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TRABALHO DE LINGUISTICA DESCRITIVA DO PORTUGUES II 3º ANO 1ª SESSAO

Lingüística Descritiva

A linguagem é uma capacidade humana que torna possível a interação social. Essa construção
coletiva de signos que está depositado na mente de cada um, e que usamos para comunicação
é a língua. O sistema lingüístivo é um fenômeno social que deve ser estudado num todo.

Existem várias maneiras de se estudar a língua, mas a estrutura dela é uma só embora existam
várias teorias, a Lingüística Descritiva estuda a língua em seu uso concreto, como se fala e
como se escreve respeitando as variedades da língua segundo as regiões em que é falada;
observa os fatos e conclui a partir do que eles mostram, não se antecipa na resposta

Em Lingüística Descritiva, no nível de análise morfológico encontramos duas unidades


formais: a palavra e o morfema, e uma das questões centrais no estudo da morfologia que é
decidir se a abordagem será pela perspectiva do morfema ou se a partir da palavra, da
formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras
olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período. Pode-se
afirmar que a lingüística e a gramática tradicional estudam o mesmo objeto, ou seja, a língua,
mas sob pontos de vista diferentes. SAUSSURE (1974) estabelece uma série de princípios
que refletem as diversas formas de abordagem lingüística, através das
dicotomias língua e fala, sintagma e paradigma, diacronia e sincronia, descritivo e normativ
o, além da dupla articulação da linguagem”. (trecho tirado do blog lingüístic@.com).

DEFINIÇÃO D E PRINCIPAI S TERMO S FUNDAMENTAI S

a . Enunciação. É tudo o que u m falante nativo de um a comunidade lingüística pode


pronunciar com finalidades de comunicação. Va i desde o simples "sim" , "não", "talvez", até
às mai s extensas mensagens lingüísticas, amiúde referidas como período, de vários tipos e
duração. As enunciações são geralmente interrompidas por espaços de silêncio que poderão
ser de maio r ou menor extensão. O procedimento geral da lingüística descritiva é analisar
cada enunciação de per s i e nunc a várias enunciações ao mesmo tempo.

b . Flux o Fônico. É a corrente, série, ou segmento de elementos ou unidades que se sucedem


em fluxos relativamente curtos numa dada língua ou dialeto. A diferença entre enunciação e
fluxo fônico é mai s de aspecto ou de ponto de vista do que de natureza essencial, porque
todas as enunciações são formadas de segmentos maiores ou menores de fluxo fônico.
c. Traços Fônicos. São todos os possíveis elementos iónicos identificáveis acusticamente) no
fluxo fônico ou nas enunciações, e que podem ocupar u m lugar definido dentro da estrutura
geral de um a língua dada. Nem todos os traços acústicos (ou fonéticos) são traços fônicos,
pois apenas um a parte é utilizada para fins de comunicação; o restante é ignorado ou
relegado à condição de traços irrelevantes.

d . Distribuição. É a soma de ocorrências de u m ou mai s traços fônicos em relação a outros


nas enunciações de um a determinada língua. É a descrição detalhada de todas as posi - ções
onde u m dado elemento pode ocorrer .

f. Fonema. É u m dos conceitos mai s importantes da moderna lingüística descritiva. U m dos


primeiros passos para a clar a compreensão do fato é entender o fonema como a mínim a
unida

g. Morfema. U m dos fatos fundamentais que a nossa observação assinala (depois de termos
esgotado toda a segmentação e distribuição fonética de um a língua dada), é que certas
seqüências de fonemas recorrem e repetem-se em certos contextos ao longo das
enunciaçõesde de contraste.

FUNDAMENTO S SOBR E O S QUAI S A LINGUISTIC A DESCRITIV A S E ASSENT


A

a . Linearidade. El a se baseia no caráter linear ou segmentai das línguas. Todas as línguas se


identificam neste ponto que pode ser descrito como o fator de linearidade ou segmentalidade
de seus elementos, desde os menores até os maiores, pois sabemos que nem mesmo dois
elementos dados podem ser pronunciados ao mesmo tempo, de um a só vez. Os elementos
básicos das línguas se sucedem uns aos outros em cadeia, ligados por vários tipos de
transição (junturas ) e inter - rompidos por silêncios.

b. Regularidade a lingüística descritiva toma como fatos fundamentais certas regularidades


ou padronizações nas línguas. Não há, por outro lado, absolutamente, um a padronização
geral e uniforme e comum a todas as línguas, mas elas se apresentam sob formas particulares
de configuração, e que permite aos lingüistas realizarem análises de seus elementos ou partes,
sob critério científico. Não há um a lógica natura l nas línguas mas um a padronização que é
particular a cada caso.
c . Relatividade. Est a relatividade se encontra princi - palmente "na s relações de distribuição
entre os traços fônicos e m questão, i.e., a ocorrência destes traços relativament e uns a os
outros , na s enunciações. .. .A única relação que será aceit a como relevante, é a distribuição
dentro fluxo fônic o de certa s parte s ou traços e m relação a outros " (Z. S . Harris ,
Structural Linguistics, p. 5).

d . Estrutur a Fechada das Línguas. Cada língua ou dialeto é um a estrutura fechada. Cada
língua e dialeto constitui u m a estrutura toda particular . A lingüística descritiva, portanto,
não toma em consideração causas etimológicas par a explicação de fatos descritivos.

e. Elementos Distintos. A língua, ou fala, é constituída ou formada de partes distintas que


mutuamente se relacionam. Especialmente par a a lingüística descritiva, tanto os elementos
mai s simples como os mai s complexos são constituídos de sons vocais, i.e., são elementos
fônicos com certas características acústicas peculiares

f. Caráter Conceptual das Unidades Lingüísticas. Um a das contribuições mai s importantes


da lingüística moderna c a caracterização clar a e precisa de unidades. Assim como na
eletrônica temos o volt, o ohm, o ampere, o watt, etc , que também são conceituações
abstratas, ou mentalizações, pois nenhu m desses elementos têm existência concreta real,
assim também n a lingüística descritiva, as unidades em s i são descri - tas e consideradas
como mentalizações conceptuais, independentes de suas expressões concretas.

g. Níveis de Estruturação. Cada língua ou dialeto existentes no mundo apresentam certos


níveis distintos de estruturação. Co m u m propósito u m tanto diverso, o antropólogo A.L.
Kroebe r propôs três níveis distintos : inorgânicos, orgânico, superorgânico. Comentando-o, o
Prof. J . Mattoso Câmara J r . diz o seguinte: " A o mund o físico se acrescenta , e m nível
superior , u m mund o biológico, ou orgânico, e daí parte par a a criação humana , o u
cultural, nu m terceiro nível super-orgânico". (Princípios de Linguística Geral, p. 19).

h . Variabilidade dos Elementos . Os elementos lingüísticos não existem isoladamente a não


ser sob u m ponto de vista de identificação e não na expressão real da fala.

l.Contraste. É u m dos fundamentos da noção de fonem a , morfema, etc. O contraste é o fator


que diferencia um a mensagem que poderia ser dita de um a outr a que também poderia ter
sido dita. A lingüística descritiva us a o contraste, ou ausência de contraste, como u m dos
critérios mai s básicos par a o estabelecimento de elementos e padrões lingüísticos.
j . Distribuição. Como já ficou dito antes, a noção ds distribuição (especialmente a noção de
distribuição comple- mentar), ligado à noção de unidades conceptuais, embora um a
teorização, é u m elemento necessário par a agrupar vários segmentos pertinentes, com um a
base de relacionamento comum, par a simplificar e sistematizar a descrição lingüística.

Gramática Descritiva

A gramática descritiva segue uma corrente contrária a da histórica. Nela o que vale são as
características presentes na língua no exato momento.
Sendo assim, se hoje formos estudar a gramática descritiva da língua portuguesa, devemos
levar em consideração somente os aspectos atuais do idioma. Portanto, desconsiderando a
sua trajetória.

A Gramática Descritiva, também conhecida como Sincrônica (do grego syn-


'reunião', chrónos 'tempo'), reconhece a língua como meio de comunicação entre os seus
falantes e procura descrever seus mecanismos de organização e funcionamento em
determinado contexto. Nesse sentido, são consideradas as variações linguísticas da língua
bem como os modos de fala e escrita dos usuários em um contexto mais generalizado. Isto
significa que a Gramática Descritiva está ligada a uma determinada comunidade linguística e
reúne as formas gramaticais aceitas por estas comunidades.

Níveis de descrição gramatical

As gramáticas dedicam-se à análise dos diferentes níveis de organização das línguas naturais.
Cada parte da Gramática corresponde ao estudo dos níveis: Fonológico, Morfológico,
Sintático, Semântico e Pragmático. Vejamos cada um deles:

 Fonológico: Trata-se do estudo sobre os fonemas (sons) da língua, suas possibilidades


de combinação em sílabas.
 Morfológico: Estudo das classes de palavras, suas flexões e os processos de
formação.
 Sintático: Trata-se do estudo sobre as funções e relações entre as palavras nas
sentenças linguísticas.
 Semântico: Estuda sobre o significado das palavras, as relações de sentido que elas
estabelecem e sua organização lexical.
 Pragmático: Trata-se do estudo sobre a relação entre o sentido dos textos e o
contexto em que são utilizados.

Na Gramática Descritiva, a preocupação é descrever e/ou explicar as línguas tais como elas
são faladas, independentemente do que a Gramática Normativa prescreve como sendo correto
ou não. Veja este exemplo:

 Mãe, vou no banheiro lavar este machucado.

Pois, este enunciado apresenta um erro de construção sintática com relação à regência do
verbo “ir”, já que, quem vai, vai a algum lugar e não no ou na lugar. Sendo assim, a
Gramática Normativa reconhece a forma correta como sendo: “Mãe, vou ao banheiro lavar
este machucado.”

A Gramática Descritiva orienta o trabalho dos sociolinguistas, já que as línguas são


patrimônios sócio-histórico-culturais vivos e, por isso, estão em constante processo de
transformação.

Assim, sem a pretensão de apontar erros, a Gramática Descritiva enseja identificar todas as
formas de expressão existentes e verificar quando e por quem são produzidas.

Na perspectiva da Gramática Descritiva, não existe erro gramatical, pois, ao adotar um


critério social, não linguístico, de correção, considera erradas apenas as estruturas gramaticais
não presentes com regularidade nas variedades linguísticas reconhecidas pelos falantes da
língua.

às frases condicionais, foram fornecidas frases que poderiam corresponder a condicionais


hipotéticas e a condicionais factuais

a. Se eles tchovarem o carro pega( PM)

Se eles tchovar, o carro pega(PE)

b. Se as crias forem fêmeas, ganhamos com isso(PM).

Se as crias ser fêmeas, ganhamos com isso (PE).

a. Se o canhoeiro é uma árvore, então pertence ao reino vegetal(PM).

Se o canhoeiro ser uma árvore, então pertence ao reino vegetal(PE).


b. Se estás, com babalaza, bebe uma Coca (Hipotética).

Se estás estar, com babalaza, bebe uma Coca (Factual).

Exemplos de exercícios sobre:

Um conjunto de frases fornecido aos informantes

24) a. Se pores o metal ao lume, ele derrete. [ _ ]

b. Se pões o metal ao lume, ele derrete. [ _ ]

c. Se puseres o metal ao lume, ele derrete. [ _ ]

Valor condicional hipotético ou com valor condicional factual.

a. Se ela nos dar muita grana, não é kakata. [ _ ]

b. Se ela nos der muita grana, não é kakata. [ _ ]

c. Se ela nos dá muita grana, não é kakata. [ _ ]


BIBLIOGRAFI A

ABURRE, Maria Luiza M. Gramática: texto: análise e construção de sentido. Volume único.
2. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 118 e 119.

Azevedo, Milton M. 1976. O Subjuntivo em Português: um Estudo Tranformacional.


Petrópolis: Editora Vozes.

Bacelar do Nascimento, Maria Fernanda; Marques, Maria G. & Segura da Cruz, Luísa 1987.
Português Fundamental, Métodos e Documentos, t. 1: Inquérito de Frequência. Lisboa:
Instituto Nacional de Investigação Científica e Centro de Linguística da Universidade de
Lisboa.

. CAR T e outros, Grammalre Latine.

H . A. GLEASON , An Introduction to Descriptive Linguistics.

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