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Morfologia: É a parte da gramática que estuda as partes que compõem uma palavra ou um
vocábulo.
Linguagem: É toda forma que o ser humano usa para se comunicar; é qualquer forma de
expressão utilizada pelas pessoas para se comunicar; linguagem é todo sistema de sinais falados,
escritos, ou visuais que proporcionam omunicação entre os indivíduos, sendo mais genérica. A
linguagem pode ser verbal ou não verbal;
Tipos de linguagem:
. Linguagem não verbal: É todo tipo de comunicação realizada pelo ser humano sem o uso de
palavras. Ex.: Pintura, dança, sinais de trânsito etc;
Enfim, tudo isto é Linguagem: representação do pensamento por sinais e/ou por palavras.
A linguagem humana é expressa por meio de um sistema de som vocal chamado língua. Esta
possibilidade permite que o ser humano utilize um código linguístico, a língua, em sua
materialidade verbal, para se comunicar. Cada língua apresenta o seu código, com regras e
normas, sua maneira de arrumação das palavras na frase, sua própria estruturação.
O mesmo sistema linguístico de uma comunidade linguística é utilizado por todos, mas em estilos
diferentes. Um idoso utiliza o idioma em um estilo diferente do de uma criança, por exemplo.
O sistema da língua é social, porque é comum a todos os falantes de uma comunidade linguística,
logo podemos entender que a atividade linguística é sistematizada, ou seja, segue um conjunto de
elementos lexicais (palavras) e gramaticais (organização do código) que fazem parte de uma
língua, de uma organização interna desses elementos e de suas regras combinatórias (O sistema
linguístico é social porque é comum a todos os falantes de uma determinada comunidade
linguística; assim, chega-se a conclusão de que a língua é um sistema, ou seja, utiliza o mesmo
conjunto de palavras e segue a mesma gramática).
Contamos com uma característica fundamental da faculdade da linguagem humana, que permite
que o homem crie enunciados linguísticos infinitamente: a CRIATIVIDADE. As experiências de vida
de toda ordem (no cotidiano, nos grupos de amigos, no contato com culturas diferentes), a
convivência com textos de variadas espécies (poemas, lendas, crônicas), a possibilidade da fala e
da escrita contribuem significativamente para esta criatividade linguística.
Ex.: Para o conceito “livro”, o português utiliza o termo “livro”, o espanhol emprega “libro”, o
inglês usa “book”; já no francês, temos “livre”. Variaram os significantes, mas o significado é o
mesmo conceito.
Sincronia e diacronia:
. Sincronia: Procura estudar o sistema de uma língua em uma determinada época ou período.
Estuda a língua e a linguagem a partir de sua composição interna, explicando as funções da
linguagem; (estuda o sistema linguístico focando apenas no seu período ou época atual)
. Diacronia: Mostra como as línguas se formaram, sua evolução natural. Estuda as origens e as
relações históricas da língua. (estuda a evolução da língua)
O uso da língua: A língua é social (pois é usada por todos); o uso da língua é individual (é usada de
diferentes formas por cada indivíduo). Porém, mesmo individual, esses atos são normalmente
realizados na e para a comunicação entre sujeitos ou indivíduos, que para compreender-se,
precisam estar “de acordo” sobre o que significam os sinais que usam. Este acordo refere-se à
dimensão social e histórica da língua. SOCIAL, porque pertence a todos e HISTÓRICA, pois é
transmitida de geração em geração, através dos tempos.
O fato de pertencer a todos os falantes exerce sobre o uso da língua uma pressão padronizada,
cujo efeito é a semelhança de uso entre os membros da mesma comunidade linguística, a que
denominamos norma (Pelo fato de a língua ser social, ela apresenta um padrão - chamado de
norma - que é utilizado pelos indivíduos de uma mesma comunidade linguística).
2. O uso: O ato concreto de falar/ouvir ou escrever/ler a língua (é, literalmente, você utilizando a
língua, seja falando, ouvindo, escrevendo ou lendo);
3. A norma: A soma dos usos histórica e socialmente consagrados numa comunidade e adotados
como um padrão que se repete;
Aula 2.
Critérios da língua: Há 3 níveis ou critérios: Nível fonológico (de som), nível morfossintático (de
forma e funcionalidade) e nível semântico (de significado).
OBS.: Morfema: Unidade mínima de sentido, não divisível. Ex.: Gat- (essa radical pode unir-se a
outros morfemas e dar origem a vocábulos, como Gato (Gat- + -o); é indicado utilizando-se hífen.
OBS.: Fonema: Unidade mínima de som, desprovida de sentido. Possui valor distintivo. é indicado
utilizando-se barras.
Sobre a dupla articulação: Estas articulações são simultâneas. São pertinentes à linguagem
humana, distinguindo-se de quaisquer outras produções vocais não linguísticas; A articulação é o
método mais utilizado para entendermos como se constitui ou se estrutura uma língua.
Aula 3:
Morfema: Unidade mínima de sentido, não divisível. Em princípio, todo morfema se compõe de
um ou vários fonemas, e destes difere, fundamentalmente, pelo fato de apresentarem significado.
Como é fácil perceber, isoladamente os fonemas nada significam. Se pronunciamos /p/ ou /t/,
ninguém associa ao som emitido nenhuma ideia. Mas, de modo oposto, em geral, só existe o
morfema quando a unidade mínima apresenta um significado.
Morfema cumulativo: É aquele que possui mais de uma noção gramatical; ele possui mais de um
valor acumulado, sendo por isso, chamado de cumulativo. Ele tem mais de um valor gramatical.
Ex.: Eu vendO, eu partO, eu estudO (Primeira pessoa, singular, presente do indicativo. Ex.2:
Fala-MOS (Primeira pessoa do plural, presente, pretérito perfeito do indicativo)
Segmentação: Isto consiste na substituição, na troca de morfemas a partir de uma base comum ou
radical.
Quando realizamos a operação de comutação (transformação), acabamos por descobrir quais são
os morfemas que constituem um vocábulo. Exemplo: A forma verbal ‘amava’ é formada por am +
a + va. Ao comutarmos, descobrimos também que alguns morfemas podem se repetir em
conjuntos de vocábulos. Por exemplo, em ‘ cantava’ temos a repetição de ‘a’ + ‘va’, ou seja, esses
morfemas se repetem. Esses morfemas usados na flexão do verbo são chamados de morfemas
gramaticais. Mas e o radical ‘cant-‘? Que tipo de morfema ele é? O radical é um exemplo de
morfema lexical.
Tipos de morfemas:
. Morfema gramatical: É aquele que expressa um aspecto gramatical da língua. São exemplos de
morfemas gramaticais: as desinências modo temporais (VA), e número-pessoais dos verbos (S) e
as desinências de gênero (A e O) e de número dos nomes. os morfemas gramaticais pertencem a
um paradigma numericamente restrito e estável, isto é, a um inventário fechado.
. Morfema lexical: É a parte da palavra em que temos o significado básico, é o núcleo semântico da
palavra. Esses morfemas fazem parte do inventário aberto da língua, já que novas palavras podem
surgir. CANT-, GAT-
. Morfema derivacional: São aqueles que possibilitam a criação de novas palavras. São exemplos
de morfemas derivacionais os prefixos, os infixos e os sufixos. Exemplos: cas [inha]; cas [eiro].
. Morfema categórico: São morfemas flexionais, ou seja, são as desinências nominais e verbais,
representando, assim, morfemas gramaticais. A função dos morfemas categóricos é indicar as
flexões que as formas assumem. Exemplos: casa[s]; menin[a].
Formas de morfemas:
. Formas livres: São morfemas que podem aparecer sozinhos em um enunciado. Exemplo: " Quem
chegou mais cedo? Ele."
. Formas presas: São morfemas que não aparecem isoladamente como, por exemplo, os sufixos, as
desinências etc. Exemplo: caseiro.
. Formas dependentes: Não são formas livres porque não constituem enunciados, e não são
formas presas porque existem como vocábulos. são exemplos dessas formas dependentes:
artigos, preposições, algumas conjunções e pronomes oblíquos átonos. Exemplo: Café com leite.
Morfes e morfemas:
Tipos de morfes:
. Morfes alternantes: Morfes expressos pela mudança da estrutura fônica da raiz. Temos morfes
alternantes quando o morfema se realiza mediante a permuta entre dois fones: Ex. Pude ≠ pôde -
fiz ≠ fez - pus ≠ pôs.
a) |ê| - |é|; |ô| - |ó|; esse / essa novo /novos ovo / ovos
Nos verbos da 2ª. Conjugação, é marcada, no pres. do indicativo, a oposição entre a 1ª. pessoa
e as outras rizotônicas: devo / deves -deve, devem - Torço / torces, torce, torcem
c) |i| - |ê|; |u| - |ô|; |i| - |é|; |u| - |ó| Em verbos da 3ª conjugação, o morfe alternante marca, no
presente do indicativo, a oposição entre a 1ª pessoa e as outras rizotônicas : minto / mentes;
sinto / sentes; sumo / somes; firo /feres; durmo / dormes.
Ex.: Na flexão de número, temos avô/ avós (abertura da vogal + morfema [s] como marcas de
plural). Na flexão de número, temos avô/ avós (abertura da vogal + morfema [s] como marcas de
plural). Outros exemplos - (BECHARA, 2000, p. 123): Caroço, choco, corpo, corvo, destroço,
esforço, fogo, forno, fosso, imposto, jogo, miolo, olho, osso, porco, reforço, socorro, tijolo, torto,
troco, troço, entre outras. Na flexão de gênero: Nos pares esse / essa e novo / nova, temos, além
da inserção da desinência que indica a flexão, a abertura da vogal.
. Morfe homônimo: Ocorre quando um único morfe corresponde a morfemas distintos. Ex.: [s] A[s]
casa[s] – marca plural (tu) ama [s] – desinência número-pessoal.
Aula 4:
Alomorfe: Diz respeito às configurações que um morfema pode tomar. Variação de um morfe para
um morfema. Indica a realização de um morfema por dois ou mais morfes diferentes. Quer dizer, é
quando um morfema é representado por dois morfes. Ex.: No verbo levas, o morfema –s
caracteriza a 2ª pessoa do singular, que também pode ser caracterizado por –ste em levaste ou –es
em levares. O segmento / - s / marca plural, e / -es / tem a mesma função: casas x mares.
Quando ocorre a alomorfia, a forma de mais alta frequência deve ser considerada a forma-base; a
outra é uma variante, seu alomorfe.
Ex.: Vida e Vital tem a mesma base: Vid- e Vit. Ainda que estejam diferentes, possuem a mesma
base, mas com um morfe diferente. O ALOMORFE NÃO OCORRE SÓ NA BASE.
Assim, no imperfeito do indicativo, primeira conjugação, a forma-base é –va-; a variante é –ve-
(cantáveis). No futuro do pretérito, -rie- (cantaríeis) é alomorfe de –ria-.
Exemplos de alomorfia:
Alomorfia na raiz: Os morfemas lexicais. / ordem /, / orden-/ /ordin-/ têm a mesma significação em
ordem, ordenar e ordinário.
Alomorfia no sufixo: No par bananal / cafezal o sufixo / al / passa a / zal / e no par relator / falador
o sufixo / or /passa a / dor /.
Alomorfia na desinência de gênero: No par, avô ≠ avó, os traços distintivos / ô / e / ó / podem ser
considerados alomorfes das desinências Ø (masculino) e / a / (feminino).
. Não condicionada: Implica variações livres que independem de causas fonéticas. Exemplo:
alternâncias vocálicas em faz, fez, fiz.
Morfema zero: O morfema zero ou morfe zero caracteriza-se pela ausência de segmento fônico
que representaria determinada noção. Essa oposição entre presença e ausência é importante –
ambos são realidades morfêmicas, cada um deles só existe graças à existência do outro. A
categoria gramatical de número só existe porque um par opositivo a instaura: singular e plural.
Temos, nesse caso, o que se chama de ausência significativa. Ex.: O contraste singular/plural: bar –
bares (o morfema –s), em que a ausência do plural, morfema –s, designaria o singular, por
inexistência de morfema marcador.
Marca de gênero: A flexão de gênero em português acontece pelo acréscimo do morfema flexional
[a] à forma masculina: o feminino é a forma marcada pela presença do morfema / a /. Sua
ausência é significativa como característica de masculino – morfema zero para o masculino em
português. Exemplos: marca de gênero: mestre / mestra; leitor / leitora; professor / professora;
marquês/ marquesa; menino/menina. Dessa forma, vimos que o acréscimo do morfema [a] marca
a flexão de gênero. A regra para a composição do feminino estabelece que, morfologicamente,
temos o processo de flexão se adicionamos a desinência [a], retirando-se a vogal temática, se ela
estiver presente no masculino
Marca de número: Exemplos: 1. Mar – mares. A ausência da marca de plural / -es / no morfema
lexical mar indica singular. 2. Ourives, lápis, pires. O / -s / não é marca de plural: o plural dessas
palavras é marcado sintaticamente. Em muitas formas verbais encontramos o morfema zero em
oposição a outros morfemas. Exemplo: (tu) estud + a + va + s (ele) estud + a + va + ø (ele) estud + a
+ø+ø
Morfe zero para conjugação verbal: A constituição da forma verbal portuguesa é T ( R + VT) + D
(DMT + DNP), ou seja, o tema é formado pela raiz e pela vogal temática e a esse tema podem ser
acrescidas as desinências (desinência modo_temporal e desinência número-pessoal).
A DMT é Ø (morfema zero) para o indicativo no presente, para o pretérito perfeito (até a 2ª pessoa
do plural e –ra para a 3ª pessoa do plural.
A DPN é Ø: 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (exceto quando aparece –o); 3ª pessoa
do pretérito perfeito do indicativo.
a) Por que em uma palavra como ‘lápis’, que tem a mesma forma para singular e plural, não
se deve considerar a existência de morfema zero na desinência de número? O morfema s
existe tanto no singular quanto no plural: O lápis ø / Os lápis O plural desse tipo de palavra
não é morfológico, é sintático: será o determinante (artigo, pronome demonstrativo etc.)
quem marcará o número
b) b) Por que substantivos comum de dois gêneros como estudante e dentista não têm
morfema zero para desinência de gênero? O feminino em português é marcado pelo
morfema [a]. Nesses substantivos, tem-se a mesma forma para os dois gêneros. O gênero
desses substantivos não é morfológico, é sintático: sabe-se o gênero pelos morfemas
categóricos dos termos a que eles se referem: meu dentista/ bela estudante. Assim, em
bela estudante, o feminino é marcado por dois traços: um mórfico e outro sintático. O
traço mórfico é a desinência a e o traço sintático é a presença do determinante esta.
Casos de alomorfia na raíz: Em exemplos como rei/rainha, abade/abadessa, entre outros, temos,
além da desinência [a], o acréscimo de um sufixo derivacional para formar o feminino. Segundo o
autor, sincronicamente não se percebe, por exemplo, [inh] como um sufixo e, assim, [rainh] e
[abadess] seriam alomorfes de [re] e [abad].
Aula 5:
A flexão ocorre por meio de acréscimo de segmento fônico ao radical chamado sufixo flexional (ou
desinência).
Há também casos de derivação cuja palavra léxica é a mesma, porém como podemos
perceber os significados são distintos: O cabeça– líder A cabeça– uma das grandes
divisões do corpo humano constituída por crânio e pela face. O grama– unidade de
peso A grama– gramínea O capital– todo bem econômico aplicável a produção A
capital – principal cidade de um país ou estado.
Por que a derivação é um processo assistemático? Porque não há regras para o
surgimento de novas palavras. Há palavras que sofrem a derivação e outras não,
de cantar, por exemplo, deriva-se cantarolar, mas não derivações análogas
para falar e gritar.
Na flexão, por conta de sua sistematicidade, o falante não consegue criar: se o –s é a marca do
plural em português, o falante não poderá expressá-lo, trocando o –s por –i, por exemplo, de
“carros” dizer “carroi”, etc. Na derivação, devido à sua assistematicidade e imprevisibilidade, a
língua pode ser recriada e enriquecida por conta da atuação e das necessidades de comunicação
de seus usuários. Em outras palavras, a flexão é obrigatória, pois não há outra opção no sistema da
língua. A derivação é voluntária, em razão de sua possibilidade criadora. É obrigatória devido à
concordância que antecederá a palavra. O processo de flexão apresenta duas características
essenciais: regularidade e obrigatoriedade.
Derivatio voluntaria: Derivação. Cria novas palavras; caráter fortuito e desconexo do processo.
Com efeito, as palavras derivadas não obedecem a uma pauta sistemática e obrigatória para uma
classe homogênea do léxico. Ex.: cantar-cantarolar, mas para falar ou gritar não existem as formas
falarolar ou gritarolar.
Derivatio naturallis: Flexão. Indica modalidades específicas de uma dada palavra. A flexão indica
que um dado vocábulo se dobra a novos empregos, havendo obrigatoriedade e sistematização
coerente.
Tipos de flexão:
. Flexão nominal: Ocorre nas palavras variáveis, principalmente no que concerne aos substantivos e
adjetivos.
No âmbito formal, substantivo e adjetivo, via de regra, apresentam diferenças muito pequenas.
Tanto um quanto outro são marcados por vogais temáticas (podemos ter, para os nomes, -a, -e,
ou –o, como em: criançA, mestrE e medO, respectivamente) , desinências de gênero (a ou o)
e de número (S).
"Tal flexão ( a de gênero) opera através do acréscimo do morfema flexional –a átono final à forma
masculina. Quando a forma masculina é atemática, há simplesmente o acréscimo mencionado:
peru – perua autor – autora; mas, quando tal forma termina em vogal temática como pombo,
parente, essa vogal é suprimida, através de uma mudança morfofonêmica, decorrente do
acréscimo do morfema –a: pombo –o + a = pomba; parente –e + a = parenta.”"
A partir dessa explicação, podemos afirmar que o masculino seria a forma não marcada, uma vez
que a desinência nominal de gênero seria somente –a, o que nos dá um morfema zero na forma
masculina. Além disso, trata-se de um fator de economia linguística e há outras maneiras de se
apresentar o masculino, como em PROFESSOR. O masculino só é verificado pela ausência da
desinência nominal de gênero – a, presente em PROFESSORA.
Há, ainda, as palavras cujo gênero só pode ser marcado pelo uso de um determinante, uma vez
que a vogal final marca somente a classe gramatical da palavra, como criança, mestre, bico etc.
Não há oposição entre masculino e feminino, como em MENINO e MENINA. Dessa forma,
ratificamos que a vogal –o de MENINO e de BICO, o –a de CRIANÇA e o –e de MESTRE são vogais
temáticas, e não desinências de gênero.
. Flexão verbal: TEMA (RADICAL + VOGAL TEMÁTICA) + DESINÊNCIAS FLEXIONAIS (DMT (Desinência
de modo temporal + DNP (desinência de número pessoal)
Ex.: Fal (Raíz – Elemento que é a base do significado) + a (vogal temática – Elemento que enquadra
o radical em uma classe, como verbo ou substantivo) + va (desinência de modo temporal –
Elemento que indica o modo e o tempo do verbo) + m (desinência de número pessoal – Elemento
que indica o número – plural – e a pessoa (terceira) do verbo.
Diferença entre gênero e sexo: O gênero abrange todos os nomes substantivos portugueses, quer
se refiram a seres animados, providos de sexo, quer designem apenas “coisas”, como: mesa, ponte,
tribo, que são femininos (precedidos do artigo a) ou sofá, pente, prego, que são masculinos
(precedidos pelo o) O conceito de sexo não está necessariamente ligado ao de gênero: mesmo em
substantivos referentes a animais e pessoas há algumas vezes discrepância entre gênero e sexo.
Assim, a testemunha, a cobra são sempre femininos e o cônjuge, o tigre, sempre masculinos, quer
se refiram a seres do sexo masculino ou feminino.
. Epiceno: Designam certos animais e têm um só gênero, quer se refiram ao macho ou à fêmea.
Quando se quer indicar precisamente o sexo, usam-se as palavras macho ou fêmea. Ex.: a onça
macho X a onça fêmea. Sempre vai ter o mesmo artigo.
. Sobrecomuns: Designam pessoas e têm um só gênero, quer se refiram a homem ou a mulher. Ex.:
a criança – o neném. Sempre vai ter o mesmo artigo.
. Comuns de dois gêneros: Sob uma só forma, designam os indivíduos dos dois sexos. São
masculinos ou femininos, a depender do determinante que os acompanha. Ex. – o colega X a
colega; o fã X a fã. Muda o artigo.
Nomes de gênero único: Não podem ser morficamente considerados masculinos ou femininos
porque lhes falta o traço desinencial contrastivo. A inexistência de oposição na estrutura mórfica é
compensada por oposições na estrutura sintática. Exemplos: abelha ferrugem cônjuge onça pulga
mesa indivíduo pessoa soprano personagem ferrugem: a abelha, a onça, a pulga, o cônjuge.
Soprano no dicionário é comum de dois gêneros: o soprano / a soprano.
Nomes de dois gêneros sem flexão: Exemplos: aprendiz, colega, personagem, solista: o aprendiz/ a
aprendiz; o colega / a colega; o solista / a solista; o personagem / a personagem
Nomes de dois gêneros com flexão redundante: Exemplos: chefe, saco, chinelo, aluno, mestre,
pavão, professor: o chefe / a chefa; o aluno / a aluna; o mestre / a mestra; o pavão/ a pavoa; o
chinelo / a chinela. (‘Chinela’ veio primeiro: ‘cianela’, italiano)
Nomes que mudam de significado quando se muda o gênero: A cabeça (parte do corpo) x o cabeça
(líder); A rádio (a estação ) x o rádio (aparelho); A capital (cidade) x o capital (dinheiro).
A flexão de número: Constata-se com facilidade que o reconhecimento do plural será feito através
do acréscimo de um morfema. A partir disso, podemos afirmar que a marca de singular em nossa
língua é a ausência (morfema zero) e que só no plural haverá a representação gráfica propriamente
dita.
Verbos irregulares: São aqueles que não obedecem ao paradigma dos chamados verbos regulares:
. Verbos terminados em -EAR: Os verbos terminados em -ear, como passear, recear, cear, etc.
viram: PASSEAR -> passeIE;
. Verbo CABER:
Presente do indicativo: Eu caibo, tu cabes, ele cabe, nós cabemos, vós cabeis e eles cabem.
. Verbo ABOLIR: Presente indicativo: Eu -; Tu aboles, abole, abolimos, vós abolis, eles abolem;
Assim também são conjugados os verbos: banir, brandir, carpir, colorir, comedir-se, delir, demolir,
extorquir, esculpir, delinquir etc.
Isso é observável, segundo a autora, quando a palavra composta é formada por dois substantivos
ou por um verbo + substantivo. No primeiro caso, o segundo substantivo será um modificador do
primeiro, cabendo a ele uma função adjetiva. Já no caso verbo + substantivo, a classe nominal
parece funcionar como objeto direto do verbo. Vejamos: 1 Sofá-cama (cama é a função do sofá,
sua característica) 2 Mata-mosquito (mosquito é o complemento do verbo matar, que é transitivo
direto).
Características gramaticais: “Uma palavra composta é vista como uma estrutura fixa, um sintagma
bloqueado gramaticalmente reinterpretado como uma unidade lexical nova. Seus componentes
não sofrem elipse.”
Características semânticas: “Uma palavra composta é interpretada como uma nova unidade de
significado. Este significado novo pode ser entendido, muitas vezes, como a soma dos significados
particulares dos lexemas componentes.”
Tipos de composição:
. Composição por justaposição: consiste em formar palavras compostas que ficam lado a lado, ou
seja, juntam-se dois ou mais radicais, justapostos, sem perda de letras ou sons. Em outras palavras,
não há redução alguma dos morfemas que formam a nova palavra. Ex.: mandachuva, passatempo,
guarda-pó, pé-de-galinha, cachorro-quente.
. Composição por aglutinação: Consiste em formar palavras compostas nas quais pelo menos uma
das palavras (radical/base) perde a sua integridade sonora, ou seja, pelo menos um dos vocábulos
formadores sofre alterações de ordem fonética ou fonológica. Observe os exemplos abaixo:
planalto = plano + alto. Vinagre = Vinho + Acre.
Palavras primitivas: Aquelas que na língua portuguesa não provém de outras palavras: Pedra, flor;
Palavras derivadas: Aquelas que na língua portuguesa provém de outras palavras: Pedreiro,
pedraria, pedregulho, florido, florescer, aflorado.
Tipos de derivação:
. Prefixação ou derivação prefixal: Quando a palavra nova é formada pelo acréscimo de um prefixo
ao radical. In + comum= incomum Des + leal = desleal
. Sufixação ou derivação sufixal: Quando a palavra nova é formada pelo acréscimo de um sufixo ao
radical. Feliz + mente = felizmente. Leal + dade = lealdade
. Derivação prefixal e sufixal (prefixação e sufixação): Quando a palavra é formada por acréscimo
de prefixo e sufixo à palavra base, com a possibilidade de retirar esses afixos e, ainda assim,
teremos uma palavra. Ex.: In + feliz + mente. Note que, nesse caso, ainda que os afixos fossem
retirados, a base ainda formaria uma palavra completa.
. Parassíntese (ou derivação parassintética): A palavra nova é obtida pelo acréscimo simultâneo de
prefixo e sufixo, que não podem ser retirados, pois a palavra perderia o seu significado. Por
parassíntese geralmente formam-se verbos. Ex.: em + tris + tecer.
. Derivação regressiva: A palavra nova é obtida pela redução da palavra primitiva, ou seja, consiste
na subtração de elementos. Geralmente, esse processo forma nomes oriundos de verbos. Ex.:
Atrasar – atraso; Embarcar – embarque.
. Derivação imprópria: A palavra nova é obtida pela mudança de categoria gramatical da palavra
primitiva. Não ocorre alteração da forma, só da classe gramatical. Trata-se de um caso especial de
derivação, uma vez que não há acréscimo ou supressão de morfemas. Ex.: Homem-aranha → o
adjetivo aranha deriva do substantivo aranha. • substantivo comum a próprio: Figueira, Ribeiro,
Fontes; • de substantivo/adjetivo/verbo a interjeição: Silêncio! Bravo! Viva! • de adjetivo a
substantivo: circular - ouvinte.
Aula 7:
A NGB é um resumo dos conteúdos gramaticais referentes ao português do Brasil e funciona como
uma espécie de guia.
A NGB foi criada em 1958 por um grupo de estudiosos e gramáticos de muito prestígio, como
Antenor Nascentes, Rocha Lima e Celso Cunha. No ano seguinte, foi transformada em lei por uma
portaria do presidente Juscelino Kubitscheck e passou a ser utilizada obrigatoriamente nas escolas
de todo o Brasil. Antes da existência dessa lei, o estudo da gramática não era unificado e havia
muita confusão com o uso de diversas terminologias.
. Critério semântico ou nocional (significado): É a palavra com que designamos os seres em geral.
São substantivos nomes de noções, ações, estados e qualidades tomados como seres. Baseia-se no
modo de significação, extralinguístico e intralinguístico, do vocábulo.
Todavia, há problemáticas nessa definição: 1. O que é um ser? 2. Justiça, fé, doença, ideia são
substantivos e não são seres. 3. Qualquer vocábulo assume a função de substantivo quando
antecedido por um determinante: o sim, o viver, o aqui e agora.
Esse critério se refere às características da estrutura do vocábulo. Assim, por esse critério,
substantivo é o vocábulo formado por base lexical mais morfemas gramaticais: vogal temática
nominal; desinências (gênero e número) e sufixo (nominal).
. Critério mórfico ou de natureza formal: Que se baseia em propriedades de forma gramatical que
podem apresentar. Margarida Basílio, em Teoria Lexical, afirma que “[...] substantivo é definido
como uma palavra que apresenta as categorias de gênero é número com as flexões
correspondentes.” Problemas: Segundo essa explicação, substantivos e adjetivos possuem as
mesmas flexões.
. Critério funcional: Esse critério baseia-se na função ou papel que o vocábulo desempenha na
oração. Desse modo, substantivo é o vocábulo que funciona como núcleo de uma expressão ou
como termo determinado. Em termos funcionais, o substantivo pode ser, núcleo do sujeito, do
objeto ou do agente da passiva.
. Substantivos coletivos: Nomeia um conjunto de seres de uma mesma espécie, como é o caso de
‘assembleia’, coletivo que nomeia um grupo de pessoas reunidas.
. Substantivo comum: Um substantivo comum designa todos os indivíduos de uma espécie como
‘carro’ e ‘criança’.
. Substantivo primitivo: Substantivos primitivos são aqueles que não vêm de outra palavra na
língua, como é o caso de ‘flor’;
. Substantivo derivado: Substantivos derivados são aqueles formados a partir de outras palavras na
língua pelo processo de derivação, como em ‘florista’.
É possível que palavras que não sejam substantivos funcionem como tal, pois uma palavra de outra
classe gramatical pode ocupar uma função sintática típica do substantivo. Observe os exemplos a
seguir: O não é uma característica de todos os chefes. Vamos aos finalmentes! O andar dele é
muito esquisito. Seu falar me irrita. Nas quatro, verbos e advérbios encontram-se antecedidos por
um item gramatical chamado de forma. Assim, muitas palavras pertencentes a outras classes
podem se tornar substantivos quando antecedidas por determinantes.
Adjetivo: Adjetivos são palavras que indicam qualidade, defeito, característica (aspecto ou estado)
ou origem de um substantivo, podendo ser simples (branco) ou compostos (branco-gelo). Em
língua portuguesa, há diferentes recursos com a função de apresentar atributos e características
dos seres, ou seja, tem-se a classe de palavra chamada de ‘adjetivo’ e outras formas para que se
exerça a função de adjetivar. Ex.: Adoro livros novos (Substantivo + Adjetivo); adoro o carro de
João (Essa locução adjetiva indica posse); Livros usados são mais baratos (Substantivo + Particípio
passado de verbo); comprei livros de história (Subst. + locução adjetiva); Comprei meu carro (O
pronome possessivo “meu” é chamado de pronome adjetivo, ele também indica posse) + Livros
que são usados são mais baratos (Subst. + Oração subordinada adjetiva).
Conforme dito, nem sempre utilizamos o adjetivo para caracterizar o substantivo. Esse processo de
adjetivação pode ser feito através de um conjunto de palavras que tem valor de adjetivo: são as
locuções adjetivas, normalmente formadas por uma preposição e um substantivo ou por uma
preposição e um advérbio. Muitas dessas locuções possuem adjetivos equivalentes, como a
locução ‘de mãe’ equivalente ao adjetivo ‘materno’.
Há muitos adjetivos que podem ser substantivados, quando precedidos por determinantes. Ex.:
Este doce (substantivo) está uma delícia!
Apesar de haver casos de adjetivos que podem atuar como substantivos, adjetivos como bonito,
satisfeito, emocionante, dentre outros, são usados exclusivamente como adjetivos.
há palavras e frases que, embora não sejam originariamente adjetivos, acabam por funcionar
como tal. Ex.: Os autores apresentam os casos a seguir: Ela sempre usa roupas muito cheguei. Ele é
um cara muito família. Ele é um banana!
O grau dos adjetivos e os efeitos de sentido: Quando estudamos o substantivo, vimos que há
diferença de sentido nas duas formas previstas pela gramática para se fazer o aumentativo,
fenômeno que se repete em relação ao adjetivo. O superlativo do adjetivo, ou seja, a expressão de
intensidade em uma qualidade expressa pelo adjetivo, pode ser feito com o sufixo –íssimo ou
construído com muito. Dizer que “João é muito inteligente” não acarreta o mesmo significado que
temos ao dizermos que “João é inteligentíssimo”. Além disso, cabe comentar o uso de ‘super’ para
indicar uma qualidade positiva.
OBS.: Quando colocamos o adjetivo após o substantivo ele conserva seu sentido de forma mais
objetiva; quando o posicionamos antes do substantivo, ele passa a ter um valor mais sentimental.
Essas diferentes colocações do adjetivo são usadas pelos autores para demonstrar suas intenções e
seus pensamentos acerca do mundo que os cercam.
O uso da palavra “meio” como adjetivo e como advérbio: A palavra “meio” pode funcionar como
numeral e atuar como adjetivo, quanto como advérbio de intensidade.
Quando usamos meio e ele significa “um pouco”, ele funciona como advérbio e é invariável, ou
seja, não concordará com a palavra na qual se refere. Um advérbio pode atuar como modificador
de um verbo, de um adjetivo e de um outro advérbio. Mas, como saber se a palavra meio
corresponde ao adjetivo ou ao advérbio? Simples: quando meio for adjetivo ele significa metade.
Daí, dizemos “É meio dia e meia”, significando “é meio dia e meia hora”.
Numerais: A visão tradicional considera que os numerais são uma classe de palavras “[...] de
função quantificadora que denota valor definido.” No entanto, há aqueles que consideram que
numerais fazem parte da classe dos nomes e assim exercem função de adjetivo e de substantivo.
Ex.: Dois é par (Substantivo); dois pares de sapato (Adjetivo).
Pronomes: Pronome é a palavra que denota os seres ou se refere a eles, considerando-os como
pessoas do discurso ou relacionando-os. Desse modo, pronomes fixam o campo mostrativo da
linguagem e valem sempre como sinais, ou seja, pronomes indicam ‘dêixis’ (“o apontar para”).
Temos seis tipos de pronomes:
Embora não listados pela Gramática Normativa, os pronomes de tratamento como você/vocês,
senhores/senhoras, prezado cliente, dentre outros, podem funcionar como pronomes retos.
- Pronomes oblíquos átonos (aparecem sem preposição) – me, te, lhe, o/a, se, nos, vos, lhes, os/as,
se;
- Pronomes oblíquos tônicos (aparecem com preposição) – mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas,
si, comigo, contigo, consigo, conosco.
. Pronomes possessivos: São pronomes que estabelecem uma relação de posse, de propriedade
entre algo e as pessoas do discurso.
- SINGULAR, 1ª pessoa: meu, minha, meus, minhas; 2ª pessoa: teu, tua, teus, tuas; 3ª pessoa: seu,
sua, seus, suas;
- PLURAL, 1ª pessoa: nosso, nossa, nossos, nossas 2ª pessoa: vosso, vossa, vossos, vossa 3ª pessoa:
seu, sua, seus suas;
. Pronomes demonstrativos: Indicam a posição dos seres em relação às três pessoas do discurso.
Essa localização pode ser no tempo, no espaço ou no discurso: 1ª pessoa: este, estes, esta, estas;
isto 2ª pessoa: esse, esses, essa, essas, isso 3ª pessoa: aquele, aqueles, aquelas, aquelas, aquilo
. Pronomes indefinidos: Aplicam-se à 3ª pessoa com sentido vago ou para indicar quantidade
indeterminada. São exemplos de pronomes indefinidos: alguém, ninguém, tudo, nada, algo,
outrem, nenhum, outro e um quando aparecem isolados, qualquer, cada, muito, mais, menos,
diverso etc.
. Pronomes interrogativos: São os pronomes indefinidos quem, que, qual e quanto que se
empregam nas perguntas, diretas ou indiretas.
Artigo: Artigo é uma palavra que acompanha um substantivo, particularizando-o (artigo definido)
ou generalizando-o (artigo indefinido).
O artigo definido assinala que se trata de ‘ser’ devidamente situado e é considerado pronome
demonstrativo quando antecede a preposição “de” ou o pronome relativo “que”. Ex.: A (artigo)
blusa azul é minha e a (pronome, somente pela ausência da palavra blusa) amarela é dela
Aula 8:
Em latim, verbo significa “Palavra”. Os romanos quiseram dizer que o verbo é a palavra por
excelência, a mais rica, a de morfologia mais farta. O verbo continua sendo em português a classe
de palavras que assume o maior número de formas flexionadas.
Embora saibamos que verbos variam em tempo, número, modo e pessoa, é importante ressaltar
que a separação entre as classes de palavras não é fixa. O verbo pode funcionar como nome ao
ocupar o núcleo do sintagma nominal, antecedido ou não por um determinante, processo muito
produtivo na língua. Ex.: Viver em uma grande cidade é muito perigoso.
. Modo indicativo: Marca a realidade do fato expresso: há certeza na afirmação. Esse tempo é
usado quando consideramos como certo, real ou verdadeiro o conteúdo daquilo que é dito ou está
escrito. Exemplo: Caminho pela manhã para emagrecer.
. Modo subjuntivo: Marca a incerteza do fato expresso: não se sabe se o fato expresso pelo verbo
ocorre, ocorreu ou ocorrerá. Esse modo é usado quando se dá como possível, duvidoso ou
hipotético o conteúdo daquilo que está escrito ou é dito. Exemplo: Se eu caminhasse pela manhã,
talvez emagrecesse.
. Modo imperativo: Marca pedido, ordem, súplica, conselho. Exemplo: Caminhe pela manhã e
emagrecerá. Para lembrar: “Vem pra Caixa você também”. O slogan da propaganda da Caixa
Econômica causou certa polêmica. Isso porque a forma verbal ‘vem’ é uma forma da segunda
pessoa do singular (tu) do imperativo afirmativo do verbo ‘vir’. Por isso, ela conflita com o
pronome de tratamento ‘você’, que pertence à terceira pessoa. Deixando de lado a discussão sobre
‘pra’ e ‘para a’, de acordo com a prescrição da gramática normativa, a frase deveria assumir uma
das duas formas: Vem pra Caixa tu também. / Venha pra Caixa você também.
. Presente do indicativo: O tempo presente do indicativo é usado para indicar: um fato atual. Ex.:
Estamos na praia; sempre tomo café depois do almoço; é usado para indicar um fato habitual (que
você tem o costume de fazer).
OBS.: O presente histórico serve para narrar um fato passado para realçar o acontecimento. Ex.:
Em 22 de abril de 1500, chega ao Brasil Pedro Álvares Cabral.
. Pretérito perfeito: Serve para estabelecer limites na duração da fala. Representa um fato
concluído. Chama-se ‘perfeito’ porque, ao usá-lo, acredita-se que a ação tenha sido levada ao fim;
. Pretérito imperfeito: Caracteriza-se por expressar uma ação prolongada. Não sendo possível
esclarecer sobre a ocasião em que ela começou ou terminou, esse tempo verbal também é
conhecido como ‘tempo das fábulas’: ao dizer Era uma vez, a pessoa permite que o leitor passe do
mundo real à fantasia. O uso mais frequente do pretérito imperfeito é para indicar algo habitual do
passado, ex.: Eu caminhava na beira da praia quando morava em Copacabana.
É comum crianças, brincando de casinha, utilizarem o pretérito imperfeito como uma forma de
marcar a irrealidade usando sentenças do tipo “Vamos brincar de casinha? Eu era a mãe, você era
a filha e ela era a prima que vinha fazer uma visita.”
Diferença entre pretérito perfeito e imperfeito: O pretérito perfeito indica um fato que aconteceu
em um determinado momento no passado, enquanto o pretérito imperfeito é usado para indicar
uma ação que não foi terminada e que é prolongada. Pretérito perfeito: Eu tomei; pretérito
imperfeito: Eu tomava.
. Pretérito mais-que-perfeito: Embora seja também um tempo indicativo de passado, seu uso
mostra que o processo em questão, ainda que tenha ocorrido no passado, o fez de forma anterior
ao que é indicado pelo pretérito perfeito. Além disso, esse pretérito indica desejo ou esperança.
Atualmente, o uso desse tempo verbal está vinculado a ambientes de uso formal da língua. Em
textos escritos com menor formalidade e na fala, é mais comum o emprego da forma composta:
‘eu tinha viajado’ em lugar de ‘viajara’.
Ex.: Ele trabalhara mais do que devia; Ex.: Quem me dera eu ganhasse na loto!
. Futuro do presente: Representa o fato como não concluído e o situa em um tempo posterior ao
presente. Esse tempo indicativo de futuro atua, basicamente, para mostrar um fato provável de
ocorrer. (Ou seja, o fato ainda não aconteceu e acontecerá no futuro). Ex.: Amanhã, irei à praia.
Embora não seja comum o uso desse tempo verbal com esse significado, o futuro do presente
também pode ser usado em lugar do imperativo, para atenuar uma ordem, fazer um pedido,
sugerir algo. Ex.: “Honrarás pai e mãe”.
Com frequência, substituímos o futuro do presente pela locução verbal formada pelo verbo ir +
verbo no infinitivo, como em “Vou sair cedo amanhã”.
. Futuro do pretérito: Representa o fato como não concluído e o situa em um intervalo de tempo
no passado. Exprime um fato futuro tomado em relação ao passado, sendo também usado para
indicar dúvida em relação a algo. Usar o futuro do pretérito demonstra o grau de
comprometimento de quem fala diante do tema tratado. (O fato ainda não foi concluído e está
num período dentro do passado). Ex.: Segundo me disseram, ele depositaria quase trinta mil no
banco.
Ao usar ‘depositaria’, tem-se uma hipótese, um fato passível de ter ocorrido, mas, ainda assim,
apenas uma possibilidade.
OBS.: O presente do indicativo indica um fato habitual presente, enquanto o pretérito imperfeito
indica um fato habitual passado. Exemplos: • Eu compro pão todo dia. • Eu comprava pão todo dia
quando morava naquela rua.
OBS.: Em Língua Portuguesa, usa-se o presente do indicativo do verbo estar mais o gerúndio do
verbo para indicar que algo ocorre concomitante ao momento da fala. Exemplo: • Ele sempre
come bem, mas hoje não está comendo nada.
Esse uso do ‘gerundismo’ ocorre, com frequência, em situações de interação por motivos
comerciais e é considerado um problema, tendo em vista o grande número de ocorrências.
Todo ser humano normal aprende a falar a língua do grupo social ao qual pertence. É preciso, no
entanto que essa fala seja refinada pela escola; não devemos alimentar a ideia de que a fala é um
‘vale-tudo’. A escola faz com que nos preocupemos muito mais com nossa escrita do que com
nossa fala. Sabemos que aprender a modalidade escrita da língua depende, em um primeiro
momento, de uma instrução adequada. Aprimorá-la passa por processos como o de organização
sintática, de planejamento e de seleção vocabular. Se falarmos em um ambiente de maior
formalidade, faz-se necessário o monitoramento e isso também ocorre na escolha de palavras que
consideramos mais adequadas ao ambiente. Discutiremos a seguir a questão da escolha de verbos
para compor um texto:
Alguns verbos também se comportam assim. Analisemos os vários significados do verbo pôr nas
sentenças a seguir:
Há outros casos como os dos verbos ver, ter, fazer, dentre outros, cujos empregos são mais amplos
que outros mais específicos. Por exemplo:
O verbo ver pode ser substituído por observar, contemplar, distinguir, espiar, fitar etc. O verbo
dizer utilizado frequentemente em lugar de afirmar, revelar, declarar, anunciar, publicar. O verbo
fazer substituindo os verbos realizar, promover, determinar, estabelecer, fixar, aprovar, provocar,
integrar, inaugurar etc.
. Conjunção: São palavras invariáveis que unem termos de uma oração ou orações. Une as orações
coordenadas. Conjunções: Aditivas – e, nem, mas também; Adversativa: Mas, porém, todavia,
contudo, entretanto; Alternativa: Ou... ou; ora... ora; quer... quer; Conclusiva: Portanto, logo, por
isso, pois (anteposto verbo); Explicativa: Porque, que, pois (proposto ao verbo)
. Preposição: Palavras invariáveis que funcionam como conectivos entre palavras ou orações,
estabelecendo sempre uma relação de subordinação. Preposições: A, ante, até, após, com, contra,
de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
. Onomatopeia: Trata-se de palavra formada por meio de uma tentativa de reproduzir sons e vozes.
Vejam os exemplos: bangue-bangue; piu-piu etc.
Nem toda onomatopeia e nem todo hipocorístico, assim como nem sempre a coincidência total ou
parcial de sílabas são casos de reduplicação. Podem ser simples ocorrências de palavras primitivas
(crás, brum; Filé, Tico), de abreviação (Bete»Elizabeth, Zé » José), de aglutinação (Joca » João
Carlos; Marilu »Maria Lúcia), de justaposição (pegue-pague; bem-te-vi). E podem, também servir
de base para derivação (zigue-zague + ar = ziguezaguear) ou composições (mamãe + sacode =
mamãe-sacode, sinônimo de “cachaça”)”
. Sigla e abreviação: Sigla é a palavra formada pela combinação das letras iniciais das palavras que
compõem um nome. PIB – Produto interno bruto. PT – Partido dos trabalhadores. IBGE – Instituto
brasileiro de geografia e estatística. Abreviação: Ocorre quando optamos por não utilizar a palavra
completa, como em endereços, quando usamos R. = Rua; TV. =Travessa; AV. = Avenida, e assim por
diante.
. Estrangeirismos: Palavras que provém de outra língua. Ex.: Shopping, show. Só precisamos ter
cuidados: Verificar se há um correspondente aceito pela maioria dos falantes em nossa língua.
Perceber se houve mudanças na grafia quando da passagem para o Português, como é o caso de
ESLIDE (do inglês, SLIDE).
Aula 10:
O novo acordo ortográfico: é fruto de um documento assinado por representantes dos países
falantes de Língua Portuguesa, com o intuito de unificar a ORTOGRAFIA da língua. Em outras
palavras, os responsáveis por essa reforma pretendiam construir um sistema ortográfico comum,
mas não houve alterações na gramática da língua.
ORTOGRAFIA: Tem a ver com a escrita das palavras. Z ou S? X ou CH? Acento agudo ou
circunflexo? Isso é ortografia! Dessa forma, estima-se que somente 0,5% das palavras vigentes
seria afetado.
O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa passa a valer a partir de 2009 no Brasil. O
período de transição para que a população se adapte às mudanças vai até o fim de 2012 - a partir
de 1º de janeiro de 2013, a nova ortografia será a única considerada correta.
O que dizem os favoráveis ao acordo: Os favoráveis ao acordo defendem que ele facilitaria o
processo de intercâmbio cultural e científico entre os países que falam Português; ampliaria a
divulgação do idioma e da literatura de língua portuguesa, além de reduzir custos de produção e
adaptação de livros. Poderia, ainda, facilitar a aprendizagem da língua pelos estrangeiros, o que
nos parece grande falácia, pois se aprende uma língua pela oralidade, em primeiro lugar.
O que dizem os que são contrários ao acordo: Os contrários ao Novo Acordo, por sua vez,
advogam que todos que já possuem interiorizadas as normas gramaticais terão de aprender novas
regras e isso seria motivação para o surgimento de dúvidas. Há também o alto custo de adaptação
de documentos e publicações. As editoras, principalmente as de livros escolares, agradecem! Em
última análise, outros aspectos que mereciam mudanças não foram contemplados a fim de,
verdadeiramente, facilitar a compreensão.
As principais mudanças:
. Acentuação: No que concerne aos acentos, as mudanças ocorreram nas paroxítonas, palavras
cuja sílaba tônica é a penúltima. Vejamos as principais mudanças:
- Nos ditongos abertos éi e ói das paroxítonas o acento caiu. Assim, termos como: colméia, estréia,
geléia, idéia, jibóia, heróico, platéia, jóia, apóio (de apoiar), dentre outras, ficam: colmeia, estreia,
geleia, ideia, jiboia, heroico, plateia, joia, apoio.
- O acento no i e u tônicos não existe mais quando vierem depois de ditongos nas paroxítonas.
Dessa forma, vocábulos como: feiúra, baiúca, bocaiúva e cauíla, ficam: feiura, baiuca, bocaiuva e
cauila.
- Nas formas verbais paroxítonas que possuem o e tônico fechado em hiato (sons vocálicos
adjacentes que ficam em sílabas separadas) com a terminação – na terceira pessoa do plural do
presente do indicativo ou do subjuntivo.
-Na vogal tônica fechada (^) em o nas paroxítonas, precedidas ou não de “s”: abençoo, doo (do
verbo doar), enjoo, voo, povoo, perdoo etc. Com exceção dessas duas situações o restante
continua igual!
- U tônico A letra u não será mais acentuada nas sílabas que, qui, gue, gui dos verbos como arguir,
redarguir, apaziguar, averiguar, obliquar. Assim, temos apazigue (em vez de apazigúe), argui (em
vez de ele argúi), averigue, oblique.
. Hífen:
- Usa-se hífen: Quando a palavra seguinte começa com h ou com vogal igual à última do prefixo:
auto-hipnose, auto-observação, anti-herói, anti-imperialista, micro-ondas, mini-hote;
. Trema: O trema não existe mais na Língua Portuguesa. Todavia, será mantido em palavras
derivadas de nomes próprios estrangeiros e nos nomes de origem estrangeira: hübneriano, Müller
etc. Vale salientar que, apesar da queda do trema, a pronúncia das palavras não muda!