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A linguística é a ciência que estuda a linguagem humana em todos os seus aspectos, desde

a estrutura até o uso na comunicação. A linguagem é um sistema de signos que possibilita


a comunicação e pode ser percebida através de diversos sentidos, como visão, audição e
tato. Ela engloba gestos, sinais, símbolos e palavras.

A língua, por sua vez, é o objeto central de estudo da linguística, sendo uma entidade
abstrata e um sistema de relações compartilhado por uma comunidade linguística. Ao
contrário da linguagem, a língua é inata ao ser humano e não pode ser modificada
individualmente, mas pode fazer escolhas dentro de suas regras gramaticais.

Existem diferentes tipos de linguagem:

- Linguagem Natural: É aquela que surge e se desenvolve de forma orgânica entre os


falantes de uma comunidade. Possui falantes nativos e pode se tornar uma língua morta se
deixar de ser utilizada ativamente, como o Latim.

- Linguagens Artificiais: São criadas de forma intencional, geralmente para propósitos


específicos, como a comunicação entre computadores (por exemplo, a linguagem de
programação Python) ou para facilitar a comunicação internacional (por exemplo, o
Esperanto). Não possuem falantes nativos, pois são elaboradas por pessoas.

- Linguagem Animal: Refere-se aos sistemas de comunicação utilizados por animais.


Embora muitos animais possuam formas de comunicação, estas geralmente não possuem
as características complexas das linguagens humanas, como a capacidade de formar frases
elaboradas e expressar conceitos abstratos.

A competência linguística é o conhecimento interno das regras gramaticais de uma língua,


enquanto o desempenho linguístico é sua aplicação prática na comunicação. A relação
arbitrária entre som/símbolo e significado é evidente na diversidade de palavras em
diferentes idiomas para os mesmos conceitos. Essa distinção é crucial na compreensão da
linguagem humana e sua variedade cultural.

A fala é a manifestação individual das capacidades oferecidas pela língua, refletindo o uso
pessoal da mesma. A fala é influenciada por uma variedade de fatores externos à língua em
si, como contexto social, emocional e cultural. Isso significa que a maneira como uma
pessoa utiliza a língua pode variar dependendo de diferentes circunstâncias e influências.

Saussure, em sua teoria de 1916, define a língua como um sistema de signos. No cerne
desse sistema está o signo linguístico, que consiste na união indissolúvel de dois
elementos: o significante (SE), que é a imagem acústica, e o significado (SO), que é o
conceito associado. Esses elementos formam uma unidade puramente psíquica. As línguas
possuem diversas variedades, e Saussure dá primazia à língua falada como elemento
central nesse sistema linguístico.

Na Gramática Gerativa de Chomsky, a língua é vista como uma propriedade exclusiva da


espécie humana, baseada na estrutura da faculdade da linguagem. Essa faculdade é
considerada uma parte essencial e comum de nossa herança biológica, com pouca variação
entre os indivíduos. A linguística é entendida como parte da psicologia cognitiva ou biologia
humana. A faculdade da linguagem permite várias realizações específicas, ou seja, as
diferentes línguas humanas.

Na Gramática Gerativa, o conhecimento de língua refere-se ao conjunto de regras e


princípios universais que constituem a competência linguística inata de um falante de uma
língua. É um conhecimento internalizado e intuitivo que transcende a experiência direta do
falante.

A língua é um sistema que produz infinitos usos de significados finitos.

As linguagens naturais possuem diversas propriedades distintivas:

- Dualidade de som e significado: As palavras têm sons específicos associados a


significados particulares, embora possam existir palavras homofônicas com sons idênticos,
mas significados diferentes.

- Criatividade e produtividade: Os falantes podem criar novas palavras e expressões de


forma criativa, usando a gramática da língua. Isso é evidente na formação de neologismos e
na obra de autores como Guimarães Rosa.

- Intercomunicabilidade: As linguagens naturais permitem a comunicação eficaz entre


falantes, possibilitando a troca de informações e ideias.

- Arbitrariedade: Não há uma relação intrínseca entre os sons das palavras e seus
significados, tornando a conexão entre ambos arbitrária.

- Deslocamento de tempo: Os falantes podem se referir a eventos passados, presentes ou


futuros, permitindo a expressão de uma gama diversificada de informações temporais.

- Transmissão cultural humana: A linguagem é transmitida culturalmente entre os humanos,


ao contrário dos sistemas de comunicação em animais, que tendem a ser
predominantemente genéticos.

Observação: Algumas línguas apresentam uma troca comum entre os sons "r" e "l".

O conhecimento de uma língua envolve compreender sons, palavras e frases, incluindo


suas combinações e regras. Isso abrange a associação de sons a significados e a
capacidade de formar frases de forma criativa. Apesar da potencial infinitude das frases, os
falantes nativos possuem intuição sobre quais são válidas em sua língua.

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