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EXPEDIENTE

Mesa Diretora Da asseMBLeia LegisLatiVa Do


estaDo Do ceará
ZEZINHO ALBUQUERQUE Presidente

TIN GOMES 1º vice-presidente

MANOEL DUCA 2º vice-presidente

AUDIC MOTA 1º secretário

JOÃO JAIME 2º secretário

JÚLIO CÉSAR FILHO 3º secretário

AUGUSTA BRITO 4º secretário

escoLa suPerior Do ParLaMento cearense


uniPace
Elmano Freitas Presidente
Apresentação

O acesso ao ensino superior tem sido um grande desafio para os jovens que
concluíram o ensino médio, principalmente os egressos da escola pública, cujos
recursos nem sempre são suficientes ao atendimento das necessidades dos alunos.
Cientes dessas dificuldades e preocupados com a formação de milhares de jovens
em situação de carência financeira, a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, na
pessoa de seu Presidente Deputado José Albuquerque, e a Escola Superior do Par-
lamento Cearense, por meio de seu Presidente Deputado Elmano Freitas, deram
continuidade e ampliaram o Projeto Alcance que, desde o seu início em 2012, tem
buscado universalizar um benefício antes restrito a alunos com situação financeira
privilegiada.

Dessa forma, estamos disponibilizando as apostilas produzidas por profes-


sores do Projeto Alcance, distribuídas gratuitamente para que o aluno da capital ou
do interior possa acompanhar as aulas, que são ministradas de forma presencial ou
virtual.

Acreditamos que esse material didático servirá para abrir as portas de es-
colas superiores a nossos alunos, permitindo que isso seja revertido em sucesso
profissional e ascensão social para todos os que participam junto conosco de tão
valoroso projeto.

A Coordenação
EQUIPE PEDAGÓGICA:
Língua Portuguêsa: sinval farias | vicente júnior
Matemática: fábio frota | ângelo victor | alexandre moura
História: márcio michiles | eciliano | josé fernandes
Biologia: alexandre werneck
Física: augusto melo
Química: thiago magalhães
Designer Gráfico: adriano costa | adriano-costa@hotmail.com

Índice
Linguagens e Códigos
Funções da Linguagem ...................................................................................................... 08 a 14
Redação ............................................................................................................................. 15 a 17

Matemática
Decimais ............................................................................................................................ 19 a 24
Equações ........................................................................................................................... 25 a 30
Gráficos de Funções ........................................................................................................... 31 a 34

Ciências Humanas
História do Brasil ................................................................................................................ 36 a 44
Filosofia ............................................................................................................................. 45 a 55
Geografia ........................................................................................................................... 56 a 63

Ciências da Natureza
Biologia .............................................................................................................................. 64 a 73
Física .................................................................................................................................. 74 a 81
Química ............................................................................................................................. 82 a 87

Gráfica INESP - (85) 3277.3005


LINGUAGENS E CÓDIGOS
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

ESTRUTURA TEXTUAL E FUNÇÕES DA LIN- vocativos.


GUAGEM (H18, H19, H20) FUNÇÃO METALINGUÍSTICA - A temática é
COMPETÊNCIA 6 - Compreender e usar os a própria arte da escrita, o próprio código ou a
sistemas simbólicos das diferentes linguagens explicação dele por ele mesmo na mensagem.
como meios de organização cognitiva da reali- O foco, portanto, é o código. Os dicionários são
dade pela construção de signifi cados, expres- exemplos dessa função.
são, comunicação e informação. (H18, H19 e EMOTIVA OU EXPRESSIVA - O autor centra-
H20) -se em si mesmo, revelando seus sentimentos e
HABILIDADE 18 - IDENTIFICAR OS ELEMEN- suas emoções, por isso é comum a constância
TOS QUE CONCORREM PARA A PROGRES- de verbos e pronomes de primeira pessoa.
SÃO TEMÁTICA E PARA A ORGANIZAÇÃO E A realidade do autor é retratada de forma subje-
ESTRUTURAÇÃO DE TEXTOS DE DIFEREN- tiva e a presença de sinais de pontuação como
TES GÊNEROS E TIPOS. ponto de interrogação, reticências e exclama-
A forma como o tema é desenvolvido re- ções revela emoções do emissor.
sulta de procedimentos utilizados pelos enun- Emoções, sentimentos, opiniões e avaliações
ciadores. A progressão temática se dá pela do emissor diante da vida constituem a função
soma de informações novas que vão sendo emotiva da linguagem.
acrescentadas, respeitando os quesitos coe- POÉTICA - Além de explorar conteúdo, há pre-
são e coerência. A coerência refere-se à or- ocupação com a forma de construção do texto,
ganização textual ou discursiva, ao texto sem com o prazer estético. Embora mais corrente
contradições; enquanto a coesão se refere ao em poesias, também pode ser encontrada em
processo de estruturação do texto, às relações textos publicitários, jornalísticos (crônicas) e po-
que se estabelecem entre as diversas partes, pulares (provérbios) e romances. (Iracema, de
explicando como funcionam as frases nas suas José de Alencar, por exemplo, é um poema em
relações coesivas, referenciais e sequenciais. A prosa).
progressão temática, no plano global do texto, REFERENCIAL OU INFORMATIVA - Utiliza-se
compreende o reconhecimento do tema geral, a linguagem de forma direta, objetiva e impes-
como ele se desdobra ao longo dos parágrafos, soal. Prevalece a denotação para se transmi-
de que aspecto trata cada um deles e como se tir informação precisa. Pode-se encontrar esse
somam novos subtemas. tipo de função em textos de caráter científi co e
HABILIDADE 19 - ANALISAR A FUNÇÃO DA jornalístico.
LINGUAGEM PREDOMINANTE NOS TEXTOS HABILIDADE 20 - RECONHECER A IMPOR-
EM SITUAÇÕES ESPECÍFICAS DE INTERLO- TÂNCIA DO PATRIMÔNIO LINGUÍSTICO
CUÇÃO. PARA A PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA E DA
FUNÇÃO FÁTICA - Relaciona a preocupação IDENTIDADE NACIONAL.
do emissor em manter contato com o interlocu- O patrimônio é a face visível da memória
tor, testando o canal para iniciar, prolongar ou coletiva, que, por ser singular e específi ca de
terminar o processo de comunicação. Cumpri- cada país, região ou lugar, merece ser preser-
mentos, como “oi”, “o quê?”, “como?”, “ alô” e o vada e continuada.
“ tchau” em um diálogo também são exemplos COMPREENDA ESSA HABILIDADE COM AS
da função fática. ANÁLISES A SEGUIR
FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA - A in- O Navio Negreiro (SP/1869), poema
tenção do emissor da mensagem é convencer, de Castro Alves, por exemplo, descreve com
persuadir, envolver o destinatário da mensa- imagens e expressões terríveis a situação dos
gem, infl uenciando-lhe o comportamento. Muito africanos retirados de suas terras, arrancados
presente em textos publicitários. Algumas mar- de suas famílias e tratados como animais
cas gramaticais podem ser utilizadas nesse tipo nos navios negreiros que os traziam para ser
de função, como o uso da segunda pessoa, a propriedades de senhores e trabalharem sob
presença de verbos no imperativo e a alusão a o comando de feitores. Homens, mulheres e

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM

crianças negras dançando de acordo com o que próprio código.


determinava o chicote do capitão. b) A atitude do enunciador se sobrepõe àqui-
AS OBRAS DO CICLO DA CANA-DE-AÇÚCAR lo que está sendo dito.
• Menino de engenho (1932) c) O interlocutor é o foco do enunciador na
• Doidinho (1933) construção da mensagem.
• Banguê (1934) d) O referente é o elemento que se sobressai
• Usina (1936) em detrimento dos demais.
• Fogo Morto (1943) e) O enunciador tem como objetivo principal
Por um período de dez anos, José Lins do a manutenção da comunicação.
Rego publicou esses cinco romances que retra-
tam a decadência do engenho açucareiro nor- QUESTÃO 02 - Assinale a opção que apresen-
destino. Em “Menino do Engenho”, por exem- ta a função da linguagem predominante nos
plo, José Lins do Rego parte da visão infantil do fragmentos a seguir:
narrador da estória para mostrar como viviam ( I ) - Maria Rosa quase que aceitava, de uma
os escravos trabalhadores dos engenhos e os vez, para resolver a situação, tal o embaraço
coronéis da época, trazendo um panorama da em que se achavam. Estiveram um momento
sociedade daquele tempo. José Lins do Rego calados.
afi rma, também como exemplo da importância - Gosta de versos?
do patrimônio linguístico para a preservação - Gosto...
da memória e da identidade nacional, que “os - Ah...
regionalistas propõem a recuperação das tra- Pousou os olhos numa oleografi a.
dições brasileiras em suas inúmeras manifes- - É brinde de farmácia?
tações: na dança, na música, na culinária etc. - É.
Trata-se, portanto, de conduzir o que até então - Bonita...
se considerava folclore para o nível explicati- - Acha?
vo da formação nacional. Tradição e região se - Acho... Boa reprodução...
tornam a síntese da visão de mundo formulada (Orígenes Lessa. O FEIJÃO E O SONHO)
pelo regionalismo nordestino. A partir desses
dois elementos, o Brasil deveria ser analisado, ( II ) - Sentavam-se no que é de graça: banco de
percebido e administrado”. praça pública. E ali acomodados, nada os dis-
tinguia do resto do nada. Para a grande glória
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM de Deus.
QUESTÃO 01 - Desculpem-me, mas não dá pra Ele: - Pois é.
fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simples- Ela: - Pois é o quê?
mente não dá. Não tem como disfarçar: esta é Ele: - Eu só disse “pois é”!
uma típica manhã de segunda-feira. A começar Ela: - Mas “pois é” o quê?
pela luz acesa da sala que esqueci ontem à Ele: - Melhor mudar de conversa porque você
noite. Seis recados para serem respondidos na não me entende.
secretária eletrônica. Recados chatos. Contas Ela: - Entender o quê?
para pagar que venceram ontem. Estou nervo- Ele: - Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de
so. Estou zangado. assunto e já.
CARNEIRO, J.E.Veja, 11 set. 2002 (fragmento) (Clarice Lispector. A HORA DA ESTRELA)

Nos textos em geral, é comum a manifestação a) Poética b) Fática


c) Referencial d) Emotiva e) Conativa
simultânea de várias funções da linguagem,
com predomínio, entretanto, de uma sobre as
outras. No fragmento da crônica Desabafo, a QUESTÃO 03 - Riqueza ameaçada - Boa par-
função de linguagem predominante é a emotiva te dos 180 idiomas sobreviventes está ameaça-
ou expressiva, pois da de extinção - mais da metade (110) é falada
a) O discurso do enunciador tem como foco o por menos de 500 pessoas. No passado, era

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM

comum pessoas serem amarradas em árvores fl oresta incendiada; eram ais convulsos, chora-
quando se expressavam em suas línguas, lem- dos em frenesi de amor: música feita de beijos
bra o cacique Felisberto Kokama, um analfabe- e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de
to para os nossos padrões e um guardião da doer, fazendo estalar de gozo.
pureza de seu idioma (caracterizado por uma AZEVEDO, A. O cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento).

diferença marcante entre a fala masculina e a No romance O Cortiço (1890), de Aluízio Aze-
feminina), lá no Amazonas, no Alto Solimões. vedo, as personagens são observadas como
Outro Kokama, o professor Leonel, da região de elementos coletivos caracterizados por con-
Santo Antônio do Içá (AM), mostra o problema dicionantes de origem social, sexo e etnia. Na
atual: “Nosso povo se rendeu às pessoas bran- passagem transcrita, o confronto entre brasi-
cas pelas difi culdades de sobrevivência. O con- leiros e portugueses revela prevalência do ele-
tato com a língua portuguêsa foi exterminando mento brasileiro, pois:
e difi cultando a prática da nossa língua. Há pou- a) destaca o nome de personagens brasilei-
cos falantes, e com vergonha de falar. A língua é ras e omite o de personagens portuguesas.
muito preconceituada entre nós mesmos”. b) exalta a força do cenário natural brasileiro
Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento, nº 26 , 2007. e considera o do português inexpressivo.
O desaparecimento gradual ou abrupto c) mostra o poder envolvente da música bra-
de partes importantes do patrimônio linguístico sileira, que cala o fado português.
e cultural do país possui causas variadas. Se- d) destaca o sentimentalismo brasileiro, con-
gundo o professor Leonel, da região de Santo trário à tristeza dos portugueses.
Antônio do Içá (AM), os idiomas indígenas so- e) atribui aos brasileiros uma habilidade maior
breviventes estão ameaçados de extinção devi- com instrumentos musicais.
do ao:
a) desaparecimento das reservas indígenas QUESTÃO 05 - O autor emprega duas vezes o
em decorrência da infl uência do branco. conectivo “e” no fragmento apresentado. Obser-
b) número reduzido de índios que continuam vando aspectos da organização, estruturação e
falando entre si nas suas reservas. funcionalidade dos elementos que articulam o
c) descaso dos governantes em preservar texto, o conectivo “E”, que inicia a última frase:
esse patrimônio cultural brasileiro. a) encabeça um argumento para o nome da
d) medo que as pessoas tinham de ser Mara Kuya.
castigadas por falarem a sua língua. b) resume os diversos usos que podem ser
e) contato com falantes de outras línguas e a feitos da fl or.
imposição de um outro idioma. c) quebra a fl uidez do discurso, prejudicando
a progressão temática.
QUESTÃO 04 - Abatidos pelo fadinho harmo- d) retoma o substantivo “jeito”, que o antece-
nioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, de na frase anterior.
até mesmo os brasileiros, se concentrando e e) adiciona argumentos a favor de uma mes-
caindo em tristeza; mas, de repente, o cava- ma linha de raciocínio.
quinho de Porfi ro, acompanhado pelo violão
do Firmo, romperam vibrantemente com um QUESTÃO 06 - Nova Poética
chorado baiano. Nada mais que os primeiros Vou lançar a teoria do poeta sórdido.
acordes da música crioula para que o sangue Poeta sórdido:
de toda aquela gente despertasse logo, como Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas Vai um sujeito,
bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, Sai um sujeito de casa com a roupa de brim
cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já [branco muito bem engomada,
não eram dois instrumentos que soavam, eram e na primeira esquina passa um caminhão,
lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, salpica-lhe o paletó de uma nódoa de lama:
a correrem serpenteando, como cobras numa É a vida.

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM

O poema deve ser como a nódoa no brim: paixões QUE precedem a glória de um chute.”
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero. Respeitando o processo coesivo textual, no tre-
(...) cho acima, os elementos destacados atualizam,
Manuel Bandeira respectivamente:
As funções da linguagem PREDOMINANTES a) assentos intermináveis / o grande desfi le
na “Nova Poética” são: de paixões
a) metalinguística - referencial b) Maracanã / o grande desfi le
b) conativa - metalinguística c) desfi le de angústias / rampas gigantescas
c) poética - conativa d) assentos intermináveis / angústias e pai-
d) emotiva - conativa xões
e) referencial - fática e) rampas gigantescas, assentos interminá-
veis / angústias e paixões
QUESTÃO 07 - CORRIDINHO
O amor quer abraçar e não pode. QUESTÃO 09 - Todo texto é uma sequência
A multidão em volta, de informações: do início até o fi m, há um per-
com seus olhos cediços, curso acumulativo delas. Às informações já co-
põe caco de vidro no muro nhecidas, outras novas vão sendo acrescidas e
para o amor desistir. estas, depois de conhecidas, terão a si outras
O amor usa correio, novas acrescidas e, assim, sucessivamente. A
o correio trapaceia, construção do texto fl ui como um ir-e-vir de in-
a carta não chega, formações, uma troca constante entre o dado e
o amor fi ca sem saber se é ou não é. o novo. Nesse texto, predominam:
O amor pega o cavalo, a) Função referencial e gênero do tipo disser-
desembarca do trem, tativo.
chega na porta cansado b) Função fática e gênero de conteúdo didá-
de tanto caminhar a pé. tico.
Fala a palavra açucena, c) Função poética e gênero do tipo narrativo.
pede água, bebe café, d) Função expressiva e gênero de conteúdo
dorme na sua presença, dramático.
chupa bala de hortelã. e) Função conativa e gênero de conteúdo lí-
Tudo manha, truque, engenho: rico.
É descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo. QUESTÃO 10 - ESTE INFERNO DE AMAR
Mas água o amor não é. Este inferno de amar - como eu amo!
(PRADO, Adélia. O CORAÇÃO DISPARADO. Rio de Janeiro, Quem mo pôs aqui n’alma... quem foi?
Nova Fronteira. 1977.) Esta chama que alenta e consome,
Nos versos “dorme na sua presença,”(v.16) “É Que é a vida - e que a vida destrói -
descuidar, o amor te pega,”(v.19) “te come, te Como é que se veio a atear,
molha todo.”(v.20), os pronomes SUA e TE re- Quando - ai quando se há-de ela apagar?
metem ao: (Almeida Garret)
a) emissor da mensagem Nos versos de Garrett, predomina a função:
b) canal da mensagem a) metalinguística da linguagem, com extre-
c) receptor da mensagem ma valorização da subjetividade no jogo
d) código da mensagem entre o espiritual e o profano.
e) referente da mensagem b) apelativa da linguagem, num jogo de sen-
tido pelo qual o poeta transmite uma forma
QUESTÃO 08 - “Lá está o Maracanã, rampas idealizada de amor.
gigantescas, assentos intermináveis, TUDO c) referencial da linguagem, privilegiando-se
pronto para o grande desfi le de angústias e a expressão de forma racional.

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM

d) emotiva da linguagem, marcada pela não Pé na jaca: Cometer excessos;


contenção dos sentimentos, dando vazão Quebrar o galho: Improvisar;
ao subjetivismo. Trocar as bolas: Confundir-se.
e) fática da linguagem, utilizada para expres-
sar as idéias de forma evasiva, como su- QUESTÃO 02 - É água que não acaba mais
gestões. - Dados preliminares divulgados por pesquisa-
dores da Universidade Federal do Pará (UFPA)
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES apontaram o Aquífero Alter do Chão como o
QUESTÃO 01 - Expressões idiomáticas ou idio- maior depósito de água potável do planeta.
matismo são expressões que se caracterizam Com volume estimado em 86000 quilômetros
por não identifi car seu signifi cado através de cúbicos de água doce, a reserva subterrânea
suas palavras individuais ou no sentido literal. está localizada sob os estados do Amazonas,
Não é possível traduzi-las em outra língua e se Pará e Amapá. “Essa quantidade de água seria
originam de gírias e culturas de cada região. Nas sufi ciente para abastecer a população mundial
diversas regiões do país, há várias expressões durante 500 anos”, diz Milton Matta, geólogo da
idiomáticas que integram os chamados dialetos. UFPA. Em termos comparativos, Alter do Chão
Disp: www.brasilescola.com. Acesso: 24/04/2010 (adap.). tem quase o dobro do volume de água do Aquí-
O texto esclarece o leitor sobre as expressões fero Guarani (com 45000 quilômetros cúbicos).
idiomáticas, utilizando-se de um recurso meta- Até então, Guarani era a maior reserva subter-
linguístico que se caracteriza por: rânea do mundo, distribuída por Brasil, Argenti-
a) infl uenciar o leitor sobre atitudes a serem na, Paraguai e Uruguai.
tomadas em relação ao preconceito contra Época. Nº- 623, 26 abr. 2010.
os falantes que utilizam expressões idio- Essa notícia, publicada em uma revista de gran-
máticas. de circulação, apresenta resultados de uma pes-
b) externar atitudes preconceituosas em re- quisa científi ca realizada por uma universidade
lação às classes menos favorecidas que brasileira. Nessa situação específi ca de comu-
utilizam expressões idiomáticas. nicação, a função referencial da linguagem pre-
c) divulgar as várias expressões idiomáticas domina, porque o autor do texto prioriza:
existentes e controlar a atenção do inter- a) as suas opiniões, baseadas em fatos.
locutor, ativando o canal de comunicação b) os aspectos objetivos e precisos.
entre ambos. c) os elementos de persuasão do leitor.
e) preocupar-se em elaborar esteticamente d) os elementos estéticos na construção do
os sentidos das expressões idiomáticas texto.
existentes em regiões distintas. e) os aspectos subjetivos da mencionada
d) defi nir o que são expressões idiomáticas pesquisa.
e como elas fazem parte do cotidiano do
falante pertencente a grupos regionais di- QUESTÃO 03 - Quando os portugueses se ins-
ferentes. talaram no Brasil, o país era povoado de índios.
Veja algumas expressões idiomáticas e seus Importaram, depois, da África, grande número
signifi cados abaixo: de escravos. O Português, o Índio e o Negro
Amarrar a cara: Fechar a cara e fi car zangado; constituem, durante o período colonial, as três
Bafo de onça: Mau hálito; bases da população brasileira. Mas no que se
Chorar de barriga cheia: Reclamar sem motivo; refere à cultura, a contribuição do Português foi
Dar com a língua nos dentes: Contar um segre- de longe a mais notada. Durante muito tempo o
do; português e o tupi viveram lado a lado como lín-
Estômago de avestruz: aquele que come qual- guas de comunicação. Era o tupi que utilizavam
quer coisa; os bandeirantes nas suas expedições.Em1694,
Ficar de olho: Vigiar; dizia o Padre Antônio Vieira que “as famílias dos
Lavar as mãos: Não dar mais opinião; portugueses e índios em São Paulo estão tão

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM

ligadas hoje umas com as outras, que as mu- QUESTÃO 05 (FATEC 2015) - Romance XX-
lheres e os fi lhos se criam mística e domestica- XIV ou de Joaquim Silvério
mente, e a língua que nas ditas famílias se fala Melhor negócio que Judas
é a dos Índios, e a portuguesa a vão os meninos fazes tu, Joaquim Silvério:
aprender à escola.” que ele traiu Jesus Cristo,
TEYSSIER, P. História da língua portuguesa. Lisboa: Livraria Sá tu trais um simples Alferes.
da Costa, 1984 (adaptado). Recebeu trinta dinheiros...
A identidade de uma nação está diretamente li- – e tu muitas coisas pedes:
gada à cultura de seu povo. O texto mostra que, pensão para toda a vida,
no período colonial brasileiro, o Português, o Ín- perdão para quanto deves,
dio e o Negro formaram a base da população e comenda para o pescoço,
que o patrimônio linguístico brasileiro é resulta- honras, glória, privilégios.
do da: E andas tão bem na cobrança
a) contribuição dos índios na escolarização que quase tudo recebes!
dos brasileiros. Melhor negócio que Judas
b) diferença entre as línguas dos colonizado- fazes tu, Joaquim Silvério!
res e as dos indígenas. Pois ele encontra remorso,
c) importância do padre Antônio Vieira para a coisa que não te acomete.
literatura de língua portuguesa. Ele topa uma fi gueira,
d) origem das diferenças entre a língua portu- tu calmamente envelheces,
guesa e as línguas tupis. orgulhoso impenitente,
e) interação pacífi ca no uso da língua portu- com teus sombrios mistérios.
guesa e da língua tupi. (Pelos caminhos do mundo,
nenhum destino se perde:
QUESTÃO 04 - Entre ideia e tecnologia - O há os grandes sonhos dos homens,
grande conceito por trás do Museu da Língua e a surda força dos vermes.)
é apresentar o idioma como algo vivo e funda- (Cecília Meirelles, Romanceiro da Inconfidência.)
mental para o entendimento do que é ser brasi- À vista dos traços estilísticos, é correto afi rmar
leiro. Se nada nos defi ne com clareza, a forma que o texto de Cecília Meirelles:
como falamos o português nas mais diversas si- a) representa grande inovação na constru-
tuações cotidianas é talvez a melhor expressão ção dos versos, marcando-se sua obra por
da brasilidade. experimentalismo radical da linguagem e
SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Seg-
mento, Ano II, nº 6, 2006.
referência a fontes vivas da língua popular.
b) é despida de sentimentalismo e pautada
O texto propõe uma refl exão acerca da língua
pelo culto formal expresso na riqueza das
portuguesa, ressaltando para o leitor a:
rimas e na temática de cunho social.
a) inauguração do museu e o grande investi-
c) simula um diálogo, adotando linguagem na
mento em cultura no país.
qual predomina a função apelativa, e opta
b) importância da língua para a construção
por versos brancos, de ritmo popular (caso
da identidade nacional.
dos versos de sete sílabas métricas).
c) afetividade tão comum ao brasileiro, retra-
d) expressa sua eloquência na escolha de
tada através da língua.
temática greco-romana e nas tendências
d) relação entre o idioma e as políticas públi-
conservadoras típicas do rigor formal de
cas na área de cultura.
sua linguagem.
e) diversidade étnica e linguística existente
e) é de tendência descritiva e heroica, ado-
no território nacional.
tando a sátira para expressar a crítica às
instituições sociais falidas.

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B B E C E A C E A D

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


01 02 03 04 05
D B E B C

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REDAÇÃO

AULA 01 - A Redação por Competências seja, com a utilização da norma culta e com a
fi delidade às regras da Gramática Tradicional.
Devemos evitar, então, os erros de concordân-
cia, a cacofonia, os barbarismos, os neologis-
mos, as expressões vulgares e até o purismo,
Competência 1: C1 Gramática - Domínio das o rebuscamento, pois falar “bonito demais” tam-
normas da Gramática Tradicional. Os correto- bém pode ser um erro.
res buscam os principais erros quanto ao uso * Coerência - Relação pertinente ou verdadei-
da língua vernácula. Os erros são divididos ra que se estabelece entre as ideias do texto,
em leves, medianos, graves e muito graves. ou seja, os argumentos, e o mundo. Toda vez
Analisados por ocorrência em: pontuais (acon- que o candidato faz uma afi rmação, apresenta
tecem várias vezes e demonstram o despreparo uma ideia ou informação que fazem progredir o
do candidato) e eventuais (acontecem poucas texto, espera-se que haja verdade, ou seja, que
vezes e são pouco signifi cativos para a ban- os argumentos utilizados sejam verdadeiros e,
ca). A crase, por exemplo, pode ser eventual portanto, coerentes.
quando o candidato erra apenas uma vez (em * Estilo - Este quesito, além de identifi car um
um daqueles casos especiais, por exemplo), e modo particular de pensar, de agir, de ser e de
pontual quando erra mais de uma vez e nos fazer algo, o estilo é a preocupação com o modo
casos mais simples como: diante de masculino ou forma de escrever, de expor a ideia. Essa
ou de um verbo no infi nitivo. Os corretores pro- exposição pode ser, por exemplo, irônica ou sa-
curam imediatamente erros de: Concordância, tírica, afetada, vulgar, romântica ou metafórica,
Regência, Crase, Colocação de pronomes, técnica, científi ca, subjetiva, objetiva ou realista,
Grafia errada de palavras, Acentuação, Pon- etc. contanto que haja critérios na construção
tuação e Inadequação vocabular. das ideias e das fi guras ou imagens utilizadas
pelo autor. Machado de Assis, por exemplo,
O que os professores de todas as bancas adotava um estilo irônico. Euclides da Cunha,
corrigem? - A prova de redação tem respaldo por sua vez, era altissonante e científico. O
no binômio Forma x Conteúdo. A Forma tem meu estilo, por exemplo, é faceto ou bem hu-
a ver com o gênero textual defi nido e, especi- morado. Qual o seu? Lembre-se: “Estilo é igual
fi camente, com a gramática que rege a feitura a dinheiro: tem gente que tem, tem gente que
do texto. O conteúdo, por sua vez, tem a ver não tem”. (rsrs).
com o tema, a ideia central (a tese) e as ideias
IMPORTANTE! Para efeito de correção e de
secundárias suscitadas pelo assunto discutido.
contagem do mínimo de linhas, a cópia parcial
Portanto, as características do texto que melhor
dos textos motivadores ou de questões objeti-
representam estas prerrogativas são:
vas do caderno de prova acarretará a descon-
* Clareza - Compreende os procedimentos que
sideração do número de linhas copiadas.
tornam o texto inteligível, de fácil entendimento,
refl etindo a boa organização das ideias nele es- Comentário: Os textos motivadores fazem exa-
critas. Cultuar a clareza é evitar a obscuridade, tamente isto que o nome diz, motivam. Eles ser-
a ideia vaga e a ambiguidade. vem para fazer o candidato pensar, para gerar
* Concisão - Entendida também como objetivi- ideias novas ligadas às ideias neles contidas.
dade, a concisão tem a ver com a frase: “Deve- Por isso, usá-los integralmente ou em parte é
mos dizer o máximo com o mínimo de palavras”. cometer um erro, pois as redações de vestibu-
Ser conciso, então, é ir diretamente ao ponto, lar e concurso têm uma prerrogativa: são textos
evitando-se a redundância e a prolixidade, originais e de punho. Resumindo, são textos ori-
conhecidas vulgarmente como “enchimento de ginais (não cabendo cópia ou plágio de ideias) e
linguiça”. feitos por você, sem a ajuda de ninguém. Às ve-
* Correção - Esta competência tem a ver ne- zes, até algumas questões encontradas ao lon-
cessariamente com a gramática do texto, ou go da prova podem gerar ideias sobre o tema
proposto.

15
REDAÇÃO

IMPORTANTE! O título é um elemento opcio- para a escrita de sua redação. Você não precisa
nal na produção da sua redação. citá-los nem mesmo mencioná-los. Consideran-
do a relação entre os dois excertos e a tela de
Comentário: Em todos os concursos que en-
Degas, redija um texto dissertativo argumen-
volvem redação, principalmente na produção
tativo, sustentando um ponto de vista.
de gêneros como artigo, editorial, conto, crô-
nica, por exemplo, é possível sim colocar um
Texto 1 - Planeta Água
título. No entanto, este não é um procedimento
Guilherme Arantes
considerado obrigatório. O candidato faz isso se
Água que nasce na fonte serena do mundo
quiser ou, dependendo do caso, se a banca do
E que abre um profundo grotão
concurso exigir.
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Ex. Escreva um artigo de opinião sobre o tema
Águas escuras dos rios
“Liberdade de expressão” que tenha como título
Que levam a fertilidade ao sertão
“Os limites para o que se diz”
Águas que banham aldeias
Desvios mais graves: E matam a sede da população
• falta de concordância do verbo com o su- Águas que caem das pedras
jeito (com sujeito antes do verbo); No véu das cascatas, ronco de trovão
• períodos incompletos, truncados, que E depois dormem tranquilas
comprometem a compreensão; No leito dos lagos
• graves problemas de pontuação; No leito dos lagos
• desvios graves de grafi a e de acentuação Água dos igarapés
(letra minúscula iniciando frases e nomes Onde Iara, a mãe d’água
de pessoas e lugares); e É misteriosa canção
• presença de gíria. Água que o sol evapora
Comentário: Todos esses problemas são Pro céu vai embora
exemplifi cados e comentados a seguir. Virar nuvens de algodão
Gotas de água da chuva
Desvios graves:
Alegre arco-íris sobre a plantação
• falta de concordância do verbo com o su-
Gotas de água da chuva
jeito (com sujeito depois do verbo ou mui-
Tão tristes, são lágrimas na inundação
to distante dele);
Águas que movem moinhos
• falta de concordância do adjetivo com o
São as mesmas águas que encharcam o chão
substantivo;
E sempre voltam humildes
• regência nominal e verbal inadequada
Pro fundo da terra
(ausência ou emprego indevido de pro-
Pro fundo da terra
posição);
Terra! Planeta Água
• ausência do acento indicativo da crase ou
Terra! Planeta Água
seu uso inadequado;
Terra! Planeta Água
• problemas na estrutura sintática (frase jus-
Água que nasce na fonte serena do mundo
tapostas sem conectivos ou orações su-
E que abre um profundo grotão
bordinadas sem oração principal);
Água que faz inocente riacho
• desvio em palavras de grafi a complexa;
E deságua na corrente do ribeirão
• separação de sujeito, verbo, objeto direto
Águas escuras dos rios
e indireto por vírgula; e
Que levam a fertilidade ao sertão
• marcas da oralidade.
Águas que banham aldeias
Fonte: Guia do participante 2014
E matam a sede da população
PROPOSTA ENEM - Leia os dois excertos a se-
Águas que movem moinhos
guir e observe a reprodução da tela de Edgar
São as mesmas águas que encharcam o chão
Degas, os quais devem servir como subsídio

16
REDAÇÃO

E sempre voltam humildes a vazão de retirada do Cantareira. Ainda temos


Pro fundo da terra uma expectativa, pequena, mas temos expec-
Pro fundo da terra tativa de que as chuvas de verão voltem”, disse
Terra! Planeta Água Massato.
Terra! Planeta Água Fonte: Folha/janeiro/2015
Terra! Planeta Água
Texto 3
Texto 2 - Racionamento de água em São Paulo
A Sabesp pode adotar rodízio de cin-
co dias sem água por semana se o volume de
chuvas não aumentar no Sistema Cantareira,
afi rmou o diretor metropolitano da companhia,
Paulo Massato Yoshimoto, em visita a Suzano,
ao lado do governador de São Paulo, Geraldo
“Depois do Banho” Edgard Degas (1863-1935)
Alckmin (PSDB). A medida seria adotada em In. www.google.com.br/search?q=pintura+o+banho&client=ubunt
situação extrema. O cálculo conceitual, teórico, u&hs=eD
para reduzir 15 metros cúbicos por segundos
no Cantareira, precisaria de um rodízio de dois
dias com água por cinco dias sem água. Se for
necessário, para não chegar a zero na represa,
não ter mais água nenhuma para distribuir, lá no
limite, se as obras não avançarem na velocidade
que estamos planejando, podemos correr esse
risco de um rodízio drástico”, afi rmou o diretor.
Yoshimoto disse nesta terça-feira (27)
que a medida pode complementar ações já
adotadas, como redução da pressão e pedido
de diminuição do consumo pela população. No
evento, Alckmin não deu declarações sobre o
rodízio. O governador falou da transferência do
Rio Guaratuba para o sistema Alto Tietê e sobre
as obras de transferência da água da Represa
Billings. Segundo Massato, a implementação
da medida vai depender da análise dos órgãos
reguladores de recursos hídricos. “Se a Agên-
cia Nacional das Águas (ANA), o Departamento
de Águas e Energia Elétrica (Daee), que são os
órgãos reguladores de recursos hídricos, che-
garem à conclusão nos seus estudos que a Sa-
besp tem que retirar muito menos do que ela
está retirando do Cantareira, a solução no limite
seria a implantação de um rodízio muito drásti-
co”, disse Yoshimoto.
O diretor não fez previsões sobre quando
o rodízio poderia começar a ser adotado. “Se
nós tivermos que retirar somente 10, 12 metros
cúbicos por segundo, seria necessário implantar
rodízio de dois dias com água, cinco dias sem
água.” Eles [órgãos reguladores] é que defi nem

17
MATEMÁTICA
DECIMAIS

ASSUNTO: PROBLEMAS ENVOLVENDO OS 5


=5
1
= 0,05 e
27
= 0,027
CONJUNTOS NUMÉRICOS 1 20 1000
Na Teoria dos Números, os chamados 2º) Um número decimal que tem uma quantida-
números racionais equivalem a todo numeral de infi nita de algarismos que se repetem perio-
obtido como resultado da divisão de dois nú- dicamente, isto é, uma dízima periódica. Exem-
meros inteiros. Ou seja, o número racional é o plo
quociente da operação. Assim, podemos dizer = 0,333 ...  0, 3  dízima periódica simples
1
3
que todo número que pode ser colocado na for-
ma fracionária e que seja quociente de divisões
2
= 0,285714285714 ... = 0,285714  dizima pe-
7
é considerado racional. Os Números Racionais riódica simples
podem ser positivos e negativos. Esse tipo de 11
= 1,8333 ... = 1,83  dízima periódica com-
6
número passou a ser empregado para represen-
tar partes de um todo. O conjunto dos números posta
racionais pode ser representado por todos os Todo número na forma de decimal exata
algarismos na forma a/b, onde b ≠ 0. Esse con- ou de dízima periódica simples pode ser conver-
a
junto é representado pela letra Q (maiúscula). tido à forma de fração b , portanto, representa
um número racional. Quando a decimal é exata,
Veja exemplos de números racionais: podemos escrevê-lo em forma de fração, cujo
4/9 = 0,4444... numerador é o numeral decimal sem a vírgula
1/3 = 0,33333... e, cujo denominador é o algarismo 1 seguido de
–38/10 = –3,8 tantos zeros quantas forem as casas decimais
44%=44/100=0,44 do numeral dado. Exemplo:
125%=125/100=1,25 0,37 =
37
2,631 =
2631
100 1000
Há quatro formas de se apresentarem os Para adicionarmos números decimais de-
números racionais: Frações (próprias ou impró- vemos, antes de mais nada, igualar as casas de-
prias), números mistos (que é uma variação das cimais, colocarmos vírgula sobre vírgula e com
frações impróprias), números decimais de escri- isso estaremos alinhando numa mesma coluna,
ta fi nita e, por fi m, as dízimas, que são números as mesmas ordens decimais, e fi nalmente, efetu-
decimais em cuja escrita aparecem períodos armos a adição. Quando a decimal é uma dízima
numéricos infi nitos. Eis alguns exemplos: periódica, temos que procurar sua geratriz. Exem-
• Fração: 1 plo:
4
a i) 0,777...
*Na Fração , a é o numerador e b o denomi-
b
x = 0,777 ...
10x = 7,777 ... } 10x - x = 7,777 - 0,777  9x = 7 =  x = 79
nador. Se a e b são primos entre si, isto é, se
ii) 6,4343...
mdc(a,b) = 1, dizemos que essa fração é irre-
100x = 643,434343 ... } 
x = 6,434343 ... 637
100x - x = 643 - 6  99x = 637  x =
dutível. 99

• Numeral misto: 1 2 iii) 2,57919191...


3
x = 2,57919191...
• Números decimais de escrita fi nita: 4,5}
• Dízimas periódicas: 0,333...} ou 0,3
100x = 257,919191 ...
10000x = 25791,919191 ...  }10000x - 100x = 25791 - 257  9900

100x = 257,919191 ...


Representação
10000x Decimal
= 25791,919191 } 25534
... 10000x - 100x = 25791 - 257  9900x = 25534  x = 9900
a
Podemos passar um número racional para a
b
OPERAÇÕES COM NÚMEROS RACIONAIS
forma decimal dividindo o inteiro a pelo b. Com ADIÇÃO:
isso podemos obter dois casos: EXEMPLO 1 - 42 + 107,85 Igualando as ca-
1º) Um número decimal que tem uma quantida- sas decimais  42,00 + 107,85 = 149,85
de fi nita de algarismo diferentes de zero, isto é
uma decimal exata. Exemplo:

19
DECIMAIS

+ 42,00 cada fator em sua forma fracionária, teremos:


107,85 35 x 198 = 6.930 = 6,930 = 6,93
149,85 100 10 1.000
EXEMPLO 2 - Mariana compra num supermer- DIVISÃO - Para dividirmos números decimais
cado 1kg de arroz por R$ 1,74 e 1kg de feijão devemos, antes de mais nada, igualarmos o nú-
por R$ 2,65. Quanto Mariana gastou na com- mero de casas decimais, eliminarmos as vírgu-
pra dos dois produtos? Adicionando o preço dos las, e somente aí efetuarmos a divisão de um
dois produtos teremos: número pelo outro.
+ 1,74 EXEMPLO 1: - 2,7 : 0,03 =  igualando as ca-
2,65
4,39 sas decimais, teremos: 2,70 : 0,03 = podemos
suprimir as vírgulas e efetuar a divisão como se
SUBTRAÇÃO
fossem números 270 : 3 = 90  2,7 : 0,03 = 90
O procedimento é análogo ao da adição, ou
EXEMPLO 2: - 11 : 16 =  como estamos di-
seja, para subtrairmos números decimais de-
vidindo dois números inteiros, podemos efetu-
vemos igualar as decimais, colocarmos vírgula
ar normalmente a divisão: Como o dividendo é
sobre vírgula e efetuarmos a subtração.
menor que o divisor, devemos transformá-lo em
EXEMPLO 1: - 8,19 - 5,903  Igualando as ca-
décimos para tornar possível a divisão. Se ain-
sas deciamais  8,190 - 5,903 = 2,287
da assim a conta não for possível, transformarí-
- 8.190
5,903 amos o dividendo em centésimos ou milésimos
2,287 e assim por diante, até que a conta pudesse ser
EXEMPLO 2: - Dona Wilma compra num super- efetuada. Ao dividirmos 110 décimos por 16 en-
mercado 1kg de batata por R$ 1,85. De volta contraremos, evidentemente, 6 décimos para
para casa percebe que na feira-livre o mesmo o quociente (por isso colocamos a vírgula) e o
tipo de batata e com a mesma qualidade era resto 14 décimos, ou seja 140 centésimos. Con-
comercializada por R$ 1,39. Quanto Dona tinuando a divisão, teremos:
Wilma teria economizado se tivesse adquirido a 110 16
batata na feira-livre? 140 0,6
- 1,85 Ao dividirmos 140 centésimos por 16 encontra-
1,39
0,46 remos 8 centésimos para o quociente e o resto
12 centésimos, ou 120 milésimos
MULTIPLICAÇÃO - Para multiplicarmos nú- 110 16
meros decimais não podemos igualar suas ca- 140 0,68
sas decimais. Devemos multiplicar os números 120
como se fossem números naturais e adicionar- Ao dividirmos 120 milésimos por 16 encontra-
-lhes tantas casas decimais quantas forem a remos 7 milésimos para o quociente e o resto 8
soma das casas decimais de ambos os fatores. milésimos, ou 80 décimos milésimos
EXEMPLO 1: - 3,68 x 57,4  Multiplicando os 110 16
números como se fossem números naturais terí- 140 0,687
amos: 368 x 574 = 211232 e acrescentando-lhe 120
80
tantas casas decimais quantas forem o somató-
rio das casas decimais de cada um dos fatores, Ao dividirmos 80 décimos milésimos por 16 en-
vem  3,68 (2 casas) e 57,4 (1 casa)  (2 + 1 contraremos 5 décimos milésimos para o quo-
casas) = 3 casas decimais. Finalmente  3,68 ciente e o resto 0. Com isso, concluímos nossa
x 57,4 = 211,232 operação.
110 16
EXEMPLO 2: - Observação: Um outro bom
140 0,6875
"caminho" para multiplicarmos números deci- 120
mais seria transformarmos ambos os fatores 80
em frações decimais e efetuarmos o produto: 0
)

Efetuar: 0,35 x 19,8 = Transformando Para resolver operações em uma expressão

20
DECIMAIS

numérica com frações, basta seguir as mes- do jogo é verifi car qual jogador consegue o maior
mas regras para resolver operações em uma ex- número de pares. Iniciado o jogo, a carta virada
pressão numérica com números naturais. na mesa e as cartas da mão de um jogador são
Veja alguns exemplos: como no esquema:
a) 5 - 1 x 3 =
6 2 4
Primeiro resolvemos a multiplicação.
= 5 - 3 =
6 8
Em seguida, resolvemos a subtração
= 20 - 9 = 11
24 24
1 x 5 . 3 =
.
b) 4 2 4
Segundo as regras do jogo, quantas cartas da
Primeiro resolvemos a multiplicação.
5 . 3 = mão desse jogador podem formar um par com a
8
.
4 carta da mesa?
Agora resolvemos a divisão. a) 9 b) 7
=
5 x 4
=
5 x 1
=
5 c) 5 d) 4 e) 3
8 3 2 3 6
Observe que a operação: 5 x 4 foi simplifi ca-
8 3
5 QUESTÃO 02 (ENEM 2013) - Uma torneira
da, originando a operação: x 1
2 3 não foi fechada corretamente e fi cou pingando,
da meia-noite às seis horas da manhã, com a
c) frequência de uma gota a cada três segundos.
Sabe-se que cada gota d’água tem volume de
0,2mL. Qual foi o valor mais aproximado do total
de água desperdiçada nesse período, em litros?
a) 0,2 b) 1,2
c) 1,4 d) 12,9 e) 64,8

QUESTÃO 03 (ENEM 2016) - No tanque de


um certo carro de passeio cabem até 50L de
d) combustível, e o rendimento médio deste car-
ro na estrada é de 15km/L de combustível. Ao
sair para uma viagem de 600 km o motorista ob-
servou que o marcador de combustível estava
exatamente sobre uma das marcas da escala
divisória do medidor, conforme fi gura a seguir.
Como o motorista conhece
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM o percurso, sabe que exis-
QUESTÃO 01 - No contexto da matemática re- tem, até a chegada a seu
creativa, utilizando diversos materiais didáticos destino, cinco postos de
para motivar seus alunos, uma professora orga- abastecimento de combus-
nizou um jogo com um tipo de baralho modifi ca- tível, localizados a 150 km,
do. No início do jogo, vira-se uma carta do baralho 187km, 450km, 500km e
na mesa e cada jogador recebe em mãos nove 570 km do ponto de partida. Qual a máxima dis-
cartas. Deseja-se formar pares de cartas, sendo a tância, em quilômetro, que poderá percorrer até
primeira carta a da mesa e a segunda, uma carta ser necessário reabastecer o veículo, de modo
na mão do jogador, que tenha um valor equivalen- a não fi car sem combustível na estrada?
te àquele descrito na carta da mesa. O objetivo a) 570 b) 500

21
DECIMAIS

c) 450 d) 187 e) 150 QUESTÃO 07 (ENEM 2016) - Uma pessoa co-


mercializa picolés. No segundo dia de certo even-
QUESTÃO 04 (ENEM 2015) - Um pesquisador, to ela comprou 4 caixas de picolés, pagando R$
ao explorar uma fl oresta, fotografou uma caneta 16,00 a caixa com 20 picolés para revendê-los
de 16,8 cm de comprimento ao lado de uma pega- no evento. No dia anterior, ela havia comprado a
da. O comprimento da caneta (c), a largura (L) e o mesma quantidade de picolés, pagando a mesma
comprimento (C) da pegada, na fotografi a, estão quantia, e obtendo um lucro de R$ 40,00 (obtido
indicados no esquema. exclusivamente pela diferença entre o valor de
venda e o de compra dos picolés) com a venda
de todos os picolés que possuía. Pesquisando o
perfi l do público que estará presente no evento,
a pessoa avalia que será possível obter um lucro
20% maior do que o obtido com a venda no pri-
meiro dia do evento. Para atingir seu objetivo, e
supondo que todos os picolés disponíveis foram
vendidos no segundo dia, o valor de venda de
cada picolé, no segundo dia, deve ser:
a) R$ 0,96 b) R$ 1,00
c) R$ 1,40 d) R$ 1,50 e) R$ 1,56
A largura e o comprimento reais da pegada, em
QUESTÃO 08 (ENEM 2016) - De forma geral, os
cm, são, respectivamente, iguais a:
pneus radiais trazem em sua lateral uma marca-
a) 4,9 e 7,6 b) 8,6 e 9,8
ção do tipo abc/deRfg, como 185/65R15. Essa
c) 14,2 e 15,4 d) 26,4 e 40,8
marcação identifi ca as medidas do pneu da se-
e) 27,5 e 42,5
guinte forma:
• abc é a medida da largura do pneu, em milí-
QUESTÃO 05 (ENEM PPL 2013) - Um carpinteiro
metro;
fabrica portas retangulares maciças, feitas de um
• de é igual ao produto de 100 pela razão entre
mesmo material. Por ter recebido de seus clientes
a medida da altura (em milímetro) e a medi-
pedidos de portas mais altas, aumentou sua altura
da da largura do pneu (em milímetro);
em 1/8, preservando suas espessuras. A fi m de
• R signifi ca radial;
manter o custo com o material de cada porta, pre-
• fg é a medida do diâmetro interno do pneu,
cisou reduzir a largura. A razão entre a largura da
em polegada.
nova porta e a largura da porta anterior é:
A fi gura ilustra as variáveis relacionadas com es-
a) 1/8 b) 7/8
ses dados.
c) 8/7 d) 8/9 e) 9/8

QUESTÃO 06 (ENEM 2014 3ª Aplicação) - O


gelo marinho no Ártico está em sua segunda me-
nor extensão já registrada: 5,56 milhões de km2.
Essa medida foi feita com o auxílio de satélites
no dia 14 de agosto de 2011 e é apenas 220 000
km2 maior do que a baixa recorde de 2007.
ANGELO, C. Volume de gelo no Ártico nunca foi tão baixo.
De acordo com esses dados, a menor extensão
territorial do gelo marinho registrado no Ártico em
2007, em metros quadrados, foi: O proprietário de um veículo precisa trocar
a) 214,44 x 103 b) 5,34 x 106 os pneus de seu carro e, ao chegar a uma
c) 5,34 x 109 d) 5,34 x 1012 loja, é informado por um vendedor que há
e) 214,44 x 1012 somente pneus com os seguintes códigos:

22
DECIMAIS

175/65R15, 175/75R15, 175/80R15, 185/60R15 QUESTÃO 11 - Após algumas pesquisas de


e 205/55R15. Analisando, juntamente com o preço para a aquisição de eletrodomésticos
vendedor, as opções de pneus disponíveis, con- para seu apartamento novo, Ana percebeu que,
cluem que o pneu mais adequado para seu ve- além do preço, seria necessário observar as
ículo é o que tem a menor altura. Desta forma, dimensões dos produtos, visto que alguns deles
o proprietário do veículo deverá comprar o pneu poderiam não caber nos espaços destinados. A
Com a marcação: seguir, destacamos uma planta simplifi cada da
a) 205/55R15 b) 175/65R15 cozinha e dos espaços reservados para alguns
c) 175/75R15 d) 175/80R15 dos eletros, onde nenhum dos objetos poderá
e) 185/60R15 ultrapassar a profundidade da pia.

QUESTÃO 09 (ENEM 2013 2ª Aplicação) - A


cotação de uma moeda em relação a uma se-
gunda moeda é o valor que custa para comprar
uma unidade da primeira moeda, utilizando a
segunda moeda. Por exemplo, se a cotação do
dólar é 1,6 real, isso signifi ca que para comprar
1 dólar é necessário 1,6 real. Suponha que a
cotação do dólar, em reais, seja de 1,6 real, a
do euro, em reais, seja de 2,4 reais e a cotação
da libra, em euros, seja de 1,1 euro. Qual é a Abaixo, foram relacionados cinco modelos de
cotação da libra, em dólares? geladeiras e suas respectivas dimensões, lar-
a) 4,224 dólares b) 2,64 dólares gura x profundidade, em metros. Levando em
c) 1,65 dólar d) 1,50 dólar consideração apenas as dimensões, a geladei-
e) 1,36 dólar ra que deverá ser escolhida por Ana é a:
a) A, com 1,10 m x 0,732 m
QUESTÃO 10 - Longboard é a categoria do sur- b) B, com 1,00 m x 0,80 m
fe com as maiores pranchas. Até a década de c) C, com 1,03 m x 0,738 m
70 era o surf mais praticado no mundo, hoje per- d) D, com 1,53 m x 0,745 m
deu espaço para as pranchinhas, mais rápidas e) E, com 0,742 m x 1,04 m
e manobráveis. Um dos tipos de prancha para a
prática de Longboard é a “LONGBOARD CLAS- QUESTÃO 12 (ENEM 2013 2ª Aplicação) - O
SIC”, cujo tamanho varia de 9’ 5” a 9’ 9”, muita dono de uma empresa produtora de água mi-
área de meio, bordas arredondadas e bico largo neral explora uma fonte de onde extrai 20 000
é, para um surf mais clássico, a prancha torna- litros diários, os quais são armazenados em um
-se mais estável e com muita fl utuação. Esse reservatório com volume interno de 30 m3, para
modelo é ideal para ondas mais fracas e meno- serem colocados, ao fi nal do dia, em garrafas
res, de meio a um metro. Observando a tabe- plásticas. Para aumentar a produção, o empre-
la de conversão abaixo, é possível afi rmar que sário decide explorar também uma fonte vizinha,
o tamanho de uma “LONGBOARD CLASSIC” de onde passa a extrair outros 25 000 litros. O
pode variar, em metros, aproximadamente de: reservatório que se encontra em uso possui
uma capacidade ociosa que deve ser aprovei-
Unidade Símbolo Equivalência Em cm
tada. Avaliando a capacidade do reservatório
Polegada (inch) ” 2,54 cm
existente e o novo volume de água extraído,
Pé (foot) ’ 12’’ 30,48 cm
Jarda (yard) Yd 3’ 91,4 cm
qual o volume interno mínimo de um novo re-
servatório que o empresário deve adquirir?
a) 2,59 m a 2,69 m b) 2,67 m a 2,77 m a) 15,0m3 b) 25,0m3
c) 2,75 m a 2,85 m d) 2,83 m a 2,93 m c) 37,5m3 d) 45,0m3 e) 57,5m3
e) 2,87 m a 2,97 m

23
DECIMAIS

QUESTÃO 13 (ENEM 2014) - A Companhia de • Marca C: 5 g de fi bras a cada 100 g de pão;


Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo tes- • Marca D: 6 g de fi bras a cada 90 g de pão;
tou em 2013 novos radares que permitem o cál- • Marca E: 7 g de fi bras a cada 70 g de pão.
culo da velocidade média desenvolvida por um Recomenda-se a ingestão do pão que possui a
veículo em um trecho da via. maior concentração de fi bras.
Disponível em: www.blog.saude.gov.br. em: 25 fev. 2013.
A marca a ser escolhida é:
a) A b) B
c) C d) D e) E

QUESTÃO 15 (ENEM 2016) - A London Eye é


uma enorme roda-gigante na capital inglesa. Por
ser um dos monumentos construídos para cele-
brar a entrada do terceiro milênio, ela também
é conhecida como Roda do Milênio. Um turista
brasileiro, em visita à Inglaterra, perguntou a um
londrino o diâmetro (destacado na imagem) da
Roda do Milênio e ele respondeu que ele tem
443 pés.
As medições de velocidade deixariam de ocor-
rer de maneira instantânea, ao passar pelo ra-
dar, e seriam feitas a partir da velocidade média
no trecho, considerando o tempo gasto no per-
curso entre um radar e outro. O teste realizado
mostrou que o tempo que permite uma condu-
ção segura de deslocamento no percurso entre
os dois radares deveria ser de, no mínimo, 1
minuto e 24 segundos. Com isso, a CET precisa
instalar uma placa antes do primeiro radar in-
formando a velocidade média máxima permitida
nesse trecho da via. O valor exibido na placa
deve ser o maior possível, entre os que aten- Disponível em: www.mapadelondres.org. Acesso em 14 maio
2015 (adaptado).
dem às condições de condução segura obse-
Não habituado com a unidade pé, e querendo
vadas.
satisfazer sua curiosidade, esse turista consul-
Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 11 jan. 2014
(adaptado) tou um manual de unidades de medidas e cons-
A placa de sinalização que informa a velocidade tatou que 1 pé equivale a 12 polegadas, e que 1
que atende a essas condições é: polegada equivale a 2,54 cm. Após alguns cál-
culos de conversão, o turista fi cou surpreendido
a): 25 km/h
b) 69
km/h
com o resultado obtido em metros. Qual a medi-
da que mais se aproxima do diâmetro da Roda
c) 90 d) 102 c) 110 do Milênio, em metro?
km/h km/h km/h
a) 53 b) 94
c) 113 d) 135 e) 145
QUESTÃO 14 (ENEM 2016) - Cinco marcas de
pão integral apresentam as seguintes concen- GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
trações de fi bras (massa de fi bra por massa de 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
pão): E C B D D D C E C E
• Marca A: 2 g de fi bras a cada 50 g de pão; 11 12 13 14 15
• Marca B: 5 g de fi bras a cada 40 g de pão; C A C B D

24
EQUAÇÕES

CURSO BÁSICO DE MATEMÁTICA Exemplo de problema envolvendo a utiliza-


ASSUNTO: Equação de Primeiro Grau ção de equação do primeiro grau
É possível defi nir uma equação de pri-  O perímetro de um terreno retangular é de
meiro grau como uma equação na qual a po- 200m. O terreno tem de largura 28m a menos
tência da incógnita ou das incógnitas é de grau que o seu comprimento. Qual é a área deste
um. A representação geral de uma equação de terreno?
primeiro grau é: Chamemos de x o comprimento do terreno, en-
ax + b = 0, sendo que: a,b ∈ R e a ≠ 0 tão x - 28 será a medida da sua largura. Sabe-
Lembrando que o coefi ciente que está na equa- mos que o perímetro de uma fi gura retangular
ção é o coeficiente angular e o coefi ciente b da é igual ao dobro da soma do seu comprimento
equação é o coeficiente linear. De maneira com a sua largura. Matematicamente temos:
respectiva, seus valores representam a tangen- 2 . (x + x - 28) = 200
te do ângulo de inclinação e o ponto numérico Resolvendo a equação temos:
no qual a reta passa pelo eixo das ordenadas, 2 . (x + x - 28) - 200 = 0  2x + 2x - 56 - 200 = 0  4x - 256 = 0 
o eixo y. 256
 4x = 256  x = 4  x = 64
Para encontrar o valor da incógnita, valor da
raiz, de uma equação de primeiro grau é ne- Então já temos que o comprimento do terreno é
cessário que se isole o x, dessa maneira: de 64m. Como de largura ele tem 28 metros a
ax + b = 0 menos que isto, então ele tem 36m de largura.
ax = – b Como sabemos, a área do terreno será obtida
x = – b / a multiplicando-se a medida do seu comprimento,
Então, de uma forma geral, o conjunto solução pela medida da sua largura, portanto:
(conjunto verdade) de uma equação de primeiro A área deste terreno é de 2304m².
grau sempre será representado por: S = {-b/a}
Equações do 1° grau podem possuir mais de Sistemas de equações:
uma incógnita. Como exemplo, temos as equa- Exemplo 1: Em sua rua, André observou que
ções do 1° grau com duas incógnitas, que são havia 20 veículos estacionados, dentre motos e
quaisquer equações que podem ser reduzidas a carros. Ao abaixar-se, ele conseguiu visualizar
uma equação equivalente da forma ax + by = c, 54 rodas. Qual é a quantidade de motos esta-
com a ≠ 0 e b ≠ 0. Neste caso, além de a e b, cionados na rua de André?
temos também c como coefi cientes da equa- a) 07 b) 10
ção. Utilizamos equações do 1° grau com uma c) 13 d)17 e) 18
incógnita na resolução de problemas tal qual o
seguinte: “Se eu tivesse o dobro da quantia que Resposta - Se identifi carmos a quantidade de
eu possuo, com mais dez reais eu poderia com- motos com a incógnita m e a quantidade de car-
prar um certo livro que custa cem reais. Quantos ros com a incógnita c, podemos afi rmar que a
reais eu possuo?” Inicialmente, iremos expressar equação m + c = 20 é válida. Sabendo que cada
este mesmo problema em linguagem matemá- moto possui 2 rodas e cada carro, 4, podemos
tica. Para isto vamos chamar a quantia que eu montar ainda outra equação: 2 · m + 4 · c = 54.
possuo atualmente de x. Este é o valor procura- Organizando-as em um sistema de equações,
do. Ao referir-me ao dobro da quantia, matema- teremos:
ticamente estou me referindo a 2x, ou seja, ao
dobro de x. O dobro da quantia mais dez reais
será expresso matematicamente como 2x + 10. Para resolver esse sistema através do método
Finalmente, devemos expressar que o dobro da da substituição, isolaremos m na primeira equa-
quantia mais dez é igual a cem, logo a expressão ção, substituindo-o na segunda:
inteira será: 2x + 10 = 100. m + c = 20
Basicamente, substituímos o texto em português m = 20 – c
pelos seus respectivos operadores matemáticos. 2 · m + 4 · c = 54

25
EQUAÇÕES

2 · (20 – c) + 4 · c = 54 EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


40 – 2 · c + 4 · c = 54 QUESTÃO 01 (ENEM 2014) - Uma pessoa com-
– 2 · c + 4 · c = 54 – 40 pra semanalmente, numa mesma loja, sempre
2 · c = 14 a mesma quantidade de um produto que custa
c = 14 R$ 10,00 a unidade. Como já sabe quanto deve
2 gastar, leva sempre R$ 6,00 a mais do que a
c=7 quantia necessária para comprar tal quantida-
Substituindo c = 7 em m = 20 – c, teremos: de, para o caso de eventuais despesas extras.
m = 20 – c Entretanto, um dia, ao chegar à loja, foi informa-
m = 20 – 7 da de que o preço daquele produto havia au-
m = 13 mentado 20%. Devido a esse reajuste, concluiu
Portanto, há treze motos e sete carros esta- que o dinheiro levado era a quantia exata para
cionados na rua de André. comprar duas unidades a menos em relação à
Exemplo 2 (Fuvest): Um supermercado ad- quantidade habitualmente comprada. A quantia
quiriu detergentes nos aromas limão e coco. A que essa pessoa levava semanalmente para fa-
compra foi entregue, embalada em 10 caixas, zer compra era:
com 24 frascos em cada caixa. Sabendo-se que a) R$ 166,00 b) R$ 156,00
cada caixa continha 2 frascos de detergentes a c) R$ 84,00 d) R$ 46,00 e) R$ 24,00
mais no aroma limão do que no aroma coco, o
número de frascos entregues, no aroma limão, QUESTÃO 02 (ENEM 2012) - As curvas de ofer-
foi: ta e de demanda de um produto representam,
a) 110 b) 120 respectivamente, as quantidades que vendedo-
c) 130 d) 140 e) 150 res e consumidores estão dispostos a comercia-
lizar em função do preço do produto. Em alguns
Resposta: - De acordo com o enunciado, as casos, essas curvas podem ser representadas
caixas contêm detergentes no aroma limão e no por retas. Suponha que as quantidades de ofer-
aroma coco. Representaremos suas quantida- ta e de demanda de um produto sejam, respec-
des com as variáveis L e C, respectivamente. tivamente, representadas pelas equações:
Nós sabemos que, somando as quantidades dos
dois aromas em uma caixa, teremos um total de QO = –20 + 4P
24 detergentes, isto é, L + C = 24. Sabemos QD = 46 – 2P
ainda que cada caixa contém dois detergentes
de limão a mais do que de coco, logo, L = C + 2. em que QO é quantidade de oferta, QD é a quan-
Reorganizando essa equação, teremos: L – C tidade de demanda e P é o preço do produto. A
= 2. Com as equações identifi cadas, podemos partir dessas equações, de oferta e de deman-
montar um sistema que resolveremos pelo mé- da, os economistas encontram o preço de equi-
todo da adição: líbrio de mercado, ou seja, quando QO e QD se
igualam.
Para a situação descrita, qual o valor do preço
2 · L + 0 · C = 26 de equilíbrio?
2 · L = 26 a) 5 b) 11
L = 26 c) 13 d) 23 e) 33
2
L = 13 QUESTÃO 03 (ENEM 2014) - A Figura 1 repre-
Cada caixa continha 13 frascos de detergente senta uma gravura retangular com 8 m de com-
aroma limão. Mas como foram estregues 10 cai- primento e 6 m de altura.
xas com essa mesma quantidade (13 · 10 = 130), o
supermercado adquiriu 130 frascos de detergen-
te aroma limão. A resposta correta é a letra c.

26
EQUAÇÕES

tos de reta, unidos em um ponto P, cuja abscis-


sa tem valor igual a 90, como ilustrado na fi gura.
No eixo horizontal do gráfi co tem-se o percen-
tual de funcionários, ordenados de forma cres-
cente pelos valores de seus salários, e no eixo
vertical tem-se o percentual do total da massa
salarial de todos os funcionários.

Figura 1 - Deseja-se reproduzi-la numa folha de


papel retangular com 42 cm de comprimento e
30 cm de altura, deixando livres 3 cm em cada
margem, conforme a Figura 2

O Índice de Gini, que mede o grau de concen-


tração de renda de um determinado grupo,
pode ser calculado pela razão A em que A e
A + B ,
B são as medidas das áreas indicadas no gráfi -
co. A empresa tem como meta tornar seu Índice
de Gini igual ao do país, que é 0,3. Para tanto,
precisa ajustar os salários de modo a alterar o
percentual que representa a parcela recebida
pelos 10% dos funcionários de maior salário em
relação ao total da massa salarial.
Disponível: www.ipea.gov.br. Acesso em: 4 maio 2016 (adaptado).
Para atingir a meta desejada, o percentual deve
Figura 2 - A reprodução da gravura deve ocu- ser:
par o máximo possível da região disponível, a) 40% b) 20%
mantendo-se as proporções da Figura 1. c) 60% d) 30% e) 70%
PRADO, A. C. Superinteressante, ed. 301, fev. 2012 (adaptado).

A escala da gravura reproduzida na folha de pa- QUESTÃO 05 (ENEM 2016) - Um senhor, pai
pel é: de dois fi lhos, deseja comprar dois terrenos,
a) 1 : 3 b) 1 : 4 com áreas de mesma medida, um para cada
c) 1 : 20 d) 1 : 25 e) 1 : 32 fi lho. Um dos terrenos visitados já está demar-
cado e, embora não tenha um formato conven-
QUESTÃO 04) (ENEM 2016) - A distribuição de cional (como se observa na Figura B), agradou
salários pagos em uma empresa pode ser ana- ao fi lho mais velho e, por isso, foi comprado. O
lisada destacando-se a parcela do total da mas- fi lho mais novo possui um projeto arquitetôni-
sa salarial que é paga aos 10% que recebem os co de uma casa que quer construir, mas, para
maiores salários. Isso pode ser representado na isso, precisa de um terreno na forma retangular
forma de um gráfi co formado por dois segmen- (como mostrado na Figura A) cujo comprimento
seja 7 m maior do que a largura.

27
EQUAÇÕES

tes com meia- entrada para que o proprietário


tenha a sala cheia e o mesmo faturamento da
seção anterior?
a) 80 b) 50
c) 40 d) 20

QUESTÃO 03 (ENEM 2015) - O HPV é uma


doença sexualmente transmissível. Uma vacina
Para satisfazer o fi lho mais novo, esse senhor
com efi cácia de 98% foi criada com o objetivo
precisa encontrar um terreno retangular cujas
de prevenir a infecção por HPV e, dessa forma,
medidas, em metro, da largura e do comprimen-
reduzir o número de pessoas que venham a de-
to sejam iguais, respectivamente, a:
senvolver câncer de colo de útero. Uma cam-
a) 7,5 e 14,5 b) 9,0 e 16,0
panha de vacinação foi lançada em 2014 pelo
c) 9,3 e 16,3 d) 10,0 e 17,0
SUS, para um público-alvo de meninas de 11 a
e) 13,5 e 20,5
13 anos de idade. Considera-se que, em uma
população não vacinada, o HPV acomete 50%
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
desse público ao longo de suas vidas. Em certo
QUESTÃO 01 (ENEM 2016) - O setor de recur-
município, a equipe coordenadora da campa-
sos humanos de uma empresa pretende fazer
nha decidiu vacinar meninas entre 11 e 13 anos
contratações para adequar-se ao artigo 93 da
de idade em quantidade sufi ciente para que a
Lei nº 8.213/91, que dispõe: Art. 93. A empresa
probabilidade de uma menina nessa faixa etá-
com 100 (cem) ou mais empregados está obri-
ria, escolhida ao acaso, vir a desenvolver essa
gada a preencher de 2% (dois por cento) a 5%
doença seja, no máximo, de 5,9%. Houve cinco
(cinco por cento) dos seus cargos com benefi -
propostas de cobertura, de modo a atingir essa
ciários reabilitados ou pessoas com defi ciência,
meta:
habilitadas, na seguinte proporção:
Proposta I: vacinação de 90% do público-alvo.
I. até 200 empregados.................... 2%;
Proposta II: vacinação de 55,8% do público-alvo.
II. de 201 a 500 empregados............... 3%;
Proposta III: vacinação de 88,2% do público-alvo.
III. de 501 a 1 000 empregados............ 4%;
Proposta IV: vacinação de 49% do público-alvo.
IV. de 1 001 em diante................... 5%.
Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 3 fev. 2015
Proposta V: vacinação de 95,9% do público-alvo.
Para diminuir os custos, a proposta escolhida
Constatou-se que a empresa possui 1 200 fun- deveria ser também aquela que vacinasse a
cionários, dos quais 10 são reabilitados ou com menor quantidade possível de pessoas.
defi ciência, habilitados. Para adequar-se à refe- Disponível: www.virushpv.com.br. Acesso: 30 ago. 2014 (adaptado).
rida lei, a empresa contratará apenas emprega- A proposta implementada foi a de número:
dos que atendem ao perfi l indicado no artigo 93. a) I b) II
O número mínimo de empregados reabilitados c) III d) IV e) V
ou com defi ciência, habilitados, que deverá ser
contratado pela empresa é: QUESTÃO 04 (ENEM 2015) - A expressão
a) 74 b) 70 "Fórmula de Young" é utilizada para calcular a
c) 64 d) 60 e) 53 dose infantil de um medicamento, dada a dose
do adulto:
QUESTÃO 02 (UEG 2012) - Em uma sala de idade da criança (em anos)
. dose do adulto
cinema com 100 lugares, o valor do ingresso in-
dose de criança =
idade da criança (em anos) + 12
teira custa R$ 20,00, enquanto o valor da meia- Uma enfermeira deve administrar um medi-
-entrada custa 50% da inteira. Em uma seção, camento X a uma criança inconsciente, cuja
em que foram vendidos 80 meias e 20 inteiras, dosagem de adulto é de 60 mg. A enfermeira
o faturamento foi de R$ 1.200,00. Se o proprie- não consegue descobrir onde está registrada a
tário da sala der um desconto de 20% no valor idade da criança no prontuário, mas identifi ca
da entrada, qual deve ser o número de pagan-

28
EQUAÇÕES

que, algumas horas antes, foi administrada a permaneça acesa seja igual a 2 do tempo em
ela uma dose de 14 mg de um medicamento Y, 3
cuja dosagem de adulto é 42 mg. Sabe-se que que a luz vermelha fi que acesa. A luz verde fi ca
a dose da medicação Y administrada à crian- acesa, em cada ciclo, durante X segundos e
ça estava correta. Então, a enfermeira deverá cada ciclo dura Y segundos. Qual é a expressão
ministrar uma dosagem do medicamento X, em que representa a relação entre X e Y?
miligramas, igual a: a) 5X – 3Y + 15 = 0 b) 5X – 2Y + 10 = 0
a) 15 b) 20 c) 3X – 3Y + 15 = 0 d) 3X – 2Y + 15 = 0
c) 30 d) 36 e) 40 e) 3X – 2Y + 10 = 0

QUESTÃO 05 (ENEM 2014) - Conforme regu- QUESTÃO 08 (UFPB 2011) - Um produtor de


lamento da Agência Nacional de Aviação Civil soja deseja transportar a produção da sua pro-
(Anac), o passageiro que embarcar em voo do- priedade até um armazém distante 2.225km.
méstico poderá transportar bagagem de mão, Sabe-se que 2.000km devem ser percorridos
contudo a soma das dimensões da bagagem por via marítima, 20 km por via férrea, e 25km
(altura + comprimento + largura) não pode ser por via rodoviária. Ao fazer um levantamento
superior a 115 cm. A fi gura mostra a planifi ca- dos custos, o produtor constatou que, utilizan-
ção de uma caixa que tem a forma de um para- do transporte ferroviário, o custo por quilômetro
lelepípedo retângulo. percorrido é:
• 100 reais mais caro do que utilizando trans-
porte marítimo.
• A metade do custo utilizando transporte ro-
doviário.
Com base nessas informações e sabendo que o
custo total para o produtor transportar toda sua
produção será de 700.000 reais, é correto afi r-
mar que o custo, em reais, por quilômetro per-
corrido, no transporte marítimo é de:
a) 200,00 b) 250,00
c) 300,00 d) 350,00 e) 400,00
O maior valor possível para x, em centímetros,
para que a caixa permaneça dentro dos padrões
QUESTÃO 09 (ENEM 2013) - O dono de um
permitidos pela Anac é:
sítio pretende colocar uma haste de sustenta-
a) 25 b) 33
ção para melhor fi rmar dois postes de compri-
c) 42 d) 45 e) 49
mentos iguais a 6m e 4m. A fi gura representa
a situação real na qual os postes são descritos
QUESTÃO 06 - Um professor aplica 50 testes a
pelos segmentos AC e BD e a haste é represen-
seus alunos. Cada aluno ganhou 4 pontos para
tada pelo segmento EF, todos perpendiculares
cada resposta certa e perdeu 1 ponto para cada
ao solo, que é indicado pelo segmento de reta
resposta errada. Se Anna fez 130 pontos, quan-
AB. Os segmentos AD e BC representam cabos
tas perguntas ela acertou?
de aço que serão instalados.
a) 14 b) 36
c) 26 d) 50 e) 54

QUESTÃO 12 (ENEM 2013) - Na aferição de


um novo semáforo, os tempos são ajustados de
modo que, em cada ciclo completo (verde-ama-
relo-vermelho), a luz amarela permaneça acesa
por 5 segundos, e o tempo em que a luz verde Qual deve ser o valor do comprimento da haste
EF?

29
EQUAÇÕES

a) 1 m b) 2 m
c) 2,4 m d) 3 m e) 2√6 m

QUESTÃO 10 - (UFJF 2011) - Para um show


de um artista, foram vendidos ingressos para
pista e camarote. Os ingressos foram vendidos
antes do dia do show e no dia do show, sendo
que os preços dos ingressos vendidos antes do
dia do show tiveram 50% de desconto. Antes
do dia do show, foram vendidos 300 ingressos
para pista e 200 para camarote, arrecadando-
-se um total de R$ 22.000,00. No dia do show,
foram vendidos 100 ingressos para pista e 200
para camarote, arrecadando-se um total de R$
28.000,00 Qual foi o preço do ingresso, para a
pista, vendido antes do dia do show?
a) R$ 40,00 b) R$ 55,00
c) R$ 67,00 d) R$ 70,00
e) R$ 82,00

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05
B B D A B

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E B A B E B B C C A

30
GRÁFICOS DE FUNÇÕES

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM elementos com comprimento maior ou igual a x


QUESTÃO 01 - Os gráfi cos I, II e III, a seguir, es- cm seja dado, aproximadamente, pela expres-
boçados em uma mesma escala, ilustram mode- n=
5000
2
los teóricos que descrevem a população de três são x + 1 .
espécies de pássaros ao longo do tempo. Pode-se concluir que o número aproximado de
alevinos com comprimento entre 3 cm e 7 cm é
igual a:
a) 600 b) 500
c) 400 d) 200 e) 100

QUESTÃO 04 - Grande parte da arrecadação


da Coroa Portuguesa, no século XVIII, provinha
Sabe-se que a população da espécie A aumen- de Minas Gerais devido à cobrança do quinto,
ta 20% ao ano, que a população da espécie B do dízimo e das entradas (Revista de História
aumenta 100 pássaros ao ano e que a popula- da Biblioteca Nacional). Desses impostos, o
ção da espécie C permanece estável ao longo dízimo incidia sobre o valor de todos os bens
dos anos. Assim, a evolução das populações de um indivíduo, com uma taxa de 10% desse
das espécies A, B e C, ao longo do tempo, cor- valor. E as entradas incidiam sobre o peso das
respondem, respectivamente, aos gráfi cos: mercadorias (secos e molhados, entre outros)
a) I, III e II b) II, I e III que entravam em Minas Gerais, com uma taxa
c) II, III e I d) III, I e II e) III, II e I de, aproximadamente, 1,125 contos de réis por
arroba de peso. O gráfi co a seguir mostra o ren-
QUESTÃO 02 - Ambientalistas, após estudos dimento das entradas e do dízimo, na capitania,
sobre o impacto que possa vir a ser causado à durante o século XVIII.
população de certa espécie de pássaros pela
construção de um grande conjunto de edifícios
residenciais próximo ao sopé da Serra do Japi,
em Jundiaí, SP, concluíram que a quantidade
de tais pássaros, naquela região, em função do
tempo, pode ser expressa, aproximadamente,
pela função:
P0
P(t) = ,
4 − 3 ⋅ (2− t )
onde t representa o tempo, em anos, e P0 a po-
pulação de pássaros na data de início da cons-
trução do conjunto. Baseado nessas informa-
ções, pode-se afi rmar que:
Com base nessas informações, em 1760, na
a) após 1 ano do início da construção do con-
capitania de Minas Gerais, o total de arrobas
junto, P(t) estará reduzida a 30% de P0.
de mercadorias, sobre as quais foram cobradas
b) após 1 ano do início da construção do con-
entradas, foi de aproximadamente:
junto, P(t) será reduzida de 30% de P0.
a) 1 000 b) 60 000
c) após 2 anos do início da construção do
c) 80 000 d) 100 000 e) 750 000
conjunto, P(t) estará reduzida a 40% de P0.
d) após 2 anos do início da construção do
QUESTÃO 05 - Num certo país, o imposto de
conjunto, P(t) será reduzida de 40% de P0.
renda é cobrado da seguinte forma: os que têm
e) P(t) não será inferior a 25% de P0.
rendimento até 1 500 u.m (unidades monetá-
rias) são isentos: aos que possuem renda entre
QUESTÃO 03 - Numa população de 5000 ale-
1 500 u.m e 6 000 u.m, cobra-se um imposto de
vinos de tambacu, estima-se que o número de
10%; acima de 6 000 u.m, o imposto é de 20%.
31
GRÁFICOS DE FUNÇÕES

Qual dos gráfi cos melhor representa a situação


acima descrita?

c) d)

a) b)

e)

QUESTÃO 08 - O desfi brilador é um equipa-


c) d) mento utilizado em pacientes durante parada
cardiorrespiratória com objetivo de restabelecer
QUESTÃO 06 - Uma pessoa investiu em papéis ou reorganizar o ritmo cardíaco. O seu funciona-
de duas empresas no mercado de ações duran- mento consiste em aplicar uma corrente elétrica
te 12 meses. O valor das ações da empresa A intensa na parede torácica do paciente em um
variou de acordo com a função A(t) = t + 10, e o intervalo de tempo da ordem de milissegundos.
valor das ações da empresa B obedeceu à fun- O gráfi co seguinte representa, de forma gené-
ção B(t) = t² – 4t + 10. Nessas duas funções, o rica, o comportamento da corrente aplicada no
tempo t é medido em meses, sendo t = 0 o mo- peito dos pacientes em função do tempo.
mento da compra das ações. Com base nessas
informações, é correto afi rmar que as ações das
empresas A e B têm valores iguais:
a) após 5 meses da compra, quando valem
R$ 15,00
b) após 8 meses da compra, quando valem
R$ 18,00
c) após 10 meses da compra, quando valem
R$ 20,00
d) após 12 meses da compra, quando valem
R$ 22,00
De acordo com o gráfi co, a contar do instante
QUESTÃO 07 - Muitas vezes o objetivo de um em que se inicia o pulso elétrico, a corrente elé-
remédio é aumentar a quantidade de uma ou trica inverte o seu sentido após
mais substâncias já existentes no corpo do indi- a) 0,1 ms b) 1,4 ms
víduo para melhorar as defesas do organismo. c) 3,9 ms d) 5,2 ms e) 7,2 ms
Depois de alcançar o objetivo, essa quantida-
de deve voltar ao normal. Se uma determinada QUESTÃO 09 - Uma forma experimental de in-
pessoa ingere um medicamento para aumentar sulina está sendo injetada a cada 6 horas em
a concentração da substância A em seu orga- um paciente com diabetes. O organismo usa ou
nismo, a quantidade dessa substância no orga- elimina a cada 6 horas 50% da droga presen-
nismo da pessoa, em relação ao tempo, pode te no corpo. O gráfi co que melhor representa a
ser melhor representada pelo gráfi co quantidade Y da droga no organismo como fun-
ção do tempo t, em um período de 24 horas, é:

a) b)

32
GRÁFICOS DE FUNÇÕES

álcool no sangue de indivíduos de mesmo peso


que beberam três latas de cerveja cada um, em
diferentes condições: em jejum e após o jantar.
Tendo em vista que a concentração máxima de
álcool no sangue permitida pela legislação bra-
sileira para motoristas é 0,6 g/L, o indivíduo que
bebeu após o jantar e o que bebeu em jejum só
poderão dirigir após, aproximadamente:

QUESTÃO 10 - O SISTEMA VASCULAR SAN-


GUÍNEO - O sistema vascular sanguíneo com-
põe-se de vasos com diferentes calibres, que
são as artérias, as veias e os capilares. Esse
sistema transporta o sangue do coração para
os tecidos e destes de volta para o coração e
deve trabalhar de forma a minimizar a energia
despendida pelo coração no bombeamento do a) uma hora e uma hora e meia, respectiva-
sangue. Em particular, essa energia é reduzi- mente.
da quando a resistência do sangue abaixa. Tal b) três horas e meia hora, respectivamente.
situação foi experimentalmente comprovada e c) três horas e quatro horas e meia, respec-
resultou em uma das Leis de Poiseuille, que dá tivamente.
a resistência R do sangue como sendo: R = C. d) seis horas e três horas, respectivamente.
L e) seis horas, igualmente.
 4  , onde L é o comprimento do vaso sanguí-
r 
neo, r é o raio, e C é uma constante positiva de- QUESTÃO 12 - O banho de Mafalda. Na hora do
terminada pela viscosidade do sangue. A fi gura banho, Mafalda abriu a torneira da banheira de
que melhor representa o gráfi co da função R, sua casa e fi cou observando o nível da água su-
em função de r, é bir. Deixou-a encher parcialmente para não des-
perdiçar água. Fechou a torneira, entrou, lavou-
-se e saiu sem esvaziar a banheira. O gráfi co a
seguir que mais se aproxima da representação
do nível (N) da água na banheira em função do
tempo (t) é:

QUESTÃO 11 - Após a ingestão de bebidas al-


coólicas, o metabolismo do álcool e sua presen-
ça no sangue dependem de fatores como peso
corporal, condições e tempo após a ingestão. O
gráfi co mostra a variação da concentração de
33
GRÁFICOS DE FUNÇÕES

QUESTÃO 13 - Na observação de um processo a pagar, cada conta mostra como calculá-lo, em


de síntese de uma proteína por um microorga- função do consumo de água (em m³) e de ele-
nismo, verifi cou-se que a quantidade de prote- tricidade (em kWh). Observe que, na conta de
ína sintetizada varia com o tempo t através da luz, o valor a pagar é igual ao consumo multipli-
seguinte função: Q (t) = a + bt - ct², onde a, b e cado por um certo fator. Já na conta de água,
c são constantes positivas e o tempo t é medido existe uma tarifa mínima e diferentes faixas de
em minutos. Assinale a alternativa na qual cons- tarifação.
ta o gráfi co cartesiano que melhor representa o
fenômeno bioquímico acima descrito.

QUESTÃO 15 - Dos gráfi cos a seguir, o que


melhor representa o valor da conta de água, de
QUESTÃO 14 - Observe o gráfi co, em que o acordo com o consumo, é:
segmento AB é paralelo ao eixo das abscissas. a) b)

c) d)

Esse gráfi co representa a relação entre a inges-


tão de certo composto, em mg/dia, e sua ab-
sorção pelo organismo, também em mg/dia. A e)
única afi rmativa FALSA relativa ao gráfi co é:
a) Para ingestões de até 20 mg/dia, a absor-
ção é proporcional à quantidade ingerida.
b) A razão entre a quantidade absorvida e a
quantidade ingerida é constante.
c) Para ingestões acima de 20 mg/dia, quan-
to maior a ingestão, menor a porcentagem
absorvida do composto ingerido.
d) A absorção resultante da ingestão de mais
de 20 mg/dia é igual à absorção resultante GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
da ingestão de 20mg/dia. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E E C D A A D C E A
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
11 12 13 14 15
No quadro a seguir estão as contas de luz e
C A E E B
água de uma mesma residência. Além do valor

34
CIÊNCIAS HUMANAS

35
HISTÓRIA GERAL

OCUPAÇÃO E INÍCIO DA COLONIZAÇÃO Com o conhecimento do Atlântico, o Es-


O processo da expansão marítima dos tado Português não aceita a divisão. É assinado
séculos XV e XVI orientada pela política mer- então o Tratado de Tordesilhas em 1494, am-
cantilista, buscando metais preciosos, novas pliando a distância original para 370 léguas a
rotas comerciais para fugir do monopólio das partir das Ilhas do Cabo Verde.
cidades italianas, levaram ao processo de cen- Ao reino português era importante asse-
tralização do poder político e a formação das gurar o domínio, organizando uma esquadra
monarquias nacionais. Portugal foi a pioneira na para este fi m. O fi dalgo Pedro Álvares Cabral
Europa devido à revolução de Avis que centrali- comandou a expedição que chegou em 1500.
zara o Estado português, fortalecia a burguesia Se houve ou não a intencionalidade da chega-
e organizava a nobreza em torno do rei, além da dos portugueses ao Brasil é irrelevante hoje.
da posição geográfi ca privilegiada, por não es- Muito mais importante é entender o contexto da
tar envolvida em uma guerra longa como a dos política mercantilista e expansionista do perío-
Cem Anos. Uma avançada capacidade de na- do, além de que na Europa já se falava sobre as
vegação permitiu ao Estado português iniciar o terras brasileiras. O espanhol Vicente Pizon já
processo expansionista. havia chegado a nosso litoral e levado a notícia.
O marco inicial foi a tomada de Ceuta em
1415, núcleo estratégico da expansão árabe, Período Pré-Colonial 1500-1530
sendo justifi cada inclusive em Portugal como O desinteresse português nas terras bra-
uma cruzada cristã. Mas os interesses portu- sileiras pela falta de mão de obra, prioridade
gueses foram frustrados, os assassinatos, rou- no comércio lucrativo com as Índias, além da
bos, ataques árabes foram constantes, forçan- inexistência de relatos de riquezas materiais
do Portugal a uma nova rota. na carta de Pero Vaz de Caminha, dão nome a
A aventura marítima portuguesa foi de- este período de 3 décadas.
nominada Périplo Africano, porque pretendia A economia pré-colonial centrou-se no
alcançar as Índias contornando a África. À me- pau-brasil, já conhecido do europeu pela extra-
dida que se conquistavam novas regiões, cria- ção de corantes para tingimento de tecidos e
vam-se Feitorias, obtendo lucros negociando os móveis. A extração do pau-brasil se deu através
produtos próprios da região conquistada. Inclu- do ESTANCO, monopólio real de arrendamento
sive com o já lucrativo comércio de escravos. para extração. A exploração era feita por conta
Em 1498, Vasco da Gama completa a epopeia e risco do arrendatário e a Coroa portuguesa,
portuguesa, aportando em Calicute nas Índias. sem investir nada, ainda recebia uma parcela
Enquanto isso, os espanhóis estavam dos lucros, atraindo grupos perseguidos na Eu-
envolvidos na guerra de Reconquista. Com a ropa como os Cristãos-Novos (judeus converti-
fi gura de Cristóvão Colombo e o auxílio econô- dos).
mico dos reis católicos da Espanha, Colombo Os índios cortavam e transportavam as
chega até a ilha de Guanaani na América. Mais árvores aos navios em troca de objetos de pe-
tarde o nome será dado em referência ao nave- queno valor, relação chamada de ESCAMBO.
gador Américo Vespucio. Esta atividade econômica não gerou núcleos
A descoberta de novas terras gerou a povoadores, somente algumas feitorias. Tam-
necessidade de um acordo de divisão e legi- bém foram presentes neste período expedições
timidade do Novo Mundo. A Espanha usa sua exploratórias como a de Gaspar de Lemos e
infl uência com a Igreja Católica e, através do Gonçalo Coelho, com o acréscimo da função de
Papa Alexandre VI, em 1493 é proclamada a evitar as invasões estrangeiras.
Bula INTERCOETERA, que defi niu, através de A França era a principal ameaça para
uma linha imaginária partindo das Ilhas de Cabo Portugal. Prejudicada com o Tratado de Torde-
Verde, 100 léguas em direção ao Ocidente, as silhas, o governo francês enviava tropas piratas
terras a oeste seriam da Espanha e as terras a ao litoral brasileiro. Com a ameaça de perder
leste de Portugal. o território e o comércio com as Índias entran-

36
HISTÓRIA GERAL

do em decadência, o reino português incumbiu uma política mais centralizadora.


Martim Afonso e seu irmão Pero Lopes de ex-
plorar o litoral até o Rio Prata, atacar os estran- ECONOMIA COLONIAL - CICLO DO AÇÚ-
geiros e povoar, sendo fundada a vila de São CAR
Vicente. As potências europeias sempre procu-
Foram nomeados os primeiros adminis- raram explorar regiões onde já havia riquezas
tradores, órgãos judiciários e fi scais, distribu- naturais, instalavam no local uma feitoria e se
ídas as primeiras Sesmarias e montado o pri- apropriavam dos produtos existentes. No Brasil,
meiro forte. Porém, em condições precárias, a a situação era outra, Portugal teria de adaptar
Coroa irá optar por um sistema já utilizado com sua política mercantilista. Seriam necessários
sucesso, as Capitanias Hereditárias. colonos, mudas de cana-de-açúcar, instrumen-
Portugal dividiu o Brasil em 14 capitanias tos de plantio, montagem de engenhos.
divididas em 15 lotes e entregues a 12 donatá- Isso demandava grandes investimentos,
rios. A ocupação das terras era assegurada pela mas o momento para Portugal era ruim. Parte
CARTA DE DOAÇÃO (assinada pelo rei, cedia do capital da expansão era de comerciantes ju-
ao donatário as terras, o poder administrativo e deus, porém em 1506, perseguidos pela Coroa
jurídico), e o FORAL (determinava os direitos e lusitana, transferiram-se para os Países Baixos.
deveres). No Brasil, as capitanias não tiveram A Coroa portuguesa viu-se obrigada a re-
êxito, pela falta de terras férteis, confl itos com correr aos mercadores e banqueiros holandeses
os índios, falta de interesse de donatários, e fal- para fi nanciar o açúcar. A Holanda tinha o direito
ta de recursos econômicos. Somente as capita- ao refi no e ao transporte, mesmo quando nave-
nias de Pernambuco, São Vicente e Itamaracá gavam com bandeiras portuguesas. Qual seria
prosperaram. a vantagem de Portugal nestas condições?
Diante do fracasso das capitanias e com Além de promover o povoamento, garan-
a necessidade de centralizar sua administração, tindo a posse das terras, existia o pacto colo-
Portugal cria o Governo Geral. nial: Todos os navios com destino ao Brasil que
TOMÉ DE SOUSA (1549-1553) - Estabeleceu zarpassem de Portugal e as embarcações vin-
a primeira sede colonial em Salvador. Criou o das do Brasil eram obrigadas a fazer escala na
primeiro bispado, o primeiro colégio, além dos metrópole. Assim, o governo português garantia
incentivos à agricultura e à pecuária. a cobrança e o recebimento de impostos sobre
DUARTE DA COSTA (1553-1558) - Desenten- as transações comerciais coloniais.
dimento com os jesuítas e invasão francesa e
a criação da colônia França Antártica no Rio de MONTAGEM DA PRODUÇÃO AÇUCAREIRA
Janeiro. Monocultura, latifúndio, escravidão e
MEM DE SÁ (1558-1572) - Dissolução da Con- mercado externo eram as principais caracte-
federação dos Tamoios, fundação da segunda rísticas da estrutura econômica brasileira colo-
cidade São Sebastião do Rio de Janeiro, expul- nial. A esse conjunto de características dá-se o
são dos franceses do Rio de Janeiro, as primei- nome de PLANTATION.
ras missões jesuíticas. A unidade de produção era o engenho,
Em 1621, o Brasil foi dividido em dois Es- geralmente um latifúndio. Chegava em alguns
tados: O Estado do Maranhão, mais tarde Mara- casos a abrigar 5.000 habitantes. A vida no en-
nhão e Grão-Pará, e o Estado do Brasil. A admi- genho girava em torno da casa grande, moen-
nistração colonial cabia às Câmaras municipais, da, capela e senzala.
para as quais os Homens Bons (latifundiários) Na casa grande, viviam o senhor de en-
podiam ser eleitos, além das funções de PRO- genho, seus parentes e agregados. Os negros
VEDOR-MOR, OUVIDOR-MOR e CAPITÃO- escravos habitavam uma construção miserável
-MOR. Em 1642, com a criação do Conselho chamada de senzala. Na capela, centralizava-
Ultramarino, o excesso de poder das câmaras -se a vida social e religiosa. O local onde a cana
municipais foi tomado e implantado no Brasil era moída e transformada era a moenda. Em

37
HISTÓRIA GERAL

1560, o Brasil já contava com cerca de 60 enge- as específi cas do litoral da Bahia e de Alagoas.
nhos. Como o tabaco desgastava o solo com rapidez,
A alimentação provinha das plantações, o produto era plantado em currais, onde o es-
da criação de animais, da caça e pesca reali- trume dos animais adubava constantemente a
zadas no próprio engenho. Montavam também terra.
serrarias, em que a madeira para a construção
das casas e confecção de mobiliário era prepa- ALGODÃO
rada. No século XVI, o cultivo de algodão for-
Após o corte, a cana era levada para a necia apenas matéria-prima para a confecção
moenda, era triturada e transformada em gara- de roupas para os escravos. Sua produção
pa. Conduzido para a caldeira, esse suco era centralizava-se na capitania de Itamaracá e a
cozido até engrossar, resultando no melaço. O exportação era mínima. Na segunda metade do
melaço ia para a casa de purgar, onde era colo- século XIX, porém, com a revolução industrial, a
cado ao sol para secar, em formas de barro ou procura do algodão aumentou, transformando-o
madeira, transformando-se em rapadura. Final- em importante produto de exportação.
mente, o açúcar mascavo, em forma de pães
de açúcar, era encaixotado e levado aos navios CACHAÇA
que iam para a Europa. As engenhocas, eram engenhos que pro-
duziam cachaça. Essa bebida tinha um impor-
ATIVIDADES SUBSIDIÁRIAS - PECUÁRIA tante papel na economia, pois era elemento de
O Gado, além de constituir fonte de ali- escambo no tráfi co de escravos.
mento, era indispensável como animal de tra-
ção na moenda e no transporte das caixas até DROGAS DO SERTÃO
os portos. A pecuária foi sendo empurrada gra- Cacau, baunilha, guaraná, pimenta, cra-
dativamente para o interior da colônia. A criação vo, castanha, ervas medicinais e aromáticas,
de gado deu origem a um novo tipo de latifún- representaram a base econômica para a explo-
dio, no qual o trabalho escravo não tinha de ser ração da Amazônia, destacando-se o papel dos
implantado. Nele, o vaqueiro, em geral mestiço jesuítas, utilizando a mão de obra do índio
ou índio, trabalhava em regime de parceria, re-
cebendo reses (quarteamento), em pagamento CICLO DA MINERAÇÃO
pelo seu serviço. Na segunda metade do século XVII , a
produção do açúcar brasileiro entrou em deca-
MANDIOCA dência com a concorrência da Holanda. Portu-
A mandioca, rica em amido, conhecida gal voltou a se empenhar na descoberta de ouro
dos índios brasileiros, tornou-se o alimento mais em terras brasileiras.
utilizado pelos escravos e setores populares. Tudo indicava que havia ouro na colônia,
Como os senhores de engenho priorizavam o mas no início a procura foi infrutífera, provavel-
plantio do açúcar, havia carência de mandioca, mente pelo uso de técnicas rudimentares. De-
forçando o governo português a decretar leis pois de descobertas casuais de ouro, expedi-
que obrigavam latifundiários a reservar áreas ções de bandeiras encontraram ouro em Minas
para o cultivo de mandioca e de outros gêne- Gerais.
ros alimentícios. A mandioca era transformada Com a descoberta de ouro, a vinda de portu-
em farinha de pau, para rápido consumo, ou em gueses para colônia cresceu de forma absurda.
farinha de campanha, que poderia ser armaze- Os bandeirantes começaram a se desentender
nada por até um ano. com os forasteiros, e a guerra dos Emboabas
foi decorrência desse fato.
TABACO Embora a exploração do ouro brasileiro
O tabaco era utilizado como escambo de servisse para que a Coroa portuguesa pudesse
escravos africanos. Seu cultivo era feito em áre- sobreviver fi nanceiramente, não solucionava a

38
HISTÓRIA GERAL

economia metropolitana. Embarcado no porto ção, a circulação de homens em busca de ri-


do Rio de Janeiro, o ouro passava por Portu- quezas minerais e os estritos controles metro-
gal e terminava sua viagem nos bancos ingle- politanos NÃO caracterizam, no Brasil Colônia,
ses, como pagamento das dívidas geradas pela a presença de:
fraca balança comercial e pelo Tratado de Me- a) três formas de existência social: o coloni-
thuen. zador, o colono e os colonizadores;
A extração do ouro foi realizada inicial- b) uma economia de base escravista, voltada
mente por meio da faiscagem ou garimpagem. para fora, subordinada às regras do Siste-
Ligada ao ciclo do ouro de lavagem, era feita de ma Colonial;
forma rudimentar e utilizava mão de obra livre. c) uma sociedade do tipo patriarcal, cuja cé-
Nas grandes minas, a extração chamava-se la- lula era o engenho, com características
vras e baseava-se na mão de obra escrava. predominantemente rurais;
A coroa organizou cuidadosamente o d) a presença da autoridade da Coroa Portu-
controle sobre a mineração. Criou o regimen- guesa na Colônia como elemento inibidor
to dos superintendentes, guardas-mores e ofi - de reações ao Sistema Colonial;
ciais-deputados, que vigorou todo século XVIII. e) númerosos homens livres e pobres, geral-
A descoberta de alguma jazida deveria ser co- mente índios e ex-escravos, vivendo como
municada ao superintendente das minas. Após agricultores e pequenos comerciantes.
a comunicação, um guarda-mor realizava a
divisão dos lotes de exploração denominados QUESTÃO 02 - A política colonizadora portu-
datas. Os interessados poderiam explorar livre- guesa, voltada para a obtenção de lucros do
mente as jazidas, mas fi cavam submetidos ao monopólio na esfera mercantil, tinha como prin-
quinto. cipal área de produção:
A coroa portuguesa aumentou a tributa- a) a implantação da grande lavoura tropical,
ção criando a capitação, imposto cobrado pelo de base escravista e latifundiária, caracte-
número de escravos usados pelo explorador, rizada pela diversidade de produtos culti-
e cobrado no momento da prospecção. Diante vados e presença de minifúndios e latifún-
disso, o contrabando aumentou e Portugal en- dios;
tão determinou as casas de fundição. O ouro b) o “exclusivo colonial”, que subordinava os
em pó foi proibido e tinha de ser transformado interesses da produção agrícola aos ob-
em barras e era retirado o quinto real. jetivos mercantis da Coroa e dos grandes
Mesmo com a carga tributária alta, foi de- comerciantes metropolitanos;
terminada a derrama, a cobrança de 1,5 tone- c) a agricultura de subsistência, baseada em
lada. Quando não obtida essa quantia a Coroa pequenas e médias propriedades, utilizan-
passaria a confi scar todo o ouro circulante utili- do mão de obra indígena;
zando inclusive um funcionário específi co para d) a integração agropastoril, destinada ao
essa função do dragão. abastecimento do mercado interno colo-
nial, sobretudo ao do metropolitano;
DIAMANTES e) a criação de Companhias Cooperativas
No início do século XVIII, descobriram envolvidas com a produção de tecidos e
diamantes no Brasil. Sem conhecer o valor da demais gêneros ligados ao consumo ca-
pedra, os habitantes usavam para jogos. A Co- seiro.
roa portuguesa promulgou o regimento para os
diamantes, o distrito diamantino. Criava-se uma QUESTÃO 03 - Sobre o Pacto Colonial que, na
colônia dentro da colônia, a região era cercada época mercantilista, defi niu o relacionamento
e a circulação das pessoas era proibida. entre Metrópole e Colônia e determinou a forma
de organização da sociedade colonial, assinale
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM a afi rmativa INCORRETA:
QUESTÃO 01 - A grande lavoura de exporta- Z metrópole, por isso que é mãe, deve pres-

39
HISTÓRIA GERAL

tar às colônias, suas fi lhas, todos os bons do interno que se contrapunha às fl utua-
ofícios e socorros necessários para a defe- ções do comércio internacional.
sa e segurança das suas vidas e dos seus
bens, mantendo-se em uma sossegada QUESTÃO 05 - O engenho de açúcar pode ser
posse e fruição dessas mesmas vidas e considerado como um recorte representativo
desses bens.” do mundo colonial, por conter em seu interior
b) “é, pois necessário que os interesses da as principais características da sociedade e da
Metrópole sejam ligados com os das colô- economia que se desenvolveram na colônia
nias, e que estas sejam tratadas sem riva- como, por exemplo, a(o):
lidade. Quanto os vassalos são mais ricos, a) ampla integração entre os diversos seg-
tanto o soberano é muito mais.” mentos étnicos da sociedade colonial.
c) “esta impossibilidade de subsistir qualquer b) preponderância da população escrava,
indivíduo sem alheios socorros, ou Lei Uni- principal forma de mão de obra.
versal que liga os homens entre si, tem a c) participação direta do capital comercial
política nas colônias para maior utilidade e europeu na produção colonial, através da
dependência em que devem estar da Me- propriedade dos engenhos.
trópole.” d) ausência de qualquer controle econômico
d) “para viverem em igualdade e abundân- da metrópole sobre a vida colonial.
cia... que todos fi cariam ricos, tirados da e) controle de toda a economia e dos cargos
miséria em que se achavam, extinta a dife- políticos da sociedade colonial pelos “se-
rença da cor branca, preta e parda, porque nhores de engenho”.
uns e outros seriam sem diferença chama-
dos e admitidos a todos os ministérios e QUESTÃO 06 - “Coloquemo-nos naquela Euro-
cargos.” pa anterior ao século XVI, isolada dos trópicos,
e) “numa palavra, quanto os interesses e só indireta e longinquamente acessíveis e ima-
as utilidades da pátria-mãe se enlaçarem ginemo-la, como de fato estava, privada quase
mais com os das colônias suas fi lhas, tan- inteiramente de produtos que se hoje, pela sua
to ela será mais rica e quanto ela dever
banalidade, parecem secundários, eram então
mais às colônias, tanto ela será mais feliz prezados como requintes de luxo. Tome-se o
e viverá mais segura.” caso do açúcar, que embora se cultivasse em
pequena escala na Sicília, era artigo de grande
QUESTÃO 04 - Apesar do predomínio da agro- raridade e muita procura; até nos enxovais de
manufatura açucareira na economia colonial rainhas ele chegou a fi gurar como dote precioso
brasileira, a pecuária e a extração das "drogas e altamente prezado.”
do sertão" foram fundamentais. A esse respei- (PRADO Jr., Caio. “Formação do Brasil contemporâneo”. São Paulo,
Brasiliense, 1961.)
to, podemos afi rmar que:
a) ocorreu uma grande absorção da mão de A colonização do Brasil, a partir do século XVI,
obra escrava negra, particularmente na permitiu à Coroa Portuguesa usufruir das vanta-
pecuária. gens trazidas pelas riquezas tropicais. Caracte-
b) a presença do indígena na extração das rizam a economia colonial brasileira:
“drogas do sertão” foi essencial pelo co- a) o monopólio comercial, a monocultura de
nhecimento da geografi a da região nor- exportação, o trabalho escravo e o predo-
deste. mínio das grandes propriedades rurais.
c) por serem atividades complementares, a b) o livre comércio, a indústria do vestuário,
força de trabalho não se dedicava integral- o trabalho livre e o predomínio das peque-
mente a elas. nas propriedades rurais.
d) ambas foram responsáveis pelo processo c) o liberalismo econômico, o trabalho assa-
de interiorização do Brasil colonial. lariado, a monocultura canavieira e o pre-
e) possibilitaram o surgimento de um merca- domínio das grandes propriedades rurais.
d) o exclusivo colonial, o trabalho escravo, a
40
HISTÓRIA GERAL

exportação de ferro e aço e o predomínio QUESTÃO 08 - Leia o documento a seguir.


das pequenas propriedades rurais. CARTA DE DUARTE COELHO AO REI DE
e) o monopólio comercial, o trabalho assala- PORTUGAL, DOM JOÃO III, (Olinda, 27 de
riado, a produção para o mercado interno abril de 1542.)
e o predomínio das grandes propriedades “Senhor: Pelo Capitão dos navios que daqui
rurais. mandei o mês de setembro passado, dei conta
a Vossa Alteza de minha viagem e chegada a
QUESTÃO 07 - A COLÔNIA BRASILEIRA - esta Nova Lusitânia e do que aqui era passado.
ECONOMIA E DIVERSIDADE, POSSE DE Depois meti-me, Senhor, a dar ordem ao sos-
ESCRAVOS DE ACORDO COM A ATIVIDADE sego e paz da terra, com dádivas a uns e apa-
PRODUTIVA CAPITANIA DA PARAÍBA DO ziguando a outros, porque tudo é necessário.
SUL - ANO DE 1785 E assim dei ordem a se fazerem engenhos de
açúcares que de lá trouxe contratados, fazendo
tudo quanto me requereram e dando tudo o que
me pediram, sem olhar a proveito nem interesse
algum meu, mas a obra ir avante, como desejo.
Temos grande soma de canas plantadas, todo
o povo, com todo trabalho que foi possível, e
dando a todos a ajuda que a mim foi possível,
e cedo acabaremos um engenho muito grande
e perfeito, e ando ordenando a começar outros.
(...). Quanto, Senhor, às coisas do ouro, nunca
deixo de inquirir e procurar sobre elas, e cada
dia se esquentam mais as novas; mas, como
Adaptado de REIS, Manoel Martins do Couto. Descrição Geográ- sejam longe daqui pelo meu sertão adentro, e
fica, política e cronológica do distrito de Campos do Goitacazes.
Campos de Goitacazes, arquivo (particular) de Arthur Soffrati,
se há de passar por três nações de muito per-
1785. (Manuscrito) versa e bestial gente, e todas contrárias uma
O quadro acima permite compreender a utiliza- das outras, há de realizar-se esta jornada com
ção da mão de obra escrava na atividade agro- muito perigo e trabalho, para a qual me parece,
pecuária no Brasil Colônia. Lendo-o atentamen- e assim a toda a minha gente, que se não pode
te, conclui-se que fazer senão indo eu; (... ). Isto, Senhor, tenho
a) a importância dos engenhos de cana-de- assentado e mandado aí buscar coisas neces-
-açúcar demonstrava-se na região do Pa- sárias para a jornada e alguns bons homens,
raíba do Sul pela maior utilização propor- porque é necessário deixar aqui tudo provido e
cional e total de escravos. a bom recado, por todas as vias, em especial
b) os lavradores de cana e mandioca deti- por os franceses, os quais, se sentirem não es-
nham a maior parte das propriedades e tar eu na terra, começarão a fazer suas velhaca-
dos escravos da região. rias, pois há quatorze dias aqui quiseram fazer
c) a região de Paraíba do Sul apresentava um o que costumavam, mas não puderam. Mando
baixo índice de trabalhadores escravos em a Vossa Alteza a notícia disso para que a veja,
relação ao total de mão de obra utilizada. se for necessário.”
d) a atividade econômica da região estava A partir das informações contidas na Car-
centrada no plantio da mandioca com bai- ta de Duarte Coelho, torna-se possível identifi -
xa utilização de trabalhadores escravos. car algumas das principais práticas mercantilis-
e) dos criadores de gado da região, a maioria tas portuguesas na América. Três delas foram
usava escravos, mas em pouca quantida- a) a produção de gêneros tropicais de expor-
de comparada às outras atividades econô- tação, o metalismo e a manutenção do ex-
micas. clusivo colonial.
b) a produção de gêneros tropicais de expor-

41
HISTÓRIA GERAL

tação, o metalismo e o livre comércio com ciedade colonial.


as nações amigas. (FRAGOSO, João Luís Ribeiro. HOMENS DE GROSSA AVENTURA:
ACUMULAÇÃO E HIERARQUIA NA PRAÇA MERCANTIL DO RIO DE
c) a produção de gêneros tropicais para o JANEIRO (1790-1830). Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 1992, p. 243)
mercado interno, o liberalismo e a manu- Atualmente vários trabalhos vêm procurando
tenção do exclusivo colonial. realizar uma revisão sobre a estruturação da
d) a produção de gêneros tropicais para o economia colonial brasileira. Assim, esses no-
mercado interno, a utilização do trabalho vos trabalhos contestam as teses do “sentido da
compulsório e o livre comércio com as na- colonização” e do “Antigo Sistema Colonial”, as
ções amigas. quais afi rmam que a atividade colonizadora:
e) a produção de gêneros tropicais de expor- a) previa o afrouxamento do exclusivo colo-
tação, o liberalismo e a manutenção do nial como forma de cooptação política dos
ideal cruzadista. colonos, permitindo, desta forma, acumu-
lações internas, embora fosse subordina-
QUESTÃO 09 - Um cronista do período colonial da à expansão comercial europeia.
escreveu que os povoadores do Brasil, por mais b) foi um desdobramento da expansão co-
ricos que sejam, tudo pretendem levar a Portu- mercial europeia e, nesse sentido, a rea-
gal e, se as fazendas e bens que possuem sou- lização da produção colonial dava-se na
beram falar, também lhe houveram de ensinar a especialização para o abastecimento do
dizer como aos papagaios, aos quais a primeira mercado externo.
coisa que ensinam é: papagaio real para Portu- c) foi pensada enquanto complementar à
gal, porque tudo querem para lá. economia metropolitana, o que não signifi -
(Frei Vicente do Salvador, “História do Brasil”, 1500-1627)
ca dizer que os capitais investidos na pro-
O texto do cronista revela que
dução colonial fossem exclusivamente da
a) os colonizadores procuravam usufruir as
burguesia metropolitana e voltados para
riquezas da colônia, não manifestando ne-
enriquecê-la.
nhum apego à terra.
d) era dotada de ritmos próprios, os quais
b) os povoadores objetivavam preservar
regulavam o sentido da produção colonial
a fauna e a fl ora exóticas da nova terra,
para uma transferência de excedentes
como os papagaios.
para a metrópole, mas não para uma su-
c) o Brasil era visto pelos portugueses como
bordinação total desta economia ao capital
região desprovida de interesse comercial
mercantil europeu.
ou econômico.
e) não era totalmente regulada por uma trans-
d) o Brasil, no entender dos colonizadores,
ferência de excedentes para o mercado
deveria fornecer mão de obra barata para
externo, sendo o sentido da colonização,
as indústrias portuguesas.
deste modo, muito mais uma categoria de
e) os portugueses ocuparam o Brasil com a
subordinação política do que econômica.
fi nalidade de defendê-lo e de fundar uma
nova pátria. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
QUESTÃO 01 - Podemos dizer que a economia
QUESTÃO 10 - ... a reprodução da economia mineradora do século XVIII, no Brasil,
colonial não é inteiramente comandada pelas a) era escravocrata, rigidamente estratifi ca-
variações conjunturais do mercado internacio- da do ponto de vista social e tinha em seu
nal; se isto é verdade, resta saber: o que infl u- topo uma classe proprietária bastante de-
ênciaria tal ritmo? Ao nosso ver, esta pergunta pendente do capital holandês.
é respondida se considerarmos a Colônia como b) baseava-se na grande propriedade e na
uma sociedade, com as suas estruturas e hie- produção para exportação; estimulou o
rarquias econômicas e sociais. Em realidade, aparecimento das primeiras estradas de
o ritmo da economia colonial seria comandado ferro e gerou a acumulação de capital pos-
pela lógica e necessidades da reiteração da so- teriormente aplicado em indústrias.

42
HISTÓRIA GERAL

c) era voltada principalmente para as neces- passaram a deter, na Colônia, os poderes


sidades do mercado interno; utilizava o tra- de concessão para exploração do ouro em
balho escravo e o livre; difundiu a pequena Minas Gerais.
propriedade fundiária nas regiões interio- c) o deslocamento do eixo da vida da Colônia
ranas do Brasil. para o Centro-Sul, especialmente para o
d) estimulou o aparecimento de cidades e da Rio de Janeiro, por onde entravam escra-
classe média; estruturava-se na base do vos e suprimentos, e por onde saía o ouro
trabalho livre do colono imigrante e da pe- das minas.
quena propriedade. d) o desaparecimento do sistema de Capi-
e) era rigidamente controlada pelo estado; tanias Hereditárias e sua substituição, na
empregava o trabalho escravo mas permi- região Sudeste, pelas Províncias.
tia também o aparecimento de pequenos e) o desenvolvimento de um comércio parale-
proprietários e trabalhadores independen- lo de escravos nas antigas regiões produ-
tes; acabou favorecendo, indiretamente, a toras de açúcar, que gerou a necessidade
acumulação capitalista que deu origem à de centralizar o poder nas mãos dos ouvi-
Revolução Industrial inglesa. dores.

QUESTÃO 02 - Leia com atenção as afi rma- QUESTÃO 04 - No período colonial, a renda
ções a seguir: das exportações do açúcar:
I - A economia colonial brasileira foi basea- a) Raramente ocupou lugar de destaque na
da na diversifi cação de atividades voltadas pauta das exportações, pelo menos até a
para o mercado interno. chegada da família real ao Brasil.
II - A agricultura no período colonial era pau- b) Mesmo no auge da exportação do ouro,
tada pelo trinômio monocultura-latifúndio- sempre ocupou o primeiro lugar, continu-
-escravidão. ando a ser o produto mais importante.
III - Apesar da existência de homens livres c) Ocupou posição de importância mediana,
em torno do engenho, principalmente em ao lado do fumo, na pauta das exportações
cargos técnicos, a mão de obra essencial brasileiras, de acordo com os registros co-
do cultivo da cana e do preparo do açúcar merciais.
era escrava. d) Ocupou posição relevante apenas durante
a) Apenas II está correta. dois decênios, ao lado de outros produtos,
b) Apenas I está correta. tais como a borracha, o mate e alguns de-
c) II e III estão corretas. rivados da pecuária.
d) Todas estão corretas. e) Nunca ocupou o primeiro lugar, sendo que
e) I e III estão corretas. mesmo no auge da mineração, o açúcar
foi um produto de importância apenas re-
QUESTÃO 03 - “Há exagero em dizer que a ex- lativa.
tração do ouro liquidou a economia açucareira
do Nordeste. Ela já estava em difi culdades vinte QUESTÃO 05 - Quais as características domi-
anos antes da descoberta do ouro (...). Mas não nantes da economia colonial brasileira:
há dúvida de que foi afetada pelos deslocamen- a) propriedade latifundiária, trabalho indíge-
tos de população e, sobretudo, pelo aumento do na assalariado e produção monocultura;
preço da mão de obra escrava...” b) propriedades diversifi cadas, exportação
Uma das consequências do processo descrito de matérias-primas e trabalho servil;
no texto, em termos administrativos, foi: c) monopólio comercial, latifúndio e trabalho
a) a transferência da capital do Vice-Reinado escravo de índios e negros;
d) pequenas vilas mercantis, monocultura de
para São Paulo, que passou a ser o pólo
exportação e trabalho servil de mestiços;
econômico mais importante da Colônia.
e) propriedade minifundiária, colônias agríco-
b) a criação das Câmaras Municipais que
las e trabalho escravo.

43
HISTÓRIA GERAL

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E B D D B A A A A B

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


01 02 03 04 05
E C C C C

44
FILOSOFIA
Filosofia Antiga e Medieval Tales (640 - 550 a.C.)
O Mito
O homem é um ser dotado de extrema
curiosidade. Envolvido em sua ignorância, vivia
em um mundo maravilhoso que o deixava per-
plexo. O nascer e o por do sol, a chuva, os raios
e trovões eram fenômenos que o inquietavam.
Buscando dar um sentido à sua realidade, o ser
Matemático e astrônomo grego nascido em Mi-
humano desenvolve o pensamento mitológico.
leto, na Jônia, Ásia Menor, além de um bem su-
O mito é uma narrativa que busca descrever as
cedido comerciante nos ramos de azeite e sal. É
relações entre fatos, pessoas e símbolos com
considerado o primeiro fi lósofo grego e o primei-
forças sobrenaturais. O mito traz um julgamento
ro dos sete sábios da idade helênica, o pai da
sobre a origem do homem e do mundo, ensinan-
fi losofi a e o fundador da ciência física. Estudou
do que tudo possui uma fi nalidade. Sem ter de
geometria no Egito, onde mediu a altura das pirâ-
passar pelo plano da racionalidade, o mito pos-
mides pela sombra delas, e astronomia na Babi-
sui, entre suas funções, a fi nalidade de diminuir
lônia, sob o governo de Nabucodonosor. Fundou
ou acabar com o medo, a angústia e o temor pro-
a primeira escola grega de fi losofi a, na Jônia,
venientes de um universo ainda desconhecido.
colônia grega na Ásia Menor, onde fi cava Mile-
O pensamento mitológico foi combatido pelos
to, cidade destruída por Dário (494 a. C.). Con-
fi lósofos que passaram a buscar explicações ra-
siderado o criador da geometria dedutiva (585
cionais para os questionamentos do homem.
a. C.), são-lhe atribuídas as deduções de cinco
teoremas da geometria plana. Introduziu uma re-
Os Pré-Socráticos - Os pré-socráticos são fi ló-
volucionária teoria cosmológica sobre a constitui-
sofos que viveram na Grécia Antiga e nas suas
ção do Universo e da Terra, na qual a água era o
colônias. Assim são chamados, pois são os que
elemento do qual o mundo se originara e ao qual
vieram antes de Sócrates, considerado um divi-
estava destinado a retornar. Ou seja, com base
sor de águas na fi losofi a. Muito pouco de suas
na teoria dos egípcios e mesopotâmios, pois os
obras está disponível, restando apenas fragmen-
egípcios e mesopotâmios afi rmavam que a água,
tos. O primeiro fi lósofo de que temos uma obra
o ar e a terra eram os elementos primários da na-
sistemática e com livros completos é Platão, de-
tureza, afi rmou que a água era o elemento fun-
pois Aristóteles.
damental do universo e de toda a constituição da
São chamados de fi lósofos da natureza,
matéria, ou seja, todas as coisas eram feitas de
pois investigaram questões pertinentes a esta,
água e que os diferentes aspectos eram resulta-
como de que é feito o mundo. Romperam com
dos das diferentes concentrações, e que o fogo
a visão mítica e religiosa da natureza que pre-
e a terra eram os outros elementos da natureza.
valecia na época, adotando uma forma científi ca
Posteriormente, Empédocles de Agrigento acres-
de pensar. Alguns se propuseram a explicar as
centou-lhes um quarto, o éter, chamando-os de
transformações da natureza. Tinham preocupa-
raízes das coisas, rizomata, que Aristóteles mais
ção cosmológica. A maior parte do que sabemos
tarde os denominou de elementos. Os jônicos
desses fi lósofos é encontrada na doxografia (re-
buscavam um único princípio das coisas para
lato das ideias de um autor quando interpretadas
interpretação do universo. Juntamente com Ana-
por outro autor) de Aristóteles, Platão, Simplício
ximandro e Anaxímenes, são considerados os
e na obra de Diógenes Laércio (século III d. C),
principais pensadores da cidade de Mileto, cujas
Vida e obra dos fi lósofos ilustres. A partir do sé-
doutrinas, sobretudo as considerações sobre a
culo VII a.C., há uma revolução monetária da
phisis, marcaram o início da ciência e da fi loso-
Grécia, e advêm a ela inovações científi cas. Isso
fi a ocidentais, e constituíram a chamada escola
colaborou com uma nova forma de pensar, mais
milésica, jônica ou de Mileto. A nova concepção
racional.
de mundo dos milésios denominou-se logos, pa-
lavra grega que signifi ca razão, palavra ou dis-

45
FILOSOFIA

curso. Para eles, segundo Aristóteles, a questão do mundo ocidental. Preferiu redefi nir o infi nito
primordial não era o que sabemos, mas como o do seu mestre como sendo o ar, considerando,
sabemos. Surgiu, assim, a primeira tentativa de assim, o ar o elemento primordial, o princípio
explicar racionalmente o universo, sem recorrer constitutivo de todas as coisas. O ar seria uma
a entidades sobrenaturais. Buscavam um princí- substância cuja capacidade de autotransforma-
pio unifi cador imutável, ao qual chamaram arché, ção podia ser vista experimentalmente, o que o
origem, substrato e causa de tudo. levou a afi rmar que todas as mudanças seriam
Anaximandro (cerca de 610- 547 a.C.) condensação e rarefação, o que contribuiu para
o avanço do pensamento científi co. Descrevia a
condição primitiva das coisas como uma massa
muito rarefeita que ia condensando-se gradati-
vamente em vento, nuvem, água, terra e pedra,
ou seja, os três estados da matéria como hoje
Anaximandro, natural de Mileto, colônia classifi cados, seriam estágios progressivos da
cretense no Mediterrâneo, geógrafo, matemáti- condensação. Os graus de condensação cor-
co, astrônomo e político, discípulo e sucessor respondiam às densidades de diversos tipos de
de Tales. De sua vida, praticamente nada se matéria. Quando distribuído mais uniformemen-
sabe. Os relatos doxográfi cos nos dão conta de te, o ar era o atmosférico invisível. Pela conden-
que escreveu um livro: Sobre a Natureza, tido sação, tornava-se visível, a princípio como né-
pelos gregos como a primeira obra fi losófi ca no voa ou nuvem, em seguida como água e depois
seu idioma. Este livro se perdeu, restando ape- como matéria sólida como terra e pedras. Se
nas um fragmento e notícias de fi lósofos e escri- fosse mais rarefeito, transformava-se em fogo.
tores posteriores. Portanto, as aparentes diferenças qualitativas
Ampliando a visão de Tales, foi o primeiro em substância seriam devidas a meras diferen-
a formular o conceito de uma lei universal pre- ças quantitativas. Uma de suas afi rmações mais
sidindo o processo cósmico total. Anaximandro interessantes foi a descrição de que o arco-íris
estabeleceu que o princípio de todas as coisas não era uma deusa, mas o efeito dos raios de
é o ilimitado (o apeiron). Para ele, tudo provém sol sobre um ar mais denso.
dessa substância eterna e indestrutível, infi nita Pitágoras (570 - 490 a.C., aproximadamente)
e invisível que é o apeiron, o ilimitado, o inde-
terminado: “o infi nito é o principio” (arché); e o
princípio é o fundamento da geração das coisas,
fundamento que as constitui e as abarca pelo
indiferenciado, pelo indeterminado. A ordem do
mundo surgiu do caos em virtude desse princí-
pio, dessa substância única que é o apeiron. Uma afi rmativa aceita pelos historiado-
Anaxímenes (585-528 a.C.) res é que Pitágoras foi o primeiro homem a se
intitular um fi lósofo, ou seja, amigo da sabedo-
ria. Antes dele, os pensadores chamavam a si
mesmos sages, signifi cando algo como aque-
les que sabem. Pitágoras, bem mais modesto,
pretendia ser um homem que apenas procurava
descobrir.
Quarenta anos após ter deixado sua terra
Filósofo e meteorologista nascido em Mi- natal, Pitágoras retornou a Samos. A esperança
leto, discípulo e sucessor de Anaximandro, con- de aí fundar uma escola iniciática fracassou em
terrâneo, pois, de Anaximandro e Tales, com os virtude da recepção hostil do tirano Policrato.
quais formou o trio de pensadores tradicional- Partiu então para Crotona, cidade helênica da
mente considerados como os primeiros fi lósofos Itália meridional, onde fundou a sua escola ini-

46
FILOSOFIA

ciática, conhecida pelo nome de “Fraternidade Heráclito (Cerca de 544 - 484 a.C.)
Pitagórica”.
Ali reuniu um grupo de discípulos, a quem
iniciou nos conhecimentos de matemática, mú-
sica e astronomia, consideradas como a base
de todas as artes e ciências.
Para entrar na “Fraternidade Pitagórica”,
o candidato era submetido a rudes provas, tan-
to físicas como de ordem psicológica. Se essas
provas eram ultrapassadas, então o neófi to era Heráclito era natural de Éfeso, cidade da
aceito como “acusmático”, o que signifi ca que Jônia que tinha sofrido o domínio persa. Entre
deveria fazer o voto de silêncio durante os cinco as doze cidades jónicas que formavam o cha-
primeiros anos. mado “dodecápolis”. Éfeso destacava-se pelo
Os ensinamentos nunca eram escritos, seu enorme templo dedicado à deusa Arté-
mas transmitidos de “boca a ouvido” àqueles mis. Heráclito segundo a tradição pertencia à
que estavam prontos a assimilá-los. alta aristocracia, tendo renunciado ao trono de
Pitágoras aprendera no Egito que os as- rei em favor do seu irmão. Revelou um gran-
tros são corpos vivos que se movimentam no de desprezo não apenas pelas multidões, mas
espaço, obedecendo a uma lei de harmonia também por todas as formas de pensamento
universal, à qual estão inexoravelmente sujeitos tradicionais, afi rmando-se como crente numa
no tempo, como todas as coisas manifestadas. verdade universal, o logos (a nossa razão e a
Nas suas formas esféricas, o mestre de Samos razão de tudo o que existe), acessível a todos
via a fi gura geométrica mais perfeita. sem qualquer iniciação ou ritual.
O fi lósofo considerava o Homem um Uni- Sem ter tido mestre, escreveu um livro
verso em escala reduzida e, no Universo, ele via Sobre a Natureza, em prosa, no dialeto jônico,
um grande Homem. Ele chamou-lhes respecti- de forma tão concisa que recebeu o cognome
vamente Microcosmos e Macrocosmos. Assim, de Skoteinós, o Obscuro. O universo muda e se
o Homem, como uma célula contida no Todo, transforma infi nitamente a cada instante. Um di-
seria um refl exo do ternário universal constituí- namismo eterno o anima. A substância única do
do de Corpo, Alma e Espírito. cosmo é um poder espontâneo de mudança e
Pitágoras não deixou nenhum registro se manifesta pelo movimento. Tudo é movimen-
escrito, e sendo sua sociedade secreta, certa- to: “panta rei”, isto é, “tudo fl ui”, nada permane-
mente existe muito sobre ele que foi perdido ce o mesmo. As coisas estão numa incessante
após a morte de seus discípulos, e a dissolução mobilidade.
dos pitagóricos. Difícil hoje dizer o que ao certo A verdade se encontra no devir, não no
foi obra de Pitágoras e o que foi obra de seus ser: “Não nos banhamos duas vezes no mesmo
discípulos, uma vez que a fi gura de Pitágoras rio.” A unidade da variedade infi nita dos fenô-
e a fi gura da fi losofi a pitagórica são indivisíveis menos é feita pela “tensão aposta dos contrá-
hoje, de modo a tornar árduo o trabalho de se- rios”. “Tudo se faz por contraste”, declarou. “Da
parar o homem de seus ensinamentos, para luta dos contrários é que nasce a harmonia”. Se
aqueles que a isto se dedicam. nossos sentidos fossem bastante poderosos,
O teorema mais famoso de Pitágoras, veríamos a universal agitação. Tudo o que é fi xo
porém, relacionando os lados de um triângulo é ilusão.
equilátero, é indiscutivelmente uma descoberta A imortalidade consiste em nos ressituar-
do fi lósofo, bem como grandes avanços geomé- mos no fl uxo universal. O pensamento humano
tricos, musicais e fi losófi cos mais tarde aprofun- deve participar do pensamento universal ima-
dados por seus sucessores: Sócrates, Platão, nente ao universo.
Tales e outros.

47
FILOSOFIA

Sócrates 469 – 399 a.C Platão (427 - 347 a.C)

Ao contrário de Sócrates, que vinha de


uma origem humilde, Platão era integrante de
uma família rica, de antiga e nobre linhagem.
Ele conheceu seu ilustre mestre aos vinte anos.
Nasceu em Atenas. O pai, Sofronisco, era Em Platão, a fi losofi a ganha contornos e
um modesto escultor; a mãe, Fenarete, parteira. objetivos morais, apresentando assim soluções
Na juventude, esteve interessado na Filosofi a para os dilemas existenciais. Esta práxis, po-
da Natureza e chegou a estudar algum tempo rém, assume no intelecto a forma especulativa,
com Arquelau (séc.V a.C.), discípulo de Anaxá- ou seja, para se atingir a meta principal do pen-
goras de Clazômenas. samento fi losófi co é preciso obter o aprendiza-
Sócrates nada escreveu. Tudo o que sa- do científi co. O âmbito da fi losofi a, para Platão,
bemos de suas ideias se baseia nas informa- se amplia, se estende a tudo que existe. Segun-
ções de dois discípulos e entusiasmados admi- do o fi lósofo, o homem vivencia duas espécies
radores, Platão e Xenofonte, e pela caricatura de realidade – a inteligível e a sensível. A pri-
de Aristófanes. meira se refere à vida concreta, duradoura, não
Proclamado “o mais sábio dos homens” submetida a mudanças. A outra está ligada ao
pelo Oráculo de Delfos, apresentava-se no en- universo das percepções, de tudo que toca os
tanto como um mero ignorante em busca da sentidos, um real que sofre mutações e que re-
verdade: “só sei que nada sei”, dizia. produz neste plano efêmero as realidades per-
Ele acreditava que a virtude e os mais manentes da esfera inteligível. Este conceito é
altos valores éticos estavam profundamente ar- concebido como Teoria das Ideias ou Teoria das
raigados no inconsciente das pessoas e com- Formas.
parava seu trabalho de “extrair” as ideias ao de Segundo Platão, o espírito humano se
uma parteira (maiêutica socrática). encontra temporariamente aprisionado no cor-
Para que seus interlocutores recupe- po material, no que ele considera a ‘caverna’
rassem o conhecimento “adormecido” e aban- onde o ser se isola da verdadeira realidade, vi-
donassem as ideias falsas, recorria à ironia: vendo nas sombras, à espera de um dia entrar
alegando nada saber, conduzia habilmente o em contato concreto com a luz externa. Assim,
interlocutor até que ele mesmo, refl etindo, che- a matéria é adversária da alma, os sentidos se
gasse à conclusão correta. contrapõem à mente, a paixão se opõe à razão.
Para Sócrates, o bem e a virtude eram Para ele, tudo nasce, se desenvolve e morre. O
consequências naturais do saber. Homem deve, porém, transcender este estado,
Assim, se o conhecimento levava à sa- tornar-se livre do corpo e então ser capaz de ad-
bedoria, a prática da injustiça e da maldade era mirar a esfera inteligível, seu objetivo maior. O
apenas o resultado da ignorância; o mal nada ser é irresistivelmente atraído de volta para este
mais era que a falta de conhecimento do bem. universo original através do que Platão chama
de amor nostálgico, o famoso eros platônico.
Platão desenvolveu conceitos os mais
diversos, transitando da metafísica para a po-
lítica, destas para a teoria do conhecimento,
48
FILOSOFIA

abrangendo as principais esferas dos interes- tado da fusão da cultura grega com a cultura
ses humanos. Sua obra é estudada hoje em oriental. A fi losofi a grega foi profundamente afe-
profundidade, apresentado uma atualidade ini- tada e desta função surgiram grandes escolas
maginável, quando se tem em vista que ela foi de pensamento.
produzida há milênios. O Cinismo: Rejeitava os valores mundanos
Aristóteles (384 - 322 a.C.) e defendia que a vida autêntica só se re-
aliza quando aceitamos claramente quais
são os valores verdadeiros.
O Ceticismo: Valoriza a dúvida constante
para que o homem possa chegar à ver-
dade. A dúvida deve estar sempre pre-
sente, pois o ser humano não consegue
conhecer nada de forma exata e segura.
O Epicurismo: A vida deveria ser regida
pela simplicidade. Ensinava as pessoas a
Aristóteles foi viver em Atenas aos 17 buscar, apesar das adversidades, a felici-
anos, onde conheceu Platão, tornando-se seu dade e a realização pessoal.
discípulo. Passou o ano de 343 a.C. como O Estoicismo: os sábios estóicos como, por
preceptor do imperador Alexandre, o Grande, exemplo, Marco Aurélio e Sêneca, defen-
da Macedônia. Fundou em Atenas, no ano de diam a razão a qualquer preço. Os fenô-
335 a.C, a escola Liceu, voltada para o estu- menos exteriores à vida deviam ser deixa-
do das ciências naturais. Seus estudos fi losó- dos de lado, como a emoção, o prazer e o
fi cos baseavam-se em experimentações para sofrimento.
comprovar fenômenos da natureza.
Aristóteles é o criador da lógica, como ci- A Filosofia Medieval
ência especial, sobre a base socrático-platôni- Santo Agostinho (354-430)
ca; é denominada por ele analítica e representa
a metodologia científi ca. O seu processo carac-
terístico, clássico, é o silogismo. Objeto essen-
cial da lógica aristotélica é precisamente este
processo de derivação ideal, que corresponde
a uma derivação real. A lógica aristotélica, por-
tanto, bem como a platônica, é essencialmente
dedutiva.
Exemplo
Primeira premissa: Todo homem é mortal.
Segunda premissa: Pedro é homem
Conclusão lógica: Pedro é mortal
Da análise do conceito de Deus, conce- Aurélio Agostinho, o Santo Agostinho de
Hipona, foi um importante bispo cristão e teólo-
bido como primeiro motor imóvel, conquistado
go. Nasceu na região norte da África e era fi lho
através do precedente raciocínio, Aristóteles,
pode deduzir logicamente a natureza essencial de mãe que seguia o cristianismo, porém seu
pai era pagão. Logo, em sua formação, teve
de Deus, concebido, antes de tudo, como ato
puro, e, consequentemente, como pensamento importante infl uência do maniqueísmo (sistema
de si mesmo. religioso que une elementos cristãos e pagãos).
Viveu num monastério por um tempo. Em 395,
A Filosofia Helenística passou a ser bispo, atuando em Hipona (cidade
O domínio dos macedônios provocou a do norte do continente africano). Escreveu di-
formação da cultura helenística que foi o resul- versos sermões importantes. Em “A Cidade de

49
FILOSOFIA

Deus”, Santo Agostinho combate às heresias no, transcendente, toda bondade e toda sabe-
e o paganismo. Na obra “Confi ssões” fez uma doria, criou a matéria do nada e, depois, tudo
descrição de sua vida antes da conversão ao o que existe no universo. Para Santo Agosti-
cristianismo. nho, as ideias ou formas estavam no Espírito
O pensamento de Agostinho foi também de Deus. Santo Tomás de Aquino acrescenta a
basilar na orientação da visão do homem me- noção dos universais em seus raciocínios. Di-
dieval sobre a relação entre a fé cristã e o es- zia que Deus é a causa da matéria e dos uni-
tudo da natureza. Ele reconhecia a importância versais. Além disso, Deus está continuamente
do conhecimento, mas entendia que a fé em criando o mundo ao unir universais e matéria
Cristo vinha restaurar a condição decaída da para produzir novos objetos.
razão humana, sendo portanto mais importante. Nenhum deles colocava em dúvida a
imortalidade da alma. Santo Agostinho dizia que
São Tomás de Aquino (1227-1274) alma e corpo são distintos, mas não soube ex-
plicar como a alma se liga ao corpo. De acordo
com Santo Tomás, a alma humana — princípio
imaterial, espiritual e vital do corpo — foi cria-
da por Deus. Acreditava que a alma espiritual é
agregada ao corpo por ocasião do nascimento,
e continua a existir depois da morte do corpo,
formando, pois, por si mesma, um novo corpo,
um corpo espiritual, por meio do qual atua por
toda a eternidade.
São Tomás de Aquino foi um importante
teólogo, fi lósofo e padre dominicano do século Fontes de pesquisa:
XIII. Era o fi lho caçula dos condes de Aquino, Filosofi a – Ensino Médio. Eureka, construindo
Landolfo e Teodora. Foi declarado santo pelo cidadãos refl exivos. GARCIA, J.Roberto e VE-
papa João XXII em 18 de julho de 1323. É con- LOSO, Valdecir da Conceição.Sophos. 2007.
siderado um dos principais representantes da Florianópolis.
escolástica. Foi o fundador da escola tomista Pensando para viver alguns caminhos da fi loso-
de fi losofi a e teologia. Tomás de Aquino buscou fi a. HEERDT, Mauri Luiz. Sophos. 2005. Floria-
utilizar a fi losofi a grecolatina clássica (principal- nópolis.
mente de Aristóteles) para compreender a reve- http://www.arautos.org
lação religiosa do cristianismo. http://www.infoescola.com
Da fé extraordinariamente vigorosa do http://www.mundodosfi losofos.com.br
homem brotava a convicção profunda de que http://www.suapesquisa.com
a Verdade em essência não é senão o próprio
Deus, e a partir do momento em que ela fosse
proclamada em sua integridade, seria irrecusá- EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
vel e triunfante. QUESTÃO 01 (UFU 2013 Adaptada) - A ati-
Santo Agostinho e São Tomás de Aqui- vidade intelectual que se instalou na Grécia a
no foram, respectivamente, os maiores pen- partir do séc. VI a.C. está substancialmente an-
sadores da Patrística e da Escolástica. Santo corada num exercício especulativo-racional. De
Agostinho valeu-se da fi losofi a de Platão, en- fato, “[...] não é mais uma atividade mítica (por-
quanto Santo Tomás de Aquino da de Aristóte- quanto o mito ainda lhe serve), mas fi losófi ca; e
les. Com isso, cada qual, em sua época, pode isso quer dizer uma atividade regrada a partir de
infl uenciar não só a religião católica como mui- um comportamento epistêmico de tipo próprio:
tos pensadores cristãos que lhes sucederam. empírico e racional”.
Tanto Santo Agostinho como Santo To- SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-socráticos. Porto Alegre: EDIPU-
CRS, 1998, p. 32.
más de Aquino afi rmam que Deus, sendo eter-
Sobre a passagem da atividade mítica para a

50
FILOSOFIA

fi losófi ca, na Grécia, assinale a alternativa cor- exigir provas e justifi cações racionais que
reta. validam ou invalidam suas crenças, seus
a) A mentalidade pré-fi losófi ca grega é ex- valores e suas práticas, em detrimento da
pressão típica de um intelecto primitivo, verdade revelada pela codifi cação mítica.
próprio de sociedades selvagens. e) é o resultado das observações humanas
b) A fi losofi a racionalizou o mito, mantendo-o relativas, exclusivamente, aos fenômenos
como base da sua especulação teórica e naturais.
adotando a sua metodologia.
c) A narrativa mítico-religiosa representa um QUESTÃO 03 (UNCISAL 2012) - O período
meio importante de difusão e manutenção pré-socrático é o ponto inicial das refl exões
de um saber prático fundamental para a fi losófi cas. Suas discussões se prendem a
vida cotidiana. Cosmologia, sendo a determinação da physis
d) A Ilíada e a Odisseia de Homero são ex- (princípio eterno e imutável que se encontra na
pressões culturais típicas de uma mentali- origem da natureza e de suas transformações)
dade fi losófi ca elaborada, crítica e radical, ponto crucial de toda formulação fi losófi ca. Em
baseada no logos. tal contexto, Leucipo e Demócrito afi rmam ser
e) A explicação mítica não tem importância, a realidade percebida pelos sentidos, ilusória.
pois é desprovida de uma tentativa de Eles defendem que os sentidos apenas captu-
compreender a realidade. ram uma realidade superfi cial, mutável e transi-
tória que acreditamos ser verdadeira.
QUESTÃO 02 (UEG 2013 Adaptada) - O ser Mesmo que os sentidos apreendam “as muta-
humano, desde sua origem, em sua existência ções das coisas, no fundo, os elementos pri-
cotidiana, faz afi rmações, nega, deseja, recusa mordiais que constituem essa realidade jamais
e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos se alteram.” Assim, a realidade é uma coisa e o
de fato e de valor por meio dos quais procura real outra. Para Leucipo e Demócrito, a physis
orientar seu comportamento teórico e prático. é composta:
Entretanto, houve um momento em sua evolu- a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o
ção histórico-social em que o ser humano co- quente e o frio.
meça a conferir um caráter fi losófi co às suas b) pela água.
indagações e perplexidades, questionando ra- c) pelo fogo.
cionalmente suas crenças, valores e escolhas. d) pelo ilimitado.
Nesse sentido, pode-se afi rmar que a fi losofi a: e) pelos átomos.
a) é algo inerente ao ser humano desde sua
origem e que, por meio da elaboração dos QUESTÃO 04 (UFSJ 2012 Adaptada) - Sobre
sentimentos, das percepções e dos an- o princípio básico da fi losofi a pré-socrática, é
seios humanos, procura consolidar nossas CORRETO afi rmar que:
crenças e opiniões. a) Tales de Mileto, ao buscar um princípio
b) existe desde que existe o ser humano, não unifi cador de todos os seres, concluiu que
havendo um local ou uma época específi ca a água era a substância primordial, a ori-
para seu nascimento, o que nos autoriza a gem única de todas as coisas.
afi rmar que mesmo a mentalidade mítica b) Anaximandro, após observar sistematica-
é também fi losófi ca e exige o trabalho da mente o mundo natural, propôs que não
razão. apenas a água poderia ser considerada
c) inicia sua investigação quando aceitamos arché desse mundo em si e, por isso mes-
os dogmas e as certezas cotidianas que mo, incluiu mais um elemento: o fogo.
nos são impostos pela tradição e pela so- c) Anaxímenes fez a união entre os pensa-
ciedade, visando a educar o ser humano mentos que o antecederam e concluiu que
como cidadão. o princípio de todas as coisas não pode
d) surge quando o ser humano começa a ser afi rmado, já que tal princípio não está

51
FILOSOFIA

ao alcance dos sentidos. sua mente.


d) Heráclito de Éfeso afi rmou o movimento ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo:
Odysseus, 2012 (adaptado).
e negou terminantemente a luta dos con-
trários como gênese e unidade do mundo, O texto faz referência à relação entre razão e
como o quis Catão, o antigo. sensação, um aspecto essencial da Doutrina
e) Anaxímenes afi rma que a origem está no das Ideias de Platão (427–346 a.C.). De acordo
fogo, o elemento capaz de forjar a vida com o texto, como Platão se situa diante dessa
como resultado de sua ação sobre os ou- relação?
tros elementos. a) Estabelecendo um abismo intransponível
entre as duas.
QUESTÃO 05 (UNICAMP 2013 Adaptada) - A b) Privilegiando os sentidos e subordinando o
sabedoria de Sócrates, fi lósofo ateniense que conhecimento a eles.
viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de c) Atendo-se à posição de Parmênides de
partida na afi rmação “sei que nada sei”, regis- que razão e sensação são inseparáveis.
trada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi d) Afi rmando que a razão é capaz de gerar
uma resposta aos que afi rmavam que ele era conhecimento, mas a sensação não.
o mais sábio dos homens. Após interrogar ar- e) Rejeitando a posição de Parmênides de
tesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à que a sensação é superior à razão.
conclusão de que ele se diferenciava dos de-
mais por reconhecer a sua própria ignorância. QUESTÃO 07 (UEL) - “E justiça é aquilo em
O “sei que nada sei” é um ponto de partida para virtude do qual se diz que o homem justo pra-
a Filosofi a, pois: tica, por escolha própria, o que é justo, e que
a) aquele que se reconhece como ignorante distribui, seja entre si mesmo e um outro, seja
torna-se mais sábio por querer adquirir co- entre dois outros, não de maneira a dar mais
nhecimentos. do que convém a si mesmo e menos ao seu
b) é um exercício de humildade diante da cul- próximo (e inversamente no relativo ao que não
tura dos sábios do passado, uma vez que convém), mas de maneira a dar o que é igual
a função da Filosofi a era reproduzir os en- de acordo com a proporção; e da mesma forma
sinamentos dos fi lósofos gregos. quando se trata de distribuir entre duas outras
c) a dúvida é uma condição para o aprendiza- pessoas”.
Fonte: ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro
do e a Filosofi a é o saber que estabelece e Gerd Bornheim da versão inglesa de W. D. Ross. São Paulo: Nova
verdades dogmáticas a partir de métodos Cultural, 1987, p. 89.
rigorosos. De acordo com o texto e os conhecimentos so-
d) é uma forma de declarar ignorância e per- bre a justiça em Aristóteles, é correto afi rmar:
manecer distante dos problemas concre- a) É possível que um homem aja injustamen-
tos, preocupando-se apenas com causas te sem ser injusto.
abstratas. b) A justiça é uma virtude que não pode ser
e) o conhecimento sobre as coisas é uma considerada um meio-termo.
ilusão, não sendo possível o homem com- c) A justiça corretiva deve ser feita de acordo
preender sua realidade. com o mérito.
d) Os partidários da democracia identifi cam o
QUESTÃO 06 (ENEM 2012) - Para Platão, o mérito com a excelência moral.
que havia de verdadeiro em Parmênides era e) Os partidários da aristocracia identifi cam o
que o objeto de conhecimento é um objeto de mérito com a riqueza.
razão e não de sensação, e era preciso estabe-
lecer uma relação entre objeto racional e objeto QUESTÃO 08 (ENEM 2012)
sensível ou material que privilegiasse o primeiro TEXTO I
em detrimento do segundo. Lenta, mas irresisti- Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o
velmente, a Doutrina das Ideias formava-se em elemento originário de tudo o que existe, existiu

52
FILOSOFIA

e existirá, e que outras coisas provêm de sua refere-se a verdades da revelação que a razão
descendência. Quando o ar se dilata, transfor- humana não consegue alcançar, por exemplo,
ma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar entender como é possível Deus ser uno e trino.
condensado. As nuvens formam-se a partir do A segunda modalidade é composta de verda-
ar por feltragem e, ainda mais condensadas, des que a razão pode atingir, por exemplo, que
transformam-se em água. A água, quando mais Deus existe. A partir dessa citação, indique a
condensada, transforma-se em terra, e quando afi rmativa que melhor expressa o pensamento
condensada ao máximo possível, transforma-se de Tomás de Aquino.
em pedras. a) A fé é o único meio de o ser humano che-
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, gar à verdade.
2006 (adaptado).
b) O ser humano só alcança o conhecimento
TEXTO II graças à revelação da verdade que Deus
Basílio Magno, fi lósofo medieval, escre- lhe concede.
veu: “Deus, como criador de todas as coisas, c) Mesmo limitada, a razão humana é ca-
está no princípio do mundo e dos tempos. Quão paz de alcançar certas verdades por seus
parcas de conteúdo se nos apresentam, em meios naturais.
face desta concepção, as especulações con- d) A Filosofi a é capaz de alcançar todas as
traditórias dos fi lósofos, para os quais o mundo verdades acerca de Deus.
se origina, ou de algum dos quatro elementos, e) Deus é um ser absolutamente misterioso e
como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como o ser humano nada pode conhecer d’Ele.
julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão
de quererem ancorar o mundo numa teia de QUESTÃO 10 (UFU 2012 Adaptada) - A teo-
aranha”. logia natural, segundo Tomás de Aquino (1225-
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofi a Cristã. São Pau- 1274), é uma parte da fi losofi a, é a parte que ele
lo: Vozes, 1991 (adaptado).
elaborou mais profundamente em sua obra e na
Filósofos dos diversos tempos históricos desen- qual ele se manifesta como um gênio verdadei-
volveram teses para explicar a origem do uni- ramente original. Se se trata de física, de fi sio-
verso, a partir de uma explicação racional. As logia ou dos meteoros, Tomás é simplesmente
teses de Anaxímenes, fi lósofo grego antigo, e aluno de Aristóteles, mas se se trata de Deus,
de Basílio, fi lósofo medieval, têm em comum na da origem das coisas e de seu retorno ao Cria-
sua fundamentação teorias que: dor, Tomás é ele mesmo. Ele sabe, pela fé, para
a) eram baseadas nas ciências da natureza. que limite se dirige, contudo, só progride graças
b) refutavam as teorias de fi lósofos da reli- aos recursos da razão.
gião. GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média, São Paulo: Martins
c) tinham origem nos mitos das civilizações Fontes, 1995, p. 657.
antigas. De acordo com o texto acima, é correto afi rmar
d) postulavam um princípio originário para o que:
mundo. a) a obra de Tomás de Aquino é uma mera
e) defendiam que Deus é o princípio de todas repetição da obra de Aristóteles.
as coisas. b) Tomás parte da revelação divina (Bíblia)
para entender a natureza das coisas.
QUESTÃO 09 (UFF 2012) - A grande con- c) as verdades reveladas não podem de for-
tribuição de Tomás de Aquino para a vida ma alguma ser compreendidas pela razão
intelectual foi a de valorizar a inteligência humana.
humana e sua capacidade de alcançar a d) é necessário procurar a concordância en-
verdade por meio da razão natural, inclusi- tre razão e fé, apesar da distinção entre
ve a respeito de certas questões da religião. ambas.
Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir e) razão e fé são inconciliáveis, uma vez que
a verdade divina”, ele diz que há duas modali- uma nega a outra.
dades de verdade acerca de Deus. A primeira

53
FILOSOFIA

QUESTÃO 11 - “Desde suas origens entre os à mera satisfação dos apetites sensuais.
fi lósofos da antiga Grécia, a Ética é um tipo de c) O eros físico representa a vontade de con-
saber normativo, isto é, um saber que pretende servação da espécie, e o espiritual, a ânsia
orientar as ações dos seres humanos”. de eternização por obras que perdurarão
Fonte: CORTINA, A.; MARTÍNEZ, E. Ética. Tradução de Silvana Cobucci na memória.
Leite. São Paulo: Edições Loyola, 2000, p. 9.
d) O ser humano é idêntico e constante nas
Com base no texto e na compreensão da ética diversas fases da vida, por isso sua identi-
aristotélica, é correto afi rmar que a ética: dade iguala-se à dos deuses.
a) Orienta-se pelo procedimento formal de re- e) Os seres humanos, como criação dos deu-
gras universalizáveis, como meio de verifi - ses, seguem a lei dos seres infi nitos, o que
car a correção ética das normas de ação. lhes permite eternidade.
b) Adota a situação ideal de fala como condi-
ção para a fi xação de princípios éticos bá- QUESTÃO 13 - “Ora, nós chamamos aquilo
sicos, a partir da negociação discursiva de que deve ser buscado por si mesmo mais ab-
regras a serem seguidas pelos envolvidos. soluto do que aquilo que merece ser buscado
c) Pauta-se pela teleologia, indicando que o com vistas em outra coisa, e aquilo que nun-
bem supremo do homem consiste em ativi- ca é desejável no interesse de outra coisa mais
dades que lhe sejam peculiares, buscando absoluto do que as coisas desejáveis tanto em
a sua realização de maneira excelente. si mesmas como no interesse de uma terceira;
d) Contempla o hedonismo, indicando que por isso chamamos de absoluto e incondicional
o bem supremo a ser alcançado pelo ho- aquilo que é sempre desejável em si mesmo e
mem reside na felicidade e esta consiste nunca no interesse de outra coisa”.
na realização plena dos prazeres. Fonte: ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro
e) Baseada no emotivismo, busca justifi car a e Gerd Bornheim. São Paulo: Nova Cultural, 1987, 1097b, p. 15.

atitude ou o juízo ético mediante o recurso De acordo com o texto e os conhecimentos so-
dos próprios sentimentos dos agentes, de bre a ética de Aristóteles, assinale a alternativa
forma a infl uir nas demais pessoas. correta:
a) Segundo Aristóteles, para sermos felizes é
QUESTÃO 12 (UEL 2013) - Leia o texto a se- sufi ciente sermos virtuosos.
guir. Tudo isso ela [Diotima] me ensinava, quan- b) Para Aristóteles, o prazer não é um bem
do sobre as questões de amor [eros] discorria, desejado por si mesmo, tampouco é um
e uma vez ela me perguntou: – que pensas, bem desejado no interesse de outra coisa.
ó Sócrates, ser o motivo desse amor e desse c) Para Aristóteles, as virtudes não contam
desejo? A natureza mortal procura, na medida entre os bens desejados por si mesmos.
do possível, ser sempre e fi car imortal. E ela só d) A felicidade é, para Aristóteles, sempre de-
pode assim, através da geração, porque sem- sejável em si mesma e nunca no interesse
pre deixa um outro ser novo em lugar do velho; de outra coisa.
pois é nisso que se diz que cada espécie animal e) De acordo com Aristóteles, para sermos
vive e é a mesma. É em virtude da imortalidade felizes não é necessário sermos virtuosos.
que a todo ser esse zelo e esse amor acompa-
nham. QUESTÃO 14 - “Quando é, pois, que a alma
(Adaptado de: PLATÃO. O Banquete. 4.ed. São Paulo: Nova Cultural,
atinge a verdade? Temos de um lado que, quan-
1987, p.38-39. Coleção Os Pensadores.)
do ela deseja investigar com a ajuda do corpo
Com base no texto e nos conhecimentos sobre qualquer questão que seja, o corpo, é claro, a
o amor em Platão, assinale a alternativa correta. engana radicalmente.
a) A aspiração humana de procriação, inspi- - Dizes uma verdade.
rada por Eros, restringe-se ao corpo e à - Não é, por conseguinte, no ato de raciocinar,
busca da beleza física. e não de outro modo, que a alma apreende, em
b) O eros limita-se a provocar os instintos ir- parte, a realidade de um ser?
refl etidos e vulgares, uma vez que atende

54
FILOSOFIA

- Sim. mas.
[...] - E é este então o pensamento que nos guia: c) É uma ética compreendida teleologica-
durante todo o tempo em que tivermos o corpo, mente, pois o bem supremo, vinculado à
e nossa alma estiver misturada com essa coisa busca e à realização plena da felicidade,
má, jamais possuiremos completamente o obje- orienta as ações humanas.
to de nossos desejos! Ora, esse objeto é, como d) É uma ética que orienta as ações por meio
dizíamos, a verdade.” da bem-aventurança proveniente da von-
(PLATÃO. Fédon. Trad. Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: tade de Deus, porém sinalizando para a
Nova Cultural, 1987. p. 66-67.)
irrealização plena do bem supremo nesta
Com base no texto e nos conhecimentos sobre vida.
a concepção de verdade em Platão, é correto e) É uma ética que compreende o indivíduo
afi rmar: virtuoso como aquele que já nasce com
a) O conhecimento inteligível, compreendido certas qualidades físicas e morais, em fun-
como verdade, está contido nas ideias que ção de seus laços sanguíneos.
a alma possui.
b) A verdade reside na contemplação das
sombras, refl etidas pela luz exterior e pro-
jetadas no mundo sensível.
c) A verdade consiste na fi delidade, e como
Deus é o único verdadeiramente fi el, então
a verdade reside em Deus.
d) A principal tarefa da fi losofi a está em apro-
ximar o máximo possível a alma do corpo
para, dessa forma, obter a verdade.
e) A verdade encontra-se na correspondên-
cia entre um enunciado e os fatos que ele
aponta no mundo sensível.

QUESTÃO 15 (UEL) - “Aristóteles foi o primei-


ro fi lósofo a elaborar tratados sistemáticos de
Ética. O mais infl uente desses tratados, a Ética
a Nicômaco, continua a ser reconhecido como
uma das obras-primas da fi losofi a moral. Ali
nosso autor apresenta a questão que, de seu
ponto de vista, constitui a chave de toda inves-
tigação ética: Qual é o fi m último de todas as
atividades humanas?”
(CORTINA, Adela; MARTÍNEZ, Emilio. Ética. Trad. Silvana Cobucci Leite.
São Paulo: Loyola, 2005. p. 57

Com base no texto e nos conhecimentos sobre GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


a ética aristotélica, é correto afi rmar: 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
a) É uma ética que desconsidera os valores C D E A A D A D C D
culturais e a participação discursiva dos 11 12 13 14 15
envolvidos na escolha da concepção de C C D A C
bem a ser perseguida.
b) É uma ética do dever que, ao impor nor-
mas de ação universais, transcende a con-
cepção de vida boa de uma comunidade e
exige o cumprimento categórico das mes-

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GEOGRAFIA

GEOGRAFIA - GEOPOLÍTICA E GLOBALIZA- A partir do século XVIII, as inovações


ÇÃO - GEOPOLÍTICA técnico-científi cas advindas do processo de
A geopolítica é uma ciência que se de- Revolução Industrial que consolidou a fase do
senvolveu a partir do estudo das infl uências dos capitalismo liberal, onde o Estado não interfe-
fatores geográfi cos nas decisões políticas dos re diretamente nas ações de mercado e, assim,
Estados soberanos; decisões que objetivam as inovações da máquina a vapor, a produção
salvaguardar ou ampliar o poder de determina- em série, mudanças nas relações trabalhistas,
do Estado no sistema internacional. dariam mais oportunidades de desenvolvimento
O pai da teoria da geoestratégia é o geó- de mercado, ampliando assim o lucro do empre-
grafo inglês Halford J. Mackinder, que desenvol- sário industrial naquele momento.
veu a teoria do Heartland. Heartland signifi ca, li- No século XIX, a necessidade de expan-
teralmente, Coração da Terra. Mackinder situou dir mercados para além-europa, de buscar fon-
o Heartland na zona territorial que abrange os tes fornecedoras de matérias-primas, empurrou
continentes europeu e asiático, e que recebe a a Europa para novas áreas, chegando ao perí-
denominação de Eurásia ou Ilha Mundial. odo do Neocolonialismo, onde a África e Ásia
A partir da teoria do Heartland, Mackinder seriam usadas, disputadas e partilhadas entre
pronunciou, em 1904, uma conferência na Real as potências europeias.
Sociedade Geográfi ca de Londres, quando de- O surgimento de novos Estados, como
fendeu a tese de que o controle dos mares não a Itália e Alemanha, exerceu maior pressão so-
mais representava a chave do poderio das na- bre França e Inglaterra e as tensões passaram
ções marítimas. a ser potêncializadas. O Projeto Alemão de ex-
Na avaliação de Mackinder, a suprema- pandir seu território domesticamente levou es-
cia do poder naval havia chegado ao fi m. Du- sas potências ao confronto da I Guerra Mundial
rante séculos, países que, devido às suas con- em que o palco foi a Europa.
tingências geográfi cas, desenvolveram o meio Ao fi nal dessa Guerra, os pa-
de transporte marítimo, tanto para fi ns comer- íses, independentemente de
ciais como para fi ns de segurança, obtiveram a vitoriosos e derrotados, esta-
supremacia nas relações de força no mundo. vam sem dinheiro e infraes-
trutura. Nesse contexto,
O MUNDO ANTERIOR A 1945 emergiu os Estados Unidos
A Europa foi o centro social, político e com grande aparato econômico que consolidou
econômico até 1945, quando dominou todas as o País como grande economia mundial.
ações revolucionárias conduzindo o mundo de A Europa vivenciou na década de 1920
acordo com seus interesses e preceitos. um período de reconstrução extremamente di-
No Período das Grandes Navegações, fícil, com fortes reações sociais e contestações
no século XV, Portugal e Espanha se tornam de ordem político-econômica, chegando a forta-
as potências mundiais, exercendo forte infl uên- lecer concepções esquerdistas em alguns paí-
cia no processo de ocupação e exploração das ses, como por exemplo a Itália, onde a burgue-
Américas, a partir de uma política econômica sia rapidamente tratou de apoiar o movimento
pautada no Mercantilismo. fascista de Benito Mussolini.
Na década de 1930 os países da Euro-
pa continuavam em difi culdade, pois a crise no
sistema econômico mundial de Nova Iorque
(1929), se alastrou pelo mundo e provocou o de-
semprego em massa, reforçando ondas nacio-
nalistas extremistas, levando países europeus
aos regimes totalitários (Nazismo, Salazarismo,
Franquismo).
Diante do crescimento militar alemão, ao

56
GEOGRAFIA


fi nal da década de 1930, Hitler invadiu a Polônia O período de 1945 a 1991 foi considera-
iniciando a Segunda Guerra Mundial e confron- do tenso e agitado em termos militares, quan-
tando mais uma vez as potências europeias. do o poder foi medido pela capacidade bélico-
O fi m dessa Guerra assinalou uma mu-
-nuclear entre as potências determinando uma
dança ideológica no mundo que, pela primeira corrida armamentista sem precedentes.
vez viu a emergência de potências fora do eixo Na década de 1980, a crise que se aba-
Europeu. teu sobre a URSS foi determinante para o fi m
da Bipolaridade e queda do regime comunista
A BIPOLARIDADE MUNDIAL no Leste Europeu. Assim em 1991, Mikhail Gor-
Terminada a Segunda Guerra Mundial, batchov dissolveu a União Soviética colocando
ocorreram conferências internacionais que con- um ponto fi nal nesse conturbado período.
fi rmaram a perda da potêncialidade Política Eu-
rocêntrica, colocando o mundo diante de duas O MUNDO MULTIPOLAR
Superpotências: Estados Unidos e União Sovi- A partir de 1991, com o fi m da bipolari-
ética. dade mundial, ocorreu um remodelamento no
Dentre as transformações advindas des- cenário internacional, com uma redução de in-
se equilíbrio de forças podemos destacar a divi- vestimentos bélicos (embora com crescimento
são europeia, numa cortina de Ferro (expressão recente) e o desenvolvimento de blocos eco-
usada por Churchill), delineando as zonas de in- nômicos, que fortaleceu a percepção de poder
fl uência do Capitalismo e Socialismo, confl itan- pela maior capacidade de mercado.
do as ideologias e acirrando os nervos entre as Em termos de confl itos, embora já pré-
áreas. xistentes, as divergências étnico-religiosas, ét-
Características da Bipolaridade. nico-nacionalistas, o terrorismo e o narcotráfi co
• Potências: EUA e URSS; seriam amplifi cados exigindo novas táticas e
• Alianças Militares e Econômicas coman- novas alianças. A velha divisão de mundo Leste
dadas pelas potências; x Oeste agora é determinada pelas forças eco-
Guerra Fria; nômicas Norte x Sul, que defi nem as relações
geopolíticas do mundo no século XXI.

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GEOGRAFIA

58
GEOGRAFIA

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM QUESTÃO 03 - Ao fi nal da Segunda Guerra


QUESTÃO 01 - “...inspirado por razões huma- Mundial, a ruptura do acordo que unira os alia-
nitárias e pela vontade de defender uma certa dos vitoriosos gerou um ordenamento político
concepção de vida ameaçada pelo comunismo, internacional baseado na bipolaridade. Nesse
constitui também o meio mais efi caz de alargar contexto, crises políticas e tensões sociais de-
e consolidar a infl uência norte-americana no sencadearam um processo de construção do
mundo, um dos maiores instrumentos de sua socialismo em diversos países. Assinale a op-
ção que apresenta uma afi rmativa correta sobre
expansão (...) tem por consequência imediata
a construção do socialismo no mundo do pós-
consolidar os dois blocos e aprofundar o abismo -guerra:
que separava o mundo comunista e o Ociden- a) Na Iugoslávia (1944-45), o regime comu-
te...” “...as partes estão de acordo em que um nista implantado pelo Marechal Tito sub-
ataque armado contra uma ou mais delas na meteu-se à hegemonia política e econômi-
Europa ou na América do Norte deve ser con- ca soviética, o que acarretou sua expulsão
siderado uma agressão contra todas; e, conse- do movimento dos países não alinhados.
quentemente, concordam que, se tal agressão b) Na Coreia (1950-53), a intervenção mi-
ocorrer, cada uma delas (...) auxiliará a parte ou litar norte-americana impediu o avanço
as partes assim agredidas (...)” das forças revolucionárias comunistas que
Os textos identifi cam, respectivamente, ocupavam o norte do país, reunifi cando as
a) a Doutrina Monroe e a Organização da Na- duas Coreias sob a tutela do Conselho de
ções Unidas (ONU). Segurança da ONU.
b) o Pacto de Varsóvia e a Comunidade Eco- c) Em Cuba (1959), a vitória dos revolucio-
nários castristas foi favorecida pela pro-
nômica Europeia (CEE).
mulgação da Emenda Platt no Senado
c) a Conferência do Cairo e a Organização americano, que regularizou o envio de ar-
dos Estados Americanos (OEA). mamentos aos guerrilheiros contrários à
d) o Plano Marshall e a organização do Trata- ditadura de Fulgêncio Batista.
do do Atlântico Norte (OTAN). d) Na Tchecoslováquia (1946), o socialismo
e) o Pacto do Rio de Janeiro e o Conselho reformista, baseado na descentralização e
de Assistência Econômica Mútua (COME- liberalização do sistema frente ao modelo
CON). stalinista, retomado na política de Brejnev,
foi interrompido pela repressão russa, en-
QUESTÃO 02 - A URSS transformou-se, após cerrando a “Primavera de Praga”.
1945, numa das potências mundiais, tanto no e) Na China (1949), a revolução comunista
campo econômico como técnico. Um dos me- derrubou o regime imperial e expulsou os
lhores exemplos dessa transformação é o: invasores japoneses da Manchúria, reu-
a) desenvolvimento da indústria cinematográ- nindo os nacionalistas, os “senhores da
guerra” e os comunistas maoístas em um
fi ca e das teorias em torno da fusão nuclear.
governo de coalizão que instituiu uma re-
b) desenvolvimento da indústria automobilísti- pública popular no país.
ca e o incremento do sistema industrial pri-
vado. QUESTÃO 04 - Três décadas - de 1884 a 1914
c) desenvolvimento da política espacial, repre- - separam o século XIX - que terminou com a
sentada pela 1ª viagem em torno da Terra corrida dos países europeus para a África e com
por Gagarin. o surgimento dos movimentos de unifi cação na-
d) crescimento do mercado interno, com o de- cional na Europa - do século XX, que começou
senvolvimento de novas técnicas de cultivo com a Primeira Guerra Mundial. É o período do
agrícola e aumento de salários. Imperialismo, da quietude estagnante na Euro-
e) crescimento da produção agrícola em fun- pa e dos acontecimentos empolgantes na Ásia
ção do fi m da intervenção do Estado no se- e na África.
ARENDT. H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. Das Letras,
tor e de técnicas administrativas america- 2012.
nas. O processo histórico citado contribuiu para a

59
GEOGRAFIA

eclosão da Primeira Grande Guerra na medida e Estados Unidos – se reunirem para discutir
em que: possíveis novas sanções contra o Irã por causa
a) difundiu as teorias socialistas. de seu programa nuclear.
b) acirrou as disputas territoriais. Adaptado de www.estadao.com.br, 18/09/2007.
c) superou as crises econômicas.
d) multiplicou os confl itos religiosos. O Conselho de Segurança da ONU pode apro-
e) conteve os sentimentos xenófobos var deliberações obrigatórias para todos os paí-
ses-membros, inclusive a de intervenção militar,
QUESTÃO 05 - E m 1989 ocorreu a Queda do como ilustra a reportagem. Ele é composto por
Muro de Berlim que dividiu a cidade de Berlim quinze membros, sendo dez rotativos e cinco
entre a República Democrática da Alemanha permanentes com poder de veto. A principal ex-
(Alemanha Oriental) e a República Federal da plicação para essa desigualdade de poder entre
Alemanha (Alemanha Ocidental), durante 28 os países que compõem o Conselho está ligada
anos. Sobre as mudanças ocorridas nas últimas às características da:
décadas do século XX, é correto afi rmar: a) geopolítica mundial na época da criação
a) Com as mudanças ocorridas, no fi nal do do organismo
século XX, nos países do leste europeu, b) parceria militar entre as nações com cadei-
os partidos socialistas e os comunistas ob- ra cativa no órgão
tiveram maior participação no poder, uma
c) convergência diplomática dos países com
vez que puderam participar das eleições, o
que lhes era proibido até a década de 90. capacidade atômica
b) A União das Repúblicas Socialistas Sovié- d) infl uência política das transnacionais no
ticas (URSS) trocou o nome para Rússia, período da globalização
mas manteve seu espaço geográfi co intac- e) qualidade intelectual do corpo diplomático
to. dos países membros
c) Ocorreram várias mudanças no mapa ge-
ográfi co da Europa com o surgimento de QUESTÃO 07 - Leia as notícias a seguir com
novos países como, por exemplo, a Repú- atenção:
blica Tcheca, a Eslováquia, a Croácia e a “11 de setembro de 1973. Apoiada e possivel-
Bósnia. mente subordinada pela CIA, a maioria do exér-
d) A Alemanha continua dividida entre Alema- cito e da polícia subleva-se. O governo de Al-
nha Oriental e Ocidental, com governos lende é derrubado” (TV Cultura, Alô Escola, A
separados, sendo que somente a Alema- Queda de Allende).
nha Ocidental (que tem como atual primei-
“Depois de 11 de setembro, a América se tornou
ra ministra Angela Merkel) faz parte da Co-
munidade Europeia. mais unilateral, mais isolada e menos democrá-
e) O fi m do comunismo signifi cou o fi m de tica”. (Folha de São Paulo, 2002).
uma sociedade igualitária, na qual toda a As emblemáticas datas de 11 de setembro cita-
população tinha suas necessidades bási- das nos dois trechos acima correspondem, res-
cas atendidas. pectivamente, a duas situações abaixo:
a) O auge e o declínio da ordem bipolar cha-
QUESTÃO 06 - Rússia e China rejeitam ame- mada Guerra Fria.
aça de guerra contra Irã. A Rússia e a China b) A expansão e a queda do poder unipolar
manifestaram sua inquietude com relação aos dos Estados Unidos da América.
comentários do chanceler francês, Bernard c) Dois momentos de comprovação da exis-
Kouchner, sobre a possibilidade de uma guerra tência de uma ordem unipolar.
contra o Irã. Kouchner acusou a imprensa de d) A tentativa de colonização do Chile e o iso-
“manipular” suas declarações. “Não quero que lamento internacional dos Estados Unidos
usem isso para dizer que sou um militarista”, da América.
disse o chanceler, dias antes de os cinco mem- e) A ordem bipolar da Guerra Fria e a busca
bros permanentes do Conselho de Segurança recente da unipolaridade estadunidense.
da ONU – França, China, Rússia, Reino Unido

60
GEOGRAFIA

QUESTÃO 08 - Na passagem da década de 80 (ARBEX JÚNIOR, José. Guerra Fria: terror de estado, política e cultura. 3.

para a de 90, com o fi nal da oposição entre o ed. São Paulo: Moderna, 1997. p. 7).

socialismo e o capitalismo, emergiram confl itos Assinale a alternativa que NÃO caracteriza as
de interesse fundamentalmente econômico en- tensões e os confl itos político-ideológicos entre
tre países capitalistas desenvolvidos e países norte-americanos e soviéticos no contexto da
capitalistas subdesenvolvidos. Trata-se da opo- Guerra Fria.
sição: a) Guerra do Vietnã.
a) Leste e Oeste b) Guerra da Coréia.
b) Norte e Sul c) Crise dos Mísseis em Cuba.
c) Ocidente e Oriente d) Ocupação norte-americana no Afeganis-
d) Bipolar tão.
e) Não-alinhada e) disputas envolvendo os regimes capitalista
e socialista
QUESTÃO 09 - Desde a queda do muro de Ber-
lim, em 1989, o mundo passou a conviver com QUESTÃO 11 - Com base nos conhecimentos
o surgimento de uma nova ordem mundial, dife- sobre a geopolítica e a economia mundial, no
rente daquela que existiu no período da Guerra período pós-Segunda Guerra Mundial, pode-se
Fria. afi rmar:
Sobre essa nova ordem mundial, é correto afi r- a) A Guerra Fria se consolidou a partir do lan-
mar: çamento das bases da Doutrina Truman,
a) A capacidade tecnológica, a produtividade levando os Estados Unidos e a União So-
e a competitividade fazem parte do novo viética a um estado de tensão permanente.
padrão de poder da Rússia, que se man- b) O objetivo geopolítico da Doutrina Truman
tém como potência no contexto atual. era a consolidação do capitalismo na Eu-
b) Com o fi m da Guerra Fria, a nova ordem ropa Oriental.
mundial é caracterizada pela emergência c) A substituição do ouro pelo dólar, como
de um mundo multipolar, cujo padrão de novo padrão monetário, em 1960, tornou a
poder é econômico. economia norte-americana inquestionavel-
c) A globalização corresponde à fase de ex- mente hegemônica até os dias atuais.
pansão dos capitais, no atual período d) A ONU (Organização das Nações Unidas)
técnico-científi co do capitalismo, trazen- foi responsável pela inserção de todos os
do como consequência o desaquecimento países subdesenvolvidos no comércio in-
das desigualdades sociais. ternacional, desde o pós-guerra.
d) O surgimento dos megablocos econômi- e) A criação do Banco Mundial e do FMI (Fun-
cos signifi ca que, em maior ou menor grau, do Monetário Internacional), ambos com
as fronteiras econômicas entre os países sede na Inglaterra, possibilitou a recupe-
não estão sendo diluídas. ração econômica da Europa Ocidental e a
e) A União Europeia forma um dos mercados industrialização dos países periféricos da
comuns, sendo antigo o seu processo inte- América Latina e da Oceania.
gracionista, no entanto é menos expressi-
vo do que em outros blocos econômicos. QUESTÃO 12 - Segundo o relatório do Progra-
ma das Nações Unidas para o Desenvolvimen-
QUESTÃO 10 - “A Guerra Fria foi um período to - PNUD (2010), os países considerados ex-
em que a guerra era improvável, e a paz, im- -comunistas apresentam dados divergentes e
possível. Com essa frase, o pensador Raymond contrastantes em relação ao desenvolvimento
Aron defi niu o período em que a opinião pública econômico e social dos demais países do mun-
mundial acompanhou o conturbado relaciona- do. Com base na economia dos países conside-
mento entre os Estados Unidos e a União So- rados ex-comunistas, é correto afi rmar:
viética.” a) A entrada dos países comunistas na cha-

61
GEOGRAFIA

mada economia capitalista trouxe ganhos b) A Guerra do Vietnã foi motivada pelas
econômicos para parte desses países, mas constantes intromissões dos Estados Uni-
também ampliou problemas sociais, como dos no Norte do país, enquanto a causa da
desemprego e pobreza. Guerra da Coreia está relacionada à inva-
b) A transição para a economia de mercado são chinesa à Coreia do Norte.
dos países do bloco soviético gerou peque- c) As duas guerras consistiram em uma ex-
nas modifi cações no que diz respeito à le- tensão da Guerra Fria, nas quais houve
gislação que organizava a propriedade pri- claras evidências da polarização política
vada da terra. mundial que se iníciou após a Segunda
c) Os países do ex-bloco comunista que atu- Guerra Mundial.
almente fazem parte da União Europeia, a d) A divisão política após fi ndar os confl itos,
exemplo de Hungria, Eslovênia e Eslová- no Vietnã e na Coreia, contribuiu para que
quia, por terem heranças socialistas, não esse modelo, polarizado em Norte e Sul,
foram atingidos pela atual crise econômica chegasse ao Brasil na década de 1980.
europeia. e) Os dois confl itos contaram com a participa-
d) A Rússia, principal país do bloco comunis- ção de alianças europeias, nas quais par-
ta, passou por um processo de transição do ticiparam França, Inglaterra e Alemanha
socialismo para o capitalismo muito similar Ocidental, apoiando os Estados Unidos
à China, porém, sem o mesmo sucesso militarmente.
econômico e social.
e) Os países da extinta Iugoslávia, principal- QUESTÃO 14 - Observe o gráfi co a seguir.
mente a Croácia, a Bósnia e a Sérvia, pas-
saram por um processo de transição, pací-
fi co e parcial, de uma economia socialista
para uma economia capitalista.

QUESTÃO 13 - Com o fi m da Segunda Guerra


Mundial, o contraste entre capitalismo e socia-
lismo era predominante entre a política, ideolo-
gia e sistemas militares. Apesar da rivalidade e
Analisando os dados, aliados ao conhecimento
tentativa de infl uênciar outros países, os Esta-
referente ao Índice GINI (indicador que mede a
dos Unidos não confl itaram a União Soviética
concentração de renda), pode-se concluir que:
(e vice-versa) com armamentos, pois os dois
a) a desigualdade econômica e social no Bra-
países tinham em posse grande quantidade
sil é semelhante à dos demais países de-
de armamento nuclear, e um confl ito armado
senvolvidos do mundo. Essa desigualdade
direto signifi caria o fi m dos dois países e, pos-
independe do grau de desenvolvimento de
sivelmente, da vida em nosso planeta. Porém,
um país.
ambos acabaram alimentando confl itos em ou-
b) a desigualdade social no Brasil aumentou
tros países como, por exemplo, na Coreia e no
signifi cativamente na última década em
Vietnã.
Disponível em: < http://www.sohistoria.com.br/ef2/guerrafria/ > Acesso
decorrência do crescimento econômico do
em: 03/09/2014, às 18h45min (fins pedagógicos). país.
Assinale a alternativa que compara corretamen- c) as maiores desigualdades sociais no mun-
te as guerras da Coreia e do Vietnã no contexto do encontram-se em países do Leste Eu-
da Guerra Fria. ropeu, visto que o socialismo predominan-
a) As duas guerras apresentaram resultados te na região ao longo das últimas décadas
positivos para os norte-americanos, pois gerou grande concentração de renda.
as conquistas militares favoreceram a ado- d) apesar de o Brasil estar entre os países
ção do capitalismo de forma integral nos com maior desigualdade social no mundo,
dois países. a concentração de renda diminuiu na últi-

62
GEOGRAFIA

ma década.
e) a concentração de renda evidenciada no
gráfi co ocorre de forma semelhante em to-
das as regiões brasileiras, porém é maior
no Sul e no Sudeste em virtude da maior
urbanização evidenciada nessas regiões.

QUESTÃO 15 - Sobre a ação do Estado na po-


lítica econômica e social de um país e suas re-
percussões nas sociedades contemporâneas,
assinale a alternativa correta:
a) Nos regimes socialistas derivados do an-
tigo bloco soviético, o Estado apresenta-
-se pouco atuante, sendo que as comunas
populares controlam o sistema produtivo e
o poder.
b) A social democracia caracteriza-se pela
valorização da iniciativa privada e pela au-
sência de seguridade social do Estado. Os
serviços de saúde, educação e seguridade
social são privados.
c) No capitalismo neoliberal, o Estado não é
controlador do mercado, favorecendo a li-
vre iniciativa e a livre competição entre as
empresas. Não prioriza o protecionismo da
produção industrial nacional.
d) O Estado laico caracteriza-se pela inge-
rência religiosa nos assuntos de Estado. O
Irã é um exemplo de Estado laico.
e) O Parlamentarismo é a forma de repre-
sentação própria das monarquias e dos
regimes totalitários; o Presidencialismo é
próprio das democracias socialistas.

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D C D B C A E B B D
11 12 13 14 15
A A C D C

63
CIÊNCIAS DA NATUREZA

64
BIOLOGIA

A GENÉTICA CONTRIBUINDO NA SOLUÇÃO


DE CRIMES E NA CONFIRMAÇÃO OU EX- Descreveu com detalhes as partí-
culas geradoras (especifi camente,
CLUSÃO DE PATERNIDADE E/OU MATERNI- KARL ERNST os óvulos humanos). Além disso,
DADE VON BAER posteriormente, descreveu as fa-
BREVE HISTÓRICO ses do desenvolvimento embrioná-
Desde a Antiguidade, o homem buscou rio (estudo da ontogenia)
respostas sobre como se formavam novos in-
Observou pequenos “seres” - do-
divíduos (seres vivos) e como se dava a trans- tados de cabeça e cauda - que
missão de características corporais presentes ANTON VAN denominou animálculos presentes
nele para os seus descendentes (ou melhor: LEEUWENHO- no sêmen. Vale ressaltar que hoje
as características hereditárias). Com a evolu- ECK se sabe que são células haploides
(gametas) denominados esperma-
ção desses questionamentos e suas possíveis tozoides.
respostas, apareceu a fi gura do monge tcheco A partir de dissecação de fêmeas
Gregor Mendel (1822 - 1884) e com suas de- grávidas de veados, concluiu que
duções matemáticas foi possível postular a ideia WILLIAM
os fetos observados possuíam as
basilar para uma maior compreensão de como morfologias diferentes dependen-
HARLEY
do do estágio de gravidez e assim
se dá a transmissão dos caracteres hereditá- surgiu a ideia de que havia um de-
rios (segundo Mendel, a mesma se dá por meio senvolvimento embrionário.
de fatores que se encontram em gametas. Ho- Analisou o desenvolvimento gra-
diernamente, sabe - se que tais fatores são os dual dos embriões de galinhas e
genes). CASPAR
percebeu que os órgãos desses
animais surgiam de dobramentos
FRIEDRICK
de folhas que se diferenciavam. As
WOLFF
estruturas denominadas folhas são
hoje denominadas folhetos ger-
minativos (Ectoderme, Mesoder-
me e Endoderme).
“A ontogenia recapitula a filoge-
nia” - em outras palavras: o estudo
do desenvolvimento embrionário
ERNEST (ontogenia) pode mostrar seme-
HAECKEL lhanças ou distinções entre os se-
res vivos e assim sendo importante
Gregor Mendel no estudo da história evolutiva das
A tabela abaixo mostra alguns cientistas espécies (fi logenia).
e suas contribuições históricas que favorece- Postulou que a transmissão das
características hereditárias seguia
ram o fortalecimento da Genética. a teoria da pangênese (os órgãos
CIENTISTAS CONTRIBUIÇÕES e componentes corporais faziam
Grande observador da natureza CHARLES pequenas cópias - gêmulas ou
fez uma proposição em que um DARWIN pangenes - que eram levadas até
ARISTÓSTELES embrião se desenvolveria num ovo os gametas pela corrente sanguí-
graças a matéria - prima existente nea). Na fecundação, as gêmulas
nele. masculinas e femininas se uniam
formando o embrião.
Ao analisar ovários de várias fême-
as de mamíferos diferentes, perce- Teoria Cromossômica da Heran-
beu que apareciam manchas ama- ça: ao observar os cromossomos
relas (atualmente, sabe - se que são durante a divisão celular, percebeu
os corpos amarelos - produtores de a correlação dos mesmos com a
REGNIER
hormônios) nos mesmos durante a WALTER Idea mendeliana na qual os fatores
GRAAF
gravidez. Como conclusão, afi rmou SUTTON (genes) se separam na divisão ce-
que havia partículas geradoras que lular. Desse modo, propôs que os
migravam do ovário para o útero, genes se localizam nos cromosso-
atraídas pelo sêmen (porção so- mos. Vale ressalta que tal proposi-
mente atrativa - segundo Graaf). ção foi posteriormente confi rmada.

65
BIOLOGIA

Confi rmou a ideia de Sutton estu- químico para a síntese proteica - o qual mostra-
THOMAS HUNT dando as características morfológi- remos mais adiante. E sua localização? Bem a
MORGAN cas da mosca de fruta denominada estrutura dotada de vários genes é o: cromos-
Drosophila melanogaster.
somo (fi lamento composto de ácido desoxirri-
Isolou moléculas grandes do nú- bonucleico - DNA e proteína - histona).
cleo (as denominou de nucleínas)
e viu suas características ácidas. Na ilustração abaixo mostra a estrutura
FRIEDRICH Vale mencionar que tais moléculas de um cromossomo (observado durante a mi-
MIESCHER hoje são denominadas de ácidos tose) e a ampliação de uma porção do mesmo
nucléicos (ácido desoxirribonu- (formado de DNA e histona ) que codifi ca a sín-
cleico - DNA e ácido ribonucleico
- RNA). tese de uma proteína (ou seja,um gene). Então,
Descreveram com detalhes a es- vale ressaltar que num cromossomo existem
JAMES muitos genes (conjunto de genes: genoma) e
trutura helicoidal da molécula DNA
WATSON E
FRANCIS
em 1962, formada por duas fi tas cada um corresponde a uma proteína sintetiza-
formadas pela união de nucleotí- da no ribossomo, a qual representará uma ca-
CRICK
dios.
racterística - isto numa célula eucariótica (pre-
HAMILTON Desenvolveram a técnica do DNA sente em protozoários, algas, fungos, vegetais
SMITH E recombinante, sendo o primeiro
DANIEL passo para a Engenharia Genéti- e animais), pois, numa célula procariótica (em
NATHANS ca. seres unicelulares - bactérias e arqueas) ocorre
que um gene pode representar a síntese de vá-
SAIBA MAIS! rias proteínas, visto que tais seres unicelulares
Outras funções de alguns nucleotídios contêm pouco material genético.
(componentes dos ácidos nucleicos):
- Fazer parte da molécula de adenosina trifos- 1 GENE → 1 PROTEÍNA → 1 CARACTE-
fato (ATP), a qual é capaz de armazenar RÍSTICA ESTRUTURAL OU FUNCIONAL ME-
energia utilizada no metabolismo celular. TABÓLICA
- O nucleotídio adenina é, também, compo- CÉLULA EUCARIÓTICA
nente de coenzimas (substâncias ativado-
ras de enzimas). 1 GENE → 1 OU MAIS PROTEÍNAS → 1
- Podem ter ação reguladora, assim, servin- OU MAIS CARACTERÍSTICAS ESTRUTU-
do como mensageiros químicos intracelu- RAIS OU FUNCIONAIS METABÓLICAS
lares. CÉLULA PROCARIÓTICA

O GENE: SEU CONCEITO; SUA LOCALIZA-


GENE A PROTEÍNA A CARACTERÍSTICA A
ÇÃO E COMPOSIÇÃO QUÍMICA.
Não adiantaria conversar mais sobre a
Genética e suas aplicações sem antes com-
preendermos (ou lembrarmos) o que seria: um GENE B PROTEÍNA B CARACTERÍSTICA B
gene; sua localização; sua composição química
e como o mesmo se expressa determinando as CROMOSSOMO
características corporais (cor do cabelo; altura;
cor da pele...) ou de funcionalidade metabólica
(como, as enzimas) dos seres vivos.
Em termo de defi nição o gene seria uma
porção do cromossomo que codifi ca uma infor-
mação hereditária, a qual se expressará, nor-
malmente, na forma de uma proteína (importan-
te molécula capaz de determinar características
- como a cor da pele; cor dos olhos; altura...).
Além disso, sabe - se existe um mecanismo bio-

66
BIOLOGIA

cas dos indivíduos, pode-se afi rmar que o co-


mando inicial se dá através da transcrição,
onde o código genético do DNA é transferido
para uma molécula de RNAmensageiro (pro-
cesso ocorrido no meio intranuclear - quando
em células eucariotas e no nucleóide - quando
está se trabalhando com células procariotas), o
qual irá migrar ao citoplasma e encontrará os
RNAtransportadores (o qual carrega o ami-
noácido) no sítio ativo do ribossomo, sendo
então colocado em sequência os aminoácidos
- ligados por ligações peptídicas, culminando
na formação da proteína.
DNA RNAm RIBOSSOMO PROTEÍNA

(TRANSCRIÇÃO) RNAt (TRADUÇÃO)

A ENGENHARIA GENÉTICA
Com a Genética houve o aprimoramen-
to de algumas técnicas da Engenharia Gené-
tica, as quais permitiram o aparecimento de
alimentos transgênicos (de origem vegetal ou
animal) dotados de diversas qualidades como
A PORÇÃO DE DNA, NO FINAL DA ILUSTRA- os de origem vegetal, possuindo: maior teor nu-
ÇÃO, PODE SER, POR EXEMPLO, UM CÓDI- tritivo; resistência a insetos, o que acarretará
GO DE UM GENE. como consequência o menor uso de agrotóxi-
SAIBA MAIS! cos, tornando, assim, o alimento mais saudável;
- PROJETO GENOMA HUMANO produção farmacêutica; resistência a doenças ;
Representa um projeto que buscou deci- tolerância a metais pesados... (acrescente co-
frar a sequência de nucleotídeos existente no nhecimento pesquisando sobre o tema: Orga-
DNA humano e assim desvendar os mistérios nismos Geneticamente Modificados - sigla
do nosso código genético. OGMs). Além disso, a genética contribui, tam-
- PROJETO PROTEOMA bém, com: o melhor estudo evolutivo dos
Termo usado por Marc Wilkins e repre- seres vivos (ou seja, a história evolutiva das
senta, na verdade, a análise da expressão dos espécies - filogenia) levando como principais
genes, ou seja, o conjunto de proteínas que os argumentos comparativos os genes (Neoda-
seres vivos podem produzir. Vale ressaltar que rwinismo ou Teoria Sintética da Evolução); a
se trata de algo ousado, já que há variações de melhor compreensão dos princípios da heredi-
proteínas entre as diversas espécies. tariedade (ou seja, como as características ge-
PROJETO NUTRIGENOMA néticas passam dos pais aos descendentes); o
Tal projeto objetiva a determinação de entendimento maior da causa da manifestação
dietas levando em consideração seu código ge- de muitas alterações orgânicas (por exemplo:
nético. Assim sendo, evitaria que algum alimen- anemia falciforme; acondroplasia; hipercoleste-
to tivesse o efeito tóxico sobre o seu organismo. rolemia familiar e discondrosteose)... E claro, o
centro de nossas atenções que seria: a eluci-
COMO É O MECANISMO DE SÍNTESE DE dação de crimes, culposos ou dolosos, de
PROTEÍNA A PARTIR DO CÓDIGO GENÉTI- alta complexidade de solução segundo a juris-
CO? prudência e a confirmação ou exclusão de
A partir do conhecimento do gene e sua paternidade e/ou maternidade em caso de
importância na manifestação das característi- dúvida.

67
BIOLOGIA

TROFORESE
A GENÉTICA NA CONFIRMAÇÃO OU EX- POLO ( - )
CLUSÃO DE PATERNIDADE E/OU MATERNI-
DADE
Um caso comum encontrado como dis-
cussão nos tribunais atualmente é a briga entre
casais em que o suposto pai nega a paternidade
de uma criança. Assunto altamente polêmico e
que merece atenção do vestibulando, pois, está FRAGMENTOS DE DNA SEPARADOS

presente nos principais vestibulares do país,


dentre eles, a prova do ENEM. Desse modo,
como é possível resolver essa situação? POLO ( + )
Bem, faz-se o teste de DNA a partir de
amostras celulares - retiradas, principalmente Em conclusão, pode-se comparar os
da mucosa bucal - do suposto pai e amostras fragmentos de DNA do suposto pai com os da
celulares da criança a fi m de comparação. criança - confi rmando ou excluindo paternida-
Uma vez removido o material genético da de. Vale ressaltar que metade da nossa carga
célula da mucosa do suposto pai, coloca-o em genética veio do pai e a outra veio da mãe. O
contato com enzimas denominadas de: enzi- mesmo teste de eletroforese pode ser feito com
mas de restrição (ou endonucleases de res- o material genético da mãe a fi m de tirar alguma
trição - originadas de procariotas - um exemplo dúvida de maternidade, por exemplo, no caso
é a enzima EcoR1 que reconhece a sequência de troca de bebê em maternidade.
de DNA GAATTC), as quais vão fragmentar o
DNA em pontos específi cos (tais fragmentos A GENÉTICA NA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
não codifi cantes de DNA são denominados VN- Veja como o teste de DNA pelo método
TRs - variable number of tandem repeats - vari- de eletroforese tem ajudado a elucidar a maio-
ável de repetições em sequência). ria dos casos de paternidade e maternidade
que chegam aos tribunais. Não seria diferen-
CURIOSIDADE! te quando se fala na elucidação de crimes. O
Utiliza-se células da mucosa bucal para referido método também é utilizado para iden-
extração do DNA, pois, é de fácil remoção (não tifi car criminosos ou inocentar suspeitos. As-
causando lesões) e não ocorre transplante de sim, basta, por exemplo, um resto de sangue
outra pessoa desse tecido. Assim, um cabelo na blusa do suspeito ou sêmen na vítima para
pode ser transplantado (não sendo interessante se descobrir o possível causador de um crime.
na identifi cação do suposto pai) e outras células Além disso, crimes que há muitos anos ocorre-
como as encontradas no sangue podem ser do- ram voltam a ser julgados nos tribunais devido
adas por transfusão de outra pessoa... ao avanço da tecnologia. Analisemos um caso
hipotético, na década de 70, nos Estados Uni-
E AGORA, COMO É FEITA A SEPARAÇÃO dos da América, de um rapaz ter matado uma
DOS FRAGMENTOS? jovem e uma mancha de sangue foi achada na
Usa-se uma técnica denominada: Técni- blusa do suspeito. Na época, não foi possível
ca de Eletroforese em gel, onde os fragmentos provar que o mesmo foi o autor do crime, porém,
são colocados numa placa em gel (de agarose) agora, foi possível remover o DNA mitocondrial
submetida a um campo elétrico e consequente- encontrado no sangue da blusa (possivelmente
mente os fragmentos de DNA (dotado de carga da jovem) e compará-lo com o DNA mitocondrial
negativa) se separam, pois migram do polo ne- da mãe da vítima (visto que as nossas mitocôn-
gativo para o polo positivo. drias são de origem matriarcais) e confi rmar que
a amostra encontrada é realmente da jovem e
PLACA DE GEL PARA A TÉCNICA DE ELE- assim prender o suspeito.

68
BIOLOGIA

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM humano, havia duas estratégias a considerar:


QUESTÃO 01 - Com a leitura da tabela acima, I) Sequenciar o ADN total dos cromossomos
pode-se concluir como afi rmativa correta que: diretamente;
a) Para se construir uma teoria atual não há II) Extrair todos os ARNs mensageiros, produ-
necessidade de se observar construtos te- zir ADN a partir desses ARNs mensageiros
óricos anteriores. e sequenciar apenas esse ADN. Nos dois
b) A construção do início dos princípios da casos, a técnica de sequenciamento era a
Genética tomou como alicerce a compara- mesma. Por que a segunda estratégia é
ção morfológica de indivíduos adultos. mais rápida e, portanto, mais econômica?
c) A Ontogenia contribuiu diretamente com a
fundamentação da Genética. COMENTÁRIO DA QUESTÃO:
d) O postulado sobre a formação dos seres No caso do sequenciamento direto do ADN, os
vivos, surgido ainda na Antiguidade, men- resultados revelam tanto a sequência das regi-
cionava que para a formação do embrião ões codifi cadoras (os genes) quanto a das não
há necessidade de uma matéria-prima codifi cadoras, que representam quase 90% do
presente no cromossomo. genoma. Com a segunda estratégia, são se-
e) A existência da molécula de DNA foi defen- quenciados somente os genes, isto é, regiões
dida pela maioria dos cientistas que traba- codifi cadoras.
lharam com a Ontogenia e a Filogenia.
QUESTÃO 04 - TESTE DE DNA CONFIRMA
QUESTÃO 02 - O século XX proporcionou uma PATERNIDADE DE BEBÊ PERDIDO NO TSU-
série de pesquisas na área genética. Em 1928, NAMI - Um casal do Sri Lanka que alegava ser
Griffi th realizou um importante experimento que os pais de um bebê encontrado após o tsunami
envolvia transformações em bactérias. Esse que atingiu a Ásia, em dezembro, obteve a con-
experimento, retomado por Avery e colabora- fi rmação do fato através de um exame de DNA.
dores, em 1944, foi a base para a descoberta O menino, que fi cou conhecido como “Bebê 81”
da molécula formadora do material genético. por ser o 81º. sobrevivente a dar entrada no
Nos anos 50, Watson e Crick apresentaram o hospital de Kalmunai, era reivindicado por nove
modelo da dupla-hélice dessa molécula, abrin- casais diferentes.
do caminho para que, na década seguinte, se “Folhaonline”, 14/02/2005 (adaptado).
demonstrasse como o gene, através da sua se- Algumas regiões do DNA são sequências curtas
quência de bases nitrogenadas, controla a pro- de bases nitrogenadas que se repetem no ge-
dução de proteínas.Nas duas últimas décadas, noma, e o número de repetições dessas regiões
o avanço biotecnológico permitiu aos cientistas varia entre as pessoas. Existem procedimentos
a manipulação do material genético e a transfe- que permitem visualizar essa variabilidade, re-
rência de um gene de uma espécie para outra. velando padrões de fragmentos de DNA que
Considere os itens abaixo: são “uma impressão digital molecular”. Não
I. Estrutura da molécula de DNA. existem duas pessoas, com o mesmo padrão
II. Descoberta do código genético. de fragmentos com exceção dos gêmeos mo-
III. DNA como molécula constituinte do nozigóticos. Metade dos fragmentos de DNA de
gene. uma pessoa é herdada de sua mãe e metade,
IV. Obtenção dos organismos transgênicos. de seu pai. Com base nos padrões de fragmen-
O texto faz referência: tos de DNA representados a seguir, qual dos ca-
a) Apenas aos itens I, II e III sais pode ser considerado como pais biológicos
b) Apenas aos itens I, II e IV do Bebê 81?
c) Apenas aos itens I, III e IV
d) Apenas aos itens II, III e IV
e) Os itens I, II, III e IV
QUESTÃO 03 - No início do projeto do genoma

69
BIOLOGIA

QUESTÃO 05 (UFSCAR) - Considerando si-


tuações hipotéticas, Maria manteve relações Considerando as afi rmações e a fi gura acima
sexuais com dois irmãos, gêmeos dizigóticos, apresentada, responda:
nascendo destas relações Alfredo. a) A qual dos suspeitos (S1, S2 ou S3) perten-
Em outra situação, também hipotética, ce a prova (P)? Justifi que a sua resposta.
Paula engravidou-se ao manter relações sexu- b) Que tipo de material pode ser coletado e
ais com dois irmãos, gêmeos monozigóticos, servir de prova em um caso como esse?
nascendo Renato. c) Por que os resultados desse tipo de análi-
Abandonadas, ambas reclamaram na se têm alto grau de confi abilidade?
Justiça o reconhecimento de paternidade, de-
terminando o Juiz a realização dos testes de QUESTÂO 07 - Em um acidente, embora os
DNA. corpos das vítimas fi quem queimados e irreco-
Após receber os resultados, a Justiça nhecíveis, foi possível preparar, a partir de frag-
pronunciou-se sobre a paternidade de uma das mentos de tecidos, amostras de DNA nuclear e
crianças e fi cou impossibilitada de pronunciar- mitocondrial de todos os mortos. Faleceram no
-se sobre a paternidade da outra criança. Res- acidente dois fi lhos de uma senhora, cada um
ponda: de um casamento. Uma das formas possíveis
a) sobre a paternidade de qual criança o juiz de identifi car os despojos dos fi lhos dessa se-
pronunciou-se? nhora consiste em verifi car se existe homologia
b) por que não pôde o juiz se pronunciar so- do:
bre a paternidade da outra criança? a) DNA mitocondrial da senhora com o DNA
mitocondrial das vítimas
QUESTÃO 06 - Dentre as aplicações atuais da b) DNA mitocondrial da senhora com o DNA
genética molecular, temos os testes de identifi - nuclear das vítimas
cação de pessoas por meio do DNA. c) DNA nuclear do marido e do ex-marido da
Essa técnica, que pode ser usada para senhora com o DNA mitocondrial das víti-
identifi car suspeitos em investigações policiais, mas
consiste em detectar e comparar sequências d) DNA mitocondrial do marido e do ex-ma-
repetitivas ao longo de trechos da molécula de rido da senhora com o DNA mitocondrial
DNA, regiões conhecidas como VNTR (número das vítimas
variável de repetições em sequência). A fi gura e) DNA nuclear da senhora com o DNA mito-
a seguir ilustra os padrões de VNTRs de quatro condrial das vítimas
pessoas envolvidas ( uma vítima (V) e 3 suspei-
tos (S1, S2 e S3) em uma investigação policial QUESTÃO 08 - Um par de esqueletos huma-
e de uma prova (P) coletada no local do crime: nos, datados pelos arqueólogos como sendo do
período Neolítico (com 5 ou 6 mil anos), foi en-
contrado perto de Mantova, Itália, num eterno

70
BIOLOGIA

abraço. Sobre esse assunto, é INCORRETO afi rmar:


a) Quanto mais semelhantes forem as mãos
de gêmeos, maior será a probabilidade de
que eles sejam monozigóticos.
b) Esses padrões podem ser úteis ao diag-
nóstico de certas síndromes cromossômi-
cas, como a Síndrome de Down.
c) A análise dos padrões digitais não se pres-
ta para a determinação de paternidade.
d) O número de cristas dérmicas não varia
entre indivíduos da mesma família.

QUESTÃO 10 - Uma loja de animais mantinha


para venda 4 exemplares de arara azul-e-ama-
rela e alegava aos fi scais que os exemplares
O DNA mitocondrial, presente no citoplasma das haviam nascido em cativeiro, a partir de um
células, é de herança materna, posto que o ci- casal mantido em um criatório autorizado pelo
toplasma do zigoto provém do óvulo. Esse DNA IBAMA. Contudo, os fi scais suspeitaram se es-
sofre poucas modifi cações e, por essa razão, ses exemplares teriam nascido em cativeiro ou
vem sendo utilizado em muitos estudos antro- se teriam sido capturados na natureza. Para es-
pológicos. Se, no caso do achado arqueológico clarecer a questão, colheu-se uma amostra de
na Itália, for constatado que o DNA das mitocôn- sangue de cada um dos animais e fez-se um
drias dos dois esqueletos são diferentes, pode- teste para determinação de paternidade pelo
-se concluir que se trata de: método do DNA-Fingerprint. O DNA foi extraído
a) mãe e fi lho b) mãe e fi lha das células por processos químicos, fragmen-
c) irmão e irmã d) gêmeos fraternos tado com enzimas específi cas, colocado sobre
e) fi lhos de mães diferentes. um gel e submetido à corrente elétrica. Frag-
mentos menores migram mais rapidamente em
QUESTÃO 09 (PUC) - Os dermatóglifos são direção a um dos polos da corrente. A migra-
padrões típicos das cristas dérmicas nos dedos ção diferencial dos fragmentos forma bandas
e palmas das mãos, artelhos e solas dos pés. de DNA no gel, que podem ser visualizadas por
A fi gura a seguir mostra padrões digitais que tratamentos específi cos. O padrão de bandas é
formam fi guras denominadas de arco, alça ou exclusivo de cada indivíduo. A ilustração apre-
verticilo. Sabe-se que os padrões dermatóglifos senta o resultado do teste:
são de herança multifatorial.

Os resultados obtidos indicam que podem ser


fi lhos do casal, mantido pelo criador:
a) os 4 exemplares
b) apenas os exemplares machos
c) apenas os exemplares fêmeas

71
BIOLOGIA

d) apenas os exemplares 1 e 4 Brasil, afetando igualmente homens e mulheres.


e) apenas os exemplares 2 e 3 A primeira pista sobre a natureza da alteração
molecular da hemoglobina falcêmica (HbS) foi
QUESTÃO 11 (ENEM) - Uma vítima de aciden- obtida por Linus Pauling e colaboradores, que
te de carro foi encontrada carbonizada devido usaram eletroforese (processo de separação de
a uma explosão. Indícios, como certos adere- proteínas diferentes) para comparar HbS com a
ços de metal usados pela vítima, sugerem que hemoglobina de adulto normal, a Hb A.
a mesma seja fi lha de um determinado casal.
Uma equipe policial de perícia teve acesso ao
material biológico carbonizado da vítima, redu-
zido, praticamente, a fragmentos de ossos. Sa-
be-se que é possível obter DNA em condições
para análise genética de parte do tecido interno
de ossos. Os peritos necessitam escolher, en-
tre cromossomos autossômicos, cromossomos
sexuais (X e Y) ou DNAmt (DNA mitocondrial),
a melhor opção para identifi cação do parentes-
co da vítima com o referido casal. Sabe-se que, Uma eletroforese foi executada com cinco
entre outros aspectos, o número de cópias de amostras de sangue (I, II, III, IV e V), retiradas
um mesmo cromossomo por célula maximiza a de diferentes pelo casal. Sabendo que a amos-
chance de se obter moléculas não degradadas tra I pertence ao pai, é correto afi rmar, EXCE-
pelo calor da explosão. Com base nessas infor- TO:
mações e tendo em vista os diferentes padrões a) A mostra de sangue III certamente perten-
de herança de cada fonte de DNA citada, a me- ce a uma das fi lhas do casal.
lhor opção para a perícia seria a utilização: b) A fi lha adotada pode ser heterozigota des-
a) do DNAmt, transmitido ao longo da linha- de que a mãe adotiva seja homozigota.
gem materna, pois, em cada célula huma- c) Se a mãe for heterozigota para os alelos
na, há várias cópias dessa molécula. que determinam a anemia falciforme, a
b) do cromossomo X, pois a vítima herdou amostra V pertence à fi lha adotada.
duas cópias desse cromossomo, estando d) Se a amostra V foi retirada da mãe, a
assim em número superior aos demais. amostra III só pode ter sido retirada da fi -
c) do cromossomo autossômico, pois esse lha adotada
cromossomo apresenta maior quantidade
de material genético quando comparado QUESTÃO 13 - Durante muito tempo, os cien-
tistas acreditaram que variações anatômicas
aos nucleares, como, por exemplo, o DNA-
mt. entre os animais fossem consequência de di-
ferenças signifi cativas entre seus genomas.
d) do cromossomo Y, pois, em condições nor-
Porém, os projetos de sequenciamento de ge-
mais, este é transmitido integralmente do
noma revelaram o contrário. Hoje, sabe-se que
pai para toda a prole e está presente em
99% do genoma de um camundongo é igual ao
duas cópias em células de indivíduos do
sexo feminino. do homem, apesar das notáveis diferenças en-
tre eles. Sabe-se também que os genes ocu-
e) de marcadores genéticos em cromosso-
pam apenas cerca de 1,5% do DNA e que me-
mos autossômicos, pois estes, além de
nos de 10% dos genes codifi cam proteínas que
serem transmitidos pelo pai e pela mãe,
atuam na construção e na defi nição das formas
estão presentes em 44 cópias por célula,
e os demais, em apenas uma. do corpo. O restante, possivelmente, constitui
DNA não-codifi cante. Como explicar, então, as
QUESTÃO 12 (PUCMG) - A anemia falciforme é diferenças fenotípicas entre as diversas espé-
uma das doenças hereditárias mais comuns no cies animais? A resposta pode estar na região

72
BIOLOGIA

não-codifi cante do DNA.


S. B. Carroll et al. O jogo da evolução. In: “Scientific American
Brasil”, jun./2008 (com adaptações)
A região não-codifi cante do DNA pode ser res-
ponsável pelas diferenças marcantes no fenóti-
po porque contém:
a) as sequências de DNA que codifi cam pro-
teínas responsáveis pela defi nição das for-
mas do corpo.
b) uma enzima que sintetiza proteínas a partir
da sequência de aminoácidos que formam
o gene.
c) centenas de aminoácidos que compõem a
maioria de nossas proteínas.
d) informações que, apesar de não serem tra-
duzidas em sequências de aminoácidos,
interferem no fenótipo.
e) os genes associados à formação de estru-
turas similares às de outras espécies.

O TRABALHO ESCRITO ANTERIORMENTE ESTÁ


EM FIDELIDADE AO EDITAL DO ENEM FORNECI-
DO PELO INEP. VEJA:
EIXOS COGNITIVOS RELACIONADOS AO TEMA
TRABALHADO:
Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, or-
ganizar, relacionar, interpretar dados e informações
representados de diferentes formas, para tomar de-
cisões e enfrentar situações problema.
Construir argumentação (CA): relacionar informa-
ções, representadas em diferentes formas, e conhe-
cimentos disponíveis em situações concretas, para
construir argumentação consistente.
COMPETÊNCIA RELACIONADA AO TEMA TRA-
BALHADO:
Competência de área 5 - Entender métodos e pro-
cedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-
-los em diferentes contextos.
HABILIDADE (H) RELACIONADA AO TEMA TRA- GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
BALHADO: 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
H19 - Avaliar métodos, processos ou procedimentos C E C A E D E
das ciências naturais que contribuam para diagnosti- 11 12 13 14
car ou solucionar problemas de ordem social, econô-
A D D
mica ou ambiental.
OBJETO DE CONHECIMENTO ASSOCIADO À
MATRIZ DE REFERÊNCIA E RELACIONADO AO
TEMA TRABALHADO:
Aplicações de tecnologias relacionadas ao DNA a
investigações científi cas, determinação da paterni-
dade, investigação criminal e identifi cação de indi-
víduos.

73
FÍSICA

ONDULATÓRIA 
Introdução: 
Quanto a natureza 

Mecânica
Quando ligamos um aparelho de rádio   Eletromagnética

ou de televisão, um aparelho celular ou quando   Unidimensional
conectamos um laptop a uma rede sem fi o (Wi-  
Classificação Quanto ao meio de propagação Bidimensional
reless), estamos utilizando aparelhos que foram 

Tridimensional

convenientemente fabricados para receber e/   Longitudinal
 
ou transmitir dados, imagens e sons através da  Quanto ao modo de vibração Transversal
propagação de ondas.   Mista
 

Quanto a sua natureza:


Ondas eletromagnéticas - produzidas
pela vibração de cargas elétricas (não necessi-
ta de meio material para se propagar) (podem se
propagar no vácuo);
Exemplos: Ondas de rádio, raios laser, radar,
etc.
Ondas mecânicas - oscilações de um
meio elástico, portanto necessitam de meio ma-
terial para se propagarem.
Exemplos: Som, onda na superfície da água,
Defi ne-se onda como sendo uma “per-
etc.
turbação do meio caracterizada pelo trans-
porte de energia e quantidade de movimen-
Quanto ao meio de propagação:
to, sem o transporte de matéria”.
Unidimensional - a propagação se dá numa
só direção. Exemplo: uma onda propagando-se
em uma corda.
Bidimensional - a propagação se dá num pla-
no.
Exemplo: ondas na superfície de um lago.
Tridimensional - a propagação se dá em todas
as direções.
Exemplo: o som.

Quanto ao modo de vibração:


Transversal - a vibração se dá em uma dire-
ção perpendicular a direção de propagação da
onda.
Exemplo: Onda se propagando em uma corda.
Classificação das ondas:

74
FÍSICA

Frequência: é o número de oscilações efetua-


das na unidade do tempo (a frequência não de-
pende do meio de propagação).
n
f =
∆t
onde; n = número de oscilações
Δt = intervalo de tempo.

1
Observação: Note que f =
Τ
Observações:

Longitudinal - a onda move-se na mesma di-


reção de oscilação dos corpos que estejam em
seu caminho. Chama-se de elongação a distância de
Exemplo: Ondas sonoras, ondas em molas, etc. um ponto qualquer da curva até o eixo dos X.
Na fi gura, Y é a elongação do ponto P.
• A amplitude é a elongação máxima. Na fi gu-
ra a distância do ponto A ao eixo X, assim
como o é a distância do ponto C ao eixo X.
Para diferenciá-las, dizemos que a amplitu-
de de A, que está na região de Y positivo, é
positiva, e a de C, por estar na região de Y
Mista - uma onda mecânica constituída de vi-
negativo, é negativa.
brações transversais e longitudinais simultâne-
• Pontos da curva que têm mesma elongação
as.
e mesmo sentido são ditos em fase. Assim,
Exemplo: Ondas sobre a superfície livre da
os pontos P e P1 da fi gura estão em fase,
água.
porque têm a mesma elongação Y e ambas
estão no ramo crescente da curva. Note que
Elementos de uma onda:
o ponto P2 não está em fase com P3.
Comprimento de onda (λ): é a distância entre
• Os nós são pontos de máxima energia ciné-
duas cristas ou entre dois vales consecutivos,
tica.
ou ainda a distância entre dois nós não conse-
cutivos.
Equação Fundamental da Ondulatória
Amplitude (A): é o máximo desvio sofrido pelos V= λ ⋅ f
pontos do meio, em relação à posição de equi-
líbrio. V = velocidade [metro por segundo (m/s)]
Período (T): é o tempo necessário para uma λ = comprimento de onda [metro (m)]
onda percorrer horizontalmente uma distância f = frequência [hertz (Hz)]
igual ao comprimento de onda (tempo de uma As unidades de medida acima estão no
oscilação). Sistema Internacional de Unidades (SI).
∆t Observação: 1 hertz (1 Hz ) =
1
T= segundo
n
onde: Δt = intervalo de tempo.
n = número de oscilações Princípio de Huygens

75
FÍSICA

Cada ponto de uma frente de onda, no decorre do fato de que a onda continua a se
instante t0 = 0, pode ser considerado uma fon- propagar no mesmo meio.
te de ondas secundárias, produzidas no sentido
de propagação e com a mesma velocidade no Reflexão de ondas transversais em cordas
meio. No instante posterior t1 a nova frente de A análise da refl exão de pulsos transver-
onda é a superfície que tangencia essas ondas sais nas extremidades de cordas deve ser divi-
secundárias. dida em duas partes:
- Cordas com a extremidade fi xa

O pulso refl ete-se com inversão de fase,


Velocidade de propagação de ondas trans- mantendo todas as outras características.
versais em cordas tensas – Relação de Taylor - Cordas com a extremidade livre

Considere uma corda esticada propagan-


Quando o pulso atinge o anel do suporte,
do uma onda mecânica transversal.
ele sobe e desce, fazendo com que pulso seja
Admita a corda possuindo massa m e
refl etido sem inversão de fase.
comprimento L; a densidade linear (µ’) dessa
corda é a razão entre a sua massa m e o seu
Refração
comprimento L. Assim:
m
µ'= Unidade do SI: kg/m
L
Onde µ’ é a unidade de massa por unidade de
comprimento. Denomina-se refração a passagem de
Para o cálculo da velocidade V de propagação uma onda de um meio para outro de caracte-
da onda vale a Relação de Taylor: rísticas diferentes (densidade, textura, etc.).
V=
F Qualquer que seja o tipo de onda considerada
µ' verifi ca-se que o sentido e velocidade de propa-
gação não são mais os mesmos de antes da re-
Fenômenos Ondulatórios fração. Isto acontece porque o meio apresenta
Refl exão propriedades distintas da do meio de origem.
Observação: Na refração a frequência não sofre
alteração. Logo:
V V
f= fB ⇒ A = B
A
λ A λB

Refração e reflexão em ondas transversais


em cordas
A refl exão de uma onda ocorre após incidir
A refração ocorre quando um pulso passa
num meio de características diferentes e retor-
de uma corda para outra, associada, desde que
nar a se propagar no meio inicial. Qualquer que esta tenha densidade linear diferente daquela. A
seja o tipo da onda considerada, o sentido de refração, nesse caso, é sempre acompanhada
seu movimento é invertido, porém todas as ca- de refl exão no ponto de junção das cordas. O
racterísticas iniciais da onda são mantidas. Isto pulso que se refrata não sofre inversão de fase,
mas o pulso refl etido pode ou não haver inver-
76
FÍSICA

são de fase, dependendo das densidades line-


ares das duas cordas. Caso a primeira corda
tenha menor densidade linear que a segunda,
o pulso refl etido terá fase invertida, pois o inci-
dente encontrará uma corda mais densa, que
se comportará como uma extremidade fi xa.
I SAÍDA I ENTRADA ⋅ cos 2 θ
=
θ = ângulo formado entre o analizador e o polarizador
I = Intensidade

Dispersão
Se a colocação das cordas for trocada,
o pulso refl etido não sofrerá inversão de fase,
pois o incidente encontrará uma corda menos
densa, que se comportará como uma extremi-
dade livre.

A Dispersão é um fenômeno que acon-


tece quando uma onda, resultante da superpo-
sição de várias outras entra num meio onde a
velocidade de propagação seja diferente para
O pulso incidente e o refl etido têm, em
cada uma de suas componentes. Consequente-
valor absoluto, a mesma velocidade inicial do
mente a forma da função de onda inicial muda,
pulso incidente, mas o pulso refratado, apesar
sendo que sua forma é uma função do tempo.
de continuar com a mesma frequência do inci-
dente, terá modifi cada a sua velocidade, pois,
Difração
de acordo com a fórmula de Taylor, a velocidade
depende da densidade linear.

Polarização

(foto: Wing-Chi Poon)


Difração da luz pelas árvores no pôr-do-
-sol, na qual é possível observar as cores do
A Polarização é um fenômeno que acon- arco-íris.
tece somente com as ondas transversais. Con-
siste na seleção de um plano de vibração frente
aos outros por um objeto, ou seja, se incidir on-
das com todos os planos de vibração num cer-
to objeto, este acaba deixando passar apenas
aquelas perturbações que ocorrem num deter-
minado plano.

Difração é um fenômeno que ocorre com


as ondas quando elas passam por um orifício
Lei de Malus ou contornam um objeto cuja dimensão é da

77
FÍSICA

mesma ordem de grandeza que o seu compri-


mento de onda.
Como este desvio na trajetória da onda,
causado pela difração, depende diretamente do
comprimento de onda, este fenômeno é usa-
do para dividir, em seus componentes, ondas
vindas de fontes que produzem vários compri-
mentos de onda. Esta propriedade das ondas
Interferência representa a superposição
foi de fundamental importância para provar que
de duas ou mais ondas num mesmo ponto. Esta
os raios de uma onda não são retilíneos.
superposição pode ter um caráter de aniquila-
ção. Quando as fases não são as mesmas (in-
terferência destrutiva).
Haverá caráter de reforço quando as fa-
ses combinam (interferência construtiva).

Experiência de Young
Por volta de 1801 o físico e médico in- Interferência de ondas bidimensionais e
glês Thomas Young formulou, em termos de tridimensionais.
hipótese, a primeira explicação científi ca para
a sensibilidade do olho humano às cores. Cer-
ca de cinquenta anos mais tarde, Hermann von
Helmholtz (1773 - 1829), físico e fi siologista
alemão, se encarregaria de desenvolver essa
hipótese e convertê-la em teoria, que se tonou λ
D−d = N ⋅
universalmente aceita. 2
Se N é par ⇒ Interferência construtiva
Ondas em fase 
Se N é ímpar ⇒ Interferência destrutiva
Se N é par ⇒ Interferência destrutiva
Ondas em oposição 
Se N é ímpar ⇒ Interferência construtiva

Exercícios de aprendizagem:
QUESTÃO 01 - Quando uma onda se propaga
de um local para outro, necessariamente ocor-
d⋅y
λ= 2 ⋅ re:
n⋅D a) transporte de energia.
Onde n é o número de meios comprimentos de b) transformação de energia.
onda, assim temos: c) produção de energia.
• Se n é par: P é atingido por um máximo de d) movimento de matéria.
intensidade; e) transporte de matéria e energia.
• Se n é ímpar: P é atingido por um mínimo de
intensidade QUESTÃO 02 (PUC) - As estações de rádio
Interferência têm cada uma delas, uma frequência fi xa e pró-
pria na qual a transmissão é feita. A radiação

78
FÍSICA

eletromagnética transmitida por suas antenas em metros, da torre de uma emissora que emite
é uma onda de rádio. Quando escutamos uma na frequência de 1 000 kHz. Considere a veloci-
música, nossos ouvidos são sensibilizados por dade da luz igual a 3,0 · 108 m/s.
ondas sonoras. a) 1000 m b) 750 m
Sobre ondas sonoras e ondas de rádio, são fei- c) 100 m d) 75 m e) 25 m
tas as seguintes afi rmações: QUESTÃO 05 (UNIFESP) - O gráfi co mostra a
I. Qualquer onda de rádio tem velocidade taxa de fotossíntese em função do comprimento
de propagação maior do que qualquer de onda da luz incidente sobre uma determina-
onda sonora. da planta em ambiente terrestre.
II. Ondas de rádio e ondas sonoras propa-
gam-se em qualquer meio, tanto material
quanto no vácuo.
III. Independentemente de a estação de rádio
transmissora ser AM ou FM, a velocidade
de propagação das ondas de rádio no ar
é a mesma e vale aproximadamente 3,0 ·
108 m/s. Uma cultura dessa planta desenvolver-se-ia
Está correto o que se afi rma apenas em: mais rapidamente se exposta à luz de frequên-
a) I. b) III. cia, em terahertz (1012 Hz), próxima a:
c) I e II. d) I e III. e) II e III. a) 460. b) 530
c) 650 d) 700. e) 1 380.
QUESTÃO 03 - A fi gura abaixo mostra duas
ondas que se propagam em cordas idênticas QUESTÃO 06 (UNIFESP) - O eletrocardiogra-
(mesma velocidade de propagação). ma é um dos exames mais comuns da prática
cardiológica. Criado no início do século XX, é
utilizado para analisar o funcionamento do co-
ração em função das correntes elétricas que
nele circulam. Uma pena ou caneta registra a
atividade elétrica do coração, movimentando-
-se transversalmente ao movimento de uma fi ta
Escolha a alternativa correta. de papel milimetrado, que se desloca em movi-
a) A frequência em I é menor que em II e o mento uniforme com velocidade de 25 mm/s. A
comprimento de onda em I é maior que em fi gura mostra parte de uma fi ta e um eletrocar-
II. diograma.
b) A amplitude em ambas é a mesma e a fre-
quência em I é maior que em II.
c) A frequência e o comprimento de onda são
maiores em I.
d) As frequências são iguais e o comprimento Sabendo-se que a cada pico maior está asso-
de onda é maior em I. ciada uma contração do coração, a frequência
e) A amplitude e o comprimento de onda são cardíaca dessa pessoa, em batimentos por mi-
maiores em I. nuto, é
a) 60. b) 75.
QUESTÃO 04 (UFC – Modificada) - Antenas c) 80. d) 95. e) 100.
para emissoras de rádio AM (Amplitude Modu-
lada) são frequentemente construídas de modo QUESTÃO 07 - O esquema a seguir represen-
que a torre emissora tenha uma altura igual a ta, visto de cima, a evolução de ondas na super-
¼ do comprimento de onda das ondas a serem fície da água. Elas se propagam da esquerda
emitidas. Com base nisso, determine a altura, para a direita, incidindo na mureta indicada, na

79
FÍSICA

qual há uma abertura de largura d: 2,4 · 10–7 m.

As ondas, cujo comprimento de onda vale λ,


conseguem “contornar” a mureta, propagando-
-se à sua direita. É correto que:
a) ocorreu refração, e d > λ.
b) ocorreu refração, e d = λ.
c) ocorreu difração, e d < λ.
d) ocorreu refl exão, e d > λ.
e) tudo o que se afi rmou não tem relação al-
guma com o fenômeno ocorrido. De acordo com a tabela dada, identifi que qual é
a cor da luz do experimento.
QUESTÃO 08 - Na montagem da experiência a) Vermelha. b) Amarela.
de Young, esquematizada abaixo, F é uma fonte c) Verde. d) Azul. e) Violeta.
de luz monocromática de comprimento de onda
igual a λ. QUESTÃO 10 (UECE) - Através de franjas de
interferência é possível determinar característi-
cas da radiação luminosa, como, por exemplo,
o comprimento de onda. Considere uma fi gura
de interferência devida a duas fendas separa-
das de d = 0,1 mm.

Na região onde se localiza o primeiro máximo


secundário, qual a diferença entre os percursos
ópticos dos raios provenientes das fendas a e
b? O anteparo onde as franjas são projetadas fi ca
a) 2
λ a D = 50 cm das fendas. Admitindo-se que as
b) λ
c) 2λ d) 3λ e) 4λ franjas são igualmente espaçadas e que a dis-
tância entre duas franjas claras consecutivas é
de y = 4 mm, o comprimento de onda da luz inci-
QUESTÃO 09 (FURG) - A fi gura mostra a mon- dente, em nm, é igual a:
tagem da experiência de Young sobre o fenô- a) 200 b) 400
meno da interferência da luz. Um feixe de luz c) 800 d) 1600
monocromático incide perpendicularmente so-
bre a parede opaca da esquerda, que tem duas QUESTÃO 11 - Um aparelho de rádio (R) rece-
fendas F1 e F2, próximas entre si. A luz, após be simultaneamente os sinais diretos e refl eti-
passar pelas fendas, forma uma fi gura de in- do em uma camada atmosférica, provenientes
terferência no anteparo da direita. O ponto C é de uma emissora (E). Quando a camada está a
a posição da primeira franja escura, contada a uma altura (H), o sinal é forte; à medida que a
partir da franja clara central. A diferença de per- camada se desloca verticalmente a partir des-
curso entre as luzes provenientes das fendas é

80
FÍSICA

sa posição, o sinal enfraquece gradualmente, c) Micro-ondas.


passa por mínimo e recupera gradativamente o d) Ondas de sonar (sound navegation and
valor inicial. ranging).
e) Ondas de calor (raios infravermelhos).

QUESTÃO 15 - As ondas eletromagnéticas fo-


ram previstas por Maxwell e comprovadas ex-
perimentalmente por Hertz (fi nal do século XIX).
Essa descoberta revolucionou o mundo moder-
no. Sobre as ondas eletromagnéticas, são feitas
Esse fenômeno se deve à: as afi rmações:
a) Difração, pois a facilidade para o sinal con- I. Ondas eletromagnéticas são ondas longi-
tornar a camada é função da altura. tudinais que se propagam no vácuo com
b) Variação do índice de refração da camada, velocidade constante c = 3,0 · 108 m/s.
que depende de sua altura em relação ao II. Variações no campo magnético produzem
nível da Terra. campos elétricos variáveis que, por sua
c) Interferência entre os sinais direto e refl eti- vez, produzem campos magnéticos tam-
do, construtiva quando o sinal for máximo bém dependentes do tempo e assim por
e destrutiva quando o sinal for mínimo. diante, permitindo que energia e informa-
d) Absorção do sinal pela camada, que de- ções sejam transmitidas a grandes distân-
pende de sua altura em relação à Terra. cias.
e) Variação do índice de refração da camada, III. São exemplos de ondas eletromagnéticas
que é uma função da altura. muito frequentes no cotidiano: ondas de
rádio, ondas sonoras, micro-ondas e raio
QUESTÃO 12 - No vácuo, todas as ondas ele- X.
tromagnéticas possuem: Está correto o que se afi rma em:
a) mesma frequência. a) I apenas b) II apenas
b) mesma amplitude. c) I e II apenas d) I e III apenas
c) mesmo comprimento de onda. e) II e III apenas
d) mesma quantidade de energia.
e) mesma velocidade de propagação.

QUESTÃO 13 - Analise as afi rmativas:


I. Toda onda mecânica é sonora.
II. As ondas de rádio, na faixa de FM (Frequ-
ência Modulada), são transversais.
III. Abalos sísmicos são ondas mecânicas.
IV. O som é sempre uma onda mecânica, em
qualquer meio. GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
V. As ondas de rádio AM (Amplitude Modula- 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
da) são ondas mecânicas.
São verdadeiras: 11 12 13 14 15
a) I, II e III. b) I, III e V.
c) II, III e IV. d) III, IV e V. e) I, IV e V.

QUESTÃO 14 - Quais das ondas a seguir não


se propagam no vácuo?
a) Raios laser (light amplifi cation by stimula-
ted emission of radiation)
b) Ondas de rádio.

81
QUÍMICA

Assunto - Energia dos, o processo denominado reforming permite


Assunto 1: Química Orgânica - Petróleo e os transformar hidrocarbonetos de cadeia normal
Combustíveis fósseis em hidrocarbonetos ramifi cados, cíclicos e aro-
máticos, contendo em geral o mesmo número de
1 - Petróleo: átomos de carbono, que melhoram o desempe-
• Mistura de caráter oleoso; nho da gasolina nos motores dos veículos. Por
• Menos denso que a água; exemplo:
• Coloração variando do negro ao âmbar;
• Principal grupo orgânico presente: hidrocar-
bonetos
• Recurso energético não renovável
• Processo de separação do petróleo: Desti-
lação Fracionada
3 - Carvão Mineral:
• Origem: fossilização da madeira;
• Composição original da madeira: C , H e O
- Após fossilização: C
• Variedade do carvão mineral:

4 - Gás Natural:
• Origem: decomposição de restos de orga-
2 - Gasolina
nismos marinhos, sendo geralmente en-
Dentre as frações do petróleo, a gasoli-
contrado junto ao petróleo;
na é uma das mais importantes, porém a por-
• Componente principal: CH4 - Outros cons-
centagem dela obtida através da destilação fra-
tituíntes: C2H6 ; C3H8 ; C4H10 , CO2 ; H2S e
cionada é muito pequena, cerca de 7% a 15%,
N 2.
quantidade que não atende às necessidades do
• Alto valor calorífi co;
mercado consumidor. Para aumentar a quanti-
• Menos poluente que os outros derivados do
dade e melhorar a qualidade da gasolina, uti-
petróleo.
liza-se o processo de craqueamento. Cracking
(ou craqueamento ou pirólise) - O termo vem do
5 - Xisto betuminoso
inglês to crack (“quebrar”) e representa a que-
• Rocha sedimentar que apresenta um ma-
bra de frações mais pesadas (moléculas maio-
terial oleoso ( 5 – 10% ), semelhante ao
res) do petróleo, que são transformadas em
petróleo.
“frações mais leves” (moléculas menores) por
• Fonte não renovável;
aquecimento (cracking térmico) ou por aqueci-
• A difi culdade de obtenção não torna seu uso
mento e catalisadores (cracking catalítico). Por
muito atrativo.
exemplo:
C12H26 → C8H18 + 2C2H4
Reforming (ou reforma catalítica) - Por
meio de aquecimento e catalisadores apropria-

82
QUÍMICA

ΔH = ∑H produtos - ∑H reagentes
Ex: Vamos calcular a variação de ental-
pia da reação:
NH3 (g) + HBr (g) → NH4Br (s),
conhecendo as seguintes entalpias padrão de
formação, em kJ/mol: NH3(g) = - 45,9; HBr(g)
= - 36,3; NH4Br (s) = - 270,8.
Como já visto: ΔH = ∑H produtos - ∑H reagentes
2:Termoquímica Nesse caso, temos:
1 - Variação da entalpia ( ∆H ): ∆H = [ Hf (NH4Br) ] - [ (Hf (NH3) + Hf (HBr)] 
É a medida da quantidade de calor libe- ∆H = -270,8 - (-45,9 - 36,3)  ∆H = - 188,6 kJ/
rada ou absorvida pela reação, a pressão cons- mol
tante.
Processo exotérmico é aquele que Obs: se tivermos 2NH3 (g) + 2HBr (g) → 2NH4Br
ocorre com liberação de calor, ou seja, ∆H < 0. (s), ∆H = 2 x ( - 188,6 kJ/mol ) = - 377,2 kJ/mol
Ex:
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 - Dentre os constituintes do pe-
tróleo, há aqueles conhecidos, que são usados
como combustíveis, como gasolina, querosene
e diesel, mas há muitos outros que são em-
pregados como matéria-prima para produção
industrial de diversos materiais, para as mais
variadas aplicações. Após sua extração, o pe-
tróleo é transportado para refi narias, onde pas-
sa por diversos processos.
Processo endotérmico é aquele que ocorre Assinale a alternativa correta relacionada com o
com absorção de calor, ou seja, ∆H > 0. processamento do petróleo.
Ex: a) Boa parte do petróleo brasileiro vem de re-
giões de águas profundas, mas isso não
eleva o custo da exploração.
b) A primeira etapa consiste numa destilação
simples, para separar o composto de me-
nor ponto de ebulição, a gasolina.
c) Uma etapa envolve a destilação fraciona-
da do petróleo, na qual vários compostos
presentes têm suas estruturas reduzidas,
para serem posteriormente separados por
ordem de ponto de fusão.
d) Numa etapa chamada de craqueamento,
frações sólidas de petróleo são trituradas
para serem utilizadas como fertilizante.
e) Uma fração constituída por hidrocarbone-
tos de cadeias longas sofre reação quími-
ca catalisada, para gerar hidrocarbonetos
2 – Cálculo do ∆H: de cadeias menores.
Uma das maneiras é pela utilização do
calor de formação.

83
QUÍMICA

QUESTÃO 02 - Nas tecnologias para substitui- de dióxido de carbono (massa molar igual a 44
ção dos derivados do petróleo por outras fon- g/mol). Três dos mais promissores combustí-
tes de energias renováveis, o Brasil destaca-se veis alternativos são o hidrogênio, o etanol e o
no cenário internacional pelo uso do etanol e, metano. A queima de 1 mol de cada um desses
mais recentemente, do biodiesel. Na transes- combustíveis libera uma determinada quantida-
terifi cação, processo de obtenção do biodiesel, de de calor, que estão apresentadas na tabela
ocorre uma reação entre um óleo e um álcool a seguir.
na presença de catalisador, tendo ainda como
subproduto a glicerina. Quando são utilizados
o etanol e o triglicerídeo, na transesterifi cação,
os produtos orgânicos formados apresentam os
grupos funcionais:
a) álcool e éster
b) álcool e éter
c) álcool e ácido carboxílico
d) ácido carboxílico e éster
e) ácido carboxílico e éter Considere que foram queimadas massas, inde-
pendentemente, desses três combustíveis, de
QUESTÃO 03 - A tabela apresenta informações forma tal que em cada queima foram liberados
sobre as composições químicas e as entalpias 5400 kJ. O combustível mais econômico, ou
de combustão para três diferentes combustíveis seja, o que teve a menor massa consumida, e
que podem ser utilizados em motores de com- o combustível mais poluente, que é aquele que
bustão interna, como o dos automóveis. produziu a maior massa de dióxido de carbono
(massa molar igual a 44 g/mol), foram, respec-
tivamente:
a) o etanol, que teve apenas 46 g de mas-
sa consumida, e o metano, que produziu
900g de CO2.
b) o hidrogênio, que teve apenas 40 g de
massa consumida, e o etanol, que produ-
ziu 352g de CO2.
Com base nas informações apresentadas e c) o hidrogênio, que teve apenas 20 g de
comparando esses três combustíveis, é correto massa consumida, e o metano, que produ-
afi rmar que: ziu 264g de CO2.
a) a gasolina é o que apresenta menores im- d) o etanol, que teve apenas 96 g de mas-
pacto ambiental e vantagem energética. sa consumida, e o metano, que produziu
b) o álcool é o que apresenta maiores impac- 176g de CO2.
to ambiental e vantagem energética. e) o hidrogênio, que teve apenas 2 g de mas-
c) o hidrogênio é o que apresenta menor im- sa consumida, e o etanol, que produziu
pacto ambiental e maior vantagem energé- 1350g de CO2.
tica.
d) a gasolina é o que apresenta menor impac- QUESTÃO 05 - Para compreender o processo
to ambiental e maior vantagem energética. de exploração e o consumo dos recursos petro-
e) o álcool é o que apresenta menor impacto líferos, é fundamental conhecer a gênese e o
ambiental e maior vantagem energética. processo de formação do petróleo descritos no
texto abaixo. “O petróleo é um combustível fós-
QUESTÃO 04 - Vários combustíveis alternati- sil, originado provavelmente de restos de vida
vos estão sendo procurados para reduzir a de- aquática acumulados no fundo dos oceanos
manda por combustíveis fósseis, cuja queima primitivos e cobertos por sedimentos. O tempo
prejudica o meio ambiente devido à produção e a pressão do sedimento sobre o material de-
84
QUÍMICA

positado no fundo do mar transformaram esses a 90% de gás metano, (CH4), também chamado
restos em massas viscosas de coloração negra de gás dos pântanos.
denominadas jazidas de petróleo.” O gás natural, após tratado e processa-
(Adaptado de TUNDISI, Usos de energia. São Paulo: Atual, do, é largamente empregado como combustível,
1991.)
matéria-prima nos setores químico, petroquími-
As informações do texto permitem afi rmar que: co, de fertilizantes e, também, como redutor si-
a) o petróleo é um recurso energético renová- derúrgico na fabricação do aço.
vel a curto prazo, em razão de sua cons- O metano pode ser também:
tante formação geológica. I. obtido do craqueamento do petróleo.
b) a exploração de petróleo é realizada ape- II. obtido por hidrogenação do carvão natural.
nas em áreas marinhas. III. formado por decomposição de matéria or-
c) a extração e o aproveitamento do petróleo gânica em lagos.
são atividades não poluentes dada sua ori- IV. extraído de reservas naturais, à seme-
gem natural. lhança do que acontece com o petróleo.
d) o petróleo é um recurso energético distri- V. formado na fermentação dos detritos do-
buído homogeneamente, em todas as re- mésticos, estocados em lixões e aterros
giões, independentemente da sua origem. sanitários.
e) o petróleo é um recurso não-renovável a Das afi rmações anteriores, estão corretas:
curto prazo, explorado em áreas continen- a) I, III, IV e V b) I e II
tais de origem marinha ou em áreas sub- c) III e IV d) I, II e IV e) todas elas
marinas.
QUESTÃO 08 - Um combustível derivado de
QUESTÃO 06 - O gás do lixo, CH4, vem mere- resíduos vegetais está sendo desenvolvido por
cendo atenção como uma alternativa de com- pesquisadores brasileiros. Menos poluente que
bustível, por ser obtido da fermentação de resí- o óleo combustível e o diesel, o bio-óleo é pro-
duos orgânicos, pela ação de bactérias. duzido a partir de sobras agroindustriais de pe-
Na produção de biogás podem ser usados: queno tamanho, como bagaço de cana, casca
a) sobras de comida, vaso de barro, jornais e de arroz e café, capim e serragem.
revistas. Analise as afi rmações seguintes.
b) sacos plásticos, pregos, bagaço de cana. I. Uma das razões que torna o uso desse
c) bagaço de cana, casca de frutas, fezes. bio-óleo ecologicamente vantajoso como
d) fezes, latas de refrigerantes, jornais e re- combustível, em comparação ao óleo die-
vistas. sel, é porque o carbono liberado na sua
e) cacos de vidro, restos de comida, casca queima provém do carbono preexistente
de frutas. no ecossistema.
II. O processo de produção do bio-óleo en-
QUESTÃO 07 - Uma nova Energia volve a destilação fracionada de combus-
Em 31 de março de 2000, o presidente tíveis fósseis.
Fernando Henrique Cardoso inaugurou, no mu- III. A combustão do bio-óleo não libera gases
nicípio de Biguaçu, o trecho Sul do gasoduto causadores do aquecimento global, como
Brasil -Bolívia. acontece na combustão do óleo diesel.
A chegada do gás natural já representa Está correto o contido em:
uma alternativa mais limpa em relação às de- a) I, apenas b) II, apenas
mais matrizes energéticas. c) III, apenas d) I e II, apenas e) I, II e III
Um dos ganhos está na baixa emissão de
carbono, um dos poluentes responsáveis pelo QUESTÃO 09 - Atualmente, os derivados de
efeito estufa e fi ca, também, praticamente zero petróleo representam a principal fonte de ener-
a liberação de enxofre, fator gerador das chu- gia utilizada pela humanidade. O consumo atu-
vas ácidas. O gás natural é composto de 75% al permite prever que as reservas conhecidas

85
QUÍMICA

de petróleo se esgotarão em pouco mais de 40 hidrocarbonetos saturados contendo de 5


anos, o que impõe a necessidade de diversifi - a 12 carbonos na cadeia;
car as fontes de energia. Uma dessas fontes II. O álcool é miscível na água devido às inte-
atualmente relevantes, e que tem sido apon- rações por ligações de hidrogênio existen-
tada como solução para o novo milênio, é o tes entre ambos compostos;
gás natural, que apresenta melhor rendimento III. A densidade da água é menor do que a
energético e maiores vantagens ambientais, se densidade da gasolina;
comparado a outros combustíveis fósseis. Após IV. O álcool, denominado etanol pela IUPAC,
tratamento, o gás natural contém de 80 a 90% não é um combustível renovável;
de metano, sendo o restante gás etano. Além de V. A gasolina, derivada do petróleo, é um
apresentar baixo nível de contaminantes após o combustível fóssil assim como o carvão
tratamento inicial, o gás natural também oferece mineral.
uma combustão considerada limpa, por emitir São corretas as afi rmativas:
cerca de 30% menos CO2 que outros combustí- a) I, II e III b) III, IV e V
veis fósseis. Considerando o texto acima, julgue c) I, IV e V d) II, III e IV e) I, II e V
os seguintes itens.
a) Na combustão mencionada no texto, o gás QUESTÃO 12 - A sociedade moderna empre-
natural é o agente oxidante da reação. ga enormes quantidades de combustíveis como
b) Por meio da fotossíntese, energia solar fonte de energia, o que tem dado origem a diver-
é transformada em energia química e ar- sos problemas ambientais, entre eles a chuva
mazenada nos compostos orgânicos sin- ácida. Além disso, o aumento da concentração
tetizados pelos vegetais. Ao morrerem e de dióxido de carbono na atmosfera é motivo
serem soterrados por milhões de anos, es- de preocupação, pois esse gás tem sido reitera-
ses compostos orgânicos dão origem, en- damente apontado como um dos responsáveis
tre outros produtos, ao gás natural. Assim, pelo aquecimento global. Em relação a esse
a energia contida no gás e liberada com tema, é correto afi rmar que:
sua combustão é proveniente do Sol. a) o hidrogênio é um combustível fóssil en-
c) Do ponto de vista ambiental, a gasolina é contrado junto com o petróleo e o gás na-
preferível ao gás natural. tural, e seu uso acarreta aumento do teor
d) As reservas a que se refere o texto são de dióxido de carbono atmosférico.
constituídas basicamente de álcoois. b) a queima de carvão, mineral ou vegetal,
está associada a emissões de dióxido de
QUESTÃO 10 - O tetraetil-chumbo, agente an- carbono, mas somente o carvão mineral
tidetonante que se mistura à gasolina, teve sua pode conter altos teores de enxofre e con-
utilização proibida no Brasil porque: tribuir para a chuva ácida.
a) aumenta a octanagem da gasolina. c) o metanol produzido a partir da nafta é um
b) sem esse aditivo, a gasolina teria melhor álcool, e sua queima não implica aumento
rendimento. de dióxido de carbono na atmosfera.
c) aumenta a resistência da gasolina com re- d) o etanol derivado da cana-de-açúcar é
lação à explosão por simples compressão. um biocombustível, e por esse motivo sua
d) seus resíduos não saem pelo escapamen- queima não causa emissões de dióxido de
to do carro, comprometendo o motor. carbono.
e) o chumbo é um metal pesado. e) o gás natural, também conhecido como
gás de cozinha, é um combustível fóssil e,
QUESTÃO 11 - A respeito das propriedades fí- apesar de não ser poluente, sua queima
sicas e químicas dos combustíveis (gasolina e emite dióxido de carbono.
álcool), e da interação destes com a água, são
feitas as seguintes afi rmações:
I. A gasolina é composta principalmente por

86
QUÍMICA

QUESTÃO 13 - A queima dos combustíveis QUESTÃO 15 - Considerando a presença de


fósseis (carvão e petróleo), assim como dos P2O5 na cinza armazenada, sua reação com
combustíveis renováveis (etanol, por exemplo), a umidade do ambiente pode ser classifi cada
produz CO2 que é lançado na atmosfera, con- como:
tribuindo para o efeito estufa e possível aqueci- a) oxi-redução b) neutralização
mento global. Por qual motivo o uso do etanol é c) simples troca d) dupla troca
preferível ao da gasolina? e) síntese
a) O etanol é solúvel em água.
b) O CO2 produzido na queima dos combus-
tíveis fósseis é mais tóxico do que aquele
produzido pela queima do etanol.
c) O CO2 produzido na queima da gasolina
contém mais isótopos de carbono-14 do
que aquele produzido pela queima do eta-
nol.
d) O CO2 produzido na queima do etanol foi
absorvido recentemente da atmosfera.
e) O carbono do etanol é proveniente das
águas subterrâneas.

QUESTÃO 14 - A China comprometeu-se a in-


denizar a Rússia pelo derramamento de benze-
no de uma indústria petroquímica chinesa no rio
Songhua, um afl uente do rio Amur, que faz parte
da fronteira entre os dois países. O presiden-
te da Agência Federal de Recursos da água da
Rússia garantiu que o benzeno não chegará aos
dutos de água potável, mas pediu à população
que fervesse a água corrente e evitasse a pes-
ca no rio Amur e seus afl uentes. As autoridades
locais estão armazenando centenas de tonela-
das de carvão, já que o mineral é considerado
efi caz absorvente de benzeno. Levando-se em
conta as medidas adotadas para a minimização
dos danos ao ambiente e à população, é correto
afi rmar que:
a) o carvão mineral, ao ser colocado na água,
reage com o benzeno, eliminando-o.
b) o benzeno é mais volátil que a água e, por
isso, é necessário que esta seja fervida.
c) a orientação para se evitar a pesca deve- GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
-se à necessidade de preservação dos pei- 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
xes. E A C B E C A A E
d) o benzeno não contaminaria os dutos de 11 12 13 14 15
água potável, porque seria decantado na- E B D B E
turalmente no fundo do rio.
e) a poluição causada pelo derramamento de
benzeno da indústria chinesa fi caria restri-
ta ao rio Songhua.

87
FOLHA DE REDAÇÃO

ALUNO(A)__________________________________________________________________________________

DATA:________/________/________
TÍTULO (OPCIONAL)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
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28
29
30

RESERVADO AO CORRETOR
Competências Pontos Níveis INSTRUÇÕES
1. Preencha o seu nome e assine nos locais apropriados.
I 1 2 3 4 5 2. A transcrição da sua redação deve ser feita preferencialmente com
caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transpa- CORRETOR
II 1 2 3 4 5 rente.
3. Em nenhuma hipótese, haverá substituição desta folha por erro de
III 1 2 3 4 5 preenchimento do participante.
4. Escreva a sua redação com letra legível. No caso de erro, risque
com um único traço e escreva, em seguida, o respectivo substitutivo.
IV 1 2 3 4 5 Lembre-se: parênteses não podem ser usados para tal finalidade. Nome
5. Não será avaliado texto escrito em local indevido. Respeite rigoro-
V 1 2 3 4 5 samente as margens.
6. Não será permitido utilizar material de consulta. Data:_____/_____/_____
Total 7. Não será permitido o empréstimo de qualquer material entre os par-
ticipantes.
Média (Nota Final) • Atenção: A redação será corrigida a partir de 8 linhas.

88
GRADE CORREÇÃO
Nível 0,0 | Nível 40,0 | Nível 80,0 | Nível 120,0 | Nível 160,0 | Nível 200,0
COMPETÊNCIA CRITÉRIOS (Níveis)
0. Demonstra desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.
1. Demonstra domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramati-
cais, de escolha de registro e de convenções da escrita.
2. Demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando muitos desvios gramaticais, de escolha
I de registro e de convenções da escrita.
Demonstrar domínio da norma 3. Demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais e de con-
padrão da língua escrita. venções da escrita.
4. Demonstra bom domínio da norma padrão, com poucos desvios gramaticais e de convenções da es-
crita.
5. Demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando escassos desvios
gramaticais e de convenções da escrita.
0. Foge ao tema proposto.
1. Desenvolve de maneira tangencial o tema ou apresenta inadequação ao tipo textual dissertativo-argu-
II
mentativo.
Compreender a proposta de
2. Desenvolve de forma mediana o tema a partir de argumentos do senso comum, cópias dos textos mo-
redação e aplicar conceitos das
tivadores ou apresenta domínio precário do tipo textual dissertativo-argumentativo.
várias áreas de conhecimento
3. Desenvolve de forma adequada o tema, a partir de argumentação previsível e apresenta domínio ade-
para desenvolver o tema,
quado do tipo textual dissertativo-argumentativo.
dentro dos limites estruturais
4. Desenvolve bem o tema a partir de argumentação consistente e apresenta bom domínio do tipo textual
do texto dissertativo-
dissertativo-argumentativo.
argumentativo.
5. Desenvolve muito bem o tema com argumentação consistente, além de apresentar excelente domínio
do tipo textual dissertativo-argumentativo, a partir de um repertório sociocultural produtivo.
0. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes.
1. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pouco relacionados
ao tema.
2. Apresenta informações, fatos e opiniões, ainda que pertinentes ao tema proposto, com pouca articula-
III
ção e/ou com contradições, ou limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de redação
Selecionar, relacionar, organizar
em defesa de seu ponto de vista.
e interpretar informações, fatos,
3. Apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém pouco orga-
opiniões e argumentos em
nizados e relacionados de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista.
defesa de um ponto de vista.
4. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, com indícios de autoria, em defesa de seu ponto de vista.
5. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista.
0. Apresenta informações desconexas, que não se configuram como texto.
IV
1. Não articula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada.
Demonstrar conhecimento
2. Articula as partes do texto, porém com muitas inadequadas na utilização dos recursos coesivos.
dos mecanismos linguístico
3. Articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos.
necessários para a construção
4. Articula as partes do texto, com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos.
da argumentação.
5. Articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos.
0. Não elabora proposta de intervenção.
1. Elabora proposta de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no texto.
V 2. Elabora proposta de intervenção de forma precária ou relacionada ao tema mas não articulada com a
Elaborar proposta de solução discussão desenvolvida no texto.
para o problema abordado, 3. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema mas pouco articulada à discussão desenvolvida
respeitando os valores no texto.
humanos e considerando a 4. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema e bem articulada à discussão desenvolvida no
diversidade sociocultural. texto.
5. Elabora proposta de intervenção inovadora relacionada ao tema e bem articulada à discussão desen-
volvida em seu texto, com detalhamento.
Aspectos considerados na avaliação de cada competência

a) Adequação ao Registro b) Norma Gramatical


c) Convenções da Escrita
• Grau de formalidade. • Sintaxe de concordância, regência • Escrita das palavras (ortografia,
Comp. I • Variedade linguística adequada e colocação.
acentuação).
ao tipo de texto e à situação de • Pontuação. • Maiúsculas / minúsculas.
interlocução. • Flexão.
a) Tema b) Estrutura
Comp. II
• Compreensão da proposta. • Encadeamento das partes do
• Desenvolvimento do tema a partir texto
de um projeto de texto. • Progressão temática.
c) Indícios de Autoria
a) Coerância Textual • Presença de marcas pessoais
Comp. III • Organização do texto quanto à b) Argumentatividade manifestas no desenvolvimen-
sua lógica interna e externa. to temático e na organização
textual.
b) Coesão Gramatical
a) Coesão Lexical
• Adequação no uso de recursos • Adequação no emprego de co-
nectivos, tempos verbais, pontua-
Comp. IV lexicais, tais como: sinônimos,
ção, sequência temporal, relações
hiperônimos, repetição, reiteração
anafóricas, conectores intervoca-
etc.
bulares, interparágrafos etc.

Cidadania ativa com proposta solidária,


Comp. V
compartilhada e inovadora.

89

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