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INTRODUÇÃO À LINGUÍSTICA 1

Panorama histórico dos


estudos linguísticos
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5. A LINGUÍSTICA HISTÓRICA E COMPARATIVA

5.1. O método comparativo e as famílias de línguas

PROTO-INDOEUROPEU

anatólio tocário armênio itálico


grego indo-iraniano albanês
germânico céltico balto-eslavo

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5.2. Os neogramáticos e as mudanças fonéticas

Texto exemplar: “Todas as mudanças fônicas,


como processos mecânicos, ocorrem de acordo com
leis que não admitem nenhuma exceção dentro do
mesmo dialeto, e o mesmo som, em contextos
idênticos evoluirá sempre da mesma
maneira” (Robins, p. 148)

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6. ESTRUTURALISMO 4

“Propriedade que têm os fatos de uma língua de se


concatenarem por meio de correlações e oposições,
constituindo em nosso espírito uma rede de associações
ou estrutura.É por isso que se diz ser a língua um
sistema.
Trata-se, entretanto, de uma estrutura dinâmica, para
servir às mais variadas e inesperadas necessidades da
comunicação, e, por outro lado, nunca cabal mas sempre
em elaboração. O caráter incompleto da estrutura
lingüística é que explicam não só a irregularidade e a
exceção no plano da sincronia, mas também as mudanças
lingüísticas.”
(Câmara Jr. DLG)
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6.1. As idéias de Saussure

6.1.1. A línguas como sistema de oposições e como produto social

6.1.2. As dicotomias
(a) língua / discurso

sistema (coletivo) realização individual da língua

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(b) sintagma / paradigma
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Sintagma – “Termo estabelecido por Saussure para
designar a combinação das formas mínimas numa unidade
lingüística superior. De acordo com o espírito da definição,
implícita em Saussure, entende-se hoje apenas por
sintagma um conjunto binário (duas formas combinadas)
em que um elemento determinante cria um elo de
subordinação com outro elemento que é o determinado.
Quando a combinação cria uma mera coordenação entre os
elementos, tem-se, ao contrário, uma seqüência.” (DLG)
Paradigma – “Conjunto de formas lingüísticas que se
associam por um traço lingüístico permanente, que é o
denominador comum de todas elas. Na base desse traço
estabelecem-se correlações e as oposições entre os
membros do paradigma.” (DLG)
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(c) sincronia / diacronia
Sincronia – “Termo adotado7por Saussure
para designar a concatenação dos fatos de uma língua num
momento dado de sua história. Eles se apresentam num
conjunto de correlações e oposições que constitui um
estado lingüístico, onde é apreensível uma estrutura. Eis
alguns exemplos para o português: 1) correlação a)
fonética: as vogais anteriores entre si (/!/, /!/, /i/); b)
mórfica: os nomes plurais entre si (homens, leões); c)
sintática: os dois tipos de voz passiva (ouve-se, é ouvido);
d) semântica: dois ou mais sinônimos (saber, conhecer). 2)
oposição: a) fonética: as vogais anteriores com as
posteriores (/e/ - /o/, /!/ - /!/, /i/ - /u/); b) mórfica:
um nome singular com seu plural (homem / homens,
leão / leões); c) sintática: a voz ativa com a voz passiva (ele
ouve com atenção / ele é ouvido com atenção); d)
semântica: dois antônimos (saber / ignorar)” (DLG)

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DIACRONIA – “Termo adotado por Saussure
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para designar a transmissão de uma língua, de geração
em geração, através do tempo, sofrendo ela nessa
transcurso mudançasem todos os níveis, cujo conjunto
constitui a evolução lingüística.” (DLG)

Ex.
latim ponere estudo sincrônico
português antigo poer estudo sincrônico
português pôr, estudo sincrônico
puser,
puseste
estudo diacrônico (ponere > poer > pôr)

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6.1.3. A arbitrariedade do signo linguístico

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Saussure: a dicotomia
língua e fala
Conceitos:
* Língua
* Fala

Estudo de uma das quatro dicotomias de Saussure. A


palavra ‘dicotomia’ significa ‘divisão em partes
iguais’. No caso de Saussure, suas dicotomias dizem
respeito a um par de conceitos que devem ser
definidos um em relação ao outro.
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Para Saussure, a distinção entre linguagem, língua e
fala é essencial para que se defina o verdadeiro
objeto de estudo da linguística. No caso da dicotomia
língua e fala, deve-se observar que Saussure
considera que a língua seria o verdadeiro objeto de
estudo da linguística não somente por sua
característica sistemática e homogênea, mas também
por sua ‘parte social’. Língua é homogênea. Pessoas
que falam a mesma língua conseguem se comunicar
porque, apesar das diferentes falas, há o uso do
mesmo sistema da língua. A heterogeneidade
característica da fala não se presta a um estudo
sistemático.
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1. Língua. O que Saussure chamou de língua é


qualquer língua particular que seja de posse comum
a todos os membros de uma comunidade lingüística
determinada (ou seja, a todos os que dizem falar a
mesma língua). Saussure compara a língua a um
dicionário, cujos exemplares tivessem sido
distribuídos entre todos os membros de uma
sociedade. Esse dicionário que é a língua, existe no
cérebro dos indivíduos como a soma de sinais todos
idênticos. Ele é imposto como um código ao qual
deve-se obrigatoriamente seguir.
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Para Saussure, a língua é objeto de estudo da
linguística, pois a lingüística como ciência só pode
estudar aquilo que é recorrente, constante e
sistemático. Ela é o produto social da faculdade da
linguagem e só existe na massa. Para Saussure, o
aspecto social ao lado da homogeneidade são os
responsáveis pela manutenção do sistema da língua.

A língua possui caráter público: é exterior ao


indivíduo, que não pode criá-la nem modificá-la.
Ela pertence a toda a comunidade de falantes que a
utiliza como meio de comunicação.
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2. Fala. Possui caráter privado: pertence ao indivíduo


que a utiliza. Pessoas que falam a mesma língua
conseguem se comunicar porque, apesar das
diferentes falas, há o uso da mesma língua. A
heterogeneidade característica da fala não se presta a
um estudo sistemático.

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OBJETO DA LINGUÍSTICA

§ 1. A LÍNGUA: SUA DEFINIÇÃO


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Outras ciências trabalham com objetos dados


previamente e que se podem considerar, em seguida, de
vários pontos de vista; em nosso campo, nada de
semelhante ocorre. Alguém pronuncia a palavra nu: um
observador superficial será tentado a ver nela um objeto
linguistico concreto; um exame mais atento, porém, nos
levará a encontrar no caso, uma após outra, três ou
quatro coisas perfeitamente diferentes, conforme a
maneira pela qual consideramos a palavra: como som,
como expressão duma idéia, como correspondente ao
latim nudum etc.
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1o As sílabas que se articulam são impressões


acústicas percebidas pelo ouvido, mas os sons não
existiriam sem os órgãos vocais; assim, um n existe
somente pela correspondência desses dois aspectos. Não
se pode reduzir então a língua ao som, nem separar o
som da articulação vocal; reciprocamente, não se podem
definir os movimentos dos órgãos vocais se se fizer
abstração da impressão acústica.

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  2o Mas admitamos que o som seja uma coisa simples:


é ele quem faz a linguagem? Não, não passa de
instrumento do pensamento e não existe por si
mesmo. Surge daí uma nova e temível
correspondência: o som, unidade complexa acústico-
vocal, forma por sua vez, com a ideia, uma unidade
complexa, fisiológica e mental.

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3o A linguagem tem um lado individual e um


lado social, sendo impossível conceber um
sem o outro.

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4oA cada instante, a linguagem implica ao mesmo tempo
um sistema estabelecido e uma evolução: a cada instante,
ela é uma instituição atual e um produto do passado.
Parece fácil, à primeira vista; distinguir entre esses
sistemas e sua história, entre aquilo que ele é e o que foi;
na realidade, a relação que une ambas as coisas é tão
íntima que se faz difícil separá-Ias. Seria a questão mais
simples se se considerasse o fenômeno linguístico em
suas origens; se, por exemplo, começássemos por estudar
a linguagem das crianças? Não, pois é uma ideia bastante
falsa crer que em matéria de linguagem o problema das
origens difira do das condições permanentes; não se sairá
mais do círculo vicioso, então.
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Qualquer que seja o lado por que se aborda a
questão, em nenhuma parte20se nos oferece integral o
objeto da Linguística. Sempre encontramos o dilema: ou
nos aplicamos a um lado apenas de cada problema e nos
arriscamos a não perceber as dualidades assinaladas
acima, ou, se estudarmos a linguagem sob vários
aspectos ao mesmo tempo, o objeto da Linguística nos
aparecerá como um aglomerado confuso de coisas
heteróclitas, sem liame entre si. Quando se procede
assim, abre-se a porta a várias ciências - Psicologia,
Antropologia, Gramática normativa, Filologia etc. -, que
separamos claramente da Linguística, mas que, por culpa
de um método incorreto, poderiam reivindicar a
linguagem como um de seus objetos.
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  Há uma solução para todas essas dificuldades: é


necessário colocar-se primeiramente no
terreno da língua e tomá-la como norma de
todas as outras manifestações da linguagem.

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Mas o que é a língua? Para 22
nós, ela não se
confunde com a linguagem; é somente uma parte
determinada, essencial dela, indubitavelmente. É, ao
mesmo tempo, um produto social da faculdade de
linguagem e um conjunto de convenções necessárias,
adotadas pelo corpo social para permitir o exercício
dessa faculdade nos indivíduos. Tomada em seu todo, a
linguagem é multiforme e heteróclita; a cavaleiro de
diferentes domínios. ao mesmo tempo física, fisiológica e
psíquica, ela pertence além disso ao domínio individual e
ao domínio social; não se deixa classificar em nenhuma
categoria de fatos humanos, pois não se' sabe como
inferir sua unidade.
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A língua, ao contrário, é um todo por si e um princípio de
classificação. Desde que lhe demos o primeiro lugar entre
os fatos da linguagem, introduzimos uma ordem natural
num conjunto que não se presta a nenhuma outra
classificação.

A esse princípio de classificação poder-se-ia objetar que o


exercício da linguagem repousa numa faculdade que nos
é dada pela Natureza, ao passo que a língua constitui algo
adquirido e convencional, que deveria subordinar-se ao
instinto natural em vez de adiantar-se a ele.
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Broca descobriu que a faculdade de falar se localiza


na terceira circunvolução frontal esquerda; também
nisso se apoiaram alguns para atribuir à linguagem
um caráter natural. Mas sabe-se que essa localização
foi comprovada por tudo quanto se relaciona com a
linguagem, inclusive a escrita, e essas verificações,
unidas às observações feitas sobre as diversas
formas de afasia por lesão desses centros de
localização, parecem indicar:

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1o, que as perturbações diversas da linguagem oral


estão encadeadas de muitos modos às da linguagem
escrita; 2o, que, em todos os casos de afasia ou de
agrafia, é atingida menos a faculdade de proferir
estes ou aqueles sons ou de traçar estes ou aqueles
signos que a de evocar por um instrumento, seja qual
for, os signos duma linguagem regular.

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Tudo isso nos leva a crer que, acima desses
diversos órgãos, existe uma26faculdade mais
geral, a que comanda os signos e que seria a faculdade
linguística por excelência.

§ 2. LUGAR DA LÍNGUA NOS FATOS DA LINGUAGEM

Para achar, no conjunto da linguagem, a esfera que


corresponde à língua, necessário Se faz colocarmo-nos
diante do ato individual que permite reconstituir o
circuito da fala. Este ato supõe pelo menos dois
indivíduos; é o mínimo exigível para que o circuito seja
completo. Suponhamos, então, duas pessoas, A e B, que
conversam.
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O ponto de partida do circuito se situa no cérebro de uma
delas, por exemplo A, onde os fatos de consciência, a que
chamaremos conceitos, se acham associados às
representações dos signos linguísticos ou imagens
acústicas que servem para exprimi-los. Suponhamos que
um dado conceito suscite no cérebro uma imagem
acústica correspondente: é um fenômeno inteiramente
psíquico, seguido, por sua vez, de um processo
fisiológico: o cérebro transmite aos órgãos da fonação um
impulso correlativo da imagem; depois, as ondas sonoras
se propagam da bôca de A até o ouvido de B: processo
puramente físico.
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Em seguida o circuito se prolonga
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em B numa
ordem inversa: do ouvido ao cérebro, transmissão
fisiológica da imagem acústica; no cérebro, associação
psíquica dessa imagem com o conceito correspondente.
Se B, por sua vez, fala, esse novo ato seguirá de seu
cérebro ao de A - exatamente o mesmo curso do
primeiro e passará pelas mesmas fases sucessivas.

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Esta análise não pretende ser completa; poder-se-iam
distinguir ainda: a sensação acústica pura, a identificação
desta sensação com a imagem acústica latente, a imagem
muscular da fonação etc. Não levamos em conta senão os
elementos julgados essenciais; mas nossa figura permite
distinguir sem dificuldade as partes físicas (ondas
sonoras) das fisiológicas (fonação e audição) e psíquicas
(imagens verbais e conceitos). De fato, é fundamental
observar que a imagem verbal não se confunde com o
próprio som e que é psíquica, do mesmo modo que c
conceito que lhe está associado.

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O circuito, tal como o representamos,
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dividir-se ainda:

a) numa parte exterior numa parte exterior (vibração dos


sons indo da boca ao ouvido) e uma parte interior, que
compreende todo o resto;

b) uma parte psíquica e outra não-psíquica, incluindo a


segunda também os fatos fisiológicos, dos quais os
órgãos são a sede, e os fatos físicos exteriores ao
indivíduo;

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c) numa parte ativa e outra passiva; é ativo tudo o


que vai do centro de associação duma das pessoas ao
ouvido da outra, e passivo tudo que vai do ouvido
desta ao seu centro de associação;

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finalmente, na parte psíquica33 localizada no
cérebro, pode-se chamar executivo tudo o que tudo o que
é ativo (c i) e receptivo tudo o que é passivo (i  c).

Como separar a língua da fala, separa-se ao mesmo


tempo: 1o, o que é social do que é individual; 2o, o que é
essencial do que é acessório e mais ou menos acidental. A
língua não constitui, pois, uma função do falante: é o
produto que o indivíduo registra passivamente; não
supõe jamais premeditação, e a reflexão nela intervém
somente para a atividade de classificação.

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A fala é, ao contrário, um ato individual de


vontade e inteligência, no qual convém distinguir: 1o as
combinações pelas quais o falante realiza o código da
língua no propósito de exprimir seu pensamento pessoal;
2o, o mecanismo psico-físico que lhe permite exteriorizar
essas combinações.

Recapitulemos os caracteres da língua:

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  1o Ela é um objeto bem definido no conjunto


heteróclito dos fatos da linguagem. Pode-se localizá-
Ia na porção determinada do circuito em que uma
imagem auditiva vem associar-se a um conceito. Ela
é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo,
que, por si só, não pode nem criá-Ia nem modificá-
Ia; ela não existe senão em virtude duma espécie de
contrato estabelecido entre os membros da
comunidade.

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Por outro lado, o indivíduo tem necessidade
de uma aprendizagem para36conhecer-lhe o
funcionamento; somente pouco a pouco a criança a
assimila. A língua é uma coisa de tal modo distinta que
um homem privado do uso da fala conserva a língua,
contanto que compreenda os signos vocais que ouve.

2o A língua, distinta da fala, é um objeto que se pode


estudar separadamente. Não falamos mais as línguas
mortas, mas podemos muito bem assimilar-lhes o
organismo linguístico. Não só pode a ciência da língua
prescindir de outros elementos da linguagem como só se
toma possível quando tais elementos não estão
misturados.
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3o Enquanto a linguagem é heterogênea, a
língua assim delimitada é de natureza
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homogênea: constitui-se num sistema de signos onde, de
essencial, só existe a união do sentido e da imagem
acústica, e onde as duas partes do signo são igualmente
psíquicas.

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  4o A língua, não menos que a fala, é um objeto de


natureza concreta, o que oferece grande vantagem
para o seu estudo. Os signos linguísticos, embora
sendo essencialmente psíquicos, não são abstrações;
as associações, ratificadas pelo consentimento
coletivo e cujo conjunto constitui a língua, são
realidades que têm sua sede no cérebro. Além disso,
os signos da língua são, por assim dizer, tangíveis; a
escrita pode fixá-los em imagens convencionais, ao

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passo que seria impossível fotografar em todos os


seus pormenores os atos da fala; a fonação duma
palavra, por pequena que seja, representa uma
infinidade de movimentos musculares
extremamente difíceis de distinguir e representar.
Na língua, ao contrário, não existe senão a imagem
acústica e esta pode traduzir-se numa imagem
visual constante.

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  Pois se se faz abstração dessa infinidade de


movimentos necessários para realizá-la na fala, cada
imagem acústica não passa da soma dum número
limitado de elementos ou fonemas, suscetíveis, por
sua vez, de serem evocados por um número
correspondente de signos na escrita. É esta
possibilidade de fixar as coisas relativas à língua que
faz com que um dicionário e uma gramática possam
representá-Ia fielmente, sendo ela o depósito das
imagens acústicas, e a escrita a forma tangível dessas
imagens.
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§ 3. LUGAR DA LÍNGUA NOS FATOS
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HUMANOS.
A SEMIOLOGlA.

A língua, assim delimitada no conjunto dos fatos de


linguagem, é classificável entre os fatos humanos,
enquanto que a linguagem não o é.

A língua constitui uma instituição social, mas ela se


distingue por vários traços das outras instituições
políticas, jurídicas etc.

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  A língua é um sistema de signos que exprimem


ideias, e é comparável, por isso, à escrita, ao alfabeto
dos surdos-mudos, aos ritos simbólicos, às formas de
polidez, aos sinais militares etc., etc. Ela é apenas o
principal desses sistemas.

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Pode-se, então, conceber uma ciência que estude a vida
dos signos no seio da vida social; ela constituiria uma
parte da Psicologia social e, por conseguinte, da
Psicologia geral; charná-la-emos de Semiologia (do grego
sêmeion, "signo"). Ela nos ensinará em que consistem os
signos, que leis os regem. Como tal ciência não existe
ainda, não se pode dizer o que será; ela tem direito,
porém, à existência; seu lugar está determinado de
antemão. A Linguística não é senão uma parte dessa
ciência geral; as leis que a Semiologia descobrir serão
aplicáveis à Linguística e esta se achará dessarte
vinculada a um domínio bem definido no conjunto dos
fatos humanos.
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