacionalização do Sistema é composta pelo preen- O Ministério da Saúde, pelo Datasus, disponibiliza os
chimento e coleta do documento padrão – a Declaração de dados de todo o Brasil, por meio de CD-ROM e da Internet
Óbito, sendo este o documento de entrada do sistema nos (HYPERLINK h�p://www.datasus.gov.br)
estados e municípios. Os dados coletados são de grande im-
portância para a vigilância sanitária e análise epidemiológica, 2. Sistema de Informações de Nascidos Vivos – (SINASC)
além de esta�sticas de saúde e demografia.
O Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC)
Declaração de Óbito foi implantado pelo Ministério da Saúde a partir de 1990, de
forma semelhante ao SIM. Possui um documento básico – a
A Declaração de Óbito tem dois grandes objetivos: Declaração de Nascido Vivo (DN) – padronizado nacional-
• ser o documento padrão para coleta de informações mente, e preenchido nos hospitais e em outras instituições
sobre mortalidade subsidiando as esta�sticas vitais e de saúde nos quais ocorrem partos, e nos Cartórios de Re-
epidemiológicas no Brasil, conforme o determina o ar- gistro Civil para os partos domiciliares. A DN, cuja emissão
tigo 10 da Portaria nº 116, de 11 de fevereiro de 2009; também é de competência exclusiva do Ministério da Saúde,
• atender ao artigo 77 da Lei nº 6.216, de 30 de junho deve ser preenchida para todos os nascidos vivos no País.
de 1975 – que altera a Lei nº 6.015/1973 dos Registros Sua implantação ocorreu de forma lenta e gradual em
Públicos e determina aos Cartórios de Registro Civil todas as unidades da Federação e em muitos municípios já
que a Certidão de Óbito para efeito de liberação de apresenta um número de registros maior do que o publicado
sepultamento e outras medidas legais, seja lavrada pelo IBGE, com base nos dados de Cartório de Registro Civil.
mediante da Declaração de Óbito. Os dados informa-
dos na Declaração de Óbito alimentam as esta�sticas Obje�vos:
nacionais e oficiais sobre o perfil de morte no Brasil. • coletar dados sobre nascidos vivos em todo o territó-
rio nacional, formando um banco de dados nacional
A partir das informações extraídas das DO são definidas sobre nascimentos, mediante a agregação dos dados
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

grande parte das prioridades que compõem as políticas estaduais;


públicas em saúde. Por esta razão, a Declaração de Óbito • fornecer dados sobre Nascidos Vivos a todos os níveis
precisa se garantir, cada vez mais, como um instrumento de do Sistema de Saúde;
amplitude máxima, capaz de captar informações nos mais • permitir um acompanhamento das esta�sticas de nas-
remotos aglomerados populacionais do país. Além disto, cimentos, com variáveis que são de grande importân-
precisa ser corretamente preenchida, de modo que as infor- cia para a saúde pública, como peso ao nascer, APGAR
mações dela extraídas estejam perfeitamente concatenadas 1º e 5º minutos , escolaridade da mãe, consultas de
com as estratégias, métodos, metas e indicadores sugeridos pré-natal, presença e descrição de anomalia congêni-
pelas análises da situação de saúde no país. ta, etc.;
A DO é distribuída gratuitamente às Secretarias Estaduais • avaliar os riscos na gravidez, no parto e ao recém-nas-
de Saúde para subsequente fornecimento às Secretarias cido;
Municipais de Saúde, que se responsabilizam pelo controle • subsidiar a execução das ações básicas na área mater-
e distribuição entre os estabelecimentos de saúde, Institutos no-infantil;
Médico Legais, Serviços de Verificação de Óbitos, Cartórios • permitir uma maior confiabilidade na elaboração dos
do Registro Civil, profissionais médicos e instituições que a coeficientes de mortalidade infantil;
utilizam bem como pelo recolhimento das primeiras vias em • subsidiar as intervenções relacionadas à saúde da mu-
hospitais e cartórios. lher e da criança para todos os níveis do Sistema Único
Preenchimento das Declarações de Óbito e Fluxo dos de Saúde (SUS); Como ações de atenção à gestante e
documentos, consta no manual de preenchimento da DO ao recém-nascido;
disponível no Site do Ministério da Saúde. • o acompanhamento da evolução das séries históricas
Os dados de Mortalidade podem ser obtidos por meio de: do SINASC permite a identificação de prioridades de
• CD-ROM, distribuído pela Secretaria de Vigilância em intervenção, o que contribui para efetiva melhoria do
Saúde; sistema.

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Funcionalidades: 3. Sistema de Informações de Agravos de No�ficação –
• declaração de nascimento informatizada; (SINAN)
• geração de arquivos de dados em várias extensões
para analises em outros aplicativos; O SINAN tem como objetivo coletar, transmitir e dissemi-
• retroalimentação das informações ocorridas em mu- nar dados gerados rotineiramente pelo sistema de Vigilância
nicípios diferentes da residência do paciente; Epidemiológica para apoiar processos de investigação e
• controle de distribuição das declarações de nascimen- de análise sobre as principais doenças e agravos sujeitos à
to (Municipal, Regional, Estadual e Federal); notificação compulsória. Devido à autonomia de cada nível
• transmissão de dados automatizada utilizando a fer- gestor para acrescentar doenças relevantes na sua área de
ramenta sisnet gerando a tramitação dos dados de abrangência de acordo com as suas particularidades, ocorre
forma ágil e segura entre os níveis municipal > estadual uma variação importante na cobertura e na qualidade das
> federal; informações.
• backup on-line dos níveis de instalação (Municipal, Criado como Sistema de Notificação Compulsória de
Regional e Estadual). Doenças, em 1975, pela lei que instituiu o Sistema Nacional
de Vigilância Epidemiológica, o SINAN. Foi gradualmente
O SINASC propicia um aporte significativo de dados sobre implantado no país de 1990 até 1993 registra atualmente,
a gravidez, o parto e as condições da criança ao nascer, com
e de maneira mais estruturada desde 1995, dados sobre do-
suas características mais importantes, como sexo, local onde
enças de notificação compulsória, coletados pelos gestores
ocorreu o nascimento, tipo de parto e peso ao nascer entre
municipais e estaduais e posteriormente enviados ao gestor
outras. Estes dados são de grande importância para análise
epidemiológica, esta�stica, demográfica e para a definição federal. Em 1998 os instrumentos de coleta, fluxo e so�ware
de prioridades da Política Estadual de Saúde. Da mesma foram redefinidos. É usado em todos os municípios do país.
forma que no SIM, as informações são consolidadas pelas O Sistema de Informação de Agravos de Notificação –
SES, que as enviam em meio eletrônico ao Centro Nacional Sinan é alimentado, principalmente, pela notificação e
de Epidemiologia (CENEPI) da FUNASA para o “fechamento” investigação de casos de doenças e agravos que constam
da base nacional. da lista nacional de doenças de notificação compulsória
Além da dimensão citada acima, a não regularidade no (Portaria GM/MS nº 104, de 25 de janeiro de 2011), mas é
envio das informações do SINASC também está sujeita a facultado a estados e municípios incluir outros problemas de
penalidades, conforme regulamenta a portaria FUNASA/ saúde importantes em sua região, como varicela no estado
MS nº 475, de 31 de agosto de 2000, que prevê em seu de Minas Gerais ou difilobotríase no município de São Paulo.
art. Art. 16º: “A falta de alimentação de dados no Sistema Destina-se, em primeira instância, ao serviço local de
de Informações sobre Nascidos Vivos, por mais de 60 dias, saúde incumbido de controlar a ocorrência.
ensejará a suspensão das transferências dos recursos do piso Quando reunidas de forma sistematizada, as notificações
de Atenção Básica e o cancelamento da certificação para passam a compor sistemas de informações próprios, que
gestão das ações de Epidemiologia e Controle de Doenças possibilitam o acompanhamento, mais amplo, das caracte-
e consequente suspensão do repasse dos recursos do Teto rísticas do fenômeno estudado, quanto a sua distribuição
Financeiro de Epidemiologia e Controle de Doenças ”. e tendências.

Definição de nascido vivo Obje�vo


O SINAN tem por objetivo o registro e processamento
Segundo a definição da Organização Mundial da Saúde dos dados sobre agravos de notificação em todo o território
(OMS), Nascido Vivo é a expulsão ou extração completa do nacional, fornecendo informações para análise do perfil da
corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez, morbidade e contribuindo, desta forma, para a tomada de
de um produto de concepção que, depois da separação, decisões em nível municipal, estadual e federal.
respire ou apresente qualquer outro sinal de vida, tal como Os dados são coletados a partir da Ficha Individual de

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou No�ficação (FIN) que é preenchida pelas unidades assisten-
movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, ciais para cada paciente quando da suspeita da ocorrência
estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não de problema de saúde de notificação compulsória ou de
desprendida da placenta. Cada produto de um nascimento interesse nacional, estadual ou municipal. Este instrumen-
que reúna essas condições se considera como uma criança
to deve ser encaminhado aos serviços responsáveis pela
viva. No caso de gravidez múltipla, deve ser preenchida
informação e/ou vigilância epidemiológica das Secretarias
uma DN para cada produto da gestação, ou seja, para cada
Municipais, que devem repassar semanalmente os arquivos
nascido vivo.
em meio magnético para as Secretarias Estaduais de Saúde
Fluxos de documentos e informações (SES). A comunicação das SES com a SVS deverá ocorrer
quinzenalmente, de acordo com o cronograma definido pela
A Declaração de Nascido Vivo (DN) é impressa em três SVS no início de cada ano.
vias previamente numeradas, sob a responsabilidade do
Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Aná- O que é no�ficação?
lise da Situação de Saúde (DASIS – SVS). O documento é Notificação é a comunicação de ocorrência de determi-
distribuído gratuitamente às secretarias estaduais de saúde nada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária
que o fornece às secretarias municipais de saúde. Essas por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de
secretarias, por sua vez, repassam aos estabelecimentos adoção de medidas de intervenção pertinentes.
de saúde e cartórios.
A base nacional das informações do SINASC está dispo- Quem pode no�ficar?
nível em CD-ROM e na Internet no site do Datasus, onde A notificação pode ser feita por qualquer indivíduo, ainda
também é possível a realização de tabulações, e no site da que seja uma obrigação médica e que mais frequentemente
FUNASA (www.funasa.gov.br) seja feita por profissional de saúde não médico.

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Por que no�ficar? O SI-PNI é formado por um conjunto de sistemas:
Toda informação que chegue a Unidade de Saúde, qual- • Avaliação do Programa de Imunizações (API) – Regis-
quer que seja a fonte (colegas de escola, trabalho, vizinhos, tra, por faixa etária, as doses de imunobiológicos aplicadas
associação de moradores, imprensa, familiares, etc.) será e calcula a cobertura vacinal, por unidade básica, município,
valorizada e investigada para adoção de medidas de inter- regional da Secretaria Estadual de Saúde, estado e país.
venção pertinentes. 1 Fornece informações sobre rotina e campanhas, taxa de
Este sistema de informações ainda apresenta problemas abandono e envio de boletins de imunização. Pode ser uti-
sérios em sua gestão, neste sentido é fundamental uma es- lizado nos âmbitos federal, estadual, regional e municipal.
pecial atenção dos gestores de saúde visando sua melhoria. • Estoque e Distribuição de Imunobiológicos (EDI) –
A Resolução do Ministério da Saúde nº 1.882/GM, de 18 de Gerencia o estoque e a distribuição dos imunobiológicos.
dezembro de 1997, definiu, em seu artigo 6º, as mesmas Contempla o âmbito federal, estadual, regional e municipal.
penalidades posteriormente previstas para o SIM e o SINASC, • Eventos Adversos Pós-vacinação (EAPV) – Permite
para os gestores que atrasarem o envio das informações. o acompanhamento de casos de reação adversa ocorridos
A base nacional de dados não está disponibilizada na Inter- pós-vacinação e a rápida identificação e localização de
net. O CENEPI/FUINASA analisa os dados em conjunto com lotes de vacinas. Para a gestão federal, estadual, regional
os obtidos por outras vias, chamadas complementares e e municipal.
especiais, como outros sistemas de informações de base • Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão
nacional (por exemplo: SIM, SINASC, SIH) e sistemas “sen- (PAIS) – Sistema utilizado pelos supervisores e assessores
tinelas”, para então divulgar as informações relevantes no técnicos do PNI para padronização do perfil de avaliação,
Boletim Epidemiológico. capaz de agilizar a tabulação de resultados. Desenvolvido
para a supervisão dos estados.
4. Sistema de Informações do Programa Nacional de • Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão
Imunizações (SIPNI) em Sala de Vacinação (PAISSV) – Sistema utilizado pelos
coordenadores estaduais de imunizações para padronização
O Programa Nacional de Imunizações é responsável por do perfil de avaliação, capaz de agilizar a tabulação de resul-
reunir as informações de vacinação de todo o país. Para tados. Desenvolvido para a supervisão das salas de vacina.
isso, são utilizados sistemas informatizados que facilitam o • Apuração dos Imunobiológicos Utilizados (AIU) –
acompanhamento por todos os gestores. Permite realizar o gerenciamento das doses utilizadas e
O PNI, desde 1994, utilizou sistemas de informação com das perdas �sicas para calcular as perdas técnicas a partir
dados agregados, ou seja, os municípios realizavam suas das doses aplicadas. Desenvolvido para a gestão federal,
ações de imunização, consolidavam as informações de doses estadual, regional e municipal.
aplicadas e enviavam esse quantitativo total ao Ministério • Sistema de Informações dos Centros de Referência
da Saúde por meio do Sistema de Informação de Avaliação em Imunobiológicos Especiais (SICRIE) – Registra os atendi-
do Programa de Imunização (API) e, mais recentemente, por mentos nos CRIEs e informa a utilização dos imunobiológicos
meio do Sistema de Informação de Avaliação do Programa especiais e eventos adversos.
de Imunizações versão WEB (APIWEB). O gestor estadual envia sua base de dados ao gestor
federal. A base nacional é consolidada pela FUNASA, com
Obje�vo Geral retroalimentação para Estados e municípios. Na Internet
Registrar individualmente dados de vacinação de todos estão disponíveis dados sobre o número de doses aplicadas,
os residentes do Brasil desagregados por tipo de vacina, dose recebida, faixa etá-
Obje�vos Específicos: ria e município, além de dados de cobertura da população
de menores de um ano de idade e de outras faixas etárias
• fornecer dados sobre pessoas vacinadas; (www.funasa.gov.br/imu/imu00.htm ou www.datasus.gov.
br/catalogo/pni.htm).
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

• fornecer dados sobre movimentação de imunobioló-


gicos nas salas de vacinação;
• reduzir erros de imunização; 5. Sistema de Informações Ambulatoriais (SIASUS)
• ser o único meio de transmissão de dados de vacinação
para o Programa Nacional de Imunizações. O Sistema de Informação Ambulatorial, chamado SIA/
SUS é um sistema do SUS que tem por objetivo transformar
Este sistema foi concebido de forma modular, onde os dados ambulatoriais em informações relevantes para
os documentos básicos do sistema correspondem a um subsidiar a tomada de decisões em saúde. Esse sistema é
módulo cada e estão implantados em todos os municípios usado por hospitais para gerenciar ambulatórios e fornecer
brasileiros. É o principal instrumento do Programa Nacional informações para o SUS como a capacidade de atendimento,
de Imunização (PNI). quantidade de atendimentos por especialidade, habitantes,
O objetivo fundamental do SI-PNI é possibilitar aos ges- procedimentos, etc.
tores envolvidos no programa uma avaliação dinâmica do O Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) foi implanta-
risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do do nacionalmente na década de noventa, visando o registro
registro dos imunos aplicados e do quantitativo populacional dos atendimentos realizados no âmbito ambulatorial, por
vacinado, que são agregados por faixa etária, em determi- meio do Bole�m de Produção Ambulatorial (BPA).
nado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro
lado, possibilita também o controle do estoque de imunos Obje�vo Geral
necessário aos administradores que têm a incumbência de Permitir aos gestores locais capturar as informações refe-
programar sua aquisição e distribuição. rentes aos atendimentos realizados em regime ambulatorial,
executar o processamento da produção ambulatorial, assim
1
Ler mais: h�ps://artedecuidar.webnode.com.br/products/sistema%20nacio-
como a gestão das informações relacionadas à assistência
nal%20de%20agravos%20de%20notifica%C3%A7%C3%A3o%20%28sinan%29/ ambulatorial.

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Obje�vos Específicos: 6. Sistema de Informações Hospitalares – (SIH)
• subsidiar os processos de planejamento, programação,
regulação, avaliação e auditoria; O Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) con-
• subsidiar os processos da programação pactuada tém informações que possibilitam efetuar o pagamento
integrada – PPI; dos serviços hospitalares prestados pelo SUS, mediante a
• fornecer informações que possibilitem o acompanha- captação de dados via Autorização de Internação Hospitalar
mento e a análise da evolução do custo das atividades (AIH) relativas ao volume de internações/mês, ocorridas no
ambulatoriais; Brasil. Este sistema surgiu em 1982, elaborado pelo então
• oferecer subsídios para avaliação quantitativa e qua- Ministério da Previdência e Assistência Social, com a deno-
litativa das ações de saúde; minação de Sistema de Atenção Médica Hospitalar da Pre-
• atualiza o banco de dados nacional do SUS (BD Nacional). vidência Social (SAMHPS). Trata-se de um dos mais antigos
sistemas de informações em saúde em funcionamento no
Implantação País, ao lado do SIM.
O SIA/SUS foi implantado em todo o território nacional Em 1986, foi estendido aos hospitais filantrópicos; em
em 1995 e desde sua implantação tem como finalidade 1987, aos universitários e de ensino; e, em 1991, aos hospi-
registrar os atendimentos/procedimentos/tratamentos tais públicos municipais, estaduais e federais, abrangendo
realizados em cada estabelecimento de saúde no âmbito cerca de 70% das internações hospitalares realizadas no
ambulatorial. Brasil. Sendo o sistema que processa as AIH dispõe, entre
O Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS) ofe- outras, de informações sobre recursos financeiros destinados
rece aos gestores instrumento para operacionalização das a cada hospital que integra o SUS, o diagnóstico principal das
funções de cadastramento, controle orçamentário, controle internações, os procedimentos realizados, a quantidade de
e cálculo da produção e geração de informações necessárias leitos existentes para cada especialidade e o tempo médio
à transferência de recursos financeiros intergovernamentais. de permanência do paciente. Como pode ser observado,
As informações disponíveis são geradas a partir dos da- apesar de ter sido concebido para operar o sistema de pa-
dos enviados pelas secretarias municipais em gestão plena gamento de internações aos hospitais contratados, o SIH/
e Secretarias Estaduais de Saúde, agregados por unidade SUS possui uma abrangência de variáveis que o situa como
ambulatorial. As bases de dados municipal e estadual são um dos mais importantes sistemas de gerência à disposição
recebidas pelo DATASUS (conforme determina a portaria do gestor de saúde.
SAS/MS nº 51 de 21 de junho de 1995), que gera o banco
A Autorização de Internação Hospitalar (AIH) é o ins-
de dados nacional. Nesta base de dados, estão disponíveis
trumento de registro utilizado por todos os gestores e pres-
informações de serviços prestados desde julho de 1994.
tadores de serviços SUS e apresenta como característica a
As informações estão disponíveis em CD-ROM e na
proposta de pagamento por valores fixos dos procedimentos
Internet (www.saude.gov.br/sas ou www.datasus.gov.br/
médico hospitalares onde estão inseridos os materiais que
catálogo/siasus.htm) e representam mais de 130 milhões
devem ser utilizados, os procedimentos que são realizados,
de procedimentos realizados mensalmente no âmbito do
SUS em todo o País. os profissionais de saúde envolvidos e estrutura de hotelaria.
Além de gerar o banco de dados, no caso de municípios e A Portaria GM/MS nº 396/2000 atribuiu a responsabili-
Estados não habilitados em gestão plena, o DATASUS gera as dade da gestão do SIH/SUS à Secretaria de Atenção à Saúde
informações para os respectivos créditos bancários a serem (SAS), bem como a atualização deste Manual. A Portaria
efetuados pelo Fundo Nacional de Saúde. No caso de muni- GM/MS nº 821/2004 descentralizou o processamento do
cípios e Estados habilitados em gestão plena a SMS ou SES SIH/SUS, para Estados, Distrito Federal e Municípios plenos.
gera as informações para os respectivos créditos bancários a
serem efetuados pelo Fundo Municipal ou Estadual de Saúde. Obje�vo
A principal limitação do SIA/SUS refere-se à não-identificação
A finalidade do AIH (Sistema SIHSUS) é a de transcrever

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


do paciente ou do atendimento, pois os dados estão agre-
gados por unidade de saúde. Para a superação desse fator todos os atendimentos que provenientes de internações
limitante, foi desenvolvido um sistema articulado ao SIA/SUS hospitalares que foram financiadas pelo SUS, e após o pro-
denominado Autorização de Procedimento de Alto Custo/ cessamento, gerarem relatórios para os gestores que lhes
Complexidade (APAC). possibilitem fazer os pagamentos dos estabelecimentos
de saúde. Além disso, o nível Federal recebe mensalmente
VERSIA – Sistema de Verificação do SIASUS uma base de dados de todas as internações autorizadas
(aprovadas ou não para pagamento) para que possam ser
Sistema descentralizado responsável pela verificação das repassados às Secretarias de Saúde os valores de Produção
informações geradas pelo sistema SIASUS, através de dados de Média e Alta complexidade além dos valores de CNRAC,
referentes ao atendimento dos pacientes, enviados pelas FAEC e de Hospitais Universitários – em suas variadas formas
Unidades Prestadoras de Serviço. É utilizado e atualizado de contrato de gestão.
mensalmente pelo DATASUS, inclusive para nova validação • Qualificar a informação em saúde a partir do registro
de movimento ambulatorial recebido das Secretarias (Mu- das internações no âmbito do SUS.
nicipais e Estaduais) que operam o SIASUS. • Reforçar a importância da integração dos sistemas,
especialmente do Cartão Nacional de Saúde/CNS e
Bene�cio do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
• Integridade das informações sobre estabelecimentos (CNES), compatibilizados no processamento do SIH/
de saúde. SUS.
• Orientar quanto às regras e críticas do SIH/SUS implan-
Funcionalidades tados a cada competência.
• Emissão de relatórios gerenciais e de erros. • Auxiliar o corpo clínico, auditores, supervisores,
• Atualização de versãoeventual. direção e técnicos de informática que lidam com o

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registro da internação, operam o sistema e utilizam Está em curso processo de compatibilização deste siste-
documentos. ma com o Sistema do Cartão Nacional de Saúde, bem como
• Disponibilizar relatórios gerenciais para os gestores e maior integração com o SIA/SUS.
prestadores. O e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB) é uma estratégia do
Departamento de Atenção Básica para reestruturar as infor-
O estabelecimento hospitalar envia as informações da mações da Atenção Básica em nível nacional. Esta ação está
AIH para os gestores municipais (se em gestão plena) ou es- alinhada com a proposta mais geral de reestruturação dos
taduais (para os demais). Essas informações são processadas Sistemas de Informação em Saúde do Ministério da Saúde,
pelo DATASUS, gerando os créditos referentes aos serviços entendendo que a qualificação da gestão da informação é
prestados e formando uma valiosa base de dados. O sistema fundamental para ampliar a qualidade no atendimento à
disponibiliza dados de forma sistemática, com defasagem de população. A estratégia e-SUS AB, faz referência ao processo
apenas dois meses a partir da data de internação, por meio de informatização qualificada do SUS em busca de um SUS
de CD-ROM mensal e da Internet (www.saude.gov.br/sas ou eletrônico.
www.dataus.gov.br/catalogo/sihsus.htm).
8. Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos
7. Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB) em Saúde (SIOPS)

Sistema de Informação Atenção Básica é um sistema (sof- A portaria Conjunta nº 1.163/2000, do Ministério da
tware), desenvolvido pelo DATASUS em 1998, cujo objetivo Saúde e Ministério Público da União estabelece a criação
centra-se em agregar, armazenar e processar as informações do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em
relacionadas à Atenção Básica (AB) usando como estratégia Saúde (SIOPS) com o objetivo de subsidiar o planejamento,
central a Estratégia de Saúde da Família (ESF). a gestão, a avaliação e o controle social do financiamento
É por meio das informações coletadas pelo so�ware do e do gasto público em saúde nas três esferas de governo.
SIAB que o Ministério da Saúde toma decisões de gestão da O SIOPS possui informações sobre receitas e despesas com
Atenção Básica em nível nacional. Entretanto, o SIAB não saúde, sob responsabilidade do poder público.
deve ser compreendido e utilizado somente para esse fim. O SIOPS é o sistema informatizado, de alimentação obri-
Este sistema é parte necessária da estratégia de SF, pois gatória e acesso público, operacionalizado pelo Ministério da
contém os dados mínimos para o diagnóstico de saúde da Saúde, instituído para coleta, recuperação, processamento,
comunidade, das intervenções realizadas pela equipe e os armazenamento, organização, e disponibilização de informa-
ções referentes às receitas totais e às despesas com saúde
resultados sociosanitários alcançados. Dessa forma, todos
dos orçamentos públicos em saúde. O sistema possibilita o
os profissionais das Equipes de Atenção Básica (EAB) devem
acompanhamento e monitoramento da aplicação de recur-
conhecer e utilizar o conjunto de dados estruturados pelo
sos em saúde, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal
SIAB a fim de traçar estratégias, definir metas e identificar
e Municípios, sem prejuízo das atribuições próprias dos
intervenções que se fizerem necessárias na atenção da po-
Poderes Legislativos e dos Tribunais de Contas.
pulação das suas respectivas áreas de cobertura, bem como
Disponibiliza dados com data a partir de 1998, e vem
avaliar o resultado do trabalho desenvolvido pela equipe
melhorando significativamente a cobertura do sistema.
O Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB) foi Seus dados estão disponíveis na Internet (www.saude.gov.
desenvolvido para ser um instrumento de apoio ao Programa br/sis/siops/index.htm ou www.datasus.gov.br/catálogo/
de Agentes Comunitários (PACS) e ao Programa Saúde da siops/siops.htm).
Família (PSF). Por este sistema são cadastradas as famílias
vinculadas aos programas e incluem dados demográficos, Bene�cios:
socioeconômicos, ambientais e culturais, além dos relativos • propiciam insumos para a melhoria da gestão, diag-
à morbidade e à mortalidade. nósticos do setor e formulação de políticas públicas;
O SIAB baseia-se nos conceitos de modelo de atenção,
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

• municia a sociedade civil e os conselhos de saúde


família, domicílio, área, micro área e território. É um sistema para o exercício do controle sobre a gestão pública,
idealizado para agregar e para processar as informações ao disponibilizar os dados à população.
sobre a população visitada. Estas informações são recolhi-
das em fichas de cadastramento e de acompanhamento e Funcionalidades:
analisadas a partir dos relatórios de consolidação dos dados • disponibiliza a consulta sobre as receitas totais e des-
pesas com ações e serviços públicos de saúde através
Bene�cios: da Internet;
• microespacialização de problemas de saúde e de ava- • facilita aos Conselhos de Saúde, a transparência sobre
liação de intervenções; a aplicação dos recursos públicos do setor;
• utilização mais ágil e oportuna da informação; • consolida as informações sobre gastos em saúde no
• produção de indicadores capazes de cobrir todo o ciclo país, proporcionando a toda a população o conheci-
de organização das ações de saúde; mento sobre quanto cada unidade político-adminis-
• consolidação progressiva da informação partindo de trativa do país tem aplicado na área;
níveis menos agregados para mais agregados. • ambiente operacional.

Funcionalidades: 9. Sistema do Cartão Nacional de Saúde


• cadastros de famílias;
• condições de moradia e saneamento; A proposta de implantação no Brasil de uma identificação
• situação de saúde; única para os usuários do SUS é uma demanda do setor saúde
• produção e marcadores; expressa nos Relatórios das últimas Conferências Nacionais
• composição das Equipes de Saúde da Família e Agentes de Saúde (9ª, 10ª e 11ª). A NOB/SUS 01/96 instituiu sua
Comunitários de Saúde. organização.

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O Cartão Nacional de Saúde, também denominado Car- Diferentemente dos sistemas de informação tradi-
tão SUS, representa a materialização desta necessidade. Seu cionalmente existentes no âmbito do SUS, o Sistema
projeto é complexo por: Cartão Nacional de Saúde não captura dados visando ao
• impactar no processo de trabalho cotidiano das uni- faturamento de serviços ou exclusivamente à Vigilância
dades assistenciais, das SMS e das SES; Epidemiológica, mas trabalha com o conceito de captura
• envolver tecnologia de informação de modo intensivo; de informações de atendimento. Do ponto de vista tec-
• pressupor forte adesão das equipes de saúde e dos nológico, a solução de informática do Cartão Nacional
gestores (dimensão técnica e política); de Saúde trabalha com algumas premissas, dentre elas o
• depender, para sua completa efetivação, de uso in- uso de arquitetura aberta de so�ware, o uso de padrões,
tensivo de telecomunicação, setor ainda com sérias a garantia de independência de qualquer software ou
restrições na maioria das localidades no Brasil; hardware proprietário, incluindo o Sistema Gerenciador
• requerer recursos financeiros importantes para sua de Banco de Dados (SGBD) e a integração com os sistemas
expansão em larga escala nos Estados. de informação de base nacional e/ou local. O sistema está
baseado em cinco componentes principais:
O Cartão Nacional de Saúde permite a vinculação entre • os cartões de identificação dos usuários e dos profis-
o atendimento realizado, o cidadão atendido, o profissional sionais;
e a unidade de saúde que realizou o procedimento. • a rede de comunicação;
O Cartão SUS representa importante instrumento de • os terminais de atendimento e os equipamentos para
apoio aos gestores estaduais e municipais no que se refere, armazenamento e gerenciamento da base de dados;
por exemplo, à regulação e à organização regionalizada e • os aplicativos do nível de atendimento e dos servido-
hierarquizada dos serviços de saúde, e ao planejamento, res e;
pactuação e acompanhamento da PPI, por incorporar, • os aspectos de segurança e a política de controle
também, os dados de procedência do paciente, tornando-se acesso.
importante subsídio para as Câmaras de Compensação.
A expansão do Cartão SUS para os demais Estados e As atividades realizadas pelo MS, em conjunto com os
municípios está ocorrendo apenas no que se refere ao seu Estados e municípios participantes do piloto, na formatação
componente de cadastramento dos usuários do SUS, dos e implantação do projeto são: definição de especificação
profissionais e dos estabelecimentos de saúde, resultado técnica e monitoramento do desenvolvimento da solução
do esforço do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de (aplicativos, rede, equipamentos), definição de conteúdos,
Saúde, sob responsabilidade da SAS/MS. acompanhamento e avaliação dos treinamentos; definição
No ato de adesão dos Estados e municípios ao pro- de metodologia e de instrumento para cadastramento;
cesso de cadastramento, os gestores assinam Termo de formatação de metodologia de implantação e apoio aos
Compromisso e Responsabilidade onde se comprometem municípios na sua operacionalização e na identificação dos
“a não divulgar, sob nenhuma forma, meio (...) ou suporte usos para as informações derivadas do sistema; gestão de
(...) os cadastros e/ou arquivos referentes às unidades de contratos com fornecedores e relacionamento com institui-
saúde, aos profissionais de saúde e aos usuários do SUS, ções parceiras; identificação e formatação de mecanismos
(...) , bem como se responsabilizar pelo arquivamento, complementares à implantação do projeto (capacitação
guarda e segurança desses cadastros e arquivos e das se- complementar, distribuição de cartões, contratação de
nhas que permitem seu acesso, de maneira a impedir sua auditoria externa); definição de modelos para integração
divulgação sob pena do responsável incorrer nas penas da de sistemas de informação, entre outras.
Lei nº 8.112/1990 – Estatuto do Servidor Público (Arts. 116, O desenvolvimento do projeto é acompanhado por uma
117, 121 a 126 e 132) e do Art. 154 do Código Penal pelo não auditoria externa, com funções de homologação dos aplicati-
cumprimento de quaisquer dessas obrigações.” vos desenvolvidos para o projeto; avaliação da conformidade
O Cartão Nacional de Saúde inicialmente está sendo dos produtos e serviços contratados (equipamentos, cartões,

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


concebido sob a forma de projeto piloto, com o objetivo de instalação de redes LAN, treinamentos e documentação do
aprofundar as definições conceituais subjacentes ao Sistema, sistema) frente às especificações técnicas do edital de con-
desenvolver seus componentes e construir e validar meto- tratação; certificação do funcionamento global da solução
dologia de implantação, de forma a permitir uma extensão de informática, incluindo aspectos de interoperabilidade das
posterior para todo o País. O Cartão é um dos projetos do duas soluções, assegurando ao setor público independência
Componente II do REFORSUS e tem financiamento do Banco em relação a soluções proprietárias e evitando a criação de
Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Tesouro reservas de mercado para expansão do projeto; avaliação
Nacional. Para o projeto piloto foram selecionados 44 muni- dos cursos realizados com vistas à capacitação dos opera-
cípios, em 11 Estados da Federação, com cobertura de cerca dores do sistema e; avaliação da distribuição dos cartões
de 13 milhões de habitantes. magnéticos a usuários e profissionais de saúde.

INSTRUMENTOS
SISTEMAS EVENTO FLUXO USOS (ALGUNS)
DE COLETA
Cartório
Declaração SMS Estudos de mortalidade, Vigilância de Óbitos
SIM Óbito
de Óbito Regional (infantil, materno etc)
SES
Unidade
Declaração de SMS Monitoramento da Saúde da Criança
SINASC Nascido Vivo
Nascido Vivo Regional Vigilância a Criança de Risco
SES

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Unidade
Agravos Sob FINotificação e SMS Acompanhamento dos agravos sob
SINAN
Notificação FIInvestigação Regional notificação, surtos, epidemias etc.
SES
Unidade
Informação SMS Morbidade hospitalar, Gestão hospitalar,
SIH AIH
Hospitalar Regional Custeio de Atenção Hospitalar
SES
Unidade
Produção Acompanhamento da produção
SMS
SIA Ambulatorial BPA ambulatorial, Gestão Ambulatorial Custeio
Regional
(Agregado) da Atenção Ambulatorial
SES
OUTROS API, SISVAN, SIAB, SIGAB ETC.

Alguns outros Sistemas de Informações • Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e outros pro-
gramas de controle sanitário;
Conforme destacado anteriormente, ainda existe um • PRODIR – Sistema de Produtos Dispensados de Regis-
conjunto muito grande de sistemas de informações no âm- tro;
bito do Ministério da Saúde. Serão citados, a seguir, apenas • DATAVISA – Sistema de Produtos e Serviços sob Vigi-
aqueles que acarretam significativo esforço institucional, lância.
com alguma penalidade para as SES e SMS, caso não sejam
cumpridas normas operacionais e fluxo, requerendo, por- No âmbito da ANS, criada em 2000 pela Lei nº 9.961,
tanto, especial atenção do gestor estadual: com a finalidade de regular e fiscalizar o mercado de planos
SISCOLO – Sistema de Informação de Controle do Câncer privados de saúde, tem sob sua responsabilidade:
do Colo de Útero, sob a gestão do Ministério da Saúde, por SIB – Sistema de Informações do Cadastro de Beneficiá-
meio do Instituto Nacional de Câncer (INCA); rios – com a finalidade de acompanhar a cobertura do setor
SISMAMA – Sistema de Informação do Câncer da Mulher, de saúde suplementar;
sob a gestão do Ministério da Saúde, por meio do INCA; Diops – Sistema de acompanhamento da situação
SISHIPERDIA – Sistema de Informação de Cadastramento econômico-financeiro das empresas;
e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos. A portaria RPC – Registro de Plano de Saúde;
Conjunta nº 112, de 19 de junho de 2002, tornou obrigatório SIP – refere-se à avaliação da qualidade da assistência
seu funcionamento para o recebimento dos medicamentos prestada;
previstos no Programa de Assistência Farmacêutica à Hiper- CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos em
tensão Arterial e Diabetes Mellitus; Saúde, criado em 2000, cuja finalidade é listar e atualizar
SNT – Sistema Nacional de Transplantes; os dados destes estabelecimentos, sejam eles: hospitais
SINAVISA – Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (em ou ambulatórios, da rede privada ou pública, em todos os
desenvolvimento pela ANVISA) – adotou-se o modelo da níveis de governo;
Superintendência de Vigilância Sanitária do Estado de Goiás; CMC – Sistema para Centrais de Marcação de Consulta;
SISPRENATAL – Sistema de Informação do Programa de Sisreg – Sistema de Informação de Regulação das Ações
Humanização do Pré-natal e Nascimento; em Saúde;
SISMAMA – Sistema de Informação do Câncer da Mulher, SCNS – Sistema de Informação de Suporte ao cadastra-
sob a gestão do Ministério da Saúde, por meio do INCA; mento dos usuários do SUS, por causa do advento do Cartão
CIH – Comunicação de Internações Hospitalares;
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

Nacional de Saúde, criado ao final da década de 90;


HOSPUB – Sistema Integrado de Informatização de CadSUS – outro aplicativo já utilizado por estados e
Ambiente Hospitalar;
municípios, tem a função de cadastrar os usuários.
GIL – Gerenciador de Informações Locais;
SisReg – Sistema para o Gerenciamento e Operação das
Os sistemas de informações são ferramentas para dar
Centrais de Regulação;
apoio administrativo-gerencial aos gestores do sistema de
SIGAE – Sistema de Gerenciamento de Unidade Ambu-
saúde, disponibilizado pelo Datasus (ROUQUAYROL, 2003):
latorial Especializada;
SISVAN – Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e • Sigae – Sistema de Gerenciamento de Unidades Am-
Nutricional; bulatorial Básica;
SAI-APAC – Sistema das Autorizações de Procedimentos • Hosppub – Sistema Integrado de Informatização de
de Alto Custo / Alta Complexidade; Ambiente Hospitalar, fundado em 1995.
SINTOX – Sistema Nacional de Informações Toxicofar-
macológicas, vinculado à Funasa. Os sistemas Sigab e Sigae são próprios das unidades de
No âmbito da Coordenação Nacional de DST/AIDS, atendimento em saúde, facilitando a gestão dessas unidades,
temos: coletando informações sobre os serviços médicos-odontoló-
• SI-CTA – Sistema de Informação para os Centros de gicos, e não médicos (fisioterapia, nutrição, psicologia etc.)
Testagem e Aconselhamento em AIDS; e os atendimentos dos profissionais de nível médio, tendo
• Siclom – Sistema de Controle Logístico de Medicamentos; interligação com os sistemas do SAI-SSUS e SI-PNI.
• Siscel – Sistema de Controle de Exames Laboratoriais O último sistema Hosppub, não se refere apenas às
(integrado ao sistema APAC). unidades ambulatoriais e, sim, às unidades hospitalares,
incluindo, portanto, as seguintes funções: administração,
No âmbito da Anvisa, criada em 1999 pela Lei nº 9.782, emergência, internação, ambulatório, SADT, centro cirúrgi-
coordena: co, SAME, almoxarifado, farmácia, prontuários, envolvendo

46 www.gpscursos.com.br
também o cadastro de usuários e o acompanhamento destes RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE 2012
com histórico clínico completo.
Obviamente, esse sistema tem que estar interligado com O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Du-
outros sistemas que dão suporte ao trabalho realizado den- centésima Trigésima Terceira Reunião Ordinária, realizada
tro de uma unidade hospitalar, como por exemplo: SIH-SUS, nos dias 9 e 10 de maio de 2012, no uso de suas competências
SAI-SUS e APAC. regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19
de setembro de 1990, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro
SISTEMA DE de 1990, e pelo Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006, e
PENALIDADE
INFORMAÇÃO Considerando os debates ocorridos nos Conselhos de
SIA-SUS – Sistema de Suspensão da transferência de Bloco Saúde, nas três esferas de Governo, na X Plenária Nacional
Informações Ambula- de financiamento da Atenção Básica de Conselhos de Saúde, nas Plenárias Regionais e Estaduais
tórias do SUS nos casos da não alimentação por de Conselhos de Saúde, nas 9ª, 10ª e 11ª Conferências Na-
dois meses consecutivos ou três cionais de Saúde, e nas Conferências Estaduais, do Distrito
meses alternados. Federal e Municipais de Saúde;
Sinan – Sistema de in- Suspensão da transferência do com- Considerando a experiência acumulada do Controle So-
formação de Agravos ponente de Vigilância e Promoção do cial da Saúde à necessidade de aprimoramento do Controle
de Notificação Bloco de Financiamento da Vigilância Social da Saúde no âmbito nacional e as reiteradas demandas
em Saúde nos casos da não alimen- dos Conselhos Estaduais e Municipais referentes às propostas
tação por dois meses consecutivos. de composição, organização e funcionamento, conforme o §
SI-PNI – Sistemas de Suspensão da transferência do Bloco 5º inciso II art. 1º da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990;
informação do pro- de Financiamento da Atenção Básica Considerando a ampla discussão da Resolução do CNS
grama Nacional de nos casos da não alimentação por nº 333/92 realizada nos espaços de Controle Social, entre
Humanização. dois meses consecutivos ou três
os quais se destacam as Plenárias de Conselhos de Saúde;
meses alternados.
Considerando os objetivos de consolidar, fortalecer, am-
Sinasc – Sistemas de A manutenção do repasse dos re- pliar e acelerar o processo de Controle Social do SUS, por in-
informação de Nasci- cursos do Componente de Vigilância
termédio dos Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais, das
dos Vivos e Promoção da Saúde do Bloco de
Financiamento em Saúde condi- Conferências de Saúde e Plenárias de Conselhos de Saúde;
cionada à sua alimentação regular Considerando que os Conselhos de Saúde, consagrados
conforme regulamentação específica pela efetiva participação da sociedade civil organizada, re-
deste Sistema. presentam polos de qualificação de cidadãos para o Controle
SIM –Sistema de In- Suspensão da transferência do Com- Social nas esferas da ação do Estado; e
formação de Morta- ponente de Vigilância e Promoção Considerando o que disciplina a Lei Complementar nº
lidade do Bloco de Financiamento da Vi- 141, de 13 de janeiro de 2012, e o Decreto nº 7.508, de
gilância em Saúde caso não ocorra 28 de junho de 2011, que regulamentam a Lei Orgânica da
transferência dentro do quantitativo Saúde, resolve:
esperado dos dados das Declarações Aprovar as seguintes diretrizes para instituição, refor-
de Óbitos para o módulo nacional do mulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos
SIM no prazo de até 60 (sessenta) de Saúde:
dias após o encerramento do mês
de ocorrência dos óbitos. DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE
SIH-SUS – Sistema de Suspensão da tranferência do Bloco
Informações Hostita- de financiamento da Média e Alta Primeira Diretriz: o Conselho de Saúde é uma instância
lares do SUS Complexidade nos casos da não colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de
alimentação por dois meses conse-
Saúde (SUS) em cada esfera de Governo, integrante da es-

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


cutivos ou três meses alternados.
trutura organizacional do Ministério da Saúde, da Secretaria
Siscolo (relacionado Suspensão do pagamento dos proce- de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
ao controle do câncer dimentos referentes à citopatologia,
com composição, organização e competência fixadas na Lei
de colo de útero) à histopalogia e ao controle de qua-
lidade (ambulatoriais, informados
nº 8.142/90. O processo bem-sucedido de descentralização
no SIA-SUS). da saúde promoveu o surgimento de Conselhos Regionais,
Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os
Sismama – Sistema de Faturamento dos procedimentos
Informação do Con- referentes à mamografia bilateral,
Conselhos dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, sob a
trole do Câncer de exame citopatológico de mama, exa- coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera correspon-
Mama me anatomopatológico de mama – dente. Assim, os Conselhos de Saúde são espaços instituídos
biópsia e exame anatomopatológico de participação da comunidade nas políticas públicas e na
de mama – peça cirurgia, vinculado à administração da saúde.
prestação de informações de cadas- Parágrafo único. Como Subsistema da Seguridade Social,
tro e de laudo. o Conselho de Saúde atua na formulação e proposição de
CNES – Cadastro Na- Suspensão da transferência dos estratégias e no controle da execução das Políticas de Saúde,
cional de Estabeleci- Blocos de Financiamento da Atenção inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros.
mento de Saúde Básica e Média e Alta Complexidade
nos casos da não alimentação por DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO
dois meses consecutivos ou três DOS CONSELHOS DE SAÚDE
meses alternados.
CNS/Cadsus – Cadas- Suspensão do pagamento dos pro- Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de Saúde
tro do Cartão Nacional cedimentos vinculados pela Portaria é estabelecida por lei federal, estadual, do Distrito Federal
de Saúde SAS nº 174 de 2004. e municipal, obedecida a Lei nº 8.142/90.

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Parágrafo único. Na instituição e reformulação dos Con- IV – As entidades, movimentos e instituições eleitas no
selhos de Saúde o Poder Executivo, respeitando os princípios Conselho de Saúde terão os conselheiros indicados, por es-
da democracia, deverá acolher as demandas da população crito, conforme processos estabelecidos pelas respectivas
aprovadas nas Conferências de Saúde, e em consonância entidades, movimentos e instituições e de acordo com a sua
com a legislação. organização, com a recomendação de que ocorra renovação
de seus representantes.
A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE V – Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos
de representações de usuários, trabalhadores e prestadores
Terceira Diretriz: a participação da sociedade organizada, de serviços, ao seu critério, promovam a renovação de, no
garantida na legislação, torna os Conselhos de Saúde uma mínimo, 30% de suas entidades representativas.
instância privilegiada na proposição, discussão, acompa- VI – A representação nos segmentos deve ser distinta
nhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da imple- e autônoma em relação aos demais segmentos que com-
mentação da Política de Saúde, inclusive nos seus aspectos põem o Conselho, por isso, um profissional com cargo de
econômicos e financeiros. A legislação estabelece, ainda, a direção ou de confiança na gestão do SUS, ou como prestador
composição paritária de usuários em relação ao conjunto de serviços de saúde não pode ser representante dos(as)
dos demais segmentos representados. O Conselho de Saúde Usuários(as) ou de Trabalhadores(as).
será composto por representantes de entidades, instituições VII – A ocupação de funções na área da saúde que inter-
e movimentos representativos de usuários, de entidades re- firam na autonomia representativa do Conselheiro(a) deve
presentativas de trabalhadores da área da saúde, do governo ser avaliada como possível impedimento da representação de
e de entidades representativas de prestadores de serviços Usuário(a) e Trabalhador( a), e, a juízo da entidade, indicativo
de saúde, sendo o seu presidente eleito entre os membros de substituição do Conselheiro( a).
do Conselho, em reunião plenária. Nos Municípios onde não VIII – A participação dos membros eleitos do Poder Le-
existem entidades, instituições e movimentos organizados gislativo, representação do Poder Judiciário e do Ministério
em número suficiente para compor o Conselho, a eleição Público, como conselheiros, não é permitida nos Conselhos
da representação será realizada em plenária no Município, de Saúde.
promovida pelo Conselho Municipal de maneira ampla e IX – Quando não houver Conselho de Saúde constituído
democrática. ou em atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual
I – O número de conselheiros será definido pelos Conse- de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convoca-
lhos de Saúde e constituído em lei. ção e realização da Conferência Municipal de Saúde, que terá
II – Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92 e como um de seus objetivos a estruturação e composição do
333/03 do CNS e consoante com as Recomendações da 10a Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao Conselho
e 11a Conferências Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser Nacional de Saúde, quando não houver Conselho
distribuídas da seguinte forma: Estadual de Saúde constituído ou em funcionamento.
a) 50% de entidades e movimentos representativos de X – As funções, como membro do Conselho de Saúde,
usuários; não serão remuneradas, considerando-se o seu exercício de
b) 25% de entidades representativas dos trabalhadores relevância pública e, portanto, garante a dispensa do trabalho
da área de saúde; sem prejuízo para o conselheiro. Para fins de justificativa
c) 25% de representação de governo e prestadores de junto aos órgãos, entidades competentes e instituições, o
serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos. Conselho de Saúde emitirá declaração de participação de
III – A participação de órgãos, entidades e movimentos seus membros durante o período das reuniões, representa-
sociais terá como critério a representatividade, a abrangência ções, capacitações e outras atividades específicas.
e a complementaridade do conjunto da sociedade, no âmbito XI – O conselheiro, no exercício de sua função, responde
de atuação do Conselho de Saúde. De acordo com as espe- pelos seus atos conforme legislação vigente.
cificidades locais, aplicando o princípio da paridade, serão
contempladas, dentre outras, as seguintes representações: ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

a) associações de pessoas com patologias; DOS CONSELHOS DE SAÚDE


b) associações de pessoas com deficiências;
c) entidades indígenas; Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garantirão
d) movimentos sociais e populares, organizados (movi- autonomia administrativa para o pleno funcionamento do
mento negro, LGBT...); Conselho de Saúde, dotação orçamentária, autonomia finan-
e) movimentos organizados de mulheres, em saúde; ceira e organização da secretaria-executiva com a necessária
f) entidades de aposentados e pensionistas; infraestrutura e apoio técnico:
g) entidades congregadas de sindicatos, centrais sindi- I – cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua
cais, confederações e federações de trabalhadores urbanos estrutura administrativa e o quadro de pessoal;
e rurais; II – o Conselho de Saúde contará com uma secretaria-
h) entidades de defesa do consumidor; -executiva coordenada por pessoa preparada para a função,
i) organizações de moradores; para o suporte técnico e administrativo, subordinada ao Ple-
j) entidades ambientalistas; nário do Conselho de Saúde, que definirá sua estrutura e
k) organizações religiosas; dimensão;
l) trabalhadores da área de saúde: associações, confede- III – o Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento;
rações, conselhos de profissões regulamentadas, federações IV – o Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, no mí-
e sindicatos, obedecendo as instâncias federativas; nimo, a cada mês e, extraordinariamente, quando necessá-
m) comunidade cien�fica; rio, e terá como base o seu Regimento Interno. A pauta e
n) entidades públicas, de hospitais universitários e hos- o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados
pitais campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento; aos conselheiros com antecedência mínima de 10 (dez) dias;
o) entidades patronais; V – as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são
p) entidades dos prestadores de serviço de saúde; e abertas ao público e deverão acontecer em espaços e horá-
q) governo. rios que possibilitem a participação da sociedade;

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VI – o Conselho de Saúde exerce suas atribuições median- situações epidemiológicas e a capacidade organizacional dos
te o funcionamento do Plenário, que, além das comissões in- serviços;
tersetoriais, estabelecidas na Lei nº 8.080/90, instalará outras VI – anualmente deliberar sobre a aprovação ou não do
comissões intersetoriais e grupos de trabalho de conselheiros relatório de gestão;
para ações transitórias.As comissões poderão contar com VII – estabelecer estratégias e procedimentos de acom-
integrantes não conselheiros; panhamento da gestão do SUS, articulando-se com os de-
VII – o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora mais colegiados, a exemplo dos de seguridade social, meio
eleita em Plenário, respeitando a paridade expressa nesta ambiente, justiça, educação, trabalho, agricultura, idosos,
Resolução; criança e adolescente e outros;
VIII – as decisões do Conselho de Saúde serão adotadas VIII – proceder à revisão periódica dos planos de saúde;
mediante quórum mínimo (metade mais um) dos seus inte- IX – deliberar sobre os programas de saúde e aprovar
grantes, ressalvados os casos regimentais nos quais se exija projetos a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor
quórum especial, ou maioria qualificada de votos; a adoção de critérios definidores de qualidade e resolutivi-
a) entende-se por maioria simples o número inteiro dade, atualizando-os face ao processo de incorporação dos
imediatamente superior à metade dos membros presentes; avanços cien�ficos e tecnológicos na área da Saúde;
b) entende-se por maioria absoluta o número inteiro X – a cada quadrimestre deverá constar dos itens da pau-
imediatamente superior à metade de membros do Conselho; ta o pronunciamento do gestor, das respectivas esferas de
c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois terços) governo, para que faça a prestação de contas, em relatório
do total de membros do Conselho; detalhado, sobre andamento do plano de saúde, agenda da
IX – qualquer alteração na organização dos Conselhos saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante
de Saúde preservará o que está garantido em lei e deve ser e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas
proposta pelo próprio Conselho e votada em reunião ple- e concluídas no período, bem como a produção e a oferta
nária, com quórum qualificado, para depois ser alterada em de serviços na rede assistencial própria, contratada ou con-
seu Regimento Interno e homologada pelo gestor da esfera veniada, de acordo com a Lei Complementar nº 141/2012.
correspondente; XI – avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organi-
X – a cada três meses, deverá constar dos itens da pau- zação e o funcionamento do Sistema Único de Saúde do SUS;
ta o pronunciamento do gestor, das respectivas esferas de XII – avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e con-
governo, para que faça a prestação de contas, em relatório vênios, conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional,
detalhado, sobre andamento do plano de saúde, agenda da Estaduais, do Distrito Federal e Municipais;
saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante XIII – acompanhar e controlar a atuação do setor pri-
e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas vado credenciado mediante contrato ou convênio na área
e concluídas no período, bem como a produção e a oferta de saúde;
de serviços na rede assistencial própria, contratada ou con- XIV – aprovar a proposta orçamentária anual da saúde,
veniada, de acordo com o art. 12 da Lei nº 8.689/93 e com tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei
a Lei Complementar nº 141/2012; de Diretrizes Orçamentárias, observado o princípio do pro-
cesso de planejamento e orçamento ascendentes, conforme
XI – os Conselhos de Saúde, com a devida justificativa,
legislação vigente;
buscarão auditorias externas e independentes sobre as con-
XV – propor critérios para programação e execução finan-
tas e atividades do Gestor do SUS; e
ceira e orçamentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a
XII – o Pleno do Conselho de Saúde deverá manifestar-se
movimentação e destino dos recursos;
por meio de resoluções, recomendações, moções e outros
XVI – fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre cri-
atos deliberativos.
térios de movimentação de recursos da Saúde, incluindo o
As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo Fundo de Saúde e os recursos transferidos e próprios do
chefe do poder constituído em cada esfera de governo, em Município, Estado, Distrito Federal e da União, com base no
um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade ofi- que a lei disciplina;

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


cial. Decorrido o prazo mencionado e não sendo homologada XVII – analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão,
a resolução e nem enviada justificativa pelo gestor ao Con- com a prestação de contas e informações financeiras, repas-
selho de Saúde com proposta de alteração ou rejeição a ser sadas em tempo hábil aos conselheiros, e garantia do devido
apreciada na reunião seguinte, as entidades que integram assessoramento;
o Conselho de Saúde podem buscar a validação das resolu- XVIII – fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das
ções, recorrendo à justiça e ao Ministério Público, quando ações e dos serviços de saúde e encaminhar denúncias aos
necessário. Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde Nacional, respectivos órgãos de controle interno e externo, conforme
Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, que têm compe- legislação vigente;
tências definidas nas leis federais, bem como em indicações XIX – examinar propostas e denúncias de indícios de ir-
advindas das Conferências de Saúde, compete: regularidades, responder no seu âmbito a consultas sobre
I – fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, assuntos pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem
mobilizar e articular a sociedade de forma permanente na de- como apreciar recursos a respeito de deliberações do Con-
fesa dos princípios constitucionais que fundamentam o SUS; selho nas suas respectivas instâncias;
II – elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras XX – estabelecer a periodicidade de convocação e or-
normas de funcionamento; ganizar as Conferências de Saúde, propor sua convocação
III – discutir, elaborar e aprovar propostas de operaciona- ordinária ou extraordinária e estruturar a comissão orga-
lização das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde; nizadora, submeter o respectivo regimento e programa ao
IV – atuar na formulação e no controle da execução da Pleno do Conselho de Saúde correspondente, convocar a
política de saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e sociedade para a participação nas pré-conferências e con-
financeiros, e propor estratégias para a sua aplicação aos ferências de saúde;
setores público e privado; XXI – estimular articulação e intercâmbio entre os Con-
V – definir diretrizes para elaboração dos planos de saú- selhos de Saúde, entidades, movimentos populares, institui-
de e deliberar sobre o seu conteúdo, conforme as diversas ções públicas e privadas para a promoção da Saúde;

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XXII – estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas de serviços de saúde, fundamentados na qualificação, na
sobre assuntos e temas na área de saúde pertinente ao de- humanização da atenção e gestão, e na redução e controle
senvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS); de riscos aos usuários e meio ambiente.
XXIII – acompanhar o processo de desenvolvimento e in-
corporação cien�fica e tecnológica, observados os padrões éti- Seção II
cos compa�veis com o desenvolvimento sociocultural do País; Abrangência
XXIV – estabelecer ações de informação, educação e co-
municação em saúde, divulgar as funções e competências Art. 3º Este Regulamento Técnico se aplica a todos os
do Conselho de Saúde, seus trabalhos e decisões nos meios serviços de saúde no país, sejam eles públicos, privados, fi-
de comunicação, incluindo informações sobre as agendas, lantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem
datas e local das reuniões e dos eventos; ações de ensino e pesquisa.
XXV – deliberar, elaborar, apoiar e promover a educação
permanente para o controle social, de acordo com as Dire- Seção III
trizes e a Política Nacional de Educação Permanente para o Definições
Controle Social do SUS;
XXVI – incrementar e aperfeiçoar o relacionamento sis- Art. 4º Para efeito deste Regulamento Técnico são ado-
temático com os poderes constituídos, Ministério Público, tadas as seguintes definições:
Judiciário e Legislativo, meios de comunicação, bem como I – garantia da qualidade: totalidade das ações sistemá-
setores relevantes não representados nos conselhos; ticas necessárias para garantir que os serviços prestados
XXVII – acompanhar a aplicação das normas sobre ética estejam dentro dos padrões de qualidade exigidos, para os
em pesquisas aprovadas pelo CNS; fins a que se propõem;
XXVIII – deliberar, encaminhar e avaliar a Política de Ges- II – gerenciamento de tecnologias: procedimentos de ges-
tão do Trabalho e Educação para a Saúde no SUS; tão, planejados e implementados a partir de bases cien�ficas
XXIX – acompanhar a implementação das propostas cons- e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de garantir a
tantes do relatório das plenárias dos Conselhos de Saúde; e
rastreabilidade, qualidade, eficácia, efetividade, segurança e
XXX – atualizar periodicamente as informações sobre o
em alguns casos o desempenho das tecnologias de saúde uti-
Conselho de Saúde no Sistema de Acompanhamento dos
lizadas na prestação de serviços de saúde, abrangendo cada
Conselhos de Saúde (SIACS).
Fica revogada a Resolução do CNS nº 333, de 4 de no- etapa do gerenciamento, desde o planejamento e entrada
vembro de 2003. das tecnologias no estabelecimento de saúde até seu descar-
te, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA saúde pública e do meio ambiente e a segurança do paciente;
Presidente do Conselho Homologo a Resolução III – humanização da atenção e gestão da saúde: valori-
CNS nº 453, de 10 de maio de 2012, nos termos zação da dimensão subjetiva e social, em todas as práticas
do Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006. de atenção e de gestão da saúde, fortalecendo o compro-
misso com os direitos do cidadão, destacando-se o respeito
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA às questões de gênero, etnia, raça, orientação sexual e às
Ministro de Estado da Saúde populações específicas, garantindo o acesso dos usuários
às informações sobre saúde, inclusive sobre os profissionais
que cuidam de sua saúde, respeitando o direito a acompa-
RESOLUÇÃO-RDC Nº 63, DE 25 DE NOVEM- nhamento de pessoas de sua rede social (de livre escolha),
BRO DE 2011 e a valorização do trabalho e dos trabalhadores;
IV – licença atualizada: documento emitido pelo órgão
Dispõe sobre os Requisitos de sanitário competente dos Estados, Distrito Federal ou dos
Boas Práticas de Funcionamento Municípios, contendo permissão para o funcionamento dos
para os Serviços de Saúde
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

estabelecimentos que exerçam atividades sob regime de vi-


gilância sanitária;
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância V – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de
Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do Saúde (PGRSS): documento que aponta e descreve as ações
art. 11, do Regulamento aprovado pelo Decreto nº 3.029, de
relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas
16 de abril de 1999, e tendo em vista o disposto no inciso II e
características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos de
nos § § 1º e 3º do art. 54 do Regimento Interno nos termos
saúde, contemplando os aspectos referentes à geração, se-
do Anexo I da Portaria nº 354 da Anvisa, de 11 de agosto de
gregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, trans-
2006, republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, em reu-
nião realizada em 24 de novembro de 2011, adota a seguinte porte, tratamento e disposição final, bem como as ações de
Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretora- Presidente proteção à saúde pública e ao meio ambiente.
Substituta, determino a sua publicação: VI – política de qualidade: refere-se às intenções e dire-
Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Técnico que esta- trizes globais relativas à qualidade, formalmente expressa e
belece os Requisitos de Boas Práticas para Funcionamento autorizada pela direção do serviço de saúde.
de Serviços de Saúde, nos termos desta Resolução. VII – profissional legalmente habilitado: profissional com
formação superior ou técnica com suas competências atri-
CAPÍTULO I buídas por lei;
Das Disposições Iniciais VIII – prontuário do paciente: documento único, cons-
tituído de um conjunto de informações, sinais e imagens
Seção I registrados, gerados a partir de fatos, acontecimentos e
Obje�vo situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele
prestada, de caráter legal, sigiloso e cien�fico, que possibilita
Art. 2º Este Regulamento Técnico possui o objetivo de a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e
estabelecer requisitos de Boas Práticas para funcionamento a continuidade da assistência prestada ao indivíduo;

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IX – relatório de transferência: documento que deve IV – Mecanismos para garantir segurança cirúrgica;
acompanhar o paciente em caso de remoção para outro ser- V – Orientações para administração segura de medica-
viço, contendo minimamente dados de identificação, resumo mentos, sangue e hemocomponentes;
clínico com dados que justifiquem a transferência e descrição VI – Mecanismos para prevenção de quedas dos pacien-
ou cópia de laudos de exames realizados, quando existentes; tes;
X – responsável técnico - RT: profissional de nível supe- VII – Mecanismos para a prevenção de úlceras por pres-
rior legalmente habilitado, que assume perante a vigilância são;
sanitária a responsabilidade técnica pelo serviço de saúde, VIII – Orientações para estimular a participação do pa-
conforme legislação vigente; ciente na assistência prestada.
XI – segurança do Paciente: conjunto de ações voltadas
à proteção do paciente contra riscos, eventos adversos e Seção III
danos desnecessários durante a atenção prestada nos ser- Das Condições Organizacionais
viços de saúde.
XII – serviço de saúde: estabelecimento de saúde des- Art. 9º O serviço de saúde deve possuir regimento inter-
tinado a prestar assistência à população na prevenção de no ou documento equivalente, atualizado, contemplando a
doenças, no tratamento, recuperação e na reabilitação de definição e a descrição de todas as suas atividades técnicas,
pacientes. administrativas e assistenciais, responsabilidades e compe-
tências.
CAPÍTULO II Art. 10. Os serviços objeto desta resolução devem possuir
Das Boas Prá�cas de Funcionamento licença atualizada de acordo com a legislação sanitária local,
afixada em local visível ao público.
Seção I Parágrafo único. Os estabelecimentos integrantes da
Do gerenciamento da qualidade Administração Pública ou por ela instituídos independem
da licença para funcionamento, ficando sujeitos, porém, às
Art. 5º O serviço de saúde deve desenvolver ações no exigências pertinentes às instalações, aos equipamentos e
sentido de estabelecer uma política de qualidade envolvendo à aparelhagem adequada e à assistência e responsabilida-
estrutura, processo e resultado na sua gestão dos serviços. de técnicas, aferidas por meio de fiscalização realizada pelo
Parágrafo único. O serviço de saúde deve utilizar a Ga- órgão sanitário local.
rantia da Qualidade como ferramenta de gerenciamento. Art. 11. Os serviços e atividades terceirizadas pelos esta-
Art. 6º As Boas Práticas de Funcionamento (BPF) são belecimentos de saúde devem possuir contrato de prestação
os componentes da Garantia da Qualidade que asseguram de serviços.
que os serviços são ofertados com padrões de qualidade § 1º Os serviços e atividades terceirizados devem estar
adequados. regularizados perante a autoridade sanitária competente,
§ 1º As BPF são orientadas primeiramente à redução dos quando couber.
riscos inerentes a prestação de serviços de saúde. § 2º A licença de funcionamento dos serviços e atividades
§ 2º Os conceitos de Garantia da Qualidade e Boas terceirizados deve conter informação sobre a sua habilitação
Práticas de Funcionamento (BPF) estão inter-relacionados para atender serviços de saúde, quando couber.
estando descritos nesta resolução de forma a enfatizar as Art. 12. O atendimento dos padrões sanitários estabele-
suas relações e sua importância para o funcionamento dos cidos por este regulamento técnico não isenta o serviço de
serviços de saúde. saúde do cumprimento dos demais instrumentos normativos
Art. 7º As BPF determinam que: aplicáveis.
I – o serviço de saúde deve ser capaz de ofertar serviços Art. 13. O serviço de saúde deve estar inscrito e manter
dentro dos padrões de qualidade exigidos, atendendo aos seus dados atualizados no Cadastro Nacional de Estabeleci-
requisitos das legislações e regulamentos vigentes. mentos de Saúde - CNES.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


II – o serviço de saúde deve fornecer todos os recursos Art. 14. O serviço de saúde deve ter um responsável téc-
necessários, incluindo: nico (RT) e um substituto.
a) quadro de pessoal qualificado, devidamente treinado Parágrafo único. O órgão sanitário competente deve ser
e identificado; notificado sempre que houver alteração de responsável téc-
b) ambientes identificados; nico ou de seu substituto.
c) equipamentos, materiais e suporte logístico; e Art. 15. As unidades funcionais do serviço de saúde de-
d) procedimentos e instruções aprovados e vigentes. vem ter um profissional responsável conforme definido em
III – as reclamações sobre os serviços oferecidos devem legislações e regulamentos específicos.
ser examinadas, registradas e as causas dos desvios da qua- Art. 16. O serviço de saúde deve possuir profissional
lidade, investigadas e documentadas, devendo ser tomadas legalmente habilitado que responda pelas questões opera-
medidas com relação aos serviços com desvio da qualidade cionais durante o seu período de funcionamento.
e adotadas as providências no sentido de prevenir reinci- Parágrafo único. Este profissional pode ser o próprio RT
dências. ou técnico designado para tal fim.
Art. 17. O serviço de saúde deve prover infraestrutura
Seção II �sica, recursos humanos, equipamentos, insumos e mate-
Da Segurança do Paciente riais necessários à operacionalização do serviço de acordo
com a demanda, modalidade de assistência prestada e a
Art. 8º O serviço de saúde deve estabelecer estratégias e legislação vigente.
ações voltadas para Segurança do Paciente, tais como: Art. 18. A direção e o responsável técnico do serviço
I – Mecanismos de identificação do paciente; de saúde têm a responsabilidade de planejar, implantar e
II – Orientações para a higienização das mãos; garantir a qualidade dos processos.
III – Ações de prevenção e controle de eventos adversos Art. 19. O serviço de saúde deve possuir mecanismos
relacionadaà assistência à saúde; que garantam a continuidade da atenção ao paciente quan-

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do houver necessidade de remoção ou para realização de Art. 28. Os dados que compõem o prontuário pertencem
exames que não existam no próprio serviço. ao paciente e devem estar permanentemente disponíveis aos
Parágrafo único. Todo paciente removido deve ser acom- mesmos ou aos seus representantes legais e à autoridade
panhado por relatório completo, legível, com identificação sanitária quando necessário.
e assinatura do profissional assistente, que deve passar a
integrar o prontuário no destino, permanecendo cópia no Seção V
prontuário de origem. Da Gestão de Pessoal
Art. 20. O serviço de saúde deve possuir mecanismos que
garantam o funcionamento de Comissões, Comitês e Progra- Art. 29. As exigências referentes aos recursos humanos
mas estabelecidos em legislações e normatizações vigentes. do serviço de saúde incluem profissionais de todos os níveis
Art. 21. O serviço de saúde deve garantir mecanismos de escolaridade, de quadro próprio ou terceirizado.
para o controle de acesso dos trabalhadores, pacientes, Art. 30. O serviço de saúde deve possuir equipe mul-
acompanhantes e visitantes. tiprofissional dimensionada de acordo com seu perfil de
Art. 22. O serviço de saúde deve garantir mecanismos de demanda.
identificação dos trabalhadores, pacientes, acompanhantes Art. 31. O serviço de saúde deve manter disponíveis regis-
e visitantes. tros de formação e qualificação dos profissionais compa�veis
Art. 23. O serviço de saúde deve manter disponível, com as funções desempenhadas.
Parágrafo único. O serviço de saúde deve possuir docu-
segundo o seu tipo de atividade, documentação e registro
mentação referente ao registro dos profissionais em conse-
referente à:
lhos de classe, quando for o caso.
I – Projeto Básico de Arquitetura (PBA) aprovado pela Art. 32. O serviço de saúde deve promover a capacita-
vigilância sanitária competente. ção de seus profissionais antes do início das atividades e
II – controle de saúde ocupacional; de forma permanente em conformidade com as atividades
III – educação permanente; desenvolvidas.
IV – comissões, comitês e programas; Parágrafo único. As capacitações devem ser registradas
V – contratos de serviços terceirizados; contendo data, horário, carga horária, conteúdo ministrado,
VI – controle de qualidade da água; nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor
VII – manutenção preventiva e corretiva da edificação e dos trabalhadores envolvidos.
e instalações; Art. 33. A capacitação de que trata o artigo anterior deve
VIII – controle de vetores e pragas urbanas; ser adaptada à evolução do conhecimento e a identificação
IX – manutenção corretiva e preventiva dos equipamen- de novos riscos e deve incluir:
tos e instrumentos; I – os dados disponíveis sobre os riscos potenciais à saú-
X – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de;
de Saúde; II – medidas de controle que minimizem a exposição aos
XI – nascimentos; agentes;
XII – óbitos; III – normas e procedimentos de higiene;
XIII – admissão e alta; IV – utilização de equipamentos de proteção coletiva,
XIV – eventos adversos e queixas técnicas associadas a individual e vestimentas de trabalho;
produtos ou serviços; V – medidas para a prevenção de acidentes e incidentes;
XV – monitoramento e relatórios específicos de controle VI – medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no
de infecção; caso de ocorrência de acidentes e incidentes;
XVI – doenças de Notificação Compulsória; VII – temas específicos de acordo com a atividade desen-
XVII – indicadores previstos nas legislações vigentes; volvida pelo profissional.
XVIII – normas, rotinas e procedimentos;
XIX – demais documentos exigidos por legislações espe- Seção VI
Da Gestão de Infraestrutura
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

cíficas dos estados, Distrito Federal e municípios.

Seção IV Art. 34. O serviço de saúde deve ter seu projeto básico de
Do Prontuário do Paciente arquitetura atualizado, em conformidade com as atividades
desenvolvidas e aprovado pela vigilância sanitária e demais
Art. 24. A responsabilidade pelo registro em prontuário órgãos competentes.
cabe aos profissionais de saúde que prestam o atendimento. Art. 35. As instalações prediais de água, esgoto, energia
elétrica, gases, climatização, proteção e combate a incêndio,
Art. 25. A guarda do prontuário é de responsabilidade
comunicação e outras existentes, devem atender às exigên-
do serviço de saúde devendo obedecer às normas vigentes.
cias dos códigos de obras e posturas locais, assim como nor-
§ 1º O serviço de saúde deve assegurar a guarda dos
mas técnicas pertinentes a cada uma das instalações.
prontuários no que se refere à confidencialidade e integri- Art. 36. O serviço de saúde deve manter as instalações
dade. �sicas dos ambientes externos e internos em boas condições
§ 2º O serviço de saúde deve manter os prontuários em de conservação, segurança, organização, conforto e limpeza.
local seguro, em boas condições de conservação e organiza- Art. 37. O serviço de saúde deve executar ações de ge-
ção, permitindo o seu acesso sempre que necessário. renciamento dos riscos de acidentes inerentes às atividades
Art. 26. O serviço de saúde deve garantir que o prontu- desenvolvidas.
ário contenha registros relativos à identificação e a todos os Art. 38 O serviço de saúde deve ser dotado de iluminação
procedimentos prestados ao paciente. e ventilação compa�veis com o desenvolvimento das suas
Art. 27. O serviço de saúde deve garantir que o prontuário atividades.
seja preenchido de forma legível por todos os profissionais Art. 39. O serviço de saúde deve garantir a qualidade da
envolvidos diretamente na assistência ao paciente, com água necessária ao funcionamento de suas unidades.
aposição de assinatura e carimbo em caso de prontuário § 1º O serviço de saúde deve garantir a limpeza dos re-
em meio �sico. servatórios de água a cada seis meses.

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§ 2º O serviço de saúde deve manter registro da capa- os seus processos de trabalho em local de fácil acesso a toda
cidade e da limpeza periódica dos reservatórios de água. a equipe.
Art. 40. O serviço de saúde deve garantir a continuidade Art. 52. O serviço de saúde deve manter os ambientes
do fornecimento de água, mesmo em caso de interrupção limpos, livres de resíduos e odores incompa�veis com a ativi-
do fornecimento pela concessionária, nos locais em que a dade, devendo atender aos critérios de criticidade das áreas.
água é considerada insumo crítico. Art. 53. O serviço de saúde deve garantir a disponibilida-
Art. 41. O serviço de saúde deve garantir a continuidade de dos equipamentos, materiais, insumos e medicamentos
do fornecimento de energia elétrica, em situações de inter- de acordo com a complexidade do serviço e necessários ao
rupção do fornecimento pela concessionária, por meio de atendimento da demanda.
sistemas de energia elétrica de emergência, nos locais em Art. 54. O serviço de saúde deve realizar o gerenciamen-
que a energia elétrica é considerada insumo crítico. to de suas tecnologias de forma a atender as necessidades
Art. 42. O serviço de saúde deve realizar ações de ma- do serviço mantendo as condições de seleção, aquisição,
nutenção preventiva e corretiva das instalações prediais, de armazenamento, instalação, funcionamento, distribuição,
forma própria ou terceirizada. descarte e rastreabilidade.
Art. 55. O serviço de saúde deve garantir que os materiais
Seção VII e equipamentos sejam utilizados exclusivamente para os fins
Da Proteção à Saúde do Trabalhador a que se destinam.
Art. 56. O serviço de saúde deve garantir que os colchões,
Art. 43. O serviço de saúde deve garantir mecanismos de colchonetes e demais mobiliários almofadados sejam reves-
orientação sobre imunização contra tétano, di�eria, hepatite tidos de material lavável e impermeável, não apresentando
B e contra outros agentes biológicos a que os trabalhadores furos, rasgos, sulcos e reentrâncias.
possam estar expostos. Art. 57. O serviço de saúde deve garantir a qualidade dos
Art. 44. O serviço de saúde deve garantir que os traba- processos de desinfecção e esterilização de equipamentos
lhadores sejam avaliados periodicamente em relação à saúde e materiais.
ocupacional mantendo registros desta avaliação. Art. 58. O serviço de saúde deve garantir que todos os
Art. 45. O serviço de saúde deve garantir que os traba- usuários recebam suporte imediato a vida quando neces-
lhadores com agravos agudos à saúde ou com lesões nos sário.
membros superiores só iniciem suas atividades após ava- Art. 59. O serviço de saúde deve disponibilizar os insu-
liação médica. mos, produtos e equipamentos necessários para as práticas
Art. 46. O serviço de saúde deve garantir que seus traba- de higienização de mãos dos trabalhadores, pacientes, acom-
lhadores com possibilidade de exposição a agentes biológi- panhantes e visitantes.
cos, �sicos ou químicos utilizem vestimentas para o trabalho, Art. 60. O serviço de saúde que preste assistência nutri-
incluindo calçados, compa�veis com o risco e em condições cional ou forneça refeições deve garantir a qualidade nutri-
de conforto. cional e a segurança dos alimentos.
§ 1º Estas vestimentas podem ser próprias do trabalhador Art. 61. O serviço de saúde deve informar aos órgãos
ou fornecidas pelo serviço de saúde. competentes sobre a suspeita de doença de notificação
§ 2º O serviço de saúde é responsável pelo fornecimento
compulsória conforme o estabelecido em legislação e re-
e pelo processamento das vestimentas utilizadas nos cen-
gulamentos vigentes.
tros cirúrgicos e obstétricos, nas unidades de tratamento
Art. 62. O serviço de saúde deve calcular e manter o
intensivo, nas unidades de isolamento e centrais de material
registro referente aos Indicadores previstos nas legislações
esterilizado.
vigentes.
Art. 47. O serviço de saúde deve garantir mecanismos
de prevenção dos riscos de acidentes de trabalho, incluindo
o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual - Seção IX
EPI, em número suficiente e compa�vel com as atividades Do Controle Integrado de

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


desenvolvidas pelos trabalhadores. Vetores e Pragas Urbanas
Parágrafo único. Os trabalhadores não devem deixar o lo-
cal de trabalho com os equipamentos de proteção individual Art. 63. O serviço de saúde deve garantir ações eficazes
Art. 48. O serviço de saúde deve manter registro das e con�nuas de controle de vetores e pragas urbanas, com o
comunicações de acidentes de trabalho. objetivo de impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou proli-
Art. 49. Em serviços de saúde com mais de vinte traba- feração dos mesmos.
lhadoresé obrigatória a instituição de Comissão Interna de Parágrafo único. O controle químico, quando for necessá-
Prevenção de Acidentes - CIPA. rio, deve ser realizado por empresa habilitada e possuidora
Art. 50. O Serviço de Saúde deve manter disponível a de licença sanitária e ambiental e com produtos desinfes-
todos os trabalhadores: tantes regularizados pela Anvisa.
I – Normas e condutas de segurança biológica, química, Art. 64. Não é permitido comer ou guardar alimentos
�sica, ocupacional e ambiental; nos postos de trabalho destinados à execução de procedi-
II – Instruções para uso dos Equipamentos de Proteção mentos de saúde.
Individual - EPI;
III – Procedimentos em caso de incêndios e acidentes; CAPÍTULO III
IV – Orientação para manuseio e transporte de produtos Disposições Transitórias
para saúde contaminados.
Art. 65. Os estabelecimentos abrangidos por esta reso-
Seção VIII lução terão o prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados a
Da Gestão de Tecnologias e Processos partir da data de sua publicação para promover as adequa-
ções necessárias ao Regulamento Técnico.
Art. 51. O serviço de saúde deve dispor de normas, pro- Parágrafo único. A partir da publicação desta resolução,
cedimentos e rotinas técnicas escritas e atualizadas, de todos os novos estabelecimentos e aqueles que pretendam reini-

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ciar suas atividades, devem atender na íntegra às exigências III – dano: comprometimento da estrutura ou função do
nela contidas. corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo doenças,
Art. 66. O descumprimento das disposições contidas lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção, poden-
nesta resolução e no regulamento por ela aprovado consti- do, assim, ser �sico, social ou psicológico;
tui infração sanitária, nos termos da Lei nº 6.437, de 20 de IV – evento adverso: incidente que resulta em dano à
agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil, saúde;
administrativa e penal cabíveis. V – garantia da qualidade: totalidade das ações siste-
Art. 67. Esta resolução entra em vigor na data de sua máticas necessárias para garantir que os serviços prestados
publicação. estejam dentro dos padrões de qualidade exigidos para os
fins a que se propõem;
MARIA CECÍLIA MARTINS BRITO VI – gestão de risco: aplicação sistêmica e con�nua de
políticas, procedimentos, condutas e recursos na identifica-
RESOLUÇÃO RDC Nº 36, DE 25 DE JULHO DE ção, análise, avaliação, comunicação e controle de riscos e
eventos adversos que afetam a segurança, a saúde huma-
2013 na, a integridade profissional, o meio ambiente e a imagem
institucional;
Institui ações para a seguran-
VII – incidente: evento ou circunstância que poderia ter
ça do paciente em serviços de saú-
resultado, ou resultou, em dano desnecessário à saúde;
de e dá outras providências.
VIII – núcleo de segurança do paciente (NSP): instância
do serviço de saúde criada para promover e apoiar a imple-
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância
mentação de ações voltadas à segurança do paciente;
Sanitária, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos
IX – plano de segurança do paciente em serviços de saú-
III e IV, do art. 15 da Lei n.º 9.782, de 26 de janeiro de 1999,
de: documento que aponta situações de risco e descreve
o inciso II, e §§ 1º e 3º do art. 54 do Regimento Interno apro-
as estratégias e ações definidas pelo serviço de saúde para
vado nos termos do Anexo I da Portaria nº 354 da ANVISA, de
a gestão de risco visando a prevenção e a mitigação dos
11 de agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto
incidentes, desde a admissão até a transferência, a alta ou
de 2006, e suas atualizações, tendo em vista o disposto nos
o óbito do paciente no serviço de saúde;
incisos III, do art. 2º, III e IV, do art. 7º da Lei n.º 9.782, de
X – segurança do paciente: redução, a um mínimo acei-
1999, e o Programa de Melhoria do Processo de Regulamen-
tável, do risco de dano desnecessário associado à atenção
tação da Agência, instituído por meio da Portaria nº 422, de
à saúde;
16 de abril de 2008, em reunião realizada em 23 de julho de
XI – serviço de saúde: estabelecimento destinado ao de-
2013, adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e
senvolvimento de ações relacionadas à promoção, proteção,
eu, Diretor-Presidente , determino a sua publicação:
manutenção e recuperação da saúde, qualquer que seja o
seu nível de complexidade, em regime de internação ou não,
CAPÍTULO I
incluindo a atenção realizada em consultórios, domicílios e
Das Disposições Iniciais
unidades móveis;
XII – tecnologias em saúde: conjunto de equipamentos,
Seção I
medicamentos, insumos e procedimentos utilizados na aten-
Obje�vo
ção à saúde, bem como os processos de trabalho, a infraes-
trutura e a organização do serviço de saúde.
Art. 1º Esta Resolução tem por objetivo instituir ações
para a promoção da segurança do paciente e a melhoria da
CAPÍTULO II
qualidade nos serviços de saúde.
Das Condições Organizacionais
Seção II
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

Seção I
Abrangência
Da criação do Núcleo de Segurança do Paciente
Art. 2º Esta Resolução se aplica aos serviços de saúde,
Art. 4º A direção do serviço de saúde deve constituir o
sejam eles públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares,
Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e nomear a sua com-
incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa.
posição, conferindo aos membros autoridade, responsabili-
Parágrafo único. Excluem-se do escopo desta Resolução
dade e poder para executar as ações do Plano de Segurança
os consultórios individualizados, laboratórios clínicos e os
do Paciente em Serviços de Saúde.
serviços móveis e de atenção domiciliar.
§ 1º A direção do serviço de saúde pode utilizar a estrutu-
ra de comitês, comissões, gerências, coordenações ou núcle-
Seção III
os já existentes para o desempenho das atribuições do NSP.
Definições
§ 2º No caso de serviços públicos ambulatoriais pode
ser constituído um NSP para cada serviço de saúde ou um
Art. 3º Para efeito desta Resolução são adotadas as se-
NSP para o conjunto desses, conforme decisão do gestor
guintes definições:
local do SUS.
I – boas práticas de funcionamento do serviço de saúde:
Art. 5º Para o funcionamento sistemático e con�nuo do
componentes da garantia da qualidade que asseguram que os
NSP a direção do serviço de saúde deve disponibilizar:
serviços são ofertados com padrões de qualidade adequados;
I – recursos humanos, financeiros, equipamentos, insu-
II – cultura da segurança: conjunto de valores, atitudes,
mos e materiais;
competências e comportamentos que determinam o com-
II – um profissional responsável pelo NSP com participa-
prometimento com a gestão da saúde e da segurança, subs-
ção nas instâncias deliberativas do serviço de saúde.
tituindo a culpa e a punição pela oportunidade de aprender
Art. 6º O NSP deve adotar os seguintes princípios e di-
com as falhas e melhorar a atenção à saúde;
retrizes:

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I – A melhoria con�nua dos processos de cuidado e do X – manter registro adequado do uso de órteses e pró-
uso de tecnologias da saúde; teses quando este procedimento for realizado;
II – A disseminação sistemática da cultura de segurança; XI – prevenção de quedas dos pacientes;
III – A articulação e a integração dos processos de gestão XII – prevenção de úlceras por pressão;
de risco; XIII – prevenção e controle de eventos adversos em ser-
IV – A garantia das boas práticas de funcionamento do viços de saúde, incluindo as infecções relacionadas à assis-
serviço de saúde. tência à saúde;
Art. 7º Compete ao NSP: XIV – segurança nas terapias nutricionais enteral e pa-
I – promover ações para a gestão de risco no serviço de renteral;
saúde; XV – comunicação efetiva entre profissionais do serviço
II – desenvolver ações para a integração e a articulação de saúde e entre serviços de saúde;
multiprofissional no serviço de saúde; XVI – estimular a participação do paciente e dos familia-
III – promover mecanismos para identificar e avaliar a res na assistência prestada.
existência de não conformidades nos processos e procedi- XVII – promoção do ambiente seguro
mentos realizados e na utilização de equipamentos, medica-
mentos e insumos propondo ações preventivas e corretivas; CAPÍTULO III
IV – elaborar, implantar, divulgar e manter atualizado Da Vigilância, do Monitoramento e
o Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde; da No�ficação de Eventos Adversos
V – acompanhar as ações vinculadas ao Plano de Segu-
rança do Paciente em Serviços de Saúde; Art. 9º O monitoramento dos incidentes e eventos ad-
VI – implantar os Protocolos de Segurança do Paciente e versos será realizado pelo Núcleo de Segurança do Paciente
realizar o monitoramento dos seus indicadores; - NSP.
VII – estabelecer barreiras para a prevenção de incidentes Art. 10. A notificação dos eventos adversos, para fins
desta Resolução, deve ser realizada mensalmente pelo NSP,
nos serviços de saúde;
até o 15º (décimo quinto) dia útil do mês subsequente ao
VIII – desenvolver, implantar e acompanhar programas
mês de vigilância, por meio das ferramentas eletrônicas dis-
de capacitação em segurança do paciente e qualidade em
ponibilizadas pela Anvisa.
serviços de saúde;
Parágrafo único. Os eventos adversos que evoluírem para
IX – analisar e avaliar os dados sobre incidentes e even-
óbito devem ser notificados em até 72 (setenta e duas) horas
tos adversos decorrentes da prestação do serviço de saúde; a partir do ocorrido.
X – compartilhar e divulgar à direção e aos profissionais Art. 11. Compete à ANVISA, em articulação com o Siste-
do serviço de saúde os resultados da análise e avaliação dos ma Nacional de Vigilância Sanitária:
dados sobre incidentes e eventos adversos decorrentes da I – monitorar os dados sobre eventos adversos notifica-
prestação do serviço de saúde; dos pelos serviços de saúde;
XI – notificar ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária II – divulgar relatório anual sobre eventos adversos com
os eventos adversos decorrentes da prestação do serviço a análise das notificações realizadas pelos serviços de saúde;
de saúde; III – acompanhar, junto às vigilâncias sanitárias distrital,
XII – manter sob sua guarda e disponibilizar à autorida- estadual e municipal as investigações sobre os eventos ad-
de sanitária, quando requisitado, as notificações de eventos versos que evoluíram para óbito.
adversos;
XIII – acompanhar os alertas sanitários e outras comu- CAPÍTULO IV
nicações de risco divulgadas pelas autoridades sanitárias. Das Disposições Finais e Transitórias

Seção II Art. 12. Os serviços de saúde abrangidos por esta Re-

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


Do Plano de Segurança do solução terão o prazo de 120 (cento e vinte) dias para a es-
Paciente em Serviços de Saúde truturação dos NSP e elaboração do PSP e o prazo de 150
(cento e cinquenta) dias para iniciar a notificação mensal dos
Art. 8º O Plano de Segurança do Paciente em Serviços eventos adversos, contados a partir da data da publicação
de Saúde (PSP), elaborado pelo NSP, deve estabelecer es- desta Resolução.
tratégias e ações de gestão de risco, conforme as atividades Art. 13. O descumprimento das disposições contidas
desenvolvidas pelo serviço de saúde para: nesta Resolução constitui infração sanitária, nos termos da
I – identificação, análise, avaliação, monitoramento e Lei n. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das res-
comunicação dos riscos no serviço de saúde, de forma sis- ponsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis.
temática; Art. 14. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
II – integrar os diferentes processos de gestão de risco publicação.
desenvolvidos nos serviços de saúde;
III – implementação de protocolos estabelecidos pelo DIRCEU BRÁS APARECIDO BARBANO
Ministério da Saude;
IV – identificação do paciente; RESOLUÇÃO Nº 553, DE 09 DE AGOSTO DE
V – higiene das mãos; 2017
VI – segurança cirúrgica;
VII – segurança na prescrição, uso e administração de O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua 61ª
medicamentos; Reunião Extraordinária, realizada no dia 9 de agosto de 2017,
VIII – segurança na prescrição, uso e administração de no uso de suas atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19
sangue e hemocomponentes; de setembro de 1990, pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro
IX – segurança no uso de equipamentos e materiais; de 1990 e pelo Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006,

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cumprindo as disposições da Constituição da República Fede- Aprovar a atualização da Carta dos Direitos e Deveres
rativa do Brasil de 1988, da legislação brasileira correlata; e da Pessoa Usuária da Saúde, que dispõe sobre as diretrizes
Considerando a necessidade de atualização da Carta dos dos Direitos e Deveres da Pessoa Usuária da Saúde anexa a
Direitos dos Usuários da Saúde, publicada por meio da Porta- esta Resolução.
ria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009, a partir da legislação
e avanços do Sistema Único de Saúde (SUS); RONALD FERREIRA DOS SANTOS
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, Presidente do Conselho Nacional de Saúde
que dispõe sobre as condições para a promoção, a proteção
e a recuperação da saúde a organização e funcionamento Homologo a Resolução CNS nº 553, de 9 de agosto de
dos serviços correspondentes; 2017, com base no Decreto de Delegação de Competência
Considerando a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, de 12 de novembro de 1991.
que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão
do SUS; RICARDO BARROS
Considerando a Lei nº 9.836, de 23 de setembro de 1999, Ministro de Estado da Saúde
que acrescenta dispositivos à Lei nº 8.080, de 19 de setem-
bro de 1990, que institui o Subsistema de Atenção à Saúde ANEXO DA RESOLUÇÃO Nº 553,
Indígena; DE 9 DE AGOSTO DE 2017
Considerando a Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015, que
institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência Primeira diretriz: toda pessoa tem direito, em tempo
(Estatuto da Pessoa com Deficiência); hábil, ao acesso a bens e serviços ordenados e organizados
Considerando a Lei nº 12.527 (Lei de Acesso à Informa- para garantia da promoção, prevenção, proteção, tratamento
ção), de 18 de novembro de 2011; e recuperação da saúde.
Considerando a Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017, I – Cada pessoa possui direito de ser acolhida no momen-
que dispõe sobre a participação, a proteção e a defesa dos to em que chegar ao serviço e conforme sua necessidade
direitos do usuário dos serviços públicos da administração de saúde e especificidade, independentemente de senhas
pública; ou procedimentos burocráticos, respeitando as prioridades
Considerando o Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro de garantidas em Lei.
2007, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento II – A promoção e a proteção da saúde devem estar re-
Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais; lacionadas com as condições sociais, culturais e econômicas
Considerando a Portaria nº 992, de 13 de maio de 2009, das pessoas, incluídos aspectos como:
que institui a Política Nacional de Saúde Integral da Popu-
a) segurança alimentar e nutricional;
lação Negra;
b) saneamento básico e ambiental;
Considerando a Portaria nº 2.836, de 1º de dezembro de
c) tratamento às doenças negligenciadas conforme cada
2011, que institui a Política Nacional de Saúde Integral de
região do País;
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais; Conside-
d) iniciativas de combate às endemias e doenças trans-
rando a Portaria nº 2.866, de 02 de dezembro de 2011, que
missíveis;
institui a Política Nacional de Saúde Integral das Populações
do Campo e da Floresta; e) combate a todas as formas de violência e discrimi-
Considerando as Diretrizes estabelecidas na Política Na- nação;
cional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS, de f) educação baseada nos princípios dos Direitos Huma-
2003; nos;
Considerando a Política Nacional de Gestão Estratégica e g) trabalho digno; e
Participativa no SUS, Portaria nº 3.027, de 26 de novembro h) acesso à moradia, transporte, lazer, segurança pública
de 2007; e previdência social.
§ 1º O acesso se dará preferencialmente nos serviços de
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

Considerando a Política Nacional de Educação Popular


em Saúde no âmbito do SUS (PNEPS-SUS), Portaria nº 2.761, Atenção Básica.
de 19 de novembro de 2013; § 2º Nas situações de urgência e emergência, qualquer
Considerando a Política Nacional de Educação Perma- serviço de saúde deve receber e cuidar da pessoa bem como
nente para o Controle Social no SUS, Resolução CNS nº 363, encaminhá-la para outro serviço no caso de necessidade.
de 11 de agosto de 2006; § 3º Em caso de risco de vida ou lesão grave, deverá ser
Considerando a Portaria nº 971/GM/MS, de 3 de maio de assegurada a remoção do usuário, em tempo hábil e em
2006, que aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas condições seguras para um serviço de saúde com capacidade
e Complementares no SUS (PNPIC); para resolver seu tipo de problema.
Considerando as diretrizes estabelecidas nas Conferên- § 4º O encaminhamento às especialidades e aos hospi-
cias de Saúde, nas esferas Municipal, Estadual e Nacional, tais, pela Atenção Básica, será estabelecido em função da ne-
e no Conselho Nacional de Saúde, em defesa do SUS e dos cessidade de saúde e indicação clínica, levando-se em conta
seus princípios; a gravidade do problema a ser analisado pelas centrais de
Considerando as proposições do Grupo de Trabalho do regulação, com transparência.
Conselho Nacional de Saúde, que elaborou propostas e sis- § 5º Quando houver alguma dificuldade temporária
tematizou as contribuições da Consulta à Sociedade, realiza- para atender as pessoas é da responsabilidade da direção
da de maio a junho de 2017, para atualização da Carta dos e da equipe do serviço, acolher, dar informações claras e
Direitos dos Usuários da Saúde; e encaminhá-las sem discriminação e privilégios.
Considerando que compete ao Conselho Nacional de
Saúde o fortalecimento da participação e do controle social Segunda diretriz: toda pessoa tem direito ao atendi-
no SUS (artigo 10, IX da Resolução nº 407, de 12 de setembro mento integral, aos procedimentos adequados e em tempo
de 2008). hábil a resolver o seu problema de saúde, de forma ética e
Resolve: humanizada.

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Parágrafo único. É direito da pessoa ter atendimento f) a assinatura do profissional e a data;
adequado, inclusivo e acessível, com qualidade, no tempo I – o recebimento dos medicamentos, quando prescritos,
certo e com garantia de continuidade do tratamento, e para que compõem a farmácia básica e, nos casos de necessidade
isso deve ser assegurado: de medicamentos de alto custo, deve ser garantido o acesso
I – atendimento ágil, com estratégias para evitar o agra- conforme protocolos e normas do Ministério da Saúde;
vamento, com tecnologia apropriada, por equipe multipro- II – a garantia do acesso à continuidade da atenção no
fissional capacitada e com condições adequadas de aten- domicílio, quando pertinente, com es�mulo e orientação ao
dimento; autocuidado que fortaleça sua autonomia e a garantia de
II – disponibilidade con�nua e acesso a bens e serviços de acompanhamento em qualquer serviço que for necessário,
imunização conforme calendário e especificidades regionais; extensivo à rede de apoio;
II – espaços de diálogo entre usuários e profissionais da III – o encaminhamento para outros serviços de saúde
saúde, gestores e defensoria pública sobre diferentes formas deve ser por meio de um documento que contenha:
de tratamentos possíveis. a) caligrafia legível ou datilografada ou digitada ou por
III – informações sobre o seu estado de saúde, de forma meio eletrônico;
objetiva, respeitosa, compreensível, e em linguagem adequa- b) resumo da história clínica, possíveis diagnósticos, tra-
da a atender a necessidade da usuária e do usuário, quanto a: tamento realizado, evolução e o motivo do encaminhamento;
a) possíveis diagnósticos;
c) linguagem clara evitando códigos ou abreviaturas;
b) diagnósticos confirmados;
d) nome legível do profissional e seu número de registro
c) resultados dos exames realizados;
no conselho profissional, assinado e datado; e
d) tipos de exames solicitados, as justificativas e riscos;
e) objetivos, riscos e bene�cios de procedimentos diag- e) identificação da unidade de saúde que recebeu a pes-
nósticos, cirúrgicos, preventivos ou de tratamento; soa, assim como da Unidade a que está sendo encaminhada.
f) duração prevista do tratamento proposto;
g) quanto a procedimentos diagnósticos e tratamentos Terceira diretriz: toda pessoa tem direito ao atendimento
invasivos ou cirúrgicos; inclusivo, humanizado e acolhedor, realizado por profissio-
h) a necessidade ou não de anestesia e seu tipo e du- nais qualificados, em ambiente limpo, confortável e acessível.
ração; § 1º Nos serviços de saúde haverá igual visibilidade aos
i) partes do corpo afetadas pelos procedimentos, instru- direitos e deveres das pessoas usuárias e das pessoas que
mental a ser utilizado, efeitos colaterais, riscos ou consequ- trabalham no serviço de saúde.
ências indesejáveis; § 2º A Rede de Serviços do SUS utilizará as tecnologias
j) duração prevista dos procedimentos e tempo de re- disponíveis para facilitar o agendamento de procedimentos
cuperação; nos serviços de saúde em todos os níveis de complexidade.
k) evolução provável do problema de saúde; § 3º Os serviços de saúde serão organizados segundo a
l) informações sobre o custo das intervenções das quais demanda da população, e não limitados por produção ou
a pessoa se beneficiou; quantidades de atendimento pré-determinados.
m) outras informações que forem necessárias; § 4º A utilização de tecnologias e procedimentos nos
I – que toda pessoa tem o direito de decidir se seus fami- serviços deverá proporcionar celeridade na realização de
liares e acompanhantes deverão ser informados sobre seu exames e diagnósticos e na disponibilização dos resultados.
estado de saúde; § 5º Haverá regulamentação do tempo de espera em
II – o registro atualizado e legível no prontuário, das se- filas de procedimentos.
guintes informações: § 6º A lista de espera de média e alta complexidade deve
a) motivo do atendimento ou internação; considerar a agilidade e transparência.
b) dados de observação e da evolução clínica; § 7º As medidas para garantir o atendimento incluem o
c) prescrição terapêutica; cumprimento da carga horária de trabalho dos profissionais
d) avaliações dos profissionais da equipe; de saúde.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


e) procedimentos e cuidados de enfermagem; § 8º Nas situações em que ocorrer a interrupção tempo-
f) quando for o caso, procedimentos cirúrgicos e anesté- rária da oferta de procedimentos como consultas e exames,
sicos, odontológicos, resultados de exames complementares os serviços devem providenciar a remarcação destes proce-
laboratoriais e radiológicos;
dimentos e comunicar aos usuários.
g) a quantidade de sangue recebida e dados que garan-
§ 9º As redes de serviço do SUS deverão se organizar e
tam a qualidade do sangue, como origem, sorologias efetu-
pactuar no território a oferta de plantão de atendimento 24
adas e prazo de validade;
h) identificação do responsável pelas anotações; horas, inclusive nos finais de semana.
i) data e local e identificação do profissional que realizou § 10. Cada serviço deverá adotar medidas de manuten-
o atendimento; ção permanente dos equipamentos, bens e serviços para
j) outras informações que se fizerem necessárias; prevenir interrupções no atendimento.
I – o acesso à anestesia em todas as situações em que § 11. É direito da pessoa, na rede de serviços de saúde,
for indicada, bem como a medicações e procedimentos que ter atendimento humanizado, acolhedor, livre de qualquer
possam aliviar a dor e o sofrimento; discriminação, restrição ou negação em virtude de idade,
II – o recebimento das receitas e prescrições terapêuticas, raça, cor, etnia, religião, orientação sexual, identidade de
deverão conter: gênero, condições econômicas ou sociais, estado de saúde,
a) o nome genérico das substâncias prescritas; de anomalia, patologia ou deficiência, garantindo-lhe:
b) clara indicação da dose e do modo de usar; I – identificação pelo nome e sobrenome civil, devendo
c) escrita impressa, datilografada ou digitada, ou em ca- existir em todo documento do usuário e usuária um campo
ligrafia legível; para se registrar o nome social, independente do registro
d) textos sem códigos ou abreviaturas; civil, sendo assegurado o uso do nome de preferência, não
e) o nome legível do profissional e seu número de registro podendo ser identificado por número, nome ou código da
no conselho profissional; e doença ou outras formas desrespeitosas ou preconceituosas;

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II – a identificação dos profissionais, por crachás visíveis, II – sigilo e a confidencialidade de todas as informações
legíveis e por outras formas de identificação de fácil per- pessoais, mesmo após a morte, salvo nos casos de risco à
cepção; saúde pública;
III – nas consultas, nos procedimentos diagnósticos, pre- III – acesso da pessoa ao conteúdo do seu prontuário
ventivos, cirúrgicos, terapêuticos e internações, o seguinte: ou de pessoa por ele autorizada e a garantia de envio e for-
a) integridade �sica; necimento de cópia, em caso de encaminhamento a outro
b) a privacidade e ao conforto; serviço ou mudança de domicílio;
c) a individualidade; IV – obtenção de laudo, relatório e atestado sempre que
d) aos seus valores éticos, culturais, religiosos e espiri- justificado por sua situação de saúde;
tuais; V – consentimento livre, voluntário e esclarecido, a quais-
e) a confidencialidade de toda e qualquer informação quer procedimentos diagnósticos, preventivos ou terapêu-
pessoal; ticos, salvo nos casos que acarretem risco à saúde pública,
f) a segurança do procedimento; considerando que o consentimento anteriormente dado
g) o bem-estar psíquico e emocional; poderá ser revogado a qualquer instante, por decisão livre
h) a confirmação do usuário sobre a compreensão das e esclarecida, sem que sejam imputadas à pessoa sanções
questões relacionadas com o seu atendimento e possíveis morais, financeiras ou legais;
encaminhamentos. VI – pleno conhecimento de todo e qualquer exame de
I – o atendimento agendado nos serviços de saúde, pre-
saúde admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mu-
ferencialmente com hora marcada;
dança de função, ou demissional realizado e seus resultados;
II – o direito a acompanhante, pessoa de sua livre escolha,
VII – a indicação de sua livre escolha, a quem confiará a
nas consultas e exames;
III – o direito a acompanhante, nos casos de internação, tomada de decisões para a eventualidade de tornar-se inca-
nas situações previstas em lei, assim como naqueles em que paz de exercer sua autonomia;
a autonomia da pessoa estiver comprometida, com oferta de VIII – o recebimento ou a recusa à assistência religiosa,
orientação específica e adequada para os acompanhantes; espiritual, psicológica e social;
IV – o direito a visita diária não inferior a duas horas, pre- IX – a liberdade, em qualquer fase do tratamento, de
ferencialmente, abertas em todas as unidades de internação, procurar segunda opinião ou parecer de outro profissional ou
ressalvadas as situações técnicas não indicadas; serviço sobre seu estado de saúde ou sobre procedimentos
V – a continuidade das atividades escolares, bem como recomendados;
o es�mulo à recreação, em casos de internação de criança X – a não-participação em pesquisa que envolva ou não
ou adolescente; tratamento experimental sem que tenha garantias claras da
VI – a informação a respeito de diferentes possibilidades sua liberdade de escolha e, no caso de recusa em participar
terapêuticas de acordo com sua condição clínica, baseado ou continuar na pesquisa, não poderá sofrer constrangimen-
em evidências e a relação custo-bene�cio da escolha de tra- tos, punições ou sanções pelos serviços de saúde, sendo
tamentos, com direito à recusa, atestado pelo usuário ou necessário, para isso:
acompanhante; a) que o dirigente do serviço cuide dos aspectos éticos
VII – a escolha do local de morte; da pesquisa e estabeleça mecanismos para garantir a decisão
VIII – o direito à escolha de tratamento, quando houver, livre e esclarecida da pessoa;
inclusive as práticas integrativas e complementares de saúde, b) que o pesquisador garanta, acompanhe e mantenha a
e à consideração da recusa de tratamento proposto; integridade da saúde dos participantes de sua pesquisa, as-
IX – o recebimento de visita, quando internado, de outros segurando-lhes os bene�cios dos resultados encontrados; e
profissionais de saúde que não pertençam àquela unidade c) que a pessoa assine o termo de consentimento livre
hospitalar sendo facultado a esse profissional o acesso ao e esclarecido;
prontuário; XI – o direito de se expressar e ser ouvido nas suas quei-
X – a opção de marcação de atendimento pessoalmen- xas, denúncias, necessidades, sugestões e outras manifesta-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

te, por telefone e outros meios tecnológicos disponíveis e ções por meio das ouvidorias, urnas e qualquer outro meca-
acessíveis; nismo existente, sendo sempre respeitado na privacidade,
XI – o recebimento de visita de religiosos de qualquer cre- no sigilo e na confidencialidade; e
do, sem que isso acarrete mudança da rotina de tratamento XII – a participação nos processos de indicação e eleição
e do estabelecimento e ameaça à segurança ou perturbações
de seus representantes nas Conferências, nos Conselhos de
a si ou aos outros;
Saúde e nos Conselhos Gestores da Rede SUS.
XII – a não-limitação de acesso aos serviços de saúde por
barreiras �sicas, tecnológicas e de comunicação;
XIII – a espera por atendimento em lugares protegidos, Quinta diretriz: toda pessoa tem responsabilidade e
limpos e ventilados, tendo a sua disposição água potável e direitos para que seu tratamento e recuperação sejam ade-
sanitários, e devendo os serviços de saúde se organizarem quados e sem interrupção.
de tal forma que seja evitada a demora nas filas; Parágrafo único. Para que seja cumprido o disposto no
XIV – soluções para que não haja acomodação de usuá- caput deste artigo, as pessoas deverão:
rios em condições e locais inadequados. I – prestar informações apropriadas nos atendimentos,
nas consultas e nas internações sobre:
Quarta diretriz: toda pessoa deve ter seus valores, cultu- a) queixas;
ra e direitos respeitados na relação com os serviços de saúde. b) enfermidades e hospitalizações anteriores;
Parágrafo único: os direitos do caput serão garantidos c) história de uso de medicamentos, drogas, reações
por meio de: alérgicas, exames anteriores;
I – escolha do tipo de plano de saúde que melhor lhe d) demais informações sobre seu estado de saúde.
convier, de acordo com as exigências mínimas constantes da II – expressar se compreendeu as informações e orienta-
legislação e a informação pela operadora sobre a cobertura, ções recebidas e, caso ainda tenha dúvidas, solicitar escla-
custos e condições do plano que está adquirindo; recimento sobre elas;

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III – seguir o plano de tratamento proposto pelo profissio- IV – a interferência das relações e das condições sociais,
nal ou pela equipe de saúde responsável pelo seu cuidado, econômicas, culturais, e ambientais na situação da saúde
que deve ser compreendido e aceito pela pessoa que tam- das pessoas e da coletividade.
bém é responsável pelo seu tratamento; § 7º Os órgãos de saúde deverão informar as pessoas so-
IV – informar ao profissional de saúde ou à equipe res- bre a rede SUS mediante os diversos meios de comunicação,
ponsável sobre qualquer fato que ocorra em relação a sua bem como nos serviços de saúde que compõem essa rede
condição de saúde; de participação popular, em relação a:
V – assumir a responsabilidade formal pela recusa a I – endereços;
procedimentos, exames ou tratamentos recomendados e II – telefones;
pelo descumprimento das orientações do profissional ou III – horários de funcionamento; e
da equipe de saúde; IV – ações e procedimentos disponíveis.
VI – contribuir para o bem-estar de todas e todos nos § 8º Em cada serviço de saúde deverá constar, em local
serviços de saúde, evitar ruídos, uso de fumo e derivados visível e acessível à população:
do tabaco e bebidas alcoólicas, colaborar com a segurança I – nome do responsável pelo serviço;
e a limpeza do ambiente; II – nomes dos profissionais;
VII – adotar comportamento respeitoso e cordial com III – horário de trabalho de cada membro da equipe,
as demais pessoas que usam ou que trabalham no estabe- inclusive do responsável pelo serviço e;
lecimento de saúde; IV – ações e procedimentos disponíveis.
VIII – realizar exames solicitados, buscar os resultados e § 9º As informações prestadas à população devem ser
apresentá-los aos profissionais dos serviços de saúde; claras, para propiciar a compreensão por toda e qualquer
IX – ter em mão seus documentos e, quando solicitados, pessoa.
os resultados de exames que estejam em seu poder; § 10. Os Conselhos de Saúde deverão informar à popu-
X – cumprir as normas dos serviços de saúde que devem lação sobre:
resguardar todos os princípios desta Resolução; I – formas de participação;
XI – adotar medidas preventivas para situações de sua II – composição do Conselho de Saúde;
vida cotidiana que coloquem em risco a sua saúde e da co- III – regimento interno dos Conselhos;
munidade; IV – Conferências de Saúde;
XII – comunicar aos serviços de saúde, às ouvidorias ou V – data, local e pauta das reuniões; e
à vigilância sanitária irregularidades relacionadas ao uso e VI – deliberações e ações desencadeadas.
à oferta de produtos e serviços que afetem a saúde em am- § 11. O direito previsto no caput desse artigo inclui a
bientes públicos e privados; participação de Conselhos e Conferências de Saúde, o direito
XIII – desenvolver hábitos, práticas e atividades que me- de representar e ser representado em todos os mecanismos
lhorem a sua saúde e qualidade de vida; de participação e de controle social do SUS.
XIV – comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência
de caso de doença transmissível, quando a situação requerer Sé�ma diretriz: toda pessoa tem direito a participar dos
o isolamento ou quarentena da pessoa ou quando a doença Conselhos e Conferências de Saúde e de exigir que os gesto-
constar da relação do Ministério da Saúde; e res cumpram os princípios anteriores.
XV – não dificultar a aplicação de medidas sanitárias, § 1º As Conferências Municipais de Saúde são espaços de
bem como as ações de fiscalização sanitária. ampla e aberta participação da comunidade, complementa-
das por Conferências Livres, distritais e locais, além das de
Sexta diretriz: toda pessoa tem direito à informação plenárias de segmentos.
sobre os serviços de saúde e aos diversos mecanismos de § 2º Respeitada a organização da democracia brasileira,
participação. toda pessoa tem direito a acompanhar dos espaços de con-
§ 1º A educação permanente em saúde e a educação trole social, como forma de participação cidadã, observando

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


permanente para o controle social devem estar incluídas o Regimento Interno de cada instância.
em todas as instâncias do SUS, e envolver a comunidade. § 3º Os gestores do SUS, das três esferas de governo, para
§ 2º As unidades básicas de saúde devem constituir con- observância dessas diretrizes, comprometem-se a:
selhos locais de saúde com participação da comunidade. I – promover o respeito e o cumprimento desses direitos
§ 3º As ouvidorias, Ministério Público, audiências públicas e deveres, com a adoção de medidas progressivas, para sua
e outras formas institucionais de exercício da democracia efetivação;
garantidas em lei, são espaços de participação cidadã. II – adotar as providências necessárias para subsidiar a
§ 4º As instâncias de controle social e o poder público de- divulgação desta Resolução, inserindo em suas ações as di-
vem promover a comunicação dos aspectos positivos do SUS. retrizes relativas aos direitos e deveres das pessoas;
§ 5º Devem ser estabelecidos espaços para as pessoas III – incentivar e implementar formas de participação
usuárias manifestarem suas posições favoráveis ao SUS e dos trabalhadores e usuários nas instâncias e participação
promovidas estratégias para defender o SUS como patrimô- de controle social do SUS;
nio do povo brasileiro. IV – promover atualizações necessárias nos regimentos
§ 6º O direito previsto no caput deste artigo, inclui a e estatutos dos serviços de saúde, adequando-os a esta Re-
informação, com linguagem e meios de comunicação ade- solução;
quados sobre: V – adotar estratégias para o cumprimento efetivo da
I – o direito à saúde, o funcionamento dos serviços de legislação e das normatizações do SUS;
saúde e o SUS; VI – promover melhorias con�nuas, na rede SUS, como
II – os mecanismos de participação da sociedade na for- a informatização para implantar o Cartão SUS e o Prontuário
mulação, acompanhamento e fiscalização das políticas e da Eletrônico com os objetivos de:
gestão do SUS; a) otimizar o financiamento;
III – as ações de vigilância à saúde coletiva compreen- b) qualificar o atendimento aos serviços de saúde;
dendo a vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental; e c) melhorar as condições de trabalho;

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d) reduzir filas; e § 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as institui-
e) ampliar e facilitar o acesso nos diferentes serviços de ções públicas federais, estaduais e municipais de controle de
saúde. qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos,
inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos
Oitava diretriz: Os direitos e deveres dispostos nesta para saúde.
Resolução constituem a Carta dos Direitos Usuária da Saúde. § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema
Parágrafo único. A Carta dos Direitos e Deveres da Pessoa Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
Usuária da Saúde será disponibilizada nos serviços do SUS e
conselhos de saúde por meios acessíveis e na internet, em CAPÍTULO I
h�p://www.conselho.saude.gov.br. Dos Obje�vos e Atribuições

Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:


LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 I – a identificação e divulgação dos fatores condicionantes
e determinantes da saúde;
Dispõe sobre as condições para a II – a formulação de política de saúde destinada a pro-
promoção, proteção e recuperação da mover, nos campos econômico e social, a observância do
saúde, a organização e o funcionamento disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
dos serviços correspondentes e dá outras III – a assistência às pessoas por intermédio de ações
providências. de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a re-
alização integrada das ações assistenciais e das atividades
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congres- preventivas.
so Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do
Sistema Único de Saúde (SUS):
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR I – a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as b) de vigilância epidemiológica;
ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjunta- c) de saúde do trabalhador; (Redação dada pela Lei nº
mente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas 14.572, de 2023)
naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. d) de assistência terapêutica integral, inclusive farma-
cêutica;
TÍTULO I e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de 2023)
II – a participação na formulação da política e na execução
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
de ações de saneamento básico;
III – a ordenação da formação de recursos humanos na
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, área de saúde;
devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu IV – a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
pleno exercício. V – a colaboração na proteção do meio ambiente, nele
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na compreendido o do trabalho;
formulação e execução de políticas econômicas e sociais que VI – a formulação da política de medicamentos, equipa-
visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos mentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para
e no estabelecimento de condições que assegurem acesso a saúde e a participação na sua produção;
universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua pro- VII – o controle e a fiscalização de serviços, produtos e
moção, proteção e recuperação. substâncias de interesse para a saúde;
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da fa- VIII – a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e
mília, das empresas e da sociedade. bebidas para consumo humano;
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social IX – a participação no controle e na fiscalização da produ-
e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e ção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o psicoativos, tóxicos e radioativos;
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a X – o incremento, em sua área de atuação, do desenvol-
educação, a atividade �sica, o transporte, o lazer e o acesso vimento cien�fico e tecnológico;
aos bens e serviços essenciais. (Redação dada pela Lei nº XI – a formulação e execução da política de sangue e
12.864, de 2013) seus derivados.
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de
que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde
garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação
�sico, mental e social.
de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I – o controle de bens de consumo que, direta ou indire-
TÍTULO II
tamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE as etapas e processos, da produção ao consumo; e
II – o controle da prestação de serviços que se relacionam
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR direta ou indiretamente com a saúde.
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjun-
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, presta- to de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção
dos por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinan-
municipais, da Administração direta e indireta e das funda- tes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a
ções mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção
de Saúde (SUS). e controle das doenças ou agravos.

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§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta VII – utilização da epidemiologia para o estabelecimento
lei, um conjunto de atividades que se destina, através das de prioridades, a alocação de recursos e a orientação pro-
ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à gramática;
promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim VIII – participação da comunidade;
como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos tra- IX – descentralização político-administrativa, com direção
balhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das única em cada esfera de governo:
condições de trabalho, abrangendo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os mu-
I – assistência ao trabalhador vítima de acidentes de nicípios;
trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços
II – participação, no âmbito de competência do Sistema de saúde;
Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e X – integração em nível executivo das ações de saúde,
controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes meio ambiente e saneamento básico;
no processo de trabalho; XI – conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos,
III – participação, no âmbito de competência do Sistema materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Fede-
Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e con- ral e dos Municípios na prestação de serviços de assistência
trole das condições de produção, extração, armazenamen- à saúde da população;
to, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de XII – capacidade de resolução dos serviços em todos os
produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam níveis de assistência; e
riscos à saúde do trabalhador; XIII – organização dos serviços públicos de modo a evitar
IV – avaliação do impacto que as tecnologias provocam duplicidade de meios para fins idênticos.
à saúde; XIV – organização de atendimento público específico e
V – informação ao trabalhador e à sua respectiva enti- especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica
dade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompa-
trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os nhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em
resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013.
de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeita- (Redação dada pela Lei nº 13.427, de 2017)
dos os preceitos da ética profissional;
VI – participação na normatização, fiscalização e contro- CAPÍTULO III
le dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e Da Organização, da Direção e da Gestão
empresas públicas e privadas;
VII – revisão periódica da listagem oficial de doenças ori- Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo
ginadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante
colaboração das entidades sindicais; e participação complementar da iniciativa privada, serão or-
VIII – a garantia ao sindicato dos trabalhadores de re- ganizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis
querer ao órgão competente a interdição de máquina, de de complexidade crescente.
setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é
houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição
trabalhadores. Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos
§ 4º Entende-se por saúde bucal o conjunto articulado seguintes órgãos:
de ações, em todos os níveis de complexidade, que visem a I – no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
garantir promoção, prevenção, recuperação e reabilitação II – no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela
odontológica, individual e coletiva, inseridas no contexto respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
da integralidade da atenção à saúde. (Incluído pela Lei nº III – no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria
14.572, de 2023) de Saúde ou órgão equivalente.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para
CAPÍTULO II desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde
Dos Princípios e Diretrizes que lhes correspondam.
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermu-
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços nicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos
privados contratados ou conveniados que integram o Sistema constitutivos disporão sobre sua observância.
Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com § 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS),
as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e arti-
obedecendo ainda aos seguintes princípios: cular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura
I – universalidade de acesso aos serviços de saúde em total das ações de saúde.
todos os níveis de assistência; Art. 11. (Vetado).
II – integralidade de assistência, entendida como conjun- Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbi-
to articulado e con�nuo das ações e serviços preventivos e to nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde,
curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por
todos os níveis de complexidade do sistema; entidades representativas da sociedade civil.
III – preservação da autonomia das pessoas na defesa de Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a fina-
sua integridade �sica e moral; lidade de articular políticas e programas de interesse para a
IV – igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no
ou privilégios de qualquer espécie; âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
V – direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo
saúde; das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as se-
VI – divulgação de informações quanto ao potencial dos guintes atividades:
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; I – alimentação e nutrição;

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II – saneamento e meio ambiente; III – acompanhamento, avaliação e divulgação do nível
III – vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; de saúde da população e das condições ambientais;
IV – recursos humanos; IV – organização e coordenação do sistema de informa-
V – ciência e tecnologia; e ção de saúde;
VI – saúde do trabalhador. V – elaboração de normas técnicas e estabelecimento de
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de padrões de qualidade e parâmetros de custos que caracteri-
integração entre os serviços de saúde e as instituições de zam a assistência à saúde;
ensino profissional e superior. VI – elaboração de normas técnicas e estabelecimento
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por de padrões de qualidade para promoção da saúde do tra-
finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a balhador;
formação e educação continuada dos recursos humanos do VII – participação de formulação da política e da execução
Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente, das ações de saneamento básico e colaboração na proteção
assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica e recuperação do meio ambiente;
entre essas instituições. VIII – elaboração e atualização periódica do plano de
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripar- saúde;
tite são reconhecidas como foros de negociação e pactuação IX – participação na formulação e na execução da política
entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema de formação e desenvolvimento de recursos humanos para
Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). a saúde;
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores X – elaboração da proposta orçamentária do Sistema Úni-
Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº co de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde;
12.466, de 2011). XI – elaboração de normas para regular as atividades de
I – decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e serviços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância
administrativos da gestão compartilhada do SUS, em con- pública;
formidade com a definição da política consubstanciada em XII – realização de operações externas de natureza finan-
planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (In- ceira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
cluído pela Lei nº 12.466, de 2011). XIII – para atendimento de necessidades coletivas, ur-
II – definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e in- gentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo
termunicipal, a respeito da organização das redes de ações iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epide-
e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua go- mias, a autoridade competente da esfera administrativa
vernança institucional e à integração das ações e serviços correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de
dos entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada
III – fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito justa indenização; (Vide ADIN 3454)
sanitário, integração de territórios, referência e contrarrefe- XIV – implementar o Sistema Nacional de Sangue, Com-
rência e demais aspectos vinculados à integração das ações ponentes e Derivados;
e serviços de saúde entre os entes federados. (Incluído pela XV – propor a celebração de convênios, acordos e proto-
Lei nº 12.466, de 2011). colos internacionais relativos à saúde, saneamento e meio
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde ambiente;
(Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de XVI – elaborar normas técnico-cien�ficas de promoção,
Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades repre- proteção e recuperação da saúde;
sentativas dos entes estaduais e municipais para tratar de
XVII – promover articulação com os órgãos de fiscalização
matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública
do exercício profissional e outras entidades representativas
e de relevante função social, na forma do regulamento. (In-
da sociedade civil para a definição e controle dos padrões
cluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde;
§ 1º O Conass e o Conasems receberão recursos do orça-
XVIII – promover a articulação da política e dos planos
mento geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde,
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, po- de saúde;


dendo ainda celebrar convênios com a União. (Incluído pela XIX – realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
Lei nº 12.466, de 2011). XX – definir as instâncias e mecanismos de controle e
§ 2º Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária;
(Cosems) são reconhecidos como entidades que represen- XXI – fomentar, coordenar e executar programas e pro-
tam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de jetos estratégicos e de atendimento emergencial.
matérias referentes à saúde, desde que vinculados institu-
cionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus Seção II
estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). Da Competência

CAPÍTULO IV Art. 16. À direção nacional do SUS compete: (Redação


Da Competência e das Atribuições dada pela Lei nº 14.572, de 2023)
I – formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e
Seção I nutrição;
Das Atribuições Comuns II – participar na formulação e na implementação das
políticas:
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni- a) de controle das agressões ao meio ambiente;
cípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes b) de saneamento básico; e
atribuições: c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
I – definição das instâncias e mecanismos de controle, III – definir e coordenar os sistemas:
avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde; a) de redes integradas de assistência de alta complexi-
II – administração dos recursos orçamentários e finan- dade;
ceiros destinados, em cada ano, à saúde; b) de rede de laboratórios de saúde pública;

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c) de vigilância epidemiológica; e § 3º Os bene�cios resultantes da exploração econômi-
d) vigilância sanitária; ca de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de
IV – participar da definição de normas e mecanismos de acesso ao patrimônio genético de que trata o § 2º deste
controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambien- artigo serão repartidos nos termos da Lei nº 13.123, de 20
te ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde de maio de 2015. (Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021)
humana; Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde
V – participar da definição de normas, critérios e padrões (SUS) compete:
para o controle das condições e dos ambientes de trabalho I – promover a descentralização para os Municípios dos
e coordenar a política de saúde do trabalhador; serviços e das ações de saúde;.
VI – coordenar e participar na execução das ações de II – acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarqui-
vigilância epidemiológica; zadas do Sistema Único de Saúde (SUS);
VII – estabelecer normas e executar a vigilância sanitária III – prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e
de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser executar supletivamente ações e serviços de saúde;
complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; IV – coordenar e, em caráter complementar, executar
VIII – estabelecer critérios, parâmetros e métodos para ações e serviços:
o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias a) de vigilância epidemiológica;
e serviços de consumo e uso humano; b) de vigilância sanitária;
IX – promover articulação com os órgãos educacionais c) de alimentação e nutrição; (Redação dada pela Lei nº
e de fiscalização do exercício profissional, bem como com 14.572, de 2023)
entidades representativas de formação de recursos humanos d) de saúde do trabalhador;
na área de saúde; e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de 2023)
X – formular, avaliar, elaborar normas e participar na exe- V – participar, junto com os órgãos afins, do controle
cução da política nacional e produção de insumos e equipa- dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na
mentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos saúde humana;
governamentais; VI – participar da formulação da política e da execução
XI – identificar os serviços estaduais e municipais de refe- de ações de saneamento básico;
rência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos VII – participar das ações de controle e avaliação das
de assistência à saúde; condições e dos ambientes de trabalho;
XII – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e VIII – em caráter suplementar, formular, executar, acom-
substâncias de interesse para a saúde; panhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para
XIII – prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, a saúde;
ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento IX – identificar estabelecimentos hospitalares de refe-
da sua atuação institucional; rência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de
XIV – elaborar normas para regular as relações entre o referência estadual e regional;
Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contra- X – coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde
tados de assistência à saúde; pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam
XV – promover a descentralização para as Unidades Fe- em sua organização administrativa;
deradas e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, XI – estabelecer normas, em caráter suplementar, para o
respectivamente, de abrangência estadual e municipal; controle e avaliação das ações e serviços de saúde;
XVI – normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema XII – formular normas e estabelecer padrões, em caráter
Nacional de Sangue, Componentes e Derivados; suplementar, de procedimentos de controle de qualidade
XVII – acompanhar, controlar e avaliar as ações e os para produtos e substâncias de consumo humano;
serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais XIII – colaborar com a União na execução da vigilância
e municipais; sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


XVIII – elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no XIV – o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos
âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Mu- indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da uni-
nicípios e Distrito Federal; dade federada.
XIX – estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e co- Art. 18. À direção municipal do SUS compete: (Redação
ordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o dada pela Lei nº 14.572, de 2023)
Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, I – planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os
Municípios e Distrito Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de
1995) saúde;
XX – definir as diretrizes e as normas para a estruturação II – participar do planejamento, programação e organiza-
�sica e organizacional dos serviços de saúde bucal. (Incluído ção da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único
pela Lei nº 14.572, de 2023) de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual;
§ 1º A União poderá executar ações de vigilância epi- III – participar da execução, controle e avaliação das ações
demiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como referentes às condições e aos ambientes de trabalho;
na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam IV – executar serviços:
escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de a) de vigilância epidemiológica;
Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação na- b) vigilância sanitária;
cional. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 14.141, c) de alimentação e nutrição;
de 2021) d) de saneamento básico; (Redação dada pela Lei nº
§ 2º Em situações epidemiológicas que caracterizem 14.572, de 2023)
emergência em saúde pública, poderá ser adotado procedi- e) de saúde do trabalhador;
mento simplificado para a remessa de patrimônio genético f) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de 2023)
ao exterior, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº V – dar execução, no âmbito municipal, à política de in-
14.141, de 2021) sumos e equipamentos para a saúde;

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VI – colaborar na fiscalização das agressões ao meio Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e
e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais regionalizado. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
competentes, para controlá-las; § 1º O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá
VII – formar consórcios administrativos intermunicipais; como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Inclu-
VIII – gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; ído pela Lei nº 9.836, de 1999)
IX – colaborar com a União e os Estados na execução da § 1º-A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente fazer o re-
vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; gistro e a notificação da declaração de raça ou cor, garantindo
X – observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar a identificação de todos os indígenas atendidos nos sistemas
contratos e convênios com entidades prestadoras de ser- públicos de saúde. (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
viços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua § 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de informação
execução; da rede do SUS com os dados do Subsistema de Atenção à
XI – controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
privados de saúde; § 2º O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsiste-
XII – normatizar complementarmente as ações e serviços ma de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer
públicos de saúde no seu âmbito de atuação. adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições onde residem as populações indígenas, para propiciar essa
reservadas aos Estados e aos Municípios. integração e o atendimento necessário em todos os níveis,
sem discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
§ 3º As populações indígenas devem ter acesso garantido
CAPÍTULO V
ao SUS, em âmbito local, regional e de centros especializa-
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
dos, de acordo com suas necessidades, compreendendo a
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
atenção primária, secundária e terciária à saúde. (Incluído
pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a par-
atendimento das populações indígenas, em todo o território ticipar dos organismos colegiados de formulação, acom-
nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao dispos- panhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como
to nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Municipais de Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei
Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, nº 9.836, de 1999)
criado e definido por esta Lei, e pela Lei nº 8.142, de 28
de dezembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita CAPÍTULO VI
integração. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Do Subsistema de Atendimento e Internação Domiciliar
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído
pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar.
instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Po- (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
lítica Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) § 1º Na modalidade de assistência de atendimento e
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições go- internação domiciliares incluem-se, principalmente, os pro-
vernamentais e não-governamentais poderão atuar comple- cedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psi-
mentarmente no custeio e execução das ações. (Incluído pela cológicos e de assistência social, entre outros necessários ao
Lei nº 9.836, de 1999) cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. (Incluído
§ 1º A União instituirá mecanismo de financiamento es- pela Lei nº 10.424, de 2002)
pecífico para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, § 2º O atendimento e a internação domiciliares serão
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

sempre que houver necessidade de atenção secundária e realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos
terciária fora dos territórios indígenas. (Incluído pela Lei nº níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora.
14.021, de 2020) (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§ 2º Em situações emergenciais e de calamidade pública: § 3º O atendimento e a internação domiciliares só po-
(Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020) derão ser realizados por indicação médica, com expressa
I – a União deverá assegurar aporte adicional de recursos concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela Lei
nº 10.424, de 2002)
não previstos nos planos de saúde dos Distritos Sanitários
Especiais Indígenas (Dseis) ao Subsistema de Atenção à Saúde
CAPÍTULO VII
Indígena; (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
Do Subsistema de Acompanhamento Durante
II – deverá ser garantida a inclusão dos povos indígenas o Trabalho de Parto, Parto e Pós-Parto Imediato
nos planos emergenciais para atendimento dos pacientes (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
graves das Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, ex-
plicitados os fluxos e as referências para o atendimento em Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saú-
tempo oportuno. (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020) de - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consi- permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompa-
deração a realidade local e as especificidades da cultura dos nhante durante todo o período de trabalho de parto, parto
povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
à saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem § 1º O acompanhante de que trata o caput deste artigo
diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistên- será indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108,
cia à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio de 2005)
ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e in- § 2º As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos
tegração institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) direitos de que trata este artigo constarão do regulamento

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da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Exe- III – no âmbito de cada Município, de forma suplementar,
cutivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) com base nas relações de medicamentos instituídas pelos
§ 3º Ficam os hospitais de todo o País obrigados a man- gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo for-
ter, em local visível de suas dependências, aviso informando necimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde.
sobre o direito estabelecido no caput deste artigo. (Incluído (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
pela Lei nº 12.895, de 2013) Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo
Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) SUS de novos medicamentos, produtos e procedimentos,
bem como a constituição ou a alteração de protocolo clínico
CAPÍTULO VIII ou de diretriz terapêutica, são atribuições do Ministério da
Da Assistência Terapêu�ca e da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação
Incorporação de Tecnologia em Saúde” de Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) § 1º A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnolo-
gias no SUS, cuja composição e regimento são definidos em
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se regulamento, contará com a participação de 1 (um) represen-
refere a alínea d do inciso I do art. 6º consiste em: (Incluído tante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde, de 1 (um)
pela Lei nº 12.401, de 2011) representante, especialista na área, indicado pelo Conselho
I – dispensação de medicamentos e produtos de interesse Federal de Medicina e de 1 (um) representante, especialista
para a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com na área, indicado pela Associação Médica Brasileira. (Reda-
as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico para ção dada pela Lei nº 14.655, de 2023)
a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do § 2º O relatório da Comissão Nacional de Incorporação
protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P; de Tecnologias no SUS levará em consideração, necessaria-
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) mente: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
II – oferta de procedimentos terapêuticos, em regime I – as evidências cien�ficas sobre a eficácia, a acurácia,
domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas a efetividade e a segurança do medicamento, produto ou
elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão com-
- SUS, realizados no território nacional por serviço próprio, petente para o registro ou a autorização de uso; (Incluído
conveniado ou contratado. pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são II – a avaliação econômica comparativa dos bene�cios
adotadas as seguintes definições: (Incluído pela Lei nº 12.401, e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas, in-
de 2011) clusive no que se refere aos atendimentos domiciliar, am-
I – produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluído pela Lei
bolsas coletoras e equipamentos médicos; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
nº 12.401, de 2011) § 3º As metodologias empregadas na avaliação econômi-
II – protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento ca a que se refere o inciso II do § 2º deste artigo serão dispos-
que estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou tas em regulamento e amplamente divulgadas, inclusive em
do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os me- relação aos indicadores e parâmetros de custo-efetividade
dicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; utilizados em combinação com outros critérios. (Incluído pela
as posologias recomendadas; os mecanismos de controle Lei nº 14.313, de 2022)
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que
clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados
se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração
terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. (In-
de processo administrativo, a ser concluído em prazo não
cluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
superior a 180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêu-
foi protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação por 90
ticas deverão estabelecer os medicamentos ou produtos ne-
(noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exigirem.
cessários nas diferentes fases evolutivas da doença ou do (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
agravo à saúde de que tratam, bem como aqueles indicados § 1º O processo de que trata o caput deste artigo ob-

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


em casos de perda de eficácia e de surgimento de intolerância servará, no que couber, o disposto na Lei nº 9.784, de 29
ou reação adversa relevante, provocadas pelo medicamento, de janeiro de 1999, e as seguintes determinações especiais:
produto ou procedimento de primeira escolha. (Incluído pela (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Lei nº 12.401, de 2011) I – apresentação pelo interessado dos documentos e, se
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos cabível, das amostras de produtos, na forma do regulamento,
ou produtos de que trata o caput deste artigo serão aque- com informações necessárias para o atendimento do dispos-
les avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade to no § 2º do art. 19-Q; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo. (In- III – realização de consulta pública que inclua a divulgação
cluído pela Lei nº 12.401, de 2011) do parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz te- de Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
rapêutica, a dispensação será realizada: (Incluído pela Lei nº IV – realização de audiência pública, antes da tomada
12.401, de 2011) de decisão, se a relevância da matéria justificar o evento.
I – com base nas relações de medicamentos instituídas (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
pelo gestor federal do SUS, observadas as competências esta- V – distribuição aleatória, respeitadas a especialização e
belecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento a competência técnica requeridas para a análise da matéria;
será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite; (Incluído (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
pela Lei nº 12.401, de 2011) VI – publicidade dos atos processuais. (Incluído pela Lei
II – no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de nº 14.313, de 2022)
forma suplementar, com base nas relações de medicamen- § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
tos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a respon- Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
sabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do
Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) SUS: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

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I – o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de CAPÍTULO II
medicamento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico Da Par�cipação Complementar
experimental, ou de uso não autorizado pela Agência Na-
cional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluído pela Lei nº Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insufi-
12.401, de 2011) cientes para garantir a cobertura assistencial à população
II – a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o re- de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS)
embolso de medicamento e produto, nacional ou importado, poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.
sem registro na Anvisa. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Parágrafo único. A participação complementar dos ser-
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo: viços privados será formalizada mediante contrato ou con-
(Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022) vênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.
I – medicamento e produto em que a indicação de uso Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades fi-
seja distinta daquela aprovada no registro na Anvisa, desde lantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para
que seu uso tenha sido recomendado pela Comissão Nacional participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de
(Conitec), demonstradas as evidências cien�ficas sobre a serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão es-
eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança, e esteja tabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde
(SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde.
padronizado em protocolo estabelecido pelo Ministério da
§ 1º Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste
Saúde; (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a di-
II – medicamento e produto recomendados pela Conitec reção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fun-
e adquiridos por intermédio de organismos multilaterais in- damentar seu ato em demonstrativo econômico-financeiro
ternacionais, para uso em programas de saúde pública do que garanta a efetiva qualidade de execução dos serviços
Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas, nos termos contratados.
do § 5º do art. 8º da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999. § 2º Os serviços contratados submeter-se-ão às normas
(Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022) técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sis-
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo forneci- tema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico
mento de medicamentos, produtos de interesse para a saúde e financeiro do contrato.
ou procedimentos de que trata este Capítulo será pactuada § 3º (Vetado).
na Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído pela Lei nº § 4º Aos proprietários, administradores e dirigentes de
12.401, de 2011) entidades ou serviços contratados é vedado exercer cargo de
chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).
TÍTULO III § 5º Os valores a que se refere o caput deste artigo, para
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE o conjunto das remunerações dos serviços de saúde, serão
definidos no mês de dezembro de cada ano, por meio de
CAPÍTULO I ato do Ministério da Saúde, devendo-se buscar a garantia
Do Funcionamento da qualidade do atendimento, o equilíbrio econômico-
-financeiro na prestação dos serviços e a preservação do
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde carac- valor real destinado à remuneração de serviços, observada
terizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissio- a disponibilidade orçamentária e financeira. (Incluído pela
nais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas Lei nº 14.820, de 2024)
de direito privado na promoção, proteção e recuperação da
saúde. TÍTULO III-A
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. DA TELESSAÚDE
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
à saúde, serão observados os princípios éticos e as normas
Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação remota de
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde


(SUS) quanto às condições para seu funcionamento. serviços relacionados a todas as profissões da área da saúde
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, regulamentadas pelos órgãos competentes do Poder Execu-
inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na tivo federal e obedecerá aos seguintes princípios: (Incluído
assistência à saúde nos seguintes casos: (Redação dada pela pela Lei nº 14.510, de 2022)
I – autonomia do profissional de saúde; (Incluído pela
Lei nº 13.097, de 2015)
Lei nº 14.510, de 2022)
I – doações de organismos internacionais vinculados à
II – consentimento livre e informado do paciente;
Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação
III – direito de recusa ao atendimento na modalidade te-
técnica e de financiamento e empréstimos; (Incluído pela Lei lessaúde, com a garantia do atendimento presencial sempre
nº 13.097, de 2015) que solicitado; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
II – pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar IV – dignidade e valorização do profissional de saúde;
ou explorar: (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital espe- V – assistência segura e com qualidade ao paciente; (In-
cializado, policlínica, clínica geral e clínica especializada; e cluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) VI – confidencialidade dos dados; (Incluído pela Lei nº
b) ações e pesquisas de planejamento familiar; (Incluído 14.510, de 2022)
pela Lei nº 13.097, de 2015) VII – promoção da universalização do acesso dos brasi-
III – serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrati- leiros às ações e aos serviços de saúde; (Incluído pela Lei nº
va, por empresas, para atendimento de seus empregados e 14.510, de 2022)
dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; VIII – estrita observância das atribuições legais de cada
e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) profissão; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
IV – demais casos previstos em legislação específica. (In- IX – responsabilidade digital. (Incluído pela Lei nº 14.510,
cluído pela Lei nº 13.097, de 2015) de 2022)

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Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera-se telessaúde a ensino e pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas
modalidade de prestação de serviços de saúde a distância, conjuntamente com o sistema educacional.
por meio da utilização das tecnologias da informação e da Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e asses-
comunicação, que envolve, entre outros, a transmissão se- soramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só
gura de dados e informações de saúde, por meio de textos, poderão ser exercidas em regime de tempo integral.
de sons, de imagens ou outras formas adequadas. (Incluído § 1º Os servidores que legalmente acumulam dois cargos
pela Lei nº 14.510, de 2022) ou empregos poderão exercer suas atividades em mais de um
Parágrafo único. Os atos do profissional de saúde, quando estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
praticados na modalidade telessaúde, terão validade em todo § 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também
o território nacional. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) aos servidores em regime de tempo integral, com exceção
Art. 26-C. Ao profissional de saúde são asseguradas a dos ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou
liberdade e a completa independência de decidir sobre a assessoramento.
utilização ou não da telessaúde, inclusive com relação à pri- Art. 29. (Vetado).
meira consulta, atendimento ou procedimento, e poderá Art. 30. As especializações na forma de treinamento em
indicar a utilização de atendimento presencial ou optar por serviço sob supervisão serão regulamentadas por Comissão
ele, sempre que entender necessário. (Incluído pela Lei nº Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, ga-
14.510, de 2022) rantida a participação das entidades profissionais corres-
Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de fiscaliza- pondentes.
ção do exercício profissional a normatização ética relativa à
prestação dos serviços previstos neste Título, aplicando-se os TÍTULO V
padrões normativos adotados para as modalidades de aten- DO FINANCIAMENTO
dimento presencial, no que não colidirem com os preceitos
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) CAPÍTULO I
Art. 26-E. Na prestação de serviços por telessaúde, serão Dos Recursos
observadas as normas expedidas pelo órgão de direção do
Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará
funcionamento, observada a competência dos demais órgãos ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita
reguladores. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) estimada, os recursos necessários à realização de suas fina-
Art. 26-F. O ato normativo que pretenda restringir a pres- lidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção
tação de serviço de telessaúde deverá demonstrar a impres- nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social
cindibilidade da medida para que sejam evitados danos à e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades
saúde dos pacientes. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir as seguin- Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos
tes determinações: (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) provenientes de:
I – ser realizada por consentimento livre e esclarecido do I – (Vetado)
paciente, ou de seu representante legal, e sob responsabili- II – Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da
dade do profissional de saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, assistência à saúde;
de 2022) III – ajuda, contribuições, doações e donativos;
II – prestar obediência aos ditames das Leis nºs 12.965, IV – alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da Internet), 12.842, de V – taxas, multas, emolumentos e preços públicos ar-
10 de julho de 2013 (Lei do Ato Médico), 13.709, de 14 de recadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e
agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados), 8.078, de VI – rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) § 1º Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade
e, nas hipóteses cabíveis, aos ditames da Lei nº 13.787, de 27 da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada men-
de dezembro de 2018 (Lei do Prontuário Eletrônico). (Incluído salmente, a qual será destinada à recuperação de viciados.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


pela Lei nº 14.510, de 2022) § 2º As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de
Art. 26-H. É dispensada a inscrição secundária ou com- Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas espe-
plementar do profissional de saúde que exercer a profissão ciais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder
em outra jurisdição exclusivamente por meio da modalidade onde forem arrecadadas.
telessaúde. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) § 3º As ações de saneamento que venham a ser executa-
das supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão
TÍTULO IV financiadas por recursos tarifários específicos e outros da
DOS RECURSOS HUMANOS União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular,
do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde § 4º (Vetado).
será formalizada e executada, articuladamente, pelas dife- § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento cien�fi-
rentes esferas de governo, em cumprimento dos seguintes co e tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema
objetivos: Único de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento
I – organização de um sistema de formação de recursos fiscal, além de recursos de instituições de fomento e finan-
humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-gra- ciamento ou de origem externa e receita própria das insti-
duação, além da elaboração de programas de permanente tuições executoras.
aperfeiçoamento de pessoal; § 6º (Vetado).
II – (Vetado)
III – (Vetado) CAPÍTULO II
IV – valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Da Gestão Financeira
Sistema Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sis- Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de
tema Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada

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esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva
respectivos Conselhos de Saúde. proposta orçamentária.
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários § 2º É vedada a transferência de recursos para o financia-
do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos mento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto
da União, além de outras fontes, serão administrados pelo em situações emergenciais ou de calamidade pública, na
Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde. área de saúde.
§ 2º (Vetado). Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
§ 3º (Vetado). diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de saúde, em função das características epidemiológicas e da
seu sistema de auditoria, a conformidade à programação organização dos serviços em cada jurisdição administrativa.
aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções
Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não apli- e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde
cação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar com finalidade lucrativa.
as medidas previstas em lei.
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
da receita efetivamente arrecadada transferirão automatica-
mente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o crité- Art. 39. (Vetado).
rio do parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros § 1º (Vetado).
correspondentes às dotações consignadas no Orçamento da § 2º (Vetado).
Seguridade Social, a projetos e atividades a serem executados § 3º (Vetado).
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). § 4º (Vetado).
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros § 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do
da Seguridade Social será observada a mesma proporção da Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde
despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade (SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimônio
Social. da Seguridade Social.
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem trans- § 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão
feridos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos
a combinação dos seguintes critérios, segundo análise téc- e outros bens móveis e ficarão disponíveis para utilização
nica de programas e projetos: pelo órgão de direção municipal do Sistema Único de Saúde
I – perfil demográfico da região; - SUS ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja circunscri-
II – perfil epidemiológico da população a ser coberta; ção administrativa se encontrem, mediante simples termo
III – características quantitativas e qualitativas da rede de recebimento.
de saúde na área; § 7º (Vetado).
IV – desempenho técnico, econômico e financeiro no § 8º O acesso aos serviços de informática e bases de da-
período anterior; dos, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do
V – níveis de participação do setor saúde nos orçamentos Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às Secreta-
rias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos congêneres,
estaduais e municipais;
como suporte ao processo de gestão, de forma a permitir
VI – previsão do plano qüinqüenal de investimentos da
a gerencia informatizada das contas e a disseminação de
rede;
esta�sticas sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares.
VII – ressarcimento do atendimento a serviços prestados
Art. 40. (Vetado)
para outras esferas de governo.
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pio-
§ 1º (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de 2012)
neiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervi-
(Vide Lei nº 8.142, de 1990) sionadas pela direção nacional do Sistema Único de Saúde
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório (SUS), permanecerão como referencial de prestação de ser-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

processo de migração, os critérios demográficos menciona- viços, formação de recursos humanos e para transferência
dos nesta lei serão ponderados por outros indicadores de de tecnologia.
crescimento populacional, em especial o número de eleitores Art. 42. (Vetado).
registrados. Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica
§ 3º (Vetado). preservada nos serviços públicos contratados, ressalvando-se
§ 4º (Vetado). as cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos com
§ 5º (Vetado). as entidades privadas.
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a Art. 44. (Vetado).
atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem a Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários
aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de irre- e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS),
gularidades verificadas na gestão dos recursos transferidos. mediante convênio, preservada a sua autonomia adminis-
trativa, em relação ao patrimônio, aos recursos humanos e
CAPÍTULO III financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites confe-
Do Planejamento e do Orçamento ridos pelas instituições a que estejam vinculados.
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e mu-
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do nicipais de previdência social deverão integrar-se à direção
Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme
até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibili- seu âmbito de atuação, bem como quaisquer outros órgãos
zando-se as necessidades da política de saúde com a dispo- e serviços de saúde.
nibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, § 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os
dos Estados, do Distrito Federal e da União. serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em
programações de cada nível de direção do Sistema Único de convênio que, para esse fim, for firmado.

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Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente,
mecanismos de incentivos à participação do setor priva- por esta ou pelo Conselho de Saúde.
do no investimento em ciência e tecnologia e estimulará a § 2º O Conselho de Saúde, em caráter permanente e
transferência de tecnologia das universidades e institutos de deliberativo, órgão colegiado composto por representantes
pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e
e Municípios, e às empresas nacionais. usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os execução da política de saúde na instância correspondente,
níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas de-
(SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema nacional cisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente
de informações em saúde, integrado em todo o território constituído em cada esfera do governo.
nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de pres- § 3º O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Co-
tação de serviços. nass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de
Art. 48. (Vetado). Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional
Art. 49. (Vetado). de Saúde.
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Muni- § 4º A representação dos usuários nos Conselhos de Saú-
cípios, celebrados para implantação dos Sistemas Unificados de e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos
e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção demais segmentos.
que seu objeto for sendo absorvido pelo Sistema Único de § 5º As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde
Saúde (SUS). terão sua organização e normas de funcionamento definidas
Art. 51. (Vetado). em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
Art. 2º Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS)
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui
serão alocados como:
crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas
I – despesas de custeio e de capital do Ministério da
(Código Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros
Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e
do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades diversas
indireta;
das previstas nesta lei. II – investimentos previstos em lei orçamentária, de
Art. 53. (Vetado). iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso
Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as Nacional;
atividades de apoio à assistência à saúde são aquelas desen- III – investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do
volvidas pelos laboratórios de genética humana, produção Ministério da Saúde;
e fornecimento de medicamentos e produtos para saúde, IV – cobertura das ações e serviços de saúde a serem
laboratórios de analises clínicas, anatomia patológica e de implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
diagnóstico por imagem e são livres à participação direta ou Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste
indireta de empresas ou de capitais estrangeiros. (Incluído artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à
pela Lei nº 13.097, de 2015) cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. ações de saúde.
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro Art. 3º Os recursos referidos no inciso IV do art. 2º des-
de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais ta lei serão repassados de forma regular e automática para
disposições em contrário. os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com
os critérios previstos no art. 35 da Lei nº 8.080, de 19 de
Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência setembro de 1990.
e 102º da República. § 1º Enquanto não for regulamentada a aplicação dos
critérios previstos no art. 35 da Lei nº 8.080, de 19 de se-
FERNANDO COLLOR tembro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos,
Alceni Guerra exclusivamente o critério estabelecido no § 1º do mesmo

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


artigo. (Vide Lei nº 8.080, de 1990)
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990 § 2º Os recursos referidos neste artigo serão destinados,
pelo menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se
o restante aos Estados.
Dispõe sobre a participação da co-
§ 3º Os Municípios poderão estabelecer consórcio para
munidade na gestão do Sistema Único
execução de ações e serviços de saúde, remanejando, en-
de Saúde (SUS) e sobre as transferências
tre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2º
intergovernamentais de recursos financei- desta lei.
ros na área da saúde e dá outras provi- Art. 4º Para receberem os recursos, de que trata o art.
dências. 3º desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal
deverão contar com:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congres- I – Fundo de Saúde;
so Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: II – Conselho de Saúde, com composição paritária de
Art. 1º O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei acordo com o Decreto nº 99.438, de 7 de agosto de 1990;
nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera III – plano de saúde;
de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, IV – relatórios de gestão que permitam o controle de que
com as seguintes instâncias colegiadas: trata o § 4º do art. 33 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro
I – a Conferência de Saúde; e de 1990;
II – o Conselho de Saúde. V – contrapartida de recursos para a saúde no respectivo
§ 1º A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro orçamento;
anos com a representação dos vários segmentos sociais, para VI – Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos
avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a for- e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua
mulação da política de saúde nos níveis correspondentes, implantação.

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Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da
ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos assistência à saúde;
estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos VII – Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de
concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em
Estados ou pela União. razão de agravo ou de situação laboral, necessita de aten-
Art. 5º É o Ministério da Saúde, mediante portaria do dimento especial; e
Ministro de Estado, autorizado a estabelecer condições para VIII – Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento
aplicação desta lei. que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou
Art. 6º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medi-
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário. camentos e demais produtos apropriados, quando couber;
as posologias recomendadas; os mecanismos de controle
Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169º da Independência clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados
e 102º da República. terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.

FERNANDO COLLOR CAPÍTULO II


Alceni Guerra Da Organização do SUS

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011 Art. 3º O SUS é constituído pela conjugação das ações e
serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde exe-
Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de cutados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta,
setembro de 1990, para dispor sobre a mediante a participação complementar da iniciativa privada,
organização do Sistema Único de Saúde - sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada.
SUS, o planejamento da saúde, a assistên-
cia à saúde e a articulação interfederativa, Seção I
e dá outras providências. Das Regiões de Saúde

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado,
lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em em articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes
vista o disposto na Lei nº 8.080, 19 de setembro de 1990, gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite - CIT
DECRETA: a que se refere o inciso I do art. 30.
§ 1º Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interesta-
CAPÍTULO I duais, compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto
Das Disposições Preliminares dos respectivos Estados em articulação com os Municípios.
§ 2º A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de fronteira com outros países deverá respeitar as normas
de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do que regem as relações internacionais.
Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter,
assistência à saúde e a articulação interfederativa. no mínimo, ações e serviços de:
Art. 2º Para efeito deste Decreto, considera-se: I – atenção primária;
I – Região de Saúde - espaço geográfico con�nuo cons- II – urgência e emergência;
tituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimi- III – atenção psicossocial;
tado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais IV – atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes V – vigilância em saúde.
Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde ob-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

compartilhados, com a finalidade de integrar a organização,


o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde; servará cronograma pactuado nas Comissões Intergestores.
II – Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - Art. 6º As Regiões de Saúde serão referência para as
acordo de colaboração firmado entre entes federativos com transferências de recursos entre os entes federativos.
a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão compre-
saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição endidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias
de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comis-
de avaliação de desempenho, recursos financeiros que se- sões Intergestores .
rão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguin-
execução e demais elementos necessários à implementação tes elementos em relação às Regiões de Saúde:
integrada das ações e serviços de saúde; I – seus limites geográficos;
III – Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial II – população usuária das ações e serviços;
à saúde do usuário no SUS; III – rol de ações e serviços que serão ofertados; e
IV – Comissões Intergestores - instâncias de pactuação IV – respectivas responsabilidades, critérios de acessibi-
consensual entre os entes federativos para definição das lidade e escala para conformação dos serviços.
regras da gestão compartilhada do SUS;
V – Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição Seção II
de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofer- Da Hierarquização
tados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a
capacidade instalada existente, os investimentos e o desem- Art. 8º O acesso universal, igualitário e ordenado às ações
penho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema; e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e
VI – Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo
serviços de saúde articulados em níveis de complexidade com a complexidade do serviço.

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Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos serviços de da organização de serviços nos entes federativos e nas Re-
saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços: giões de Saúde.
I – de atenção primária; Art. 16. No planejamento devem ser considerados os
II – de atenção de urgência e emergência; serviços e as ações prestados pela iniciativa privada, de forma
III – de atenção psicossocial; e complementar ou não ao SUS, os quais deverão compor os
IV – especiais de acesso aberto. Mapas da Saúde regional, estadual e nacional.
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acor- Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identifica-
do com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes ção das necessidades de saúde e orientará o planejamento
federativos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e integrado dos entes federativos, contribuindo para o esta-
serviços de saúde, considerando as características da Região belecimento de metas de saúde.
de Saúde. Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual
Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambula- deve ser realizado de maneira regionalizada, a partir das ne-
toriais especializados, entre outros de maior complexidade cessidades dos Municípios, considerando o estabelecimento
e densidade tecnológica, serão referenciados pelas Portas de metas de saúde.
de Entrada de que trata o art. 9º . Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos de que trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do proces-
serviços de saúde será ordenado pela atenção primária e so e os prazos do planejamento municipal em consonância
deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco indivi- com os planejamentos estadual e nacional.
dual e coletivo e no critério cronológico, observadas as es-
pecificidades previstas para pessoas com proteção especial, CAPÍTULO IV
conforme legislação vigente. Da Assistência à Saúde
Parágrafo único. A população indígena contará com re-
gramentos diferenciados de acesso, compa�veis com suas Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia
especificidades e com a necessidade de assistência integral e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante refe-
à sua saúde, de acordo com disposições do Ministério da renciamento do usuário na rede regional e interestadual,
Saúde. conforme pactuado nas Comissões Intergestores.
Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do
cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos ser- Seção I
viços, hospitais e em outras unidades integrantes da rede de
Da Relação Nacional de Ações e
atenção da respectiva região.
Serviços de Saúde - RENASES
Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão
as regras de continuidade do acesso às ações e aos serviços
Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saú-
de saúde na respectiva área de atuação.
de - RENASES compreende todas as ações e serviços que o
Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal,
SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade
igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS,
caberá aos entes federativos, além de outras atribuições que da assistência à saúde.
venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores: Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES
I – garantir a transparência, a integralidade e a equidade em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela
no acesso às ações e aos serviços de saúde; CIT.
II – orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde
de saúde; consolidará e publicará as atualizações da RENASES.
III – monitorar o acesso às ações e aos serviços de saú- Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
de; e cípios pactuarão nas respectivas Comissões Intergestores as
IV – ofertar regionalmente as ações e os serviços de suas responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços
constantes da RENASES.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


saúde.
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
diretrizes, procedimentos e demais medidas que auxiliem os poderão adotar relações específicas e complementares de
entes federativos no cumprimento das atribuições previstas ações e serviços de saúde, em consonância com a RENA-
no art. 13. SES, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo seu
financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões
CAPÍTULO III Intergestores.
Do Planejamento da Saúde
Seção II
Art. 15. O processo de planejamento da saúde será as- Da Relação Nacional de Medicamentos
cendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos Essenciais - RENAME
os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as
necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
de recursos financeiros. - RENAME compreende a seleção e a padronização de me-
§ 1º O planejamento da saúde é obrigatório para os entes dicamentos indicados para atendimento de doenças ou de
públicos e será indutor de políticas para a iniciativa privada. agravos no âmbito do SUS.
§ 2º A compatibilização de que trata o caput será efetua- Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do For-
da no âmbito dos planos de saúde, os quais serão resultado mulário Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará a prescri-
do planejamento integrado dos entes federativos, e deverão ção, a dispensação e o uso dos seus medicamentos.
conter metas de saúde. Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para
§ 3º O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as di- dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes
retrizes a serem observadas na elaboração dos planos de Terapêuticas em âmbito nacional, observadas as diretrizes
saúde, de acordo com as características epidemiológicas e pactuadas pela CIT.

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Parágrafo único. O Ministério da Saúde consolidará e Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, pelo Conselho
publicará as atualizações: (Redação dada pelo Decreto nº Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS
11.161, de 2022) Vigência e pelo Conselho Estadual de Secretarias Municipais de Saú-
I – da RENAME, a cada dois anos, e disponibilizará, nesse de - COSEMS.
prazo, a lista de tecnologias incorporadas, excluídas e altera- Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão:
das pela CONITEC e com a responsabilidade de financiamento I – aspectos operacionais, financeiros e administrativos
pactuada de forma tripartite, até que haja a consolidação da gestão compartilhada do SUS, de acordo com a definição
da referida lista; (Incluído pelo Decreto nº 11.161, de 2022) da política de saúde dos entes federativos, consubstancia-
Vigência da nos seus planos de saúde, aprovados pelos respectivos
II – do FTN, à medida que sejam identificadas novas evi- conselhos de saúde;
dências sobre as tecnologias constantes na RENAME vigente; II – diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração
e (Incluído pelo Decreto nº 11.161, de 2022) Vigência de limites geográficos, referência e contrarreferência e de-
III – de protocolos clínicos ou de diretrizes terapêuticas, mais aspectos vinculados à integração das ações e serviços
quando da incorporação, alteração ou exclusão de tecno- de saúde entre os entes federativos;
logias em saúde no SUS e da existência de novos estudos e III – diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e
evidências cien�ficas identificados a partir de revisões peri- interestadual, a respeito da organização das redes de atenção
ódicas da literatura relacionada aos seus objetos. (Incluído à saúde, principalmente no tocante à gestão institucional
pelo Decreto nº 11.161, de 2022) Vigência e à integração das ações e serviços dos entes federativos;
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município po- IV – responsabilidades dos entes federativos na Rede de
derão adotar relações específicas e complementares de Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e
medicamentos, em consonância com a RENAME, respeita- seu desenvolvimento econômico-financeiro, estabelecendo
das as responsabilidades dos entes pelo financiamento de as responsabilidades individuais e as solidárias; e
medicamentos, de acordo com o pactuado nas Comissões V – referências das regiões intraestaduais e interestaduais
Intergestores. de atenção à saúde para o atendimento da integralidade da
Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência far- assistência.
macêutica pressupõe, cumulativamente: Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT
I – estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde a pactuação:
do SUS; I – das diretrizes gerais para a composição da RENASES;
II – ter o medicamento sido prescrito por profissional de II – dos critérios para o planejamento integrado das ações
saúde, no exercício regular de suas funções no SUS; e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão do com-
III – estar a prescrição em conformidade com a RENAME partilhamento da gestão; e
e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a III – das diretrizes nacionais, do financiamento e das
relação específica complementar estadual, distrital ou mu- questões operacionais das Regiões de Saúde situadas em
nicipal de medicamentos; e fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os casos,
IV – ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas as normas que regem as relações internacionais.
pela direção do SUS.
§ 1º Os entes federativos poderão ampliar o acesso do Seção II
usuário à assistência farmacêutica, desde que questões de Do Contrato Organiza�vo da Ação Pública da Saúde
saúde pública o justifiquem.
§ 2º O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federa-
diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter espe- tivos para a organização da rede interfederativa de atenção
cializado. à saúde será firmado por meio de Contrato Organizativo da
Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar Ação Pública da Saúde.
estadual, distrital ou municipal de medicamentos somente Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Públi-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

poderão conter produtos com registro na Agência Nacional ca da Saúde é a organização e a integração das ações e dos
de Vigilância Sanitária - ANVISA. serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes federa-
tivos em uma Região de Saúde, com a finalidade de garantir
CAPÍTULO V a integralidade da assistência aos usuários.
Da Ar�culação Interfedera�va Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pública
da Saúde resultará da integração dos planos de saúde dos
Seção I entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo como
Das Comissões Intergestores fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT.
Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saú-
Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a orga- de definirá as responsabilidades individuais e solidárias dos
nização e o funcionamento das ações e serviços de saúde entes federativos com relação às ações e serviços de saúde,
integrados em redes de atenção à saúde, sendo: os indicadores e as metas de saúde, os critérios de avaliação
I – a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da de desempenho, os recursos financeiros que serão disponi-
Saúde para efeitos administrativos e operacionais; bilizados, a forma de controle e fiscalização da sua execução
II – a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria e demais elementos necessários à implementação integrada
Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacio- das ações e serviços de saúde.
nais; e § 1º O Ministério da Saúde definirá indicadores nacionais
III – a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbi- de garantia de acesso às ações e aos serviços de saúde no
to regional, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para âmbito do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas pelo Plano
efeitos administrativos e operacionais, devendo observar as Nacional de Saúde.
diretrizes da CIB. § 2º O desempenho aferido a partir dos indicadores na-
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores pú- cionais de garantia de acesso servirá como parâmetro para
blicos de saúde poderão ser representados pelo Conselho avaliação do desempenho da prestação das ações e dos ser-

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viços definidos no Contrato Organizativo de Ação Pública de CAPÍTULO VI
Saúde em todas as Regiões de Saúde, considerando-se as Das Disposições Finais
especificidades municipais, regionais e estaduais.
Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saú- Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o
de conterá as seguintes disposições essenciais: Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle interno
I – identificação das necessidades de saúde locais e re- e externo:
gionais; I – o descumprimento injustificado de responsabilidades
II – oferta de ações e serviços de vigilância em saúde, na prestação de ações e serviços de saúde e de outras obri-
promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito re- gações previstas neste Decreto;
gional e inter-regional; II – a não apresentação do Relatório de Gestão a que se
III – responsabilidades assumidas pelos entes federativos refere o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990 ;
perante a população no processo de regionalização, as quais III – a não aplicação, malversação ou desvio de recursos
serão estabelecidas de forma individualizada, de acordo com financeiros; e
o perfil, a organização e a capacidade de prestação das ações IV – outros atos de natureza ilícita de que tiver conhe-
e dos serviços de cada ente federativo da Região de Saúde; cimento.
IV – indicadores e metas de saúde; Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as
V – estratégias para a melhoria das ações e serviços de ações e serviços de saúde que na data da publicação deste
saúde; Decreto são ofertados pelo SUS à população, por meio dos
VI – critérios de avaliação dos resultados e forma de mo- entes federados, de forma direta ou indireta.
nitoramento permanente; Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
VII – adequação das ações e dos serviços dos entes fe- diretrizes de que trata o § 3º do art. 15 no prazo de cento e
derativos em relação às atualizações realizadas na RENASES; oitenta dias a partir da publicação deste Decreto.
VIII – investimentos na rede de serviços e as respectivas Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua pu-
responsabilidades; e blicação.
IX – recursos financeiros que serão disponibilizados por
cada um dos par�cipes para sua execução. Brasília, 28 de junho de 2011; 190º da Independência e
Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir 123º da República.
formas de incentivo ao cumprimento das metas de saúde e
à melhoria das ações e serviços de saúde. DILMA ROUSSEFF
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de Alexandre Rocha Santos Padilha
Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para fins de
garantia da gestão participativa:
I – estabelecimento de estratégias que incorporem a ava-
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO HOSPI-
liação do usuário das ações e dos serviços, como ferramenta TALAR
de sua melhoria;
II – apuração permanente das necessidades e interesses A assistência hospitalar no Sistema Único de Saúde (SUS)
do usuário; e é organizada a partir das necessidades da população, a fim
III – publicidade dos direitos e deveres do usuário na saú- de garantir o atendimento aos usuários, com apoio de uma
de em todas as unidades de saúde do SUS, inclusive nas uni- equipe multiprofissional, que atua no cuidado e na regula-
dades privadas que dele participem de forma complementar. ção do acesso, na qualidade da assistência prestada e na
Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será segurança do paciente.
fator determinante para o estabelecimento das metas de De forma integrada aos demais pontos de atenção da
saúde previstas no Contrato Organizativo de Ação Pública Rede de Atenção à Saúde (RAS) e com outras políticas inter-
de Saúde. setoriais, a Assistência tem como objetivo garantir resoluti-

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato vidade da atenção e continuidade do cuidado, assegurando
Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados pelo a equidade e a transparência, sempre de forma pactuada
CIT, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual coordenar a sua com os Colegiados do SUS.
implementação. A Política Nacional de Atenção Hospitalar resultou da
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do necessidade de reorganizar e qualificar a atenção hospitalar
SUS, por meio de serviço especializado, fará o controle e a fis- no âmbito do SUS.
calização do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde. A Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no
§ 1º O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do âmbito do SUS está instituída na Portaria de Consolidação nº
art. 4º da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, conterá 2, de 28/07/2017, que ins�tuiu a Consolidação das normas
seção específica relativa aos compromissos assumidos no sobre as polí�cas nacionais de saúde do Sistema Único de
âmbito do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde. Saúde, Capítulo II - Das Polí�cas de Organização da Atenção
§ 2º O disposto neste artigo será implementado em con- à Saúde, Seção I - Das Políticas Gerais de Organização da
formidade com as demais formas de controle e fiscalização Atenção à Saúde, Art. 6º - inciso IV, Anexo XXIV (pag. 142
previstas em Lei. à 145), estabelecendo as diretrizes para a organização do
Art. 41. Aos par�cipes caberá monitorar e avaliar a exe- componente hospitalar da Rede de Atenção à Saúde (RAS).
cução do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde, A Polí�ca Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP),
em relação ao cumprimento das metas estabelecidas, ao instituída por meio da Portaria de Consolidação n.º 2, de 28
seu desempenho e à aplicação dos recursos disponibilizados. de setembro de 2017, em seu art. 6º, inciso IV, define e re-
Parágrafo único. Os par�cipes incluirão dados sobre o comenda a criação do Núcleo Interno de Regulação (NIR) nos
Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde no sistema hospitais, de forma a realizar a interface com as Centrais de
de informações em saúde organizado pelo Ministério da Regulação, delinear o perfil de complexidade da assistência
Saúde e os encaminhará ao respectivo Conselho de Saúde no âmbito do SUS, bem como permitir o acesso de forma
para monitoramento. organizada e por meio do estabelecimento de critérios de

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gravidade e disponibilizar o acesso ambulatorial, hospitalar, 13. Subsidia a direção do hospital para a tomada de de-
de serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, além de cri- cisão internamente;
térios pré-estabelecidos, como protocolos que deverão ser 14. Colabora tecnicamente, com dados de monitoramen-
instituídos em conjunto pelo NIR e a gestão da Regulação, to na proposição e atualização de protocolos de diretrizes
além de permitir a busca por vagas de internação e apoio clínicas e terapêuticas e administrativos.
diagnóstico/ terapêutico fora do próprio estabelecimento No geral, as estruturas hospitalares têm mantido, muito
para os pacientes que requeiram serviços não disponíveis, alto, o tempo médio de permanência em suas enfermarias,
sempre que necessário, conforme pactuação na Rede de traduzindo-se em um excedente de usuários que fica repre-
Atenção à Saúde (RAS).
sado nas emergências, causando também elevadas médias
O NIR é uma unidade técnico-administrativaque realiza
de permanência nesses locais, que por falta de estrutura ou
o monitoramento do paciente, a partir de seu ingresso no
mesmo por terem sua capacidade instalada suplantada tem
hospital, sua movimentação interna e externa até a alta hos-
que ficar mal acomodados, ou em situações de improviso e
pitalar. É uma estrutura ligada diretamente à direção geral do precariedade.
hospital e deve ser legitimada, com papel e função definidos. A melhora de indicadores, como a Média de Permanên-
É oportuno apresentar um modelo que subsidie o gestor cia, leva em conta a necessidade de adequação e/ou aprimo-
hospitalar a implantar o (NIR) para apoio a realização da ramento das unidades de saúde em relação a todos os fatores
gestão de leitos e interface com a regulação de acesso por apontados acima. Mas como só está na governabilidade do
meio, da elaboração de diretrizes que norteiem os gestores hospital temas internos a instituição é necessário que seja
na implantação e/ou implementação do NIR e orientação feito uma reavaliação dos processos da rede de atenção à
para constituição da equipe do NIR. saúde como um todo.
A implantação e/ou implementação do NIR deve ser en- Nessa perspectiva, é importante um olhar para dentro
tendida como projeto importante e permanente dentro do da instituição com vistas a diminuição das médias de perma-
planejamento estratégico das unidades hospitalares, tendo nência e adoção de processo de cuidado pautado na gestão
em vista que os hospitais são instituições complexas e com da clínica e na pactuação com as equipes do hospital e dos
rotinas e culturas organizacionais que necessitam ser apri- serviços de apoio, no sentido de mobilizar e viabilizar os
moradas para melhorar qualidade da assistência prestada acordos internos.
aos usuários do SUS. Um ponto muito relevante para a gestão de vagas é a
necessidade de compatibilização da demanda com os recur-
O NIR possui as seguintes funções: sos disponíveis no serviço, por meio da definição de perfil e
1. Permite o conhecimento da necessidade de leitos, por identificação da carteira de serviços ofertada pela instituição.
especialidades e patologias; Dentre as estratégias importantes estão a definição de
2. Subsidia discussões tanto internas, como externas (na um responsável pela coordenação do Projeto Terapêutico
rede de atenção à saúde), que permitam o planejamento da tanto nos setores de emergência, como também em outros
ampliação e/ou readequação do perfil de leitos hospitalares setores, uma vez que uma unidade é reflexo da outra em
ofertados; sequência.
3. Otimiza a utilização dos leitos hospitalares, para redu- Como já ocorre nas Unidades de Terapia Intensiva, onde
ção da Taxa de Ocupação, Tempo Médio de Permanência, nos a condução do projeto terapêutico cabe ao intensivista, no
diversos setores do hospital, além de ampliar o acesso aos ambiente da emergência também se propõe que seja dada,
leitos, tanto no âmbito intra-hospitalar, quanto para outros ao coordenador clínico do setor, a função de coordenar esse
serviços disponibilizados pela RAS; processo, sendo o especialista incorporado à equipe terapêu-
4. Promove o uso dinâmico dos leitos hospitalares, por tica, mas sob a coordenação de um profissional emergencista
meio do aumento de rotatividade e monitoramento das ati- ou clínico que trabalha em escala horizontal acompanhando
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

vidades de gestão da clínica desempenhadas pelas equipes diariamente a situação dos usuários e apoiando as decisões
assistenciais; de conduta de forma linear.
5. Permite e aprimora a interface entre a gestão interna Também é fundamental a pactuação de protocolos entre
hospitalar e a regulação; os profissionais da equipe de forma multiprofissional, a fim
6. Qualifica os fluxos de acesso aos serviços e as infor- de padronizar a metodologia de investigação diagnóstica e
mações no ambiente hospitalar; das condutas terapêuticas em todos os setores da unida-
7. Otimiza os recursos existentes e aponta necessidades de hospitalar, o que diminui gastos desnecessários, evita a
de incorporação de tecnologias no âmbito hospitalar; duplicação ou superposição de exames, proporciona mais
8. Promove a permanente articulação do conjunto das agilidade ao tratamento, previne a substituição precoce de
especialidades clínicas e cirúrgicas, bem como das equipes drogas e diminui a ocorrência de complicações evitáveis e
multiprofissionais garantindo a integralidade do cuidado, no iatrogenias nos pacientes.
âmbito intra-hospitalar; Outro ponto crucial na diminuição da permanência re-
9. Aprimora e apoia o processo integral do cuidado ao fere-se à agilidade nas respostas aos exames subsidiários
usuário dos serviços hospitalares visando o atendimento ao diagnóstico. Assim, pactuações com os serviços de apoio
mais adequado às suas necessidades; diagnóstico para a priorização e hierarquização dos exames
10. Apoia as equipes na definição de critérios para in- da emergência, assim como da UTI, são fundamentais para
ternação e alta; esse processo.
11. Fornece subsídios às Coordenações Assistenciais para É muito importante a possibilidade de tornar os proces-
que façam o gerenciamento dos leitos, sinalizando contingên- sos informatizados, por meio de prontuários eletrônicos e a
cias locais que possam comprometer a assistência; disponibilização, na rede interna, dos resultados de exames,
12. Estimula o Cuidado Horizontal dentro da instituição; o que garante agilidade e redução de custos.

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É necessário que a equipe do NIR assegure e tenha o Considerando a Portaria nº 1.559/GM/MS, de 1º de agos-
papel de intermediadora da boa comunicação, além de me- to de 2008, que institui a Política Nacional de Regulação do
diar conflitos e diminuir riscos de ruídos entre os setores SUS;
do hospital. A boa relação entre os setores torna mais fácil Considerando a Portaria nº 4.279/GM/MS, de 30 de de-
e deixa mais clara a definição de critérios de acesso a estas zembro de 2010, que estabelece diretrizes para a organização
áreas e diminui a disputa por recursos, muitas vezes escassos. da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do SUS;
No caso da gestão de leitos realizada pelo NIR em con- Considerando a Portaria nº 1.459/GM/MS, de 24 de ju-
junto com as demais equipes da unidade hospitalar, a viabi- nho de 2011, que institui no âmbito do SUS a Rede Cegonha;
lização das ações propostas para a diminuição das médias de Considerando a Portaria nº 1.600/GM/MS, de 7 de julho
permanência, aumento da rotatividade e diminuição da su- de 2011, que reformula a Política Nacional de Atenção às
perlotação, tanto no setor de Urgência e Emergência, quanto Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no SUS;
nos outros setores do hospital, precede da implementação Considerando a Portaria nº 1.970/GM/MS, de 16 de agos-
de algumas “ferramentas tecnológicas”, do campo da gestão to de 2011, que dispõe sobre o processo de Certificação das
da clínica e que serão sugeridas no manual. Entidades
Em face ao exposto, fica evidente que as atividades de- Beneficentes de Assistência Social na área da Saúde
senvolvidas pelo NIR favorecem a melhoria dos processos (CEBAS-SAÚDE);
institucionais, a racionalização dos recursos, de acordo com Considerando a Portaria nº 2.395/GM/MS, de 11 de ou-
a capacidade instalada, propicia o aumento da rotatividade tubro de 2011, que organiza o Componente Hospitalar da
dos leitos na unidade hospitalar com consequente ampliação Rede de Atenção às Urgências no âmbito do SUS;
do acesso, além de promover práticas assistenciais seguras, Considerando a Portaria nº 2.488/GM/MS, de 21 de outu-
mediante a utilização de protocolos clínicos e instrumentos bro de 2011, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica
de boas práticas para elevar a qualidade do atendimento (PNAB), estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para
prestado ao usuário. a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde
Portanto, o NIR deve estar empoderado e legitimado de da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de
preferência como uma instância colegiada ligada diretamente Saúde (PACS);
à direção do hospital. Considerando a Portaria nº 3.088/GM/MS, de 23 de de-
zembro de 2011, que institui a Rede de Atenção Psicossocial
PORTARIA Nº 3.390, DE 30 DE DEZEMBRO para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com
DE 2013 necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras
drogas, no âmbito do SUS;
Institui a Política Nacional de Aten- Considerando a Portaria nº 793/GM/MS, de 24 de abril
ção Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do de 2012, que institui a Rede de Cuidados a Pessoa com De-
Sistema Único de Saúde (SUS), estabele- ficiência no âmbito do SUS;
cendo- se as diretrizes para a organiza- Considerando a Portaria nº 841/GM/MS, de 2 de maio
ção do componente hospitalar da Rede de 2012, que publica a Relação Nacional de Ações e Serviços
de Atenção à Saúde (RAS). de Saúde (RENASES) no âmbito do SUS;
Considerando a Portaria nº 252/GM/MS, de 19 de feve-
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribui- reiro de 2013, que institui a Rede de Atenção à Saúde das
ções que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do SUS;
art. 87 da Constituição, e Considerando a Portaria nº 529/GM/MS, de 1º de abril
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, de 2013, que institui o Programa Nacional de Segurança do
que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção Paciente (PNSP);

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento Considerando a Portaria nº 963/GM/MS, de 27 de maio
dos serviços correspondentes; de 2013, que redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do
Considerando a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, SUS;
que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Considerando a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC)
Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências in- nº 63/ANVISA, de 25 de novembro de 2011, que dispõe sobre
tergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde; os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os
Considerando a Lei nº 12.101, de 27 de novembro de Serviços de Saúde; e
2009, que dispõe sobre a certificação das entidades bene- Considerando a necessidade de reorganizar e qualificar
ficentes de assistência social; regula os procedimentos de a atenção hospitalar no âmbito do SUS, resolve:
isenção de contribuições para a seguridade social;
Considerando o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de CAPÍTULO I
2011, que Regulamenta a Lei nº 8.080, de 1990, para dispor Das Disposições Gerais
sobre a organização do SUS, o planejamento da saúde, a
assistência à saúde e a articulação interfederativa; Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Atenção
Considerando o Decreto nº 7.646, de 21 de dezembro de Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do Sistema Único de Saúde
2011, que dispõe sobre a Comissão Nacional de Incorporação (SUS), estabelecendo-se as diretrizes para a organização do
de Tecnologias no SUS e sobre o processo administrativo componente hospitalar na Rede de Atenção à Saúde (RAS).
para incorporação, exclusão e alteração de tecnologias em Art. 2º As disposições desta Portaria se aplicam a todos os
saúde pelo SUS; hospitais, públicos ou privados, que prestem ações e serviços
Considerando a Portaria nº 1.097/GM/MS, de 22 de maio de saúde no âmbito do SUS.
de 2006, que define o processo da Programação Pactuada e Art. 3º Os hospitais são instituição complexas, com densi-
Integrada da Assistência à Saúde no âmbito do SUS; dade tecnológica especifica, de caráter multiprofissional e in-

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terdisciplinar, responsável pela assistência aos usuários com e auditoria, envolvendo as macro-funções de formulação de
condições agudas ou crônicas, que apresentem potencial de políticas/planejamento, financiamento, coordenação, regula-
instabilização e de complicações de seu estado de saúde, ção, controle e avaliação do sistema/redes e dos prestadores
exigindo-se assistência con�nua em regime de internação e públicos ou privados e prestação direta de serviços de saúde;
ações que abrangem a promoção da saúde, a prevenção de X – gestão da clínica: práticas assistenciais e gerenciais
agravos, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação. desenvolvidas a partir da carcterização do perfil dos usuá-
Art. 4º Os hospitais que prestam ações e serviços no rios por meio da gestão de leitos, co-responsabilização das
âmbito do SUS constituem-se como um ponto ou conjunto equipes e avaliação de indicadores assistenciais;
de pontos de atenção, cuja missão e perfil assistencial devem XI – gerenciamento de leitos: dispositivo para otimização
ser definidos conforme o perfil demográfico e epidemioló- da utilização dos leitos, aumentando a rotatividade dentro
gico da população e de acordo com o desenho da RAS loco- de critérios técnicos, visando diminuir o tempo de internação
-regional, vinculados a uma população de referência com desnecessário e abrir novas vagas para demandas represadas;
base territorial definida, com acesso regulado e atendimento XII – horizontalização do cuidado: a forma de organização
por demanda referenciada e/ou espontânea. do trabalho em saúde, na qual existe uma equipe multipro-
§ 1º Os hospitais, enquanto integrantes da RAS, atuarão fissional de referência que atua diariamente no serviço, em
de forma articulada à Atenção Básica de Saúde, que tem a contraposição à forma de organização do trabalho em que os
função de coordenadora do cuidado e ordenadora da RAS, profissionais têm uma carga horária distribuída por plantão;
de acordo com a Portaria nº 2.488/GM/MS, de 21 de outu- XIII – linha de cuidado: a estratégia de organização da
bro de 2011, que aprovou a Política Nacional de Atenção atenção que viabiliza a integralidade da assistência, por meio
Básica (PNAB). de um conjunto de saberes, tecnologias e recursos necessá-
§ 2º Os hospitais, além da assistência, constituem-se, ain- rios ao enfrentamento de riscos, agravos ou demais condi-
da, em espaços de educação, formação de recursos humanos, ções específicas do ciclo de vida ou outro critério sanitário a
pesquisa e avaliação de tecnologias em saúde para a RAS. serem ofertados de forma oportuna, articulada e con�nua,
Art. 5º Para efeito desta Portaria, considera-se: abrangendo os campos da promoção, prevenção, tratamento
I – acessibilidade hospitalar: a condição para utilização e reabilitação;
com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, XIV – Núcleo Interno de Regulação (NIR): constitui a inter-
mobiliários e equipamentos do hospital por uma pessoa com face com as Centrais de Regulação para delinear o perfil de
de?ciência ou com mobilidade reduzida; complexidade da assistência que sua instituição representa
II – acolhimento: a escuta ética e adequada das necessi- no âmbito do SUS e disponibilizar consultas ambulatoriais,
dades de saúde do usuário no momento de procura ao servi- serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, além dos leitos
ço de saúde e na prestação de cuidados com a finalidade de de internação, segundo critérios pré-estabelecidos para o
atender à demanda com resolutividade e responsabilidade; atendimento, além de buscar vagas de internação e apoio
III – apoio matricial: o suporte técnico especializado que diagnóstico e terapêutico fora do hospital para os pacientes
é ofertado a uma equipe interdisciplinar de saúde a fim de internados, quando necessário;
ampliar seu campo de atuação e qualificar suas ações, inver- XV – Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar (NAQH):
tendo a lógica da fragmentação dos saberes; Núcleo composto por profissionais das diversas áreas do hos-
IV – auditoria clínica: a análise crítica e sistemática da pital cuja finalidade é a garantia da qualidade da gestão do
qualidade de atenção à saúde prestada no hospital, incluin- serviço de urgência e emergência e dos leitos de retaguarda
do-se os procedimentos usados para o diagnóstico e o tra- às urgências na forma da Portaria nº 2.395/GM/MS, de 11
tamento, uso dos recursos e os resultados para os usuários; de outubro de 2011;
V – classificação de risco: protocolo pré-estabelecido, XVI – modelo de atenção: forma como é organizado o
com a finalidade de dar agilidade ao atendimento a partir da sistema de saúde a partir da compreensão do processo de
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

análise do grau de necessidade do usuário, proporcionando saúde e doença, do modo como se organiza a oferta de ser-
atenção centrada no nível de complexidade e não na ordem viços e suas formas de intervenção por meio dos modelos
de chegada; de práticas profissionais e institucionais estruturadas para
VI – clínica ampliada: dispositivo de atenção à saúde, cen- o atendimento de necessidades individuais e coletivas, es-
trado nas necessidades de cada usuário e no seu contexto, pecíficas para um determinado contexto histórico e social;
articulando um conjunto de práticas capazes de potencializar XVII – Plano Terapêutico: plano de cuidado de cada pa-
a capacidade de atuação dos profissionais por meio da im- ciente, resultado da discussão da equipe multiprofissional,
plantação das equipes de referência, construção de vínculo com o objetivo de avaliar ou reavaliar diagnósticos e riscos,
e elaboração de projetos terapêuticos compartilhados com redefinindo as linhas de intervenção terapêutica dos profis-
os usuários, buscando ampliar os recursos de intervenção sionais envolvidos no cuidado.
sobre o processo saúde/doença; XVIII – ponto de atenção: espaços onde se ofertam de-
VII – diretrizes terapêuticas: recomendações desenvol- terminados serviços de saúde, por meio de uma produção
vidas de modo sistemático para auxiliar os profissionais de singular, como uma unidade ambulatorial especializada, uma
saúde e usuários no momento da tomada de decisões acerca unidade de atenção domiciliar, uma unidade de atenção pa-
de circunstâncias clínicas específicas; liativa, etc.;
VIII – gerência: administração de uma unidade ou órgão XIX – prontuário único: o conjunto de documentos em
de saúde, tais como ambulatório, hospital, instituto e funda- saúde padronizados e ordenados, destinado ao registro dos
ção, que se caracteriza como prestador de serviços do SUS; cuidados que foram prestados aos usuários por todos os
IX – gestão: atividade e responsabilidade de comandar profissionais de saúde;
um sistema de saúde municipal, distrital, estadual ou nacio- XX – Portas Hospitalares de Urgência e Emergência: ser-
nal, exercendo as funções de coordenação, articulação, nego- viços instalados em uma unidade hospitalar para prestar
ciação, planejamento, acompanhamento, controle, avaliação atendimento ininterrupto ao conjunto de demandas espon-

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tâneas e referenciadas de urgências e emergências clínicas, VI – Responsabilidades das Esferas de Gestão.
pediátricas, obstétricas, cirúrgicas e/ou traumatológicas, etc.
XXI – protocolo clínico: documento que normaliza um Seção I
padrão de atendimento a determinada patologia ou condi- Do Eixo de Assistência Hospitalar
ção clínica, identificando as ações de prevenção, diagnóstico,
tratamento e reabilitação; Art. 8º A assistência hospitalar no SUS será organizada a
XXII – RAS: malha que integra os diversos pontos de aten- partir das necessidades da população, com a finalidade de
ção em determinado território, organizando-os sistematica- garantir o atendimento aos usuários, baseado em equipe
mente para que os diferentes níveis e densidades tecnológi- multiprofissional, na horizontalização do cuidado, na orga-
cas estejam articulados e adequados de forma regulada para nização de linhas de cuidado e na regulação do acesso.
o atendimento ao usuário; e Art. 9º A atenção hospitalar atuará de forma integrada
XXIII – visita aberta: o acesso dos visitantes às unidades aos demais pontos de atenção da RAS e com outras politicas
de internação em qualquer tempo, desde que negociado pre- de forma intersetorial, mediadas pelo gestor, para garantir
viamente entre usuário, profissionais, gestores e visitantes, resolutividade da atenção e continuidade do cuidado.
de forma a garantir o elo entre o usuário e sua rede social Art. 10. O acesso à atenção hospitalar será realizado de
de apoio. forma regulada, a partir de demanda referenciada e/ou es-
pontânea, assegurando a equidade e a transparência, com
CAPÍTULO II priorização por meio de critérios que avaliem riscos e vul-
Das Diretrizes nerabilidades.
§ 1º O acesso à atenção hospitalar será organizado em
Art. 6º São diretrizes da PNHOSP: consonancia com as diretrizes da Relação Nacional de Ações
I – garantia de universalidade de acesso, equidade e in- e Serviços de Saúde (RENASES) e da Política Nacional de
tegralidade na atenção hospitalar; Regulação, de forma pactuada na Comissão Intergestores
II – regionalização da atenção hospitalar, com abran- Bipartite (CIB) ou Comissão Intergestores Regional (CIR),
gência territorial e populacional, em consonância com as quando houver.
pactuações regionais; § 2º As Portas Hospitalares de Urgência e Emergência
III – continuidade do cuidado por meio da articulação do deverão implementar acolhimento e protocolo de classifi-
hospital com os demais pontos de atenção da RAS; cação de risco e vulnerabilidades específicas.
IV – modelo de atenção centrado no cuidado ao usuário, § 3º A equipe de saúde será integralmente responsável
de forma multiprofissional e interdisciplinar; pelo usuário a partir do momento de sua chegada, devendo
V – acesso regulado de acordo com o estabelecido na proporcionar um atendimento acolhedor e que respeite as
Política Nacional de Regulação do SUS; especificidades socioculturais.
VI – atenção humanizada em consonância com a Política Art. 11. O modelo de atenção hospitalar contemplará um
Nacional de Humanização; conjunto de dispositivos de cuidado que assegure o acesso,
VII – gestão de tecnologia em saúde de acordo com a a qualidade da assistência e a segurança do paciente.
Política Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS; § 1º A clínica ampliada e a gestão da clínica serão a base
VIII – garantia da qualidade da atenção hospitalar e se- do cuidado, com a implementação de equipes multiprofis-
gurança do paciente; sionais de referência, de forma a assegurar o vínculo entre
IX – garantia da efetividade dos serviços, com racionaliza- a equipe, o usuário e os familiares, com a garantia de visita
ção da utilização dos recursos, respeitando as especificidades aberta com a presença do acompanhante e com a valorização
regionais; de fatores subjetivos e sociais.
X – financiamento tripartite pactuado entre as três es- § 2º As equipes multiprofissionais de referência serão a

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


feras de gestão; estrutura nuclear dos serviços de saúde do hospital e serão
XI – garantia da atenção à saúde indígena, organizada formadas por profissionais de diferentes áreas e saberes,
de acordo com as necessidades regionais, respeitando-se que irão compartilhar informações e decisões de forma ho-
as especificidades socioculturais e direitos estabelecidos na rizontal, estabelecendo-se como referência para os usuários
legislação, com correspondentes alternativas de financia- e familiares.
mento específico de acordo com pactuação com subsistema § 3º A horizontalização do cuidado será uma das estra-
de saúde indígena; tégias para efetivação da equipe de referência, com fortale-
XII – transparência e eficiência na aplicação de recursos; cimento de vínculo entre profissionais, usuários e familiares.
XIII – participação e controle social no processo de pla- § 4º O Plano Terapêutico será elaborado de forma con-
nejamento e avaliação; e junta pelas equipes, especialmente quando se tratar de um
XIV – monitoramento e avaliação. usuário com quadro clínico complexo ou de alta vulnerabi-
lidade, com o objetivo de reavaliar diagnósticos e redefinir
CAPÍTULO III as linhas de intervenção terapêutica, devendo ser registrado
Dos Eixos Estruturantes em prontuário unificado compartilhado pela equipe multi-
profissional.
Art. 7º São eixos estruturantes da PNHOSP: § 5º As equipes dos serviços hospitalares atuarão por
I – Assistência Hospitalar; meio de apoio matricial, propiciando retaguarda e suporte
II – Gestão Hospitalar; nas respectivas especialidades para as equipes de referência,
III – Formação, Desenvolvimento e Gestão da Força de visando a atenção integral ao usuário.
Trabalho; § 6º O gerenciamento dos leitos será realizado na pers-
IV – Financiamento; pectiva da integração da prática clínica no processo de in-
V – Contratualização; e ternação e de alta, preferencialmente por meio da implan-

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tação de um Núcleo Interno de Regulação (NIR) ou Núcleo Art. 18. A gestão da atenção hospitalar no SUS será defi-
de Acesso e Qualidade Hospitalar (NAQH) com o objetivo nida em consonância com o desenho da RAS, de acordo com:
de aumentar a ocupação de leitos e otimizar a utilização da I – o papel do hospital na rede;
capacidade instalada, melhorando o atendimento ao usuário. II – a implementação de fluxos regulatórios;
§ 7º Cabe ao hospital implantar os núcleos de Segurança III – a contratualização; e
do Paciente nos moldes descritos na Resolução da Diretoria IV – os critérios de monitormaneto e avaliação.
Colegiada RDC - nº 36/Anvisa, de 25 de julho de 2013, de § 1º O gestor estadual, distrital ou municipal de saúde
forma a elaborar um Plano de Segurança do Paciente, bem será responsável pela regulação da atenção hospitalar, nos
como garantir a implantação dos Protocolos Básicos de Se- termos da Política Nacional de Regulação do SUS, utilizando-
gurança do Paciente. -se de protocolos assistenciais e de critérios de priorização
§ 8º Diretrizes Terapêuticas e Protocolos Clínicos serão de riscos e vulnerabilidades, conforme pactuação da CIB ou
adotados para garantir intervenções seguras e resolutivas, da CIR, quando existir, para proporcionar acesso ao cuidado
além de evitar ações desnecessárias, qualificando a assis- adequado no tempo oportuno.
tência prestada ao usuário, de acordo com o estabelecido § 2º Os hospitais disponibilizarão ações e serviços de
pelo SUS. saúde às centrais de regulação de acordo com o pactuado
§ 9º Ações que assegurem a qualidade da atenção e boas no instrumento formal de contratualização.
Art. 19. O Plano Diretor e os contratos internos de gestão
práticas em saúde deverão ser implementadas para garantir
do hospital, desde que monitorados e avaliados rotineira-
a segurança do paciente com redução de incidentes desne-
mente, poderão ser ferramentas adotadas para o cumpri-
cessários e evitáveis, além de atos inseguros relacionados
mento dos compromissos e metas pactuados com o gestor
ao cuidado.
e para a sustentabilidade institucional.
Art. 12. Cabe ao hospital identificar e divulgar os profis-
§ 1º Cabe aos hospitais desenvolver estratégias para mo-
sionais que são responsáveis pelo cuidado do paciente nas nitoramento e avaliação dos compromissos e metas pactua-
unidades de internação, nos prontos socorros, nos ambula- dos na contratualização e da qualidade das ações e serviços
tórios de especialidades e nos demais serviços. de forma sistemática e em conjunto com as instâncias ges-
Art. 13. Cabe ao hospital implantar a visita aberta, de toras do SUS, utilizando-se dos resultados para subsidiar o
forma a garantir a ampliação do acesso dos visitantes ao processo de planejamento e gestão.
pronto socorro e às unidades de internação, favorecendo a § 2º A gestão participativa e democrática, a atuação da
relação entre o usuário, familiares e rede social de apoio e ouvidoria e as pesquisas de satisfação do usuário serão dis-
a equipe de referência. positivos de avaliação da gestão interna do hospital e da
Art. 14. Os usuários internados, especialmente os ido- atenção.
sos, gestantes, crianças, adolescentes e indígenas, possuem § 3º A ambiência hospitalar deverá adotar uma arquite-
direito a acompanhante 24 (vinte e quatro) horas por dia. tura inclusiva e com acessibilidade, seguindo as normas e
Parágrafo único. O direito de crianças e adolescentes de legislações vigentes.
brincar será assegurado, assim como o direito de estudar, § 4º Deverão ser garantidos o registro e a atualização
que será implementado de acordo com o estabelecido pela regular dos dados nos sistemas oficiais de informação do SUS.
Secretaria de Educação Estadual, Distrital e Municipal em Art. 20. A administração dos hospitais será profissiona-
articulação com gestor de saúde local. lizada por meio de ações de indução e apoio à formação de
Art. 15. A auditoria clínica interna periódica será rea- competências específicas de profissionais que ocupem cargos
lizada, no mínimo a cada 2 (dois) anos, com o objetivo de de direção e de gerência intermediária.
qualificar o processo assistencial hospitalar. Art. 21. A administração dos insumos, da infraestrutura,
Art. 16. A alta hospitalar responsável, entendida como de recursos financeiros e a gestão da força de trabalho serão
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

transferência do cuidado, será realizada por meio de: direcionados para o cumprimento do papel do hospital na
I – orientação dos pacientes e familiares quanto à conti- RAS.
nuidade do tratamento, reforçando a autonomia do sujeito, Art. 22. Para efeito de investimento pelo SUS, a direção
proporcionando o autocuidado; do hospital pactuará junto aos gestores do SUS a demanda
II – articulaçao da continuidade do cuidado com os de- para ampliação ou reforma da capacidade instalada e in-
corporação de tecnologias que impliquem em acréscimos
mais pontos de atenção da RAS, em particular a Atenção
na contratualização.
Básica; e
III – implantação de mecanismos de desospitalização,
Seção III
visando alternativas às práticas hospitalares, como as de
Do Eixo de Formação, Desenvolvimento
cuidados domiciliares pactuados na RAS. e Gestão da Força de Trabalho
Seção II Art. 23. Todos os espaços de produção das ações e ser-
Do Eixo de Gestão Hospitalar viços de saúde no SUS constituem-se em campo de prática
para ensino, pesquisa e incorporação tecnológica em saú-
Art. 17. A gestão da atenção hospitalar será pautada: de, devendo os hospitais integrantes do SUS desempenhar
I – na garantia do acesso e qualidade da assistência; um importante papel na formação, tanto para suas equipes
II – no cumprimento de metas pactuadas na contratua- como para o matriciamento dos trabalhadores dos demais
lização com o gestor; pontos de atenção da RAS, de acordo com o pactuado com
III – na eficiência e transparência da aplicação dos re- os gestores.
cursos; e § 1º Os hospitais integrantes do SUS deverão participar
IV – no planejamento participativo e democrático. tanto de ações de formação de novos profissionais de saúde,

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quanto de educação permanente em saúde, com prioridade Seção V
para as áreas estratégicas do SUS, devendo integrar progra- Do Eixo de Contratualização
mas e políticas prioritárias de formação em saúde.
§ 2º Os hospitais podem ter uma missão específica de Art. 29. Os gestores de saúde formalizarão a relação com
ensino para graduação e pós-graduação na área da saúde, os hospitais que prestam ações e serviços ao SUS por meio
podendo receber a Certificação como Hospital de Ensino de instrumentos formais de contratualização, independente
(HE), de acordo com os critérios estabelecidos pelos Minis- de sua natureza jurídica, esfera administrativa e de gestão.
térios da Saúde e da Educação. Parágrafo único. A contratualização é a formalização
Art. 24. Os hospitais adotarão as seguintes estratégias da relação entre o gestor público de saúde e os hospitais
de valorização dos trabalhadores: integrantes do SUS, públicos e privados, com ou sem fins
I – avaliação de desempenho; lucrativos, sob sua gestão, por meio de instrumento formal
II – educação permanente; e de contratualização.
III – avaliação da atenção à saúde do trabalhador. Art. 30. A contratualização tem como finalidade a for-
§ 1º A avaliação de desempenho dos trabalhadores malização da relação entre gestores de saúde e hospitais
pressupõe a existência de oportunidades sistemáticas para integrantes do SUS por meio do estabelecimento de com-
análises individuais e coletivas do trabalho, com participação promissos entre as partes, promovendo a qualificação da
ativa dos trabalhadores, buscando a corresponsabilização assistência, da gestão hospitalar e do ensino/pesquisa, de
das equipes com as avaliações. acordo com as seguintes diretrizes:
§ 2º O programa de educação permanente em saúde I – adequação das ações e serviços contratualizadas às
deve ser oferecido aos profissionais de saúde das equipes necessidades locais e regionais pactuadas na CIB ou na CIR,
dos hospitais, baseado no aprendizado em serviço, no qual o quando houver;
aprender e ensinar se incorporam ao cotidiano dos hospitais II – definição das ações e serviços de saúde e ativida-
e das equipes. des de ensino e pesquisa que serão disponibilizadas para
§ 3º A atenção à saúde do trabalhador contemplará ações o gestor;
de promoção da saúde, prevenção e recuperação de doenças III – estabelecimento de valores e formas de repasse dos
e reabilitação. recursos financeiros condicionados ao cumprimento e mo-
nitoramento de metas quali-quantitativas;
Art. 25. A gestão da força de trabalho na atenção hospita-
IV – aprimoramento dos processos de avaliação, controle
lar no SUS será direcionada para aperfeiçoar mecanismos de
e regulação dos serviços assistenciais; e
provimento, fixação e habilitação de profissionais, buscando
V – efetivação do controle social e garantia de transpa-
atender aos pressupostos descritos nesta Portaria.
rência.
Art. 31. O gestor local levará em consideração os seguin-
Seção IV
tes critérios de priorização para a contratualização:
Do Eixo de Financiamento
I – hospitais públicos, quais sejam federais, estaduais,
distrital ou municipais;
Art. 26. O financiamento da assistencia hospitalar será II – hospitais de direito privado sem fins lucrativos, que
realizado de forma tripartite, pactuado entre as três esferas prestam 100% (cem por cento) dos seus serviços ao SUS;
de gestão, de acordo com as normas específicas do SUS. III – hospitais de direito privado sem fins lucrativos que
Art. 27. A busca da sustentabilidade será uma das bases prestam o mínimo de 60% (sessenta por cento) dos seus
do custeio dos hospitais, considerando a sua população de serviços ao SUS;
referência, o território de atuação, a missão e o papel de- IV – demais hospitais privados sem fins lucrativos; e
sempenhado na RAS, pactuados regionalmente. V – hospitais privados com fins lucrativos.
§ 1º Todos os recursos que compõem o custeio das ações

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


e serviços para a atenção hospitalar constarão em um único Seção VI
instrumento formal de contratualização, mediado pelo cum- Do Eixo de Responsabilidades das Esferas de Gestão
primento de metas quali-quantitativas de assistência, gestão
e ensino/pesquisa. Art. 32. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
§ 2º As regiões com populações dispersas e rarefeitas nicípios, representados por suas instâncias gestoras do SUS,
em grandes extensões territoriais, como a Amazônia Legal, são responsáveis pela organização e execução das ações da
terão mecanismos de custeio que considerem as especifici- atenção hospitalar nos seus respectivos territórios, de acordo
dades regionais. com os princípios e diretrizes estabelecidos nesta Portaria.
Art. 28. Os recursos de investimento destinados à aten- § 1º Compete ao Ministério da Saúde:
ção hospitalar considerarão a ampliação da capacidade ins- I – definir, implementar, monitorar e avaliar a PNHOSP em
talada, a renovação do parque tecnológico e a inovação de consonância com os princípios da universalidade, integralida-
tecnologias, respeitando as especificidades regionais e as de, equidade, controle social e descentralização com direção
pactuações locais, de acordo com os seguintes critérios de única em cada esfera de governo, da forma pactuada na CIT;
priorização: II – estabelecer, no Plano Nacional de Saúde, metas e
I – estar em consonância com as prioridades estabele- prioridades para a organização da atenção hospitalar em
cidas nos Planos de Saúde Nacional, Estaduais, Distrital e todo território nacional;
Municipais; III – definir, monitorar e avaliar a contratualização da
II – contemplar os projetos de implementação das Redes atenção hospitalar;
Temáticas de Atenção à Saúde e Programas prioritárias do IV – co-financiar a atenção hospitalar, de forma tripartite;
SUS; e V – estabelecer diretrizes nacionais para a educação per-
III – priorizar regiões remotas com grandes vazios as- manente em saúde na atenção hospitalar, de acordo com a
sistenciais. pactuação na CIT;

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VI – estabelecer prioridades, fomentar e realizar pesqui- II – estabelecer, no Plano Municipal e do Distrito Fede-
sas que fortaleçam a atenção hospitalar do SUS em conso- ral de Saúde, as metas e prioridades para a organização da
nância com as realidades epidemiológicas e demográficas; atenção hospitalar no seu território;
VII – fomentar a gestão de tecnologias em saúde direcio- III – estabelecer de forma pactuada com os Estados, o
nadas para a atenção hospitalar; desenho da RAS, definindo os pontos de atenção hospitalar
VIII – articular com o Ministério da Educação mudanças e suas atribuições;
curriculares para os cursos de graduação e pós-graduação IV – co-financiar a atenção hospitalar, de forma tripartite;
nas áreas da saúde, visando à formação de profissionais com V – organizar, executar e gerenciar os serviços de atenção
perfil adequado para atuação na atenção hospitalar; hospitalar sob sua gerência;
IX – estabelecer, de acordo com a pactuação na CIT, me- VI – estabelecer a contratualização dos hospitais sob sua
canismos de controle, regulação, monitoramento e avalia- gestão e realizar o monitoramento e a avalição das metas
ção das ações realizadas no âmbito hospitalar, por meio de pactuadas no instrumento contratual;
indicadores de desempenho, de processos e de resultados; VII – estabelecer mecanismos de controle, regulação,
X – ser co-par�cipe da contratualização dos hospitais sob monitoramento e avaliação das ações realizadas no âmbito
sua gerência com os gestores locais e realizar o monitoramen- hospitalar em seu território, através de indicadores de de-
to e avalição das metas pactuadas no instrumento contratual; sempenho e qualidade;
XI – organizar, executar e avaliar os serviços de atenção VIII – prestar assessoria técnica aos hospitais sob sua
hospitalar sob sua gerência; gestão no processo de qualificação da atenção e gestão
XII – prestar assessoria técnica aos Estados, Distrito Fe- hospitalar;
deral e Municípios no processo de qualificação da atenção IX – estabelecer prioridades, fomentar e realizar pesqui-
hospitalar; sas que fortaleçam a atenção hospitalar do SUS em conso-
XIII – prestar asssessoria técnica aos hospitais no proces- nância com as realidades epidemiológicas e demográficas
so de qualificação da atenção hospitalar; e em sua área de atuação;
XIV – viabilizar parcerias com organismos internacionais e X – propor diretrizes municipais de Educação Permanente
o setor privado para o fortalecimento da atenção hospitalar. e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos em con-
§ 2º Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e do sonância com a Política Nacional de Educação Permanente
Distrito Federal: em Saúde; e
XI – registrar e atualizar as informações relativas aos hos-
I – coordenar, no âmbito estadual ou do Distrito Federal,
pitais no âmbito do seu território nos Sistemas Nacionais de
a implantação, o monitoramento e a avaliação da PNHOSP,
Informação em Saúde.
de forma pactuada na CIB e na CIR;
II – estabelecer, no Plano de Saúde Estadual ou do Distrito
CAPÍTULO IV
Federal, metas e prioridades para a organização da atenção
Das Disposições Transitórias
hospitalar no seu território;
III – estabelecer, de forma pactuada com os Municípios, o
Art. 33. A implementação da PNHOSP será gradual, a par-
desenho da RAS, definindo os pontos de atenção hospitalar
tir da celebração de novas contratualizações, com prioridade
e suas atribuições; para os hospitais que fazem parte das Redes Temáticas de
IV – co-financiar a atenção hospitalar, de forma tripartite; Atenção à Saúde e Programas prioritários do SUS.
V – estabelecer a contratualização dos hospitais sob sua Art. 34. Fica instituído o Comitê Gestor da Atenção Hos-
gestão e realizar o monitoramento e avalição das metas pac- pitalar, com composição tripartite, que monitorará e avaliará
tuadas no instrumento contratual; a PNHOSP periodicamente, além de estudar e aprofundar
VI – organizar, executar e/ou gerenciar os serviços de as discussões para o aprimoramento de seus eixos estru-
atenção hospitalar sob sua responsabilidade; turantes.
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

VII – elaborar as prioridades e fomentar a realização de § 1º O Comitê Gestor de que trata o “caput” deverá
ensino e pesquisa que fortaleçam a assistência hospitalar aos aprofundar as discussões para reformulação da modelo de
usuários do SUS, em consonância com as realidades epide- financiamento da atenção hospitalar.
miológicas e demográficas em sua área de atuação; § 2º Ato específico do Ministro de Estado da Saúde regu-
VIII – estabelecer, de forma pactuada com os Municípios, lamentará o funcionamento e disporá acerca da composição
os mecanismos de controle, regulação, monitoramento e e competências do Comitê de que trata o “caput”.
avaliação das ações realizadas no âmbito hospitalar, por meio
de indicadores de desempenho e qualidade; CAPÍTULO V
IX – prestar assessoria técnica aos Municípios e hospitais Das Disposições Finais
no processo de qualificação da atenção hospitalar no seu
território; Art. 35. As unidades hospitalares certificadas como Hos-
X – propor diretrizes estaduais de Educação Permanente pitais de Excelência, nos termos da Portaria nº 936/GM/MS,
e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos em con- de 27 de abril de 2011, cumprirão o disposto nesta Portaria
sonância com a Política Nacional de Educação Permanente quando atuarem na prestação de ações e serviços de saúde
em Saúde; e para o SUS.
XI – registrar e atualizar as informações relativas aos Art. 36. A SAS/MS publicará manuais e guias com de-
hospitais nos Sistemas Nacionais de Informação em Saúde. talhamento operacional e orientações especificas para a
§ 3º Compete às Secretarias Municipais de Saúde e do execução da PNHOSP.
Distrito Federal: Art. 37. Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu-
I – coordenar, no âmbito municipal e do Distrito Fede- blicação.
ral, a implantação, execução, monitoramento e avaliação da
PNHOSP, de acordo com o pactuado na CIB e na CIR; ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

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PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO Parágrafo único. A Política Nacional de Atenção Básica
DE 2017 considera os termos Atenção Básica - AB e Atenção Primária à
Saúde - APS, nas atuais concepções, como termos equivalen-
Aprova a Política Nacional de Aten- tes, de forma a associar a ambas os princípios e as diretrizes
ção Básica, estabelecendo a revisão de definidas neste documento.
diretrizes para a organização da Atenção Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde
Básica, no âmbito do Sistema Único de individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção,
Saúde (SUS). prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação,
redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde,
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribui- desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e
ções que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional
do art. 87 da Constituição, e e dirigida à população em território definido, sobre as quais
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro 1990, as equipes assumem responsabilidade sanitária.
que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção §1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamen- e centro de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado
to dos serviços correspondentes, e dá outras providências, e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede.
considerando: § 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e
Considerando a experiência acumulada do Controle So- gratuitamente a todas as pessoas, de acordo com suas ne-
cial da Saúde à necessidade de aprimoramento do Controle cessidades e demandas do território, considerando os de-
Social da Saúde no âmbito nacional e as reiteradas demandas terminantes e condicionantes de saúde.
dos Conselhos Estaduais e Municipais referentes às propos- § 3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade,
tas de composição, organização e funcionamento, conforme gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação
o art. 1º, § 2º, da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990; sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição
Considerando a Portaria nº 971/GM/MS, de 3 de maio de socioeconômica, escolaridade, limitação �sica, intelectual,
2006, que aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas funcional e outras.
e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde; § 4º Para o cumprimento do previsto no § 3º, serão ado-
Considerando a Portaria nº 2.715/GM/MS, de 17 de tadas estratégias que permitam minimizar desigualdades/
novembro de 2011, que atualiza a Política Nacional de Ali- iniquidades, de modo a evitar exclusão social de grupos que
mentação e Nutrição; possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação, de ma-
Considerando a Portaria Interministerial Nº 1, de 2 de neira que impacte na autonomia e na situação de saúde.
janeiro de 2014, que institui a Política Nacional de Aten- Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem
ção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no operacionalizados na Atenção Básica:
Sistema Prisional (PNAISP) no âmbito do Sistema Único de I – Princípios:
Saúde (SUS); a) Universalidade;
Considerando as Diretrizes da Política Nacional de Saúde b) Equidade; e
Bucal; c) Integralidade.
Considerando a Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, II – Diretrizes:
que Institui o Programa Mais Médicos, alterando a Lei no a) Regionalização e Hierarquização:
8.745, de 9 de dezembro de 1993, e a Lei no 6.932, de 7 de b) Territorialização;
julho de 1981; c) População Adscrita;
Considerando o Decreto nº 7.508, de 21 de junho de d) Cuidado centrado na pessoa;
2011, que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro e) Resolutividade;
de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único f) Longitudinalidade do cuidado;
de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à g) Coordenação do cuidado;

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


saúde, e a articulação interfederativa; h) Ordenação da rede; e
Considerando a Portaria nº 204/GM/MS, de 29 de janeiro i) Participação da comunidade.
de 2007, que regulamenta o financiamento e a transferência Art. 4º A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia
de recursos federais para as ações e serviços de saúde, na prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica.
forma de blocos de financiamento, com respectivo monito- Parágrafo único. Serão reconhecidas outras estratégias
ramento e controle; de Atenção Básica, desde que observados os princípios e
Considerando a Portaria nº 687, de 30 de março de 2006, diretrizes previstos nesta portaria e tenham caráter transi-
que aprova a Política de Promoção da Saúde; tório, devendo ser estimulada sua conversão em Estratégia
Considerando a Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro Saúde da Família.
de 2010, que estabelece diretrizes para a organização da Art. 5º A integração entre a Vigilância em Saúde e Aten-
Rede de Aten- ção à Saúde no âmbito do Sistema Único de ção Básica é condição essencial para o alcance de resultados
Saúde (SUS); que atendam às necessidades de saúde da população, na
Considerando a Resolução CIT Nº 21, de 27 de julho de ótica da integralidade da atenção à saúde e visa estabelecer
2017 Consulta Pública sobre a proposta de revisão da Polí- processos de trabalho que considerem os determinantes,
tica Nacional de Atenção Básica (PNAB). agosto de 2017; e os riscos e danos à saúde, na perspectiva da intra e inter-
Considerando a pactuação na Reunião da Comissão In- setorialidade.
tergestores Tripartite do dia 31 de agosto de 2017, resolve: Art. 6º Todos os estabelecimentos de saúde que pres-
Art. 1º Esta Portaria aprova a Política Nacional de Aten- tem ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito do SUS,
ção Básica - PNAB, com vistas à revisão da regulamentação de acordo com esta portaria serão denominados Unidade
de implantação e operacionalização vigentes, no âmbito do Básica de Saúde - UBS. Parágrafo único. Todas as UBS são
Sistema Único de Saúde - SUS, estabelecendo-se as diretrizes consideradas potenciais espaços de educação, formação de
para a organização do componente Atenção Básica, na Rede recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e
de Atenção à Saúde - RAS. avaliação tecnológica para a RAS.

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CAPÍTULO I com a RENAME, os protocolos clínicos e diretrizes terapêu-
Das Responsabilidades ticas, e com a relação específica complementar estadual,
municipal, da união, ou do distrito federal de medicamentos
Art. 7º São responsabilidades comuns a todas as esferas nos pontos de atenção, visando a integralidade do cuidado;
de governo: XVIII – adotar estratégias para garantir um amplo escopo
I – contribuir para a reorientação do modelo de atenção de ações e serviços a serem ofertados na Atenção Básica,
e de gestão com base nos princípios e nas diretrizes contidas compa�veis com as necessidades de saúde de cada locali-
nesta portaria; dade;
II – apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da XIX – estabelecer mecanismos regulares de auto avalia-
Família - ESF como estratégia prioritária de expansão, con- ção para as equipes que atuam na Atenção Básica, a fim de
solidação e qualificação da Atenção Básica; fomentar as práticas de monitoramento, avaliação e plane-
III – garantir a infraestrutura adequada e com boas con- jamento em saúde; e
dições para o funcionamento das UBS, garantindo espaço, XX – articulação com o subsistema Indígena nas ações de
mobiliário e equipamentos, além de acessibilidade de pes- Educação Permanente e gestão da rede assistencial.
soas com deficiência, de acordo com as normas vigentes; Art. 8º Compete ao Ministério da Saúde a gestão das
IV – contribuir com o financiamento tripartite para for- ações de Atenção Básica no âmbito da União, sendo res-
talecimento da Atenção Básica; ponsabilidades da União:
V – assegurar ao usuário o acesso universal, equânime I – definir e rever periodicamente, de forma pactuada,
e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, além de na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), as diretrizes da
outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas Co- Política Nacional de Atenção Básica;
missões Intergestores; II – garantir fontes de recursos federais para compor o
VI – estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, Esta- financiamento da Atenção Básica;
duais e Nacional de Saúde, prioridades, estratégias e metas III – destinar recurso federal para compor o financiamen-
para a organização da Atenção Básica; to tripartite da Atenção Básica, de modo mensal, regular e
VII – desenvolver mecanismos técnicos e estratégias automático, prevendo, entre outras formas, o repasse fundo
organizacionais de qualificação da força de trabalho para a fundo para custeio e investimento das ações e serviços;
gestão e atenção à saúde, estimular e viabilizar a forma- IV – prestar apoio integrado aos gestores dos Estados, do
ção, educação permanente e continuada dos profissionais, Distrito Federal e dos municípios no processo de qualificação
garantir direitos trabalhistas e previdenciários, qualificar os e de consolidação da Atenção Básica;
vínculos de trabalho e implantar carreiras que associem de- V – definir, de forma tripartite, estratégias de articulação
senvolvimento do trabalhador com qualificação dos serviços junto às gestões estaduais e municipais do SUS, com vistas
ofertados às pessoas; à institucionalização da avaliação e qualificação da Atenção
VIII – garantir provimento e estratégias de fixação de Básica;
profissionais de saúde para a Atenção Básica com vistas a VI – estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacio-
promover ofertas de cuidado e o vínculo; nais e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos
IX – desenvolver, disponibilizar e implantar os Sistemas que facilitem o processo de gestão, formação e educação
de Informação da Atenção Básica vigentes, garantindo meca- permanente dos gestores e profissionais da Atenção Básica;
nismos que assegurem o uso qualificado dessas ferramentas VII – articular com o Ministério da Educação estratégias
nas UBS, de acordo com suas responsabilidades; de indução às mudanças curriculares nos cursos de gradua-
X – garantir, de forma tripartite, dispositivos para trans- ção e pósgraduação na área da saúde, visando à formação
porte em saúde, compreendendo as equipes, pessoas para de profissionais e gestores com perfil adequado à Atenção
realização de procedimentos eletivos, exames, dentre ou- Básica; e
tros, buscando assegurar a resolutividade e a integralidade VIII – apoiar a articulação de instituições, em parceria
do cuidado na RAS, conforme necessidade do território e com as Secretarias de Saúde Municipais, Estaduais e do
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

planejamento de saúde; Distrito Federal, para formação e garantia de educação


XI – planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da permanente e continuada para os profissionais de saúde
Atenção Básica nos territórios; da Atenção Básica, de acordo com as necessidades locais.
XII – estabelecer mecanismos de autoavaliação, controle, Art. 9º Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao
regulação e acompanhamento sistemático dos resultados Distrito Federal a coordenação do componente estadual e
alcançados pelas ações da Atenção Básica, como parte do distrital da Atenção Básica, no âmbito de seus limites terri-
processo de planejamento e programação; toriais e de acordo com as políticas, diretrizes e prioridades
XIII – divulgar as informações e os resultados alcançados estabelecidas, sendo responsabilidades dos Estados e do
pelas equipes que atuam na Atenção Básica, estimulando a Distrito Federal:
utilização dos dados para o planejamento das ações; I – pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB)
XIV – promover o intercâmbio de experiências entre e Colegiado de Gestão no Distrito Federal, estratégias, di-
gestores e entre trabalhadores, por meio de cooperação retrizes e normas para a implantação e implementação da
horizontal, e estimular o desenvolvimento de estudos e pes- Política Nacional de Atenção Básica vigente nos Estados e
quisas que busquem o aperfeiçoamento e a disseminação Distrito Federal;
de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica; II – destinar recursos estaduais para compor o finan-
XV – estimular a participação popular e o controle social; ciamento tripartite da Atenção Básica, de modo regular e
XVI – garantir espaços �sicos e ambientes adequados automático, prevendo, entre outras formas, o repasse fundo
para a formação de estudantes e trabalhadores de saúde, a fundo para custeio e investimento das ações e serviços;
para a formação em serviço e para a educação permanente III – ser corresponsável pelo monitoramento das ações
e continuada nas Unidades Básicas de Saúde; de Atenção Básica nos municípios;
XVII – desenvolver as ações de assistência farmacêutica IV – analisar os dados de interesse estadual gerados pe-
e do uso racional de medicamentos, garantindo a disponibi- los sistemas de informação, utilizá-los no planejamento e
lidade e acesso a medicamentos e insumos em conformidade divulgar os resultados obtidos;

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V – verificar a qualidade e a consistência de arquivos XI – prestar apoio institucional às equipes e serviços no
dos sistemas de informação enviados pelos municípios, de processo de implantação, acompanhamento, e qualificação
acordo com prazos e fluxos estabelecidos para cada sistema, da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da Estra-
retornando informações aos gestores municipais; tégia Saúde da Família;
VI – divulgar periodicamente os relatórios de indicado- XII – definir estratégias de institucionalização da avalia-
res da Atenção Básica, com intuito de assegurar o direito ção da Atenção Básica;
fundamental de acesso à informação; XIII – desenvolver ações, articular instituições e promo-
VII – prestar apoio institucional aos municípios no pro- ver acesso aos trabalhadores, para formação e garantia de
cesso de implantação, acompanhamento e qualificação da educação permanente e continuada aos profissionais de
Atenção Básica e de ampliação e consolidação da Estratégia saúde de todas as equipes que atuam na Atenção Básica
Saúde da Família; implantadas;
VIII – definir estratégias de articulação com as gestões XIV – selecionar, contratar e remunerar os profissionais
municipais, com vistas à institucionalização do monitora- que compõem as equipes multiprofissionais de Atenção Bá-
mento e avaliação da Atenção Básica; sica, em conformidade com a legislação vigente;
IX – disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos XV – garantir recursos materiais, equipamentos e insu-
e pedagógicos que facilitem o processo de formação e edu- mos suficientes para o funcionamento das UBS e equipes,
cação permanente dos membros das equipes de gestão e para a execução do conjunto de ações propostas;
de atenção; XVI – garantir acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial
X – articular instituições de ensino e serviço, em parceria necessário ao cuidado resolutivo da população;
com as Secretarias Municipais de Saúde, para formação e XVII – alimentar, analisar e verificar a qualidade e a
garantia de educação permanente aos profissionais de saúde consistência dos dados inseridos nos sistemas nacionais de
das equipes que atuam na Atenção Básica; e informação a serem enviados às outras esferas de gestão,
XI – fortalecer a Estratégia Saúde da Família na rede de utilizá-los no planejamento das ações e divulgar os resultados
serviços como a estratégia prioritária de organização da obtidos, a fim de assegurar o direito fundamental de acesso
Atenção Básica. à informação;
Art. 10 Compete às Secretarias Municipais de Saúde a co- XVIII – organizar o fluxo de pessoas, visando à garantia
ordenação do componente municipal da Atenção Básica, no das referências a serviços e ações de saúde fora do âmbito
âmbito de seus limites territoriais, de acordo com a política, da Atenção Básica e de acordo com as necessidades de saúde
diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilida- das mesmas; e
des dos Municípios e do Distrito Federal: IX – assegurar o cumprimento da carga horária integral de
I – organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de todos os profissionais que compõem as equipes que atuam
Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu território, na Atenção Básica, de acordo com as jornadas de trabalho
incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e especificadas no Sistema de Cadastro Nacional de Estabe-
pela União; lecimentos de Saúde vigente e a modalidade de atenção.
II – programar as ações da Atenção Básica a partir de Art. 11 A operacionalização da Política Nacional de Aten-
sua base territorial de acordo com as necessidades de saúde
ção Básica está detalhada no Anexo a esta Portaria.
identificadas em sua população, utilizando instrumento de
Art. 12 Fica revogada a Portaria nº 2.488/GM/MS, de 21
programação nacional vigente;
de outubro de 2011.
III – organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em linhas
Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu-
de cuidado, instituindo e garantindo os fluxos definidos na
blicação.
Rede de Atenção à Saúde entre os diversos pontos de aten-
ção de diferentes configurações tecnológicas, integrados por
serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, para garantir RICARDO BARROS
a integralidade do cuidado.
IV – estabelecer e adotar mecanismos de encaminha- ANEXO

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


mento responsável pelas equipes que atuam na Atenção POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
Básica de acordo com as necessidades de saúde das pessoas, BÁSICA OPERACIONALIZAÇÃO
mantendo a vinculação e coordenação do cuidado;
V – manter atualizado mensalmente o cadastro de equi- CAPÍTULO I
pes, profissionais, carga horária, serviços disponibilizados, Das Disposições Gerais da Atenção Básica à Saúde
equipamentos e outros no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde vigente, conforme regulamen- A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado
tação específica; da experiência acumulada por um conjunto de atores envol-
VI – organizar os serviços para permitir que a Atenção vidos historicamente com o desenvolvimento e a consoli-
Básica atue como a porta de entrada preferencial e orde- dação do Sistema Único de Saúde (SUS), como movimentos
nadora da RAS; sociais, população, trabalhadores e gestores das três esferas
VII – fomentar a mobilização das equipes e garantir es- de governo. Esta Portaria, conforme normatização vigente
paços para a participação da comunidade no exercício do no SUS, que define a organização em Redes de Atenção à
controle social; Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado integral e
VIII – destinar recursos municipais para compor o finan- direcionado às necessidades de saúde da população, destaca
ciamento tripartite da Atenção Básica; a Atenção Básica como primeiro ponto de atenção e porta
IX – ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde, de entrada preferencial do sistema, que deve ordenar os
e Secretaria Estadual de Saúde pelo monitoramento da fluxos e contrafluxos de pessoas , produtos e informações
utilização dos recursos da Atenção Básica transferidos aos em todos os pontos de atenção à saúde.
município; Esta Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde
X – inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede da Família sua estratégia prioritária para expansão e conso-
de serviços como a estratégia prioritária de organização da lidação da Atenção Básica. Contudo reconhece outras estra-
Atenção Básica; tégias de organização da Atenção Básica nos territórios, que

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devem seguir os princípios e diretrizes da Atenção Básica e sociais causadoras das doenças, e manejo das diversas
e do SUS, configurando um processo progressivo e singu- tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins,
lar que considera e inclui as especificidades locorregionais, além da ampliação da autonomia das pessoas e coletividade.
ressaltando a dinamicidade do território e a existência de
populações específicas, itinerantes e dispersas, que também 1.2 - Diretrizes
são de responsabilidade da equipe enquanto estiverem no - Regionalização e Hierarquização: dos pontos de aten-
território, em consonância com a política de promoção da ção da RAS, tendo a Atenção Básica como ponto de comu-
equidade em saúde. nicação entre esses. Considera-se regiões de saúde como
A Atenção Básica considera a pessoa em sua singulari- um recorte espacial estratégico para fins de planejamento,
dade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde
integral, incorporar as ações de vigilância em saúde - a qual em determinada localidade, e a hierarquização como forma
constitui um processo con�nuo e sistemático de coleta, con- de organização de pontos de atenção da RAS entre si, com
solidação, análise e disseminação de dados sobre eventos fluxos e referências estabelecidos.
relacionados à saúde - além disso, visa o planejamento e a - Territorialização e Adstrição: de forma a permitir o pla-
implementação de ações públicas para a proteção da saúde nejamento, a programação descentralizada e o desenvolvi-
da população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e mento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um
doenças, bem como para a promoção da saúde. território específico, com impacto na situação, nos condicio-
Destaca-se ainda o desafio de superar compreensões nantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades
simplistas, nas quais, entre outras, há dicotomia e oposição que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos
entre a assistência e a promoção da saúde. Para tal, deve- a ele. Para efeitos desta portaria, considerase Território a
-se partir da compreensão de que a saúde possui múltiplos unidade geográfica única, de construção descentralizada do
determinantes e condicionantes e que a melhora das con- SUS na execução das ações estratégicas destinadas à vigilân-
dições de saúde das pessoas e coletividades passa por di- cia, promoção, prevenção, proteção e recuperação da saú-
versos fatores, os quais grande parte podem ser abordados de. Os Territórios são destinados para dinamizar a ação em
na Atenção Básica. saúde pública, o estudo social, econômico, epidemiológico,
assistencial, cultural e identitário, possibilitando uma ampla
1 - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO BÁSICA visão de cada unidade geográfica e subsidiando a atuação
na Atenção Básica, de forma que atendam a necessidade da
Os princípios e diretrizes, a caracterização e a relação população adscrita e ou as populações específicas.
de serviços ofertados na Atenção Básica serão orientadores III – População Adscrita: população que está presente no
para a sua organização nos municípios, conforme descritos território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento
a seguir: de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e
a população, garantindo a continuidade das ações de saúde
1.1 - Princípios e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser
- Universalidade: possibilitar o acesso universal e con�- referência para o seu cuidado.
nuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, carac- - Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvi-
terizados como a porta de entrada aberta e preferencial da mento de ações de cuidado de forma singularizada, que auxi-
RAS (primeiro contato), acolhendo as pessoas e promovendo lie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões,
a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas competências e a confiança necessária para gerir e tomar
necessidades de saúde. O estabelecimento de mecanismos decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado
que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe de saúde de forma mais efetiva. O cuidado é construído com
uma lógica de organização e funcionamento do serviço de as pessoas, de acordo com suas necessidades e potencialida-
saúde que parte do princípio de que as equipes que atuam des na busca de uma vida independente e plena. A família, a
na Atenção Básica nas UBS devem receber e ouvir todas as comunidade e outras formas de coletividade são elementos
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

pessoas que procuram seus serviços, de modo universal, relevantes, muitas vezes condicionantes ou determinantes
de fácil acesso e sem diferenciações excludentes, e a partir na vida das pessoas e, por consequência, no cuidado.
daí construir respostas para suas demandas e necessidades. - Resolutividade: reforça a importância da Atenção Básica
- Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as dife- ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias
renças nas condições de vida e saúde e de acordo com as de cui-dado individual e coletivo, por meio de uma clínica
necessidades das pessoas, considerando que o direito à ampliada capaz de construir vínculos positivos e interven-
saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à ções clínica e sanitariamente efetivas, centrada na pessoa,
diversidade. Ficando proibida qualquer exclusão baseada em na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos
idade, gênero, cor, crença, nacionalidade, etnia, orientação indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de resolver a
sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição grande maioria dos problemas de saúde da população, co-
socioeconômica, escolaridade ou limitação �sica, intelectu- ordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS,
al, funcional, entre outras, com estratégias que permitam quando necessário.
minimizar desigualdades, evitar exclusão social de grupos VI – Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continui-
que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação; de dade da relação de cuidado, com construção de vínculo e
maneira que impacte na autonomia e na situação de saúde. responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do
- Integralidade: É o conjunto de serviços executados pela tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando
equipe de saúde que atendam às necessidades da população os efeitos das intervenções em saúde e de outros elemen-
adscrita nos campos do cuidado, da promoção e manutenção tos na vida das pessoas , evitando a perda de referências e
da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da cura, da diminuindo os riscos de iatrogenia que são decorrentes do
reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos. desconhecimento das histórias de vida e da falta de coor-
Inclui a responsabilização pela oferta de serviços em outros denação do cuidado.
pontos de atenção à saúde e o reconhecimento adequa- VII – Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e or-
do das necessidades biológicas, psicológicas, ambientais ganizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das

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RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diver- dos exames e consultas descentralizados/programados para
sos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado cada UBS, que propiciem a comunicação entre UBS, centrais
dos usuários em qualquer destes pontos através de uma de regulação e serviços especializados, com pactuação de
relação horizontal, con�nua e integrada, com o objetivo de fluxos e protocolos, apoio matricial presencial e/ou a dis-
produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Arti- tância, entre outros.
culando também as outras estruturas das redes de saúde e Um dos destaques que merecem ser feitos é a considera-
intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. ção e a incorporação, no processo de referenciamento, das
VIII – Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de ferramentas de telessaúde articulado às decisões clínicas e
saúde da população sob sua responsabilidade, organizan- aos processos de regulação do acesso. A utilização de pro-
do as necessidades desta população em relação aos outros tocolos de encaminhamento servem como ferramenta, ao
pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o plane- mesmo tempo, de gestão e de cuidado, pois tanto orientam
jamento das ações, assim como, a programação dos serviços as decisões dos profissionais solicitantes quanto se consti-
de saúde, parta das necessidades de saúde das pessoas. tuem como referência que modula a avaliação das solicita-
IX – Participação da comunidade: estimular a partici- ções pelos médicos reguladores.
pação das pessoas, a orientação comunitária das ações de Com isso, espera-se que ocorra uma ampliação do cui-
saúde na Atenção Básica e a competência cultural no cuida- dado clínico e da resolutividade na Atenção Básica, evitando
do, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na a exposição das pessoas a consultas e/ou procedimentos
construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coleti- desnecessários. Além disso, com a organização do acesso,
vidades do território. Considerando ainda o enfrentamento induz-se ao uso racional dos recursos em saúde, impede
dos determinantes e condicionantes de saúde, através de deslocamentos desnecessários e traz maior eficiência e equi-
articulação e integração das ações intersetoriais na organi- dade à gestão das listas de espera.
zação e orientação dos serviços de saúde, a partir de lógicas A gestão municipal deve articular e criar condições para
mais centradas nas pessoas e no exercício do controle social. que a referência aos serviços especializados ambulatoriais,
sejam realizados preferencialmente pela Atenção Básica,
2 - A ATENÇÃO BÁSICA NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE sendo de sua responsabilidade:
a) Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de
Esta portaria, conforme normatização vigente do SUS, atenção da RAS;
define a organização na RAS, como estratégia para um cui- b) Gerir a referência e contrarreferência em outros pon-
dado integral e direcionado às necessidades de saúde da tos de atenção; e
população. As RAS constituem-se em arranjos organizativos c) Estabelecer relação com os especialistas que cuidam
formados por ações e serviços de saúde com diferentes confi- das pessoas do território.
gurações tecnológicas e missões assistenciais, articulados de
forma complementar e com base territorial, e têm diversos 3 - INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E FUNCIONAMENTO
atributos, entre eles, destaca-se: a Atenção Básica estrutu- DA ATENÇÃO BÁSICA
rada como primeiro ponto de atenção e principal porta de
entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar Este item refere-se ao conjunto de procedimentos que
que cobre toda a população, integrando, coordenando o objetiva adequar a estrutura �sica, tecnológica e de recursos
cuidado e atendendo as necessidades de saúde das pessoas humanos das UBS às necessidades de saúde da população
do seu território. de cada território.
O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que regu-
lamenta a Lei nº 8.080/90, define que “o acesso universal, 3.1 Infraestrutura e ambiência
igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia A infraestrutura de uma UBS deve estar adequada ao
pelas portas de entrada do SUS e se completa na rede re- quantitativo de população adscrita e suas especificidades,
gionalizada e hierarquizada”. bem como aos processos de trabalho das equipes e à atenção

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


Para que a Atenção Básica possa ordenar a RAS, é preci- à saúde dos usuários. Os parâmetros de estrutura devem,
so reconhecer as necessidades de saúde da população sob portanto, levar em consideração a densidade demográfica,
sua responsabilidade, organizando-as em relação aos outros a composição, atuação e os tipos de equipes, perfil da popu-
pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a progra- lação, e as ações e serviços de saúde a serem realizados. É
mação dos serviços de saúde parta das necessidades das importante que sejam previstos espaços �sicos e ambientes
pessoas, com isso fortalecendo o planejamento ascendente. adequados para a formação de estudantes e trabalhadores
A Atenção Básica é caracterizada como porta de entrada de saúde de nível médio e superior, para a formação em
preferencial do SUS, possui um espaço privilegiado de gestão serviço e para a educação permanente na UBS.
do cuidado das pessoas e cumpre papel estratégico na rede As UBS devem ser construídas de acordo com as normas
de atenção, servindo como base para o seu ordenamento e sanitárias e tendo como referência as normativas de infraes-
para a efetivação da integralidade. Para tanto, é necessário trutura vigentes, bem como possuir identificação segundo os
que a Atenção Básica tenha alta resolutividade, com capa- padrões visuais da Atenção Básica e do SUS. Devem, ainda,
cidade clínica e de cuidado e incorporação de tecnologias ser cadastradas no Sistema de Cadastro Nacional de Esta-
leves, leve duras e duras (diagnósticas e terapêuticas), além belecimentos de Saúde (SCNES), de acordo com as normas
da articulação da Atenção Básica com outros pontos da RAS. em vigor para tal.
Os estados, municípios e o distrito federal, devem arti- As UBS poderão ter pontos de apoio para o atendimento
cular ações intersetoriais, assim como a organização da RAS, de populações dispersas (rurais, ribeirinhas, assentamentos,
com ênfase nas necessidades locorregionais, promovendo a áreas pantaneiras, etc.), com reconhecimento no SCNES,
integração das referências de seu território. bem como nos instrumentos de monitoramento e avalia-
Recomenda-se a articulação e implementação de pro- ção. A estrutura �sica dos pontos de apoio deve respeitar
cessos que aumentem a capacidade clínica das equipes, que as normas gerais de segurança sanitária.
fortaleçam práticas de microrregulação nas Unidades Bási- A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço �sico (ar-
cas de Saúde, tais como gestão de filas próprias da UBS e quitetônico), entendido como lugar social, profissional e de

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relações interpessoais, que deve proporcionar uma atenção Horários alternativos de funcionamento podem ser pac-
acolhedora e humana para as pessoas, além de um ambiente tuados através das instâncias de participação social, desde
saudável para o trabalho dos profissionais de saúde. que atendam expressamente a necessidade da população,
Para um ambiente adequado em uma UBS, existem com- observando, sempre que possível, a carga horária mínima
ponentes que atuam como modificadores e qualificadores descrita acima.
do espaço, recomenda-se contemplar: recepção sem grades Como forma de garantir a coordenação do cuidado, am-
(para não intimidar ou dificultar a comunicação e também pliando o acesso e resolutividade das equipes que atuam na
garantir privacidade à pessoa), identificação dos serviços Atenção Básica, recomenda-se :
existentes, escala dos profissionais, horários de funciona- i) - População adscrita por equipe de Atenção Básica
mento e sinalização de fluxos, conforto térmico e acústico, (eAB) e de Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas,
e espaços adaptados para as pessoas com deficiência em localizada dentro do seu território, garantindo os princípios
conformidade com as normativas vigentes. e diretrizes da Atenção Básica.
Além da garantia de infraestrutura e ambiência apro- Além dessa faixa populacional, podem existir outros
priadas, para a realização da prática profissional na Atenção arranjos de adscrição, conforme vulnerabilidades, riscos e
Básica, é necessário disponibilizar equipamentos adequados, dinâmica comunitária, facultando aos gestores locais, con-
recursos humanos capacitados, e materiais e insumos sufi- juntamente com as equipes que atuam na Atenção Básica
cientes à atenção à saúde prestada nos municípios e Distrito e Conselho Municipal ou Local de Saúde, a possibilidade de
Federal. definir outro parâmetro populacional de responsabilidade
da equipe, podendo ser maior ou menor do que o parâmetro
recomendado, de acordo com as especificidades do territó-
3.2 Tipos de unidades e equipamentos de Saúde
rio, assegurando-se a qualidade do cuidado.
São considerados unidades ou equipamentos de saúde
ii) - 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica ou Saúde
no âmbito da Atenção Básica: da Família), para que possam atingir seu potencial resolutivo.
a) Unidade Básica de Saúde iii) - Fica estipulado para cálculo do teto máximo de equi-
Recomenda-se os seguintes ambientes: pes de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF),
consultório médico e de enfermagem, consultório com com ou sem os profissionais de saúde bucal, pelas quais
sanitário, sala de procedimentos, sala de vacinas, área para o Município e o Distrito Federal poderão fazer jus ao re-
assistência farmacêutica, sala de inalação coletiva, sala de cebimento de recursos financeiros específicos, conforme a
procedimentos, sala de coleta/exames, sala de curativos, seguinte fórmula: População/2.000.
sala de expurgo, sala de esterilização, sala de observação iv) - Em municípios ou territórios com menos de 2.000
e sala de atividades coletivas para os profissionais da Aten- habitantes, que uma equipe de Saúde da Família (eSF) ou de
ção Básica. Se forem compostas por profissionais de saúde Atenção Básica (eAB) seja responsável por toda população;
bucal, será necessário consultório odontológico com equipo Reitera-se a possibilidade de definir outro parâmetro
odontológico completo; populacional de responsabilidade da equipe de acordo
a. área de recepção, local para arquivos e registros, sala com especificidades territoriais, vulnerabilidades, riscos e
multiprofissional de acolhimento à demanda espontânea , dinâmica comunitária respeitando critérios de equidade, ou,
sala de administração e gerência, banheiro público e para ainda, pela decisão de possuir um número inferior de pes-
funcionários, entre outros ambientes conforme a necessi- soas por equipe de Atenção Básica (eAB) e equipe de Saúde
dade. da Família (eSF) para avançar no acesso e na qualidade da
b) Unidade Básica de Saúde Fluvial Atenção Básica.
Recomenda-se os seguintes ambientes: Para que as equipes que atuam na Atenção Básica pos-
a. consultório médico; consultório de enfermagem; área sam atingir seu potencial resolutivo, de forma a garantir a
para assistência farmacêutica, laboratório, sala de vacina; coordenação do cuidado, ampliando o acesso, é necessário
sala de procedimentos; e, se forem compostas por profis- adotar estratégias que permitam a definição de um amplo
sionais de saúde bucal, será necessário consultório odonto- escopo dos serviços a serem ofertados na UBS, de forma que
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

lógico com equipo odontológico completo; seja compa�vel com as necessidades e demandas de saúde
b. área de recepção, banheiro público; banheiro exclusivo da população adscrita, seja por meio da Estratégia Saúde
para os funcionários; expurgo; cabines com leitos em número da Família ou outros arranjos de equipes de Atenção Básica
suficiente para toda a equipe; cozinha e outro ambientes (eAB), que atuem em conjunto, compartilhando o cuidado
e apoiando as práticas de saúde nos territórios. Essa oferta
conforme necessidade.
de ações e serviços na Atenção Básica devem considerar
c) Unidade Odontológica Móvel
políticas e programas prioritários, as diversas realidades e
Recomenda-se veículo devidamente adaptado para a
necessidades dos territórios e das pessoas, em parceria com
finalidade de atenção à saúde bucal, equipado com: o controle social.
Compressor para uso odontológico com sistema de fil- As ações e serviços da Atenção Básica, deverão seguir
tragem; aparelho de raios-x para radiografias periapicais e padrões essenciais e ampliados:
interproximais; aventais de chumbo; conjunto peças de mão Padrões Essenciais - ações e procedimentos básicos re-
contendo micro-motor com peça reta e contra ângulo, e alta lacionados a condições básicas/essenciais de acesso e qua-
rotação; gabinete odontológico; cadeira odontológica, equi- lidade na Atenção Básica; e
po odontológico e refletor odontológico; unidade auxiliar - Padrões Ampliados -ações e procedimentos considera-
odontológica; mocho odontológico; autoclave; amalgama- dos estratégicos para se avançar e alcançar padrões elevados
dor; fotopolimerizador; e refrigerador. de acesso e qualidade na Atenção Básica, considerando es-
pecificidades locais, indicadores e parâmetros estabelecidos
3.3 - Funcionamento nas Regiões de Saúde.
Recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde tenham A oferta deverá ser pública, desenvolvida em parceria
seu funcionamento com carga horária mínima de 40 ho- com o controle social, pactuada nas instâncias interfede-
ras/semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 rativas, com financiamento regulamentado em normativa
meses do ano, possibilitando acesso facilitado à população. específica.

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Caberá a cada gestor municipal realizar análise de de- Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco
manda do território e ofertas das UBS para mensurar sua e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100%
capacidade resolutiva, adotando as medidas necessárias para da população com número máximo de 750 pessoas por ACS.
ampliar o acesso, a qualidade e resolutividade das equipes Para equipe de Saúde da Família, há a obrigatoriedade
e serviços da sua UBS. de carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para todos
A oferta de ações e serviços da Atenção Básica deverá os profissionais de saúde membros da ESF. Dessa forma, os
estar disponível aos usuários de forma clara, concisa e de profissionais da ESF poderão estar vinculados a apenas 1
fácil visualização, conforme padronização pactuada nas ins- (uma) equipe de Saúde da Família, no SCNES vigente.
tâncias gestoras. 2 - Equipe da Atenção Básica (eAB): esta modalidade
Todas as equipes que atuam na Atenção Básica deve- deve atender aos princípios e diretrizes propostas para a
rão garantir a oferta de todas as ações e procedimentos do AB. A gestão municipal poderá compor equipes de Atenção
Padrão Essencial e recomenda-se que também realizarem Básica (eAB) de acordo com características e necessidades
ações e serviços do Padrão Ampliado, considerando as ne- do município. Como modelo prioritário é a ESF, as equipes
cessidades e demandas de saúde das populações em cada de Atenção Básica (eAB) podem posteriormente se organizar
localidade. Os serviços dos padrões essenciais, bem como os tal qual o modelo prioritário.
equipamentos e materiais necessários, devem ser garanti- As equipes deverão ser compostas minimamente por
dos igualmente para todo o país, buscando uniformidade de médicos preferencialmente da especialidade medicina de
atuação da Atenção Básica no território nacional. Já o elenco família e comunidade, enfermeiro preferencialmente espe-
de ações e procedimentos ampliados deve contemplar de cialista em saúde da família, auxiliares de enfermagem e ou
forma mais flexível às necessidades e demandas de saúde técnicos de enfermagem. Poderão agregar outros profissio-
das populações em cada localidade, sendo definido a partir nais como dentistas, auxiliares de saúde bucal e ou técnicos
de suas especificidades locorregionais. de saúde bucal, agentes comunitários de saúde e agentes
As unidades devem organizar o serviço de modo a otimi- de combate à endemias.
zar os processos de trabalho, bem como o acesso aos demais A composição da carga horária mínima por categoria pro-
níveis de atenção da RAS. -fissional deverá ser de 10 (dez) horas, com no máximo de 3
Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus usuários, (três) profissionais por categoria, devendo somar no mínimo
oferecendo o registro de elogios, críticas ou reclamações, 40 horas/semanais.
por meio de livros, caixas de sugestões ou canais eletrô- O processo de trabalho, a combinação das jornadas de
trabalho dos profissionais das equipes e os horários e dias
nicos. As UBS deverão assegurar o acolhimento e escuta
de funcionamento devem ser organizados de modo que
ativa e qualificada das pessoas, mesmo que não sejam da
garantam amplamente acesso, o vínculo entre as pessoas
área de abrangência da unidade, com classificação de risco
e profissionais, a continuidade, coordenação e longitudina-
e encaminhamento responsável de acordo com as necessi-
lidade do cuidado.
dades apresentadas, articulando-se com outros serviços de
A distribuição da carga horária dos profissionais é de
forma resolutiva, em conformidade com as linhas de cuidado
responsabilidade do gestor, devendo considerar o perfil
estabelecidas. demográfico e epidemiológico local para escolha da espe-
Deverá estar afixado em local visível, próximo à entrada cialidade médica, estes devem atuar como generalistas nas
da UBS: equipes de Atenção Básica (eAB).
- Identificação e horário de atendimento; Importante ressaltar que para o funcionamento a equi-
- Mapa de abrangência, com a cobertura de cada equipe; pe deverá contar também com profissionais de nível médio
- Identificação do Gerente da Atenção Básica no território como técnico ou auxiliar de enfermagem.
e dos componentes de cada equipe da UBS; 3 - Equipe de Saúde Bucal (eSB): Modalidade que pode
- Relação de serviços disponíveis; e compor as equipes que atuam na atenção básica, constituída
- Detalhamento das escalas de atendimento de cada por um cirurgião-dentista e um técnico em saúde bucal e/
equipe.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


ou auxiliar de saúde bucal.
Os profissionais de saúde bucal que compõem as equipes
3.4 - Tipos de Equipes: de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB) e de de-
1 - Equipe de Saúde da Família (eSF): É a estratégia prio- vem estar vinculados à uma UBS ou a Unidade Odontológica
ritária de atenção à saúde e visa à reorganização da Atenção Móvel, podendo se organizar nas seguintes modalidades:
Básicano país, de acordo com os preceitos do SUS. É consi- Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde bu-
derada como estratégia de expansão, qualificação e conso- cal (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) e;
lidação da Atenção Básica, por favorecer uma reorientação Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB, ou outro
do processo de trabalho com maior potencial de ampliar a TSB.
resolutividade e impactar na situação de saúde das pessoas Independente da modalidade adotada, os profissionais
e coletividades, além de propiciar uma importante relação de Saúde Bucal são vinculados a uma equipe de Atenção
custo-efetividade. Básica (eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), devendo
Composta no mínimo por médico, preferencialmente compartilhar a gestão e o processo de trabalho da equipe,
da especialidade medicina de família e comunidade, enfer- tendo responsabilidade sanitária pela mesma população e
meiro, preferencialmente especialista em saúde da família; território adstrito que a equipe de Saúde da Família ou Aten-
auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário ção Básica a qual integra.
de saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe o agente de Cada equipe de Saúde de Família que for implantada com
combate às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: os profissionais de saúde bucal ou quando se introduzir pela
cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em saúde primeira vez os profissionais de saúde bucal numa equipe
da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal. já implantada, modalidade I ou II, o gestor receberá do Mi-
O número de ACS por equipe deverá ser definido de acor- nistério da Saúde os equipamentos odontológicos, através
do com base populacional, critérios demográficos, epidemio- de doação direta ou o repasse de recursos necessários para
lógicos e socioeconômicos, de acordo com definição local. adquiri-los (equipo odontológico completo).

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4 - Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Bá- 5 - Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS):
sica (Nasf-AB) É prevista a implantação da Estratégia de Agentes Comu-
Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar nitários de Saúde nas UBS como uma possibilidade para a
composta por categorias de profissionais da saúde, comple- reorganização inicial da Atenção Básica com vistas à implan-
mentar àsequipes que atuam na Atenção Básica. É formada tação gradual da Estratégia de Saúde da Família ou como uma
por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da forma de agregar os agentes comunitários a outras maneiras
área da saúde, atuando de maneira integrada para dar su- de organização da Atenção Básica. São itens necessários à
porte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das implantação desta estratégia:
equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB). a.a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita
Busca-se que essa equipe seja membro orgânico da no SCNES vigente que passa a ser a UBS de referência para
Atenção Básica, vivendo integralmente o dia a dia nas UBS a equipe de agentes comunitários de saúde;
e trabalhando de forma horizontal e interdisciplinar com b.o número de ACS e ACE por equipe deverá ser definido
os demais profissionais, garantindo a longitudinalidade do de acordo com base populacional (critérios demográficos,
cuidado e a prestação de serviços diretos à população. Os epidemiológicos e socioeconômicos), conforme legislação
diferentes profissionais devem estabelecer e compartilhar vigente.
saberes, práticas e gestão do cuidado, com uma visão comum c.o cumprimento da carga horária integral de 40 horas
e aprender a solucionar problemas pela comunicação, de semanais por toda a equipe de agentes comunitários, por
modo a maximizar as habilidades singulares de cada um. cada membro da equipe; composta por ACS e enfermeiro
Deve estabelecer seu processo de trabalho a partir de supervisor;
problemas, demandas e necessidades de saúde de pessoas d.o enfermeiro supervisor e os ACS devem estar cadas-
e grupos sociais em seus territórios, bem como a partir de trados no SCNES vigente, vinculados à equipe;
dificuldades dos profissionais de todos os tipos de equipes e.cada ACS deve realizar as ações previstas nas regula-
que atuam na Atenção Básica em suas análises e manejos. mentações vigentes e nesta portaria e ter uma microárea
Para tanto, faz-se necessário o compartilhamento de sabe- sob sua responsabilidade, cuja população não ultrapasse
res, práticas intersetoriais e de gestão do cuidado em rede e 750 pessoas;
a realização de educação permanente e gestão de coletivos f. a atividade do ACS deve se dar pela lógica do planeja-
nos territórios sob responsabilidade destas equipes. mento do processo de trabalho a partir das necessidades do
Ressalta-se que os Nasf-AB não se constituem como ser- território, com priorização para população com maior grau
viços com unidades �sicas independentes ou especiais, e não de vulnerabilidade e de risco epidemiológico;
são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo g. a atuação em ações básicas de saúde deve visar à inte-
(estes, quando necessários, devem ser regulados pelas equi- gralidade do cuidado no território; e h.cadastrar, preencher
pes que atuam na Atenção Básica). Devem, a partir das de- e informar os dados através do Sistema de Informação em
mandas identificadas no trabalho con-junto com as equipes, Saúde para a Atenção Básica vigente.
atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus
diversos pontos de atenção, além de outros equipamentos
3.5 - Equipes de Atenção Básica para Populações Espe-
sociais públicos/privados, redes sociais e comunitárias.
cíficas
Compete especificamente à Equipe do Núcleo Ampliado
Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da Aten-
de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf- AB):
ção Básica são responsáveis pela atenção à saúde de popula-
a. Participar do planejamento conjunto com as equipes
ções que apresentem vulnerabilidades sociais específicas e,
que atuam na Atenção Básica à que estão vinculadas;
b. Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuá- por consequência, necessidades de saúde específicas, assim
rios do SUS principalmente por intermédio da ampliação da como pela atenção à saúde de qualquer outra pessoa. Isso
clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e porque a Atenção Básica possui responsabilidade direta so-
de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, bre ações de saúde em determinado território, consideran-
tanto em termos clínicos quanto sanitários; e do suas singularidades, o que possibilita intervenções mais
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

c. Realizar discussão de casos, atendimento individual, oportunas nessas situações específicas, com o objetivo de
compartilhado, interconsulta, construção conjunta de pro- ampliar o acesso à RAS e ofertar uma atenção integral à
jetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no saúde.
território e na saúde de grupos populacionais de todos os Assim, toda equipe de Atenção Básica deve realizar aten-
ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações ção à saúde de populações específicas. Em algumas realida-
de prevenção e promoção da saúde, discussão do processo des, contudo, ainda é possível e necessário dispor, além das
de trabalho das equipes dentre outros, no território. equipes descritas anteriormente, de equipes adicionais para
Poderão compor os NASF-AB as ocupações do Código realizar as ações de saúde à populações específicas no âmbi-
Brasileiro de Ocupações - CBO na área de saúde: Médico to da Atenção Básica, que devem atuar de forma integrada
Acupunturista; Assistente Social; Profissional/Professor de para a qualificação do cuidado no território. Aponta-se para
Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudió- um horizonte em que as equipes que atuam na Atenção Bási-
logo; Médico Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; ca possam incorporar tecnologias dessas equipes específicas,
Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; de modo que se faça uma transição para um momento em
Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médico Internista que não serão necessárias essas equipes específicas, e todas
(clinica médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário, as pessoas e populações serão acompanhadas pela eSF.
profissional com formação em arte e educação (arte educa- São consideradas equipes de Atenção Básica para Po-
dor) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional pulações Específicas:
graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde
pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas 3.6 - Especificidades da Estratégia Saúde da Família
áreas conforme normativa vigente. 1 - Equipes de Saúde da Família para o atendimento da
A definição das categorias profissionais é de autonomia População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantaneira: Con-
do gestor local, devendo ser escolhida de acordo com as siderando as especificidades locorregionais, os municípios
necessidades do territórios. da Amazônia Legal e Pantaneiras podem optar entre 2 (dois)

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arranjos organizacionais para equipes Saúde da Família, além especialidade de Família e Comunidade, 1 (um) enfermeiro,
dos existentes para o restante do país: preferencialmente especialista em Saúde da Família e 1 (um)
a. Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR): São auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo acrescentar a
equipes que desempenham parte significativa de suas fun- esta composição, como parte da equipe multiprofissional, o
ções em UBS construídas e/ou localizadas nas comunidades ACS e ACE e os profissionais de saúde bucal:1 (um) cirurgião
pertencentes à área adstrita e cujo acesso se dá por meio dentista, preferencialmente especialista em saúde da família
fluvial e que, pela grande dispersão territorial, necessitam e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal.
de embarcações para atender as comunidades dispersas no Devem contar também, com um (01) técnico de labo-
território. As eSFR são vinculadas a uma UBS, que pode estar ratório e/ou bioquímico. Estas equipes poderão incluir, na
localizada na sede do Município ou em alguma comunidade composição mínima, os profissionais de saúde bucal, um (1)
ribeirinha localizada na área adstrita. cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde
A eSFR será formada por equipe multiprofissional com- da família, e um (01) Técnico ou Auxiliar em Saúde Bucal.
posta por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da Poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais da
especialidade de Família e Comunidade, 1 (um) enfermeiro, área da saúde de nível superior à sua composição, dentre en-
preferencialmente especialista em Saúde da Família e 1 (um) fermeiros ou outros profissionais previstos para os Nasf - AB
auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo acrescentar a Para as comunidades distantes da Unidade Básica de Saú-
esta composição, como parte da equipe multiprofissional, o de de referência, a eSFF adotará circuito de deslocamento
ACS e ACE e os profissionais de saúde bucal:1 (um) cirurgião que garanta o atendimento a todas as comunidades assis-
dentista, preferencialmente especialista em saúde da família tidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a
e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal. execução das ações de Atenção Básica.
Nas hipóteses de grande dispersão populacional, as ESFR Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades
podem contar, ainda, com: até 24 (vinte e quatro) Agentes ribeirinhas dispersas no território de abrangência, onde a
Comunitários de Saúde; até 12 (doze) microscopistas, nas UBS Fluvial não conseguir aportar, a eSFF poderá receber
regiões endêmicas; até 11 (onze) Auxiliares/Técnicos de incentivo financeiro de custeio para logística, que considera
enfermagem; e 1 (um) Auxiliar/Técnico de saúde bucal. As a existência das seguintes estruturas:
ESFR poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais a. até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vincu-
da área da saúde de nível superior à sua composição, dentre ladas e informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento
enfermeiros ou outros profissionais previstos nas equipes de Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s),
de Nasf-AB. onde será realizada a atenção de forma descentralizada; e
Os agentes comunitários de saúde, os auxiliares/técni- b. até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclu-
cos de enfermagem extras e os auxiliares/técnicos de saúde sivas para o deslocamento dos profissionais de saúde da(s)
bucal cumprirão carga horária de até 40 (quarenta) horas equipe(s) vinculada(s)s ao Estabelecimento de Saúde de
semanais de trabalho e deverão residir na área de atuação. Atenção Básica.
As eSFR prestarão atendimento à população por, no mí- 1 - Equipe de Consultório na Rua (eCR) -equipe de saúde
nimo, 14 (quatorze) dias mensais, com carga horária equi- com composição variável, responsável por articular e pres-
valente a 8 (oito) horas diárias. tar atenção integral à saúde de pessoas em situação de rua
Para as comunidades distantes da UBS de referência, ou com características análogas em determinado território,
as eSFR adotarão circuito de deslocamento que garanta o em unidade fixa ou móvel, podendo ter as modalidades e
atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos respectivos regramentos descritos em portaria específica.
a cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das São itens necessários para o funcionamento das equipes
ações de Atenção Básica. Caso necessário, poderão possuir de Consultório na Rua (eCR):
unidades de apoio, estabelecimentos que servem para atu- a. Realizar suas atividades de forma itinerante, desenvol-
ação das eSFR e que não possuem outras equipes de Saúde vendo ações na rua, em instalações específicas, na unidade
da Família vinculadas. móvel e também nas instalações de Unidades Básicas de

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Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades Saúde do território onde está atuando, sempre articuladas
ribeirinhas dispersas no território de abrangência, a eSFR e desenvolvendo ações em parceria com as demais equipes
receberá incentivo financeiro de custeio para logística, que que atuam na atenção básica do território (eSF/eAB/UBS e
considera a existência das seguintes estruturas: Nasf-AB), e dos Centros de Atenção Psicossocial, da Rede de
a) até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vincu- Urgência/Emergência e dos serviços e instituições compo-
ladas e informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento nentes do Sistema Único de Assistência Social entre outras
de Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), instituições públicas e da sociedade civil;
onde será realizada a atenção de forma descentralizada; e b. Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 horas.
b) até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclu- Porém seu horário de funcionamento deverá ser adequa-
sivas para o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) do às demandas das pessoas em situação de rua, podendo
equipe(s) vinculada(s)s ao Estabelecimento de Saúde de ocorrer em período diurno e/ou noturno em todos os dias
Atenção Básica. da semana; e
Todas as unidades de apoio ou satélites e embarcações c. As eCR poderão ser compostas pelas categorias pro-
devem estar devidamente informadas no Cadastro Nacional fissionais especificadas em portaria específica.
de Estabelecimento de Saúde vigente, a qual as eSFR estão Na composição de cada eCR deve haver, preferencial-
vinculadas. mente, o máximo de dois profissionais da mesma profissão
Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): São equipes de saúde, seja de nível médio ou superior. Todas as modalida-
que desempenham suas funções em Unidades Básicas de des de eCR poderão agregar agentes comunitários de saúde.
Saúde Fluviais (UBSF), responsáveis por comunidades disper- O agente social, quando houver, será considerado
sas, ribeirinhas e pertencentes à área adstrita, cujo acesso equivalente ao profissional de nível médio. Entende-se por
se dá por meio fluvial. agente social o pro-fissional que desempenha atividades que
A eSFR será formada por equipe multiprofissional com- visam garantir a atenção, a defesa e a proteção às pessoas
posta por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da em situação de risco pessoal e social, assim como aproximar

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as equipes dos valores, modos de vida e cultura das pessoas - Realizar o cuidado integral à saúde da população adscri-
em situação de rua. ta, prioritariamente no âmbito da Unidade Básica de Saúde,
Para vigência enquanto equipe, deverá cumprir os se- e quando necessário, no domicílio e demais espaços comu-
guintes requisitos: nitários (escolas, associações, entre outros), com atenção
I – demonstração do cadastramento da eCR no Sistema especial às populações que apresentem necessidades es-
de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SC- pecíficas (em situação de rua, em medida socioeducativa,
NES); e privada de liberdade, ribeirinha, fluvial, etc.).
II – alimentação de dados no Sistema de Informação da - Realizar ações de atenção à saúde conforme a neces-
Atenção Básica vigente, conforme norma específica. sidade de saúde da população local, bem como aquelas
Em Municípios ou áreas que não tenham Consultórios na previstas nas prioridades, protocolos, diretrizes clínicas e
Rua, o cuidado integral das pessoas em situação de rua deve terapêuticas, assim como, na oferta nacional de ações e
seguir sendo de responsabilidade das equipes que atuam na serviços essenciais e ampliados da AB;
Atenção Básica, incluindo os profissionais de saúde bucal V – Garantir a atenção à saúde da população adscrita,
e os Núcleos Ampliados à Saúde da Família e equipes de buscando a integralidade por meio da realização de ações
Atenção Básica (Nasf-AB) do território onde estas pessoas de promoção, proteção e recuperação da saúde, prevenção
estão concentradas. de doenças e agravos e da garantia de atendimento da de-
Para cálculo do teto das equipes dos Consultórios na Rua manda espontânea, da realização das ações programáticas,
de cada município, serão tomados como base os dados dos coletivas e de vigilância em saúde, e incorporando diversas
censos populacionais relacionados à população em situação racionalidades em saúde, inclusive Práticas Integrativas e
de rua realizados por órgãos oficiais e reconhecidos pelo Complementares;
Ministério da Saúde. VI – Participar do acolhimento dos usuários, proporcio-
As regras estão publicadas em portarias específicas que nando atendimento humanizado, realizando classificação
disciplinam composição das equipes, valor do incentivo fi- de risco, identificando as necessidades de intervenções de
nanceiro, diretrizes de funcionamento, monitoramento e cuidado, responsabilizando-se pela continuidade da atenção
acompanhamento das equipes de consultório na rua entre e viabilizando o estabelecimento do vínculo;
outras disposições. VII – Responsabilizar-se pelo acompanhamento da po-
1 - Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP): São com- pulação adscrita ao longo do tempo no que se refere às
postas por equipe multiprofissional que deve estar cadas- múltiplas situações de doenças e agravos, e às necessidades
trada no Sistema Nacional de Estabelecimentos de Saúde vi- de cuidados preventivos, permitindo a longitudinalidade do
gente, e com responsabilidade de articular e prestar atenção cuidado;
integral à saúde das pessoas privadas de liberdade. VIII – Praticar cuidado individual, familiar e dirigido a pes-
Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas priva- soas, famílias e grupos sociais, visando propor intervenções
das de liberdade no sistema prisional ao cuidado integral que possam influenciar os processos saúde-doença individu-
no SUS, é previsto na Política Nacional de Atenção Integral al, das coletividades e da própria comunidade;
à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Pri- IX – Responsabilizar-se pela população adscrita manten-
sional (PNAISP), que os serviços de saúde no sistema prisio- do a coordenação do cuidado mesmo quando necessita de
atenção em outros pontos de atenção do sistema de saúde;
nal passam a ser ponto de atenção da Rede de Atenção à
X – Utilizar o Sistema de Informação da Atenção Básica
Saúde (RAS) do SUS, qualificando também a Atenção Básica
vigente para registro das ações de saúde na AB, visando
no âmbito prisional como porta de entrada do sistema e
subsidiar a gestão, planejamento, investigação clínica e epi-
ordenadora das ações e serviços de saúde, devendo reali-
demiológica, e à avaliação dos serviços de saúde;;
zar suas atividades nas unidades prisionais ou nas Unidades
XI – Contribuir para o processo de regulação do acesso a
Básicas de Saúde a que estiver vinculada, conforme portaria
partir da Atenção Básica, participando da definição de fluxos
específica. assistenciais na RAS, bem como da elaboração e implemen-
tação de protocolos e diretrizes clínicas e terapêuticas para
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4 - ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁ- a ordenação desses fluxos;


SICA XII – Realizar a gestão das filas de espera, evitando a
prática do encaminhamento desnecessário, com base nos
As atribuições dos profissionais das equipes que atuam processos de regulação locais (referência e contrarreferên-
na Atenção Básica deverão seguir normativas específicas do cia), ampliando-a para um processo de compartilhamento de
Ministério da Saúde, bem como as definições de escopo de casos e acompanhamento longitudinal de responsabilidade
práticas, protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, além das equipes que atuam na atenção básica;
de outras normativas técnicas estabelecidas pelos gestores XIII – Prever nos fluxos da RAS entre os pontos de atenção
federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. de diferentes configurações tecnológicas a integração por
meio de serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, para
4.1 Atribuições Comuns a todos os membros das Equipes garantir a integralidade do cuidado;
que atuam na Atenção Básica: XIV – Instituir ações para segurança do paciente e pro-
- Participar do processo de territorialização e mapea- por medidas para reduzir os riscos e diminuir os eventos
mento da área de atuação da equipe, identificando grupos, adversos;
famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades; XV – Alimentar e garantir a qualidade do registro das
- Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e ou- atividades nos sistemas de informação da Atenção Básica,
tros dados de saúde das famílias e dos indivíduos no siste- conforme normativa vigente;
ma de informação da Atenção Básica vigente, utilizando as XVI – Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de
informações sistematicamente para a análise da situação notificação compulsória, bem como outras doenças, agravos,
de saúde, considerando as características sociais, econômi- surtos, acidentes, violências, situações sanitárias e ambien-
cas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território, tais de importância local, considerando essas ocorrências
priorizando as situações a serem acompanhadas no plane- para o planejamento de ações de prevenção, proteção e
jamento local; recuperação em saúde no território;

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XVII – Realizar busca ativa de internações e atendimentos V – Realizar atividades em grupo e encaminhar, quando
de urgência/emergência por causas sensíveis à Atenção Bá- necessário, usuários a outros serviços, conforme fluxo es-
sica, a fim de estabelecer estratégias que ampliem a resoluti- tabelecido pela rede local;
vidade e a longitudinalidade pelas equipes que atuam na AB; VI – Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas
XVIII – Realizar visitas domiciliares e atendimentos em pelos técnicos/auxiliares de enfermagem, ACS e ACE em
domicílio às famílias e pessoas em residências, Instituições de conjunto com os outros membros da equipe;
Longa Permanência (ILP), abrigos, entre outros tipos de mo- VII – Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de en-
radia existentes em seu território, de acordo com o planeja- fermagem e ACS;
mento da equipe, necessidades e prioridades estabelecidas; VIII – Implementar e manter atualizados rotinas, protoco-
XIX – Realizar atenção domiciliar a pessoas com proble- los e fluxos relacionados a sua área de competência na UBS; e
mas de saúde controlados/compensados com algum grau IX – Exercer outras atribuições conforme legislação pro-
de dependência para as atividades da vida diária e que não fissional, e que sejam de responsabilidade na sua área de
podem se deslocar até a Unidade Básica de Saúde; atuação.
XX – Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, 4.2.2 - Técnico e/ou Auxiliar de Enfermagem:
integrando áreas técnicas, profissionais de diferentes for- I – Participar das atividades de atenção à saúde realizan-
mações e até mesmo outros níveis de atenção, buscando do procedimentos regulamentados no exercício de sua pro-
incorporar práticas de vigilância, clínica ampliada e matri- fissão na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio
ciamento ao processo de trabalho cotidiano para essa in- e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações,
tegração (realização de consulta compartilhada reservada entre outros);
aos profissionais de nível superior, construção de Projeto II – Realizar procedimentos de enfermagem, como curati-
Terapêutico Singular, trabalho com grupos, entre outras es- vos, administração de medicamentos, vacinas, coleta de ma-
tratégias, em consonância com as necessidades e demandas terial para exames, lavagem, preparação e esterilização de
da população); materiais, entre outras atividades delegadas pelo enfermei-
XXI – Participar de reuniões de equipes a fim de acom- ro, de acordo com sua área de atuação e regulamentação; e
panhar e discutir em conjunto o planejamento e avaliação III – Exercer outras atribuições que sejam de responsa-
sistemática das ações da equipe, a partir da utilização dos bilidade na sua área de atuação.
dados disponíveis, visando a readequação constante do pro- 4.2.1 - Médico:
cesso de trabalho; I – Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias sob
XXII – Articular e participar das atividades de educação sua responsabilidade;
permanente e educação continuada; II – Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos
XXIII – Realizar ações de educação em saúde à popula- cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou
ção adstrita, conforme planejamento da equipe e utilizando necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comuni-
abordagens adequadas às necessidades deste público; tários (escolas, associações entre outros); em conformidade
XXIV – Participar do gerenciamento dos insumos neces- com protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, bem como
sários para o adequado funcionamento da UBS; outras normativas técnicas estabelecidas pelos gestores (fe-
XIV – Promover a mobilização e a participação da comu- deral, estadual, municipal ou Distrito Federal), observadas
nidade, estimulando conselhos/colegiados, constituídos de as disposições legais da profissão;
gestores locais, profissionais de saúde e usuários, viabilizan- III – Realizar estratificação de risco e elaborar plano de
do o controle social na gestão da Unidade Básica de Saúde; cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas
XXV – Identificar parceiros e recursos na comunidade no território, junto aos demais membros da equipe;
que possam potencializar ações intersetoriais; IV – Encaminhar, quando necessário, usuários a outros
XXVI – Acompanhar e registrar no Sistema de Informação pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sob
da Atenção Básica e no mapa de acompanhamento do Pro- sua responsabilidade o acompanhamento do plano terapêu-
grama Bolsa Família (PBF), e/ou outros pro-gramas sociais tico prescrito;
equivalentes, as condicionalidades de saúde das famílias V – Indicar a necessidade de internação hospitalar ou

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beneficiárias;e domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanha-
XXVII – Realizar outras ações e atividades, de acordo com mento da pessoa;
as prioridades locais, definidas pelo gestor local. VI – Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas
pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da
4.2. São atribuições específicas dos profissionais das equipe; e
equipes que atuam na Atenção Básica: VII – Exercer outras atribuições que sejam de responsa-
4.2.1 - Enfermeiro: bilidade na sua área de atuação.
I – Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias 4.2.2 - Cirurgião-Dentista:
vinculadas às equipes e, quando indicado ou necessário, no I – Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e prote-
domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, ção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamen-
associações entre outras), em todos os ciclos de vida; to, acompanhamento, reabilitação e manutenção da saúde)
II – Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a gru-
solicitar exames complementares, prescrever medicações pos específicos, atividades em grupo na UBS e, quando indi-
conforme protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou cado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços
outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, comunitários (escolas, associações entre outros), de acordo
estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as com planejamento da equipe, com resolubilidade e em con-
disposições legais da profissão; formidade com protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas,
III – Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta bem como outras normativas técnicas estabelecidas pelo
qualificada e classificação de risco, de acordo com protocolos gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal,
estabelecidos; observadas as disposições legais da profissão;
IV – Realizar estratificação de risco e elaborar plano de II – Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil
cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas epidemiológico para o planejamento e a programação em
no território, junto aos demais membros da equipe; saúde bucal no território;

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III – Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da XVII – Processar filme radiográfico;
AB em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, XVIII – Selecionar moldeiras;
pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos rela- XIX – Preparar modelos em gesso;
cionados com as fases clínicas de moldagem, adaptação e XX – Manipular materiais de uso odontológico.
acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total XXI – Exercer outras atribuições que sejam de responsa-
e parcial removível); bilidade na sua área de atuação.
IV – Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à 4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB):
promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; I – Realizar ações de promoção e prevenção em saúde
V – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe- bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante plane-
rentes à saúde com os demais membros da equipe, buscando jamento local e protocolos de atenção à saúde;
aproximar saúde bucal e integrar ações de forma multidis- II – Executar organização, limpeza, assepsia, desinfecção
ciplinar; e esterilização do instrumental, dos equipamentos odonto-
VI – Realizar supervisão do técnico em saúde bucal (TSB) lógicos e do ambiente de trabalho;
e auxiliar em saúde bucal (ASB); III – Auxiliar e instrumentar os profissionais nas inter-
VII – Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas venções clínicas,
pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da IV – Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de
equipe; saúde bucal;
VIII – Realizar estratificação de risco e elaborar plano de V – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe-
cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe
no território, junto aos demais membros da equipe; e de Atenção Básica, buscando aproximar e integrar ações de
IX – Exercer outras atribuições que sejam de responsa- saúde de forma multidisciplinar;
bilidade na sua área de atuação. VI – Aplicar medidas de biossegurança no armazenamen-
4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB): to, transporte, manuseio e descarte de produtos e resíduos
I – Realizar a atenção em saúde bucal individual e coletiva odontológicos;
das famílias, indivíduos e a grupos específicos, atividades em VII – Processar filme radiográfico;
grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio VIII – Selecionar moldeiras;
e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações IX – Preparar modelos em gesso;
entre outros), segundo programação e de acordo com suas X – Manipular materiais de uso odontológico realizando
competências técnicas e legais; manutenção e conservação dos equipamentos;
II – Coordenar a manutenção e a conservação dos equi- XI – Participar da realização de levantamentos e estudos
pamentos odontológicos; epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; e
III – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe- XII – Exercer outras atribuições que sejam de responsa-
rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe, bilidade na sua área de atuação.
buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma 4.2.5 - Gerente de Atenção Básica
multidisciplinar; Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Básica
IV – Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e qua-
prevenção e promoção da saúde bucal; lificação do processo de trabalho nas Unidades Básicas de
V – Participar do treinamento e capacitação de auxiliar Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saúde prestada
em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de pelos profissionais das equipes à população adscrita, por
promoção à saúde; meio de função técnico-gerencial. A inclusão deste profis-
VI – Participar das ações educativas atuando na promo- sional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a necessidade
ção da saúde e na prevenção das doenças bucais; do território e cobertura de AB.
VII – Participar da realização de levantamentos e estudos Entende-se por Gerente de AB um profissional qualifi-
epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; cado, preferencialmente com nível superior, com o papel
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

VIII – Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de garantir o planejamento em saúde, de acordo com as
de saúde bucal; necessidades do território e comunidade, a organização do
IX – Fazer remoção do biofilme, de acordo com a indica- processo de trabalho, coordenação e integração das ações.
ção técnica definida pelo cirurgião-dentista; Importante ressaltar que o gerente não seja profissional inte-
X – Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico grante das equipes vinculadas à UBS e que possua experiên-
exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas; cia na Atenção Básica, preferencialmente de nível superior,
XI – Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais e dentre suas atribuições estão:
odontológicos na restauração dentária direta, sendo veda- I – Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais,
do o uso de materiais e instrumentos não indicados pelo as diretrizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito
cirurgião-dentista; nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com ênfase
XII – Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a orientar
intervenções clínicas e procedimentos demandados pelo a organização do processo de trabalho na UBS;
mesmo; II – Participar e orientar o processo de territorialização,
XIII – Realizar a remoção de sutura conforme indicação diagnóstico situacional, planejamento e programação das
do Cirurgião Dentista; equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para
XIV – Executar a organização, limpeza, assepsia, desin- o alcance de metas de saúde, junto aos demais profissionais;
fecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos III – Acompanhar, orientar e monitorar os processos de
odontológicos e do ambiente de trabalho; trabalho das equipes que atuam na AB sob sua gerência,
XV – Proceder à limpeza e à antissepsia do campo ope- contribuindo para implementação de políticas, estratégias e
ratório, antes e após atos cirúrgicos; programas de saúde, bem como para a mediação de conflitos
XVI – Aplicar medidas de biossegurança no armazena- e resolução de problemas;
mento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odon- IV – Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo pro-
tológicos; fissionais envolvidos no cuidado e gestores assumem res-

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ponsabilidades pela sua própria segurança de seus colegas, casos suspeitos de doenças e agravos junto a outros profis-
pacientes e familiares, encorajando a identificação, a notifi- sionais da equipe quando necessário;
cação e a resolução dos problemas relacionados à segurança; III – Realizar visitas domiciliares com periodicidade esta-
V – Assegurar a adequada alimentação de dados nos belecida no planejamento da equipe e conforme as neces-
sistemas de informação da Atenção Básica vigente, por parte sidades de saúde da população, para o monitoramento da
dos profissionais, verificando sua consistência, estimulando situação das famílias e indivíduos do território, com especial
a utilização para análise e planejamento das ações, e divul- atenção às pessoas com agravos e condições que necessitem
gando os resultados obtidos; de maior número de visitas domiciliares;
VI – Estimular o vínculo entre os profissionais favorecen- IV – Identificar e registrar situações que interfiram no
do o trabalho em equipe; curso das doenças ou que tenham importância epidemioló-
VII – Potencializar a utilização de recursos �sicos, tec- gica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando
nológicos e equipamentos existentes na UBS, apoiando os necessário, bloqueio de transmissão de doenças infecciosas
processos de cuidado a partir da orientação à equipe sobre e agravos;
a correta utilização desses recursos; V – Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e
VIII – Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos agentes transmissores de doenças e medidas de prevenção
(manutenção, logística dos materiais, ambiência da UBS), individual e coletiva;
zelando pelo bom uso dos recursos e evitando o desabas- VI – Identificar casos suspeitos de doenças e agravos,
tecimento; encaminhar os usuários para a unidade de saúde de refe-
IX – Representar o serviço sob sua gerência em todas rência, registrar e comunicar o fato à autoridade de saúde
as instâncias necessárias e articular com demais atores da responsável pelo território;
gestão e do território com vistas à qualificação do trabalho VII – Informar e mobilizar a comunidade para desenvol-
e da atenção à saúde realizada na UBS; ver medidas simples de manejo ambiental e outras formas
X – Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação de intervenção no ambiente para o controle de vetores;
dos profissionais na organização dos fluxos de usuários, com VIII – Conhecer o funcionamento das ações e serviços do
base em protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, apoian- seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos
do a referência e contrarreferência entre equipes que atuam serviços de saúde disponíveis;
na AB e nos diferentes pontos de atenção, com garantia de IX – Estimular a participação da comunidade nas políticas
encaminhamentos responsáveis; públicas voltadas para a área da saúde;
XI – Conhecer a rede de serviços e equipamentos so- X – Identificar parceiros e recursos na comunidade que
ciais do território, e estimular a atuação intersetorial, com possam potencializar ações intersetoriais de relevância para
atenção diferenciada para as vulnerabilidades existentes no a promoção da qualidade de vida da população, como ações
território; e programas de educação, esporte e lazer, assistência social,
XII – Identificar as necessidades de formação/qualifica- entre outros; e
ção dos profissionais em conjunto com a equipe, visando XI – Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas
melhorias no processo de trabalho, na qualidade e resolu- por legislação específica da categoria, ou outra normativa
tividade da atenção, e promover a Educação Permanente, instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito Fe-
seja mobilizando saberes na própria UBS, ou com parceiros; deral.
XIII – Desenvolver gestão participativa e estimular a b) Atribuições do ACS:
participação dos profissionais e usuários em instâncias de I – Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em
controle social; base geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de
XIV – Tomar as providências cabíveis no menor prazo sua área, man-tendo os dados atualizados no sistema de
possível quanto a ocorrências que interfiram no funciona- informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os de
mento da unidade; e forma sistemática, com apoio da equipe, para a análise da
XV – Exercer outras atribuições que lhe sejam designadas situação de saúde, considerando as características sociais,

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, de acordo com econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do
suas competências. território, e priorizando as situações a serem acompanhadas
4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de no planejamento local;
Combate a Endemias (ACE) II – Utilizar instrumentos para a coleta de informações
Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e Vigilân- que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da
cia em Saúde devem se unir para a adequada identificação comunidade;
de problemas de saúde nos territórios e o planejamento de III – Registrar, para fins de planejamento e acompanha-
estratégias de intervenção clínica e sanitária mais efetivas e mento das ações de saúde, os dados de nascimentos, óbitos,
eficazes, orienta-se que as atividades específicas dos agentes doenças e outros agravos à saúde, garantido o sigilo ético;
de saúde (ACS e ACE) devem ser integradas. IV – Desenvolver ações que busquem a integração entre a
Assim, além das atribuições comuns a todos os profissio- equipe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando
nais da equipe de AB, são atribuições dos ACS e ACE: as características e as finalidades do trabalho de acompa-
a) Atribuições comuns do ACS e ACE nhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividades;
I – Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, V – Informar os usuários sobre as datas e horários de
ambiental, epidemiológico e sanitário do território em que consultas e exames agendados;
atuam, contribuindo para o processo de territorialização e VI – Participar dos processos de regulação a partir da
mapeamento da área de atuação da equipe; Atenção Básica para acompanhamento das necessidades dos
II – Desenvolver atividades de promoção da saúde, de usuários no que diz respeito a agendamentos ou desistências
prevenção de doenças e agravos, em especial aqueles mais de consultas e exames solicitados;
prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio VII – Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas
de visitas domiciliares regulares e de ações educativas indi- por legislação específica da categoria, ou outra normativa
viduais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito Fe-
da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de deral.

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Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agente das famílias, indivíduos e a grupos específicos, atividades em
Comunitário de Saúde, a serem realizadas em caráter excep- grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio
cional, assistidas por profissional de saúde de nível superior, e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações
membro da equipe, após treinamento específico e forneci- entre outros), segundo programação e de acordo com suas
mento de equipamentos adequados, em sua base geográfica competências técnicas e legais;
de atuação, encaminhando o paciente para a unidade de II – Coordenar a manutenção e a conservação dos equi-
saúde de referência. pamentos odontológicos;
I – aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o III – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe-
objetivo de promover saúde e prevenir doenças e agravos; rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe,
II – realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados multidisciplinar;
de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito IV – Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de
pelas equipes que atuam na Atenção Básica; prevenção e promoção da saúde bucal;
III – aferição da temperatura axilar, durante a visita do- V – Participar do treinamento e capacitação de auxiliar
miciliar; em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de
IV – realizar técnicas limpas de curativo, que são reali- promoção à saúde;
zadas com material limpo, água corrente ou soro fisiológico VI – Participar das ações educativas atuando na promo-
e cobertura estéril, com uso de coberturas passivas, que ção da saúde e na prevenção das doenças bucais;
somente cobre a ferida; e VII – Participar da realização de levantamentos e estudos
V – Indicar a necessidade de internação hospitalar ou epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanha- VIII – Realizar o acolhimento do paciente nos serviços
mento da pessoa; de saúde bucal;
VI – Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas IX – Fazer remoção do biofilme, de acordo com a indica-
pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da ção técnica definida pelo cirurgião-dentista;
equipe; e X – Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico
VII – Exercer outras atribuições que sejam de responsa- exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas;
bilidade na sua área de atuação. XI – Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais
4.2.2 - Cirurgião-Dentista: odontológicos na restauração dentária direta, sendo veda-
I – Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e prote- do o uso de materiais e instrumentos não indicados pelo
ção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamen- cirurgião-dentista;
to, acompanhamento, reabilitação e manutenção da saúde) XII – Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas
individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a gru- intervenções clínicas e procedimentos demandados pelo
pos específicos, atividades em grupo na UBS e, quando indi- mesmo;
cado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços XIII – Realizar a remoção de sutura conforme indicação
comunitários (escolas, associações entre outros), de acordo do Cirurgião Dentista;
com planejamento da equipe, com resolubilidade e em con- XIV – Executar a organização, limpeza, assepsia, desin-
formidade com protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, fecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos
bem como outras normativas técnicas estabelecidas pelo odontológicos e do ambiente de trabalho;
gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, XV – Proceder à limpeza e à antissepsia do campo ope-
observadas as disposições legais da profissão; ratório, antes e após atos cirúrgicos;
II – Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil XVI – Aplicar medidas de biossegurança no armazena-
epidemiológico para o planejamento e a programação em mento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odon-
saúde bucal no território; tológicos;
III – Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da XVII – Processar filme radiográfico;
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

AB em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, XVIII – Selecionar moldeiras;


pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos rela- XIX – Preparar modelos em gesso;
cionados com as fases clínicas de moldagem, adaptação e XX – Manipular materiais de uso odontológico.
acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total XXI – Exercer outras atribuições que sejam de responsa-
e parcial removível); bilidade na sua área de atuação.
IV – Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à 4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB):
promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; I – Realizar ações de promoção e prevenção em saúde
V – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe- bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante plane-
rentes à saúde com os demais membros da equipe, buscando jamento local e protocolos de atenção à saúde;
aproximar saúde bucal e integrar ações de forma multidis- II – Executar organização, limpeza, assepsia, desinfecção
ciplinar; e esterilização do instrumental, dos equipamentos odonto-
VI – Realizar supervisão do técnico em saúde bucal (TSB) lógicos e do ambiente de trabalho;
e auxiliar em saúde bucal (ASB); III – Auxiliar e instrumentar os profissionais nas inter-
VII – Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas venções clínicas,
pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da IV – Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de
equipe; saúde bucal;
VIII – Realizar estratificação de risco e elaborar plano de V – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe-
cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe
no território, junto aos demais membros da equipe; e de Atenção Básica, buscando aproximar e integrar ações de
IX – Exercer outras atribuições que sejam de responsa- saúde de forma multidisciplinar;
bilidade na sua área de atuação. VI – Aplicar medidas de biossegurança no armazenamen-
4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB): to, transporte, manuseio e descarte de produtos e resíduos
I – Realizar a atenção em saúde bucal individual e coletiva odontológicos;

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VII – Processar filme radiográfico; base em protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, apoian-
VIII – Selecionar moldeiras; do a referência e contrarreferência entre equipes que atuam
IX – Preparar modelos em gesso; na AB e nos diferentes pontos de atenção, com garantia de
X – Manipular materiais de uso odontológico realizando encaminhamentos responsáveis;
manutenção e conservação dos equipamentos; XI – Conhecer a rede de serviços e equipamentos so-
XI – Participar da realização de levantamentos e estudos ciais do território, e estimular a atuação intersetorial, com
epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; e atenção diferenciada para as vulnerabilidades existentes no
XII – Exercer outras atribuições que sejam de responsa- território;
bilidade na sua área de atuação. XII – Identificar as necessidades de formação/qualifica-
4.2.5 - Gerente de Atenção Básica ção dos profissionais em conjunto com a equipe, visando
Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Básica melhorias no processo de trabalho, na qualidade e resolu-
com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e qua- tividade da atenção, e promover a Educação Permanente,
lificação do processo de trabalho nas Unidades Básicas de seja mobilizando saberes na própria UBS, ou com parceiros;
Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saúde prestada XIII – Desenvolver gestão participativa e estimular a
pelos profissionais das equipes à população adscrita, por participação dos profissionais e usuários em instâncias de
meio de função técnico-gerencial. A inclusão deste profis- controle social;
sional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a necessidade XIV – Tomar as providências cabíveis no menor prazo
do território e cobertura de AB. possível quanto a ocorrências que interfiram no funciona-
Entende-se por Gerente de AB um profissional qualifi- mento da unidade; e
cado, preferencialmente com nível superior, com o papel XV – Exercer outras atribuições que lhe sejam designadas
de garantir o planejamento em saúde, de acordo com as pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, de acordo com
necessidades do território e comunidade, a organização do suas competências.
processo de trabalho, coordenação e integração das ações. 4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de
Importante ressaltar que o gerente não seja profissional inte- Combate a Endemias (ACE)
grante das equipes vinculadas à UBS e que possua experiên- Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e Vigilân-
cia na Atenção Básica, preferencialmente de nível superior, cia em Saúde devem se unir para a adequada identificação
e dentre suas atribuições estão: de problemas de saúde nos territórios e o planejamento de
I – Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, estratégias de intervenção clínica e sanitária mais efetivas e
as diretrizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito eficazes, orienta-se que as atividades específicas dos agentes
nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com ênfase de saúde (ACS e ACE) devem ser integradas.
na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a orientar
Assim, além das atribuições comuns a todos os profissio-
a organização do processo de trabalho na UBS;
nais da equipe de AB, são atribuições dos ACS e ACE:
II – Participar e orientar o processo de territorialização,
a) Atribuições comuns do ACS e ACE
diagnóstico situacional, planejamento e programação das
I – Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural,
equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para
ambiental, epidemiológico e sanitário do território em que
o alcance de metas de saúde, junto aos demais profissionais;
atuam, contribuindo para o processo de territorialização e
III – Acompanhar, orientar e monitorar os processos de
trabalho das equipes que atuam na AB sob sua gerência, mapeamento da área de atuação da equipe;
contribuindo para implementação de políticas, estratégias e II – Desenvolver atividades de promoção da saúde, de
programas de saúde, bem como para a mediação de conflitos prevenção de doenças e agravos, em especial aqueles mais
e resolução de problemas; prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio
IV – Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo pro- de visitas domiciliares regulares e de ações educativas indi-
fissionais envolvidos no cuidado e gestores assumem res- viduais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços
ponsabilidades pela sua própria segurança de seus colegas, da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de
casos suspeitos de doenças e agravos junto a outros profis-

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


pacientes e familiares, encorajando a identificação, a notifi-
cação e a resolução dos problemas relacionados à segurança; sionais da equipe quando necessário;
V – Assegurar a adequada alimentação de dados nos III – Realizar visitas domiciliares com periodicidade esta-
sistemas de informação da Atenção Básica vigente, por parte belecida no planejamento da equipe e conforme as neces-
dos profissionais, verificando sua consistência, estimulando sidades de saúde da população, para o monitoramento da
a utilização para análise e planejamento das ações, e divul- situação das famílias e indivíduos do território, com especial
gando os resultados obtidos; atenção às pessoas com agravos e condições que necessitem
VI – Estimular o vínculo entre os profissionais favorecen- de maior número de visitas domiciliares;
do o trabalho em equipe; IV – Identificar e registrar situações que interfiram no
VII – Potencializar a utilização de recursos �sicos, tec- curso das doenças ou que tenham importância epidemioló-
nológicos e equipamentos existentes na UBS, apoiando os gica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando
processos de cuidado a partir da orientação à equipe sobre necessário, bloqueio de transmissão de doenças infecciosas
a correta utilização desses recursos; e agravos;
VIII – Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos V – Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e
(manutenção, logística dos materiais, ambiência da UBS), agentes transmissores de doenças e medidas de prevenção
zelando pelo bom uso dos recursos e evitando o desabas- individual e coletiva;
tecimento; VI – Identificar casos suspeitos de doenças e agravos,
IX – Representar o serviço sob sua gerência em todas encaminhar os usuários para a unidade de saúde de refe-
as instâncias necessárias e articular com demais atores da rência, registrar e comunicar o fato à autoridade de saúde
gestão e do território com vistas à qualificação do trabalho responsável pelo território;
e da atenção à saúde realizada na UBS; VII – Informar e mobilizar a comunidade para desenvol-
X – Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação ver medidas simples de manejo ambiental e outras formas
dos profissionais na organização dos fluxos de usuários, com de intervenção no ambiente para o controle de vetores;

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VIII – Conhecer o funcionamento das ações e serviços do Importante ressaltar que os ACS só realizarão a execu-
seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos ção dos procedimentos que requeiram capacidade técnica
serviços de saúde disponíveis; específica se detiverem a respectiva formação, respeitada
IX – Estimular a participação da comunidade nas políticas autorização legal.
públicas voltadas para a área da saúde; c) Atribuições do ACE:
X – Identificar parceiros e recursos na comunidade que I – Executar ações de campo para pesquisa entomológica,
possam potencializar ações intersetoriais de relevância para malacológica ou coleta de reservatórios de doenças;
a promoção da qualidade de vida da população, como ações II – Realizar cadastramento e atualização da base de
e programas de educação, esporte e lazer, assistência social, imóveis para planejamento e definição de estratégias de
entre outros; e prevenção, intervenção e controle de doenças, incluindo,
XI – Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas dentre outros, o recenseamento de animais e levantamento
por legislação específica da categoria, ou outra normativa de índice amostral tecnicamente indicado;
instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito Fe- III – Executar ações de controle de doenças utilizando as
deral. medidas de controle químico, biológico, manejo ambiental
b)Atribuições do ACS: e outras ações de manejo integrado de vetores;
I – Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em IV – Realizar e manter atualizados os mapas, croquis e o
base geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de reconhecimento geográfico de seu território; e
sua área, man-tendo os dados atualizados no sistema de V – Executar ações de campo em projetos que visem
informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os de avaliar novas metodologias de intervenção para prevenção
e controle de doenças; e
forma sistemática, com apoio da equipe, para a análise da
VI – Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas
situação de saúde, considerando as características sociais,
por legislação específica da categoria, ou outra normativa
econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do
instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito Fe-
território, e priorizando as situações a serem acompanhadas deral.
no planejamento local; O ACS e o ACE devem compor uma equipe de Atenção
II – Utilizar instrumentos para a coleta de informações Básica (eAB) ou uma equipe de Saúde da Família (eSF) e se-
que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da rem coordenados por profissionais de saúde de nível superior
comunidade; realizado de forma compartilhada entre a Atenção Básica e
III – Registrar, para fins de planejamento e acompanha- a Vigilância em Saúde. Nas localidades em que não houver
mento das ações de saúde, os dados de nascimentos, óbitos, cobertura por equipe de Atenção Básica (eAB) ou equipe de
doenças e outros agravos à saúde, garantido o sigilo ético; Saúde da Família (eSF), o ACS deve se vincular à equipe da
IV – Desenvolver ações que busquem a integração entre a Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS). Já o
equipe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando ACE, nesses casos, deve ser vinculado à equipe de vigilância
as características e as finalidades do trabalho de acompa- em saúde do município e sua supervisão técnica deve ser
nhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividades; realizada por profissional com comprovada capacidade téc-
V – Informar os usuários sobre as datas e horários de nica, podendo estar vinculado à equipe de atenção básica,
consultas e exames agendados; ou saúde da família, ou a outro serviço a ser definido pelo
VI – Participar dos processos de regulação a partir da gestor local.
Atenção Básica para acompanhamento das necessidades dos
usuários no que diz respeito a agendamentos ou desistências 5. DO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO BÁSICA
de consultas e exames solicitados;
VII – Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas A Atenção Básica como contato preferencial dos usuá-
por legislação específica da categoria, ou outra normativa rios na rede de atenção à saúde orienta-se pelos princípios
instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito Fe- e diretrizes do SUS, a partir dos quais assume funções e
deral. características específicas. Considera as pessoas em sua
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agente singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a
Comunitário de Saúde, a serem realizadas em caráter excep- atenção integral, por meio da promoção da saúde, da pre-
cional, assistidas por profissional de saúde de nível superior, venção de doenças e agravos, do diagnóstico, do tratamento,
membro da equipe, após treinamento específico e forneci- da reabilitação e da redução de danos ou de sofrimentos que
mento de equipamentos adequados, em sua base geográfica possam comprometer sua autonomia.
de atuação, encaminhando o paciente para a unidade de Dessa forma, é fundamental que o processo de trabalho
na Atenção Básica se caracteriza por:
saúde de referência.
I – Definição do território e Territorialização - A gestão
I – aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o
deve definir o território de responsabilidade de cada equipe,
objetivo de promover saúde e prevenir doenças e agravos; e esta deve conhecer o território de atuação para progra-
II – realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no mar suas ações de acordo com o perfil e as necessidades
domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados da comunidade, considerando diferentes elementos para a
de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito cartografia: ambientais, históricos, demográficos, geográ-
pelas equipes que atuam na Atenção Básica; ficos, econômicos, sanitários, sociais, culturais, etc. Impor-
III – aferição da temperatura axilar, durante a visita do- tante refazer ou complementar a territorialização sempre
miciliar; que necessário, já que o território é vivo. Nesse processo,
IV – realizar técnicas limpas de curativo, que são reali- a Vigilância em Saúde (sanitária, ambiental, epidemiológi-
zadas com material limpo, água corrente ou soro fisiológico ca e do trabalhador) e a Promoção da Saúde se mostram
e cobertura estéril, com uso de coberturas passivas, que como referenciais essenciais para a identificação da rede de
somente cobre a ferida; e causalidades e dos elementos que exercem determinação
V – orientação e apoio, em domicílio, para a correta sobre o processo saúde-doença, auxiliando na percepção dos
administração da medicação do paciente em situação de problemas de saúde da população por parte da equipe e no
vulnerabilidade. planejamento das estratégias de intervenção.

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Além dessa articulação de olhares para a compreensão VI – O acolhimento deve estar presente em todas as
do território sob a responsabilidade das equipes que atu- relações de cuidado, nos encontros entre trabalhadores de
am na AB, a integração entre as ações de Atenção Básica saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas,
e Vigilância em Saúde deve ser concreta, de modo que se suas necessidades, problematizando e reconhecendo como
recomenda a adoção de um território único para ambas as legítimas, e realizando avaliação de risco e vulnerabilidade
equipes, em que o Agente de Combate às Endemias tra- das famílias daquele território, sendo que quanto maior o
balhe em conjunto com o Agente Comunitário de Saúde e grau de vulnerabilidade e risco, menor deverá ser a quanti-
os demais membros da equipe multiprofissional de AB na dade de pessoas por equipe, com especial atenção para as
identificação das necessidades de saúde da população e no condições crônicas.
planejamento das intervenções clínicas e sanitárias. Considera-se condição crônica aquela de curso mais ou
Possibilitar, de acordo com a necessidade e conforma- me-nos longo ou permanente que exige resposta e ações
ção do território, através de pactuação e negociação entre con�nuas, proativas e integradas do sistema de atenção à
gestão e equipes, que o usuário possa ser atendido fora de saúde, dos profissionais de saúde e das pessoas usuárias para
sua área de cobertura, mantendo o diálogo e a informação o seu controle efetivo, eficiente e com qualidade.
com a equipe de referência. Ressalta-se a importância de que o acolhimento aconteça
II – Responsabilização Sanitária - Papel que as equipes durante todo o horário de funcionamento da UBS, na organi-
devem assumir em seu território de referência (adstrição), zação dos fluxos de usuários na unidade, no estabelecimento
considerando questões sanitárias, ambientais (desastres, de avaliações de risco e vulnerabilidade, na definição de mo-
controle da água, solo, ar), epidemiológicas (surtos, epide- delagens de escuta (individual, coletiva, etc), na gestão das
mias, notificações, controle de agravos), culturais e socioe- agendas de atendimento individual, nas ofertas de cuidado
conômicas, contribuindo por meio de intervenções clínicas multidisciplinar, etc.
e sanitárias nos problemas de saúde da população com re- A saber, o acolhimento à demanda espontânea na Aten-
sidência fixa, os itinerantes (população em situação de rua, ção Básica pode se constituir como:
ciganos, circenses, andarilhos, acampados, assentados, etc) a. Mecanismo de ampliação/facilitação do acesso - a
ou mesmo trabalhadores da área adstrita. equipe deve atender todos as pessoas que chegarem na
III – Porta de Entrada Preferencial - A responsabilização UBS, conforme sua necessidade, e não apenas determina-
é fundamental para a efetivação da Atenção Básica como dos grupos populacionais, ou agravos mais prevalentes e/ou
contato e porta de entrada preferencial da rede de atenção, fragmentados por ciclo de vida. Dessa forma a ampliação do
primeiro atendimento às urgências/emergências, acolhimen- acesso ocorre também contemplando a agenda programada
to, organização do escopo de ações e do processo de traba- e a demanda espontânea, abordando as situações con-forme
lho de acordo com demandas e necessidades da população, suas especificidades, dinâmicas e tempo.
através de estratégias diversas (protocolos e diretrizes clí- b. Postura, atitude e tecnologia do cuidado - se estabe-
nicas, linhas de cuidado e fluxos de encaminhamento para lece nas relações entre as pessoas e os trabalhadores, nos
os outros pontos de atenção da RAS, etc). Caso o usuário modos de escuta, na maneira de lidar com o não previsto,
acesse a rede através de outro nível de atenção, ele deve ser nos modos de construção de vínculos (sensibilidade do traba-
referenciado à Atenção Básica para que siga sendo acompa- lhador, posicionamento ético situacional), podendo facilitar
nhado, assegurando a continuidade do cuidado. a continuidade do cuidado ou facilitando o acesso sobretu-
IV – Adscrição de usuários e desenvolvimento de relações do para aqueles que procuram a UBS fora das consultas ou
de vínculo e responsabilização entre a equipe e a população atividades agendadas.
do seu território de atuação, de forma a facilitar a adesão do c. Dispositivo de (re)organização do processo de trabalho
usuário ao cuidado compartilhado com a equipe (vinculação em equipe - a implantação do acolhimento pode provocar
de pessoas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes, mudanças no modo de organização das equipes, relação en-
com o objetivo de ser referência para o seu cuidado). tre trabalhadores e modo de cuidar. Para acolher a demanda
V – Acesso - A unidade de saúde deve acolher todas as espontânea com equidade e qualidade, não basta distribuir

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


pessoas do seu território de referência, de modo universal senhas em número limitado, nem é possível encaminhar to-
e sem diferenciações excludentes. Acesso tem relação com das as pessoas ao médico, aliás o acolhimento não deve se
a capacidade do serviço em responder às necessidades de restringir à triagem clínica. Organizar a partir do acolhimento
saúde da população (residente e itinerante). Isso implica di- exige que a equipe reflita sobre o conjunto de ofertas que
zer que as necessidades da população devem ser o principal ela tem apresentado para lidar com as necessidades de saú-
referencial para a definição do escopo de ações e serviços a de da população e território. Para isso é importante que a
serem ofertados, para a forma como esses serão organizados equipe defina quais profissionais vão receber o usuário que
e para o todo o funcionamento da UBS, permitindo diferen- chega; como vai avaliar o risco e vulnerabilidade; fluxos e
ciações de horário de atendimento (estendido, sábado, etc), protocolos para encaminhamento; como organizar a agenda
formas de agendamento (por hora marcada, por telefone, dos profissionais para o cuidado; etc.
e-mail, etc), e outros, para assegurar o acesso. Pelo mesmo Destacam-se como importantes ações no processo de
motivo, recomenda-se evitar barreiras de acesso como o avaliação de risco e vulnerabilidade na Atenção Básica o
fechamento da unidade durante o horário de almoço ou em Acolhimento com Classificação de Risco (a) e a Estratifica-
períodos de férias, entre outros, impedindo ou restringindo a ção de Risco (b).
acesso da população. Destaca-se que horários alternativos de a) Acolhimento com Classificação de Risco: escuta qua-
funcionamento que atendam expressamente a necessidade lificada e comprometida com a avaliação do potencial de
da população podem ser pactuados através das instâncias risco, agravo à saúde e grau de sofrimento dos usuários, con-
de participação social e gestão local. siderando dimensões de expressão (�sica, psíquica, social,
Importante ressaltar também que para garantia do aces- etc) e gravidade, que possibilita priorizar os atendimentos
so é necessário acolher e resolver os agravos de maior inci- a eventos agudos (condições agudas e agudizações de con-
dência no território e não apenas as ações programáticas, dições crônicas) conforme a necessidade, a partir de crité-
garantindo um amplo escopo de ofertas nas unidades, de rios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis em diretrizes
modo a concentrar recursos e maximizar ofertas. e protocolos assistenciais definidos no SUS.

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O processo de trabalho das equipes deve estar organi- saúde, e redução de danos. Importante promover o uso de
zado de modo a permitir que casos de urgência/emergência ferramentas que apoiem e qualifiquem o cuidado realizado
tenham prioridade no atendimento, independentemente do pelas equipes, como as ferramentas da clínica ampliada,
número de consultas agendadas no período. Caberá à UBS gestão da clínica e promoção da saúde, para ampliação da
prover atendimento adequado à situação e dar suporte até resolutividade e abrangência da AB.
que os usuários sejam acolhidos em outros pontos de aten- Entende-se por ferramentas de Gestão da Clínica um con-
ção da RAS. -junto de tecnologias de microgestão do cuidado destinado
As informações obtidas no acolhimento com classificação a promover uma atenção à saúde de qualidade, como pro-
de risco deverão ser registradas em prontuário do cidadão tocolos e diretrizes clínicas, planos de ação, linhas de cuida-
(�sico ou preferencialmente eletrônico). do, projetos terapêuticos singulares, genograma, ecomapa,
Os desfechos do acolhimento com classificação de risco gestão de listas de espera, auditoria clínica, indicadores de
poderão ser definidos como: 1- consulta ou procedimento cuidado, entre outras. Para a utilização dessas ferramentas,
imediato; deve-se considerar a clínica centrada nas pessoas; efetiva,
1. consulta ou procedimento em horário disponível no estruturada com base em evidências cien�ficas; segura, que
mesmo dia; não cause danos às pessoas e aos profissionais de saúde;
2. agendamento de consulta ou procedimento em data eficiente, oportuna, prestada no tempo certo; equitativa,
futura, para usuário do território; de forma a reduzir as desigualdades e que a oferta do aten-
3. procedimento para resolução de demanda simples dimento se dê de forma humanizada.
prevista em protocolo, como renovação de receitas para VIII – Promover atenção integral, con�nua e organizada à
pessoas com condições crônicas, condições clínicas estáveis população adscrita, com base nas necessidades sociais e de
ou solicitação de exames para o seguimento de linha de saúde, através do estabelecimento de ações de continuidade
cuidado bem definida; informacional, interpessoal e longitudinal com a população.
4. encaminhamento a outro ponto de atenção da RAS, A Atenção Básica deve buscar a atenção integral e de qua-
mediante contato prévio, respeitado o protocolo aplicável; e lidade, resolutiva e que contribua para o fortalecimento da
5. orientação sobre territorialização e fluxos da RAS, com autonomia das pessoas no cuidado à saúde, estabelecendo
indicação específica do serviço de saúde que deve ser pro- articulação orgânica com o conjunto da rede de atenção à
curado, no município ou fora dele, nas demandas em que saúde. Para o alcance da integralidade do cuidado, a equipe
a classificação de risco não exija atendimento no momento deve ter noção sobre a ampliação da clínica, o conhecimento
da procura do serviço. sobre a realidade local, o trabalho em equipe multiprofissio-
b) Estratificação de risco: É o processo pelo qual se utiliza nal e transdisciplinar, e a ação intersetorial.
critérios clínicos, sociais, econômicos, familiares e outros, Para isso pode ser necessário realizar de ações de aten-
com base em diretrizes clínicas, para identificar subgrupos de ção à saúde nos estabelecimentos de Atenção Básica à saúde,
acordo com a complexidade da condição crônica de saúde, no domicílio, em locais do território (salões comunitários,
com o objetivo de diferenciar o cuidado clínico e os fluxos escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços que compor-
que cada usuário deve seguir na Rede de Atenção à Saúde tem a ação planejada.
para um cuidado integral. IX – Realização de ações de atenção domiciliar destinada
A estratificação de risco da população adscrita a deter- a usuários que possuam problemas de saúde controlados/
minada UBS é fundamental para que a equipe de saúde or- compensados e com dificuldade ou impossibilidade �sica de
ganize as ações que devem ser oferecidas a cada grupo ou locomoção até uma Unidade Básica de Saúde, que necessi-
estrato de risco/vulnerabilidade, levando em consideração tam de cuidados com menor frequência e menor necessidade
a necessidade e adesão dos usuários, bem como a raciona- de recursos de saúde, para famílias e/ou pessoas para busca
lidade dos recursos disponíveis nos serviços de saúde. ativa, ações de vigilância em saúde e realizar o cuidado com-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

VII – Trabalho em Equipe Multiprofissional - Conside- partilhado com as equipes de atenção domiciliar nos casos
rando a diversidade e complexidade das situações com as de maior complexidade.
quais a Atenção Básica lida, um atendimento integral requer X – Programação e implementação das atividades de
a presença de diferentes formações profissionais trabalhan- atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde
do com ações compartilhadas, assim como, com processo da população, com a priorização de intervenções clínicas
interdisciplinar centrado no usuário, incorporando práticas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de
de vigilância, promoção e assistência à saúde, bem como frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui
matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. É possível o planejamento e organização da agenda de trabalho com-
integrar também profissionais de outros níveis de atenção. partilhada de todos os profissionais, e recomenda- se evitar
VIII – Resolutividade - Capacidade de identificar e intervir a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saú-
nos riscos, necessidades e demandas de saúde da população, de, ciclos de vida, gênero e patologias dificultando o acesso
atingindo a solução de problemas de saúde dos usuários. dos usuários. Recomenda-se a utilização de instrumentos
A equipe deve ser resolutiva desde o contato inicial, até de planejamento estratégico situacional em saúde, que seja
demais ações e serviços da AB de que o usuário necessite. ascendente e envolva a participação popular (gestores, tra-
Para tanto, é preciso garantir amplo escopo de ofertas e balhadores e usuários).
abordagens de cuidado, de modo a concentrar recursos, ma- XI – Implementação da Promoção da Saúde como um
ximizar as ofertas e melhorar o cuidado, encaminhando de princípio para o cuidado em saúde, entendendo que, além
forma qualificada o usuário que necessite de atendimento da sua importância para o olhar sobre o território e o per-
especializado. Isso inclui o uso de diferentes tecnologias e fil das pessoas, considerando a determinação social dos
abordagens de cuidado individual e coletivo, por meio de processos saúde-doença para o planejamento das inter-
habilidades das equipes de saúde para a promoção da saúde, venções da equipe, contribui também para a qualificação
prevenção de doenças e agravos, proteção e recuperação da e diversificação das ofertas de cuidado. A partir do respeito

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à autonomia dos usuários, é possível estimular formas de A integração das ações de Vigilância em Saúde com Aten-
andar a vida e comportamentos com prazer que permane- ção Básica, pressupõe a reorganização dos processos de tra-
çam dentro de certos limites sensíveis entre a saúde e a balho da equipe, a integração das bases territoriais (território
doença, o saudável e o prejudicial, que sejam singulares e único), preferencialmente e rediscutir as ações e atividades
viáveis para cada pessoa. Ainda, numa acepção mais ampla, dos agentes comunitários de saúde e do agentes de combate
é possível estimular a transformação das condições de vida às endemias, com definição de papéis e responsabilidades.
e saúde de indivíduos e coletivos, através de estratégias A coordenação deve ser realizada por profissionais de
transversais que estimulem a aquisição de novas atitudes nível superior das equipes que atuam na Atenção Básica.
entre as pessoas, favorecendo mudanças para modos de XIII – Desenvolvimento de ações educativas por parte
vida mais saudáveis e sustentáveis. das equipes que atuam na AB, devem ser sistematizadas de
Embora seja recomendado que as ações de promoção forma que possam interferir no processo de saúde-doença
da saúde estejam pautadas nas necessidades e demandas da população, no desenvolvimento de autonomia, individual
singulares do território de atuação da AB, denotando uma e coletiva, e na busca por qualidade de vida e promoção do
ampla possibilidade de temas para atuação, destacam-se al- autocuidado pelos usuários.
guns de relevância geral na população brasileira, que devem XIV – Desenvolver ações intersetoriais, em interlocu-
ser considerados na abordagem da Promoção da Saúde na ção com escolas, equipamentos do SUAS, associações de
AB: alimentação adequada e saudável; práticas corporais e moradores, equipamentos de segurança, entre outros, que
atividade �sica; enfrentamento do uso do tabaco e seus de- tenham relevância na comunidade, integrando projetos e
rivados; enfrentamento do uso abusivo de álcool; promoção redes de apoio social, voltados para o desenvolvimento de
da redução de danos; promoção da mobilidade segura e sus- uma atenção integral;
tentável; promoção da cultura de paz e de direitos humanos; XV – Implementação de diretrizes de qualificação dos
promoção do desenvolvimento sustentável. modelos de atenção e gestão, tais como, a participação co-
XII – Desenvolvimento de ações de prevenção de doen- letiva nos processos de gestão, a valorização, fomento a au-
ças e agravos em todos os níveis de acepção deste termo tonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados
(primária, secundária, terciária e quartenária), que priorizem na produção de saúde, autocuidado apoiado, o compromisso
determinados perfis epidemiológicos e os fatores de risco com a ambiência e com as condições de trabalho e cuida-
clínicos, comportamentais, alimentares e/ou ambientais, do, a constituição de vínculos solidários, a identificação das
bem como aqueles determinados pela produção e circula- necessidades sociais e organização do serviço em função
ção de bens, prestação de serviços de interesse da saúde, delas, entre outras;
ambientes e processos de trabalho. A finalidade dessas ações XVI – Participação do planejamento local de saúde, assim
é prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças, como do monitoramento e a avaliação das ações na sua
agravos e complicações preveníveis, evitar intervenções des- equipe, unidade e município; visando à readequação do pro-
necessárias e iatrogênicas e ainda estimular o uso racional cesso de trabalho e do planejamento frente às necessidades,
de medicamentos. realidade, dificuldades e possibilidades analisadas.
Para tanto é fundamental a integração do trabalho entre O planejamento ascendente das ações de saúde deverá
Atenção Básica e Vigilância em Saúde, que é um processo ser elaborado de forma integrada nos âmbitos das equipes,
con�nuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e dos municípios, das regiões de saúde e do Distrito Federal,
disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde, partindo-se do reconhecimento das realidades presentes no
visando ao planejamento e a implementação de medidas território que influenciam a saúde, condicionando as ofertas
de saúde pública para a proteção da saúde da população, da Rede de Atenção Saúde de acordo com a necessidade/
a prevenção e controle de riscos, agravos e doenças, bem demanda da população, com base em parâmetros estabe-
como para a promoção da saúde. lecidos em evidências cien�ficas, situação epidemiológica,

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


As ações de Vigilância em Saúde estão inseridas nas áreas de risco e vulnerabilidade do território adscrito.
atribuições de todos os profissionais da Atenção Básica e As ações em saúde planejadas e propostas pelas equipes
envolvem práticas e processos de trabalho voltados para: deverão considerar o elenco de oferta de ações e de serviços
a. vigilância da situação de saúde da população, com prestados na AB, os indicadores e parâmetros, pactuados
análises que subsidiem o planejamento, estabelecimento no âmbito do SUS.
de prioridades e estratégias, monitoramento e avaliação das As equipes que atuam na AB deverão manter atualiza-
ações de saúde pública; das as informações para construção dos indicadores esta-
b. detecção oportuna e adoção de medidas adequadas belecidos pela gestão, com base nos parâmetros pactuados
para a resposta de saúde pública; alimentando, de forma digital, o sistema de informação de
c. vigilância, prevenção e controle das doenças trans- Atenção Básica vigente;
missíveis; e XVII – Implantar estratégias de Segurança do Paciente
d. vigilância das violências, das doenças crônicas não na AB, estimulando prática assistencial segura, envolvendo
transmissíveis e acidentes. os pacientes na segurança, criando mecanismos para evitar
A AB e a Vigilância em Saúde deverão desenvolver ações erros, garantir o cui-dado centrado na pessoa, realizando
integradas visando à promoção da saúde e prevenção de do- planos locais de segurança do paciente, fornecendo melho-
enças nos territórios sob sua responsabilidade. Todos profis- ria con�nua relacionando a identificação, a prevenção, a
sionais de saúde deverão realizar a notificação compulsória e detecção e a redução de riscos.
conduzir a investigação dos casos suspeitos ou confirmados XVIII – Apoio às estratégias de fortalecimento da gestão
de doenças, agravos e outros eventos de relevância para local e do controle social, participando dos conselhos locais
a saúde pública, conforme protocolos e normas vigentes. de saúde de sua área de abrangência, assim como, articular e
Compete à gestão municipal reorganizar o território, e incentivar a participação dos trabalhadores e da comunidade
os processos de trabalho de acordo com a realidade local. nas reuniões dos conselhos locais e municipal; e

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XIX – Formação e Educação Permanente em Saúde, como compõe o bloco de financiamento de Atenção Básica (Bloco
parte do processo de trabalho das equipes que atuam na AB) e parte do bloco de financiamento de investimento e
Atenção Básica. Considera-se Educação Permanente em Saú- seus recursos deverão ser utilizados para financiamento das
de (EPS) a aprendizagem que se desenvolve no trabalho, ações de Atenção Básica.
onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das Os repasses dos recursos da AB aos municípios são efe-
organizações e do trabalho, baseandose na aprendizagem tuados em conta aberta especificamente para este fim, de
significativa e na possibilidade de transformar as práticas dos acordo com a normatização geral de transferências de re-
trabalhadores da saúde. Nesse contexto, é importante que cursos fundo a fundo do Ministério da Saúde com o objetivo
a EPS se desenvolva essencialmente em espaços institucio- de facilitar o acompanhamento pelos Conselhos de Saúde
nalizados, que sejam parte do cotidiano das equipes (reu- no âmbito dos municípios, dos estados e do Distrito Federal.
niões, fóruns territoriais, entre outros), devendo ter espaço O financiamento federal para as ações de Atenção Básica
garantido na carga horária dos trabalhadores e contemplar deverá ser composto por:
a qualificação de todos da equipe multiprofissional, bem I – Recursos per capita; que levem em consideração as-
como os gestores. pectos sociodemográficos e epidemiológicos;
Algumas estratégias podem se aliar a esses espaços ins- II – Recursos que estão condicionados à implantação de
titucionais em que equipe e gestores refletem, aprendem estratégias e programas da Atenção Básica, tais como os
e trans-formam os processos de trabalho no dia-a-dia, de recursos específicos para os municípios que implantarem,
modo a potencializá-los, tais como Cooperação Horizontal, as equipes de Saúde da Família (eSF), as equipes de Atenção
Apoio Institucional, Tele Educação, Formação em Saúde. Básica (eAB), as equipes de Saúde Bucal (eSB), de Agentes
Entende-se que o apoio institucional deve ser pensado Comunitários de Saúde (EACS), dos Núcleos Ampliado de
como uma função gerencial que busca a reformulação do Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), dos Consul-
modo tradicional de se fazer coordenação, planejamento, tórios na Rua (eCR), de Saúde da Família Fluviais (eSFF) e
supervisão e avaliação em saúde. Ele deve assumir como ob- Ribeirinhas (eSFR) e Programa Saúde na Escola e Programa
jetivo a mudança nas organizações, tomando como matéria- Academia da Saúde;
-prima os problemas e tensões do cotidiano Nesse sentido, III – Recursos condicionados à abrangência da oferta de
pressupõe-se o esforço de transformar os modelos de gestão ações e serviços;
verticalizados em relações horizontais que ampliem a demo- IV – Recursos condicionados ao desempenho dos serviços
cratização, autonomia e compromisso dos trabalhadores e de Atenção Básica com parâmetros, aplicação e comparabi-
gestores, baseados em relações con�nuas e solidárias. lidade nacional, tal como o Programa de Melhoria de Acesso
A Formação em Saúde, desenvolvida por meio da re- e Qualidade;
lação entre trabalhadores da AB no território (estágios de V – Recursos de investimento;
graduação e residências, projetos de pesquisa e extensão, Os critérios de alocação dos recursos da AB deverão se
entre outros), beneficiam AB e instituições de ensino e pes- ajustar conforme a regulamentação de transferência de re-
quisa, trabalhadores, docentes e discentes e, acima de tudo, cursos federais para o financiamento das ações e serviços
a população, com profissionais de saúde mais qualificados públicos de saúde no âmbito do SUS, respeitando especifi-
para a atuação e com a produção de conhecimento na AB. cidades locais, e critério definido na LC 141/2012.
Para o fortalecimento da integração entre ensino, serviços I – Recurso per capita:
e comunidade no âmbito do SUS, destaca-se a estratégia de O recurso per capita será transferido mensalmente, de
celebração de instrumentos contratuais entre instituições de forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde
ensino e serviço, como forma de garantir o acesso a todos aos Fundos Municipais de Saúde e do Distrito Federal com
os estabelecimentos de saúde sob a responsabilidade do base num valor multiplicado pela população do Município.
gestor da área de saúde como cenário de práticas para a A população de cada município e do Distrito Federal será
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

formação no âmbito da graduação e da residência em saúde a população definida pelo IBGE e publicada em portaria es-
no SUS, bem como de estabelecer atribuições das partes re- pecífica pelo Ministério da Saúde.
lacionadas ao funcionamento da integração ensino-serviço- II – Recursos que estão condicionados à implantação de
comunidade. estratégias e programas da Atenção Básica
Além dessas ações que se desenvolvem no cotidiano das 1. Equipe de Saúde da Família (eSF): os valores dos incen-
equipes, de forma complementar, é possível oportunizar pro- tivos financeiros para as equipes de Saúde da Família implan-
cessos formativos com tempo definido, no intuito de desen- tadas serão prioritário e superior, transferidos a cada mês,
volver reflexões, conhecimentos, competências, habilidades tendo como base o número de equipe de Saúde da Família
e atitudes específicas, através dos processos de Educação (eSF) registrados no sistema de Cadastro Nacional vigente
Continuada, igualmente como estratégia para a qualificação no mês anterior ao da respectiva competência financeira.
da AB. As ofertas educacionais devem, de todo modo, ser O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio
indissociadas das temáticas relevantes para a Atenção Básica das equipes de Saúde da Família será publicado em portaria
e da dinâmica cotidiana de trabalho dos profissionais. específica
2. Equipe de Atenção Básica (eAB): os valores dos incen-
6. DO FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO BÁSICA tivos financeiros para as equipes de Atenção Básica (eAB)
implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como base
O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite o número de equipe de Atenção Básica (eAB) registrados
e com detalhamento apresentado pelo Plano Municipal de no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde garantido nos instrumentos conforme especificado Saúde vigente no mês anterior ao da respectiva competência
no Plano Nacional, Estadual e Municipal de gestão do SUS. financeira.
No âmbito federal, o montante de recursos financeiros des- O percentual de financiamento das equipes de Aten-
tinados à viabilização de ações de Atenção Básica à saúde ção Básica (eAB), será definido pelo Ministério da Saúde, a

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depender da disponibilidade orçamentária e demanda de de equipes e profissionais do SCNES, no mês de agosto do
credenciamento. ano vigente.
1. Equipe de Saúde Bucal (eSB): Os valores dos incentivos A efetivação da transferência dos recursos financeiros
financeiros quando as equipes de Saúde da Família (eSF) descritos no item B tem por base os dados de alimentação
e/ou Atenção Básica (eAB) forem compostas por profissio- obrigatória do Sistema de Cadastro Nacional de Estabeleci-
nais de Saúde Bucal, serão transferidos a cada mês, o valor mentos de Saúde, cuja responsabilidade de manutenção e
correspondente a modalidade, tendo como base o número atualização é dos gestores dos estados, do Distrito Federal e
de equipe de Saúde Bucal (eSB) registrados no Sistema de dos municípios, estes devem transferir os dados mensalmen-
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente te, para o Ministério da Saúde, de acordo com o cronograma
no mês anterior ao da respectiva competência financeira. definido anualmente pelo SCNES.
1. O repasse mensal dos recursos para o custeio das Equi- III – Do credenciamento
pes de Saúde Bucal será publicado em portaria específica. Para a solicitação de credenciamento dos Serviços e de
1. Equipe Saúde da Família comunidades Ribeirinhas e todas as equipes que atuam na Atenção Básica, pelos Mu-
Fluviais nicípios e Distrito Federal, deve-se obedecer aos seguintes
4.1. Equipes Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR): os va- critérios:
lores dos incentivos financeiros para as equipes de Saúde da I – Elaboração da proposta de projeto de credenciamento
Família Ribeirinhas (eSFR) implantadas serão transferidos a das equipes que atuam na Atenção Básica, pelos Municípios/
cada mês, tendo como base o número de equipe de Saúde Distrito Federal;
da Família Ribeirinhas (eSFR) registrados no sistema de Ca- a. O Ministério da Saúde disponibilizará um Manual com
dastro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva as orientações para a elaboração da proposta de projeto,
competência financeira. considerando as diretrizes da Atenção Básica;
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio b. A proposta do projeto de credenciamento das equipes
das equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) será pu- que atuam na Atenção Básica deverá estar aprovada pelo
blicado em portaria específica e poderá ser agregado um respectivo Conselho de Saúde Municipal ou Conselho de
valor nos casos em que a equipe necessite de transporte Saúde do Distrito Federal; e
fluvial para acessar as comunidades ribeirinhas adscritas para c. As equipes que atuam na Atenção Básica que recebe-
execução de suas atividades. rão incentivo de custeio fundo a fundo devem estar inseridas
4.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): os va- no plano de saúde e programação anual.
lores dos incentivos financeiros para as equipes de Saúde II – Após o recebimento da proposta do projeto de cre-
da Família Fluviais (eSFF) implantadas serão transferidos a denciamento das eABs, as Secretarias Estaduais de Saúde,
cada mês, tendo como base o número de Unidades Básicas conforme prazo a ser publicado em portaria específica, de-
de Saúde Fluviais (UBSF) registrados no sistema de Cadastro verão realizar:
Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva compe- a. Análise e posterior encaminhamento das propostas
tência financeira. para aprovação da Comissão Intergestores Bipartite (CIB); e
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio b. após aprovação na CIB, encaminhar, ao Ministério da
das Unidades Básicas de Saúde Fluviais será publicado em Saúde, a Resolução com o número de equipes por estraté-
portaria específica. Assim como, os critérios mínimos para gia e modalidades, que pleiteiam recebimento de incentivos
o custeio das Unidades preexistentes ao Programa de Cons- financeiros da atenção básica.
trução de Unidades Básicas de Saúde Fluviais. Parágrafo único: No caso do Distrito Federal a proposta
4.3. Equipes Consultório na Rua (eCR) de projeto de credenciamento das equipes que atuam na
Os valores do incentivo financeiro para as equipes dos Atenção Básica deverá ser diretamente encaminhada ao
Consultórios na Rua (eCR) implantadas serão transferidos a Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde.

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cada mês, tendo como base a modalidade e o número de III – O Ministério da Saúde realizará análise do pleito da
equipes cadastradas no sistema de Cadastro Nacional vigente Resolução CIB ou do Distrito Federal de acordo com o teto de
no mês anterior ao da respectiva competência financeira. equipes, critérios técnicos e disponibilidade orçamentária; e
Os valores do repasse mensal que as equipes dos Con- IV – Após a publicação de Portaria de credenciamento
sultórios na Rua (eCR) farão jus será definido em portaria das novas equipes no Diário Oficial da União, a gestão muni-
específica. cipal deverá cadastrar a(s) equipe(s) no Sistema de Cadastro
5. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Bá- Nacional de Estabelecimento de Saúde , num prazo máximo
sica (NASF-AB) O valor do incentivo federal para o custeio de 4 (quatro) meses, a contar a partir da data de publicação
de cada NASFAB, dependerá da sua modalidade (1, 2 ou 3) da referida Portaria, sob pena de descredenciamento da(s)
e será determinado em portaria específica. Os valores dos equipe(s) caso esse prazo não seja cumprido.
incentivos financeiros para os NASF-AB implantados serão Para recebimento dos incentivos correspondentes às
transferidos a cada mês, tendo como base o número de equipes que atuam na Atenção Básica, efetivamente cre-
NASF-AB cadastrados no SCNES vigente. denciadas em portaria e cadastradas no Sistema de Cadas-
6. Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) tro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, os Municípios/
Os valores dos incentivos financeiros para as equipes de Distrito Federal, deverão alimentar os dados no sistema de
ACS (EACS) implantadas são transferidos a cada mês, tendo informação da Atenção Básica vigente, comprovando, obri-
como base o número de Agentes Comunitários de Saúde gatoriamente, o início e execução das atividades.
(ACS), registrados no sistema de Cadastro Nacional vigente 1. Suspensão do repasse de recursos do Bloco da Aten-
no mês anterior ao da respectiva competência financeira. ção Básica
Será repassada uma parcela extra, no último trimestre de O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recur-
cada ano, cujo valor será calculado com base no número sos da Atenção Básica aos municípios e ao Distrito Federal,
de Agentes Comunitários de Saúde, registrados no cadastro quando:

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I – Não houver alimentação regular, por parte dos muni- cumentação recebida dos municípios, deverão encaminhar
cípios e do Distrito Federal, dos bancos de dados nacionais ao Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Aten-
de informação, como: ção à Saúde, Ministério da Saúde (DAB/SAS/MS), a solicitação
a. inconsistência no Sistema de Cadastro Nacional de de complementação de crédito dos incentivos tratados nesta
Estabelecimentos de Saúde (SCNES) por duplicidade de pro- Portaria, acompanhada dos documentos referidos nos itens
fissional, ausência de profissional da equipe mínima ou erro I e II. Nos casos em que o solicitante de crédito retroativo
no registro, con-forme normatização vigente; e for o Distrito Federal, o o�cio deverá ser encaminhado di-
b. não envio de informação (produção) por meio de Siste- retamente ao DAB/SAS/MS.
ma de Informação da Atenção Básica vigente por três meses O DAB/SAS/MS procederá à análise das solicitações re-
consecutivos, conforme normativas específicas. cebidas, verificando a adequação da documentação enviada
- identificado, por meio de auditoria federal, estadual e e dos sistemas de informação vigentes (SCNES e/ou SISAB),
municipal, malversação ou desvio de finalidade na utilização bem como a pertinência da justificativa do gestor, para de-
dos recursos. ferimento ou não da solicitação.
Sobre a suspensão do repasse dos recursos referentes
ao item II: O Ministério da Saúde suspenderá os repasses RICARDO BARROS
dos incentivos referentes às equipes e aos serviços citados
acima, nos casos em que forem constatadas, por meio do EXERCÍCIOS
monitoramento e/ou da supervisão direta do Ministério da
Saúde ou da Secretaria Estadual de Saúde ou por auditoria do 1. (2023/PR-4 UFRJ/UFRJ) Leia com atenção as considera-
DENASUS ou dos órgãos de controle competentes, qualquer ções acerca da organização, planejamento, e avaliação
uma das seguintes situações: dos serviços de saúde, em seguida, assinale a alterna-
I – inexistência de unidade básica de saúde cadastrada
tiva correta:
para o trabalho das equipes e/ou;
I. A satisfação dos usuários é um indicador de resultado
II – ausência, por um período superior a 60 dias, de qual-
dos cuidados em saúde; II - Os trabalhadores de saúde
quer um dos profissionais que compõem as equipes descritas
constituem o maior empecilho para a transformação
no item B, com exceção dos períodos em que a contratação
das organizações de saúde; III - A avaliação de desem-
de profissionais esteja impedida por legislação específica,
penho deve voltar-se para orientar o desenvolvimento
e/ou;
de políticas, estratégias e programas de saúde.
III – descumprimento da carga horária mínima prevista
a) Todas as alternativas estão erradas.
para os profissionais das equipes; e < >- ausência de ali-
b) Apenas as alternativas I e II estão corretas.
mentação regular de dados no Sistema de Informação da
c) Apenas as alternativas II e III estão corretas.
Atenção Básica vigente.
d) Todas as alternativas estão corretas.
Especificamente para as equipes de saúde da família
e) Apenas as alternativas I e III estão corretas.
(eSF) e equipes de Atenção Básica (eAB) com os profissio-
nais de saúde bucal.
As equipes de Saúde da Família (eSF) e equipes de Aten- 2. (2023/PR-4 UFRJ/UFRJ) Assinale a alternativa correta
ção Básica (eAB) que sofrerem suspensão de recurso, por em relação ao planejamento:
falta de pro-fissional conforme previsto acima, poderão man- a) Planejamento é um conceito multidimensional e
ter os incentivos financeiros específicos para saúde bucal, configura um campo de práticas e conhecimentos
conforme modalidade de implantação. interdisciplinares.
Parágrafo único: A suspensão será mantida até a ade- b) Em síntese, o planejamento constitui um método
quação das irregularidades identificadas. para resolver problemas precisos.
c) Planejamento é sinônimo de programação e o obje-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

6.2-Solicitação de crédito retroativo dos recursos sus-


pensos tivo do método é chegar a um plano detalhado de
Considerando a ocorrência de problemas na alimentação atividades (programa).
do SCNES e do sistema de informação vigente, por parte d) O planejamento se resume a um exercício de pre-
dos estados, Distrito Federal e dos municípios, o Ministério visão.
da Saúde poderá efetuar crédito retroativo dos incentivos e) O processo de pensar e planejar estrategicamente
financeiros deste recurso variável. A solicitação de retroativo se fundamenta em uma lógica intuitiva de decisão
será válida para análise desde que a mesma ocorra em até e ação.
6 meses após a competência financeira de suspensão. Para
solicitar os créditos retroativos, os municípios e o Distrito 3. (2023/PR-4 UFRJ/UFRJ) Com relação ao método
Federal deverão: CENDES-OPS de planejamento na área de saúde, assi-
- preencher o formulário de solicitação, conforme será nale a alternativa correta.
disponibilizado em manual específico;- realizar as adequa- a) Expressa o momento explicativo do planejamento
ções necessárias nos sistemas vigentes (SCNES e/ou SISAB) em saúde.
que justifiquem o pleito de retroativo; e-enviar o�cio à Secre- b) Expressa o enfoque situacional do planejamento em
taria de Saúde de seu estado, pleiteando o crédito retroativo saúde.
, acompanhado do anexo referido no item I e documentação c) Expressa o enfoque normativo do planejamento em
necessária a depender do motivo da suspensão.Parágrafo saúde.
único: as orientações sobre a documentação a ser encami- d) Expressa o momento tático-operacional do planeja-
nhada na solicitação de retroativo constarão em manual mento em saúde.
específico a ser publicado. e) Expressa o enfoque estratégico do planejamento em
As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem a do- saúde.

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4. (2023/PR-4 UFRJ/UFRJ) Com relação a participação da e) Na história contemporânea a proteção à saúde mais
comunidade no SUS, assinale a alternativa correta: ampla está relacionada ao poder de compra dos indi-
a) As conferências de saúde têm sua organização e víduos, possibilitando a aquisição de planos privados
normas de funcionamento definidas pelo Ministério de saúde.
da Saúde e aprovadas pelo Conselho Nacional de
Saúde. 7. (2023/PR-4 UFRJ/UFRJ) A Lei 8112/90 no artigo 185
b) Os conselhos de saúde são instâncias colegiadas de- lista os bene�cios do Plano de Seguridade Social do(a)
liberativas que atuam no controle da execução das servidor(a). Marque a alternativa que NÃO corresponde
políticas de saúde, exceto nos aspectos econômicos a estes direitos.
e financeiros. a) Pensão temporária.
c) O repasse de recursos do SUS para estados e municí- b) Aposentadoria.
pios está atrelado a existência de conselhos de saúde c) Licença à gestante.
com representação paritária, sendo 25% de usuários, d) Licença sem remuneração.
25% de profissionais de saúde, 25% de prestadores e) Auxílio reclusão.
de serviços e 25% de gestores.
d) A participação da comunidade no SUS é uma diretriz 8. (2023/PR-4 UFRJ/UFRJ) O Sistema Único de Saúde do
constitucional estabelecida na lei nº 8.142/1990. Brasil foi regulamentado em 1990 e desde sua criação a
e) A lei nº 8.080 estabelece a participação da comu- gestão se dá entre os três entes federativos: município,
nidade no Sistema Único de Saúde por meio das Estados e União, segundo alguns princípios. Analise as
conferências e conselhos de saúde.
afirmações abaixo quanto aos princípios que fazem
parte da gestão do SUS, considerando Verdadeiro como
5. (2023/PR-4 UFRJ/UFRJ) Com relação ao Sistema de
“V” e Falso como “F”.
Saúde Brasileiro, assinale a alternativa correta:
(__) As responsabilidades técnicas, administrativas e
a) A superação do modelo biomédico centrado na
doença, no tratamento especializado e hospitalar, financeiras são centralizadas na União.
mais do que na saúde, na prevenção, e na promoção (__) Os serviços são organizados de maneira crescente
é mensurada pela expansão da Atenção Primária à em relação à complexidade do atendimento a ser rea-
Saúde. lizado.
b) O sistema de saúde brasileiro é formado por uma (__) Cada ente federado tem autonomia e soberania
rede complexa de prestadores e compradores de sobre suas decisões e atividades, desde que respeitado
serviços que competem entre si, gerando uma com- os princípios gerais.
binação público-privada financiada, sobretudo, por (__) A população só participa da gestão quando faz uso
recursos públicos. dos serviços do SUS.
c) O sistema de saúde brasileiro é formado por uma (__) Na organização dos serviços, somente as capitais
rede complexa de prestadores e compradores de dos Estados é que podem oferecer os serviços mais
serviços que competem entre si, gerando uma com- complexos, como as cirurgias.
binação público-privada financiada, sobretudo, por (__) Faz parte do SUS o Ministério da Saúde, as Secre-
recursos privados. tarias Estaduais e Municipais de Saúde e os Conselhos.
d) Segundo Bahia (2018) a produção de atividades no Assinale a alternativa que indica a sequência correta
setor público de saúde é extensa, especialmente no das frases acima.
âmbito ambulatorial, mas exígua quanto à captação a) F – V – V – F – F – V
de recursos financeiros; nesse sentido, a interação b) V – V – F – F – V – V
entre os setores público, filantrópico e privado pro- c) F – V – F – F – V – V
picia a sustentabilidade necessária ao SUS.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


d) F – V – V – F – F – F
e) Foi reduzido o apoio estatal ao setor privado por e) V – F – V – F – F – F
meio de subsídios, desonerações e sub-regulação,
no entanto, novas formas de articulação público 9. (2023/FUNATEC/SES-DF) Em relação às competências
privada, denominadas de financeirização da saúde, do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal, é correto
ameaçam a efetivação do SUS. afirmar que, uma de suas atribuições é:
a) participar na formulação da política de ações de sa-
6. (2023/PR-4 UFRJ/UFRJ) Com relação aos sistemas de neamento básico e de seu controle, integrando-as
saúde, assinale a alternativa correta: às ações e serviços de saúde.
a) Os sistemas de saúde são estruturas complexas, pre-
b) controlar a fiscalização da produção, no transporte,
sentes em todas as sociedades desde a Idade Média,
e utilização de substâncias e produtos psicoativos,
cuja finalidade é propiciar o bem-estar da população.
tóxicos, mutagênicos, lixos e dejetos hospitalares,
b) As contradições e conflitos são inerentes aos sis-
industriais e de origem nocivos, inclusive radioativos.
temas de saúde, pois seu funcionamento é regido
por relações dinâmicas entre indivíduos e organiza- c) prestar assistência integral à saúde da mulher, em
ções com interesses nem sempre convergentes. todas as fases biológicas, bem como nos casos de
c) Na história contemporânea a presença do Estado aborto, previsto em lei e de violência sexual, asse-
na garantia do acesso universal à saúde resultou em gurado o atendimento apenas nos serviços das ins-
sistemas ineficientes e de alto custo. tituições privadas.
d) Os sistemas de saúde caracterizam-se como um d) orientar o planejamento familiar, de livre decisão do
conjunto fechado de partes inter-relacionadas e in- casal, garantido o acesso aos recursos educacionais e
terdependentes que funcionam de modo ordenado médicos, é permitida qualquer forma de ação coer-
e com objetivos comuns. citiva por parte de instituições públicas ou privadas.

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10. (2023/FGV/FHEMIG) O conjunto articulado e con�nuo 14. (2023/AMEOSC/Prefeitura de São João do Oeste - SC)
de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e “O sistema único de saúde será financiado [...] com re-
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de cursos do orçamento da seguridade social, da União,
complexidade do sistema de saúde, é denominado de dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além
a) universalidade de acesso. de outras fontes”. Agora, assinale a alternativa COR-
b) integralidade de assistência. RETA.
c) igualdade da assistência à saúde. a) Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a regu-
d) participação da comunidade. lamentação das atividades de agente comunitário
e) utilização da epidemiologia para o estabelecimento de saúde e agente de combate às epidemias.
de prioridades. b) Lei complementar, que será reavaliada anualmente,
estabelecerá, também, as normas de fiscalização,
11. (2023/FGV/FHEMIG) Sobre os objetivos do Sistema avaliação e controle das despesas com saúde nas
Único de Saúde (SUS), apresentados no Art. 5º da Lei esferas federal, estadual, distrital e municipal.
nº 8.080/1990, analise as afirmativas a seguir e assinale c) Os gestores locais do sistema único de saúde poderão
(V) para a verdadeira e (F) para a falsa. admitir agentes comunitários de saúde e agentes de
(__) Identificar e divulgar fatores condicionantes e de- combate às epidemias por meio de processo seletivo
terminantes da saúde preestabelecidos em convenções público, de acordo com a natureza e complexidade
de saúde pública. de suas atribuições e requisitos específicos para sua
(__) Formular políticas de saúde pública de caráter eco- atuação.
nômico e social. d) A União aplicará, anualmente, em ações e serviços
(__) Assistir as pessoas por meio de ações de promoção, públicos de saúde recursos mínimos derivados da
proteção e recuperação da saúde, combinando ações aplicação de percentuais calculados na forma defi-
curativas e de prevenção, dando prioridade às ações nida nos termos da Lei complementar.
de prevenção.
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectiva- 15. (2023/OBJETIVA/Prefeitura de Itabuna - BA) De acordo
mente, com o Ministério da Saúde, referente aos objetivos es-
a) V – F – F. pecíficos da Política Nacional de Promoção da Saúde
b) F – V – F. (PNPS), analisar os itens abaixo:
c) V – V – V. I. Estimular a promoção da saúde como parte da in-
d) V – V – F. tegralidade do cuidado na Rede de Atenção à Saúde
e) V – F – V. (RAS), articulada às demais redes de proteção social.
II. Promover o empoderamento e a capacidade para
12. (2023/FGV/FHEMIG) Com base no Art. 7º da Lei nº
tomada de decisão e a autonomia de sujeitos e coleti-
8.080/1990 (Legislação do Sistema Único de Saúde
vidades por meio do desenvolvimento de habilidades
(SUS)), o princípio que busca garantir a assistência à
pessoais e de competências em promoção e defesa da
saúde ao usuário, visto como ser único inserido em
saúde e da vida.
um contexto familiar, social e cultural, além da prática
curativa em todos os níveis de atenção, é o da(o) III. Apoiar o desenvolvimento de espaços de produção
a) universalidade. social e ambientes saudáveis, favoráveis ao desenvol-
b) preservação da autonomia. vimento humano e ao bem-viver.
c) direito à informação. Está(ão) CORRETO(S):
d) equidade. a) Somente o item I.
e) integralidade. b) Somente o item II.
c) Somente os itens I e III.
13. (2023/AMEOSC/Prefeitura de São João do Oeste - SC) d) Somente os itens II e III.
Assinale a alternativa CORRETA com base no Art. 14 e) Todos os itens.
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, o qual diz que


“o Sistema Único de Saúde promoverá programas de 16. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Princesa - SC) Em relação
assistência médica e odontológica para a prevenção das ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras
enfermidades que ordinariamente afetam a população atribuições, EXCETO:
infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, a) Ordenar a formação de recursos humanos na área
educadores e alunos”. de saúde.
a) Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à b) Participar da formulação da política e da execução
saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma das ações de saneamento básico.
transversal, integral e intrasetorial com as demais c) Incrementar, em sua área de atuação e em outras,
linhas de cuidado. o desenvolvimento cien�fico e tecnológico e a ino-
b) É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus vação.
primeiros vinte e quatro meses de vida, de protocolo d) Colaborar na proteção do meio ambiente, nele com-
ou outro instrumento construído com a finalidade preendido o do trabalho.
de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de
acompanhamento da criança, de risco para o seu 17. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Princesa - SC) Sobre a Lei
desenvolvimento psíquico. nº 8.080/1990, marque a alternativa CORRETA:
c) A atenção odontológica à criança terá função edu- a) As ações e serviços de saúde, executados pelo Sis-
cativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes tema Único de Saúde (SUS) devem ser organizados
de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré- de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de
-natal, e, posteriormente, a cada ano de vida, com complexidade decrescente.
orientações sobre saúde bucal. b) As populações indígenas devem ter acesso garan-
d) É obrigatória a vacinação das crianças nos casos re- tido ao SUS, em âmbito local e regional somente na
comendados pelas autoridades sanitárias. atenção primária à saúde.

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c) Compete a direção nacional do Sistema Único da 21. (2023/FGV/AL-MA) Considerando as disposições do
Saúde (SUS) formular, avaliar e apoiar políticas de Pacto pela Saúde, analise as afirmativas a seguir.
alimentação e nutrição. I. O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores
d) O Conass e o Conasems não devem receber recursos do SUS em torno de prioridades que apresentam im-
do orçamento geral da União por meio do Fundo pacto sobre a situação de saúde da população brasileira.
Nacional de Saúde. II. Entre as ações do Pacto em Defesa do SUS está o
estabelecimento de diálogo com a sociedade, além dos
18. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Princesa - SC) Acerca da limites institucionais do SUS.
Lei nº 8.142/1990, é CORRETO afirmar que: III. Uma das diretrizes para a Gestão do SUS é a des-
a) As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde centralização dos processos administrativos relativos à
terão sua organização e normas de funcionamento gestão para as Comissões Intergestores Bipartites.
definidas pelo poder Legislativo. Está correto o que se afirma em
b) A representação dos usuários nos Conselhos de a) I, apenas.
Saúde e Conferências será paritária em relação ao b) II, apenas.
conjunto dos demais segmentos. c) III, apenas.
c) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
podem ser alocados como investimentos previstos
no Plano semestral do Ministério da Saúde.
22. (2023/FGV/AL-MA) De acordo com a Lei nº 8.080/90,
d) Os Municípios não podem estabelecer consórcio
quando a direção Estadual do Sistema Único de Saúde
para execução de ações e serviços de saúde, e uso – SUS promove a descentralização dos serviços e ações
das parcelas de recursos recebidos. da saúde para os municípios está agindo
a) de acordo com suas atribuições legais, pois trata-se
19. (2023/IF-MG/IF-MG) De acordo com o Art. 7º da Lei de uma competência da esfera estadual.
8080 de 19 de setembro de 1990, as ações e serviços b) de acordo com suas atribuições legais, pois trata-se
públicos de saúde e os serviços privados contratados de uma competência nacional e estadual.
ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde c) de acordo com suas atribuições legais, pois trata-se
(SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes de uma competência comum a todas as esferas.
previstas no art. 198 da Constituição Federal, obede- d) em desacordo com suas atribuições legais, pois trata-
cendo ainda aos seguintes princípios, EXCETO: -se de uma competência da direção nacional do SUS.
a) Universalidade de acesso aos serviços de saúde em e) em desacordo com suas atribuições legais, pois trata-
todos os níveis de assistência. -se de uma competência da direção municipal do
b) Integralidade de assistência, entendida como con- SUS.
junto articulado e con�nuo das ações e serviços pre-
ventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos 23. (2023/Quadrix/FSNH - RS) Segundo o Decreto n.
para cada caso em todos os níveis de complexidade 7.508/2011, que trata da organização do SUS, uma re-
do sistema. gião de saúde pode ser definida como uma
c) Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, a) região geográfica de um município, altamente en-
materiais e humanos somente da União e dos Mu- dêmica, que não dispõe de serviços de urgência e
nicípios na prestação de serviços de assistência à de emergência.
saúde da população. b) região do setor de saúde, delimitada por tipos de es-
d) Utilização da epidemiologia para o estabelecimento pecialidades médicas; os segmentos de cardiologia,
de prioridades, a alocação de recursos e a orientação ginecologia e o�almologia são exemplos de regiões
programática. de saúde.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


e) Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre c) área geográfica composta de agrupamentos de mu-
sua saúde. nicípios limítrofes, definida com base em caracterís-
ticas culturais, econômicas e sociais compartilhadas,
20. (2023/FGV/AL-MA) Com base nas disposições constitu- além de redes de comunicação e de infraestrutura
de transporte comuns.
cionais acerca do Sistema Único de Saúde – SUS, avalie
d) área geográfica definida por fronteiras políticas,
se as afirmativas a seguir são falsas (F) ou verdadeiras
onde os serviços de saúde são fornecidos, exclusi-
(V).
vamente, pelo setor privado.
(__) Uma das atribuições do SUS é participar da for- e) divisão exclusivamente administrativa, utilizada para
mulação da política e da execução das ações de sane- identificar áreas rurais ou de baixa densidade popu-
amento básico. lacional.
(__) É facultada a destinação de recursos públicos para
auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins 24. (2023/Quadrix/FSNH - RS) O Fundo Nacional de Saúde
lucrativos. (FNS) tem a responsabilidade de centralizar e gerenciar
(__) Entre as diretrizes constitucionais do SUS está a os recursos financeiros destinados ao SUS no Brasil.
descentralização, com direção única em cada esfera de Conforme estabelecido na Lei n.o 8.142/1990, o percen-
governo. tual mínimo de receita a ser repassado aos municípios
As afirmativas são, respectivamente, deverá ser de
a) V – V – F. a) 10%.
b) F – F – F. b) 20%.
c) V – F – V. c) 45%.
d) F – V – F. d) 70%.
e) V – V – V. e) 90%.

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25. (2023/Quadrix/FSNH - RS) A Lei n.o 8.080/1990, d) descentralização político-administrativa, com di-
também conhecida como Lei Orgânica da Saúde, dispõe reção única em cada esfera de governo: ênfase na
sobre as condições para a promoção, a proteção e a descentralização dos serviços para os municípios.
recuperação da saúde, bem como sobre a organização e e) preservação da autonomia das pessoas contra de
o funcionamento dos serviços correspondentes. Acerca sua integridade �sica e moral.
do disposto no texto legal, assinale a alternativa correta.
a) O acesso aos serviços públicos de saúde deve ser res- 29. (2023/LJ Assessoria e Planejamento Administrativo
trito a algumas categorias de contribuintes, situação Limita/Prefeitura de Dom Eliseu - PA) Estão incluídas
essa que dever ser garantida pelo poder público. ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde
b) Apenas o Estado tem o dever de estabelecer as con- (SUS), exceto:
dições de acesso às ações e aos serviços de saúde, a) a execução de ações de vigilância sanitária.
não cabendo tal obrigação, por exemplo, à socie- b) a execução de ações de vigilância epidemiológica.
dade. c) a execução de ações de saúde dos empregadores.
c) Os servidores que, legalmente, acumulam dois em- d) a participação na formulação da política e na exe-
cução de ações de saneamento básico.
pregos são proibidos de exercer suas atividades em
e) a ordenação da formação de recursos humanos na
mais de um estabelecimento do Sistema Único de
área de saúde.
Saúde (SUS).
d) Os serviços públicos que integram o SUS não podem 30. (2023/FEPESE/Prefeitura de Chapecó - SC) Assinale a
constituir campo de prática para o ensino e a pes- alternativa que apresenta de forma correta um dos
quisa. campos de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS).
e) A iniciativa privada poderá participar do SUS, em a) Afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de
caráter complementar. direitos.
b) A colaboração na proteção do meio ambiente, nele
26. (2023/LJ Assessoria e Planejamento Administrativo Li- compreendido o do trabalho.
mita/Prefeitura de Dom Eliseu - PA) A direção nacional c) Consolidar a gestão compartilhada e o cofinancia-
do Sistema Único da Saúde (SUS) compete, exceto: mento entre os entes federativos que executam a
a) formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e proteção social.
nutrição. d) Compor a rede pública e privada de serviços, pro-
b) participar na formulação e na implementação das gramas, projetos e bene�cios socioassistenciais.
políticas: de controle das agressões ao meio am- e) Efetivar a proteção à família, à maternidade, à in-
biente. fância, à adolescência e à velhice e, como base de
c) definir e coordenar os sistemas de redes integradas organização, o território.
de assistência de alta complexidade.
d) coordenar e participar na execução das ações de 31. (2023/FEPESE/Prefeitura de Chapecó - SC) É de respon-
vigilância epidemiológica. sabilidade da direção municipal do Sistema Único de
e) promover articulação com os órgãos educacionais e Saúde (SUS):
de fiscalização do exercício profissional, menos, com a) Identificar estabelecimentos hospitalares de refe-
entidades representativas de formação de recursos rência e gerir sistemas públicos de alta complexi-
humanos na área de saúde. dade, de referência regional.
b) Prestar apoio técnico e financeiro para execução
27. (2023/LJ Assessoria e Planejamento Administrativo Li- efetiva das ações e serviços de saúde.
mita/Prefeitura de Dom Eliseu - PA) A articulação das c) Normatizar e coordenar o Sistema de Sangue, Com-
políticas e programas, a cargo das comissões interseto- ponentes e Derivados.
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

riais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades, d) Executar, no âmbito municipal, a política de insumos
exceto: e equipamentos para a saúde.
e) Elaborar normas para regular as relações entre o SUS
a) alimentação e nutrição.
e os serviços privados contratados de assistência à
b) ciência e cultural.
saúde.
c) saneamento e meio ambiente.
d) vigilância sanitária e farmacoepidemiologia. 32. (2023/FUNDEP (Gestão de Concursos)/MPE-MG) Sobre
e) saúde do trabalhador. o Sistema Único de Saúde, é INCORRETO afirmar que:
a) As ações e serviços públicos de saúde integram uma
28. (2023/LJ Assessoria e Planejamento Administrativo Li- rede regionalizada e hierarquizada e constituem
mita/Prefeitura de Dom Eliseu - PA) As ações e serviços um sistema único, organizado de acordo com as
públicos de saúde e os serviços privados contratados ou seguintes diretrizes: descentralização, com direção
conveniados que integram o Sistema Único de Saúde única em cada esfera de governo; atendimento inte-
(SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes gral, com prioridade para as atividades preventivas,
previstas no art. 198 da Constituição Federal, obede- sem prejuízo dos serviços assistenciais; participação
cendo ainda aos seguintes princípios, exceto: da comunidade.
a) direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua b) Os níveis de saúde expressam a organização social
saúde. e econômica do País, tendo a saúde como deter-
b) divulgação de informações quanto ao potencial dos minantes e condicionantes, entre outros, a alimen-
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário. tação, a moradia, o saneamento básico, o meio am-
c) utilização da epidemiologia para o estabelecimento biente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade
de prioridades, a alocação de recursos e a orientação �sica, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e
programática. serviços essenciais.

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c) Os Municípios poderão constituir consórcios para c) Pactuação Interfederativa.
desenvolver em conjunto as ações e os serviços de d) Universalidade.
saúde que lhes correspondam.
d) No âmbito do Sistema Único de Saúde não é permi- 37. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Iporã do Oeste - SC) Sobre
tido o atendimento domiciliar. a normatização do Sistema Único de Saúde (SUS), dis-
posta na Lei nº 8.142/ 90, marque a alternativa COR-
33. (2023/OBJETIVA/Prefeitura de Jaguariaíva - PR) De RETA.
acordo com a Lei nº 8.080/1990 — Lei Orgânica da a) O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Co-
Saúde, a respeito do atendimento às populações indí- nass) e o Conselho Nacional de Secretários Munici-
genas, analisar os itens abaixo: pais de Saúde (Conasems) terão representação no
I. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena é um com- Conselho Nacional de Saúde.
ponente do Sistema Único de Saúde (SUS). b) A representação dos usuários nos Conselhos de
II. Os atendimentos devem levar em consideração Saúde e Conferências é não paritária em relação ao
apenas dados da realidade geral do país. conjunto dos demais segmentos.
a) Os itens I e II estão corretos. c) A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada dois anos
b) Somente o item I está correto. com a representação dos vários segmentos sociais
c) Somente o item II está correto. d) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) não
d) Os itens I e II estão incorretos. podem ser alocados como investimentos previstos
no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde.
34. (2023/OBJETIVA/Prefeitura de Jaguariaíva - PR) Se-
gundo a Lei nº 8.080/1990 — Lei Orgânica da Saúde, 38. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Iporã do Oeste - SC)
a respeito das atribuições, no âmbito administrativo, Marque a alternativa que está de acordo com os prin-
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- cípios do Sistema Único de Saúde (SUS), dispostos na
cípios, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Lei nº 8.080/90:
Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a) Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre
a sequência CORRETA: sua saúde.
(__) Definição das instâncias e dos mecanismos de con- b) Centralização político-administrativa.
trole, de avaliação e de fiscalização das ações e dos c) Igualdade da assistência à saúde somente entre a
serviços de saúde.
população de menor renda.
(__) Administração dos recursos orçamentários e finan-
d) Veto a participação da comunidade.
ceiros destinados, em cada ano, à saúde.
(__) Elaboração de normas técnicas e estabelecimento
39. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Iporã do Oeste - SC)
de padrões de qualidade e parâmetros de custos que
Acerca a Lei nº 8.080/1990, marque a alternativa COR-
caracterizam a assistência à saúde.
RETA.
a) C - C - C.
a) Compete à direção estadual do Sistema Único de
b) E - C - C.
Saúde (SUS) promover a centralização para os Mu-
c) C - E - E.
d) E - E - C. nicípios dos serviços e das ações de saúde.
b) A Vigilância Sanitária não é campo de atuação do
35. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Iporã do Oeste - SC) Sobre Sistema Único de Saúde (SUS).
os direitos dos usuários da saúde, assinale a alternativa c) A iniciativa privada poderá participar do Sistema
CORRETA. Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
a) O paciente tem direito a acompanhante, pessoa de d) As populações indígenas não podem participar dos
sua livre escolha, não mais que em casos de inter- organismos colegiados de formulação, acompanha-

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


nação e previstos em lei. mento e avaliação das políticas de saúde, tal como
b) O encaminhamento às especialidades, pela Atenção o Conselho Nacional de Saúde.
Terciária, será estabelecido em função da necessi-
dade de saúde e indicação clínica, levando-se em 40. (2023/Avança SP/Prefeitura de Araçariguama - SP) Nos
conta a gravidade do problema a ser analisado pelas termos da Lei nº 8.080/1990, assinale a alternativa IN-
centrais de regulação. CORRETA sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).
c) Há direito à escolha de alternativa de tratamento, a) A iniciativa privada poderá participar do SUS, desde
quando houver, de modo que não haja consideração que em caráter complementar.
da recusa de tratamento proposto. b) Estão incluídas no SUS as instituições públicas fe-
d) É direito o acesso à continuidade da atenção no do- derais, estaduais e municipais de controle de qua-
micílio, quando pertinente, com es�mulo e orien- lidade, pesquisa e produção de insumos, medica-
tação ao autocuidado que fortaleça sua autonomia, e mentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de
a garantia de acompanhamento em qualquer serviço equipamentos para saúde.
que for necessário. c) Integram o campo de atuação do SUS a vigilância
nutricional e a orientação alimentar.
36. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Iporã do Oeste - SC) Qual d) As ações e serviços relacionados à saúde do traba-
dos seguintes é um princípio do Sistema Único de Saúde lhador não estão inseridos no escopo de atuação
(SUS) de acordo com a Constituição Federal de 1988 e do SUS, haja vista serem tratadas pela legislação
a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080 de 1990)? trabalhista.
a) Regionalização. e) Um dos princípios que regem a atuação do SUS é o
b) Controle social nos níveis federal, estadual e muni- da universalidade de acesso aos serviços de saúde
cipal. em todos os níveis de assistência.

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41. (2023/Avança SP/Prefeitura de Araçariguama - SP) Com 45. (2023/IESES/IBHASES) Qual é o programa do Ministério
base nas disposições da Lei Orgânica da Saúde 3 Lei nº da Saúde que busca promover espaços coletivos de
8.080/1990 3, informe se é verdadeiro V ou falso F para troca de saberes entre as práticas de saúde ocidentais
o que se afirma e assinale a alternativa que contenha a e as práticas tradicionais indígenas?
sequência correta. a) Maternidade Segura.
(__) O Estado é responsável único e exclusivo por prover b) Iniciativa Hospital Amigo da Criança.
as condições ao pleno exercício da saúde, o que exclui c) Política Nacional de Educação Popular em Saúde.
qualquer responsabilidade das empresas, da sociedade d) Programa de Humanização no Pré-Natal e Nasci-
e das famílias. mento.
(__) A formulação de políticas públicas que visem o
estabelecimento de condições que assegurem acesso 46. (2023/Avança SP/Prefeitura de Araçariguama - SP) O
universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua SUS, Sistema Único de Saúde, visa atender a todas as
promoção, proteção e recuperação da saúde é um dos pessoas e todas as suas necessidades em conjunto, in-
pilares da atuação estatal nesta área. cluindo a promoção de saúde, prevenção de doenças,
(__) Para dispor de pleno acesso às ações e serviços tratamento e reabilitação. Ainda, é necessário haver
de saúde providos pelo Estado, o cidadão deve estar articulação entre a saúde e políticas públicas, assegu-
regularmente inscrito no cadastro de pessoas �sicas rando uma ação intersetorial entre diferentes áreas que
(CPF). tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos
a) V – V – F. indivíduos. As afirmações acima são referentes a qual
b) F – F – V. princípio do SUS?
c) F – V – F. a) Universalidade.
d) V – F – F. b) Integralidade.
e) F – V – V. c) Equidade.
d) Regionalização e hierarquização.
42. (2023/FAUEL/Prefeitura de Cambé - PR) Para buscar e) Participação popular.
soluções e melhor aplicação de políticas públicas, o
Município poderá criar os chamados Conselhos Muni- 47. (2023/FAUEL/Prefeitura de Tamboara - PR) De acordo
cipais. Esses Conselhos devem ser regulamentados por com a Lei Orgânica da Saúde Nº 8.080/90, considere
Lei. Isto posto, qual deve ser o caráter dos Conselhos as afirmativas e assinale a alternativa que contenha
Municipais? APENAS ações e serviços de saúde que integram o SUS,
a) Beneficente. com base em princípios e diretrizes.
b) Deliberativo. I. Divulgação de informações quanto ao potencial dos
c) Permanente. serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário.
d) Descritivo. II. Universalidade de acesso aos serviços de saúde em
e) Urgente. todos os níveis de assistência.
III. Utilização da opinião dos usuários, por meio de ca-
43. (2023/FAUEL/Prefeitura de Cambé - PR) A Lei que é nais de comunicação como caixas de sugestões e canais
considerada a Lei Orgânica da Saúde, que dispõe sobre eletrônicos, para o estabelecimento de prioridades, a
a regulamentação do Sistema Único de Saúde e define alocação de recursos e a orientação programática.
as atribuições de cada ente federado (União, Estados, IV. Integralidade de assistência, entendida como con-
Distrito Federal e Municípios) no que diz respeito à junto articulado e con�nuo das ações e serviços pre-
saúde é a: ventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos
a) Lei 8.142/90 para cada caso em todos os níveis de complexidade do
b) Lei 8.078/90 sistema.
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

c) Lei 8.969/90 a) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.


d) Lei 8.080/90 b) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
e) Lei 10.741/2003 c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas
d) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
44. (2023/FAUEL/Prefeitura de Cambé - PR) Sobre as Di- e) Todas as afirmativas estão corretas.
retrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), é CORRETO
afirmar: 48. (2023/FAUEL/Prefeitura de Tamboara - PR) O Decreto
a) A Hierarquização e a regionalização são ameaças ao 7.508/2011, entre outras providências, regulamenta a
funcionamento do SUS, uma vez que o órgão é na- Lei 8.080/90 sobre o planejamento da saúde, na organi-
cional e deve dispor regras para todas as federações. zação do SUS. Sobre o planejamento da saúde, analise
b) A Integralidade da assistência é definida como con- as afirmativas a seguir:
junto articulado de serviços preventivos e curativos, I. No Planejamento devem ser considerados os serviços
para cada caso em todos os níveis de complexidade e as ações prestadas pela iniciativa privada, de forma
do sistema. complementar ou não ao SUS, os quais deverão compor
c) A Universalidade é definida como o tratar indivíduos os mapas de saúde regional, estadual e nacional.
diferentes de forma desigual. II. O planejamento da saúde é facultativo para os entes
d) Todo município deve se responsabilizar, de forma públicos e será indutor de políticas para a iniciativa pri-
integral, pela gerência de todos os serviços de baixa, vada.
média e alta complexidade da população adscrita em III. O processo de planejamento da saúde será ascen-
sua área de abrangência. dente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos
e) A Participação Social do usuário é restrita à escolha os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se
de representantes no processo eleitoral municipal as necessidades das políticas de saúde com a disponi-
de vereadores. bilidade de recursos financeiros.

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Assinale a alternativa CORRETA. governos; e de defender, vigorosamente, os princípios
a) Apenas a afirmativa I está correta. basilares dessa política pública, inscritos na Constituição
b) Apenas a afirmativa II está correta. Federal. Uma das prioridades do Pacto em Defesa do
c) Apenas a afirmativa III está correta. SUS é Implementar um projeto permanente de mobi-
d) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. lização social com a finalidade de:
e) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. I. Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS
como sistema público universal garantidor desses di-
49. (2023/PS Concursos/Prefeitura de Sombrio - SC) Com reitos;
base na Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, II. Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da
a caracterização e a relação de serviços ofertados na Emenda Constitucional nº 29, pelo Congresso Nacional;
Atenção Básica serão orientadores para a sua organi- III. Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos
zação nos municípios, conforme descritos nos princípios orçamentários e financeiros para a saúde.
e diretrizes. Dos princípios estão: IV. Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos or-
I. Universalidade çamentos das esferas de gestão municipal e estadual,
II. Equidade explicitando o compromisso de cada uma delas.
III. Integralidade Assinale a alternativa CORRETA:
Correlacione às colunas: a) Apenas os itens II e I estão corretos
(__) Inclui a responsabilização pela oferta de serviços em b) Apenas os itens II e III estão corretos
outros pontos de atenção à saúde e o reconhecimento c) Apenas os itens I, II e III estão corretos
adequado das necessidades biológicas, psicológicas, d) Nenhum item está correto
ambientais e sociais causadoras das doenças, e manejo e) Todos os itens estão corretos
das diversas tecnologias de cuidado e de gestão neces-
sárias a estes fins, além da ampliação da autonomia 51. (2023/PS Concursos/Prefeitura de Sombrio - SC) A Por-
das pessoas e coletividade. taria GM/MS nº 1.020, de 31 de maio de 2002 define
(__) O estabelecimento de mecanismos que assegurem que a Programação Pactuada e Integrada da NOAS/SUS
acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica de 01/2002 que é um processo instituído no âmbito do
organização e funcionamento do serviço de saúde que Sistema Único de Saúde – SUS para a alocação dos re-
parte do princípio de que as equipes que atuam na cursos da assistência à saúde nos estados e municípios
Atenção Básica nas UBS devem receber e ouvir todas brasileiros, resultante da definição, negociação e for-
as pessoas que procuram seus serviços, de fácil acesso e malização dos pactos entre os gestores. O processo de
sem diferenciações excludentes, e a partir daí construir Programação Pactuada e Integrada - PPI da assistência
respostas para suas demandas e necessidades. deve ser norteado pelas seguintes diretrizes gerais, EX-
(__) Possibilita o acesso e contínuo a serviços de saúde CETO:
de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta a) Integrar o processo geral de planejamento em saúde
de cada estado e município, de forma ascendente,
de entrada aberta e preferencial da RAS (primeiro con-
coerente com os respectivos Planos Estadual e Mu-
tato), acolhendo as pessoas e promovendo a vinculação
nicipais de Saúde, Agenda de Saúde e Quadro de
e corresponsabilização pela atenção às suas necessi-
Metas para o ano correspondente.
dades de saúde.
b) Orientar-se pelo diagnóstico dos principais pro-
(__) Ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças
blemas de saúde, como base para a definição das
nas condições de vida e saúde e de acordo com as ne-
prioridades.
cessidades das pessoas, considerando que o direito à c) Assegurar que as diretrizes, objetivos, prioridades
saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender da política estadual de saúde e os parâmetros as-
à diversidade. Ficando proibida qualquer exclusão ba- sistenciais para a programação sejam submetidos à
seada em idade, gênero, cor, crença, nacionalidade, aprovação da CIB e Conselhos de Saúde.

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


etnia, orientação sexual, estado de saúde, condição d) Ser coordenado pelo gestor estadual e que seus mé-
socioeconômica, entre outras, com estratégias que per- todos, processos e resultados deverão ser aprovados
mitam minimizar desigualdades, evitar exclusão social pela Comissão Intergestores Bipartite - CIB, em cada
de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou Unidade Federada.
discriminação; de maneira que impacte na autonomia e) Buscar a iniquidade de acesso da população brasi-
e na situação de saúde. leira às ações e serviços de saúde nos níveis de média
(__) É o conjunto de serviços executados pela equipe complexidade.
de saúde que atendam às necessidades da população
adscrita nos campos do cuidado, da promoção e manu- 52. (2023/PS Concursos/Prefeitura de Sombrio - SC) Com
tenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, relação a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, do
da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cui- subsistema de acompanhamento durante o trabalho de
dados paliativos. parto, parto e pós-parto imediato, Art. 19-J: Os serviços
Está CORRETA a sequência: de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede
a) II, I, III, I, II própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a
b) III, I, I, II, III presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante
c) I, III, III, II, II durante todo o período de trabalho de parto, parto e
d) II, II, III, I, I pós-parto imediato.
e) III, II, I, II, I I. O acompanhante de que trata o caput deste artigo
será indicado pela parturiente.
50. (2023/PS Concursos/Prefeitura de Sombrio - SC) O Pacto II. As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos
em Defesa do SUS envolve ações concretas e articuladas direitos de que trata o artigo 19-J constarão do regula-
pelas três instâncias federativas no sentido de reforçar mento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente
o SUS como política de Estado mais do que política de do Poder Legislativo.

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III. Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, II. A NOB-SUS/1996 traz a descentralização como uma
em local visível de suas dependências, aviso informando das principais diretrizes para o SUS.
sobre o direito da presença, junto à parturiente, de 1 III. A NOB-SUS/1996 determina a criação do Conselho
(um) acompanhante durante todo o período de tra- Nacional de Saúde.
balho de parto, parto e pós-parto imediato. Após análise, assinale a alternativa que indica a infor-
Assinale a alternativa CORRETA: mação correta.
a) Apenas os itens II e I estão corretos a) As afirmações I e II são verdadeiras.
b) Apenas os itens II e III estão corretos b) Apenas a afirmação II é verdadeira.
c) Apenas os itens I e III estão corretos c) As afirmações I e III são verdadeiras.
d) Nenhum item está correto d) As afirmações II e III são verdadeiras.
e) Todos os itens estão corretos e) Apenas a afirmação I é verdadeira.

53. (2023/PS Concursos/Prefeitura de Sombrio - SC) Com 57. (2023/AMAUC/Prefeitura de Seara - SC) Sobre as Leis nº
base na Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, cabe 8.142/1990 e 8.080/1990, que regulamentam o Sistema
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Único de Saúde (SUS), analise as afirmativas abaixo:
exercerem atribuições em seu âmbito administrativo. I. A Lei nº 8.142/1990 dispõe sobre a participação da
Dentro das alternativas a seguir qual está com a infor- comunidade na gestão do SUS.
mação INCORRETA referente as atribuições comuns? II. A Lei nº 8.080/1990 regulamenta as condições para
a) Administração dos recursos orçamentários e finan- a promoção, proteção e recuperação da saúde.
ceiros destinados, em cada ano, à saúde; III. A Lei nº 8.080/1990 estabelece que a saúde é um
b) Realização de operações internas de natureza finan- direito de todos e um dever do Estado.
ceira de interesse da saúde, autorizadas pelo Presi- Após análise, marque a alternativa correta.
dente da República; a) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c) Elaboração de normas técnicas e estabelecimento b) As afirmativas I, II e III estão corretas.
de padrões de qualidade para promoção da saúde c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
do trabalhador; d) Apenas a afirmativa I está correta.
d) Elaboração de normas para regular as atividades de e) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
serviços privados de saúde, tendo em vista a sua
relevância pública; 58. (2023/FURB/Prefeitura de Doutor Pedrinho - SC) No
e) Propor a celebração de convênios, acordos e proto- que se refere ao controle social no Sistema Único de
colos internacionais relativos à saúde, saneamento Saúde, é correto afirmar que:
e meio ambiente. a) O Conselho de Saúde atua na formulação de estraté-
gias e no controle da execução da política de saúde
54. (2023/AMAUC/Prefeitura de Seara - SC) Dadas as propo- na instância correspondente.
sições abaixo sobre serviços públicos de saúde, indique b) A representação dos usuários nos Conselhos de
se são verdadeiras (V) ou falsas (F): Saúde e Conferências não é paritária em relação ao
(__) O SUS (Sistema Único de Saúde) é responsável por conjunto dos demais segmentos.
garantir acesso universal à saúde. c) A Conferência de Saúde se reúne a cada três anos
(__) Os serviços públicos de saúde no Brasil são exclu- com a representação dos vários segmentos sociais,
sivamente geridos pelo governo federal. para reavaliar a situação de saúde e propor as di-
(__) Unidades de saúde são exemplos de serviços pú- retrizes para a formulação da política de saúde nos
blicos. níveis correspondentes.
Após análise, assinale a alternativa cuja ordem da indi- d) O controle social no Brasil refere-se à exclusão da so-
cação esteja correta. ciedade na formulação e implementação de políticas
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

a) V, F, V. públicas, bem como na gestão, supervisão financeira


b) V, V, V. e monitoramento de planos e programas de saúde.
c) F, V, V. e) A Conferência de Saúde se reúne a cada cinco anos
d) F, F, V. com a representação dos vários segmentos sociais,
e) V, V, F. para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes
para a formulação da política de saúde nos níveis
55. (2023/AMAUC/Prefeitura de Seara - SC) De acordo com correspondentes.
o Título VIII, capítulo II, seção II da Constituição Federal
de 1988, assinale a alternativa que apresenta correta- 59. (2023/FURB/Prefeitura de Doutor Pedrinho - SC) No que
mente os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). se refere ao modelo de assistência no Sistema Único de
a) Universalidade, especificidade e equidade. Saúde (SUS), registre V, para verdadeiro, e F, para falso:
b) Universalidade, hierarquização e integralidade. (__) A atenção secundária, que consiste na principal
c) Universalidade, integralidade e equidade. porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS),
d) Especificidade, integralidade e hierarquização. é composta principalmente pelas Unidades Básicas de
e) Integralidade, equidade e hierarquização. Saúde (UBS).
(__) A atenção primária é composta pelos serviços es-
56. (2023/AMAUC/Prefeitura de Seara - SC) A Norma pecializados encontrados em hospitais e ambulatórios.
Operacional Básica do Sistema Único de Saúde (NOB- (__) A atenção terciária de saúde engloba o forneci-
-SUS/1996) é um documento que direciona aspectos mento de atendimento altamente especializado e de
importantes do SUS. Analise as seguintes afirmações alta complexidade, sendo composta por hospitais de
sobre a NOB-SUS/1996: grande porte.
I. A NOB-SUS/1996 fortalece o papel da União na coor- Assinale a alternativa com a sequência correta:
denação do SUS. a) V - F - F.

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b) F - F - F. porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS),
c) V - V - V. é composta principalmente pelas Unidades Básicas de
d) F - F - V. Saúde (UBS).
e) V - F - V. (__) A atenção primária é composta pelos serviços es-
pecializados encontrados em hospitais e ambulatórios.
60. (2023/FURB/Prefeitura de Doutor Pedrinho - SC) No que (__) A atenção terciária de saúde engloba o forneci-
diz respeito aos níveis de assistência de saúde, assinale mento de atendimento altamente especializado e de
a alternativa correta: alta complexidade, sendo composta por hospitais de
a) A atenção secundária consiste na porta de entrada grande porte.
do Sistema Único de Saúde. Assinale a alternativa com a sequência correta:
b) A atenção especializada é dividida em dois ele- a) F - F - F.
mentos (atenção primária e secundária). b) F - F - V.
c) A atenção terciária fornece atendimento de alta c) V - F - F.
complexidade, sendo formada por hospitais de d) V - F - V.
grande porte. e) V - V - V.
d) A atenção terciária é composta por Unidades Básicas
de Saúde (UBS) que realizam ações e atendimentos 64. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) De acordo
voltados à prevenção e promoção à saúde. com o art. 7º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de
e) A atenção primária é composta pelos serviços espe- 1990, as ações e serviços públicos de saúde e os serviços
cializados encontrados em hospitais e ambulatórios. privados contratados ou conveniados que integram o
Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de
61. (2023/FURB/Prefeitura de Doutor Pedrinho - SC) No que acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Cons-
se refere ao controle social do Sistema Único de Saúde tituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes prin-
(SUS), analise as assertivas a seguir: cípios, EXCETO:
Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão a) Universalidade de acesso aos serviços de saúde em
alocados como: todos os níveis de assistência.
I. Despesas de custeio e de capital do Ministério da b) Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre
Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta sua saúde.
e indireta. c) Divulgação de informações quanto ao potencial dos
II. Investimentos previstos no Plano Quinquenal do Mi- serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário.
nistério da Saúde. d) Igualdade da assistência à saúde, com preconceitos
III. Cobertura das ações e serviços de saúde a serem ou privilégios de qualquer espécie.
implementados pelos Municípios, Estados e Distrito
Federal. 65. (2023/FURB/Prefeitura de Doutor Pedrinho - SC) Dentre
as opções citadas a seguir, assinale a alternativa corres-
É correto o que se afirma em:
ponde a uma das competências da direção nacional do
a) I e II, apenas.
Sistema Único da Saúde (SUS):
b) I e III, apenas.
a) Formar consórcios administrativos intermunicipais.
c) II e III, apenas.
b) Formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação
d) III, apenas.
e nutrição.
e) I, II e III.
c) Dar execução, no âmbito municipal, à política de
insumos e equipamentos para a saúde.
62. (2023/FURB/Prefeitura de Doutor Pedrinho - SC) Em d) Executar serviços, no âmbito municipal, de vigilância
relação ao planejamento e orçamento do Sistema Único sanitária.
de Saúde (SUS), assinale a alternativa correta: e) Participar do planejamento, programação e organi-

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


a) É permitida a transferência de recursos para o fi- zação da rede descentralizada do Sistema Único de
nanciamento de atividades não contempladas nos Saúde (SUS), em articulação com sua direção esta-
planos de saúde, salvo em casos de emergência ou dual.
situações de desastre público na área da saúde.
b) A destinação de subvenções e auxílios a instituições 66. (2023/FURB/Prefeitura de Doutor Pedrinho - SC) No que
prestadoras de serviços de saúde com fins lucrativos se refere ao modelo de assistência no Sistema Único de
é permitida. Saúde (SUS), registre V, para verdadeiro, e F, para falso:
c) O processo de planejamento e orçamento do SUS é (__) A atenção secundária, que consiste na principal
descendente, do nível federal até o nível local. porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS),
d) Os planos de saúde serão a base das atividades e é composta principalmente pelas Unidades Básicas de
programações de cada nível de direção do Sistema Saúde (UBS).
Único de Saúde (SUS) e seu financiamento será pre- (__) A atenção primária é composta pelos serviços es-
visto na respectiva proposta orçamentária. pecializados encontrados em hospitais e ambulatórios.
e) A Assembleia Nacional de Saúde será responsável (__) A atenção terciária de saúde engloba o forneci-
por estabelecer as diretrizes a serem observadas mento de atendimento altamente especializado e de
na elaboração dos planos de saúde, em função das alta complexidade, sendo composta por hospitais de
características epidemiológicas e da organização dos grande porte.
serviços em cada jurisdição administrativa. Assinale a alternativa com a sequência correta:
a) F - F - V.
63. (2023/FURB/Prefeitura de Doutor Pedrinho - SC) No que b) V - V - V.
se refere ao modelo de assistência no Sistema Único de c) V - F - F.
Saúde (SUS), registre V, para verdadeiro, e F, para falso: d) F - F - F.
(__) A atenção secundária, que consiste na principal e) V - F - V.

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67. (2023/FURB/Prefeitura de Doutor Pedrinho - SC) No b) Aos proprietários, administradores e dirigentes de
que se refere ao controle social no Sistema Único de entidades ou serviços contratados é dever exercer
Saúde, é correto afirmar que: cargo de chefia ou função de confiança no Sistema
a) A Conferência de Saúde se reúne a cada cinco anos Único de Saúde (SUS).
com a representação dos vários segmentos sociais, c) As entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos não
para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes terão preferência para participar do Sistema Único
para a formulação da política de saúde nos níveis de Saúde (SUS).
correspondentes. d) Os critérios e valores para a remuneração de serviços
b) A Conferência de Saúde se reúne a cada três anos e os parâmetros de cobertura assistencial serão es-
com a representação dos vários segmentos sociais, tabelecidos pela direção nacional do Sistema Único
para reavaliar a situação de saúde e propor as di- de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de
retrizes para a formulação da política de saúde nos Saúde.
níveis correspondentes.
c) A representação dos usuários nos Conselhos de 71. (2023/Avança SP/Prefeitura de Louveira - SP) Em con-
Saúde e Conferências não é paritária em relação ao formidade com a Lei nº 8.142/1990, O Sistema ⁄nico
conjunto dos demais segmentos. de Saúde (SUS), contar·, em cada esfera de governo,
d) O Conselho de Saúde atua na formulação de estraté- sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as
gias e no controle da execução da política de saúde seguintes instâncias colegiadas:
na instância correspondente. a) Inspeção e aplicação da saúde.
e) O controle social no Brasil refere-se à exclusão da so- b) Conferência e conselho da saúde.
ciedade na formulação e implementação de políticas c) Arbitragem e complementação da Saúde.
públicas, bem como na gestão, supervisão financeira d) Implementação e supervisão da saúde.
e monitoramento de planos e programas de saúde. e) Intervenção e reestruturação da saúde.

68. (2023/FURB/Prefeitura de Doutor Pedrinho - SC) Sobre 72. (2023/Avança SP/Prefeitura de Louveira - SP) Acerca
o Sistema Único de Saúde (SUS), assinale a alternativa dos princípios e diretrizes que desenvolveram as ações
correta, no que se refere à sua organização e gestão: e serviços públicos de saúde e os serviços privados con-
a) No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS) tratados ou conveniados que integram o Sistema único
de Saúde, analise os itens a seguir e, logo após, marque
não poderá se organizar em distritos de forma a inte-
(V) para verdadeiro e (F) para falso.
grar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas
(__) Universalidade de acesso aos serviços de saúde
para a cobertura total das ações de saúde.
em níveis restritos de assistência;
b) As ações e serviços de saúde, executados pelo Sis-
(__) Integralidade de assistência, entendida como con-
tema Único de Saúde (SUS), serão organizados de
junto articulado e con�nuo das ações e serviços pre-
forma regionalizada e hierarquizada em níveis de
ventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos
complexidade decrescente. para cada caso em todos os níveis de complexidade do
c) A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, sistema;
sendo exercida, no âmbito da União, pela respectiva (__) Intervenção da autonomia das pessoas na defesa
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. de sua integridade �sica e moral;
d) As comissões intersetoriais terão a finalidade de arti- (__) Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos
cular políticas e programas de interesse para a saúde, ou privilégios de qualquer espécie;
cuja execução envolva áreas não compreendidas no (__) Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). sua saúde;
e) A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, a) F, F, V, V, V.
sendo exercida, no âmbito dos Municípios, pelo Mi-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

b) V, V, F, V, F.
nistério da Saúde. c) V, V, F, F, F.
d) F, V, F, V, V.
69. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) De e) F, F, F, V, V.
acordo com a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
à direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) 73. (2023/Avança SP/Prefeitura de Louveira - SP) Em con-
compete, EXCETO: formidade com a Lei nº 8.080/1990, a saúde È um
a) Promover a descentralização para os Municípios dos direito fundamental do ser humano, devendo o Es-
serviços e das ações de saúde. tado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
b) Acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarqui- exercício. Neste sentido, analise o trecho abaixo e as-
zadas do Sistema Único de Saúde (SUS). sinale a opção que complete corretamente as lacunas,
c) Prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e respectivamente: “Os níveis de _______ expressam a
executar supletivamente ações e serviços de saúde. organização social e econômica do País, tendo a saúde
d) Formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação como determinantes e condicionantes, entre outros, a
e nutrição. alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade
70. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Em re- �sica, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e ser-
lação a participação complementar dos serviços pri- viços __________.”
vados de assistência à saúde no Sistema Único de Saúde a) Aprendizagem; Dispensáveis.
(SUS), assinale a alternativa CORRETA. b) Desemprego; Básicos.
a) A participação complementar dos serviços privados c) Educação; Supérfluos.
será formalizada mediante contrato ou convênio, ob- d) Saúde; Essenciais.
servadas, a respeito, as normas de direito privado. e) Enfermidades; Desnecessários.

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74. (2023/Avança SP/Prefeitura de Louveira - SP) Assinale a 78. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Sobre a
alternativa que indique corretamente um dos Princípios Saúde Pública e o Saneamento Básico, marque a alter-
e Diretrizes do Sistema ⁄nico de Saúde: nativa CORRETA:
a) Divulgação de informações quanto ao potencial dos a) Esgotamento sanitário adequado não contribui para
serviços de automedicamento e não utilização pelo a eliminação de vetores, como o da malária.
cidadão. b) O tracoma é uma doença inflamatória ocular, que
b) Universalidade de acesso aos serviços de saúde em ocorre em áreas de maior concentração de pobreza,
todos os níveis de assistência. deficientes condições de saneamento básico.
c) Decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros c) Melhorias sanitárias domiciliares estão diretamente
e administrativos da gestão compartilhada do SUS, relacionadas com a redução da doença de Chagas.
em conformidade com a definição da política con- d) Água de boa qualidade para o consumo humano e
substanciada em planos de saúde, aprovados pelos seu fornecimento con�nuo, não podem assegurar a
conselhos de saúde. redução e controle de diarreias e cólera.
d) Assistência ao trabalhador vitima de acidentes de
trabalho ou portador de doença profissional e do 79. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Sobre
trabalho. a normatização do Sistema Único de Saúde (SUS), dis-
e) Não participação e/ou intervenção da comunidade. posta na Lei nº 8.142/90, marque a alternativa COR-
RETA:
75. (2023/Avança SP/Prefeitura de Louveira - SP) Acerca a) A Conferência de Saúde deve reunir-se-á a cada três
da alocação dos recursos do Fundo Nacional de Saúde anos com a representação dos vários segmentos so-
(FNS), assinale a alternativa incorreta. ciais.
a) Despesas de custeio e de capital do Ministério da b) O Conselho de Saúde é um órgão colegiado com-
Saúde, seus órgãos e entidades, da administração posto unicamente por prestadores de serviço e usu-
direta e indireta. ários.
b) Investimentos previstos em lei orçamentária, de ini- c) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS)
ciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Con- podem ser alocados como investimentos previstos
gresso Nacional. no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde.
c) Investimentos previstos no Plano Quinquenal do d) As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde
Ministério da Saúde. tem sua organização e normas de funcionamento
d) Despesas e Investimentos de custeio e capital do definidas e aprovadas pela União.
Ministério da Educação.
e) Cobertura das ações e serviços de saúde a serem 80. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) De
implementados pelos Municípios, Estados e Distrito acordo com a Lei nº 8.080 de 1990, o Sistema Único
Federal. de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados
pela iniciativa privada, quando as suas disponibilidades
76. (2023/Avança SP/Prefeitura de Louveira - SP) Sobre os forem insuficientes para garantir a cobertura assisten-
objetivos do Sistema ⁄nico de Saúde - SUS, analise as cial à população de uma determinada área. Nesse sen-
afirmativas a seguir: tido, analise as afirmativas abaixo:
I. A identificação e divulgação dos fatores condicio- I. Os critérios e valores para a remuneração de serviços
nantes e determinantes da educação; e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabe-
II - A formulação de política de saúde destinada a pro- lecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde
mover, nos campos econômico e social, a propagação (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde.
de doenças infecciosas; II. A participação complementar dos serviços privados
III - A assistência às pessoas por intermédio de ações será formalizada mediante contrato ou convênio, ob-

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


de promoção, proteção e recuperação da saúde, com servadas, a respeito, as normas de direito público.
a realização integrada das ações assistenciais e das ati- III. As entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos,
vidades preventivas. não terão preferência para participar do Sistema Único
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): de Saúde (SUS).
a) I, II e III. É CORRETO o que se afirma em:
b) I e III. a) I e III, apenas.
c) II e III. b) II e III, apenas.
d) I e II. c) I, II e III.
e) III, apenas d) I e II, apenas.

77. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) De 81. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Conforme
acordo com o disposto na Lei nº 8.080/90, marque a estabelecido na Lei nº 8.142 de 1990, assinale a alter-
alternativa que NÃO está de acordo com os princípios nativa CORRETA que corresponda ao órgão colegiado
e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS): composto por representantes do governo, prestadores
a) Divulgação de informações quanto ao potencial dos de serviço, profissionais de saúde e usuários, que atua
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário. na formulação de estratégias e no controle da execução
b) Universalidade de acesso aos serviços de saúde, so- da política de saúde na instância correspondente, in-
mente no nível de assistência básica. clusive nos aspectos econômicos e financeiros.
c) Preservação da autonomia das pessoas na defesa a) Conselho de Saúde.
de sua integridade �sica e moral. b) Secretários de Saúde.
d) Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos c) Conferência de Saúde.
ou privilégios de qualquer espécie. d) Fundo Nacional de Saúde.

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82. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) De c) O objetivo do enfermeiro que atua em uma universi-
acordo com a Lei nº 8.080 de 1990, as ações e serviços dade que oferece cursos na área de saúde é propiciar
de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde o ambiente de ensino para atividades de prevenção
(SUS), seja diretamente ou mediante participação com- das doenças durante as aulas teóricas e práticas.
plementar da iniciativa privada, serão organizados de d) O enfermeiro de uma UPS desenvolve suas ativi-
forma: Marque a alternativa CORRETA. dades focado na promoção da saúde do trabalhador,
a) Regionalizada e hierarquizada, em níveis de comple- que por sua vez contribui com a promoção de hábitos
xidade crescente. saudáveis no ambiente da universidade.
b) Regionalizada e anarquizada, em níveis de comple- e) O enfermeiro em uma UPS é o profissional que pro-
xidade decrescente. move eventos culturais e esportivos para a comuni-
c) Universalizada e hierarquizada, em níveis de com- dade com o objetivo principal de manter as pessoas
plexidade decrescente. saudáveis.
d) Universalizada e centralizada, em níveis de comple-
xidade crescente. 85. (2023/NC-UFPR/UFPR) A Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no âmbito do Sis-
83. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Conforme tema Único de Saúde (SUS) tem por objetivo promover
estabelecido na Lei nº 8.080 de 1990, o orçamento da e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno,
seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde mediante a atenção e cuidados integrais e integrados
(SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos desde o período da gestação até os 9 anos de vida, com
necessários à realização de suas finalidades, previstos especial atenção à primeira infância e às populações de
maior vulnerabilidade, visando à redução da morbimor-
em proposta elaborada pela sua direção nacional, com
talidade e um ambiente facilitador à vida com condições
a participação dos órgãos da Previdência Social e da
dignas de existência e pleno desenvolvimento. Sobre
Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades esse tema, assinale a alternativa correta.
estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Nesse a) A PNAISC preconiza ações com os seguintes focos:
sentido, é INCORRETO afirmar que: acompanhamento periódico e sistemático do cres-
a) Os recursos provenientes de alienações patrimoniais cimento e desenvolvimento da criança, imunização,
e rendimentos de capital, não devem ser conside- prevenção de acidentes e violência, atenção às do-
rados como de outras fontes. enças prevalentes na infância, aleitamento materno,
b) As ações de saneamento que venham a ser execu- alimentação complementar saudável e prevenção do
tadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde óbito infantil.
(SUS), serão financiadas por recursos tarifários espe- b) A consulta de enfermagem, como instrumento as-
cíficos e outros da União, Estados, Distrito Federal, sistencial do enfermeiro para execução da PNAISC,
Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro permite a realização de orientações e definição das
da Habitação (SFH). intervenções sobre a saúde da criança com acurácia,
c) As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de independentemente da identificação dos diagnós-
Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas ticos de enfermagem.
especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera c) A PNAISC justifica a priorização da faixa etária dos 0
de poder onde forem arrecadadas. a 24 meses para o atendimento à saúde da criança
d) As atividades de pesquisa e desenvolvimento cien- devido a sua imaturidade imunológica e condições
�fico e tecnológico em saúde serão co-financiadas de vulnerabilidade social a que está exposta.
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelas univer- d) A integração da sociedade nas ações de saúde com
sidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos foco na prevenção da violência doméstica e sexual
de instituições de fomento e financiamento ou de é recomendada pela PNAISC, a partir dos sete anos
origem externa e receita própria das instituições até a adolescência.
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

executoras. e) Outras políticas e programas que complementam as


ações previstas na PNAISC, com destaque para a Po-
84. (2023/NC-UFPR/UFPR) As Universidades Promotoras de lítica Nacional de Alimentação e Nutrição, a Política
Saúde (UPS) são espaços privilegiados para a criação Nacional de Imunização e a Política de Combate à
de um contexto promotor de saúde na universidade. Violência, são conduzidos pelos governos estaduais.
As UPS, por meio do desenvolvimento do ensino, da
investigação e do compartilhamento de conhecimentos, 86. (2023/INSTITUTO AOCP/IF-MA) Em relação à Lei Orgâ-
nica de Saúde nº 8080/90, assinale a alternativa correta.
contribuem para o bem-estar e sustentabilidade da co-
a) Centraliza as atividades essenciais de saúde, como
munidade em geral e, ainda, para a avaliação da eficácia
as de vacinação.
dos programas de intervenção. A partir destas informa-
b) Elenca os procedimentos oferecidos para a popu-
ções sobre as UPS, assinale a alternativa correta. lação carente no SUS.
a) O enfermeiro de uma UPS tem suas atividades fo- c) Descreve as funções dos profissionais das Equipes
cadas na promoção da saúde e prevenção de do- de Saúde da Família.
enças, na assistência à saúde estudantil, na pro- d) Define as formas de controle social e financeiro no
moção da saúde do trabalhador e no desenvolvi- SUS.
mento de atividades de educação permanente em e) Garante a gratuidade das ações e serviços de saúde
saúde. nos serviços públicos contratados pelo SUS.
b) As UPS têm como objetivo a promoção da saúde
e a melhoria da qualidade de vida dos discentes, 87. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP)
buscando que eles se responsabilizem pela criação É princípio doutrinário do SUS:
de um ambiente saudável e promovam hábitos sau- a) A participação social depende de conselhos esta-
dáveis. duais e municipais definirem que seja possível a

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adoção deste modelo de gestão pela unidade de a) Resolutividade.
saúde. b) Territorialização.
b) Os recursos financeiros do SUS, com repasse fundo c) Regionalização.
a fundo, fazem parte do princípio da universalidade, d) Longitudinalidade.
que preconiza destinar recursos totais à saúde.
c) A descentralização é um modelo de princípio que 91. (2023/CS-UFG/Prefeitura de Morrinhos - GO) Dentre
estipula que a decisão de gastos deve partir somente os princípios doutrinários e organizativos do Sistema
da esfera federal, sendo respeitada pelos municípios. Único de Saúde (SUS), tem-se a
d) O princípio da equidade considera a isonomia de a) participação popular, que visa à contribuição dos
direitos e as necessidades de grupos sociais, indiví- profissionais da saúde, governantes e usuários que
duos e populações. tenham cadastro ativo do cartão SUS.
e) A integralidade deve ocorrer nos serviços do SUS b) equidade, que garante o atendimento igualitário
que tiverem natureza filantrópica, priorizando que para todos os usuários do SUS, independente de
a pessoa tenha todo o seu tratamento na mesma raça, cor, cultura e condição econômica.
unidade. c) descentralização, que busca a gestão compartilhada
entre as esferas do SUS, para maior autonomia na
88. (2023/MetroCapital Soluções/Prefeitura de Nova tomada de decisões às realidades locais.
Odessa - SP) O Sistema Único de Saúde (SUS) disponi- d) integralidade, que garante o atendimento, nas uni-
biliza, de forma gratuita e integral, 29 procedimentos dades de saúde, dos diferentes níveis de atenção,
de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) à po- em horário de funcionamento estendido.
pulação. Os atendimentos começam na Atenção Básica,
principal porta de entrada do SUS. Pode-se dizer que há 92. (2023/CS-UFG/Prefeitura de Morrinhos - GO) O Decreto
evidências cien�ficas que mostram os bene�cios que nº 7.508, de 2011, que regulamenta a Lei nº 8.080,
este tipo de intervenção pode proporcionar: de 1990, traz em seu Art. 30 que “as Comissões Inter-
a) As PICS substituem o tratamento tradicional. Elas gestoras pactuarão a organização e o funcionamento
sendo considerada uma alternativa inicial no tra- das ações e serviços de saúde integrados em redes de
tamento e indicadas por profissionais específicos atenção à saúde”, sendo elas:
conforme as necessidades de cada caso. a) tripartite, bipartite e regional.
b) As PICS substituem o tratamento tradicional. Elas b) municipal, estadual e federal.
sendo considerada uma alternativa inicial no trata- c) municipal e estadual.
mento e indicadas por qualquer indivíduo conforme d) tripartite e bipartite.
as necessidades de cada caso.
c) As PICS substituem o tratamento tradicional. Elas 93. (2023/FEPESE/Prefeitura de Cunha Porã - SC) Sobre a
sendo considerada uma alternativa tardia no tra- Política Nacional de Atenção Básica e as diretrizes para
tamento e indicadas por profissionais específicos a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema
conforme as necessidades de cada caso. Único de Saúde (SUS), é correto afirmar:
d) As PICS não substituem o tratamento tradicional. Elas a) A Política Nacional de Atenção Básica considera os
são um adicional, um complemento no tratamento termos Atenção Básica - AB e Atenção Primária à
e indicadas por profissionais específicos conforme Saúde - APS, nas atuais concepções, como termos
as necessidades de cada caso. equivalentes.
e) As PICS não substituem o tratamento tradicional. Elas b) A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde
são um adicional, um complemento no tratamento individuais que envolvem a promoção e prevenção
e indicadas por qualquer indivíduo conforme as ne- da saúde, uma vez que as ações de diagnóstico, tra-
cessidades de cada caso. tamento e reabilitação devem ser desenvolvidas no

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


âmbito da atenção secundária e terciária.
89. (2023/OBJETIVA/Prefeitura de Fazenda Vilanova - RS) c) A atenção terciária, por intermédio das UPAS e emer-
Em conformidade com a Lei nº 8.080/1990 — SUS, os gências, deverá ser a principal porta de entrada e
atos do profissional de saúde, quando praticados na centro de comunicação das Redes de Atenção à
modalidade telessaúde, terão validade: Saúde, coordenadora do cuidado e ordenadora das
a) No local onde é domiciliado o profissional. ações e serviços disponibilizados na rede.
b) No local onde é domiciliado o paciente. d) Os princípios do SUS e da Rede de Atenção à Saúde
c) Em todo o território nacional. a serem operacionalizados na Atenção Básica são
d) Na região onde é inscrito o profissional. universalidade, igualdade e fraternidade.
e) Dentre as diretrizes orientadoras da atenção básica
90. (2023/CS-UFG/Prefeitura de Morrinhos - GO) Leia o está o cuidado centrado na doença, utilizando e arti-
texto a seguir. culando diferentes tecnologias de cuidado individual
As equipes de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) e coletivo, por meio de uma clínica ampliada.
precisam traçar suas ações fundamentadas nas dire-
trizes da APS. Uma delas consiste em conhecer sua área 94. (2023/FAU/Prefeitura de Dois Vizinhos - PR) A defi-
de abrangência a fim de proporcionar um atendimento nição a seguir diz respeito a qual conceito importante
integral que gere impacto nos condicionantes e deter- para o Agente de Combate a Endemias: “Compreende
minantes do indivíduo e comunidade adstritos a ela. o conjunto articulado de instituições do setor público
Para tal, é necessário considerar diversos fatores como e privado, componente do Sistema Único de Saúde
ambientais, sociais, culturais, econômicos, geográficos, (SUS) que, direta ou indiretamente, notifica doenças
sanitários, históricos, e que estão em constante movi- e agravos, presta serviços a grupos populacionais ou
mento e, portanto, precisam sempre ser revisitados. orienta a conduta a ser tomada para o controle dos
Qual diretriz da APS é descrita no texto acima? mesmos”.

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a) Conceito de Sistema Internacional de Notificação e 98. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP) O
Vigilância (SINV). processo de trabalho na Atenção Básica caracteriza-se
b) Conceito de Sistema de Verificação Epidemiológica pela
Intermunicipal (SVEI). a) adstrição de usuários e desenvolvimento de relações
c) Conceito de Sistema Sentinela em Epidemiologia de vínculo e responsabilização entre a equipe e a
Nacional (SSEN). população do seu território de atuação.
d) Conceito de Sistema Nacional de Vigilância Epide- b) avaliação de risco com critério exclusivamente so-
miológica (SNVE). cial para identificar subgrupos de acordo e definir a
e) Conceito de Sistema Nacional de Vigilância Nutri- prioridade de atendimento.
cional (SNVN). c) responsabilização pela equipe sobre o atendimento
psicossocial da população cadastrada no bolsa- -fa-
95. (2023/FAU/Prefeitura de Dois Vizinhos - PR) A definição mília.
a seguir diz respeito a qual conceito importante para o d) determinação de qual unidade (atenção básica,
Agente de Combate a Endemias: “é um sistema público, atenção secundária ou atenção terciária) será a porta
organizado e orientado no sentido do interesse coletivo, de entrada para o SUS no Município.
e todas as pessoas, independente de raça, crenças, cor, e) delimitação política do território a critério da equipe
situação de emprego, classe social, local de moradia, e programação de atividades no processo de terri-
a ele têm direito. É formado pelo conjunto de ações e torialização.
serviços de saúde prestados por órgãos e instituições
públicas federais, estaduais e municipais, da adminis- 99. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP)
tração direta e indireta”. Pessoas com deficiências devem ter oportunidades
a) Conceito de Serviço Único de Saúde. iguais de participação em todos os atendimentos e
b) Conceito de Sistema Unificado de Saúde. atividades dos serviços de saúde. Suas necessidades
c) Conceito de Atendimento Único em Doença. básicas são comuns, como: vacinação, consultas, pré-
d) Conceito de Saúde para população rural. -natal, planejamento familiar, puericultura e saúde
e) Conceito de Sistema Único de Saúde. bucal. É importante que o Agente Comunitário de Saúde
(ACS), na sua área de atuação, identifique as pessoas
96. (2023/FAU/Prefeitura de Dois Vizinhos - PR) Assinale a com deficiência e as suas características de maneira que
alternativa que complete a frase de forma correta: “A possibilite à equipe de saúde realizar um planejamento
____________orienta a _________________ das ações e direcionamento das ações. O primeiro passo é identi-
e serviços de saúde, além de favorecer a ___________ ficar as pessoas com deficiência e as suas características
entre os gestores considerando suas responsabilidades. de maneira que possibilite à equipe de saúde
Te m como objetivo garantir o direito à saúde da popu- a) verificar as condições de acessibilidade à residência e
lação, reduzindo desigualdades sociais e territoriais” . o acesso e às condições de utilizar a Unidade Básica
a) As palavras que completam a frase de forma correta
de Saúde.
são: equidade, regionalização e uniformização.
b) identificar na comunidade movimentos organizados
b) As palavras que completam a frase de for m a correta
de pessoas com deficiência e lideranças comunitá-
são: regionalização, descentralização e pactuação.
rias, suas reivindicações, propostas e atividade.
c) As palavras que completam a frase de forma correta
c) diagnosticar as deficiências encontradas em �sica,
são: territorialização, controle social e equidade.
d) As palavras que completam a frase de forma correta mental, auditiva, visual ou múltipla.
são: secundária, terciária e social. d) promover a inclusão social, estimulando a partici-
e) As palavras que completam a frase de forma correta pação nas diferentes atividades, valorizando os co-
são: alimentação, terciária e domiciliar. nhecimentos do indivíduo adquiridos na vida.
e) encaminhar os deficientes para procurar os serviços
97. (2023/FAU/Prefeitura de Dois Vizinhos - PR) Assinale de saúde terciários, prestando atenção se terão
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

a alternativa que complete a frase de forma correta: acesso à Unidade de Saúde indicada pelo agente.
“Pelo princípio da ________________, o SUS deve se
organizar de forma que garanta a oferta necessária aos 100. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP)
indivíduos e à coletividade, independentemente das O Sistema Único de Saúde – SUS deve disponibilizar
condições econômicas, da idade, do local de moradia serviços que promovam a justiça social, que canalizem
e outros, com ações e serviços de ____________ à maior atenção aos que mais necessitam, diferenciando
saúde, prevenção de doenças, tratamento e reabili- as necessidades de cada um. A frase descreve o prin-
tação. A _______________não ocorre apenas em um cípio da
único local, mas no sistema como um todo e só será a) resolutividade.
alcançada como resultado do trabalho integrado e soli- b) equidade.
dário dos gestores e trabalhadores da saúde, com seus c) coletividade.
múltiplos saberes e práticas, assim como da articulação d) integralidade.
entre os diversos serviços de saúde”. e) universalidade.
a) As palavras que completam a frase de forma correta
são: equidade, reabilitação e equidade. 101. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP) A
b) As palavras que completam a frase de forma correta família é o ponto de partida para o trabalho do Agente
são: integridade, tratamento e integridade. Comunitário de Saúde na comunidade. Por isso, é pre-
c) As palavras que completam a frase de forma correta ciso identificar e compreender a formação e como fun-
são: descentralização, promoção e descentralização. cionam as famílias da sua área de abrangência. Assim,
d) As palavras que completam a frase de forma correta é correto afirmar que a visita domiciliar é a atividade
são: integralidade, promoção e integralidade. mais importante do processo de trabalho do Agente
e) As palavras que completam a frase de forma correta Comunitário de Saúde, uma vez que, ao entrar na casa
são: universalidade, tratamento e universalidade. de uma família, esse profissional

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a) cria vínculos afetivos e duradouros com os indiví- II. Um dos principais objetivos é estabelecer regras dou-
duos, que devem ultrapassar o limite do profissional. trinárias de âmbito municipal acerca da publicidade de
b) é capaz de influenciar os indivíduos a seguirem os medicamentos.
hábitos sociais e religiosos adotados pela comuni- III. Os objetivos contemplam a assistência às pessoas
dade. por intermédio de ações de promoção, proteção e re-
c) deve indicar métodos contraceptivos de acordo com cuperação da saúde, com a realização integrada das
o nível socioeconômico do grupo familiar. ações assistenciais e das atividades preventivas.
d) verifica o estado sanitário da residência e determina Está correto o que se afirma apenas em:
os procedimentos de limpeza mais adequados. a) I.
e) além de adentrar no espaço �sico, também entra em b) III.
contato com tudo o que esse espaço representa.
c) II.
d) I e III.
102. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP) O
Agente Comunitário de Saúde, junto a sua equipe, deve e) II e III.
compartilhar, com a população adstrita, as responsabi-
lidades pela saúde. Isso é particularmente importante 106. (2023/Avança SP/Prefeitura de São Lourenço da Serra
na adequação das ações de saúde às necessidades da - SP) Com base na Lei nº 8.080/1990, conhecida como
população, e é uma forma de Lei Orgânica da Saúde, analise as afirmativas a seguir e,
a) interferir na gestão pública, determinando as ações logo após, marque (V) para verdadeiro e (F) para falso.
do Estado. (__) A referida Lei tem como objetivo fundamental a
b) orientar e executar as políticas públicas. criação de planos privados de saúde.
c) definir a melhor forma de alocar os recursos público (__) A Lei estabelece que a saúde é um direito funda-
na área sanitária. mental do ser humano e que o Estado deve prover as
d) controle social e participação popular. condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
e) reorganização da sociedade e da comunidade local. (__) A referida Lei define apenas as competências das
Secretarias de Saúde dos Municípios.
103. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP) Assinale a alternativa que apresenta a sequência cor-
O Agente Comunitário de Saúde deve identificar os reta.
adolescentes de sua área e planejar suas atividades a) F - F - F.
considerando que é necessário orientá-los sobre b) F - V - F.
a) como evitar doenças sexualmente transmissíveis c) F - F - V
(DST), HIV/Aids, Hepatite A, entre outras, indicando
d) V - F - V.
as melhores barreiras �sicas.
e) V - V - V.
b) verificar o “status” do esquema vacinal e informar
sobre violência e acidentes e saúde bucal.
c) quais atividades �sicas são mais indicadas a cada 107. (2023/OBJETIVA/Prefeitura de Canudos do Vale - RS) De
jovem para manter hábitos saudáveis. acordo com a Lei nº 8.080/1990 — SUS, sobre organi-
d) recomendar os métodos de anticoncepção e como zação, direção e gestão no âmbito municipal, assinalar
usá-los, afim de evitar uma gravidez. a alternativa CORRETA:
e) a importância da educação sanitária do uso correto a) Aplica-se aos consórcios administrativos intermuni-
de álcool e outras drogas lícitas. cipais o princípio da direção única, e os respectivos
atos constitutivos disporão sobre sua observância.
104. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP) Se b) Os Municípios deverão constituir consórcios para
na área de atuação do Agente Comunitário de Saúde desenvolver em conjunto as ações e os serviços de

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


existem muitas crianças de menos de 5 anos, ele deve saúde que lhes correspondam.
a) orientar os munícipes a cobrar das autoridades muni- c) É vedada a organização em distritos, por conta da
cipais e estaduais a construção de creches e escolas fragmentação de recursos, técnicas e práticas vol-
de nível fundamental I. tadas para cobertura das ações de saúde.
b) estar atento às vacinas, e ser capaz de orientar as d) A direção do SUS no âmbito dos Municípios é reali-
mães para a prevenção das doenças, principalmente zada, em regra, pelo Prefeito Municipal.
diarreia e infecções respiratórias agudas.
c) se preocupar com as taxas de nascimento e de mor- 108. (2023/VUNESP/SAME - SP) Sobre o acesso universal,
talidade infantil, bem como ser apto a orientar os igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde,
métodos contraceptivos mais eficazes.
previsto no Decreto nº 7.501/2011, é correto afirmar:
d) se certificar se há vagas em número suficiente nas
a) os serviços de atenção de urgência e emergência são
creches e escolas de nível fundamental II para aten-
dimento dessa população. porta de entrada exclusivas dos usuários no SUS.
e) verificar se há córregos e esgotos a céu aberto e b) os serviços especiais de acesso aberto serão refe-
sendo o caso entrar diretamente em contato com o renciados pelas Portas de Entrada.
órgão responsável pelo meio ambiente. c) a avaliação da gravidade do risco individual é o mais
importante critério considerado no encaminha-
105. (2023/Avança SP/Prefeitura de São Lourenço da Serra mento dos usuários ao serviço de atenção hospitalar.
- SP) Sobre os objetivos do Sistema Único de Saúde d) a atenção primária é responsável por ordenar o
(SUS), expressos na Lei n° 8.080/1990 3 Art. 5°, analise acesso às ações e aos serviços de saúde.
as afirmativas a seguir. e) o Ministério da Saúde é responsável por monitorar
I. Um dos objetivos do SUS é identificar e divulgar os o acesso às ações e aos serviços de saúde nos mu-
fatores condicionantes e determinantes da saúde. nicípios.

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109. (2023/VUNESP/SAME - SP) Reconhecer que não somos da PNH que considera a gestão uma tarefa coletiva é
todos iguais significa entender que existem desigual- denominada
dades que prejudicam alguns grupos sociais e indiví- a) Acolhimento.
duos. Para o enfrentamento, além do reconhecimento, b) Cogestão.
deve-se estabelecer estratégias que possibilitem dar às c) Autonomia dos sujeitos.
pessoas acesso às mesmas oportunidades, ou seja, dar d) Transversalidade.
mais para quem precisa mais, de forma proporcional e) Clínica compartilhada.
e adequada às suas circunstâncias. Essa definição cor-
responde a um importante conceito do Sistema Único 114. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP)
de Saúde denominado No SUS, a elaboração dos instrumentos de planeja-
a) Universalidade. mento definidos na legislação é condicionante para a
b) Humanização. transferência de recursos financeiros. Assinale a alter-
c) Integralidade. nativa correta em relação à agenda do gestor sobre o
d) Precaução. ciclo de planejamento do SUS.
e) Equidade. a) Os Planos de Saúde devem ser elaborados a cada
quatro anos, no último ano da gestão.
110. (2023/OBJETIVA/Prefeitura de Ilópolis - RS) Em confor- b) O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias deve
midade com a Lei nº 8.080/1990 — SUS, a iniciativa apresentado ao Poder Executivo Local após a entrega
privada poderá participar do Sistema Único de Saúde da Programação Anual de Saúde correspondente.
em caráter: c) A Conferência de Saúde deve ser realizada ordina-
a) Primário. riamente a cada dois anos, por meio da convocação
b) Preferencial. do Poder Legislativo.
c) Complementar. d) O Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior
d) Primordial. (RDQA) deve ser apresentado no Conselho de Saúde
e na Casa Legislativa da esfera correspondente refe-
111. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP) rente ao quadrimestre anterior.
O princípio do SUS que considera a saúde como um e) O projeto do Plano Plurianual (PPA) deve ser en-
direito de cidadania de todas as pessoas e que cabe ao tregue na Casa Legislativa correspondente no último
Estado assegurar esse direito e o acesso às ações e aos ano de gestão, juntamente com a Lei Orçamentária
serviços de saúde é o princípio de Anual (LOA).
a) equidade.
b) integralidade. 115. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba – SP)
c) universalização. É correto afirmar sobre o processo de planejamento do
d) hierarquização. SUS:
e) regionalização. a) deve ser ascendente e integrado, do nível local até o
federal, considerando as demandas dos respectivos
112. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP) A Conselhos de Saúde.
Estratégia de Saúde da Família propôs o reordenamento b) os Conselhos de Secretários Estaduais e Municipais
da atenção básica, de acordo com os preceitos do SUS, de Saúde devem estabelecer as diretrizes para a ela-
instituindo diversos tipos de equipes. Sobre as Equipes boração dos planos de saúde.
de Saúde da Família (ESF), é correto afirmar: c) a Comissão Intergestores Tripartite – CIT tem compe-
a) composta por categorias de profissionais da saúde, tência exclusiva na pactuação das etapas do processo
de diferentes profissões e especialidades, que atuam e os prazos do planejamento dos municípios.
de maneira integrada para dar suporte clínico, sani- d) o Conselho Nacional de Saúde é responsável pela
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

tário e pedagógico. definição dos indicadores nacionais, estaduais e mu-


b) dentre suas atribuições, contribui para a integrali- nicipais de garantia de acesso às ações e aos serviços
dade do cuidado aos usuários do SUS principalmente de saúde no âmbito do SUS.
por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando e) no planejamento devem ser considerados apenas
no aumento da capacidade de análise e de inter- os serviços e as ações prestados pelo poder público,
venção sobre problemas e necessidades de saúde, excluindo-se os serviços prestados pela iniciativa pri-
tanto em termos clínicos quanto sanitários. vada.
c) em áreas de grande dispersão territorial, áreas de
risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a co- 116. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP)
bertura de 75% da população. Assinale a alternativa referente à responsabilidade ex-
d) cada ESF deve contar com 10(dez) Agentes Comuni- clusiva do Ministério da Saúde na gestão das ações de
tários de Saúde (ACS). Atenção Básica.
e) composta, no mínimo, por médico, preferencial- a) Ser corresponsável pelo monitoramento das ações
mente da especialidade medicina de família e co- de Atenção Básica nos municípios.
munidade, enfermeiro, preferencialmente especia- b) Fortalecer a Estratégia Saúde da Família na rede de
lista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de serviços como a estratégia prioritária de organização
enfermagem e ACS. da Atenção Básica.
c) Definir e rever periodicamente, de forma pactuada,
113. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP) O na Comissão Intergestores Tripartite, as diretrizes da
modo de gestão da Política Nacional de Humanização é Política Nacional de Atenção Básica.
centrado no trabalho em equipe, na construção coletiva d) Organizar, executar e gerenciar os serviços e ações
e em colegiados que garantem o compartilhamento do de Atenção Básica, de forma universal, dentro do
poder, da análise, da decisão e da avaliação. A diretriz seu território.

118 www.gpscursos.com.br
e) Manter atualizado mensalmente o cadastro de c) Serviços de Atenção Hospitalar.
equipes, profissionais, carga horária, serviços dis- d) Vigilância em Saúde.
ponibilizados, equipamentos e outros no Sistema de e) Unidade de Tratamento Intensivo.
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.
121. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP)
117. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP) Os profissionais que atuam na Atenção Básica possuem
O controle de bens de consumo e da prestação de ser- atribuições comuns e outras funções que são especí-
viços que, direta ou indiretamente, se relacionem com ficas para cada categoria profissional. Assinale a alter-
a saúde faz parte do campo de atuação do SUS, definido nativa que indica uma atribuição comum para toda a
na Lei Orgânica de Saúde (Lei no 8.080/1990). As ações equipe.
voltadas para atingir esse objetivo são desenvolvidas a) Indicar a necessidade de internação hospitalar ou
no âmbito da Vigilância domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acom-
a) Epidemiológica. panhamento da pessoa.
b) de Controle de Endemias. b) Informar aos usuários sobre as datas e horários de
c) Sanitária. consultas e exames agendados.
d) em Saúde Ambiental. c) Realizar procedimentos como curativos, adminis-
e) em Saúde do Trabalhador. tração de medicamentos, vacinas, coleta de material
para exames, lavagem, preparação e esterilização de
118. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP) O materiais, entre outras atividades.
Pacto pela Saúde, preservando e afirmando os princí- d) Implementar e manter atualizados rotinas, proto-
pios do Sistema Únicos de Saúde, foi construído a partir colos e fluxos relacionados a sua área de compe-
da pactuação de três dimensões: Pacto pela Vida; Pacto tência na UBS.
em Defesa do SUS; e Pacto de Gestão do SUS. Assinale e) Realizar o cuidado integral à saúde da população
a alternativa que contenha duas prioridades que foram adscrita no âmbito da UBS e nos domicílios, e demais
estabelecidas no Pacto pela Vida. espaços comunitários quando necessário.
a) Controle do câncer de colo de útero e de mama e
redução da mortalidade infantil neonatal. 122. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP)
b) Saúde da população negra e atenção à saúde do Além de controlar e fiscalizar procedimentos, produtos
idoso. e substâncias de interesse para a saúde, assinale a alter-
c) Promoção da saúde e atenção à saúde da população nativa que contém outra atribuição do SUS estabelecida
de rua. na Constituição Federal de 1988.
d) Fortalecimento da vigilância de desastres naturais e a) Proteger a família, a maternidade, a infância, a ado-
saúde do homem. lescência e a velhice.
e) Redução da mortalidade por acidentes de trânsito b) Garantir o piso salarial nacional para os profissionais
e saúde da população indígena. de saúde, assistência social e educação.
c) Participar da produção de medicamentos, equipa-
119. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP) mentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros
Considerando a dimensão geográfica do território bra- insumos.
sileiro e a variedade de fatores determinantes e con- d) Participar da formulação de diretrizes para o desen-
dicionantes do processo saúde-doença, que podem volvimento urbano, rural e saneamento básico.
atingir a população de formas variadas a depender das e) Fomentar a produção agropecuária e organizar o
condições de habitação, alimentação, saneamento bá- abastecimento alimentar.
sico, meio ambiente, trabalho, renda, educação lazer
e acesso aos bens e serviços essenciais, a Constituição 123. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP)

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


Federal de 1988 definiu que a gestão das ações e ser- Ao estabelecer que a saúde é um direito de todos e
viços de saúde devem estar o mais próximo da realidade dever do Estado, a Constituição Federal de 1988 definiu
local, de forma a ampliar os espaços democráticos, a que a saúde não é um serviço ao qual se tem acesso
participação social e o poder local. Essa definição está por meio de contribuição ou pagamento de qualquer
relacionada ao princípio do Sistema Único de Saúde espécie, ao contrário, afirma que todos os cidadãos
denominado brasileiros têm o direito à atenção à saúde.
a) Integralidade. Assinale a alternativa que expressa o princípio do SUS
b) Descentralização. correspondente a essa afirmativa.
c) Universalidade. a) Equidade.
d) Participação Social. b) Universalidade.
e) Equidade. c) Descentralização.
d) Integralidade.
120. (2023/VUNESP/Prefeitura de Pindamonhangaba - SP) e) Regionalização.
Para organizar e garantir resolutividade das Redes de
Atenção à Saúde (RAS), é necessário estabelecer e 124. (2023/FGV/SEDUC-TO) Em relação à política de atenção
manter os serviços de saúde de acordo com os níveis à saúde dos povos indígenas no Brasil, analise as afir-
de complexidade, tendo como fundamentos, dentre mativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F)
outros, a disponibilidade de recursos e a integração para a falsa.
horizontal e vertical. (__) É dever do Estado construir a Política Setorial
Assinale a alternativa que contém uma porta de entrada de Saúde Indígena, no contexto do Sistema Único de
às ações e aos serviços de saúde nas RAS. Saúde.
a) Serviços ambulatoriais especializados. (__) Além de promover a interação entre a medicina
b) Centros de Atenção Psicossocial. indígena e a ocidental, deve-se valorizar as práticas da

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medicina tradicional indígena, reconhecendo e respei- c) planejamento – Comissões Mistas
tando seu conhecimento. d) cuidado – Conselhos da Comunidade
(__) Deve-se contestar a incorporação dos pajés e das e) controle orçamentário – Grupos de Auditorias Pri-
parteiras indígenas, como categorias profissionais, ao vadas
Sistema de Saúde.
As afirmativas são, respectivamente, 129. (2023/FUNDATEC/Prefeitura de Maçambara - RS) O
a) V – F – F. Sistema Único de Saúde (SUS), criado através da Cons-
b) V – F – V. tituição Federal de 1988, é o sistema público de saúde
c) F – V – V. brasileiro, reconhecido como um dos maiores e mais
d) V – V – F. complexos do mundo. Nesse sentido, é um projeto que
e) F – F – V. assume e consagra princípios, conforme segue:
a) Universalidade, Integralidade, Equidade.
125. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Anchieta - SC) Sobre a b) Gratuidade, Integralidade, Autonomia.
evolução das Políticas de Atenção à Saúde da Mulher, c) Equidade, Não maleficência, Justiça.
assinale a alternativa CORRETA. d) Parcialidade, Integralidade, Beneficência.
a) Na área da saúde da mulher, a NOBs estabelece para e) Universalidade, Justiça, Sociabilidade.
os municípios a garantia das ações básicas mínimas
de pré-natal e puerpério, planejamento familiar e 130. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Anchieta - SC) No que
prevenção do câncer de colo uterino se refere a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
analise as afirmativas abaixo. Estão incluídas ainda no
b) No Brasil, a saúde da mulher foi incorporada às po-
campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) a
líticas nacionais de saúde nas primeiras décadas do
execução de ações:
século XIX, sendo limitada, nesse período, às de- I. De vigilância sanitária.
mandas relativas à gravidez e ao parto. II. De saúde do trabalhador.
c) Em 1980, o Ministério da Saúde elaborou o Plano III. De assistência terapêutica integral, inclusive farma-
de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), cêutica.
marcando uma ruptura conceitual com os princípios É CORRETO o que se afirma em:
norteadores da política de saúde das mulheres e os a) II e III, apenas.
critérios para eleição de prioridades neste campo. b) I, II e III.
d) Um dos resultados dos programas materno-infantis c) I e III, apenas.
é a fragmentação da assistência e o baixo impacto d) I e II, apenas.
nos indicadores de saúde da mulher.
131. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Anchieta - SC) De acordo
126. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Anchieta - SC) Para atingir com a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, a for-
os princípios de humanização e da qualidade da atenção mulação, avaliação e apoio das políticas de alimentação
deve-se levar em conta alguns elementos, a exemplo e nutrição, é competência do(a):
de: a) Direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS).
a) Definição da estrutura e organização da rede assis- b) Direção municipal do Sistema Único de Saúde (SUS).
tencial, exceto a formalização dos sistemas de con- c) Direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS).
trarreferência. d) Direção distrital do Sistema Único de Saúde (SUS)
b) Ampliação e qualificação a atenção ao planejamento
familiar, incluindo a assistência à infertilidade. 132. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Anchieta - SC) De acordo
c) Estabelecimento de mecanismos de acompanha- com a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, a saúde
mento, controle e avaliação continuada das ações é um direito fundamental do ser humano, devendo o
e serviços de saúde, com participação da usuária. Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
exercício. Nesse sentido, assinale a alternativa COR-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE

d) Acesso da população às ações e aos serviços de


saúde em pelo menos um nível de assistência. RETA.
a) O dever do Estado exclui o das pessoas, da família,
127. (2023/AMEOSC/Prefeitura de Anchieta - SC) Assinale a das empresas e da sociedade.
alternativa que corresponde a iniciativas no âmbito na- b) O dever do Estado de garantir a saúde consiste na
cional que apoiam a organização da rede de assistência formulação e execução de políticas econômicas e
ao recém-nascido. sociais que visem o aumento de riscos de doenças
e de outros agravos.
a) Iniciativa Hospital Amigo da Criança.
c) Dizem respeito também à saúde as ações que, por
b) Monitoramento dos indicadores de aleitamento ma-
força do disposto no artigo anterior, se destinam a
terno.
garantir às pessoas e à coletividade condições de
c) Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano. bem-estar �sico, mental e social.
d) Rede Amamenta Brasil. d) O dever do Estado de garantir a saúde consiste no es-
tabelecimento de condições que assegurem acesso
128. (2023/FUNDATEC/Prefeitura de Maçambara - RS) O universal e inequitativo às ações e aos serviços para
___________________ no SUS ocorre por meio de a sua promoção, proteção e recuperação.
______________________, em suas diversas modali-
dades, onde os cidadãos participam do planejamento 133. (2023/ACCESS/Prefeitura de Dores do Indaiá - MG) Nas
e avaliação das ações governamentais relacionadas ao alternativas a seguir estão os princípios básicos do SUS,
sistema público de saúde. à exceção de uma. Assinale-a.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respec- a) Hierarquização
tivamente, as lacunas do trecho acima. b) Universalização
a) controle - Comissões Orçamentárias c) Equidade
b) controle social – Conselhos de Saúde d) Integralidade

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134. (2023/Creative Group/Prefeitura de Itá - SC) A Lei 8.142, c) médicos (preferencialmente da especialidade medi-
de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação cina de família e comunidade), enfermeiro (preferen-
da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde cialmente especialista em saúde da família), farma-
(SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de cêuticos, auxiliares e/ou técnicos de enfermagem,
recursos financeiros na área da saúde. De acordo com podendo contar com cirurgião-dentista.
essa Lei, a participação da comunidade na gestão do d) médicos (preferencialmente da especialidade me-
SUS se dará através das seguintes instâncias colegiadas: dicina de família e comunidade), enfermeiro (pre-
a) Conferência de Saúde e Conselho de Saúde. ferencialmente especialista em saúde da família),
b) Conselho de Saúde e Comissões Intergestores. farmacêuticos, fonoaudiólogos, auxiliares e/ou
c) Ministério da Saúde e Conselho Nacional da Saúde. técnicos de enfermagem, podendo contar com ci-
d) Fundo Nacional de Saúde e Ministério da Saúde. rurgião-dentista, profissional de educação �sica e
fisioterapeuta.
135. (2023/Creative Group/Prefeitura de Itá - SC) Dentre os
princípios e diretrizes do SUS está a integralidade de 139. (2023/CS-UFG/UFG) Um dos princípios do Sistema
assistência que pode ser entendida como: Único de Saúde (SUS) é entendido como conjunto ar-
a) preservação da autonomia das pessoas na defesa ticulado e con�nuo das ações e serviços preventivos
de sua integridade �sica e moral. e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
b) conjunto articulado e con�nuo das ações e serviços caso em todos os níveis de complexidade do sistema.
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exi- Esse é o princípio da
gidos para cada caso em todos os níveis de comple- a) universalidade de acesso aos serviços de saúde.
xidade do sistema. b) igualdade da abordagem assistencial.
c) conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, c) integralidade da assistência.
materiais e humanos. d) descentralização dos serviços.
d) organização dos serviços públicos de modo a evitar
duplicidade de meios para fins idênticos. 140. (2023/FURB/Prefeitura de Timbó - SC) Sobre o Sistema
Único de Saúde (SUS), marque a alternativa correta:
136. (2023/AMAUC/Prefeitura de Irani - SC) Em relação aos a) O SUS é constituído somente por ações e serviços de
objetivos do Sistema Único de Saúde SUS, julgue as saúde prestados por órgãos e instituições públicas
afirmativas abaixo: federais.
I. Identificar e divulgar os fatores condicionantes e de- b) A iniciativa privada não pode participar do Sistema
terminantes da saúde. Único de Saúde (SUS) em caráter complementar.
II. Assistência às pessoas por intermédio de ações de c) Nunca se pode criar Comissões Permanentes de In-
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a tegração entre os serviços de saúde e as instituições
realização integrada das ações assistenciais e das ati- de ensino profissional e superior.
vidades preventivas. d) Os municípios poderão constituir consórcios para
III. Definir as instâncias e mecanismos de controle, ava- desenvolver em conjunto as ações e os serviços de
liação e de fiscalização das ações e serviços de saúde. saúde que lhes correspondam.
Qual(is) a(s) afirmativa(s) está(ão) CORRETA(S)? e) As ações e serviços de saúde executados pelo SUS
a) Apenas I e II. devem ser organizados de forma regionalizada e hie-
b) Apenas III. rarquizada em níveis de complexidade decrescente.
c) Apenas II.
d) Apenas I.
e) Apenas II e III.
GABARITO

137. (2023/CS-UFG/UFG) As ações e serviços públicos de 1. e 25. e 49. b 73. d 97. d 121. e
saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) integram uma 2. a 26. e 50. c 74. b 98. a 122. c

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE


rede de cuidado regionalizada e hierarquizada. Na es- 3. c 27. b 51. e 75. d 99. a 123. b
fera municipal, a direção desse sistema compete à 4. d 28. e 52. c 76. e 100. b 124. d
a) Vigilância Sanitária. 5. c 29. c 53. b 77. b 101. e 125. d
b) Vigilância Epidemiológica. 6. b 30. b 54. a 78. c 102. d 126. c
c) Secretaria Municipal de Saúde. 7. d 31. d 55. c 79. c 103. b 127. c
d) Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência. 8. a 32. d 56. a 80. d 104. b 128. b
9. a 33. b 57. b 81. a 105. d 129. a
138. (2023/CS-UFG/UFG) A portaria nº 18, de 7 de janeiro de 10. b 34. a 58. a 82. a 106. b 130. b
2019, estabelece regras para o credenciamento de equipes 11. c 35. d 59. d 83. a 107. a 131. a
para atenção básica de acordo com a Política Nacional de 12. e 36. d 60. c 84. a 108. d 132. c
Atenção Básica - PNAB. De acordo com a portaria, a equipe 13. d 37. a 61. e 85. a 109. e 133. a
mínima deverá constar dos seguintes profissionais: 14. d 38. a 62. d 86. e 110. c 134. a
a) médicos (preferencialmente da especialidade me- 15. e 39. c 63. b 87. d 111. c 135. b
dicina de família e comunidade), enfermeiro (pre- 16. c 40. d 64. d 88. d 112. e 136. a
ferencialmente especialista em saúde da família), 17. c 41. c 65. b 89. c 113. b 137. c
auxiliares e/ou técnicos de enfermagem, podendo 18. b 42. b 66. a 90. b 114. d 138. a
contar com cirurgião-dentista. 19. c 43. d 67. d 91. c 115. a 139. c
b) médicos (preferencialmente da especialidade me- 20. c 44. b 68. d 92. a 116. c 140. d
dicina de família e comunidade), enfermeiro (pre- 21. e 45. c 69. d 93. a 117. c
ferencialmente especialista em saúde da família), 22. a 46. b 70. d 94. d 118. a
profissional de educação �sica, fisioterapeuta, auxi- 23. c 47. b 71. b 95. e 119. b
liares e/ou técnicos de enfermagem, podendo contar 24. d 48. e 72. d 96. b 120. b
com cirurgião-dentista.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMAS - TO
SUMÁRIO

História e Geografia do Tocantins


1. Povoamento e expansão através da exploração do ouro, da navegação, das atividades de mineração e
da agropecuária. O processo de criação do Estado e suas diferentes fases (períodos Colonial, Imperial e
Republicano). A construção da Rodovia Federal BR-153 e seus impactos na economia e sociedade tocantinenses.
Organização política e territorial, divisão política, regiões administrativas, regionalização do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Hierarquia urbana, símbolos, estrutura dos poderes; patrimônio histórico e
cultural, manifestações culturais; movimentos políticos; estudo da população e sua dinâmica populacional,
migração, estrutura etária; indígenas e quilombolas; vegetação, clima, hidrografia e relevo; matriz produtiva,
matriz energética e matriz de transporte; unidades de conservação................................................................................3

2. História e Geografia de Palmas: localização geográfica e divisão política, vegetação, hidrografia e clima, meio
ambiente e população; urbanização e sociedade. Poderes: judiciário, legislativo e executivo. Símbolos: brasão,
bandeira e hino; patrimônio histórico.............................................................................................................................57
História e Geografia do Tocantins
Marcelo Vicente

• Região: Norte Amazônia Legal


• Área: 277.620,914 km2 (10ª)
• População 1.640,0666 (IBGE 2023) A Amazônia Legal Brasileira é formada pelos estados do
• Fronteiras estaduais: MA, PI, BA, GO, MT e PA Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, To-cantins
e grande parte dos estados do Maranhão e Mato Grosso.
• Municípios: 139
• PIB: R$ 51 bilhões (24º) – (2023) IBGE/SEPLAN-TO
• Renda per capita: 23.100,00 (2015) (16ª)
• Participação nacional no PIB: 0,5%
• IDH: 0,699 – Médio: 0,699 (2013) (14º)
• Expectativa de vida: 73,1 anos (2015) (18ª)
• Mortalidade infantil: 16,3/1000 nascimentos (2010) (14º)
• Analfabetismo: 11,88% (2010) 17º)

INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA DO TOCANTINS


Criado em 05/10/1988 pela Assembléia Nacional Cons-
tituinte (promulgação da Constituição Federal – artigo 13
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), o To-
cantins é o mais novo dos 26 estados do Brasil. Localiza-se
na região Norte (faz parte da Amazônia Legal), exatamente
no centro geográfico do país, condição que lhe possibilita
fazer limite com estados do Nordeste, Centro-Oeste e do
próprio Norte.

Mais da metade do território do Tocantins (50,25%) são


áreas de preservação, unidades de conservação e bacias
hídricas, onde se incluem santuários naturais como a Ilha
do Bananal (a maior ilha fluvial do mundo) e os parques
estaduais do Cantão, do Jalapão, do Lajeado e o Monumento
Nacional das Árvores Fossilizadas, entre outros.
No Cantão, três importantes ecossistemas chegam a
encontrar-se: o amazônico, o pantaneiro e o cerrado.
Só em reservas indígenas, totalizam-se mais de 2 milhões
de hectares protegidos, onde uma população de aproxima-
damente 14 mil indígenas preservam suas tradições, seus
costumes e crenças.
Atualmente o estado do Tocantins conta com nove etnias
reconhecidas. Sete delas devidamente reconhecidas (pois já
tiveram suas terras demarcadas) e mais duas, Pankararu e
Marco do Centro Geodésico do Brasil Avá-canoeiros, que já são reconhecidas, mas ainda não de- História e Geografia do Tocantins
vidamente, pois as suas terras ainda não foram demarcadas.
O marco do centro geodésico do Brasil está situado na Todas as etnias já devidamente reconhecidas tiveram
ala norte do Palácio Araguaia, simbolizado no centro da rosa suas terras demarcadas pela União, perfazendo um total de
dos ventos. O símbolo foi acrescido de referências das etnias mais de 7% de todo o território do Tocantins e encontram-se
indígenas do Tocantins que enriqueceu sua beleza e simetria, distribuídas em 82 aldeias.
além de colocá-la em um contexto his-tórico e cultural. A rosa Os Pankararu, por enquanto, estão vivendo na zona urba-
dos ventos da Praça dos Giras-sóis possui em sua estrutura na de Gurupi e esperam a demarcação de sua terra no vizinho
de formação toda a riqueza de detalhes artísticos da cultura município de Figueirópolis e os Avá-canoeiros vivem de favor
tocantinense. entre os Javaés e os Karajás, na Ilha do Bananal, esperando a
Na maior parte, o território do Tocantins é formado por demarcação de suas terras em Formoso do Araguaia.
planícies e ou áreas suavemente onduladas, estendendo-se
por imensos planaltos e chapadões, o que constitui pouca Miracema, a capital provisória
variação altimétrica se comparado com a maioria dos outros
estados. Assim, o ponto mais elevado do To-cantins é a Serra Assim que o estado do Tocantins foi instalado, em
das Traíras, com altitude máxima de 1.340 metros. 01/01/1989, conforme determinação da Constituição Federal
Em termos de vegetação, o Tocantins é um dos nove es- de 1988, o poder executivo deveria escolher uma cidade para
-tados que formam a região Amazônica. Sua vegetação de ser a capital provisória. A escolha recaiu sobre a cidade de Mi-
cerrado (87% do território) divide espaço, sobretudo, com racema do Norte, atual Miracema do Tocantins, até que fosse
a floresta de transição amazônica. escolhido um local definitivo para a construção da capital.

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PALMAS estão pavimentadas. O mesmo ocorrendo com saneamento
básico e água tratada que chega a 98% da população aten-
Palmas (Akwẽ-Xerénte: Akwẽ krikahâzawre wam hã dida.
[akwẽ kɾikahəʐawɾɛ wam hə̃][6]) é um município brasileiro, De um modo geral a cidade é caracterizada pelo seu pla-
capital e também a maior cidade do estado do Tocantins. A ci- nejamento, pois foi criada quase na mesma forma de Bra-
dade foi fundada em 20 de maio de 1989, sete meses e meio sília, com a preservação de áreas ambientais, boas praças,
após a criação do Tocantins pela Constituição de 1988, pelo hospitais e escolas.
governador José Wilson Siqueira Campos que encarregou,
mediante contrato, os arquitetos Luís Fernando Cruvinel Tei-
xeira e Walfredo Antunes de Oliveira Filho, para a realização
do projeto arquitetônico e urbanístico. A partir daí, a cidade Crescimento acelerado
começou a ser construída pelos trabalhadores que vieram
do interior do Tocantins e de vários outros estados do país. Palmas possui as mais importantes taxas de crescimento
Entretanto, somente a partir do dia 1° de janeiro de 1990, é demográfico do Brasil nos últimos dez anos, recebendo pes-
que Palmas passou a ser a capital definitiva do estado, já que soas de praticamente todos os estados brasileiros. Segundo
antes a cidade ainda não possuía condições físicas de sediar estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
o governo estadual, que estava alocado temporariamente no (IBGE), o município atingiu um crescimento populacional
município vizinho de Miracema do Tocantins. de mais de 110% em 2008 comparando com a população
Palmas é a última cidade do século XX completamente residente em 1996, saindo dos 86.116 habitantes para uma
planejada, já que a cidade nasceu e foi projetada desde o iní- estimativa de 184.010 habitantes e já contava com quase
cio para ser a capital do estado do Tocantins, sendo também a 230 mil habitantes em 2010 segundo estimativa do mesmo
mais nova capital estadual do país. O município caracteriza-se instituto.
também por ter a melhor qualidade de vida entre as capitais Nos últimos anos, o desenvolvimento econômico pelo
e municípios do norte brasileiro. O crescimento de Palmas qual tem passado o município de Palmas de certa forma
foi demasiado durante a década de 1990. Em 1991 a cida- tem contribuído para a atração de um contingente popula-
de tinha uma população de 24.261 habitantes. No ano de cional proveniente de diversas partes do país. Esta corrente
2000, a cidade já contava com 130.528 habitantes, E EM 2023 migratória se deve à expectativa gerada com o surgimento
CONTA COM 302.692 HABITANTES.Sua urbanização também de oportunidades de negócios e empregos em função da
cresceu nos últimos anos. Apesar de uma desaceleração, implantação do estado e da capital.
Palmas tem um crescimento econômico de 8,7%, maior do A estimativa do IBGE/2016 para Palmas é de 280.000
que o índice nacional e do estado. habitantes.
História de Palmas Geografia de Palmas Clima e pluviosidade
O seu nome foi escolhido em homenagem à Comarca de
Clima quente todo o ano. Apesar de ter algumas varia-
São João da Palma, instalada em 1809 (provisoriamente em
ções, são poucas, pois a diferença entre o mês mais quente
Natividade) e depois, em 1815, na sua sede definitiva na Vila
(setembro) e o mais frio (julho) é de apenas 3 °C. A média
de São João da Palma, na barra do Rio Palma com o Rio Pa-
das máximas em setembro é de 36°C, e a das mínimas é de
ranã. Outro fator que influenciou o nome foi a grande quan-
22°C, em julho, a média das temperaturas máximas atinge
tidade de palmeiras existentes ao longo de todo o estado.
33°C, enquanto a das mínimas cai para 15°C. Assim, a tempe-
Resultante do desmembramento do estado de Goiás pela
ratura média anual é de 26°C. Apesar de setembro ser o mês
Constituição de 1988, foi fundada em 20 de maio de 1989,
com a construção da cidade planejada e instalada como ca- mais quente, as temperaturas mínimas maiores acontecem
pital em 1º de janeiro de 1990 quando os poderes constitu- em março, com 24°C. O mesmo acontece com julho (mês
ídos foram transferidos da capital provisória, Miracema do mais frio), onde a menor temperatura máxima acontece em
História e Geografia do Tocantins

Tocantins, pois não havia ainda prédios públicos para ocupar. março e fevereiro.
A distribuição sazonal das precipitações pluviais está bem
caracterizada acusando, no ano, dois períodos bem definidos:
a estação chuvosa de outubro a abril com temperatura média
que varia entre 22ºC e 28ºC, com ventos fracos e modera-
dos e a estação seca nos meses de maio a setembro com
temperatura média que varia entre 27ºC e 32ºC e tem como
temperatura máxima 41°C. O mês mais chuvoso é Janeiro,
quando chove 241 mm, enquanto o mês mais seco é julho,
quando chove apenas 5 mm.
Estrutura viária

Palmas encontra-se localizada próxima à rodovia BR-153


(Belém-Brasília).
O acesso terrestre pela TO-O50 e TO-060 que bifurcam
com a BR-153. Dela partem várias ramificações de rodovias
estaduais, interligando Palmas ao restante do Tocantins.
Pela Belém-Brasília, o município tem acesso às principais
Após vinte e sete anos sua população ultrapassou os 280 cidades do Tocantins e regiões do País, especialmente Belém,
mil habitantes. Setenta por cento das quadras habitadas já Goiânia e Brasília.

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Relevo Em timbre, a estrela em amarelo representa a condição
do Estado do Tocantins como uma das unidades da Federa-
O relevo está caracterizado pelas Serras do Carmo e do ção Brasileira.
Lajeado, que constituem um relevo basicamente escarposo, Como suporte, a coroa de louros que era colocada na
sendo que a cidade se mantêm em uma ‘planície’ entre a fronte dos heróis vitoriosos, em verde, como justa home-
Serra e o lago represado. nagem e reconhecimento ao valor dos tocantinenses cujo
esforço transformaram o sonho tão longínquo de emanci-
Hidrografia pação na mais viva realidade.

Dentre os principais rios e ribeirões de Palmas, desta- Bandeira do Tocantins


cam-se o rio Tocantins (principal), e ribeirões São João, das
Pedras, Taquaruçu, Córrego Macaco e Taquaruçu Grande. Foi instituída pela Lei 094/89

Economia

Por ter sido concebida com o fim de ser um centro ad-


ministrativo, Palmas possui uma economia com um setor de
serviços mais desenvolvido comparado aos outros setores
da economia. A participação da agropecuária na economia
palmense é desconsiderada.
A economia é predominantemente formal, formada prin-
cipalmente por sociedades limitadas e firmas individuais.
A empresa mais comum no município é micro, sendo elas
que compõem mais de 80% das 4394 empresas palmenses.
Palmas,, possui quatro distritos industriais, sendo eles o Na bandeira do Tocantins:
Distrito Industrial de Palmas, o Distrito Industrial Tocantins • A faixa azul representa os rios;
I, o Distrito Industrial Tocantins II e o Distrito Industrial de • A faixa amarela, as riquezas do estado.
Taquaralto. Todos eles ficam localizados às margens das ro- • O sol, sobre a faixa branca, significa que ele nasce para
dovias TO-050 e TO-010. todos os cidadãos tocantinenses.

SIMBOLOS DO ESTADO DO TOCANTINS


Brasão do Tocantins

História e Geografia do Tocantins

O sol amarelo, do qual se vê apenas a metade despon-


tando no horizonte contra o azul do firmamento, é a imagem
idealizada ainda nos primórdios da história do novo Estado,
quando sua emancipação mais parecia um sonho inatingível.
Simboliza o Estado nascente.
A asna (barras em ângulo com o vértice para a parte supe-
rior) em azul, cor do elemento água, representa a confluência
dos rios Araguaia e Tocantins, fonte perene de riquezas e
recursos hidroenergéticos.
Os campos em amarelo e branco lembram, respecti-
vamente, o rico solo tocantinense e a paz desejada para o
Estado.

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REGIONALIZAÇÃO
O espaço geográfico regional do Tocantins é composto
de: 2 (duas) mesorregiões: (Ocidental do Tocantins e Oriental
do Tocantins); 8 (oito) microrregiões: 1) Bico do Papagaio,
2) Araguaína, 3) Miracema, 4) Rio Formoso, 5) Gurupi 6)
Porto Nacional (a capital, Palmas, localiza-se nessa micror-
região), 7) Jalapão e 8) Dianópolis; e 18 (dezoito) Regiões
Administrativas: 1) Araguatins, 2) Augustinópolis, 3), Tocan-
tinópolis, 4) Xambioá, 5) Araguaína, 6) Colinas do Tocantins,
7) Goiatins, 8) Guaraí, 9) Região Metropolitana de Palmas,
10) Pedro Afonso, 11) Paraíso do Tocantins, 12) Novo Acordo,
13) Natividade, 14) Gurupi, 15) Dianópolis, 16) Paranã, 17)
Arraias e 18) Taguatinga.

O estado do Tocantins tem o formato latitudinal (com-


prido).
No sentido norte-sul tem: 899,5 km (o extremo norte do
estado está localizado na Ilha do Braz, em São Sebastião do
Tocantins (5º.S) e o extremo sul na Serra das Traíras ou das
Palmas (13º.S), em Paranã).
No sentido oeste-leste tem: 515,4 km (o extremo oeste
do estado está localizado no Parque Nacional do Araguaia
(51º.W), na Ilha do Bananal e o extremo leste, na Serra da
Tabatinga (46º.W), em Mateiros)

Altitude

O ponto culminante (mais alto) do estado fica localizado


no extremo sul, na nascente do Rio Claro, em Paranã, numa
serra conhecida como Serra Traíras (ou das Palmas). O local
possui uma altitude aproximada de 1.340 m, segundo o IBGE,
estando a apenas 2,5 km da divisa com o estado de Goiás.
O ponto mais baixo, por sua vez, está localizado na par-
te oeste da Ilha dos Bois, em Esperantina, no extremo norte
do estado, e possui 90 m de altitude. Esta ilha encontra-se
localizada logo após a confluência entre os rios Tocantins e
Araguaia, na divisa com os estados do Maranhão e do Pará.
Isto explica o fato de toda a bacia hidrográfica do estado (Bacia
do Tocantins-Araguaia) convergir justamente para este ponto.
História e Geografia do Tocantins

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Curiosidade: COMÉRCIO EXTERIOR
• Quando foi dividido o estado de Goiás, a parte que
virou Tocantins tinha apenas 60 municípios, em 1990 As exportações do Tocantins despencaram quase 30%
passou a contar com 79, em 1993 passou a 123 e, a entre 2015 e 2016. Os dados são do Ministério da Indústria
partir de 1997, aos atuais 139. e Comércio Exterior. O resultado foi puxado pela queda na
• Maior município do Tocantins em extensão territorial: produção dos dois principais produtos de exportação do es-
Formoso do Araguaia com 13.423 km2. tado, a soja, que caiu 34% e a carne bovina congelada, que
• Menor município do Tocantins em extensão territorial: caiu 22%. O milho também teve uma redução significativa,
Axixá do Tocantins com 104,89 km2. de mais de 70%, no mesmo período.
• O 4º. Município com menor PIB absoluto do Brasil é A última vez que o estado tinha registrado queda no vo-
São Félix do Tocantins (R$ 6,9 milhões – IBGE/2010). lume de exportação foi entre 2008 e 2009, em meio à crise
econômica mundial que afetou os mercados naquela época.
O resultado de 2016 é o mais baixo desde 2011, quando o
Tocantins exportou apenas US$ 486 milhões.

Expectativa de melhora
A diretora de políticas para a pecuária da Secretaria de
Agricultura do Tocantins, Erika Jardim, explicou que a queda
nos principais produtos se deveu a condições climáticas, a
desvalorização do real e a inflação. Em 2017 as exportações
devem voltar a crescer. O Complexo grãos responde por mais
de 70% das exportações.

Municípios que mais exportaram em 2016 (SEFAZ/TO)


Campos Lindos, Guaraí, Araguaína, Gurupi, Pedro Afonso,
Porto Nacional.

Maiores importadores em 2016 (SEFAZ/TO)


China, Holanda, Espanha, Hong Kong, Rússia e Egito.

MATOPIBA

História e Geografia do Tocantins


ECONOMIA
Setores da Economia O que é Matopiba?
O termo denomina a região formada pelo estado do To-
• Primário (extrativismo) cantins e partes dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia.
– Mineração, Agricultura e Pecuária
Características morfológicas da região?
• Secundário (transformação) A topografia plana, os solos profundos e o clima favorá-
– Indústria (incluindo a construção civil) vel ao cultivo das principais culturas de grãos e fibras pos-
sibilitaram o crescimento vertiginoso da região, que até o
• Terciário (serviços) final da década de 1980 se baseava fortemente na pecuária
– Administração pública, comércio, bancos e prestadores extensiva.
de serviços Porém a área também é considerada complexa o que
torna ainda mais audacioso o desafio de garantir uma agri-
Participação percentual por setor (PIB IBGE/2015) cultura moderna e sustentável. Tamanha prosperidade levou
17,8% – Setor Primário à oficialização da delimitação do território por meio da assi-
24,1% – Setor Secundário
natura de decreto pela presidenta Dilma Rousseff, em 2014,
58,1% – Setor Terciário
e ao lançamento da Agência de Desenvolvimento Regional

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do Matopiba pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas- to da região visando à elevação da qualidade de vida da
tecimento nos quatro estados que fazem parte da região. população. Por ser considerada a última fronteira agrícola
Tamanha prosperidade levou à oficialização da delimi- do país a região é estratégica para a ascensão social dos pe-
tação do território por meio da assinatura de decreto pela quenos produtores locais e para o incremento da produção
presidenta Dilma e da exportação agropecuária do país, por isso a necessidade
Rousseff e ao lançamento da Agência de Desenvolvimen- de investir em tecnologia e assistência técnica.
to Regional do Matopiba pelo Ministério da Agricultura, Pe-
cuária e Abastecimento nos quatro estados que fazem parte PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS DO
da região. TOCANTINS
A delimitação territorial do Matopiba foi baseada em PECUÁRIA
quais critérios?
A delimitação foi realizada pelo Grupo de Inteligência O Tocantins é um dos estados brasileiros com maior tra-
Territorial Estratégica da Embrapa (GITE) que utilizou como dição na criação de bovinos de corte, contando, atualmente,
primeiro grande critério as áreas de cerrados existentes nos com um rebanho de 8,1 milhões de animais (ADAPEC/2013),
Estados. Foi baseada em informações numéricas, cartográfi- distribuídos em todas as regiões do estado.
cas e iconográficas, resultando na caracterização territorial O rebanho do Tocantins destaca-se não apenas pela
dos quadros natural, agrário, agrícola e socioeconômico. quantidade, mas também pela qualidade dos animais e da
Segundo o estudo, são cerca de 73 milhões de hectares carne produzida.
distribuídos em 31 microrregiões e 337 municípios.

Por que essa região é considerada a última fronteira


agrícola brasileira? Desde 1997, o Tocantins é reconhecido internacional-
A atividade agrícola tem se ampliado de maneira veloz no mente como área livre de febre aftosa com vacinação, supe-
Matopiba. Nos últimos quatro anos, somente o estado do To- rando a marca dos 99% do rebanho imunizado a cada cam-
cantins expandiu sua área plantada ao ritmo de 25% ao ano, panha. Além disso, o Estado produz o chamado “boi verde”,
segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento que são animais alimentados no pasto, livres das rações de
(Conab). Até 2022, segundo projeções do Ministério da Agri- origem animal, o que vai ao encontro das preferências dos
cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil plantará mercados consumidores mais exigentes.
cerca de 70 milhões de hectares de lavouras e a expansão Por isso, a carne e os derivados do boi tocantinense che-
da agricultura continuará ocorrendo no bioma Cerrado. So- gam a todas as regiões brasileiras e são exportados a mais
mente a região que compreende os estados do Maranhão, de 20 países, especialmente à Europa e à Ásia.
Tocantins, Piauí e Bahia terá, nesse mesmo período, o total
de 10 milhões de hectares, o que representará 16,4% da
História e Geografia do Tocantins

INDÚSTRIA
área plantada e deverá produzir entre 18 a 24 milhões de
toneladas de grãos, um aumento médio de 27,8%. O processo de industrialização no Tocantins ainda é bas-
tante incipiente, embasado na agroindústria, destacando-se
Que outras ações estão sendo desenvolvidas na região? principalmente cinco distritos industriais localizados estrate-
A Embrapa está elaborando um plano estratégico de atu- gicamente ao longo da rodovia BelémBrasília (BR-153), em
ação no Matopiba com a finalidade de fortalecer o desenvol- municípios que possuem as maiores populações.
vimento tecnológico e inovação para a região. Nesse trabalho Esses municípios se desenvolvem dentro de suas poten-
estão previstas análises de risco climático, caracterização da cialidades, alguns com expressivo mercado consumidor. É o
região do ponto de vista socioeconômico, identificação de caso de Araguaína e Gurupi. Outros em menor escala; Paraíso
problemas e oportunidades, dentre outros. do Tocantins e Porto Nacional.
Mas apesar da delimitação territorial ser recente, pesqui- Palmas, a capital, possui quatro distritos industriais, sen-
sadores já estudam a região há algum tempo para encontrar do eles o Distrito Industrial de Palmas, o Distrito Industrial
as melhores alternativas sustentáveis. Na Embrapa está em Tocantins I, o Distrito Industrial Tocantins II e o Distrito Indus-
andamento um arranjo de projetos, liderado pela Embrapa trial de Taquaralto. Todos eles ficam localizados às margens
Pesca e Aquicultura, localizada em Palmas (TO). O objeti- das rodovias TO-050 e TO-010.
vo é traçar estratégias para o aumento da produtividade,
competitividade e sustentabilidade de sistemas de produção Industrialização da carne
agropecuária do Matopiba.
Foi lançada recentemente a Agência de Desenvolvimento Atualmente, o Tocantins conta com 13 frigoríficos em ati-
Regional do Matopiba. A ideia é promover o desenvolvimen- vidade. Entre as unidades que estão produzindo, seis contam

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com certificação do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e sete e milho, além de produzirem sementes naturalmente sadias
com o Serviço de Inspeção Federal (SIF). (com destaque para a própria soja).
O Estado conta com 13.825.070 milhões de hectares de
solos agricultáveis dos quais 5.654.467 hectares (20,31%)
ainda estão por serem explorados.

PRINCIPAIS PRODUTOS CULTIVADOS NO TOCANTINS

Soja, mandioca, arroz, cana-de-açúcar, milho, melancia,


abacaxi, banana, sorgo e feijão.

Frutas

Nos solos do Tocantins, as frutas podem ser cultivadas


praticamente o ano todo. Por isso a produção tem crescido
sempre, com destaque para o abacaxi, banana, melancia,
caju, melão, coco e manga, resultado das condições climáti-
cas favoráveis encontradas no estado, que proporcionam à
produção uma qualidade incomparável.
Foi com o abacaxi que o Tocantins se tornou um Esta-
AGRICULTURA do exportador, alcançando os mercados da Europa e o Sul
e Sudeste brasileiro. A melancia segue o mesmo caminho,
Por saber aproveitar sua vocação econômica, o Tocantins superado suas próprias safras a cada ano e chegado, hoje, a
desponta atualmente como o “novo pólo agrícola do Brasil”. 19 estados brasileiros.
Com isso, promove suas exportações com base na produção A produção de banana também vem crescendo, com a
rural e desenvolve seu processo de industrialização a partir vantagem de ter alcançado a recente certificação de área
das agroindústrias. livre da Sigatoka Negra, a principal praga do fruto.
Isso porque metade do território do estado possui poten-
cial para a agricultura. São terras férteis, de valor competitivo Principais cultivadas no Tocantins
no mercado e de topografia plana, o que favorece o processo Melancia, abacaxi, banana, coco da bahia, manga, laranja
de mecanização agrícola. e melão.
Além disso, o tempo maior de luz solar (se comparado
a outros estados brasileiros) contribui com a alta na pro- Biocombustíveis
dutividade. Já para o processo de irrigação das lavouras, o
Tocantins conta com muita água disponível. O Tocantins está pronto para oferecer biocombustíveis ao
Por isso, hoje o Tocantins se destaca como o maior pro- mundo, sem derrubar nenhuma árvore para plantar matéria-
dutor de grãos da região Norte do Brasil, sobretudo de soja, -prima e sem desvirtuar as terras que hoje são utilizadas na
arroz, milho, mandioca e feijão. Também está em crescimen- produção de alimentos.
to no estado o cultivo de frutas tropicais, em especial a me- Para isso, a cana-de-açúcar que serve de matériaprima ao
lancia, o abacaxi, a banana e o caju. etanol e as oleaginosas dos biocombustíveis são plantadas
em áreas de pastagens degradadas. São 5 milhões de hec-
tares de pastagens, que já começam a receber investidores,
Tocantins agrícola
que promovem a recuperação do seu solo e o plantio das
novas culturas.
A ocupação destas terras está prevista no estudo “Rota
do Álcool”, elaborado pelo Governo do Tocantins. A projeção
para os próximos 10 anos é de instalar 24 usinas de etanol
(600 mil hectares) e 20 usinas de biodiesel (200 mil hectares) História e Geografia do Tocantins
nestas áreas.

Área com potencial agrícola: 13.825.070 hectares


(50,25% do território do Estado).
O Tocantins possui a maior área contínua de várzea tro-
pical do Brasil (1,2 milhão de hectares), no Vale do Javaés,
um solo de alta fertilidade e capacidade de irrigação, que
abre oportunidade para até três safras por ano. As várzeas
são excelentes para o cultivo de frutas, de soja, arroz, feijão
Granol (antiga Brasil Ecodiesel) – Porto Nacional

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Atualmente, o Tocantins conta com duas usinas de bio- MINERAÇÃO
diesel em funcionamento: Granol (Porto Nacional) e Biotins
Energia (Paraíso) e três em instalação, utilizando o pinhão-
-manso e a mamona como matéria-prima.
O Tocantins já alcançou uma das maiores áreas contínuas
do Brasil dedicadas ao cultivo de pinhão-manso. Chegou a
cultivar 2.500 hectares no município de Caseara. Mas, nos
últimos anos, tem substituído a área plantada por essa cul-
tura pela soja.
Outras opções de oleaginosas que se destacam para a
produção do chamado “combustível limpo” são a soja, o gi-
rassol, o amendoim e o algodão.

Produção atual – Etanol

Na área de etanol, o Tocantins possui duas usinas de As atividades de mineração estão presentes em pratica-
cana-de-açúcar em atividade (Arraias e Gurupi) e produz mente todos os municípios do Tocantins, seja na extração
também conhecimento, possuindo estudos inéditos que de material para a construção civil (com predominância das
indústrias de cerâmica e água mineral, seja pela riqueza de
apontam grandes vantagens para o etanol fabricado da
minérios como grafita, talco, cobre, ouro, calcário, zirconita,
batata-doce.
gesso, granito (verde, vinho, preto e movimentado), entre
A transnacional Bunge inaugurou, em julho de 2011, com outros.
a presença do então Ministro das Minas e Energia, Edson Atualmente, inclusive, as pedras-semipreciosas (granada)
Lobão, a maior e mais moderna usina de açúcar e álcool do já estão na pauta de exportações do Tocantins, tendo a Hong
norte e nordeste na cidade de Pedro Afonso. Granol (antiga Kong como principal comprador.
Brasil Ecodiesel) – Porto Nacional
Atualmente, o Tocantins conta com duas usinas de bio- LEITURA COMPLEMENTAR
diesel em funcionamento: Granol (Porto Nacional) e Biotins
Energia (Paraíso) e três em instalação, utilizando o pinhão- Descoberta de jazida de minério de ferro na Serra do
-manso e a mamona como matéria-prima. Carmo gera expectativa
O Tocantins já alcançou uma das maiores áreas contínuas
do Brasil dedicadas ao cultivo de pinhão-manso. Chegou a O Estado do Maranhão, 01/09/2008
cultivar 2.500 hectares no município de Caseara. Mas, nos
últimos anos, tem substituído a área plantada por essa cul- A descoberta de uma jazida de minério de ferro de mais
tura pela soja. de 150 bilhões de toneladas na Serra do Carmo, município de
Palmas, no estado do Tocantins, começa a criar expectativas
Outras opções de oleaginosas que se destacam para a
no setor econômico dos estados do Maranhão, Pará e Goiás.
produção do chamado “combustível limpo” são a soja, o gi- A informação é do biólogo formado pela Universidade
rassol, o amendoim e o algodão. Estadual de Londrina (PR) e professor universitário em Impe-
ratriz, Ulisses Brigatto Albino. De acordo com ele, a capacida-
de de exploração da nova jazida pode superar em 10 vezes
a capacidade de operação da reserva de Carajás, no sul do
estado do Pará, considerada a maior do país.
A paisagem e o modo de produção econômica dos quatro
estados devem ser alterados em função das demandas e
História e Geografia do Tocantins

necessidades de operacionalização do que será a maior área


de exploração de minério de ferro do mundo. De acordo com
o professor, o gado e o pasto devem dar lugar a projetos de
reflorestamento sustentável na região.

Mudanças

A mudança da tradicional pecuária de corte para o de-


senvolvimento de projetos ambientais já está sendo avaliada,
inclusive pelos grandes produtores dos estados do Mara-
Futuro nhão, Pará, Tocantins e Goiás. A empresa Visão Ambiental,
sediada em Goiânia, iniciou o Estudo de Impactos Ambientais
Com os biocombustíveis, o Tocantins está oferecendo (EIA) e o Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (Rima)
ao mundo uma alternativa para substituir os combustíveis num complexo de fazendas localizado a 90 km da sede do
fósseis, mais poluentes e produzidos de matériasprimas município de Araguaína, em Tocantins.
não renováveis. Mas o estado tem condições para contri- Segundo Ulisses Brigatto, uma parceria entre o curso de
buir com muito mais. No Tocantins, o sol brilha por mais Ciências Biológicas com ênfase em Ciências Ambientais da
tempo, considerando a média nacional. São 2.400 horas/ Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão (Unisul-
luz ao ano, suficientes para a produção de energia solar ma) e a empresa Visão Ambiental permitirá a avaliação da
em larga escala. fauna nos 22 mil hectares das fazendas.

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“Nós catalogaremos as espécies que existem na região Projeto Javaés e Rio Formoso – virada dos anos 70 e
com a ajuda dos acadêmicos de Ciências Biológicas. O traba- 80 – Maior projeto de irrigação por inundação do mundo, à
lho é para comprovar que a fauna e a vegetação nativa estão época; contou com financiamento do BIRD (Banco Mundial).
saudáveis. Em seguida, será criada uma reserva de referência Foi implantado pelo governador goiano Ary Valadão, que foi
na preservação ambiental”, destacou o biólogo. um dos que mais trabalhou pelo desenvolvimento do nor-
te goiano (Tocantins) em toda história de Goiás. Tanto que
Reserva quando foi criado o estado do Tocantins conseguiu eleger-se
deputado federal pelo recém-criado estado.
Ulisses Brigatto acrescenta que na parte usada para a cria- O gigantesco projeto, que se instalou numa área agricul-
ção de gado e formação de pasto serão plantados eucalipto, tável de 1.200.000ha abrange os municípios de Formoso do
paricá e teca para o reflorestamento da área. “As espécies Araguaia, Dueré, Pium, Lagoa da Confusão e Cristalândia.
serão usadas de forma sustentável para a produção do carvão Destaca-se no cultivo de arroz irrigado, milho, soja, feijão
vegetal, que será usado no beneficiamento do ferro extraído melão e melancia.
da jazida no Tocantins”, complementou o professor.
O relatório com as informações sobre as fazendas deve Projeto de produção de grãos e fruticultura em Campos
Lindos – 1998 – Implantado na região nordeste do estado,
ser divulgado em 30 dias, inclusive com sugestões de recupe-
considerada a mais miserável do estado do Tocantins – Cam-
ração, caso os 22 mil hectares do local estejam em condições
pos Lindos chegou a ser considerado pelo IBGE como o mu-
irregulares de preservação. Pelo menos mais três projetos nicípio mais pobre do Brasil – mudou a realidade econômica
semelhantes aguardam a liberação para a execução nos qua- da região. Produz, numa área de 105.000ha desapropriada
tro estados de influência da exploração da nova jazida de pelo governo, soja, arroz e milho e também frutas tropicais
minério na Serra do Carmo. como coco e melancia.
Para o biólogo, o projeto será o primeiro exemplo de
sustentabilidade na produção de matéria-prima de um Projetos Recentes – Anos 2000 – Fruticultura
modo legalizado e dentro das conformidades da legislação
ambiental. “Nós estamos saindo da fronteira do Maranhão,
entrando no Tocantins e com a possibilidade de trabalhar no
Pará também”, comentou ele.
“Para o aluno que trabalhará na empreitada, significará
experiência profissional, responsabilidade técnica e novas
informações no currículo”, afirmou o biólogo, acrescentando
ainda que outro destaque é a valorização do profissional de
biologia, uma das profissões que apresenta grande potencial
de inserção no mercado de trabalho.

Principais projetos de desenvolvimento do Estado

Belém-Brasília – Anos 60 – A implantação da rodovia A maioria dos projetos mais recentes de desenvolvimento
Belém-Brasília, comandada pelo engenheiro Bernardo Sayão, do Tocantins tem tentado consolidar o estado como um dos
no governo do presidente Juscelino Kubitscheck, dinamiza grandes produtores de frutas do país.
a economia do antigo norte de Goiás (atual Tocantins) ao É uma tentativa de diversificar a produção e uma opção
longo de todo o seu percurso. Foi nesse período que surgi- alternativa à pecuária extensiva e ao cultivo de grãos, sem
ram ou se desenvolveram várias cidades hoje importantes se descuidar, porém, da ampliação das culturas tradicionais,
para a economia do Tocantins como: Gurupi, Guaraí, Paraíso, especialmente as de exportação.
Miranorte e Araguaína. O Tocantins tem se tornado um dos maiores produtores de
melancia do país. O principal município produtor é Formoso
Projeto RADAM – década de 1960 – Dentro do projeto do Araguaia. Tem também o abacaxi, cultivado em vários mu-
de segurança nacional de ocupação da Amazônia “Integrar nicípios como Miracema, Miranorte, Dois Irmãos, Barrolândia História e Geografia do Tocantins
para não entregar”, implantado na época da ditadura mili- e Rio dos Bois. Arrais produz caju e Paranã, Maracujá.
tar no Brasil, o RADAM (Radar da Amazônia) – implantado
entre 1970 e 1985 – constituiu um extenso levantamento de Projeto São João – Em implantação entre Palmas e Porto
recursos naturais e geológicos brasileiros que abrangeu toda Nacional, em uma área de mais de 5.000ha para produção
a Amazônia Legal, incluindo o norte de Goiás (Tocantins) e irrigada de banana, manga, goiaba, coco, limão, inhame, alho
e abóbora.
posteriormente foi estendido a todo o território nacional.
Programa de desenvolvimento da região do Bico do Papa-
Projetos POLOCENTRO e PRODECER III – década de 1970
gaio – Municípios de Sampaio, Augustinópolis e Carrasco Bonito.
– Visava o desenvolvimento agrícola, e contava com capital Abrangendo quase 20.000ha, objetiva produzir arroz,
externo japonês. Instalado em Pedro Afonso, numa área de feijão milho e frutas tropicais.
40.000 ha. Produz principalmente soja e arroz.
Projeto Gurita – Itapiratins. 1200ha. Produção irrigada
Ponte do Rio Tocantins – final da década de 1970 – A de frutas tropicais. Abacaxi, mamão e maracujá.
construção da ponte sobre o Rio Tocantins, em Porto Nacio-
nal, pelo governador goiano Irapuan Costa Júnior, foi uma Projeto Manuel Alves – Recentemente inaugurado pelo
tentativa de dinamizar a economia das cidades da margem presidente Lula, localiza-se nos municípios de Dianópolis e
direita do Rio Tocantins que tinham ficado estagnadas depois Porto Alegre, pretende beneficiar outros 20 municípios da
da construção da Belém-Brasília e tornou-se importante via região totalizando mais de 46.000km². Fruticultura irrigada.
de escoamento da produção. Abacaxi, maracujá, mamão, banana e coco.

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Peixes O Governo do Estado e a Infraero realizam negociações
para a implantação do Aeroporto Industrial de Palmas, en-
treposto aduaneiro para conexão com os outros modais de
transporte (rodoviário, ferroviário e hidroviário. Com a adu-
ana, as empresas poderão manter unidades de montagem
final dentro do aeroporto, garantindo isenção de impostos
e ampliando as possibilidades de exportação.

Hidroviária

O Rio Tocantins já tem trecho navegável em torno de 400


km de Miracema do Tocantins a Aguiarnópolis (TO). Estudo
técnico realizado pela Autologística Eurolatina Serviços Ltda.
Projeto Tamborá: piscicultura em Almas. 400 toneladas/ comprova viabilidade de navegação até Belém (PA), interli-
mês de pescado. Maior projeto de piscicultura em água doce gando o Estado aos portos de Vila do Conde e Espardarte.
do Brasil. A construção da eclusa de Tucuruí, que vai permitir essa
Diversos municípios do estado estão investindo no setor navegabilidade ficou pronta no final de 2010. A obra dará
que já movimenta cerca de R$ 150 milhões de reais por ano. ao Tocantins a condição de centro distribuidor de produtos
para o país e para o mercado externo.
INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA
Rodoviária

TO-010 – Rodovia do estado do Tocantins Com base nos estudos realizados, o governo do Tocantins
articula a construção de uma plataforma logística (porto flu-
Malha viária: Cerca de 5 mil km de estradas pavimen- vial) no município de Praia Norte, como entreposto da Zona
tadas e 1.478 km em implantação, devendo chegar a 7 mil Franca de Manaus.
km pavimentados. A tão sonhada Hidrovia Araguaia-Tocantins, tem encon-
Recentemente (2017) a Polícia Federal deflagrou a Ope- trado dificuldades na sua implantação, principalmente em
ração Ápia, que apura o desvio de mais de R$ 200 milhões função de licenciamento ambiental.
de reais em obras de infraestrutura no Tocantins.
De acordo com a revista Istoé, Ed. 2177, 03/08/2011,
coluna do Ricardo Boechat “O tsunami no Ministério dos
Aérea
Transportes levou o Planalto a uma decisão nesta semana:
não haverá mais investimentos na hidrovia do rio Tocantins.
Com isso, o R$ 1,6 bilhão gasto na construção da eclusa de
Tucuruí vai por água abaixo”.
História e Geografia do Tocantins

Ferroviária

Palmas possui um moderno complexo aeroportuário. O


Aeroporto Lysias Rodrigues tem o maior sítio aeroportuário
do País com 2.374 hectares ou 23 milhões de m². As ins-
talações somam área construída de 12,3 milhões de m² e
capacidade para atender até 370 mil passageiros por ano,
enquanto a pista tem extensão de 1.800 metros.

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A Ferrovia Norte-Sul foi projetada para promover a inte- Pátios Modais
gração nacional, minimizando custos de transporte de longa
distância e interligando as regiões Norte e Nordeste às Sul e Os pátios modais serão espaços com instalações para as
Sudeste, através das suas conexões com 5 mil quilômetros operações de carga, transbordo, armazéns gerais, armazéns
de ferrovias privadas. para grãos, galpões. Eles deverão fomentar a instalação de
Foi inaugurada entre Açailândia e Anápolis, após 27 anos distritos industriais e mesmo centros urbanos. Estão locali-
de construção e suspeitas de desvios de mais de R$ 1 bilhão. zados em Aguiarnópolis, Araguaína, Guaraí, Colinas, Porto
O trecho Palmas-Anápolis está parado. Nacional/Palmas e Gurupi.
A Ferrovia NorteSul é a maior obra ferroviária em cons-
Objetivos trução no País com trajeto projetado de 3.100 km, de Açailân-
• Estabelecer alternativas mais econômicas para os flu- dia/MA a Estrela D’Oeste/SP e interliga o sistema ferroviário
xos de carga para o mercado consumidor; brasileiro de Norte a Sul do País e com a Estrada-de-Ferro
• Induzir a ocupação econômica do cerrado brasileiro; Carajás, que vai até o Porto de Itaqui (MA).
• Favorecer a multimodalidade;
• Conectar a malha ferroviária brasileira; Escândalo de corrupção paralisa Ferrovia Norte-Sul
• Promover uma logística exportadora competitiva, de
modo a possibilitar o acesso a portos de grande capa-
Os estados de Tocantins e de Goiás são os principais pre-
cidade;
judicados com o escândalo de corrupção que derrubou o
• Incentivar investimentos, que irão incrementar a pro-
Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento e a cúpula do
dução, induzir processos produtivos modernos e pro-
mover a industrialização. DNIT e da VALEC, estatal encarregada da construção da ferro-
via Norte-Sul; órgãos subordinados ao respectivo ministério.
Benefícios
• Reduzir os custos de comercialização no mercado in- Operação trem pagador
terno
• Reduzir os custos de transportes Deflagrada em julho de 2012 pelo MPF/GO e pela Polícia
• Reduzir a emissão de poluentes Federal, a Operação Trem Pagador investiga o empresário
• Reduzir o número de acidentes em estradas José Francisco das Neves, conhecido como “Juquinha”, ex-
• Melhorar o desempenho econômico de toda a malha -presidente da empresa pública Valec, a mulher dele, Ma-
ferroviária; rivone Ferreira das Neves, e os filhos Jader, Jales e Karen.
• Aumentar a competitividade dos produtos brasileiros O ex-presidente da VALEC, juntamente com a esposa e
no exterior; filhos, tiveram os bens bloqueados pela justiça. Juquinha che-
• Incentivar os investimentos, a modernização e a pro- gou a ser preso, mas já foi solto e agora responde ao processo
dução agrícola; em liberdade. Juquinha é suspeito de usar os familiares como
• Melhorar a renda e a distribuição da riqueza nacional. “laranjas” para ocultar patrimônio possivelmente obtido com
Fonte: VALEC S/A. o produto dos crimes de peculato e de licitação fraudulenta
praticados no exercício da presidência da Valec, entre 2003
Logística competitiva e 2010. Em março de 2013, eles tiveram recurso negado
pelo TRF da 1ª Região que pedia o desbloqueio de todos os
A integração ferroviária das regiões brasileiras será o imóveis/móveis, benfeitorias e semoventes existentes em
grande agente uniformizador do crescimento auto-susten- nome dos investigados.
tável do país, na medida em que possibilitará a ocupação
econômica e social do cerrado brasileiro – com uma área Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL)
de aproximadamente 1,8 milhão de km², correspondendo
a 21,84% da área territorial do país, onde vivem 15,51% da
população brasileira – ao oferecer uma logística adequada à
concretização do potencial de desenvolvimento dessa região,
fortalecendo a infraestrutura de transporte necessária ao
escoamento da sua produção agropecuária e agro-industrial. História e Geografia do Tocantins
Inúmeros benefícios sociais estão surgindo com a Ferro-
via Norte-Sul. A articulação de diferentes ramos de negócios
proporcionada por sua implantação está contribuindo para
o aumento da renda interna e para o aproveitamento e me-
lhor distribuição da riqueza nacional, a geração de divisas e
abertura de novas frentes de trabalho, permitindo a diminui-
ção de desequilíbrios econômicos entre regiões e pessoas,
resultando na melhoria significativa da qualidade de vida da
população da região.

Desenvolvimento regional

Projeto-âncora no eixo Araguaia-Tocantins que atende


o mercado interno e aumenta a integração com diversas
regiões do País, a Ferrovia Norte-Sul vai contribuir para o
crescimento dos projetos agropecuários e agroindustriais
nesse eixo. A região de influência da FNS possui excelentes
condições para a expansão das fronteiras agrícolas e para
projetos de silvicultura, visando à produção de celulose,
bioenergia e madeira, sem necessidade de desmatamentos.

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A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) interligará as do nível do mar. As maiores estão situadas na chapada do São
regiões Norte e Nordeste do Brasil. Serão aproximadamente Francisco, sendo que a parte mais elevada está na Serra das
1500 quilômetros de Figueirópolis, em Tocantins, até Ilhéus, Traíras, divisa com Goiás, com 1340m e a parte mais baixa em
no litoral baiano. A construção da ferrovia visa a atender, Esperantina, na foz do Araguaia com o Tocantins, com 90m.
principalmente, a produção de grãos do Oeste da Bahia e
a exploração de minério de ferro, típica da região de Caeti-
té, na área central do estado. A ferrovia deverá, em breve,
substituir parte do transporte de carga realizado hoje através
das rodovias. A FIOL foi subdividida em trechos, conhecidos
como lotes de construção. Os lotes 1 a 4, de Ilhéus a Caetité,
começaram a ser construídos em 2011. Três anos depois, teve
início a construção dos lotes 5 a 7, de Caetité a São Desiderio.
O restante da ferrovia está em fase de planejamento.

Objetivos – FIOL
• Estabelecer alternativas mais econômicas para os flu-
xos de carga de longa distância;
• Favorecer a multimodalidade;
• Interligar a malha ferroviária brasileira;
• Propor nova alternativa logística para o escoamento da
produção agrícola e de mineração por meio do terminal
portuário de Ilhéus/BA; e Plano a suavemente ondulado em 82% do território Al-
• Incentivar investimentos, que irão incrementar a pro- titude: média: 300 a 600m acima do nível do mar
dução e induzir a processos produtivos modernos
Principais unidades do relevo tocantinense
Benefícios
• Reduzir os custos de transporte de grãos, álcool e mi-
Planaltos residuais do interflúvio Araguaia-Tocantins:
nérios destinados aos mercados internos e externos;
são considerados a principal unidade de relevo, pois repre-
• Aumentar a produção agroindustrial da região, moti-
sentam o conjunto de diversas elevações residuais, de altitu-
vada por melhores condições de acesso aos mercados
de média entre 360 a 600 metros. Inclui nessa classificação as
nacional e internacional;
serras do Estrondo, do Lajeado e do Carmo, todas localizadas
• Interligar os estados de Tocantins, Maranhão, Goiás e
ao longo dos rios Tocantins e Araguaia.
Bahia aos portos de Ilhéus/BA e Itaqui/MA, o que pro-
porcionará melhor desempenho econômico de toda a
malha ferroviária; Depressão do Araguaia-Tocantins: Uma extensa super-
• Incentivar os investimentos, a modernização e a pro- fície com altitude média entre 200 e 300 metros, que se
dução; estende ao longo dos rios Araguaia e Tocantins, circundada
• Melhorar a renda e a distribuição da riqueza nacional; por um extenso conjunto serrano, com chapadas e serras,
• Reduzir a emissão de poluentes; entre as quais estão a Chapada das Mangabeiras, perto do
• Reduzir o número de acidentes em rodovias. município de Goiatins, e da Serra das Traíras, na divisa com
Fonte: VALEC S/A. Goiás.

O Traçado da FIOL Chapada da Bacia do São Francisco: É uma estreira e


alongada faixa de terra disposta no sentido norte-sul, re-
Bahia presentada pela Serra Geral (também conhecida como Es-
• Passará por 33 municípios da Bahia, inclusive Barreiras pigão Mestre), composta por vasto chapadão arenítico que
História e Geografia do Tocantins

e Luís Eduardo Magalhães. acompanha quase toda a fronteira leste, na região limítrofe
• O trecho Ilhéus-Barreiras encontra-se em construção. com a Bahia.
Na Serra Geral estão os principais afluentes das bacias
Tocantins do São Francisco e Tocantins, servindo de divisor de águas
• Passará por 15 municípios. dessas duas bacias hidrográficas, entre os quais estão as nas-
• Alvorada, Arraias, Aurora do Tocantins, Combinado, Con- centes dos rios do Sono, Manoel Alves e Paranã (afluentes
ceição do Tocantins, Figueirópolis, Gurupi, Lavandeira, Novo do Tocantins) e rios Preto, Branco e Grande (afluentes do
Alegre, Paranã, Peixe, Ponte Alta do Bom Jesus, Sucupira, Ta- São Francisco).
guatinga e Taipas do Tocantins, além de Campos Belos (GO). Outra característica marcante desse relevo é a alta alti-
tude, em torno de 900m. Nessa região encontram-se a Cha-
DADOS GEOMORFOLÓGICOS pada do Ouro, situada em Dianópolis e as serras do Meio,
do Espírito Santo e da Lapinha.
RELEVO
Planície do Bananal: Ampla faixa longitudinal de ter-
Características principais do relevo no Tocantins ra que abrange o Rio Araguaia e seu braço, o Rio Javaés e
O relevo do estado do Tocantins pertence ao Planalto afluentes, numa região conhecida como Ilha do Bananal.
Central Brasileiro. É considerado plano a levemente ondu- Caracteriza-se por apresentar áreas periodicamente inun-
lado, estendendo-se por imensos planaltos ou chapadões, dáveis, com pontos de maior retenção de água nas áreas
com pouca variação altimétrica, se comparado com outros baixas, formando uma drenagem com lagos circulares ou
estados. Suas altitudes ficam entre 300 e 600 metros acima semicirculares.

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A planície está coberta por pastagens naturais, que sus- • Leste para oeste: de 1000 a 1800 mm/ano
tentam a pecuária extensiva local. As características topo-
gráficas, aliadas à dinâmica fluvial e pluvial, formam uma das Estações bem definidas
regiões do Brasil mais aptas para a irrigação por gravidade. • Seca: maio a setembro (MTC)
São aproximadamente 1.200.000ha à margem direita do Rio • Chuva: outubro a abril (MEC)
Javaés, braço menor do Rio Araguaia, com condições favorá- • Luminosidade: cerca de 2.400 horas/ano
veis à irrigação. É nessa região que está localizado o Projeto • Ventos: predominância de calmaria
Javaés-Rio Formoso.

VEGETAÇÃO

Predominância de Cerrado (87%)


Solos: ácido e pouco fértil com predominância de latos-
solos
A vegetação do Tocantins é bastante variada; apresenta
desde o campo cerrado, cerradão, campos limpos ou rupes-
tres a floresta equatorial de transição, sob forma de “mata
de galeria”, extremamente variada e florestra tropical mais
ao norte.
A vegetação é o espelho do clima. Em área, o cerrado
ocupa o primeiro lugar no estado do Tocantins. As árvores
do cerrado estão adaptadas à escassez de água durante uma
Principais Formações Geológicas estação do ano. Caracterizam-se por uma vegetação campes-
tre, com árvores e arbustos esparsos, útil à criação extensiva
História e Geografia do Tocantins
• Morro do Solteiro – em Wanderlândia
• Serra dos Cavalos – em Babaçulândia do gado vacum, por ser uma vegetação de campos naturais,
• Serra da Capela – em Piraquê em espécie vegetal dos diferentes tipos de Cerrado.
• Serra da Raposa – em Piraquê
• Serra do Lajeado – em Palmas Cerrado (bioma hotspot)
• Serra do Estrondo – em Paraíso do Tocantins • 2º maior bioma do Brasil (23,9% do território nacional
• Serra das Traíras (ou das Palmas) – em Paranã (2 milhões de km2)
• Serra do Espírito Santo – em Mateiros • mais rica floresta de savana do mundo (44% de espé-
• Morro da Igreja – em São Félix do Tocantins cies vegetais endêmicas – pelo menos 300 de uso medicinal)
• Morro da Agrocan – em Araguaína
• Morro da Pedra Furada – Ponte Alta do Tocantins Possui + de:
• Dunas do Jalapão 10.000 tipos de vegetais
• Chapadas de areia 195 mamíferos
605 aves
Clima predominante 225 répteis
• Tropical semi-úmido (Koppen) 250 anfíbios
• Tropical continental (Stähler)
• Temperatura média: 25° a 29°C Principais paisagens fisionômicas do cerrado

Pluviosidade: O cerrado apresenta expressiva diversidiade fisionômica,


• Sul para o norte: de 1500 a 1750 mm/ano veja as principais a seguir:

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Cerradão ou Mata tropical do cerrado O revestimento do solo é feito em quase sua totalidade
por gramíneas que podem ultrapassar a altura de 1 metro.
Nesse tipo de vegetação são comuns que formas lenhosas
constituam agrupamento, dando ao ambiente uma aparência
de “ilhas” de vegetação, os chamados campos de murundus.

Campo limpo

Vegetação exuberante, cada vez mais rara, tipicamente


arbórea, é fechada e, geralmente, de altura irregular, varia
de 7 até 15m com árvores individuais podendo chegar a 20
metros.

Cerrado ou cerrado típico (Stricto sensu.)


Caracteriza-se por se constituir uma formação tipica-
mente herbácea, com feição de estepes, quando isoladas;
se em tubas deixam parcelas de terrenos descobertas, sob a
forma de praiarias; quando é contínua, reveste densamente
o terreno. Está ligada à topografia e hidrografia, notando-se
uma associação nos divisores de água, nas encostas das ele-
vações onde o lençol freático aflora, e, também, nas várzeas
dos rios. Ex: Ilha do Bananal – onde se dá criação extensiva
do gado no estado.
Os campos limpos são usados regionalmente como pasta-
gens naturais, pois seus recursos forrageiros são abundantes,
principalmente após a passagem do fogo, quando os capins
emitem folhas tenras que apetecem ao gado. Algumas le-
É o tipo de cerrado mais comum. Árvores de pequeno guminosas ricas em proteínas ocorrem junto com a massa
porte, poucas folhagens, raízes longas adequadas à procu- gramínea, ajudando a elevar o valor forrageiro dos campos.
ra de água no sub-solo, folhas pequenas duras e grossas,
caindo grande parte na Estação seca. As espécies nativas Mata ciliar, de galeria ou mata ripária:
mais comuns são: pau-terra, pau-santo, barbatimão, pequi,
araticum e murici. Também conhecida como Floresta tropical, a mata ciliar
ou de galeria ou ripária ocorre ao longo dos rios, córregos e
Campo sujo outros cursos d’água. Pode ser subdividida em duas: a mata
ciliar úmida ou inundada e a mata ciliar seca.
Uma divisão do cerrado, que apresenta árvores bastante
História e Geografia do Tocantins

Esta fisionomia é comumente associada a solos hidro-


espaçadas uma das outras e, às vezes, em formação com- mórficos (com excesso de umidade na maior parte do ano)
pacta. Ex: lixeira, gramínea etc. devido ao lençol freático superficial e grande quantidade de
No campo sujo, os arbustos e subarbustos, que se desta- material orgânico acumulado, o que a torna uma mata rica
cam da camada graminosa, tem caules relativamente finos.
em madeira de lei e árvores de alto porte.
Geralmente morrem a cada ano, sendo continuamente re-
novados a partir de brotações da base lenhosa.

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Veredas, buritizais ou brejos:

Popularmente conhecidas como brejo. São ambientes


bastantes peculiares, onde o solo apresenta uma constante
saturação d’água, formando verdadeiros pântanos. Ocorrem
geralmente em solos rasos, mas aparecem também em en-
costas de morros e afloramento rochosos.

Igarapé na Floresta Amazônica


A fronteira agrícola, a partir dos anos 70, ataca as bordas
da floresta com uma atividade predatória, devastadora, à
base da exploração madereira-queimadas-pecuária extensi-
va ou da garimpagem e mineração. A cada ano o desflores-
tamento avança 15 mil Km². A civilização ainda não produziu
um modelo de ocupação e desenvolvimento sustentado para
a maior floresta tropical do mundo

• Floresta Amazônica (Equatorial) – Aparece de modo


contínuo no norte do estado,no Bico do Papagaio, à margem
direita do Rio Araguaia, ocupando 10% do estado, próximo ao
paralelo 5º. Essa formação em área de temperatura quente e
pluviosidade elevada, propicia o aparecimento de uma forma
densa bastante estratificada, composta de espécies variadas.
São ricas em angico, araribá, angelim, ipê-amarelo e babaçu.
• Floresta Tropical – Características de regiões cuja tem-
As veredas, em geral, são longas, com dezenas de metros peratura é permanentemente quente com chuvas superiores
de largura. As plantas típicas desses ambientes são o buriti, a um total de 1500 mm anual. Apresenta muitas espécies
nas áreas mais úmidas, e babaçu e carnaúba, nas áreas mais vegetais de grande valor econômico como as madeiras-delei,
secas. destacando-se o Mogno e o Pau-Brasil, Aroeira etc. As bordas
As veredas são muito importantes ecologicamente, pois litorâneas do vale do Tocantins, no norte do estado, notada-
mente Tocantinópolis e Babaçulândia, oferecem uma grande
na época da seca constituem-se em verdadeiros oásis para
riqueza vegetal – o babaçu. O estado ocupa o 3º lugar, no
certos animais que nelas vão buscar água e alimento, além
Brasil, em relação à sua produção.
de servirem de filtro contra erosão e a contaminação de
• Floresta Estacional Semidecidual: Ocorre em 2% ape-
nascentes. nas do território, na Serra Geral e na Ilha do Bananal, e é
também conhecida como semicaducifólia, entre 20% e 50%
LEITURA COMPLEMENTAR das folhas caem no período seco; já no período chuvoso as
árvores são sempre verdes.
A Floresta Amazônica • Floresta Estacional Decidual: Floresta que perde 50%
Cobre perto de 3 milhões de Km2 de terras brasileiras, 1/3 ou mais de suas folhas durante o período seco. Ocorre na
dos 9 milhões de Km2 de florestas tropicais remanescentes zona de transição entre o cerrado e a floresta equatorial. História e Geografia do Tocantins
no mundo. É banhada por 8% de toda a água doce disponí-
vel no planeta e abriga um complexo de ecossistemas (terra
firme, várzea, igapó). O nº de espécies vegetais ainda é uma
incógnita, mas as 30 mil já conhecidas pela ciência somam
10% do total mundial. As espécies animais são estimadas
em 30 milhões de insetos, 2.500 peixes, 900 de aves, 324 de
mamíferos (58 de primatas, 22 deles classificados nos anos
90). Isso constitui a maior concentração de vida do planeta.
Tanta pujança, porém, depende de um complexo e delicado
equilíbrio entre solo, clima, flora e fauna. Rompido o equilí-
brio em 3 a 6 anos a terra mal produz capim.
A presença humana da Amazônia até hoje é rarefeita e
problemática. A selva já derrotou grandes projetos de ocu-
pação, do marajoara, há 2.500 anos à Fordlândia em 1926.
O surto da borracha não durou duas gerações.
Vivem ali comunidades indígenas e caboclas, donas de
uma cultura de adaptação sofisticada a seu modo, mas de
base tecnológica primitiva, muitas vezes miseráveis e sem
perspectiva de expansão.

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Resumo combustível e a palha do babaçu presta-se para o fabrico de
Resultantes da interação entre altitudes, latitudes, relevo, redes, cordas, cobertura de casas etc.
solo, hidrografia e o clima, o estado pode ser dividido em
três regiões que são:
1. Região Norte: de influência Amazônica, caracterizada
pelas florestas equatorias, também conhecidas como (latifo-
liadas, por terem folhas largas, pluviais, pelo alto índice de
pluviosidade e ainda como ombrófilas, em função da elevada
umidade).
2. Região do Médio Araguaia: constituída, principalmen-
te, pelo complexo do Bananal – onde se encontram os cer-
rados associados às matas de Galeria e à Floresta Estacional
Semidecidual.
3. Região Centro-Sul e Leste: onde predomina o cerrado Do buriti inúmeros produtos úteis são aproveitados pe-
com algumas variações de Floresta Estacional Decidual nas las populações ribeirinhas, tanto na sua alimentação como
fronteiras de BahiaGoiás. nas necessidade diárias: bebida natural ou fermentada, sa-
bão caseiro, material para casa, óleo e doces dos frutos. Do
De maneira geral podemos afirmar que a cobertura vege- tronco e folha se fabricam móveis, redes, esteiras, chapéus
tal predominante no Tocantins é o cerrado, perfazendo um e até roupas. Sua palha serve, ainda, como cobertura para
percentual superior a 80%. O restante é composto por flo- residências.
restas esparsas que podem ser identificadas, sobretudo, nas
Bacias hídricas Tocantins-Araguaia – Paranã e seus afluentes.

A riqueza da flora do Tocantins

Veja a seguir a letra da famosa canção de Marcelo Barra,


que exalta com muita poesia a riqueza da flora do cerrado.

Frutos da Terra

Periquito tá roendo o coco da guariroba Chuvinha de


novembro amadurece a gabiroba Passarinho voa aos bandos
em cima do pé de manga No cerrado é só sair e encher as O cajuzinho é muito usado no fabrico de doces artesanais.
mãos de pitanga Tem guapeva lá no mato No brejinho tem
ingá No campo tem curriola, murici e araçá Tem uns pés de Madeira de Lei
marmelada Depois que passa a pinguela Subindo pro cerra- Outra riqueza vegetal largamente explorada é a produção
dinho, mangaba e mama-cadela Cajuzinho quem quiser é só da madeira-de-lei, como os diversos tipos de ipê, o angico,
ir buscar na serra E não tem nada mais doce que araçá dessa a aroeira e o angelim.
terra Manga, mangaba, jatobá, bacupari Gravatá e araticum,
olha o tempo do pequi Tem guapeva lá no mato No brejinho Espécies comestíveis e medicinais
tem ingá No campo tem curriola, murici e araçá Tem uns Algumas espécie vegetais presentes no cerrado: arati-
pés de marmelada Depois que passa a pinguela Subindo pro cum, cagaita, ingá jatobá, jenipapo, mangaba, murici etc.
cerradinho, mangaba e mama-cadela Composição: Marcelo (todos comestíveis) barbatimão, macela, quina, sucupira etc
Barra (medicinal).
O cerrado é considerado o mais rico bioma de savana do
mundo, rivalizando em biodiversidade com os biomas flores- A riqueza da fauna do Tocantins
O cerrado possui uma biodiversidade imensa no que
História e Geografia do Tocantins

ta amzônica e mata atlântica. 40% das espécies de plantas e


animais que ocorrem no cerrado são endêmicos, só existem tange a sua fauna, mas, nos últimos anos a ação antrópica
nesse bioma. Daí a necessidade preservá-lo. (humana) tem colocado em risco de extinção muitas des-
Os recursos naturais de origem vegetal que merecem sas espécies. Segundo o IBAMA espécies como tamanduá-
maior destaque no Tocantins são: o coco babaçu, o pequi e -bandeira, anta, lobo-guará, pato-mergulhão, tatu-bola,
o buriti e o cajuzinho, além das madeiras de lei. tatu-canastra, cervo, cachorro-vinagre, ariranha, lontra,
onça-pintada, arara azul, dentre outras, estão seriamente
ameaçadas de extinção.

O babaçu é rico em celulose e óleo, que, ao lado do pequi


é aproveitado nos pratos típicos da região. O coco babaçu
tem grande valor industrial, pois serve para a fabricação de
gorduras, sabões e sabonetes. A casca do coco serve como

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Outros animais do cerrado: Siriema, Jaburu, Tucano, das práticas que mais contribui para o aumento da eficiên-
Socó, Jacutinga, Quero-Quero, Martim-Pescador, Biguá, Gar- cia dos adubos e conseqüentemente, da produtividade e da
ça Branca, Gavião, Periquitos, Araras, Ema, Jacaré, Macaco, rentabilidade agropecuária.
Veado, Cutia, Tatu, Sucuri, Anta, Tamanduá, Lobo-Guará, A correção adequada do pH do solo é uma das práticas
Capivara, Jaguatirica e Porco do Mato etc. que mais benefícios traz ao agricultor, sendo uma combina-
ção favorável de vários efeitos dentre os quais se mencionam
Impactos da Modernização da Agricultura no Cerrado os seguintes: eleva o pH; fornece Cálcio e Magnésio como
nutrientes; diminui ou elimina os efeitos tóxicos do Alumínio,
O Sistema Biogeográfico dos Cerrados abrange área de Manganês e Ferro; diminui a “fixação” de fósforo; aumenta a
uma grandeza espacial, que recobre quase dois milhões de disponibilidade do NPK, cálcio, magnésio, enxofre e Molibdê-
quilômetros quadrados. A área dos cerrados inclui pratica- nio no solo; aumenta a eficiência dos fertilizantes; aumenta
mente a totalidade dos Estados de Goiás e Tocantins, Oeste a atividade microbiana e a liberação de nutrientes. tais como
de Minas Gerais e Bahia, Leste e Sul de Mato Grosso, quase a nitrogênio, fósforo e boro, pela decomposição da matéria
totalidade do Estado do Mato Grosso do Sul e Sul dos Estados orgânica; aumenta a produtividade das culturas como re-
do Maranhão e Piauí. sultado de um ou mais dos efeitos anteriormente citados.
O que se procura definir com o termo cerrado não é
apenas um tipo de vegetação, mas um conjunto de tipos O Cerrado e o Fogo
fisionomicamente distribuídos dentro de um gradiente que
tem como limites, de um lado o campo limpo e de outro lado Não se pode levar adiante qualquer estudo sobre os cer-
o cerradão. Nesse contexto, podem ser agregadas as ilhas de rados se não se tomar em consideração o fogo, elemento
matas e matas galerias, integrantes decisivas desse bioma. intimamente associado a esta paisagem. Apesar de sua im-
portância para o entendimento da ecologia desse ambiente
enquanto conjunto biogeográfico, a ação do fogo nos cerra-
dos é ainda mal conhecida e geralmente marcada por ques-
tões mais ideológicas que científicas.
O estudo do fogo como agente será mais completo se
também se observar a comunidade faunística e os hábitos
que certos animais desenvolveram e que estão intimamente
associados à sua ação, cuja assimilação, sem dúvida, neces-
sita de arranjos evolutivos caracterizados por tempo relati-
vamente longo.
De algumas observações constata-se, por exemplo, que
a perdiz só faz seu ninho em macegas, tufos de gramíneas
queimadas no ano anterior.
Da visita a várias áreas de cerrado imediatamente após
grande queimada, tem-se constatado que apesar da caracte-
rística das árvores e arbustos enegrecidos superficialmente,
Os Solos do Cerrado e a Ação Antrópica estes continuam com vida, ostentando ainda entre a casca
enegrecida e o tronco, intensa microfauna. Fenômeno seme-
O cerrado é hoje o 2º bioma mais ameaçado do Brasil; lhante acontece com o estrato gramíneo; poucos dias após a
O primeiro é a Mata Atlântica, da qual restam apenas 7% e, queimada, mostra sinais de rebrota, que constitui elemento
apenas em áreas de preservação. Teme-se que o futuro do fundamental para concentração de certas espécies animais.
cerrado seja o mesmo da Mata Atlântica, já que 80% desse O fogo, portanto, é um elemento extremamente comum no
bioma já foi ocupado pelas atividades humanas, principal- cerrado, e de tal forma antigo, que a maioria das plantas
mente por pastagem (para a pecuária extensiva) e soja (para parece estar adaptada a ele.
exportação).
Com a chegada em massa da cana-de-açúcar aos solos História e Geografia do Tocantins
do cerrado – só ao longo da Ferrovia Norte-Sul há a expec-
tativa de instalação de cerca de 40 Usinas de Açúcar e Ál-
cool -, especialistas estimam que, até 2030, todo o cerrado
esteja extinto, restando apenas as regiões que estejam sob
preservação.
Hoje os solos do Cerrado são antropicamente férteis, pois
nos anos setenta, cientistas brasileiros criaram a técnica de
correção dos solos ácidos chamada de calagem.

Calagem

É a adição de calcário ao solo para correção de sua acidez.


Solos são ácidos apresentam grande concentração de íons
hidrogênio e/ou alumínio no solo.
A acidez dos solos promove o aparecimento de elemen-
tos tóxicos para as plantas (Al) além de causar a diminuição É bom lembrar que o impacto positivo dessas queimadas
da presença de nutrientes para as mesmas. As conseqüências depende exclusivamente da freqüência com que são realiza-
são os prejuízos causados pelo baixo rendimento produtivo das. As pesquisas indicam que os incêndios descontrolados
das culturas. Portanto, a correção é considerada como uma realizados pelos fazendeiros da região podem aumentar a

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deficiência nutricional dos solos, alterar significativamente a O PRODIAT, Projeto de Desenvolvimento Integrado da
composição das espécies, além de representar uma ameaça Bacia do Araguaia/Tocantins, dividiu a hidrografia do estado
à fauna. em duas sub-bacias a saber:
1. Sub-bacia do Rio Araguaia: formada pelo Rio Araguaia
HIDROGRAFIA e seus afluentes, tendo um terço de seu volume no estado.
2. Sub-bacia do Rio Tocantins: formada pelo Rio Tocan-
A Bacia Hidrográfica Tocantins-Araguaia tins e seus afluentes, ocupando dois terços de seu volume
aproximadamente no Estado.
O estado do Tocantins é um dos cinco estados mais ricos
em recursos hídricos do país banhado pela maior bacia hidro- Lagos e lagoas
gráfica totalmente brasileira. A Bacia Hidrográfica Tocantins-
-Araguaia, que abriga a maior ilha fluvial do mundo; a Ilha O sistema hidrográfico do estado também é composto
do Bananal. por inúmeros lagos, entre os quais: a Lagoa da Confusão,
A bacia Tocantins-Araguaia abrange 11% do território com 4,5 km e diâmetro e 3m de profundidade, considerada
nacional e tem 967 mil km2. um dos maiores atrativos turísticos do estado e o Lago do
Praticamente quase todos os rios existentes no estado Preto, localizado a 25km da cidade de Lagoa da Confusão,
do Tocantins são classificados como perenes (têm água o com suas águas escuras, tom adquirido pelas sombras da
ano inteiro). mata virgem às suas margens. Possui 18km de extensão e
Possui um regime hidrológico bem definido, sendo que abriga cardumes de tucunaré.
no Rio Tocantins, a época de cheia estende-se de outubro
a abril e o pico em fevereiro. No Rio Araguaia, as cheias são Cachoeiras
maiores, um mês atrasadas em decorrência do extravasa-
mento da Planície do Bananal. Taquaruçu é um distrito do município de Palmas, no es-
tado do Tocantins com mais de 80 cachoeiras. Taquaruçu é
conhecida como a região serrana de Palmas, pela riqueza
de sua vegetação e clima ameno. O distrito possui diversas
cachoeiras e balneários naturais, sendo considerado como
um dos principais atrativos turísticos do Tocantins.
História e Geografia do Tocantins

Rios principais: Tocantins, Araguaia, Javaés, Sono, Balsas,


Palmas, Paranã, Manuel Alves, Formoso, Pium, Coco dentre
outros. O estado é rico em cachoeiras, dentre outras destacam-
A hidrografia do estado do Tocantins é delimitada a Oeste -se a Cachoeira Velha, no município de Mateiros com 25m
pelo Rio Araguaia, a leste pelo Rio Tocantins. Ambos correm de altura, no Rio do Sono, e a Cachoeira do Registro, em
de sul para norte e se unem no extremo norte do estado Taguatinga, com 42m de queda, no Rio Sobrado.
banhando boa parte do território tocantinense.

LEITURA COMPLEMENTAR

O Rio Tocantins, nasce na Lagoa Formosa em Goiás a


mais de 1.000m de altitude. Ele forma-se depois de receber
as águas dos rios das Almas e Maranhão. Sendo um rio de
planalto, lança suas águas barrentas em plena baía de Gua-
jará no Pará, depois de percorrer 2.400km.
O Rio Araguaia (rio das araras vermelhas em tupi) nasce
nas vertentes da Serra do Caiapó, próximo ao Parque Nacio-
nal das Emas, em Goiás, na divisa com o Mato Grosso e corre
de sul para norte, formando a maior ilha fluvial do mundo,
a ilha do Bananal e lança suas águas no Tocantins depois de
percorrer 2.115km engrossado por seus afluentes.

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Em função de sua rica hidrografia o estado do Tocantins As principais praias de Palmas são a da Graciosa e a do
tem um potencial enorme de geração de energia hidrelétrica Prata. Contam com infra-estrutura completa com banheiros,
e hoje é um exportador desse importante insumo. barracas, telefones, policiamento, salva-vidas, posto médico,
Em 2008, o Tocantins produzia 1420 Mw e consumia ape- bares, restaurantes, estacionamentos amplos, quadra de es-
nas 136 Mw, ou seja, apenas 9% do que produzia. portes, barracas institucionais e caixas eletrônicos.
O estado possui UHE (usinas hidréletricas de grande por- Nas férias do meio do ano, durante os finais de sema-
te), como Lajeado ou Luís Eduardo Magalhães, em Miracema na, são realizados shows musicais com atrações nacionais e
e Lajeado, Isamu Ikeda, em Monte do Carmo e Ponte Alta. E torneios esportivos. Em julho acontece o tradicional Palmas
Peixe/Angical que abrange os municípios de Peixe, São Sal- Folia, considerado a maior micareta da região Norte. Vale a
vador e Paranã. pena conferir.
Tem também as PCH (pequenas centrais hidrelétricas)
como: Lajes (Wanderlândia), Corujão (Araguaína), Lajeadi- Jalapão
nho (Tocantínia), Ponte Alta do Bom Jesus (no município de Localizado no leste de Tocantins, o Jalapão é um verdadei-
mesmo nome), Bagagem (Natividade) Dianópolis, Diacal I e II ro oásis perdido no meio do cerrado. Seu nome se origina de
e Agro Trafo (Dianópolis), Taguatinga e Sobrado (Taguatinga). uma planta muito comum da região: a erva jalapado-brasil. O
Foi inaugurada recentemente, em outubro de 2012, no grande atrativo e a melhor maneira de conhecer o Jalapão é
Rio Tocantins, a UHE de Estreito, na divisa do Tocantins com fazendo o rafting no Rio Novo, que corta boa parte da região.
o Maranhão (Estreito-MA, Aguiarnópolis-TO e Palmeiras
Existem inúmeras atrações naturais como a Cachoeira da
do Tocantins-TO), que é maior de todo o estado e uma das
Formiga, as dunas de até 40 m e o Fervedouro, um poço de
maiores do Brasil, com capacidade de geração de 1.087 Mw.
águas borbulhantes. Para conhecer essa região inóspita é
Polêmica preciso ter espírito aventureiro, pois o Jalapão, além de ter
O conservacionistas criticam a construção indiscriminada de uma das densidades demográficas mais baixas do país, não
usinas ao longo dos rios do estado, especialmente o Rio Tocan- possui quase infra-estrutura para os turistas. Um prato cheio
tins. O impacto ambiental provocado pela formação de imensos para quem está atrás de grandes emoções.
lagos colocam em risco a sobrevivência do cerrado, portanto são
questionáveis e desastrosos, especialmente à fauna e a flora e Atrações:
também à vida dos ribeirinhos e populações indígenas. Entre grutas, cachoeiras, dunas e rios o Jalapão oferece
Por outro lado, o desenvolvimentistas vêm a construção inúmeras atrações para o viajante.
dessas usinas como uma das saídas para o desenvolvimento
sócio-econômico do estado, especialmente com o uso múlti- Gruta de Suçuapara
plo das mesmas, ou seja, o aproveitamento para navegação, Localizada na altura do km 15 da estrada para Mateiros
irrigação, lazer, turismo, além, claro, da própria geraçao de está uma gruta de 15 m de altura e 60 m de comprimento,
energia. que forma um cânion com cachoeira.

TURISMO Cachoeira do Lajeado


A Cachoeira do Lajeado é um trecho de 25 m composto
O estado do Tocantins tem um potencial turístico muito por degraus formando várias quedas. Para chegar é preciso
bom, porém, ainda pouco explorado. O principal segmento percorrer 45 km pela estrada para a Fazenda do Chiquinho.
do estado é o de turismo ecológico. Outro foco importante
de turismo no estado é o segmento histórico-religioso. Cachoeira do Brejo da Cama
Nos últimos anos, as políticas públicas de incentivo ao Sua queda tem apenas 3 m de altura e fica dentro de um
turismo e a divulgação do estado tem trazido um número buraco. O acesso é pela estrada para Fazenda do Chiquinho
cada vez maior de pessoas que sde encantam com as belezas (45 km).
dessa terra.
Cachoeira da Velha
Com cerca de 25 m de altura, essa cachoeira, que tem
duas quedas em forma de ferradura, deságua no Rio Novo. História e Geografia do Tocantins
Para se chegar a Cachoeira da Velha siga pela estrada para
Fazenda Triagro (101 km).

Dunas

O turista que optar por aproveitar as praias na capital


tocantinense não se arrependerá, pois a programação é re-
cheada de atrações.

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É possível ver dunas no Jalapão no km 136 da estrada reais, curicacas, colheireiros, irerês e mutuns. Apesar da
para Mateiros. Elas chegam a alcançar até 40 m de altura e importância da ilha como santuário natural, na década de
tem a cor alaranjada. 1990 a criação de gado, além da ação de caçadores e da
pesca predatória, que faz aumentar a população de piranhas,
Fervedouro traziam desequilíbrios ecológicos.
Nesse poço de olho d água a água azul borbulha da areia
do fundo. Esse fenômeno acontece, pois essa piscina natural Parque Estadual do Cantão
se localiza sobre um lençol freático. A sensação que o turista
tem é de flutuar em suas águas. Para chegar até o Fervedou-
ro, basta pegar a estrada para São Félix do Jalapão (192 km).

Cachoeira do Rio Formiga


De águas esverdeadas e transparentes esse pequeno
rio, perfeito para um banho conta ainda com uma pequena
queda. O acesso é pela estrada para São Félix do Jalapão
(199 km).

Rafting no Rio Novo


Para conhecer bem o Rio Novo o ideal é fazer o rafting
de quatro dias. O passeio começa na altura da Ponte do Rio
Novo, onde as águas são bem calmas. Durante a descida
observa-se o cerrado, os chapadões e as matas formadas na
beira do rio. O percurso vai ficando cada vez mais emocio-
nante à medida que se desce o rio. O passeio termina perto O Parque Estadual do Cantão, com área definida de
da Cachoeira Velha. aproximadamente 90 mil hectares abrangendo os municí-
pios de Caseara e Pium, abriga um dos grandes espetáculos
Atividades Noturnas da Amazônia. Em suas ilhas, lagoas, canais e matas alaga-
A verdadeira atração da noite é ela mesma. Curtir o céu das de várzea, encontram-se animais e plantas da floresta
estrelado ou ouvir os sons da natureza são os principais pro- Amazônica, do cerrado e dos pantanais do Araguaia, numa
gramas no Jalapão. exuberância ímpar. Sua área é banhada pelo magnífico rio
Araguaia, com suas inúmeras praias de areias brancas e finas,
Ilha do Bananal entremeadas por rios como o Coco e Javaé, e canais de águas
Considerada pela UNESCO Reserva da Biosfera, é um dos transparentes e rasas.
mais importantes santuários ecológicos do Brasil, a ilha do Mais de 500 espécies de aves podem ser avistadas no
Bananal, a maior ilha fluvial do mundo, apresenta fauna e Parque e seu entorno. Botos, jacarés e tartarugas são presen-
flora características tanto do cerrado quanto do pantanal. ça constante nos canais e nas praias do Parque Estadual do
Cantão. Em suas 833 lagoas e lagos concentram-se peixes da
bacia do Araguaia, proporcionando uma experiência espeta-
cular para o pescador esportivo. Uma ampla rede de canais
naturais, onde a floresta e os animais podem ser vistos com
intimidade, torna a região um paraíso para o ecoturismo.
Na estação seca, entre junho e setembro, as águas dos
rios baixam e revelam amplas praias de areia branca e fina,
onde tartarugas, gaivotas, talha-mares e outras aves aquá-
ticas fazem seus ninhos. Nesta época, grandes cardumes de
História e Geografia do Tocantins

corvinas e fidalgos transitam pelos canais entre as ilhas do


Araguaia. Tucunarés, pirararas, pacús, piranhas e outros pei-
xes concentram-se nos grandes lagos isolados no meio da
floresta durante a seca.

Encontro de biomas
A ilha do Bananal situa-se no estado do Tocantins, na
divisa com Mato Grosso. Formada pelo rio Araguaia, estende-
-se por 320km, com uma largura máxima de 55km. O braço
principal do rio forma a fronteira entre os estados de Mato
Grosso e Tocantins, e o braço menor é navegável por peque-
nas embarcações. Um terço da área corresponde ao Parque
Nacional do Araguaia, fundado em 1959, e o restante cabe à
reserva indígena, onde vivem índios javaés e carajás. A ilha é
pontilhada de lagos e coberta por densa mata, com árvores
de até trinta metros de altura. Na época da cheia, dois terços
de sua área ficam inundados.
O parque possibilita ao visitante ver onças-pintadas, su-
çuaranas, corvos, veados, cachorros-do-mato, tamanduás e
tatus. Nas áreas alagadas abundam emas, perdizes, garças

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A mistura de ecossistemas em um mesmo local forma
a riqueza biológica da região, tornando a região uma das
zonas de ecótono (transição de biomas) das mais ricas em
biodiversidade do mundo. Três quartos da área total de
89.150 hectares são cobertos por várzeas típicas do cerrado.
A vegetação é caracterizada por florestas secas, inundáveis e
perenes. Animais de variadas espécies e portes encontram
ali um habitat rico em alimentos, seguro e intocado. São
antas, capivaras, lobos, jaburus, veados, ariranhas, emas,
mutuns, jacarés, tartarugas, onças-pintadas, araras-azuis,
gaviões-reais e águias-pescadoras, convivendo em meio a
árvores como os jatobás, barus, angicos vermelhos e outras
nativas das florestas e do cerrado. Na época das cheias as
aves da floresta fazem seus ninhos e criam seus filhotes. Ni-
nhos de inúmeras espécies podem ser vistos com facilidade
nas margens de rios e no interior dos igapós, muitas vezes
a poucos palmos acima da água que os rodeia e protege
dos predadores. No topo das árvores, bandos de macacos e
quatis são facilmente avistados, alimentando-se dos frutos Rio Azuis – o menor do Brasil – Aurora do Tocantins (TO)
abundantes. Localizado no sudeste do Tocantins, no município de Au-
É um ecossistema único, uma vasta planície no coração rora do Norte, quase na divisa com Taguatinga, o Rio Azuis
do Brasil, no ponto exato onde o rio e floresta, pantanal, nasce de dois olhos d’água que brotam num barranco for-
cerrado e Amazônia se encontram e se mesclam, regidos mando um lago de águas azul-esverdeadas. Com uma exten-
pelo grande ciclo anual das enchentes. são de apenas 147 metros, deságua no Rio Sobrado, perto
O Parque Estadual do Cantão é dotado de equipamentos dali. Chegou a ser considerado o menor rio do mundo pelo
para monitoramento, fiscalização e pesquisa, voltados para Guiness Book, mas atualmente não ostenta mais esse título.
a proteção da área. Existem planos para o seu manejo, tais No Balneário Azuis, o visitante poderá saborear pratos
como a implantação de um módulo ecoturístico, com centro típico da região como a galinha caipira, com pirão, arroz e
de visitantes, aeroporto, museu e estrutura de hospedagem saladas, queijo fresco, produtos advindos da agricultura fa-
(restaurantes, lojas, quiosques, trilhas, cais para embarca- miliar e conhecer a diversidade de orquídeas originárias do
ções). Após a conclusão do plano de manejo, a iniciativa pri- cerrado tocantinense, no orquidário de um produtor familiar.
vada será convidada a aprimorar a estrutura, sempre visando
o desenvolvimento sustentado.
Diversos passeios ecológicos podem ser feitos em trilhas
a cavalo, expedição em canoas ou caiaques, cruzeiros fluviais,
safári fotográfico ou mesmo em visita ao projeto quelônios,
voltado para conservação de tracajás e tartarugas em período
de reprodução.

Lagoa da Confusão
O belo atrativo turístico está a 206 km de Palmas, na
região Centro-Oeste. Destaca a lagoa homônima, com 4,5 km
de diâmetro e própria para esportes aquáticos. Tem diversas
pousadas confortáveis. A cidade dá acesso à Ilha do Bananal.
Chega-se ali pelo trevo de Cristalândia, cidade histórica e História e Geografia do Tocantins
com grande tradição de riquezas minerais, como diamantes
e cristal de rocha, pela BR-153 ligando à TO-230.

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TOCANTINENSES


São muitas as manifestações culturais no estado do To-
cantins. A maior parte tem cunho religioso. Dentre algumas
delas destacamos.

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Festa do Divino Espírito Santo afirmam que a sua origem é portuguesa e tinha um caráter
de diversão, era a comemoração do nascimento de Cristo.
A celebração do Divino Espírito Santo, como festa popular No Brasil, a Folia de Reis chega no século XVIII, com caráter
de cunho religioso, tem sua origem no catolicismo portu- mais religioso do que de diversão. No Tocantins, os foliões
guês. Relatos de Portugal contam que a rainha Isabel e seu têm o alferes como responsável pela condução da bandei-
marido Dom Diniz teriam feito no século XIV uma promessa ra, que sai pelo sertão “tirando a folia”, ou seja, cantando
de alimentar os famintos e oferecer a sua coroa ao Divino e colhendo donativos para a reza de Santos Reis, realizada
Espírito Santo em troca de paz. Nessa época, Portugal e Es- sempre no dia 6 de janeiro.
panha travavam uma guerra de quase cem anos. O objetivo
foi alcançado e a promessa cumprida. Dessa forma teve início
a devoção ao Divino Espírito Santo, que se difundiu em solo
português e chegou ao Brasil no século XVI.

A Folia de Reis, diferentemente do giro do Divino Espíri-


to Santo, acontece em função de pagamento de promessa
pelos devotos e somente à noite. O compromisso pode ser
para realizar a folia apenas uma vez ou todos os anos. A folia
visita as famílias de amigos e parentes. Os foliões chegam à
localidade e se apresentam tocando, cantando e dançando.
A família recebe a bandeira, o anfitrião percorre com ela
toda a casa, guardando-a em seguida, enquanto aos foliões
A rigor, a festa do Divino deveria coincidir com o Domingo são servidos bolos, biscoitos e bebidas que os mantêm nas
de Pentecostes, no calendário católico, que ocorre aproxi- suas andanças pela noite.
madamente 50 dias após a Páscoa, ou seja, num prazo que Ao se retirarem, o proprietário da casa devolve a ban-
compreenderia exatamente os 40 dias do giro da folia e o deira e os foliões agradecem a acolhida, repetindo o gesto
novenário. da entrada. Quando o dia amanhece, os foliões retornam às
No Brasil, no entanto, as folias têm datas variadas. No suas casas para descansar e, ao anoitecer, retomam as andan-
Tocantins vão de janeiro a julho, de acordo com as caracterís- ças. Quando termina o roteiro da folia, realiza-se a festa de
ticas de cada localidade. Essas festas são realizadas em várias encerramento na residência da pessoa que fez a promessa.
cidades, com destaque para Monte do Carmo e Natividade. Neste momento reza-se o terço, com a presença dos foliões e
Em Monte do Carmo a celebração ao Divino Espírito Santo dos convidados, em frente ao altar ornamentado com flores,
foi aproximada à época da festa da padroeira da cidade, pas- toalhas bordadas e a bandeira dos Santos Reis. Em seguida,
sando a ter data fixa para a sua realização, dia 16 de julho. é servido um jantar com uma mesa especial para os foliões.
Natividade mantém a tradição da data móvel. A tradição é muito forte. Os mais velhos acreditam serem
História e Geografia do Tocantins

As folias do Divino anunciam a presença do Espírito San- os Santos Reis os protetores contra a peste, a praga na la-
to. As romarias conduzem a bandeira. O giro da folia repre- voura e, principalmente, os responsáveis pela prosperidade,
senta as andanças de Jesus Cristo e seus 12 apóstolos durante pela fartura e por muito dinheiro.
40 dias, levando a sua luz e a sua mensagem, convidando
todos para a festa, a festa da hóstia consagrada. Dança da Sússis ou Suça
Os foliões que representam os apóstolos andam em
grupo de 12 ou mais homens, conduzidos pelo alferes, em
jornada pelo sertão. Esse grupo percorre as casas dos la-
vradores, abençoando as famílias e unindo-as em torno da
celebração da festa que se aproxima. Saem a cavalo pelas
trilhas e estradas, quando chegam às fazendas para o pouso,
alinham os cavalos no terreiro e cantam a licença, pedindo
ritualmente acolhida. Durante o giro os foliões recolhem
donativos para a festa.

A Folia de Reis

A Folia de Reis comemora o nascimento de Jesus Cristo


encenando a visita dos três Reis Magos à gruta de Belém
para adorar o Menino-Deus. Dados a respeito desta festa

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Também conhecida como Súcia ou Suça, a Sússia é dança- em 8 de dezembro. Nove meses depois, comemora-se Nossa
da no folclore de Paranã, Santa Rosa do Tocantins, Monte do Senhora da Natividade. Esse intervalo diz respeito ao período
Carmo, Natividade, Conceição do Tocantins, Peixe, Tocantinó- de gestação de Maria no ventre de Santa Ana. Os devotos
polis e outras cidades do interior tocantinense. A dança de acreditam que Maria, como mãe de Jesus, preservada do
origem africana, trazida pelos escravos, é caracterizada por pecado original, merece ser cultuada.
músicas agitadas ao som de tambores e cuícas. Uma espécie
de bailado em que homens e mulheres dançam em círculos.
A sússia era a diversão dos negros e realizava-se nas sen-
zalas, em comemorações marcantes e também como lazer.
É dançada na Festa do Divino e na Festa da Padroeira, Nossa
Senhora da Natividade, em 8 de setembro.
Os movimentos são variados. No caso da Jiquitaia – uma
variação da dança – eles lembram a retirada de formigas co-
nhecidas como jiquitaias, que invadem os corpos dos pares
num bailado sensual, leve e ao mesmo tempo frenético, uma
vez que apenas insinua o toque. A dança é a eterna busca
da conquista do par.
A Sússia na Folia do Divino é dançada ao som da viola,
do pandeiro e do roncador, instrumento artesanal feito de
tronco de árvore que tem a mesma marcação do surdo. Tam-
bém é dançada ao som do tambor em outras manifestações
populares, como na festa de Nossa Senhora do Rosário.

Festa de Nossa Senhora da Natividade


Igreja de Nossa Senhora do Rosários dos Pretos

A imagem de Nossa Senhora da Natividade foi trazida,


pelos jesuítas, para o norte da província de Goiás, em 1735.
Foi a primeira a entrar nessa região, em embarcações pelo
rio Tocantins, depois nos ombros dos escravos até o pé da
serra onde se erguia o povoado denominado de Vila de Nossa
Senhora da Natividade, Mãe de Deus, mais tarde São Luiz e
depois Natividade. Essa imagem é a mesma, venerada, ainda
hoje, na Igreja Matriz.
Com a criação do Estado do Tocantins, a população de
Natividade, junto com o clero tocantinense e o recém-criado
Conselho de Cultura, desenvolveu campanha para tornar a
já venerada Nossa Senhora da Natividade em padroeira do
Estado. dom Celso Pereira de Almeida, bispo diocesano de
Porto Nacional envia, em março de 1992, solicitação ao papa
João Paulo II, expressando o desejo dos devotos de Nossa
Senhora, de vê-la consagrada padroeira do seu novo Estado.
Padroeira do Tocantins Diz dom Celso: “sendo nosso povo católico, na grande maio-
ria, e devoto de Nossa Senhora, temos, nós bispos, recebido
As manifestações culturais no Tocantins estão quase freqüentes apelos a fim de pedirmos a Vossa Santidade se
sempre atreladas às festas em comemoração aos santos da digne declarar Nossa Senhora, sob a invocação de Nossa
Senhora da Natividade, padroeira principal deste Estado”
História e Geografia do Tocantins
igreja Católica. A festa de Nossa Senhora da Natividade é
uma celebração tipicamente religiosa. A devoção a Nossa Acrescenta ainda dom Celso na sua justificativa , que os
Senhora e a história da sua imagem existente em Natividade, habitantes do sul do Estado “veneram com muito afeto a
onde é festejada há quase três séculos, no dia 8 de setembro, imagem de Nossa Senhora da Natividade, trazida para a nossa
motivaram a eleição desta como Padroeira do Tocantins. A região pelos missionários jesuítas. Esta devoção é sempre
festa à Padroeira Nossa Senhora da Natividade acontece de viva no nosso povo”. (BRAGA, 1994, p. 14). A solicitação foi
30 de agosto a 8 de setembro. Durante os festejos, acontece aceita pelo Vaticano e em 15 de agosto de 1992 dom Celso
o novenário e são montadas barracas onde se fazem leilões. oficializa, durante a Romaria do Bonfim, em Natividade, Nos-
É celebrada missa solene no dia dedicado à santa. As come- sa Senhora da Natividade padroeira principal do Tocantins.
morações acontecem na igreja matriz de Natividade, uma
das mais antigas do Estado, datada de 1759. Romaria do Bonfim
Como a palavra Natal, Natividade significa nascimento.
Em Portugal, ficou reservada para indicar o nascimento da No Tocantins, as romarias do Nosso Senhor do Bonfim
Virgem Maria. A igreja Católica celebra o nascimento da mãe acontecem nos municípios de Natividade, no sudeste do Es-
de Jesus desde o ano 33 da era cristã. A festa de Nossa Se- tado, e Araguacema, a sudoeste.
nhora teve origem no Oriente, a Virgem Maria passa a ser Em Natividade, a romaria remonta ao século XVIII com a
comemorada no Ocidente no século VII. formação dos primeiros arraiais. Existem diversas hipóteses
a respeito da formação do povoado do Bonfim, para onde
História seguem os romeiros todos os anos. Alguns acreditam que
A comemoração a Nossa Senhora da Natividade está rela- ele teria se originado de um santuário criado por fiéis ou de
cionada à festa da Imaculada Conceição de Maria, celebrada um núcleo missionário das irmãs carmelitas ou dos jesuítas.

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Congo ou Congadas

Os moradores da região afirmam que um vaqueiro teria


encontrado nessa área, em local pantanoso, a imagem do De origem africana mas com influência ibérica, o congo
Senhor do Bonfim em cima de um toco de madeira. Essa já era conhecido em Lisboa entre 1840 e 1850. É popular no
Nordeste e Norte do Brasil, durante o Natal e nas festividades
imagem teria sido retirada várias vezes desse local e levada
de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.
para Natividade, mas desaparecia e reaparecia no mesmo A congada é a representação da coroação do rei e da
lugar onde foi encontrada. A crença nesses acontecimentos rainha eleitos pelos escravos e da chegada da embaixada,
deu início à peregrinação para essa localidade. Em Nativi- que motiva a luta entre o partido do rei e do embaixador.
dade, a romaria do Senhor do Bonfim é realizada de 6 a 17 Vence o rei, perdoa-se o embaixador. Termina com o
de agosto, no povoado do Bonfim situado a 22 Km da sede batizado dos infiéis.
do município, onde vivem pouco mais de 100 pessoas. Esse Os motivos dramáticos da dança do congo baseiam-se
pequeno povoado recebe em média 60 mil fiéis, vindos de na história da rainha Ginga Bandi, que governou Angola no
várias regiões do Estado e do país. século XVII. Ela decidiu, certa vez, enviar uma representação
O ponto alto das comemorações do Bonfim, em Nativida- atrevida ao rei D. Henrique, de Portugal. Seu filho, o heróico
de, acontece no dia 15, com a celebração da missa campal, príncipe Suena, é morto durante essa investida. O quimboto
em louvor ao Senhor do Bonfim. No dia 16 em homenagem (feiticeiro) o ressuscita.
a Nossa Senhora da Conceição e no dia 17 ocorre a missa Na dança do congo só os homens participam, cantando
dos romeiros. Vários pagadores de promessa atravessam a músicas que lembram fatos da história de seu país. A congada
é composta por doze dançarinos. O vestuário usado pelos
pé os 22 Km de Natividade ao Bonfim para depositar as suas
componentes do grupo é bem colorido e cada cor tem o seu
oferendas aos pés da imagem do santo. significado. Azul e branco são as cores de Nossa Senhora do
Rosário. O vermelho representa a força divina. Os adornos
Araguacema na cabeça representam a coroa. O xale sobre os ombros re-
presenta o manto real.
A romaria do Senhor do Bonfim acontece no povoado Em Monte do Carmo, o congo é acompanhado por mu-
do Bonfim, distante 40 Km de Araguacema. Atualmente para lheres, chamadas de taieiras. Essas dançarinas usam trajes
lá se deslocam cerca de dez mil pessoas. São romeiros das semelhantes aos usados pelas escravas que trabalhavam na
cidades vizinhas e do sul do Pará. O festejo inicia-se com corte. Trajam blusas quadriculadas em tom de azul e saias
o novenário e termina com a celebração da missa campal, brancas rodadas, colares de várias cores e na cabeça tur-
em homenagem ao Nosso Senhor do Bonfim, no dia 15 de bante branco com uma rosa pendurada. Os dois grupos se
agosto. apresentam juntos, nas ruas, durante o cortejo do rei e da
História e Geografia do Tocantins

As homenagens ao Senhor do Bonfim, no município, têm rainha, na festa de Nossa Senhora do Rosário.
início em 1932, quando para lá chegou, vinda do Maranhão,
a família do senhor Arcanjo Francisco Almeida com uma ima- Cavalhadas
gem do Bonfim. Seu filho, Natalino Francisco de Almeida,
é o atual responsável pela manutenção do templo e pela
guarda da imagem que pertence à família desde o século XIX.
Segundo Natalino, essa imagem foi encontrada pelo bisavô
de sua mãe quando este, junto com a sua família, fugia dos
conflitos da Balaiada, ocorrida no Maranhão, entre os anos
de 1838 e 1841.
Um dia, após longa caminhada, seu tataravô encontrou
na mata uma vertente de água onde havia um oratório feito
em pedra. Nele estava depositada uma imagem. Ele levou
essa imagem consigo e após o término da Balaiada retornou
à sua cidade de origem onde pediu ao padre para “batizá-
-la”. O padre batizou-a de Jesus do Bonfim e definiu o seu
festejo para 15 de agosto. Desde então, a família faz a festa
em sua devoção.
Em Fortaleza do Tabocão também se comemora a Ro- Na Idade Média, os árabes foram denominados generica-
maria do Bonfim. mente de mouros. Estes povos invadiram a Europa por volta

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do século VIII e só foram banidos do continente europeu no Faz parte dos caretas personagens como a catita (homem
século XV. As cavalhadas representam a luta entre o exército trajando roupas femininas, a mulher dos caretas que fica se
de Carlos Magno e os mouros. Carlos Magno foi coroado oferecendo para os homens que estão assistindo a encena-
Imperador do Ocidente no ano 800 pelo Papa Leão III. ção, servindo como distração) e a égua (personagem que
Alguns autores acreditam que as cavalhadas tenham sido assusta os espectadores, feita da caveira de um animal, onde
introduzidas no Brasil pelos padres jesuítas como meio de faci- se prende a sua cabeça a um pau e amarra uma corda de
litar a catequese através da junção entre o sagrado e o profano. maneira que puxando, se abre e fecha a boca). A encenação
Em Taguatinga, no sul do Estado do Tocantins, as Cava- continua até a madrugada de Sábado de Aleluia.
lhadas tiveram início em 1937. Acontecem durante a festa
de Nossa Senhora da Abadia, nos dia 12 e 13 de agosto. O Festa dos Caretas de Arraias
ritual se inicia com a benção do sacerdote aos cavalheiros;
a entrega ao imperador das lanças usadas nos treinamentos No sudeste do Tocantins, em Arraias, também no período
para a batalha simbolizando que estes estão preparados para da Semana Santa é realizada a festa dos caretas.
se apresentar em louvor a Nossa Senhora da Abadia e em Os homens (especialmente os mais jovens) da cidade,
honra ao imperador. na madrugada do sábado de aleluia fantasiam-se de caretas
O ritual da luta entre mouros e cristãos é antecedido e saem a cavalgar pelas ruas da cidade, animando a manhã
pelo desfile dos caretas, grupo de mascarados representando do sábado com a queima do “Judas” (boneco confeccionado
bruxas, caras de boi com chifres e outros animais. Os cavalos, com tecido e recheado de bombinhas), que fazem a alegria
usados pelos caretas, são enfeitados com flores e portam da criançada, seguindo-se da leitura do Testamento do Judas,
instrumentos que produzem um barulho que os identifica. com referências engraçadas às personalidades locais.
Os cavalheiros que participam do ritual das Cavalhadas, Nos últimos anos a polícia tem interferido nos festejos
ao contrário dos mascarados, são quase sempre os mes-
pois o anonimato dos mascarados estaria sendo usado para
mos. Nas Cavalhadas tem-se a figura do rei, do embaixador e
o cometimento de crimes e também para caluniar e difamar
dos guerreiros. Todos desfilam sobre cavalos paramentados
com selas cobertas por mantas bordadas e, sobre os olhos pessoas durante a leitura do Testamento de Judas.
dos animais há uma máscara toda trabalhada em cor prata
enfeitada com penas vermelhas e amarelas. As Cavalhadas Festa da Colheita do Capim Dourado em Mateiros
são formadas por vinte e quatro cavalheiros, distinguindo os
mouros na cor vermelha e os cristãos na cor azul. Doze cava- Uma nova tradição, surgida no ano 2000, está movimen-
lheiros representam os cristãos e, os outros doze, os mouros. tando o turismo na região do Jalapão, na Comunidade Qui-
Os cristãos trajam camisa azul de cetim com enfeites lombola Mumbuca, em Mateiros.
dourados; calça branca com botas azuis e enfeites dourados.
Na cabeça, um cocar cor prata ou ouro com penas coloridas.
Os mouros usam camisa de cetim ou lamê prata brocado,
capa vermelha com bordados de ouro e calça vermelha com
bordados e botas prateadas; na cabeça um cocar cor prata
ou ouro com penas coloridas.
A espada e a lança usadas durante a encenação do com-
bate complementam a indumentária dos cavalheiros.

Os Caretas de Lizarda

História e Geografia do Tocantins


A festa, que dura três dias, envolve desde a colheita do
capim dourado até a confecção dos produtos artesanais,
além de comidas típicas, roda de conversa, comercialização
de artesanatos e apresentações culturais.
Os caretas são homens que usam máscaras confecciona- O Objetivo é dar visibilidade à atividade artesanal da re-
das em couro, papel ou cabaça, com o objetivo de provocar gião e conscientizar os mais jovens da necessidade do uso
medo nas pessoas. No município de Lizarda, participam da sustentável desse recurso natural que é umas das fontes
festa que acontece, tradicionalmente, durante a Semana principais de geração de renda na região.
Santa, na Sexta-Feira da Paixão. As peças, confeccionadas pela tradicional comunidade
Monta-se um cenário, um semicírculo com pés de bana- quilombola, são comercializadas em todo o país e também
neira, chamado pelos caretas de quinta atrativa, onde se co- são destinadas à exportação.
loca pedaços de cana de açúcar. Num verdadeiro espetáculo
teatral, os caretas perseguem com pinholas – uma espécie Comunidades Quilombolas
de chicote feito de sola ou trançados de palha de buriti – as Foi com a Portaria nº 06 de 1º de março de 2004, que a
pessoas que tentam invadir a quinta para roubar a cana. A Fundação Cultural Palmares deu o reconhecimento a algu-
proteção da cana pode ter relação com a crença da popula- mas comunidades remanescentes de quilombolas em alguns
ção de que no calvário de Jesus Cristo ele foi açoitado com estados, entre elas, as do Tocantins.
pedaços de cana. Na encenação, os caretas tentam impedir O Governo do Estado do Tocantins tem trabalhado con-
esse sofrimento. juntamente com a Secretaria Especial de Políticas de Promo-

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ção da Igualdade Racial do Governo Federal. Entre as ações 30) Prata, Paranã
realizadas estão: a capacitação dos gestores públicos; a rea- 31) Ouro Fino, Paranã
lização de um diagnóstico de seis comunidades quilombolas
e a criação do Comitê Gestor de Implementação do Plano Es- ATUALIDADES DO TOCANTINS
tadual de Promoção da Igualdade Étnico-Racial do Tocantins.
Reconhecidas três novas comunidades quilombolas no
Tocantins
09/04/2014 – Paranã (TO)

Após levantamento histórico elaborado pela Secreta-


ria de Defesa Social (Seds), por meio do Departamento de
Proteção dos Direitos Humanos e Social, e posteriormente
encaminhado para apreciação à Fundação Cultural Palmares,
do Ministério da Cultura, as Comunidades do Claro, do Prata
e Ouro Fino, localizadas no município de Paranã/TO, a 304 Km
da Capital, receberam a certificação como Remanescentes
de Quilombo.
Segundo o historiador e supervisor dos Afro-descenden-
tes e dos Povos Indígenas da Seds, André Luiz Gomes da Silva,
responsável pelo histórico, essas comunidades datam sua
existência a mais de 250 anos, são compostas por 54 famílias.
Atualmente, estão sendo construídas casas em algumas
E por morarem na mesma área geográfica e pertencerem ao
comunidades em parceria com a Caixa Econômica Federal,
mesmo tronco familiar (Kalunga) reuniram-se e formaram a
por meio da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento
Associação Quilombola das Comunidades do Claro, do Prata
Urbano.
e Ouro Fino (Asquiccapo).
O Governo do Estado está dando uma atenção especial
às comunidades quilombolas com ações na área da saúde, da
Região Metropolitana de Palmas (RMP)
agricultura, promovendo a inserção das famílias nos progra-
mas sócias do Governo Federal e Estadual, levando eletrifi-
Foi sancionada a lei que institui e organiza a região me-
cação rural, cursos de geração de renda, entre outras ações.
O mais importante é que o Governo do Estado está dis- tropolitana de Palmas. Abrangendo 16 municípios da região
cutindo melhorias para as comunidades respeitando suas central do Tocantins.
características e preservando os aspectos culturais. Inicialmente criada pela Lei ordinária 2.824/13 foi substi-
Em abril de 2014, segundo a Secretaria de Justiça e dos tuída pela lei complementar 90/2013. A RMP é “destinada a
Direitos Humanos do Tocantins, em fevereiro de 2011, havia unificar a organização, planejamento e execução de funções
31 comunidades quilombolas reconhecidas no Tocantins. públicas de interesse comum”, conforme informou o governo
do estado.
Comunidades Quilombolas reconhecidas no Tocantins De acordo com a CF/1988 não se pode criar R.M. com lei
1) Lagoa da Pedra, Arraias ordinária só com lei complementar.
2) Mimoso (Kalunga do Mimoso), Arraias As cidades que fazem parte da região metropolitana de
3) Baviera, Aragominas Palmas são: Aparecida do Rio Negro, Barrolândia, Brejinho
4) Córrego Fundo, Brejinho de Nazaré de Nazaré, Fátima, Ipueiras, Lajeado, Miracema do Tocantins,
5) Malhadinha, Brejinho de Nazaré Miranorte, Monte do Carmo, Oliveira de Fátima, Paraíso do
6) São José, Chapada de Natividade Tocantins, Porto Nacional, Pugmil, Silvanópolis e Tocantínia.
7) Chapada de Natividade, Chapada de Natividade Segundo o governo, a lei tem como objetivo promover
8) Mumbuca, Mateiros o planejamento regional, o desenvolvimento socioeconô-
História e Geografia do Tocantins

9) Redenção, Natividade mico e a melhoria da qualidade de vida da população. “O


10) São Joaquim, Porto Alegre do Tocantins projeto também requer a cooperação entre os três níveis
11) Laginha, Porto Alegre do Tocantins de governo, com máximo aproveitamento dos recursos pú-
12) Cocalinho, Santa Fé do Araguaia blicos, mediante descentralização, articulação e integração
13) Morro de São João, Santa Rosa do Tocantins dos respectivos órgãos e entidades administrativas diretas
14) Barra da Aroeira, Santa Teresa do Tocantins e indiretas atuantes na região.”
15) Povoado do Prata, São Félix do Tocantins
16) Grotão, Filadélfia Hierarquia de Cidades
17) Mata Grande, Monte do Carmo
18) Santa Maria das Mangueiras, Dois Irmãos Região metropolitana é uma organização política criada
19) Carrapato, Mateiros por lei, composta por um município-núcleo (que empresta
20) Formiga, Mateiros seu nome à Região Metropolitana) somado a um conjunto
21) Ambrósio, Mateiros de municípios que, em termos funcionais, formam um único
22) Curralinho do Pontal, Brejinho de Nazaré espaço urbano integrado.
23) Manoel João, Brejinho de Nazaré No último Censo Demográfico (2010) o Brasil possuía 36
24) Dona Juscélia, Muricilândia Regiões Metropolitanas e três Regiões Integradas de Desen-
25) Lajeado, Dianópolis volvimento (RIDEs). Desse total apenas 12 são metrópoles,
26) Rio da Almas, Jaú do Tocantins as demais classificam-se como capitais regionais nível na
27) Ilha de São Vicente, Araguatins hierarquia urbana imediatamente inferior.
28) Pé do Morro, Aragominas Em termos de hierarquia de cidades Palmas é classificada
29) Claro, Paranã pelo IBGE como Capital Regional.

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A diferença básica entre as RIDEs e às Regiões Metropoli- INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DO TOCANTINS
tanas, que são recortes territoriais semelhantes, está na com-
posição, pois enquanto nas RIDES existem municípios de mais No período minerador (século XVIII) o norte de Goiás era
de uma Unidade da Federação, nas Regiões Metropolitanas sinônimo de riqueza, segundo o historiador Luís Palacín. Mas,
todos os municípios são da mesma Unidade da Federação, a com a decadência da mineração e o advento da pecuária, o
segunda diferença e que as RIDES são criadas por lei federal sul do estado, por se encontrar mais próximo da desenvolvida
e as regiões metropolitanas são leis dos estados. região sudeste, depois de um longo período de estagnação,
passou a prosperar, ao contrário do norte do estado que mer-
Região Metropolitana de Gurupi gulhou numa profunda estagnação econômica e a situação
se inverteu. O norte passou a ser sinônimo de abandono,
A região Metropolitana de Gurupi foi criada pela Lei miséria e pobreza.
Complementar nº 93/2014, composta por 18 municípios: O norte ficou praticamente esquecido pelas autoridades
Gurupi, Aliança do Tocantins, Figueirópolis, Dueré, Lagoa da que governavam o estado a partir da distante capital Vila
Confusão, Crixás do Tocantins, Cariri do Tocantins, Sucupira, Boa de Goiás.
Peixe, Jaú do Tocantins, São Valério da Natividade, Alvorada, Isso gerava um descontentamento gigantesco nas elites
Palmeirópolis, Araguaçu, Sandolândia, Formoso do Araguaia, econômicas e políticas daquela vasta e abandonada região.
Talismã e São Salvador do Tocantins. Os primeiros sinais de descontentamento dos futuros
Em termos de hierarquia de cidades o IBGE classifica Gu- tocantinenses começaram a se manifestar ainda no período
rupi como Centro Sub-Regional. Araguaína possui a mesma da mineração, quando a carga tributária cobrada do norte
hierarquia. passou a ser maior que a do sul da capitania, segundo as
autoridades de Vila Boa, por haver mais abundância de ouro
ASPECTOS HISTÓRICOS, SOCIAIS E no norte.
Os mineiros ameaçaram se rebelar contra o governo su-
CULTURAIS DA HISTÓRIA DO TOCANTINS lista e se unir à capitania do Maranhão.
Já durante as lutas de independência do Brasil, parte da
MACETE PARA QUESTÕES DE HISTÓRIA elite goiana, com interesse nas áreas mais ao norte da pro-
DE GOIÁS/TOCANTINS víncia, procura estabelecer um governo autônomo na região
SÉCULO XVI (1501-1600) do atual estado do Tocantins. Foi o Movimento Separatista
do Norte, capitaneado por Joaquim Teotônio Segurado. Era
Povoamento do litoral uma forma de protestar contra o abandono por parte das
Primeiras entradas e bandeiras autoridades de Vila Boa.
SÉCULO XVII (1601-1700) No final do período imperial, o Deputado do Império
O século das entradas e bandeiras por excelência Visconde de Taunay chegou a propor, sem sucesso, por duas
SECULO XVIII (1701-1800) vezes, em 1873 e 1879, a criação da Província de Boa Vista
do Tocantins.
Primeira metade (1701- Segunda metade (1751- Em 1880, o deputado da Província do Pará João Cardoso
1750) 1800) de Meneses e Sousa, apresentou um projeto ao Parlamento
• Auge da mineração • Declínio da mineração do Império que propunha a criação da Província do Norte,
(século do ouro) (1778) anexando partes do Pará, Maranhão e Goiás. O projeto foi
• Povoamento de GO/TO • Transição para pecuária rejeitado por pressão das três províncias, que não aceitaram
(1726) em Goiás e Tocantins ceder seus territórios.
SÉCULO XIX (1801-1900)
Primeira metade (1801- Segunda metade (1851- Desequilíbrio Regional
1850) 1900)
Comprovando os desequilíbrios regionais, os dados refe-
• 1809 – Criação da • Intensa ruralização
rentes à população municipal (1920) revelam que entre 10
Comarca do Norte • A decadência é maior municípios de maior população, apenas três eram situados
• 1815 – Vila de S. João da no Norte de Goiás (hoje na porção setentrional (norte), correspondendo a 11,4 por História e Geografia do Tocantins
Palma Tocantins) cento do total.
• Movimento Separatista • Consolidação da pecuária Em1943, já em plena Era Vargas, foi feita uma nova tenta-
do Norte (1821/1823) tiva de dividir Goiás entre o norte e o sul. Desta vez a iniciativa
SÉCULO XX (1901-2000) partiu do Brigadeiro Lysias Rodrigues, profundo conhecedor
Primeira metade (1901- Segunda metade (1951- da realidade do esquecido norte de Goiás, que propôs a cria-
1950) 2000) ção do Território Federal do Tocantins, sem sucesso.
Em 1956, o Movimento Autonomista de Porto Nacional,
• Coronelismo • JK e a Belém-Brasília (1956)
liderado pelo Juiz de Direito Feliciano Machado Braga, defla-
• Domínio dos Bulhões e dos • Proclamação Autonomista grou uma ampla campanha popular pela criação do Estado do
Caiado (1889-1930) de Porto Nacional (1956) Tocantins, mas o movimento terminou se desarticulando com
• Chegada da ferrovia no Sul • CENOG (1960) a manobra do Governador de Goiás Mauro Borges Teixeira,
(1913) • Guerrilha do Araguaia que, em 1961, transferiu o juiz Feliciano para a cidade de
• 1919–Chacina dos 9 (1970) Anápolis, próxima a Goiânia.
• Revolução de 1930 • CONORTE (1980) No entanto, somente nas décadas de 70 e 80 do século
• Ludoviquismo • CF/1988 – Criação do XX o movimento pela emancipação do norte goiano começa
• Marcha para o Oeste Tocantins a ganhar força no Congresso Nacional. O apoio decorre, em
• 1941-CANG (Bernardo • Fundação de Palmas boa parte, do consenso sobre a necessidade de acelerar a
Sayão) (1989) ocupação da região conhecida como Bico do Papagaio, de-
• Estrada Transbrasiliana pois do confronto entre a guerrilha do Araguaia e o governo
militar nos anos 70.

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Em 5 de outubro de 1988, por determinação da nova • Muito embora os lucros do comércio do Oriente ainda
Constituição Federal, em seu artigo 13 das Disposições Transi- continuassem elevados, Portugal passou a sofrer a con-
tórias, é criado, com o desmembramento do norte de Goiás, corrência de outros países. O Brasil passou a representar
à altura do paralelo 13, o estado do Tocantins. uma alternativa de lucro para a Coroa e a burguesia lusa.
Foi uma luta secular, mas enfim o povo pôde, nas ruas, • A pressão estrangeira sobre o litoral do Brasil se intensifi-
saborear a vitória e o gosto da liberdade. O movimento de cou. A Coroa constatou que as expedições guarda-costas
emancipação do Tocantins começou pelas mãos da elite e eram insuficientes para proteger a nova conquista
com o tempo foi se popularizando e, ao final, valeu a pena. • A ambição pelo ouro aumentou quando os espanhóis
O estado do Tocantins estava livre e era a mais nova unidade conquistaram o Peru (Império Inca) e passaram a ex-
federativa do Brasil. plorar as riquezas da região.
Vamos voltar no tempo para ver como ocorreu esse longo
processo de emancipação. O governo português alimentava esperanças de que
houvesse ouro no Brasil. Em face desses fatores, Portugal
Período Pré-Colonial decidiu colonizar o Brasil, ou seja, transformar o Brasil em
uma colônia. Para tanto foi organizada a primeira expedição
Em 1492, o genovês Cristóvão Colombo, a serviço dos reis colonizadora sob o comando de Martim Afonso de Souza.
da Espanha, descobriu o continente americano. Essa expedição deixou Portugal em dezembro de 1531. As
Em 1494 foi assinado o Tratado de Tordesilhas determi- principais ações da expedição de Martim Afonso de Souza
nando que as terras localizadas 370 léguas a Oeste de Cabo foram: combate a contrabandistas de pau-brasil no Nordeste,
exploração do território e suas potencialidades econômi-
Verde pertenceriam à Espanha e ao leste a Portugal. Dessa
cas, sobretudo no que se refere à agricultura, fundação da
forma, as terras do litoral brasileiro, mesmo antes de serem
primeira vila do Brasil (São Vicente-SP) em 1532, fundação
descobertas já pertenciam a Portugal.
de outra vila, em direção ao planalto paulista (Santo André
da Borda do Campo), construção do primeiro engenho de
açúcar, exploração do interior. Colonizar o Brasil implicava
em gastos elevados para a Coroa portuguesa.Para implemen-
tar a colonização o rei D. João III decidiu recorrer ao capital
privado. Foi então criado o sistema de capitanias em 1534.
de acordo com o sistema, o rei, dono das terras, criou 14
capitanias que foram doadas para 12 donatários.

As Capitanias Hereditárias (1530-1759)

Nota: repare bem no mapa e verá que a maior parte das


terras hoje pertencentes ao estado do Tocantins, não faziam
parte do Brasil; ainda. A linha de Tordesilhas passava na ilha
de Marajó (PA) e saía em Laguna (SC). O processo de coloni-
zação de Goiás/Tocantins só irá se iniciar no século XVIII com
a descoberta de ricas jazidas de ouro na região.
História e Geografia do Tocantins

Mercantilismo

Sistema econômico em voga na época da expansão ma-


rítima europeia

Principais características:
• Monopólio
• Dirigismo estatal
• Protecionismo alfandegário
• Balança comercial favorável
• Metalismo
Os países mercantilistas, casos de Portugal e Espanha,
acreditavam que a principal maneira de assegurar riqueza
era através do acúmulo de metais (ouro e prata) e pedras
preciosas.
• Colonialismo e pacto colonial

Período da Colônia (1500-1822)

No início de 1530, Portugal foi obrigado a mudar sua po- O sistema de capitanias foi regulamentado por dois ins-
lítica no que se refere ao Brasil devido aos seguintes fatores: trumentos jurídicos.

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A Carta de Doação dava ao donatário a “posse” da capi- do Brasil: Fazemos saber a todos os Nossos Subditos,
tania, mas não a propriedade, para explorá-la como quisesse, que a Assembléa Geral Decretou, e Nós queremos a Lei
podendo deixar os direitos de herança aos seus filhos. Mas seguinte:
a terra continuaria pertencendo à coroa. Art. 1º Ficam prohibidas as acquisições de terras de-
O Foral que fixava os direitos e deveres do donatário e volutas por outro titulo que não seja o de compra.
estabelecia que ele deveria colonizar a capitania, fundando Exceptuam-se as terras situadas nos limites do Impe-
arraiais e vilas, bem como policiar as terras, protegendo os rio com paizes estrangeiros em uma zona de 10 leguas,
colonos contra ataques de índios e estrangeiros. Deveria as quaes poderão ser concedidas gratuitamente.
ainda fazer cumprir o monopólio real do pau-brasil e do co- Art. 2º Os que se apossarem de terras devolutas ou de
mércio colonial e, no caso de encontrados metais preciosos, alheias, e nellas derribarem mattos ou lhes puzerem fogo,
um quinto do valor obtido seria pago à Coroa. Além disso, o serão obrigados a despejo, com perda de bemfeitorias, e
donatário deveria expandir a fé católica. de mais soffrerão a pena de dous a seis mezes do prisão e
multa de 100$, além da satisfação do damno causado...
As Sesmarias Dada no Palacio do Rio de Janeiro aos 18 dias do mez
do Setembro de 1850, 29º da Independencia e do Imperio.
Era permitida aos donatários a doação de sesmarias (lo-
tes de terras) às pessoas de qualquer nacionalidade, desde IMPERADOR com a rubrica e guarda.
que professassem a religião católica e administrassem a jus-
tiça em nome do rei e desde que o candidato a proprietário
A Lei de Terras e seus efeitos
tivesse cabedal (recursos financeiros) para desenvolver uma
atividade econômica na terra.
Deveriam promover a catequização dos índios pacífi- Essa nova lei surgiu em um momento oportuno – foi feita
cos, mas também podiam escravizar os índios (caso fossem de caso pensado – quando o tráfico negreiro passou a ser
agressivos era permitido pela “lei da guerra justa”), mon- proibido em terras brasileiras, pela Lei Eusébio de Queiroz,
tar engenhos, cobrar impostos e exercer a justiça em seus de 1850. A atividade, que representava uma grande fonte
domínios. Foi o início do latifúndio no Brasil, situação que de riqueza, teria de ser substituída por uma economia onde
perdura até hoje. o potencial produtivo agrícola deveria ser mais bem explo-
rado. Ao mesmo tempo, ela também responde ao projeto
LEITURA COMPLEMENTAR de incentivo à imigração que deveria ser financiado com a
dinamização da economia agrícola e regularizaria o acesso
O massacre de Bom Jesus do Pontal a terra frente aos novos campesinos assalariados.
Dessa maneira, ex-escravos e estrangeiros teriam que
O Arraial de Bom Jesus do Pontal foi um dos primeiros enfrentar enormes restrições para possivelmente galgarem
povoados a serem estabelecidos no estado do Tocantins, a condição de pequeno e médio proprietário. Com essa nova
tendo sido fundado por Antônio Sanches em 1738, na lei, nenhuma nova sesmaria poderia ser concedida a um
margem esquerda do Rio Tocantins. proprietário de terras ou seria reconhecida a propriedade
Por volta do ano de 1810, um grupo de habitantes do por meio da ocupação das terras. As chamadas “terras de-
arraial foi atacado pelos índios Xerente, ao garimparem volutas”, que não tinham dono e não estavam sobre os cui-
no Ribeirão Matança, que fica próximo ao local. Quase dados do Estado, poderiam ser obtidas somente por meio
todos os moradores foram mortos. Sobreviveram alguns da compra junto ao governo.
que conseguiram atravessar a nado o Rio Tocantins e A partir de então, uma série de documentos forjados
se mudar para o outro lado, fugindo em seguida para o começaram a aparecer para garantir e ampliar a posse de
incipiente povoado de Porto Real (atual Porto Nacional), terras daqueles que há muito já a possuíam. Aquele que
com medo de novos ataques por parte dos índios. se interessasse em, algum dia, desfrutar da condição de fa-
Depois disso, restaram-se apenas algumas ruínas, in- zendeiro deveria dispor de grandes quantias para obter um
cluindo a antiga Igreja de Santo Antônio e Santa Ana. As terreno. Dessa maneira, a Lei de Terras transformou a terra
ruínas ficam localizadas no município de Porto Nacional em mercadoria no mesmo tempo em que garantiu a posse
(TO), a apenas 3 km da TO-255 e a 40 km da sede do da mesma aos antigos latifundiários.
História e Geografia do Tocantins
município, no sopé da Serra do Pontal. Esta lei foi feita para perpetuar o latifúndio. Situação que
Naquela ocasião foi declarada guerra justa aos Xe- perdura até os dias atuais.
rente que passaram a ser perseguidos e exterminados
durante mais de um século, até os últimos sobreviventes A Ocupação do Interior do Brasil
serem aldeados onde hoje é o município de Tocantínia.
Durante os séculos XVI e XVII, a grande lavoura litorânea
A distribuição de terras através da doação por sesmarias
perdurou até 1850 quando o Congresso do Império aprovou foi a base da economia nacional, determinando a mais tardia
a Lei 601/1850, denominada Lei de Terras. ocupação das regiões interiores. No final do século XVI, em
Obs.: As Capitanias Hereditárias foram extintas em 1759, decorrência da atividade da caça ao índio (procurado como
pelo 1º. Ministro de Portugal, Marquês de Pombal, mas a mão-de-obra), surgiram algumas penetrações esparsas, que
forma de aquisição de terras continuou sendo por meio da não fixaram o homem ao solo. A região sofria assim um pe-
doação de sesmarias até a edição da Lei de Terras, em 1850. queno processo de transformação.
Tais penetrações não representaram fase de fixação e co-
LEITURA COMPLEMENTAR lonização, constituindo-se em incursões de reconhecimento
das possibilidades econômicas da região, através da coleta de
Lei 601, de 18 de setembro de 1850 amostragens de ouro e de apresamento de silvícolas.

Dispõe sobre as terras devolutas no Império... Expansão territorial

D. Pedro II, por Graça de Deus e Unanime Acclamação No período de dominação espanhola a linha de Tordesi-
dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpetuo lhas perdeu o seu sentido, embora o tratado não tenha sido

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revogado. Os bandeirantes avançaram para muito além da Tivemos diferentes fases no sistema de bandeirantismo,
linha e o Brasil triplicou de tamanho. A expansão da pecuária que foram fundamentais para a definição do espaço territo-
e as missões jesuíticas foram fatores que contribuíram para rial brasileiro, vejamos:
essa expansão.

Entradas e Bandeiras

Durante o século XVII os limites territoriais estabelecidos


pelo Tratado de Tordesilhas deixaram de fazer sentido. O ter-
ritório português, limitado ao litoral e ao sertão nordestino,
foi ampliado graças a diversos fatores. Veremos abaixo os
principais aspectos da expansão territorial.

Bandeirantismo

O bandeirantismo foi o conjunto de ações empreendidas


pelos habitantes da Capitania de São Vicente (hoje São Paulo)
rumo ao interior. Os bandeirantes eram habitantes da Vila
de São Paulo de Piratininga, capital de São Vicente (hoje
São Paulo), de onde partiam as expedições. Essa região era,
desde os inícios da colonização, uma região pobre, afastada
das relações mercantilistas que uniam a Metrópole e a co-
lônia. Os habitantes da Capitania de São Vicente (hoje São
Paulo) foram os responsáveis pela exploração do interior do
Brasil e contribuíram de forma decisiva para o crescimento
territorial do Brasil. Estátua do Anhanguera Filho – Goiânia (GO)
A primeira bandeira que, partindo de São Paulo, possi-
velmente chegou aos sertões de Goiás/Tocantins, no atual O bandeirantismo prospector
leste do Tocantins foi a de Antônio Macedo e Domingos Luís
Grau (1590-1593). Essas expedições eram realizadas para a busca de metais
e pedras preciosas. A busca de ouro era uma preocupação
Diferença entre entrada e bandeira constante da Coroa portuguesa. Os governadores da metró-
pole organizaram diversas expedições que foram chamadas
A principal diferença entre entrada e bandeira é que as de Entradas. Dentre as várias expedições realizadas em busca
primeiras tinham financiamento público, eram organizadas de ouro destacam-se as realizadas por Fernão Dias Paes, Bor-
pelo governo, geralmente procuravam respeitar os limites de ba Gato, Garcia Rodrigues Paes e Bartolomeu Bueno da Sil-
Tordesilhas e a maioria das expedições realizadas partiam da va, o Anhangüera; essas bandeiras penetraram o interior da
capital do Brasil na época, Salvador, na Bahia ou até mesmo região central do Brasil (Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso).
de Pernambuco.
Bandeiras, eram expedições particulares e não respei-
O bandeirantismo apresador
tavam os limites de Tordesilhas, geralmente começavam a
partir da Vila de São Paulo de Piratininga, na Capitania de
São Vicente (hoje São Paulo). Mas ambas tinham objetivos Esse mecanismo foi empreendido para aprisionar (alguns
semelhantes. As entradas se preocupavam mais com a pros- autores usam expressões como aprear, apresar ou mesmo
pecção do território e de metais preciosos, já as bandeiras, cativar) os indígenas. Estes já habitavam ou fugiram das regi-
além disso, se dedicavam também ao apresamento de índios ões litorâneas dominadas pelos portugueses. Essas bandeiras
História e Geografia do Tocantins

para escravização. atacavam as aldeias ou as missões (reduções) jesuítas para


escravizar os índios. As bandeiras iniciaram-se ainda no final
Quadro comparativo: do século XVI e prosseguiram até meados do século XVII. Os
indíge-nas capturados eram vendidos para as regiões açuca-
SEMELHANÇAS -reiras mas eram sobretudo empregados nas plantações dos
Eram expedições que iam para o interior do país em busca colonos paulistas.
de fazer o reconhecimento do território e na tentativa de
encontrar metais e pedras preciosas. O sertanismo de contrato
DIFERENÇAS
ENTRADAS BANDEIRAS Em razão de sua experiência nas viagens pelo ser-tão e
na habilidade par atacar e escravizar os indíge-nas, as auto-
• Organizadas pelo governo • Iniciativa privada ridades de São Paulo, para combater tribos indígenas hos-
• Não visavam lucro imediato • Visavam lucro imediato tis e quilombos de escravos, contratou bandeirantes. Essas
• Partiam das Capita-nias de • Partiam de São Paulo de expedições receberam o nome de sertanismo de contrato.
Salvador (BA) e de Olinda (PE) Piratininga (SP) Os principais bandeirantes que fizeram contratos foram Do-
• Apenas prospecção • Prospecção e apresamen- mingos Jorge Velho, que destruiu Palmares, Matias Cardoso
• Respeitavam os limi-tes de to de Almeida e Este-vão Ribeiro Baião Parente. Os bandeiran-
Tordesilhas • Não respeitavam os limi- tes paulistas atuaram principalmente no nordeste e foram
tes de Tordesilhas responsá-veis pela destruição de diversas tribos indígenas.

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Um famoso bandeirante de contrato que atuou no To- Bandeirantes: heróis ou vilões?
cantins foi Wenceslao Gomes da Silva, que dizimou grande
parte dos índios das etnias Acroá e Xacriabá que viviam
onde hoje estão os municípios de Arraias, São Domingos
e Natividade.

Descidas

As descidas eram expedições realizadas pelos jesuítas


ao interior do Brasil com o objetivo de convencer os indí-
genas dessa região a migrarem para regiões próximas das
suas missões ou reduções visando facilitar o trabalho de ca-
tequização. As principais missões jesuíticas ficavam no norte
e no sul do país.
Como já foi salientado, os principais objetivos das bandei-
ras eram os metais preciosos e a captura dos indígenas. Os
paulistas dependiam do trabalho dos índios para sustentar
sua economia, desvinculada do comércio com a Metrópole.
Sem recursos para empregar a mão-de-obra africana, os ha-
bitantes de São Paulo passaram a utilizar sistematicamente o
trabalho escravo do índio em todo tipo de atividade.
Os indígenas foram “empurrados” para o interior, o que
obrigava os bandeirantes a penetrar cada vez mais no ter-
ritório que hoje é o da região sul. Quando perceberam que
as missões jesuíticas poderiam ser uma fonte inesgotável de
escravos, passaram a atacá-las sem piedade. Esses ataques
tornaram-se freqüentes a partir de 1628. A região do Guairá,
foi invadida e diversas missões foram destruídas. Durante muito tempo os historiadores consideraram os
No que se refere ao ouro, as buscas eram antigas, mas bandeirantes como heróis, responsáveis pela expansão ter-
apenas no final do século XVII foram bem sucedias como a ritorial do Brasil. De fato a ação dos bandeirantes foi decisiva
descoberta do minério na região de Minas Gerais. A explo- para a ultrapassagem dos limites fixados pela linha de Torde-
ração prosseguiu até a descoberta de ouro na região centro- silhas. Quando, no século XVIII, foram discutidas as fronteiras
-oeste (Goiás e Mato Grosso). entre a América Espanhola e a América Portuguesa, a ação
dos paulistas foi fundamental para a expansão do território
português. Além disso, os paulistas descobriram ouro em Mi-
Fazendas de Gado
nas Gerais e em Mato Grosso, além de chegar ao Amazonas.
Todavia, não se pode deixar de mostrar que essa visão
A expansão para o interior também se fez através da heróica encobre as atrocidades sem fim realizadas pelos
expansão das fazendas de gado. bandeirantes. As tribos indígenas e as missões jesuíticas
O gado bovino ou vacum foi introduzido no Brasil, a partir foram vítimas de ataques cruéis que não poupavam mulhe-
de 1530, pelos capitães donatários que trouxeram para cá res, crianças e velhos. Milhares de indígenas foram mortos
os primeiros exemplares dessa espécie. e escravizados pelos bandeirantes de São Paulo.
História e Geografia do Tocantins
O gado deveria ser utilizado nos engenhos como força Veja abaixo o retrato do bandeirante Domingo Jorge Ve-
de tração para mover moendas, puxar carros de boi, forne- lho, feito, pelo bispo de Pernambuco em 1697. Jorge Velho
cimento de leite e carne para oconsumo local. foi o responsável pela destruição do Quilombo de Palmares
Os portugueses não tinham intenção de desenvolver e pela morte de Zumbi.
grandes fazendas de gado com o objetivo de exportar a carne
para a Europa. Mas, o gado se multiplica naturalmente. Por “Esse homem é um dos maiores selvagens com que
volta de 1600 o rebanho bovino no litoral havia crescido a tenho topado (...) nem se diferencia do mais bárbaro
ponto de estar causando prejuízo, invadindo e devorando os tapuio, mas que em dizer que é cristão, e não obs-
tante o haver-se casado de pouco, lhe assistem sete
canaviais. A disputa entre a cana e o espaço para pastagem
índias cuncubinas (...) sendo sua vida, desde que
acabou empurrando o gado para o interior.
teve uso da razão se é que a teve (...) até o momento,
A partir de 1600 decretos reais proibiram a criação de andar metido pelos matos, à caça de índios, e de
gado no litoral. O primeiro deles ordenava que o gado deveria índias, estas para o exercício das suas torpezas, e
ser afastado pelo menos 10 léguas do litoral. Foi o começo da aqueles para o granjeio de seus interesses”.
interiorização das fazendas de gado. Nos 150 anos seguintes
(1600-1750), com o crescimento contínuo do rebanho o gado A moderna historiografia considera que os bandeirantes
foi se afastando cada vez mais do litoral, a ponto de alguns não foram nem heróis e nem vilões. Eles apenas agiram como
fazendeiros estabelecerem suas propriedades depois dos era de costume numa época em que não existia a noção
limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas, a mais de de direitos humanos e as condições de sobrevivência eram
1.500 km do litoral. extremamente difíceis. Foram “homens do seu tempo”.

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O Tratado de Madri (1750) A bandeira do Anhangüera Filho

É costume dizer que o descobridor de Goiás/Tocantins


foi o Anhanguera Filho. Isso não significa que ele foi o pri-
meiro a vir a Goiás, e ao hoje estado do Tocantins, mas sim
que ele foi o primeiro a vir à região com intenção de se fixar
aqui. Sabe-se que pelo menos 14 bandeiras estiveram por
aqui antes dele. Isso se deu dentro de uma conjuntura do
descobrimento do ouro no Brasil.
Em 03/07/1722 Anhangüera Filho partiu de São Paulo,
com 500 homens, 39 cavalos, 152 armas e 2 religiosos. A
bandeira durou 3 anos, 2 meses e 18 dias.
A bandeira enfrentou muitas dificuldades pelo caminho:
fome, confrontos com índios, desentendimentos entre os
sócios, doenças e mortes. Mas o Anhanguera Filho era um
homem insistente; afirmava que preferia morrer aqui a voltar
a São Paulo sem o ouro que veio procurar. Quando finalmente
chegou à terra dos Goyazes estava acompanhado de apenas
80 homens. A maioria havia morrido, desertado da bandeira
ou lançado roças e ficado para traz à espera de um resgate
que esperavam vir de São Paulo. Mas a insistência foi recom-
pensada; ricas minas foram encontradas e o Anhanguera
Filho retornou a São Paulo levando uma arroba (15kg) de
ouro para provar a descoberta.
Após a restauração da independência de Portugal (1640), Veja abaixo trechos do documento histórico denominado
liderada por D. João IV, Duque de Bragança, os espanhóis “Relato do Alferes Braga”. O Alferes, posto militar equiva-
exigiram que Portugal voltasse a respeitar os limites impostos lente a sargento, era um dos participantes da bandeira e
por Tordesilhas, mas Portugal se recusou. Guerras e nego- desertou, descendo os rios Araguaia e Tocantins até chegar
ciações diplomáticas se alternaram ao longo dos 110 anos a Belém (PA).
seguintes entre os dois países ibéricos, até ser encontrada
uma solução negociada. LEITURA COMPLEMENTAR
Em 1750 as partes entraram em acordo e firmaram o
Tratado de Madri, que viria a substituir o Tratado de Torde- Relato do Alferes Braga
silhas (1494). O negociador brasileiro, diplomata e advogado
Alexandre de Gusmão, alegou em defesa do Brasil o princípio ...Aqui nos começou a gente a desfalecer de todo:
latino de uti possidetis (usucapião). Significa que quem de morreram-nos quarenta e tantas pessoas entre brancos
fato ocupou e colonizou um determinado território deve ser e negros, ao desamparo, e o eu ficar com vida o devo
o dono dele. ao meu cavalo, que para me montar nele, pela fraqueza
Assim, todas as terras localizadas além dos limites de Tor- nímia em que me achava, me era preciso o lançar-me pri-
desilhas (incluindo cerca de 80% do território tocantinense), meiro nele de braços levantados sobre o primeiro cupim
que hoje pertencem ao Brasil. que encontrava...
... Retirado o dito Francisco de Carvalho, o achamos
A bandeira do Anhangüera Pai com a boca, nariz, e feridas cheias de bichos, mas vendo
que lhe palpitava ainda o coração, e que tinha outros mais
Em 1682, Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera Pai, sinais de vida, o recolhemos na rancharia, curando-lhe as
esteve em território do sul de Goiás, onde encontrou ves- feridas com urina e fumo, e sangrandoo com a ponta de
tígios de ouro na região do Rio Vermelho, aos pés da Serra uma faca, por não termos melhor lanceta: aproveitou tanto
Dourada, onde hoje está situada a cidade de Goiás. a cura, que o Carvalho pela noite tornou em si, abriu os
A região era habitada pelos índios da etnia Goya ou Goya- olhos, mas não pôde falar, senão no dia seguinte...
zes. Na ocasião o experiente bandeirante, percebendo que ...Daqui rodamos rio abaixo e demos em um jenipa-
os índios estavam usando adornos que possuíam pequenos peiro, com cuja fruta nos regalamos dois dias, e no fim
pedaços de ouro, teria ateado fogo a uma bateia cheia de destes como a fome era muita entramos pelas sementes
aguardente para forçar os índios a lhe mostrar onde eles das ditas frutas; mas estas nos puseram em tal estado,
haviam encontrado o precioso mineral. Diante da cena inu- e impediram de tal sorte o curso, que nos consideramos
sitada e com medo de terem os seus rios incendiados, os mortos. Valemo-nos duns pequenos paus, e com eles em
índios teriam começado a gritar: Anhanguera! Anhanguera!,
lugar de cristel obrigamos a natureza a alguma evacu-
que no idioma tupi significa “Diabo Velho”, dando origem ao
ação.
apelido do Bandeirante.
Na ocasião ele estava acompanhado de seu filho de 14
anos, Bartolomeu Bueno da Silva Filho, que além de possuir
Em 21/10/1725, Anhangüera Filho volta a São Paulo e
o seu nome também herdaria, mais tarde, o seu apelido.
anuncia o achado das preciosas minas no Rio Vermelho, terra
Anhanguera Pai voltou a São Paulo com planos de formar
dos índios Goyazes.
uma nova bandeira e retornar à região onde tinha encontra-
do vestígios de ouro para melhor investigá-la, mas morreu
antes de conseguir seu intento. A partir da morte do pai, O início do povoamento
Anhanguera Filho assumiu consigo mesmo a promessa um
dia voltar à terra do Goyazes, isso só iria acontecer em 1722, Em 1726, D. Rodrigo César de Menezes, governador da
quando já tinha 54 anos de idade. Capitania de São Paulo, manda o Anhanguera Filho de volta a
Goiás/Tocantins, com o título de Superintendente das Minas, A primeira região ocupada em Goiás foi a região do Rio
para iniciar o povoamento, quando foi fundado o Arraial de Vermelho. Entre 1727 e 1732 surgiram diversos arraiais, além
Santana. Logo depois surgiriam novas povoações no entorno de Santana (posteriormente Vila Boa de Goiás), em conse-
como Anta, Ferreiro e Ouro Fino. qüência das explorações auríferas ou da localização na rota
de Minas para Goiás. Em 1736 já havia nas minas de Goiás
Organograma do poder em uma região mineradora 10.236 escravos. Nas proximidades de Santana surgiram os
arraiais de Anta e Ouro Fino; mais para o Norte, Santa Rita,
Guarinos e Água Quente. Na porção Sudeste, Nossa Senhora
do Rosário da Meia Ponte (atual Pirenópolis) e Santa Cruz.
Outras povoações surgidas na primeira metade do século
XVIII foram: Jaraguá, Corumbá e o Arraial dos Couros (atual
Formosa), na rota de ligações de Santana e Pirenópolis a
Minas Gerais.
Ao longo dos caminhos que demandavam a Bahia, mais
ao Norte, na bacia do Tocantins, localizaram-se diversos
núcleos populacionais, como São José do Tocantins (Nique-
Em 1739, o Arraial de Santana foi elevado à condição de lândia), Traíras, Cachoeira, Flores, São Félix, Arraias (TO),
Vila. Vila Boa de Goiás. Natividade (TO), Chapada (TO) e Muquém.
A partir de momento em que um arraial atingia o status Na década de 1740 a porção mais povoada de Goiás era
de vila, passava a ter autonomia e o direito a uma espécie o Sul, mas a expansão rumo ao norte prosseguia com a im-
de prefeito, o Intendente, um Senado da Câmara, formado plantação dos arraiais do Carmo (TO), Almas (TO), Conceição
por vereadores, escolhidos entre os “homens bons” da vila. (TO), São Domingos, São José do Duro (TO), Amaro Leite,
Cavalcante, e Pilar de Goiás e Porto Real (TO), atual Porto
Ser um “homem bom” era sinônimo de ser rico, católico
Nacional, a povoação mais setentrional de Goiás/Tocantins.
e branco. A vila também tinha direito a ter um juiz e a um
pelourinho, local onde se administrava a justiça. O pelouri-
O sistema de datas
nho tinha, necessariamente, uma cadeia, uma forca, para
executar as penas de morte, muito comuns à época e um De acordo com Raimundo Faoro, em sua clássica obra
tronco, onde os escravos eram castigados. Os Donos do Poder, era através do sistema de datas que se
Goiás/Tocantins permaneceu ligado à Capitania de São organizava a exploração do ouro, conforme o ordenamento
Paulo até 1749, embora, por alvará de 08 de novembro de jurídico da época.
1744, de D. Luís de Mascarenhas, governador da capitania de Assim que um veio de ouro era descoberto em uma re-
São Paulo tivesse oficializado a separação de Goiás e de Mato gião mineradora, imediatamente, o Superintendente das Mi-
Grosso daquela capitania. Porém, o primeiro governador de nas ordenava que a região fosse medida e dividida em lotes
Goiás, D. Marcos de Noronha, o Conde dos Arcos, só chegou para poder ter início o processo de mineração. Cada lote,
a Goiás em 1749 e, portanto, somente aí Goiás/Tocantins tinha a medida de 30 x 30 braças (uma braça tem 2,20m),
passou a ser, de fato, uma Capitania independente. ou seja, aproximadamente 66 x 66m.
Estes lotes recebiam a denominação de datas e, cada
Organograma do poder em uma capitania independente data, por sua vez, era equivalente a uma lavra de mineração.

Minerador Rei Minerador


História e Geografia do Tocantins

A Ocupação Mineratória – Mineração

Enquanto o século XVII representou etapa de investigação


das possibilidades econômicas das regiões goianas/tocanti-
nenses, durante a qual o seu território tornou-se conhecido, As datas eram distribuídas da seguinte maneira:
o século XVIII, em função da expansão da marcha do ouro, O minerador responsável pelo achado escolhia a primeira
foi ele devassado em todos os sentidos, estabelecendo-se a data para si. Um funcionário da Real Fazenda (o ministério
sua efetiva ocupação através da mineração. responsável pela mineração na época) escolhia a segunda
data para o rei. O responsável pelo achado tinha o direito
de escolher mais uma.
O rei não tinha interesse em explorar diretamente a sua
data e ordenava que ela fosse leiloada entre os mineradores
interessados em explorá-la. Quem pagasse mais ficaria com
ela. O dinheiro do leilão era enviado a Portugal, como renda
pessoal do rei.
As demais datas eram distribuídas por sorteio aos mine-
radores que possuíssem um mínino de doze escravos para
poder explorá-las. Cada minerador tinha direito a uma data

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por vez. Repare que a atividade mineradora era extrema- A produção de ouro em Goiás/Tocantins foi maior que a
mente intensiva em utilização de mão-de-obra. Doze homens de Mato Grosso, porém muito menor que em Minas Gerais.
trabalhavam junto em um espaço de apenas uma lavra. O declínio da produção foi rápido.
O pico de foi em 1753, mas 30 anos depois a produção
O início da mobilidade social já era insignificante.
Luís Palacín afirma que esses são os dados oficiais dispo-
Diferentemente da economia canavieira (cana-deaçúcar) níveis, porém, o volume de ouro extraído deve ter sido muito
que tinha uma sociedade estamental (no estado em que você maior. De acordo com esse historiador, a maior parte do ouro
nasceu permanece), a sociedade mineradora não era estáti- retirada era sonegada para fugir dos pesados impostos e,
ca. Havia a possibilidade, mesmo que pequena, de mudança portanto, não sabemos ao certo quanto ouro foi retirado de
de classe social. Foi o início da mobilidade social no Brasil. fato das terras goianas e tocantinenses.
Existiam dois tipos de mineradores, o grande, era o mi-
nerador de lavra, e o pequeno, o de faiscamento. Os Impostos
O minerador de lavra era aquele, dono de pelo menos 12
escravos, que participava do sorteio das datas e tinha o direito A Real Fazenda preocupava-se enormemente com a tribu-
de explorar os veios de ouro em primeiro lugar. Quando uma tação, os impostos eram arrecadados através da cobrança do
lavra começava a demonstrar esgotamento e a produtividade quinto. Para aprimorar a arrecadação e evitar a sonegação,
caía geralmente ela era abandonada e, a partir deste momen- em 1720 foram instituídas as casas de fundição juntamente
to, o faiscador poderia ficar com o que sobrou dela. com uma lei que proibia a circulação de ouro em pó, além
O faiscador era o minerador com pequena quantidade de da delação premiada. Essa medida gerou descontentamento
escravos, insuficientes para participar dos sorteios, ou mes- entre os mineradores que se rebelaram, em Vila Rica (MG),
mo o trabalhador individual, que só tinha a sua bateia para sob a liderança de Filipe dos Santos. O desfecho foi sangrento.
tentar a sorte nas lavras abandonadas. Alguns conseguiram Filipe dos Santos foi enforcado e esquartejado.
ir juntando ouro suficiente para adquirir mais escravos e, À medida que a arrecadação caía, devido ao esgotamento
posteriormente, passaram a ser grandes mineradores. Alguns das jazidas, a fiscalização arrochava sobre os mineradores e
até fizeram fortuna. então foi criada a “capitação”. Um imposto que era cobrado
Há registro de alguns proprietários de escravos que os por cabeça de escravo que o minerador possuísse. A Real
deixavam faiscar nos seus poucos momentos de descanso Fazenda não admitia que o ciclo do ouro estava se esgotan-
e alguns até conseguiram comprar a sua carta de alforria, do. Quando a arrecadação caía alegava que era sonegação
documento que garantia a liberdade ao escravo. e implementava novas medidas fiscais.
Tropeiros que abasteciam as regiões mineradoras tam-
bém conseguiram enriquecer. A cobrança dos impostos em Goiás/Tocantins
Tome cuidado, porém, com uma coisa. A mobilidade so-
cial era pequena, não foi suficiente para desenvolver uma O Imposto típico da mineração era o quinto (20%), pre-
classe média. Classe social pressupõe uma grande quantida- visto já nas Ordenações Filipinas, instituídas em 1603.
de de pessoas, e o número daquelas que conseguiam ascen- O quinto nada mais era do que um imposto cobrado pela
der não era suficiente para isso. Só se pode falar em classe coroa portuguesa e correspondia a 20% ou 1/5 de todo ouro
média no Brasil, a partir da industrialização. encontrado na colônia. Este imposto era cobrado nas Casas
de Fundição, para onde todo o ouro extraído deveria ser leva-
Povoamento irregular do, derretido e colocado em formas denominadas quinteiros.
No fundo da forma havia uma espécie de brasão real que
O povoamento determinado pela mineração do ouro é ficava impresso na barrinha de ouro depois de solidificada.
um povoamento muito irregular e mais instável; sem ne- O ouro quintado era devolvido depois de descontada a parte
nhum planejamento, sem nenhuma ordem. Onde aparece devida à Real Fazenda.
ouro, ali surge uma povoação; quando o ouro se esgota, os Nas minas de Goiás/Tocantins, variou ao longo do tempo
mineiros mudam-se para outro lugar e a povoação definha o seu sistema de cobrança.
História e Geografia do Tocantins

e desaparece, isso porque o ouro encontrado em Goiás/To- Entre 1726-1736, o quinto era cobrado na Casa de Fun-
cantins era o ouro de aluvião, em pequenas partículas, que dição, instalada em São Paulo, o que facilitava a prática da
ficavam depositadas no leito de rios e córregos ou no sopé sonegação e reduzia os ganhos da Fazenda Real. Era quase
das montanhas, geralmente. Sua extração era rápida e logo impossível fiscalizar devido às grandes distâncias.
as jazidas se esgotavam forçando os mineiros a se mudarem Para combater a sonegação e partindo da idéia que era
em busca de novas áreas para mineração. mais difícil ao minerador esconder o escravo que o ouro
Veja o gráfico a seguir: extraído, de 1736 até 1751 partiu-se para o sistema de ca-
pitação, em que o imposto era cobrado na forma de um
valor fixo por cabeça de escravo. A injustiça dessa forma de
cobrança reside no fato de ela desconsidera as diferenças de
rendimento de cada escravo, em função da maior ou menor
riqueza das várias minas e datas.

O imposto de capitação faz nascer o desejo secessão

Esse imposto causou profundo descontentamento nos


mineradores do norte de Goiás, haja vista que o valor esti-
pulado para a região era mais alto que o cobrado dos mi-
neradores do sul de Goiás. As autoridades da Real Fazenda
alegavam que a minas do norte eram mais ricas.

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Descontentes, os mineradores do norte ameaçaram se Os alimentos e todas as outras coisas necessárias para a
rebelar contra a autoridade do Superintendente das minas de vida vinham das capitanias da costa. As minas eram assim,
Goiás para se subordinarem ao Maranhão ou mesmo criarem uma espécie de colônia dentro da colônia, no dizer do his-
uma nova capitania. toriador Luís Palacín.
Nascia assim o desejo de secessão (de seccionar, separar) Isso nos explica o pouco desenvolvimento da lavoura e
o norte do sul de Goiás. Pode-se considerar esse ato como da pecuária em Goiás/Tocantins, durante os cinqüenta pri-
o fundador do desejo de separatismo. meiros anos. Tal sistema não se devia exclusivamente aos
desejos e à política dos dirigentes; era também decorrente
A volta das casas de fundição da mentalidade do povo.
Mineiro naquele tempo não significava, como hoje, quem
Por fim, em 1751, retornou-se ao sistema de cobrança trabalha na mina, mas o proprietário de lavras e escravos
do quinto nas Casas de Fundição. Dessa vez, porém, houve que as trabalhassem, assim como o roceiro não significava
a instalação, Pelo governador D. Marcos de Noronha, da pri- quem trabalhava na roça, mas o proprietário de terras e de
meira Casa de Fundição em Vila Boa, no ano de 1752. Em escravos dedicados à lavoura.
1754, ao norte da Capitania, em São Félix, foi instalada uma Ser mineiro era profissão mais honrosa, significava o mais
segunda Casa de Fundição, transferida para Cavalcante, em alto status social. Todos queriam ser mineiros, e ninguém
1796, e, extinta, em 1807. queria ser chamado de roceiro, profissão desprezada. Mesmo
após muitos anos da decadência da mineração, esta conti-
Outros impostos nuava sendo a forma de pensar do povo de Goiás/Tocantins.
Isto explica que, além da mineração, não se desenvolvessem
Ainda havia a cobrança dos impostos de entrada (estra- outras formas importantes de economia durante o século
das) ou passagem (rios), cobrado nos registros sobre merca- XVIII, e que só fossem ocupadas as áreas auríferas.
dorias; o dízimo real, sobre a produção agrícola, era cobrado
por contratadores (particulares) e servia para custear as des- O Final da Mineração
pesas administrativas. Havia ainda a siza, que incidia sobre a
venda de escravos; o foro, espécie de IPTU, Havia também o Tentativa de navegação no Araguaia e Tocantins
subsídio literário (1774), implantado pelo Marquês de Pom-
bal, para custear escolas, dentre outros. A carga tributária A partir de 1775, com a mineração em franco declínio,
era escorchante, o que gerava constante descontentamento o Primeiro Ministro de Portugal, Marquês de Pombal, toma
e revolta por parte dos mineiros. diversas medidas para diversificar a economia no Brasil, sen-
do que várias delas vão afetar diretamente a capitania de
Goiás/Tocantins.
Obs.: Não houve em Goiás/Tocantins a cobrança da finta
A primeira, como tentativa de estimular a produção, foi
(imposto aplicado apenas nas Minas Gerais antes da insta-
isentar de impostos por um período de 10 anos os lavradores
lação das primeiras casas de fundição naquela região mine-
que fundassem estabelecimentos agrícolas às margens dos
radora) e nem tampouco da derrama, que nunca chegou a
rios. Dentre os produtos beneficiados estavam o algodão, a
sair do papel e ser aplicada, nem mesmo nas Minas Gerais.
cana-de-açúcar e o gado.
A segunda medida foi a criação, em 1775 da Companhia
Declínio da Mineração de Comércio do Grão Pará e Maranhão, para explorar a na-
vegação e o comércio nos rios amazônicos, incluindo os rios
A partir da segunda metade do século XVIII, Portugal Araguaia e Tocantins.
começou a entrar em fase de decadência progressiva, que O Marquês de Pombal também ordenou a criação dos
coincidiu com o decréscimo da produtividade e do volume chamados aldeamentos indígenas. Todas essas medidas fra-
médio da produção das minas do Brasil. Então desde 1778, cassaram.
a produção bruta das minas de Goiás/Tocantins começou a
declinar progressivamente, em conseqüência da escassez A relação entre os colonizadores e os índios
dos metais das minas conhecidas, da ausência de novas
descobertas e do decréscimo progressivo do rendimento Na época da descoberta, eram numerosas as tribos in-
História e Geografia do Tocantins
por escravo. O último grande achado mineratório em Goiás dígenas que viviam em Goiás/Tocantins, cobrindo todo o
deu-se na cidade de Anicuns, em 1809, no sul da capitania. seu território. Silva e Souza enumera, em 1809, vinte povos
vivendo no território e afirma que certamente deveriam ha-
A atividade agropecuária nas regiões mineradoras ver outros isolados.
Dentre os povos que habitaram Goiás/Tocantins pode-
Por ordem da Real Fazenda, Ministério responsável pela mos citar: Goyá, Caiapós, Xavantes, Crixás, Araés, Canoeiros,
administração das Minas, era praticamente inexistente o cul- Apinagés, Capepuxis, Coroá-mirim, Temimbós, Xerentes, Ta-
tivo e a pecuária em regiões mineiras. Navegar os rios dessas pirapés, Carajás, Graduais, Tessemedus, Amadus, Guassu,
regiões também era proibido nos 50 primeiros anos da mi- Acroá, Xacriabá, dentre outros. Muitos desses povos foram
neração (medo da sonegação), o que praticamente impedia completamente extintos ou fugiram para as mais remotas
o escoamento de produção, caso fosse permitida. regiões da floresta amazônica.
Assim que foram descobertas grandes jazidas de ouro no Em Goiás/Tocantins, a descoberta do ouro levou a dis-
Brasil logo se organizou uma hierarquia da produção: os ter- putas territoriais. Tais disputas decorreram, sobretudo, da
ritórios de minas deveriam dedicar-se quase exclusivamente expulsão e também da fuga de tribos indígenas do litoral,
à produção de ouro, sem desviar esforços na produção de no século XVII, quando buscaram refúgio no interior do país,
outros bens, que poderiam ser importados. em estados como Mato Grosso/Mato Grosso do Sul e Goiás/
Isto era resquício da mentalidade Mercantilista, em voga Tocantins. Quanto mais avançavam os bandeirantes paulistas,
na época, que, durante muito tempo, identificou a riqueza mais provocavam migrações em massa de tribos indígenas,
com a posse dos metais preciosos. levando-as a disputas pela terra e pela sobrevivência.

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A política das autoridades com os índios é totalmente Povos indígenas
oposta a esta guerra de extermínio. As instruções vindas
de Lisboa aos governadores ordenavam “tentem primeiro
todos os meios de suavidade e persuasão para reduzir os
índios bravos a viver civilizados, e não se procurem domar
por armas... a Divina Providência não permitiu estender o
poder desta Monarquia nessas vastas regiões para destruir
ou reduzir à escravidão os naturais habitantes dela, mas para
trazer o conhecimento da religião, e para mudar seus bár-
baros costumes em outros humanos, e mais úteis para sua
própria conservação”.
Ao invés de uma política pacífica, como recomendava
as ordens reais vindas de Portugal. O que prevalecia era o
genocídio sistemático dos nativos.

Aldeamentos indígenas

Durante a época da mineração, as relações entre índios


e mineiros foram eminentemente guerreiras e quase sem-
pre de mútuo extermínio. No dizer de Palacín “Ao mineiro,
sempre apressado e inquieto, faltavam o tempo e a paciência Índio da etnia Karajá/Xambioá (povo Iny)
para atrair o índio mediante uma política pacífica. À invasão
dos seus territórios e as perseguições de capitães-do-mato, Todas as etnias já devidamente reconhecidos tiveram
respondiam os índios com contínuas represálias.” suas terras demarcadas pela União, perfazendo um total de
No sul, os Caiapós moveram guerra contínua durante 50 mais de 7% de todo o território do Tocantins, perfazendo
anos, chegando muitas vezes às portas de Vila Boa. Os que um total de aproximadamente 2 milhões de hectares, área
não foram exterminados pelos sertanistas de contrato Antô- equivalente ao estado de Sergipe.
nio Pires de Campos e Antônio Godoy acabaram aldeados em Os Pankararu, por enquanto, estão vivendo na zona ur-
São José de Mossâmedes, hoje município de Mossâmedes. bana de Gurupi e esperam a demarcação de sua terra no
No norte, a trajetória dos Acroás foi semelhante. Ha- vizinho município de Figueirópolis.
bitavam a região de Arraias, São Domingos e Natividade. 1) Apinayé ou Apinagé (Timbiras Ocidentais) – Cachoei-
Combatidos pelo sertanista de contrato Wenceslao Gomes rinha/ Maurilândia/S. Bento/ Tocantinópolis
da Silva, foram posteriormente aldeados em São José do 2) Krahô (Timbiras Orientais) – Goiatins/Itacajá
Duro, hoje Dianópolis. 3) Xerente – Tocantínia
4) Xambioá – Santa Fé (povo iny)
Mas ao norte, com a decadência da mineração, a ati- 5) Karajá – Ilha do Bananal (povo iny)
vidade hostil dos índios recrudesceu, exterminando fazen- 6) Javaé – Ilha do Bananal (povo iny)
das e até arraiais florescentes. Especialmente na região dos 7) Krahô-Kanela – Lagoa da Confusão
grandes rios, onde os índios se refugiaram, as hostilidades 8) Pankararu – Aguardando demarcação de terras no
continuariam durante muitos anos. município de Figueirópolis.
9) Avá-Canoeiros – Aguardando demarcação de terras
“Aldear os índios consistia em reuni-los em povoa- no município de Formoso do Araguaia.
ções fixas, chamadas aldeias, onde, sob supervisão
de uma autoridade leiga ou religiosa, deviam culti-
var o solo e aprender a religião cristã. Em 1754, deu Avá-Canoeiros terão terra demarcada no estado do
D. Marcos de Noronha regimento a estas aldeias, Tocantins
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submetendo aos índios a um rigoroso regime mili-


tar, que gerou os priores resultados,” no dizer de O presidente da FUNAI (Fundação Nacional do índio),
Luís Palacín. Márcio Meira, deu o primeiro passo necessário para o reco-
nhecimento da terra do povo indígena AváCanoeiro.
Gastaram-se enormes somas na construção e na ma- No dia 19 de abril de 2012, dia do índio, foi publicada no
nutenção das aldeias, mais de 200 contos, quando o orça- Diário Oficial da União, a autorização dos estudos de identi-
mento da capitania não passava de 50. Mas se as intenções ficação das terras indígenas Taego Âwaque (Mata Azul). As
foram boas, os resultados foram pífios. As dificuldades eram terras, que compreendem 29.000 hectares, ficam no muni-
enormes. Não havia pessoal especializado, a população não cípio de Formoso do Araguaia, região sudoeste do estado
cooperava, via o índio como um inimigo ou mesmo um “bi- do Tocantins, às margens da Ilha do Bananal, ao lado do Rio
cho do mato”, e os próprios índios acostumados a viver em Javaés. A área atualmente é ocupada por fazendeiros, uma
liberdade, não resistiam à nova vida em confinamento e mui- das fazendas, inclusive, pertence à Fundação Bradesco.
tas vezes se rebelavam. Sem contar as doenças transmitidas O Coordenador do Serviço de Gestão Ambiental e Ter-
pelos brancos que dizimaram grande parte dos silvícolas. ritorial da FUNAI no Tocantins, João Mitia, destacou que a
No Tocantins, assim como no restante do País, foram decisão gera o reconhecimento do povo Avá-Canoeiro que
os índios os seus primeiros habitantes, sendo de assinalar nos últimos dois séculos foi expulso de suas terras de forma
que, após o descobrimento, houve um genocídio dos povos extremamente violenta.
indígenas. Atualmente o povo Avá-Canoeiro, no estado do Tocan-
Atualmente temos 9 etnias no Estado do Tocantins (7 tins, se resume a 16 pessoas que estão espalhadas em três
devidamente reconhecidas) e a Pankararu e AváCanoeiros aldeias: Santa Isabel, do povo Karajá e Coaoanã e Boto Velho,
aguardando reconhecimento definitivo) do povo Javaé.

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A vinda da família real para o Brasil (1808) nal era saqueado por membros do governo e nobres que
fugiam para o Brasil. O povo estava sendo abandonado e a
As guerras napoleônicas (1805-1815) apresentaram dois revolta pelas ruas acelerava a fuga. D. João fugiu disfarçado
aspectos importantes: de um lado as lutas contra as nações para se esconder da fúria popular. No desespero, muita gente
absolutistas do continente europeu, que viam na Revolução morreu afogada tentando nadar até os navios que zarpavam.
Francesa um grande perigo; de outro, as lutas contra a In- Segundo Nelson Werneck Sodré, “foi um salve-se quem
glaterra, por força das disputas econômicas entre esses dois puder trágico, amargo, característico do nível de desagrega-
países burgueses. ção a que chegará o Reino de Portugal sob o governo bragan-
Em 1806, apesar do domínio continental estar aparen- tino e de uma classe feudal inepta e corrupta. O espetáculo
temente assegurados, a Inglaterra resistiu a Napoleão, fa- teve cores dantescas”.
vorecida pela sua posição insular (Ilha) e sua supremacia No meio da parafernália uma frase coerente foi dita pela
naval, sobretudo depois da batalha naval de Trafalgar (1805), louca rainha D. Maria I aos que a conduziam correndo num
quando a marinha francesa foi derrotada e quase inteira- coche: “Não corram tanto, vão pensar que estamos fugindo”.
mente destruída.
Impossibilitado e voltar a atacar a Inglaterra, Napoleão Conseqüências administrativas da vinda da família real
decretou o Bloqueio Continental (1806), que consistia na para o Brasil
proibição a todos os países europeus de fazerem comércio
com os ingleses, sob pena de ter seus países invadidos pela Para organizar a administração da nova sede do reino
imbatível tropa terrestre napoleônica. português foram necessárias várias providências.
Para Napoleão tratava-se, pois, de derrotar a Inglaterra • Criação dos Ministérios da Fazenda e Interior, Marinha,
através de sua supremacia continental. O bloqueio continen- Guerra e Estrangeiros.
tal era uma guerra indireta para desorganizar a economia • Fundação do Banco do Brasil,
inglesa. • Instalação da Junta Geral do Comércio.
Outro problema que Napoleão teve de enfrentar foi Por- • Criação das primeiras faculdades no Brasil (de Medi-
tugal – tradicional aliado da Inglaterra – que relutava em cina, na Bahia e de Direito, no Recife.
aderir ao bloqueio. Para pôr fim às hesitações, Napoleão • Instalação da Casa de Suplicação (Supremo Tribunal),
ordenou que Portugal rompesse com a Inglaterra e prendesse etc.
os súditos ingleses, confiscando-lhes os bens. Caso contrário, • Elevação do Brasil a categoria de Reino Unido de Por-
a invasão francesa seria inevitável. Sem poder responder tugal, Brasil e Algarves, em 1815.
negativa ou positivamente ao ultimato francês, a situação
de Portugal refletia com toda a clareza a impossibilidade de Novas tentativas de reativação da Economia
manter o status quo. Pressionada por Napoleão, mas inca-
paz de lhe opor qualquer resistência, e também sem poder Na primeira metade do século XIX, era desolador o es-
prescindir da aliança britânica, a Corte portuguesa estava tado da capitania de Goiás/Tocantins. Com a decadência a
hesitante. Qualquer opção significante causaria, no míni- população não só diminuiu como se dispersou pelos sertões,
mo, o desmoronamento do sistema colonial ou do que dele os arraiais desapareciam ou se arruinavam e a agropecuária
ainda restava. A própria soberania de Portugal encontrava- estava circunscrita à produção de subsistência.
-se ameaçada, sem que fosse possível vislumbrar qualquer Como medidas salvadoras, o príncipe regente D. João VI,
solução plausível. assim que chegou ao Brasil, em 1808, passou a incentivar a
Nesse contexto, destacou-se o papel desempenhado por agricultura, a pecuária, o comércio e a navegação dos rios.
Lord Strangford, que, segundo Oliveira Lima, foi “um desses Várias medidas foram anunciadas, mas a maioria nunca saiu
diplomatas, que a Inglaterra costuma exportar para certos do papel.
países; que têm mais de protetores do que de negociadores, 1) Foi concedida a isenção de impostos pelo período de
e que impõem, com mais brutalidade do que persuasão, o 10 anos aos lavradores que, nas margens dos rios Tocantins,
reconhecimento egoísta dos interesses dos seus concidadãos Araguaia e Maranhão fundassem estabelecimentos agrícolas.
e de sua nação”. Como representante inglês, Strangford sou- 2) Ênfase à catequese do índio para aculturá-lo e apro-
História e Geografia do Tocantins
be impor, sem vacilação, o ponto de vista da Coroa Britânica. veitá-lo como mão-de-obra na agricultura.
3) Criação de presídios às margens dos rios, com os se-
As imposições britânicas guintes objetivos: proteger o comércio, auxiliar a navegação
e aproveitar o trabalho dos nativos para o cultivo da terra.
Para a Corte de Lisboa colocou-se a seguinte alternativa: Presídios eram colônias militares de povoamento, defesa
permanecer em Portugal, e sucumbir ao domínio napoleô- e especialização agrícola. Em Goiás/Tocantins, os mais impor-
nico, ou retirar-se para o Brasil. Esta última era a solução tantes foram Santa Maria (atual Araguacema-TO), Jurupen-
definida pela Inglaterra. Para Nelson Werneck Sodré, “a ação se, Leopoldina (atual AruanãGO), São José dos Martírios. Na
de Strangford não se resumia, entretanto, em defender a verdade, deram poucos resultados, por causa do isolamento
solução da retirada para o Brasil, que permitia à Inglaterra e da inaptidão dos soldados no cultivo da terra. A maioria
subtrair a frota portuguesa ao aprisionamento pela forças desses presídios desapareceu com o tempo.
francesas (...)”. Por outro lado, era “preciso fazer pagar a aju- 4) D. João VI, atendendo a uma antiga demanda de vários
da, pressionar no sentido de extrair o máximo de concessões capitães-generais (governadores) de Goiás que reclamavam
daquele governo transido (apavorado), afetado de todos os do tamanho gigantesco da área geográfica de Goiás, dividiu
lados, sem saída, sem possibilidade de resolver sozinho a o território goiano em duas comarcas: a do sul, compre-
situação”. endendo os julgados de Goiás (cabeça ou sede), de Meia
Como a invasão do país era iminente, só restava a D. Ponte, de Santa Cruz, de Santa Luzia, de Pilar, de Crixás e de
João e a Corte portuguesa fugir para o Brasil sob proteção Desemboque; a do norte ou Comarca de São João das Duas
britânica. Barras, compreendendo os julgados de Vila de São João da
O momento era de pânico. As tropas napoleônicas co- Palma (cabeça ou sede), de Conceição, de Natividade, de
mandadas por Junot já invadiam Portugal. O Tesouro Nacio- Porto Real, de São Félix, de Cavalcante e de Traíras.

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Foi nessa época que surgiram através da navegação/ do comércio e da riqueza, que se deve esperar da
pecuária: Araguacema, Tocantinópolis, Pedro Afonso, Ara- navegação desse dois rios e de seus afluentes, possa
guatins e Tocantínia e pela expansão da criação de gado, ser provido pela sua respectiva Capitania de Goiás.”
Lizarda e Taguatinga.
Quem não gostou nada do local escolhido para a sede
A divisão de Goiás em duas comarcas foi Teotônio Segurado, nomeado, em 21 de julho de 1809,
Ouvidor da recém-criada Comarca. A escolha também não
A divisão de Goiás em duas comarcas foi a semente que agradou aos pecuaristas, a elite econômica dominante na
deu origem ao atual estado do Tocantins, pois ficou determi- região.
nado que a divisa das duas comarcas fosse mais ou menos à Usando seu prestígio político, Segurado passou a lutar
altura do paralelo 13º., atual fronteira entre os dois estados. para tentar convencer o Príncipe Regente, D. João VI, a mu-
Outro fato importante foi a nomeação de Joaquim Te- dar a localização da sede para uma região mais próxima dos
otônio Segurado como Ouvidor da Comarca do Norte, que centros povoados. A cidade mais ao norte da capitania era
acabou liderando o primeiro movimento separatista. Porto Nacional, e ficava a quase 1000 km de distância, rio
Tocantins abaixo, até o local escolhido para sede.
Localização da Comarca do Norte Foram 6 (seis) anos de luta, desde a criação da Comarca
até o convencimento de D. João VI, que acabou autorizando
Por determinação de D. João VI a sede da Comarca do a mudança de local.
Norte, criada por Alvará de 18 de março de 1809, deveria Um Alvará Real de 25 de fevereiro de 1814 determinou
ser construída em um local denominado São João das Duas que o novo local escolhido para sediar a comarca seria a barra
Barras (hoje São João do Araguaia, no Pará, perto de Marabá),
(foz) dos rios Palma e Paranã, local escolhido pelo próprio
localizado a mais de 100 km abaixo do Bico do Papagaio. O
Teotônio Segurado e pelo Governador da Capitania de Goiás,
local teria esse nome por ficar localizado na barra (foz) do
na ocasião, Capital-General Francisco de Assis Mascarenhas,
Rio Tocantins com o Rio Itacaiúnas.
que posteriormente recebeu o título nobiliárquico de Mar-
Segundo o militar e memorialista Cel. Cunha Matos, ao
escolher a barra dos dois rios, D. João VI pretendia incentivar quês de São João da Palma.
a navegação, usando os rios Araguaia, Tocantins e o próprio No local escolhido foi fundada, em 26 de janeiro de 1815,
Itacaiúnas, que corta grande parte do estado do Pará. a Vila de São João da Palma, hoje município de Paranã (TO).
Outro objetivo era proteger o território de uma possível A região de São João das Duas Barras só voltou a ser
invasão de franceses e holandeses, via navegação do Rio reintegrada ao Pará em 1920.
Tocantins, a partir de sua foz com o Rio Amazonas, pois nessa
época a França já havia ocupado a região amazônica onde O avanço da Pecuária
hoje se localiza a Guiana Francesa. Já, os holandeses, por sua
vez, haviam se apropriado da região que hoje corresponde Com a decadência da mineração a pecuária tornou-se
ao Suriname. uma opção natural, por vários motivos:
1) O isolamento provocado pela falta de estradas e da
precária navegação impediam o desenvolvimento de uma
agricultura comercial.
2) O gado não necessita de estradas, autolocomove-se
por trilhas e campos até o local de comercialização e/ou
abate.
3) Existência de pastagem natural abundante. Especial-
mente nos chamados cerrados de campo limpo.
4) O investimento era pequeno e o rebanho se se mul-
tiplica naturalmente.
5) Não necessita de uso de mão-de-obra intensiva, como
História e Geografia do Tocantins

na mineração. Aliás, dispensa mão-de-obra escrava.


6) Não era preciso pagar salário aos vaqueiros, que eram
homens livres e que trabalhavam por produtividade. Rece-
biam um percentual dos bezerros que nasciam nas fazendas
(regime de sorte).

Enquanto a sede original não fosse construída, Nativida-


de seria a sede provisória da Comarca, por determinação de
Sua Real Majestade.
D. João VI transferiu a região de São João das Duas Barras
para a jurisdição da Capitania de Goiás.

“..ficando pertencendo à Capitania de Goiás esta


povoação, não obstante continuar a ser provido o
destacamento militar que nela existe pela Capita-
nia do Pará, até que pelo aumento da povoação, Boi Curraleiro

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O povoamento com a pecuária de um pouso de tropeiros; primitivamente, chamou-se Ar-
raial do Calaça. Ipameri, fundada por criadores e lavradores
Um novo tipo de povoamento se estabeleceu a partir procedentes de Minas Gerais. Santo Antônio do Morro do
do final do século XVIII, sobretudo no Sul da capitania, onde Chapéu (Monte Alegre de Goiás), na zona Centro-Oriental,
campos de pastagens naturais se transformaram em centros na rota do sertão baiano. Posse, surgida no início do século
de criatório. XIX, em conseqüência da fixação de criadores de gado de
A necessidade de tomar dos silvícolas (índios) áreas sob origem nordestina.
seu domínio, que estrangulavam a marcha do povoamento Nas porções norte do estado, ligadas à política de povo-
rumo às porções setentrionais (norte), propiciou também a amento dos vales dos rios Araguaia e Tocantins, com obje-
expansão da ocupação neste período. tivos ligados à implantação do comércio fluvial, surgiram as
Veja o trecho da canção Saudade Brejeira: seguintes povoações: Porto Real (Porto Nacional), no final
do século XVIII. São Pedro de Alcântara (Pedro Afonso) e
Que saudade do meu alazão Araguacema, na região do Araguaia.
Do berrante imitando o trovão
Da boiada debaixo do sol A Ruralização
Nos caminhos gerais do sertão.
As características do tipo de pecuária exercido na época
Esta música e outras como Chico Mineiro ou Berrante de – basicamente extensiva – por outro lado, não propiciavam
Madalena, refletem um momento muito especial da ocupa- a criação de núcleos urbanos expressivos.
ção de Goiás/Tocantins, quando no Sul e no Norte de Goiás, A economia tendeu a uma ruralização cada vez mais
no início do século XIX, a mineração era de pequena monta, marcante e o tipo de atividade econômica gerou grande
fazendo surgir um novo surto econômico e de povoamento dispersão e da população. Os antigos centros mineradores
representado pela pecuária, estabelecida através de duas decadentes não foram substituídos por povoações dinâmicas.
grandes vias de penetração: a do Nordeste, representada No norte de Goiás, atual Tocantins, a expansão da criação
por criadores e rebanhos nordestinos, que pelo São Francisco do gado cada vez mais para o norte fez surgir novas povoa-
se espalharam pelo Oeste da Bahia, penetrando nas zonas ções, como Taguatinga, Ponte Alta do Bom Jesus, Brejinho de
adjacentes de Goiás. O Arraial dos Couros (Formosa) foi o Nazaré, Pedro Afonso, Araguaína, Tocantinópolis, Itaguatins
grande centro dessa via. A de São Paulo e Minas Gerais, que e Araguatins; o gado se espraiará por todo o estado até a
através dos antigos caminhos da mineração, penetrou no região do bico do papagaio. Posteriormente surgiram outras
território goiano, estabilizando-se no Sudoeste da capitania. cidades como, Miracema do Norte, Goiatins e Babaçulândia.
Assim, extensas áreas do território goiano foram ocu-
padas em função da pecuária, dela derivando a expansão A Visão do Viajante
do povoamento e o surgimento de cidades como Itaberaí,
inicialmente uma fazenda de criação, e Anápolis, local de
passagem de muitos fazendeiros de gado que iam em de-
manda à região das minas e que, impressionados com seus
campos, aí se instalaram.

Pecuária se desenvolve melhor no Sul

Este povoamento oriundo da pecuária, entretanto, apre-


sentou numerosos problemas. Não foi, por exemplo, um po-
voamento uniforme: caracterizou-se pela má distribuição e
pela heterogeneidade do seu crescimento. Prosperou mais
no sul, que ficava mais perto do mercado consumidor do
sudeste e do litoral.
História e Geografia do Tocantins
Enquanto algumas áreas permaneceram estacionárias –
principalmente no norte, outras decaíram (os antigos centros Auguste de Saint-Hilaire, viajou pelo Brasil entre 1816 e
mineradores), e outras ainda, localizadas principalmente na 1822, naturalista francês – em sua obra “Viagem às Nascen-
região Centro-Sul, surgiram e se desenvolveram, em decor- tes do Rio São Francisco e pela Província de Goiás”, deixa em
rência sobretudo do surto migratório de paulistas, mineiros seus relatos do início do século XIX, uma visão de indolência
e nordestinos. (preguiça) e inanição (fome) muito marcante da gente goiana.
Durante o século XIX a população de Goiás aumentou Assim, o século XIX fica conhecido como um momento de
continuamente, não só pelo crescimento vegetativo, como “decadência”.
pelas migrações dos Estados vizinhos. Os índios diminuíram Veja seguir um relato de S. Hilaire acerca da situação
quantitativamente e a contribuição estrangeira foi inexis- de Goiás:
tente.
A pecuária tornou-se o setor mais importante da eco- LEITURA COMPLEMENTAR
nomia.
O incremento da pecuária trouxe como conseqüência o “Já não há em Santa Luzia senão pequeníssimo núme-
crescimento da população. Correntes migratórias chegavam ro de lojas muito mal sortidas; tudo se compra a crédito.
a Goiás oriundas do Pará, do Maranhão, da Bahia e de Minas, Os jornaleiros – trabalhadores por jornada – têm maior
povoando os inóspitos sertões dificuldade em se fazer pagar, se bem que o seu salário
Povoações surgidas no período: no Sul de Goiás: arraial não vá a mais de 600 por semana; e negros creoulos
do Bonfim (Silvânia), à margem do rio Vermelho, fundado me diziam que preferiam recolher no córrego de Santa
por mineradores que haviam abandonado as minas de Santa Luzia um único vintém de ouro por dia, do que se porem
Luzia, em fase de esgotamento. Campo Alegre, originada a serviço dos cultivadores por 4 vinténs, uma vez que os

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patrões pagam em gêneros dos quais lhes é impossível Temendo perder o trono de Portugal, D. João VI acatou
se desfazerem. Certos colonos caíram em tal miséria que as determinações. Partiu de volta a Lisboa em abril de 1821
ficam meses inteiros sem poder salgar os alimentos (falta deixando no trono seu filho D. Pedro, como príncipe regente
de sal), e quando o pároco faz a sua excursão para a do Brasil.
confissão pascal, sucede freqüentemente que todas as Esse retorno de D. João VI a Portugal ativou o movimento
mulheres da mesma família se apresentam uma pós outra de independência do Brasil e provocou agitações políticas
com o mesmo vestido.” em quase todas as capitanias do país, inclusive em Goiás/
S. Hilaire. Viagem às nascentes do Rio São Francisco Tocantins, onde o houve o movimento separatista do Norte.
e pela Província de Goiás.
A Independência do Brasil
A visão de decadência é, contudo uma visão etnocêntrica
e eurocêntrica. O objetivo das Cortes de Lisboa era manter um governo
• Passou por Goiás/Tocantins um grupo de europeus liberal e constitucional em Portugal conjugado com antigas
intelectuais, século XIX, chamados de viajantes; práticas do Mercantilismo. Por exemplo, queriam recolonizar
• Um dos viajantes mais famosos é Auguste de Sain- o Brasil e revogar o Estatuto de Reino Unido, transformando o
tHilaire, ele afirma que o povo goiano/tocantinense Brasil de volta em colônia de exploração, para solucionar suas
é preguiçoso, indolente e miserável. E diz que Goiás/ dificuldades econômicas, medidas que, obviamente, seriam
Tocantins, é a região mais atrasada, isolada e decaden- combatidas pelas elites econômicas e políticas brasileiras.
te que ele viu no Brasil; Ordens vindas de Lisboa promoveram a transferência de
• Saint-Hilaire compara Goiás/Tocantins com a Europa, várias repartições governamentais e exigiram o imediato re-
tem uma visão européia de desenvolvimento; gresso de D. Pedro a Portugal sob o pretexto de completar sua
• Saint-Hilaire não leva em consideração o contexto his- formação cultural. Os brasileiros perceberam as intenções
tórico para retratar a região e o povo goiano/tocanti- das Cortes e passaram a apoiar uma ruptura com Portugal.
nense, não vê que essa é uma região mineradora em Os protestos se avolumavam. A radicalização das Cortes
decadência e não vê que não é culpa do povo, que é unia, no Brasil, aqueles que achavam que o país poderia
preguiçoso, mas é um povo que só produz para comer continuar ligado a Portugal, desde que mantivesse sua auto-
(subsistência), é isolado, não comercializa e a região é nomia e seu status de Reino Unido, e aqueles que defendiam
miserável. o rompimento total, absoluto e definitivo.
• Outro viajante importante foi o austríaco, Joahan Ema- As abastadas camadas sociais urbanas e rurais procu-
nuel Phol que viajou pelo interior do Brasil entre 1817 raram envolver D. Pedro, para que ele aceitasse a idéia de
e 1821, com o intuito de desvendar as nossas riquezas. realizar a emancipação definitiva sem trauma, isto é, sem
Em seu livro Viagem ao Interior do Brasil, Phol relata conflitos armados que envolvessem a participação das ca-
sua passagem pelo vale do Tocantins, quando passou madas populares.
pelos arraiais de São José do Duro (Dianópolis) e Carmo Em 09 de janeiro de 1822, foi levado ao príncipe regente
(Monte do Carmo), descrevendo o estado de miserabi- um abaixo-assinado com 8.000 assinaturas de aristocratas e
lidade e penúria que vivia a população ribeirinha. Para representantes do comércio. O documento pedia sua perma-
ele, o declínio da mineração do ouro foi irreversível, em nência no Brasil e lhe oferecia a possibilidade de reinar sobre
especial no norte da Capitania de Goiás, onde a crise um império na América. Esse episódio passou à história com
foi mais profunda, em função da região ser isolada, o nome de Dia do Fico, pois D. Pedro teria dito: “Como é para
tanto geograficamente, quanto propositalmente, pois o bom de todos e felicidade geral da nação, estou pronto,
a região sofreu medidas que frearam o seu desenvol- diga ao povo que eu fico”.
vimento entre as quais, ele cita: o fato de a coroa não A decisão de ficar no Brasil, contrariando decisões das
ter incentivado a produção agropecuária nas regiões Cortes, provocou a reação das tropas portuguesas coman-
auríferas, o que tornava abusivo o preço de gêneros dadas pelo tenente-coronel Jorge de Avilez. Na mobilização
do povo contra as tropas de Avilez destacou-se o Clube de
de consumo e favorecia a especulação; a carência de
Resistência, recém-criado no Rio de Janeiro, Jorge de Avilez
transportes, a falta de estradas e o risco freqüente de
e seus comandados foram expulsos do Brasil em fevereiro
História e Geografia do Tocantins

ataques indígenas que dificultavam o comércio, além


de 1822.
da cobrança de pesados tributos que contribuíram para
Como reação ao Fico, os ministros portugueses no Brasil
a drenagem do ouro para fora da região.
pediram demissão. D. Pedro formou então um novo minis-
tério, no qual se destacou José Bonifácio pela sua ação em
PERÍODO DO IMPÉRIO (1822-1889) prol da independência.
O novo ministério simbolizava a liderança da aristocracia.
A Revolução do Porto (1820) Dele saíram algumas determinações que encaminhavam o
Brasil para a firmação de sua independência. Em maio de
Em 1820 um movimento revolucionário liberal explodiu 1822 foi decretado que nenhuma lei vinda de Portugal seria
em Portugal e depôs o governo local que era chefiado pelo aceita no Brasil sem o Cumpra-se do príncipe regente. No
comandante militar inglês, Lord Beresford. mesmo mês D. Pedro recebeu da maçonaria a Câmara do Rio
Os rebeldes do Porto decidiram convocar as Cortes, As- de Janeiro o título de Protetor e Defensor Perpétuo do Brasil.
sembléia encarregada de elaborar uma Constituição para Em Junho, acatando a iniciativa dos liberais radicais lide-
Portugal pondo fim ao regime absolutista. rados por Gonçalves Ledo, D. Pedro assinou a convocação de
Dentre as principais determinações dos rebeldes estavam uma Assembléia Constituinte. José Bonifácio, que era contra
as seguintes: a convocação, terminou por aceitála, mas insistiu na idéia
• a volta imediata de D. João VI para Portugal; de que a eleição fosse pelo voto censitário, o que tiraria do
• que ele aceitasse previamente a Constituição, pondo povo o direito de eleger representantes.
fim ao absolutismo monárquico; Em agosto, foi assinado um decreto que considerava
• que a sede das Cortes (Assembléia Legislativa) fosse inimigas todas as tropas portuguesas que desembarcassem
em Lisboa. no Brasil.

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O grito de Independência homenagem ao personagem, a principal avenida de
Palmas (a capital do estado) leva seu nome.
Restava apenas oficialização da emancipação definitiva, e Joaquim Segurado chegou ao Brasil em 1800 e,
isso aconteceu no dia 7 de setembro de 1822, quando D. Pe- em 1803, foi nomeado ouvidor-geral da Capitania
dro, encontrando-se em São Paulo, recebeu cartas das Cortes de Goiás pelo príncipe regente Dom João VI. Foi
insistindo em seu regresso a Portugal e ameaçando o Brasil promovido ao cargo de desembargador da relação
com o envio de tropas. Ao ler as cartas o príncipe decidiu-se do Rio de Janeiro em 1805, e desembargador da
pelo rompimento definitivo. Estava finalmente oficializada a relação da Bahia em 1808.
independência política do Brasil. O Estado Brasileiro, criado No dia 21 de junho de 1809 foi nomeado desem-
em 1822, foi montado sobre a velha estrutura conservadora, bargador da recém-criada comarca de São João das
agroexportadora, escravista e dependente dos mercados e Duas Barras (atual São João do Araguaia, no Pará).
do capital internacionais. Era um império escravista, bem ao A criação da comarca tinha como objetivo facilitar
seu gosto da aristocracia. a administração do imenso território. Em 1815 foi
fundada a vila de São João da Palma, tendo Joa-
Reflexos da Independência em Goiás/Tocantins quim Teotônio Segurado se tornado o seu primeiro
ouvidor.
Em Goiás as incertezas que antecederam a independên- No ano de 1821 proclamou a emancipação do
cia, aliadas ao contexto político-econômico local, permitiram norte de Goiás. Em 7 de agosto do mesmo ano foi
o desenvolvimento de dois importantes movimentos, um na eleito deputado junto às Cortes Portuguesas, pela
capital, Vila Boa, e o outro no norte da Capitania. Província de Goiás, ainda sob a administração do
Em Vila Boa, centro político-administrativo da Capitania, príncipe regente Dom Pedro I. Em janeiro de 1822
um grupo bastante restrito, mas historicamente significativo, viajou para Portugal, como deputado goiano junto
ligado ao clero e às forças militares, intentou a derrubada à constituinte extraordinária das Cortes Reunidas de
do governador, capitão-general Manuel Ignácio de Sampaio, Brasil, Portugal e Algarves, tomando posse no dia 8
português que governou Goiás/Tocantins entre 1820 e 1822. de abril de 1822, aos 47 anos de idade.
O “grupo de radicais” era liderado pelo Padre Luís Bartolomeu Em 23 de junho de 1823, por ordem do impera-
Marques e pelo Capitão Felipe Antônio Cardoso. dor Dom Pedro I, através do padre pirenopolino Luís
O golpe eclodiria em 14 de agosto de 1821, mas fracassou Gonzaga de Camargo Fleury, foi destituído de todos
em função da prisão dos principais líderes. O grupo contava os seus títulos honoríficos e alguns bens materiais.
com seis membros, sendo três militares e três religiosos e fo- Em 1831, com 56 anos de idade, Joaquim Teo-
tônio Segurado foi assassinado em sua fazenda em
ram todos expulsos da capital. A ação repressora do capitão-
Vila de Palma, localidade por ele fundada. Segurado
-general Manuel Inácio de Sampaio conseguiu desarticular
foi um dos incentivadores para a emancipaçao do
o movimento que, embora frustrado, revela-nos a difusão
estado.
das idéias liberais na Capitania e a tentativa consciente de
elementos da elite local de enfeixar em suas mãos o controle
É importante destacar que Teotônio Segurado não era
da região, afastando o domínio português.
propriamente um defensor da causa da independência bra-
Enquanto ocupou o poder em Goiás/Tocantins, o capitão
sileira, diferenciando-se, portanto do “grupo de radicais”,
Sampaio convocou eleições, em virtude do desenrolar dos
liderados pelo Padre Luíz Bartolomeu Marques, originário
acontecimentos políticos no Rio de Janeiro e na metrópole. de Vila Boa (leia o manifesto reproduzido abaixo). O ouvidor
O pleito destinava-se a eleger os representantes goianos/ defendia a manutenção do vínculo com as Cortes de Lisboa,
tocantinenses nas Cortes de Lisboa, sendo eleitos o Ouvidor sendo inclusive, eleito representante goiano para aquela as-
Joaquim Teotônio Segurado, pela Comarca do Norte e o Padre sembléia, cuja função seria elaborar uma Constituição co-
Silva e Sousa, pela Comarca do Sul. mum para todos os territórios ligados à Coroa Portuguesa.
O movimento separatista do norte de Goiás (1821-23) O passo a passo da rebelião História e Geografia do Tocantins
Em 1821, houve a primeira tentativa oficial de criação do O movimento separatista do norte representou uma con-
que hoje é o estado do Tocantins. O movimento iniciou-se tinuidade da fracassada tentativa de derrubada do Governa-
na cidade de Cavalcante. O mais proeminente líder do movi- dor de Goiás, o português capitão-general Manuel Inácio de
mento separatista foi o ouvidor Joaquim Teotônio Segurado, Sampaio ocorrida na capital, Vila Boa de Goiás.
que já manifestara preocupação com o desenvolvimento do Esse movimento foi liderado pelo Padre Luiz Bartolo-
norte goiano antes mesmo de se instalar na região. Teotônio meu Marques e pelo Capitão Felipe Antônio Cardoso, dois
Segurado, entre 1804 e 1809, fora ouvidor de toda a Capi- entusiastas defensores da independência do Brasil. Ambos
tania de Goiás e, quando em 1809, o território goiano foi lideraram em 14 de agosto de 1821 movimento golpista que
dividido em duas comarcas, por D. João VI, ele tornou-se pretendia derrubar o capitão-general.
ouvidor da comarca do norte. Teotônio declarou a Comarca Descoberta a conspiração, Manuel Inácio Sampaio man-
do Norte (o que corresponde ao atual estado do Tocantins) dou prender todos os líderes. O Capitão Felipe Antônio foi
independente da comarca do sul (atual estado de Goiás). aprisionado em Arraias, o Padre Luiz Bartolomeu Marques
foi banido de Vila Boa e ficou proibido de se aproximar de
Joaquim Teotônio Segurado (Moura, 1775 uma distância de 50 léguas (300 km) da capital.
— Vila de Palma, 14 de outubro de 1831) foi um No município de Cavalcante, o Padre Francisco Joaquim
importante personagem da história de Goiás e do Coelho de Matos assumiu a liderança do movimento inde-
Tocantins. Seu desejo de criação do Tocantins não pendentista (do Brasil) e refugiou-se no interior da capita-
virou realidade mas mesmo assim fez história e, em nia. O Pe. Francisco Joaquim soube catalisar o sentimento

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de abandono da população local e procurou apoio da elite PORTUGUESES BRASILEIROS
pecuarista da região.
De um lado o Ouvidor Te- De outro, o grupo do Pe. Luiz
O movimento rebelde começou em Cavalcante, no dia otônio Segurado e seus Bartolomeu e do Cap. Felipe
14 de setembro de 1821. Nesse dia, depois de uma tensa correligionários, a maioria Antônio, formado por brasilei-
reunião, que durou horas e prosseguiu noite adentro, foi portugueses de nascimen- ros natos, que além de advoga-
escolhido o Ouvidor da Comarca do Norte, Joaquim Teotônio to, que defendiam um go- rem a divisão da capitania de
Segurado, para presidente da junta de governo provisório. verno independente para Goiás, defendiam a indepen-
a comarca do norte mas dência do Brasil em relação a
A instalação da Província da Palma queriam manter o Brasil Portugal.
unido a Portugal.
No dia seguinte, 15 de setembro de 1821, foi instalada
a Província da Palma. Na ocasião, os revolucionários divul- Em outubro de 1821, atendendo à maioria das lideranças
garam um manifesto que continha a clara indicação que um regionais, Teotônio transferiu o novo governo para Arraias,
dos objetivos do movimento era separar a região norte da fazendo surgir forte oposição dos representantes de Caval-
região sul de Goiás. cante. Teotônio permaneceu à frente da Junta de Governo
O manifesto destacava os motivos do desejo separatista independente do Norte entre 14 de setembro de 1821 e
alegando que a região vivia abandonada administrativamen- janeiro de 1822, quando rumou para Portugal, representando
te, sem representatividade política e sem nenhum tipo de Goiás nas Cortes.
assistência do governo do sul.
O afastamento de Teotônio Segurado
Ainda, o manifesto defendia a isenção de vários impostos,
o que agradou a elite pecuarista que apoiava o movimento.
Três meses após o início do movimento e da criação da
Veja abaixo o Manifesto de Criação da Província da Palma:
Província da Palma, Segurado deixou a presidência da junta
provisória e embarcou para Lisboa, ele havia sido eleito como
Habitantes da Comarca de Palma! É tempo de deputado constituinte para participar da elaboração da Cons-
sacudir o jugo de um governo despótico; todas as tituinte convocada pelos rebeldes do Porto, que puseram fim
províncias do Brasil têm nos dado esse exemplo; os a monarquia absolutista em Portugal.
nossos irmãos de Goiás fizeram um esforço infrutí- A saída de Teotônio gerou o fortalecimento do grupo
fero, ou por mal delineado, ou por ser rebatido por dos brasileiros natos, liderados pelo Pe. Luiz Bartolomeu e
força superior, eles continuam na escravidão, e até o Cap. Felipe Antônio, o que desagradou bastante D. Pedro
um dos habitantes dessa comarca ficou em ferros. I, e seu Ministro Plenipotenciário José Bonifácio de Andrada
Palmenses, sejamos livres, e tenhamos seguran- e Silva, o Patriarca da Independência.
ça pessoal; unamo-nos e principiemos a gozar as
vantagens que nos promete a constituição! Duplo governo
Abulam-se esses tributos que nos vexam, ou
por sermos os únicos que os pagamos, ou por não Com a saída de Segurado o movimento se dividiu ainda
serem conformes às antigas leis adaptáveis a esta mais.
pobre comarca. Saídas de gado, décima, banco, pa- Em Cavalcante, Febrônio José Vieira Sodré governava
pel selado, entrada de sal, ferro, aço e ferramentas como sucessor de Teotônio Segurado.
ficam abolidas. Todos os homens livres têm direitos Em Natividade o tenente-coronel Pio Pinto Cerqueira pas-
aos maiores empregos, à virtude e à ciência, eis os sou a governar com o apoio de vários militares, inclusive do
empenhos para os cargos públicos. Cap. Felipe Antônio.
Todas as cabeças de julgado darão um depu- Observa-se que o governo independente instalou-se pri-
tado para o Governo Provisório. Os arraiais de São meiramente em Cavalcante, passando por Arraias e, depois,
José, São Domingos, Chapada e Carmo ficam go- por Natividade/Cavalcante, com a duplicidade de governa-
História e Geografia do Tocantins

zando da mesma prerrogativa. Esses deputados dores. Tal fato revela graves divergências entre as lideranças
devem ser eleitos e dirigirem-se imediatamente a dos arraiais que encamparam a causa separatista, todos dis-
Cavalcante, onde reside interinamente o Governo putando a hegemonia política na região. As divisões internas
Provisório. Depois de reunidos todos os deputados, facilitaram sobremaneira a ação repressora do governo do
sul de Goiás.
se decidirão qual deve ser a capital, e nela residirá
o governo. Os soldados que quiserem sentar praça
A independência do Brasil e o fim do movimento
de infantaria vencerão cinco oitavas por mês e, na
cavalaria, seis e meia.
Em 07 de setembro de 1822, D. Pedro I declarou a inde-
Palmenses, ânimo e união! O governo cuidará de pendência do Brasil. O cap. Felipe Antônio e o Ten. Coronel
vossa felicidade. Viva a nossa santa religião, viva o Pio Pinto Cerqueira ficaram eufóricos e acreditaram que o
Sr. D. João VI, viva o Príncipe Regente e toda a casa movimento separatista seria fortalecido. Chegaram a enviar à
de Bragança, viva a Constituição que se fizer nas capital o deputado provincial goiano Tenente Bernardino de
cortes reunidas em Lisboa. Sena, para tentar oficializar a separação de Goiás e a criação
Cavalcante, 15 de setembro de 1821. da Província da Palma (com a independência as capitanias
passaram a se chamar províncias), mas, o capitão-general
Desunião leva ao fracasso do movimento Manuel Inácio Sampaio, governador de Goiás, fez valer o seu
prestígio político junto a José Bonifácio de Andrada e Silva,
Desde o seu início o movimento separatista mostrou-se Ministro e principal conselheiro de D. Pedro I, para impedir
dividido: que a separação se concretizasse.

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D. Pedro I, acatando pedido de seu ministro e conselhei- economia nacional, o problema do isolamento mantinha-se
ro José Bonifácio, desaprovou o movimento separatista e no norte, perpetuando a estagnação econômica da região.
ordenou a reunificação. A administração, por sua vez, continuava concentrando
O Padre Luiz Gonzaga de Camargo Fleury, representante os recursos e investimentos do estado na região sul, dota-
do governo do sul, foi enviado à região com o propósito de da de melhores estradas e infra-estrutura. Essa realidade
promover a reunificação da província. Camargo Fleury con- manteve-se ao longo do século XX, acentuando-se com a
seguiu, pois, em 24 de abril de 1823, dissolver o governo de construção de Goiânia, a Marcha para o Oeste e a Constru-
Natividade, o que lhe valeu o título de “pacificador do norte”. ção de Brasília. O que gerava revolta da população do norte
Um ofício de José Bonifácio, em nome do imperador D. do estado.
Pedro I, datado de 23 de junho de 1823, sepultou defini-
tivamente o movimento ao condenar a instalação de um A Chacina dos Nove (1917-1919)
governo ao norte, uma vez que considerava “a dita instalação
contrária às Leis que proíbem multiplicidade de governos Durante a República Velha (1889-1930), basicamente
em uma só província”. O mesmo ofício recomendava o res- duas famílias mandaram em Goiás/Tocantins. De 1889-
tabelecimento da unidade provincial, no que foi atendido. 1912 foi o domínio dos Bulhões e de 19121930, domínio
Encerrava-se, naquele momento, o movimento separatis- dos Caiado.
ta do norte de Goiás, valendo citar, porém, a lição de Maria No ano de 1918, os coronéis da oligarquia Caiado, cujo
do Espírito Santo Rosa Cavalcante que, no seu livro O Discurso principal chefe era o Senador Antônio de Ramos Caiado, mais
Autonomista do Tocantins, diz: conhecido pelos apelidos de Totó Caiado ou Totó Brabeza,
protagonizaram uma chacina que marcou a história da então
“Muito embora o Governo Independente do Nor- pacata São José do Duro, atual Dianópolis, quando 9 pessoas
te tenha arrefecido em meio às querelas políticas de tomadas como reféns e mantidas amarradas a troncos de
interesse conflitantes das lideranças do Norte e do madeira foram covardemente assassinadas em plena praça
Centrosul de Goiás, o projeto de autonomia política pública por uma força policial enviada da capital, Goiás Velho.
do Tocantins foi retomado por outras gerações em Tudo começou por causa de uma disputa de poder local
dois momentos politicamente significativos: de 1956 entre o Juiz Manoel de Almeida, aliado dos Caiado e os co-
a 1960 e nos anos 1980, não excluindo falas isoladas ronéis Joaquim Ayres Cavalcante Wolney e seu filho Abílio
que se manifestaram por meio da imprensa local.” Wolney, ambos ex-aliados da oligarquia Caiado e agora de-
safetos políticos de Totó.
Portanto, apesar de vencido nos primeiros tempos do O episódio é bastante conhecido nacionalmente e já deu
Brasil independente, a causa separatista permaneceu no origem a vários livros e até mesmo a um filme (ficção com
espírito do povo tocantinense, revelando-se duradoura e pano de fundo histórico), o Tronco.
persistente, o que resultou na Criação do estado do Tocan- O Tronco é um filme de 1999 dirgido por João Batista de
tins, pela Constituição promulgada em 1988. Andrade baseado no romance homônimo do escritor goia-
no Bernardo Élis. É estrelado por Ângelo Antônio, Letícia
A precária situação do Norte Sabatella, Chico Diaz, Rolando Boldrin e Antônio Fagundes
e narra, com personagens fictícios, a história da chacina que
Em 1823, o Cel. Cunha Matos, militar enviado ao Norte marcou para sempre a vida dos dianopolinos e tocantinenses.
para reconduzi-lo a união com o Sul, documenta em seus
inscritos a indolência do povo e decadência dos arraiais O Inventário de Vicente Pedro Belém
sublevados: “Cavalcante é quase nada,.....aqui falta tudo, a
fome é terrível.....dizem que nas Arraias, Conceição, Flores O estopim da crise foi o inventário de Vicente Pedro Be-
e Natividade, ainda é pior....”. lém, um amigo do coronel Abílio Wolney, que morava dis-
tante de São José do Duro cerca de seis quilômetros. Belém
Tentativas legais de criação do Tocantins foi assassinado no dia 29/12/1917, pelo próprio cunhado.
Durante o desenrolar do inventário, Sebastião de Bri-
to Guimarães, coletor estadual, concunhado do Cel. Abílio,
História e Geografia do Tocantins
No final do período imperial, o Deputado do Império
resolve impugnar o inventário de Vicente Belém alegando
Visconde de Taunay chegou a propor, sem sucesso, por duas
sonegação. O juiz Manoel de Almeida aprova a impugnação.
vezes, em 1873 e 1879, a criação da Província de Boa Vista
Em janeiro de 1918 a questão se arrasta e a posição de Se-
do Tocantins.
bastião é contestada pelos parentes de Vicente Belém, que
Em 1880, o deputado da Província do Pará João Cardoso
protestaram.
de Meneses e Sousa, apresentou um projeto ao Parlamento
Abílio decide resolver o assunto do inventário à força.
do Império que propunha a criação da Província do Norte,
Juntamente com o pai, o Cel. Joaquim, Abílio Wolney e
anexando partes do Pará, Maranhão e Goiás. O projeto foi alguns jagunços partem da propriedade da família, a Fazenda
rejeitado por pressão das três províncias, que não aceitaram Buracão, para São José do Duro, invadem o cartório, desa-
ceder seus territórios. catam o juiz municipal, gritam que querem solução rápida
para o inventário, batem com o coice da carabina na mesa
PERÍODO REPUBLICANO (1889...) do magistrado, ameaçam, discutem, exigem – e o juiz, inti-
midado pelos dois coronéis, pai e filho, e mais os jagunços,
A luta continua no período republicano cede. Resolve atender e despachar o inventário no mesmo
dia, nos termos da exigência dos coronéis. Despacha o in-
No período republicano, a causa separatista do norte de ventário, porém decide denunciar os coronéis ao governo do
Goiás voltou a se manifestar. O crescimento econômico das estado, o que faz, juntamente com o coletor Sebastião de
regiões sul e do sudoeste goiano, intensificado a partir da Brito Guimarães. A denúncia segue para Goiás Velho. E, com
chegada dos trilhos ao estado – a estrada de ferro chegou ao receio de represálias de Joaquim e Abílio, os dois retiram-se
sul de Goiás (Catalão), em 1913 – refletiu-se no aumento das do Duro. Na expectativa da decisão do governo do Estado,
diferenças regionais. Enquanto o sul de Goiás integrava-se à a quem apoiavam.

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João Alves de Castro, Presidente do Estado (como era
chamado Governador à época) decide enviar uma força-tare-
fa, chefiada pelo juiz Celso Calmon Nogueira da Gama e uma
guarnição militar comandada pelo Tenente Antônio Seixo de
Brito. O objetivo era restaurar a ordem e pacificar a região.
Os Wolney fortificam a Fazenda Buracão. O Buracão vira
uma praça de guerra. Ali se acoitam os mais famosos jagun-
ços regionais. Cangaceiros armados até os dentes aguardam
a chegada de tropas vindas da capital a qualquer momento.
Olheiros dos Wolney davam notícia de uma tropa com 60
soldados ou mais.
O juiz Celso Calmon, ao chegar à cidade decide ir até a Capelinha dos 9 – Dianópolis (TO)
Fazenda Buracão – em missão de paz, segundo ele – tentar
negociar uma saída para o problema e foi diplomaticamente A capelinha é considerada até hoje um dos maiores pa-
recebido pelos Wolney. Muito calmo e seguro de si, o dr. Cal- trimônios histórico e sentimental do povo dianopolino.
mon diz aos Wolney a que veio. Veio para pacificar, tranqüi-
lizar o Duro e as famílias, reintegrar as autoridades coagidas O Movimento Tenentista
pela violência dos coronéis e pede aos Wolney a restituição
Os tenentes, na verdade, o jovem oficialato, protesta-
do inventário de Vicente Belém, retirado do cartório e levado
vam contra o abandono em que se encontrava o exército,
para o Buracão. O juiz afirma que a paz voltará a reinar com
desaparelhado e sem recursos. O governo só lhes atribuía
a devolução do inventário. Mas Abílio desconfia. missões humilhantes como depor oligarquias contrárias ao
O Cel. Joaquim Wolney devolve o inventário, contrarian- poder central. Eram os jagunços do governo, no dizer deles.
do o filho Abílio. Esses jovens, devido a I Guerra Mundial, sofreram influ-
ências nacionalistas e industrialistas. Eles queriam moralizar
A chacina a vida pública, acabar com a corrupção. Pregavam o voto
secreto e a reforma do ensino, mas achavam que o povo
Nada do que ficou acertado foi cumprido. De volta ao “despreparado e ignorante” devia ser dirigido pelos “mais
Duro, o juiz Celso Calmon Nogueira da Gama faz justamente o capazes”. Eram ferrenhamente contrários as às oligarquias
contrário do que, dizem, prometera aos Wolney no Buracão. estaduais que mantinham de pé a chamada política dos go-
Decreta a prisão do pai e filho, Joaquim e Abílio e expede o vernadores.
mandado de prisão.
LEITURA COMPLEMENTAR
A tropa comandada pelo Tenente Antonio Seixo de Brito,
marcha sobre a Fazenda dos Wolney – o Buracão. Acercam-se A Política dos Governadores e o Coronelismo
da casa-grande, onde os moradores ainda estavam adorme-
cidos e foram pegos de surpresa. No cerco, o Cel. Joaquim O sistema coronelístico era a base da política dos
foi brutalmente assassinado a tiros, facadas e coronhadas. governadores. Os coronéis eram grandes latifundiários
Abílio escapou por pouco ao esconder-se dentro de uma que exerciam o poder local nos municípios brasileiros e
tulha de farinha – arca de madeira onde se guardam cereais. controlavam a população local através do “curral eleito-
Vários outros membros da família e jagunços foram mortos. ral” e pelo “voto de cabresto”.
Sem conseguir capturar ou matar o Cel. Abílio Wolney e
temendo vingança por parte do Coronel, os militares pren-
dem nove pessoas, dentre elas, amigos e parentes de Abílio.
Os presos foram mantidos amarrados a um tronco de ma-
História e Geografia do Tocantins

deira para serem usados como escudo humano caso Abílio


resolvesse revidar.
O Cel. Abílio Wolney, revoltado com a situação e sedento
de vingança, arregimentou dezenas de jagunços, na região
de Barreiras (BA), cidade com a qual a família tinha muita
ligação. O confronto era inevitável e a batalha foi sangrenta.
Abílio e seus jagunços travaram um combate que teve
várias batalhas. No meio do tiroteio, a polícia matou os nove
reféns que estavam presos ao tronco.
A pedido de seus familiares o Cel. Abílio Wolney retirou-
-se para o Piauí, onde ficou refugiado durante quase 8 anos,
Na República Velha, o resultado das eleições não re-
até ser anistiado, em 1927, por decreto do Presidente Arthur presentava a vontade popular – era a democracia sem
Bernardes, para combater a Coluna Prestes, que naquela povo – pois a população dos municípios votava em quem
ocasião, na sua longa marcha pelo pais, atravessava o norte o coronel mandasse e não raramente eram convencidos
de Goiás, hoje Tocantins, tendo passado pela cidade de São a isso através da violência.
José do Duro. As eleições geralmente eram fraudadas e os votos
No local onde foram sepultadas as vítimas da chacina foi direcionados sempre garantiam a eleição ao candidato
erguida uma capelinha, em homenagem aos que pereceram. governista, que chegava a receber mais de 90% do votos,
O local passou a ser conhecido como a Praça dos Nove. dependendo da influência do coronel que o apoiava.

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O coronel trocava favores com as oligarquias estadu- jornal, “O Libertador”, que na verdade continha um resumo
ais, que, por sua vez, dirigiam os votos para o presidente, do manifesto da idéias tenentistas.
completando, dessa forma, a política dos governadores.
Assim, as famílias se perpetuavam no poder. A passagem da Coluna Prestes pelo Tocantins

O objetivo declarado pelos tenentes para o seu movimen- A Coluna Prestes, considerada a terceira revolta tenen-
to rebelde era percorrer o interior do país conscientizando tista, começou a se formar em Santo Ângelo (RS) mas oficial-
as pessoas da necessidade de acabar com esse pacto oligár- mente nasceu em Alegrete (RS) onde se juntou com a Coluna
quico. Para eles o pior entrave ao desenvolvimento nacional Paulista, de onde partiu para percorrer mais de 25.000 km,
era o coronelismo, a base de sustentação da Política dos atravessando 11 estados brasileiros, depois de um ligeiro
Governadores. Portanto, eram ferrenhamente contrários ao desvio pelo território paraguaio
coronelismo. Nessas andanças a coluna atravessou o estado do To-
cantins, entre setembro e outubro de 1925, passando pelas
As revoltas tenentistas (1922-1927) cidades de Arraias, Natividade, Porto Nacional, Tocantínia
• 05/07/1922 – 1ª. Revolta Tenentista – Os 18 do Forte e Pedro Afonso, desviando em seguida para o Maranhão. No
• 05/07/1924 – 2ª. Revolta Tenentista – Levante de São retorno da coluna do nordeste em direção ao centro-oeste
Paulo ainda passaram pelo município de Dianópolis.
• 1924-1927 – 3ª. Revolta Tenentista – Coluna Prestes

1ª. Revolta Tenentista – Os 18 do Forte ou Revolta do


Forte de Copacabana

• O objetivo era derrubar o Presidente Epitácio Pessoa


• A revolta foi brutalmente reprimida
• Apenas dois tenentes sobreviveram: Eduardo Gomes
e Siqueira Campos

2ª Revolta Tenentista – Levante de São Paulo


Formada por um núcleo fixo de 300 militares, coman-
Em 05/07/1924, aniversário de 2 anos da primeira revol- dados pelo capitão Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro da Es-
ta, novamente os tenentes pegaram em armas para derrubar perança, em alguns momentos a coluna chegou a agregar
o governo, sob o comando do general Isidoro Dias Lopes, em suas fileiras mais de 1.500 homens. Travou mais de 100
com o apoio de Antônio Siqueira Campos e Juarez Távora e combates com as tropas federais, que solicitaram até a ajuda
conseguiram controlar a capital paulista por 23 dias. do cangaceiro Lampião, mas não foi derrotada. História e Geografia do Tocantins
Conseguiram o apoio de outros 5 estados: PE, RS, PA, Também não conseguiu vencer as tropas governamen-
AM e SE. tais. Dispersou depois de dois anos e meio de lutas, já durante
Mais uma vez as tropas federais bombardearam os quar- o governo de Washington Luís.
téis e os revoltosos paulistas fugiram para o Sul, onde se jun- Esse foi o maior esforço militar empreendido até então
taram ao grupo comandado pelo capitão Luís Carlos Prestes, no Brasil para a derrubada de um governo.
formando a famosa Coluna Prestes. Os tenentes conseguiram parcialmente seu objetivo;
sensibilizar a população para a mudança. O movimento te-
3ª Revolta Tenentista – A Coluna Prestes nentista preparou as bases para a revolução de 1930, que
acabaria com a República do Café-com-leite, dando início à
Mas as pessoas possuíam um misto de admiração e Era Vargas no Brasil.
temor pelos tenentes. Isso se dava em função dos boatos
espalhados pelos coronéis da oligarquia Caiado, que go- Governo do Tocantins homenageia Prestes
vernavam Goiás/Tocantins na época, que diziam serem os
tenentes revoltosos cruéis, que não respeitavam mulheres Na Praça dos Girassóis, em Palmas, fica um dos mais belos
nem solteiras nem casadas; que eram ateus e comunistas, memoriais da Coluna Prestes já erguidos no Brasil (existem
que queimavam igrejas, etc, etc... O que não era verdade. vários outros por onde a coluna passou). O projeto arquite-
A prova disso é que quando a Coluna Prestes passou por tônico é do recém-falecido arquiteto Oscar Niemayer, um
Porto Nacional os rebeldes ficaram hospedados no convento dos maiores amigos e admiradores do revolucionário Luís
das freiras dominicanas, onde até chegaram a imprimir um Carlos Prestes.

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Políticas Públicas:
• Fundação Brasil Central (futura SUDECO)
• SPVEA – Superintendência para a Valorização Econô-
mica da Amazônia (futura SUDAM)

A ocupação do Vale do Araguaia

A partir da década de 1930, a região do Médio Araguaia


passou por um intenso processo de povoação advindo da
descoberta de cristal de rocha (quartzito) em grande quan-
tidade nessa região. Garimpeiros oriundos do nordeste e
também do Pará foram os principais responsáveis por esse
processo de povoamento.
Foi nessa época que surgiram os municípios de Xambioá,
Cristalândia, Pium, Formoso do Araguaia e Dueré. Transfor-
Memorial da Coluna Prestes – Palmas (TO) maram-se em municípios prósperos, tirando do isolamento
e do abandono o Vale do Araguaia.
Marcha Para o Oeste
A chegada da BR-153 (Belém-Brasília)
Um dos principais projetos de governo de Getúlio Vargas,
após a vitoriosa Revolução de 1930, foi o da interiorização O problema dos transportes começa a se resolver com
do desenvolvimento, que se faria operar através da Marcha a construção da rodovia Transbrasiliana, a partir de 1951,
para Oeste. (que teve trechos posteriormente incorporados pela Belém-
Goiás teve papel central nesse momento histórico já que -Brasília) e que ligava Anápolis a Tocantínia. As cidades às
o primeiro passo da Marcha para o Oeste foi a Construção de margens da rodovia, como Gurupi e Araguaína conheceram
significativo crescimento, somando-se a outros centros urba-
Goiânia, uma cidade totalmente planejada, no mais moder-
nos representativos da região, como Porto Nacional, Pedro
no estilo arquitetônico da época, o art decò, que havia sido
Afonso e Tocantinópolis, às margens do Rio Tocantins.
consagrado na recém-lançada Carta de Atenas, manifesto
urbanístico resultante do IV Congresso Internacional de Ar-
quitetura Moderna (CIAM), realizado em 1933, na Grécia,
onde a grande estrela foi o arquitelo francês Le Corbusier.
Goiânia era um símbolo do novo em contraposição ao
velho (a oligarquia e o coronelismo típico da era do café-
-com-leite).
Era o Brasil deixando de ser rural e oligárquico para se
inserir no contexto urbano-industrial.
A Marcha para o Oeste definiu-se assim como uma das
faces da política econômica de Vargas, necessária para a
consolidação global dos planos presidenciais.
Em 1940 Vargas definiu o sentido da interiorização:

“Torna-se imperioso localizar no centro geo-


gráfico do País, poderosas forças capazes de irra-
diar e garantir a nossa expansão futura. Do alto
dos nossos chapadões infindáveis, onde estarão, Esclarecimento do DNIT sobre a Belém-Brasília
História e Geografia do Tocantins

amanhã, grandes celeiros do País, deverá descer


a onda civilizadora para as planícies do Oeste e do Em maio de 2012 entrou em vigor a Lei de Acesso à In-
Nordeste”, declarou. formação (Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011) com
o objetivo de garantir aos cidadãos brasileiros acesso aos
Goiânia não representou apenas uma cidade a mais no dados oficiais do Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada ór-
Brasil. Foi o ponto de partida de um ciclo de expansão do gão público terá um Serviço de Informação ao Cidadão (SIC)
Oeste, fator de desenvolvimento nacional, fator de unificação para garantir a transparência dos dados públicos.
política. Goiânia seria uma nova forma de bandeirantismo. Valendo-me da nova Lei que permite a qualquer cidadão
solicitar informações a qualquer órgão público dos três po-
Principais objetivos da Marcha para o Oeste deres questionei ao Departamento Nacional de Infraestru-
• Interiorização do desenvolvimento tura de Transportes (DNIT), órgão subordinado ao Ministério
dos Transportes, sobre as diversas denominações da Rodovia
• Suporte para a ocupação da Amazônia
Belém-Brasília e obtive o seguinte esclarecimento:
• Incentivo a migração
• Reforma agrária LEITURA COMPLEMENTAR
• Criação de Colônias Agrícolas (Eng. Bernardo Sayão)
1941 – CANG – Colônia Agrícola Nacional de Goiás (Ceres) Prezado Senhor,
• Incentivo a agropecuária
• Construção de estradas Informa-se que não existe um documento formal ou
• Rota aérea para o norte legal que tenha definido a rodovia Belém-Brasília. Esta é,
• Retomada da mineração no Brasil Central portanto, uma denominação popular. No início de 1958,

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a partir da decisão do Presidente Juscelino Kubitschek de Novas tentativas de emancipação
transferir a capital federal para o Planalto Central, surgiu
também a idéia de construir uma rodovia que ligasse Em1943, já em plena Era Vargas, foi feita uma nova tenta-
a nova capital ao Meio-Norte brasileiro. Neste primeiro tiva de dividir Goiás entre o norte e o sul. Desta vez a iniciativa
momento, a definição do traçado foi determinada pelas partiu do Brigadeiro Lysias Rodrigues, profundo conhecedor
passagens e trilhas já abertas e pelas cidades existentes da realidade do esquecido norte de Goiás, que propôs a cria-
ao longo do caminho. Em sua inauguração, no ano de
ção do Território Federal do Tocantins, sem sucesso.
1960, este traçado constituía a única rota de ligação entre
as referidas cidades. Ainda em 1960, o Plano Nacional de Em 1956, o Movimento Autonomista de Porto Nacional,
Viação sofreu uma reformulação na qual foi introduzida liderado pelo Juiz de Direito Feliciano Machado Braga, defla-
a classificação das rodovias como: grou uma ampla campanha popular pela criação do Estado do
Rodovias Radiais: são as rodovias que partem da Ca- Tocantins, mas o movimento terminou se desarticulando com
pital Federal em direção aos extremos do país. Nomencla- a manobra do Governador de Goiás Mauro Borges Teixeira,
tura: BR-0XX; Rodovias Longitudinais: são as rodovias que que, em 1961, transferiu o juiz Feliciano para a cidade de
cortam o país na direção Norte-Sul. Nomenclatura: BR-1XX; Anápolis, próxima a Goiânia.
Rodovias Transversais: são as rodovias que cortam o país
na direção Leste-Oeste. Nomenclatura: BR-2XX;Rodovias A Proclamação Autonomista de Porto Nacional
Diagonais: estas rodovias podem apresentar dois modos
de orientação: Noroeste-Sudeste ou Nordeste-Sudoeste.
Nomenclatura: BR-3XX; Rodovias de Ligação: estas ro- As elites regionais voltam a reivindicar a autonomia da
dovias apresentam-se em qualquer direção, geralmente região, destacando-se, em 1956, a “Proclamação autonomis-
ligando rodovias federais, ou pelo menos uma rodovia fe- ta de Porto Nacional”, liderada pelo juiz da comarca de Porto
deral a cidades ou pontos importantes ou ainda a nossas Nacional, Feliciano Machado Braga. Foi lançado o movimento
fronteiras internacionais. Nomenclatura: BR -4XX. Pró-Criação do Estado do Tocantins, que ganha notoriedade
Nesta nova conceituação, que se mantém até hoje, e apoio de várias autoridades da região norte e sul de Goiás.
entendeu-se que a rodovia inicial da ligação Belém-Bra- Dentre outros engajados no movimento emancipatório,
sília, por se estender até o sul do país, não se enquadrava podemos citar: Fabrício Cesar Freire, e Oswaldo Aires da Silva,
como rodovia radial. Assim, esta foi classificada como ro- além do Bispo de Porto Nacional Dom Alano Marie Du Noday
dovia longitudinal e foi denominada BR-153. Deste modo, e de Trajano Coelho, empresário e Prefeito de Pium.
para fazer a ligação entre a capital federal e a capital
paraense, foi criada a rodovia radial BR-010 que, de acor-
do com os novos critérios do Plano de Viação de Viação,
passou a ser a atual diretriz entre Brasília e Belém.
Contudo, como a BR-010 ainda possui 575,1 km não
pavimentados, o traçado que é efetivamente utilizado,
ligando Brasília a Belém, passa pelas seguintes rodovias
e trechos:
BR 080/DF/GO: Brasília – Entroncamento BR153/GO
(tradicionalmente o trecho inicial era a BR060/DF/GO);
BR-153/GO/TO: Entr. BR-080/GO – Entr. BR226/TO;
BR-226/TO/MA: Entr. BR-153/TO – Estreito (BR010/MA)
BR-010/MA/PA: Estreito (BR-010/MA) – Belém/PA

Atenciosamente e à disposição, SIC.


Catedral Nossa Senhora das Mercês

O movimento, que começa em 13 de maio de 1956 (a


data foi escolhida por 13 de maio ser o dia da libertação dos História e Geografia do Tocantins
escravos, simbolizando a libertação do povo tocantinense),
realiza uma grande passeata em 20 de maio, inaugurando,
no aeroporto da cidade, uma placa com os dizeres “Viva o
estado do Tocantins”.
Em sinal de sua dedicação à causa o juiz Feliciano Ma-
chado Braga passou a despachar documentos oficiais como:
“Porto Nacional, Estado do Tocantins”.
O movimento emancipacionista defende a ruptura com
o governo do sul alegando o estado de abandono da região,
precariamente assistida pelos serviços públicos. O norte não
se sentia satisfatoriamente representado, posto que, dos 32
deputados estaduais, apenas 02 eram originários da região.
A criação do novo estado é defendida também como uma
forma de consolidar a Marcha para o Oeste, servindo o To-
cantins de porta de entrada para a região Amazônica.
O movimento criou um hino e uma bandeira; um jornal
– Ecos do Tocantins – e o Divino Espírito Santo foi designado
como padroeiro do novo estado que iria surgir.

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A bandeira da Proclamação Autonomista significativamente, com sua liderança e carisma, para a
credibilidade e início das obras de construção de Brasília.

A bandeira possuía em seu desenho treze listras hori-


zontais, alternadas em verdes e branco, com a mesma sig-
nificação das cores da Bandeira Nacional. O numero treze Em 1958, Juscelino Kubitschek lhe encarrega a cons-
se refere ao dia do lançamento do manifesto, 13 de maio, trução do trecho norte da Transbrasiliana (a Belém-
dia da Libertação da escravatura e simbolicamente o dia da -Brasília). Acompanhando pessoalmente as obras, no
libertação do povo tocantinense, sobreposta às listras hori- início de janeiro de 1959, nos trabalhos de abertura da
zontais uma faixa diagonal vermelha do canto esquerdo para mata uma árvore é derrubada de forma equivocada e
a direita, “exprimindo o ardor, o calor do povo tocantinense atinge o barracão em que encontrava Sayão, que morre
e ao centro desta faixa a palavra “VELO” em letras brancas no mesmo dia.
simbolizando que o novo Estado velaria pelos interesses bra-
sileiros na entrada da bacia amazônica. Bernardo Sayão e o Tocantins
Há também uma versão dizendo que as treze listas são
uma alusão ao paralelo 13º. onde hoje é a divisa entre os Considerado um dos heróis da construção da Belém-
estado de Goiás e Tocantins. -Brasília e grande incentivador no povoamento do norte
tocantinense, seu nome é lembrado em quase todos os
Oposição e governo tentam desarticular movimento municípios que cortam esta estrada, em nome de ruas,
bairros ou colégio.
Os oposicionistas, por sua vez, suscitam a inviabilidade Também ficou conhecido como “o bandeirante mo-
do novo estado, pela precariedade das finanças da região. derno”.
Em uma manobra do governador goiano Mauro Borges
Teixeira, o juiz Feliciano Machado Braga, líder do movimen- Lysias Augusto Rodrigues (Rio de Janeiro, de 1896-
to, é transferido para a comarca de Anápolis, em 1961, e a 1957)
campanha pró-Tocantins ameaça se desarticular.
A CENOG – Casa do Estudante do Norte Goiano, movi- Foi um piloto militar e escritor brasileiro.
mento formado pelos estudantes nortistas que iam fazer
faculdade em Goiânia, tenta manter a luta de pé. Durante o
período de férias, os estudantes agitavam as cidades do norte
de Goiás organizando passeatas e eventos reivindicando a
autonomia do esquecido norte do estado.
Nesta mesma época, início da década de 1960, chega ao
História e Geografia do Tocantins

Tocantins, em Colinas, José Wilson Siqueira Campos que se


engaja na luta emancipatória e viria a se tornar a principal
liderança do movimento separatista daí em diante.

LEITURA COMPLEMENTAR

Desbravadores do Tocantins

Bernardo Sayão Carvalho Araújo (Rio de Janeiro,


(1901-1959)
Lysias Augusto Rodrigues assentou praça em 25 de
Foi um político brasileiro. Formado em 1923 na Escola março de 1916, na Escola Militar do Realengo, tendo sido
Superior de Agronomia e Medicina Veterinária de Belo declarado Aspirante-a-Oficial da Arma de Artilharia em
Horizonte, teve como principal projeto o desenvolvimento 17 de dezembro de 1918. Em 1927 concluiu como capitão
da região central do Brasil. o curso de piloto oferecido pela Escola de Aviação Militar,
Em 1954, foi eleito vice-governador de Goiás, chegan- conquistando o brevê de aviador.
do a governar o estado interinamente por três meses, de Exerceu notável influência para a criação do Minis-
31 de janeiro a 12 de março de 1955. tério da Aeronáutica, publicando vários artigos sobre o
Em setembro de 1956, tornou-se um dos diretores da tema na imprensa do Rio de Janeiro, então capital da
NOVACAP, sendo Israel Pinheiro o presidente, além de República. O ministério foi por fim criado em 20 de ja-
Ernesto Silva e Íris Meinberg. Nesta condição contribuiu neiro de 1941.

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Foi transferido para a reserva remunerada em 13 de polêmicas ocasionadas no governo Lula em relação à aber-
abril de 1945, no posto de major-brigadeiro. Morreu com tura de arquivos do período militar, foi descoberto que boa
61 anos de idade. parte dos materiais foi preservada.
Foi um dos pioneiros da aviação brasileira e respon- Ernesto Geisel, após assumir o comando do governo
sável pela implantação de vários campos de pouso nas do Brasil, também não autorizou a divulgação da existência
principais cidades do hoje estado do Tocantins. de tal guerrilha, ficando desta forma a população brasileira
alheia ao conhecimento dessa movimentação. Por isso, a
Lysias Rodrigues e o Tocantins única menção feita por Geisel a respeito da existência de um
movimento guerrilheiro no interior do Brasil se deu em 1975.
Preocupado com a integração do norte do então es-
tado de Goiás, inaugurou a rota aérea Rio-Belém, e lutou Táticas da Guerrilha
pela construção da Rodovia Transbrasiliana, que veio a
se transformar parcialmente na BR-153 (BelémBrasília). Por uma questão de segurança do grupo, os guerrilheiros
No dia 5 de outubro de 2001, o governador do Estado não tinham identificações. Seus nomes nunca eram reve-
do Tocantins, na presença do Presidente da República, lados, usando desta forma nomes e identificações falsas.
inaugurou o aeroporto da capital, Palmas, que através Sabe-se porém, que muitos eram estudantes e profissionais
do Projeto de Lei nº 233/2001, de 6 de março de 2001, foi liberais que haviam participado de manifestações (passeatas)
batizado com o nome de Brigadeiro Lysias Rodrigues, em contra o regime na década de 1960. Sabe-se por relatos dos
homenagem à memória do heróico desbravador. poucos que sobreviveram que muitos tinham sido torturados
e presos anteriormente pelo regime por não concordar com
Guerrilha do Araguaia uma ditadura comandando o Brasil.
Um dado importante é que a grande maioria dos guer-
A guerrilha foi organizada pelo Partido Comunista do rilheiros, em torno de 70%, eram oriundos da classe média,
Brasil (PCdoB), na ilegalidade, entre 1966 e 1974. Por meio que tinham profissões liberais como médicos, dentistas,
de uma guerra popular prolongada, os integrantes do PCdoB advogados e engenheiros. Havia também bancários e co-
pretendiam implantar o comunismo no Brasil, iniciando o merciários.
movimento pelo campo, à semelhança do que já ocorrera na Sabe-se que menos de 20% eram camponeses, e que es-
China (1949) e em Cuba (1959). O palco de operações se deu tes eram recrutados na região do Araguaia. A quantidade de
onde os estados de Goiás, Pará e Maranhão faziam fronteira. operários que participavam do movimento guerrilheiro mal
O nome foi dado à operação por se localizar às margens do
chegava aos 10% do total. Em média, a idade predominante
rio Araguaia, próximo às cidades de São Geraldo e Marabá,
era em torno de trinta anos.
no Pará, e de Xambioá, no norte de Goiás (região onde atual-
Na medida em que iam chegando à região, adquiriam
mente é o norte do Estado de Tocantins, também denomina-
a confiança dos moradores agindo como agricultores, far-
da como Bico do Papagaio). Estima-se que participaram em
macêuticos, curandeiros, pequenos comerciantes, donos de
torno de setenta a oitenta guerrilheiros sendo que, destes, a
pequenas vendas de beira de estrada, além de outros tipos
maior parte se dirigiu àquela região em torno de 1970. Entre
de ocupações comuns no interior do Brasil.
eles, o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José
Genoíno, que foi detido pelo Exército em 1972. A princípio, nunca conversavam entre si, e nunca mora-
Na época as Forças Armadas iniciaram um estudo para vam próximos uns dos outros. Integravam-se às comunidades
efetuar as operações antiguerrilha. Estas foram envolvidas de onde agiam, participando de todos os eventos, sendo desta
um planejamento executado em sigilo e que durou em torno maneira absorvidos por estas. Não atuavam e não influiam
de dois anos. Segundo os militares, era indesejável a eclo- nas políticas locais, não se envolviam em discussões políticas
são de outros movimentos semelhantes em outras regiões para evitar o despertar de desconfianças. Suas atividades
do Brasil, pois isto ocasionaria uma eclosão de violência na principais se baseavam no ensino do trabalho comunitário,
região rural, o que poderia vir a gerar uma desestabilização voluntariado e assistencialismo. Quando podiam, ajudavam
do poder imposto. os moradores com medicina, odontologia, ajudavam nas es-
colas, davam aulas, ensinavam a população como organizar
e realizar mutirões. Agindo da forma descrita, aos poucos o História e Geografia do Tocantins
grupo foi ganhando respeito e admiração da população local.
Somente numa segunda etapa iniciariam o processo de
doutrinação. Mas, os guerrilheiros foram descobertos pelos
serviços de inteligência do governo, antes de chegarem a
essa fase.

A destruição da guerrilha

O Exército Brasileiro descobriu a localização do núcleo


guerrilheiro em 1971 e fez três investidas contra os rebel-
des. As operações de guerrilha iniciaram-se efetivamente
em 1972, tendo oferecido resistência até março de 1974.
Na época em que Emílio Garrastazu Médici era presidente Em janeiro de 1975 as operações foram consideradas
do Brasil, as operações militares foram executadas de ma- oficialmente encerradas com a morte ou detenção da maioria
neira sigilosa e era proibida a divulgação da existência de um dos guerrilheiros.
movimento guerrilheiro no interior do país. Portanto, devido Pelo lado do exército, estima-se que pereceram dezesseis
à censura, nunca foi autorizada a publicação de detalhes soldados. O balanço oficial à época, indicava sete guerri-
sobre a guerrilha e sempre se afirmou que os documentos lheiros mortos. Em 2004, o Ministério da Justiça brasileiro
da operação haviam sido destruídos. No entanto, durante as contabilizava sessenta e um desaparecidos.

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Segundo o PCdoB, 75 corpos tombaram no Araguaia – 58 Atualmente, o processo se encontra no Superior Tribunal
guerrilheiros e 17 camponeses. de Justiça, em fase de recurso especial, não tendo sido cum-
Sabe-se que, após 1975, foi realizada na região uma es- prida até hoje a decisão da juíza de primeiro grau.
pécie de operação limpeza, que durou até meados de 1978, A Revista ISTOÉ, em sua edição número 1830 (3 de No-
com a finalidade de eliminar focos de militantes remanes- vembro de 2004), contraria o ponto comum nas versões dos
centes na região. Os militares, para evitar a disseminação do ex-combatentes da guerrilha, dos que a perseguiram e do
movimento e mantê-lo encerrado em limites específicos, se governo. Segundo eles, nenhum documento da guerrilha
utilizaram das chamadas táticas de combate à guerra revo- teria sobrevivido. No entanto, são publicados, com exclusi-
lucionária. Um dos métodos utilizados era o espalhamento vidade, trechos de documentos que comprovam a guerrilha.
de cartazes em diversos pontos das cidades, tais como ban- Fichas de guerrilheiros e listas de nomes dos envolvidos,
cos, aeroportos, terminais rodoviários etc. Os cartazes eram dentre outros materiais, vieram a público, trazendo à tona
formados com retratos de opositores do regime procurados um assunto de que advogados das vítimas torturadas e pes-
e com mensagens que incitavam a população a delatá-los. quisadores do período já possuíam amplo conhecimento,
Normalmente, os cartazes possuiam fotografias dos procu- apesar de nunca terem provas. Boa parte dos arquivos da
rados que eram integrantes dos grupos de ação armada. ditadura militar sobreviveu, bem mais do que o admitido pelo
Dentre os muitos nomes envolvidos na Guerrilha do Ara- Governo. Tantos que, passados mais alguns meses, possibili-
guaia, pelo lado dos guerrilheiros, destaca-se o de Osvaldo taram a publicação do livro Operação Araguaia: os Arquivos
Orlando da Costa, o Osvaldão, militante do PCdoB que che- Secretos da Guerrilha.
gou à região em 1966 com a missão de organizar a guerrilha Na Edição 2036, de novembro de 2008, a Revista Istoé
rural. voltou a publicar documentos relativos à guerrilha mantidos
Em um encontro repentino, Osvaldão matou um soldado pelo 1º. Tenente da reserva José Vargas Jiménez. O documen-
na mata e participou da execução de um morador. to “Plano de captura e destruição”, deixa claro, ás ordem era
Em 4 de fevereiro de 1974, enquanto abria uma trilha no para exterminar os guerrilheiros. De acordo com Jiménez
mato, Osvaldão deparou-se repentinamente com uma patru- “Fomos para matar e matamos. Se alguém sobreviveu foi
lha do Exército, pela qual foi alvejado no peito, no momento por que colaborou com a gente e hoje vive com outra iden-
exato em que abria os braços para afastar o mato da sua tidade”, afirma o militar.
frente. Em seguida, o corpo foi arrastado pela mata e içado
de cabeça para baixo por uma corda presa a um helicóptero.
A Comissão Nacional da Verdade
Dizem alguns que, para ter certeza de que “o morto es-
taria realmente morto”, ao chegar a grande altura, teriam
A Comissão Nacional da Verdade foi criada pela Lei
soltado e arremessado o corpo de Osvaldão ao solo, sendo
12.528/2011 e instituída em 16 de maio de 2012.
em seguida apanhado, amarrado novamente à aeronave e
A Comissão Nacional da Verdade foi instalada em 16 de
levado para ser exibido aos camponeses como um troféu.
março de 2012. Ela terá prazo de dois anos para apurar vio-
Outro nome também de destaque, este pelo lado dos
lações aos direitos humanos ocorridas no período entre 1946
militares é do, à época, Major Sebastião Curió, que foi um dos
principais responsáveis pela destruição da guerrilha. Curió, e 1988, que inclui a ditadura (19641985).
afirma que o governo deu ordens para que não fossem feitas Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, a pre-
prisões. O objetivo era eliminar os insurgentes. sidenta Dilma Rousseff deu posse aos sete integrantes da
comissão: Cláudio Fonteles, Gilson Dipp, José Carlos Dias,
História inacabada João Paulo Cavalcanti Filho, Maria Rita Kehl, Paulo Sérgio
Pinheiro e Rosa Maria Cardoso da Cunha. Na ocasião, Dil-
Um processo foi instaurado contra a União, em 1982, por ma ressaltou que eles foram escolhidos pela competência
vinte e dois parentes de vítimas, que por meio dele pediram e pela capacidade de entender a dimensão do trabalho que
à Justiça que o Exército brasileiro apresentasse documentos vão executar.
para que pudessem obter atestados de óbito. Devido ao curto espaço de tempo para realizar o seu
Em 22 de Julho de 2003, o Diário da Justiça publicou a trabalho – 2 anos apenas – a Comissão pretende se dedicar
com mais afinco em esclarecer as mortes e desaparecimentos
História e Geografia do Tocantins

decisão da juíza Solange Salgado, da 1ª Vara Federal do Dis-


trito Federal, ordenando a quebra de sigilo das informações ocorridos durante o período do Golpe Militar (1964-1985),
militares sobre a Guerrilha do Araguaia, dando um prazo de em especial aos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia.
120 dias à União para que fosse informado onde se encon- Para isso a comissão possui um grupo permanente de tra-
tram sepultados os restos mortais dos familiares dos autores balho na região onde ocorreu o conflito. É o GTA – Grupo de
do processo, assim como rigorosa investigação no âmbito Trabalho do Araguaia.
das Forças Armadas brasileiras.
Em 27 de Agosto de 2003, a Advocacia-Geral da União A batalha final pela criação do Tocantins
apelou da sentença que determinou de abertura dos arqui-
vos, embora reconhecesse o direito dos autores de tentar A ocorrência de intensos conflitos agrários na região do
localizar os restos mortais de seus familiares desaparecidos. “Bico do Papagaio” na divisa entre o norte de Goiás, o Pará
Baseado em argumentos puramente processuais, especial- e o Maranhão a partir de 1960 soergueu a causa dos que
mente questionando o curto prazo imposto na sentença para defendiam a emancipação da região ao longo das décadas
a apresentação de resultados, o recurso da AGU foi seve- seguintes.
ramente criticado por organizações de defesa dos direitos Em 1977, o Mato Grosso do Sul consegue consolidar suas
humanos, familiares dos desaparecidos e por integrantes da pretensões separatistas, quando o governo Geisel cria o novo
Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos. estado da Federação. O sucesso dos sul-mato-grossenses
Pressionado e sensibilizado, o governo Lula criou em 3 de serve de estímulo ao povo tocantinense, que volta a se or-
Outubro de 2003 uma comissão interministerial para localizar ganizar pela criação do estado.
restos mortais. Esta comissão solicitou os documentos, sendo Em 1982 circulou um rumor segundo o qual o governo
informada de que os mesmos não existiam. federal estaria disposto a criar o “Território Federal do To-

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cantins” de modo a contrabalançar a influência do PMDB
na região norte do país visto que a legenda oposicionista
conquistou os governos do Amazonas, Pará e Acre restando
ao PDS o controle, por nomeação presidencial, do estado
de Rondônia e dos territórios federais do Amapá e Rorai-
ma. Tal alarido logo foi desmentido, entretanto o movimento
autonomista já havia se articulado e em 1985 o deputado
federal José Wilson Siqueira Campos (PDSGO) apresentou
ao Congresso Nacional um projeto de lei criando o estado
do Tocantins.

Os vetos de Sarney
Com sua liderança reconhecida, foi eleito o verea-
dor de Colinas com maior votação (1965) e escolhido
Presidente da Câmara (1966), quando, por ocasião de
sua posse, assumiu o compromisso de lutar pela criação
do Tocantins.

Desmembramento

No início do Regime Miltar Siqueira chegou a ficar


preso por motivo político, sendo libertado 21 dias depois.
Após o episódio Siqueira foi eleito deputado federal,
reeleito por mais quatro mandatos, permanecendo no
cargo entre 1971 e 1988, enquanto representante do
Norte goiano. Chegou a fazer uma greve de fome de 98
horas em favor da causa separatista. Siqueira foi, inclu-
sive, deputado federal Constituinte e relator da Subco-
missão dos Estados da Assembleia Nacional Constituinte,
tendo redigido e entregado ao presidente da Assembleia
Aprovado pelos parlamentares em março, foi encami- (deputado Ulisses Guimarães) a fusão de emendas (co-
nhado ao presidente José Sarney que o vetou em 3 de abril nhecida como Emenda Siqueira Campos) que, aprovada,
de 1985. Alguns meses depois o mesmo projeto de lei foi deu origem ao Estado do Tocantins, com a promulgação
da Constituição Federal de 1988.
apresentando novamente, desta vez no senado, pelo Senador
A criação do Tocantins, pelos deputados membros
Benedito Ferreira (PDS-GO), e foi novamente aprovado sem Assembéia Constituinte, finalizou uma luta de quase 200
nenhuma emenda. Sarney vetou novamente. O presidente anos dos moradores do então Norte de Goiás em prol da
alegou que o novo estado não tinha condições financeiras redivisão do Estado, trazendo a perspectiva de desenvol-
de se autossustentar e a União, naquele momento também vimento para uma região que viveu séculos de relativo
não tinha recursos disponíveis para implantar o novo estado. isolamento. Com o Tocantins finalmente criado, Siqueira
Sarney disse nas duas ocasiões que o local apropriado para Campos se elegeu o primeiro governador, para mandato
decidir sobre a criação do novo estado era na Assembléia de dois anos (de 1º de janeiro de 1989 a 15 de março
Nacional Constituinte. de 1991). Foi tambem responsável pela construção da
capital Palmas que é em tese a última cidade brasileira
Uma nova tratativa de emancipação teve lugar durante a
planejada do século 20.
Assembléia Nacional Constituinte que estabeleceu no Artigo
13 do “Ato das Disposições Constitucionais Transitórias” as Governos
condições para a criação do novo estado no bojo de uma
reforma que extinguiu os territórios federais existentes e Siqueira Campos voltou a ocupar o cargo governador História e Geografia do Tocantins
concedeu plena autonomia política ao Distrito Federal. por mais dois mandatos consecutivos (1995 a 1998 / 1999
a 2003), tendo somado, no total, 9 anos e 5 meses à frente
LEITURA COMPLEMENTAR do Executivo estadual. Foi um período em que o Estado
saiu da total precariedade até chegar ao início de sua
José Wilson Siqueira Campos (Crato, Ceará, 01/08/1928) industrialização. Siqueira dotou o Tocantins de asfalto,
pontes, rede elétrica e de toda a infraestrutura básica.
Paralelo a tudo isso, Siqueira Campos correu o mundo,
José Wilson Siqueira Campos nasceu no sertão do Ce- apresentando as potencialidades do Estado e buscando
ará, na cidade do Crato, em 1928, filho de mestre Pacífico a instalação das primeiras indústrias. Em seu roteiro,
Siqueira Campos – que tinha a profissão de sapateiro – e passou pelos Estados Unidos, Japão, Coréia, Hong Kong,
de dona Regina Siqueira Campos. China, Taiwan, Inglaterra, França, Espanha, Portugal, Ar-
Ficou órfão de mãe aos 12 anos, falecida em trabalho gentina e Uruguai, entre outros países.
de parto, e viajou pelo país por quase 10 anos, em busca
de oportunidade, até chegar à cidade de Colinas, no então Derrota de 2006 e vitória de 2010
Norte de Goiás. Antes, passou pelos estados do Amazonas
Nas eleições de 2006 foi derrotado pelo então gover-
(onde foi seringueiro), Minas Gerais, Rio de Janeiro e São
nador e candidato a reeleição Marcelo Miranda. Contudo,
Paulo. Em Colinas, Siqueira começou a trabalhar na área nas eleições de 2010 derrotou Carlos Henrique Gaguim,
rural, o que despertou nele a vocação política: Siqueira na disputa para o Governo do Estado por uma margem
fundou a Cooperativa Goiana de Agricultores. apertada de votos (menos de um por cento de diferença).

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Líder polêmico Nacional Constituinte, que elabora a Carta Constitucional de
1988. Liderada pelo Deputado José Wilson Siqueira Campos,
Siqueira Campos é um político do tipo “ame-o ou a campanha toma caráter suprapartidário, conquistando o
deixe-o”. Para os que são seus admiradores ele é uma apoio dos deputados constituintes e da opinião pública na-
espécie de mito, de herói, “Pai do Tocantins”, grande to- cional. O artigo 13, do Ato das Disposições Constitucionais
cador de obras e um vencedor que realizou um sonho. O Transitórias da Constituição de 05 de outubro de 1988, criava,
de transformar o antigo e abandonado norte de Goiás finalmente, o estado do Tocantins, consolidando a vitória
em um estado promissor e que tem tudo para, no médio de séculos de reivindicação separatista no norte de Goiás.
e longo prazos, estar entre os mais desenvolvidos do país.
Seus adversários, no entanto, enxergam em Siqueira Art. 13. É criado o Estado do Tocantins, pelo des-
o protótipo perfeito do coronel político. Acusam-no de membramento da área descrita neste artigo, dando-se
ser um político truculento, vingativo, perseguidor, de ter sua instalação no quadragésimo sexto dia após a eleição
apego excessivo ao poder e de ser um dos políticos mais prevista no § 3º, mas não antes de 1º de janeiro de 1989.
corruptos do país. § 1º O Estado do Tocantins integra a Região Norte
Talvez ele seja mesmo uma mescla dessas duas e limita-se com o Estado de Goiás pelas divisas norte
visões.O que é certo é que, para o bem ou para o mal, dos Municípios de São Miguel do Araguaia, Porangatu,
seu nome está indelevelmente atrelado à história do es- Formoso, Minaçu, Cavalcante, Monte Alegre de Goiás
tado do Tocantins. e Campos Belos, conservando a leste, norte e oeste as
divisas atuais de Goiás com os Estados da Bahia, Piauí,
A participação popular na criação do Tocantins Maranhão, Pará e Mato Grosso.
§ 2º O Poder Executivo designará uma das cidades
A historigorafia tocantinense, via de regra, costuma do Estado para sua Capital provisória até a aprovação da
atribuir a criação do Tocantins quase que exclusivamente sede definitiva do governo pela Assembléia Constituinte.
a Siqueira Campos. O deputado José Freire, por exemplo, § 3º O Governador, o Vice-Governador, os Senado-
que lutou o tempo inteiro ao lado de Siqueira e também res, os Deputados Federais e os Deputados Estaduais
representava o norte de Goiás raramente é citado. serão eleitos, em um único turno, até setenta e cinco
A sociedade civil organizada e mesmo o povão que par- dias após a promulgação da Constituição, mas não an-
ticipou de passeatas, apoiou com abaixo-assinado a criação tes de 15 de novembro de 1988, a critério do Tribunal
do estado, sequer costuma ser citada na maioria dos textos Superior Eleitoral, obedecidas, entre outras, as seguin-
sobre a emancipação do estado. Mas a criação do Tocantins tes normas:
não foi uma batalha de um homem só. I – o prazo de filiação partidária dos candidatos
será encerrado setenta e cinco dias antes da data das
CENOG – Casa do Estudante do Norte Goiano eleições;
II – as datas das convenções regionais partidárias
A Casa do Estudante no Norte Goiano (CENOG) foi criada destinadas a deliberar sobre coligações e escolha de
no início da década de 60 e além de viabilizar os estudos dos candidatos, de apresentação de requerimento de re-
tocantinenses na capital de Goiás, mobilizou os estudantes gistro dos candidatos escolhidos e dos demais proce-
na luta pela criação do estado do Tocantins, tornando-se uma dimentos legais serão fixadas, em calendário especial,
grande arena de atuação política em prol da luta separatista. pela Justiça Eleitoral;
Segundo José Carlos Leitão “Com suas reivindicações, a III – são inelegíveis os ocupantes de cargos estaduais
estudantada conseguiu, junto aos poderes públicos estadu- ou municipais que não se tenham deles afastado, em
al e federal, num trabalho paralelo ao dos parlamentares, caráter definitivo, setenta e cinco dias antes da data
benefícios e serviços jamais implantados na região por livre das eleições previstas neste parágrafo;
e espontânea vontade do governo estadual. Surgiram assim IV – ficam mantidos os atuais diretórios regionais
escolas, ginásios, postos de saúde, agências bancárias e hi- dos partidos políticos do Estado de Goiás, cabendo às
drelétricas no antigo norte goiano. comissões executivas nacionais designar comissões pro-
A CENOG também forjaria lideranças políticas que ajuda- visórias no Estado do Tocantins, nos termos e para os
riam a criar, na década de 1980, a Comissão de Estudo dos fins previstos na lei.
História e Geografia do Tocantins

Problemas do Norte (CONORTE). § 4º Os mandatos do Governador, do Vice-Governa-


dor, dos Deputados Federais e Estaduais eleitos na forma
CONORTE – Comissão de Estudo dos Problemas do Norte do parágrafo anterior extinguir-se-ão concomitantemen-
te aos das demais unidades da Federação; o mandato do
Fundada em 1981, a Comissão de Estudo dos Problemas Senador eleito menos votado extinguir-seá nessa mesma
do Norte (CONORTE), organização nãogovernamental, apar- oportunidade, e os dos outros dois, juntamente com os
tidária e ecumênica reunia lideranças políticas de todos os dos Senadores eleitos em 1986 nos demais Estados.
partidos, lideranças religiosas de vários credos, empresários, § 5º A Assembléia Estadual Constituinte será ins-
profissionais liberais, sindicalistas, estudantes, donas de casa, talada no quadragésimo sexto dia da eleição de seus
enfim, todos os tocantinenses dispostos a cerrar fileiras pela integrantes, mas não antes de 1º de janeiro de 1989,
emancipação do norte do estado. sob a presidência do Presidente do Tribunal Regional
A CONORTE, numa brilhante estratégia de comunicação Eleitoral do Estado de Goiás, e dará posse, na mesma
levou o debate, antes restrito ao norte de Goiás para a esfera data, ao Governador e ao Vice-Governador eleitos.
nacional e conseguiu dar visibilidade à causa separatista. § 6º Aplicam-se à criação e instalação do Estado do
A CONORTE tornou-se peça fundamental na criação do Tocantins, no que couber, as normas legais disciplina-
estado do Tocantins. doras da divisão do Estado de Mato Grosso, observado
o disposto no Art. 234 da Constituição.
A Constituição de 1988 e a Criação do Tocantins § 7º Fica o Estado de Goiás liberado dos débitos e
encargos decorrentes de empreendimentos no território
Como o fim do regime militar e a democratização do país, do novo Estado, e autorizada a União, a seu critério, a
o movimento consegue se articular no seio da Assembléia assumir os referidos débitos.

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HISTÓRIA - PORTO NACIONAL (TO) No início da década de 1860, Porto Imperial havia se
transformado em um importante empório comercial, com
muitos comerciantes, comércio fluvial intenso com o Norte
e mais de 4.000 habitantes. Em 1861, adquire o título de
cidade e recebe o nome de Porto Nacional e, em 1868, Couto
Magalhães fundou a Companhia de Navegação do Araguaia,
com navios a vapor para desenvolver a economia do norte de
Goiás (atual Estado de Tocantins). A cidade passa a viver um
período importante para a expansão de sua área construída,
com a chegada, em 1886, dos primeiros religiosos da Missão
Dominicana vindos da Europa que se instalam na cidade,
onde constroem praças, vielas e casarões.
Segundo alguns documentos preservados nos arquivos
do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Goiás, o
povoado de Porto Real do Pontal teve como origem, ainda
em meados de 1738, a sólida morada do velho Félix Camoa,
corajoso desbravador de origem portuguesa, que explorava
o transporte de passageiros entre as duas margens do To-
cantins. Uns, buscando as ricas minas de ouro do arraial do
Carmo outros, a importância do movimento arraial Pontal,
que por determinação de Sua Alteza, mantinha em suas ter-
ras o temido Presídio Matança.
Esses documentos provam que com o crescente vai-e-vem
de aventureiros, de um lado para o outro do rio, não tardou que
outros barqueiros aproveitassem a ideia do pioneiro lusitano
e também comercializassem a travessia dos chegantes. Dessa
forma, ao aproximar-se o inicio do século XIX, inúmeros case-
bres começaram a desenhar um pequeno aglomerado humano,
abrigando ali agricultores, pescadores, trabalhadores prepara-
dos para o transporte de cargas em direção aos dois arraiais, e
mineradores, muito mineradores, na busca diuturna das mais
espetaculares pepitas de ouro já encontradas na região.
Dessa junção de fatores, no decorrer dos anos, ergueu-se
um povoado estável e cristalizado em estruturas econômicas
A história de Porto Nacional (TO) está ligada à navegação e sociais, alicerçadas na aquavia chamada rio Tocantins. Não
pelo rio Tocantins e à extração de ouro que trouxe muitos se pode negar o determinismo nesse rico processo evolutivo,
garimpeiros. A mineração foi responsável pela maioria dos pois os registros históricos dão conta de que tudo se iniciou
pequenos núcleos de habitantes que se estabeleceram na com a observação da significativa capacidade de navegação
região. A travessia de mineradores, tropeiros, mascates e desse rio, que provocou a transformação das ribeiras da locali-
viajantes era realizada em barcos do português Félix Camôa dade no mais importante empório comercial de todo o Norte.
(barqueiro e primeiro morador do local), onde está o núcleo Com certeza foi a força e a velocidade dessas águas que
histórico de Porto Nacional. proporcionou a pujança e um desenvolvimento palpável. Isso
Os bandeirantes chegaram à região pelo sul da Província se confirmou no principiar de 1807, quando Porto Real do
de Goiás, no final do século XVI, quando o capitão Sebastião Pontal já se transformara num núcleo de grande importância
Marinho organizou a primeira bandeira conhecida que atingiu para toda região. Com esse progresso, em 1809, o lugarejo foi
as nascentes do rio Tocantins, por volta de 1592. Em 1723, elevado á categoria de julgado, se solidificando como o senhor
Bartolomeu Bueno da Silva anunciou a descoberta de ouro na do rio e se destacando, quase que sozinho, motivado pelo
região e, com o início da exploração desse minério, surgiram visível declínio da mineração naquelas bandas, principalmente
vários povoados, entre eles Porto Real (atual Porto Nacional), no arraial do Carmo e no belicoso desaparecimento de Pontal, História e Geografia do Tocantins
em 1738. A instalação do destacamento militar encarregado povoado encravado nas terras dos selvagens índios Xerentes,
da vigilância da navegação também incentivou o povoamento. que, em 1805, dizimou parte da população que ali vivia.
Anos mais tarde, em 1791, o cabo Thomaz de Souza Villa Por necessidade do estabelecimento de uma nova rota
Real estabeleceu uma rota de comércio sul-norte e insta- comercial entre o movimentado Porto Real do Pontal e cen-
lou um destacamento militar na região. Com a privilegiada tros mais desenvolvidos daquele Brasil colonial, se instalou
localização entre dois povoados mineradores importantes, no lugarejo uma obreira carpintaria e dela surgiram grandes
Pontal e Carmo, surge Porto Real, que se desenvolve com embarcações feitas por hábeis artesões, que bem postadas
o comércio e a navegação. Em 1831, Porto Real é elevado na água partiam rumo a Belém, levando, além do ouro, muita
à categoria de vila, com o nome de Vila de Porto Imperial. prata e outros produtos produzidos e retirados desta terra
Com a vinda da família real portuguesa, em 1808, para de Félix Camoa, para serem ali negociados.
o Brasil, houve a retomada do crescimento da futura cidade Foi com o surgimento deste porto comercial que também
de Porto Nacional. D. João VI, em 9 de março de 1809, criou aconteceram os primeiros passos desta comunidade rumo às
a Comarca no Norte da Província de Goiás, denominada São áreas administrativas, intelectual, cultural e religiosa. Com
João da Barra (atual Marabá, no Pará). Na mesma época, o essa estrutura, era certa a evolução administrativa do lugar.
desembargador Joaquim Teotônio Segurado foi designado E foi isso que ocorreu, por força de Lei Provincial. Em 1831,
para dirigir a comarca e desenvolver a navegação nos rios ano em que D.Pedro I abdicou ao trono, o julgado de Porto
Araguaia e Tocantins. A vila se transformou em um impor- Real foi elevado à porto imperial.
tante entreposto comercial para os negociantes que faziam Após a contagem evolutiva de trinta anos da instalação
a viagem em botes pelo rio Tocantins, de Palmas até Belém de Porto imperial, em 1861, por determinação de Resolução
do Pará e vice-versa. Provincial, nascia Porto Nacional, o mais importante pólo cul-

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tural, político, econômico e social do então Norte Goiano, hoje Pela Lei Municipal n.º 32, de 06-09-1948, o distrito Pedra de
Estado do Tocantins. Naquele dia foi entregue as autoridades Amolar foi extinto e seu território anexado ao distrito de Prata.
do lugarejo o diploma de emancipação política do município Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é
que deu seus primeiros passos no antigo Porto Real do Pontal, constituído de 8 distritos: Porto Nacional, Chapada, Carmo,
onde tudo começou, com sonhos, ouro, fé, crença no futuro. Iabetê, Itaobi, Pium, Prata e Tairuçu.
Segundo o escritor Durval Godinho, naquele momen- Pela Lei Municipal n.º 186, de 23-07-1953, o distrito de
to histórico em que Porto Nacional ganhou a condição de Iabetê passou a chamar-se Ponte Alta do Norte, o distrito de
município, um relatório do Governo da Província de Goiaz, Itaobi passou a denominar-se Brejinho de Nazaré e Tairusu
encaminhado documento à Assembléia Legislativa Provin- teve seu topônimo alterado para Monte Carmo.
cial, oficializando que pelo senso de 1861, realizado na lo- Pela Lei Estadual n.º 187, de 05-11-1953, é criado o dis-
calidade, constatou que ali havia uma população de 3.897 trito de Novo Acordo com terras desmembradas do distrito
pessoas livres e 416 escravos, perfazendo um total de 4.313 de Iabetê.
habitantes. Além do que, o levantamento censitário daquele A Lei Estadual n.º 740, de 23-06-1953, desmembra do
ano apontou a existência de 3 escolas para alunos do sexo município de Porto Nacional o distrito de Pium, elevado à
masculino e uma para estudantes do sexo feminino. categoria de município.
A Lei Estadual n.º 742, de 23-06-1953, desmembra do
Formação Administrativa município de Porto Nacional o distrito de Chapada, elevado à
categoria de município com a denominação de Cristalândia.
Elevado à categoria de vila, com a denominação de Porto Em divisão territorial datada de 1-VII-1955 o município é
Imperial, pelo Decreto de 11-11-1831. Instalada em 24-04-1833. constituído de 6 distritos: Porto Nacional, Brejinho de Naza-
Distrito criado, com a denominação de Porto Imperial, pela ré, Monte Carmo, Novo Acordo, Ponte Alta do Norte e Prata.
Lei ou Resolução Provincial n.º 14, de 23-07-1835. Está mesma A Lei Estadual n.º 2.124, de 14-11-1958, desmembra do
Lei ou Resolução Provincial cria também o distrito de Carmo. município de Porto Nacional o distrito de Brejinho de Nazaré,
Elevado à condição de cidade, com a denominação de elevado à categoria de município.
Porto Imperial, pela Lei Provincial ou Resolução Provincial A Lei Estadual n.º 2.126, de 14-11-1958, desmembra do
n.º 333, de 13-07-1861. município de Porto Nacional o distrito de Ponte Alta do Nor-
Pelo Decreto Estadual n.º 21, de 07-03-1890, o município te, elevado à categoria de município. A mesma lei extingue
de Porto Imperial tomou a denominação de Porto Nacional. o distrito de Prata, sendo seu território anexado ao distrito
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911 o sede do município de Ponte Alta do Norte.
município aparece constituído de 3 distritos: Porto Nacional, A Lei Estadual n.º 2.130, de 14-11-1958, desmembra do
Carmo e Jalapão. município de Porto Nacional o distrito de Novo Acordo, ele-
Assim permancendo nos quadros de apuração do Recen- vado à categoria de município.
seamento Geral de 1-IX-1920. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960 o município
Pela Lei Municipal n.º 97, de 23-01-1929, é criado o distrito
é constituído de 2 distritos: Porto Nacional e Monte Carmo.
de Pedra Amolar e anexado ao município de Porto Nacional.
Pela Lei Municipal n.º 2, de 24-04-1963, é criado o distrito
Pelo Decreto Municipal n.º 24, de 14-12-1931, é criado o
de Fátima e anexado ao município de Porto Nacional.
distrito de Nossa Senhora de Nazaré do Brejinho e anexado
Pela Lei Municipal n.º 3, de 07-05-1963, é criado o dis-
ao município de Porto Nacional.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933 o trito de Ipueiras e anexado ao município de Porto Nacional.
município é constituído de 6 distritos: Porto Nacional, Baliza, Pela Lei Municipal n.º 4, de 07-05-1963, é criado o distrito
Bom Jesus da Ponte Alta, Carmo, Nossa Senhora de Nazaré de Silvianópolis e anexado ao município de Porto Nacional.
do Brejinho e Pedra Amolar. Pela Lei Municipal n.º 5, de 07-05-1963, é criado o distrito
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII- de Canela e anexado ao município de Porto Nacional.
1937 o município aparece constituído de 7 distritos: Por- Pela Lei Estadual n.º 4.708, de 23-10-1963, desmembra
to Nacional, Baliza, Bom Jesus da Ponte Alta, Côco, Nossa do município de Porto Nacional o distrito de Monte Carmo,
Senhora de Nazaré do Brejinho, Nossa Senhora do Monte elevado à categoria de município.
Carmo e Pedra Amolar. Em divisão territorial datada de 31-XII-1968 o município
Pelo Decreto-Lei Estadual n.º 557, de 30-03-1938, o dis- é constituído de 5 distritos: Porto Nacional, Canela, Fátima,
Ipueiras e Silvianópolis.
História e Geografia do Tocantins

trito de Nossa Senhora de Nazaré do Brejinho tomou a deno-


minação de Brejinho e Baliza passou a chamar-se Interlândia. Pela Lei Municipal n.º 8.111, de 14-05-1976, o distrito de
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.233, de 31-10-1938, é Fátima foi transferido do município de Porto Nacional para
criado o distrito de São Félix, com terras desmembradas do o município de Brejinho de Nazaré.
distrito de Pedras de Amolar e anexado ao município de Em divisão territorial datada de 1-I-1979 o município é
Porto Nacional. Pelo Decreto-lei acima citado foram extintos constituído de 4 distritos: Porto Nacional, Canela, Ipueiras
os distritos de Côco e Indaiá, sendo seus territórios anexados e Silvanópolis.
ao município de Porto Nacional, como simples povoados. A Lei Estadual n.º 8.843, de 10-06-1980, desmembra do
No quadro fixado para vigorar no período de 1939 a 1943, município de Porto Nacional o distrito de Silvanópolis, ele-
Porto Nacional aparece constituído de 6 distritos: Porto Na- vado à categoria de município.
cional, Brejinho, Carmo, Pedra Amolar, Ponte Alta e São Félix. Em divisão territorial datada de 1-VII-1983 o município é
Pelo Decreto-Lei Estadual n.º 8.305, de 31-12-1943, o constituído de 3 distritos: Porto Nacional, Canela e Ipueiras.
município Porto Nacional sofreu as seguintes modificações: Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1988.
adquiriu do município de Goiás o distrito de Macaúbas; o Pela Lei Municipal n.º 1.415, de 18-10-1993, é criado o
distrito de Brejinho passou a chamar-se Itaobi; o distrito de distrito de Mangues/ Santa Luzia e anexado ao município
São Félix passou a denominar-se Itabaliza; Carmo teve seu de Porto Nacional.
topônimo modificado para Tairusu; o distrito de Ponte Alta A Lei Estadual n.º 801, de 19-12-1995, desmembra do
teve sua denominação alterada para Iabetê. município de Porto Nacional o distrito de Ipueiras, elevado à
Pela Lei Municipal n.º 30, de 06-09-1948, é criado o dis- categoria de município.
trito Pium, com terras desmembradas do distrito de Itaobi Em divisão territorial datada de 2001 o município é cons-
e do extinto distrito de Macaúbas e anexado ao município tituído de 2 distritos: Porto Nacional e Luzimangues. Assim
Porto Nacional. permencendo em divisão territorial datada de 2014.

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PALMAS - TO Antes da chegada dos europeus ao continente americano,
no século XVI, a porção central do Brasil era ocupada por
Palmas (Akwẽ-Xerénte: Akwẽ krikahâzawre wam hã indígenas do tronco linguístico macro-jê, como os acroás,
[akwẽ kɾikahəʐawɾɛ wam hə̃]) é um município brasileiro, ca- os xacriabás, os xavantes, os caiapós, os javaés, entre outros
pital e também a maior cidade do estado do Tocantins. A ci- povos indígenas.
dade foi fundada em 20 de maio de 1989, sete meses e meio
após a criação do Tocantins pela Constituição de 1988, pelo Movimentos separatistas
governador José Wilson Siqueira Campos que encarregou,
mediante contrato, os arquitetos Luís Fernando Cruvinel Tei- A história de Palmas é intimamente relacionada com a
xeira e Walfredo Antunes de Oliveira Filho, para a realização história de seu estado. A área em que se localiza o Tocantins
do projeto arquitetônico e urbanístico. A partir daí, a cidade na atualidade era o norte do estado de Goiás e desde o século
começou a ser construída pelos trabalhadores que vieram XIX houve alguns movimentos separatistas na região. Em
do interior do Tocantins e de vários outros estados do país. 1809, um movimento separatista da região de Goiás chamada
Entretanto, somente a partir do dia 1° de janeiro de 1990, é Vila da Palma foi instalado na barra do rio Palma com o rio
que Palmas passou a ser a capital definitiva do estado, já que Paranã. Já em 1821, após um isolamento daquela região
antes a cidade ainda não possuía condições físicas de sediar provocada pelo rei João VI de Portugal causou outra revol-
o governo estadual, que estava alocado temporariamente no ta separatista, quando o Desembargador Joaquim Teotônio
município vizinho de Miracema do Tocantins. Segurado proclamou um governo autônomo para aquela re-
Palmas é a última cidade do século XX completamente gião. Todavia, em três anos a revolta foi contida por Caetano
planejada, já que a cidade nasceu e foi projetada desde o iní- Maria Gama, presidente daquela província, nomeado por
cio para ser a capital do estado do Tocantins, sendo também
Dom Pedro I, então imperador do Brasil.
a mais nova capital estadual do país. O município caracteriza-
A divisão de Goiás ficou em latência até os anos 1970
-se também por ter a melhor qualidade de vida entre as
do século XX, quando foi discutida no Congresso Nacional,
capitais e municípios do norte brasileiro. O crescimento de
Palmas foi demasiado durante a década de 1990. Em 1991 e aprovada em 1988.
a cidade tinha uma população de 24.261 habitantes. No ano
de 2000, a cidade já contava com 130.528 habitantes. Sua Fundação de Tocantins
urbanização também cresceu nos últimos anos. Apesar de
uma desaceleração, Palmas tem um crescimento econômico Somente anos depois, com o desmembramento do es-
de 8,7%, maior do que o índice nacional e do estado. tado do Tocantins do estado de Goiás pela Constituição de
1988, é que Palmas finalmente começou a surgir. No dia 10
Etimologia de janeiro de 1989, a cidade de Miracema do Tocantins foi
definida como capital provisória do estado.
O nome para batizar a capital do Tocantins, Palmas, foi No dia 15 de fevereiro de 1989, a Assembleia autorizou o
escolhido em homenagem a Comarca de São João da Palma então governador Siqueira Campos a desapropriar a área da
(atual Paranã), sede do primeiro movimento separatista da Serra do Carmo e a leste do povoado de Canela para a criação
região, instalada em 1809 na barra do Rio Palma com o Rio da nova capital do estado idealizada pelo então governador
Paranã. Outro fator que influenciou o nome foi a grande da época. No dia 6 de março do mesmo ano, por decreto,
quantidade de palmeiras na região. foi criada a Comissão de Implantação da Nova Capital (No-
vacap) e, no dia 20 de maio de 1989, foi lançada a pedra
História fundamental da cidade, numa solenidade que reuniu cerca
de dez mil pessoas na Praça dos Girassóis. No mesmo dia,
Povos indígenas o governador Siqueira Campos acionou o trator, abrindo a
avenida Teotônio Segurado, a primeira via arterial da cidade.
Grande parte do município foi construído por trabalhadores
oriundos de várias localidades do Brasil.
História e Geografia do Tocantins
Nova capital

No dia 19 de julho do mesmo ano, a Assembleia Estadual


Constituinte aprovou o projeto de lei do executivo criando o
Município de Palmas. A lei foi sancionada no dia 1 de agosto
seguinte, quando Siqueira Campos confirmou a transferência
da capital de Miracema do Tocantins para Palmas.
Somente em 1 de janeiro de 1990 é que Palmas assumiu
sua função de capital do estado e os poderes constituídos
foram transferidos da capital provisória, Miracema, para o
plano diretor da nova cidade. Porém, as repartições do gover-
no ainda não existiam e não tinham acomodações para alojar
o pessoal administrativo. O primeiro prefeito do município
Índios enawenê-nawê festejam os 6º Jogos dos Povos foi Fenelon Barbosa Sales.
Indígenas, na arena da Praia da Graciosa, em Palmas. Na Hoje, a população da cidade já chega a quase trezentas
foto, dançam e cantam o ritual salumã, celebrado nos últi- mil pessoas. Cidade planejada, foi construída contendo ave-
mos meses de cada ano em sua aldeia, em homenagem aos nidas largas, uma preservação ambiental eficiente e bons
espíritos celestes e comemorando a fartura do mel, colhido locais públicos. Palmas foi a capital com o maior crescimento
nesta mesma época. demográfico durante a primeira década do século XXI.

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Geografia Lajeado e Aparecida do Rio Negro ao norte; Novo Acordo
e Santa Tereza do Tocantins ao leste; Monte do Carmo ao
sudeste e ao sul; Porto Nacional ao sul, ao sudoeste e ao
oeste; e Miracema do Tocantins ao noroeste.
O relevo está caracterizado pelas Serras do Carmo e do
Lajeado, que constituem um relevo basicamente escarposo,
sendo que a cidade se mantêm em uma ‘planície’ entre a Ser-
ra e o lago represado. O principal rio que banha o município
de Palmas é o Rio Tocantins. O trecho deste rio que banha o
município faz parte do lago formado pela Usina Hidrelétrica
de Lajeado, que fica localizada a pouco mais de 54 km ao
norte da cidade, no município vizinho de Lajeado. Dentre os
outros cursos d’água que passam pelo município, destacam-
-se o Rio das Balsas, o Ribeirão das Pedras, o Ribeirão Ta-
quaruçu, o Córrego Macaco e o Ribeirão Taquaruçu Grande.
O clima local é o tropical semiúmido do tipo Aw, com
uma estação chuvosa de outubro a abril e outra seca de
maio até setembro, quando a umidade do ar despenca a
níveis críticos. Nos meses de agosto e setembro, comumente
são registradas as maiores temperaturas do ano, chegando
a 40 °C ou mais em alguns dias, tornando Palmas uma das
Imagem de satélite de Palmas capitais estaduais mais quentes do Brasil na atualidade. O
índice pluviométrico é de cerca de 1 750 milímetros (mm)
Palmas é a capital do vigésimo quarto estado mais po- anuais, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia
puloso do Brasil, Tocantins, situando-se nas coordenadas (INMET), que possui uma estação meteorológica na cidade
geográficas 10° 11’ 04” sul e 48° 20’ 01” oeste, sendo que o desde novembro de 1993. Desde a abertura da estação, a
Paralelo 10 Sul e o Meridiano 48 Oeste passam por dentro menor temperatura ocorreu em 12 de julho de 1996 (mínima
do território do município. A área original do município de de 11,1 °C) e a maior em 25 de outubro de 2017 (máxima
Palmas, segundo o IBGE é de 2219 km2. Sua altitude é de de 43 °C). O maior acumulado de precipitação em 24 horas
260m. Os municípios vizinhos a Palmas são respectivamente: chegou a 156,5 mm em 23 de março de 2010.

DADOS CLIMATOLÓGICOS PARA PALMAS (OMM: 83033)


Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima
38 39,7 39,6 38 39,2 39,9 39 41,7 42,3 43 41,1 40,1 43
recorde (°C)
Temperatura máxima
31,8 31,6 31,8 32,8 33,8 34,5 35,2 36,8 37,3 35,1 33 32,3 33,8
média (°C)
Temperatura média
26,1 26,1 26,2 26,7 27 26,5 26,5 28,2 29,5 28,1 27 26,5 27
compensada (°C)
Temperatura mínima média
22,3 22,3 22,5 22,7 22,1 20,3 19,6 20,9 23,4 23,1 22,7 22,6 22
(°C)
Temperatura mínima
19,3 19 19,3 18,5 16,1 13,7 11,1 11,5 14,8 18,4 18,7 19,7 11,1
recorde (°C)
Precipitação (mm) 298,6 260 264 179,8 60,5 6,3 0,9 1,3 46,2 143,9 223,6 264,5 1 749,6
Dias com precipitação (≥
História e Geografia do Tocantins

19 - 19 13 5 1 0 0 4 10 14 16 -
1 mm)
Umidade relativa
80,9 80,8 82 78,5 70,8 59,2 50,9 43,7 47,8 65,6 75 78,1 67,8
compensada (%)
Horas de sol 152,8 136,9 148,8 181,1 239,2 273,3 297,1 292 237,2 194,8 164,1 159,7 2 477
Fonte: INMET (normal climatológica de 1991-2020; recordes de temperatura: 25/11/1993-presente)

Demografia cional proveniente de diversas partes do país. Esta corrente


migratória se deve à expectativa gerada com o surgimento
Palmas possuiu as mais importantes taxas de crescimen- de oportunidades de negócios e empregos em função da
to demográfico do Brasil nos últimos dez anos, recebendo implantação do estado e da capital.
pessoas de praticamente todos os estados brasileiros, com
destaque para os estados vizinhos ao Tocantins. Segundo Crescimento populacional
estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Censo Pop. %±
(IBGE), o município atingiu um crescimento populacional de 1980 3 288 —
mais de 110% em 2008 comparando com a população resi-
1991 24 261 637,9%
dente em 1996, saindo dos 86.116 habitantes para uma esti-
mativa de 184.010 habitantes, segundo pesquisas divulgadas 2000 137 045 464,9%
pelo IBGE. Nos últimos anos, o desenvolvimento econômico 2010 228 332 66,6%
pelo qual tem passado o município de Palmas de certa forma 2022 302 692 32,6%
tem contribuído para a atração de um contingente popula- Censos demográficos do IBGE (1872-2022).

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O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH- parte do município conta com água tratada, energia elétri-
-M) de Palmas é considerado elevado pelo Programa das ca, esgoto, limpeza urbana, telefonia fixa e telefonia celular.
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), seu valor é Naquele ano, 95,52% dos domicílios eram atendidos pela
de 0,788, sendo o maior de todo o estado de Tocantins (em rede geral de abastecimento de água; 96,99% das moradias
139 municípios); primeira de toda Região Norte do Brasil possuíam coleta de lixo e 94,23% das residências possuíam
(de 449) e o 76° de todo Brasil (de 5 565). Considerando escoadouro sanitário. Atualmente, o lixo da capital tocan-
apenas a educação, o valor do índice é de 0,934 (classifica- tinense é jogado no Aterro Sanitário de Palmas. Criado em
do como muito elevado), enquanto o do Brasil é 0,849. O 2001, é considerado um modelo nacional.
índice da longevidade é de 0,712 (o brasileiro é 0,638) e o
de renda é de 0,754 (o do Brasil é 0,723). A cidade possui Subdivisões
a maioria dos indicadores elevados e parecidos com os da
média nacional segundo o PNUD. A incidência da pobreza,
medida pelo IBGE, é de 5,43%, o limite inferior da incidência
de pobreza é de 1,56%, o superior é de 9,30% e a incidência
da pobreza subjetiva é de 3,64%. O coeficiente de Gini, que
mede a desigualdade social, é de 0,42, numa escala entre
1,00 (pior número) e 0,00 (melhor).
Palmas registrou em 2010 12,8 casos de homicídios por
100 mil habitantes, sendo tal quantidade a menor dentre as
capitais brasileiras.

Habitação, serviços e comunicação

Vista geral da cidade.

Além da região do Plano Diretor, da região de Taquaral-


to e dos Aurenys (sede municipal), o município de Palmas
também possui dois distritos localizados ao longo da rodo-
via TO-030, sendo estes o distrito de Taquaruçu e o distrito
de Buritirana. Além destas localidades, o distrito de Luzi-
mangues, localizado na margem esquerda do Rio Tocantins,
também está intrinsecamente ligado a Palmas. Este último
está localizado em território do município vizinho de Porto
Nacional, estando às margens da rodovia TO-080.
Palmas é uma cidade planejada
Regiões geográficas intermediárias e imediatas
No ano de 2010, segundo o IBGE, a cidade tinha 68 679
domicílios entre apartamentos, casas, e cômodos. Desse De acordo com a divisão regional vigente desde 2017,
total, 37 113 eram imóveis próprios, sendo 31 989 próprios instituída pelo IBGE, o município pertence às Regiões Geo-
já quitados (46,57%),5 124 em aquisição (7,46%) e 26 299 gráficas Intermediária e Imediata de Palmas. Até então, com
alugados (38,29%); 5 054 imóveis foram cedidos, sendo 951 a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões,
por empregador (1,38%) e 4 013 cedidos de outra maneira fazia parte da microrregião de Porto Nacional, que por sua
(5,84%). 213 foram ocupados de outra forma (0,31%). Grande vez estava incluída na mesorregião Oriental do Tocantins.

Economia
História e Geografia do Tocantins

.
Atividades econômicas de Palmas em 2012.

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Palmas foi concebida e projetada a partir de um concurso -germânica do Direito positivo. O federalismo no Brasil é
nacional em 1992. Para ser o centro administrativo e eco- mais centralizado do que o federalismo estadunidense; os
nômico do Tocantins, e devido a isso, o setor de serviços é estados brasileiros têm menos autonomia do que os esta-
o principal setor da economia palmense. A participação da dos norte-americanos, especialmente quanto à criação de
agropecuária na economia palmense é menor do que a do leis. A administração municipal se dá pelo poder executivo
setor de serviços, estando baseada em pequenas chácaras no (Prefeitura de Palmas) e pelo poder legislativo (Câmara Le-
entorno da cidade e das rodovias que dão acesso a Palmas, gislativa de Palmas).
além de grandes fazendas de plantação de soja e de criação Em sua história, Palmas já teve sete prefeitos. Todos fo-
de gado no distrito de Buritirana. ram eleitos por votação pública, sendo que Cinthia Ribeiro,
A economia é predominantemente formal, formada prin- a atual prefeita está na prefeitura desde 2016, quando subs-
cipalmente por sociedades limitadas e firmas individuais. As tituiu o anterior prefeito, Carlos Amastha, até 2024.
micro empresas são as mais comuns no município, sendo que
elas compõem mais de 80% das 4 394 empresas palmenses. Relações Internacionais
A cidade possui quatro distritos industriais, sendo eles
o Distrito Industrial de Palmas, o Distrito Industrial Tocan- Cidades-irmãs é uma iniciativa do Núcleo das Relações
tins I, o Distrito Industrial Tocantins II e o Distrito Industrial Internacionais, que busca a integração entre a cidade e de-
de Taquaralto. Todos eles ficam localizados às margens das mais municípios nacionais e estrangeiros. A integração entre
rodovias TO-050 e TO-010. os municípios é firmada por meio de convênios de coopera-
ção, que têm o objetivo de assegurar a manutenção da paz
entre os povos, baseada na fraternidade, felicidade, amizade
e respeito recíproco entre as nações. Oficialmente Palmas
tem duas Cidades-irmãs, são elas:
• Araguaína, Tocantins, Brasil
• Colorado Springs, Colorado, Estados Unidos

Palmas sedia um consulado:


• Consulado Honorário da Colômbia

Infraestrutura
Vista do Palmas shopping.
Saúde
O desenvolvimento de Palmas fez com que se tornasse
uma cidade-polo, cuja influência socioeconômica abrange, Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geogra-
além de todo o estado do Tocantins, o sudeste do Pará, o fia e Estatística, Palmas dispunha de um total de 144 esta-
nordeste do Mato Grosso e do sul do Maranhão. belecimentos de saúde em 2009, sendo 61 públicos e 83
Em 2013 o Produto Interno Bruto (PIB) de Palmas foi privados, os quais dispunham no seu conjunto de 364 leitos
estimado em R$ 5,82 bilhões, o menor entre as capitais bra- para internação, sendo que quase 300 são públicos. A cida-
sileiras. Palmas recebeu investimentos, tais como: o Capim de também conta com atendimento médico ambulatorial
Dourado Shopping e Palmas Shopping; o pátio multimodal em especialidades básicas, atendimento odontológico com
da Ferrovia Norte-Sul (localizado no município de Porto Na- dentista e presta serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS).
cional, às margens da TO-080) Em 2009 existiam 73 683 mulheres em idade fértil (entre
10 e 49 anos).
Política Palmas contava em abril de 2010 com 79 anestesistas,
271 auxiliares de enfermagem, 44 cirurgiões gerais, 309 ci-
rurgiões dentistas, 189 clínicos gerais, 231 enfermeiros, 92
farmacêuticos, 120 fisioterapeutas, 38 fonoaudiólogos, 80
História e Geografia do Tocantins

gineco-obstetras, 48 médicos de família, 17 nutricionistas,


90 pediatras, 69 psicólogos, 13 psiquiatras, 48 radiologistas e
635 técnicos de enfermagem, totalizando 2373 profissionais
de saúde. Em 2008 foram registrados 3 959 nascidos vivos,
sendo que 5,6% nasceram prematuros, 53,2% foram de par-
tos cesáreos e 17,8% foram de mães entre 10 e 19 anos (0,6%
entre 10 e 14 anos). A taxa bruta de natalidade era de 21,5
por 100 mil habitantes. No mesmo ano, a taxa de mortalidade
infantil era de 15,4 por mil nascidos vivos e a taxa de óbitos
era de 3,2 por mil habitantes.
Segundo uma pesquisa realizada nos últimos anos, a saú-
de pública de Palmas traz a satisfação de 90% da população.
O Hospital de Urgências de Palmas e o HGP são alguns dos
principais hospitais da cidade. Entretanto, doenças como a
A Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins, localizada na Praça Dengue estão trazendo dados pouco a pouco alarmantes
dos Girassóis. para a cidade.

De acordo com a Constituição de 1988, Palmas está Educação


localizada em uma república federativa presidencialista. A
forma de Estado foi inspirada no modelo estadunidense, no Os resultados do índice de Desenvolvimento de Educação
entanto, o sistema legal brasileiro segue a tradição romano- Básica (IDEB) 2015, divulgados pelo Ministério da Educação,

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revelam que Palmas alcançou a meta inicialmente prevista Dentro do município, a BR-010 segue o mesmo percurso
pelo Ministério da Educação para 2021, tanto nas séries ini- das rodovias TO-050 e TO-020. De uma forma geral, as ro-
ciais (4º e 5º anos) quanto nas finais (8º e 9º anos). O ranking dovias que passam pelo município de Palmas, são: a BR-010;
do IDEB mostra ainda que Palmas obteve o melhor índice a TO-010; a TO-020; a TO-030; a TO-040, TO-050, TO-070, a
entre capitais nas séries finais (5.6) - superando Curitiba - e TO-080, a TO-365 (no distrito de Taquaruçu) e a TO-453 (no
com o segundo melhor nas séries iniciais, atrás apenas da distrito de Buritirana).
capital paranaense.

O Terminal Rodoviário de Palmas, localizado na Quadra 1212 Sul, em


Prédio principal do CeMAF (Centro de Monitoramento Ambiental e frente ao entroncamento entre a Avenida LO-27 e a rodovia TO-050.
Manejo do Fogo) da Universidade Federal do Tocantins
As empresas que operam o sistema de transporte coletivo
O Ministério da Educação (MEC) concedeu ao município na cidade são: Expresso Miracema, Viação Capital (Viacap) e
de Palmas o “Selo Município Livre de Analfabetismo”. A cida- a Palmas Superurbano. Na cidade existem seis terminais de
de está entre os 207 municípios que atingiram mais de 96% integração, sendo que cada um deles recebe o nome de uma
de alfabetização e, com esse documento, o MEC reconhece o das tribos indígenas do Tocantins. São eles: Estação Apinajé,
esforço realizado, principalmente, com jovens e adultos aci- Estação Xambioá, Estação Krahô, Estação Xerente, Estação
ma de 15 anos. O fator educação do IDH no município atingiu Karajá e Estação Javaé. Destes terminais partem todas as
a marca de 0,934 – patamar consideravelmente elevado, em linhas de transporte coletivo da cidade, sendo que a linha
conformidade aos padrões do Programa das Nações Unidas que interliga todos eles recebe o nome de Eixão.
para o Desenvolvimento (PNUD) – ao passo que a taxa de Em oito anos, a frota de Palmas teve um aumento de
analfabetismo indicada pelo último censo demográfico do quase 240%, saltando de 27 219 veículos em 2001 para 132
IBGE em 2000 foi de 6,33%. 537 em 2012.
Palmas tem um sistema de ensino primário e secundá-
rio, público e privado, e uma variedade de profissionais de
escolas técnicas. Em 2009 havia na cidade 89 estabelecimen-
tos de ensino fundamental, 64 unidades pré-escolares, 29
escolas de nível médio e mais algumas instituições de nível
superior. No total foram 36 538 matrículas e 1 536 docentes
registrados em 2009. No ensino superior, destacam-se im-
portantes universidades públicas e privadas. As instituições
de ensino superior sediadas em Palmas são: a Universida-
de Federal de Tocantins (UFT) , Universidade Estadual do
Tocantins-UNITINS, Instituto Federal do Tocantins (IFTO), a O Aeroporto de Palmas, localizado nas proximidades do setor Jardim
Aureny III, na região sul da cidade.
Universidade Católica do Tocantins e o Centro Universitário
História e Geografia do Tocantins
Luterano de Palmas.
Tomando por base o relatório do Índice de Desenvol- EXERCÍCIOS
vimento da Educação Básica (IDEB) de 2005, o município
obteve quase 3,3 pontos, e a tendência é de se chegar a 5,6 1. (TRE-TO) Assinale a opção que traduz adequadamente
em 2021. Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino a posição do estado do Tocantins em relação ao Brasil.
Médio (ENEM) de 2008, nenhuma escola da cidade figurou a) Com óbvia exceção da região sul, o Tocantins faz
entre as 50 melhores do ranking. divisa com todas as demais regiões brasileiras.
b) O Tocantins é o mais setentrional dos estados da
Transportes região amazônica.
c) Na contramão da tendência atual da economia bra-
sileira, o agronegócio se expande no Tocantins.
Palmas encontra-se localizada próxima à rodovia BR-153.
d) Por sua localização geográfica, o Tocantins é a passa-
Pela BR-153, o município tem acesso às principais cidades do
gem terrestre natural entre o sul e o norte do país.
Tocantins e demais regiões do país, especialmente o Centro- e) Ao contrário de outras regiões brasileiras, parques
-Sul e os demais estados do Meio-Norte (Maranhão, Pará e nacionais e reservas indígenas inexistem no Tocan-
Amapá). A TO-050 também é uma importante via de acesso tins, fruto da negociação política com a União quan-
a Palmas, sendo responsável por ligar a cidade ao município do o estado foi criado.
vizinho de Porto Nacional, à região sudeste do estado, ao
nordeste de Goiás, ao estado da Bahia e ao Distrito Federal. 2. (AL-TO) Dos estados abaixo relacionados apenas um
Por Palmas também passa a BR-010, que apesar de ser não faz divisa com o estado do Tocantins. Assinale-o:
uma rodovia federal, é administrada pela prefeitura no trecho a) Pará
urbano da cidade e pelo governo do estado no trecho rural. b) Bahia

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c) Maranhão c) Karajá e Javaés
d) Minas Gerais d) Pankararu e Apinaye
e) Goiás e) Xambioá e Krahô-kanela

3. (Agente Penitenciário-TO) Após sua criação em 1988, 9. (UFT-TO) Para calcular esse índice são utilizadas três
pela Assembléia Nacional Constituinte, foi instalado o variáveis básicas que fazem parte do nosso dia-adia.
estado do Tocantins em 1º. de janeiro de 1989. Antes Considere os itens abaixo:
disso, o Tocantins fazia parte do estado de Goiás. Os I – Expectativa de vida
limites do estado do Tocantins são: II – Renda per capita
a) Ao norte com o Maranhão e o Amazonas, ao sul com III – Taxa de mortalidade
Minas Gerais; a leste com Goiás e Bahia e a oeste IV – Porcentagem de exportações
com o Pará. V – Educação
b) Ao norte com o Maranhão; ao sul com Goiás; a leste
com o Piauí; e a oeste com Mato Grosso e Pará. As três variações básicas que compõem o IDH são APE-
c) Ao norte com o Pará e o Amazonas; ao sul com Goiás; NAS as que constam em:
a leste com o Maranhão, Piauí e Paraíba, a oeste com a) I, II e III
o Amazonas e o Mato Grosso. b) I, II e V
d) Ao norte com o Maranhão e o Pará; ao sul com Minas c) I, III e IV
Gerais; a leste com Piauí e Bahia e a oeste com Mato d) II, III e V
Grosso do Sul. e) III, IV, V
e) Ao norte com Maranhão e Pará; ao sul com Goiás;
a leste com Maranhão, Paraíba e Pernambuco e a 10. (SECAD-TO) A respeito dos aspectos demográficos do
oeste com Mato Grosso e Pará. estado do Tocantins, na atualidade, assinale a afirmativa
correta.
4. (PM-TO) O estado do Tocantins está situado geografi- a) Os migrantes que chegam ao Tocantins têm origem
camente na região: exclusivamente no Maranhão e no Pará, estados vi-
a) Centro-Oeste, fazendo divisa com MA, BA, GO, MT, zinhos que estimulam as migrações temporárias.
PI e PA. b) O projeto do governo, que abriu um corredor de
b) Norte, fazendo divisa ao norte com MA e PA. passagem para que a população litorânea atinja a
c) Centro-Oeste, fazendo divisa ao sul com GO. Amazônia tem favorecido o povoamento do Tocan-
d) Norte, fazendo divisa a Oeste com BA, PI e MA. tins, mesmo não sendo ele estado amazônico.
c) O crescimento demográfico do Tocantins é bem su-
5. O estado do Tocantins foi criado no ano de ........... a perior à média nacional, o que pode ser explicado
partir da divisão do estado de ........... . Complete as pelas migrações regionais que, a partir de sua cria-
lacunas da frase acima. ção, se intensificaram em relação àquele estado.
a) 1972 – Piauí d) O estado do Tocantins consolidou seu crescimento
b) 1985 – Pará populacional graças à necessidade de ampliar a ocu-
c) 1988 – Goiás pação econômica da Amazônia.
d) 1989 – Mato Grosso e) Somente os estados interiores, como o Tocantins, re-
e) 1990 – Maranhão cebem maior quantidade de população em função da
necessidade de constituir um mercado consumidor.
6. (Bombeiro e PM-TO) Em relação ao espaço geográfico
do estado do Tocantins, como estado mais jovem da As exportações da carne tocantinense atingiram marcas
federação, é correto afirmar quanto aos seus limites: recordes em 2004. A comercialização do produto gerou perto
a) Ao nordeste: Pará e Mato Grosso de 10 milhões de dólares, marca que colocou o Tocantins
b) A oeste: Bahia e Mato Grosso na liderança das exportações de carne da região Norte, re-
presentando cerca de 50% do total enviado ao exterior. As
História e Geografia do Tocantins

c) Ao sul: Goiás e Piauí


d) Ao sudeste: Pará e Maranhão exportações do produto também atingiram a maior marca
e) Ao leste: Maranhão, Piauí e Bahia. da história do estado, com um crescimento superior a 116%
em relação a 2003. Isso dá ao Tocantins a quinta colocação
7. (Bombeiro e PM-TO) A última alteração em relação ao entre os estados que somaram os maiores crescimentos nas
número de municípios que compõem a base territorial exportações de carne no país. “Os números foram muito
do estado do Tocantins, ocorreu em primeiro de janeiro bons. Ganhamos espaço em 2002, quando foi registrada a
de 1997, permanecendo este número até os dias atuais. doença da vaca louca na Europa. O custo baixou e o valor
Quanto ao número de municípios existentes no estado do produto atingiu uma boa marca”, avalia o presidente do
do Tocantins, pode-se afirmar que é de: Sindicato das Empresas Frigoríficas do Tocantins.
Emerson Alencar. Estado lidera exportação de carne na região
a) 129 municípios Norte. Jornal do Tocantins. In: Internet: <http://www2.
b) 138 municípios jornaldotocantins.com.br>
c) 149 municípios .
d) 139 municípios 11. (TRE-CESPE-2005) Tendo o texto acima como referência
inicial e considerando os diversos aspectos que envol-
8. O estado do Tocantins tem várias reservas indígenas vem o tema por ele abordado, assinale a opção INCOR-
demarcadas. Na Ilha do Bananal convivem duas etnias RETA.
indígenas que se consideram aparentadas (povo iny). a) A pecuária extensiva constitui atividade predominan-
São elas: te no conjunto da economia tocantinense, possuindo
a) Xerente e Krahô o estado o terceiro maior rebanho de gado da região
b) Xerente e Xavante Norte.

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b) O Tocantins é um dos símbolos do atual momento vi- da terra, tornando a área conhecida como Bico do
vido pela economia brasileira, em que o agronegócio Papagaio um foco de grilagem e violência no campo.
tem crescente relevância na pauta de exportações e) Os investimentos na região foram conseqüência di-
do país. reta da decadência da nova capital federal, Brasília,
c) A ocorrência de graves doenças no rebanho, como o que em dez anos de vida iniciava um processo de
mal da vaca louca, acaba por reduzir o consumo de involução urbana.
carne e a possibilidade de sua comercialização nos
mercados mundiais. 14. (CESGRANRIO-SECAD) Atualmente, no estado do Tocan-
d) Em geral, a abertura dos mercados internacionais tins, o setor industrial é representado principalmente
para um produto como a carne está condicionada pela agroindústria, centralizada em distritos instalados
às adequadas e confiáveis condições sanitárias das em quatro cidades-polo. Dentre essas cidadespolo,
áreas produtoras. além da capital Palmas, está incluída
e) Além da pecuária, o Tocantins se notabiliza por ser a) Gurupi.
uma fronteira agrícola em permanente expansão, b) Pau D’ Arco.
apresentando excelentes condições em relação ao c) Pedro Afonso.
circuito produtivo da economia brasileira. d) Paraíso do Tocantins.
e) Miracema do Tocantins.
12. (SECAD-TO) Sobre as atividades agrárias e a estrutura
fundiária do espaço brasileiro, considere as afirmativas Localizado no centro geodésico do Brasil, o Tocantins
abaixo: possui uma área de quase 280 mil km2, onde vivem atual-
I – A recente mecanização da agricultura reduziu a ofer- mente cerca de 1 milhão e 200 mil habitantes. Guardando ex-
ta de trabalho no campo, contribuindo, assim, para a pressivo acervo de riquezas naturais, o estado está situado na
formação de um contingente de trabalhadores desem- maior área de transição geográfica do continente americano.
pregados e/ou temporários e posseiros.
II – A expansão acelerada das fronteiras agrícolas e a 15. (TRE-CESPE) – A partir desse cenário físico, do qual de-
estrutura fundiária concentrada geram permanentes correm aspectos econômicos e turísticos muito próprios
conflitos pela posse da terra, resultando quase sempre da região, julgue os itens subseqüentes.
na expropriação por parte de grileiros. I – A forte prevalência da floresta tropical úmida da
III – A força histórica da aristocracia rural, reforçada pela Amazônia no Tocantins, ocupando a maior parte de seu
lei de Terras de 1850, gerou um modelo concentrador território, torna-se, segundo os especialistas no setor,
cujas tentativas de desarticulação tem se mostrado, o maior impeditivo ao turismo no estado.
muitas vezes, inócuas. II – A maior área de transição geográfica das Américas,
IV – As dificuldades de cultivo no atual estado do To- em que está situado o Tocantins, corresponde ao en-
cantins remontam ao século XVI, quando a região ainda contro dos ecossistemas do cerrado, da mata atlântica
pertencia à Espanha, que esgotou o solo do território e da floresta amazônica.
com a atividade mineradora. III – O estado do Tocantins abriga a maior bacia hidro-
Marque a alternativa correta: gráfica totalmente brasileira, a do Tocantins-Araguaia,
a) I e II apenas. cujo principal rio formador — o Tocantins — tem suas
b) II e III apenas. nascentes no estado de Goiás, ao norte da cidade de
c) III e IV apenas. Brasília.
d) I e II e III apenas. IV – Negociações políticas à época da criação do esta-
e) I e III e IV apenas. do do Tocantins explicam o fato de a ilha do Bananal,
a maior ilha fluvial do mundo, ter ficado fora de seu
A partir da década de 70 do século XX, o modelo de de- território e mantida sob jurisdição de Goiás.
senvolvimento adotado pelo Brasil para a integração regional V – Um dos mais conhecidos pólos de atração de visitan-
chega, também, ao norte de Goiás, que passa a se tornar tes no Tocantins é o Jalapão, área em que dunas chegam
alvo de investimentos governamentais com o objetivo de a 40 metros de altura, convivendo com um complexo História e Geografia do Tocantins
incorporar a região ao mercado nacional. aquático de rios, cachoeiras, córregos e lagos, além de
singulares formações rochosas.
13. (SECAD-TO) Sobre esse processo é correto afirmar que:
a) Apesar do acentuado desequilíbrio regional exis- Estão certos apenas os itens
tente, o modelo econômico adotado para a região a) I e II
facilitou a integração dos sistemas de transporte, b) I e III
tornando viável a emancipação política do norte de c) II e IV
Goiás. d) III e V
b) Apesar dos esforços do governo federal na tentativa e) IV e V
de dinamizar a economia do centro-oeste, a facili-
dade de importação de bens de consumo favorecia 16. (CESGRANRIO-SECAD) Vera vai viajar para Tocantins e,
a desativação das indústrias locais. analisando o mapa do Estado, constatou que, entre os
c) A opção do governo pelos investimentos no centro- muitos rios existentes, os dois mais importantes por
-oeste se explica pela tranqüilidade da região numa sua extensão e curso são:
época de ditadura política quando todas as demais a) Araguaia e Javaé.
regiões brasileiras viviam a realidade da guerrilha e b) Araguaia e Tocantins.
da luta armada. c) Caiapó e Balsas.
d) Uma das conseqüências da reestruturação espacial d) Palmas e Sono.
nesta área foi a presença de conflitos pela posse e) Tocantins e Palmas.

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17. (CESGRANRIO-SECAD) A usina hidrelétrica do Lajeado é c) As precipitações pluviais crescem do sul para o norte
muito importante para o desenvolvimento de Tocantins. variando de 1500m a 1750mm/ano, do leste para o
Qual o principal benefício que essa usina trouxe para o oeste de 1000 a 1800mm/ano.
Estado? d) A bacia hidrográfica do estado do Tocantins está de-
a) Ampliação do ecossistema. limitada principalmente pelo rio Araguaia a leste,
b) Combate à poluição. e pelo rio Tocantins a oeste. Esses rios correm no
c) Criação de um lago artificial. sentido sul-norte e se encontram no extremo norte
d) Maior oferta de energia. do estado, na região do Bico do Papagaio.
e) Menor consumo energético. e) As coberturas vegetais do estado podem ser repre-
sentadas pelos cerrados que ocupam a maior parte,
18. (FASAMAR-TO) Sobre a geografia do Tocantins NÃO é florestas densas e florestas abertas mistas.
CORRETO AFIRMAR:
a) O Tocantins é banhado pela bacia do Tocantins-Ara- 22. (PM-TO) O principal ecossistema do estado do Tocan-
guaia, formada pelos dois rios, respectivamente. tins é o cerrado, que cobre cerca de 87% de sua área.
b) No território tocantinense encontra-se a maior ilha Além do cerrado, são encontradas outras vegetações
fluvial do mundo, a ilha do bananal. no Estado, tais como:
c) A caatinga e o pantanal são dois tipos de vegetação a) caatinga ou floresta estacional decidual
característica do estado do Tocantins. b) Floresta estacional ou caatinga
d) A partir da construção da BR-153, Belém-Brasília, c) Floresta ombrófila ou floresta amazônica
a atual região do Tocantins, antigo norte de Goiás d) Floresta ombrófila ou caatinga
desenvolveu-se economicamente de forma bastante e) Caatinga e Floresta Amazônica
considerável.
e) O clima predominante no Tocantins é o tropical. 23. (PM-TO) O principal ecossistema do estado do Tocan-
tins é o cerrado, que cobre cerca de 87% de sua área.
19. (TRE-TO) Considerando os aspectos geográficos e eco- Além do cerrado, são encontradas outras vegetações
nômicos que caracterizam o estado do Tocantins, assi- no Estado tais como, floresta estacional decidual. Esta
nale a opção correta. floresta é conhecida também como:
a) O Tocantins faz divisa com todos os estados da região a) Floresta Amazônica, que ocupa mais de 20% da ve-
norte. getação do estado.
b) o Tocantins está numa área de transição com porções b) Caatinga, característica de tipos arbóreo-herbáceos
de cerrado e de floresta amazônica. ou intermediários.
c) A maior parte do território tocantinense é coberta c) Caducifólia, perdendo mais de 50% de suas folhas
pela mata atlântica, que tem no estado sua área mais no período de estiagem.
preservada. d) Cerrado e ocupa cerca de 45% da área do estado.
d) Nascida nos Andes, a bacia dos rios Tocantins e Ara-
guaia corta o território do estado do Tocantins. 24. (Agente Penitenciário-TO) Uma importante via de trans-
e) Embora economicamente muito forte, a região do porte está sendo construída no estado do Tocantins,
cerrado cobre parcela reduzida do território tocan- cuja conclusão permitirá a ligação de outros transportes
tinense. a este, e que levará a produção do Tocantins até o Porto
de Itaqui, no Maranhão, o mais próximo da Europa e
20. (FECIPAR-TO) O estado do Tocantins tem grande exten- da América do Norte. O texto refere-se a:
são latitudinal e a altitude de suas terras varia muito, a) Ferrovia norte-sul
indo desde as baixas planícies fluviais até as plataformas b) Estrada BR-010
e cabeceiras elevadas com altitudes entre 200 e 600m. c) Hidrovia Araguaia-Tocantins
História e Geografia do Tocantins

Devido a essas características qual o clima predominan- d) Aeroporto Internacional de Araguaína que será liga-
te do estado? do a Palmas
a) Equatorial e) Estradas estaduais que estão sendo pavimentadas
b) Semi-árido
c) Sub-tropical 25. (CBMGO/CADETE/FUNRIO/2016) Da divisão regional
d) Tropical nacional apresentada nesse mapa a seguir, até a década
e) Equatorial de altitude de 1990, a região Centro-Oeste passou por transforma-
ções do ponto de vista político, territorial e econômico.
21. (ETF-Palmas-TO) “O estado do Tocantins está localiza- Nesse período, o território da região Centro-Oeste foi
do numa área de transição, apresenta características alterado com a
climáticas e físicas tanto da Amazônia Legal quanto na a) divisão de Goiás, proporcionando a diminuição do
zona central do Brasil, com duas estações: seca e chu- território atual da região Centro-Oeste.
vosa”. Considerando o estado do Tocantins, marque a b) construção de Brasília, que favoreceu o esvaziamen-
alternativa FALSA. to populacional do estado de Goiás.
a) As temperaturas médias anuais na região variam c) divisão do Mato Grosso, elevando os índices de sub-
entre 23º. e 26º., sendo crescente no sentido do desenvolvimento do Centro-Oeste.
sul para o norte. d) criação do estado de Tocantins, propiciando o au-
b) Os ventos da região da bacia do Araguaia são fracos, mento da arrecadação tributária do Centro Oeste.
sendo o regime eólico na região caracterizado por uma e) criação do Distrito Federal, prejudicando o desen-
incidência média de calmaria da ordem de 80% ao ano. volvimento urbano-industrial da região.

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b) Devem ser estabelecidas medidas de conservação
de nascentes.
c) Deve ser realizado o uso eficiente dos recursos hídri-
cos visando à melhoria da qualidade e quantidade
de água disponível.
d) Devem ser ocupadas as Áreas de Preservação Per-
manente.
e) Devem ser minimizados os conflitos relacionados ao
uso da água das bacias hidrográficas nas áreas em
que a região está inserida.

Após cerca de 25 anos de espera, o trecho de 855 km


da ferrovia Norte-Sul, que liga Palmas (TO) a Anápolis (GO), a
55 km de Goiânia, foi inaugurado na manhã desta quintafeira
(22 de maio). A presidente da República, Dilma Rousseff (PT),
participou da cerimônia e chegou ao local em locomotiva
acompanhada por cerca de oito autoridades, entre elas o
governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o ministro dos
transportes, César Borges, e o presidente da Valec Engenharia
Construções e Ferrovias, responsável pelas obras, José Lúcio
Lima Machado.
Internet: . Acesso em 26/12/2014 (com adaptações).

29. (SPTC/2015/Funiversa) A respeito da ferrovia Norte-Sul


e do transporte ferroviário em Goiás, assinale a alter-
nativa correta.
26. (PMTO-Consulplan/2013)São estados que fazem limites a) Mais de dois terços da produção agrícola do estado
com Tocantins, EXCETO: são transportados por esse meio.
a) Pará. b) Entre os objetivos da ferrovia Norte-Sul, está o de
b) Goiás. induzir a ocupação econômica do cerrado brasileiro,
c) Maranhão. além de favorecer a multimodalidade de transportes
d) Minas Gerais. no País.
c) Em seu trecho goiano, a ferrovia Norte-Sul cortará
27. (PMTO-2013/Consulplan) Sobre o estado do Tocantins, importantes cidades das regiões do entorno do Dis-
marque V para as afirmativas Verdadeiras e F para as trito Federal e do Sudeste do estado.
falsas. d) Quando estiver completa, a Norte-Sul terá início no
( ) Encontra-se totalmente incluído na Amazônia Legal, Ceará e terminará no Rio Grande do Sul, exercendo
cuja vegetação é predominante. importante papel na integração dos mercados re-
( ) Está localizado na região Centro-Oeste, exatamente gionais.
no centro geográfico do país. e) A Norte-Sul permitirá uma maior utilização de um
( ) Possui muitas áreas de preservação, unidades de meio de transporte que, apesar de mais flexível que
conservação e bacias hídricas. o rodoviário, é menos econômico que ele.
( ) Seu ponto mais elevado é a Serra das Traíras, com
altitude máxima de 1.340 metros. 30. Sobre o período do Brasil Colônia, marque a opção cor-
reta.
A sequência está correta em: a) O atual território do estado do Tocantins, fazia parte
História e Geografia do Tocantins
a) F, F, V, V da Capitania da Bahia de Todos os Santos.
b) F, V, V, F b) As minas do norte da Capitania de Goiás eram mais
c) V, F, V, F pobres que as minas do sul.
d) V, V, F, F c) As minas do norte eram mais ricas que as minas do
sul de Goiás, o que permitiu a exploração em larga
A região da Matopiba é considerada de grande interesse escala do ouro em veio de rocha.
para expansão da fronteira agrícola, com o aumento da agri- d) O ouro de aluvião é aquele em pequenas partículas,
cultura irrigada. Apesar do benefício potencial da irrigação que ficavam depositadas no leito de rios e córregos
para a produção agrícola do país, estratégias para promover ou no sopé das montanhas, geralmente.
o aumento da produção agrícola irrigada devem ser consi- e) As técnicas apuradas de exploração aurífera no norte
deradas, assim como a sustentabilidade social e ambiental permitiram uma longevidade maior do período de
da área em questão. exploração do ouro em relação ao sul de Goiás.
LANDAU, E. C.; GUIMARAES, D. P.; SOUZA, D. L. de,
Caracterização ambiental das áreas com agricultura irrigada por 31. Sobre os povos indígenas da Capitania de Goiás, marque
pivôs centrais na região do Matopiba – Brasil. EMRAPA, 2014. a opção correta:
a) A destruição do Arraial de Bom Jesus do Pontal é
28. (COPESE/2016) A opção INCORRETA relacionada à busca atribuída aos índios Xerente, que atualmente têm
de sustentabilidade ambiental na expansão da agricul- reserva demarcada em Tocantínia.
tura irrigada na região da Matopiba, é: b) Os indígenas da etnia Xambioá se consideram pa-
a) Devem ser realizadas ações estimulando a melhoria rentes dos Karajá e Javaé da Ilha do Bananal. Sua
da qualidade da água. reserva fica no município de Xambioá.

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c) Mais de vinte etnias indígenas ocupavam o norte de c) A Bandeira do movimento trazia ao centro a palavra
Goiás no século VII, no início do povoamento. VELO, simbolizando a promessa de velar pela entra-
d) Os Avá-Canoeiros são a mais nova etnia reconhecida da da bacia amazônica.
pelo Governo Federal no estado do Tocantins. Sua d) O movimento separatista foi o primeiro a contar com
reserva, denominada Mata Azul, foi demarcada no forte apoio popular.
município de Formoso do Araguaia. e) Dom Alano Marie du Noday, o bispo conservador de
e) O sertanista de contrato Antônio Pires de Campos Porto Nacional foi um dos grandes adversários do
exterminou quase todos os indígenas das etnias movimento por considerá-lo de caráter subversivo.
Acroá e Xacriabá, que habitam o sudeste do estado
do Tocantins no século XVIII. Os sobreviventes foram 36. Sobre o bico do Papagaio nas décadas de 70/80, marque
aldeados em São José do Duro. a correta:
a) O Padre Josimo Tavares, foi morto em 1986 na região
32. Sobre as duas comarcas da Capitania de Goiás, marque do Bico do Papagaio por defender os posseiros da
a opção correta. região. A morte do padre teve repercussões mun-
a) D. Pedro I foi o responsável pela criação das Comarcas. diais.
b) A Comarca do Norte teve sede provisória em São b) A região foi palco da Guerrilha do Araguaia, mo-
João de Duas Barras. vimento organizado pelo PCB (Partido Comunista
c) O primeiro cargo que Joaquim Teotônio Segurado Brasileiro), que queria implantar o comunismo no
Brasil.
exerceu na Capitania de Goiás foi o de Ouvidor da
c) O principal líder da Guerrilha do Araguaia era o mi-
Comarca do Norte.
neiro Osvaldão. Um dos poucos guerrilheiros cujo
d) Teotônio Segurado criou a Província de Palma, em corpo já foi oficialmente identificado
1821, e também foi um grande apoiador da inde- d) Sebastião Curió, foi o militar responsável pela ope-
pendência do Brasil. ração que pôs fim à Guerrilha do Araguaia. Curió
e) As únicas atuais cidades do estado do Tocantins que responde atualmente a vários processos na justiça
foram cabeça de julgado da Comarca do Norte são: ainda em função dos crimes a ele atribuídos no com-
Porto Nacional, Natividade e Conceição. bate aos guerrilheiros.
e) A Comissão da Verdade, instituída no governo Dilma
33. Sobre a pecuária no Tocantins, marque a opção correta: Rousseff já conseguiu identificar vários dos guerri-
a) Os primeiros rebanhos a adentrarem o estado do lheiros desaparecidos na Guerrilha do Araguaia.
Tocantins, ainda no século XVIII, eram oriundos do
Mato Grosso e chegaram à região da Ilha do Bananal 37. Sobre a luta pela criação do Tocantins a partir dos anos
b) Uma das primeiras raças bovinas criadas em larga 60, marque a incorreta:
escala no Tocantins foi a do gado nelore. a) A chegada de José Wilson Siqueira Campos a Colinas,
c) A pecuária leiteira e a fabricação de queijo era im- nos anos 60, deu novo ânimo à luta separatista.
portante fonte de renda no norte de Goiás, após o b) O Deputado José Freire, do MDB, também defendia
término do período minerador. no Congresso a criação do Estado do Tocantins.
d) Taguatinga e Lizarda são exemplos de municípios que c) O presidente José Sarney vetou, por três vezes con-
surgiram em função da pecuária. secutivas, em 1988, a criação do estado do Tocantins
e) A partir da segunda metade do século XIX a região do d) Siqueira Campos chegou a fazer uma greve de fome
Bico do Papagaio torna-se a mais importante região às vésperas da votação da emenda que criou o es-
de criação de gado no antigo norte de Goiás. tado do Tocantins para sensibilizar os constituintes
para a criação do novo estado
34. Sobre o movimento Tenentista, marque a correta. e) A CONORTE foi uma importante organização não go-
a) Era um movimento de jovens oficiais das forças ar- vernamental que, a partir dos anos 80, mobilizou a
madas que se uniu à oligarquia cafeeira para tentar população tocantinense e apoiou os parlamentares
implantar uma ditadura no Brasil. divisionistas na luta pela criação do estado do To-
cantins.
História e Geografia do Tocantins

b) O monumento à Coluna Prestes, na Praça dos Giras-


sóis, é a única obra de Oscar Niemayer existente na
cidade de Palmas. O século XVII representou a etapa de investigação das
c) O objetivo dos tenentes era implantar o comunismo possibilidades econômicas das regiões goianas/tocantinen-
no Brasil. ses, durante a qual o seu território tornou-se conhecido. No
século seguinte, em função da expansão da marcha do ouro,
d) Antônio Siqueira Campos foi um importante líder
ele foi devassado em todos os sentidos, estabelecendo-se a
tenentista que morreu em combate com as Forças
sua efetiva ocupação através da mineração.
Armadas, no município de Natividade, quando pas-
sou pelo Tocantins junto com os rebeldes da coluna 38. (Agehab/2010/Sousândrade-Adaptada) – Nesse senti-
Prestes. do, pode-se afirmar que a economia goiana no final do
e) O Governo dos Caiado apoiava a causa tenentista século XVIII se caracteriza:
e festejou a passagem dos rebeldes em território a) Pelo aumento da arrecadação fiscal e da imigração
goiano. para a região.
b) Como um período de desenvolvimento através do
35. Sobre a Proclamação Autonomista de Porto Nacional, processo de industrialização urbana.
marque a incorreta: c) Pelo declínio da mineração e empobrecimento da ca-
a) Feliciano Machado Braga foi o principal líder do mo- pitania que se volta para as atividades agrop­ecuárias.
vimento. d) Como o período áureo, grande circulação de riqueza,
b) O movimento foi deflagrado no dia 13 de maio de intenso povoamento, apogeu da mineração.
1956, dia da libertação dos escravos para simbolizar e) Pelo crescimento comercial e desenvolvimento ur-
a libertação do povo tocantinense. bano.

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39. (SECAD-TO) Com o processo de Independência do Brasil b) C, E, C, E
em 1822, a estrutura política não sofre mudanças mar- c) E, C, C, C
cantes em Goiás/Tocantins. Essas mudanças ocorrem d) C, C, E, C
de maneira gradual e com disputas internas pelo poder e) C, C, C, C
entre os grupos locais. Nesse contexto destaca-se:
a) o atrito dos grandes proprietários de terra com o 42. (SES/20-10/Funcab-Adaptada) Com relação ao perío-
governo central, pois eles eram totalmente contra do da mineração do século XVIII no estado de Goiás/
a separação de Portugal. Tocantins, é correto afirmar que:
b) o movimento separatista do norte de Goiás, pro- a) a mineração foi um fracasso, pois não conseguiu
vocado por interesses econômicos e políticos dos competir com as jazidas auríferas do Rio de Janeiro.
grandes proprietários de terra descontentes com a b) até 1750 a mineração foi lucrativa, já de 1751 a 1770
falta de benefícios do governo. se tornou arriscada e após 1770 ruinosa.
c) o elevado índice de imigrantes estrangeiros, que se c) a mineração foi muito lucrativa durante todo o século
tornaram responsáveis pelo desenvolvimento da XVIII.
pecuária no Estado. d) a mineração não se desenvolveu devido à escassez
d) a recuperação da economia mineradora com a des- de mão de obra qualificada.
coberta de novas jazidas na região norte do Estado. e) jagunços e coronéis entravaram a mineração do es-
e) a consolidação da separação do norte, aprovada em tado de Goiás/Tocantins.
1823 pelo governo imperial.
“Na dinâmica da economia de mineração, primeira
“A presença dos Tupis na área da Bacia TocantinsAra- metade do século XVIII, assinala-se a manifestação inicial
guaia, ao que parece, é mais recente, tendo se originado de oposição do Norte ao Centro-Sul de Goiás.”
CAVALCANTE, Maria do Espírito Santo Rosa. O discurso
pela determinada presença portuguesa no período colonial, autonomista do Tocantins. Goiânia: Ed. da UCG, 2003. p. 21.
quando ocorreu um deslocamento de diversas populações
para o interior, resultando em longos e multifacetados pro- 43. (COPESE/2013/Prof. Nível II, Pref. Palmas) Considerando
cessos de disputa.” o processo histórico que culminou na criação do estado
FLORES, Kátia Maria. Caminhos que andam: o rio Tocantins e do Tocantins, é CORRETO afirmar que a manifestação
a navegação fluvial nos sertões do Brasil. Goiânia: UCG, 2009. p. 35. mencionada no texto refere-se à:
(Adaptado)
a) baixa produtividade das minas do Norte em relação
às do Centro-Sul.
40. (COPESE/2013/Prof. Nível II, Pref. Palmas) É CORRETO
b) proibição da exploração do ouro nas minas do Norte
afirmar sobre a questão do povoamento, que os di- da Capitania de Goiás.
versos tipos étnicos que habitavam a região da Bacia c) criação de um imposto de capitação de ouro mais
Tocantins-Araguaia eram compostos por elevado para as minas do Norte de Goiás.
a) africanos fugitivos, índios, bandeirantes paulistas, d) transferência do porto de escoamento da produção
holandeses que ocuparam o sul do território e es- do ouro do Norte para o Sul de Goiás.
panhóis que se instalaram na região oeste da Bacia
do Araguaia. (UFG-GO-Adaptada) “A história da expansão ultrama-
b) índios, portugueses envolvidos na exploração mineral, rina e da exploração colonial portuguesa se desenrola no
espanhóis que se instalaram na região oeste da Bacia amplo quadro da competição entre as várias potências, em
do Araguaia, africanos e bandeirantes paulistas. busca do equilíbrio europeu; desta forma, é na história do
c) portugueses de herança jesuítica, índios e africanos sistema geral de colonização européia moderna que deve-
na porção sul da Bacia do Tocantins, bandeirantes mos procurar o esquema de determinações dentro do qual
paulistas e os mestiços de diversos cruzamentos ét- se processou a organização da vida econômica e social do
nicos. Brasil na primeira fase de sua história.”
d) índios, africanos fugitivos ou envolvidos na explora- (Novais, Fernando A.)
ção mineral, bandeirantes paulistas, franceses que
ocuparam o norte do território e mestiços de diver- 44. A respeito da organização do Brasil colônia, julgue os História e Geografia do Tocantins
sos cruzamentos étnicos. itens a seguir, assinalando a única opção incorreta.
a) A empresa colonial foi montada dentro dos princí-
41. (SSP/2009/Sousândrade-Adaptada) No centro de Goiâ- pios mercantilistas da época moderna e privilegiava
nia, no cruzamento das duas principais avenidas, perce- a produção de gêneros agrícolas de exportação e a
be-se o monumento do bandeirante Anhanguera, uma atividade extrativa.
doação dos estudantes de direito de São Paulo para a b) A colonização, por meio do desenvolvimento inter-
nova capital, expressando: no da colônia, aparece como a solução através da
I – O culto ao passado de homens e expedições que qual se tornou possível valorizar economicamente
percorreram o sertão goiano/tocantinense. as terras descobertas, e dessa forma garantir a sua
II – O desejo dos paulistas de reverenciar sua presença posse.
na construção da memória histórica de Goiás/Tocantins. c) As invasões holandesas e os choques daí decorren-
III – A identidade da cultura goiana/tocantinense com tes, ao lado da disputa entre a lavoura e a terra para
a paulista. pastos, ocasionaram, em meados do século XVII, um
IV – O esquecimento da ação bandeirante contra os amplo movimento de penetração para o interior.
índios que habitavam a região. d) Em Goiás/Tocantins, a exploração do ouro deu ori-
gem a uma sociedade rural, dominada pelo senhor
Analise se as assertivas acima estão certas c) ou erradas de engenho.
e) A crise do sistema colonial se traduz, no Brasil, em
e) e, em seguida, indique a sequência correta.
movimentos de contestação em que se faz presente
a) C, E, E, E
o ideal separatista.

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45. A expansão da colonização portuguesa na América, a 48. No trecho dessa carta, o rei de Portugal refere-se à im-
partir da segunda metade do século XVII, foi marcada propriedade de os mulatos continuarem a exercer o
por um conjunto de medidas, dentre as quais podemos cargo de:
citar: a) governador, magistrado escolhido entre os “homens
a) o esforço para ampliar o comércio colonial, supri- bons” da colônia para administrarem a capitania.
mindo-se as práticas mercantilistas. b) intendente das minas, ministro incumbido de con-
b) a instalação de missões indígenas nas fronteiras sul trolar o fluxo de alimentos e do comércio.
e oeste, para garantir a posse dos territórios por c) ouvidor, funcionário responsável pela administração
Portugal. das finanças e dos bens eclesiásticos.
c) o bandeirismo paulista, que destruiu parte das mis- d) vereador, membro do Senado da Câmara, encarre-
sões jesuíticas e descobriu as áreas mineradoras do gado de cuidar da administração local.
planalto central. e) provedor-mor, autoridade encarregada da segurança
d) a expansão da lavoura da cana para o interior, incen- da região mineradora.
tivada pela alta dos preços no mercado internacio-
nal. O povoamento da região do atual estado do Tocan-
e) as alianças políticas e a abertura do comércio co- tins foi tardio em relação a grande parte do Brasil e, ainda
lonial aos ingleses, para conter o expansionismo hoje, sua população representa apenas 0,7% da população
espanhol. brasileira.

A descoberta do ouro ativou um intenso processo de imi- 49. (SECAD-TO) O início do efetivo povoamento do território
gração que quase desertificou algumas regiões de Portugal. se deveu:
A população do Brasil, em 1700, era de 300 mil pessoas, e, a) À atividade mineradora que se intensificou com a
em 1800, já somava 3 milhões e 300 mil pessoas. descoberta de ouro no sul do estado, promovendo
o crescimento dos primeiros núcleos coloniais.
46. Podemos afirmar sobre o período da mineração no b) À ação dos jesuítas que, ao se dedicarem ao trabalho
Brasil que: missionário, deram origem às principais cidades do
a) atraídos pelo ouro, vieram para o Brasil aventureiros Tocantins atual: Palmas, Natividade e Xambioá.
de toda espécie, que inviabilizaram a mineração. c) À colonização do interior das terras brasileiras graças
b) a exploração das minas de ouro só trouxe benefícios às investidas dos bandeirantes para aprisionamento
para Portugal. dos negros quilombolas, para servirem de mão de
c) a mineração deu origem a uma classe média urbana obra nas lavouras açucareiras de São Paulo.
que teve papel decisivo na independência do Brasil. d) Ao uso intensivo das vias fluviais que cortam a região,
d) o ouro beneficiou apenas a Inglaterra, que financiou graças à instalação das charqueadas que incremen-
sua exploração. taram o aparecimento de núcleos populacionais.
e) a mineração contribuiu para interligar as várias re- e) Aos bandeirantes portugueses que, ao vasculharem
giões do Brasil e foi fator de diferenciação da socie- a região para prear índios, mantinham povoamentos
dade. nas aldeias destruídas.

47. (AL-2005) O atual estado do Tocantins, até 1988, foi O Tocantins é um dos estados brasileiros com maior tra-
parte integrante do estado de Goiás, que por sua vez dição na criação de bovinos de corte, contando, atualmente,
fazia parte da Capitania de São Vicente (São Paulo). A com um rebanho de 7,5 milhões de animais, distribuídos em
Capitania de Goiás foi criada com a finalidade de: todas as regiões do estado. Até 2011, as projeções apontam
a) Combater os invasores holandeses que, partindo um crescimento para 8 milhões de bovinos.
da Guiana e atravessando a Amazônia, haviam se
instalado na região. 50. No Brasil colônia, a pecuária teve um papel decisivo na:
b) Aldear os índios dispersos pelo interior através de a) ocupação das áreas litorâneas.
História e Geografia do Tocantins

mecanismos efetivos de intervenção como a FUNAI. b) expulsão do assalariado do campo.


c) Delimitar fazendas de criação de gado, redistribuindo c) formação e exploração dos minifúndios.
lotes entre fazendeiros mais prósperos. d) fixação do escravo na agricultura.
d) Estimular a produção de cana-de-açúcar, em cresci- e) expansão para o interior.
mento na capitania, graças ao solo de massapé.
e) Controlar áreas mineradoras ampliadas com a des- 51. Entre as cidades tocantinenses mais antigas e histori-
coberta de novas jazidas no século XVIII. camente mais importantes, pois surgiram na época do
ouro, destacam-se:
Leia o texto. Ele refere-se à capitania de Minas Gerais no a) Araguaína, Paranã e Natividade
século XVIII. b) Natividade, Arraias e Gurupi
c) Dianópolis, Porto Nacional e Guaraí
“... ponderando-se o acharem-se hoje as Vilas dessa Capitania d) Natividade, Arraias e Dianópolis
tão numerosas como se acham, e que sendo uma grande e) NDA
parte das famílias dos seus moradores de limpo nascimento,
era justo que somente as pessoas que tiverem esta qualidade “De Segurado a Siqueira o ideal a seguir
andassem na governança delas, porque se a falta de pessoas Contra tudo e contra todos firme e forte
capazes fez a princípio necessária a tolerância de admitir os Contra a tirania
mulatos aos exercícios daqueles oficias, hoje, que tem ces- Da oligarquia
sado esta razão, se faz indecoroso que eles sejam ocupados O povo queria
por pessoas em que haja semelhante defeito...” Libertar o Norte”
(D. João V, Lisboa, 27 de janeiro de 1726.) (Hino do Tocantins).

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52. (SECAD-TO) Este trecho do Hino estadual está direta- 56. (Agente Penitenciário-TO) Nas décadas de 1730 e 1740
mente relacionado à história do Tocantins quando se ocorrem as descobertas auríferas do norte de Goiás
refere: e, em função delas, a formação dos primeiros arraiais
a) A Teotônio Segurado e Siqueira Campos, os prin- no território onde hoje se situa o estado do Tocantins.
cipais líderes da Revolta da Palma, que manteve o Marque a alternativa que aponta o surgimento nos anos
Tocantins separado do restante do Brasil entre 1821 1730, dos primeiros arraiais formados com a descoberta
e 1824. do ouro.
b) A Teotônio Segurado e Siqueira Campos, importan- a) Arraias e Xambioá
tes líderes políticos e defensores da autonomia do b) Cristalândia e Taguatinga
Tocantins em momentos históricos diferentes. c) Natividade e Almas
c) À organização suprapartidária constituída com o ob- d) Paranã e Porto Nacional
jetivo de conscientizar a população para criar uma e) Silvanópolis e Pedro Afonso
Emenda Popular que instituísse um novo estado na
federação. 57. (Agente Penitenciário-TO) Assinale a alternativa INCOR-
d) Às oligarquias que governavam o norte do Brasil e RETA cujas informações não correspondem aos aspec-
foram derrotadas pela ação do povo do Tocantins. tos históricos e culturais das referidas cidades do estado
do Tocantins.
e) Aos sonhos e ideais de libertação do povo goiano,
a) Araguaína – em 14 de novembro de 1958 foi criado
aspiração que surgiu a partir da Campanha das Di-
este município e sua integração ao território nacional
retasjá de 1984.
deu-se com a construção da Rodovia Belém-Brasília,
que proporcionou à cidade um vertiginoso processo
53. (SECAD-TO) (SECAD-TO-Adaptada) A capital do estado de crescimento populacional.
do Tocantins, Palmas, recebeu este nome em home- b) Gurupi – é desconhecido o motivo de batizar a cidade
nagem à comarca de São João da Palma. A Província com este nome, que na língua dos índios Xerente
da Palma foi criada por um movimento separatista de quer dizer “diamante puro”. O povoado do córrego
grande repercussão, ocorrido entre 1821 e 1823. O mutuca foi elevado a distrito de Porto Nacional no
fracasso deste movimento pode ser explicado, entre ano de 1956, início da construção da Rodovia Belém-
outros fatores pela(s): -Brasília. Sua emancipação político-administrativa
a) Impossibilidade de instalar um governo indepen- viria através da Lei Estadual no. 2.140, de 14 de no-
dente em relação à Coroa Espanhola, sem recursos vembro de 1958.
financeiros e econômicos que o sustentasse. c) Natividade – município criado em 1º. de julho de
b) Imediata reação do governo português, enviando à 1831. Foi sede provisória da Comarca do Norte de
região tropas que mantiveram a província unificada. Goiás, no período de 1809 a 1815, e um dos berços
c) Localização geográfica da região, distante do poder das primeiras manifestações para a separação do
central brasileiro, sediado no Rio de Janeiro. Norte de Goiás, isto ainda no século XIX. De 1822
d) Morte do principal líder, Manoel Sampaio, deixando a 1823 foi a Vila capital da sonhadora Província da
sem rumo os revolucionários emancipacionistas. Palma.
e) Divergências internas quanto à abrangência da d) Arraias – cidade que surgiu no século XVI com a ex-
emancipação. tração do minério de ouro, portanto, a presença da
colonização é tão marcante na vida da cidade que
54. (Cabo-PM-TO) A Vila Barra da Palma, construída por os traços europeus são fortes na própria população.
Teotônio Segurado é hoje a cidade de: e) Paranã – município criado em 05 de outubro de
a) Natividade 1857. Sua história se confunde com a história do
b) Paranã estado do Tocantins. Foi Comarca da Palma; hoje a
d) Arraias capital do Tocantins foi batizada de Palmas.
e) Dianópolis
História e Geografia do Tocantins
Logo no início da década de 1920 se espalharam pelos
55. Os movimentos de rebelião colonial, como o Movimen- quartéis os ideais do Movimento Tenentista. Carregando a
bandeira da democracia, o grupo que era formado basica-
to separatista do Norte, ocorrido em Goiás entre 1821
mente por militares de baixa e média patentes colocava em
e 1823, e o processo de emancipação política do Brasil
questão as principais marcas da Política do café-com-leite.
estão ligados às transformações do mundo ocidental no
final do século XVIII. Assim, está correto afirmar que: 58. Segundo alguns autores, o tenentismo representou uma
a) o desenvolvimento industrial reforçou o pacto colo- tentativa de ruptura da organização política vigente na
nial, como instrumento de reserva de mercado. República brasileira por que:
b) o Iluminismo promoveu expressiva modernização a) os tenentes se identificaram com um programa ra-
econômica da colônia e o reforço da religiosidade dical de transformações sociais.
expressa no Barroco. b) a aliança partidária entre os militares e as camadas
c) a emancipação política, no caso brasileiro, marcou a médias urbanas propunha a reforma da Constituição.
definitiva separação entre portugueses, agentes da c) movimento visava à derrubada do governo e ao esta-
metrópole e colonos brasileiros. belecimento da austeridade político-administrativa.
d) as reações contra o domínio metropolitano foram d) os tenentes propunham o estabelecimento do regi-
movimentos autóctones das elites coloniais, não se me parlamentarista dirigido pelos elementos mais
ligando ao processo geral da crise do Antigo Regime. esclarecidos da nação.
e) as rebeliões coloniais foram influenciadas pelo pen- e) os militares eram portadores de uma ideologia in-
samento liberal, apesar das diferenças entre as áreas dustrializante claramente definida em seu programa
coloniais e a Europa. de governo.

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Segunda Guerra Mundial – um minério estratégico iria Estão corretas as afirmativas:
sacudir a vida sócio-econômica da época no norte de Goiás. a) I e II apenas
Popularmente conhecido como cristal de rocha. Preciosíssi- b) II e III apenas
ma matéria-prima na indústria bélica. A exemplo do ciclo da c) III e IV apenas
mineração (século XVIII), o ciclo econômico desse minério d) I, II e III apenas
transformou lugares ermos em prósperas povoações de po- e) I, III e IV apenas
pulação flutuante no estado do Tocantins.
Criado pela Constituição de 1988, o Tocantins é o mais
59. (PM_TO) Assinale a alternativa CORRETA que corres- novo estado brasileiro. Sua emancipação resulta de luta his-
ponde ao minério que se refere o texto, encontrado nos tórica que, iniciada no contexto da independência do Brasil,
municípios de Pium, Cristalândia, Arapoema e Xambioá, nas décadas iniciais do século XIX, renasceu por volta de 1920,
no estado do Tocantins. expandiu-se na segunda metade da década de 50 e consolidou-
a) Ouro -se nos anos 80. Na base do discurso autonomista ao longo
b) Urânio da história, sustentando-o, prevaleceu a tese da situação de
c) Ferro abandono político-administrativo do então norte de Goiás por
d) Quartzo parte do governo central, seja imperial ou republicano.

Nos anos 20, 30 e 40 do século XX, a ocupação econô- 63. (TRE-CESPE) Relativamente ao processo de emancipa-
mica do extremo norte e do médio Tocantins foi sustentada ção do estado do Tocantins, assinale a opção correta.
pelo extrativismo mineral e vegetal: o babaçu, o caucho e a) Diferentemente do ocorrido em outras regiões bra-
o cristal. Nas décadas de 1940 e 1959, essa atividade conti- sileiras, o discurso autonomista tocantinense não
nuou movimentando a economia regional e trouxe o surto de logrou ultrapassar o âmbito das elites locais.
prosperidade para algumas povoações. O extrativismo, como b) A ausência do apoio popular à causa emancipacio-
fonte de renda, fez parte de uma época áurea na história de nista ajuda a explicar a longa e demorada batalha
alguns municípios. para alcançar seu objetivo.
c) A situação de abandono da qual se ressentia o norte
60. (Agente Penitenciário-TO) Assinale a alternativa que goiano é uma exceção no quadro geral da ocupação
apresenta os municípios que aqueceram o comércio e da organização político-administrativa do território
da região com a exploração do quartzo (cristal de rocha) brasileiro, processo que, da colônia ao século XX, foi
que ganhou mercado com a segunda Guerra Mundial. tradicionalmente marcado pelo equilíbrio de poder
a) Araguatins, Pedro Afonso e Araguacema e pela ausência de hegemonias regionais.
b) Ponte Alta do Bom Jesus, Silvanópolis e Taguatinga d) “Estou goiano, mas sou tocantinense”, slogan uti-
c) Lizarda, Tocantinópolis e Paraíso do Tocantins lizado em determinado momento da campanha
d) Guaraí, Colinas, Miranorte, e Araguatins emancipacionista, reflete a partidarização política
e) Pium, Cristalândia, Arapoema e Xambioá assumida pelo movimento, o que só fez ampliar a
força dos que, sobretudo em Goiás, combatiam a
criação do novo estado.
61. (PM-TO) Nascida entre os rios Andorinha e Lontra,
e) Na década de 80, enquanto o centro-sul goiano apro-
afluentes do Araguaia, o antigo povoado de Lontra teve
fundava sua integração econômica com o mercado
sua ocupação iniciada por volta de 1876, mas a criação
do Sudeste do país, acentuava-se o descompasso
do município só veio em 1958, com a implantação da
interno entre norte e sul do estado. Por isso, tornou-
BR-153. É atualmente denominada “Capital do Boi Gor-
-se o momento certo para o adensamento do espírito
do”. O texto refere-se à cidade de: autonomista, assentado no discurso do abandono
a) Araguatins administrativo e da desvantagem econômica.
b) Guaraí
c) Araguaína 64. (FECIPAR-TO) Foi a partir da necessidade de descentra-
d) Colinas do Tocantins lização da administração pública do sul em vista dos
História e Geografia do Tocantins

e) Araguaçu interesses do norte, que se iniciaram os movimentos


separatistas para criação do estado do Tocantins. Essa
A abertura da rodovia BR-153 (Belém-Brasília) que pos- luta teve como principal representante:
sibilitou um forte fluxo migratório em direção ao norte de a) Antônio Pedroso de Alvarenga
Goiás, hoje Tocantins, se propôs a colocar um fim ao isola- b) Sebastião Paes de Barros
mento da região. c) Joaquim Teotônio Segurado
d) Bartolomeu Bueno da Silva
62. (AL-TO) Sobre as transformações ocorridas nessa região, e) NDA
pode-se afirmar que:
I – A rodovia veio promover uma rearticulação do co- Entregou-se de corpo e alma na luta pela emancipação
mércio inter-regional antes quase inexistente. política do norte goiano. Juiz de Direito, com uma expressiva
II – Como a maioria das obras da ditadura militar, a ro- simpatia da população, engajou-se na luta pela criação do
dovia, hoje, é praticamente inexistente, tendo servido estado do Tocantins, colocando em risco sua própria carreira
apenas para divulgar o ufanismo do “Brasil Grande”. de magistrado. Ministrou palestras, organizou carreatas e
III – Apesar da possibilidade de integração espacial, al- manifestos, com destaque para o Manifesto Tocantinense –
gumas cidades continuaram isoladas, dificultando ainda escrito em 13 de maio de 1956.
mais o desenvolvimento da economia local.
IV – Apesar da tentativa de diminuir a distância entre 65. (Agente Penitenciário-TO) O texto fala de um grande
o norte e o sul de Goiás, através de um sistema de lutador pela criação do estado do Tocantins, que é:
transporte mais eficaz, a navegação fluvial continua a a) Feliciano Machado Braga
fazer parte do cotidiano de algumas cidades. b) Joaquim Ayres da Silva

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c) Osvaldo Ayres da Silva causa que defendia. Conquistado o objetivo, elegeu-se pelo
d) Benjamim Rodrigues voto direto governador do Tocantins.
e) Dom Alano Marie du Noday
68. (TRE-TO) Trata-se de:
66. (SECAD-TO) Sobre as atividades agrárias e a estrutura a) Marcelo Miranda
fundiária do espaço brasileiro, considere as afirmativas b) Henrique Santillo
abaixo: c) Carlos Patrocínio
I – A recente mecanização da agricultura reduziu a ofer- d) João Ribeiro
ta de trabalho no campo, contribuindo, assim, para a e) Siqueira Campos
formação de um contingente de trabalhadores desem-
pregados e/ou temporários e posseiros. 69. (SECAD-TO) A criação do estado do Tocantins foi mar-
II – A expansão acelerada das fronteiras agrícolas e a cada por uma persistência política datada do século XIX
estrutura fundiária concentrada geram permanentes e só concretizada pela Constituição Brasileira de 1988.
conflitos pela posse da terra, resultando quase sempre O projeto de criação de mais um estado da federação,
na expropriação por parte de grileiros. apresentado e aprovado pelo Senado Federal, foi rejei-
III – A força histórica da aristocracia rural, reforçada pela tado duas vezes pelo então Presidente José Sarney que
lei de Terras de 1850, gerou um modelo concentrador alegava a:
cujas tentativas de desarticulação tem se mostrado, a) Necessidade de garantir a permanência do PMDB no
muitas vezes, inócuas. poder, através da manutenção da unidade territorial
IV – As dificuldades de cultivo no atual estado do To- brasileira.
cantins remontam ao século XVI, quando a região ainda b) Desestabilização do governo do estado de Goiás que,
pertencia à Espanha, que esgotou o solo do território desde o início da ditadura militar, insistia em eleger
com a atividade mineradora. representantes de partidos do governo tanto a nível
estadual quanto federal.
Marque a alternativa correta: c) Inviabilidade econômica do novo estado que não dis-
a) I e II apenas. punha de recursos suficientes para sua sustentação.
b) II e III apenas. d) Impossibilidade de descentralizar a rede urbana in-
c) III e IV apenas. dustrial brasileira, ao transferir para o novo estado
d) I e II e III apenas. grandes empresas de capital internacional.
e) I e III e IV apenas. e) Impossibilidade de implantar, em um curto espaço
de tempo, um modelo de desenvolvimento baseado
A partir da década de 70 do século XX, o modelo de na agropecuária de exportação.
desenvolvimento adotado pelo Brasil para a integração re-
gional chega, também, ao norte de Goiás, que passa a se 70. O presidente da república que por duas vezes vetou a
tornar alvo de investimentos governamentais com o objetivo criação do estado do Tocantins foi:
de incorporar a região ao mercado nacional. a) Emílio Garrastazú Médici
b) Itamar Franco
67. (SECAD-TO) Sobre esse processo é correto afirmar que: c) João Baptista Figueiredo
a) Apesar do acentuado desequilíbrio regional exis- d) José Sarney
tente, o modelo econômico adotado para a região e) Fernando Collor
facilitou a integração dos sistemas de transporte,
tornando viável a emancipação política do norte de 71. O estado do Tocantins foi criado no ano de........... a
Goiás. partir da divisão do estado de ........... . Complete as
b) Apesar dos esforços do governo federal na tentativa lacunas da frase acima.
de dinamizar a economia do centro-oeste, a facili- a) 1972 – Piauí
dade de importação de bens de consumo favorecia b) 1985 – Pará
História e Geografia do Tocantins
a desativação das indústrias locais. c) 1988 – Goiás
c) A opção do governo pelos investimentos no centroo- d) 1989 – Mato Grosso
este se explica pela tranqüilidade da região numa e) 1990 – Maranhão
época de ditadura política quando todas as demais
regiões brasileiras viviam a realidade da guerrilha e 72. (TJ-TO) Em que língua está escrita a expressão “Esta
da luta armada. terra é nossa” no Brasão do estado do Tocantins:
d) Uma das conseqüências da reestruturação espacial a) Latim
nesta área foi a presença de conflitos pela posse b) Krahô
da terra, tornando a área conhecida como Bico do c) Tupi-guarani
Papagaio um foco de grilagem e violência no campo. d) Grego
e) Os investimentos na região foram conseqüência di- e) Xerente
reta da decadência da nova capital federal, Brasília,
que em dez anos de vida iniciava um processo de 73. (PM-TO) Assinale as seguintes questões, sobre a capital
involução urbana. do Tocantins:
I – Quando a pedra fundamental de Palmas foi lançada,
Ao longo do tempo, muitas foram as lideranças que no dia 20 de maio de 1989, o estado do Tocantins já
se destacaram na luta pela emancipação do Tocantins. Nos existia.
anos 80, um parlamentar ficou nacionalmente conhecido não II – Palmas está localizada no centro geográfico do es-
apenas por apresentar reiteradamente suas propostas para a tado do Tocantins, à margem direita do rio Tocantins.
criação do Tocantins, mas por ter chegado, inclusive, a fazer III – O nome Palmas foi escolhido em homenagem à
greve de fome para sensibilizar o Congresso Nacional para a Comarca de São João da Palma, sede do movimento

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separatista da região de Goiás, instalada na barra do
Rio Palmas com o Rio Paranã.
IV – A escolha de sediar a capital do Tocantins à margem
direita do Rio Tocantins foi visando incentivar o progresso
desta região, já que na outra margem existe, desde os anos
60, a rodovia Belém-Brasília, primeiro eixo de integração
e desenvolvimento entre o norte e o sul do país.
V – O clima de Palmas é o tropical com duas estações
definidas durante o ano: entre maio e setembro é tem-
porada de sol; de outubro a abril é o período de chuvas.

Conforme as alternativas acima, assinale a resposta


verdadeira.
a) Todas as alternativas estão incorretas.
b) Somente a alternativa V é incorreta.
c) Somente as alternativas III, IV e V estão incorretas.
d) Todas as alternativas estão corretas.

GABARITO
1. d 20. d 39. b 58. c
2. d 21. d 40. c 59. d
3. b 22. c 41. d 60. e
4. b 23. c 42. b 61. c
5. c 24. a 43. c 62. e
6. e 25. a 44. d 63. e
7. d 26. d 45. c 64. c
8. c 27. a 46. e 65. a
9. b 28. d 47. e 66. d
10. c 29. b 48. d 67. d
11. c 30. d 49. a 68. e
12. d 31. a 50. e 69. c
13. d 32. e 51. d 70. d
14. a 33. d 52. b 71. c
15. d 34. b 53. e 72. c
16. b 35. e 54. b 73. d
17. d 36. a 55. e
18. c 37. c 56. c
19. b 38. c 57. d
História e Geografia do Tocantins

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMAS - TO

SUMÁRIO

Legislação Pertinente ao Município de Palmas/TO


1. Lei Orgânica do Município de Palmas, Disposições Preliminares: Do Município, Da Competência, Das Vedações;
Da Organização dos Poderes: Do Processo Legislativo: Disposições Gerais, Das Emendas à Lei Orgânica, Das Leis, Da
Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e Patrimonial; Do Poder Executivo: Das Atribuições
do Prefeito, Das Atribuições dos Secretários Municipais, Procuradoria Geral do Município; Da Organização do
Governo Municipal: Da Administração Municipal, Do Registro dos Atos Administrativos, Dos Bens Municipais...................3

2. Lei Complementar nº 008/99, de 16 de novembro de 1999 (Estatuto dos Servidores Públicos da Administração
Direta e Indireta dos Poderes do Município de Palmas)....................................................................................................... 28
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO
Busca informatizada Editora Avançar

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE PALMAS VII – elaborar o seu Plano Diretor;


VIII – promover o adequado ordenamento territorial, me-
TÍTULO I diante planejamento e controle do uso, do parcelamento e
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES da ocupação do solo urbano;
IX – estabelecer as condições necessárias ao desenvol-
CAPÍTULO I vimento de seus serviços;
Do Município X – regulamentar a utilização dos logradouros públicos
e especialmente no perímetro urbano:
Art. 1º O Município de Palmas, parte integrante do Estado a) dispor sobre o transporte coletivo, que poderá ser ope-
do Tocantins, pessoa jurídica de direito público interno e rado através de concessão ou permissão, mediante licitação,
autônomo nos termos assegurados pela Constituição Fede- fixando itinerários, pontos de parada e respectivas tarifas;
ral, rege-se por esta Lei Orgânica, respeitados os princípios b) dispor sobre o transporte individual de passageiros,
estabelecidos nas Constituições Federal e Estadual. fixando locais de estacionamento de táxis e as tarifas res-
§ 1º A Sede do Município dá-lhe o nome. (Redação dada pectivas;
pela Emenda nº 53, de 16 de maio de 2006). c) fixar e sinalizar locais de estacionamento de veículos,
§ 2º As Sedes dos Poderes Executivo e Legislativo Muni- limites de zonas de silêncio, de trânsito ou tráfego em con-
cipais ficam transferidas para o Distrito de Taquaruçu no dia dições especiais e seus horários;
1º de Junho de cada ano, respeitando o disposto no artigo 3º d) disciplinar a execução dos serviços de cargas e des-
da Constituição Estadual, em homenagem ao Município de cargas, fixando tonelagem máxima permitida a veículos que
Taquarussu do Porto, pela concessão de sua territorialidade, circularem em vias públicas municipais;
para a implantação da Capital do Estado. (Redação dada pela e) disciplinar a execução dos serviços e atividades de
Emenda nº 53, de 16 de maio de 2006). feiras e o comércio de artesanato.
Art. 2º Os limites do território do Município só podem XI – sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais,
ser alterados na forma estabelecida na Constituição Federal bem como, regulamentar e fiscalizar a sua utilização;
ou Estadual. XII – dispor sobre limpeza das vias e logradouros públi-
Parágrafo único. A criação, organização e supressão de cos, remoção e destino do lixo domiciliar e de resíduos de
distritos competem ao Município, observado o disposto no qualquer natureza;
art. 67 da Constituição Estadual. XIII – conceder licença ou autorização para a abertura e
Art. 3º São símbolos do Município de Palmas sua ban- funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais,
deira, seu hino e seu brasão de armas. prestadores de serviços e similares, bem assim, fixar con-
Art. 4º O Município concorrerá, nos limites de sua compe- dições e horários para seu funcionamento, respeitando as
tência, para a consecução dos objetivos fundamentais da Re- normas superiores pertinentes, e em especial a legislação
pública (Art. 3º da C.F.) e prioritários do Estado do Tocantins. trabalhista; (Redação dada pela Emenda nº 49, de 11 de

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


(Redação dada pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002) abril de 2002)
Parágrafo único. O Município de Palmas buscará de for- XIV – dispor e coibir a exploração econômica financeira
ma permanente a integração econômica, política, social e por lei específica, sobre os serviços funerários e os cemité-
cultural com os municípios que integram a mesma região. rios, administrando aqueles que forem públicos, fiscalizan-
do aqueles explorados por particulares mediante concessão
CAPÍTULO II pública, bem assim, os pertencentes às entidades privadas.
Da Competência (Redação dada pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002)
XV – prestar serviço de atendimento à saúde da popu-
Art. 5º Ao Município de Palmas compete prover tudo lação, com a cooperação técnica e financeira da União, do
quanto respeite ao interesse local e ao bem-estar de sua po- Estado e de outros organismos;
pulação, cabendo-lhe, entre outras, as seguintes atribuições: XVI – manter programas de educação pré-escolar e de
I – organizar-se juridicamente, promulgar leis, decretar ensino fundamental, com a cooperação técnica e financeira
atos e medidas de seu peculiar interesse; da União do Estado e de outros organismos;
II – elaborar o plano plurianual, as diretrizes orçamentá- XVII – regulamentar, autorizar e fiscalizar a afixação de
rias e os orçamentos anuais, no que couber nos termos do cartazes e anúncios, bem como a utilização de quaisquer ou-
art. 165 da Constituição Federal; tros meios de publicidade e propaganda, nos locais sujeitos
III – Instituir e arrecadar os tributos de sua competência ao poder de polícia municipal;
e fixar e cobrar preços, bem como aplicar suas receitas, sem XVIII – dispor sobre depósito e destino de animais e
prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas; mercadorias apreendidas em decorrência de transgressão
IV – organizar e prestar diretamente ou sob regime de da legislação municipal;
autorização, concessão ou permissão, através de licitação XIX – dispor sobre registro, vacinação e captura de ani-
sempre que necessárias, os seus serviços públicos; mais, com a finalidade precípua de erradicação de raiva e
V – dispor sobre a administração, utilização e alienação outras moléstias de que possam ser portadores ou trans-
de seus bens, observada a legislação federal pertinente: missores;
VI – adquirir bens para integrarem o patrimônio munici- XX – revogado;
pal, inclusive através de desapropriação, por necessidade ou XXI – constituir guarda municipal, instituições de caráter
por utilidade pública, ou por interesse social, nos termos da civil, uniformizadas e armadas, destinada à proteção mu-
legislação federal pertinente; (Redação dada pela Emenda nicipal preventiva, observando o disposto no artigo 59, da
nº 49, de 11 de abril de 2002) Constituição Estadual, e conforme dispuser a Lei que regula-

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mentará inclusive a garantia de percentual mínimo de vagas V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educa-
para pessoas do sexo feminino. (Redação dada pela Emenda ção e à ciência;
nº 64, de 17 de fevereiro de 2018.) VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição
XXII – promover a proteção do patrimônio histórico e em qualquer de suas formas;
cultural local, observada a legislação e ação fiscalizadora VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
federal e estadual; VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o
XXIII – promover a preservação da flora e da fauna de seu abastecimento alimentar;
território, combatendo qualquer forma de poluição; IX – promover programas de construção de moradias e
XXIV – promover e incentivar o turismo local, como fator a melhoria das condições habitacionais e de saneamento
de desenvolvimento econômico e social, inclusive contribuin- básico;
do com a União e o Estado no combate à caça e à pesca X – combater as causas da pobreza e os fatores de mar-
predatórias; ginalização promovendo a integração dos setores desfavo-
XXV – quanto aos estabelecimentos industriais, comer- recidos;
ciais e similares: XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
a) conceder ou renovar licença para instalação, localiza- direitos de pesquisas e exploração de recursos hídricos e
ção e funcionamento; minerais e seu território;
b) revogar as licenças daqueles cujas atividades se tor- XII – estabelecer e implantar política de educação para
narem prejudiciais à saúde, à higiene, ao bem-estar, à recre- a segurança do trânsito.
ação, ao sossego público e aos bons costumes; Art. 7º Para o alcance de seus objetivos, o Município
c) promover o fechamento daqueles que funcionarem poderá:
sem licença ou em desacordo com a lei; I – participar em consórcios, cooperativas ou associações,
d) dispor sobre plantões comerciais e de serviços no in- mediante aprovação da Câmara Municipal, por proposta do
teresse da coletividade; Chefe do Poder Executivo;
e) assegurar sem o estabelecimento de limite de som II – celebrar convênios, acordos e outros ajustes con-
amplificado ou não o livre exercício dos cultos religiosos e forme estabelecido no artigo 58, § 2º e 3º da Constituição
suas liturgias, nos templos e /ou espaços públicos, conforme do Estado.
o disposto na Constituição Federal, artigos. 5º, VI; 19, I, II; § 1º Os convênios podem visar à realização de obras ou
30, I, II”; exploração de serviços de interesse comum.
XXVI – estabelecer e impor penalidades por infração de § 2º Pode o Município participar de entidades intermu-
leis e regulamentos; nicipais para a realização de obras, atividades ou serviços
de interesse comum a outros municípios da região sócio-
XXVII – proporcionar os meios de acesso à cultura,
-econômica que integra.
apoiando a formação de grupos de teatro;
§ 3º Ao Município é lícito delegar ou receber delegação
XXVIII – fomentar a realização de concursos literários e
de competência do Estado, mediante convênio, para a pres-
musicais;
tação de serviços de natureza concorrente.
XXIX – promover programas comunitários de educação
�sica, recreação e lazer;
CAPÍTULO III
XXX – combater as causas do êxodo rural, promovendo
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

Das Vedações
apoio ao trabalhador rural sem emprego e sem terra;
XXXI – regular, acompanhar e fiscalizar o comércio am- Art. 8º Ao município de Palmas aplica-se às vedações
bulante ou eventual; estabelecidas pelo art. 19, I, II e III da Constituição Federal,
XXXII – estabelecer e implantar política de esclarecimento e as proibições de que trata o art. 60, I e II, da Constituição
sobre alcoolismo e outras toxicomanias; do Estado.
XXXIII – suplementar a legislação federal e estadual no
que couber. TÍTULO II
XXXIV – baixar normas reguladoras de edificações, au- DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
torizar e fiscalizar as edificações, as obras de conservação,
modificação ou demolição que nela devam ser executadas; CAPÍTULO I
(Redação dada pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002) Do Poder Legislativo
XXXV – prover de instalações adequadas a Câmara Mu-
nicipal para o exercício das atividades de seus membros e o Seção I
funcionamento de seus relevantes serviços. (Redação dada Da Câmara Municipal
pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002)
Art. 6º Ao município compete, sem prejuízo da compe- Art. 9º O Poder Legislativo do Município é exercido pela
tência da União e do Estado, observando normas estabele- Câmara Municipal, composta de Vereadores, eleitos através
cidas em leis complementares federal ou estadual: de sistema proporcional, com mandato de 04 (quatro) anos.
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das ins- (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de
tituições democráticas e pela conservação do patrimônio 2006.)
público; Parágrafo único. Será de 23 (vinte e três) o número de
II – cuidar da saúde e da assistência pública, da proteção Vereadores para a representação da legislatura subsequen-
e garantia das pessoas portadoras de deficiência; te. (Redação dada pela Emenda nº 69, de 10 de outubro de
III – proteger os documentos, as obras e outros bens 2023.)
de valor histórico, ar�stico e cultural, os monumentos e as Art. 10. Cabe a Câmara Legislativa, com a sanção do Pre-
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; feito Municipal, legislar sobre todas as matérias de compe-
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracteriza- tência do Município e, especialmente, sobre:
ção de obras de arte e de outros bens de valor ar�sticos, I – assuntos de interesse local, inclusive suplementando
histórico e cultural; a legislação federal e estadual;

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II – tributos municipais, seu lançamento, arrecadação e IV – fixar por decreto legislativo, observado o disposto no
normatização da receita não tributária; artigo 29, V, da Constituição Federal e no artigo 57, § 1º, da
III – empréstimos e operações de crédito; Constituição Estadual, o subsídio do Prefeito, do Vice-Prefeito
IV – diretrizes orçamentárias, plano plurianual, orçamen- e dos Secretários Municipais, e por resolução observadas as
tos anuais, abertura de créditos suplementares e especiais; disposições do artigo 29, VI e VII da Constituição Federal e
V – subvenções ou auxílios a serem concedidos pelo Mu- do artigo 57, § 2º e § 3º, da Constituição Estadual, o subsídio
nicípio e qualquer outra transferência de recursos, sendo dos Vereadores. (Redação dada pela Emenda nº 49, de 11
obrigatória à prestação de contas nos termos da Constituição de abril de 2002)
Estadual e desta Lei Orgânica; V – conceder licenças:
VI – criação dos órgãos permanentes necessários à exe- a) ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, para se afastarem tem-
cução dos serviços públicos locais, inclusive autarquias, fun- porariamente, dos respectivos cargos;
dações e para a constituição de empresas e sociedades de b) aos Vereadores, nos termos do Regimento da Câmara
economia mista; Municipal;
VII – regime jurídico dos servidores públicos municipais, c) ao Prefeito, para se ausentar do Município por tempo
criação, transformação e extinção de cargos, empregos e fun- superior a quinze dias;
ções públicas, estabilidade, aposentadoria, fixação e altera- VI – requisitar do Prefeito e Secretários ou de outras
ção de remuneração, observadas as normas constitucionais; autoridades municipais, informações sobre assuntos admi-
VIII – concessão, permissão ou autorização de serviços nistrativos, fatos sujeitos à sua fiscalização ou relacionados
públicos de competência municipal, respeitadas às normas com matéria legislativa em tramitação, devendo essas in-
das Constituições Federal e Estadual; formações ser apresentadas dentro de no máximo, quinze
IX – normas gerais de ordenação urbanísticas; (Redação dias úteis;
dada pela Emenda nº 55, de 15 de maio de 2009) VII – julgar as contas mensais e anuais do Município,
X – concessão e cassação de licença para abertura, lo- obedecidos os princípios estabelecidos nas Constituições
calização, funcionamento e inspeção de estabelecimentos Federal e Estadual, e na forma da Lei;
comerciais, industriais, prestacionais ou similares; VIII – promover representação para intervenção estadual
XI – exploração dos serviços municipais de transporte no Município, nos casos previstos na Constituição do Estado
coletivo de passageiros e critérios para a fixação de tarifas e nesta Lei Orgânica;
a serem cobradas; IX – requisitar, até o dia 20 de cada mês, o numerário
XII – critérios para a exploração dos serviços de táxis e destinado às suas despesas; (Redação dada pela Emenda
fixação de suas tarifas; nº 49, de 11 de abril de 2002)
XIII – autorização para aquisição de bens imóveis, salvo X – promulgar a Lei Orgânica e suas emendas, bem como
quando houver dotação orçamentária especifica, ou nos ca- elaborar e votar seu Regimento Interno;
sos de doação sem encargos; XI – convocar os titulares dos órgãos da Administração
XIV – concessão ou permissão de uso de bens munici- Pública Municipal, para prestarem esclarecimentos sobre
pais e autorização para que os mesmos sejam gravados com serviços de sua competência, importando a recusa sem jus-
ônus reais; tificativa em crime de responsabilidade.
XV – plano de Desenvolvimento Urbano e suas modifi- XII – conhecer da renúncia do Prefeito e do Vice-Prefeito;
cações; (Redação dada pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002)

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


XVI – instituição de feriados municipais, nos termos da XIII – destituir do cargo o Prefeito e o Vice-Prefeito após
legislação federal; condenação por crime comum ou de responsabilidade; (Re-
XVII – alienação e aquisição onerosa de bens do Muni- dação dada pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002)
cípio. (Redação dada pela Emenda nº 49, de 11 de abril de XIV – processar e julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Se-
2002) cretários do Município nas infrações político-administrativas;
XVIII – autorização para participação em consórcios com (Redação dada pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002)
outros municípios, ou com entidades intermunicipais; XV – deliberar sobre veto do Prefeito; (Redação dada
XIX – autorização para aplicação de disponibilidade finan- pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002)
ceira do Município no mercado aberto de capitais; XVI – aprovar, previamente, a alienação ou concessão
XX – criação, organização e supressão de distritos, ob- de terras públicas ou qualquer outra forma de disposição
servada a legislação estadual. de bens públicos; (Redação dada pela Emenda nº 49, de 11
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, presente de abril de 2002)
nas Constituições Federal e Estadual e nesta Lei Orgânica, as XVII – ordenar a sustação de contratos impugnados pelo
deliberações da Câmara e de suas Comissões, serão tomadas Tribunal de Contas, por solicitação deste órgão; (Redação
por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus dada pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002)
membros. XVIII – mudar temporariamente sua sede. (Redação dada
Art. 11. À Câmara Municipal compete privativamente: pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002)
I – receber o compromisso dos Vereadores, do Prefeito
e Vice- Prefeito e dar-lhes posse; Seção II
II – dispor, mediante resolução, sobre sua organização, Dos Vereadores
funcionamento e política, sobre a criação, provimento e
remuneração dos cargos de sua estrutura organizacional, Art. 12. No primeiro ano de cada legislatura, no dia 1º
respeitadas, neste último caso, as disposições expressas nos de janeiro em sessão solene (preparatória) de instalação,
artigos 37, XI, 48 e 169, da Constituição da República e nos independente do número, sob a presidência do Vereador
artigos 9º, XI, 19, 20 e 85 da Constituição do Estado; (Redação mais votado dentre os presentes, os mesmos prestarão com-
dada pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002) promisso e tomarão posse.
III – eleger sua Mesa e constituir suas comissões, nesta § 1º O Vereador que não tomar posse na sessão prevista
assegurando, tanto quanto possível, a representação pro- neste artigo deverá fazê-lo no prazo de quinze dias, salvo
porcional dos partidos políticos ou dos blocos parlamentares motivo justo, aceito pela Câmara, por maioria absoluta, sob
que participam da Câmara; pena de perda de mandato.

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§ 2º No ato da posse os Vereadores deverão desincom- § 1º É incompa�vel com o decoro parlamentar, além dos
patibilizar-se de eventuais impedimentos ao exercício do casos definidos no Regimento interno, o abuso das prerro-
mandato e apresentar declaração de seus bens, a qual será gativas asseguradas a membros da Câmara Municipal ou a
transcrita em livro próprio, constando de ata em seu resumo. percepção de vantagens indevidas.
Art. 13. O mandato do Vereador será remunerado, me- § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato
diante subsídio fixado por resolução da Câmara Municipal, será decidida por voto secreto e maioria absoluta, mediante
em cada legislatura para a subseqüente, observado os limites provocação da Mesa ou de partido político representado na
máximos estabelecidos no artigo 29, VI, conforme Emenda Câmara Municipal, assegurada ampla defesa.
Constitucional nº 25 de 14/02/2000 da Constituição Fede- § 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será
ral e incorporada pela Constituição Estadual, art. 67-A, pela declarada de o�cio, pela Mesa ou mediante provocação de
Emenda Constitucional nº 09 de 05/12/2000. (Redação dada qualquer de seus membros, ou partido político, com repre-
pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002) sentação na Câmara Municipal, assegurada ampla defesa.
Art. 14. O vereador poderá licenciar-se somente: § 4º A perda, extinção, cassação ou suspensão de manda-
I – por doença devidamente comprovada ou em licença to de vereador, ocorrerão nos casos e na forma estabelecidos
a Vereadora gestante; nas Constituições Federal e Estadual, nesta Lei e na Legislação
II – investido no cargo de Ministro de Estado, Secretá- Federal aplicável ao caso.
rio de Estado, Secretário do Distrito Federal, Secretário de § 5 º Revogado.
Município, dirigente máximo de entidade da administração Art. 18. Não perderá o mandato o Vereador:
indireta na esfera federal, estadual ou municipal, ou chefe de I – investido no cargo de Interesse do Município ou que
missão diplomática ou cultural temporária; (Redação dada tiver desempenhado missão temporária de caráter cultural;
pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002) II – licenciado por motivo de doença, ou para tratar, sem
III – para tratar de interesse particular, nunca inferior a remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso,
30 (trinta) dias e não superior a 120 (cento e vinte) dias, por o afastamento não ultrapasse 120 dias por sessão legislativa.
sessão legislativa, sem remuneração, podendo reassumir o III – licença maternidade. (Incluído pela Emenda nº 54,
exercício do mandato antes do término da licença. (Redação de 27 de dezembro de 2006)
dada pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002) § 1º O suplente será convocado pelo Presidente da Câ-
§ 1º O Vereador que se licenciar para tratamento de saú- mara, devendo tomar posse no prazo máximo de 15 (quinze)
de, com assunção ou não de suplente, a seu pedido, poderá dias, salvo motivo justo aceito pelo Parlamento, sob pena de
reassumir o mandato antes de findo o prazo da licença, ou ser considerado renunciante, nos casos de vaga, de inves-
de sua prorrogação. (Redação dada pela Emenda nº 51, de tidura em funções previstas no inciso I deste artigo ou de
5 de novembro de 2003.) licença superior a 120 (cento e vinte) dias. (Redação dada
§ 2º Fará jus, exclusivamente ao subsídio, o Vereador pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002)
licenciado nos termos dos incisos I e II deste artigo. (Redação § 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á
dada pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002) eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses
para o término do mandato.
Art. 15. Os Vereadores gozam de inviolabilidade por suas
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Vereador poderá optar pelo
opiniões, palavras e votos no exercício do mandato, na cir-
subsídio a que tem direito em razão do mandato. (Redação
cunscrição do Município.
dada pela Emenda nº 49, de 11 de abril de 2002)
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

Parágrafo único. Aplicam aos Vereadores, por força do


disposto no art. 62, § 1º, da Constituição Estadual, as regras
Seção III
nela contidas para os Deputados Estaduais.
Da Mesa da Câmara
Art. 16. O Vereador não poderá:
I – a partir da expedição do diploma: Art. 19. Imediatamente depois da posse, os Vereado-
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de res reunir- se-ão sob a presidência do mais votado dentre
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de os presentes e, havendo maioria absoluta dos membros da
economia mista ou com concessionário de serviço público Câmara, elegerão os componentes da Mesa, que ficarão au-
municipal, salvo quando o contrato obedecer às cláusulas tomaticamente empossados.
uniformes; Parágrafo único. Não havendo número legal, o Vereador
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remu- mais votado dentre os presentes permanecerá na presidên-
nerado, inclusive os de que seja demissível ad nutum, nas cia e convocará sessões diárias, até que seja eleita a Mesa.
entidades constantes da alínea anterior. Art. 20. A eleição para renovação da Mesa Diretora, rea-
II – desde a posse: lizar-se-á na última Sessão Ordinária da 1ª (primeira) fase da
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa 2ª Sessão Legislativa, sendo que a posse, dar-se-á no dia 31
sob contrato com pessoa jurídica de direito público ou nela de dezembro do ano em curso. (Redação dada pela Emenda
exercer função remunerada; nº 61, de 3 de junho de 2014).
b) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das Parágrafo único. O regimento disporá sobre a forma de
entidades a que se refere o inciso I, alínea “a”, deste artigo. eleição e a composição da Mesa, que contará, no mínimo,
Art. 17. Perderá o mandato o Vereador que: com um presidente, um Vice-Presidente, um 1º Secretário
I – infringir qualquer das proibições do artigo anterior; e um 2º Secretário.
II – tiver procedimento declarado incompa�vel com o Art. 21. O mandato da Mesa Diretora será de dois anos,
decoro parlamentar; sendo vedada a reeleição para o mesmo cargo na eleição
III – deixar de comparecer em cada sessão legislativa, subsequente. (Redação dada pela Emenda nº 56, de 10 de
a terça parte das sessões ordinárias da Câmara Municipal, junho de 2009).
salvo licença ou missão por esta autorizada; Parágrafo único. Qualquer componente da Mesa poderá
IV – perder ou estiver suspensos os direitos políticos; ser destituído, pelo voto de dois terços dos membros da Câ-
V – tiver seu mandato cassado pela Justiça Eleitoral; mara, quando faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho
VI – sofrer condenação criminal em sentença transitada de suas atribuições regimentais, elegendo-se outro vereador
em julgado. para complementar o mandato.

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Art. 22. A Comissão Executiva, dentre outras atribuições, § 3º A fixação dos dias e horários para a realização das
compete: sessões ordinárias será regulada pelo Regimento Interno,
I – propor projetos de lei que criem ou extingam cargos observado o mínimo de cinco sessões por mês.
dos serviços da Câmara e fixem os respectivos vencimentos; § 4º Não poderá ser realizada mais de uma sessão or-
II – apresentar projetos de leis dispondo sobre abertura dinária por dia, nada impedindo que mais de uma sessão
de créditos suplementares ou especiais, através de anulação extraordinária, se realize no mesmo dia.
parcial ou total da dotação da Câmara; § 5º A Câmara reunir-se-á em sessões ordinárias, extra-
III – suplementar, mediante Ato, as dotações do Orçamen- ordinárias ou solenes, conforme dispuser o seu Regimento
to da Câmara, observando o limite da autorização constante Interno.
da lei orçamentária, desde que os recursos para a sua aber- § 6º As sessões extraordinárias serão convocadas pelo
tura sejam provenientes de anulação total ou parcial de suas Presidente da Câmara, em sessão ou fora dela, na forma
dotações orçamentárias; regimental.
IV – devolver à Tesouraria da Prefeitura o saldo de caixa Art. 26. As sessões da Câmara serão públicas, salvo deli-
existente na Câmara ao final do exercício; (Redação dada beração em contrário tomada por dois terços de seus mem-
pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) bros, quando ocorrer motivo relevante de preservação de
V – enviar ao Prefeito, até o dia 31 de janeiro, as contas decoro parlamentar.
do exercício anterior e, até o dia 15 subseqüente as do mês Art. 27. As sessões só poderão ser abertas com a pre-
anterior; sença de no mínimo, um terço dos Membros da Câmara.
VI – revogado;
VII – declarar perda do mandato de Vereador por o�cio Seção V
ou por provocação de qualquer se seus membros, ou, ainda, Da Sessão Extraordinária
de partido político representado na Câmara, nas hipóteses
previstas na Constituição Estadual e nesta Lei. Art. 28. A sessão extraordinária será convocada pelo
Art. 23. Ao Presidente da Câmara, dentre outras atribui- Prefeito, pelo Presidente da Câmara ou pela maioria dos
ções, compete: Vereadores, em caso de urgência ou interesse público re-
I – representar a Câmara em juízo e fora dele; levante, devendo nela ser tratada somente a matéria que
II – dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos; tiver motivado a convocação.
III – fazer cumprir o Regimento Interno; Parágrafo único. Estando a Câmara em recesso, a con-
IV – promulgar as resoluções e os decretos legislativos, vocação de sessão extraordinária, será feita com quarenta
bem como as leis com sanção tácita ou cujo veto tenha sido e oito horas de antecedência. (Redação dada pela Emenda
rejeitado pelo plenário; nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
V – fazer publicar os Atos da Mesa, bem como as resolu-
ções, os decretos legislativos e as leis por ele promulgado; Seção VI
VI – declarar a perda do mandato do Prefeito, Vice-Pre- Das Comissões
feito e Vereadores, nos casos previstos em Lei;
VII – requisitar o numerário às despesas da Câmara e Art. 29. A Câmara terá comissões permanentes e tempo-

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


aplicar as disponibilidades financeiras no mercado aberto rárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas
de capitais; no seu Regimento Interno ou no Ato que resultar sua criação.
VIII – apresentar no Plenário os balancetes relativos aos § 1º Em cada comissão será assegurada, quando possível,
recursos recebidos, após a análise pelo Tribunal de Contas a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
do Estado; (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de de- parlamentares que participam da Câmara.
zembro de 2006) § 2º Às comissões, em razão da matéria de sua compe-
IX – representar sobre a inconstitucionalidade de lei ou tência, cabe:
ato municipal, frente à Constituição do Estado; I – discutir e votar projeto de lei que, dispensa na forma
X – solicitar a intervenção no Município, nos casos admi- do Regimento, a competência do Plenário, salvo com recurso
tidos pela constituição do Estado; de um quinto dos membros da casa;
XI – manter a ordem no recinto da Câmara, podendo II – realizar audiência públicas com representantes de
solicitar a força policial necessária para este fim; entidades da sociedade;
XII – nomear, promover, comissionar, conceder gratifica- III – convocar Secretários Municipais para prestar infor-
ções, licenças, colocar em disponibilidade, exonerar, demitir, mações sobre assuntos inerentes às suas atribuições;
aposentar e punir funcionários ou servidores da Secretaria IV – acompanhar junto à Prefeitura, os atos decorrentes
da Câmara Municipal, nos termos da lei. do exercício de suas atribuições;
Art. 24. Revogado. V – receber petições, reclamações, representações ou
queixas de qualquer pessoa, atos ou omissões das autori-
Seção IV dades ou entidades públicas municipais;
Da Sessão Legislativa Ordinária VI – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou
cidadão;
Art. 25. Independentemente de convocação, o período VII – apreciar programas de obras e planos de desenvol-
legislativo anual desenvolve-se de 5 de fevereiro a 30 de vimento e, sobre eles, emitir parecer.
junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro. (Redação dada Art. 30. As Comissões Parlamentares de Inquérito terão
pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) poderes de investigações próprias, previstos no Regimento
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão trans- Interno e serão criadas pela Câmara, mediante requerimento
feridas para o primeiro dia útil subseqüente, quando caírem de um terço de seus membros, para a apuração do fato de-
em sábados, domingos e feriados. terminado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o
§ 2º O período legislativo não será interrompido sem caso, encaminhado ao Ministério Público, para que promova
a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

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§ 1º As Comissões Parlamentares de Inquérito, no inte- III – dos cidadãos, subscrita por no mínimo, cinco por
resse da investigação, poderão: cento do eleitorado do Município.
a) proceder às vistorias e levantamento nas repartições § 1º A Lei Orgânica Municipal não poderá ser emendada
públicas do Município e em suas entidades descentralizadas, na vigência de estado de defesa, estado de sítio ou de inter-
onde terão livre acesso: venção no Município.
b) requisitar de seus responsáveis a exibição de docu- § 2º A proposta será discutida em dois turnos, conside-
mentos e a prestação dos esclarecimentos ou informações; rando-se aprovada se obtiver, no mínimo, dois terços dos
c) transporta-se aos lugares onde for necessária sua pre- votos dos membros da Câmara.
sença, ali realizando os atos que lhes competirem. § 3º A emenda à Lei Orgânica do Município será pro-
§ 2º No exercício de suas atribuições poderão, ainda, as mulgada pela Mesa da Câmara com o respectivo número
Comissões Parlamentares de Inquérito, por intermédio de de ordem.
seu Presidente: § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emen-
a) determinar as diligências que reputarem necessárias; da tendente a abolir:
b) requerer a convocação de Secretário Municipal; I – integração do Município à federação brasileira;
c) tomar o depoimento de quaisquer autoridades, intimar II – o voto, direto, secreto, universal e periódico;
testemunhas e inquiri-las; III – a independência, autonomia e a harmonia dos Po-
d) proceder à verificação contábil em livros, papéis e deres do Município.
documentos dos Órgãos da Administração Direta e Indireta. § 5º A matéria constante de emenda rejeitada, havida
Art. 31. Durante o recesso, haverá uma Comissão Re- por prejudicada, não poderá ser objeto de nova proposta na
presentativa da Câmara, eleita na última sessão ordinária mesma sessão legislativa.
do período legislativo, cuja composição garantirá, quanto
possível, a proporcionalidade da representação partidária. Subseção III
Art. 32. Comissão Representativa funciona nos interreg- Das Leis
nos das sessões legislativas ordinárias da Câmara Municipal
e tem as seguintes atribuições: Art. 37. A iniciativa das leis complementares e ordinárias
I – zelar pelas prerrogativas da Câmara Municipal; cabe a qualquer Membro ou Comissão da Câmara Municipal,
II – velar pela observância da Lei Orgânica; ao Prefeito, e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos
III – autorizar o Prefeito a se ausentar do Município; na Constituição Federal e nesta Lei orgânica.
IV – convocar Secretários Municipais ou titulares de di-
Art. 38. São Leis complementares as concernentes às
retorias equivalentes;
seguintes matérias:
Art. 33. A Comissão Representativa, constituída de nú-
I – Código Tributário do Município;
mero ímpar de Vereadores, é composta pelo Presidente da
II – Código de Obras e Edificações;
Mesa e pelos demais Membros eleitos com os respectivos
III – Estatuto dos Servidores Municipais;
suplentes.
IV – Plano Diretor do Município;
§ 1º A Presidência da Comissão Representativa cabe ao
Presidente da Câmara, cuja substituição se faz na forma re- V – zoneamento urbano sobre direitos de uso e ocupação
gimental. do solo;
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§ 2º O número de Membros eleitos da Comissão Repre- VI – concessão de direito real de uso;


sentativa é o necessário para perfazer, no mínimo, a maioria VII – alienação de bens imóveis;
absoluta da Câmara, computado o Presidente da Mesa. VIII – aquisição de bens imóveis, inclusive por doação
Art. 34. A Comissão Representativa deve apresentar ao com encargos;
Plenário, relatório dos trabalhos por ela realizados, no início IX – autorização para obtenção de empréstimos.
do período de funcionamento da Câmara. Art. 39. As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito,
que deverá solicitar a delegação à Câmara Municipal.
Seção VII § 1º Não será objeto de delegação os atos de compe-
Do Processo Legislativo tência exclusiva da Câmara Municipal, a matéria reservada
à lei complementar e a legislação sobre planos plurianuais,
Subseção I diretrizes orçamentárias e orçamentos.
Disposições Gerais § 2º A delegação do Prefeito terá a forma de resolução
da Câmara Municipal, que especificará seu conteúdo e os
Art. 35. O Processo legislativo compreende: termos de seu exercício.
I – Emendas à Lei Orgânica do Município; § 3º Se a resolução determinar apreciação do projeto
II – Leis Complementares; pela Câmara, esta o fará em votação única, vedada qualquer
III – Leis Ordinárias; emenda.
IV – Leis Delegadas; Art. 40. Em caso de relevância e urgência, o Prefeito
V – Medidas Provisórias; Municipal poderá adotar medidas provisórias, com força de
VI – Decretos Legislativos; lei, devendo submetê-las de imediato à Câmara Municipal.
VII – Resoluções. (Incluído pela Emenda nº 65, de 4 de junho de 2019)
§ 1º As matérias constantes de vedações e tramitação
Subseção II das medidas provisórias, descritas na Constituição Federal,
Das Emendas à Lei Orgânica serão aplicadas no que couber às editadas pelo Poder Exe-
cutivo Municipal. (Incluído pela Emenda nº 65, de 4 de junho
Art. 36. A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada de 2019)
mediante proposta: § 2º As medidas provisórias perderão a eficácia, desde a
I – de um terço, no mínimo, dos Membros da Câmara edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta
Municipal; dias, prorrogável uma vez por igual período. (Incluído pela
II – do Prefeito Municipal; Emenda nº 65, de 4 de junho de 2019)

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§ 3º Não sendo a medida provisória apreciada em até § 2º A tramitação dos projetos de lei de iniciativa popu-
quarenta e cinco dias, contados de suas publicações, será lar obedecerá às normas relativas ao processo legislativo
esta incluída na ordem do dia, ficando sobrestadas, até que estabelecidas nesta Lei e no Regimento interno da Câmara.
se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas Art. 46. O prefeito poderá solicitar urgência para a apre-
da Câmara Municipal. (Incluído pela Emenda nº 65, de 4 de ciação de projetos de sua iniciativa considerados relevantes,
junho de 2019) os quais deverão ser apreciados no prazo de 30 (trinta) dias.
§ 4º É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, § 1º Decorrido, sem deliberação, o prazo fixado no caput
de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que te- deste artigo, o projeto será, obrigatoriamente, incluído na
nha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Ordem do Dia, para que ultime sua votação, sobrestando-se
Emenda nº 65, de 4 de junho de 2019) a deliberação quanto aos demais assuntos, com exceção do
§ 5º Durante a tramitação de medidas provisórias na disposto no art. 48, § 4º, desta Lei.
Câmara Municipal, os parlamentares poderão apresentar § 2º O prazo referido neste artigo não corre nos períodos
emendas, desde que tenham pertinência temática com a de recesso da Câmara e não se aplica aos projetos de leis
medida provisória que está sendo apreciada. (Incluído pela complementares.
Emenda nº 65, de 4 de junho de 2019) Art. 47. O projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal
Art. 41. As leis submetidas à apreciação da Câmara Mu- será, no prazo de dez dias úteis, enviado ao Prefeito que,
nicipal, deverão ser votadas em dois turnos, exigindo para as concordando, o sancionará e promulgará no prazo de quinze
leis complementares, o voto favorável da maioria absoluta dias úteis contados da data de seu recebimento. (Redação
de seus membros. (Redação dada pela Emenda nº 67, de 2 dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
de junho de 2020.) Parágrafo único. Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias
Art. 42. São de iniciativa privativa do Executivo Municipal, úteis, o silêncio do Prefeito importa em sanção.
entre outras previstas nesta Lei Orgânica, leis que disponham Art. 48. Se o Prefeito julgar o projeto, no todo ou em
sobre: (Incluído pela Emenda nº 65, de 4 de junho de 2019) parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público,
I – criação, extinção ou transformação de cargos, funções vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 15 (quinze) dias
e empregos públicos na administração direta, autárquica ou úteis, contados da data do recebimento e comunicará, dentro
fundacional; (Incluído pela Emenda nº 65, de 4 de junho de de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente da Câmara, os
2019) motivos do veto.
II – fixação ou aumento de remuneração dos servidores, § 1º O veto deverá ser sempre justificado e, quando par-
cial, abrangerá o texto integral de artigo, de parágrafo, de
tendo como limite máximo, no âmbito dos Poderes Executivo
inciso ou de alínea.
e Legislativo Municipal, o que for atribuído, em espécie, ao
§ 2º As razões aduzidas no veto serão apreciadas no prazo
Prefeito e ao Presidente da Câmara; (Incluído pela Emenda
de 30 (trinta) dias, contados do seu recebimento, em uma
nº 65, de 4 de junho de 2019)
única discussão.
III – regime jurídico dos servidores, com a diferença entre
§ 3º O veto somente poderá ser rejeitado pela maioria
o maior e o menor salário pago pelo Município não superior
absoluta dos vereadores, realizada a votação em escru�nio
a vinte vezes; (Incluído pela Emenda nº 65, de 4 de junho secreto.
de 2019) § 4º Esgotado, sem deliberação, o prazo previsto no §

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IV – criação, estruturação e atribuições dos órgãos e en- 2º deste artigo, o veto será colocado na Ordem do Dia da
tidades da Administração Pública Municipal; (Incluído pela sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua
Emenda nº 65, de 4 de junho de 2019) votação final.
§ 1º O projeto de lei que implique em despesa deverá ser § 5º Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado ao
acompanhado de indicação das fontes de recursos. (Incluído Prefeito, em 48(quarenta e oito) horas, para a promulgação.
pela Emenda nº 65, de 4 de junho de 2019) § 6º Se o Prefeito não promulgar a lei em 48 (quarenta
§ 2º Não é admitido aumento de despesa prevista nos e oito) horas, nos casos de sanções tácitas ou rejeições de
projetos de iniciativa privativa do Prefeito, ressalvadas as vetos; o Presidente da Câmara a promulgará e, se este não
emendas aos projetos previstos nas alíneas a, b e c do inciso o fizer, caberá ao Vice-Presidente, em igual prazo, fazê- lo.
VIII do art. 71, desta Lei Orgânica, observado disposto no art. § 7º A lei promulgada nos termos do parágrafo anterior
143. (Incluído pela Emenda nº 65, de 4 de junho de 2019) produzirá efeitos a partir de sua publicação.
Art. 43. É da competência exclusiva da Câmara a iniciativa § 8º Nos casos de veto parcial, as disposições aprovadas
dos projetos de leis que disponham sobre: pela Câmara serão promulgadas pelo seu Presidente, com o
I – criação, extinção ou transformação de cargos, funções mesmo número da Lei original, observado o prazo estipulado
ou empregos de seus serviços; no § 6º, deste artigo.
II – fixação ou aumento de remuneração de seus servido- § 9º O prazo previsto no § 2º, deste artigo, não ocorre
res, observado o disposto no art.42 II e III desta lei; nos períodos de recesso da Câmara.
III – organização e funcionamento dos seus servidores. § 10 - A manutenção do veto não restaura matéria su-
Art. 44. Não será admitido aumento da despesa prevista primida ou modificada pela Câmara.
nos projetos: § 11 - Na apreciação do veto, a Câmara não poderá intro-
I – de iniciativa exclusiva do Prefeito; duzir qualquer modificação no texto aprovado.
II – sobre organização dos serviços administrativos da Art. 49. A matéria constante de projeto de lei rejeitado
Câmara Municipal. somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma
Art. 45. A iniciativa popular poderá ser exercida pela sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta
apresentação à Câmara Municipal de projeto de lei subs- dos Membros da Câmara.
crito por, no mínimo, 5% (cinco por cento) do eleitorado do Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
Município. aos projetos de iniciativa do Prefeito, que serão submetidos
§ 1º A proposta popular deverá ser articulada, exigindo- à deliberação da Câmara.
-se, para seu recebimento, a identificação dos assinantes, Art. 50. O projeto de lei que receber, quanto ao mérito,
mediante indicação do número do respectivo titulo eleitoral. parecer contrário de todas as Comissões, será tido como

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rejeitado, salvo se, após recurso ao Plenário da Câmara, este Art. 55. Os Poderes Legislativo e Executivo manterão,
deliberar de forma diversa, observada a respeito o que dispõe de forma integrada, sistema de controle interno com a fi-
o inciso l, § 2º, do art. 29, desta Lei Orgânica e o Regimento nalidade de:
Interno. I – avaliar o cumprimento das metas no plano plurianual
e a execução dos programas de governo e dos orçamentos
Subseção IV do Município;
Dos Decretos Legislativos e das Resoluções II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto
à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e
Art. 51. O projeto de decreto legislativo é a proposição patrimonial nos órgãos e entidades da Administração Muni-
destinada a regular a matéria de competência exclusiva da cipal, direta e indireta, bem como da aplicação de recursos
Câmara, que produza efeitos externos, não dependendo, públicos por entidades de direito privado;
porém, de sanção do Prefeito. III – exercer o controle das operações de crédito, avais e
Parágrafo único. O decreto legislativo, aprovado pelo outras garantias, bem como dos direitos e deveres do Mu-
Plenário, em dois turnos de votação, será promulgado pelo nicípio;
Presidente da Câmara. IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão
Art. 52. O projeto de resolução é a proposição destinada institucional.
a regular matéria política-administrativa da Câmara, de sua § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
competência exclusiva, e não depende de sanção do Prefeito. conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,
Parágrafo único. O projeto de resolução aprovado pelo dela darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena
Plenário, em dois turnos de votação, será promulgado pelo de responsabilidade solidária.
Presidente da Câmara. § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou
sindicato são partes legítimas para, na forma da lei, denunciar
Seção VIII irregularidade ou ilegalidade perante o Tribunal de Contas
Da Fiscalização Contábil, Financeira, do Estado.
Orçamentária, Operacional e Patrimonial
CAPÍTULO II
Art. 53. Observados os princípios estabelecidos nas Cons- Do Poder Executivo
tituições Federal e Estadual, a fiscalização contábil, financei-
ra, orçamentária, patrimonial e operacional do Município e Seção I
das entidades de sua administração direta e indireta, quanto Do Prefeito e do Vice-Prefeito
a sua legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela Câma- Art. 56. O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, au-
ra Municipal, mediante controle externo e pelo sistema de xiliado pelos Secretários e Diretores equivalentes.
controle interno de cada Poder. Art. 57. A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito para
§ 1º O controle externo, a cargo da Câmara Municipal, mandato de quatro anos realizar-se-á simultaneamente, no
será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado, primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no últi-
que emitirá parecer prévio, em sessenta dias, sobre as contas mo domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do
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anuais, a partir de seu recebimento. ano anterior ao término do mandato vigente. (Redação dada
§ 2º Somente por decisão de dois terços dos Membros pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
da Câmara Municipal, deixará de prevalecer o parecer prévio Parágrafo único. Será considerado eleito Prefeito, até que
emitido pelo Tribunal de Contas do Estado, sobre as contas o Município conte com duzentos mil eleitores, o candidato
apresentadas pelo Prefeito. que, registrado por partido político, obtiver maioria simples
§ 3º As contas anuais do Município ficarão no recinto dos votos, não computados os em branco e os nulos.
da Câmara Municipal, durante sessenta dias, anualmente, à Art. 58. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia
disposição de qualquer contribuinte, para exame e aprecia- 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição, em sessão
ção, o qual poderá questionar sobre sua legitimidade, nos da Câmara Municipal, prestando o compromisso de manter,
termos da lei. defender e cumprir as Constituições Federal e do Estado e a
§ 4º A Câmara Municipal, não julgará as contas antes do Lei Orgânica do Município, observar as leis, promover o bem
parecer do Tribunal de Contas do Estado, nem antes de esgo- geral, sustentar a união, a integridade e o desenvolvimento
tado o prazo para seu exame pelos contribuintes, podendo, do Município.
entretanto, ser analisadas preliminarmente. § 1º Se decorridos 10 (dez) dias da data fixada para a
§ 5º As contas da Câmara integram, obrigatoriamente, posse, salvo motivo de força maior comprovado, o Prefeito
as contas do Município. e o Vice-Prefeito não tiverem assumido o cargo, este será
Art. 54. A Comissão Permanente a que a Câmara Muni- declarado vago pela Câmara Municipal.
cipal atribuir competência fiscalizadora, diante de indícios § 2º Enquanto não ocorrer à posse do Prefeito e do Vice-
de despesas não autorizadas, ainda que sob forma de inves- -Prefeito e, na falta ou impedimento destes, serão chamados
timentos não programados ou de subsídio não aprovados, ao exercício da Chefia do Poder Executivo, sucessivamente, o
solicitará à autoridade municipal responsável que, no prazo Presidente e o Vice-Presidente da Câmara Municipal.
de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários. § 3º No ato da posse e ao término do mandato, o Prefeito
§ 1º Não prestados os esclarecimentos ou considerados e o Vice-Prefeito farão declaração pública de seus bens, a
estes insuficientes, a Comissão, no prazo de quinze dias, so- qual será transcrita em livro próprio, constando de ata o
licitará ao Tribunal de Contas do Estado pronunciamento seu resumo.
conclusivo sobre a matéria. Art. 59. O Prefeito não poderá, desde a posse, sob pena
§ 2º Se o Tribunal considerar irregular a despesa, a Comis- de perda de cargo:
são, entendendo que o gasto possa causar dano irreparável I – firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de di-
ou grave lesão à economia pública, proporá sua sustação ao reito público, autarquia, empresa pública, sociedade pública,
Plenário da Câmara. salvo quando o contrato obedecer às cláusulas uniformes;

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II – aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remu- II – poderá ser requerida mediante aviso formal à Câmara
nerado, inclusive os de que seja demissível ad nutum, nas Municipal: (Incluído pela Emenda nº 68, de 11 de maio de
entidades constantes do inciso anterior, ressalvada a posse 2023).
em virtude de concurso público; a) pela Prefeita ou Vice-Prefeita, a partir do 8º (oitavo)
III – ser titular de mais de um cargo ou mandato eletivo; mês de gestação, salvo prescrição médica em contrário, ou da
IV – patrocinar causas em que interessada qualquer das adoção; (Incluído pela Emenda nº 68, de 11 de maio de 2023).
entidades já referidas; b) pelo Prefeito ou Vice-Prefeito, do dia do nascimento
V – ser proprietário, controlador ou diretor de empresa ou da adoção. (Incluído pela Emenda nº 68, de 11 de maio
sob contrato com pessoa jurídica de direito público ou nela de 2023).
exercer função remunerada. Art. 68. O subsídio do Prefeito e do Vice-Prefeito será
Art. 60. Será de 04 (quatro) anos o mandato do Prefeito fixado por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado
e do Vice-Prefeito, a iniciar-se no dia 1º de janeiro do ano o disposto no art. 29, V, da Constituição Federal e no art. 57,
seguinte ao da eleição. § 1º, da Constituição do Estado.
Art. 61. O Prefeito e o Vice-Prefeito, ou quem os houver Art. 69. Revogado.
sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser Art. 70. A extinção e a cassação do mandato do Prefei-
reeleitos para um único período subseqüente. to e do Vice-Prefeito, bem como a apuração dos crimes de
Art. 62. Para concorrerem a outros cargos eletivos, o responsabilidade do Prefeito e do seu substituto, ocorrerão
Prefeito deverá renunciar ao mandato e o Vice-Prefeito não na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica e na le-
poderá substituí-lo até 06 (seis) meses antes do pleito. gislação federal.
Art. 63. O Vice-Prefeito substitui o Prefeito em caso de
licença ou impedimento, e o sucede no caso de vaga ocorrida Seção II
após diplomação. Das Atribuições do Prefeito
§ 1º O Vice-Prefeito além de outras atribuições que lhe
forem conferidas por lei, auxiliará o Prefeito sempre que por Art. 71. Compete privativamente ao Prefeito:
ele for convocado para missões especiais. I – exercer a direção superior da Administração Muni-
§ 2º O Vice-Prefeito não poderá recusar a substituição, cipal, nomear e exonerar os Secretários Municipais ou Di-
sob pena de extinção do respectivo mandato. retores equivalentes, assim como, os Subprefeitos para os
§ 3º O Vice-Prefeito pode sem perda de mandato e me- distritos do Município;
diante autorização da Câmara, aceitar e exercer cargo ou II – iniciar o processo legislativo na forma e nos casos
função de confiança municipal, estadual e federal.
previstos na Constituição Estadual e nesta Lei Orgânica;
Art. 64. Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-
III – sancionar e fazer publicar as leis, expedir decretos e
-Prefeito, ou vacância dos respectivos cargos, serão, suces-
regulamentos para sua fiel execução;
sivamente, chamados ao exercício do cargo de Prefeito, o
IV – vetar projetos de leis, totais ou parcialmente;
Presidente da Câmara e seu Vice-Presidente.
V – dispor sobre a estruturação, atribuições e funciona-
Parágrafo único. Revogado.
mento dos órgãos da Administração Municipal;
Art. 65. Vagando os cargos de Prefeito e Vice Prefeito,
far-se-á eleição 90 (noventa) dias depois de aberta a última VI – prover os cargos e funções públicas municipais, na
forma da Constituição Estadual e das leis;

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vaga.
§ 1º Ocorrendo à vacância nos 02 (dois) últimos anos VII – celebrar convênios, acordos, contratos e outros
do mandato, a eleição para ambos os cargos será feita pela ajustes do interesse do Município;
Câmara Municipal, 30 (trinta) dias depois da última vaga, VIII – enviar a Câmara Municipal, observado o disposto
na forma da lei. nas Constituições Federal e Estadual, projetos de lei dispondo
§ 2º Em qualquer dos casos; os eleitos deverão completar sobre:
o período dos seus antecessores. a) Plano plurianual;
Art. 66. O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão ausen- b) Diretrizes Orçamentárias;
tar-se do Município ou do País, ou afastar-se do cargo, sem c) Orçamento Anual;
licença da Câmara Municipal, sob pena de perda do mandato, d) Plano Diretor.
por período superior a 15 (quinze) dias. (Redação dada pela IX – remeter mensagem a Câmara Municipal, por oca-
Emenda nº 60, de 17 de julho de 2013). sião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação
Art. 67. O Prefeito poderá licenciar-se, sem prejuízo da do Município;
percepção do subsídio: (Redação dada pela Emenda nº 68, X – apresentar as contas ao Tribunal de Contas do Estado,
de 11 de maio de 2023). sendo os balancetes mensais, em até quarenta e cinco dias
I – quando estiver a serviço ou em missão de represen- contados do encerramento do mês e as contas anuais, até
tação do Município, devendo enviar à Câmara relatório cir- trinta dias após a abertura da sessão legislativa, para seu
cunstanciando da viagem; (Redação dada pela Emenda nº parecer prévio e posterior julgamento da Câmara Municipal;
68, de 11 de maio de 2023). XI – prestar contas da aplicação dos auxílios federais ou
II – quando, por motivo de doença devidamente compro- estaduais entregues ao Município, na forma da lei;
vada, estiver impossibilitado do exercício do cargo; (Redação XII – fazer publicação dos balancetes financeiros muni-
dada pela Emenda nº 68, de 11 de maio de 2023). cipais e das prestações de contas de aplicação de auxílios
III – em razão do nascimento de filho ou adoção. (Incluído federais ou estaduais recebidos pelo Município, nos prazos
pela Emenda nº 68, de 11 de maio de 2023). previstos e na forma determinada em lei;
Parágrafo único. A licença de que trata o inciso III do XIII – colocar à disposição da Câmara, até o dia vinte de
caput deste artigo: (Incluído pela Emenda nº 68, de 11 de cada mês, o duodécimo de sua dotação nos termos da lei
maio de 2023). complementar prevista no art. 165, § 9º, e 168, da Consti-
I – será de 180 (cento e oitenta) dias para Prefeita e de tuição Federal;
até 20 (vinte) dias para Prefeito. (Incluído pela Emenda nº XIV – praticar os atos que visem a resguardar os interesses
68, de 11 de maio de 2023). do Município, desde que não reservados à Câmara Municipal;

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XV – decretar, nos termos da lei, a desapropriação por Art. 73. São crimes de responsabilidade do Prefeito os
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social; estabelecidos na Constituição Estadual, os que atentarem
XVI – permitir ou autorizar a execução de serviços públi- contra esta Lei Orgânica e os definidos em lei federal especial,
cos por terceiro na forma de lei; que estabelece as normas de processo de julgamento: (Re-
XVII – prover os serviços e obras da administração pú- dação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
blica; I – a existência da União, do Estado e do Município;
XVIII – superintender a arrecadação dos tributos, bem II – o livre exercício do Poder Legislativo;
como a guarda e aplicação da receita, autorizando as despe- III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
sas e pagamentos dentro das disponibilidades orçamentárias IV – a probidade na administração;
ou dos créditos votados pela Câmara; V – a lei orçamentária;
XIX – aplicar multas previstas em leis e contratos, bem VI – o cumprimento das leis e de decisões judiciais.
como revê-las quando impostas irregularmente; Art. 74. Nos crimes comuns, o Prefeito será submetido a
XX – resolver sobre os requerimentos, reclamações ou processo julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado,
representações que lhe forem dirigidas; após a admissão da acusação pelo voto de dois terços da
XXI – oficializar, obedecidas às normas aplicáveis, as vias Câmara Municipal. (Redação dada pela Emenda nº 54, de
e logradouros públicos, mediante denominação aprovada 27 de dezembro de 2006)
pela Câmara; § 1º Nos crimes de responsabilidade, o Prefeito será
XXII – solicitar convocação extraordinária da Câmara submetido a julgamento perante o Tribunal de Justiça do
quando o interesse da administração o exigir; Estado, independentemente de pronunciamento da Câma-
XXIII – aprovar projetos de edificações; (Redação dada ra Municipal. (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de
pela Emenda nº 58, de dezembro de 2006)
XXIV – apresentar, anualmente, a Câmara, relatório cir- § 2º Nas infrações político-administrativas, os Prefeitos
cunstanciado sobre o andamento das obras e dos serviços serão julgados pela Câmara dos Vereadores de acordo com
municipais, bem como o programa da administração para as normas de julgamento estabelecidas em Lei Federal. (Re-
o ano seguinte; dação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
XXV – organizar os serviços internos das repartições cria- Art. 75. O Prefeito ficará suspenso de suas funções:
das por lei, sem exceder as verbas para tal fim destinado; I – nos crimes comuns e de responsabilidade, após ins-
XXVI – contrair empréstimos e realizar operações de cré- talação de processo Tribunal de Justiça do Estado; (Redação
ditos, mediante prévia autorização da Câmara; dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
II – Nas infrações político-administrativas, se admitida à
XXVII – adotar providências sobre a administração dos
acusação e instaurando o processo, pela Câmara Municipal.
bens do Município e sua alienação, na forma da lei;
(Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de
XXVIII – organizar e dirigir, nos termos da lei, os serviços
2006)
relativos às terras do Município;
§ 1º Se, decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias;
XXIX – desenvolver o sistema viário do Município;
o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamen-
XXX – estabelecer a divisão administrativa do Município,
to do Prefeito, sem prejuízo do regular prosseguimento do
de acordo com a lei; processo.
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XXXI – solicitar o auxílio das autoridades policiais e judi- § 2º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas
ciárias do Estado para garantir o cumprimento de seus atos; infrações comuns, o Prefeito não estará sujeito à prisão.
XXXII – solicitar autorização à Câmara, para ausentar-se § 3º O Prefeito, na vigência de seu mandato, não pode
do Município ou do País por prazo superior a 15 (quinze) dias. ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas
(Redação dada pela Emenda nº 60, de 17 de julho de 2013.) funções.
XXXIII – adotar providências para a conservação e salva- Art. 76. O Prefeito será julgado perante o Tribunal de
guarda do patrimônio municipal; Justiça do Estado.
XXXIV – decretar o estado de emergência quando for Art. 77. Extingue-se o mandato de Prefeito e, assim, deve
necessário preservar, ou prontamente restabelecer, em locais ser declarado pelo Presidente da Câmara, quando:
determinados e restritos do Município, a ordem pública ou I – ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação
a paz social; dos direitos políticos ou condenação judicial por crime;
XXXV – exercer outras atribuições previstas nesta Lei Or- II – deixar de tomar posse, sem motivo justo, aceito pela
gânica ou exigidas pelo exercício do cargo, na forma da lei. Câmara, dentro do prazo estabelecido em lei;
XXXVI – aprovar planos de loteamento, arruamento e III – incidir nos impedimentos para os exercícios do cargo,
zoneamentos para fins urbanos através de lei. (Redação dada estabelecidos em lei, e não se desincompatibilizar de even-
pela Emenda nº 58, de 29 de abril de 2011.) tuais impedimentos até a posse, e nos casos supervenientes,
Parágrafo único. O Prefeito poderá delegar, por decreto, no prazo que a lei fixar.
aos Secretários Municipais, funções administrativas que não Parágrafo único. A extinção do mandato independe de
sejam de sua competência exclusiva. deliberação do Plenário e se tornará efetiva desde a decla-
ração do fato ou ato extintivo pelo Presidente da Câmara e
Seção III sua inserção em ata.
Da Responsabilidade do Prefeito
Seção IV
Art. 72. Perderá o mandato, o Prefeito, se assumir outro Dos Secretários Municipais
cargo ou função na Administração Pública, salvo em virtude
de Concurso Público e observado o disposto na Constituição Art. 78. Os Secretários Municipais serão escolhidos den-
Estadual, ou se vier a se ausentar do Município ou do País, tre brasileiros maiores de 21 anos, residentes no Município,
sem licença da Câmara Municipal, por prazo superior a 15 no exercício dos direitos políticos.
(quinze) dias. (Redação dada pela Emenda nº 60, de 17 de Art. 79. A lei disporá sobre a criação, estruturação e atri-
julho de 2013.) buições das Secretarias Municipais.

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Art. 80. Compete ao Secretário Municipal: TÍTULO III
I – exercer a orientação, controle, coordenação e super- DA ORGANIZAÇÃO DO GOVERNO MUNICIPAL
visão dos órgãos e entidades da Administração Municipal,
na área de sua competência; CAPÍTULO I
II – referendar os atos e decretos assinados pelo Prefeito, Do Planejamento Municipal
pertinentes a sua área de competência;
III – apresentar ao Prefeito relatório anual dos serviços Art. 88. O Município deverá organizar a sua adminis-
realizados na Secretaria de que seja titular; tração, exercer suas atividades e promover sua política de
IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe desenvolvimento urbano dentro de um planejamento per-
forem conferidas por lei; manente, atendendo os objetivos e diretrizes estabelecidas
V – expedir instruções para a execução das leis, decretos no Plano Diretor e mediante adequado Sistema de Plane-
e regulamentos. jamento.
Parágrafo único. A competência dos Secretários Munici- § 1º O Plano Diretor é o instrumento orientador e básico
pais abrangerá todo o território do Município, nos assuntos dos processos de transformação do espaço urbano e de sua
pertinentes às respectivas Secretarias. estrutura territorial, servindo de referência para todos os
Art. 81. Aos Secretários do Município se aplicam, no que agentes públicos e privados que atuam na cidade.
couber, as disposições previstas no art. 42 da Constituição § 2º Sistema de Planejamento é o conjunto de órgãos,
Estadual. normas, recursos humanos e técnicos voltados à coordena-
Art. 82. Os Secretários, nomeados em comissão, farão ção da ação planejada da Administração Municipal.
declaração pública de bens no ato da posse e no término do § 3º Será assegurada pela participação em órgão com-
exercício do cargo, e terão os mesmos impedimentos dos ponente do Sistema de Planejamento, a cooperação de as-
Vereadores e do Prefeito, enquanto nele permanecerem. sociações representativas, legalmente organizadas, com o
§ 1º Os Secretários são solidariamente responsáveis com planejamento municipal.
o Prefeito pelos atos que assinarem, ordenarem ou prati- § 4º O Município, por seu órgão competente, fiscalizará a
carem. execução do Plano Diretor, de modo a garantir o cumprimen-
§ 2º As disposições desta seção aplicam-se aos Diretores to de todos os objetivos e diretrizes nele estabelecidos. (Re-
cujos cargos são equivalentes ao de Secretário e aos Sub- dação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
prefeitos. Art. 89. A delimitação da zona urbana será definida por
lei, observado o estabelecimento no Plano Diretor.
Seção V
Dos Conselhos do Município CAPÍTULO II
Da Administração Municipal
Art. 83. Os Conselhos Municipais, integrados de pessoas
de conhecimento específico e de reconhecida idoneidade, Art. 90. A Administração Municipal compreende:
são órgãos de cooperação que tem por finalidade auxiliar I – Administração Direta: secretarias ou órgãos equipa-
a Administração na orientação de matérias de sua compe- rados;

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


tência. II – Administração Indireta: constituída por Autarquias,
Art. 84. A lei especificará as atribuições de cada Con- Fundações, Empresas públicas e Sociedade de Economia Mis-
selho, sua organização, composição, funcionamento, forma ta; (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro
de nomeação de seus membros efetivos e de suplentes e de 2006)
prazo de duração do mandato, considerando como serviço III – Sociedade de Economia Mista, com a participação do
relevante para o Município. Município no seu capital social, regida pelo direito privado.
Art. 85. Os Conselhos Municipais serão compostos de um Parágrafo único. As entidades compreendidas nos incisos
número ímpar de membros, quando for o caso, e representa- II e III, deste artigo, criado ou autorizado por lei específica,
tividade do Município, das entidades públicas, associativas, serão vinculadas às Secretarias ou órgãos equiparados, em
classistas e de contribuintes. cuja área de competência estiver enquadrada sua principal
Art. 86. O Município instituirá, inicialmente, o Conselho atividade.
Municipal de Contribuintes e o Conselho Municipal de Saúde Art. 91. As entidades de administração pública direta e
e Bem-Estar Social. indireta dos Poderes do Município obedecerão aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
Seção VI eficiência.
Procuradoria Geral do Município § 1º Toda entidade ou órgão municipal prestará aos in-
(Redação dada pela Emenda nº 52, teressados, no prazo da lei e sob pena de responsabilidade
de 28 de março de 2006) funcional, as informações de interesse particular, coletivo ou
geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível, nos
Art. 87. A Advocacia-Geral do Município vinculada ao casos referidos na Constituição Federal.
Poder Executivo, é a instituição que representa o Município, § 2º O atendimento a pedido formulado em defesa de
judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder, e a obten-
lei, as atividades de consultoria e assessoramento ao Poder ção de certidões junto a repartições públicas para defesa de
Executivo e, privativamente, a execução da dívida ativa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal,
natureza tributária e a organização e administração do pa- independerão de pagamento de taxas.
trimônio imobiliário municipal. § 3º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
Parágrafo único. A investidura no cargo de Advogado-Ge- campanhas dos órgãos ou entidades municipais, terá caráter
ral do Município será de livre nomeação do Prefeito dentre educativo, informativo ou de orientação social, dela não po-
cidadãos maiores de trinta anos, de notável saber jurídico dendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
e reputação ilibada. promoção pessoal de autoridades ou funcionários públicos.

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Art. 92. A publicação das leis e atos municipais será feita II – os direitos dos usuários;
pela imprensa oficial do Município e, enquanto não existir, III – política tarifárias;
em placar apropriado. IV – a obrigação de manter serviço adequado;
§ 1º A publicação dos atos normativos poderá ser re- V – encaminhamento de reclamações relativas à presta-
sumida. ção de serviços públicos ou de utilidade pública.
§ 2º Os atos de efeitos externos só entrarão em vigor Parágrafo único. As tarifas dos serviços de utilidade pú-
após a sua publicação. blica deverão ser fixadas pelo Executivo, tendo em vista a
justa remuneração.
CAPÍTULO III Art. 98. Ressalvados os casos especificados na legislação,
Do Registro dos Atos Administrativos as obras, serviços, compras e alienações, serão contratados
mediante processo de licitação que assegure igualdade de
Art. 93. O Município manterá os livros que forem neces- condições a todos os concorrentes, com cláusulas que esta-
sários ao registro de seus atos e atividades. beleçam as obrigações efetivas da proposta, nos termos da
§ 1º Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo lei, a qual somente permitirá as exigências da qualificação
Prefeito ou pelo Presidente de Câmara, conforme o caso, ou técnica e economias indispensáveis à garantia do cumpri-
por funcionário designado para tal fim. mento das obrigações.
§ 2º Os livros referidos neste artigo poderão ser subs- Art. 99. O Município poderá realizar obras e serviços de
tituídos por fichas ou outros sistemas, convenientemente interesse comum mediante convênio com o Estado, com a
autenticados. União, em consórcio com outros municípios ou, por contrato,
Art. 94. Os atos administrativos de competência do Pre- com atividades particulares, na forma da lei.
feito são classificados em: § 1º A participação em consórcios municipais dependerá
I – normativos, reguladores da correta aplicação de leis; de autorização legislativa.
II – ordinatórios, disciplinadores do funcionamento da § 2º Os consórcios manterão um Conselho Consultivo, do
administração e da conduta funcional de seus agentes; qual participarão integrantes, além de autoridades executivas
III – negociais, visando a concretização de negócios ju- e um Conselho Fiscal de municípios não pertencentes ao
rídicos públicos ou a outorga de certas faculdades ao inte- serviço público.
ressado no ato; § 3º Independerá de autorização legislativa e das exi-
IV – enunciativos, pelos quais se certificam ou se atestam gências estabelecidas no parágrafo anterior, o consórcio
fatos ou se emitem opiniões sobre determinado assunto, constituído entre municípios para a realização de obras e
sem vinculação ao enunciado; serviços cujo valor não atinja o limite exigido para licitação
V – punitivo, visando impor sanções àqueles que infrin- mediante convite.
gem disposições legais, regulamentares ou disciplinares. Art. 100. As obras, serviços, compras e alienações de que
Parágrafo único. A Prefeitura e a Câmara são obrigados trata o art. 96, serão licitadas e contratadas de acordo com
a fornecer a qualquer interessado, no prazo máximo de 15 a lei federal pertinente.
(quinze) dias, a contar do dia útil imediatamente seguinte ao
dia da apresentação do pedido escrito, certidões dos atos, CAPÍTULO V
contratos e decisões, desde que requeridas com fim de direi- Dos Bens Municipais
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

to determinado, sob pena de responsabilidade de autoridade


ou servidor que negar ou retardar a sua expedição. Art. 101. Constituem bens municipais todas as coisas
móveis e imóveis, direitos e ações que, a qualquer �tulo,
CAPÍTULO IV pertençam ao Município.
Das Obras e Serviços Municipais Art. 102. Caberá ao Prefeito a administração dos bens
municipais, respeitada a competência da Câmara quanto
Art. 95. A realização de obras públicas municipais deverá àqueles utilizados em seus serviços.
estar adequada às diretrizes do Plano Diretor. Art. 103. A alienação de bens municipais, subordinada à
Art. 96. Ressalvadas as atividades de planejamento e existência de interesse público devidamente justificado, será
controle a Administração Municipal poderá desobrigar-se da sempre precedida de avaliação e obedecerá às seguintes
realização material de tarefas executivas, recorrendo, sempre normas:
que conveniente ao interesse público, à execução indireta, I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa
mediante concessão ou permissão de serviço público ou de e concorrência, dispensada esta, nos seguintes casos:
utilidade pública, estando a iniciativa privada suficientemen- a) dação em pagamento;
te capacitada para seu desempenho. b) doação, constando da lei e da escritura pública os en-
§ 1º A permissão de serviço público ou de utilidade pú- cargos do donatário, o prazo de seu cumprimento e a cláusula
blica, sempre a �tulo precário, será outorgada por decreto, de retrocessão sob pena de nulidade do ato;
após edital de chamamento de interessados para escolha da c) permuta;
melhor proposta. A concessão só será feita com autorização d) investidura;
legislativa, mediante contrato, precedido de concorrência. II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e li-
§ 2º O Município poderá retomar, sem indenização, os citação, dispensada esta, nos seguintes casos:
serviços permitidos ou concedidos, desde que executados a) doação, que será permitida, exclusivamente, para fins
em desacordo com o ato ou contrato, bem como aqueles que de interesse social;
se revelem insuficientes para o atendimento dos usuários. b) permuta;
Art. 97. Lei específica disporá sobre: c) venda de ações, que será, obrigatoriamente, negociada
I – o regime das empresas concessionárias e permissio- em bolsa, na forma da legislação pertinente.
nárias de serviços públicos ou de utilidade pública, o caráter § 1º O Município preferentemente à venda ou doação
especial de seu contrato e de sua prorrogação e as condi- de seus bens imóveis, outorgará concessão de direito real
ções de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou de uso, mediante prévia autorização legislativa e concorrên-
permissão: cia. A concorrência poderá ser dispensada, quando o uso se

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destinar à concessionária de serviço público, a entidades I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
assistenciais, ou quando houver relevante interesse público, aos brasileiros, que preencham os requisitos estabelecidos
devidamente justificado. em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da legislação
§ 2º A venda aos proprietários de imóveis lindeiros de federal;
áreas urbanas remanescentes e inaproveitáveis para edifica- II – a investidura em cargo ou emprego público depende
ção, resultantes de obra pública, dependerá apenas de prévia de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
avaliação e autorização legislativa. As áreas resultantes de provas e �tulos, de acordo com a natureza e a complexidade
modificações de alinhamento serão alienadas nas mesmas do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvada
condições, quer sejam aproveitável ou não. as nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de
Art. 104. A aquisição de bens imóveis, por compra ou livre nomeação e exoneração;
permuta, dependerá de prévia avaliação e autorização le- III – o prazo de validade do concurso público será de até
gislativas. dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.
Art. 105. O uso de bens municipais por terceiros poderá IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de
ser feito mediante concessão, permissão ou autorização, convocação, aquele aprovado em concurso público de pro-
conforme o caso, ou quando houver interesse público, de- vas ou de provas e �tulos, será convocado com prioridade
vidamente justificado. sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego
§ 1º A concessão administrativa dos bens públicos de na carreira;
uso especial e dominais dependerá de lei e concorrência, e V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente
far-se-á mediante contrato, sob pena de nulidade do ato. A por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
concorrência poderá ser dispensada, na forma da lei, quando comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
o uso se destinar à concessionária de serviço público rele- nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
vante, devidamente justificado. lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
§ 2º A concessão administrativa de bens públicos de uso assessoramento;
comum somente será outorgada mediante autorização le- VI – é garantido ao servidor público o direito à livre as-
gislativa. sociação sindical;
§ 3º A permissão, que poderá incidir sobre qualquer bem VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos
público, será feita a �tulo precário, por decreto. limites definidos em legislação federal específica;
§ 4º A autorização, poderá incidir sobre qualquer bem VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos
público, para atividades ou usos específicos e transitórios, públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá
pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, salvo quando para os critérios de sua admissão;
o fim de formar canteiros de obra pública, caso em que o IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tem-
prazo corresponderá ao da duração da obra. po determinado para atender à necessidade temporária de
Art. 106. Poderão ser cedidos a particular, para serviços excepcional interesse público;
transitórios, máquinas e operadores do Município, desde que X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio
não haja prejuízo para seus trabalhos e o interessado recolha, de que trata o art. 111, § 3º, desta Lei Orgânica, somente
previamente, a remuneração arbitrada e assine termo de poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada
responsabilidade pela conservação e devolução dos bens a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


no estado em que os haja recebido. anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
Art. 107. Poderá ser permitido a particular a �tulo one- XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de car-
roso ou gratuito, conforme o caso, o uso do subsolo, ou do gos, funções e empregos públicos da administração direta,
espaço aéreo de logradouros públicos, para construção de autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos
passagem destinada à segurança ou conforto dos transeun- Poderes do Município, dos detentores de mandato eletivo
tes e usuários ou para outros fins de interesse urbanístico, e dos demais agentes políticos, e os proventos, pensões ou
observada a legislação federal pertinente. outra espécie remuneratória, percebida cumulativamente
Art. 108. Fica vedado à exploração de jazida de ouro na ou não, incluída as vantagens pessoais ou de qualquer outra
forma estabelecida na Constituição Federal. natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espé-
cie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal;
CAPÍTULO VI XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não
Da segurança dos Bens Municipais poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
Art. 109. O Município poderá constituir guarda munici- espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de
pal, com competência de atuação conforme previsto em Lei pessoal do serviço público;
Federal, ressalvadas as competências da União, dos Estados XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
e do Distrito Federal. (Redação dada pela Emenda nº 64, de público não serão computados nem acumulados para fins de
17 de fevereiro de 2018.) concessão de acréscimos ulteriores;
§ 1º A lei de criação da guarda municipal disporá sobre XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos
acesso, direitos, deveres, vantagens e regime de trabalho e empregos públicos são irredu�veis, ressalvado o disposto
com base na hierarquia e disciplina. nos incisos XI e XIV, deste artigo, e no art. 111, § 3º, desta
§ 2º A investidura nos cargos da guarda municipal far-se-á Lei Orgânica, e nos arts. 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da
mediante concurso público. Constituição Federal;
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos pú-
CAPÍTULO VII blicos, exceto quando houver compatibilidade de horários,
Dos Deveres Municipais observada, em qualquer caso, o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
Art. 110. A administração pública direta e indireta de b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou
qualquer dos Poderes do Município obedecerá, além dos cien�fico;
princípios do art. 91, também, aos seguintes: c) a de dois cargos privativos de médico;

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XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e § 9º É vedada a percepção simultânea de proventos de
funções, e abrangem autarquias, fundações, empresas pú- aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142,
blicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e da Constituição Federal, com a remuneração de cargo, em-
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder prego ou função pública, ressalvada, os cargos acumuláveis
Público; na forma desta Lei Orgânica, os cargos eletivos e os cargos em
XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, Art. 111. O Município instituirá conselho de política de
precedência sobre os demais setores administrativos, na administração e remuneração de pessoal, integrado por ser-
forma da lei; vidores designados pelos respectivos Poderes.
XIX – somente por lei específica poderá ser criada au- § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
tarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de componentes do sistema remuneratório observará:
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei a) a natureza, o grau de responsabilidade e a complexi-
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua dade dos cargos componentes de cada carreira;
atuação; b) os requisitos para a investidura;
XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a c) as peculiaridades dos cargos.
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso § 2º Aplica-se aos servidores, ocupantes de cargo público,
anterior, assim como a participação de qualquer delas em o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
empresas privadas; XIX, XX, XXII, e XXX, da Constituição Federal, podendo a lei
XXI – as obras, serviços, compras e alienações serão con- estabelecer requisitos diferenciados de admissão, quando a
tratadas mediante processo de licitação pública, obedecido natureza do cargo o exigir.
ao disposto no inciso XXI do art. 37, da Constituição Federal § 3º O membro do Poder, o detentor de mandato eletivo e
e à legislação específica; os Secretários Municipais serão remunerados exclusivamente
§ 1º A não observância do disposto nos incisos II e III por subsídio, fixado em parcela única, vedado o acréscimo
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade res- de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
ponsável, nos termos da lei; representação ou outra espécie remuneratória, obedecido
§ 2º A lei disciplinará as formas de participação do usu- ao disposto no art. 9º, X e XI, da Constituição do Estado, res-
ário na administração pública direta e indireta, regulando, salvado ao Prefeito e Secretários Municipais, para todos os
especialmente: fins de direito, o pagamento referente ao adicional de férias
a) as reclamações relativas à prestação dos serviços pú- e a gratificação natalina, por serem considerados direitos
blicos em geral, asseguradas à manutenção de serviços de sociais garantidos, conforme art. 7º, VIII e XVII da Consti-
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e tuição Federal. (Redação dada pela Emenda nº 62 de 30 de
interna, da qualidade dos serviços; dezembro de 2014).
§ 4º Lei do Município poderá estabelecer a relação entre
b) a disciplina da representação contra o exercício ne-
a maior e a menor remuneração dos servidores públicos,
gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na admi-
obedecido, em qualquer caso, ao disposto no art. 9º, XI, da
nistração pública.
Constituição Estadual.
§ 3º Os atos de improbidade administrativa importarão a
§ 5º Os Poderes Executivo e Legislativo publicarão, anual-
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública,
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mente, os valores do subsídio e da remuneração dos cargos


a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
e empregos públicos.
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação § 6º Lei do Município disciplinará a aplicação de recursos
penal cabível. orçamentários provenientes da economia com despesas cor-
§ 4º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilí- rentes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação
citos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que no desenvolvimento de programas de qualidade e produti-
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações vidade, treinamento e desenvolvimento, modernização, re-
de ressarcimento. aparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive
§ 5º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
privado, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos § 7º A remuneração dos servidores públicos organiza-
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei- dos em carreira poderá ser fixada nos termos do § 3º, deste
ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável artigo.
nos casos de dolo ou culpa. Art. 112. São estáveis, após três anos de efetivo exercício,
§ 6º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
ocupante de cargo ou emprego da administração direta e em virtude de concurso público.
indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
§ 7º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
dos órgãos e entidades da administração direta e indireta II – mediante processo administrativo em que lhe seja
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado en- assegurada ampla defesa;
tre seus administradores e o Poder Público, que tenha por III – mediante procedimento de avaliação periódica de
objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou desempenho, na forma de lei complementar de âmbito na-
entidade, cabendo à lei dispor sobre: cional, assegurada ampla defesa.
a) o prazo de duração do contrato; § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do ser-
b) os controles e critérios de avaliação de desempenho, vidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
c) a remuneração do pessoal. direito, à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto
§ 8º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públi- em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo
cas, às sociedades de economia mista e às suas subsidiárias de serviço.
que receberem recursos do Estado ou dos Municípios para § 3º Extinto o cargo, ou declarado a sua desnecessidade,
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. o servidor estável ficará em disponibilidade, com remune-

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ração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado § 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou muni-
aproveitamento em outro cargo. cipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comis- § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
são instituída para essa finalidade. contagem de tempo de contribuição fic�cio.
Art. 113. Aos servidores titulares de cargos efetivos do § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, da Consti-
Município, incluídas suas autarquias e fundações, é assegura- tuição Federal, à soma total dos proventos de inatividade,
do regime de previdência de caráter contributivo, observados inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas
o disposto neste artigo. à contribuição para o regime geral de previdência social, e ao
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdên- montante resultante da adição de proventos de inatividade
cia, de que trata este artigo, serão aposentados, calculados os com remuneração de cargo acumulável na forma desta Lei
seus proventos a partir dos valores fixados na forma do § 3º: Orgânica, cargo em comissão, declarado em lei de livre no-
I – por invalidez permanente, sendo os proventos propor- meação e exoneração, e de cargo eletivo.
cionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de § 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de pre-
acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, vidência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo
contagiosa ou incurável, especificadas em lei; observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados
II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com para o regime geral de previdência social.
proventos proporcionais ao tempo de contribuição; § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mí- comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração,
nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e bem como de outro cargo temporário ou de emprego públi-
cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, co, aplica-se o regime geral de previdência social.
observadas as seguintes condições: § 14 - O Município, desde que institua regime de previ-
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, dência complementar para os seus servidores titulares de
se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de cargo efetivo, poderá fixar, para o valor das aposentadorias
contribuição, se mulher; e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta artigo, o limite máximo estabelecido para os bene�cios do
anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
tempo de contribuição. da Constituição Federal.
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por § 15 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remunera- disposto no § 14 poderá ser aplicado ao servidor que tiver
ção do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a ingressado no serviço público até a data da publicação do
aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão ato de instituição do correspondente regime de previdência
da pensão.
complementar.
§ 3º os proventos de aposentadoria, por ocasião de sua
§ 16 - Aplicam-se, ainda, as demais regras fixadas pela
concessão, serão calculados com base na remuneração do
Constituição Federal, pertinente à aposentadoria, à previdên-
servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na
cia e à assistência social dos servidores municipais.
forma da lei, corresponderão à totalidade da remuneração.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


Art. 114. Revogado.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferen-
Art. 115. Revogado.
ciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos
pelo regime de que tratam este artigo, ressalvados os ca- Art. 116. Revogado.
sos de atividades exercidas exclusivamente sob condições Art. 117. Revogado.
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade �sica, Art. 118. Revogado.
definidos em lei complementar. Art. 119. Revogado.
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição Art. 120. Revogado.
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no Art. 121. Revogado.
§ 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamente Art. 122. Revogado.
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na edu- Art. 123. Revogado.
cação infantil e no ensino fundamental e médio. Art. 124. Revogado.
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos car- Art. 125. Revogado.
gos acumuláveis na forma desta Lei Orgânica, é vedada a Art. 126. Revogado.
percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime Art. 127. Revogado.
de previdência previsto neste artigo. Art. 128. Revogado.
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do beneficio da pensão Art. 129. Revogado.
por morte, que será igual ao valor dos proventos do servidor Art. 130. Revogado.
falecido ou do valor dos proventos a que teria direito o ser- Art. 131. Revogado.
vidor em atividade na data de seu falecimento, observado
o disposto no § 3º. TÍTULO IV
§ 8º Observado o disposto no art. 37, XI, da Constituição DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Federal, os proventos de aposentadoria e as pensões serão E ORÇAMENTÁRIA
revisto na mesma proporção e na mesma data, sempre que
se modificar a remuneração dos servidores em atividade, CAPÍTULO I
sendo, também, estendidos aos aposentados e aos pensio- Dos Tributos Municipais
nistas quaisquer bene�cios ou vantagens posteriormente
concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando Art. 132. Compete ao Município instituir os seguintes
decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo tributos:
ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu I – impostos sobre a Propriedade Predial e Territorial
de referência para a concessão da pensão, na forma da lei. Urbana;

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II – impostos sobre a Transmissão “inter vivos”, a qualquer V – instituir impostos sobre:
�tulo, por ato oneroso: a) patrimônio e serviços da União e dos Estados;
a) de bens imóveis por natureza ou acessão �sica; b) templos de qualquer culto:
b) de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia; c) patrimônio e serviços dos partidos políticos, inclusive
c) cessão de direitos à aquisição de imóvel; suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores,
III – imposto sobre Venda a Varejo de combus�veis Lí- das instituições de assistência social, esportivas e culturais
quidos e Gasosos, exceto óleo diesel; sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.
IV – impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza, não VI – conceder qualquer anistia ou remissão que envolva
incluído na competência estadual compreendida no art. 155, matéria tributária ou previdenciária, senão mediante a edi-
I, “b” e no § 2º, IX, da Constituição Federal, definidos em lei ção da Lei municipal específica;
complementar; VII – estabelecer diferença tributária entre bens e ser-
V – taxas: viços de qualquer natureza, em razão de sua procedência
a) em razão do exercício do poder de polícia; ou destino;
b) pela utilização ou potencial de serviços públicos es- VIII – instituir taxas que atentem contra:
pecíficos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
sua disposição; de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
VI – contribuição de melhoria, decorrente de obra pú- b) a obtenção de certidões em repartições públicas para
blica; defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
VII – contribuição para custeio de sistemas de previdência pessoal.
e assistência social.
§ 1º O imposto previsto no inciso I será progressivo, na CAPÍTULO III
forma a ser estabelecida em lei, de modo a assegurar o cum- Da Participação do Município nas Receitas Tributárias
primento da função social da propriedade.
§ 2º O imposto previsto no inciso II: Art. 135. Pertencem ao Município:
a) não incide sobre a transmissão de bens ou direitos I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre
incorporados ao patrimônio de pessoas jurídicas em realiza- a renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte
ção de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos sobre rendimentos pagos, a qualquer �tulo, pelo Município,
decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de suas autarquias e fundações que institua ou mantenha;
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponde- II – 50% (cinqüenta por cento) do produto da arrecadação
rante do adquirente for à compra e venda desses bens ou di- do Imposto da União sobre a propriedade territorial rural, re-
reitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; lativamente aos imóveis situados no território do Município;
b) incidi sobre imóveis situados na zona territorial do III – 50% (cinqüenta por cento) do produto da arrecada-
Município. ção do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos
§ 3º As taxas não poderão ter base de cálculo própria automotores licenciados no território do Município;
de impostos. IV – 25% (vinte e cinco por cento) do produto da arre-
§ 4º A contribuição prevista no inciso VII será cobrada cadação do imposto do Estado sobre operações relativas à
dos servidores municipais em seu bene�cio. circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
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Art. 133. Sempre que possível, os impostos terão caráter transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica § 1º As parcelas de receitas pertencentes ao Município,
do contribuinte, sendo facultado à administração tributária, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os se-
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, guintes critérios:
identificar, respeitados os direitos individuais e, nos termos a) três quartos, no mínimo, na proporção do valor adi-
da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econô- cionado nas operações relativas à circulação de mercadorias
micas do contribuinte. e nas prestações de serviços, realizadas em seu território;
Parágrafo único. Ao Município é lícito realizar progra- b) até um terço de acordo com o que dispuser a lei es-
mas de asfaltamento comunitário, compensados com a taxa tadual.
de contribuição de melhoria, nas condições alcançadas em § 2º Para fins do disposto no § 1º, alínea “a”, deste arti-
procedimento licitatório necessário, exceto nos casos de dis- go, obedecerá ao disposto na lei complementar estadual o
pensa ou inexigibilidade, legalmente contemplados, quando valor adicionado.
as condições serão determinadas em ato próprio, anterior Art. 136. A união entregará 22,5% (vinte e dois inteiros
aos contratos. e cinco décimos por cento) do produto de arrecadação dos
impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza e
CAPÍTULO II sobre os produtos industrializados ao Fundo de Participação
Das Limitações ao Poder de Tributar dos Municípios.
Parágrafo único. As normas de entrega desses recursos
Art. 134 - É vedado ao Município: serão estabelecidas em lei complementar federal, em obe-
I – exigir ou aumentar tributo sem que a lei o estabeleça; diência ao disposto no art. 161, II, da Constituição Federal,
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que com o objetivo de promover o equilíbrio sócio-econômico
se encontram em situação equivalente, observada a proibi- entre os Municípios.
ção constante do art. 150, II, da Constituição Federal. Art. 137. A União entregará ao Município 70% (seten-
III – cobrar tributos: ta por cento) do montante arrecadado relativo ao imposto
a) relativamente a fatos geradores ocorridos antes do sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou relativo a
início da vigência da lei que os houver instituído ou aumen- �tulos ou valores mobiliários, incidentes sobre ouro originá-
tados; rio do Município, nos termos do art. 153, § 5º, II, da Cons-
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido pu- tituição Federal.
blicada a lei que os instituiu ou aumentou. Art. 138. O Estado entregará ao Município 25% (vinte e
IV – utilizar tributo, com efeito, de confisco; cinco por cento) dos recursos que receberá da União, a �tulo

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de participação do imposto sobre Produtos Industrializados, II – exercer o acompanhamento e a fiscalização orça-
observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo mentária.
único, I e II, da Constituição Federal. § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão, que
Art. 139. O Município divulgará, até o último dia do mês sobre elas emitirá parecer, e apreciadas pela Câmara Mu-
subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um nicipal.
dos tributos arrecadados, dos recursos recebidos, os valores § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual
de origem tributária entregues e a entregar e a expressão ou de créditos adicionais somente poderão ser aprovadas
numérica dos critérios de rateio. quando:
Art. 140. Aplica-se à Administração Tributária e Finan- I – compa�veis com o plano plurianual e com a lei de
ceira do Município o disposto nos arts. 34, § 1º, § 2º, I, II diretrizes orçamentárias;
e III, § 3º, § 4º, § 5º, § 6º, § 7º e 41, §§ 1º e 2º, do Ato das II – indicarem os recursos necessários, admitidos apenas
Disposições Transitórias da Constituição Federal. os provenientes de anulação de despesas, excluídos os que
incidem sobre:
CAPÍTULO IV a) dotação para pessoal e seus encargos;
Dos Orçamentos b) serviços da dívida;
III – relacionados com a correção de erros ou omissões;
Art. 141. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe- IV – relacionados com os dispositivos do texto do projeto
de lei.
lecerão:
§ 4º As emendas ao projeto de lei das diretrizes orçamen-
I – o plano plurianual;
tárias somente poderão ser aprovadas quando compa�veis
II – as diretrizes orçamentárias;
com o plano plurianual.
III – os orçamentos anuais. § 5º O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara para
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, propor modificação nos projetos a que se refere este artigo
de forma setorizada, as diretrizes, os objetivos e metas da enquanto não iniciada a votação, na Comissão Especial, da
Administração para as despesas de capital e outras delas parte cuja alteração é proposta.
decorrentes, bem como as relativas aos programas de du- § 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes
ração continuada. orçamentárias e do orçamento anual, serão enviados pelo
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as Prefeito a Câmara Municipal, obedecidos os critérios a serem
metas e prioridades da administração, incluindo as despesas estabelecidos em lei complementar.
de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará § 7º Aplicam - se aos projetos mencionados neste artigo,
a elaboração da lei orçamentária anual e disporá sobre as no que não contrariar o disposto neste capítulo, as demais
alterações na legislação tributária. normas relativas ao processo legislativo.
§ 3º O Poder Executivo publicará, até 30 (trinta) dias após § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda
o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem
execução orçamentária. despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme
§ 4º Os planos e programas setoriais serão elaborados o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com
em consonância com o plano plurianual e apreciados pela prévia e específica autorização legislativa.
Câmara Municipal. § 9º É obrigatória a execução orçamentária e financeira

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Art. 142. A lei orçamentária anual compreenderá: da programação incluída por emendas individuais do legis-
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes Municipais, lativo Municipal na Lei Orçamentária Anual. (Incluído pela
fundos, órgãos e entidades da Administração Direta e Indi- Emenda nº 63, de 5 de dezembro de 2017.)
reta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder § 10. As emendas individuais ao projeto de lei orçamen-
Público; tária serão aprovadas no limite de 2% (dois por cento) da
II – o orçamento de investimentos das empresas em que receita corrente líquida do exercício anterior ao do encami-
o Município, direta ou indiretamente, detenha a maioria do nhamento do projeto, observado que a metade desse per-
capital social com o direito a voto, quando houver; centual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas (Redação dada pela Emenda nº 70, de 12 de dezembro de
as entidades e órgãos a elas vinculadas, da Administração 2023.)
Direta ou Indireta, bem como fundos e fundações instituídas § 11 As programações orçamentárias previstas no § 9º
e mantidas pelo Poder Público, quando houver. deste artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos
§ 1º O projeto de lei orçamentária será instituído com impedimentos estritamente de ordem técnica, neste caso,
serão adotadas as seguintes medidas: (Incluído pela Emenda
demonstrativo setorizado do efeito sobre as receitas e despe-
nº 63, de 5 de dezembro de 2017.)
sas, decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e
I – até cento e vinte dias após a publicação da Lei Orça-
bene�cios de natureza financeira, tributária credi�cia.
mentária, o Poder Executivo enviará ao Poder Legislativo as
§ 2º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo justificativas do impedimento; (Incluído pela Emenda nº 63,
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não de 5 de dezembro de 2017.)
se incluindo na proibição a autorização para abertura de cré- II – até trinta dias após o termino do prazo previsto no
ditos suplementares e contratação de operações de crédito, inciso I deste parágrafo, o Poder Legislativo indicará ao Poder
ainda que por antecipação da receita, nos termos da lei. Executivo o remanejamento da programação cujo impedi-
Art. 143. Os projetos de lei relativa ao orçamento anual, mento seja insuperável; (Incluído pela Emenda nº 63, de 5
ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias e a créditos de dezembro de 2017.)
adicionais, serão apreciados pela Câmara Municipal na forma III – até 30 de setembro, ou até trinta dias após o prazo
de seu Regimento. previsto no inciso II, o Poder Executivo encaminhará projeto
§ 1º Caberá a uma comissão especialmente designada: de lei ao Legislativo Municipal sobre o remanejamento da
I – examinar e emitir parecer sobre projetos, planos e programação prevista inicialmente cujo o impedimento seja
programas, bem assim sobre as contas apresentadas pelo insuperável; (Incluído pela Emenda nº 63, de 5 de dezembro
Prefeito; de 2017.)

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IV – se até, 20 de novembro, ou até trinta dias após o mesma bancada, a cada exercício, até a conclusão da obra
termino do prazo previsto no inciso III, o Legislativo Municipal ou do empreendimento. (Incluído pela Emenda nº 70, de 12
não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será imple- de dezembro de 2023.)
mentado por ato do Poder Executivo, nos termos previstos § 22. As programações orçamentárias previstas nos §§
na Lei Orçamentária Anual. (Incluído pela Emenda nº 63, de 15 e 16 deste artigo não serão de execução obrigatória nos
5 de dezembro de 2017.) casos dos impedimentos de ordem técnica. (Incluído pela
§ 12 Considera-se equitativa a execução das programa- Emenda nº 70, de 12 de dezembro de 2023.)
ções em caráter obrigatório que atenda de forma igualitária e Art. 144. São vedados:
impessoal às emendas apresentadas, independente de auto- I – o início de programa ou projetos não incluídos na lei
ria. (Incluído pela Emenda nº 63, de 5 de dezembro de 2017.) orçamentária anual;
§ 13 A não execução da programação orçamentária das II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações
emendas individuais dos parlamentares dentro do exercício diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
financeiro, implicará em crime de responsabilidade. (Incluído III – a realização de operações de crédito que excedam o
pela Emenda nº 63, de 5 de dezembro de 2017.) montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas
§ 14. A execução do montante destinado a ações e ser- mediante créditos suplementares ou especiais, com finali-
viços públicos de saúde previstos no § 10, inclusive custeio, dade precisa, aprovada pela Câmara por maioria absoluta;
será computada para fins do cumprimento do inciso III do § IV – a vinculação de receita de impostos a órgãos, fundo
2º, do art. 198 da Constituição Federal, vedada a destinação ou despesas, ressalvada a destinação de recursos para manu-
para pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído tenção e desenvolvimento do ensino, como estabelecido na
pela Emenda nº 70, de 12 de dezembro de 2023.) Constituição Federal e a prestação de garantias às operações
§ 15. É obrigatória a execução orçamentária e financeira de crédito por antecipação de receita.
das programações oriundas de emendas individuais a que se V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem
refere o § 10 deste artigo, em montante correspondente 2% prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos
(dois por cento), da receita corrente líquida do exercício ante- correspondentes;
rior ao do encaminhamento do projeto, conforme os critérios VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência
para a execução equitativa da programação definidos na lei de recursos de uma categoria de programação para outra, ou
complementar prevista no § 9º do art. 165 da Constituição. de um órgão para outro sem prévia autorização legislativa;
(Incluído pela Emenda nº 70, de 12 de dezembro de 2023.) VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
§ 16. A garantia de execução de que trata o § 15 deste VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica,
artigo aplica - se também às programações incluídas por to-
de recursos dos orçamentos fiscais e da seguridade social,
das as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares,
para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresa, fun-
no montante de até 1% (um por cento) da receita corrente
dações e fundos, quando houver;
líquida realizada no exercício anterior. (Incluído pela Emenda
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem
nº 70, de 12 de dezembro de 2023.)
prévia autorização legislativa.
§ 17. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 15
§ 1º Nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um
e 16 deste artigo, os órgãos de execução deverão observar,
nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias, cronograma exercício financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão,
no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob
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para análise e verificação de eventuais impedimentos das


programações e demais procedimentos necessários à via- pena de crime de responsabilidade.
bilização da execução dos respectivos montantes. (Incluído § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência
pela Emenda nº 70, de 12 de dezembro de 2023.) no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o
§ 18. Os restos a pagar provenientes das programações ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses
orçamentárias previstas nos §§ 15 e 16 deste artigo pode- daquele exercício, caso em que, reabertos, nos limites dos
rão ser considerados para fins de cumprimento da execução seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeira até o limite de 1% (um por cento) da receita cor- financeiro subseqüente.
rente líquida do exercício anterior ao do encaminhamento § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será
do projeto de lei orçamentária, para as programações das admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes.
emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos Art. 145. Os recursos correspondentes às dotações or-
por cento), para as programações das emendas de iniciativa çamentárias, inclusive créditos suplementares e especiais,
de bancada de parlamentares. (Incluído pela Emenda nº 70, destinados ao Poder Legislativo, ser-lhe-ão entregues até o
de 12 de dezembro de 2023.) dia 20 (vinte) de cada mês, na forma da lei complementar.
§ 19. Se for verificado que a reestimativa da receita e da Art. 146. A despesa, com pessoal ativo e com o inativo
despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de re- do Município, não poderá exceder os limites estabelecidos
sultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, em lei complementar de âmbito nacional.
os montantes previstos nos §§ 15 e 16 deste artigo poderão § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de
ser reduzidos em até a mesma proporção da limitação inci- remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou
dente sobre o conjunto das demais despesas discricionárias. alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão
(Incluído pela Emenda nº 70, de 12 de dezembro de 2023.) ou contratação de pessoal, a qualquer �tulo, pelos órgãos
§ 20. Considera-se equitativa a execução das programa- e entidades da administração direta ou indireta, inclusive
ções de caráter obrigatório que observe critérios objetivos fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, só po-
e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal derão ser feitas:
às emendas apresentadas, independentemente da autoria. I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para
(Incluído pela Emenda nº 70, de 12 de dezembro de 2023.) atender às projeções de despesa de pessoal e os acréscimos
§ 21. As programações de que trata o § 16 deste artigo, dela decorrentes;
quando versarem sobre o início de investimentos com dura- II – se houver autorização específica na lei de diretrizes
ção de mais de 1 (um) exercício financeiro ou cuja execução orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as socie-
já tenha sido iniciada, deverão ser objeto de emenda pela dades de economia mista.

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§ 2º Para o cumprimento dos limites fixados, com base Parágrafo único. É dever do Município a criação de pro-
no caput deste artigo, durante o prazo fixado na lei com- gramas de prevenção e atendimento especializado para os
plementar ali referida, o Município adotará as seguintes portadores de deficiência �sica, sensorial ou mental, bem
providências: como sua integração social, mediante o treinamento para o
I – redução de, pelo menos, vinte por cento das despesas trabalho, a convivência e a facilitação de acesso aos bens e
com cargos em comissão e funções de confiança; serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obs-
II – exoneração dos servidores não estáveis, assim con- táculos arquitetônicos.
siderados aqueles admitidos na administração direta, autár- Art. 155. Ao ex-combatente que tenha participado, efe-
quica e fundacional sem concurso público de provas ou de tivamente, de operações bélicas, durante a Segunda Guerra
provas e �tulos, após o dia 5 de outubro de 1983. Mundial, residente no Município, dedicará, a Administração,
§ 3º Se as medidas adotadas com base no parágrafo an- atenção especial, além de respeitar seus direitos constitu-
terior não forem suficientes para assegurar o cumprimento cionalmente estatuídos.
da determinação da lei complementar referida neste arti- Art. 156. A lei disporá sobre a promoção e o estimulo aos
go, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato pequenos agricultores e, especialmente, sobre programas de
normativo, motivado de cada um dos Poderes, especifique a hortas comunitárias e sítios de lazer.
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto
da redução de pessoal, na forma do § 7º, do art. 169, da CAPÍTULO II
Constituição Federal. Da Previdência e da Assistência Social
§ 4º O servidor que perder o cargo, na forma do parágrafo
anterior, fará jus à indenização correspondente a um mês de Art. 157. O Município prestará assistência social e psico-
remuneração por ano de serviço. lógica a quem delas necessitar, com o objetivo de promover
§ 5º O cargo, objeto da redução prevista nos parágrafos a integração ao mercado de trabalho, reconhecendo a ma-
anteriores, será considerado extinto, vedada à criação de ternidade e a paternidade como relevantes funções sociais,
cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou asse- assegurados aos pais os meios necessários à educação, as-
melhadas pelo prazo de quatro anos. sistência em creches e pré-escolas, saúde, alimentação e
segurança a seus filhos.
TÍTULO V § 1º O Município estabelecerá plano de ações na área da
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL assistência social, observados os seguintes princípios: (Reda-
ção dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
CAPÍTULO I I – recursos financeiros consignados no orçamento mu-
Disposições Gerais nicipal, além de outras fontes; (Redação dada pela Emenda
nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
Art. 147. O Município, observado, os princípios estabe- II – coordenação, execução e acompanhamento a cargo
lecidos na Constituição Federal, buscará realizar o desenvol- do Poder Executivo; (Redação dada pela Emenda nº 54, de
vimento econômico e a justiça social valorizando o trabalho 27 de dezembro de 2006)
e as atividades produtivas, com a finalidade de assegurar a III – participação da sociedade civil na formulação das
elevação do nível de vida da população.

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políticas e no controle das ações em todos os níveis. (Reda-
Art. 148. A intervenção do Município no domínio eco- ção dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
nômico, terá por objetivo estimular e orientar a produção, § 2º O Município poderá firmar convênios com entidade
defender os interesses do povo e promover a justiça e soli- beneficente e de assistência social para a execução do plano.
dariedade social. (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de
Art. 149. O trabalho é obrigação social, garantido a todos 2006)
o direito ao emprego e à justa remuneração que proporcione Art. 158. O Município forma com a União e o Estado
existência digna na família e na sociedade. um conjunto de ações destinadas à saúde, à previdência e
Art. 150. O Município assistirá aos trabalhadores rurais à assistência social.
em suas obrigações legais, procurando proporcionar-lhes, Art. 159. Caberá ao Município promover e executar as
entre outros bene�cios, meios de produção e de trabalho, obras que, por sua natureza e extensão, não possam ser
crédito fácil e preço justo, saúde e bem-estar social. atendidas pelas instituições de caráter privado.
Parágrafo único. A isenção de impostos às cooperativas § 1º O plano de assistência social do Município, nos ter-
depende de lei especial. mos que a lei estabelecer, terá por objetivo a correção dos
Art. 151. O Município não permitirá o monopólio de desequilíbrios do sistema social e recuperação dos elementos
setores vitais da economia e reprimirá abuso do poder eco- desajustados, visando a um desenvolvimento social harmôni-
nômico que vise à dominação de mercados, a eliminação da co, consoante o previsto no art. 203, da Constituição Federal.
concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. § 2º Compete ao Município suplementar, se for o caso,
Art. 152. Na aquisição de bens e serviços, o Município os planos de previdência social, estabelecidos em lei federal.
dará tratamento preferencial à empresa brasileira de capital
nacional. CAPÍTULO III
Art. 153. O Município dispensará à microempresa e à Da Saúde
empresa de pequeno porte, assim definidas em lei federal,
tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela Art. 160. A saúde é direito de todos e dever do Poder
simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, Público, assegurado mediante políticas econômicas, sociais,
previdenciárias e credi�cias. ambientais e outras que visem à prevenção e à eliminação
Art. 154. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, do risco de doenças e outros agravos e ao acesso universal e
dos edi�cios de uso público e dos veículos de transporte co- igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção
letivo, quando for o caso, a fim de garantir acesso adequado e recuperação, sem qualquer discriminação. (Redação dada
às pessoas portadoras de deficiência. pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)

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Parágrafo único. O direito à saúde implica a garantia de: o princípio da hierarquização. (Redação dada pela Emenda
(Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
2006) § 2º Fica criado o Conselho Municipal de Saúde e de
I – condições dignas de trabalho, moradia, alimentação, Prevenção ao Uso de Entorpecentes e Drogas Afins – C.M.S.P.
educação, lazer e saneamento; (Redação dada pela Emenda (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de
nº 54, de 27 de dezembro de 2006) 2006)
II – participação da sociedade civil na elaboração de po- § 3º A lei disporá sobre o Conselho Municipal de Saúde
líticas, na definição de estratégias de implementação e no e de Prevenção ao Uso de Entorpecentes e Drogas Afins –
controle das atividades com impacto sobre a saúde, entre C.M.S.P. (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de de-
elas as mencionadas no inciso anterior; (Redação dada pela zembro de 2006)
Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) Art. 162. Compete ao Município, no âmbito do Sistema
III – acesso às informações de interesse da saúde indivi- Único de Saúde, além de outras atribuições previstas na le-
dual e coletiva, bem como sobre as atividades desenvolvidas gislação federal. (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27
para a promoção, proteção e recuperação da saúde; (Reda- de dezembro de 2006)
ção dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) I – a elaboração e a atualização periódica do plano mu-
IV – proteção do meio ambiente e controle da poluição nicipal de saúde, em consonância com os planos estadual e
ambiental; (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de de- federal e com a realidade epidemiológica; (Redação dada
zembro de 2006) pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
V – acesso igualitário às ações e aos serviços de saúde; II – a direção, a gestão, o controle e a avaliação das ações
(Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de de saúde ao nível municipal; (Redação dada pela Emenda nº
2006) 54, de 27 de dezembro de 2006)
VI – dignidade, gratuidade e boa qualidade no atendi- III – a administração do fundo municipal de saúde e a
mento e no tratamento de saúde; (Redação dada pela Emen- elaboração de proposta orçamentária; (Redação dada pela
da nº 54, de 27 de dezembro de 2006) Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
VII – segurança individual e coletiva. (Redação dada pela IV – a fiscalização da produção ou da extração, do arma-
Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) zenamento, do transporte e da distribuição de substâncias,
Art. 161. As ações e serviços públicos de saúde integram produtos, máquinas e equipamentos que possam apresentar
o Sistema Único de Saúde, que se organiza, no Município, riscos à saúde da população; (Redação dada pela Emenda
de acordo com as seguintes diretrizes: (Redação dada pela nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) V – o planejamento, a execução e a fiscalização das ações
I – comando político-administrativo único das ações pelo de vigilância epidemiológica e sanitária, incluindo os relativos
órgão central do sistema, com a cooperação técnica e finan- à saúde dos trabalhadores e ao meio ambiente, em articula-
ceira da União e do Estado, formando uma rede regionalizada ção com os demais órgãos e entidades governamentais; (Re-
e hierarquizada; (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 dação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
de dezembro de 2006) VI – o oferecimento aos cidadãos, por meio de equipes
multiprofissionais e de recursos de apoio, de todas as formas
II – participação da sociedade civil; (Redação dada pela
de assistência e tratamento necessárias e adequadas, inclu-
Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
ídas a homeopatia e as práticas alternativas reconhecidas;
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

III – integralidade da atenção à saúde, entendida como


(Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de
o conjunto articulado e con�nuo das ações e serviços pre-
2006)
ventivos, curativos e de recuperação individuais e coletivos,
VII – a promoção gratuita e prioritária, pelas unidades do
exigidos para cada caso e em todos os níveis de complexidade
sistema público de saúde, de cirurgia interruptiva de gravidez,
do sistema, adequado às realidades epidemiológicas; (Reda-
nos casos permitidos por lei; (Redação dada pela Emenda nº
ção dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) 54, de 27 de dezembro de 2006)
IV – integração, em nível executivo, das ações originárias VIII – a normatização complementar e a padronização dos
do Sistema Único com as demais ações setoriais do Municí- procedimentos relativos à saúde, pelo código sanitário; (Re-
pio; (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro dação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
de 2006) IX – a formulação e implementação de política de recur-
V – proibição de cobrança do usuário pela prestação de sos humanos na esfera municipal, com vistas à valorização do
serviços públicos e contratados de assistência à saúde, salvo profissional da área de saúde, mediante instituição de planos
na hipótese de opção por acomodações diferenciadas; (Re- de carreira e condições para reciclagem periódica; (Redação
dação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
VI – desenvolvimento dos recursos humanos e cien�- X – o controle dos serviços especializados em segurança
fico-tecnológicos do sistema, adequados às necessidades e medicina do trabalho; (Redação dada pela Emenda nº 54,
da população; (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de de 27 de dezembro de 2006)
dezembro de 2006) XI – a adoção de política de fiscalização e controle de
VII – formulação e implantação de ações em saúde men- endemias; (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de de-
tal, obedecendo ao seguinte: (Redação dada pela Emenda zembro de 2006)
nº 54, de 27 de dezembro de 2006) XII – a prevenção do uso de drogas que determinem
a) respeito aos direitos e garantias fundamentais do do- dependência �sica ou psíquica, bem como seu tratamento
ente mental, inclusive quando internado; (Redação dada pela especializado, provendo aos recursos humanos e materiais
Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) necessários; (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de
b) estabelecimento de política que priorize e amplie ativi- dezembro de 2006)
dades e serviços preventivos e extra-hospitalares. (Redação XIII – a informação à população sobre os riscos e danos à
dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) saúde e medidas de prevenção e controle, inclusive mediante
§ 1º Na distribuição dos recursos, serviços e ações a que a promoção da educação sanitária nas escolas municipais;
se refere o inciso I, serão observados o disposto no Plano (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de
Diretor e Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias e 2006)

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XIV – a prevenção de deficiências, bem como o tratamen- § 4º O Município orientará e estimulará, por todos os
to e a reabilitação de seus portadores; (Redação dada pela meios, a educação �sica, que será obrigatória nos estabeleci-
Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) mentos municipais de ensino e nos particulares que recebam
XV – a transferência, quando necessária, do paciente ca- auxílio do Município.
rente de recursos para estabelecimento de assistência médi- § 5º No currículo escolar das escolas municipais será in-
ca ou ambulatorial, integrante do Sistema Único de Saúde, cluídos conteúdos programáticos sobre prevenção do uso
mais próximo de sua residência; (Redação dada pela Emenda de entorpecentes e drogas afins, segurança do trânsito, di-
nº 54, de 27 de dezembro de 2006) reito do consumidor e formação da cidadania. (Incluído pela
XVI – a implementação, em conjunto com órgãos federais Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
e estaduais, do sistema de informatização, na área de saúde; Art. 166. O ensino é livre a iniciativas privadas, atendidas
(Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de as seguintes condições:
2006) I – cumprimento das normas gerais de educação nacional;
XVII – a participação na produção de medicamentos, II – autorização e avaliação de qualidade pelos órgãos
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros competentes.
insumos. (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de de- Art. 167. Os recursos do Município serão destinados às
zembro de 2006)
escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitá-
§ 1º As ações e serviços de saúde são de relevância públi-
rias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei federal,
ca, e cabem ao Poder Público sua regulamentação, fiscaliza-
que:
ção e controle, na forma da Lei. (Redação dada pela Emenda
nº 54, de 27 de dezembro de 2006) I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus
excedentes financeiros em educação;
CAPÍTULO IV II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra
Da Educação, da Cultura, do Desporto e do Lazer escola comunitária, filantrópica ou confessional ou ao Muni-
cípio, no caso de encerramento de suas atividades;
Seção I Parágrafo único. Os recursos de que trata este artigo se-
Da Educação rão destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental,
na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de
Art. 163. A educação, direito de todos, dever do Municí- recursos, quando houver falta de vagas em cursos regulares
pio e da família, tem como objetivo o pleno desenvolvimento da rede pública na localidade da residência do educando,
da pessoa, o seu preparo para o exercício da cidadania e sua ficando o Município obrigado a investir prioritariamente na
qualificação para o trabalho: (Redação dada pela Emenda nº expansão de sua rede na localidade.
54, de 27 de dezembro de 2006) Art. 168. O Município auxiliará, pelos meios ao seu al-
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive cance, as organizações beneficentes, culturais e amadoristas,
para aqueles que não tiverem acesso na idade própria; nos termos da lei, sendo que as amadoristas e as colegiais
II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade terão prioridade no uso de estádio, campos e instalações de
do ensino médio; propriedade do município.
III – atendimento educacional especializado aos deficien- Art. 169. O Município manterá o professorado municipal
tes pela rede regular de ensino;

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


em nível econômico, social e moral à altura de suas funções.
IV – acesso aos níveis mais elevados do ensino, de pesqui- Art. 170. O orçamento anual do Município deverá prever
sa e da educação ar�stica, segundo a capacidade de cada um; aplicação de, pelo menos, vinte e cinco por cento da receita
V – oferta de ensino diurno e noturno regular, suficiente de impostos, incluindo a proveniente de transferências, na
para a demanda às condições do educando, inclusive, até a manutenção e no desenvolvimento do ensino público, pre-
oitava série; ferencialmente no pré-escolar e fundamental.
VI – atendimento em creche e pré-escola às crianças de
zero a seis anos de idade; Seção II
VII – atendimento ao educando de ensino fundamental, Da Cultura do Desporto e do Lazer
por meio de programas suplementares de material didático-
-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. Art. 171. O Município estimulará o desenvolvimento das
§ 1º O acesso do ensino obrigatório e gratuito é direito
ciências, das artes, das letras e da cultura em geral, obser-
público objetivado, acionável mediante mandado de injun-
vado o disposto na Constituição Federal.
ção.
§ 1º Ao Município compete suplementar, quando neces-
§ 2º Compete ao Poder Público recensear os educandos
no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto sário, a legislação federal e estadual dispondo sobre a cultura.
aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola. § 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas
Art. 164. O sistema de ensino municipal assegurará, aos de alta significação para o Município.
alunos necessitados, condições de aproveitamento escolar. § 3º À Administração Municipal cabe, na forma da lei, a
Art. 165. O ensino oficial do Município será gratuito em guarda e conservação da documentação governamental e
todos os graus e atuará, prioritariamente, no ensino funda- as providências para franquear sua consulta a quantos dela
mental e pré-escola. necessitem.
§ 1º O ensino de trânsito, de matrícula obrigatória, cons- § 4º Ao Município cumpre proteger os documentos, as
titui disciplina dos horários das escolas oficiais do Município. obras e outros bens de valor histórico, ar�stico, cultural, os
§ 2º O ensino religioso de matrícula facultativa, constitui monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios ar-
disciplina dos horários das escolas oficiais do Município e será queológicos, através de lei complementar.
ministrado de acordo com a religião do aluno, manifestado § 5º Cabe ao Município criar e manter o seu arquivo do
por ele, se for capaz, ou por seu representante legal ou co- acervo histórico cultural.
-responsável. Art. 172. O Município estimulará as atividades �sicas sis-
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em tematizadas, os jogos recreativos e os desportos nas suas
língua portuguesa. diferentes manifestações.

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Art. 173. A prática do desporto é livre à iniciativa privada. Art. 179. O Plano Diretor, aprovado pela Câmara Munici-
Art. 174. O Município promoverá, estimulará, orientará pal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento
e apoiará a prática desportiva e a educação �sica, inclusive e expansão urbana, o qual deverá ser revisto a cada quatro
por meio de: (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de anos ou a qualquer data desde que haja necessidades ur-
dezembro de 2006) gentes e inadiáveis. (Redação dada pela Emenda nº 54, de
I – criação e manutenção de espaço próprio à prática 27 de dezembro de 2006)
desportiva nas escolas e logradouros públicos, bem como a § 1º A propriedade urbana cumpre a sua função social
elaboração dos seus respectivos programas; quando atende as exigências do Plano Diretor, respeita a
II – incentivos especiais à implantação da pesquisa no legislação urbanística e não provoca danos ao patrimônio
campo de educação �sica, desporto e lazer; cultural e ambiental.
III – organização de programas esportivos para adultos, § 2º O Plano Diretor, elaborado pelo Município, com a
idosos e deficientes, visando a otimizar a saúde da população participação de entidades representativas da comunidade,
e ao aumento de sua produtividade; abrangerá a totalidade de seu território e deverá conter
IV – criação de uma comissão permanente para tratar diretrizes de uso e ocupação do solo, zoneamento, índices
de desporto dirigido aos deficientes, destinados, a esse fim, urbanísticos, áreas de interesse especial e social, diretrizes
recursos humanos e materiais, além de instalações �sicas econômico- financeiras, administrativas, de preservação da
adequadas. natureza e controle ambiental.
Art. 175. O Município desenvolverá esforços no sentido § 3º Na elaboração do Plano Diretor, devem ser conside-
de promover a realização de disputas regionais, em conjunto radas as condições de riscos geológicos, bem como a locali-
com outros municípios, sempre amadoristicamente, como zação das jazidas supridoras de materiais de construção e a
forma de incentivo à prática esportiva. distribuição, volume e qualidade de águas superficiais e sub-
Art. 176. O Poder Público incentivará o lazer como forma terrâneas na área urbana e sua respectiva área de influência.
de promoção social. Art. 180. Para assegurar a função da cidade e da proprie-
dade, o Poder Público utilizará os seguintes instrumentos:
CAPÍTULO V I – Tributários e Financeiros:
Da Ciência e Tecnologia a) imposto predial e territorial urbano progressivo e di-
ferenciado por outros critérios de ocupação e uso do solo;
Art. 177. O Município promoverá e incentivará o desen- b) taxas e tarifas diferenciadas por zonas, na conformi-
volvimento cien�fico, a pesquisa, a difusão e a capacitação dade dos serviços públicos oferecidos;
tecnológicas, voltados preponderantemente para a solução c) contribuição de melhoria;
de problemas locais, e especialmente para a agricultura e d) incentivos e bene�cios fiscais e financeiros;
a pecuária. (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de d) fundos destinados ao desenvolvimento urbano;
dezembro de 2006) II – Institutos Jurídicos tais como:
§ 1º O Poder Executivo implantará política de formação a) edificação ou parcelamento compulsório;
b) desapropriação.
de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e tec-
Art. 181. No estabelecimento de normas sobre o desen-
nologia e concederá meios e condições especiais de trabalho
volvimento urbano, serão observadas as seguintes diretrizes:
aos que dela se ocupem. (Redação dada pela Emenda nº 54,
I – adequação das políticas de investimento fiscal e fi-
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

de 27 de dezembro de 2006)
nanceira, aos objetivos desta Lei Orgânica, especialmente
§ 2º O Município criará e manterá entidade voltada ao
quanto ao sistema viário, habitação e saneamento, garantida
ensino e à pesquisa cien�fica, ao desenvolvimento experi-
à recuperação, pelo Poder Público, dos investimentos de que
mental e a serviços técnico-cien�ficos relevantes para o seu
resulte valorização de imóveis;
progresso social e econômico. (Redação dada pela Emenda II – urbanização, regularização fundiária e titulação das
nº 54, de 27 de dezembro de 2006) áreas de favelas e de baixa renda, na forma da lei;
§ 3º Os recursos necessários à efetiva operacionalização II – preservação, proteção e recuperação do meio am-
da entidade serão consignados no orçamento municipal, bem biente urbano e cultural.
como obtidos de órgãos e entidades de fomento federais e
estaduais ou de outras fontes. (Redação dada pela Emenda CAPÍTULO VII
nº 54, de 27 de dezembro de 2006) Do Meio Ambiente
§ 4º O Município recorrerá preferencialmente aos órgãos
e entidades de pesquisa estaduais e federais nele sediados, Art. 182. Todos tem direito ao meio ambiente ecologi-
promovendo a integração intersetorial por meio da implan- camente equilibrado, bem de uso comum do povo e essen-
tação de programas integrados, consideradas as diversas cial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público
demandas cien�ficas, tecnológicas e ambientais afetas às municipal e à coletividade o dever de defendê-lo para as
questões municipais. (Redação dada pela Emenda nº 54, de presentes e futuras gerações.
27 de dezembro de 2006) § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, compete
ao Poder Público municipal, no que couber, o seguinte:
CAPÍTULO VI I – preservar e restaurar os processos ecológicos essen-
Da Política Urbana ciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossis-
temas;
Art. 178. A política de desenvolvimento urbano, executa- II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio
da pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o plano de desenvol- e à manipulação de material genético;
vimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar III – definir espaços territoriais e seus componentes a
de seus habitantes, através de leis complementares sobre: serem especialmente protegidos, sendo a alteração e su-
I – Plano Diretor; pressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer
II – Lei de Uso do Solo Urbano; utilização que comprometa a integridade dos atributos que
III – Código de Postura e de Edificações. justifiquem sua proteção;

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IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou § 1º A lei estabelecerá as condições de uso e ocupação,
atividade potencialmente causadora de significativa degrada- ou sua proibição, quando isto implicar impacto ambiental
ção do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, negativo, das planícies de inundação ou fundos de vales, in-
a que se dará publicidade; cluindo as respectivas nascentes e as vertentes com declives
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego superiores a quarenta e cinco por cento.
de técnica, métodos e substâncias que comportem risco para § 2º A vegetação das áreas marginais dos cursos d’água,
a vida, à qualidade de vida e o meio ambiente; nascentes, margens de lago e topos de morro, numa exten-
VI – promover a educação ambiental em todos níveis são que será definida em lei, é considerada de preservação
de ensino e a conscientização pública para preservação do permanente, sendo obrigatória à recomposição, onde for
meio ambiente; necessário.
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas na forma de lei, § 3º É vedado o desmatamento até a distância de vinte
as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, metros das margens dos rios, córregos e cursos d’água.
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais § 4º. São vedadas as instalações de indústrias poluentes e
à crueldade. de criatórios de animais às margens dos mananciais hídricos
VIII – criar parques, reservas, estações ecológicas e outras que sirvam como fontes de abastecimento de água, ou meio
unidades de conservação, mantê-los sob especial proteção e de subsistência ou para simples lazer da população. (Incluído
dotá-los da infraestrutura indispensável às suas finalidades; pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
(Incluído pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
IX – es�mulo e promoção do reflorestamento em áreas CAPÍTULO VIII
degradadas, objetivando, especialmente, a proteção dos Da Família, da Criança, do Adolescente, do Idoso,
terrenos erosivos e dos recursos hídricos bem como a con- do Portador de Deficiência e da Política de Direitos
secução de índices mínimos de cobertura vegetal. (Incluído das Mulheres
pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) (Redação dada pela Emenda nº 66,
X – promoção de medidas administrativas de apuração de 27 de julho de 2019)
de responsabilidades dos causadores da poluição ou da de-
gradação ambiental; (Incluído pela Emenda nº 54, de 27 de Art. 185. É dever do Município, como o é da família e
dezembro de 2006) da sociedade, assegurar à criança e ao adolescente, com
XI – promover a integração das associações civis, cen- absoluta prioridade, os direitos reconhecidos pelo disposto
tros de pesquisas, organizações sindicais, universidades, nos no art. 227 da Constituição Federal.
esforços para garantir e aprimorar o controle da poluição. § 1º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa hu-
(Incluído pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) mana e da paternidade e maternidade responsável, o pla-
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado nejamento familiar é livre decisão do casal, incumbindo ao
a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a Município, nos limites de sua competência, propiciar recursos
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
educacionais e cien�ficos para o exercício desse direito. (Re-
forma da lei.
dação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao
§ 2º É dever da família, da sociedade e do Poder Público
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas �sicas ou
assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta priorida-
jurídicas, às sanções penais administrativas, independente-

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


de, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
mente da obrigação de reparar os danos causados.
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
§ 4º Fiscalizar e controlar o destino do lixo do município,
à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
multando as pessoas �sicas e jurídicas que depositarem lixos
em logradouros públicos ou e lotes baldios. (Incluído pela colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discrimina-
Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) ção, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação
§ 5º Dar destinação ecologicamente correta ao lixo in- dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
dustrial e hospitalar. (Incluído pela Emenda nº 54, de 27 de § 3º A garantia de absoluta prioridade compreende: (Re-
dezembro de 2006) dação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
§ 6º O Município promoverá a coleta seletiva do lixo, e a I – a primazia de receber proteção e socorro em quais-
divulgação de informações necessárias a conscientização da quer circunstâncias; (Redação dada pela Emenda nº 54, de
população. (Incluído pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro 27 de dezembro de 2006)
de 2006) II – a precedência de atendimento em serviço de rele-
Art. 183. Os imóveis rurais manterão, pelo menos, vinte vância pública ou em órgão público; (Redação dada pela
por cento de sua área total, com cobertura vegetal nativa Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
para preservação da fauna e flora autóctones, obedecidos III – a preferência na formulação e na execução das po-
os seguintes: líticas sociais públicas; (Redação dada pela Emenda nº 54,
I – as reservas deverão ser delimitadas e registradas junto de 27 de dezembro de 2006)
ao órgão do Executivo; na forma da lei, vedada à redução e o IV – o aquinhoamento privilegiado de recursos públicos
remanejamento, mesmo no caso de parcelamento do imóvel; nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juven-
II – o Poder Público realizará inventários e mapeamen- tude, notadamente no tocante ao uso e abuso de tóxicos,
tos necessários para atender as medidas preconizadas neste drogas afins e bebidas alcoólicas. (Redação dada pela Emen-
artigo. da nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
Art. 184. O Município criará unidades de conservação § 4º Será punido na forma da lei qualquer atentado do
destinadas às nascentes e cursos de mananciais que: Poder Público, por ação ou omissão, aos direitos fundamen-
I – sirvam ao abastecimento público; tais da criança, do adolescente, do idoso e do portador de
II – tenham parte do seu leito em área legalmente pro- deficiência. (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de
tegida por unidade de conservação federal, estadual e mu- dezembro de 2006)
nicipal; § 5º O Município, em conjunto com a sociedade, criará
III – se constituam, no todo ou em parte, em ecossistemas e manterá programas sócio-educativos e de assistência ju-
sensíveis, a critério do órgão competente. rídica destinados ao atendimento de criança e adolescente

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privados das condições necessárias ao seu pleno desenvol- de poder entre homens e mulheres) nas grades curriculares
vimento e incentivará os programas de iniciativa das comu- do município; (Incluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho
nidades, mediante apoio técnico e financeiro, vinculado ao de 2019)
orçamento, de forma a garantir-se o completo atendimento II – ASSISTÊNCIA: promover a proteção, a seguridade so-
dos direitos constantes desta Lei Orgânica. (Redação dada cial das mulheres e fortalecer a universalidade dos serviços
pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) da rede especializada de atendimento as mulheres em situa-
Art. 186. É dever da Administração Municipal em conjun- ção de violência e capacitar os agentes públicos que atendem
to com a sociedade, amparar as pessoas idosas, assegurando as mulheres em vulnerabilidade; (Incluído pela Emenda nº
sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade 66, de 27 de julho de 2019)
e bem-estar. (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de III – ENFRENTAMENTO E COMBATE: Ações Punitivas e
dezembro de 2006) Cumprimento da Lei Maria da Penha, Lei de nº 11.340/2006;
§ 1º O amparo ao idoso será, quando possível, exercido (Incluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019)
no próprio lar. (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de IV – GARANTIA DO ACESSO: aos Direitos das Mulheres
dezembro de 2006) previstos nos Tratados Internacionais dos quais o Brasil
§ 2º Para assegurar a integração do idoso na comunida- é signatário, na Constituição Federal de 1988 e na Lei nº
de e na família, serão criados centros diurnos de lazer e de 11.340/2006 - Cumprimento da Legislação Nacional e Inter-
amparo à velhice. (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 nacional e iniciativas para o empoderamento das mulheres.
de dezembro de 2006) (Incluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019)
§ 3º O Município garantirá ao portador de deficiência, § 2º Criar a Secretaria Municipal da Mulher, com orça-
nos termos da lei: (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 mento próprio e autonomia, que atenderá as mulheres ví-
de dezembro de 2006) timas de qualquer tipo de violência ou não, com ações de
I – a participação na formulação de políticas para o setor; prevenção, assistência, empoderamento e acesso à garantia
(Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de dos diretos para as mulheres; (Incluído pela Emenda nº 66,
2006) de 27 de julho de 2019)
II – o direito à informação, à comunicação, à educação, § 3º Formular, coordenar e articular as Políticas Públicas
ao transporte e à segurança. (Redação dada pela Emenda para as mulheres. Promover e executar programas de coope-
nº 54, de 27 de dezembro de 2006) ração, capacitação permanente dos/as agentes públicos dos
§ 4º O Poder Público estimulará o investimento de pesso- serviços especializados, projetos com os organismos públicos
as �sicas e jurídicas na adaptação e na aquisição de equipa- e privados voltados para garantia das políticas públicas para
mentos necessários ao exercício profissional do trabalhador as mulheres; (Incluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho
portador de deficiência, conforme dispuser a lei. (Redação de 2019)
dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) § 4º O Poder Municipal em conjunto com a sociedade,
§ 5º Fica criado o Conselho Municipal do Idoso, que terá a criarão condições para o efetivo exercício das Políticas Pú-
incumbência dentre outras estabelecidas por lei, o de zelar e blicas para as Mulheres: (Incluído pela Emenda nº 66, de 27
reivindicar as garantias constitucionais expressas nos artigos de julho de 2019)
203, V e 230, da Constituição Federal, e artigos 121 e 122 I – Fortalecer o Conselho Municipal dos Direitos da Mu-
da Constituição do Estado do Tocantins. (Redação dada pela lher – Garantindo as condições necessárias para efetivação
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) do COMDIM; (Incluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho
§ 6º A lei disporá sobre o Conselho Municipal do Idoso. de 2019)
(Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de II – Fortalecer os Movimentos Sociais de Mulheres Incen-
2006) tivando a participação efetiva das Mulheres no Exercício de
§ 7º Fica criado o Conselho Municipal da Pessoa Porta- sua cidadania; (Incluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho
dora de Deficiência, que definirá em conjunto com os órgãos de 2019)
públicos a política de atendimento à pessoa portadora de III – Atender na sua integridade o que dispõe o Plano
deficiência. (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de Nacional de Políticas para as mulheres nos quesitos Saúde
dezembro de 2006) Integral das Mulheres, Direitos Sexuais e Direitos Reproduti-
§ 8º A composição e atribuições do Conselho Municipal vos; Educação para Igualdade e Cidadania; Assistência Social,
da Pessoa de Deficiência serão definidas em lei. (Redação Trabalho, Segurança, Cultura, Alimentação, Transporte, Mo-
dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006) radia, Acesso à Justiça, Esporte, Lazer, Liberdade, Cidadania
§ 9º O Município viabilizará verba específica para aten- e Empreendedorismo; (Incluído pela Emenda nº 66, de 27
dimento à educação especial. (Redação dada pela Emenda de julho de 2019)
nº 54, de 27 de dezembro de 2006) IV – Garantir igualdade para todas as mulheres indepen-
Art. 186-A. O Município de Palmas com base no marco dente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, nível
legal que dá origem as Políticas Públicas para as Mulheres, educacional, cultura, idade e religião; (Incluído pela Emenda
prevê o desenvolvimento de ações que desconstruam os mi- nº 66, de 27 de julho de 2019)
tos e estereótipos de gênero que modifiquem os padrões § 5º Garantir concurso público necessário para o provi-
sexistas, perpetuadores das desigualdades de poder entre mento de cargos para psicólogos, assistentes sociais, advoga-
homens e mulheres e da violência contra as mulheres. (In- dos, pedagogos, que integrarão as equipes multidisciplinares
cluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019) do Centro de Referência e Casa Abrigo no atendimento as
§ 1º Eixos estruturantes da política municipal de enfrenta- mulheres em situação de violência, bem como da Secretaria
mento a violência contra as mulheres: (Incluído pela Emenda Municipal da Mulher, de acordo com as Normas Técnicas
nº 66, de 27 de julho de 2019) Federais. (Incluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019)
I – PREVENÇÃO: promover medidas educacionais no âm- § 6º Garantir e proteger os Direitos das mulheres em situ-
bito escolar e universitário que visem desconstruir a cultura ação de violência, considerando as questões étnicas, raciais,
machista, patriarcal, hegemônica, sexistas e todas as formas geracionais, de orientação sexual, religiosa, de deficiência
de violência, discriminação e preconceito contra as mulhe- e de inserção social, econômica e regional. (Incluído pela
res além da inclusão do conhecimento de gênero (relação Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019)

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§ 7º Garantir a implementação e aplicabilidade da Lei Ma- Parágrafo único. Considerar-se-ão revogados, após dois
ria da Penha, por meio de difusão da Lei e do fortalecimento anos, contados da promulgação da Constituição Federal, os
dos instrumentos de proteção dos direitos das mulheres em que não forem confirmados por lei, sem prejuízo dos direitos
situação de violência. (Incluído pela Emenda nº 66, de 27 de já adquiridos àquela data, em relação a incentivos concedidos
julho de 2019) sob condição e com prazo certo, desde que cumpridas as
§ 8º Ampliar e Fortalecer os serviços especializados e condições estabelecidas nos atos concessórios.
institucionalizados, integrar e articular os Serviços de Atendi- Art. 190. É proibido em todo Município de Palmas atri-
mento às Mulheres em Situação de Violência, especialmente buir nome de pessoa viva a bem público de qualquer natu-
as mulheres da zona rural e privadas de liberdade. (Incluído reza pertencente ao Município ou às pessoas jurídicas da
pela Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019) administração indireta, exceto no caso de homenagem cívica
§ 9º Proporcionar às mulheres em situação de violência excepcional a pessoa com mais de 65 anos, na forma da lei.
um atendimento humanizado, integral e qualificado nos ser- (Redação dada pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de
viços especializados da rede de atendimento. (Incluído pela 2006)
Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019) Parágrafo único. Lei municipal regulamentará os critérios
§ 10. Desconstruir mitos e preconceitos em relação à vio- para a concessão da homenagem de que cuida este artigo.
lência contra a mulher, promovendo uma mudança cultural (Incluída pela Emenda nº 54, de 27 de dezembro de 2006)
a partir da disseminação de atitudes igualitárias e valores Art. 191. Os cemitérios do Município serão administra-
éticos de irrestrito respeito às diversidades e de valorização dos pela autoridade municipal, sendo permitido a todas as
da paz; (Incluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019) confissões religiosas praticar neles os seus ritos.
§ 11. Garantir a inserção das mulheres em situação de Art. 192. É lícito a qualquer cidadão obter informação
violência nos programas sociais na esfera municipal, de forma e certidões sobre assuntos referentes à administração mu-
a fomentar sua independência e autonomia; (Incluído pela nicipal.
Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019) Art. 193. Qualquer cidadão será parte legítima para plei-
§ 12. Favorecer a padronização do funcionamento e do tear a declaração de nulidade ou anulação dos atos lesivos
fluxo de atendimento compa�vel com a realidade da rede de ao patrimônio municipal.
atendimento local os quais devem contemplar as demandas Art. 194. Até a promulgação da lei complementar referida
das mulheres vítimas de violência em suas diversidades. (In- no art. 169, da Constituição Federal, é vedado ao Município
cluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019) despender com pessoal mais do que sessenta e cinco por
§ 13. Assegurar a participação dos movimentos de mu- cento, do valor da receita corrente, limite este a ser alcançado
lheres organizadas do Município de Palmas juntamente com no máximo em cinco anos, à razão de um quinto por ano.
a Comissão Permanente das Mulheres da Câmara Municipal, Art. 195. Incumbe ao Município:
em qualquer projeto de lei voltado para as mulheres. (Inclu- I – tomar medidas para assegurar a celeridade na trami-
ído pela Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019) tação dos expedientes administrativos, punindo, disciplinar-
§ 14. Incorporar a temática do enfrentamento à violência mente, nos termos da lei, os servidores faltosos;
contra as mulheres e a lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) II – facilitar, pelos meios de comunicação social, a difusão
nos conteúdos programático das escolas principalmente no de transmissões de interesses educacionais do povo;
processo de formação dos agentes públicos e no conteúdo

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


III – facilitar, aos partidos políticos, às associações cul-
dos concursos públicos. (Incluído pela Emenda nº 66, de 27 turais, cien�ficas, esportivas, recreativas, educacionais e de
de julho de 2019) classe, o uso, gratuito de ginásio e outros logradouros de
§ 15. Fortalecer a notificação das ocorrências para cons- sua propriedade.
truir dados esta�sticas sobre a violência contra a mulher, para Parágrafo único. Aos contratos firmados pelo Município,
elaboração de diagnóstico e de planejamento de ações muni- com prévia autorização legal, antecederão, obrigatoriamente
cipais. (Incluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019) as respectivas licitações, nos termos da lei.
§ 16. Construir proposta orçamentária para prever re- Art. 196. Até a entrada em vigor da lei Complementar
cursos, na forma da lei de diretrizes orçamentária para as Federal, referente ao projeto do plano plurianual, lei de di-
políticas pública para as mulheres. (Incluído pela Emenda retrizes orçamentárias e lei orçamentária anual, serão obe-
nº 66, de 27 de julho de 2019) decidas as seguintes normas. (Redação dada pela Emenda
§ 17. Incentivar a participação efetiva da mulher na Polí- nº. 57, de 20 de outubro de 2010)
tica Eleitoral e Partidária de acordo com a (Lei 12.891/2013). I – o projeto do plano plurianual, para vigência até o final
(Incluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019) do primeiro exercício financeiro do mandato governamental
§ 18. A Responsabilidade de consolidar todas as ações subsequente, será encaminhado à Câmara Municipal até 30
voltados as políticas públicas para as mulheres, bem como de novembro antes do encerramento do primeiro exercício
gerenciar o atendimento garantindo a eficácia dos serviços. financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da
(Incluído pela Emenda nº 66, de 27 de julho de 2019) sessão legislativa; (Incluído pela Emenda nº. 57, de 20 de
outubro de 2010)
TÍTULO VI II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será en-
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS caminhado à Câmara Municipal até 15 de outubro antes
do encerramento do exercício financeiro e devolvido para
Art. 187. Revogado. sanção até o encerramento do primeiro período da sessão
Art. 188. O Prefeito e os Vereadores do Município pres- legislativa; (Incluído pela Emenda nº. 57, de 20 de outubro
tarão compromisso de manter, defender e cumprir esta Lei de 2010)
Orgânica, no ato de sua promulgação. III – o projeto de lei orçamentária anual será encaminha-
Art. 189. O Executivo Municipal reavaliará todos os in- do à Câmara Municipal até 30 de novembro antes do encer-
centivos fiscais de qualquer natureza, concedidos antes da ramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até
promulgação da Constituição Federal e proporá ao Legislativo o encerramento da sessão legislativa. (Incluído pela Emenda
as medidas cabíveis. nº. 57, de 20 de outubro de 2010)

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Parágrafo único. O projeto de lei de revisão do plano plu- produtos e serviços próprios da Administração Municipal e
rianual será encaminhado à Câmara Municipal, anualmente, pertinentes às atribuições que lhe sejam outorgadas.
até o dia 15 de novembro, e devolvido para sanção até o § 1º Os cargos públicos municipais têm denominação
encerramento da sessão legislativa. (Incluído pela Emenda própria e remuneração definida por lei e paga pelo Município,
nº. 57, de 20 de outubro de 2010) para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
Art. 197. O Prefeito Municipal, dentro de seis meses a § 2º Os cargos públicos municipais, segundo a sua na-
contar da vigência desta Lei Orgânica, remeterá mensagem tureza, podem ser:
a Câmara, disciplinando os Conselhos Municipais. a) de provimento efetivo, identificadores de funções de
Art. 198. O Município fará o levantamento, no prazo caráter técnico ou de apoio, de recrutamento amplo, cujos
de um ano dos bens imóveis de valor histórico e cultural, e titulares sejam selecionados, exclusivamente, mediante con-
expressiva tradição para cidade, para fins de futuro tomba- curso público, de provas ou de provas e �tulos;
mento e declaração de utilidade pública, nos termo da lei. b) de provimento em comissão, por ato de livre nome-
Parágrafo único. A relação constará de lei a ser aprovada ação e exoneração dos Chefes dos Poderes do Município,
pela Câmara Municipal. observado o preenchimento por servidores de carreira, nos
Art. 199. O Município fará completo inventário de bens casos, condições e percentuais mínimos previsto em lei e
imóveis, no prazo de dois anos, atualizando seus valores e destinados apenas ás atribuições de direção, comando, ge-
arrolando, inclusive, direito e ações sobre os mesmos, de rência, chefia e assessoramento.
tudo dando conhecimento à Câmara Municipal e ao Tribunal § 3º As funções públicas municipais, segundo a sua na-
de Contas do Estado. tureza, podem ser:
Art. 200. O Município, no prazo de um ano, arrolará to- a) de comando, direção, gerência ou chefia;
dos os monumentos, estátuas, pedestais, bustos, quadros b) técnicas, aquelas que se referem às ações de caráter
ar�sticos e bens semelhantes do patrimônio municipal, para instrumental, necessárias à habilitação do processo decisó-
fins de relacionamento, divulgação, reconstituição e outras rio;
medidas julgadas apropriadas. c) de apoio, aquelas que se prestam à instrumentalização
Parágrafo único. REVOGADO. (Revogado pela Emenda nº das demais funções do aparelho de serviços do Município.
54, de 27 de dezembro de 2006) Art. 4º Funções de confiança destinam-se ao desempe-
Art. 201. Esta Lei Orgânica, aprovada pelos integrantes nho de tarefas de chefia e administração ou de elevado grau
da Câmara Municipal, e promulgada, entrará em vigor na de responsabilidade, são criadas e remuneradas por lei, de
data de sua publicação. ocupação privativa por servidores municipais, efetivos ou
estabilizados.
Palmas, 05 de abril de 1990.
TÍTULO II
VEREADORES CONSTITUINTES: DO CONCURSO PÚBLICO, PROVIMENTO, VACÂNCIA,
Presidente: Vereador Euclides Correia Costa, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
Vice-Presidente: Vereador Tarcísio Machado da Fonseca,
1º Secretário e Relator: Vereador Mário Benício dos Santos, Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo
2º Secretário: Vereador Pedro da Silva Alencar, público municipal:
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

I – ter nacionalidade brasileira, ou estrangeira, nos ter-


Vereadores: mos em que dispuser a legislação federal;
Hudson Terêncio de Souza, II – estar em gozo dos direitos políticos;
Gilberto Gomes da Silva, III – estar quites com as obrigações militares e eleitorais;
Valdir Pereira da Silva, IV – contar como nível de escolaridade exigido para exer-
Afonso Vieira Ramalho, cício do cargo;
Antônio Pereira de Sá V – ter a idade mínima de dezoito anos;
VI – provar aptidão �sica e mental exigidas para o exer-
cício do cargo.
LEI COMPLEMENTAR Nº 008, DE 16 DE NO- Parágrafo único. As atribuições do cargo podem justificar
VEMBRO DE 1999 a exigência de outros requisitos a serem estabelecidos em lei.

Instituiu o Estatuto dos Servidores Pú- CAPÍTULO I


blicos da Administração Direta e Indireta Do Concurso Público
dos Poderes do Município de Palmas.
Art. 6º O concurso público que podeá ser de provas ou
Faço saber que a CÂMARA MUNICIPAL aprova e eu san- de provas e �tulos, respeitará a natureza e a complexidade
ciono a seguinte Lei Complementar: do cargo, podendo ser realizado em etapas, conforme dispu-
serem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira.
TÍTULO I § 1º A inscrição do candidato está condicionada ao pa-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES gamento do valor fixado pelo edital, quando indispensável
ao seu custeio, ressalvadas as hipóteses de isenção nele ex-
Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto dos Servidores Públicos pressamente previstas.
da Administração Direta e Indireta dos Poderes do Município § 2º O concurso para o provimento de cargos que exi-
de Palmas, fixando-lhes os direitos, deveres e obrigações. jam para o seu exercício a aprovação em curso de formação
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor municipal é a mantido por instituição da administração dos Poderes do
pessoal legalmente investida em cargo público. Município será estruturado em etapas, uma das quais o pró-
Art. 3º O cargo público é instituído por lei, e implica no prio curso de formação.
desempenho, pelo seu titular, de uma função pública, sócio- § 3º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado
-administrativa, com o objetivo de prover à coletividade de o direito à inscrição em concurso público para provimento

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de cargo cujas atribuições sejam compa�veis, nos termos do Subseção II
edital, com a deficiência de que são portadoras. Do Exercício
§ 4º Nos casos em que couber, será entre cinco por cento
e vinte por cento do total das vagas oferecidas em concurso, Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições
a reserva de vagas para as pessoas de que trata o parágrafo do cargo público ou da função de confiança municipal.
anterior. § 1º Sob pena de exoneração, ou insubsistência do ato
Art. 7º O concurso público terá validade de até dois anos, de nomeação, será de 15 (quinze) dias o prazo para o início
podendo ser prorrogado uma vez, por igual período. do exercício no cargo público municipal,contados da data
§ 1º As informações pertinentes ao prazo de validade da posse. (Redação dada pela Lei Complementar nº 160, de
do concurso, as condições de sua realização e o percentual 14 de abril de 2008.)
de suas vagas reservadas aos deficientes, quando houver, § 2º Quando designado para função de confiança, o
serão fixados em edital, que será publicado e divulgado am- servidor efetivo ou estabilizado deverá ter o início do seu
plamente pelo Poder do Município que o estiver realizando. exercício coincidindo com a data de publicação do ato de
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candi- sua designação, salvo quando estiver em licença ou afastado
dato aprovado em concurso anterior com prazo de validade por qualquer outro motivo legal, hipótese em que o exercício
não expirado. recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento,
que não poderá exceder a trinta dias da publicação.
CAPÍTULO II
§ 3º O ato de designação para função de confiança perde-
Do Provimento
rá seus efeitos senão observados os prazos para o exercício
previstos no parágrafo anterior.
Art. 8º O provimento dos cargos públicos municipais,
far-se-á mediante ato dos Chefes dos Poderes do Município, § 4º À autoridade máxima do órgão ou entidade para
ou a quem estes outorgarem tal atribuição. onde for nomeado ou designado o servidor competirá dar-
Art. 9º A investidura em cargo público municipal, ocor- -lhe o exercício.
rerá com a posse. Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício
Art. 10. São formas de provimento de cargo público: do exercício serão registrados no assentamento individual
I – nomeação; do servidor.
II – readaptação; Parágrafo único. Ao entrar em exercício o servidor deverá
III – reversão; apresentar, ao órgão central de administração de pessoal do
IV – reintegração; respectivo Poder do Município, os elementos necessários ao
V – recondução; seu assentamento individual.
VI – aproveitamento. Art. 17. O servidor em exercício em outro Poder do Mu-
nicípio ou na Administração de outra Unidade Federativa, em
Seção I razão de ter sido cedido, terá dez dias de prazo, contados da
Da Nomeação publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho
das atribuições do cargo ou da função de confiança, incluído
Art. 11. A nomeação precederá a posse e far-se-á: nesse prazo o tempo necessário ao seu deslocamento de
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de pro- retorno à sede da sua repartição.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


vimento efetivo, isolado ou de carreira; § 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença
II – em comissão ou função de confiança, para os cargos ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo,
de livre nomeação e exoneração por parte dos Chefes dos será contado a partir do término do impedimento.
Poderes do Município. § 2º É facultado ao servidor declinar do prazo estabele-
Art. 12. Os demais requisitos para o ingresso e o desen- cido no caput.
volvimento do servidor na carreira, serão estabelecidos pelas
leis que estabelecerem os planos de cargos e salários dos Subseção III
servidores públicos municipais e seus regulamentos. Da Jornada de Trabalho
Subseção I Art. 18. Os servidores municipais cumprirão jornada de
Da Posse trabalho fixada em razão das atribuições dos respectivos car-
gos, respeitada a duração máxima de trabalho semanal de
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo 40 (quarenta) horas e observado o limite máximo de 8(oito)
termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, horas diárias. (Redação dada pela Lei Complementar nº 118,
as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo.
de 17 de abril de 2006.)
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias, contados
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de
da publicação do ato de nomeação, podendo ser prorro-
confiança submete-se ao regime integral e dedicação exclu-
gado por igual período, a critério da Administração Pública
ou ainda observada a conveniência administrativa mediante siva ao serviço, podendo ser convocado sempre que houver
requerimento do empossando. interesse da Administração Pública Municipal.
§ 2º No ato da posse, o empossando apresentará de- § 2º Regulamento no âmbito de cada Poder, disciplinará
claração de bens e valores que constituem seu patrimônio a jornada de trabalho dos titulares de cargos de provimento
e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, efetivo cujo exercício exija regime de turno ou plantão.
emprego ou função pública.
§ 3º Tornar-se-á sem efeito o ato de nomeação se a posse Subseção IV
não ocorrer nos prazos previstos neste artigo. Do Estágio Probatório
Art. 14. A posse em cargo público municipal, dependerá
de prévia inspeção pela Junta Médica Oficial do Município. Art. 19. Ao entrar em exercício, como condição essencial
Parágrafo único. Somente poderá ser empossado aquele para a aquisição da estabilidade, o servidor nomeado para
que for julgado apto �sica e mentalmente para o exercício cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probató-
do cargo. rio por período de trinta e seis meses, durante o qual a sua

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aptidão e capacidade serão objeto de avaliação especial de III – reprovação em procedimento de avaliação periódica
desempenho, por comissão instituída para essa finalidade, de desempenho, nos termos em que dispuser Lei Comple-
observados os seguintes fatores e critérios: mentar de âmbito nacional.
I – comportamento:
a) assiduidade; Seção II
b) disciplina; Da Readaptação
c) responsabilidade;
II – eficiência: Art. 22. Readaptação é a investidura do servidor munici-
a) capacidade de iniciativa; pal, efetivo estável ou do estabilizado em cargo de atribuições
b) produtividade; e responsabilidades compa�veis com a limitação que tenha
III – eficácia. sofrido em sua capacidade �sica ou mental verificada em
§ 1º A avaliação, de que trata o caput, dar-se-á em etapas inspeção médica.
autônomas entre si, que ocorrerão no mínimo a cada período § 1º Antes da concessão da readaptação poderá ocorrer
de seis meses, até o fim do estágio probatório. um remanejamento nas funções do servidor por prazo de
§ 2º O Servidor que, atendidos os critérios da avaliação até vinte e quatro meses, período este em que deverá se
especial de desempenho, nos termos em que dispuser o re- apresentar a cada sessenta dias à Administração para com-
gulamento, não obtiver média igual ou superior a cinquenta provação, mediante exame ou perícia médica, de que se en-
por cento em cada uma das etapas, será considerado re- contra nas mesmas condições, ou não, de quando ocorreu
provado e exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo o remanejamento.
anteriormente ocupado. § 2º Persistindo as condições que Ensejaram o remane-
§ 3º O Servidor em estágio probatório poderá ocupar jamento de funções, dar-se-á readaptação, por ato do Chefe
cargos de provimento em comissão ou exercer função de do respectivo Poder, caso contrário, o servidor retornará à
confiança em qualquer órgão ou unidade dos Poderes do função anteriormente ocupada.
Município. § 3º Se, decorrido o prazo de que trata o § 1º, for julgado
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão incapaz para o serviço público, o readaptando será aposen-
ser concedidas(os): tado.
I – as licenças: § 4º A readaptação será efetivada, respeitada a habili-
a) para tratamento da própria saúde; tação exigida, nível de escolaridade e equivalência de ven-
b) por motivo de doença em pessoa da família; cimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o
c) em razão de gestação, adoção ou paternidade; servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a
d) para incorporação às Forças Armadas para o serviço ocorrência de vaga.
militar obrigatório ou, ainda, quando convocado pelas Forças § 5º Não se dará a readaptação se o motivo que a ensejar
Armadas; puder ser superado com a troca de equipamentos, materiais
e) para o exercício da atividade política; ou do local de exercício do servidor, hipóteses em que a
II – os afastamentos para: Administração Pública Municipal, adotará as medidas que
o caso requerer.
a) exercício de cargo em comissão ou função de confiança
dos Poderes do Município;
Seção III
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

b) desempenho de mandato eletivo Federal ou de qual-


Da Reversão
quer das Unidades da Federação;
c) atender convocação da Justiça Eleitoral, durante pe-
Art. 23. Reversão é o retorno à atividade de servidor mu-
ríodo eletivo;
nicipal, aposentado por invalidez, quando, por junta médica
d) servir ao Tribunal do Júri; nomeada pela Administração, forem declarados insubsisten-
e) missão oficial no exterior; tes os motivos da aposentadoria.
f) participar em programa de treinamento regularmente Art. 24. A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo
instituído, mesmo que implique em estudo no exterior; resultante de sua transformação.
III – férias. Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo o ser-
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as li- vidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocor-
cenças previstas no parágrafo anterior, inciso I, alíneas “b” rência de vaga.
e “e”, sendo retomado a partir do término do impedimento. Art. 25. Não poderá reverter ao aposentado que já tiver
§ 6º Regulamento, no âmbito dos Poderes do Município, completado setenta anos de idade.
disporá sobre o estágio probatório.
Seção IV
Subseção V Da Reintegração
Da Estabilidade
Art. 26. Reintegração é a reinvestidura do servidor mu-
Art. 20. O servidor municipal habilitado em concurso nicipal, efetivo estável ou do estabilizado no cargo anterior-
público e empossado em cargo de provimento efetivo ad- mente ocupado, ou no cargo resultante de sua transforma-
quirirá estabilidade no serviço público ao completar trinta ção, quando invalidada a sua demissão por decisão adminis-
e seis meses de efetivo exercício. trativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
Parágrafo único. São também estáveis os servidores que § 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor
se encontram na situação prescrita no art. 19 do Ato das Dis- ficará em disponibilidade, observadas as regras prescritas
posições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. nesta Lei.
Art. 21. O servidor municipal, efetivo estável ou o esta- § 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu-
bilizado somente perderá o cargo em virtude de: pante, se efetivo estável ou estabilizado, será reconduzido ao
I – sentença judicial transitada em julgado; cargo de origem, sem direito à indenização, ou aproveitado
II – processo administrativo disciplinar no qual lhe seja em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade, com
assegurada ampla defesa; remuneração proporcional ao tempo de serviço.

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Seção V § 1º Dar-se-á a remoção, observada a respectiva ordem
Da Recondução de precedência, nos seguintes casos:
a) de o�cio, por conveniência da Administração Pública;
Art. 27. Recondução é o retorno do servidor municipal, b) por motivos de saúde do servidor devidamente de-
efetivo estável ou do estabilizado ao cargo anteriormente monstrados e justificados perante a Junta Médica Oficial;
ocupado e decorrerá de: c) a requerimento, por interesse do servidor, observado
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro o interesse público e a conveniência administrativa.
cargo; § 2º Poderá haver remoção por permuta, igualmente a
II – reintegração ao cargo, do ocupante anterior; critério da Administração Pública, mediante pedido escrito
III – insubsistência do ato de provimento em outro cargo, de ambos os interessados.
desde que para tanto não tenha concorrido. § 3º A nomeação de servidor titular de cargo de provi-
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de ori- mento efetivo, ou do estabilizado, para cargo de provimento
gem, o servidor será aproveitado em outro, observadas as em comissão ou função de confiança, para exercício em outro
regras traçadas nesta Lei para o aproveitamento. órgão ou unidade que não o de sua lotação, dentro de um
mesmo Poder, caracteriza a remoção de que trata a alínea
Seção VI “a” do § 1º, independentemente de qualquer outro ato, até
Do Aproveitamento que se dê a respectiva vacância, caso em que o servidor
retornará ao órgão de origem.
Art. 28. Extinto o cargo, ou declarada a sua desnecessi-
dade, o servidor efetivo estável ou o estabilizado ficará em CAPÍTULO V
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de Da Redistribuição
serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo
cuja exigência de requisitos e atribuições sejam compa�veis Art. 34. Redistribuição é o deslocamento de cargo de
com a sua formação profissional. provimento efetivo ou em comissão, ocupado ou vago, no
§ 1º Atendidas as condições estabelecidas no caput, os âmbito dos quadros gerais de pessoal, para outro órgão ou
órgãos centrais de pessoal dos Poderes do Município deter- entidade do mesmo Poder.
minarão o imediato aproveitamento do servidor em disponi- § 1º A redistribuição ocorrerá de o�cio para ajustamen-
bilidade nas vagas que ocorrerem no âmbito dos respectivos to de lotação e da força de trabalho às necessidades dos
Poderes. serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou
§ 2º O servidor posto em disponibilidade ficará manti- criação de órgão ou entidade.
dos sob responsabilidade dos órgãos centrais de pessoal dos § 2º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão
respectivos Poderes do Município. ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessi-
Art. 29. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cas- dade, o servidor efetivo estável ou o estabilizado que não
sada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício
for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu
no prazo legal, salvo doença comprovada pela Junta Médica
aproveitamento, nos termos desta Lei.
Oficial do Município.
§ 3º A efetivação da redistribuição será precedida de
manifestação dos órgãos centrais de pessoal, no âmbito dos
CAPÍTULO III

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


respectivos Poderes do Município.
Da Vacância
CAPÍTULO VI
Art. 30. A vacância do cargo público decorrerá de:
I – exoneração; Da Substituição
II – demissão;
III – readaptação; Art. 35. Os servidores municipais, investidos em cargo de
IV – aposentadoria; provimento em comissão de direção ou chefia, ou, ainda, de
V – posse em outro cargo inacumulável; função de confiança, terão substitutos indicados no regimen-
VI – falecimento. to interno ou, no caso de omissão, previamente designados
Art. 31. A exoneração do servidor municipal, efetivo ou pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.
estabilizado dar-sê-a a pedido do servidor ou de o�cio pela § 1º O substituto assumirá, automática e cumulativamen-
Administração Pública. te, sem prejuízo do cargo que ocupa nos afastamentos, férias,
Parágrafo único. A exoneração de o�cio dar-se-á, quando: impedimentos legais ou regulamentares do substituído.
a) não satisfeitas as condições do estágio probatório, nos § 2º O substituto fará jus à gratificação atribuída ao subs-
termos desta Lei e de seu regulamento; tituído, nos casos de afastamento ou impedimentos supe-
b) não satisfeitas as condições de permanência no cargo riores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias
por insuficiência e desempenho, nos termos da legislação o de efetiva substituição, que excederem o referido período.
e de regulamento;
c) tendo tomado posse, o servidor não entrar em exer- TÍTULO III
cício no prazo estabelecido. DOS DIREITOS E VANTAGENS
Art. 32. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa
de função de confiança dar-se-á a juízo da autoridade com- CAPÍTULO I
petente, ou a pedido do próprio servidor. Do Vencimento, Subsídio e Remuneração

CAPÍTULO IV Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se:


Da Remoção I – vencimento, a retribuição pecuniária pelo exercício
de cargo público, com valor fixado em lei;
Art. 33. Remoção é a realocação do servidor municipal, II – subsídio, a remuneração fixada em parcela única, ve-
de um para outro órgão do mesmo Poder, ou de uma para dado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
outra unidade do mesmo órgão. prêmio, verba de representação ou outra espécie remunera-

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tória, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos incisos X § 1º As indenizações e os auxílios-pecuniários não se
e XI, do art. 110 da Lei Orgânica do Município. incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
III – remuneração, é o vencimento básico de cargo efetivo, § 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se aos
acrescido das vantagens pecuniárias estabelecidas em lei. vencimentos ou proventos, nos casos e condições previstos
Art. 37. Nenhum servidor da administração direta ou em lei.
indireta, de qualquer dos Poderes do Município, poderá per- § 3º À exceção daquelas de que tratam os incisos I e II,
ceber, mensalmente: não será permitida a concessão das demais vantagens tra-
I – a �tulo de remuneração ou provento, importância tadas neste artigo aos servidores que sejam remunerados,
inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Lei Comple- nos termos da lei, por subsídio.
mentar nº 118, de 17 de abril de 2006.) Art. 44 Os acréscimos pecuniários percebidos por ser-
II – importância superior ao subsídio mensal, em espécie, vidor público municipal, não serão computados nem acu-
do Prefeito Municipal. mulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
Art. 38. O servidor perderá:
I – a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem Seção I
motivo justificado; Das Indenizações
II – a parcela de remuneração diária, proporcional aos
atrasos não justificados. Art. 45. Constituem indenizações ao servidor municipal:
Parágrafo único. As faltas justificadas, nos termos desta
I – ajuda de custo;
Lei não afetam a remuneração ou o subsídio do servidor.
II – diárias;
Art. 39. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial,
III – transporte;
ou para atender programa oficial de apoio social ou de ca-
pacitação funcional, nenhum desconto incidirá sobre a re- IV – o ressarcimento de despesas autorizadas, havidas
muneração ou provento do servidor. para desempenho das suas funções;
Parágrafo único. As consignações, motivadas por pro- Art. 46. Os valores das indenizações, bem assim as con-
grama oficial de apoio social ou de capacitação funcional, dições para a sua concessão, serão estabelecidos em regu-
necessitam para sua efetivação da autorização do servidor. lamento.
Art. 40. As reposições e indenizações ao erário serão pre-
viamente comunicada são servidor e descontadas em parce- Subseção I
las mensais em valores monetários devidamente atualizados. Da Ajuda de Custo
§ 1º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: repo-
sição, a devolução aos cofres públicos de quaisquer parcelas Art. 47. A ajuda de custo destina-se a compensar as des-
recebidas indevidamente pelo servidor; pesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço,
a) indenização à Fazenda Pública, o ressarcimento, pelo passe a ter exercício em órgão ou repartição fora dos limi-
servidor, dos prejuízos e danos a que ele der causa, por dolo tes urbanos da sede, com mudança de domicílio em caráter
ou culpa. permanente.
§ 2º A reposição será feita em parcelas cujo valor não ex- § 1º Fica vedado o duplo pagamento de indenização, a
ceda a vinte e cinco por cento da remuneração ou provento. qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro, que
§ 3º A indenização será feita em parcelas cujo valor não
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício


exceda a dez por cento da remuneração ou provento. na mesma sede.
§ 4º A reposição será feita, em uma parcela, quando cons- § 2º A ajuda de custo será paga mediante comprovação
tatado pagamento indevido no mês anterior ao do proces- da mudança de domicílio, das despesas realizadas com pas-
samento da folha. sagens, bagagens, bens pessoais e transporte do servidor e
Art. 41. O servidor em débito com o erário que for de- de sua família, não podendo exceder a importância corres-
mitido, exonerado, ou que tiver sua aposentadoria ou dis- pondente a dois meses de sua remuneração.
ponibilidade cassada, ou, ainda, aquele cuja dívida relativa § 3º À família do servidor que falecer na nova sede serão
à reposição seja superior a cinco vezes o valor de sua remu- assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade
neração, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. de origem, dentro do prazo de um ano, contado do óbito.
§ 1º A não-quitação do débito no prazo previsto implicará Art. 48. Nos casos de cessão de servidor para exercício em
sua inscrição em dívida ativa. outro órgão ou entidade dos Poderes da União, do Distrito
§ 2º Os valores percebidos pelo servidor, em razão de
Federal, dos Estados e dos Municípios, quando cabível, a
decisão liminar, de qualquer medida de caráter antecipatório,
ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário.
ou de sentença, posteriormente cassada ou revista, deverão
Art. 49. Não será concedida ajuda de custo ao servidor
ser repostos no prazo de trinta dias, contados da notificação
para fazê- lo, sob pena de inscrição em dívida ativa. que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de man-
Art. 42. O vencimento, o subsídio, a remuneração e o dato eletivo.
provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, Art. 50. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de
exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de custo quando, injustificadamente, não se apresentar no novo
decisão judicial. posto de serviço no prazo de dez dias.

CAPÍTULO II Subseção II
Das Vantagens Das Diárias

Art. 43. Além do vencimento, poderão ser pagas ao ser- Art. 51. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede do
vidor municipal, as seguintes vantagens: Município, em caráter eventual ou transitório para outro
I – indenizações; ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a
II – auxílios-pecuniários; passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de
III – gratificações; despesas extraordinárias com pousada, alimentação e lo-
IV – adicionais. comoção urbana, conforme se dispuser em regulamento.

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§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sen- Subseção III
do devida pela metade quando o deslocamento não exigir Do Auxílio-Reclusào
pernoite fora da sede, ou quando o Município custear, por
meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por di- Art. 60. Vetado.
árias.
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede cons- Subseção IV
tituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará Do Salário-Família
jus a diárias.
Art. 52. O servidor que receber diárias e não se afastar Art. 61. Vetado.
da sede, por qualquer motivo, deverá restituí-las, no prazo Art. 62. Vetado.
de cinco dias. Art. 63. Vetado.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à Art. 64. Vetado.
sede em prazo menor do que o previsto para o seu afasta-
mento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo Subseção V
previsto no caput. Do Auxílio-Transporte

Subseção III Art. 65. O auxílio-transporte será devido ao servidor ati-


Da Indenização de Transporte vo nos deslocamentos de sua residência para o trabalho e
do trabalho para sua residência, na forma estabelecida em
Art. 53. Conceder-se-á indenização de transporte ao ser- regulamento.
vidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio
de locomoção para a execução de serviços externos, por força Seção III
das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em Das Gratificações
regulamento.
Art. 66. Além do vencimento e das vantagens previstas
Subseção IV nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes gra-
Do Ressarcimento de Despesas Autorizadas tificações:
I – pelo exercício de cargo em comissão ou função de
Art. 54. Conceder-se-á o ressarcimento de despesas efe- confiança;
tuadas pelo servidor municipal para o desempenho de suas II – natalina;
funções, desde que previamente autorizadas pela autoridade III – de instrutoria;
competente nos termos de regulamento. IV – outras, relativas ao local ou à natureza do trabalho.
Parágrafo único. As gratificações tratadas no inciso IV,
Seção II serão criadas por lei específica, que lhes estipulará o valor e
as condições de concessão.
Dos Auxílios-Pecuniários
Subseção I
Art. 55. Serão concedidos ao servidor municipal e à sua
Da Gratificação pelo Exercício de Cargo
família, nos termos de legislação específica os seguintes au-

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


em Comissão ou Função de Confiança
xílios pecuniários:
I – auxílio-reclusão; (Redação dada pela Lei Complemen- Art. 67. Ao servidor ocupante de cargo de provimento
tar nº 118, de 17 de abril de 2006.) efetivo ou ao estabilizado, investido em cargo de provimento
II – salário-família; (Redação dada pela Lei Complementar em comissão ou em função de confiança, será devida grati-
nº 118, de 17 de abril de 2006.) ficação fixada em lei própria.
III – auxílio-transporte. (Redação dada pela Lei Comple- § 1º É facultado ao servidor titular de cargo de provimento
mentar nº 118, de 17 de abril de 2006.) efetivo ou ao estabilizado, investido em cargo de provimento
§ 1º O auxílio, de que trata o inciso I deste artigo, será em comissão, optar entre a remuneração global atribuída
pago pelo sistema de previdência ao qual se vincula o servi- ao cargo comissionado mais as parcelas remuneratórias de
dor público municipal, não sendo permitida, sob qualquer caráter pessoal ou sua remuneração global relativa ao car-
hipótese, a sua inclusão em folha de pagamento. (Redação go de provimento efetivo e a gratificação de representação
dada pela Lei Complementar nº 118, de 17 de abril de 2006.) atribuída ao cargo de provimento em comissão.
§ 2º As cotas do salário-família serão pagas pela admi- § 2º A gratificação, de que trata este artigo não se incor-
nistração pública municipal, juntamente com a remuneração pora ao vencimento do servidor para nenhum efeito.
mensal do segurado, efetivando-se a compensação financeira § 3º Poderá integrar a remuneração de contribuição, do
quando do recolhimento das contribuições previdenciárias. servidor titular de cargo efetivo, a parcela percebida pelo
(Redação dada pela Lei Complementar nº 118, de 17 de abril segurado do exercício de cargo em comissão ou função de
de 2006.) confiança, mediante opção por ele exercida, para efeito de
cálculo de bene�cio a ser concedido, respeitada, em qual-
Subseção I quer hipótese, a limitação da remuneração ou do subsídio
Do Auxílio Funeral do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se der a
aposentadoria. (Redação dada pela Lei Complementar nº
Art. 56. Vetado. 118, de 17 de abril de 2006.)
Art. 57. Vetado.
Art. 58. Vetado. Subseção II
Da Gratificação Natalina
Subseção II
Do Auxílio-Natalidade Art. 68. A gratificação natalina corresponde a um doze
avos da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de
Art. 59. Vetado. dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.

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§ 1º Independentemente da renumeração normal a que c) para participar em programa de treinamento regu-
o funcionário ou servidor fizer jus, a Gratificação Natalina larmente instituído, mesmo que implique em estudo no
deverá ser concedida no mês de dezembro de cada ano, po- exterior;
dendo, no entanto, por ato dos respectivos Poderes Executivo d) em missão oficial fora do local do exercício;
e Legislativo, ser paga em duas parcelas, sendo a primeira e) para doação de sangue;
de acordo com o aniversário do funcionário ou servidor, em f) para alistar-se como eleitor;
valor proporcional ao mês ou meses trabalhados, pagando-se g) para casar-se;
a segunda, porém no mês de dezembro, de modo a completar h) nos casos de falecimento do cônjuge, companheiro,
o valor integral da gratificação devida. (Redação dada pela pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob
Lei Complementar nº 27, de 4 de setembro de 2000). guarda ou tutela e irmãos;
§ 2º A fração superior a quinze dias será considerada III – na fruição das férias.
como mês integral. (Paragráfo único renumerado para § 2º § 3º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubri-
pelo art. 1º da Lei Complementar nº 27, de 4 de setembro dade e de periculosidade deverá optar por um deles.
de 2000.) § 4º Regulamentos baixados pelos Chefes dos Poderes
Art. 69. O servidor, exonerado ou demitido, perceberá
do Município, disporão a respeito da matéria, considerando,
sua gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de
quando de sua elaboração, quadro de situações de incidên-
exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exone-
cia de insalubridade elaborado pela Junta Médica Oficial do
ração ou da sua demissão.
Município.
Art. 70. A gratificação natalina não será considerada para
cálculo de qualquer vantagem pecuniária. Art. 74. Haverá permanente controle das atividades dos
servidores em operações ou locais considerados insalubres
Subseção III ou perigoso.
Da Gratificação de Instrutoria Parágrafo único. A Servidora gestante ou lactante será
afastada, e enquanto durar a gestação e a lactação, das
Art. 71. Ao servidor público municipal que for convidado operações locais previstos neste em artigo, exercendo suas
ou convocado para atividades de instrutória em programas atividades em local salubre e serviço salubre, não perigoso
de formação, capacitação ou treinamento, oficialmente e que não haja risco de vida.
instituídos pela administração de pessoal dos Poderes do Art. 75. Na concessão do adicional de insalubridade ou de
Município ou, ainda, no âmbito de suas instituições de for- periculosidade, serão observadas as situações estabelecidas
mação e capacitação funcional, será devida, a �tulo de pro em legislação específica.
labore, uma gratificação, cujo valor e forma de pagamento Art. 76. Os locais de trabalho e os servidores que operam
serão definidos em regulamento a ser baixado por ato do com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob
respectivo Chefe do Poder do Município. controle permanente, de modo que as doses de radiação
ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na le-
Seção IV gislação própria.
Dos Adicionais Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo
serão submetidos a exames médicos a cada seis meses.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

Art. 72. Além do vencimento e das vantagens previstas


nesta Lei, serão deferidos aos servidores os seguintes adi- Subseção II
cionais: Do Adicional por Tempo de Serviço
I – pelo exercício de atividades insalubres ou perigosas;
II – Vetado; Art. 77. Vetado.
III – pela prestação de serviço extraordinário;
IV – noturno; Subseção III
V – de férias; Do Adicional por Serviços Extraordinários
Subseção I
Art. 78. O serviço extraordinário será remunerado com
Do Adicional de Insalubridade ou de Periculosidade
acréscimo de cinquenta por cento em relação à hora normal
de trabalho.
Art. 73. Os servidores que trabalhem com habitualidade
§ 1º Somente será permitido serviço extraordinário para
em locais insalubres ou em contato permanente com subs-
tâncias tóxicas, radioativas, ou com risco de vida, fazem jus a atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado
um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo. (Redação o limite máximo de duas horas por jornada.
dada pela Lei Complementar nº 160, de 14 de abril de 2008.) § 2º O adicional de que trata este artigo será devido
§ 1º O adicional de insalubridade ou de periculosidade apenas aos servidores ocupantes de cargos de provimento
somente será devido ao servidor enquanto na atividade, e efetivo ou aos estáveis, não se incorporando à remuneração.
na presença das condições que ensejaram a sua concessão.
§ 2º Ainda são devidos, conforme o caso, o adicional de Subseção IV
insalubridade ou de periculosidade: Do Adicional Noturno
I – na fruição das seguintes licenças:
a) para tratamento da própria saúde; Art. 79. O serviço noturno, prestado em horário com-
b) por motivo de doença em pessoa da família; preendido entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco
c) em razão de gestação, adoção ou paternidade; horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de vinte e
II – na fruição dos seguintes afastamentos: cinco por cento, computando-se cada hora como cinquenta
a) para atender convocação da Justiça Eleitoral, durante e dois minutos e trinta segundos.
período eletivo; Parágrafo único. O adicional de que trata este artigo não
b) para servir o Tribunal do Júri; se incorpora à remuneração para quaisquer fins.

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Subseção V I – para tratamento de saúde ou auxílio-doença; (Redação
Do Adicional de Férias dada pela Lei Complementar nº 118, de 17 de abril de 2006.)
II – por motivo de doença em pessoa da família;
Art. 80. Independentemente de solicitação será pago ao III – à gestante ou adotante ou salário-maternidade; (Re-
servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente dação dada pela Lei Complementar nº 118, de 17 de abril
a um terço da remuneração do período das férias. de 2006.)
Parágrafo único. No caso de o servidor ocupar cargo de IV – por motivo de afastamento do cônjuge ou compa-
provimento em comissão ou função de confiança a respectiva nheiro;
gratificação será considerada no cálculo do adicional de que V – para o serviço militar;
trata este artigo. VI – para atividade política;
VII – para capacitação;
CAPÍTULO III VIII – para tratar de interesses particulares;
Das Férias IX – para desempenho de mandato classista.
§ 1º As licenças previstas nos incisos I, II e III serão pre-
Art. 81. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que cedidas de exame médico que deverão ser avaliados ou re-
podem ser acumuladas até o máximo de dois períodos, no alizados pela Junta Médica Oficial.
caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em § 2º Não será permitido o exercício de atividade remune-
que haja legislação específica. rada durante os períodos das licenças previstas nos incisos
§ 1º Para qualquer período aquisitivo de férias serão I, II e III.
exigidos doze meses de exercício.
§ 2º Não será permitido levar à conta de férias qualquer Seção I
falta ao serviço. Da Licença para Tratamento de Saúde
§ 3ºVetado. (Redação dada pela Lei Complementar nº
27, de 4 de setembro de 2000). Art. 86. Conceder-se-á ao servidor licença para trata-
§ 4º As férias poderão ser parceladas em até duas etapas, mento de saúde, a pedido ou de o�cio, com base em perícia
desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Administração Pública. Art. 87. O auxílio-doença será devido ao segurado que
§ 5º É facultado ao Órgão Público Municipal, conceder ficar incapacitado para a atividade de seu cargo por mais de
ao servidor a conversão de 1/3 (um terço) de suas férias 15 (quinze) dias consecutivos e corresponderá a uma renda
em abono pecuniário, desde que o requeira pelo menos 30 mensal correspondente ao valor da última remuneração do
(trinta) dias antes do seu início. (Redação dada pela Lei Com- segurado no cargo efetivo, sendo devido a contar do 16º
plementar nº 118, de 17 de abril de 2006.) (décimo sexto) dia do afastamento a este �tulo. (Redação
Art. 82. Em caso de parcelamento, de acordo com § 4º dada pela Lei Complementar nº 118, de 17 de abril de 2006.)
do art. 81, o servidor receberá o valor do adicional de férias § 1º Sempre que necessária, a inspeção médica realizar-
quando da utilização do primeiro período. (Redação dada
-se-á na residência do servidor ou estabelecimento hospitalar
pela Lei Complementar nº 160, de 14 de abril de 2008.)
onde se encontrar.
Art. 82-A. O servidor, exonerado ou demitido, perceberá
§ 2º Inexistindo médico vinculado aos sistemas públi-
indenização relativa ao período de férias a que tiver direi-

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


cos de saúde no local de residência do servidor, aceitar-se-á
to, bem como ao incompleto, na proporção 1/12 (um doze
atestado passado por médico particular.
avos) por mês de efetivo exercício e/ou fração superior a 15
§ 3º No caso do parágrafo anterior, ao testado somente
(quinze) dias. (Incluído pela Lei Complementar nº 160, de 14
produzirá efeitos depois de homologado pela Junta Médica
de abril de 2008.)
§ 1º A indenização será calculada com base na remune- Oficial.
ração ou subsídio do mês a partir da data do desligamento. Art. 88. Findo o prazo da licença o servidor deverá ser
(Incluído pela Lei Complementar nº 160, de 14 de abril de submetido à nova inspeção, que concluirá pela volta ao ser-
2008.) viço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.
§ 2º O Poder Executivo expedirá instruções, objetivando a Art. 89. O atestado e o laudo da Junta Médica deverão
regulamentação das demais questões relativas a pagamento conter o código da doença, que será especificada quando se
de férias. (Incluído pela Lei Complementar nº 160, de 14 de tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença
abril de 2008.) profissional ou quaisquer das doenças contagiosas ou incu-
Art. 83. O servidor que opera direta e permanentemente ráveis, assim consideradas por legislação própria.
com Raios X ou substâncias radioativas gozará vinte dias con- Art. 90. O servidor que apresente indícios de lesões or-
secutivos de férias, por semestre de atividade profissional, gânicas ou funcionais, causadas por exposição em serviço
proibida, em qualquer hipótese, a acumulação e com direito de raios X e substâncias radioativas ou tóxicas, deverá ser
à percepção de apenas um adicional de férias. afastado do trabalho e submetido à inspeção médica.
Art. 84. As férias somente poderão ser interrompidas por Art. 91. O servidor que se recusar à inspeção médica
motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação será punido com suspensão de até quinze dias, cessando os
para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade efeitos da sanção logo que se verificar a inspeção.
do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou Art. 92. A Lei específica que trata do Regime Próprio de
entidade. Previdência dos Servidores Públicos do Município de Palmas
Parágrafo único. O restante do período interrompido disporá sobre o auxílio-doença. (Redação dada pela Lei Com-
deverá ser gozado de uma só vez, observado o interesse e plementar nº 118, de 17 de abril de 2006.)
as necessidades da Administração Pública.
Seção II
CAPÍTULO IV Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
Das Licenças
Art. 93. Poderá ser concedida licença ao servidor por
Art. 85. Conceder-se-á ao servidor licença: motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos

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filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente Seção VI
que viva às suas expensas e conste do seu assentamento Da Licença para Atividade Política
funcional, mediante comprovação pela Junta Médica Oficial.
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência Art. 99. O servidor, titular de cargo efetivo, ou o esta-
direta do servidor for indispensável e não puder ser presta- bilizado, terá direito à licença, sem remuneração, durante
da simultaneamente como exercício do cargo ou mediante o período que mediar entre a sua escolha em convenção
compensação de horário. partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do
§ 2º A licença será concedida sem prejuízo da remune- registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
ração do cargo efetivo, até trinta dias, podendo ser prorro- § 1º A partir do registro da candidatura e até o décimo
gada por igual período, mediante parecer de Junta Médica dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, as-
Oficial e, excedendo estes prazos, sem remuneração, por segurada a remuneração do cargo efetivo.
até noventa dias. § 2º O servidor, candidato a cargo eletivo na localida-
de onde desempenha suas funções e que exerça cargo de
Seção III provimento em comissão ou função de confiança, ou cujas
Da Licença por Motivo de Gestação ou Adoção atividades estejam voltadas para a arrecadação ou a fisca-
lização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do
Art. 94. Será concedida licença à servidora gestante por registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o
décimo dia seguinte ao do pleito.
cento e vinte dias consecutivos, sem prejuízo da remunera-
ção. (Redação dada pela Lei Complementar nº 189, de 9 de
Seção VII
setembro de 2009).
Da Licença para Capacitação
§ 1º A licença poderá ter início a partir do primeiro dia
do oitavo mês de gestação, salvo prescrição médica em con- Art. 100. Após cada quinquênio de exercício o servidor
trário. efetivo estável ou o estabilizado poderá, no interesse da Ad-
§ 2º No caso de nascimento prematuro a licença deverá ministração Pública, e nos termos do regulamento, afastar-
ter início a partir do dia imediato ao do parto. -se do exercício do cargo efetivo, por até três meses, para
§ 3º No caso de natimorto, decorridos trinta dias do even- participar de curso de capacitação, que tenha relação com
to, a servidora deverá ser submetida a exame médico e, se a área de atuação de seu cargo.
julgada apta, reassumirá o exercício. § 1ºA licença de que trata este artigo dar-se-á com o
§ 4º No caso de aborto, atestado por médico oficial, a vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens per-
servidora terá direito a trinta dias de repouso remunerado. manentes.
Art. 95. Para amamentar o próprio filho, até a idade de § 2º Os períodos de licença, de que trata o caput, não
seis meses, a servidora lactante terá direito, durante a jor- são acumuláveis.
nada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser § 3º Não será permitida a concessão da licença, de que
parcelada em dois períodos de meia hora. trata este artigo, concomitantemente ao exercício de cargo
Art. 96. A Lei específica que trata do Regime Próprio de em comissão ou de função de confiança.
Previdência dos Servidores Públicos do Município de Palmas § 4º Sob pena:
disporá sobre o salário-maternidade. (Redação dada pela Lei a) de cassação da licença, o servidor deverá, mensalmen-
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

Complementar nº 118, de 17 de abril de 2006.) te, comprovar a frequência no respectivo curso;


b) da perda da remuneração por período igual ao da
Seção IV licença, o servidor deverá, ao final do curso, apresentar o
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge respectivo certificado ou diploma.

Art. 97. Poderá ser concedida licença ao servidor efeti- Seção VIII
vo estável ou ao estabilizado para acompanhar cônjuge ou Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
companheiro, igualmente servidor do Município, que foi des-
locado por motivo de serviço para outro ponto do território Art. 101. A critério da Administração Pública, poderá ser
nacional ou do exterior. concedida ao servidor de cargo efetivo, desde que não es-
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem re- teja em estágio probatório, licença para o trato de assuntos
muneração, não contando esse tempo para quais quer fins, particulares pelo prazo de 3 (três) anos consecutivos, sem
remuneração, prorrogável uma única vez por período não
observado o disposto no parágrafo seguinte.
superior a esse limite. (Redação dada pela Lei Complementar
§ 2º Existindo no novo local de residência repartição da
nº 24, de 26 de agosto de 2000)
administração direta ou indireta dos Poderes do Município,
§ 1º A licença poderá ser interrompida, a qualquer tem-
o servidor nela terá exercício, enquanto durar o afastamento po, a pedido do servidor ou no interesse do serviço.
do cônjuge ou companheiro, correndo sua remuneração à § 2º (Revogado pela Lei Complementar nº 24, de 26 de
conta do órgão em que tiver lotação. agosto de 2000.)
§ 3º Não se concederá nova licença antes do decorrido
Seção V 2 (dois) anos do término da anterior ou de sua revogação.
Da Licença para o Serviço Militar (Redação dada pela Lei Complementar nº 24, de 26 de agosto
de 2000)
Art. 98. Ao servidor convocado para o serviço militar § 4º (Revogado pela Lei Complementar nº 24, de 26 de
obrigatório, em qualquer serviço ou dependência das For- agosto de 2000)
ças Armadas, será concedida licença, na forma e condições § 5º (Revogado pela Lei Complementar nº 24, de 26 de
previstas na legislação específica. agosto de 2000)
Parágrafo único. Concluído o serviço militar o servidor § 6º A licença será interrompida na hipótese de o servidor
terá até trinta dias sem remuneração para reassumir o exer- exercer outro cargo, emprego ou função pública nos Poderes
cício do cargo. do Município.

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Seção IX III – para execução de acordos, contratos e convênios que
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista prevejam cessão de mão-de-obra do Município.
§ 1º O ato de cessão é de competência exclusiva dos
Art. 102. É assegurado ao servidor ocupante de cargo Chefes dos respectivos Poderes do Município.
efetivo estável ou estabilizado o direito à licença com remu- § 2º Na hipótese do inciso I a cessão deverá ser com ônus
neração ou subsídio do cargo efetivo para o desempenho para o requisitante e nas hipóteses previstas nos incisos II e
de mandato em central sindical, confederação, federação, III a onerosidade da cessão dar- se-á conforme dispuser a lei
associação de classe de âmbito nacional, estadual ou muni- ou o instrumento autorizativo, respectivamente.
cipal, sindicato representativo da categoria ou entidade fis- § 3º Cessada a investidura no cargo ou função de con-
calizadora da profissão, conforme disposto em regulamento fiança, ou vencido o prazo pactuado, o servidor terá o prazo
e observados os seguintes limites: (Redação dada pela Lei de dez dias para retornar ao órgão ou entidade de origem.
Complementar nº 308 de 19 de dezembro de 2014).
I – para entidades com até 1.000 associados, um servidor; Seção II
II – para entidades com 1.001 a 2.000 associados, dois Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo
servidores; (Redação dada pela Lei Complementar nº 308 de
19 de dezembro de 2014). Art. 105. Ao servidor titular de cargo de provimento
III – para entidades com mais 2.000 associados, três ser- efetivo ou ao estabilizado, investido em mandato eletivo
vidores. (Redação dada pela Lei Complementar nº 308 de 19 aplicam-se as seguintes disposições:
de dezembro de 2014). I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital,
§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores ficará afastado do cargo;
eleitos para cargos de direção ou de representação nas re- II – investido no mandato de Prefeito ou Vice-Prefeito,
feridas entidades, desde que cadastradas no órgão compe- será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua
tente. (Redação dada pela Lei Complementar nº 308 de 19 remuneração;
de dezembro de 2014). III – investido no mandato de vereador:
§ 2º A licença terá duração igual à do mandato, podendo a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as
ser renovada, no caso de reeleição. (Redação dada pela Lei vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do
Complementar nº 308 de 19 de dezembro de 2014). cargo eletivo;
§ 3º O servidor, investido em mandato classista, não pode b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado
ser removido ou redistribuído de o�cio para localidade di-
do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
versa daquela de onde se afastou para exercer o mandato.
Parágrafo único. No caso de afastamento do cargo, o
(Incluído pela Lei Complementar nº 308 de 19 de dezembro
servidor contribuirá para a seguridade social como se em
de 2014).
exercício estivesse.
§ 4º O servidor ocupante de cargo em comissão ou função
de confiança, para a obtenção de licença, deverá desincom-
Seção III
patibilizar-se do cargo ou função. (Incluído pela Lei Comple-
mentar nº 308 de 19 de dezembro de 2014). Do Afastamento para Estudo no Exterior

Art. 106. O servidor efetivo estável ou o estabilizado po-

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


CAPÍTULO V
Dos Afastamentos derá ausentar-se do País para estudo que integre programa
regular de formação profissional, mediante autorização dos
Art. 103. O servidor poderá afastar-se: Chefes dos respectivos Poderes do Município, com a remu-
I – para servir a outro órgão ou entidade; neração do cargo efetivo.
II – para o exercício de mandato eletivo; § 1º O programa do curso deverá guardar correlação com
III – para estudo no exterior; os requisitos do cargo ocupado pelo servidor.
IV – para missão oficial no exterior; § 2º O período do afastamento não excederá a quatro
V – para atender convocação da Justiça Eleitoral durante anos e, concluído o estudo, somente decorrido igual perío-
o período eletivo; do, será permitida nova ausência por mesmo fundamento.
VI – para servir ao Tribunal do Júri. § 3º O servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não
§ 1º O afastamento de servidor para participar de pro- será exonerado a pedido, nem lhe serão concedidas licenças,
grama de treinamento regularmente instituído dar-se-á sem à exceção das motivadas por questões de saúde, de gestação
qualquer prejuízo e nos termos de regulamento. e para exercício de atividade política e mandato eletivo, antes
§ 2º Os afastamentos para atender convocação da Justiça de decorrido período de carência igual ao do afastamento,
Eleitoral, durante o período eletivo, e para servir ao Tribunal ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida
do Júri dar-se-ão sem prejuízos ao servidor e nos termos da com seu afastamento.
legislação. § 4º No caso de demissão, durante o período de carência
de que trata o parágrafo anterior, o servidor ressarcirá ao
Seção I Tesouro do Município, proporcionalmente ao tempo restante
Do Afastamento para servir a outro Órgão ou Entidade para o término da carência, os custos havidos com o seu
afastamento.
Art. 104. O servidor, titular de cargo de provimento efe-
tivo ou o estabilizado, poderá ser cedido para ter exercício Seção IV
em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, do Dis- Do Afastamento para Missão no Exterior
trito Federal, dos Estados, dos demais Municípios e de suas
autarquias, fundações e empresas, nas seguintes hipóteses: Art. 107. Por designação dos Chefes dos Poderes do Mu-
I – para o exercício de cargo em comissão ou função de nicípio o servidor poderá ser afastado para cumprimento de
confiança; missão oficial no exterior, em caráter temporário e sem perda
II – em casos previstos em leis específicas; de sua remuneração ou de seu subsídio.

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Parágrafo único. Do ato de designação constarão período d) por motivo de afastamento do cônjuge ou compa-
de afastamento, objeto da missão e demais condições para nheiro, desde que remunerada pelo Tesouro do Município;
sua execução. e) para o serviço militar;
Art. 108. O afastamento de servidor para servirem orga- f) para atividade política;
nismo internacional de que o Brasil ou o Município participe g) para capacitação;
ou coopere dar-se-á com perda total da remuneração. h) para desempenho de mandato classista. (Incluído pela
Lei Complementar nº 308 de 19 de dezembro de 2014).
CAPÍTULO VI III – os afastamentos:
Das Concessões a) para servir a outro órgão ou entidade;
b) para o exercício de mandato eletivo;
Art. 109. Sem qualquer prejuízo, à exceção do disposto c) para estudo no exterior;
em lei, poderã o servidor ausentar-se do serviço: d) para missão oficial no exterior;
I – por um dia, para doação de sangue; e) para participar em programa de treinamento regular-
II – por até dois dias, para se alistar como eleitor; mente instituído;
III – por 5 (cinco) dias consecutivos: (Redação dada pela f) para atender à convocação da Justiça Eleitoral durante
Lei Complementar nº 422, de 16 de dezembro de 2022.) o período eletivo;
a) por casamento; (Redação dada pela Lei Complementar g) para servir ao Tribunal do Júri;
nº 422, de 16 de dezembro de 2022.) IV – pelo período das concessões autorizadas nos termos
b) pelo falecimento do cônjuge, companheiro, pais, ma- do art. 109.
drasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou Art. 114. O tempo de serviço público, prestado nos ter-
tutela, irmãos ou curatelados; (Redação dada pela Lei Com- mos do artigo anterior, aos órgãos e instituições do Municí-
plementar nº 422, de 16 de dezembro de 2022.) pio, será contado para fins de adicionais e disponibilidade.
IV – por 20 (vinte) dias consecutivos, ao pai pelo nasci- Parágrafo único. O tempo de serviço público prestado
mento do filho. (Redação dada pela Lei Complementar nº à União, ao Distrito Federal, aos Estados e aos Municípios,
422, de 16 de dezembro de 2022.) será contado exclusivamente para efeito de disponibilidade.
Art. 110. Poderá ser concedido horário especial ao ser- Art. 115. Contar-se-á, apenas para efeito de aposenta-
vidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade doria, o tempo de contribuição previdenciária, em razão de
entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do serviços públicos prestado à União, ao Distrito Federal, aos
exercício do cargo. Estados e aos Municípios.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, será Art. 116. O tempo de contribuição na atividade privada
exigida a compensação de horário no órgão ou entidade que será contado apenas para fins de aposentadoria, nos termos
tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho. do art. 201, da Constituição Federal.
Art. 111. Ao servidor estudante que mudar de sede no
interesse da Administração Pública será assegurada, na lo- CAPÍTULO VIII
calidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula Do Direito de Petição
em instituição de ensino congênere, em qualquer época,
Art. 117. É assegurado ao servidor o direito de requerer
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

independentemente de vaga.
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao aos Poderes do Município, em defesa de direito ou interesse
cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor legítimo.
que vivam na sua companhia, bem assim aos menores sob Art. 118. O requerimento será dirigido à autoridade com-
sua guarda, com autorização judicial. petente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daque-
la a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
CAPÍTULO VII Art. 119. Cabe pedido de reconsideração à autoridade
Da Contagem de Tempo de Serviço que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão,
não podendo ser renovado.
Art. 112. Para efeito desta Lei considera-se tempo de Parágrafo único. O requerimento e o pedido de recon-
serviço público o período no qual o servidor, titular de cargo sideração, de que tratam os artigos anteriores, deverão ser
efetivo, ou o estabilizado, se manteve em efetivo exercício despachados no prazo de cinco dias e decididos dentro de
nos órgãos e instituições dos Poderes do Município de Pal- trinta dias.
mas. (Redação dada pela Lei Complementar nº 118, de 17 Art. 120. Caberá recurso:
de abril de 2006.) I – do indeferimento do pedido de reconsideração;
§ 1º A apuração do tempo de serviço será feita em dias, II – das decisões sobre os recursos sucessivamente in-
que serão convertidos em anos, considerado o ano como de terpostos;
trezentos e sessenta e cinco dias. III – das decisões que aplicarem sanções disciplinares.
§ 2º Não será permitida a averbação de tempo de serviço § 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente
com qualquer acréscimo ou concorrente, salvo, neste caso, superior à que tiver expedido o ato ou proferida a decisão,
por acumulação legal de cargos. e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autori-
Art. 113. São considerados como de efetivo exercício: dades, ou, no caso de aplicação das sanções disciplinares de
I – as férias; advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentado-
II – as licenças: ria ou disponibilidade, à autoridade que a prolatou.
a) para tratamento de saúde ou auxílio-doença; (Redação § 2º O recurso será encaminhado por intermédio da
dada pela Lei Complementar nº 118, de 17 de abril de 2006.) autoridade a que estiver imediatamente subordinado o re-
b) por motivo de doença em pessoa da família; querente.
c) à gestante ou adotante ou salário-maternidade; (Re- Art. 121. O prazo para interposição de pedido de reconsi-
dação dada pela Lei Complementar nº 118, de 17 de abril deração ou de recurso será de trinta dias, a contar da publi-
de 2006.) cação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.

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Art. 122. O recurso poderá ser recebido com efeito sus- X – ser assíduo e pontual ao serviço;
pensivo, a juízo da autoridade competente. XI – tratar com urbanidade as pessoas;
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroa- de poder.
girão à data do ato impugnado. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso
Art. 123. O direito de requerer prescreve: XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela
I – em cinco anos, quanto aos atos de demissão e de autoridade superior àquela contra a qual é formulada, as-
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem segurando-se ao representada ampla defesa.
interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de
trabalho; Seção II
II – em cento e vinte dias, nos demais casos, salvo quando Das Proibições
outro prazo for fixado em lei.
Parágrafo único. O prazo de prescrição é contado da data Art. 132. Ao servidor público não será permitido:
da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
interessado, quando o ato não for publicado. prévia autorização do chefe imediato;
Art. 124. O pedido de reconsideração e o recurso, quando II – retirar, sempre via anuência da autoridade competen-
cabíveis, interrompem a prescrição. te, qualquer documento ou objeto da repartição;
Art. 125. A prescrição é de ordem pública, não podendo III – recusar fé a documentos públicos;
ser relevada pela Administração Pública. IV – opor resistência injustificada ao andamento de do-
Art. 126. Para o exercício do direito de petição, será as- cumento e processo ou execução de serviço;
segurada vista do processo ou documento, na repartição, ao V – promover manifestação de apreço ou desapreço no
servidor ou a procurador por ele constituído. recinto da repartição;
Art. 127. A Administração Pública deverá rever seus atos, VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade. casos previsto sem lei, o desempenho de atribuição que seja
Art. 128. São fatais e improrrogáveis os prazos estabele- de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
cidos neste Capítulo, salvo por motivo de força maior. VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-
-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político;
TÍTULO IV VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun-
DA CONDUTA E DO REGIME DISCIPLINAR ção de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o
segundo grau civil;
Art. 129. São princípios de conduta profissional dos ser- IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de
vidores públicos, a dignidade, o decoro, a eficácia e a cons- terceiros, em detrimento da dignidade da função pública;
ciência dos princípios morais. X – participar de gerência ou administração de empresa
Art. 130. Constitui falta, na conduta do servidor público, privada, de sociedade civil, ou exercer o comércio, exceto na
o desprezo pelo elemento ético, pela justiça, pela moralidade qualidade de acionista, quotista ou comanditário;
na Administração Pública, pelo bem comum, pela legalida- XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a
de, pela verdade, pela celeridade, pela responsabilidade e repartições públicas, salvo quando se tratar de bene�cios

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


pela eficácia de seus atos, pela cortesia e urbanidade, pela previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo
disciplina, pela boa vontade e pelo trabalho em harmonia grau, e de cônjuge ou companheiro;
com os demais servidores e com a estrutura organizacional XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem
do Município. de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;
CAPÍTULO I XV – proceder com desídia;
Dos Deveres e Proibições XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição
em serviços ou atividades particulares;
Seção I XVII – cometer a outro servidor atribuições estranhas
Dos Deveres ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e
transitórias;
Art. 131. São deveres do servidor: XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam incompa-
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; �veis com o exercício do cargo ou função e com o horário
II – ser leal às instituições a que servir; de trabalho;
III – observar as normas legais e regulamentares; XIX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais e pre-
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando ma- videnciários quando solicitado.
nifestamente ilegais; Art. 133. Será cassada a aposentadoria ou a disponibi-
V – atender com presteza: lidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta
a) ao público em geral, prestando as informações reque- punível com a demissão.
ridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; Art. 134. A destituição de cargo em comissão, exercido
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de por não ocupante de cargo efetivo, será aplicada nos casos de
direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este
VI – levar ao conhecimento da autoridade superior as artigo, a exoneração efetuada a pedido do titular do cargo
irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; será convertida em destituição do cargo em comissão.
VII – zelar pela economia do material e a conservação Art. 135. A demissão ou a destituição de cargo em co-
do patrimônio público; missão motivada por improbidade administrativa, pela apli-
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição; cação irregular de dinheiro público, lesão aos cofres públicos
IX – manter conduta compa�vel com a moralidade ad- e dilapidação do patrimônio público estadual e nacional, ou
ministrativa; por corrupção ativa ou passiva, implica a indisponibilidade

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dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
penal cabível. ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em co- compatibilidade de horário e local com o exercício de um
missão, fundada em processo administrativo disciplinar in- deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou
compatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo entidades envolvidos.
público estadual, pelo prazo de cinco anos. Art. 143. Detectada a qualquer tempo a acumulação ile-
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público gal de cargo, emprego ou função, o servidor será notificado,
municipal o servidor que for demitido ou destituído do cargo por intermédio da sua chefia imediata, para apresentar op-
em comissão por decisão fundada em processo administra- ção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data
tivo disciplinar que concluir pela prática de: da ciência.
a) crime contra a Administração Pública; Art. 144. Na hipótese de omissão por parte do servidor,
b) improbidade administrativa; o titular do órgão ou unidade onde este tem lotação, com-
c) aplicação irregular de dinheiros públicos; pulsoriamente, adotará alternativamente uma das seguintes
d) lesão aos cofres públicos ou dilapidação do patrimônio providências:
estadual ou nacional; I – constituição de comissão específica para processar o
e) corrupção, ativa ou passiva. feito, fazendo publicar o ato;
Art. 137. Configura abandono de cargo a ausência do II – encaminhamento do expediente à unidade de corre-
servidor ao serviço, sem justificativa legal, superior a trinta gedoria permanente quando houver, ou a comissão de que
dias consecutivos. trata o inciso anterior, dando no�cia dos eventos para que
Art. 138. Entende-se por inassiduidade habitual a falta esta proceda à apuração dos fatos.
ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interca- § 1º Em qualquer das hipóteses será adotado o seguinte
ladamente, durante o período de doze meses. procedimento:
Art. 139. A ação disciplinar prescreverá: a) instauração, mediante portaria da autoridade compe-
I – em cinco anos, quanto às infrações puníveis com tente, da qual constará a qualificação do servidor, os cargos
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e e a circunstância em que se dá a acumulação;
destituição de cargo em comissão; d) instrução sumária, que compreende indiciação, defesa
II – em dois anos, quanto à suspensão; e relatório;
III – em cento e oitenta dias, quanto à advertência. e) julgamento.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em § 2º A unidade de corregedoria permanente, no prazo de
que o fato se tornou conhecido. três dias do recebimento formal do expediente, ou a comis-
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal apli- são no prazo de três dias da publicação do ato que a consti-
cam-se às infrações disciplinares capituladas também como tuiu, lavrarão termo de indiciação em que serão transcritas
crime. as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de pro- promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por
cesso administrativo disciplinar interrompe a prescrição, até intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco
a decisão final proferida por autoridade competente. dias, apresentar defesa escrita.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo come- § 3º A ampla defesa e as situações de revelia serão tra-
çará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção. tadas da forma prescrita na presente Lei.
§ 4º Apresentada a defesa, será elaborado o relatório
CAPÍTULO II conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do ser-
Da Acumulação vidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará
sobre a licitude ou ilicitude da acumulação em exame, indica-
Art. 140. Ressalvados os casos previstos na Constituição rá o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo para
Federal, não será permitida a acumulação remunerada de julgamento dos Chefes dos Poderes do Município.
cargos, empregos e funções dos Poderes, autarquias, funda- § 5º Se até o último dia do prazo para apresentação da
ções públicas, empresas públicas, sociedades de economia defesa o servidor declarar opção por um dos cargos acumu-
mista do Município, da União, do Distrito Federal, dos Estados lados dele pedindo exoneração caracterizar- se-á sua boa-
e dos demais Municípios. (Redação dada pela Lei Comple- -fé, extinguindo-se o processo, desde que haja reposição ao
mentar nº 118, de 17 de abril de 2006.) erário público, na forma do art. 40 e seus parágrafos, desta
§ 1º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica con- Lei Complementar. (Redação dada pela Lei Complementar
dicionada à comprovação da compatibilidade de horários nº 118, de 17 de abril de 2006.)
e de local. § 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé,
§ 2º É vedada a percepção simultânea de proventos de aplicar-se-á a sanção de demissão, destituição ou cassação
aposentadoria de correntes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos,
da Constituição Federal, com a remuneração de cargo, em- empregos ou funções públicas em regime de acumulação
prego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação
na forma da Constituição Federal, os cargos eletivos e os serão comunicados.
cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e § 7º Na hipótese do parágrafo anterior, o servidor infrator
exoneração. (Redação dada pela Lei Complementar nº 118, deverá devolver ao Erário Público as remunerações recebidas
de 17 de abril de 2006.) ilegalmente, sob pena de inscrição na dívida ativa.
Art. 141. O servidor não poderá exercer mais de um cargo § 8º O procedimento de que trata este artigo, rege-se
em comissão, função de confiança ou ser remunerado pela pelas disposições nele estabelecidas, observando-se, no
participação em órgão de deliberação coletiva. que lhe for aplicável, subsidiariamente, as regras do proce-
Art. 142. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que dimento e do processo administrativo disciplinar, conforme
acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido disposto nesta Lei.

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CAPÍTULO III IV – os antecedentes do servidor;
Do Regime Disciplinar V – a reincidência;
VI – as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
Seção I § 1º Será circunstância agravante da falta disciplinar, o
Das Disposições Preliminares fato de ter sido praticada em concurso de dois ou mais ser-
vidores.
Art. 145. O servidor responde civil, penal e administrati- § 2º O ato de imposição da penalidade mencionará sem-
vamente pelo exercício irregular das suas atribuições, bem pre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.
assim pelas informações incorretas que prestar, por culpa Art. 156. A advertência será aplicada, pela inobservância
ou dolo. de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma
Art. 146. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo interna, que não justifique imposição de penalidade mais
ou comissivo, doloso ou culposo que resulte em prejuízo para grave, bem assim nos seguintes casos:
a Fazenda Pública ou a terceiros. I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
Parágrafo único. A indenização de prejuízo causado ao prévia autorização do chefe imediato;
erário dar-se-á análise forma desta Lei e tratando-se de dano II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competen-
causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda te, qualquer documento ou objeto da repartição;
Pública, em ação regressiva. III – recusar fé a documentos públicos;
Art. 147. A obrigação de reparar o dano estende-se aos IV – opor resistência injustificada ao andamento de do-
sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor cumento e processo ou execução de serviço;
da herança recebida. V – promover manifestação de apreço ou desapreço no
Art. 148. A responsabilidade penal abrange os crimes recinto da repartição;
e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
Art. 149. A responsabilidade administrativa resulta de casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja
atos omissivos ou comissivos praticado no desempenho do de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
cargo ou função. VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de se
Art. 150. As sanções civis, penais e disciplinares poderão filiarem à associação profissional ou sindical, ou a partido
acumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, político;
bem assim as instâncias civil, penal e administrativa. VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun-
Art. 151. A responsabilidade administrativa do servidor ção de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o
será afastada no caso de absolvição criminal que negue a segundo grau civil;
existência do fato ou sua autoria. IX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais e previ-
Art. 152. A absolvição criminal somente afasta a respon- denciários quando solicitado.
sabilidade civil ou administrativa se negar a existência do fato Art. 157. A suspensão será aplicada em caso de reinci-
ou afastar do acusado a respectiva autoria. dência das faltas punidas com advertência e de violação das
Art. 153. Assegurar-se-ão transporte e diárias: demais proibições que não tipifiquem infração sujeita à pena-
I – ao servidor convocado para prestar depoimento fora lidade de demissão, não podendo ser superior a noventa dias.
da sede da sua repartição, na condição de testemunha; Art. 158. As penalidades de advertência e de suspensão

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II – aos membros de comissão e ou de corregedoria terão seus registros cancelados após o decurso de três e cinco
permanente, quando obrigados a se deslocar da sede dos anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não
trabalhos para a realização de missão essencial ao esclare- houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
cimento dos fatos. Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não sur-
tirá efeitos retroativos.
Seção II Art. 159. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
Das Penalidades I – crime contra a Administração Pública;
II – abandono de cargo;
Art. 154. São sanções disciplinares: III – inassiduidade habitual;
I – advertência; IV – improbidade administrativa;
II – suspensão; V – incontinência pública e conduta escandalosa, na re-
III – demissão; partição;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade; VI – insubordinação grave em serviço;
V – destituição de cargo de provimento em comissão; VII – ofensa �sica, em serviço, a servidor ou a particular,
VI – destituição de função comissionada. salvo em legítima defesa própria ou de terceiros;
Parágrafo único. As penas disciplinares serão aplicadas: VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos;
a) pelos Chefes dos Poderes do Município, as de demis- IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão
sões, destituição de cargo em comissão e de função de con- do cargo;
fiança, e as de cassação de aposentadoria e disponibilidade; X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio
b) pelo Secretário de Município ou autoridade equiva- estadual ou nacional;
lente, a de suspensão; XI – corrupção, ativa ou passiva;
c) pelo chefe da repartição e outras autoridades, na forma XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de públicas;
advertência. XIII – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
Art. 155. Na aplicação das sanções disciplinares, serão de terceiros, em detrimento da dignidade da função pública;
considerados: XIV – participar de gerência ou administração de empresa
I – a natureza da infração, sua gravidade e as circunstân- privada, de sociedade civil, ou exercer o comércio, exceto na
cias em que foi praticada; qualidade de acionista, quotista ou comanditário;
II – os danos que dela provierem para o serviço público; XV – atuar, como procurador ou intermediário, junto a
III – a repercussão do fato; repartições públicas, salvo quando se tratar de bene�cios

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previdenciários ou assistenciais de cônjuge, ou companheiro, Art. 163. O servidor que responder à sindicância ou a pro-
e de parentes até o segundo grau; cesso administrativo disciplinar, por falta ou irregularidade cuja
XVI – receber propina, comissão, presente ou vantagem sanção prescrita seja a de demissão, ou que ensejar a obriga-
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; ção de indenizar, por prejuízos ou danos causados ao erário
XVII – aceitar comissão, emprego ou pensão de Município público, não será exonerado de o�cio nem a pedido, enquanto
estrangeiro; não concluído o processo e cumprida a penalidade aplicada.
XVIII – praticar usura sob qualquer de suas formas; Art. 164. Havendo indícios da prática de crime, a autori-
XIX – proceder com desídia; dade que instaurar o procedimento comunicará, de imediato,
XX – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição ao Ministério Público para a necessária persecução criminal.
em serviços ou atividades particulares;
XXI – cometer a outro servidor atribuições estranhas Seção I
ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência Do Afastamento Preventivo
e transitórias;
XXII – exercer quaisquer atividades que sejam incompa- Art. 165. Como medida cautelar e a fim de que o ser-
�veis com o exercício do cargo ou função e com o horário vidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a
de trabalho; autoridade que instaurar o processo administrativo disci-
XXIII – destruir, subtrair ou queimar documentos do ser- plinar, sempre que julgar necessário, poderá ordenar o seu
viço público, acondicionados em qualquer meio. afastamento do cargo, pelo prazo de até sessenta dias, sem
a perda da sua remuneração.
TÍTULO V § 1º O afastamento poderá ser prorrogado por igual
DO PROCESSO DISCIPLINAR prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não
concluído o processo.
CAPÍTULO I § 2º Tratando-se de alcance ou malversação de dinheiro
Disposições Preliminares público o afastamento será obrigatório durante todo o perí-
odo do processo administrativo disciplinar.
Art. 160. O processo administrativo disciplinar é o ins-
trumento destinado a apurar a responsabilidade de servidor Seção II
por falta ou irregularidade praticada no exercício do cargo ou Das Unidades Permanentes
função, por ação ou omissão, dolosa ou culposa ou que tenha de Corregedoria Administrativa
relação com as atribuições do cargo em que se encontre
investido, compreendendo dois procedimentos: Art. 166. Os Chefes dos Poderes do Município poderão
I – sindicância; criar, nos respectivos âmbitos de atuação, unidade perma-
II – processo administrativo disciplinar. nente de corregedoria administrativa, cuja competência e
§ 1º As sindicâncias poderão ser processadas nos respec- atribuições serão definidas em regulamento próprio.
tivos órgãos de lotação do indiciado e os processos adminis-
trativos disciplinares nas unidades permanentes de corre- CAPÍTULO II
gedoria, ou comissão especialmente designada para tanto. Da Sindicância
§ 2º Para os fins do disposto no parágrafo anterior, a
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autoridade competente, ao julgar o relatório da sindicância Art. 167. A sindicância, como meio sumário de verifica-
remeterá os respectivos autos à unidade permanente de cor- ção, será conduzida pela unidade permanente de correge-
regedoria, ou comissão designada para apuração dos fatos, doria ou por comissão composta de três servidores, desig-
para a obrigatória instauração do processo administrativo nados pela autoridade competente, titulares de cargos de
disciplinar ordinário, quando: provimento efetivo, no mesmo ato em que determinar a sua
a) constatar que à falta ou ao ilícito praticado pelo indi- instauração, que indicará, também, dentre eles, o respectivo
ciado forem cominadas as sanções disciplinares de demissão, Presidente.
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição § 1º A comissão terá, como Secretário, servidor designa-
de cargo em comissão ou de função comissionada; do pelo seu Presidente.
b) ensejar, ao indiciado, a obrigação de indenizar ao erá- § 2º Não poderá participar de comissão de sindicância,
rio público, os prejuízos ou danos eventualmente causados, parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta
dolosa ou culposamente. ou colateral, até o terceiro grau, ou terceiros que, de algu-
§ 3º As penalidades de advertência e de suspensão se- ma forma, tenham qualquer interesse com relação aos fatos
rão apuradas mediante sindicância, sendo que desta poderá apurados.
resultar: Art. 168. A sindicância será instaurada:
a) arquivamento do processo; I – quando não houver indícios suficientes quanto à ma-
b) aplicação de penalidade de advertência ou de suspen- terialidade e à autoria dos fatos;
são de até noventa dias; II – como preliminar do processo administrativo disci-
c) instauração de processo administrativo disciplinar. plinar ordinário;
§ 4º O prazo para a conclusão da sindicância não excederá III – para apuração da materialidade e autoria de fato
a trinta dias, podendo ser prorrogado por igual período, a punido com advertência ou suspensão de até noventa dias,
critério da autoridade superior. caso em que poderá resultar na aplicação da sanção admi-
Art. 161. Todo aquele que tiver ciência de irregularidade nistrativa disciplinar.
no serviço público será obrigado a comunicá-la à autoridade Parágrafo único. A sindicância poderá ser dispensada
superior. para o caso da existência de evidência se indícios fortes e
Art. 162. As denúncias fundadas sobre irregularidades suficientes para a formação do convencimento, ao menos
serão objeto de apuração. em tese, da prática de falta ou irregularidade que enseja as
§ 1º Quando o fato narrado não configurar evidente in- sanções de demissão, cassação de aposentadoria ou dispo-
fração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, nibilidade, destituição de cargo em comissão ou de função
por falta de objeto. de confiança, casos em que será instaurado de imediato o
§ 2º As denúncias anônimas não serão objeto de apuração. processo administrativo disciplinar ordinário.

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Art. 169. Têm competência para instaurar as sindicâncias: § 2º De todas as ocorrências e atos do processo adminis-
I – os Chefes dos Poderes do Município; trativo disciplinar, inclusive do relatório final, dar-se-á ciência
II – os dirigentes máximos dos órgãos de lotação do in- ao indiciado e a o seu defensor, se houver, ou, se revel, ao
diciado, da administração direta ou indireta dos Poderes do defensor.
Município. § 3º A sindicância integrará o processo administrativo
Parágrafo único. O chefe da repartição e outras autorida- disciplinar, como peça informativa da instrução do processo.
des, na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, Art. 173. O prazo para a realização do processo adminis-
poderão requerer às autoridades mencionadas nos incisos trativo disciplinar será de sessenta dias, contados da data de
deste artigo a instauração de sindicância. publicação do ato que constituir a comissão, prorrogável por
Art. 170. Publicado o ato de instauração da sindicância, o igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
Presidente da Comissão procederá às seguintes diligências: Art. 174. Recebidos os autos da sindicância, ou o expe-
I – se instaurada em razão de ausência do serviço du- diente devidamente instruído, a unidade de corregedoria
rante o expediente sem prévia autorização ou pela retirada permanente, ou a comissão, os autuará, submetendo – o à
desautorizada de qualquer documento ou objeto do órgão: autoridade competente, que baixará ato instaurando o pro-
a) ouvirá as testemunhas necessárias ao esclarecimento cesso administrativo disciplinar.
dos fatos referidos na portaria de designação, e o acusado, Parágrafo único. Publicado o ato, de que trata o caput,
permitindo-lhe a juntada de documentos; dar-se-á início ao processo administrativo disciplinar.
b) diligenciará o esclarecimento dos fatos que julgar ne- Art. 175. A unidade de corregedoria permanente, ou
cessários, emitirá o competente relatório conclusivo quanto à comissão especialmente designada, promoverá a tomada
existência ou não de fato punido com a sanção de demissão, de depoimentos, acareações, investigações e diligências ca-
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, e destituição bíveis, objetivando a coleta de prova, e recorrendo, quando
de cargo em comissão ou função de confiança, remetendo o necessário, a técnicos e peritos com vistas à completa elu-
feito à autoridade que instaurou a sindicância; cidação dos fatos.
II – se em razão da recusa de fé a documentos públicos, o Art. 176. É assegurado ao servidor o direito de acom-
indiciado será notificado para que, em dia e hora designados panhar o processo, pessoalmente ou por intermédio de
pela comissão de sindicância, compareça ao local determina- defensor, de arrolar, inquirir e reinquirir testemunhas, de
do, acompanhado de eventuais testemunhas que pretenda produzir provas e de formular quesitos, quando se tratar
sejam ouvidas, de defensor, ou da solicitação de que lhe seja de prova pericial.
nomeado um dativo, bem assim de eventuais documentos § 1º O chefe da unidade permanente de corregedoria,
que queira juntar. ou o presidente da comissão, poderá denegar pedidos con-
§ 1º No caso do disposto no inciso II, na data ali estabe- siderados impertinentes, meramente protelatórios ou de
lecida, serão ouvidas, também, eventuais testemunhas de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
acusação, desde que sua oitiva seja anterior às que o indicia- § 2º Será indeferido o pedido de prova pericial quando
do, eventualmente, deseje que sejam ouvidas, adotando-se, a comprovação do fato resultar inconteste, ante provas já
ainda, o seguinte procedimento: produzidas, e quando independer de conhecimento especial
a) encerrada a instrução, terão indiciado prazo de três de perito.
dias para alegações finais;
b) apresentadas as alegações finais à comissão, no prazo Seção I

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de três dias, esta apresentará seu relatório, indicando ou Da Citação e do Interrogatório do Indiciado
não a aplicação de advertência ou de suspensão, inclusive
sugerindo o prazo desta última, e remeterá o feito à autori- Art. 177. Instaurado o processo administrativo disciplinar,
dade instauradora. o chefe da unidade de corregedoria permanente, ou o presi-
§ 2º Se o indiciado não for localizado, será notificado por dente da comissão, lavrará termo de indiciação do servidor,
edital, com prazo de cinco dias. com a especificação dos fatos a ele imputados, bem assim
Art. 171. A autoridade competente, à vista do respectivo as circunstâncias que o fundamentam, designará dia e hora
relatório, se for o caso, procederá ao arquivamento ou ao para o interrogatório do indiciado, ordenando a sua citação,
julgamento da sindicância e à imposição da respectiva san- de tudo notificando as autoridades interessadas.
ção de advertência, ou suspensão, ou, então, determinará a § 1º O processo administrativo disciplinar será
instauração do processo administrativo disciplinar. contraditório,assegurado ao indiciado ampla defesa, com
a utilização de todos os meios e recursos probatórios em
CAPÍTULO III direito admitidos.
Do Processo Administrativo Disciplinar § 2º O interrogatório será prestado oralmente e reduzido
a termo.
Art. 172. O processo administrativo disciplinar, nos § 3º No caso demais de um acusado, os prazos previstos
termos estabelecidos por Lei e demais regulamentos, será neste Capítulo serão contados sucessivamente, cada um de-
processado pelas unidades de corregedoria permanente, les será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em
ou comissão especialmente designada, e será instaurado suas declarações sobre atos ou circunstâncias, proceder-se-á
sempre que: à acareação entre eles.
I – à falta ou irregularidade cometida, for cominada as Art. 178. A citação do indiciado será pessoal e poderá se
sanções de demissão, cassação de aposentadoria ou dispo- dar por mandado ou por aviso de recebimento dos correios.
nibilidade, e destituição de cargo em comissão ou função de § 1º Do mandado de citação constará cópia do termo de
confiança, à exceção de abandono de cargo ou inassiduidade indiciamento, ou o seu resumo.
habitual, cujo procedimento obedecerá ao rito sumário; § 2º O indiciado que mudar de residência fica obrigado
II – ensejar, ao indiciado, a obrigação de indenizar ao erá- a comunicar ao órgão de corregedoria permanente ou à co-
rio público, os prejuízos ou danos eventualmente causados missão o lugar onde poderá ser encontrado.
por dolo ou culpa. § 3º A cópia do mandado com o recebimento do indicia-
§ 1º O processo administrativo disciplinar será contradi- do ou o aviso de recebimento dos correios, serão juntados
tório, assegurado ao acusado ampla defesa, com a utilização aos autos.
dos meios e recursos admitidos em direito. Art. 179. Dar-se-á a citação por edital:

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I – com prazo de cinco dias, quando o indiciado estiver em que se baseou para formar a sua convicção e conclusivo
se ocultando, ou sendo ocultado, ou quando, por qualquer quanto à procedência ou não do inquérito.
outro modo fraudulento, dificultar a sua citação; § 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a co-
II – com prazo de quinze dias, quando o indiciado não missão indicará as circunstâncias agravantes ou atenuantes,
for encontrado ou se achar em local incerto e não sabido. bem assim o dispositivo legal ou regulamentar transgredido.
Parágrafo único. A citação por edital deverá conter os
elementos exigíveis ao mandado de citação. Seção III
Art. 180. Se o indiciado não puder constituir defensor, Do Julgamento
ou não o fizer no prazo legal, se citado por edital não com-
parecer, ou recusar-se a se defender, ser- lhe-á nomeado um Art. 188. Recebido o processo administrativo disciplinar,
defensor dativo, que poderá ser um servidor ocupante de a autoridade proferirá a sua decisão.
cargo de nível igual ou superior ao do indiciado. § 1º O julgamento fora do prazo não implica nulidade.
Art. 181. O defensor do acusado poderá assistir ao inter- § 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de
rogatório, bem como à inquirição das testemunhas, não lhe sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para
sendo permitido influir, de qualquer modo, nas perguntas a imposição de pena mais grave.
e respostas, facultando -lhe, porém, inquirir ou reinquiriras § 3º Julgado procedente o processo administrativo dis-
testemunhas, através do chefe da unidade de corregedoria ciplinar, a autoridade julgadora deverá:
permanente, ou do presidente da comissão. I – baixar o ato de imposição da sanção, determinando
a sua respectiva publicação;
Seção II II – remeter os autos à unidade permanente de correge-
Da Instrução doria que providenciará:
a) a intimação do indiciado e seu eventual defensor da
Art. 182. O indiciado, por si ou por seu defensor, poderá, decisão;
logo após o interrogatório, ou no prazo de três dias, oferecer b) remessa dos autos ao órgão competente para efetivar
defesa prévia, juntar documentos e arrolar testemunhas, no o recebimento, se a sanção imposta ensejara indenização,
número máximo de três. nos termos desta Lei.
Art. 183. Decorrido o prazo do artigo anterior, apresen- § 4º A recusa do servidor em efetivar os pagamentos
tada ou não a defesa prévia, proceder-se-á à inquirição das devidos implicará a sua inscrição na dívida ativa, com pos-
testemunhas, devendo as da acusação serem ouvidas em terior execução.
primeiro lugar, em data e hora previamente designadas, do Art. 189. Verificada a existência de vício insanável, a au-
que será intimado o indiciado e seu defensor. toridade julgadora declarará a nulidade total ou parcial do
Parágrafo único. Se as testemunhas de defesa não forem processo e ordenará o seu refazimento.
encontradas, ou se não comparecerem na data e hora desig- Art. 190. Sendo o indiciado revel, publicar-se-á o despa-
nadas para sua oitiva, o indiciado poderá, no prazo de três cho da autoridade julgadora.
dias, sob pena de preclusão, indicar outras em substituição.
Art. 184. As testemunhas serão intimadas a depor median- Seção IV
te mandado expedido pelo chefe da unidade de corregedoria Da Revelia
permanente, ou pelo presidente da comissão, devendo a se-
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gunda via, com o ciente do intimado, ser juntada aos autos. Art. 191. A revelia no processo administrativo disciplinar,
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, será decretada por termo nos autos, sempre que:
a expedição do mandado será imediatamente comunicada I – citado por edital, o indiciado deixar de comparecer
ao chefe da repartição onde serve, com indicação do dia e para o interrogatório;
hora marcados. II – citado inicialmente, por mandado ou aviso de rece-
Art. 185. O depoimento deverá ser prestado oralmente bimento, ou intimado para qualquer ato do processo, deixar
e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo de comparecer sem motivo justificado.
por escrito. Parágrafo único. Declarada a revelia do indiciado, em
§ 1º As testemunhas serão inquiridas, uma de cada vez, razão do disposto no inciso I, ou após a citação por mandado
de modo que umas e outras não saibam nem ouçam os de- ou aviso de recebimento, ser-lhe-á nomeado defensor dativo,
mais depoimentos. devolvendo-se o prazo para a defesa prévia.
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios, proce-
der-se-á à acareação entre os depoentes. Seção V
Art. 186. Inquiridas as testemunhas, no prazo de vinte e Do Incidente de Sanidade Mental
quatro horas, poderão indiciado requerer novas diligências,
ou juntada de novos documentos, cuja necessidade ou con- Art. 192. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental
veniência se origine de circunstâncias ou de fatos apurados do acusado, em qualquer fase do processo administrativo
na instrução. disciplinar, a unidade de corregedoria permanente, ou a
Art. 187. Esgotado o prazo do artigo anterior, não ha- comissão, proporá à autoridade competente seu encami-
vendo novas diligências, ou concluídas aquelas deferidas, nhamento a exame pela Junta Médica Oficial, a qual, para o
serão abertas vistas dos autos ao indiciado para, no prazo feito, deverá contar com o concurso de um médico psiquiatra.
de cinco dias, apresentar suas alegações finais, após o que o Parágrafo único. A apuração da dúvida quanto à sanidade
processo administrativo disciplinar será relatado e submetido mental processar- se-á em auto apartado e será apenso ao
à apreciação da autoridade competente que: processo principal após a expedição do laudo pericial.
I – acolhendo o, remeterá, para julgamento final, às au-
toridades competentes; Seção VI
II – se não o acolher, determinará as novas diligências que Da Revisão
entender necessárias, saneando eventuais irregularidades,
procedendo, após, conforme o disposto no inciso anterior. Art. 193. O processo administrativo disciplinar poderá ser
§ 1º O relatório deverá ser circunstanciado, onde resu- revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de o�cio, quando se
mirá as peças principais dos autos e mencionará as provas aduzirem fatos novos ou circunstâncias susce�veis de justi-

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ficar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade II – assistência à saúde;
aplicada. III – garantia de condições individuais e ambientais de
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimen- trabalho satisfatórias;
to do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer IV – pensão vitalícia e temporária;
a revisão do processo. V – assistência social.
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revi- § 1º As aposentadorias e pensões serão concedidas nos
são será requerida pelo respectivo curador. termos da lei especificado Regime Próprio de Previdência
Art. 194. O requerimento será dirigido ao Secretário de Social dos Servidores Públicos do Município de Palmas. (Re-
Município ou autoridade equivalente que, se autorizar a revi- dação dada pela Lei Complementar nº 118, de 17 de abril
são, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade de 2006.)
onde se originou o processo administrativo disciplinar. § 2º O recebimento indevido de bene�cios havidos por
Art. 195. A revisão correrá em apenso ao processo ori- fraude, dolo ou má-fé, implicará na devolução ao Erário Pú-
ginário. blico do total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 1º Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora Art. 204. A. Os bene�cios previdenciários do Plano de
para a produção de provas e inquirição das testemunhas Seguridade Social do servidor compreendem: (Incluída pela
que arrolar. Lei Complementar nº 118, de 17 de abril de 2006.)
§ 2º Será considerada informante a testemunha que, resi- I – quanto ao servidor: (Incluída pela Lei Complementar
dindo fora da sede onde funciona a unidade de corregedoria nº 118, de 17 de abril de 2006.)
permanente, ou a comissão, prestar depoimento por escrito. a) aposentadoria por invalidez permanente; (Incluída
Art. 196. A unidade de corregedoria permanente, ou a pela Lei Complementar nº 118, de 17 de abril de 2006.)
comissão, terá sessenta dias para a conclusão dos trabalhos, b) aposentadoria voluntária por idade; (Incluída pela Lei
prorrogável por igual prazo, quando as circunstâncias o exi- Complementar nº 118, de 17 de abril de 2006.)
girem. c) aposentadoria voluntária por tempo de contribuição;
Art. 197. O julgamento da revisão caberá à autoridade (Incluída pela Lei Complementar nº 118, de 17 de abril de 2006.)
que prolatou o respectivo julgamento. d) aposentadoria compulsória, ao completar a idade de-
§ 1º O prazo para julgamento será de sessenta dias, finida constitucionalmente; (Incluída pela Lei Complementar
contados do recebimento do processo, no curso do qual a nº 118, de 17 de abril de 2006.)
autoridade julgadora poderá determinar diligências. e) auxílio-doença; (Incluída pela Lei Complementar nº
§ 2º Concluídas as diligências, renovar-se-á o prazo para 118, de 17 de abril de 2006.)
julgamento. f) salário-família; (Incluída pela Lei Complementar nº 118,
Art. 198. Julgada procedente a revisão, tornar-se-á sem de 17 de abril de 2006.)
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os g) salário-maternidade. (Incluída pela Lei Complementar
direitos atingidos. nº 118, de 17 de abril de 2006.)
Art. 199. Na revisão o ônus da prova cabe ao requerente. II – quanto ao dependente: (Incluída pela Lei Comple-
Art. 200. A simples alegação de injustiça da penalidade mentar nº 118, de 17 de abril de 2006.)
não constitui fundamento para a revisão, que requer ele- a) pensão por morte; (Incluída pela Lei Complementar
mentos novos, ainda não apreciados no processo originário. nº 118, de 17 de abril de 2006.)
b) auxílio-reclusão. (Incluída pela Lei Complementar nº

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


TÍTULO VI 118, de 17 de abril de 2006.)
DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR Parágrafo único. Lei Municipal disporá sobre o Regime
Próprio de Previdência Social do Município de Palmas, cuja
Art. 201. O Município deverá manter sistema de segu- unidade gestora é a Secretaria Municipal de Gestão e Re-
ridade social para o servidor e sua família, formalizado em cursos Humanos por meio da Coordenação de Previdência
legislação própria. - PREVIPALMAS, e regulamentará a concessão dos bene�cios
Parágrafo único. O sistema de seguridade social do Muni- de que trata o art. 204-A, dispondo sobre beneficiários, cri-
cípio compreenderá as obrigações e ações pertinentes à pre- térios e requisitos necessários, forma de cálculo e reajuste
vidência, à assistência social e à saúde dos seus servidores. dos proventos e pensões. (Incluída pela Lei Complementar
Art. 202. O sistema de seguridade social do Município nº 118, de 17 de abril de 2006.)
será custeado com produto da arrecadação de contribuições
sociais dos seus segurados e do Município. (Redação dada CAPÍTULO I
pela Lei Complementar nº 118, de 17 de abril de 2006.) Dos Bene�cios
Parágrafo único. A contribuição social ao sistema de se-
guridade social será fixada em lei própria para a saúde e Seção I
em Lei própria para a previdência. (Redação dada pela Lei Da Aposentadoria
Complementar nº 118, de 17 de abril de 2006.)
Art. 203. O sistema de seguridade social do Município Art. 205. É garantido o direito de aposentadoria ao ser-
visa dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos os seus vidor público titular de cargo de provimento efetivo ou es-
segurados, e compreende um conjunto de bene�cios e ações tável nos termos em que estabelecer a Constituição Federal
que atendam às seguintes finalidades: e legislação pertinente.
I – garantir meios de subsistência nos eventos de doença, Art. 206. (Revogada pela Lei Complementar nº 118, de
invalidez, velhice, inatividade, reclusão e falecimento; 17 de abril de 2006.)
II – proteção à maternidade, à adoção e à paternidade; Art. 207. (Revogada pela Lei Complementar nº 118, de
III – assistência à saúde. 17 de abril de 2006.)
Parágrafo único. Os bene�cios serão concedidos nos ter- Art. 208. Nas aposentadorias por invalidez, o servidor
mos e condições definidos em lei própria e regulamentos, deverá ser submetido à junta médica oficial, que atestará a
observadas as disposições desta Lei. incapacidade para o desempenho das atribuições do cargo
Art. 204. Os bene�cios do sistema de seguridade social ou impossibilidade de readaptação.
do Município compreendem: Art. 209. A aposentadoria compulsória deverá ser auto-
I – aposentadoria; mática, e declarada por ato específico, com vigência a partir

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do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade Art. 216. Até que o Município estabeleça a legislação
limite de permanência no serviço ativo. previdenciária, são assegurados aos servidores municipais
Art. 210. A aposentadoria voluntária ou por invalidez os bene�cios da Seguridade Social, obedecidos os termos
vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato. prescritos nas Constituições da República e do Estado.
§ 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de
licença para tratamento de saúde, pelo período de vinte e CAPÍTULO II
quatro meses. Das Disposições Gerais e Finais
§ 2º Expirado o período de licença e não estando em
condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o ser- Art. 217. Não será permitida a prestação de serviços gra-
vidor será aposentado. tuitos, salvo os casos previstos em lei.
§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o término Art. 218. A contratação para atender necessidade tempo-
da licença e publicação do ato de aposentadoria será consi- rária de excepcional interesse público e a admissão de empre-
derado como de prorrogação dalicença. gado público será precedida de expressa, formal e justificada
Art. 211. Ao servidor aposentado será paga a gratificação autorização dos Chefes dos Poderes do Município, respectiva-
natalina. mente, e se dará nos termos de legislação específica.
Parágrafo único. As contratações somente poderão ser
Seção II feitas com observância da dotação orçamentária.
Da Pensão Art. 219. Fica criado o Conselho de Política de Adminis-
tração Pública e Remuneração de Pessoal, que será consti-
Art. 212. Por morte do servidor titular de cargo de pro- tuído por servidores efetivos, estável ou estabelecido, para
vimento efetivo, ou estável, os dependentes farão jus a uma tanto designados pelos respectivos Chefes dos Poderes do
pensão mensal, nos termos e condições estabelecidas na Município, nos termos em que dispuser o regulamento que
Constituição Federal e na legislação pertinente. deverá ser homologado por ato conjunto, até noventa dias
Art. 213. (Revogada pela Lei Complementar nº 118, de após a publicação desta lei.
17 de abril de 2006.) Art. 220. Os regulamentos, tratados neste Estatuto, serão
Parágrafo único. Aos pensionistas será paga a gratificação homologados por a todos Chefes dos Poderes do Município,
natalina. no âmbito de suas respectivas atuações.
Art. 221. O exercício de cargo em provimento em comis-
CAPÍTULO II são e de função de confiança repercutirá positivamente na
Da Assistência à Saúde carreira do servidor titular de cargo de provimento efetivo.
Art. 222. Os Chefes dos Poderes do Município instituirão
Art. 214. Vetado. os seguintes incentivos funcionais:
I – prêmio pela produção de ideias, inventos ou trabalhos
que favoreçam o aumento da produtividade, a redução dos
TÍTULO VII
custos operacionais e a preservação do patrimônio público;
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS, GERAIS E FINAIS
II – concessão de medalhas, diploma de honra ao mérito,
condecoração e elogio.
CAPÍTULO I
Art. 223. São contados por dias corridos os prazos pre-
Das Disposições Transitórias vistos nesta Lei.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

Parágrafo único. Na contagem exclui-se o dia do come-


Art. 215. Ficam assegurados aos servidores efetivos ço e inclui-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o
estáveis e aos estabilizados, dos Poderes do Município, os primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia que não
seguintes direitos: haja expediente.
I – o gozo da licença-prêmio por assiduidade desde que, Art. 224. Por motivo de crença religiosa ou de convic-
observadas as regras de concessão até então estabelecidas, e ção filosófica ou política, nenhum servidor, nesta qualidade,
que tenham completado o inters�cio necessário à concessão, poderá ser privado de quaisquer de seus direitos ou sofrer
até a data da vigência deste Estatuto, ou, alternativamente, discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se do cum-
a contagem em dobro daquelas não gozadas até 16 de de- primento de seus deveres.
zembro de 1998; Art. 225. Nenhum servidor poderá ser compelido a as-
II – o recebimento dos adicionais por tempo de serviço/ sociar-se a entidade de classe, organização, profissional ou
contribuição, calculados à razão de 1% (um) por cento por sindical, a partido político ou a credo religioso.
ano de efetivo exercício, concedido e/ou adquirido até a data Art. 226. São assegurados ao servidor público os direitos
de início da vigência deste Estatuto: (Redação dada pela Lei de associação profissional, sindical e o de greve.
Complementar nº 118, de 17 de abril de 2006.) Parágrafo único. O direito de greve será exercido nos ter-
III – a percepção do adicional de incentivo funcional aos mos e nos limites definidos em lei, resguardando-se, entre-
servidores que, a data do início da vigência desta Lei, já o tanto, o funcionamento dos serviços de natureza essencial.
vinham recebendo, ou que, atendidas as condições de sua Art. 227. Para os efeitos desta Lei, considera-se sede o
concessão, o tenham requerido até essa data; local onde a repartição estiver instalada e onde o servidor
IV – (Revogada pela Lei Complementar nº 118, de 17 de tiver exercício, em caráter permanente.
abril de 2006.) Art. 228. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
V – aos servidores dos Poderes do Município, que tenham Art. 229. Revogam-se as disposições em contrário, em
contribuído regularmente para o sistema de previdência e especial a Lei n.º 87, de 7 de fevereiro de 1991.
assistência, o recebimento do auxílio- funeral e do auxílio-
-natalidade, até a vigência de nova lei que disponha sobre PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMAS, aos 16 dias de no-
o sistema de previdência e assistência dos servidores do vembro de1999, 178º da Independência, 111º da Republica,
Município de Palmas. 11º do Estado e 10º de Palmas.
§ 1º (Revogada pela Lei Complementar nº 118, de 17 de
abril de 2006.) PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMAS
§ 2º Em nenhuma hipótese será permitido prover as va- MANOEL ODIR ROCHA
gas de servidores licenciados nos termos do inciso I. Prefeito Municipal

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EXERCÍCIOS a) Deve ser composto por 17 vereadores.
b) É exercido pela Câmara Municipal, composta por Ve-
1. (2023/VUNESP/Prefeitura de Palmas - TO) Um jornalista readores eleitos através do sistema proporcional,
precisa pedir à Prefeitura Municipal íntegra de contrato com mandato de 4 anos.
celebrado com empresa privada. Nos termos da Lei Or- c) Deve legislar sobre empréstimos e operações de
gânica do Município de Palmas, assinale a alternativa crédito, sem a necessidade de sanção do Prefeito.
correta. d) Deve conceder licença ao Prefeito caso sua ausência
a) A Prefeitura não está obrigada a fornecer o acesso ao do Município seja superior a 7 dias.
contrato; o jornalista necessita ingressar com ação
judicial. 6. (2023/VUNESP/Prefeitura de Palmas - TO) Considerando
b) A Prefeitura deve permitir o acesso aos valores dis- a Lei Orgânica do Município de Palmas, assinale a alter-
postos no contrato, mas não às condições de con- nativa que corresponda a uma competência municipal.
tratação. a) Estabelecer política de crédito, câmbio, seguros e
c) A Prefeitura deve fornecer o acesso, com anuência transferências de valores.
da Câmara Municipal, no prazo máximo de 10 dias b) Proporcionar os meios de acesso à cultura, apoiando
a contar do dia útil subsequente ao pedido. a formação de grupos de teatro.
d) A Prefeitura deve fornecer o acesso no prazo máximo c) Regular sobre sistemas de consórcios e sorteios.
de 15 dias a contar do dia útil subsequente ao do d) Legislar sobre registros públicos.
pedido.
7. (2023/VUNESP/Prefeitura de Palmas - TO) Manifes-
2. (2023/VUNESP/Prefeitura de Palmas - TO) Determinado tantes depredaram patrimônios históricos localizados
contribuinte não efetuou pagamento dos tributos muni- na Praça dos Girassóis, na capital tocantinense. No
cipais dentro do prazo legal, de maneira que o valor foi momento da ação, servidores públicos municipais en-
inscrito em dívida ativa. Nos termos da Lei Orgânica do carregados da segurança não contiveram os manifes-
Município de Palmas, assinale a alternativa que corres- tantes, agindo com desídia. Nos termos do Estatuto dos
ponda ao órgão que possui competência para execução Servidores Públicos do Município de Palmas, assinale a
da dívida ativa. alternativa que corresponda à penalidade aplicável aos
a) Prefeito Municipal. servidores.
b) Mesa Diretora da Câmara Municipal. a) Admoestação.
c) Procuradoria-Geral do Município. b) Advertência.
d) Ministério Público. c) Suspensão.
d) Demissão.
3. (2023/VUNESP/Prefeitura de Palmas - TO) Nos termos
da Lei Orgânica do Município de Palmas, assinale a al- 8. (2023/VUNESP/Prefeitura de Palmas - TO) Acerca do
ternativa que corresponda a uma das atribuições do estágio probatório e nos termos do Estatuto dos Ser-
Prefeito. vidores Públicos do Município de Palmas, assinale a
a) Eleger sua Mesa e constituir suas comissões.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


alternativa correta.
b) Celebrar convênios, acordos, contratos e outros
a) O servidor nomeado para cargo de provimento efe-
ajustes do interesse do Município.
tivo ficará sujeito a estágio probatório por período
c) Fixar, por Decreto Legislativo, seu subsídio, o do Vice-
de vinte e quatro meses.
-Prefeito e dos Secretários Municipais.
b) Ao servidor em estágio probatório poderá ser con-
d) Conceder licenças ao Vice-Prefeito, para afasta-
cedida licença por motivo de doença em pessoa da
mento temporário.
família.
4. (2023/VUNESP/Prefeitura de Palmas - TO) Com relação c) A avaliação especial de desempenho dar-se-á em
às vedações previstas na Lei Orgânica do Município de etapas concomitantes, que ocorrerão no mínimo
Palmas, analise as situações apresentadas abaixo e as- a cada trimestre, até o fim do período de estágio
sinale a alternativa correta. probatório.
a) Representantes da União, Estados e Municípios d) A realização da avaliação especial de desempenho
podem estabelecer cultos religiosos e manter com deve ocorrer por intermédio de junta própria para
seus representantes relações de dependência ou este fim, nomeada pelo Prefeito Municipal.
aliança, independente da natureza da colaboração,
em virtude da liberdade religiosa. 9. (2023/VUNESP/Prefeitura de Palmas - TO) Determinado
b) Agentes públicos municipais estão proibidos de re- servidor público municipal, de 71 anos de idade, foi apo-
cusar fé aos documentos públicos. sentado por invalidez. Posteriormente, a junta médica
c) Os agentes públicos podem distinguir brasileiros que declarou insubsistentes os motivos da aposentadoria.
residam no município de acordo com sua respectiva Considerando o Estatuto dos Servidores Públicos do
região de origem, segundo suas preferências, a fim Município de Palmas, assinale a alternativa correta.
de aperfeiçoar gestão administrativa da localidade. a) Trata-se de hipótese de reversão e o servidor deve
d) Chefe do Poder Executivo Municipal está proibido de voltar à atividade.
manter aliança com igrejas, ainda que decorra de lei b) Trata-se de hipótese de reintegração e o servidor
do Poder Legislativo que delimite a colaboração de in- deve voltar à atividade.
teresse público, em virtude do princípio da laicidade. c) Trata-se de hipótese de reversão, porém o servidor
não deve reverter por ter mais de 70 anos de idade.
5. (2023/VUNESP/Prefeitura de Palmas - TO) Acerca do d) Trata-se de hipótese de reintegração, porém o ser-
Poder Legislativo, assinale a alternativa correta, consi- vidor não deve ser reintegrado por ter mais de 65
derando a Lei Orgânica do Município de Palmas. anos de idade.

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10. (2023/VUNESP/Prefeitura de Palmas - TO) Considerando I. Dar-se-á a citação por hora certa, quando o indiciado
o Estatuto dos Servidores Públicos do Município de estiver se ocultando, ou sendo ocultado, ou quando,
Palmas, assinale a alternativa correta. por qualquer outro modo fraudulento, dificultar a sua
a) O ocupante de cargo em comissão ou função de citação.
confiança submete-se ao regime parcial, podendo II. Dar-se-á a citação por edital, com prazo de quinze
ser convocado sempre que houver interesse da Ad- dias, quando o indiciado não for encontrado ou se achar
ministração Pública Municipal. em local incerto e não sabido.
b) O servidor municipal perderá o cargo em virtude de III. À revelia no processo administrativo disciplinar, será
sentença judicial, ainda que pendentes recursos. decretada por portaria, sempre que, citado por edital
c) Remoção consiste no retorno do servidor municipal ou por hora certa, o indiciado deixar de comparecer no
ao cargo anteriormente ocupado. interrogatório ou na instrução.
d) O período de férias é de trinta dias, que podem ser IV. Recebido o processo administrativo disciplinar, a
acumuladas até o máximo de dois períodos, no caso autoridade proferirá a sua decisão, sendo que, o julga-
de necessidade do serviço, salvo hipóteses em lei mento fora do prazo não implica nulidade.
específica. Assinale a alternativa CORRETA.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
11. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) De acordo b) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
com o estabelecido no Estatuto dos Servidores Pú- c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
blicos do Município de Palmas (Lei Complementar nº d) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
008/1999), assinale a alternativa CORRETA.
a) Os cargos públicos municipais, segundo a sua natu- 14. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos
reza, podem ser de provimento em comissão, com termos da Lei Orgânica do Município de Palmas, acerca
identificadores de funções de caráter técnico ou de da Sessão Legislativa da Câmara, analise as afirmativas
apoio, de recrutamento amplo, cujos titulares sejam a seguir.
selecionados, exclusivamente, mediante concurso I. Quando as reuniões marcadas caírem em sábados,
público, de provas ou de provas e �tulos; domingos e feriados, sua matéria será transferida para
b) Os Chefes dos Poderes do Município instituirão a próxima reunião ordinária ou para reunião extraordi-
como incentivos funcionais, prêmio pela produção
nária marcada para esse fim.
de ideias, inventos ou trabalhos que favoreçam o au-
II. O período legislativo não será interrompido sem a
mento da produtividade, a redução dos custos ope-
aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
racionais e a preservação do patrimônio público, ou
III. A fixação dos dias e horários para a realização das
ainda, a concessão de medalhas, diploma de honra
sessões ordinárias será regulada pelo Regimento In-
ao mérito, condecoração e elogio.
terno, observado o mínimo de cinco sessões por mês.
c) Poderá ser concedida licença ao servidor por mo-
tivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos IV. Não poderá ser realizada mais de uma sessão extra-
pais, dos filhos, do padrasto, madrasta, enteado e ordinária por dia, nada impedindo que mais de uma
irmãos, ou dependentes que viva às suas expensas, sessão ordinária, se realize no mesmo dia.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

sem prejuízo da remuneração do cargo efetivo, até Assinale a alternativa CORRETA.


cento e vinte dias, e, excedendo estes prazos, sem a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
remuneração, por até cento e oitenta dias. b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
d) Após cada triênio de exercício, o servidor efetivo es- c) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
tável poderá afastar-se do exercício do cargo efetivo, d) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
por até seis meses, sem prejuízo de sua remune-
ração, para participar de curso de capacitação, que 15. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Analise
tenha relação com a área de atuação de seu cargo. as afirmativas a seguir. Nos termos da Lei Orgânica do
Município de Palmas, a partir da posse o Vereador NÃO
12. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Analise poderá:
as afirmativas a seguir. Nos termos do Estatuto dos I. firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de
Servidores Públicos do Município de Palmas (Lei Com- direito público, autarquia, empresa pública, sociedade
plementar nº 008/1999), os bene�cios previdenciários de economia mista ou com concessionário de serviço
do Plano de Seguridade Social do Servidor, quanto aos público municipal, salvo quando o contrato obedecer
seus dependentes, compreendem: às cláusulas uniformes.
I. pensão por morte. II. aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remu-
II. auxílio-reclusão. nerado, inclusive os de que seja demissível ad nutum,
III. auxilio alimentação. nas entidades constantes da alínea anterior.
IV. auxilio educação. III. ser proprietário, controlador ou diretor de empresa
Assinale a alternativa CORRETA. sob contrato com pessoa jurídica de direito público ou
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. nela exercer função remunerada.
b) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. IV. patrocinar causa em que seja interessada pessoa
c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,
d) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. sociedade de economia mista ou com concessionário
de serviço público municipal.
13. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos Assinale a alternativa CORRETA.
termos do Estatuto dos Servidores Públicos do Mu- a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
nicípio de Palmas (Lei Complementar nº 008/1999), b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
acerca do Processo Administrativo Disciplinar, analise c) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
as afirmativas a seguir. d) Todas as afirmativas estão corretas.

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16. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Assinale a c) Qualquer componente da Mesa Diretora poderá ser
alternativa INCORRETA. Nos termos da Lei Orgânica do destituído, pelo voto de dois terços dos membros
Município de Palmas, perderá o mandato o Vereador da Câmara, quando faltoso, omisso ou ineficiente
que: no desempenho de suas atribuições regimentais,
a) deixar de comparecer em cada sessão legislativa, a elegendo-se outro vereador para complementar o
terça parte das sessões ordinárias da Câmara Mu- mandato.
nicipal, salvo licença ou missão por esta autorizada. d) Os componentes da Mesa Diretora não poderão ser
b) tiver seu mandato cassado pela Justiça Eleitoral. destituídos de suas funções até o final do mandato,
c) sofrer condenação em Processo Administrativo em salvo quando ausente em mais de 50% das reuniões,
que lhe tenha sido assegurada a ampla defesa e o caso em que será chamado seu suplente da chapa.
contraditório.
d) sofrer condenação criminal em sentença transitada 21. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos
em julgado. termos da Lei Orgânica do Município de Palmas, o
Vereador poderá licenciar-se nas seguintes hipóteses,
17. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) As Leis EXCETO:
Complementares distinguem-se das Ordinárias também a) por doença devidamente comprovada.
pelo assunto a ser normatizado. Nos termos da Lei Orgâ- b) para ser investido em cargo de Ministro de Estado.
nica do Município de Palmas, são Leis Complementares c) para ser investido como chefe de missão diplomática
as concernentes às seguintes matérias, EXCETO: ou cultural temporária.
a) orçamento anual e diretrizes orçamentárias. d) para tratar de interesse particular, sem prejuízo dos
b) concessão de direito real de uso. vencimentos, por período não superior a 30 (trinta)
c) alienação e aquisição de bens imóveis, inclusive por dias, por sessão legislativa.
doação com encargos.
d) autorização para obtenção de empréstimos. 22. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos
termos da Lei Orgânica do Município de Palmas, assi-
18. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos nale a alternativa CORRETA.
termos do Estatuto dos Servidores Públicos do Mu- a) As sessões da Câmara serão sempre públicas e só
nicípio de Palmas (Lei Complementar nº 008/1999), poderão ser abertas com a presença da maioria sim-
acerca do direito de férias do servidor, assinale a alter- ples dos Vereadores.
nativa CORRETA. b) As sessões da Câmara serão públicas, salvo delibe-
a) O servidor fará jus a quarenta e cinco dias de férias ração em contrário tomada por maioria absoluta e,
por ano, que podem ser acumuladas até o máximo em segunda chamada, poderão ser abertas indepen-
de três períodos, no caso de necessidade do serviço. dentemente do número de Vereadores.
b) Para qualquer período aquisitivo de férias serão exi- c) As sessões da Câmara serão sempre públicas e só
gidos, no mínimo, vinte e quatro meses de exercício poderão ser abertas com a presença de, no mínimo,
prévio. um terço dos Vereadores.
c) Na contagem do período de férias, descontar-se-ão d) As sessões da Câmara serão públicas, salvo delibe-

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO


eventuais faltas que o servidor tenha tido no período ração em contrário tomada por dois terços de seus
de aquisição. membros, quando ocorrer motivo relevante de pre-
d) As férias poderão ser parceladas em até duas etapas, servação de decoro parlamentar, e só poderão ser
desde que assim requeridas pelo servidor, e no in- abertas com a presença de, no mínimo, um terço
teresse da Administração Pública. dos Vereadores.

19. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos 23. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos
termos do Estatuto dos Servidores Públicos do Mu- termos da Lei Orgânica do Município de Palmas, é de
nicípio de Palmas (Lei Complementar nº 008/1999), competência privativa da Câmara de Vereadores os se-
assinale a alternativa INCORRETA. guintes atos, EXCETO:
a) O servidor perderá a remuneração do dia em que a) conceder licença ao Prefeito para se ausentar do
faltar ao serviço, sem motivo justificado. Município por tempo superior a quinze dias.
b) O servidor perderá a parcela de remuneração diária, b) aprovar projetos de edificações.
proporcional aos atrasos não justificados. c) promulgar a Lei Orgânica e suas emendas, bem como
c) Configura-se abandono de cargo, a ausência do ser- elaborar e votar seu Regimento Interno.
vidor ao serviço, sem justificativa legal, superior a 30 d) deliberar sobre veto do Prefeito.
(trinta) dias consecutivos.
d) Configura-se inassiduidade habitual, o atraso na che- 24. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Integram a
gada ao serviço, por 30 (trinta) dias consecutivos. Administração Pública Indireta do Município de Palmas,
EXCETO:
20. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos a) Instituto de Previdência Social do Município de
termos da Lei Orgânica do Município de Palmas, acerca Palmas.
da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores, assinale a b) Secretaria Municipal de Educação.
alternativa CORRETA. c) Agência Municipal de Turismo.
a) O mandato da Mesa Diretora será de 1 (um) ano, d) Fundação Cultural de Palmas.
sendo cabível reeleição para o mesmo cargo na
eleição subsequente. 25. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos
b) O mandato da Mesa Diretora será de 4 (quatro) anos, termos do Estatuto dos Servidores Públicos do Muni-
sendo cabível uma única recondução para o mesmo cípio de Palmas (Lei Complementar nº 008/1999), o
cargo na eleição subsequente. servidor municipal, habilitado em concurso público e

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empossado em cargo de provimento efetivo, adquirirá 31. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) De acordo
estabilidade ao completar: com a Lei Orgânica do Município de Palmas, cabe à
a) 06 (seis) meses de efetivo exercício. Câmara Legislativa, com a sanção do Prefeito Muni-
b) 12 (doze) meses de efetivo exercício. cipal, legislar sobre todas as matérias de competência
c) 24 (vinte e quatro) meses de efetivo exercício. do Município, EXCETO:
d) 36 (trinta e seis) meses de efetivo exercício. a) a concessão e a cassação de licença para abertura,
localização, funcionamento e inspeção de estabe-
26. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos lecimentos comerciais, industriais, prestacionais ou
termos do Estatuto dos Servidores Públicos do Muni- similares.
cípio de Palmas (Lei Complementar nº 008/1999), são b) os critérios para a exploração dos serviços de táxis
formas de provimento de cargo público: e fixação de suas tarifas.
a) designação. c) a sanção e o veto dos projetos de Lei, bem como,
b) reversão. decretos e regulamentos para fiel execução das Leis.
c) corrução. d) a alienação e a aquisição onerosa de bens do Muni-
d) colocação. cípio.

27. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos 32. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Palmas - TO) São
termos do Estatuto dos Servidores Públicos do Muni- formas de provimento de cargo público, previstas na
cípio de Palmas (Lei Complementar nº 008/1999), salvo Lei Complementar Municipal nº 008/99 (Estatuto dos
os casos previstos em Lei, poderá o servidor ausentar-se Servidores Públicos da Administração Direta e Indireta
do serviço, sem qualquer prejuízo: dos Poderes do Município de Palmas), EXCETO:
a) por até 3 (três) dias, para doação de sangue. a) readaptação
b) por até 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor. b) reversão
c) por até 20 (vinte) dias consecutivos para casamento. c) redistribuição
d) por até 15 (quinze) dias consecutivos pelo faleci- d) recondução
mento do cônjuge, dos pais ou dos filhos.
33. (2016/COPESE - UFT/Prefeitura de Palmas - TO) Nos
28. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos termos da Lei Orgânica do Município de Palmas, são
termos da Lei Orgânica do Município de Palmas, assi- Leis Complementares as concernentes às seguintes
nale a alternativa CORRETA. matérias, EXCETO.
a) Independentemente de convocação, o período le- a) Concessão de direito real de uso e alienação de bens
gislativo anual desenvolve-se de 05 de fevereiro a imóveis.
30 de junho e de 01 de agosto a 15 de dezembro. b) Doação de bens móveis e imóveis.
b) O período legislativo anual se desenvolve de 01 de c) Aquisição de bens imóveis, inclusive por doação com
março a 15 de dezembro e durante as convocações encargos.
extraordinárias do Presidente da Câmara Municipal.
d) Autorização para obtenção de empréstimos.
c) Independentemente de convocação, o período le-
gislativo anual se desenvolve 15 de fevereiro a 15
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

de junho e de 15 de agosto a 01 de dezembro. GABARITO


d) O período legislativo anual se desenvolve a partir do
calendário anual, aprovado pela maioria absoluta 1. d 8. b 15. c 22. d 29. a
dos Vereadores. 2. c 9. a 16. c 23. b 30. a
3. b 10. d 17. a 24. b 31. c
29. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos 4. b 11. b 18. d 25. d 32. c
termos da Lei Orgânica do Município de Palmas, dentre 5. b 12. a 19. d 26. b 33. b
outras atribuições, é de competência do Presidente da 6. b 13. d 20. c 27. b
Câmara Municipal, EXCETO: 7. d 14. b 21. d 28. a
a) referendar os atos e decretos assinados pelo Pre-
feito.
b) declarar a perda do mandato do Prefeito, Vice-Pre-
feito e Vereadores, nos casos previstos em Lei.
c) requisitar o numerário às despesas da Câmara e
aplicar as disponibilidades financeiras no mercado
aberto de capitais.
d) solicitar a intervenção no Município, nos casos ad-
mitidos pela constituição do Estado.

30. (2018/COPESE - UFT/Câmara de Palmas - TO) Nos termos


da Lei Orgânica do Município de Palmas, o projeto de
lei aprovado pela Câmara Municipal será enviado ao
Prefeito. Se decorrido o prazo de 15 (quinze) dias úteis,
sem nenhuma manifestação, esse silêncio do Prefeito
importa em:
a) sanção do Projeto de Lei.
b) veto do Projeto de Lei.
c) nova votação do Projeto de Lei na Câmara Municipal.
d) devolução à própria Câmara Municipal para san-
cionar o Projeto de Lei em substituição ao Prefeito.

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