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LEITURA E

PRODUÇÃO
TEXTUAL

Prof. Me. Mauro Cezar Vieira


Conceitos básicos

A Linguística de Signo: significante e Signo: arbitrariedade e


Ferdinand de Saussure; significado; valor.
Unidade 1 – Linguagem,
texto e textualidade

1. Quando se ensina língua, o que se ensina?


2. Análise da língua com base na produção
textual
3. Quando se estuda a língua, o que se estuda?
Quando se ensina
língua, o que se
ensina?

• Definição de língua: sistema de signos que


possibilita a comunicação entre as
pessoas.
• Na língua portuguesa, o ensino é focado
em aspectos gramaticais, vocabulário e
compreensão textual.
• Exemplos de conteúdos ensinados:
ortografia, morfologia, sintaxe, semântica,
interpretação de texto, entre outros.
Quando se ensina
língua, o que se ensina?

• Aquilo que se ensina não são as próprias coisas, mas antes, um conjunto de
conhecimentos sobre as coisas ou um modo, dentre outros possíveis, de se
relacionar com elas;
• Esta postura sugere que o ensino, seja lá do que for, é sempre o ensino de
uma visão do objeto e de uma relação com ele. Isto vale para o nosso objeto: a
língua; e mais ainda para os fenômenos aos quais nos dedicamos aqui: o texto,
os gêneros e a compreensão
Análise da língua com base na produção
textual

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A produção textual é uma forma de A análise da língua com base na Exemplos de análises: coesão e
aplicar os conhecimentos adquiridos produção textual permite identificar coerência textual, estruturação de
no ensino da língua. pontos fortes e fracos dos alunos e parágrafos, escolha de palavras, entre
auxiliar na melhoria da escrita. outros.
Análise da língua com base na produção textual
Quando se estuda a
língua, o que se
estuda?

• Além dos aspectos gramaticais, o


estudo da língua também engloba
questões socioculturais e históricas.
• O estudo da língua permite
compreender a evolução do idioma,
suas variações regionais e a influência
de outras línguas.
• Exemplos de conteúdos estudados:
história da língua portuguesa, variações
linguísticas, relações entre linguagem e
poder, entre outros.
Quando se estuda a língua, o que se
estuda?

O trabalho deve partir do enunciado e


O núcleo de trabalho será com a suas condições de produção para
entender e produzir textos. Sem
língua no contexto da
esquecer a língua, essa mudança iria
compreensão, produção e análise do significante à significação, do
textual; enunciado à enunciação, da palavra ao
texto e deste para a análise.
LEITURA E
PRODUÇÃO
TEXTUAL

Prof. Me. Mauro Cezar Vieira


Unidade 1 – Linguagem,
texto e textualidade

4. Noção de língua, texto, textualidade e


processos de textualização

5. Aprofundando a noção de língua

6. Noção de sujeito e subjetividade


Revisão da noção de língua como sistema de signos que possibilita
a comunicação entre as pessoas.
Noção de
língua, texto, Definição de texto: unidade de linguagem que apresenta uma
textualidade unidade de sentido.
e processos
de Exploração do conceito de textualidade, que engloba características
textualização como coesão, coerência, intertextualidade, entre outros.

Discussão sobre os processos de textualização, que envolvem a


seleção, organização e apresentação das informações em um texto.
Noção de língua,
texto, textualidade e
processos de
textualização

• Língua como atividade sociointerativa:


perspectiva que relaciona aspectos sócio-
históricos e discursivos;
• Sociointeracionismo observa o funcionamento
social, cognitivo e histórico da língua;
Noção de língua, texto,
textualidade e processos
de textualização

• Texto e discurso são a mesma coisa?


• Discurso como dispositivo e texto como suporte
• Textualidade: existe isso?
Aprofundando a
noção de língua

• Reflexão sobre a complexidade da


língua portuguesa e suas variações
regionais e sociais.
• Exploração das dimensões pragmática
e discursiva da língua, que
consideram a intenção do falante e o
contexto de uso da língua.
• Exemplos de uso da língua em
diferentes situações comunicativas.
Aprofundando a
noção de língua
• Não se deixa de admitir que a língua seja um sistema simbólico (ela
é sistemática e constitui-se de um conjunto de símbolos e
ordenados), contudo ela é tomada como uma atividade
socionterativa desenvolvida em contextos comunicativos
historicamente situados. Assim, a língua é vista como atividade, isto
é, uma prática socionterativa de base cognitiva e histórica.
Aprofundando
a noção de
língua MANCHETE:

“PRESIDENTE ACEITA FALAR DE


CRISE NA TV”
Noção de • Definição de sujeito: ser humano que
utiliza a língua para se comunicar e se
sujeito e relacionar com o mundo.
subjetividade • Discussão sobre a subjetividade na
linguagem, que se manifesta na escolha
das palavras, na construção do discurso e
na expressão das emoções.
• Exemplos de textos que exploram a
subjetividade, como poemas, narrativas
pessoais, entre outros.
Noção de sujeito
e subjetividade
• Pode-se dizer que o sujeito não é assujeitado nem
totalmente individual e consciente, mas produto de
uma clivagem da relação Entre a linguagem e
história. Em não sendo totalmente livre, nem
determinado por algum exterioridade. , o sujeito se
constitui na relação com o outro. E, como lembra,
Possenti, o sujeito não é a única fonte do sentido,
pois ele se inscreve na história e na língua.
• O eu fundamenta a consciência de si. E esta, como se
viu, dá-se no contraste com um tu. Assim,
Noção de subjetividade. Nasce no meio da intersubjetividade.
sujeito e Esses aspectos vão se tornar relevantes no tratamento
subjetividade do texto quando se observar o fundamento dos dêiticos
(este, aqui, agora, hoje, etc), sejam de lugar, tempo,
pessoa ou mesmo a modalidade os tempos verbais.
LEITURA E
PRODUÇÃO
TEXTUAL

Prof. Me. Mauro Cezar Vieira


Unidade 1 – Linguagem,
texto e textualidade

7. Noção de texto e linguística de texto

8. Relacionando texto, discurso e gênero

9. A textualidade e sua inserção situacional e sociocultural


Noção de texto e linguística de texto

Os textos são, a rigor, o único material linguístico observável, como lembro alguns autores, ponto. Isto quer dizer que há um
fenômeno linguístico de caráter, é nunci ativo e não meramente formal, que vai além da frase e constitui uma unidade de sentido.

De certo modo, pode-se afirmar que o texto é uma reconstrução do mundo, e não um simples reflexo ou refração.

O texto é um evento comunicativo em que convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas.


A linguística de texto surgiram nos meados dos anos 60 do século XX. Trata
hoje tanto da produção como da compreensão de textos orais e escritos.
Inicialmente, só se ocupava dos textos escritos e com o processo de
Noção de produção. Seus interesses e objetivos ampliaram se muito nos anos 90.

texto e
linguística
de texto A linguística textual parte da premissa de que a língua não funciona nem se
dá em unidades isoladas, tais como os fonemas, os morfemas, as palavras ou
as frases soltas, mas sim, é unidade de sentido, chamadas texto, sejam elas
textos orais ou escritos.
Noção de texto
e linguística de
texto

• A linguística textual é uma perspectiva


de trabalho com a língua que recusa a
noção de autonomia da língua.
• Seu tema abrange a coesão superficial
nível dos constituintes linguísticos, e a
coesão conceitual, nível semântico,
cognitivo, intersubjetivo e funcional.
Noção de texto e
linguística de texto
• Produzir um texto assemelha-se a jogar um jogo ponto antes de um jogo.
Temos um conjunto de regras que podem ser elásticas, como no futebol,
ou rígidos, como no xadrez. Um espaço de manobra que pode ser uma
quadra ou campo, tabuleiro ou a mesa. E uma série de atores, os
jogadores, cada qual com seus papéis em funções. Mas o jogo só se dá no
decorrer do jogo. Para que o jogo ocorra, todos devem colaborar.
Noção de
• Uma das principais regras do jogo textual é saber para
texto e quem o texto se dirige. Um dos problemas constatados
linguística nas relações escolares é precisamente este: não se
define com precisão a quem o aluno se dirige.
de texto
Relacionando • Discurso = texto + condições de produção
texto, discurso e • O contexto é algo mais do que um simples entorno e não se pode separar de
gênero forma rigorosa o texto do seu contexto discursivo. Contexto é fonte de sentido.
Relacionando texto,
discurso e gênero

• O discurso se inicia com a decisão pelo gênero anúncio de


restaurante que traz consigo uma esquematização com
algumas informações específicas que resultam no texto, como
a data, a configuração que funciona discursivamente para
persuadir os fregueses a ir a um restaurante. A própria
seleção da linguagem segue a decisão do gênero e seu
funcionamento discursivo no contexto pretendido.
A textualidade e sua
inserção situacional e
sociocultural

• Um texto tem relações situacionais e co-textuais.


Parece claro que o contexto pode ser visto como uma
rede de textos de diálogo, tanto de modo negociado
como conflituoso. Contrato e conflito fazem parte dos
movimentos da produção de sentido.
A textualidade e sua inserção
situacional e sociocultural

Seguindo a posição sócio interativa, os textos operam


basicamente em contextos comunicativos, o que os
determina como língua em funcionamento. Mas isto
Texto não existe como texto. A menos que alguém o
pode conduzir a seguinte indagação: podemos
processe como tal.
distinguir entre um texto e o não texto? Quando
sabemos que um conjunto de enunciados não
formam texto?
A textualidade e sua
inserção situacional
e sociocultural

• Não importa o quanto de problemas


ortográficos ou sintáticos tenham texto, ele
produzirá os efeitos desejados. Se estiver uma
cultura e circular entre sujeitos que dominam
a língua em que ele foi escrito.
LEITURA E
PRODUÇÃO
TEXTUAL

Prof. Me. Mauro Cezar Vieira


Unidade 1 – Linguagem,
texto e textualidade

10. Critérios de textualização


Critérios de
textualização

• Coesão;
• Coerência;
• Aceitabilidade;
• Informatividade;
• Situacionalidade;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade.
Critérios de
textualização
• Coesão
• Os processos de coesão dão conta da estruturação da sequência
superficial do texto. Seja por recursos, conectivos ou referenciais. Não
são simplesmente princípios sintático. Constitui os padrões formais para
transmitir conhecimentos e sentidos.
Critérios de
textualização
• Coerência
• A coerência é, sobretudo, uma relação de
sentido que se manifesta entre os enunciados
em geral de maneira global e não localizada.
Na verdade, a coerência providencia a
continuidade de sentido no texto e a ligação
dos próprios tópicos discursivos.
Critérios de
textualização
• Situacionalidade
• O critério da situacional alidade refere-se ao fato de
relacionarmos o evento textual à situação em que ele
ocorre. A situacionalidade não só serve para interpretar e
relacionar o texto ao seu contexto interpretativo, mas
também para orientar a própria produção. A
situacionalidade é um critério estratégico.
Critérios de
textualização
• Aceitabilidade
• A aceitabilidade diz respeito à atitude do
receptor do texto que recebe o como uma
configuração aceitável, tendo como coerente e
coeso, ou seja, interpretável e significativo.
Permite um certo grau de tolerância, além do
qual o texto não seria sequer inteligível.
• Intertextualidade
• Este critério subsumir as relações entre um dado texto
e os outros textos antes encontrados em experiências
Critérios de anteriores, com ou sem medição. Há um consenso
textualização quanto ao fato de se admitir que todos os textos,
comungam com outros textos, ou seja, não existem
textos que não mantém algum aspecto intertextual, pois
nenhum texto se acha isolado.
Critérios de
textualização
• Informatividade
• O essencial desse princípio é posto lá que no texto, deve ser possível
distinguir entre o que ele quer transmitir e o que é possível extrair
dele e o que não é pretendido. Ser informativo significa, pois, ser capaz
de dirimir incertezas.
Critérios de
textualização
• Intencionalidade
• Com base na intencionalidade, costuma se dizer que um ato de fala
ou anunciado um texto são produzidos com o objetivo, uma
finalidade que deve ser captada pelo leitor. Como se nota se essa
posição não chega a decidir uma primazia do autor e isto já desloca
todos os princípios da dialogue cidade para um plano de
subjetividade.
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