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Fundamentos dos

Estudos Linguísticos
Prof. Marcos Antonio Costa
2019.1

Linguística:
O Estudo Científico da
Linguagem
A Linguística é definida como
a disciplina que estuda cientificamente a linguagem

Primeiras Questões:

 O que se entende pelo termo “linguagem”?

 O que significa estudar “cientificamente” a linguagem?

 Que relações existem entre a linguística e outros ramos do conhecimento


que também se interessam pelo estudo da linguagem?

 Como diferenciar os conceitos de “língua” e de “linguagem”?


LINGUAGEM

Capacidade/Habilida
Qualquer processo de de exclusiva dos
comunicação seres humanos
A Linguística como o Estudo Científico da Linguagem

Linguagem  a capacidade/habilidade que apenas os


seres humanos possuem de se comunicar por meio de
línguas.

Língua  um sistema de signos vocais


utilizado como meio de comunicação
entre os membros de um grupo social ou
de uma comunidade linguística.

O Linguista é um estudioso dos processos


através dos quais essas várias línguas
refletem, em sua estrutura, aspectos universais
essencialmente humanos.
A capacidade da linguagem
implica um conjunto de
características
a) Uma técnica articulatória complexa;

 Movimentos que envolvem desde a


expulsão de ar a partir dos pulmões – através
dos brônquios, da traqueia e da laringe – até
sua saída pelas cavidades bucal e nasal.

 Vejamos, por exemplo, a distinção entre /b/ e /p/. Ambos são oclusivos, bilabiais, orais.
A única diferença entre eles é que /b/ é sonoro e /p/ é surdo. Essa diferença articulatória é
um traço distintivo no sistema da língua portuguesa, pois a troca de /p/ por /b/ leva a uma
mudança de significado das palavras, como em “bote” e “pote”.
b) Uma base neurobiológica composta de centros nervosos
que são utilizados na comunicação verbal.

Desde meados do século XIX, a


partir dos estudos de cientistas como
Paul Broca e Karl Wernicke, ficou
estabelecido que lesões ou
traumatismos em determinadas áreas
do cérebro provocam problemas de
linguagem.
c) Uma base cognitiva, que rege as relações entre o homem e o
mundo biossocial e, consequentemente, a simbolização ou
representação desse mundo em termos linguísticos.

 Associado à base neurobiológica está o que


poderíamos chamar de funcionamento mental, ou seja,
os processos associados à nossa capacidade de
compreender a realidade que nos cerca, armazenar
organizadamente na memória as informações
consequentes dessa compreensão e transmiti-las aos
nossos semelhantes em situações reais de comunicação.
Podemos dizer que o termo cognição se relaciona a esse
funcionamento mental e que, em linguística, existem
diferentes teorias que descrevem esse funcionamento.
d) Uma base sociocultural que atribui à linguagem humana os
aspectos variáveis que ela apresenta no tempo e no espaço.

 Cada grupo social tem um


comportamento que lhe é peculiar e isso vai
se manifestar também na maneira de falar
de seus representantes: os cariocas não
falam como os gaúchos ou como os
mineiros e, do mesmo modo, indivíduos
pertencentes a um grupo social menos
favorecido têm características de fala
distintas dos indivíduos de classes
favorecidas.
e) Uma base comunicativa que fornece os dados que
regulam a interação entre os falantes.

a) Você pode me passar o sal?

b) Você tem horas?

c) A porta está aberta.


A Linguística como Estudo Científico
 Para proceder ao estudo científico da linguagem é necessário que se
construa uma teoria geral sobre o modo como ela se estrutura e/ou
funciona. O linguista busca sistematizar suas observações sobre a
linguagem, relacionando-as a uma teoria linguística construída para esse
propósito. A partir dessa teoria, criam-se métodos rigorosos para a
descrição das línguas.
A linguística tem um objeto de estudo próprio  a capacidade da
linguagem, que é observada a partir dos enunciados falados e escritos.

 A linguística é empírica, e
não especulativa ou
intuitiva, ou seja, baseia suas
descobertas em métodos
rígidos de observação.
 Os modelos linguísticos
contemporâneos trabalham
com dados publicamente
verificáveis por meio de
observações e experiências.
 Estreitamente relacionada ao caráter empírico da linguística está a
atitude não preconceituosa em relação aos diferentes usos da língua.
Essa atitude torna a linguística, primordialmente, uma ciência
descritiva, analítica e, sobretudo, não prescritiva. Para tanto, examina
e analisa as línguas sem preconceitos sociais, culturais e nacionalistas,
normalmente ligados a uma visão leiga acerca do funcionamento
das línguas.
 Todas as línguas e todas as variedades
de uma mesma língua são igualmente
apropriadas ao estudo, uma vez que
interessa ao linguista a construção de
uma teoria geral sobre a linguagem
humana. Cabe ao pesquisador descrever
com objetividade o modo como as
pessoas realmente usam a sua língua,
falando ou escrevendo, sem atribuir às
formas linguísticas qualquer julgamento
de valor, como certo ou errado. Isso
significa dizer que a linguística é não
prescritiva.
 A língua falada, excluída
durante muito tempo como objeto de
pesquisa, tem características
próprias que a distinguem da
escrita e constitui foco de interesse
de investigação. Ou seja, a
linguística, apesar de se interessar
também pela escrita, apresenta
interesse especial pela fala, uma vez
que é nesse meio que a linguagem
se manifesta de modo mais natural.
A Linguística e sua relação com outras ciências
Linguística e Semiologia

A semiologia (ou semiótica) não se interessa apenas pela

linguagem humana de natureza verbal, mas por qualquer

sistema de signos.
Linguística e Filologia

A filologia é uma ciência eminentemente histórica, que por

tradição se ocupa do estudo de civilizações passadas através da

observação de textos escritos que elas nos deixaram.


Linguística e Gramática Tradicional

A tradição gramatical, iniciada e desenvolvida por filósofos

gregos, caracteriza-se por uma abordagem normativa, buscando

instituir uma maneira correta de usar a língua.


Áreas de atuação da Linguística

 Linguística Aplicada: ensino de línguas, assim como outras áreas com


vistas à resolução de problemas da vida cotidiana que envolvem o uso
da linguagem;
 Linguagem e Cognição: afasiologia, inteligência artificial, tradução
automática, desenvolvimento de softwares capazes de traduzir a fala
humana em escrita e vice-versa;
 Contexto Clínico: tratamento e reabilitação de pacientes com
problemas de fala, como afasia, mal de Alzheimer, acidente vascular
cerebral, por exemplo, têm se beneficiado com a incorporação de
conteúdos linguísticos em cursos que formam terapeutas da fala;
 Contexto Forense: são analisadas conversações para descobrir
conspirações, ameaças, difamações e outras questões pertinentes à lei;
 Área Tecnológica: na área das telecomunicações, engenheiros
elétricos e eletrônicos contam com a colaboração de especialistas em
fonética para, por exemplo, aumentar o número de conversações em um
único circuito de telefone.
A linguística tem como objeto de estudo a linguagem

humana através da observação de sua manifestação oral

ou escrita (ou gestual, no caso da língua dos sinais). Seu

objetivo final é depreender os princípios fundamentais que

regem essa capacidade exclusivamente humana de

expressão por meio de línguas. Para atingir esse objetivo, os

linguistas analisam como as línguas naturais se estruturam e

funcionam.

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