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A Consciência Fonológica

Importância do estudo e aplicação das habilidades da


consciência fonologia
Conteúdos Abordados
• A Consciência Fonológica (Conceito)

• Aproximação ao conceito de Consciência Fonológica

• Evolução do desenvolvimento fonológico da criança em cada idade

• Importância do estudo das Habilidades da consciência fonológica


Introdução
O presente trabalho aborda sobre as habilidades da consciência fonológica,
mais concretamente a sua importância de estudo e aplicação. De acordo
com Neurosaber (2020), a Consciência Fonológica é a habilidade de
manipular os sons da língua, através da percepção dos diferentes sons das
palavras. A percepção de que as palavras são formadas por sílabas e
fonemas é consciência fonológica.
No processo de alfabetização, espera-se que a criança compreenda que a
escrita é a representação da fala. Isso quer dizer ser capaz de distinguir os
sons das palavras e perceber que elas são segmentadas em pequenos
grupos — sílabas e fonemas.
Objectivos
Objectivos Gerais

O presente trabalho tem como objeto principal a importância das


habilidades da consciência fonológica

Objectivos Gerais
•Descrever a importância da consciência fonológica;
•Identificar os seus níveis; e
•A sua evolução
Metodologia
O trabalho realizado foi elaborado muito sucintamente através da seguinte
metodologia:
1. Pesquisa bibliográfica/consulta de sítios na internet, esta última
essencialmente para a caraterização das realidades apresentadas no que
concerne a consciência fonológica no setor da Psicologia;
2. Sintetização de toda a informação recolhida;
3. Desenvolvimento teórico dos principais procedimentos a adotar na
aplicação das habilidades que são cedidas pela consciência fonológica.
A Consciência Fonológica (Conceito)
A consciência fonológica de acordo com Neurosaber (2020) é um conjunto de habilidades
fonológicas, que vão desde a percepção do tamanho das palavras até a capacidade de
segmentar e manipular silabas e fonemas.

Ela faz parte do processamento fonológico, ou seja, o processamento das informações da


estrutura da linguagem oral. Dessa forma, a consciência fonológica se refere a habilidade de
entender a segmentação da fala e manipular esses segmentos.

O desenvolvimento da consciência fonológica se dá à medida que criança percebe o sistema


sonoro da língua, ou seja, que ela é composta por palavras, silabas e fonemas. Assim, é
imprescindível trabalhar a consciência fonológica no processo de alfabetização, pois ela acelera
a aquisição da leitura — é como um pré-requisito.
Continuação
A criança, assim que nasce, é exposta a enunciados de fala dentro do seu meio familiar e social
com o intuito de comunicar. É um processo complexo mas ao mesmo tempo deslumbrante, no
qual a criança, de um modo natural e intuitivo, começa a adquirir e a desenvolver a sua
linguagem. Baseado na teoria inatista, (Chomsky, 1986) defende que, quando nascemos, estamos
predispostos a aprender a falar, uma vez que estamos biologicamente equipados com a faculdade
para adquirir a linguagem.

A capacidade infantil para refletir sobre as propriedades formais da língua, a chamada


consciência linguística, começam a desenvolver-se no final dos anos pré-escolares e evoluem
posteriormente, durante os anos escolares, para um conhecimento metalinguístico mais
explícito, no qual as crianças passam a ser capazes de controlar de forma consciente e deliberada
as regras sintáticas das frases e a estrutura fonológica das palavras (Sim-Sim, Silva & Nunes,
2008).

Esta consciência metalinguística envolve diferentes habilidades, é através dela que podemos
segmentar e manipular a fala nas suas unidades mais pequenas, isto é, as palavras, sílabas,
fonemas. Também nos permite separar as palavras do seu referente identificando as diferenças
entre os significados e os significantes, de reconhecer semelhanças sonoras entre as palavras e
ainda de analisar a coerência semântica e sintática de enunciados. (Cardoso, 2011).
Aproximação ao conceito de
Consciência Fonológica
Para que a alfabetização ocorra de modo harmonioso é essencial que as crianças
tenham desenvolvidas as habilidades de perceção e de discriminação auditiva. Estas
habilidades, ao contrário da linguagem, não se formam de modo natural, é necessária
uma reflexão sobre a oralidade e uma capacidade de segmentar as palavras nos seus
constituintes fonémicos mais pequenos (Barreira, 2012). Assim que a criança começa
a dominar a linguagem oral, esta foca a sua atenção para o significado das palavras
que usa e não propriamente aos sons das mesmas.
Logo, é à medida que evolui o desenvolvimento linguístico que a criança começa a ter
noção de que as palavras que pronuncia são compostas por sons e que estes podem
ser isolados e manipulados. É nesta fase, mais concretamente quando a criança tem
noção de que a linguagem falada pode ser segmentada em várias unidades,
nomeadamente a frase em palavras, as palavras por sua vez em sílabas e as sílabas em
fonemas e que estas unidades podem-se repetir em diferentes palavras e frases, que
se pode admitir que a criança desenvolveu a sua consciência fonológica (CF)
(Rombert, 2013).
Continuação
Em síntese, podemos proferir que a CF é uma capacidade cognitiva que os falantes
desenvolvem gradualmente e que culmina com a capacidade de reconhecer, discriminar,
isolar e manipular de forma deliberada, os segmentos fonológicos de uma língua (Freitas &
Santos, 2001). Esta pode ocorrer a dois níveis: a um nível superficial, no qual é analisado a
estrutura geral dos sons da linguagem, ou seja, onde a criança consegue dividir uma
palavra em sílabas e a um nível mais complexo, em que a criança já terá de ter a
competência de isolar e de manipular fonemas (Schuele & Boudreau, 2008). Sendo, através
desta capacidade e de um modo gradual, que a criança vai começando a ampliar o seu
léxico fonológico.

Para tal acontecer, também é importante analisar e compreender como é que a criança se
desenvolve a nível fonológico. Sendo que, no que concerne ao desenvolvimento fonológico,
podem-se distinguir dois períodos: o pré-linguístico, que corresponde aos primeiros sons
pronunciados pela criança ainda bebé, como o choro, palreio, o riso e a lalação, e o período
linguístico, que surge com a pronúncia das primeiras palavras em uniformidade com as
regras fonológicas da língua (Sim-Sim, Silva & Nunes, 2008).
Evolução do desenvolvimento
fonológico da criança em cada idade
• Recém-nascido – chora e faz sons vegetativos (soluços, arrotos, suspiros)
(Rombert, 2013); por volta da primeira e segunda semana, a criança demonstra
capacidade para distinguir a voz humana (Sim-Sim, 1998).
• 2-4 meses – “arrulha” (“ah”, “oh”, “eh”), faz sons guturais (“arre”), guinchos e
sorrisos (Rombert, 2013);
• 4-6 meses – palra, dá gargalhadas, vocaliza com diferentes entoações (Rombert,
2013); Entre os cinco/seis meses, consegue reconhecer padrões ao nível da
entoação e do ritmo (SimSim, 1998).
• 6-8 meses – balbucia (“mamama”, “papapa”, “bababa”) (Rombert, 2013); Aos seis
meses, para além do referido, interage quando lhe são realizadas perguntas,
dadas ordens ou aquando de demostrações de carinho ou zanga (Sim-Sim, Silva,
& Nunes, 2008).
Continuação
• 8-12 meses – emite palavras (“papá” (pai), “mamã” (mãe), “oá” (olá)
(Rombert, 2013); Dos nove aos treze meses, reconhece “sequências
fonológicas em contexto” (Sim-Sim, 1998, p. 88).
• 12-18 meses – usa todas as vogais (“a”, “e”, “i”, “o”, “u”), sílabas (“pa”, “ba”,
“ma”, “ta”, “da”, “na”), palavras (“bebé”, “popó”) e frases (“na da”). Não
produz consoantes finais (“ve” em vez de “ver”). Faz sons dos animais
(“au-au”, “miau-miau”, “piu-piu”) (Rombert, 2013);
• 18-24 meses – usa sílabas para dizer palavras (“pa” em vez de “pato”, “ga”
em vez de “gato”, “tato” em vez de “fato”) (Rombert, 2013)ou seja, nomeia
objetos a partir da utilização da sílaba sem significado (Sim-Sim, 1998).
Continuação
• 2-3 anos – suprime o fonema inicial (“ão” em vez de “cão”), final (“doi” em
vez de “dois”), mais de uma sílaba (“neca” em vez de “boneca”) ou reduz
os ditongos (“caxa” em vez de “caixa”). Faz substituições de fonemas
(“manana” em vez de “banana” ou “cigago” em vez de “cigarro”, “tapato”
em vez de “sapato”). Mostra-se sensível à sílaba e à palavra (diz “dois
bigos” em vez de “dois umbigos”). 50% do que diz deve ser entendido por
estranhos (Rombert, 2013);
• 3-4 anos – pode suprimir uma sílaba dentro da palavra (“cana” em vez de
“cabana”) ou uma consoante final (“pinta” em vez de “pintar”). Inicia as
rimas. 75% do seu discurso deve ser percetível para estranhos (Rombert,
2013);
Continuação
• 4-5 anos – usa, com maior frequência, palavras longas, com mais de três
sílabas. Pode substituir “palhaço” por “paiaço”; “limão” por “uimão”;
“colher” por “coler”. 100% do seu discurso deve ser percetível para
estranhos, mesmo podendo existir ainda algum erro (Rombert, 2013);
• -6 anos – pode suprimir o “r” nos grupos ou trocar a ordem (“buxa” em
vez de “bruxa”, “trigue” em vez de “tigre”, “corcodilo” em vez de
“crocodilo”). Pode adicionar uma vogal (“belusa” em vez de “blusa”,
“maramelo” em vez de “marmelo”) (Rombert, 2013);
• + de 6 anos – é capaz de dividir as palavras em fonemas, por exemplo,
divide “pato” em fonemas isolados “p-a-t-o”. Podem existir ainda
dificuldades em articular palavras novas ou desconhecidas (Rombert,
2013);
Importância do estudo das Habilidades
da consciência fonológica
O domínio da leitura e da escrita é fundamental para uma participação efetiva do
ser humano na vida em sociedade. Seu aprendizado está associado a várias
habilidades cognitivas, que são as habilidades usadas para aprender, compreender
e integrar as informações de uma forma significativa. Dentre as habilidades
cognitivas que diretamente se relacionam com o aprendizado da leitura e da
escrita, a consciência fonológica é vista como uma das habilidades mais fortemente
relacionada, sendo considerada por muitos pesquisadores como a chave para o
aprendizado da leitura e da escrita.
A consciência fonológica é definida como a habilidade de refletir sobre e manipular
os sons da fala. Vários estudos evidenciaram que ela é precursora do
desenvolvimento da leitura e da escrita. Ela é de grande importância para o
aprendizado da leitura e da escrita, porque facilita a descoberta do princípio
alfabético, o princípio de que símbolos escritos (uma letra ou um grupo de letras –
os grafemas) estão associados a fonemas (menor unidade da cadeia falada que
permite fazer distinções semânticas).
Continuação
A avaliação da consciência fonológica pode ser realizada por meio de várias tarefas
diferentes. Essas tarefas se diferenciam quanto à unidade fonológica envolvida (rima,
sílaba, fonema) e à demanda cognitiva que fazem (detecção de semelhança, segmentação,
aglutinação, categorização, subtração, adição e transposição de sons da fala). Tarefas que
envolvem a manipulação de sílabas costumam ser menos complexas do que tarefas que
envolvem a manipulação de fonemas, afinal, as sílabas são bem demarcadas pelo fluxo
acústico, enquanto os fonemas não se manifestam na fala como unidades discretas, eles são
misturados e integrados uns aos outros, existindo como unidades separadas apenas em um
nível abstrato, o que dificulta a percepção e a manipulação dessas estruturas.
Considerando que a prevenção da dificuldade de leitura e de escrita é muito mais eficaz do
que a remediação dessas dificuldades é fundamental que se invista, desde cedo, no
treinamento da consciência fonológica e de todas as variáveis cognitivas que se relacionam
com o aprendizado da leitura e da escrita visando o sucesso na aquisição dessas
habilidades.
Conclusão
A consciência fonológica tem sido apontada, por diversos autores, como elemento
essencial ao desenvolvimento da leitura e da escrita. A consciência fonológica, portanto, é
uma habilidade necessária e se apresenta como um elemento facilitador a aprendizagem da
leitura e da escrita. Desse modo, ela aperfeiçoa o processo de alfabetização, permitindo que
as crianças desenvolvam habilidades metalinguísticas.
É de agradecer a docente pela oportunidade de aprendizado que nos tivera proporcionado
Referências
Barreira, L. (2012). Consciência fonológica e ensino da leitira – Integração das TIC no desenvolvimento. Bragança.
Cardoso, S. (2011). Consciência de palavra em crianças de idade pré-escolar e escolar. . Portugal: Universidade
Nova Lisboa.
Chomsky, N. (1986). nowledge of language. It´s nature, origin and use. Convergence. Praeger Publishers.
Cysne, K. (2012). Intervenção em consciência fonológica em crianças com dificuldades de leitura e escrita.
Portugal: Universidade Nova de Lisboa.
Duarte, I. (2011). O conhecimento da língua: desenvolver a consciência lexical. Lisboa: DGIDC .
Freitas, M. A., & Costa, T. (2007). O conhecimento da língua: desenvolver a consciência fonológica. Lisbos.
Neurosaber. (2020). Quais são os três tipos de consciência fonológica? Goiania.
Rios, C. (2011). Programa de Promoção do Desenvolvimento da Consciência Fonológica. Psicosoma: Viseu.
Rombert, J. (2013). O gato comeu-te a língua? Estratégias, técnicas e conselhos para pais e educadores. Lisboa: A
esfera.
Sim-Sim, I. (1998). Desenvolvimento da Linguagem. Lisboa: Universidade Aberta.
Sim-Sim, I. S., & Nunes, C. (2008). Linguagem e comunicação no jardim-de-infância. Textos de apoio . Lisboa:
DGIDC – Direção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.
Grupo de Sucesso

Glória José Ndombo


Melina José Júlio
Merí Isaias Amosse

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