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Elaboração de estudo

Fichamento dos textos da disciplina

Idiomas do mundo

 Existem mais de 6.000 línguas no mundo, mas aproximadamente uma destas


"morre" a cada duas semanas.
 Uma língua morre quando seu último falante morre, ou, para alguns linguistas,
quando seu penúltimo falante morre e o último fica sem ter com quem falar.
 Uma língua desaparece quando não há mais falantes e nem registro dessa
língua.
 Quando uma língua desaparece, toda a herança cultural de um povo
desaparece junto.
 A língua é viva. Com o passar do tempo ela está sempre se transformando e
ganhando nuances.

Linguagem, língua, linguística

 Para Saussure: A linguagem é a faculdade que possibilita a produção de uma


língua. A língua é um sistema de signos e uma parte essencial da linguagem. A
fala é o ato individual que resulta da relação entre linguagem e língua.
 Para Chomsky: A linguagem é um conjunto de sentenças e uma capacidade
inata ao ser humano. O desempenho, ou a língua, é o conjunto de regras que
cada falante constitui e a aplicação da capacidade inata de aquisição de
linguagem. A competência, ou a fala, é o resultado do desempenho e vem de
fatores não linguísticos, como as crenças e emoções.
 A partir da publicação do CLG, de Saussure, a linguística passa a ser
reconhecida como a ciência que estuda as línguas naturais e é identificada
como um ramo da Semiologia. Essa ciência observa a língua em uso e a
descreve por padrões sonoros, lexicais e gramaticais, deixando de lado o
julgamento moral e estético.
 A linguística não se compara ao estudo tradicional da gramática, que, por sua
vez, possui um ponto de vista normativo e prescritivo em relação à língua. A
gramática tradicional se fundamenta na análise da língua escrita e considera a
expressão escrita como modelo de correção para toda e qualquer forma de
expressão linguística.

A linguística do século XIX

 No século XIX, as línguas eram compreendidas como genealogicamente


aparentadas, pois era possível comparar sistematicamente seus sistemas
fonéticos, estruturas gramaticais e vocabulários.
 As leis fonéticas são os fatores que operam regularmente mesmo em
diferentes ramos da família da língua.
 Analogia é a relação de semelhança entre fatos distintos e auxilia no processo
de aprendizado da fala, quando uma criança regulariza formas irregulares, por
analogia aos padrões mais regulares. Por exemplo, é provável que a criança
fale "eu fazi" em vez de fiz, assim como diz "comi", "abri" etc. Essas formas
analógicas podem ser substituídas pelas formas irregulares ou serem
reconhecidas como uma nova forma e assim a analogia cumpre seu papel no
desenvolvimento das línguas.
 A mudança sintática acontece quando uma língua adquiri uma nova distinção
gramatical, como quando as línguas românicas desenvolveram artigos
definidos, que são inexistentes no latim. Também pode perder uma distinção,
como no português de Portugal em que uma forma verbal é expressa por outra,
quando o futuro do pretérito indica o imperfeito do indicativo ("eu gostava de
morar aqui", no lugar de gostaria).
 A mudança sofrida no curso do tempo pelos objetos ou instituições que as
palavras designam e o uso habitual das palavras em contextos particulares.
 O método comparativo não se sustentou por ser baseado em uma metáfora
biológica enganosa, já que não existe um ponto no tempo que diga que novas
línguas "nasceram" de uma língua-mãe comum.

O objeto da linguística

 O ponto de vista cria o objeto.


 A língua é um tesouro depositado através da fala nos indivíduos pertencentes à
mesma comunidade, que se constitui em um sistema gramatical existente no
cérebro de um conjunto de indivíduos.
 A língua é homogênea por se constituir num sistema de signos onde somente a
união do sentido e da imagem acústica são essenciais, e onde as duas partes
do signo são igualmente psíquicas. Já a linguagem heterogênea, pois
comporta a parte social (língua) e a parte individual (fala).
 Porque para descobrir a verdadeira natureza da língua, é necessário, antes de
tudo, observá-la por pontos de vistas de diferentes ciências e também
considerá-la no que ela tem em comum com todos os outros sistemas da
mesma ordem.

A natureza do signo

 Imagem acústica é a representação natural da palavra enquanto fato de língua


virtual, fora de toda realização pela fala. Ou seja, não é o som material, mas a
impressão psíquica desse som.
 Signo, para Saussure, é a combinação de um conceito e de uma imagem
acústica.
 O que prova a arbitrariedade do signo são as diferenças entre as línguas e a
própria existência de línguas diferentes. É possível compreender o significado
de uma palavra através de diferentes significantes.

O valor linguístico
 O papel da língua frente ao pensamento é servir de intermediário entre o
pensamento e o som, em condições tais que uma união conduza
necessariamente a delimitação recíproca das unidades.
 Em sua metáfora, Saussure compara o pensamento com um lado da folha de
papel e o som com o outro lado e explica que não se pode cortar um sem
cortar o outro, assim como, na língua, não se pode isolar o som do
pensamento e vice-versa.
 O valor dos termos resulta do sistema da língua e é constituído por: 1. uma
coisa dessemelhante, suscetível de ser trocada por outra cujo valor resta
determinar; 2. coisas semelhantes que se podem comparar com aquela cujo
valor está em causa.
 O valor dos sinônimos se dá pela oposição. Se um dos sinônimos de uma
palavra não existisse, todo seu conteúdo iria para seus concorrentes.

 O valor de qualquer signo é determinado por aquilo que o rodeia.

 A característica mais exata do valor é ser o que os outros não são.


 Para Saussure, os signos de escrita são arbitrários. Nenhuma relação existe
entre a letra t e o som que ela designa.

Relações sintagmáticas e relações associativas

 Na língua, tudo é baseado em relações. As relações entre termos linguísticos


geram uma ordem de valores e as diferenças entre os termos nos faz
compreender melhor a natureza de cada uma dessas ordens.
 Dentro do discurso: Colocado num sintagma, um termo só adquire seu valor
porque se opõe ao que precede ou ao que o segue, ou ambos. O sintagma tem
caráter linear, horizontal, um signo após o outro (deus é bom, a vida humana).
 Fora do discurso: As palavras que oferecem algo em comum se associam na
memória e assim se formam grupos dentro dos quais imperam relações muito
diversas ainda que todas tenham algo em comum entre si (enseignement :
enseigner, renseigner / armement, changement / éducation, apprentissage).
 Essas combinações (fora do discurso) são bem diferentes das primeiras
(dentro do discurso), elas não têm base por sua extensão, sua sede está no
cérebro, fazem parte do tesouro que constitui a língua e que está dentro de
cada indivíduo: são as relações associativas.
 O valor linguístico é estabelecido no campo associativo e no campo
sintagmático.

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