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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

COLEGIADO DE LETRAS/PORTUGUÊS
COMPONENTE CURRICULAR: INTRODUÇÃO À LINGUÍSTICA
DOCENTE: PROF. DR. JAILSON ALMEIDA
CURSO: LETRAS/INGLÊS
ACADÊMICO(A): William Melo Araújo

DATA: 17/05/2022 3º BLOCO

O tempo altera todas as coisas; não há


razão para que a língua escape a esta lei universal.
Ferdinand de Saussure.

PROPOSTA DE ESTUDO DIRIGIDO

A partir dos estudos desenvolvidos nas aulas síncronas e assíncronas (textos 01 e 02, por
exemplo), resolva as questões a seguir:

7) Reconceptualize as noções de Semiologia.

Do grego semêion (= signo) + logia (= estudo), semiologia é a ciência ou discurso que


estuda os sistemas de signos. O termo semiologia nascido no Cours de Linguistique
Général (1915) de Saussure foi utilizado na Europa durante algum tempo, ao passo que o
mundo anglo-saxónico preferiu a designação de semiotics (semiótica) a partir de Charles
Sanders Peirce (1931). F. Saussure, no seu Cours, postulava a existência de uma teoria geral
dos signos, a semiologia, da qual a linguística seria uma parte privilegiada. Uma casa, um
automóvel, uma peça de roupa comunicam um significado social, cultural, constituindo por
isso objetos semióticos. A semiologia referia-se assim a um vasto campo que, além da
linguística, incluía todos os outros sistemas de signos ou códigos que constituem o mundo
em que vivemos: os códigos paralinguísticos (sistemas que reforçam e auxiliam a linguagem
verbal, como os códigos cinésicos - gestuais, proxémicos- relacionados com a gestão do
espaço entre emissor e receptor, prosódicos - entoacionais), os códigos epistemológicos
(divididos em códigos científicos e artes de adivinhação), os códigos estéticos (de onde
surgiram estudos sobre a semiótica da narrativa e da literatura, a semiótica dos mitos,
semiótica do cinema, etc.) e os códigos sociais (interpretação dos signos de identidade,
signos de cortesia, códigos associados à moda e ao jogo), entre outros.

8) Argumente a afirmativa saussuriana: "A língua é um sistema cujas partes podem e devem
ser consideradas em sua solidariedade sincrônica" (SAUSSURE, 1975).

Para Saussure “é sincrônico tudo quanto se relacione com o aspecto estático da nossa


ciência, diacrônico tudo que diz respeito às evoluções. Do mesmo modo, sincronia e
diacronia designarão respectivamente um estado de língua e uma fase de evolução, relata
Saussure. Por língua entende-se um conjunto de elementos que podem ser estudados
simultaneamente, tanto na associação paradigmática como na sintagmática. Por
solidariedade objetiva-se dizer que um elemento depende do outro para ser formado.
Para Ferdinand Saussure a linguagem é social e individual; psíquica; psico-fisiológica e
física. Portanto, a fusão de Língua e Fala. Para ele, a Língua é definida como a parte
social da linguagem e que só um indivíduo não é capaz de mudá-la. O linguista afirma
que “a língua é um sistema supra-individual utilizado como meio de comunicação entre
os membros de uma comunidade”, portanto “a língua corresponde à parte essencial da
linguagem e o indivíduo, sozinho, não pode criar nem modificar a língua” A Fala é a
parte individual da Linguagem que é formada por um ato individual de caráter infinito.
Para Saussure é um “ato individual de vontade e inteligência”. Sincronia um particular
estado da língua.

9) Um dos postulados de base da linguística estrutural é que o signo linguístico é arbitrário.

a) Explique o que significa essa afirmação.

Língua e Fala se relacionam no fato da Fala ser a condição de ocorrência da Língua. O


signo linguístico resulta de uma convenção entre os membros de uma determinada
comunidade para determinar significado e significante. Portanto, se um som existe dentro
de uma língua ele passa a ter significado, algo que não aconteceria se ele fosse somente um
som em si. Então, “afirmar que o signo linguístico é arbitrário, como fez Saussure,
significa reconhecer que não existe uma reação necessária, natural, entre a sua imagem
acústica (seu significante) e o sentido a que ela nos remete (seu significante).”

b) Dê 3 exemplos da arbitrariedade dos signos linguísticos. Não se limite à classe das


palavras.

 A ideia de garrafa e o seu significante [g a R a f a ] mostra que existe arbitrariedade


na relação significado/significante, porque em outras línguas o registo fonético é
diferente para o mesmo significado (bottle, em inglês, ou bouteille, em francês). Quer
dizer, não existe uma relação natural entre a realidade fonética de um signo
linguístico e o seu significado. Ainda na teoria saussuriana, consideram-se dois tipos
de arbitrariedade: a absoluta e a relativa, para dizer, respectivamente, a imotivação
total do signo (tomado isoladamente) e a motivação relativa, de que são exemplo os
derivados (pereira remete-nos para a palavra original pêra, mas o seu sufixo -
eira lembra-nos outros signos semelhantes como bananeira ou macieira).  A fim de
ilustrar a arbitrariedade absoluta, o linguista apresenta o exemplo do número vinte,
signo radicalmente arbitrário quando comparado aos demais signos que com ele
podem se relacionar, como por exemplo, o número dezoito, vinte e um e etc. Para a
arbitrariedade relativa, Saussure fala do número dezenove, signo parcialmente
motivado quando posto em relação aos signos dez e nove.

c) Dê 3 exemplos de signos/símbolos/sinais que não são arbitrários.

Ícone
É um signo visual (uma imagem) que representa um objeto ou coisa por semelhança já
que possui as mesma características que o objeto. Um ícone usa forma, cor, som textura
e outros elementos gráficos para criar uma conexão evidente entre imagem e ideia. Os
ícones dependem, em diferentes graus, das convenções culturais.
Índice
Um índice aponta alguma coisa com o qual esta ligada por semelhança ou proximidade
no lugar de representá-la. Ossos e patinhas são objetos familiares que podem
representar o próprio cão.
Símbolo
Os símbolos são abstratos. O símbolo se refere ao objeto denotado por associação de
ideias produzidas por uma convenção. Os símbolos mais comuns que usamos são as
palavras. O alfabeto é outro conjunto de símbolos concebidos para representar os sons
da língua. Os signos visuais muitas vezes incorporam atributos de mais de uma
categoria de signo. Uma placa de banheiro feminino mostrando uma mulher de vestido
é um ícone (retratanto a figura humana), mas também um índice (indicando a
localização de um banheiro).

10) A linguística estrutural reconhece o princípio saussuriano de que todo o mecanismo


linguístico repousa sobre relações de dois tipos: sintagmáticas e paradigmáticas.

a) Explique tal princípio.

Entende-se que sintagma é a relação de contraste, ou seja, os elementos se combinam, é


uma sequência de signos de eixos das relações entre os elementos de um objeto. Esse
eixo vem ligado a um outro: o paradigmático, que é uma relação de oposição, ou seja, os
elementos se substituem. O seu eixo seleciona algo de um repertório de signos no
estruturalismo. As relações sintagmáticas decorrem do caráter linear da linguagem e se
relacionam às diversas possibilidades de combinação entre essas unidades.
Devemos entender como sintagmáticas as relações entre dois ou mais termos que estão
presentes (antecedentes ou subsequentes) em um mesmo contexto sintático.
Essa análise pode se dar no nível fonológico, no nível morfológico e no nível sintático.
No nível morfológico, por exemplo, os morfemas se unem para formar a palavra.
Além das relações sintagmáticas que dizem respeito à distribuição linear das unidades na
estrutura, as línguas apresentam relações paradigmáticas.
As relações paradigmáticas manifestam-se como relações associativas que dizem
respeito à associação mental que se dá entre a unidade linguística que ocupa um
determinado contexto (uma determinada posição na frase) e todas as outras unidades
ausentes que, por pertencerem à mesma classe daquela que está presente, poderiam
substituí-las nesse mesmo contexto.
Adotando uma perspectiva estruturalista, podemos afirmar, então, que o que permite o
funcionamento da língua é o sistema de valores constituído pelas associações,
combinações e exclusões verificadas entre as unidades linguísticas.

b) Dê 3 exemplos de classes/categorias/funções linguísticas que são definidas através de


relações sintagmáticas.
A junção de morfemas para formação de determinada palavra, a junção de fonemas para
criar determinado som e a ordem das palavras para formarem textos e frases.

c) Dê 3 exemplos de classes/categorias/funções linguísticas que são definidas através de


relações paradigmáticas.

A troca dos fonemas: bala, cala, fala. A troca dos morfemas: pedra, Pedro, pedrinha,
pedregulho, pedrada. A troca de palavras: o sol é belo. A lua ficou cheia.

11) A afirmativa de que "a linguística tem por único e verdadeiro objeto a língua
considerada em si mesma e por si mesma", que finaliza o texto do Curso de Linguística
Geral, é fundamental para que possamos compreender os postulados de Saussure.

a) Faça algumas reflexões críticas a respeito desta questão.

A afirmativa Saussureana explícita que a linguística se preocupa exclusivamente com o


estudo da língua por ela ser um sistema de regras e organizações utilizadas por uma
determinada comunidade para a comunicação e compreensão entre si.

Para Saussure, “a linguística seria um ramo da semiologia, apresentando um caráter mais


específico em função de seu particular interesse pela linguagem verbal.” Para o linguista
suíço, a linguística pretende

“fazer a descrição e a história de todas as línguas que puder abranger, o que quer dizer:
fazer a história das famílias de línguas e reconstituir, na medida do possível, as línguas-mães
de cada família; procurar as forças que estão em jogo, de modo permanente e universal, em
todas as línguas e deduzir as leis gerais às quais se possam referir todos os fenômenos
peculiares da histórias; delimitar-se e definir-se a si própria.”

Cada língua apresenta uma estrutura específica e esta estruturação é evidenciada a partir de
três níveis: o fonológico, o morfológico e o sintático, que constituem uma hierarquia com o
fonológico na base e o sintático no topo. Portanto, cada unidade é definida em função de sua
posição estrutural, de acordo com os elementos que a precedem e que a seguem na
construção.
b) Apresente 2 exemplos de áreas de estudos linguísticos que obedecem a este
paradigma.

Fonética e Fonologia.

c) Dê 2 exemplos de áreas de estudos linguísticos que não obedecem a este paradigma.

As relações entre língua e sociedade, língua e cultura, língua e distribuição geográfica ou


qualquer outra relação que não seja absolutamente relacionada com a organização interna
dos elementos que constituem o sistema linguístico.

12) A partir das sentenças abaixo, argumente de que maneira, em língua materna, é
possível a recursividade.

1. As moças desse lugar não se parecem em nada com as da capital.

2. Em relação à capital, essas moças desse município são bem diferentes.


3. Como são diferentes as jovens deste lugar se comparadas às da capital.
4. Essas mulheres daqui são bem assanhadas se compararmos às da capital.

A recursividade se alastra pelas reiterações embora há variações nas


estruturas em cada oração em relação a outra.
13) No mundo grego, estabeleceu-se a partir do século II a. C até mesmo uma polêmica sobre
a extensão da regularidade na organização da língua, opondo analogistas e anomalistas,
defendo o princípio da regularidade os primeiros, e o das irregularidades os últimos.

a) qual a real diferença entre os estudos do sistema linguísticos entre os anomalistas e


analogistas?

Os Analogistas e os Anomalistas dizem respeito a duas correntes básicas de


procedimentos acerca do estudo da linguagem que, por sua vez, decorreram do antigo e
filosófico debate que traçavam os naturalistas e os convencionalistas, os primeiros
exímios defensores de que a relação nome-coisa é totalmente direta e natural e aqueles
com a crença de que a relação nome-coisa é indireta e arbitrária; convencional.
Basicamente, os analogistas, como o próprio nome sugere, enfatizavam "as
regularidades nas formas linguísticas, tanto no plano de variações do corpo fônico
quanto do significado". Em virtude dessa perspectiva analogista, os conhecimentos
gramaticais se ampliaram, uma vez que se aprofundavam seus métodos e "padrões de
regularidade quanto aos modos de significar e quanto às modificações formais das
palavras" eram estabelecidos. Em contrapartida, os anomalistas ressaltavam "as
diferenças, peculiaridades e discrepâncias de formas da língua, tomando como ponto de
referência modelos ou paradigmas", na medida em que se estabeleciam, fossem tanto em
termos referenciais quanto flexionais. Assim sendo, os conhecimentos gramaticais
evoluíram, uma vez que os anomalistas enfatizavam "os ilogismos, no plano do
significado, e as irregularidades formais, no plano das flexões das palavras" Dessa
forma, é possível afirmar que analogistas e anomalistas possuíam, como aspectos
distintivos, não somente a questão dos diferentes procedimentos de estudo/ análise da
linguagem, mas também e até mesmo em virtude deles decorrerem das visões
convencionalista e naturalista da linguagem discorriam de modo diverso acerca da
relação entre as palavras e as coisas a que se referiam; isto é, os anomalistas, enquanto
uma espécie de adaptação dos naturalistas, acreditavam que os nomes das coisas eram
motivados em virtude da "natureza subjacente, original da línguagem" e de sua relação
totalmente direta com a coisa que nomeia. Os analogistas seriam, então, decorrentes dos
convencionalistas, uma vez que consideravam que o sistema por meio do qual as
palavras nomeavam as coisas do mundo era arbitrário, resultado de convenção
analogistas, pois, corresponde às próprias analogias que eram feitas com palavras que
nomeavam elementos de significação parecida com outros; por ex.: cabelo e seus
derivados, cabeleireiro, cabeludo, cabeleira, cabelão, etc. embora cada palavra tenha a
sua conotação específica, elas possuem um ponto em comum, isto é, pelo da cabeça, e
foram estabelecidas conforme a palavra primeira, cabelo. Os anomalistas, de modo
contrário, não raciocinariam dessa maneira, visto que cada palavra responsável por
nomear um referente do mundo corresponde a uma forma anômala, ou seja, sem relação
nenhuma com outras existentes porque ela tem relação direta e natural com coisa
específica para qual dá um nome; por ex.: não é porque existe a palavra papel que o
nome de um lugar que venda papel terá alguma relação essa palavra, pois a palavra que
nomeará o local que vende papel possui relação direta com essa significação específica;
no caso, eles não "aceitariam" que o local que venda papel devesse se chamar papelaria.
O filósofo-historiador-antiquário Marcos Terêncio Varrão, em seu livro De língua latina,
postula que "uma coisa é dizer que é possível encontrar analogias em palavras, e outra
coisa é dizer que devemos segui-las. Complementando o pensar de Varrão, com suas
próprias palavras, afirma que: "Seu conselho é pragmático: os neologismos devem ser
guiados pela analogia, mas se uma forma anômala já estiver bem estabelecida, deve-se
permitir que permaneça". As implicações dos analogistas e dos anomalistas, contudo,
não terminaram nessas considerações acerca da arbitrariedade ou não da linguagem,
visto que elas apenas serviram como importantes dados para aqueles que, no século XIX,
procuraram formular, de modo preciso, "leis relativas aos princípios segundo os quais se
estabelecem regularidades nas alterações e correspondências fonéticas": os
neogramáticos. É possível afirmar que os neogramáticos uniram tanto os procedimentos
dos analogistas quanto aqueles dos anomalistas, pois ao mesmo tempo em que buscavam
estabelecer leis referentes às mudanças fonéticas com base na regularidade dessas
alterações, eles também buscavam apresentar os motivos que justificavam "a existência
de exceções e anomalias, em relação às leis gerais propostas", constituindo grande
avanço nos estudos lingüísticos, haja vista que, anteriormente, tais casos de exceções e
irregularidades eram simplesmente desprezados e não analisados, pois eram entendidos
como fortuitos e casuais. Conforme estabelece Coutinho em uma citação de seu livro, "A
originalidade profunda, diz Dauzat, da escola alemã dos neogramáticos foi dar à lei
lingüística um valor preciso e científico que a assimilou, a partir de então, às leis
estabelecidas pelas outras ciências da natureza".

b) apresente um exemplo que marque esta diferenciação em inglês ou em português.

Analogistas como uma peça de maquinário com peças um instrumento. Anomalistas


como um quebra-cabeças que se monta de forma natural e se encaixa de forma geral.

14) Saussure procura estabelecer a oposição entre forma e substância recorrendo a uma
comparação ao jogo de xadrez. Nessa comparação, o que é interno e externo ao sistema
linguístico?

Essa metáfora do xadrez explicita como, para o objeto-língua definido como sistema de
valores, os efeitos do tempo não são relevantes. É possível entender a importância da
distinção entre cada estado do jogo (ou seja, a posição das peças no tabuleiro em dado
momento) e cada movimento das peças para a perspectiva saussuriana: no primeiro caso
estamos diante do sistema, que é o objeto da reflexão. Do ponto de vista do sistema em cada
momento, o jogo de oposições – ou seja, o estabelecimento de valores para cada “peça” –
nada tem a dever à origem da posição (isto é: uma posição de xeque não será mais ou menos
perigosa por ter resultado de um movimento do cavalo desde a esquerda ou de um movimento
do cavalo desde a direita). Evidentemente, na língua os estados e transições não são
claramente destacáveis entre si como num jogo de tabuleiro. Assim, nem a posição estática
das peças nem a transição entre elas é que de fato se prestam à comparação com a sincronia e
a diacronia na esfera da língua. O que poderíamos comparar é a abordagem dos fatos em cada
caso; ou seja, qual a visão do “curioso que vem espiar o estado do jogo” e a visão do que
acompanhou toda a partida. O que vê e se ocupa apenas do estado do tabuleiro no momento
“x” toma a perspectiva sincrônica. Aliás: mesmo aquele que vê e se ocupa de toda a coleção
de momentos“x” subseqüentes no jogo, mas isoladamente entre si, ainda assim está na
perspectiva sincrônica. Em contraste, aquele que se interessar pela seqüência de modificações
entre as posições das peças ao longo do tempo de jogo, este estará na perspectiva diacrônica.
Dito de outro modo, é no âmbito metodológico que podemos separar o eixo das
simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessões (a diacronia), como mostra Saussure. O
binômio sincronia-diacronia se configura fundamentalmente, portanto, como uma distinção
metodológica: as abordagens são diacrônicas ou sincrônicas; e nenhum dos conceitos se
aplica aos fatos de língua em si8. De fato, vamos lembrar que Saussure dá início a essa
discussão fundadora da distinção entre sincronia e diacronia na lingüística moderna com
aquela afirmação que lembramos no início desta seção: “... a intervenção do fator tempo é de
molde a criar, para a lingüística, dificuldades particulares...”. Já vemos aí a chave da
complexidade da discussão – ora: absorver ou impedir a “intervenção” do “fator” tempo só
poderá ser uma escolha do ponto de vista da reflexão sobre a língua; a língua,
ontologicamente, não escolhe estar ou não no tempo. Assim, a metáfora do jogo de xadrez
pode ser interpretada da seguinte forma: em uma partida de xadrez (isto é, no estudo da
linguagem), há dois pontos de observação e interesse possíveis: a perspectiva sincrônica, que
se interessa por cada etapa do jogo (isto é, cada sistema lingüístico estático) isoladamente; ou
a perspectiva diacrônica, que se interessa pelo processo que leva de uma etapa para a outra ao
longo do tempo do jogo (isto é, a dinâmica das transições entre cada sistema lingüístico).

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