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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA ESCOLA SEM MUROS
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LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO MÉDIO
Turma: 1º ano
Objeto de conhecimento: Variação linguística
Habilidades: Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da
identidade nacional.
Relacionar textos ao seu contexto de produção/recepção histórico, social, político, cultural,
estético.
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“Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um sem-número de
diferenciações.[…] Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até individual, pois cada um
procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o gosto e o pensamento, não prejudicam a
unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam diversamente de se servirem de um mesmo
instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção.”
O nível diafásico
Relaciona-se com o contexto
comunicativo, ou seja, a
ocasião é que será
determinante para a escolha
do modo de falar. Vemos, por
exemplo as diferenças entre
um texto escrito e um bate-
papo informal entre colegas.
https://slideplayer.com.br/slide/12111924/
2. Leia o texto:
Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar a mudança da língua
como um fato. Isso deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma de língua em suas atividades
escritas? Não deve mais corrigir? Não!
Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não existe apenas um
português correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo
dos manuais de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo dos cordelistas; o dos editoriais
dos jornais não é o mesmo dos dos cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou do de seus colunistas.
(POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011 – adaptado).
Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”. Assim sendo, o domínio
da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber
(A) desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela escola.
(B) moldar a norma padrão do português pela linguagem do discurso jornalístico.
(C) reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação ampla.
(D) adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
(E) descartar as marcas de informalidade do texto.
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3. Leia o texto:
Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
(GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).
Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).
As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto
Linguagem não-verbal: utiliza outros tipos de código, que não a palavra: desenhos, pinturas, fotos,
gestos.
Língua: um código, conjunto de signos e regras de uso que obrigam todos os falantes de uma
determinada comunidade linguística, apesar de suas diversidades.
É, também, um instrumento da nacionalidade, um elemento básico na formação do conceito de
pátria.
Língua : virtualidade
Fala: realidade
A fala, ao contrário da língua, por se constituir de atos individuais, torna-se múltipla, imprevisível,
irredutível a uma pauta sistemática. Os atos linguísticos individuais são ilimitados, não formam um
sistema
agramatical gramatical
descuidada elaborada
envolvimento distanciamento
Variações linguísticas
Possibilidades que a língua, dinâmica e versátil como é, apresenta, para a expressão comunicativa de
grupos sociais definidos em função de aspectos regionais, sociais, históricos, profissionais, etc
HISTÓRICA
GEOGRÁFICA
SÓCIOCULTURAL
PROFISSIONAL
CONTEXTUAL
Surfista 01: E aí brother, tranquilão?
da prainha ontem?
tá clássico!
Norma culta
A variante culta da língua é a língua padrão: É a variante ensinada na escola, de utilização em contextos
que exigem formalidade e inteira observância dos princípios gramaticais. Predomina nos textos
escritos.
Registro coloquial
Exercícios de aplicação:
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Da Nação Brasileira
Me dá um cigarro
3 – Pode-se afirmar que o texto abaixo ratifica a concepção da linguagem como um fenômeno dinâmico?
(...)
(...)
Variedades Linguísticas.
Variedade linguística demostra como uma língua é sensível a fatores
como região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o
grau de formalidade do contexto. Assim, é impossível todos usarem a
língua da mesma forma, já que cada um apresenta uma característica
social específica.
Língua Culta e Língua Coloquial.
A língua culta ou formal é usualmente falada e escrita em situações mais
formais pelas pessoas de maior instrução e de maior escolaridade. Os
documentos oficiais (leis, sentenças judiciais, etc.), os livros e relatórios
científicos, os contratos, as cartas comerciais, os discursos políticos etc.
são exemplos de textos escritos nessa variedade linguística.
A língua coloquial ou informal, por sua vez, é uma variante mais
espontânea, utilizada nas relações informais entre os falantes. É a língua
do cotidiano, sem preocupações com as regras rígidas da gramática
normativa. Outra característica da língua coloquial é o uso constante de
expressões populares, frases feitas, gírias, etc.
Adequação e inadequação linguística.
Mais do que saber as regras da impostas pela Gramática Normativa, um
bom falante da língua é aquele que sabe adequar o modo de utilizar a
linguagem a determinados contextos de comunicação. Como exemplo,
pode-se citar um falante que utiliza uma linguagem formal em um bilhete
para seu amigo de escola, uma pessoa com quem ele tem intimidade.
Sendo assim, esse falante não soube adequar o tipo de linguagem a este
contexto.
Fatores que influenciam na inadequação:
O interlocutor: Não se fala do mesmo modo com um adulto e com uma
criança
O Assunto: Falar sobre a morte de uma pessoa amiga requer uma
linguagem diferente da usada para lamentar a derrota do time de futebol.
O ambiente: Não se fala do mesmo jeito em um templo religioso e em
um festa com os amigos.
A relação falante-ouvinte: Não se fala da mesma maneira com um amigo
e com um estranho.
A intenção: Para se fazer um elogio ou um agradecimento, fala-se de
um jeito; para ofender, chocar, provocar ou ironizar alguém.
Agora, observe as duas questões retiradas da prova modelo do Enem,
disponível pelo MEC, e da prova da Unicamp de Língua Portuguesa (2009). As
perguntas seguem com os gabaritos:
Prova Modelo do Enem (2009)
Gabarito:
MAIS PRÁTICA
Texto 1
O poeta da roça
Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabaio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mio.
ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá.5. ed. Petrópolis: Vozes,
1984.
Texto 2
CAPÍTULO III
Seção I Da Educação
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
arte e o saber;
III. pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V. valorização dos profissionais do ensino, garantindo, na forma da lei,
planos de carreira para o magistério público, com piso salarial
profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e
títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições
mantidas pela União;
VI. gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII. garantia de padrão de qualidade.
Texto 3
Poliacrilatos e polimetacrilatos
A história de laboratório dos monômeros acrílicos começou em 1843,
quando da primeira síntese do ácido acrílico.
A isto seguiu-se em 1865 a preparação do etil-metacrilato, por Frankland
e Duppa, enquanto que em 1877 Fittig e Paul notavam que ele possuía
uma certa tendência para polimerizar. Por volta de 1900, a maioria dos
acrilatos mais comuns havia sido preparada em laboratório e ao mesmo
tempo já existiam alguns trabalhos sobre a sua polimerização. Em 1901,
o Dr. Rohm, na Alemanha, começou um estudo sistemático no campo
dos acrílicos e mais tarde tomou parte ativa no desenvolvimento
industrial dos polímeros do éster acrílico naquele país. O polimetilacrilato
foi o primeiro polímero acrílico produzido industrialmente (por Rohm e
Haas, em 1927). Foi vendido como uma solução do polímero em solvente
orgânico e foi usado principalmente em laças e formulações para
revestimentos superficiais. Mais tarde, Rowland Hill (da I.C.I.) estudou o
metílmetacrilato e sua polimerização em profundidade, enquanto que
Crawford (também da I.C.I.) desenvolveu um método econômico para a
fabricação do monômero.
Segundo o site
1. Língua e fala
A língua, segundo o lingüista Ferdinand de Saussure, 'é a parte social da
linguagem', isto é, ela pertence a uma comunidade, a um grupo social – a
língua portuguesa, a língua chinesa. A fala é individual, diz respeito ao
uso que cada falante faz da língua. Nem a língua nem a fala são
imutáveis. Uma língua evolui, transformando-se foneticamente,
adquirindo novas palavras, rejeitando outras. A fala do indivíduo
modifica-se de acordo com sua história pessoal, suas intenções e sua
maior ou menor aquisição de conhecimentos.
2. Nível culto
O nível culto é utilizado em ocasiões formais. É uma linguagem mais
obediente às regras gramaticais da norma culta. O nível culto segue a
língua padrão, também chamada norma culta ou norma padrão.
3. Nível coloquial
O nível coloquial ou popular é utilizado na conversação diária, em
situações informais, descontraídas.
É o nível acessível a qualquer falante e se caracteriza por:
• Expressividade afetiva, conseguida
pelo emprego de diminutivos,
aumentativos, interjeições e
expressões populares:
É só uma mentirinha, vai!
Você me deu
um trabalhão, nem te conto!
• Tendência a transgredir a norma culta:
Você viu ele por aí?
Você me empresta teu carro?
• Repetição de palavras e uso de
expressões de apoio:
Né? Você está me entendendo? Falou!
4. Gíria
É uma variante da língua, falada por um grupo social ou etário. É a fala
mais variável de todas, pois as expressões entram e saem 'da moda' com
muita freqüência, sendo substituídas por outras. Algumas se incorporam
ao léxico, dando origem a palavras derivadas. É o caso de dedo-
duro que deu origem a dedurar.
Celular – Brasil
Estas são as designações utilizadas pelos falantes dos dois países para
representar um aparelho de comunicação cuja designação técnica é
Telefone Celular.
No Brasil, falantes do Sudeste do país usam variantes distintas dos
falantes da região Sul.
Bergamota ou Vergamota – Florianópolis e região sul em geral
Mexerica – Minas Gerais
Os dois termos designam a mesma coisa, uma fruta cítrica de cor
alaranjada e sabor adocicado, conhecida como tangerina.
Estas diferenças normalmente são encontradas no campo lexical e
fonético e toda esta variação (no Brasil) é decorrente das influências que
cada região sofreu durante o processo de colonização do país,
adicionados as importações lexicais de outras línguas.
Aqui segue alguns exemplo dos variantes:
VARIAÇÃO DIASTRÁTICA
Referências:
Complementando:
A língua é um sistema em aberto e está sempre em elaboração. A língua
não é um produto nem um instrumento, é uso. É falada por indivíduos de
regiões, profissões e estratos sociais diferentes, situações diferentes — e
épocas diferentes.
2. A linguística estruturalista europeia recorreu ao prefixo dia- (que
significa ao «longo de», «através de») e produziu diferentes termos para
designar estes tipos de variações:
— no som/pronúncia;
— na flexão e na derivação;
— nos padrões de estruturação da frase;
— ao nível dos significados;
— pela introdução de novas palavras (neologismos e estrangeirismos).
Factores de variação:
POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano c.reconhecimento da variação linguística, segundo o grau
5, n. 67, maio 2011 (adaptado). de escolaridade dos falantes.
Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único d.identificação de usos linguísticos próprios da tradição
“português correto”. Assim sendo, o domínio da língua cultural carioca.
portuguesa implica, entre outras coisas, saber
e.variabilidade no linguajar carioca em razão da faixa etária
a.descartar as marcas de informalidade do texto. dos falantes.
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LISTA DE EXERCÍCIOS PARA O ENEM
a.marcar a classe social das personagens. Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se,
pelo emprego de palavras obsoletas, que itens lexicais
b.caracterizar usos linguísticos de uma região. outrora produtivos não mais o são no português brasileiro
c.enfatizar a relação familiar entre as personagens. atual. Esse fenômeno revela que
d.sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares. a.a língua portuguesa de antigamente carecia de termos
para se referir a fatos e coisas do cotidiano.
e.demonstrar o tom autoritário da fala de uma das
personagens. b.o português brasileiro se constitui evitando a ampliação
do léxico proveniente do português europeu.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova b.vocabulário regional desconhecido em outras variedades
Aguilar, 1983 (fragmento). do português.
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LISTA DE EXERCÍCIOS PARA O ENEM
a.adapta o nível de linguagem à situação comunicativa, 08 - (ENEM) Motivadas ou não historicamente, normas
uma vez que o gênero entrevista requer o uso da norma prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade
padrão. sobrepõem-se ao longo do território, seja numa relação de
oposição, seja de complementaridade, sem, contudo,
b.apresenta argumentos carentes de comprovação
anular a interseção de usos que configuram uma norma
científica e, por isso, defende um ponto de vista difícil de
nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar
ser verificado na materialidade do texto.
essa ao longo do território, seja numa relação de oposição,
c.propõe que o padrão normativo deve ser usado por seja de complementaridade, sem, contudo, anular a
falantes escolarizados como ele, enquanto a norma interseção de usos que configuram uma norma nacional
coloquial deve ser usada por falantes não escolarizados. distinta da do português europeu. Ao focalizar essa a
pensar na bifurcação das variantes continentais, ora em
d.acredita que a língua genuinamente brasileira está em consequência de mudanças ocorridas no Brasil, ora em
construção, o que o obriga a incorporar em seu cotidiano a Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios.
gramática normativa do português europeu.
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.;
e.defende que a quantidade de falantes do português BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de gramática: descrição e uso.
brasileiro ainda é insuficiente para acabar com a São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).
hegemonia do antigo colonizador.
O português do Brasil não é uma língua uniforme. A
variação linguística é um fenômeno natural, ao qual todas
07 - (ENEM) Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades
ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral linguísticas, o texto mostra que as normas podem ser
dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a
pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo atenção do leitor para
nordestino fala igual; contudo as variações são mais a.desconsideração da existência das normas populares
numerosas que as notas de uma escala musical. pelos falantes da norma culta.
Pemambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí
têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se b.difusão do português de Portugal em todas as regiões do
imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e Brasil só a partir do século XVIII.
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LISTA DE EXERCÍCIOS PARA O ENEM
c.existência de usos da língua que caracterizam uma norma 10 - (ENEM) No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos,
nacional do Brasil, distinta da de Portugal. o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber
o salário. Eis parte da cena: Não se conformou: devia haver
d.inexistência de normas cultas locais e populares ou engano. (...) Com certeza havia um erro no papel do
vernáculas em um determinado país. branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os
e.necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o
frequentes de uma língua devem ser aceitos. que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo?
Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria? O
patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o
vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano
09 - (ENEM)
baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso
Futebol: “A rebeldia é que muda o mundo” barulho não.
Conheça a história de Afonsinho, o primeiro jogador do Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91.a ed. Rio de Janeiro:
futebol brasileiro a derrotar a cartolagem e a conquistar o Record, 2003.
Passe Livre, há exatos 40 anos
No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem
Pelé estava se aposentando pra valer pela primeira vez, convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no
então com a camisa do Santos (porque depois voltaria a vocabulário. Pertence a variedade do padrão formal da
atuar pelo New York Cosmos, dos Estados Unidos), em linguagem o seguinte trecho:
1972, quando foi questionado se, finalmente, sentia-se um
a."Não se conformou: devia haver engano"
homem livre. O Rei respondeu sem titubear:
b."Fabiano perdeu os estribos"
— Homem livre no futebol só conheço um: o Afonsinho. Este
sim pode dizer, usando as suas palavras, que deu o grito de c."Passar a vida inteira assim no toco"
independência ou morte. Ninguém mais. O resto é conversa.
d."entregando o que era dele de mão beijada!"
Apesar de suas declarações serem motivo de chacota por
parte da mídia futebolística e até dos torcedores brasileiros, e."Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou"
o Atleta do Século acertou. E provavelmente acertaria
novamente hoje.
11 - (ENEM) As dimensões continentais do Brasil são objeto
Pela admiração por um de seus colegas de clube daquele de reflexões expressas em diferentes linguagens. Esse tema
ano. Pelo reconhecimento do caráter e personalidade de um aparece no seguinte poema:
dos jogadores mais contestadores do futebol nacional. E
principalmente em razão da história de luta — e vitória — “(….)
de Afonsinho sobre os cartolas.
Que importa que uns falem mole descansado
ANDREUCCI, R. Disponível em:
http://carosamigos.terra.com.br. Acesso em: 19 ago. 2011. Que os cariocas arranhem os erres na garganta
O autor utiliza marcas linguísticas que dão ao texto um Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais?
caráter informal. Uma dessas marcas é identificada em: Que tem se os quinhentos réis meridional
a.“[...] o Atleta do Século acertou.” Vira cinco tostões do Rio pro Norte?
b.“O Rei respondeu sem titubear [...]”. Junto formamos este assombro de misérias e grandezas,
c.“E provavelmente acertaria novamente hoje.” Brasil, nome de vegetal! (….)”
d.“Pelé estava se aposentando pra valer pela primeira vez (Mário de Andrade. Poesias completas. 6. ed. São Paulo:
[...]”. Martins Editora, 1980.)
e.“Pela admiração por um de seus colegas de clube daquele O texto poético ora reproduzido trata das diferenças
ano.” brasileiras no âmbito
a.étnico e religioso.
b.lingüístico e econômico.
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LISTA DE EXERCÍCIOS PARA O ENEM
12 - (ENEM) Naquela manhã de céu limpo e ar leve, devido Pra ele assim, ai, cantá mió
à chuva torrencial da noite anterior, sai a caminhar com o
sol ainda escondido para tomar tenência dos primeiros Assum preto veve sorto
movimentos da vida na roça. Num demorou nem um Mas num pode avuá
tiquinho e o cheiro intenso do café passado por Dona Linda
me invadiu as narinas e fez a fome se acordar daquela rema Mil veiz a sina de uma gaiola
letárgica derivada da longa noite de sono. Levei as mãos até
Desde que o céu, ai, pudesse oiá
a água que corria pela bica feita de bambu e o contato
gelado foi de arrepiar. Mas fui em frente e levei as mãos GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponível em:
em concha até o rosto. Com o impacto, recuei e me faltou o
fôlego por alguns instantes, mas o despertar foi imediato. www.luizgonzaga.mus.br. Acesso em: 30 jul. 2012
Já aceso, entrei na cozinha na buscação de derrubar a fome (fragmento).
e me acercar do aconchego do calor do fogão à lenha. Foi
As marcas da variedade regional registradas pelos
quando dei reparo da figura esguia e discreta de uma
compositores de Assum preto resultam da aplicação de um
senhora acompanhada de um garoto aparentando uns
conjunto de princípios ou regras gerais que alteram a
cinco anos de idade já aboletada na ponta da mesa em
pronúncia, a morfologia, a sintaxe ou o léxico. No texto, é
proseio íntimo com a dona da casa. Depois de um vigoroso
resultado de uma mesma regra a
“Bom dia!”, de um vaporoso aperto de mãos nas
apresentações de praxe, fiquei sabendo que Dona Flor de a.pronúncia das palavras “vorta” e “veve”.
Maio levava o filho Adão para tratamento das feridas que
pipocavam por seu corpo, provocando pequenas pústulas b.pronúncia das palavras “tarvez” e “sorto”.
de bordas avermelhadas.
c.flexão verbal encontrada em “furaro” e “cantá”.
GUIÃO, M. Disponível em: www.revistaecologico.com.br.
d.redundância nas expressões “cego dos óio” e “mata em
Acesso em: 10 mar. 2014 (adaptado).
frô”.
A variedade linguística da narrativa é adequada à descrição
e.pronúncia das palavras “ignorança” e “avuá”.
dos fatos. Por isso, a escolha de determinadas palavras e
expressões usadas no texto está a serviço da
a.localização dos eventos de fala no tempo ficcional. 14 - (ENEM) Noites do Bogart
b.composição da verossimilhança do ambiente retratado. O Xavier chegou com a namorada mas, prudentemente,
não a levou para a mesa com o grupo.
c.restrição do papel do narrador à observação das cenas
relatadas. Abanou de longe. Na mesa, as opiniões se dividiam.
d.construção mística das personagens femininas pelo autor — Pouca vergonha.
do texto.
— Deixa o Xavier.
e.caracterização das preferências linguísticas da
personagem masculina. — Podia ser filha dele.
Sol de abril e a mata em frô — Chocante, né? — disse o Xavier. E depois ficou na
dúvida. Ainda se dizia “chocante”?
Mas assum preto, cego dos óio
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LISTA DE EXERCÍCIOS PARA O ENEM
Beberam em silêncio. E ele disse: c.emprego de elementos que caracterizam sua linguagem
como coloquial.
— Quer dançar?
d.escolha de palavras ligadas ao meio rural, incomuns nos
E ela disse, sem pensar: meios urbanos.
— Depois, tio. e.utilização da palavra "coisa", pouco frequente nas zonas
E ficaram em silêncio. Ela pensando “será que ele ouviu?”. mais urbanizadas.
E ele pensando “faço algum comentário a respeito, ou
deixo passar?”. Decidiu deixar passar. Mas, pelo resto da
noite aquele “tio” ficou em cima da mesa, entre os dois,
latejando como um sapo. Ele a levou em casa. Depois
voltou. Sentou com os amigos.
03 – B
15 - (ENEM)
04 – E
05 – A
06 – A
07 – A
08 – C
15 - C
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SECRETARIA MUNICIPAL
DE EDUCAÇÃO
LÍNGUA PORTUGUESA
ATIVIDADE
3- Fica nítido a partir da leitura da tira, que a linguagem é uma expressividade um tanto
particular e, muitas vezes, restrita de determinados grupos sociais, revelando
indiretamente quem somos e com quem vivemos. A variante apresentada pelas
personagens da tira é uma:
a) Variedade linguística histórica.
b) Variedade linguística social.
c) Variedade linguística regional ou geográfica.
d) Variedade linguística situacional.
4-
Observe esta imagem e responda às ( ) Nessa imagem há uma unidade de
questões que a seguem. sentido, por isso podemos dizer que temos aí
um texto verbal;
( ) O texto impresso na placa é incoerente;
( ) O texto dessa placa pode ser classificado
como aviso ou comunicado;
( ) A função desse gênero textual é informar
o leitor acerca de uma proibição no
estabelecimento.
II) Supondo-se que essa placa não seja
trocada todos os dias, inferimos que, nesse
http://aescritanasentrelinhas.com.br/wp- estabelecimento:
content/uploads/2009/01/dsc026481.jpg a) é proibido fumar em alguns dias;
I) Com base em sua leitura, escreva nos b) é permitido fumar dia sim e dia não;
parênteses V (verdadeiro) ou F (falso) para c) não é permitido fumar em nenhum dia;
cada afirmativa a seguir.
d) não é permitido fumar todos os dias.
Escolha Múltipla:
A) Uniformidade
B) Diversidade
C) Simplicidade
D) Originalidade
A) Geografia
B) História
C) Cultura
A) Sotaque
B) Escrita
C) Poder político
Associação de Termos:
Pidgin
Gíria
Dialeto
Jargão
Preencha as Lacunas:
Um ________ é uma variedade de uma língua que se desenvolve em uma área geográfica
específica..
Escolha Múltipla:
A) Gíria
B) Pidgin
C) Dialeto
D) Jargão
Associação de Termos:
Variedade Socioeconômica
Variedade Estilística
Etnoleto
Definições:
Preencha as Lacunas:
No texto acima, há expressões que fogem ao padrão culto 11) (Enem Cancelado-2009) A escrita é uma das formas de
da língua escrita. expressão que as pessoas utilizam para comunicar algo e
a) Identifique-as. tem várias finalidades: informar, entreter, convencer,
b) Reescreva-as conforme o padrão culto. divulgar, descrever. Assim, o conhecimento acerca das
variedades lingüísticas sociais, regionais e de registro
torna-se necessário para que se use a língua nas mais
7) (Fatec-1995) "Ela insistiu: diversas situações comunicativas.
- Me dá esse papel aí." Considerando as informações acima, imagine que você
está à procura de um emprego e encontrou duas empresas
Na transposição da fala do personagem para o discurso que precisam de novos funcionários. Uma delas exige uma
indireto, a alternativa correta é: carta de solicitação de emprego. Ao redigi-la, você
a) Ela insistiu que desse aquele papel aí. a) fará uso da linguagem metafórica.
b) Ela insistiu em que me desse aquele papel ali. b) apresentará elementos não verbais.
c) Ela insistiu em que me desse aquele papel aí. c) utilizará o registro informal.
a) responda com uma única frase: qual é o principal No texto, o narrador qualifica a sua linguagem como fala
propósito da passagem transcrita? impura, ou seja, como linguagem mal tolerada pelos
b) elimine os traços de oralidade do texto e resuma a aula gramáticos do começo do século, principalmente por
no máximo em 30 palavras. aqueles que defendiam o parnasianismo e o realismo
acadêmico.
... nós vimos que ela assinala...como disse o colega aí...a a) Destaque três expressões do segundo parágrafo que
elevação da sociedade burguesa... e exemplificam a fala impura.
capitalista...ora...pode-se já ver nisso...o que é uma b) Explique por que essas expressões podem ser
revolução...uma revolução significa o quê? Uma consideradas exemplos de fala impura e, em seguida,
mudança...de classe...em assumindo o poder...você vê por transforme-as em fala pura.
exemplo...a Revolução Francesa...o que ela significa? Nós
vimos...você tem uma classe que sobe... e outra classe que 15) (Fuvest-1997) A única frase inteiramente de acordo
desce...não é isso? A burguesia cresceu...ela ti/ a burguesia com as normas gramaticais do padrão culto é:
Mostra o patife da nobreza o mapa: a) O mestre do samba volta em grande forma O Estado de
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; S. Paulo, 17/7/1999.)
Quem menos falar pode, mais increpa: b) O pior do sertão na festa dos 500 anos (O Estado de S.
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa. Paulo, 17/7/1999.)
c) Proteína direciona células no cérebro (Folha de S. Paulo,
A flor baixa se inculca por tulipa; 24/7/1999.)
Bengala hoje na mão, ontem garlopa, d) A farra dos juros saiu mais cara que a da casa própria
Mais isento se mostra o que mais chupa. (Folha de S. Paulo, 13/6/1999.)
e) Dono de telas ‘‘falsas’’ diz existir ‘‘armação’’ O Estado de
Para a tropa do trapo vazo a tripa S. Paulo, 21/7/1999.)
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
42) (ENEM-2005) Leia com atenção o texto: Levando em conta o texto lido, procure explicar de
[Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se maneira resumida a diferença entre língua escrita e língua
entrar numa loja de roupas desconhecendo certas falada.
sutilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para
ver os ternos - peça para ver os fatos. Paletó é casaco. 45) (ITA-2003) Leia o texto a seguir.
Meias são peúgas. Suéter é camisola - mas não se assuste,
porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma Boleiros sob medida
delícia?) Ciência e futebol é uma tabelinha raramente esboçada no
(Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, nº- 3, 78.) Brasil. A academia não costuma eleger os gramados como
O texto destaca a diferença entre o português do Brasil e o objeto de estudo e o mundo dos boleiros tampouco tem o
de Portugal quanto hábito de, digamos, dar bola para que os pesquisadores
a) ao vocabulário. dizem sobre o esporte mais popular do planeta. Numa
b) à derivação. situação privilegiada nos dois campos, tanto na ciência
c) à pronúncia. quanto no futebol, Turíbio Leite de Barros, diretor do
d) ao gênero. centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da
e) à sintaxe. Universidade Federal de São Paulo (Cemafe/Unifesp) e
fisiologista da equipe do São Paulo Futebol Clube há 15
anos, produziu um estudo que traça o perfil do futebol
43) (UFAC-1998) Leia o poema de Oswald de Andrade: praticado hoje no Brasil do ponto de vista das exigências
físicas a que os jogadores de cada posição do time são
Pronominais submetidos numa partida. (MARCOS PIVETTA. Pesquisa.
FAPESP, maio de 2002, p. 42)
Dê-me um cigarro
Diz a gramática a) O texto contém termos do universo do futebol, como,
Do professor e do aluno por exemplo, “tabelinha”, uma jogada rápida e entrosada
E do mulato sabido normalmente entre dois jogadores. Retire do texto outras
duas expressões que, embora caracterizem esse universo,
Mas o bom negro e o bom branco também assumem outro sentido. Explique esse sentido.
Da Nação Brasileira b) O título pode ser considerado ambíguo devido à
Dizem todos os dias expressão “sob medida”. Aponte dois sentidos possíveis
Deixa disso camarada para a expressão, relacionando-os ao conteúdo do texto.
Me dá um cigarro
46) (ITA-2003) Leia o texto seguinte.
Das alternativas abaixo, uma não corresponde ao poema.
Marque-a. “No dia 13 de agosto de 1979, dia cinzento e triste, que me
a) Exaltação do falar coloquial brasileiro. causou arrepios, fui para o meu laboratório, onde, por
b) A presença do humor. sinal, pendurei uma tela de Bruegel, um dos meus
c) A liberdade da métrica. favoritos. Lá, trabalhando com tripanossomas, e vencendo
d) Discriminação racial. uma terrível dor de dentes...” Não. De saída tal artigo seria
e) Nacionalização da Língua Portuguesa . rejeitado, ainda que os resultados fossem soberbos. O
estilo... O cientista não deve falar. É o objeto que deve
44) (SpeedSoft-2002) Leia o seguinte texto de Jô Soares: falar por meio dele. Daí o estilo impessoal, vazio de
emoções e valores:
Observa-se
É correto afirmar que, neste poema de Manuel Bandeira, 49) (PUCCamp-1995) MEU CARO DEPUTADO
a) emprega-se a modalidade do poema-piada, típica da O senhor nem pode imaginar o quanto eu e a minha
década de 20, com o fim de satirizar os costumes família ficamos agradecidos. A gente imaginava que o
populares. senhor nem ia se lembrar de nós, quando saiu a nomeação
b) usam-se os recursos sonoros (ritmo e metro regulares, do Otavinho meu filho. Ele agora está se sentindo outro.
redondilha menor) para representar a cultura branca, e os Só fala no senhor, diz que na próxima campanha vai
recursos visuais (imagens, cores), para caracterizar a trabalhar ainda mais para o senhor. No primeiro dia de
religião afro-brasileira. serviço ele queria ir na repartição com a camiseta da
c) mesclam-se duas variedades lingüísticas: uma que se campanha mas eu não deixei, não ia ficar bem, apesar que
aproxima da língua escrita culta e outra que mimetiza uma eu acho que o Otavinho tem muita capacidade e merecia o
modalidade da língua oral-popular. emprego. Pode mandar puxar por ele que ele da conta, é
d) manifesta-se a contradição entre dois tipos de práticas trabalhador, responsável, dedicado, a educação que ele
religiosas, representadas pelas oposições negro × branco, recebeu de mim e da mãe foi sempre no caminho do bem.
macumba × pai de santo, nego véio × Encantado. Faço questão que na próxima eleição o senhor mande mais
e) expressa-se a tendência modernista de encarar a cultura material que eu procuro todos os amigos e os conhecidos.
popular como manifestação do atraso nacional, a ser O Brasil precisa de gente como o senhor, homens de
superado pela modernização. reputação despojada, com quem a gente pode contar.
Meu vizinho Otacílio, a mulher, os parentes todos também
48) (VUNESP-2006) Meninos carvoeiros votaram no senhor. Ele tem vergonha, mas eu peço por
Os meninos carvoeiros ele, que ele merece: ele tem uma sobrinha, Maria Lúcia
Passam a caminho da cidade. Capistrano do Amara, que é professora em Capão da Serra
— Eh, carvoero! e é muito adoentada, mas o serviço de saúde não quer dar
E vão tocando os animais com um relho enorme. aposentadoria. Posso lhe garantir que a moça está mesmo
Os burros são magrinhos e velhos. sem condições, passa a maior parte do tempo com dores
Cada um leva seis sacos de carvão de lenha. no peito e na coluna que nenhum médico sabe o que é. Eu
A aniagem é toda remendada. disse que ia falar com o senhor, meu caro deputado, não
Os carvões caem. prometi nada, mas o Otavinho e a mulher tem esperanças
(Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, que o senhor vai dar um jeitinho. É gente muito boa e
dobrando-se com um gemido.) amiga, o senhor não vai se arrepender.
— Eh, carvoero! Mais uma vez obrigado por tudo, Deus lhe pague. O
Só mesmo estas crianças raquíticas Otavinho manda um abraço para o senhor. Aqui vai o
Vão bem com estes burrinhos descadeirados. nosso abraço também. O senhor pode contar sempre com
A madrugada ingênua parece feita para eles... a gente.
Pequenina, ingênua miséria! Miroel Ferreira (Miré)
2) a) O anjo de Drummond vem desenhado bem no 9) a) O pronome você está sendo usado de maneira
estilo grave que lhe impõe a língua literária, culta; já o generalizante, referindo-se a qualquer pessoa (às pessoas
em geral). Esse uso é típico da linguagem oral, coloquial.
anjo de Chico Buarque, vem no estilo bem popular com
que o autor o coloca na sua composição “safado”, “chato” b) Sim. O fato de o aluno nem prestar atenção é colocado
e menos culto, bem na linhagem dos malandros que como algo bastante negativo para a professora e, ao
costumam ser brindados nas composições do autor. mesmo tempo, como comum à empregada. Portanto, fica
b) O verbo “dizer “ passa apenas a idéia neutra de uma subentendido que o que a empregada fala não é
informação; já “decretar” deixa clara a imposição a que merecedor de atenção.
parece não pode o sujeito esquivar-se de obedecer. A
própria figura do querubim, na escala angelical é superior à 10) a) Compre dois sabonetes e ganhe o terceiro.
b) O jogador encarou o adversário.
do simples anjo, o que justifica a diferente escolha lexical.
c) O advogado é um elo entre o cliente e a Justiça.
3) a) Sim. “Capitulação” significa submissão, e o autor d) Certos países vivem em conflito.
entende que o povo tem vergonha da própria língua (“com e) No momento não temos esse produto, mas vamos
vergonha / Da própria língua”), e, portanto, capitula diante recebê-lo.
da invasão dos estrangeirismos.
11) Alternativa: D
b) Segundo o autor, não. Primeiro, porque o termo
delivery poderia ser facilmente substituído por expressões
da língua portuguesa, como entrega em domícilio; 12) Alternativa: B
segundo, pelo uso da expressão ‘até’.
13) a) O principal propósito da passagem transcrita é
definir o significado histórico de Revolução.
4) a) “Toques”, termo coloquial, informal, significa b) Revolução significa mudança de classe no poder, através
“indicações” ou, numa variante consagrada na gíria de violência.
Assim como foi a queda da aristocracia e conseqüente
escolar, “dicas”.
ascensão da burguesia, na Revolução Francesa, e a vitória
b) Há inúmeras possibilidades. Uma delas:
Vou te dar um toque: evite comprar brigas com esse do proletariado na Rússia.
professor.
14) a) Há mais que três. São elas:
“Tudo ele contou pro homem”
5) a) “Precisamos de um novo ‘software’ para acessar o “... e eu fiquei pra vos contar a história”
mundo.” (Este é o único trecho em que “a autora utiliza “Por isso que vim aqui”
alguns elementos da tecnologia para traduzir seu “Me acocorei em riba destas folhas”
pensamento”, embora a formulação da pergunta - “... botei a boca no mundo...”
“transcreva um trecho” - implique a existência de outros
trechos.) b) “Pro” é uma contração de para + o, mas ainda não
b) No mundo presente, a vida não mais é moldada por dicionarizada.
valores e modelos (“padrões”) tradicionais. "Pra" é uma forma reduzida de para, também ainda não
dicionarizada.
O que da expressão “Por isso que vim aqui” é expletivo,
traço marcante da coloquialidade.
6) a) por poucas e boas; tipo quando; teve um love affair;
lady; para Deus e o mundo Segundo a Gramática tradicional, não se inicia uma oração
b) A princesa Diana já passou por momentos difíceis. Por com pronome pessoal oblíquo átono, tal como ocorreu em
exemplo, quando seu ex-marido Charles manteve um “Me acocorei”.
relacionamento extraconjugal com a senhora Camille, A expressão “em riba de” é marcadamente coloquial.
revelado mundialmente. A expressão “botei a boca no mundo" também é
marcadamente coloquial.
Transformando-as em "fala pura", teríamos:
7) Alternativa: E
• Tudo ele contou para o homem
8) a) As marcas são: • ... e eu fiquei para vos contar a história
Uso de 'a gente' em lugar de 'nós', mas fazendo a • Por isso vim aqui
concordância com 'nós'. (a gente ...vamos prestar) • Acocorei-me sobre estas folhas
• ... alardeei para todos...
16) a) Se eu não estivesse atento e não tivesse olhado o 32) a) Quanto à eficiência, ele é ótimo.
rótulo, o paciente teria morrido. b) Este funcionário não é adequado ao perfil da empresa.
b) Ambientalistas defendem a econologia, combinação de c) Durante a entrevista, ele afirmou que a questão salarial
princípios da economia, sociologia e seria adiada.
ecologia, como maneira de viabilizar formas alternativas d) Na próxima semana, enviaremos nosso programa de
de desenvolvimento. atividades a todos os associados.
Obs: Há outras ordens possíveis, tal como:
Como maneira de viabilizar formas alternativas de 33) Alternativa: A
desenvolvimento, ambientalistas defendem a econologia,
combinação de princípios da economia, sociologia e 34) Alternativa: D
ecologia.
35) Alternativa: A
17) a) ... a cada dia mais raros como também ou e também
ou mas também (penam) na hora de trocar... 36) a) O candidato tanto pode responder ‘sim’ quanto
b) O paralelismo é estabelecido a partir da relação ‘não’, desde que justifique adequadamente. A referência a
coordenativa de adição: não só... mas também. ‘Paraná’, estabelecida pelo ‘que’, não se altera com a troca
pela vírgula. O que muda é a ênfase sobre a relação entre
as duas frases e, conseqüentemente, o ritmo, a entonação.
18) Alternativa: A Ocorrem, portanto, mudanças prosódicas. A vírgula
imprime continuidade entre as duas frases, ressaltando o
19) Alternativa: A sentido de causa e conseqüência entre “largou o verbo” e
“respondeu à altura”, com menor ênfase sobre cada uma
20) O fato de o menino dispensar a oferta de mais um das ações afirmadas. O ponto final imprime maior
doce, oferecido pela narradora. independência entre essas ações, e também entre as
personagens.
21) Alternativa: B b) Esse trecho da resposta de Paraná chama a atenção
para a sintaxe da língua pelo uso de ‘le’, não esperado
22) Alternativa: B segundo a norma gramatical padrão. A resposta de Paraná,
pela presença do pronome oblíquo, traz uma tentativa de
23) Alternativa: C estruturação formal, que fica em dessintonia com a
substituição de ‘lhe’ por ‘lê’ e por sua colocação na frase.
24) Alternativa: A c) Esbravejou, gritou, trovejou (entre outras). As
substituições que se aproximarem mais do sentido de
25) Alternativa: E ‘tonitruou’ serão mais valorizadas, mas todas as
substituições possíveis serão consideradas.
26) a) Porque não usa formas verbais menos comuns,
como o mais-que-perfeito. Há várias possibilidades para o Esta questão chama a atenção para a importância de
autor ter utilizado essa forma, mas, principalmente, o fato reflexões sobre a pontuação, a prosódia, a sintaxe e a
de ambas as formas serem equivalentes semanticamente e sinonímia nos processos de leitura e escrita. No item a), há
a forma composta ser mais comum e, portanto, de mais uma articulação entre a pontuação e a prosódia. Seria
fácil entendimento, o que aproximaria o autor de seu interessante que o candidato reconhecesse a importância
público. da prosódia para a interpretação. Contudo, como já
b) O verbo aspirar, no contexto, significa desejar, querer, afirmado, não se penalizará aquele candidato cuja
pretender, almejar. resposta venha pautada por uma perspectiva mais
referencial. No item b), espera-se que candidato reflita
sobre a norma padrão da língua, e que, ao mesmo tempo,
27) Alternativa: B considere a sintaxe como parte integrante do processo de
leitura. O item c) incide sobre a possibilidade de o
28) Alternativa: D candidato compreender o sentido de uma palavra mesmo
que nunca a tenha encontrado anteriormente. As relações
29) Alternativa: E sinonímicas não se restringem à troca de uma palavra por
outra, o que significa que essa questão não é de
30) Resposta: 35 vocabulário, mas de leitura.
38) a) Graciliano Ramos quer dizer que Guimarães Rosa 47) Alternativa: C
não era uma pessoa mesquinha e não guardaria
ressentimentos diante das críticas. 48) a) O verso “— Eh, carvoero!”, repetido três vezes ao
b) “- Mais depressa, é para esmoer?!” longo do poema, substitui o registro culto (“carvoeiro”)
Nota-se como o r não foi cortado (esmoê seria o recurso pela variante coloquial, reproduzida por aproximação
ingênuo). sonora, que elide a vogal “i”. O próprio poema fornece a
prova da aproximação, ao apresentar, no primeiro verso, a
39) Alternativa: B forma culta “carvoeiros”.
b) Embora o poema pertença a uma fase de transição para
40) Alternativa: D a estética desencadeada pela Semana de 1922, seu autor,
Manuel Bandeira, tornou-se uma das principais
41) A ambigüidade foi produzida pelo pronome dele, personalidades da nova escola. Explorando a variante
presente na expressão "à casa dele" que tanto pode popular da linguagem, o texto incorpora alguns traços
referir-se à casa de Carlos quanto à de João: assim, ficamos característicos do Modernismo: a focalização de
sem saber à casa de quem o sujeito foi. personagens populares, em tarefas corriqueiras do
Para evitar essa duplicidade de sentido, poderíamos redigir cotidiano (neste caso, os “meninos carvoeiros”); a
a frase de duas formas diferentes: preocupação social (presente na referência à “Pequenina,
a) Carlos foi à casa dele com João. ingênua miséria!” das crianças) e a liberdade formal
b) Carlos foi à casa de João com ele. (patente na adoção de versos livres e brancos).
49) Alternativa: D
42) Alternativa: A
50) a) O radical “-logia” (-tologia) usualmente identifica
43) Alternativa: D campos de conhecimento (como em geologia, ecologia),
mas embromar não é um desses campos de
44) A língua escrita é bastante diferente da língua falada, conhecimento.
como bem mostra o texto de Jô Soares. A língua escrita b) Achávamos nojento o cheiro de bicho, de bosta e de
não é uma mera transcrição fonética da fala, uma vez que mijo, mas a ecologia nos fez achar isso genial.
em sua composição contribuem também fatores c) “... e estava escrito que é pausterizado, ou pasteurizado,
etimológicos. sei lá, tem vitamina...”
Se a língua escrita fosse igual à falada, não seria possível a
unidade da língua portuguesa, uma vez que existem 51) Alternativa: A
inúmeros modos de pronúncia nas várias regiões do país,
ou até mesmo dentro de uma mesma região. PERCENTUAIS DE RESPOSTA NO EXAME
A B C D E
45) a) 34 16 16 19 15
- “dar bola”: prestar atenção, ter interesse por
- “campos”: assuntos, matérias O efeito de paródia, explorado como recurso estilístico
b) Boleiros sob medida permite, de acordo com o texto, as pelo autor desse poema, apresenta-se na utilização de
seguintes interpretações: expressões retomadas ora da carta de Pero Vaz de
- Atletas que se encaixam perfeitamente em uma posição Caminha ora da linguagem coloquial corrente de época,
- Atletas que são submetidos a avaliações constantes. gerando um efeito de humor crítico. Uma condição
essencial para compreender o problema proposto nessa
46) a) questão - identificar os arcaísmos e os coloquialismos
De forma: existentes no poema - é conhecer o contexto de produção
Uso da primeira pessoa: me, fui, pendurei, meus do texto e sua relação intratextual. Se o participante
De conteúdo: desconhece ou não considera o contexto histórico do
Digressão: onde, por sinal,pendurei uma tela de Bruegel, poema, a identificação será parcial, já que o enunciado
um dos meus favoritos. indica como pressuposto “a criação de um efeito de
Subjetividade e emotividade: dia cinzento e triste, um dos contraste” na utilização das expressões. Possivelmente a
meus favoritos
54) a) Sim, porque o campo semântico das metáforas 63) a) Orientação para o uso deste medicamento
(estribo, rédeas, algibeira) é compatível com o Antes de usar este medicamento, verifique se no (também
interlocutor, o fazendeiro Matraga. é aceitável do) rótulo constam as seguintes informações:
b) Há mais de uma. São elas: seu nome, o nome de seu médico, as datas de
“não tira o estribo do pé de arrependido nenhum” manipulação e de validade, e a fórmula do medicamento
“o Reino do Céu, que é o que mais vale, ninguém tira de solicitado.
sua algibeira”. b) O pronome “seu” faz referência à pessoa que comprou
o medicamento. Essa conclusão é possível porque o
pronome “seu” aparece, com o mesmo referente, na
55) Alternativa: A expressão “seu médico” e como não faz sentido que o
remédio tenha um médico, o pronome “seu” só pode estar
56) Alternativa: A referindo-se ao leitor.
68) Alternativa: B
60) a) "Aí", "deita e rola", "está por cima da carne-seca",
"seria um inferno", "entrar em parafuso". 69) Alternativa: B
b)
"Aí" = dessa forma, assim, então. 70) a) o - r final: desaparece, independentemente da vogal
"deita e rola" = faz o que quer. que o precede ou da classe a que pertence a palavra:
"está por cima da carne-seca" = está em situação “contá” por contar (verso 2)
privilegiada. “derrubá” por derrubar (verso 13)
"seria um inferno" = seria traumático, difícil. “sinhô” por senhor (verso 1)
"entrar em parafuso" = perder o controle. “cobertô” por cobertor (verso 25)
“esquecê” por esquecer (verso 27)
o - lh medial das palavras: é substituído pela vogal i (que
61) Há inúmeras possibilidades. Uma delas é: passa a formar ditongo com a vogal anterior:
A ciência procura expedientes engenhosos para combater “véia” por velha (verso 5)
o câncer, mas desta vez parece que pesquisadores “paia” por palha (verso 26).
74) Alternativa: C
75)
01 02 04 08 16
F V V F V
TOTAL = 22
76)
01 02 04 08 16
V V V V V
TOTAL = 31
77)
01 02 04 08 16
V F V V V
TOTAL = 29
79) Alternativa: C
80) Alternativa: A
81) Alternativa: B