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E
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO
Profª Me. Nilce Lucchese
AULA 1- TEXTUALIDADE
PROFISSIONAL
COERÊNCIA,
L Marcos Bagno
Universidade de Brasília
I
[...] “Todos nós teríamos muito mais êxito em nossas vidas, produziríamos muito
N mais e seríamos muito mais felizes, se nos preocupássemos em gerenciar nossas
G relações com as pessoas que nos rodeiam, desde o campo profissional até o
pessoal. Mas para isso é necessário saber conversar com elas, argumentar, para
U que exponham seus pontos de vista, seus motivos e para que nós também
possamos fazer o mesmo.”
G
E
M
Linguagem
Autor: Marcos Bagno,
Instituição: Universidade de Brasília-UnB,
O termo linguagem tem muitos significados e sentidos, mas vamos nos deter aqui em
duas de suas definições, as mais importantes. A primeira é: faculdade cognitiva
exclusiva da espécie humana que permite a cada indivíduo representar e
expressar simbolicamente sua experiência de vida, assim como adquirir,
processar, produzir e transmitir conhecimento. Nós somos seres muito particulares,
porque temos precisamente essa capacidade admirável de significar, isto é,
de produzir sentido por meio de símbolos, sinais, signos, ícones etc. Nenhum gesto
humano é neutro, ingênuo, vazio de sentido: muito pelo contrário, ele é
sempre carregado de sentido, nos mais variados graus, e cabe justamente à nossa
capacidade de linguagem interpretar o sentido implicado em cada manifestação dos
outros membros da nossa espécie.
A segunda definição de linguagem é decorrente da primeira: todo e qualquer sistema
de signos empregados pelos seres humanos na produção de sentido, isto é, para
expressar sua faculdade de representação da experiência e do conhecimento. É
dessa segunda acepção de linguagem que provém uma distinção fundamental: a
de linguagem verbal e linguagem não verbal. A linguagem verbal é aquela que se
expressa por meio do verbo (termo de origem latina que significa “palavra”), ou seja,
da língua, que é, de longe, o sistema de signos mais completo, complexo, flexível e
adaptável de todos: não por acaso, é de língua que deriva a palavra linguagem, pois
toda linguagem é sempre uma “imitação da língua”, uma tentativa de produção de
sentido tão eficiente quanto a que se realiza linguisticamente.
A linguagem verbal pode ser oral, escrita ou gestual (língua dos surdos).
A linguagem não verbal é a que se vale de outros signos, não linguísticos, signos que
podem ser dos mais diversos e diferentes tipos: cores, sons, figuras, bandeiras,
fumaça, ícones etc. É essa riqueza de possibilidades de representação e expressão
que nos permite falar de linguagem musical, linguagem cinematográfica,
linguagem teatral, linguagem corporal, linguagem da dança, da pintura, da
Referências bibliográficas:
TRASK, R. L. Dicionário de linguagem e linguística. São Paulo: Contexto, 2004.
O que ele não sabe e vai ficar sabendo por meio do nosso texto?
A linguagem verbal tem sido compreendida de três maneiras. Em primeiro lugar, como
uma expressão do pensamento, ou seja, como uma exteriorização e tradução do que estaria
em nosso pensamento. Para essa visão, a capacidade de usar bem a língua dependeria da
capacidade individual de organizar de maneira lógica o pensamento.
O bom uso da língua não dependeria em nada de para quem se fala, em que situação ou
para quê. O ato de dizer seria monológico.
Em segundo lugar, tem sido considerada como um código, isto é, um conjunto de signos
que se combinam segundo regras, e que é capaz de transmitir uma mensagem de um emissor
a um receptor. Aquele que fala ou escreve codificaria uma mensagem contendo informações
que estavam em sua mente (codificação) e que seriam enviadas, por meio de um canal (ondas
sonoras ou luminosas), até o ouvinte/leitor. Este decodificaria a mensagem, recuperando as
informações.
Fig.4 linuxlike.blogspot.com
Em terceiro lugar, a linguagem verbal tem sido compreendida como uma forma de ação
social, localizada em um contexto específico. Daí resulta o conceito de interação verbal,
segundo o qual o locutor sempre age sobre o interlocutor (avisa, confidencia, impressiona, dá a
conhecer, etc.) e, por sua vez, orienta sua produção discursiva pela imagem que constrói do
interlocutor antes e durante o processo de comunicação.
Assim ocorre a interação: ação de um sobre o outro. Portanto, para essa visão da língua,
que é a predominante hoje, o que se faz ao usar a língua não é apenas exteriorizar ou
traduzir um pensamento ou transmitir informações a outrem, mas sim realizar ações, agir, atuar
sobre o interlocutor, o que nos leva a construir o que dizemos levando em conta o outro e o
contexto.
A língua é, pois, um lugar e um instrumento de interação comunicativa pela produção de
efeitos de sentido entre interlocutores, em uma dada situação de comunicação (contexto
imediato) e em um contexto sócio-histórico e ideológico.
Esses interlocutores agem como sujeitos que ocupam lugares sociais (pai, mãe, filho,
professor, aluno, pesquisador, patrão, empregado, artista, etc.) e “falam” e “ouvem” desses
lugares, de acordo com imagens que a sociedade estabeleceu para tais lugares sociais,
regulando, inclusive, o que se pode dizer quando estamos ocupando um desses lugares (o
patrão pode dizer ao empregado “faça isso”; o empregado não pode dizer a mesma coisa ao
patrão).
Olá, estudantes!
Marcos Bagno
Universidade de Brasília- UNB
“A língua varia com o tempo, assim como varia de acordo com os interesses e culturas locais
de cada comunidade, de modo que, citando Luís Carlos Cagliari (1999), “Todas as variedades,
do ponto de vista estrutural linguístico, são perfeitas e completas entre si. O que as diferencia
são os valores sociais que seus membros têm na sociedade.”
Com os avanços das ciências da linguagem, essa visão foi abandonada: o exame
minucioso de cada variedade linguística revela que ela tem sua própria lógica gramatical, é tão
regrada quanto a língua literária idealizada, e serve perfeitamente bem como recurso de
interação e integração social para seus falantes.
A Prof.ª Jaqueline Góis Moreira, em sua monografia sobre o estatuto do erro, lembra que
a noção de erro “sempre esteve ligada ao lugar social do falante”, de tal modo que uma
variedade linguística usada por falantes provenientes de classes populares é imediatamente
associada à ideia de erro, enquanto variedades linguísticas usadas por pessoas que têm alto
poder aquisitivo são logo apontadas como a língua correta.
No entanto, em seu livro sobre o Preconceito Linguístico, o Prof. Marcos Bagno nos
tranquiliza, lembrando que
Segundo a Prof.ª Stella Maris Bortoni-Ricardo, é necessário que seja feita uma distinção
funcional entre os erros de ortografia que resultam da integração dos saberes no domínio da
oralidade na aprendizagem da escrita e erros que se explicam porque a escrita é regida por um
sistema de convenções cujo aprendizado é lento e depende da familiaridade que cada leitor vai
adquirindo com a língua escrita.
Pode-se afirmar, portanto, que o que se pressupõe ser erro na comunicação oral é, de
fato, uma inadequação da forma utilizada pelo falante relativamente ao que o seu interlocutor
esperava ouvir. Inadequação esta que decorre do que os interlocutores imaginam uns dos
outros e “dos papéis sociais que estejam desempenhando e das normas e crenças vigentes na
comunidade de fala”. (BERTONI-RICARDO, 2004)
Na língua escrita, ao contrário, errar é transgredir um código estabelecido ao longo de
décadas ou séculos e prescrito por uma ortografia oficial, que, exceto em raríssimos casos, não
prevê variação. O domínio da ortografia é lento e requer muito contato com a modalidade da
língua. “Dominar bem as regras de ortografia é um trabalho para toda a trajetória escolar e,
quem sabe, para toda a vida do indivíduo”. (BORTONI-RICARDO, 2004)
Construção
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Amyr Klink
(1 955 - )
Amyr Klink é um navegador e escritor brasileiro.
Ele foi a primeira pessoa, em 1984,
a fazer a travessia do Atlântico Sul a remo,
Bacurau é um filme brasileiro de 2019, dos gêneros drama, faroeste, terror gore, fantasia e ficção científica,
escrito e dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. É produzido por Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e
Michel Merkt e estrelado por Sônia Braga, Udo Kier e Bárbara Colen. O título do filme é o apelido do último ônibus
da madrugada no Recife, e a origem do nome vem de uma ave de hábitos noturnos comum nos sertões brasileiros,
que era chamada pelos povos tupis de wakura'wa.
A produção conquistou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2019, tornando-se o segundo filme brasileiro da
história a ser laureado no certame geral, após O Pagador de Promessas (1962) de Anselmo Duarte.[3][4] Além de ter
sido premiado em diversos festivais de cinema, o filme foi selecionado para mostras principais de festivais não
competitivos prestigiados mundialmente, como o Festival de Nova York (NYFF).[5]
Sinopse
Num futuro próximo, Bacurau, uma pequena cidade brasileira no oeste de Pernambuco, lamenta a perda de sua
matriarca, Carmelita (Lia de Itamaracá), que viveu até os 94 anos. Dias depois, seus habitantes aos poucos
percebem algo estranho acontecer na região: enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam pela
primeira vez na cidade com planos de exterminar toda a população ali residente, carros são atingidos por tiros e
cadáveres começam a aparecer. Os habitantes chegam à conclusão de que estão sendo atacados. Resta identificar
o inimigo e criar coletivamente um meio de defesa.
Ficha técnica
Classificação
Sinopse
Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes do
pequeno vilarejo de Javé. É aí que eles se deparam com o anúncio de que a cidade
pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica. Em resposta à
notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratégia: decide preparar um
documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, para
Para ler:
Vidas Secas
Graciliano Ramos de Oliveira (Quebrangulo, 27 de outubro de 1892 — Rio de Janeiro, 20 de março de
1953) foi um romancista, cronista, contista, jornalista, político, militante
comunista e memorialista brasileiro do século XX, mais conhecido por sua obra Vidas Secas (1938).[1]
O livro retrata a vida de pessoas que vivem no sertão brasileiro e o sacrifício delas para
sobreviver. Tendo como tema a luta pela sobrevivência diante do flagelo da estiagem, o autor
traz em seus personagens muito da alma nordestina nos traços de Fabiano e sua família.
Foi publicado em 1938 e aborda a problemática da seca e da opressão social
no Nordeste do Brasil. Ao contrário dos romances anteriores, é uma narrativa em terceira
pessoa, com o discurso indireto livre predominante, com a finalidade de penetrar no mundo
introspectivo dos personagens já que esses não têm o domínio da linguagem necessária para
estabelecer a comunicação.
O romance tem um caráter fragmentário. São "quadros", episódios que acabam se interligando
com uma certa autonomia. Como coloca o crítico Affonso Romano de Sant'Anna: "Estamos
sem dúvida, diante de uma obra singular onde os personagens não passam de figurantes,
onde a história é secundária e onde o próprio arranjo dos capítulos do livro obedece a um
critério aleatório".[1]
Os principais personagens são: Fabiano, Sinhá Vitória, Menino mais Velho, Menino mais Novo,
a cachorra (Baleia) e o papagaio, que a família come para aliviar a fome.
PATATIVA DO ASSARÉ
Uma das principais figuras da música nordestina do século XX. Segundo filho de uma família pobre
que vivia da agricultura de subsistência, cedo ficou cego do olho direito por causa do
Sarampo. Com a morte de seu pai, quando tinha oito anos de idade, passou a ajudar sua família
no cultivo das terras do lado do seu irmão mais velho. Aos doze anos, frequentava a escola local,
em qual foi alfabetizado, por apenas alguns meses. A partir dessa época, começou a fazer repentes e
a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Por volta dos vinte anos recebeu o pseudônimo
de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do canto dessa ave.
Livros de poesia: