Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
- A linguagem verbal é “a matéria do pensamento e veículo da comunicação social”,
uma vez que permite a nomeação, transformação e criação do universo real e de
universos imaginários, isto é, possível falar do que não existe por ela.
- Ao mesmo tempo que é autônoma, uma vez que existe um sistema de sons,
palavras e frases organizados, é afetada pela realidade histórica, cultural e
sociedade de quem se comunica.
- A história do estudo da linguagem remonta ao século IV a.c e tem relação com os
estudos dos hindus da sua língua para fins religiosos.
- É somente no século XX, com Saussure, que a Linguística passa a ser reconhecida
como um estudo científico. Desse modo, a Linguística se estabelece como uma
ciência que observa os fatos de linguagem e, por isso, precisa de um método
científico.
- Qual o objeto da linguística?
- Para entender o objeto dessa ciência, é preciso compreender o que é língua e
linguagem, há diferença?
- Para Saussure, a língua é separada da linguagem. A linguagem é mais geral,
heteroclítica e multifacetada. Enquanto a lingua é um objeto unificado, um produto
social da linguagem (uma parte do todo).
- Saussure -> Língua = sistema de signos
- Distinção lingua/linguagem/fala é o cerne da Linguística para Saussure.
- A partir de Chomsky, a linguagem adquire um caráter biológico, entendida como
“capacidade inata e específica da espécie”. Ele vai tentar construir, então, uma teoria
*geral* da linguagem baseada nisso. Existem, nesse sentido, propriedades
universais da linguagem.
- Existe linguagem animal? A resposta é: Não. Por que? 1. Não tem presença de voz.
2. Não há diálogo. 3. O conteúdo é limitado.
- A linguística, portanto, tem como objeto a linguagem verbal humana.
- Gramática: normativo-descritivo (prescritivista, noção de certo e errado) x
descritivo-explicativo (analisa efetivamente o que é *produzido* dentro de um
corpus)
ESTRUTURALISMO
Dicotomias de Saussure
Quais são elas?
- sincronia versus diacronia
- LINGUÍSTICA DIACRÔNICA: mudanças que ocorrem através do tempo
- LINGUÍSTICA SINCRÔNICA: língua estuda de forma estática, portanto, isolada de
mudanças.
- língua versus fala
- Língua: coletiva, a língua é composta pelos signos linguísticos.
- Fala: particular
- Signo: relação entre significante e significado.
- significante versus significado
- Significante = imagem acústica
- Significado = conceito
- Arbitrariedade do signo e Linearidade (relação com sintagma)
- paradigma versus sintagma
- Paradigma: eixo de seleção -> relações associativas
- Sintagma: eixo de combinação -> ocorre a partir da linearidade dos significantes.
Martinet e dupla articulação
- A linguagem pode ser dividida em unidades menores
- Primeira articulação: unidades com matéria fônica e sentido (morfemas, palavras,
sintagmas)
- Segunda articulação: dotado apenas de matéria fônica (fonemas).
- Combinação finita dessas unidades para formar uma infinidade de enunciados ->
FATOR DE ECONOMIA LINGUÍSTICA
Coseriu
- Reformula a dicotomia língua versus fala
- Proposta: sistema versus norma versus fala
- Sistema (corresponde a língua de Saussure)
- Língua = sistema articulado de suas normas, composta, nesse sentido, por variantes
- normas = variantes do sistema
- fala = ordem individual
- Variantes podem ser em termos geográficos, sociais ou históricos
- diatópicas = regionais
- diatrásticas = grupo social
- diafásicas = informal ou formal
- diacrônicas = faixa etária
- Surgimento da sociolinguística.
Hjelmslev
- função semiótica
- expressão e conteúdo
- a função semiótica abarca o signo
- - Há **solidariedade** entre a função e seus funtivos. Nesse sentido, há
solidariedade entre a função semiótica e seus funtivos (expressão e conteúdo).
Importante pontuar que não existe essa função sem a presença simultânea da
expressão e do conteúdo. O conteúdo pressupõe a expressão e a expressão
pressupõe o conteúdo. “Uma expressão só é expressão porque é a expressão de
um conteúdo, e um conteúdo só é conteúdo porque é conteúdo de uma expressão.”
Falar sem pensar ou pensar sem falar não “contam”, porque só pensar não
apresentar conteúdo linguístico, enquanto falar coisas sem sentido (não pensadas) é
emitir sons sem conteúdo.
- - Ausência de conteúdo =/ ausência de sentido. Existem situações em que uma
expressão é dotada de conteúdo (e expressão), mas é desprovida de sentido na
lógica normativa, por exemplo. *“Os menino são atentado demais”*
- A significação da palavra signo: o signo para Hjelmslev é o signo de uma substância
de conteúdo e de uma substância da expressão. O exterior seria a substância da
expressão e o interior seria a substância do conteúdo. Signo é “a unidade
constituída pela forma do conteúdo e pela forma da expressão e estabelecida pela
solidariedade que denominamos de função semiótica. O signo, para Hjelmslev, seria
a função semiótica, portanto, formado por funtivos: a expressão e o conteúdo. Nesse
sentido, para ele, há dois planos: o plano da expressão e do conteúdo que
correspondem a massas amorfas, portanto, são a substância da expressão e a
substância do conteúdo. A existência da substância pressupõe a forma, pois ambas
são indissociáveis, segundo o linguista. Assim, há a forma da expressão e sua
correspondente substância da expressão e a forma do conteúdo em conjunto com a
substância do conteúdo. A função semiótica seria a responsável por instituir forma
nos planos da expressão e do conteúdo (que são massas amorfas, sem forma por
definição).
- Segundo Saussure, a língua seria um sistema composto por signos, os quais,
dicotomicamente, apresentam significante e significado. Hjelmslev parte dessa
mesma premissa, pois entende a língua como sistema e atribui ao significante e ao
significado, respectivamente, a nomenclatura expressão e conteúdo. Nesse sentido,
Hjelmslev entende que a função semiótica (ou o signo) como um elemento formado
por funtivos, sendo tanto os funtivos quanto a função dependentes entre si. Nessa
perspectiva, o autor discorda de Saussure sobre a visão do linguista suíço quanto a
não simultaneidade da forma e da substância, enquanto, para Saussure, a
substância existiriam anterior à forma, Hjelmslev compreende a forma e a substância
como indissociáveis.
Teoria Gerativa
● Esse é um assunto muito debatido ao longo da história, existe quem acredite que a
língua é externa a mente e aqueles que a consideram um objeto mental (como
Chomsky)
● Enquanto para aqueles que acreditam que a língua é externa, ela é desenvolvida
pela observação, memorização e associação, Chomsky acredita que todos os
humanos nascem com um conjunto de estruturas mentais abstratas e geneticamente
determinadas, essas estruturas guiam o processo de aquisição da língua. Essas
estruturas mentais são a gramática universal (reforçando). Como o nome já diz, essa
gramática (as estruturas mentais) são universais porque são iguais a todos,
independente da nacionalidade.
● O ambiente tem papel fundamental, porque a criança precisa entrar em contato com
uma língua para adquirir linguagem.
● A gramática universal (estado inicial) se desenvolve de diferentes maneiras
dependendo do ambiente linguístico.
● O problema de Platão: a pobreza de estimulo → Para Chomsky, os dados
linguísticos são sempre pobres, poucos, fragmentados e que não explicam o
conhecimento linguístico que adquirimos da língua. Nesse sentido, a solução é que
a mente da criança é equipada com a gramática universal, que guia no processo e a
faz chegar em uma gramática complexa.
● O conhecimento linguístico envolve saber o que é possível e não na língua.
Pidgin e Crioulo
Pidgin: utilizado em relações comerciais
Crioulo: consolidação dos pidgins e são utilizados pela comunidade
- contexto dos pidgins: local em que se desenvolviam o modelo de troca, portanto, o contato
era esporádico entre nativos e europeus → encontros muitas vezes mediados por
intérpretes → nativos tentavam falar a língua europeia → o sistema se distanciava da língua
falada pelos europeus e da língua falada pelos nativos → regularidade, estabilidade,
complexidade e funcionalidade
- contexto das línguas crioulas: assentamentos das colônias de grandes latifúndios →
população não europeia → fase inicial: contato regular entre os europeus e os não
europeus → uso da variedade da língua europeia → aquisição dessa língua como 2º língua
Fonética
Sistema fonador
Fonologia
Unidade de estudo: fonema
“os sons não são vistos apenas como sons em si mesmos, mas em termos das
relações que estabelecem entre si e das relações que se unem no plano de conteúdo”
Alofones
● Realização distinta de um determinado fonema → alofone
/t/->
Neutralização e Arquifonema
Processos
●
● [-sonoro] => [+sonoro] / C[+sonora]_