Elza Mª S. Alves(tutora) Janima Bernardes (tutora)
a) Para o estruturalista (Bloomfield) – “a língua é o conjunto de enunciados que pode ser produzido por uma comunidade de fala”. b) Para o gerativista (Chomsky) – “a língua do estruturalista (a língua externalizada) é um epifenômeno, não tem existência por si só, a única coisa que tem existência é a gramática (a língua internalizada). Essa língua é alguma coisa que vai ser definida em outro nível que não o estritamente lingüístico”. c) Para a Sociolinguística (Borges Neto) – “o termo língua é apenas uma abreviação útil para falarmos de um conjunto de idioletos, que, de alguma forma, achamos que se relacionam por semelhança. Idioleto como manifestação do conhecimento que cada um de nós tem sobre essa forma de organização mental de conteúdos, de comunicação e de ação sobre os outros, de representação de situações etc., que se convencionou chamar de linguagem. [...] (BORGES NETO, 2003, p. 38-39). A linguagem, com certeza, permite aos seres humanos criar realidades, criando mundos ao evocar realidades não presentes (mundos e realidades construídos pela linguagem). Então, a língua, nessa visão, “é a concretização de uma experiência histórica”; desse modo, se vincula à sociedade, a língua sintetiza “todas as experiências de uma dada comunidade humana” (FIORIN, 2003, p. 72). Francisco Gomes de Matos mapeia as três palavras-chave: linguagem, língua e sociedade. Linguagem: “um sistema cognitivo do qual pode resultar a aquisição de uma ou mais línguas”. Línguas: “são manifestações particulares socioculturais da linguagem”.
Sociedade: um “sistema de organização humana, compartilhado por
uma comunidade”. Logo, é acertado asseverar que há “uma inter-relação de linguagem, língua e sociedade, que possibilita aos usuários de línguas manifestarem/realizarem sua identidade neuropsicossociolinguística”(MATOS, 2003, p. 92). Na Grécia Em Roma Síntese do pensamento grego sobre a presença de dialetos de sua língua? Apesar da preocupação dos gregos ser apenas com sua língua, eles tinham consciência de outras línguas e das próprias diferenças dialetais que os habitantes viam apenas como uma variação da mesma língua que os mantinha unidos num só povo. Síntese da relação entre as palavras e a realidade e entre o significado e o significante para os naturalistas? Defendiam que as palavras são representação da realidade, isto é, sua estruturação fônica liga-se ao seu significado. Assim, todas as palavras seriam naturalmente apropriadas para os elementos que elas representavam. A relação significado e significante era natural. Segundo o que defende os naturalistas, o objeto “cadeira” é representado pelo nome cadeira porque tem jeito de cadeira, mesmo! ANOMALISTAS ANALOGISTAS
- viam a língua como natural (relação - aceitavam a língua como resultado de
natural entre a língua e os objetos convenções, a língua em seu caráter artificial. expressos); Ponto de vista vivenciado pelos gramáticos de Alexandria, por exemplos, Dionísio da - eles assumiam que as exceções Trácia e Apolônio Díscolo. prevaleciam. - Defendiam que a língua não podia ficar a serviço da convenção de uma - Aristaco e seus discípulos da escola de sociedade. Alexandria preocupavam-se em comprovar o aspecto de regularidade da língua, destacando - Os estoicos também faziam parte deste a regularidade dos paradigmas de flexão, por grupo e conseguiram avançar bastante nos exemplo, apontando que as palavras de uma estudos etimológicos. mesma categoria gramatical apresentavam terminações morfológicas similares e também a mesma estrutura prosódica.
- Os analogistas também buscavam verificar
as regularidades entre forma e significado, ou seja, as palavras que se assemelham na sua morfologia deveriam apresentar significados comparáveis. Etimologia: os estudos etimológicos foram baseados na controvérsia natureza-convenção. Interesse em reconstruir as formas anteriores das palavras.
Fonética: suas classificações e descrição apresentaram base
impressionística. Desenvolveram: “a ideia de sílaba; a distinção entre vogal e consoante; a distinção entre fonema, forma escrita do fonema e designação do fonema; sequências sonoras” (BRANDÃO, 2013, extraído da internet).
Gramática: tem por base a língua escrita, principalmente dos
escritores clássicos. Os gregos estabeleceram um conjunto de classes de palavras aplicáveis a qualquer língua. Depreenderam as categorias gramaticais e reuniram, em paradigmas, a análise morfológica dos vocábulos. A obra De Língua Latina de Varrão apresenta os estudos deste gramático. Ao estudo que indicarmos abaixo, você vai apresentar a contribuição dada pelo autor. a) Os estudos linguísticos foram divididos em: etimologia, morfologia e sintaxe. b) A derivação é uma "variação facultativa" (declinatio voluntaria). c) A flexão é uma variação natural (declinatio naturalis), portanto, obrigatória” (BRANDÃO, 2013) d) Ao processo concluído do verbo chamou de perfectum; e ao processo inconcluso do verbo chamou de infectum. Situou um sistema de classe de palavras baseado em quatro contrastes flexionais, que são: palavras com flexão de caso (nomes, incluindo os adjetivos), de tempo (verbos), de caso e tempo (particípios), de caso e tempo (advérbios). a) Seus estudos fonéticos? A pronúncia e a estrutura da sílaba (divisão silábica) são tratadas na descrição das letras. E também indica a letra como menor unidade gráfica e fonológica. b) Seus estudos morfológicos? Orientou-se pela perspectiva da analogia para indicar a flexão regular das palavras, considerando, estas como a unidade mínima da estrutura da frase. Já a frase foi definida como a expressão do pensamento completo. O verbo é visto como algo que se pratica ou se exprime e se distingue nos tempos presente, passado e futuro. Nas formas do passado verbal, reconheceu os valores semânticos do imperfeito, perfeito, passado simples e mais-que-perfeito. c) Seus estudos sintáticos? Adotou que a função sintática primária dos pronomes relativos (qui, quae, quod) é estabelecer subordinação. E “manteve a mesma divisão grega para os verbos: ativos (transitivos), passivos e neutros (intransitivos)”, informa Brandão (2013, extraído da internet). A Escolástica ministra estudos em Retórica, Lógica e Gramática. Nessa fase, os interesses dos escritores se voltavam para a semântica. A gramática se tornou a base da erudição medieval, tanto como arte liberal e quanto como disciplina indispensável para ler e escrever corretamente o latim Nessa época, também de destacam trabalhos sobre a origem das palavras, ou seja, sua etimologia Mais uma contribuição da Idade Média foi dada pelo clero irlandês. A controvérsia naturalista versus convencionalista continuou e recebeu o nome de controvérsia realista versus nominalista. Chamamos sua atenção para uma gramática, em particular, que se desenvolveu nesta época: a gramática modista. Os modistas introduziram a noção de uma gramática universal comum a todas as línguas, queriam identificar os universais linguísticos. Modi essendi: as coisas existem com suas propriedades que são externas ao homem. Modi intelligendi: as coisas provocam o entendimento delas por parte do serem humanos. Modi significandi: a compreensão da coisa pelos serem humanos vem revestida de uma capa de um signo. Por fim, apontamos a contribuição de Dante Alighieri. Ele é mais conhecido no campo da literatura. Mas em relação à Linguística, pesquisou o conceito de dialeto (registrou quatorze formas de dialeto na Península Itálica), de língua literária e de língua vulgar em sua obra Questioe della língua. Saussure, ao afirmar que “a Linguística tem por único e verdadeiro objeto a língua considerada em sim mesma, e por si mesma”, estava dando origem ao estudo da língua sob um viés estruturalista. “A língua é considerada uma estrutura constituída por uma rede de elementos, em que cada elemento tem valor funcional determinado. A teoria de análise linguística que se desenvolveram, herdeira das ideias de Saussure, foi denominada estruturalismo” (PETER, 2004, p. 14, grifo do autor). Estruturalismo - um conjunto de diferentes elaborações teóricas que compartilham uma concepção imanentista da linguagem verbal (isto é, a linguagem assumida como um objeto autônomo, definido por relações puramente linguísticas, internas), concepção essa cujas coordenadas básicas Na Europa, o estruturalismo teve origem múltipla, mas, geralmente, seu nascimento é articulado, como já apontado, com a publicação do “Cours de linguistique génerale”, de Saussure, em 1916. Os estruturalistas procuram por em prática a fórmula que encerra o Cour: “a Linguística tem por objeto a língua considerada em si mesma, e por si mesma”; desse modo, seus esforços são focados em explicar a língua por si mesma, ou seja, explicar a língua segundo essa visão imanentista. Os linguistas buscam, então, estudar um corpus (enunciados realizados), tendo como objetivo definir sua estrutura. O Círculo Linguístico de Praga (1925-1939) Os linguistas desta escola aceitaram o texto do Cours de Saussure sem questioná-lo profundamente. Apresentaram criticas, mas superficiais. E, como o pensamento de Saussure desempenhou um papel de iniciação à pesquisa, é correto situar suas investigações e contribuições na herança saussuriana. Vejamos uma das alterações que o grupo apontou em relação à Saussure. Afirmaram que as mudanças da língua deveriam ser constatadas tendo por base o sistema atingido por elas, defendendo, assim, que os estudos diacrônicos incluíam os sincrônicos. Além do mais, desenvolveram trabalhos no campo da langue (fonologia) e da parole (fonética) e enfatizaram também os valores funcionais da linguagem. A principal contribuição desta escola foi aprofundar as características da langue. As línguas naturais deveriam ser tratadas como entidades autônomas, logo, o que se considerava era a noção de estrutura para o estudo das línguas, “cada língua tem sua estrutura (daí o nome estruturalismo), suas categorias, às quais não se pode chegar senão pelo estabelecimento das unidades no interior de cada sistema, e das relações opositivas entre essas unidades” (SILVA, 2009, p. 84). Alguns autores apontam Louis Hjelmslev como o fundador desta escola que, no início, adotou o nome de “estruturalismo”, mas que, posteriormente, se identificou com a Glossemática que Hjelmslev criou. Os linguistas que pertenciam a esta Escola destacavam que “língua é forma e não substância”. Hjelmslev buscou expandir a teoria do signo apresentada pelo pai da Linguística, mas conservou, “do Cours, sobretudo duas afirmações: 1) a língua não é substância, mas forma; 2) toda língua é ao mesmo tempo expressão e conteúdo” (DUCROT; TODOROV, 1988, p. 31). Hjelmslev chama de forma, tudo aquilo que uma determinada língua institui como unidades através da oposição; à forma, ele opôs a substancia, definida como o suporte físico da forma, que tem existência perceptiva, mas não necessariamente linguística. As bases do estruturalismo americano, também chamado de descritivismo, estão fundadas em três princípios: o princípio do indivíduo, o princípio da substância e o princípio da distribuição. Trazemos cada um desses princípios a seguir: Princípio do indivíduo ou do atomismo lógico: os fenômenos em evidências são os singulares, ou individuais. Assim, para se chegar às generalizações ou à teoria, analisam-se aspectos particulares da língua e como os indivíduos empregam sua língua. Princípio da substância: “Os fenômenos devem ser considerados enquanto substância, enquanto materialidade, e não enquanto função. Os fenômenos devem ser identificados pelas propriedades que apresentam à nossa experiência imediata” (BORGES NETO, 2004, p. 106). Princípio da distribuição: Indica que as relações distribucionais ou os arranjos dos elementos ou unidades que constituem a língua sejam suficientes para estabelecer as regularidades da estrutura. Observa-se, na estrutura da língua, onde o elemento aparece e assim verifica a regularidade da língua (PEDROSA, 2007, p. 114). Acompanhemos a demonstração do último principio:
Exemplo: O suco está sobre a mesa.
Ele tomou o suco.
Observou que em Língua Portuguesa a sequência “o suco” pode vir no
início ou no final da frase? Isto é demonstrado pelo princípio do distribucionalismo. Conforme a primeira citação que utilizei no tópico sobre o estruturalismo americano (BORGES NETO, 2004, p. 104), o estudo das línguas indígenas foi o ponto forte desse estruturalismo, por isso, suas teorias e métodos foram desenvolvidos a partir de um trabalho realizado sobre um material puramente oral. Os linguistas e\ou antropólogos registravam a fala indígena e depois a analisavam. Estes estudos que articulavam linguística e antropologia foram muito importantes para o desenvolvimento da Linguística nos Estados Unidos, que até denomina-se de Linguística antropológica. Os estruturalistas americanos não se reconheciam filiados a Saussure, sua referência era Leonard Bloomfield. “A teoria da linguagem proposta por Bloomfield, dominante nos Estados Unidos até aproximadamente 1950, é apresentada de maneira independente no momento em que o pensamento de Saussure começa a ser conhecido na Europa”, explica-nos Costa (2008, p. 123). Duas correntes se destacaram no Estruturalismo americano, a mecanicista (Bloomfield) e
a mentalista (Sapir, Chomsky).
A corrente mecanicista fundamentava-se na psicologia behaviorista
(Skinner). Portanto, até mesmo um ato de fala ou um processo verbal é visto como um tipo particular de comportamento. Na Linguística, o behaviorismo reduz o processo comunicativo ao conhecido esquema: E – R (estímulo – respostas) Em que: Resposta ou reação – é todo e qualquer comportamento que resulta do condicionamento. Estímulo – é um acontecimento ou uma situação que provoca uma resposta ou reação (DUBOIS, 1978). De acordo com esta teoria, as pessoas falam porque receberam um estímulo, linguístico ou não verbal. A escola mentalista tem como os mais fortes representantes Sapir e Chomsky. Observamos que esta tendência se opõe abertamente ao mecanicismo desenvolvido por Bloomfield e seus discípulos. Demostramos que o mecanicismo trabalhava com um método formal na análise linguística, enquanto o mentalismo “procura tratar os dados da língua à luz da doutrina psicológica. A fala é, assim, vista como um produto do pensamento, da vontade, da reflexão, do sentimento” (RAMANZINE, 1990, p. 59). Os mentalistas aceitavam que “a aquisição e o uso da linguagem não podem ser explicados sem se recorrer a princípios que geralmente encontram-se além do escopo de qualquer relato puramente fisiológico dos seres humanos” (LYONS, 1987, p. 223). Ilari(2007, p. 53) nos informa que o estruturalismo teve um impacto enorme no Brasil a partir da década de 1960, época que “coincidiu com o reconhecimento da linguística como disciplina autônoma; assim, muitos professores e pesquisadores [...] foram atraídos pela nova orientação e a utilizaram para sistematizar suas doutrinas”. Entre os nomes mais famosos se encontra o de Mattoso Câmara Jr (observa em seus estudos fonológicos não só fortes influências da escola de Praga, mas também do estruturalismo americano. A linguística, que aqui no Brasil era vista praticamente como auxiliar da literatura, passou a ter prioridade. Na década de 1970, o estruturalismo passou a figurar como a orientação mais importante nos estudos da linguagem em nossas universidades. Chomsky (ver aula 05) defendeu que toda pessoa tem uma gramática internalizada que adquire (inconscientemente) em interação social e verbal desde a infância. A criança em contato com sua comunidade linguística vai construindo a sua gramática tomando por base as regularidades observadas nos uso de sua língua e, assim sendo, levanta hipótese quanto ao uso de sua língua materna. Gramática Universal (GU) é o conjunto de princípios, regras e condições que compartilhadas por todas as línguas. Este conceito é o núcleo da teoria da gramática transformacional generativa, com a qual N. Chomsky propôs explicar o processo de aquisição e uso da linguagem. É a partir desse conceito de gramática internalizada que Chomsky desenvolve os conceitos de gramaticalidade e agramaticalidade para classificar as frases que são produzidas de acordo com as regras internalizadas (não têm nada a ver com as regras da gramática normativa). E agramaticalidade para indicar as frases que não seguem tais regras. “Erro, nessa concepção de gramática, também é aquilo que não ocorre sistematicamente na língua” (MENDONÇA, 2001, p. 239). Estamo feliz com seu sucesso. (Gramatical, segundo a gramática internalizada). Sucesso com estamo feliz. (Agramatical, pois não segue as regras da gramática internalizada, não existe este tipo de estrutura em nossa língua). A gramática Gerativa, criada por Noam Chomsky na década de 1950 nos Estados Unidos. Ele procura destacar o componente criativo da linguagem humana em oposição à visão mecanicista da linguagem que se fundava na repetição como base da aprendizagem (behaviorismo). Ao ressaltar esse componente criativo, Chomsky chamava atenção para os processos mentais que nos são próprios. Competência e desempenho: De maneira similar a Saussure, que diferencia língua de fala, Chomsky aponta a distinção entre competência e desempenho. Competência: É entendida como sendo o sistema de regras que é interiorizado pelos falantes; vindo a se constituir em seu saber linguístico. É devido a esse saber linguístico que o indivíduo é capaz tanto de produzir ou quanto de compreender um infinito número de frases inéditas. . Para Chomsky, é tarefa de o linguista descrever a competência do falante. Ele define competência como capacidade inata que o indivíduo tem de produzir, compreender e de reconhecer a estrutura de todas as frases de sua língua. Ele defende que língua é conjunto de infinito de frases e que se define não só pelas frases existentes, mas também pelas possíveis, aquelas que se podem criar a partir interiorização das regras da língua, tornando os falantes aptos a produzir frases que até mesmo nunca foram ouvidas por ele. Competência universal – fundada nas regras que são comuns a todas as línguas. Exemplos: as línguas precisam da negativa, da interrogativa para estabelecer a comunicação entre seus usuários. Competência particular – fundada nas regras peculiares de cada idioma. Exemplos: para fazer a negativa em língua portuguesa empregamos o advérbio de negação “não”; em francês, se usa a expressão ne pas com o verbo intercalado; em inglês, usamos o not para o verbo auxiliar to be e usamos o not mais o auxiliar to do para os outros verbos. Exemplos: Did you buy the linguistic book? Você comprou o livro de linguística?
Desempenho Quando o usuário de uma língua se utiliza da competência que tem em sua língua nos seus variados atos de interação verbal, atendendo as diferentes situações comunicativas; afirmamos que esta manifestação é seu desempenho, performance ou atuação. Logo, só temos acesso à competência de um falante através de sua performance. Conceitos Saussure Chomsky Língua / competência Língua: sistema de signos/signos Competência: sistema de organizados. regras. Fala/ Fala: ato individual de vontade e Desempenho: maneira pessoal Desempenho inteligência/maneira particular de do locutor utilizar as regras, ou usar a língua. a competência.
Criatividade A criatividade localiza-se na fala, Há dois tipos de criatividade.
pois apresenta um aspecto criador O primeiro tipo refere-se à e livre. competência, pois é governado por regras. O segundo tipo consiste nos variados desvios individuais, liga-se ao desempenho.
Memória Permite o armazenamento dos Um dos fatores que condiciona
signos da língua. o bom funcionamento da performance.
Frase Está no domínio da fala, é uma Está no domínio da
criação livre. competência.
Quadro 1 – Quadro comparativo entre os conceitos saussurianos e chomskyanos.
O gerativismo é uma corrente linguística que surge nos Estados Unidos no final da década de 1950, a partir dos trabalhos de Noam Chomsky. Esse modelo surgiu em uma reação clara contra a teoria behaviorista apropriada pela linguística nos moldes do estruturalismo bloomfieldiano que dominava os estudos da linguagem na época. Contudo, com a crítica ferrenha de Chomsky do livro Verbal Behaviour (comportamento verbal), essa teoria sofre declínio, abrindo campo para o gerativismo que defendia a existência de uma Gramática Gerativa (BARBOSA, 2013). Segundo essa gramática, a linguagem é entendida como um conjunto (finito ou infinito) de sentenças, construída a partir de um conjunto finito de regras. A representação da gramática gerativa costuma ser de forma arbórea:
(O homem recebe o livro do (de +o) menino)
O estudo da linguagem sempre foi foco de estudos, não só moderno, mas desde a antiguidade. Contudo estes estudos não eram sistematizados. Foi com Saussure que a Linguística recebeu status de ciência (mas você já acompanhou que este reconhecimento não é ponto pacífico entre os linguistas da atualidade). Mas, para ser considerada ciência, a Linguística desenvolveu princípios metodológicos que serviram para sustentar suas análises e descrições das línguas; assim, a Linguística passou a considerar que (aula 02): todas as línguas e suas variedades são relevantes a seu estudo;
a língua falada tem características que a distingue da língua escrita,
por isso deve ser estudada em sua peculiaridade.
A Linguística, com o objetivo de descrever a língua, desenvolveu, “uma metodologia que visa analisar as frases efetivamente realizadas reunidas num corpus representativo (conjunto de dados organizados com uma finalidade de investigação). O corpus não é constituído apenas pelas frases “corretas” (como a gramática normativa), também inclui as expressões consideradas “erradas” (pela gramática normativa), desde que apareçam na fala dos locutores nativos da língua. A descrição dos fatos assim organizados não tem nenhuma intenção normativa ou histórica, pretende-se tão-somente depreender a estrutura das frases, dos morfemas, dos fonemas e as regras que permitem a combinação destes” (PETER, 2004, p. 21). Educação Linguística (EL) tem a ver com situações formais e informais de uso da língua em contextos significativos tanto para nós como para nossos interlocutores, em outras palavras, relaciona-se com a competência comunicativa. Ainda podemos acrescentar que EL ressalva a necessidade de respeitar o conhecimento de cada um e assim garantir-lhe a intercomunicação social (VASCONCELOS, 2009). A educação linguística nas palavras de Travaglia deve ser entendida como o conjunto de atividades de ensino/aprendizagem, formais ou informais, que levam uma pessoa a conhecer o maior número de recursos da sua língua e ser capaz de usar tais recursos de maneira adequada para produzir textos a serem usados em situações especificas de interação comunicativa para produzir efeito(s) de sentido pretendido(s). O QUE É POLÍTICA LINGUÍSTICA? Os países, de modo geral, têm sua própria política linguística, alguns para promover o idioma oficial, outros, em busca da valorização de seus muitos falares, respeitando-se as minorias linguísticas. No Brasil, vivenciamos e ainda vivemos o sério caso de nossas línguas indígenas bem como uma questão político-econômica em relação aos falares de suas regiões mais pobres e ainda a inclusão ou não de línguas estrangeiras nas escolas. A relação de Linguística e ensino não é fechada, muito ainda se tem por dizer. Muitos linguistas defendem que a Linguística tem um papel para a democratização do ensino, especialmente, no que concerne ao respeito linguístico aos diversos falares que constituem essa heterogeneidade que é o uso da Língua Portuguesa por nós brasileiros. Na atualidade do mundo globalizado, vemos, pelo menos em contexto mais próximo a nós, que a política oficial de troca de favores entre os países membros do Mercosul envolve o ensino de Português e Espanhol na rede pública desses países. Essa é uma estratégia de fomento e gerenciamento desses mercados linguísticos, visando à circulação de bens de consumo e de pessoas. Entre os frutos desse relacionamento linguístico e econômico estão a criação de banco de dados terminológicos, permitindo a interligação entre as línguas envolvidas diretamente e também outras línguas. Os equivalentes terminológicos em redes multilíngues promovem a interconectividade horizontal de recursos linguísticos em prol do mercado. Outra contribuição dentro desse quadro é a criação da Associação Internacional de Linguística do Português (AILP). Os bancos transnacionais de dados orais e escritos são de grande interesse acadêmico, pois incrementam vários projetos científicos sobre as línguas envolvidas, no caso da Língua Portuguesa, pode, por exemplo, promover o conhecimento sobre as variedades europeia, brasileira e africana. Material da disciplina Fundamentos Linguísticos I disponibilizado no moodle.
PEDROSA, Cleide Faye. Material da disciplina
Fundamentos Linguísticos I. 2013. Disponível em< http://mdl.sedis.ufrn.br/moodle/course/view.php?id =345 >. Acesso em 14 ago 2013. !!! D A S I GA D O B R TU O E S N S BO
Campos, R.H.F., de Gouvea, M. C. S., & Guimarães, P. C. D. (2014) - A Recepção Da Obra de Binet e Dos Testes Psicométricos No Brasil. Rev. Br. de Hist. Da Educação, 14 (2), 215-242
Nação tarja preta: O que há por trás da conduta dos médicos, da dependência dos pacientes e da atuação da indústria farmacêutica (leia também Nação dopamina)