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1.

1 Linguagem e comunicação

Apresentamos a seguir alguns conceitos que julgamos fundamental que você os assimile e entenda.

Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as
pessoas. Há outras concepções de linguagem que você pode pesquisar para ampliar o seu conceito.

Língua é um sistema abstrato de regras, não só gramaticais, mas também, semânticas e fonológicas, por meio das
quais a linguagem (ou fala) se revela. Martinet (1978) foi um dos primeiros linguistas a apresentar uma distinção clara
entre língua e linguagem. Segundo ele, a linguagem designa propriamente a faculdade de que os homens dispõem
para se compreenderem por meio de signos vocais.

Dialetos são variedades originadas das diferenças de região, de idade, de sexo, de classes ou de grupos sociais e da
própria evolução histórica da língua (ex.: gíria).

Variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais,
regionais e históricas em que é utilizada. O que não podemos perder de vista é que nenhuma variação linguística é
melhor que a outra, pois elas servem a suas comunidades e ao contexto no qual os interlocutores estão inseridos. 

Norma culta é a língua padrão, a variedade linguística de maior prestígio social.

Norma popular são todas as variedades linguísticas diferentes da língua padrão.

Comunicação

A comunicação, do ponto de vista da linguística, nada mais é do que a interação entre um determinado grupo que
usa a mesma língua ou o mesmo dialeto; tendo em vista a diversidade linguística e a heterogeneidade no discurso,
faz-se necessário adequá-lo estrategicamente para que o fenômeno da comunicação se processe devidamente.

Dessa forma, comunicação e linguagem se relacionam, uma vez que só há comunicação por meio da linguagem, e
esta última se realiza na língua, como infraestrutura (base ortográfica), dentro de uma dada sociedade. Ou seja, “se
preestabelece num sistema convencional de signos e regras presentes em um dado grupo social por meio do seu
código. Sendo alicerce nessa interação social intercomunicativa” (BARROS, 1991, 25). A linguagem é a capacidade
do homem de comunicar-se por meio de um sistema de signos, a língua.

Língua

A língua é o laço que une e integra os indivíduos num mesmo universo, e é ela que dá acesso à vida cultural na
sociedade. É um sistema de signos, um conjunto organizado de elementos representativos convencionados por
indivíduos e utilizados por membros de um mesmo grupo social. 

Observe a afirmação de um estudioso dessa área: Enquanto a linguagem abrange um conjunto multiforme de fatores
físicos, fisiológicos e psíquicos, a língua aparece como uma totalidade uniforme, um sistema específico de signos
com uma função social predominante: a comunicação (BORBA, 1998, p. 45). 

A língua(gem) é, antes de tudo, uma atividade do sujeito, um lugar de interação entre os membros de uma sociedade
e seu conceito é bastante abrangente, pois engloba todas as manifestações realizadas pela fala. Para Bourdieu
(1998, p. 81): A linguagem é de modo mais geral, às representações, uma eficácia propriamente simbólica de
construção da realidade [...] – ao estruturar a percepção que os agentes sociais têm do mundo social, a nomeação
contribui para construir a estrutura desse mundo, de uma maneira tanto mais profunda quanto mais amplamente
reconhecida (isto é, autorizada). 

Nessa perspectiva, a partir dessa relação interdiscursiva o sujeito social (homem) tem a necessidade de nomear o
mundo que o rodeia, ou seja, uma luta simbólica ritualizada como prática social – de que esse homem transforma e é
transformado constantemente.

Referências:

BARROS, Enéas Martins de. Gramática da língua portuguesa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991.

BORBA, Francisco da Silva. Introdução aos estudos linguísticos. 12. ed. Campinas: Pontes, 1998.

BORDIEU, Pierre. Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, 1998.

MARTINET, André. Elementos de lingüística geral. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1978

1.2 Níveis de linguagem


O objetivo principal do estudo dos níveis de fala é encaminhar o estudante a reconhecer as diferenças entre a
linguagem padrão e a linguagem coloquial, para que possa selecionar o registro adequado nas mais diferentes
situações de comunicação.

A fim de entendermos os diferentes níveis de linguagem e suas mudanças, temos de recorrer à sociolinguística, que
é o ramo da linguística que tem como foco de estudos a relação direta entre língua e sociedade.

O domínio dos diferentes níveis de linguagem propicia oportunidades mais efetivas ao falante, de promover a
adequação da sua linguagem às exigências do contexto social e, dessa forma, estabelecer uma comunicação mais
eficiente e aumentar seu nível de compreensão, interação e interlocução nas várias instâncias sociais nas quais
estará inserido.

O Emissor e o receptor 

O emissor envia uma mensagem, que tanto pode ser visual quanto escrita, a um receptor. O receptor recebe a
mensagem e, geralmente, dá uma resposta ao emissor. Essa resposta, no caso de uma conversa entre duas
pessoas, se manifesta quando o receptor diz palavras tais como: "sim... estou entendendo", etc., muito comum em
conversas telefônicas. 

A necessidade de resposta faz parte do processo de comunicação entre os seres humanos. Quando uma pessoa
envia a mensagem e não recebe a resposta do receptor, o processo de comunicação não se completa.

Para que a comunicação se processe, são necessários alguns elementos que, segundo denominação de Jakobson
(2005), seriam: 

Fonte ou emissor é quem elabora e transmite a mensagem; 

Receptor ou destinatário é aquele que recebe a mensagem;

Mensagem é tudo aquilo que o emissor transmite ao receptor, é o objeto da comunicação; 

Referente é o assunto da comunicação, o conteúdo da mensagem; 

Canal é o meio físico, o veículo através do qual a mensagem é levada do emissor ao receptor; 

Código é o conjunto de signos e suas regras de comunica.

Figura 1 - Caminho da mensagem

Descrição da imagem: Fluxograma que apresenta o caminho de uma mensagem. Ela inicia pelo emissor (emotiva),
que transmite uma mensagem (poética), que está ligada a um referente (referencial) a um código (metalinguística) e
a um canal (fática). A mensagem vai para o receptor (conativa).

Funções da linguagem

Função referencial: no processo comunicativo, predomina o assunto ao qual a mensagem faz referência. Nos textos
jornalístico, técnicos e científicos destaca-se essa função, pois buscam transmitir uma informação objetiva. Vejamos
os exemplos em cada função.
Função emotiva: com essa função o emissor objetiva suscitar emoções, opiniões. Ela se destaca nas
correspondências pessoais, em diários, discursos de formatura etc.

Função conativa: seu uso objetiva persuadir o receptor da mensagem, seduzi-lo. Essa função é muito presente em
mensagens publicitárias.

Função fática: visa estabelecer uma relação com o emissor para verificar se a mensagem está sendo transmitida, ou
para prolongar ou cessar uma mensagem. Quando atendemos uma chamada telefônica e dizemos ‘Alô’ ou
perguntamos, em meio ao discurso, ao receptor ‘Você está entendendo?’, utilizamos da linguagem com essa função.

Função metalinguística: consiste em usar a linguagem, a língua, para falar dela mesma, tornando-se seu próprio
referente. Os dicionários e os textos que estudam e interpretam outros textos são exemplos do emprego da
linguagem com essa função.

Função poética: objetiva expressar sentimentos, descrições, visões de mundo, em textos que exploram a sonoridade,
o ritmo, ou seja, novas possibilidades de combinação dos signos linguísticos. Predomina em textos literários,
publicitários e em letras de música.

Referência:

JAKOBSON, Roman. Linguística e comunicação. São Paulo: Cultrix, 2005.

1.3 Vídeo: funções da linguagem

Olá, pessoal, tudo bom? Sou o professor Fábio D’Ávila e hoje vamos então para nossa 12ª e última aula de revisão
de Língua Portuguesa. Lembre-se de acompanhar essa aula com o material didático no aulalivre.net.
Nosso último assunto, então, refere-se a funções da linguagem. O que são as funções da linguagem? Não
confundam com figuras de linguagem. Funções da linguagem são os elementos que constituem um processo
comunicativo. Quais são os elementos que constituem esse processo comunicativo? O emissor que transmite a
mensagem, o receptor que recebe essa mensagem, o referente que é a informação, a mensagem, o canal de
comunicação e o código utilizado para estabelecer essa mensagem.
Vamos analisar cada um desses elementos. Por quê? Porque cada uma das funções da linguagem vai se centrar
num desses elementos comunicativos e vamos avaliar quando um e quando o outro predomina no texto.
A primeira das funções da linguagem é a função emotiva ou expressiva. Função emotiva ou expressiva centra-se no
emissor, quem transmite essa mensagem. Quem transmite essa mensagem vai manifestar opiniões e/ou
sentimentos, ou seja, ao ler uma poesia lírica, por exemplo, podemos dizer que ali temos a função emotiva de
linguagem. Quando, por exemplo, nós fazemos uma redação no vestibular, a gente até pode achar que não está com
a função emotiva ali. Lembre-se função emotiva vincula-se à manifestação do sujeito, manifestação da subjetividade.
Se você manifesta sua opinião na redação, o que a gente tem ali também é a função emotiva ou expressiva da
linguagem. Percebam ainda um detalhe: quando eu observo uma função da linguagem não significa que as outras
não existam. Significa que aquela ali, em razão da forma com que aparece, é predominante. Então eu posso dizer
que numa poesia lírica a função expressiva ou emotiva pode ser a função predominante. Eu posso dizer que quando
eu construo meu argumento manifestando a minha opinião, neste momento em que eu manifesto a minha opinião, eu
tenho ali a função emotiva ou expressiva se manifestando em maior grau.
Além da função emotiva ou expressiva, nós temos a função referencial. A função referencial centra-se no conteúdo.
Observem: a informação objetiva. Significa que a função referencial não tem manifestação do sujeito no que tange a
que eu não manifesto opinião. Quando, por exemplo, um de vocês me pergunta o endereço da minha casa e eu
passo o endereço da minha casa, eu não estou manifestando opinião, eu estou só dando uma informação objetiva.
Tenho aí uma função referencial. Quando eu leio uma placa com o nome de uma rua, aquilo ali também é função
referencial. Vejam que o nome é bem claro: é um ponto de referência, ou seja, quando eu uso um ponto de referência
porque aquele ponto de referência me informa alguma coisa. Quando eu estou lendo o jornal, vejo, por exemplo, um
anúncio de óbito ou a informação acerca da previsão do tempo, tudo ali não há a manifestação de opinião, apenas
conteúdo informacional. Em razão disso, temos a função referencial. Vejam que na função emotiva eu manifesto
opinião, na função referencial eu informo. Vocês podem estar pensando: bom, mas eu manifesto minha opinião na
redação e eu também dou uma série de informações para esclarecimento. Pois bem, na redação de vocês, há tanto a
função referencial quanto a função emotiva ou expressiva. Todavia, num outro exemplo, se eu tenho uma receita de
bolo, eis que eu não manifesto minha opinião. Ali temos só a função referencial. E uma questão de prova
interessantíssima. Eles colocam por vezes cartazes com anúncios de campanhas de prevenção. Por exemplo, cartaz
para a prevenção da H1N1 ou cartazes que ensinam como fazer determinado procedimento de higiene ou que
médico procurar quando tiver determinados sintomas. Observem que aí também não se manifesta opinião,
simplesmente se forma o que deve ser feito. Função referencial predomina.
Além da função referencial, temos a função conativa ou apelativa. Não é conotativa, pessoal, é função conativa ou
apelativa. Nesse caso, ela vai se centrar no receptor. Quem é um receptor? O receptor é quem recebe a mensagem.
Observem só, serve para o convencimento. Na prova muitas vezes colocam o termo persuasão, ou seja, ela é
utilizada para convencer aquele que me escuta, aquele que me lê. Muito comum é aparecer um tipo de questão na
prova com uma propaganda. Uma propaganda sempre terá a função conativa e apelativa como elemento
predominante. Por quê? Porque essa propaganda sempre visa a fazer com que nós consumamos aquele produto. Ou
seja, se aparece uma propaganda, tem função apelativa. Outro caso, também não precisa ser simplesmente um
elemento de publicidade. Campanhas como doação de sangue, ora, estão tentando fazer com que nós doemos
sangue. Vejam ali também vai predominar a função conativa ou apelativa. Além disso, outra característica essencial,
lembrem-se, anotem isso: o uso de verbos no imperativo. Compre, doa, faça. Verbos no imperativo caracterizam de
forma claríssima a função conativa ou apelativa da linguagem.
Além dessa função da linguagem, temos a função fática. Olha lá. A função fática é a função que se centra no canal
de comunicação. Temos dois canais de comunicação bem básicos: o ar, quando a gente fala, e a folha de papel,
quando a gente escreve um texto. Para que serve a função tática? Para a manutenção desse canal de comunicação,
a abertura desse canal de comunicação e o fechamento desse canal de comunicação. Como ele funciona? Por
exemplo, se eu cumprimento alguém, eu abri um canal de comunicação entre mim e essa pessoa, ou seja, ali a
função fática começou a acontecer. Nós vamos conversando, a função tática se mantém. A gente se despede, a
função fática terminou. Mas enquanto a gente se comunica, é função fática? Não, a função é só entorno de tudo isso.
Eu posso estar manifestado uma opinião, eu posso estar tentando convencer essa pessoa. Eu terei outras funções
da linguagem presentes neste caso. Todavia, elas não existiriam se não houvesse o canal de comunicação. Algumas
provas cobram da seguinte maneira. Afirmam que essa função serve para a verificação do canal de comunicação. O
que é a verificação do canal de comunicação? É testar o canal de comunicação. Quando eu digo “oi”, eu estou
verificando se alguém vai me cumprimentar. Se eu perguntei “alguém aí?, eu também estou testando. Ou até mesmo
antes de um show, quando o roadie fala “teste, teste, 1, 2, 3, testando”, isso é a abertura do canal de comunicação.
Todos, sem perceber, estão se utilizando da função tática. E na minha redação? Essa eu não uso na minha redação.
Clara que usa. O que é introdução? Abertura do canal de comunicação. O que é o desenvolvimento? Manutenção
desse canal de comunicação. E o que é a conclusão? É o fechamento desse canal. Ou seja, é inevitável. Essa
função da linguagem está presente constantemente nos nossos processos comunicativos.

Outra função da linguagem, a penúltima, é a função metalinguística. Vamos parar para pensar o seguinte. Vamos
pegar uns exemplos que vocês estudam em casa. Por exemplo, ao ler Carlos Drummond de Andrade, quando vocês
leem Procura da Poesia, observem que Drummond está na própria poesia tratando da poesia. Eis que temos a
poesia da poesia, a metapoesia. Quando vocês estão lendo a Hora da Estrela, de Clarice Lispector, por exemplo, o
narrador Rodrigo S.M. trata da sua própria narrativa. Temos ali a narrativa da narrativa, ou seja, a metanarrativa. Ora,
o que é a função metalinguística? É aquela função da linguagem que se centra no código, ou seja, eu me utilizo do
código para explicar o próprio código. Para ser mais claro, quando vocês vão no dicionário, pegam o dicionário e
olham lá um determinado verbete, o sentido de uma determinada palavra, por exemplo, “correção”. Vocês vão ver o
conceito: ato ou efeito de corrigir. Percebam o seguinte, “correção” é um termo que está escrito na língua portuguesa,
o nosso código e “ato ou efeito de corrigir”, que é a sua explicação, também está utilizando o mesmo código, a língua
portuguesa. Ou seja, utilizamos o código para explicar o próprio código. Quando vocês estão numa conversa e o
amigo de vocês fala alguma coisa e vocês não entendem o que exatamente ele quis dizer, o que vocês falam? Tudo
bem, o que você está querendo dizer com isso? Logo depois o colega vai fazer o quê? Com outras palavras, dizer a
mesma coisa que ele acabou de falar. Significa que aí o processo metalinguístico está acontecendo porque com o
próprio código, a língua portuguesa, ele vai explicar algo que antes falou com a língua portuguesa. Percebam então
que a metalinguagem é utilizada o tempo todo. Quando vocês explicam para alguém o sentido de uma palavra,
quando vocês explicam para alguém algum conceito, tudo isso é uma metalinguagem. É muito comum nas provas
eles colocarem como exemplo o dicionário. Outras vezes, cabe também na própria propaganda. Houve já uma prova
do Enem, a prova do Enem de 2011, que tinha, por exemplo, um texto do Conar, que é a agência reguladora da
propaganda. Observem que o Conar estava fazendo uma propaganda de si mesmo, e o Conar é uma agência
reguladora de propaganda. Ou seja, ele fazia uma propaganda acerca da própria propaganda. Eis que se manifesta
de novo a metalinguagem. E na minha redação? Isso eu não uso. Claro que se utiliza da metalinguagem. No
momento em que vocês devem explicar um determinado conceito ou o sentido de determinado termo, a
metalinguagem está se manifestando. Ou seja, de novo, a gente vai usar metalinguagem, a gente vai usar a função
fática, a função referencial, a função conativa, a função emotiva, todas elas junta. Eu tenho que cuidar na prova qual
é a função da linguagem predominante. Vamos então a nossa última função da linguagem, que é a função poética. E
percam as ilusões, função poética não é só na poesia. Naturalmente eu vou ter a função poética na poesia, mas não
é uma regra. Observem, há uma diferença essencial entre poesia e poema. Poesia é o conteúdo, poema é a forma.
Ora, se eu escrevo um poema, e o seu conteúdo é uma receita de bolo, eu não tenho a função poética, eu tenho ali a
função referencial. Muitas narrativas apresentam poesia. Por exemplo, textos do João Guimarães Rosa são pura
poesia, ou seja, é poesia em prosa. Poesia é conteúdo, poema é a forma. Separe bem isso. Significa então que eu
posso ter a função poética em qualquer tipo de texto. Na minha dissertação, lá na hora de fazer a redação, eu
também terei a função poética. Por quê? O que é a função poética, pessoal? É a função da linguagem que se centra
na mensagem. Olha só, ela se preocupa com uma forma de transmissão da mensagem. Como assim? Vamos parar
primeiro para pensar na literatura. Ora um dos temas mais recorrentes na literatura ocidental há pelo menos 2.500
anos é o amor. Quantos poetas e quantos narradores não falaram do amor? No entanto, nenhum tratou do amor da
mesma forma. E até mesmo se chegassem muito próximos a algo parecido eles ainda assim não se expressavam da
mesma maneira. Ou seja, a função poética está funcionando. Por quê? Porque cada um se expressa da sua forma.
Vamos a um exemplo mais cotidiano nosso. Na hora de a gente fazer um simulado de redação, na hora de escrever
uma redação em casa, na hora de fazer a redação do vestibular, ora, não há milhares de outros candidatos e
estudantes que estão fazendo aquele mesmo tema? Há. No entanto, nenhum deles vai escrever a mesma redação.
Todavia, todos escreverão sobre o mesmo tema. O que está agindo aí? A função poética de linguagem. Por quê?
Porque cada um utilizará a sua forma de manifestação de ideias e de manifestação expressiva para demonstrar o
seu pensamento. Ou seja, a função poética serve para fazer com que o texto fique único, diferente de todos os
demais. Pois bem, pessoal, revisamos então funções da linguagem, vimos o papel de cada uma delas e encerramos
aqui a nossa revisão. Completamos, então, a nossa 12ª aula, espero que vocês tenham gostado. E espero que
continuem estudando, se desenvolvendo em língua portuguesa, praticando texto, exercitando com questões
objetivas, utilizando o nosso material no aulalivre.net e boa prova a todos vocês. Até uma próxima, tchau! Siga ao
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1.4 Elementos da língua portuguesa

A gramática da Língua Portuguesa está dividida em grandes campos de estudo: a fonética, a morfologia, a
semântica, e a sintaxe. 

A fonética que estuda os sons da fala.

A morfologia estuda a forma das palavras, ou seja, a representação gráfica, o vocábulo.

A semântica preocupa-se não só com a representação gráfica do vocábulo, mas com seu significado. Portanto, é um
campo da gramática que estuda a palavra, não apenas o vocábulo.

A sintaxe é o campo da gramática que estuda a unidade linguística em seu contexto oracional, ou seja, estuda os
termos que compõem uma oração. A oração, em Língua Portuguesa, basicamente pode ter sujeito, terá sempre um
predicado, e pode ter ou não complementos.

Pode-se dizer, então, que a fonética e a morfologia tratam cada qual de um dos aspectos dos vocábulos,
a semântica trata do significado que determinada palavra assume e a sintaxe trata da colocação dos termos nas
orações, encarregando-se a fonética de estudar os sons das palavras.

Quem deseja escrever bem, deve respeitar as normas da variante padrão, empregar sua criatividade e ter ciência de
que um texto é muito mais do que a soma ou justaposição de orações. É antes uma unidade de sentido, coesa e bem
articulada acima de tudo.

1.5 Interpretação e intelecção

No decorrer de nossa trajetória escolar, da mesma forma que fomos convidados a produzir textos, também o fomos
para interpretá-los. E a concepção de interpretação textual que embasava os exercícios propostos em muitos casos
era ou é errônea. Na maioria das vezes, fomos ensinados que interpretar é descobrir o que o emissor/autor do texto
quis ou quer dizer, e as atividades para alcançarmos essa proposta de aula propunham a mera transcrição de dados
do texto para um questionário. Quem nunca realizou uma interpretação de texto cujos questionamentos eram “Quem
é o autor do texto”? “O que o autor quis dizer no texto”? As respostas a esses questionamentos muitas vezes não
correspondiam ao que realmente é interpretar um texto.

Interpretação

Interpretar não é afirmar, pressupor, deduzir o que o autor/emissor quis dizer, mas estabelecer relações, levantar
hipóteses e comprová-las no texto. Cabe ao receptor levantar os implícitos e pressupostos da mensagem, sempre
ancorado no texto. 

Intelecção

A intelecção é entender e compreender as reais intenções do emissor em relação à mensagem. É retirar do texto o
que está explícito e claro. A exemplo, se o emissor expõe em um texto que é favorável ao aborto, na intelecção desse
texto o receptor deve descrever o que está explícito, ou seja, mesmo o receptor não concordando com as ideias do
autor/emissor, não se pode deduzir, ou achar que essa não era a ideia principal do texto, simplesmente porque o
receptor não é favorável a tais ideias. Assim, a intelecção não admite o uso de termos como “o autor quis dizer”, mas
sim de termos que demonstrem, afirmem o que realmente está explícito na mensagem/texto/ discurso.

No processo de leitura, é importante que haja interação entre o emissor e o receptor da mensagem, mediada pelo
texto, de modo que haja compreensão e interpretação da mensagem.

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