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Vinicius Milhomem
LINGUAGEM
E
LINGUÍSTICA
O que aprenderemos nessa
aula:
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Língua Fala
Sincronia Diacronia
Sintagma Paradigma
Significante Significado
Fatores de adequação
linguística
A linguagem não é uniforme, sofrendo variação
de acordo com o assunto, interlocutor,
ambiente e intencionalidade – fatores que se
referem à adequação linguística.
Os níveis de linguagem e de
fala são determinados por
alguns fatores, acompanhe-
os a seguir:
Os interlocutores (emissor e receptor) são parceiros na
comunicação, por isso, esse é um dos fatores determinantes
para a adequação linguística. O objetivo de toda
comunicação é a busca pelo sentido, ou seja, precisa haver
entendimento entre os interlocutores, caso contrário, não é
possível dizer que houve comunicação. Por isso, considerar o
interlocutor é fundamental. Por exemplo, um professor não
pode usar a mesma linguagem com um aluno na faculdade e
na alfabetização, logo, escolher a linguagem pensando em
quem será o seu parceiro é um fator de adequação
linguística.
O interlocutor
A linguagem também é definida a partir do
ambiente, por isso, é importante prestar
atenção para não cometer inadequações. É
impossível usar o mesmo tipo de linguagem
entre amigos e em um ambiente corporativo
(de trabalho); em um velório e em um campo
de futebol; ou, ainda, na igreja e em uma
festa.
Ambiente (Estilística)
Semelhante à escolha da linguagem, está a
escolha do assunto. É preciso adequar a
linguagem ao que será dito, logo, não se convida
para um chá de bebê da mesma maneira que se
convida para uma missa de 7º dia. Da mesma
forma que não haverá igualdade entre um
comentário de um falecimento e de um time de
futebol que foi rebaixado. É preciso ter bom senso
no momento da escolha da linguagem, que deve
ser usada de acordo com o assunto.
Assunto
A presença ou ausência de intimidade
entre os interlocutores é outro fator
utilizado para a adequação linguística.
Portanto, ao pedir uma informação a um
estranho, é adequado que se utilize uma
linguagem mais formal, enquanto para
parabenizar a um amigo, a informalidade é o
ideal.
Relação falante-ouvinte
Nenhum texto (oral ou escrito) é
despretensioso, ou seja, sem pretensão, sem
objetivo, todos são carregados de intenções.
E para cada intenção existe uma forma de
linguagem que será compatível, por isso, as
declarações de amor são feitas diferentes de
uma solicitação de emprego. Há maneiras
distintas para criticar, elogiar ou ironizar. É
importante fazer essas considerações.
Intencionalidade
(efeito pretendido):
Variação
Linguística
Conceito
Variação linguística é o modo pelo qual a língua se
diferencia dentro do seu próprio sistema. Esta
diferença pode ser histórica, geográfica ou
sociocultural. Vemos que a língua não é única, que o
sistema linguístico abriga diversos ângulos na
realização linguística. Observamos a diferenças na
fala que se relacionam à idade, à região do país, à
cultura e até mesmo ao estilo.
HISTÓRICA/TEMPO
2 - Variação diatópica
A língua varia no espaço, pois pode ser
empregada diferentemente dependendo do
local em que o indivíduo está.
A variação diatópica diz respeito justamente
às diferenças linguísticas que podem ser
vistas em falantes de lugares geográficos
diferentes.
Por isso, é mais observada em locais
diferentes mas com falantes da mesma língua.
REGIONAL
3 - Variação diastrática
A língua varia de acordo com fatores
sociais. A variação social está
relacionada a fatores como faixa etária,
grau de escolaridade e grupo
profissional e é marcada pelas gírias,
jargões e pelo linguajar singelo, já que
são aspectos característicos de certos
grupos
SOCIAL
3. 1 - Fator etário
A idade dos participantes da
comunicação é um dado relevante, já
que, a partir dela, serão feitas escolhas
linguísticas diferentes. Isso é visível na
comparação entre um jovem e uma
pessoa mais velha, em que cada um
usará vocábulos mais comuns à sua
geração.
SOCIAL
3. 2 - Fator da escolaridade
Este fator se liga a uma categoria essencial, que é a
educação. Na escola, aprendese a usar a língua em
situações formais de acordo com a “norma padrão” ou
“norma culta”. Esta norma está ligada ao conjunto de
usos e costumes linguísticos que rege qualquer língua e
é tão indispensável quanto as variações linguísticas: se
na fala escolhe-se um vocabulário coloquial, menos
preocupado com as regras gramaticais, na escrita
deve-se optar pela linguagem padrão, pois um texto
repleto de expressões informais pode não ser acessível
para todos os tipos de leitores
SOCIAL
3. 3 - Fator profissional
Cada grupo profissional possui um conjunto de
nomes e expressões que se ligam à atividade
desempenhada; ou seja, essa fator trata do
jargão típico de cada área. O campo do Direito,
por exemplo, utiliza palavras relacionadas a leis,
a artigos e a determinados documentos, assim
como a área da Medicina utiliza um vocabulário
que apenas os médicos são capazes de
entender.
SOCIAL
Variação diafásica
A língua varia de acordo com o contexto
comunicativo, isto é, a ocasião determina o
modo de falar, que pode ser formal ou
informal. Esta variação, portanto, refere-se
ao registro empregado pelo falante em
determinado contexto interacional, ou seja,
depende da situação em que a pessoa está
inserida.
ESTILO/SITUACIONAL
Preconceito
Linguístico
Preconceito Linguístico
Mito n° 1
Muitas vezes, os falantes das variedades
desprestigiadas deixam de usufruir diversos serviços
a que têm direito simplesmente por não
compreenderem a linguagem empregada pelos órgãos
públicos.
Mito n° 1
“Brasileiro não sabe português /
Só em Portugal se fala bem português”
Complexo de inferioridade;
Quando dizemos que no Brasil se fala português, usamos
esse nome simplesmente por comodidade e por uma razão
histórica, justamente a de termos sido uma colônia de
Portugal;
Depois de mais de cento e setenta anos de independência
política, continua com os olhos voltados para a norma
lingüística de Portugal.
Mito n° 2
“Português é muito difícil”
Como o nosso ensino da língua sempre se baseou na norma
gramatical de Portugal, as regras que aprendemos na
escola em boa parte não correspondem à língua que
realmente falamos e escrevemos no Brasil.
Todo falante nativo de uma língua sabe essa língua.
Eles continuam insistindo em nos fazer decorar coisas que
ninguém mais usa (fósseis gramaticais!);
A idéia de que “português é muito difícil” serve como mais
um dos instrumentos de manutenção do status quo das
classes sociais privilegiadas.
Mito n° 3
“As pessoas sem instrução falam tudo errado”
Mito n° 4
“As pessoas sem instrução falam tudo errado”
Mito n° 4
“As pessoas sem instrução falam tudo errado”
Nas novelas de televisão,
principalmente da Rede Globo,
todo personagem de origem
nordestina é, sem exceção, um tipo
grotesco, rústico, atrasado,
criado para provocar o riso, o
escárnio e o deboche dos demais
personagens e do espectador.
Mito n° 4
“O lugar onde melhor se fala português no Brasil
é o Maranhão”
Não existe nenhuma variedade nacional, regional ou local
que seja intrinsecamente “melhor”, “mais pura”, “mais
bonita”, “mais correta” que outra.
Passar a respeitar igualmente todas as variedades da
língua, que constituem um tesouro precioso de nossa
cultura.
Mito n° 5
“O certo é falar assim porque se escreve assim”
Variação, isto é, nenhuma língua é falada do mesmo jeito
em todos os lugares, assim como nem todas as pessoas
falam a própria língua de modo idêntico;
A escrita é uma tentativa de representação. Sabemos que
não existe nenhuma ortografia em nenhuma língua do
mundo que consiga reproduzir a fala com fidelidade.
A língua escrita, por seu lado, é totalmente artificial, exige
treinamento, memorização, exercício, e obedece a regras
fixas, de tendência conservadora, além de ser uma
representação nãobexaustiva da língua falada.
Mito n° 6
Espanto;
Medo;
Alegria;
Tristeza;
Saudade;
Ira;
Remorso;
Horror;
Felicidade;
Histeria;
Pavor.
“O certo é falar assim porque se escreve assim”
Do ponto de vista da história de cada indivíduo, o
aprendizado da língua falada sempre precede o
aprendizado da língua escrita, quando ele acontece. Basta
citar os bilhões de pessoas que nascem, crescem, vivem e
morrem sem jamais aprender a ler e a escrever!
A gramática tradicional despreza totalmente os fenômenos
da língua oral, e quer impor a ferro e fogo a língua literária
como a única forma legítima de falar e escrever, como a
única manifestação lingüística que merece ser estudada.
Mito n° 6
“É preciso saber gramática para falar e escrever bem”
A gramática normativa é decorrência da língua, é
subordinada a ela, dependente dela.
Mito n° 7
“O domínio da norma culta é
um instrumento de ascensão social”
Mito n° 8
1. Reconhecimento da crise
1. A quantidade injustificável de analfabetos que existe
neste país. Some-se a isso os milhões de crianças em
idade escolar que não frequentam nenhuma escola. Alto
índice de analfabetos funcionais.
2. Por razões históricas e culturais, a maioria das pessoas
plenamente alfabetizadas não cultivam nem
desenvolvem suas habilidades lingüísticas no nível da
norma culta.