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Leitura e
Leitura e produção de texto
e Leitura Leitura e
produção de texto
produção
de texto de texto
Leitura e
U2 produção
de texto
leitura
Linguagem Verbal Falada e Escrita Leitura e Produção de Texto | UNISUAM
Linguagem
Verbal Falada
e Escrita
Objetivo do estudo
- Distinguir língua e linguagem.
- Identificar as variedades linguísticas: geográficas e socioculturais.
- Dissertar sobre a norma considerada padrão na sociedade.
- Dissertar sobre adequação vocabular e contexto.
- Diferenciar língua falada de língua escrita.
- Explicar o que é linguagem formal e linguagem informal.
- Identificar recursos de expressividade da fala e da escrita.
INTRODUÇÃO:
Você acha que a língua falada e a língua escrita são equivalentes? Sim? Não?
Provavelmente, você deve ter dito que cada uma dessas modalidades tem a sua especificidade. A língua falada é mais natural,
já que aprendemos a falar imitando o que ouvimos.
Já a língua escrita só é aprendida depois que dominamos a língua falada. Esta não é uma simples transcrição do que falamos;
está mais subordinada às normas gramaticais. Assim, requer mais atenção e conhecimento de quem fala. Por ser escrita,
permanece por mais tempo, ao passo que a língua falada é mais efêmera, passageira. Algumas vezes é possível encontrar
na modalidade escrita recursos da língua falada.
São essas questões que iremos discutir aqui, na segunda unidade da nossa disciplina. Veremos a diferença entre língua e
linguagem, língua falada e língua escrita. Estudaremos o que é variação linguística, a norma considerada padrão em nossa
sociedade e a adequação vocabular de acordo com o contexto dos falantes.
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2 T1
Língua e Linguagem
Linguagem e língua
(texto adaptado)
exercício
Que tal praticar sobre língua e linguagem? Realize o exercício seguinte.
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http://blogaodojoao.files.wordpress.
com/2009/10/e591d98c-affc-4fa8-abf5-
39a991ad535d_desenho15.jpg
Língua e Identidade
Além de ser um meio de interação social, a língua também é uma forma de identidade cultural
e grupal.
Falar a mesma língua de outra pessoa geralmente equivale a ter com elas muitas coisas
em comum: referências culturais, esportivas, musicais, hábitos alimentares, etc. A língua é,
portanto, um elemento importante na definição da identidade de um povo ou de um grupo
social.
Mas não é só isso. Além de nossa identidade social, a língua revela também muito do que
somos individualmente. Ela mostra nossa agressividade, afetividade, formalidade, gentileza,
educação etc.
A tira abaixo é um exemplo de como a língua cria uma identidade grupal. Observe as diferenças
existentes entre as falas dos personagens.
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Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-Ys2kqKV1Tdk/UIbZpc___XI/AAAAAAAANkA/
Tira 1 AwVXIZI9fS8/s1600/E.2012.06.08Monica.jpg
1
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-Jopwpz02lkk/Uy4TYoQbZXI/AAAAAAAB6b4/
FeFpBd5RXI0/s1600/844640998.jpg
Tira 2
2
Agora, depois de ler as duas tiras acima e refletir sobre elas, responda as questões que se
seguem:
1) Na primeira tira, Chico Bento e a mãe falam um português bastante peculiar, que busca
refletir o linguajar de certas regiões do Brasil. Retire das falas das personagens exemplos
desse falar diferenciado.
2) Embora o jeito de falar de Chico Bento e sua mãe seja diferente do usual, eles se entendem
sem problemas. Em sua opinião, a que isto se deve?
3) Na segunda tira, percebe-se que Chico e sua professora não falam da mesma maneira.
Em sua opinião, a que se devem tais diferenças?
possíveis respostas!!!
1) Ocê, contá, pruque, cas, drumindo, i, sabé, finar.
2) É um caso típico de identidade grupal, ou seja, por estar inserido no grupo de sua comunidade imediata (mãe, pai,
vizinhos), Chico Bento falará como eles, tanto entenderá quanto será entendido sem problemas. Em outros contextos
linguísticos, porém, a fala de Chico Bento causaria estranheza.
3) Na segunda tira, o que fica claro é que Chico e a professora não pertencem ao mesmo grupo linguístico. Como habitante
da região urbana (provavelmente) e possuidora de maior grau de escolaridade (senão, não seria a professora), ela fala de
acordo com as normas do chamado “português padrão”, ou seja, aquele ensinado nas escolas. Já Chico Bento, caracterizado
como um personagem da região rural, tem sua fala aproximada a de um estilo caipira.
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T2
Variedades Linguísticas
Empregada por tão grande quantidade de indivíduos, em situações tão diferentes e a todo
momento, é de se esperar que a língua não se apresente estática. Ou seja, condicionantes
sociais, regionais e as diversas situações em que se realiza determinam a ocorrência de
variações em uma língua.
Dino Preti, um conhecido professor e linguista brasileiro, subordina o estudo das variedades
linguísticas a dois amplos campos:
Variedades geográficas:
1. Falares regionais ou dialetos
2. Linguagem urbana x linguagem rural
Variedades socioculturais:
1. Variedades devidas ao falante
1.1 Dialetos sociais
1.2 Grau de escolaridade, profissão, idade, sexo, etc.
Fonte: http://dc222.4shared.com/doc/i6bLUJ_O/preview_html_1f7a554c.jpg
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Se você leu o anúncio com atenção, deve ter percebido que, no canto inferior esquerdo,
está escrito: “Este verão, visite os parques de Lisboa”. Agora, ficou mais fácil entender a
mensagem, não é? Ele está escrito em português de Portugal e faz um trocadilho entre
“bichas” (filas), marca típica da sociedade urbana e burocratizada, e “bichos”, símbolo de
natureza e vida natural.
É claro que este texto soa estranho ao falante da língua portuguesa que mora no Brasil. Para
nós, as pessoas formam filas (e não bichas) quando aguardam sua vez de serem atendidas
em um banco, em uma bilheteria de cinema etc.
Fonte: http://lidiscute.blogspot.com.
br/2010/12/o-falar-dos-mineiros-
um-patrimonio.html
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Além de contribuir para uma grande diversidade nos hábitos culturais, religiosos, políticos e
artísticos, a influência de várias culturas deixou na língua portuguesa marcas que acentuam a
riqueza de vocabulário e de pronúncia. Estas diferenças na nossa língua são consequências
das marcas deixadas por outros idiomas que entraram na formação do português brasileiro.
Entre esses idiomas estão os indígenas e africanos, além dos europeus, como o francês e
o italiano.
Assim, um mesmo objeto pode ser nomeado por palavras, diversas, conforme a região. Por
exemplo: no Rio Grande do Sul, a pipa ou papagaio se chama pandorga; o semáforo pode
ser designado por farol em São Paulo, e sinal no Rio de Janeiro.
a) Grupos culturais
Uma pessoa que conhece a língua que emprega apenas “de ouvido”, que não teve a
oportunidade de tomar conhecimento das regras internas que a compõem, domina essa
língua de cujas realizações participa de forma diversa de uma pessoa que tem contato com
esse código linguístico por meio de livros, periódicos, dicionários ou ainda por intermédio da
convivência com pessoas de boa formação intelectual.
atençâo
Não se quer dizer que um fale melhor ou pior que o outro.
Deseja-se apenas registrar o fato de que a formação escolar de
um indivíduo, por exemplo, suas atividades profissionais, seu
nível cultural podem determinar um domínio diferente da língua.
Cada classe social – econômica, mas, sobretudo, culturalmente
falando – emprega a língua de uma maneira especial.
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Exemplos de jargão:
Medicina Informática
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-
bC3vDE3CvQo/TqRPMwldJQI/
AAAAAAAAAH4/53kiE1yBId8/s1600/
comportamento1.gif
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c) Gíria
A gíria é uma das variedades que uma língua pode apresentar. Quase sempre é criada
por um grupo social, como os dos fãs de rap, de funk, de heavy metal, o dos surfistas, dos
skatistas, dos grafiteiros, dos bikers etc.
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-3KKufredbIo/T8wOoo7D7XI/AAAAAAAAAEk/JGW1C6_Eyrc/s400/charge-portugueis.jpg
Fonte: http://dc222.4shared.com/doc/i6bLUJ_O/preview_html_3d6df560.jpg
O humor da tira é determinado pelo “excesso de informalidade” por parte do namorado que
acaba de ser apresentado aos pais da garota. Como uma norma de boa educação, espera-se
que a pessoa estranha seja gentil, dirija-se aos donos da casa com respeito e manifeste alguma
cerimônia, com um pedido de licença. Cabe à pessoa visitada dispensar as formalidades e
fazer com que o estranho se sinta bem.
Nesse caso, observe que o namorado nem mesmo cumprimenta a garota e se dirige aos
pais dela com tanta grosseria que Hagar toma uma posição “defensiva”, ameaçando o rapaz
com um machado. A ilustração nos mostra o emprego de uma linguagem pouco adequada
à situação que envolve as personagens.
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Analisando nossa própria maneira de falar, cada um de nós é capaz de perceber que
dominamos várias “línguas”, ou seja, temos várias maneiras de “registrar” a língua.
T3
formal, fazendo ou não uso de gírias e assim por diante.
a norma padrão sobrepõe-se tocante a um falar “certo” ou “errado”, uma vez que não nos
sentimos pressionados pela necessidade de usar regras
mesma, em toda a extensão “Os princípios da norma popular compõem uma verdadeira
Se há tantas variações de uma língua, qual delas é a ensinada na escola? Por que essa e
não as demais? “Quem” faz essa escolha?
Essas perguntas apenas refletem um fato: de todas as variações, uma tem mais prestígio
que as demais e acaba por ser escolhida como padrão a todos os falantes.
Essa norma padrão culta ou, simplesmente, norma culta, é a variação linguística a que se
atribui, em determinado contexto social, maior prestígio; é considerado o modelo – daí a
designação de padrão, de norma – segundo o qual se avaliam as demais variações linguísticas.
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Fonte: https://s3.amazonaws.com/qcon-assets-production/images/provas/25664/Imagem%20068.jpg
Agora que já discutimos sobre variações linguísticas, é hora de mostrar que você compreendeu
bem o assunto. Realize os exercícios a seguir!
exercício
TEXTO 1
Vamos ler a receita a seguir, de um prato muito popular em certo estado do país...
http://cache-assets.flogao.com.br/s16/08/09/05/170/23783420.jpg
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Existem muitas brincadeiras a respeito do modo como falam certos grupos de pessoas de
vários Estados Brasileiros. A receita lida é um exemplo, pois imita com certo exagero a fala
de mineiros de certas regiões e, para isso, deixa de seguir as regras da língua escrita.
1) A língua empregada na receita é diferente daquela utilizada pelos jornais, revistas e livros.
Apesar disso, é possível compreender a receita? Justifique sua resposta.
2) Se esta receita fosse publicada em uma revista de culinária, por exemplo, não poderia
estar escrita do modo como está. Reescreva a receita de acordo com as normas da língua
escrita padrão, para que ela possa ser publicada em uma revista de circulação nacional.
possíveis respostas!!!
1) Embora esteja escrita imitando um tipo de variação linguística, no caso um regionalismo, a receita ainda está escrita na
língua portuguesa falada no Brasil, reconhecível mesmo em palavras como “repoi” (repolho) ou “moi” (molho), por exemplo.
Um falante brasileiro não tem dificuldades em perceber a brincadeira com o falar mineiro e entender o texto. Mas falantes
de português de outros países não teriam e mesma facilidade em entendê-la, principalmente pelo desconhecimento do
que chamamos carinhosamente de “mineirês”.
2) Receita reescrita:
Ingredientes:
5 dentes de alho
3 colheres de óleo
1 repolho
1 colher (sopa) de massa de tomate
Sal a gosto
Modo de fazer:
Descasque, pique e soque o alho com o sal. Esquente o óleo e refogue o alho, juntando o repolho picado bem fino. Refogue
mais um pouco e acrescente a massa de tomate, mexendo bem. Sirva quente.
TEXTO 2
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1) Como você imagina que seja o locutor desse texto, ou seja, a pessoa que escreveu essa
carta a Papai Noel? Por quê?
3) Para convencer Papai Noel a lhe dar o aparelho de som, o locutor usa um argumento, isto
é, uma justificativa ou explicação. Qual é esse argumento?
4) Pense agora na situação de produção do anúncio. Ele foi publicado às vésperas do Natal
em uma revista de circulação nacional, lida geralmente por pessoas adultas, da classe
média, com bom poder aquisitivo. Os textos dessa revista são predominantemente escritos
na variedade padrão.
a. Na verdade, quem são os leitores que o anúncio tem em vista: os adolescentes ou os pais
dos adolescentes?
b. Considerando-se a intencionalidade do anúncio, por que, então, o texto faz uso de uma
variedade linguística não padrão?
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possíveis respostas!!!
1) Pela forma como o texto foi escrito, leva o leitor a crer que o locutor seja um adolescente (devido às gírias e ao modo
como se dirige a Papai Noel, por exemplo), provavelmente paulista (tá ligado, mano), tem bom grau de escolaridade (não
há erros gramaticais em seu texto), bom domínio da tecnologia (descreve as características do equipamento que deseja
ganhar) e é metido a conquistador (o argumento que ele usa para tentar convencer Papai Noel é o de levar garotas para
seu quarto, com o pretexto de “ouvir um som da hora”).
2) Belê, tô muito a fim, tô a finzaço, tá ligado, mina, troca umas ideias, quebra essa pra mim, mano.
3) Como foi dito acima, o argumento que ele usa é que, como o equipamento de som, pode convidar garotas para “ouvir
um som da hora” com ele no quarto.
4) a. Na verdade, o público-alvo deste anúncio, até pelo tipo de leitor da revista em questão, são os pais dos adolescentes,
inclusive porque são os que têm poder aquisitivo para adquirir o equipamento em questão. / b. O uso desse tipo de
linguagem no anúncio visou uma identificação do produto com os adolescentes, que são quem normalmente curtem mais
novidades eletrônicas. É como se ele dissesse aos pais: “Se vocês estão procurando um bom presente de Natal para seu
filho, este produto fala a língua dele!” É sempre bom lembrar que o texto publicitário é um dos mais elaborados, em termos
de funcionalidade da mensagem. Ou seja, ele é extremamente bem planejado, tanto para atingir o público-alvo, quanto
para passar a mensagem que deseja, que em geral é seduzir o leitor, levando-o a adquirir algum produto.
Mas o uso crescente do internetês nem de longe significa a desvalorização da norma culta.
Paralelamente, cresce a consciência de que as línguas bem faladas, protegidas por normas
cultas, são ferramentas da cultura e também armas da política, além de serem riquezas
econômicas.
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Uma discussão muito frequente nos dias de hoje é se o uso do internetês não levará as novas
gerações a se distanciarem cada vez mais do português padrão. O que você acha sobre isso?
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Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-niv67YrM--A/T-JLKP-6PLI/AAAAAAAAABg/S5Wds2e4Uzo/s1600/chatdemais.png
O gramático Evanildo Bechara defende que, se o aluno tiver contato com diversas formas
linguísticas e, mais importante, tiver consciência do uso adequado de cada uma delas, isto
só o enriquecerá linguisticamente, ou seja, uma das missões do professor seria “transformar
seu aluno num poliglota dentro de sua própria língua”. (BECHARA, Evanildo. Ensino da
Gramática: Opressão? Liberdade? 4 ed. São Paulo: Ática, 1989, p. 14)
Em outras palavras, se a pessoa tiver consciência em que momento precisará fazer uso da
norma padrão (em um concurso público ou um trabalho para a faculdade, por exemplo) e em
que momentos poderá usar uma linguagem menos padrão (mensagem para amigos, bilhete
para alguém da família) ou mesmo o internetês (em um blog, um fórum...), estará tudo bem.
O que não dá é escrever trabalhos acadêmicos em internetês, por exemplo.
T4
Língua Falada e Língua Escrita
Segundo Mary Kato, pesquisadora de Linguística Aplicada da Unicamp (SP), um indivíduo
no processo de escolarização bem-sucedida passaria pelas seguintes etapas em seu
aperfeiçoamento linguístico:
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F1 E1 E2 F2
Em um processo inverso,
A escrita adquirida Nessa etapa da
aqui a fala é que passa a
Língua falada, adquirida mediante processo inicial escolarização, a escrita
sofrer influência da escrita
no meio social em que se de alfabetização escolar. já é, em seus aspectos
convencional. Trata-se da
nasce e vive e com que se Nessa fase, os traços da convencionais, dominada
transferência dos traços
comunica com os demais. língua falada pelo aprendiz pelo aprendiz. Já não há
dessa escrita padronizada
interferem nessa escrita. mais interferência da fala.
para a fala.
Seu síndico, eu e outros moradores desse condomínio tivemos conversando e todos são
unânimes pelo fato de que não é possível conviver junto com um pessoal que não sabem
se comportar, eu mesmo já pedi outro dia para eles não fazer barulhos depois de certa hora,
mais eles botam música alta e não tão nem aí. Se eu fosse o senhor multava eles, pois não
desafio
sabem se comportar. Aí eu queria vê se eles continuavam a se comportar assim.
Procure identificar as interferências da fala no texto acima, ou seja, momentos em que ele
escreve como se estivesse falando. Depois, reescreva o trecho, observando as normas da
escrita padrão.
resposta:
Senhor síndico:
Estive conversando com outros moradores deste condomínio e todos concordam que não
é possível conviver com pessoas que não sabem se comportar. Eu mesmo já solicitei, em
outra ocasião, que não fizerem barulho depois de certa hora, mas eles ouvem música em
alto volume, sem se importarem com os demais condôminos. Solicitamos que seja avaliada
a possibilidade de ser aplicado algum tipo de multa, por perturbação da ordem. Acreditamos
que isto inibiria tal comportamento inadequado.
Observe o anúncio publicitário a seguir. De propósito, ele mistura formas da língua escrita,
dentro da norma padrão, e formas da língua falada, fora do padrão, como forma de atingir
maior expressividade e aceitação por parte do leitor:
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Observe que, na segunda frase do anúncio, é usada a forma “a gente”, que tem uso apenas
popular e notadamente na forma falada. Se fosse escrita na norma padrão, a frase teria de
ser “Não sabemos se rimos ou se choramos”, até porque o sujeito da primeira frase é “nós”.
Até agora, falamos da diferença essencial entre a língua escrita e a língua falada. Dessa
diferença se originam outras, igualmente importantes e, em alguns casos, tão significativas
que se podem mesmo falar na existência de dois códigos distintos: o código falado e o código
escrito, cada um com suas regras próprias de funcionamento.
A língua falada se concretiza por meio da emissão dos sons da língua, os fonemas. Na
escrita, utilizam-se as letras, que não mantêm uma correspondência exata com os fonemas:
há letras que representam fonemas diferentes (a letra x, por exemplo, em exame, xadrez e
sintaxe); há fonemas representados por mais de uma letra (/x/ em chave, por exemplo); há
até casos em que a letra não representa nenhum fonema (h em hoje). Fatos como esses
fazem com que a ortografia se torne às vezes mais complexa; ora, é obvio que essa questão
afeta diretamente o manejo da língua escrita, tendo reduzida influência sobre o código falado.
O código oral conta com elementos de expressividade que o código escrito não consegue
reproduzir com muita eficiência. Destacamos a acentuação e a entonação, capazes
de modificar completamente o significado de certas frases e que só são parcialmente
recuperáveis por certas construções da língua escrita. Há, por exemplo, várias formas de
falar a palavra sim, podendo-se até atribuir-lhe significação oposta à usual. Na escrita, o que
se pode fazer são construções do tipo:
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Uma pontuação inadequada pode gerar incoerência no texto, como no seguinte exemplo:
João toma banho quente e sua mãe diz ele quero banho frio.
Observe a diferença:
João toma banho quente e sua (transpira). – Mãe – diz ele – quero
banho frio.
Da mesma forma, o uso da pontuação pode interferir inclusive com o sentido da frase. Compare
as duas orações que se seguem;
A pessoa em questão tem vários filhos e telefonou especificamente para o que mora em
Mauá. A segunda oração restringe o sentido da primeira.
Neste caso, a pessoa só tem esse filho e, por acaso, ele mora em Mauá. Em vez de restringir o
sentido da primeira oração, a segunda apenas acrescenta um dado adicional, uma explicação
complementar.
Em síntese, temos:
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1. Na modalidade escrita:
• Literário: usada em obras literárias, em prosa (romances, contos) ou em verso.
• Pessoal: usada em textos aos quais apenas o próprio autor terá acesso, como anotações
pessoais de uma aula, um diário pessoal, etc.
2. Na modalidade falada:
• Oratório: usada em situações específicas, como discursos de ministros do Supremo
Tribunal, pronunciamentos políticos, etc.
• Formal: usada em ocasiões que exigem certo grau de formalidade, como um discurso
de formatura, por exemplo.
• Coloquial tenso: usada em ocasiões em que um certo cuidado com o uso adequado
das palavras é exigido, mas sem chegar ao grau de uso formal, como numa entrevista
de emprego, na apresentação de um relatório ao seu chefe ou na apresentação de um
seminário em sala de aula, por exemplo.
• Vulgar: é a que faz uso de termos chulos, de baixo calão e que só deveria ser empregada
em situações específicas, como quando o juiz anula um gol de seu time aos 45 do
segundo tempo, por exemplo, mas que, hoje em dia, infelizmente, se dissemina pelos
EXemplo
Muitos escritores, para dar maior vivacidade aos seus textos, utilizam características da língua
falada como gírias, expressões populares e incorreções gramaticais. Assim, as modalidades
de língua falada e escrita, possuem especificações quanto à sua produção e emprego. A
oralidade não está somente ligada à fala, e pode ser encontrada (e utilizada) em ou textos
diversos, como recurso construtor de sentido.
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(ASSARÉ, Patativa do. Cante lá, que Eu Canto cá. Rio de Janeiro: Vozes, 1978.)
Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Como já vimos quando trabalhamos os registros linguísticos,
Patativa do Assaré (Assaré (CE), 5 de março de a linguagem pode ser mais ou menos formal, dependendo
1909 — Assaré (CE), 8 de julho de 2002), foi um da situação comunicativa e do grau de intimidade entre os
poeta popular, compositor, cantor e improvisador interlocutores.
brasileiro. Se quiser conhecer um pouco mais sobre
sua vida e sua obra, acesse o site:
A linguagem formal é usada em situações formais, seja por
http://www.releituras.com/patativa_menu.asp escrito (correspondência entre empresas, artigos de certos
jornais e revistas, textos científicos, livros didáticos), seja
oralmente (conferência, discurso, reunião de negócios).
Geralmente é empregada quando alguém se dirige a um interlocutor com quem não tem
proximidade: ao fazer uma solicitação a uma autoridade ou comparecer a uma entrevista de
emprego, por exemplo. Além de seguir a variedade padrão, a linguagem formal tem como
características marcantes a polidez e a seleção cuidadosa das palavras.
É importante lembrar que usar essa linguagem não significa que o emissor não saiba se
comunicar de outra forma quando necessário. A linguagem informal é mais comumente
utilizada na fala do que na escrita; no entanto, há escritos em que ela se faz necessária - por
exemplo, um bilhete para uma situação do dia a dia.
Para terminarmos de forma divertida, um outro caso de uso inadequado de registro da língua.
Consta que se trata de um caso verídico...
Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar a casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu
quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com
seus amados patos, disse-lhe:
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Saiba mAIS
Para saber mais sobre variação linguística e sobre as
diferenças entre língua falada e língua escrita, acesse
exercício
o seguinte vídeo:
h t t p : / / w w w. y o u t u b e . c o m / w a t c h ? v = _ Y 1 -
ibJcXW0&feature=related
Que tal dar uma paradinha para praticar? Faça os exercícios seguintes!
Observe a situação retratada nos quadrinhos abaixo e responda a questão que se segue:
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Fonte: HTTP://www.ebah.com.br/content/ABAAAgLP4AJ/enem-2013-portugu-s-1?part=2
1) Analise os registros linguísticos usados pelas personagens da historinha. Você diria que
estão adequados à situação retratada? Justifique sua resposta.
Resposta:
Ao que tudo indica, se trata de uma de audiência de uma CPI, em que uma testemunha
responde perguntas feitas por uma autoridade, no caso, um deputado, sobre esquemas de
corrupção política. Daí se justifica a linguagem formal usada nos três primeiros quadrinhos.
Ao ouvir a resposta do depoente implicando-o no processo, porém, o deputado desce o
nível do registro linguístico e cai no que poderíamos considerar como gíria ou até mesmo
linguagem vulgar. O humor do quadrinho reside justamente nessa queda do registro linguístico
no ambiente em questão.
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2) Partindo da leitura do texto abaixo, procure refletir, tendo como base o conceito de registro e
as múltiplas formas de contextualização da língua. A seguir, responda a questão que se segue.
O burocrata
Léo Montenegro
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Resposta:
O registro linguístico empregado por Robelério, de extrema formalidade, está totalmente
inadequado à situação em questão, ou seja, um assalto à luz do dia, em plena Cinelândia.
A fala de Robelério se revela tão inadequada que os bandidos o consideram maluco e ele
acaba por levar um tiro do chefe do bando.
Conclusão
A linguagem é a capacidade que o ser humano tem de se comunicar com as pessoas. Esta
capacidade é materializada através de um veículo social chamado de língua. Vimos, nesta
Unidade, que há variação entre a língua falada e escrita. A primeira é mais natural, já que
aprendemos a falar imitando o que ouvimos; a segunda, requer mais atenção e conhecimento
de quem fala.
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