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AULA 3: LINGUAGEM

E
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO
Profª Me. Nilce Lucchese

Linguagem e Argumentação Profª. Nilce Lucchese - UNIGRAN Página 1


SUMÁRIO

AULA 1- TEXTUALIDADE

AULA 2- GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS

AULA 3- LINGUAGEM E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

AULA 4- DIMENSÃO DISCURSIVA DA LINGUAGEM/CONTRIBUIÇÃO PARA A VIDA

PROFISSIONAL

AULA 5- LÍNGUA ESCRITA: USOS E FORMAS. NOÇÕES BÁSICAS DE COESÃO E

COERÊNCIA,

AULA 6- PADRÃO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO

AULA 7- ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO CIENTÍFICO

AULA 8- MÉTODO CIENTÍFICO E NATUREZA DO CONHECIMENTO

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Aula
LINGUAGEM E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
03
[...] “faculdade cognitiva exclusiva da espécie humana que permite a cada indivíduo
representar e expressar simbolicamente sua experiência de vida, assim como
adquirir, processar, produzir e transmitir conhecimento. [...]”.

L Marcos Bagno
Universidade de Brasília
I
[...] “Todos nós teríamos muito mais êxito em nossas vidas, produziríamos muito
N mais e seríamos muito mais felizes, se nos preocupássemos em gerenciar nossas

G relações com as pessoas que nos rodeiam, desde o campo profissional até o
pessoal. Mas para isso é necessário saber conversar com elas, argumentar, para

U que exponham seus pontos de vista, seus motivos e para que nós também
possamos fazer o mesmo.”

A Antônio Suárez Abreu

G
E
M

Fig.1- Funções da linguagem-Google imagens.

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Seção 1: MOMENTO DE APROPRIAÇÃO CONCEITUAL- LINGUAGEM

Linguagem
Autor: Marcos Bagno,
Instituição: Universidade de Brasília-UnB,

O termo linguagem tem muitos significados e sentidos, mas vamos nos deter aqui em
duas de suas definições, as mais importantes. A primeira é: faculdade cognitiva
exclusiva da espécie humana que permite a cada indivíduo representar e
expressar simbolicamente sua experiência de vida, assim como adquirir,
processar, produzir e transmitir conhecimento. Nós somos seres muito particulares,
porque temos precisamente essa capacidade admirável de significar, isto é,
de produzir sentido por meio de símbolos, sinais, signos, ícones etc. Nenhum gesto
humano é neutro, ingênuo, vazio de sentido: muito pelo contrário, ele é
sempre carregado de sentido, nos mais variados graus, e cabe justamente à nossa
capacidade de linguagem interpretar o sentido implicado em cada manifestação dos
outros membros da nossa espécie.
A segunda definição de linguagem é decorrente da primeira: todo e qualquer sistema
de signos empregados pelos seres humanos na produção de sentido, isto é, para
expressar sua faculdade de representação da experiência e do conhecimento. É
dessa segunda acepção de linguagem que provém uma distinção fundamental: a
de linguagem verbal e linguagem não verbal. A linguagem verbal é aquela que se
expressa por meio do verbo (termo de origem latina que significa “palavra”), ou seja,
da língua, que é, de longe, o sistema de signos mais completo, complexo, flexível e
adaptável de todos: não por acaso, é de língua que deriva a palavra linguagem, pois
toda linguagem é sempre uma “imitação da língua”, uma tentativa de produção de
sentido tão eficiente quanto a que se realiza linguisticamente.
A linguagem verbal pode ser oral, escrita ou gestual (língua dos surdos).
A linguagem não verbal é a que se vale de outros signos, não linguísticos, signos que
podem ser dos mais diversos e diferentes tipos: cores, sons, figuras, bandeiras,
fumaça, ícones etc. É essa riqueza de possibilidades de representação e expressão
que nos permite falar de linguagem musical, linguagem cinematográfica,
linguagem teatral, linguagem corporal, linguagem da dança, da pintura, da

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escultura, da arquitetura, da fotografia, incluindo as linguagens secretas, que
exigem o domínio de códigos reservados a poucos iniciados.
Existem também as linguagens artificiais, isto é, sistemas de comunicação
elaborados conscientemente para permitir o desenvolvimento de domínios específicos
de saber. São linguagens artificiais, por exemplo, as utilizadas na matemática, na
lógica ou na computação. O estudo dos múltiplos sistemas de linguagem verbal e não
verbal é tarefa da semiótica (ou da semiologia, conforme a corrente teórica), que
também se interessa pelas transposições de um sistema para outro (por exemplo, da
fala para a escrita, do romance para o cinema, da música para a dança).

Referências bibliográficas:
TRASK, R. L. Dicionário de linguagem e linguística. São Paulo: Contexto, 2004.

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SEÇÃO 2: LINGUAGEM E INTERAÇÃO VERBAL (Texto adaptado)

Luiz Carlos Travaglia


Universidade Federal de Uberlândia-UFU

O que temos a dizer?

Para quem vamos escrever?

O que o nosso leitor sabe?

O que ele não sabe e vai ficar sabendo por meio do nosso texto?

Que modo de organizar o texto e que estilo de linguagem será


mais adequado ao nosso objetivo, ao nosso leitor e à situação em que o texto
será lido?

A linguagem verbal tem sido compreendida de três maneiras. Em primeiro lugar, como
uma expressão do pensamento, ou seja, como uma exteriorização e tradução do que estaria
em nosso pensamento. Para essa visão, a capacidade de usar bem a língua dependeria da
capacidade individual de organizar de maneira lógica o pensamento.
O bom uso da língua não dependeria em nada de para quem se fala, em que situação ou
para quê. O ato de dizer seria monológico.

Fig. 2 Imagohistória blogspot

Em segundo lugar, tem sido considerada como um código, isto é, um conjunto de signos
que se combinam segundo regras, e que é capaz de transmitir uma mensagem de um emissor
a um receptor. Aquele que fala ou escreve codificaria uma mensagem contendo informações
que estavam em sua mente (codificação) e que seriam enviadas, por meio de um canal (ondas
sonoras ou luminosas), até o ouvinte/leitor. Este decodificaria a mensagem, recuperando as
informações.

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Os problemas de comunicação seriam sempre devidos a problemas de conhecimento e
uso do código, o qual, devido ao fato de a língua ser um fenômeno social, teria que ser
conhecido e utilizado de maneira semelhante, preestabelecida, convencional, para que a
comunicação se efetivasse.

Fig.4 linuxlike.blogspot.com

Em terceiro lugar, a linguagem verbal tem sido compreendida como uma forma de ação
social, localizada em um contexto específico. Daí resulta o conceito de interação verbal,
segundo o qual o locutor sempre age sobre o interlocutor (avisa, confidencia, impressiona, dá a
conhecer, etc.) e, por sua vez, orienta sua produção discursiva pela imagem que constrói do
interlocutor antes e durante o processo de comunicação.

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Fig.5 Disponível em: www.proenem.com.br/

Assim ocorre a interação: ação de um sobre o outro. Portanto, para essa visão da língua,
que é a predominante hoje, o que se faz ao usar a língua não é apenas exteriorizar ou
traduzir um pensamento ou transmitir informações a outrem, mas sim realizar ações, agir, atuar
sobre o interlocutor, o que nos leva a construir o que dizemos levando em conta o outro e o
contexto.
A língua é, pois, um lugar e um instrumento de interação comunicativa pela produção de
efeitos de sentido entre interlocutores, em uma dada situação de comunicação (contexto
imediato) e em um contexto sócio-histórico e ideológico.
Esses interlocutores agem como sujeitos que ocupam lugares sociais (pai, mãe, filho,
professor, aluno, pesquisador, patrão, empregado, artista, etc.) e “falam” e “ouvem” desses
lugares, de acordo com imagens que a sociedade estabeleceu para tais lugares sociais,
regulando, inclusive, o que se pode dizer quando estamos ocupando um desses lugares (o
patrão pode dizer ao empregado “faça isso”; o empregado não pode dizer a mesma coisa ao
patrão).

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Fig.6 Folha de São Paulo

Tem-se, assim, a interação verbal, que é vista como a realidade fundamental da


linguagem, estabelecendo que o diálogo em sentido amplo (mesmo nos textos escritos há um
diálogo) é que caracteriza a linguagem.

Olá, estudantes!

Ver a língua como forma de interação verbal faz


com que tenhamos de trabalhar em sala de aula
o uso da língua na produção e compreensão de
textos, sempre como algo que depende não
apenas dos recursos da língua e suas
potencialidades significativas, mas também de
quem são os interlocutores em sua condição social
e postos em um contexto que também afeta os
sentidos dos textos.
Pense a longo prazo: você depende de uma boa
interação com seu futuro cliente, para tanto, deve
compreender os propósitos comunicativos.

Quais são os outros objetivos para aprimorar a


sua linguagem e interação verbal?

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SEÇÃO 4: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
(Texto adaptado)

Marcos Bagno
Universidade de Brasília- UNB

“A língua varia com o tempo, assim como varia de acordo com os interesses e culturas locais
de cada comunidade, de modo que, citando Luís Carlos Cagliari (1999), “Todas as variedades,
do ponto de vista estrutural linguístico, são perfeitas e completas entre si. O que as diferencia
são os valores sociais que seus membros têm na sociedade.”

Fig.7 Modo de falar de uma única pessoa

A palavra língua nos dá uma ilusão de uniformidade, homogeneidade.

Isso corresponde aos fatos?

Quando nos referimos ao português, ao francês, ao chinês, ao árabe etc., usamos um


rótulo único para designar uma multiplicidade de modos de falar decorrente da multiplicidade
das sociedades e das culturas em que as línguas são faladas. Cada um desses modos de falar
recebe o nome de variedade linguística. Por isso, muitos autores definem língua como “um
conjunto de variedades” e substituem a noção da língua como um sistema pela noção da língua
como um polissistema, formado por essas múltiplas variedades.
A variação linguística se manifesta desde o nível mais elevado e coletivo – quando
comparamos, por exemplo, o português falado em dois países diferentes (Brasil e Angola) – até
o nível mais baixo e individual, quando observamos o modo de falar de uma única pessoa, a tal
ponto que é possível dizer que o número de “línguas” num país é o mesmo de habitantes de
seu território. Entre esses dois níveis extremos, a variação é observada em diversos outros

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níveis: grandes regiões, estados, regiões dentro dos estados, classes sociais, faixas etárias,
níveis de renda, graus de escolarização, profissões, acesso às tecnologias de informação, usos
escritos e usos falados.
A consciência de que a língua é variável remonta à Antiguidade, quando os primeiros
estudiosos da língua grega tentaram sistematizá-la para o ensino e para a crítica literária. Eles,
no entanto, fizeram uma avaliação negativa da variação, que viram como um obstáculo para a
unificação territorial e para a difusão da língua. Foi nessa época (século III a.C.) que surgiu a
disciplina chamada gramática, dedicada explicitamente a criar um modelo de língua que se
elevasse acima da variação e servisse de instrumento de controle social por meio de um
instrumento linguístico.
A consequência cultural desse processo histórico é que o termo língua passou a ser
usado, no senso comum, para rotular exclusivamente esse modelo idealizado, literário,
enquanto todos os usos reais, principalmente falados, foram lançados à categoria do erro.

Com os avanços das ciências da linguagem, essa visão foi abandonada: o exame
minucioso de cada variedade linguística revela que ela tem sua própria lógica gramatical, é tão
regrada quanto a língua literária idealizada, e serve perfeitamente bem como recurso de
interação e integração social para seus falantes.

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Diante disso, um novo projeto de educação linguística vem se formando: é preciso
ampliar o repertório e a competência linguística dos aprendizes, levá-los a se apoderar da
escrita e dos muitos gêneros discursivos associados a ela, sem contudo desprezar suas
variedades linguísticas de origem, valorizando-as, ao contrário, como elementos formadores de
sua identidade individual e social e como patrimônio cultural do país.
Certo e errado são conceitos pouco honestos que a sociedade usa para marcar
os indivíduos e classes sociais pelos modos de falar e para revelar em que
consideração os tem... Essa atitude da sociedade revela seus preconceitos,
pois marca as diferenças linguísticas com marcas de prestígio ou estigma.
(CAGLIARI, 1999)

A Prof.ª Jaqueline Góis Moreira, em sua monografia sobre o estatuto do erro, lembra que
a noção de erro “sempre esteve ligada ao lugar social do falante”, de tal modo que uma
variedade linguística usada por falantes provenientes de classes populares é imediatamente
associada à ideia de erro, enquanto variedades linguísticas usadas por pessoas que têm alto
poder aquisitivo são logo apontadas como a língua correta.
No entanto, em seu livro sobre o Preconceito Linguístico, o Prof. Marcos Bagno nos
tranquiliza, lembrando que

Todo falante nativo de uma língua é um falante plenamente competente dessa


língua, capaz de discernir intuitivamente a gramaticalidade ou agramaticalidade
de um enunciado, isto é, se um enunciado obedece ou não às de
funcionamento da língua. Ninguém comete erros ao falar sua própria língua
materna, assim como ninguém comete erros ao andar ou respirar (BAGNO,
2005, p. 124).

Segundo a Prof.ª Stella Maris Bortoni-Ricardo, é necessário que seja feita uma distinção
funcional entre os erros de ortografia que resultam da integração dos saberes no domínio da
oralidade na aprendizagem da escrita e erros que se explicam porque a escrita é regida por um
sistema de convenções cujo aprendizado é lento e depende da familiaridade que cada leitor vai
adquirindo com a língua escrita.
Pode-se afirmar, portanto, que o que se pressupõe ser erro na comunicação oral é, de
fato, uma inadequação da forma utilizada pelo falante relativamente ao que o seu interlocutor
esperava ouvir. Inadequação esta que decorre do que os interlocutores imaginam uns dos
outros e “dos papéis sociais que estejam desempenhando e das normas e crenças vigentes na
comunidade de fala”. (BERTONI-RICARDO, 2004)
Na língua escrita, ao contrário, errar é transgredir um código estabelecido ao longo de
décadas ou séculos e prescrito por uma ortografia oficial, que, exceto em raríssimos casos, não
prevê variação. O domínio da ortografia é lento e requer muito contato com a modalidade da
língua. “Dominar bem as regras de ortografia é um trabalho para toda a trajetória escolar e,
quem sabe, para toda a vida do indivíduo”. (BORTONI-RICARDO, 2004)

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SEÇÃO 5: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: REGIONAL

Letra da música Cuitelinho


Folclore recolhido por Paulo Vanzolin e Antônio Xandó

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: GRUPO SOCIAL

Fig. Blog Parábola Editorial

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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: SOCIOCULTURAL/HISTÓRICA

Fig. Google imagens

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Para saber mais:
PALAVRA DO BIAL
“Construção” é um primor técnico, com versos alexandrinos
perfeitos, sua tônica na 6ª e na 12ª sílaba.
Possui uma influência bem digerida das vanguardas
poéticas brasileiras dos anos 1960.

Construção
CHICOBUARQUE

Amou daquela vez como se fosse a última


Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um
príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão, atrapalhando o tráfego

PARAESCUTAR,ACESSE
https://open.spotify.com/track/
3FIuBxOxuQ6kYy8JO0gq2a

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Inspirações:

Mário Sergio Cortella (1954 – ) é um filósofo, escritor,


educador, palestrante e professor universitário
brasileiro. Graduado em Filosofia, concluiu, sob
a orientação do Prof. Dr. Paulo Freire, o doutorado
em Educação pela PUC-SP. É conhecido por divulgar
questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea

Escrever é ofício de quem se dedica ao


transbordamento gostosamente narcísico,
a partir do qual o mergulho explícito
no lado de fora acalma bastante a
penumbra implícita que transtorna o lado dentro.
Escrever é escrever-se!

Amyr Klink
(1 955 - )
Amyr Klink é um navegador e escritor brasileiro.
Ele foi a primeira pessoa, em 1984,
a fazer a travessia do Atlântico Sul a remo,

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a bordo do barco IAT. Amyr é formado em
Economia pela Universidade de São Paulo
(USP) e pós-graduado em Administração
de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Para assistir:

Bacurau é um filme brasileiro de 2019, dos gêneros drama, faroeste, terror gore, fantasia e ficção científica,
escrito e dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. É produzido por Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e
Michel Merkt e estrelado por Sônia Braga, Udo Kier e Bárbara Colen. O título do filme é o apelido do último ônibus
da madrugada no Recife, e a origem do nome vem de uma ave de hábitos noturnos comum nos sertões brasileiros,
que era chamada pelos povos tupis de wakura'wa.
A produção conquistou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2019, tornando-se o segundo filme brasileiro da
história a ser laureado no certame geral, após O Pagador de Promessas (1962) de Anselmo Duarte.[3][4] Além de ter
sido premiado em diversos festivais de cinema, o filme foi selecionado para mostras principais de festivais não
competitivos prestigiados mundialmente, como o Festival de Nova York (NYFF).[5]

Sinopse

Num futuro próximo, Bacurau, uma pequena cidade brasileira no oeste de Pernambuco, lamenta a perda de sua
matriarca, Carmelita (Lia de Itamaracá), que viveu até os 94 anos. Dias depois, seus habitantes aos poucos
percebem algo estranho acontecer na região: enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam pela
primeira vez na cidade com planos de exterminar toda a população ali residente, carros são atingidos por tiros e
cadáveres começam a aparecer. Os habitantes chegam à conclusão de que estão sendo atacados. Resta identificar
o inimigo e criar coletivamente um meio de defesa.

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"Narradores de Javé"

Ficha técnica

Título Narradores de Javé (Original)

Ano produção 2003

Dirigido por Eliane Caffé

Estreia 2003 ( Brasil )


Outras datas

Duração 100 minutos

Classificação

Gênero Drama Nacional

Países de Origem Brasil

Sinopse

Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes do
pequeno vilarejo de Javé. É aí que eles se deparam com o anúncio de que a cidade
pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica. Em resposta à
notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratégia: decide preparar um
documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, para

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que Javé possa escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são
analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias.

Para ler:

Vidas Secas
Graciliano Ramos de Oliveira (Quebrangulo, 27 de outubro de 1892 — Rio de Janeiro, 20 de março de
1953) foi um romancista, cronista, contista, jornalista, político, militante
comunista e memorialista brasileiro do século XX, mais conhecido por sua obra Vidas Secas (1938).[1]

O livro retrata a vida de pessoas que vivem no sertão brasileiro e o sacrifício delas para
sobreviver. Tendo como tema a luta pela sobrevivência diante do flagelo da estiagem, o autor
traz em seus personagens muito da alma nordestina nos traços de Fabiano e sua família.
Foi publicado em 1938 e aborda a problemática da seca e da opressão social
no Nordeste do Brasil. Ao contrário dos romances anteriores, é uma narrativa em terceira
pessoa, com o discurso indireto livre predominante, com a finalidade de penetrar no mundo
introspectivo dos personagens já que esses não têm o domínio da linguagem necessária para
estabelecer a comunicação.
O romance tem um caráter fragmentário. São "quadros", episódios que acabam se interligando
com uma certa autonomia. Como coloca o crítico Affonso Romano de Sant'Anna: "Estamos
sem dúvida, diante de uma obra singular onde os personagens não passam de figurantes,
onde a história é secundária e onde o próprio arranjo dos capítulos do livro obedece a um
critério aleatório".[1]
Os principais personagens são: Fabiano, Sinhá Vitória, Menino mais Velho, Menino mais Novo,
a cachorra (Baleia) e o papagaio, que a família come para aliviar a fome.

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Os principais cordelistas brasileiros:

Antônio Brasileiro Borges, da Bahia,


Cego Aderaldo, do Ceará,
Expedito Sebastião da Silva, do Ceará,
Cunha Neto, do Piauí,
Arievaldo Viana Lima, do Ceará,
Ismael Gaião, de Pernambuco,
Jarid Arraes, do Ceará,
Apolônio Alves dos Santos, da Paraíba,
Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré

PATATIVA DO ASSARÉ

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Patativa_do_Assar%C3%A9#Poemas

Uma das principais figuras da música nordestina do século XX. Segundo filho de uma família pobre
que vivia da agricultura de subsistência, cedo ficou cego do olho direito por causa do
Sarampo. Com a morte de seu pai, quando tinha oito anos de idade, passou a ajudar sua família
no cultivo das terras do lado do seu irmão mais velho. Aos doze anos, frequentava a escola local,
em qual foi alfabetizado, por apenas alguns meses. A partir dessa época, começou a fazer repentes e
a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Por volta dos vinte anos recebeu o pseudônimo
de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do canto dessa ave.

Livros de poesia:

Inspiração Nordestina: Cantos do Patativa (1956);


Cante Lá que Eu Canto Cá (1978);

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Ispinho de Fulô (2005) (1988);
Balceiro. Patativa e Outros Poetas de Assaré (Org. com Geraldo Gonçalves de Alencar) (1991);
Cordéis (caixa com 13 folhetos) (1993);
Aqui Tem Coisa (2004) (1994);
Biblioteca de Cordel: Patativa do Assaré (Org. Sylvie Debs) (2000);
Digo e Não Peço Sda de Castro e Danielli de Bernardi) (2001);
Balceiro 2. Patativa e Outros Poetas de Assaré (Org. Geraldo Gonçalves de Alencar) (2001);
Ao pé da mesa (co-autoria com Geraldo Gonçalves de Alencar) (2001);
Antologia Poética (Org. Gilmar de Carvalho) (2002);
Cordéis e Outros Poemas (Org. Gilmar de Carvalho) (2008).

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REFERÊNCIAS

ABREU, A.S. A arte de argumentar:gerenciando razão e emoção. Atelier, s/d.


BAGNO, Marcos. A língua de Eulália:novela sociolinguística.São Paulo:Contexto, 2013.
____________ Preconceito linguístico: oque é, como se faz. Editora Loyola. São Paulo,
2005.
BRASIL ESCOLA, Funções da Linguagem. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/funcoes-linguagem.htm.
OLIVEIRA, M. A. Conhecimento linguístico e apropriação do sistema de escrita. Belo.
Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.
PERINI, M. A. Sofrendo a gramática. Ensaios sobre a linguagem. São Paulo: Ática,
1997.
TRAVAGLIA, L. C. Nas trilhas da gramática: conhecimento linguístico e alfabetização.
São Paulo: Cortez, 2013.

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