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No entanto, existe uma variação específica que o exame ama cobrar. Você
imagina qual é? Antes de saber a resposta, vamos entender melhor o que é
variação linguística, seus diferentes tipos e exemplos.
Você sabia que existe uma competência inteira no Enem para abordar apenas a
variação linguística? Trata-se da competência 8, o que deixa bem claro o nível de
relevância do conteúdo para esta prova.
A variação geográfica ou diatópica está relacionada com o local em que é desenvolvida, tal
como as variações entre o português do Brasil e de Portugal, chamadas de regionalismo.
Exemplos de regionalismos:
A variação social ou diastrática é percebida segundo os grupos (ou classes) sociais envolvidos,
tal como uma conversa entre um orador jurídico e um morador de rua. Um exemplo desse tipo
de variação são os socioletos.
Exemplo de socioleto:
A linguagem técnica utilizada pelos médicos nem sempre é entendida pelos seus pacientes
4. Variação situacional ou diafásica
A variação situacional ou diafásica ocorre segundo o contexto, por exemplo, situações formais
e informais. As gírias são expressões populares utilizadas por determinado grupo social.
Exemplos de gíria:
Certamente, quando falamos com pessoas próximas utilizamos a linguagem dita coloquial, ou
seja, aquela espontânea, dinâmica e despretensiosa.
No entanto, de acordo com o contexto no qual estamos inseridos, devemos seguir as regras e
normas impostas pela gramática, seja quando elaboramos um texto (linguagem escrita) ou
organizamos nossa fala numa palestra (linguagem oral).
Observe que as variações linguísticas são expressas geralmente nos discursos orais. Quando
produzimos um texto escrito, seja em qual for o lugar do Brasil, seguimos as regras do mesmo
idioma: a língua portuguesa.
Preconceito linguístico
O preconceito linguístico está intimamente relacionado com as variações linguísticas, uma vez
que ele surge para julgar as manifestações linguísticas ditas "superiores".
Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, pois em nosso país, embora o mesmo
idioma seja falado em todas as regiões, cada uma possui suas peculiaridades que envolvem
diversos aspectos históricos e culturais.
Sendo assim, a maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul do país. Isso ocorre
porque nos atos comunicativos, os falantes da língua vão determinando expressões, sotaques
e entonações conforme as necessidades linguísticas.
De tal modo, o preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a variação apontada de
maneira pejorativa e estigmatizada.
Quem comete esse tipo de preconceito, geralmente tem a ideia de que sua maneira de falar é
correta e, ainda, superior à outra.
Entretanto, devemos salientar que todas as variações são aceitas e nenhuma delas é superior,
ou considerada a mais correta.
1. (Enem/2014)
Em Bom Português
No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente pela gíria que a
gente é apanhada (aliás, não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular como do plural:
tudo é “a gente”). A própria linguagem corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte do
léxico cai em desuso.
Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou minha atenção para os que
falam assim:
– Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.
Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saber dizer que viram um filme que trabalha
muito bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à praia, vestido de roupa de banho em vez de
biquíni, carregando guarda-sol em vez de barraca. Comprarão um automóvel em vez de
comprar um carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão andar no passeio em vez
de passear na calçada. Viajarão de trem de ferro e apresentarão sua esposa ou sua senhora
em vez de apresentar sua mulher.
Ver Resposta
Alternativa correta: b) a utilização de inovações do léxico é percebida na comparação de
gerações.
a) ERRADA. Em nenhum momento, o autor incentiva o uso das palavras novas. Ele
simplesmente identifica a variação histórica, quando menciona que "A própria linguagem
corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte do léxico cai em desuso.".
c) ERRADA. As palavras usadas não têm sentido diferente, mas sim, o mesmo sentido, em
épocas diferentes.
d) ERRADA. Não há qualquer referência feita à pronúncia, bem como o texto não apresenta
linguagem específica de uma classe social. Logo no início do texto, o autor deixa claro que
tratará do aspecto histórico da variação linguística: "No Brasil, as palavras envelhecem e caem
como folhas secas.".
e) ERRADA. A questão temporal abordada nesse texto não está relacionada com faixas
etárias, mas sim com o desenvolvimento histórico da língua. Além disso, em nenhum momento
é feita qualquer referência a aspectos regionais.
2. (Enem/2014)
a) “Isso é um desaforo”
b) “Diz que eu tou aqui com alegria”
c) “Vou mostrar pr’esses cabras”
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”
e) “Vem cá, morena linda, vestida de chita”
Ver Resposta
Alternativa correta :c) “Vou mostrar pr’esses cabras”.
b) ERRADA. "Tou" é usado em situações informais, no lugar de "estou". Assim, estamos diante
de um exemplo de variação situacional ou diafásica, e não geográfica ou diatópica, como é o
caso dos regionalismos.
c) CORRETA. A frase “Vou mostrar pr’esses cabras” tem o mesmo sentido de “Vou mostrar
pr’esses sujeitos”. Em determinadas regiões do Brasil, a palavra "cabra" é utilizada para se
referir a alguém a quem se desconhece o nome, ou também a um capanga ou camponês.
d) ERRADA. Na frase “Vai, chama Maria, chama Luzia” não há qualquer vocábulo em que se
identifica a presença de regionalismo.
e) ERRADA.A frase “Vem cá, morena linda, vestida de chita” não é marcada por qualquer
variação regional ou geográficas.
Exercícios sobre variações linguísticas
Márcia Fernandes
Professora licenciada em Letras
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Variações linguísticas são o resultado das mudanças constantes da língua, que envolvem fatores
geográficos, sociais, profissionais e situacionais.
Questão 1
(Enem)
De domingo
— Outrossim?
— O quê?
— O que o quê?
— O que você disse.
— Outrossim?
— É.
— O que que tem?
— Nada. Só achei engraçado.
— Não vejo a graça.
— Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.
— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
— Se bem que parece uma palavra de segunda-feira.
— Não. Palavra de segunda-feira é "óbice".
— “Ônus".
— “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.
— “Resquício” é de domingo.
— Não, não. Segunda. No máximo terça.
— Mas “outrossim”, francamente…
— Qual o problema?
— Retira o “outrossim”.
— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás, é uma palavra difícil de usar. Não é qualquer um que usa
“outrossim”.
No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a)
a) marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indicativas dos dias da semana.
b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos formais.
c) caracterização da identidade linguística dos interlocutores, percebida pela recorrência de palavras
regionais.
d) distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo emprego de palavras com significados poucos
conhecidos.
e) inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras desconhecidas por parte de um dos
interlocutores do diálogo.
Ver Resposta
Alternativa correta: b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos
formais.
O texto gira em torno de uma conversa informal, em que se discute o uso de palavras utilizadas em
contextos formais. O humor decorre justamente desse contraste das palavras que são usadas segundo o
campo de atuação — situações formais e informais, que em linguística é definida como Variação
situacional ou diafásica.
a) ERRADA. É certo que no texto são sugeridos dias da semana para utilizar certas palavras, mas essa
não é uma questão relevante no que respeita à variação linguística. Em termos temporais, o
desenvolvimento histórico da língua é o que importa para essa temática, cujo tipo de variação é
identificada como Variação histórica ou diacrônica — o português arcaico, por exemplo.
d) ERRADA. A discussão do texto não evidencia distanciamento dos interlocutores, afinal, ao discutir em
que dia da semana devem usar certas palavras, ambos mostram aparentemente conhecê-las.
e) ERRADA. Ambos os interlocutores parecem conhecer as palavras, de tal modo que o texto se
desenvolve numa conversa acerca do dia da semana em que as mesmas devem ser utilizadas. Não há,
assim, inadequação vocabular, a não ser pelo fato de serem citadas palavras utilizadas em discursos
formais na conversa que ocorre informalmente, mas isso promove justamente o tom humorístico do texto,
motivo pelo qual a alternativa b) é a correta.
Questão 2
(Enem)
Mandinga — Era a denominação que, no período das grandes navegações, os portugueses davam à costa
ocidental da África. A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque os exploradores lusitanos
consideram bruxos os africanos que ali habitavam — é que eles davam indicações sobre a existência de
ouro na região. Em idioma nativo, mandinga designava terra de feiticeiros. A palavra acabou virando
sinônimo de feitiço, sortilégio.
a) contexto sócio-histórico.
b) diversidade técnica.
c) descoberta geográfica.
d) apropriação religiosa.
e) contraste cultural.
Ver Resposta
Alternativa correta: a) contexto sócio-histórico.
O texto é marcado por um tipo de variação linguística identificado como Histórica ou Diacrônica.
Esse tipo de variação é marcado pelo desenvolvimento da língua ao longo do tempo, tal como o que
aconteceu com o português medieval até o português atual.
O texto mostra como a palavra "mandinga" era designada ("Era a denominação..."), como foi sendo
modificada ("A palavra se tornou (...) porque (...)") e como se tornou ("A palavra acabou virando...").
b) ERRADA. A variação linguística pode ser marcada por aspectos sociais, de acordo com os grupos
sociais envolvidos. Exemplo disso é a linguagem técnica utilizada entre profissionais, que muitas vezes
não é perceptível fora desse grupo. A palavra "mandinga", no entanto, não é uma palavra técnica utilizada
entre navegadores, mas foi criada e modificada ao longo do tempo, tal como o texto explica que pelo fato
de "(designar) terra de feiticeiros. (...) acabou virando sinônimo de feitiço, sortilégio.".
c) ERRADA. A palavra "mandinga" tinha um significado que foi modificado ao longo do tempo, motivo
pelo qual a sua construção não resulta da descoberta geográfica, mas sim do seu contexto sócio-histórico,
tal como consta no texto: "Em idioma nativo, mandinga designava terra de feiticeiros. A palavra acabou
virando sinônimo de feitiço, sortilégio.".
d) ERRADA. O fato de a palavra ter assumido o sinônimo de feitiçaria, não quer dizer que a palavra
"mandinga" tenha sido apropriada por aspectos religiosos. O texto indica que a construção da palavra
resulta de questão histórica, uma vez que menciona o que ela designava na altura e qual o seu significado
hoje.
e) ERRADA. Apesar de o texto indicar o contraste cultural entre lusitanos e africanos, não é essa a
questão que evidencia a construção da palavra "mandinga". O texto permite perceber que o significado da
palavra decorre de aspecto histórico, evidenciado pelo seguinte trecho: "Em idioma
nativo, mandinga designava terra de feiticeiros. A palavra acabou virando sinônimo de feitiço,
sortilégio.".
Questão 3
(Enem)
Quando criança, convivia no interior de São Paulo com o curioso verbo pinchar e ainda o ouço por lá
esporadicamente. O sentido da palavra é o de “jogar fora” (pincha fora essa porcaria) ou “mandar
embora” (pincha esse fulano daqui). Teria sido uma das muitas palavras que ouvi menos na capital do
estado e, por conseguinte, deixei de usar. Quando indago às pessoas se conhecem esse verbo, comumente
escuto respostas como “minha avó fala isso”. Aparentemente, para muitos falantes, esse verbo é algo do
passado, que deixará de existir tão logo essa geração antiga morrer.
As palavras são, em sua grande maioria, resultados de uma tradição: elas já estavam lá antes de
nascermos. “Tradição”, etimologicamente, é o ato de entregar, de passar adiante, de transmitir (sobretudo
valores culturais). O rompimento da tradição de uma palavra equivale à sua extinção. A gramática
normativa muitas vezes colabora criando preconceitos, mas o fator mais forte que motiva os falantes a
extinguirem uma palavra é associar a palavra, influenciados direta ou indiretamente pela visão normativa,
a um grupo que julga não ser o seu. O pinchar, associado ao ambiente rural, onde há pouca escolaridade e
refinamento citadino, está fadado à extinção?
É louvável que nos preocupemos com a extinção das ararinhas-azuis ou dos micos-leão-dourados, mas a
extinção de uma palavra não promove nenhuma comoção, como não nos comovemos com a extinção de
insetos, a não ser dos extremamente belos. Pelo contrário, muitas vezes a extinção das palavras é
incentivada.
A discussão empreendida sobre o (des)uso do verbo “pinchar” nos traz uma reflexão sobre a linguagem e
seus usos, a partir da qual compreende-se que
a) as palavras esquecidas pelos falantes devem ser descartadas dos dicionários, conforme sugere o título.
b) o cuidado com espécies animais em extinção é mais urgente do que a preservação de palavras.
c) o abandono de determinados vocábulos está associado a preconceitos socioculturais.
d) as gerações têm a tradição de perpetuar o inventário de uma língua.
e) o mundo contemporâneo exige a inovação do vocabulário das línguas.
Ver Resposta
Alternativa correta: c) o abandono de determinados vocábulos está associado a preconceitos
socioculturais.
A questão do preconceito sociocultural está evidenciada no segundo parágrafo: "A gramática normativa
muitas vezes colabora criando preconceitos (...). O pinchar, associado ao ambiente rural, onde há pouca
escolaridade e refinamento citadino, está fadado à extinção?".
a) ERRADA. O autor entende que as palavras são "resultados de uma tradição" e que assim, não podem
deixar de ser transmitidas. Ele critica o fato de permitirmos que palavras sejam extintas, chamando o
leitor para a seguinte reflexão: "É louvável que nos preocupemos com a extinção das ararinhas-azuis ou
dos micos-leão-dourados, mas a extinção de uma palavra não promove nenhuma comoção (...). Pelo
contrário, muitas vezes a extinção das palavras é incentivada.".
b) ERRADA. O autor compara a extinção dos animais com o (des)uso das palavras, alertando o leitor
para a sua importância: "É louvável que nos preocupemos com a extinção das ararinhas-azuis ou dos
micos-leão-dourados, mas a extinção de uma palavra não promove nenhuma comoção (...). Pelo contrário,
muitas vezes a extinção das palavras é incentivada.".
d) ERRADA. O texto indica que as palavas, assim como as tradições, devem ser transmitidas, no entanto,
ambas podem extinguir-se em função do seu (des)uso, ou seja elas não duram para sempre. No que
respeita ao verbo "pinchar", o autor informa "Aparentemente, para muitos falantes, esse verbo é algo do
passado, que deixará de existir tão logo essa geração antiga morrer.".
e) ERRADA. De acordo com o autor não é o mundo contemporâneo que exige a inovação do vocabulário,
mas sim que a extinção das palavras decorre de preconceitos, cuja crítica é o tema central do texto: "O
pinchar, associado ao ambiente rural, onde há pouca escolaridade e refinamento citadino, está fadado à
extinção?".
Questão 4
(Fuvest)
Ver Resposta
a) A língua é regida por regras. O que acontece é que a linguagem escrita exige um texto adequado ao seu
contexto e o mesmo acontece com a linguagem oral, muitas vezes mais informal.
Por isso, o fato de se adaptar aos seus contextos não deve ser visto como desprestígio. As variações
linguísticas existem e enriquecem culturalmente uma língua, de modo que não podem ser considerada
uma forma errada de expressão.
A escrita de Monteiro Lobato, por exemplo, valoriza a oralidade, uma vez que ele aproxima a sua
literatura do público infantil. Para ter o efeito que desejava, Lobato não deixou de escrever da forma
como as pessoas se expressam oralmente, acreditando no enriquecimento cultural inerente às variações
linguísticas.
Questão 5
(UEFS)
Nossa tradição escolar sempre desprezou a língua viva, falada no dia a dia, como se fosse toda errada,
uma forma corrompida de falar “a língua de Camões”. Havia (e há) a crença forte de que é missão da
escola “consertar” a língua dos alunos, principalmente dos que frequentam a escola pública. Com isso,
abriu-se um abismo profundo entre a língua (e a cultura) própria dos alunos e a língua (e a cultura)
própria da escola, uma instituição comprometida com os valores e as ideologias dominantes. Felizmente,
nos últimos 20 e poucos anos, essa postura sofreu muitas críticas e cada vez mais se aceita que é preciso
levar em conta o saber prévio dos estudantes, sua língua familiar e sua cultura característica, para, a partir
daí, ampliar seu repertório linguístico e cultural.
BAGNO, Marcos. A língua sem erros. Disponível em: http://marcosbagno.files.wordpress.com. Acesso em: 5 nov. 2014.
a) ajuda a diminuir o abismo existente entre a cultura das classes consideradas hegemônicas e das
populares.
b) deve ser banida do ensino contemporâneo, que procura basear-se na cultura e nas experiências de vida
do aluno.
c) precisa enriquecer o repertório do aluno, valorizando o seu conhecimento prévio e respeitando a sua
cultura de origem.
d) tem como principal finalidade cercear as variações linguísticas que comprometem o bom uso da língua
portuguesa.
e) torna-se, na contemporaneidade, o grande referencial de aprendizagem do aluno, que deve valorizá-la
em detrimento de sua variação linguística de origem.
Ver Resposta
Alternativa correta: c) precisa enriquecer o repertório do aluno, valorizando o seu conhecimento prévio e
respeitando a sua cultura de origem.
Para Bagno, as variações linguísticas merecem ser prestigiadas, tal como o excerto mostra: "(...) é preciso
levar em conta o saber prévio dos estudantes, sua língua familiar e sua cultura característica, para, a partir
daí, ampliar seu repertório linguístico e cultural.".
a) ERRADA. Ainda que a postura esteja mudando relativamente às variações linguísticas, ainda existe
preconceito linguístico na escola no que respeita à linguagem das classes dominantes e a linguagem das
classes populares.
d) ERRADA. A afirmação que consta nesta alternativa é contrária às afirmações de Bagno relativamente
às variações linguísticas, que acredita na importância de abrir espaço para o repertório dos alunos e, a
partir dele, torná-lo mais amplo.
e) ERRADA. Para o linguista Marcos Bagno, valorizar o repertório linguístico dos alunos é a forma mais
adequada de ampliá-lo.
Questão 6
(Unicamp)
No dia 21 de setembro de 2015, Sérgio Rodrigues, crítico literário, comentou que apontar um erro de
português no título do filme Que horas ela volta? “revela visão curta sobre como a língua funciona”. E
justifica:
“O título do filme, tirado da fala de um personagem, está em registro coloquial. Que ano você nasceu?
Que série você estuda? e frases do gênero são familiares a todos os brasileiros, mesmo com alto grau de
escolaridade. Será preciso reafirmar a esta altura do século 21 que obras de arte têm liberdade para
transgressões muito maiores?
Pretender que uma obra de ficção tenha o mesmo grau de formalidade de um editorial de jornal ou
relatório de firma revela um jeito autoritário de compreender o funcionamento não só da língua, mas da
arte também.”
(Adaptado do blog Melhor Dizendo. Post completo disponível em http:// www melhordizendo.com/a-que-horas-ela-volta-em-que-ano-estamos-mesmo/. Acessado em 08/06/2016.)
Entre os excertos de estudiosos da linguagem reproduzidos a seguir, assinale aquele que corrobora os
comentários do post.
a) Numa sociedade estruturada de maneira complexa a linguagem de um dado grupo social reflete-o tão
bem como suas outras formas de comportamento. (Mattoso Câmara Jr., 1975, p. 10.)
b) A linguagem exigida, especialmente nas aulas de língua portuguesa, corresponde a um modelo próprio
das classes dominantes e das categorias sociais a elas vinculadas. (Camacho, 1985, p. 4.)
c) Não existe nenhuma justificativa ética, política, pedagógica ou científica para continuar condenando
como erros os usos linguísticos que estão firmados no português brasileiro. (Bagno, 2007, p. 161.)
d) Aquele que aprendeu a refletir sobre a linguagem é capaz de compreender uma gramática – que nada
mais é do que o resultado de uma (longa) reflexão sobre a língua. (Geraldi, 1996, p. 64.)
Ver Resposta
Alternativa correta: c) Não existe nenhuma justificativa ética, política, pedagógica ou científica para
continuar condenando como erros os usos linguísticos que estão firmados no português brasileiro.
(Bagno, 2007, p. 161.)
O excerto de Bagno critica a visão limitada acerca da língua, em que as variações linguísticas são
desprestigiadas; donde surge o preconceito linguístico.
Tanto o comentário do enunciado acima como a citação de Bagno contemplam a Variação situacional ou
diafásica, a qual entende que a linguagem depende de contextos.
Isso acontece quando um falante muda o seu discurso diante de situações formais e informais.
a) ERRADA. O excerto de Mattoso Câmara trata de um dos tipos de variações linguísticas — a Variação
social ou diastrática, cujos falantes entendem-se em virtude do meio a que pertencem. Exemplo disso é a
linguagem técnica utilizada entre os médicos, cujo vocabulário muitas vezes é incompreensível entre os
pacientes.
b) ERRADA. O excerto de Camacho critica o fato de que nas aulas de língua portuguesa geralmente
apenas a língua normatizada seja considerada correta e, logo, superior, não havendo abertura para refletir
no enriquecimento cultural promovido por outras formas de linguagem.
Questão 7
“No mundo nom me sei parelha,
mentre me for como me vai;
ca ja moiro por vós, e ai!,
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia?
Mao dia me levantei,
que vos entom nom vi feia!”
a) variação geográfica
b) variação diatópica
c) variação histórica
d) variação social
e) variação situacional
Ver Resposta
Alternativa correta: c) variação histórica
A variação histórica, também chamada de diacrônica, é um tipo de variação linguística que ocorre com a
passagem do tempo. Por isso, o português utilizado na época medieval é muito diferente do português
moderno.
Questão 8
I. As variações linguísticas acontecem por meio da interação e comunicação dos seres humanos.
II. O regionalismo é um tipo de variação linguística que ocorre pela interação de pessoas de uma mesma
região.
III. O socioleto é um tipo de variação linguística geográfica que se desenvolve em determinado local.
a) I
b) I e II
d) I e III
d) II e III
e) I, II e III
Ver Resposta
Alternativa correta: b) I e II
As variações linguísticas são variantes da língua que ocorrem por meio da interação e da comunicação
das pessoas. Elas são classificadas em 4 tipos:
Questão 9
“Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português”
E essa história de dizer que “brasileiro não sabe português” e que “só em Portugal se fala bem
português”? Trata-se de uma grande bobagem, infelizmente transmitida de geração a geração pelo ensino
tradicional da gramática na escola.
O brasileiro sabe português, sim. O que acontece é que nosso português é diferente do português falado
em Portugal. Quando dizemos que no Brasil se fala português, usamos esse nome simplesmente por
comodidade e por uma razão histórica, justamente a de termos sido uma colônia de Portugal. Do ponto de
vista lingüístico, porém, a língua falada no Brasil já tem uma gramática — isto é, tem regras de
funcionamento — que cada vez mais se diferencia da gramática da língua falada em Portugal. Por isso os
lingüistas (os cientistas da linguagem) preferem usar o termo português brasileiro, por ser mais claro e
marcar bem essa diferença.
Na língua falada, as diferenças entre o português de Portugal e o português do Brasil são tão grandes que
muitas vezes surgem dificuldades de compreensão: no vocabulário, nas construções sintáticas, no uso de
certas expressões, sem mencionar, é claro, as tremendas diferenças de pronúncia — no português de
Portugal existem vogais e consoantes que nossos ouvidos brasileiros custam a reconhecer, porque não
fazem parte de nosso sistema fonético. E muitos estudos têm mostrado que os sistemas pronominais do
português europeu e do português brasileiro são totalmente diferentes.
a) As diferenças entre o português do Brasil e de Portugal são geradas pela variação histórica, a qual
influencia as diferenças gramaticais das línguas.
b) O português brasileiro é inferior ao português de Portugal, pois a língua portuguesa original foi
inserida no Brasil pelos portugueses.
c) A diferença linguística marcada pelos diferentes usos da língua portuguesa é fruto das variações sociais
existentes entre os dois países.
d) As variações linguísticas que existem entre Portugal e Brasil representam os diferentes dialetos criados
por cada nação.
e) O português do Brasil e de Portugal são fruto da variação geográfica chamada de regionalismo.
Ver Resposta
Alternativa correta: e) O português do Brasil e de Portugal são fruto da variação geográfica chamada de
regionalismo.
b) ERRADA. É errôneo dizer que uma língua é inferior à outra, uma vez que as variantes envolvem
diversos fatores: históricos, geográficos e sociais. Quando afirmamos isso, estamos cometendo o
preconceito linguístico.
c) ERRADA. A variação social ou diastrática é fruto da interação entre determinados grupos e classes
sociais, por exemplo, os socioletos.
d) ERRADA. Dialeto representa uma variante regional de uma língua que inclui maneiras próprias de
falar, por exemplo, o dialeto gaúcho. Portanto, trata-se de uma variante regional dentro da mesma língua.
Questão 1 - (Enem)
Não se sabe ao certo quando essa linguagem surgiu, mas sabe-se que há
claramente uma relação entre o pajubá e a cultura africana, numa costura
iniciada ainda na época do Brasil colonial.
Disponível em: www.midiamax.com.br. Acesso em: 4 abr. 2017 (adaptado).
Resolução
Questão 2 - (Fuvest)
a) inovador.
b) restritivo.
c) transigente.
d) neutro.
e) aleatório.
Resolução
outras questões referentes ao tema. Contando com exercícios de vestibular e uma lista de materiais
tema.
Objetivos
● Entender o que são e como se dão as variações linguísticas; e
● Compreender que não há uma única forma correta de falar a língua portuguesa.
Proposta de trabalho
Iniciaremos este roteiro de estudos verificando o que são e quais são os tipos de variações linguísticas. Na
sequência, trataremos de uma discussão acerca da existência de uma única forma correta de falar a língua
portuguesa, bem como da importância das variações linguísticas. Para finalizar, veremos alguns
Chico Bento e Zé Lelé: regionalismo (crédito: reprodução/Toda Matéria). Acesso em: 17/1/21.
Variações linguísticas são as diferentes maneiras de se expressar em uma mesma língua. Tais variações
podem dizer respeito à escolha de palavras, à forma de construir textos e, até mesmo, à entonação dada às
palavras.
Funcionando como forma de expressão básica de um povo, a língua pode sofrer variações decorrentes de
As variações geográficas dizem respeito às diferenças na língua que observamos de uma região para a
outra. Essas diferenças podem dizer respeito às palavras e aos fonemas (sotaques).
O exemplo mais evidente desse tipo de variação é comparar a língua portuguesa utilizada em Portugal
com aquela utilizada no Brasil. Embora se trate da mesma língua, há diferenças bastante expressivas,
tanto de palavras (por exemplo, que chamamos de trem no Brasil se chama comboio em Portugal) quanto
de sotaque.
É possível observar esse mesmo fenômeno comparando regiões do Brasil. Um mesmo alimento pode ter
As variações históricas tratam das mudanças que acontecem na língua ao longo do tempo.
A depender da época, há palavras que são usadas e deixam de existir, assim como há palavras que se
As variações sociais são aquelas que dizem respeito às diferenças na língua de acordo com o grupo social
Essas diferenças podem dizer respeito à faixa etária ou até mesmo à ocupação do falante. Vejamos um
exemplo:
Variações sociais
(crédito: reprodução/Toda Matéria). Acesso em: 22/1/22.
d) Variações situacionais (diafásicas)
As variações situacionais dizem respeito ao contexto (situações formais e informais, por exemplo).
O vocabulário e a forma de falar em um almoço de família, por exemplo, são diferentes daqueles que
Será que existe apenas uma forma correta de falar a língua portuguesa?
As variações que diferem da norma-padrão da língua portuguesa são formas erradas de falar?
A resposta a essas questões é que não existe uma única forma correta de se expressar. A língua tem
suas variações, que decorrem de uma série de fatores, e que dizem respeito, essencialmente, à principal
função da linguagem: cumprir seu papel de expressão. Para isso, a língua precisa ser compreendida pelos
Por isso, é natural (e muito importante!) que variações linguísticas diversas surjam, com adaptações de
palavras, de sotaque e até mesmo de construções gramaticais, e o ponto central é que elas atendam às
Não existe, portanto, variação bonita ou feia, certa ou errada, o que existe é a variação que mais se adequa
a cada contexto. Há momentos em que a norma-padrão se faz necessária (ao escrever uma redação, no
contexto de um processo seletivo, por exemplo), porém todas as variações têm igual valor e importância,
sob o ponto de vista de serem formas de expressão e comunicação efetiva entre os falantes da língua.
As variações linguísticas podem retratar modos de vida, hábitos e experiências de grupos de falantes da
língua portuguesa, ao longo de sua história, constituindo importante objeto de estudo e observação.
É essencial, portanto, que tenhamos esse olhar para as variações linguísticas, vendo-as como algo rico,
1) (ENEM – 2014)
Em Bom Português
No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente pela gíria que a gente é
apanhada (aliás, não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular como do plural: tudo é “a gente”). A
própria linguagem corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte do léxico cai em desuso.
Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou minha atenção para os que falam assim:
– Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.
Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saber dizer que viram um filme que trabalha muito bem.
E irão ao banho de mar em vez de ir à praia, vestido de roupa de banho em vez de biquíni, carregando
defluxo em vez de um resfriado, vão andar no passeio em vez de passear na calçada. Viajarão de trem de
ferro e apresentarão sua esposa ou sua senhora em vez de apresentar sua mulher.
A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. O texto exemplifica essa
d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a que pertence o falante.
e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é frequente em todas as regiões.
2) (ENEM – 2014)
Isso é um desaforo
Vestida de chita
A letra da canção de Antônio Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e cultural do Brasil. O
a) “Isso é um desaforo”
3) (ENEM)
Com origem no iorubá, linguagem foi adotada por travestis e ganhou a comunidade
“Nhaí, amapô! Não faça a loka e pague meu acué, deixe de equê se não eu puxo teu picumã!” Entendeu
as palavras dessa frase? Se sim, é porque você manja alguma coisa de pajubá, o “dialeto secreto” dos gays
e travestis.
Adepto do uso das expressões, mesmo nos ambientes mais formais, um advogado afirma: “É claro que eu
não vou falar durante uma audiência ou numa reunião, mas na firma, com meus colegas de trabalho, eu
falo de ‘acué’ o tempo inteiro”, brinca. “A gente tem que ter cuidado de falar outras palavras porque hoje
O dicionário a que ele se refere é o Aurélia, a dicionária da língua afiada, lançado no ano de 2006 e
escrito pelo jornalista Angelo Vip e por Fred Libi. Na obra, há mais de 1300 verbetes revelando o
Não se sabe ao certo quando essa linguagem surgiu, mas sabe-se que há claramente uma relação entre o
pajubá e a cultura africana, numa costura iniciada ainda na época do Brasil colonial.
4) (Fuvest)
necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos
sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas
modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo, embora seja uma entre as
muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atuam como modelo, como norma,
como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as
outras variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação.
a) inovador.
b) restritivo.
c) transigente.
d) neutro.
e) aleatório.
5) (IFPE-2017/adaptada)
assertivas.
I. O texto verbal, embora escrito, revela aproximação com a oralidade. A grafia da palavra “nãm”
II. Os falantes utilizam-se de uma linguagem com fortes marcas regionais, como a escolha da palavra
“mainha”.
III. O diálogo entre mãe e filho revela o registro formal da linguagem, como podemos perceber pela
V. Visto que todas as línguas naturais são heterogêneas, podemos afirmar que as falas de Júnio e sua mãe
a) I, II e IV.
b) I, III e V.
c) II, IV e V.
e) III, IV e V.
6) (ENEM – 2017)
Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de Piratininga (peixe seco, em tupi) era quase sinônimo de falar
língua de índio. Em cada cinco habitantes da cidade, só dois conheciam o português. Por isso, em 1698, o
governador da província, Artur de Sá e Meneses, implorou a Portugal que só mandasse padres que
soubessem “a língua geral dos índios”, pois “aquela gente não se explica em outro idioma”.
Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de São Paulo se desenvolveu e se espalhou no século XVII,
graças ao isolamento geográfico da cidade e à atividade pouco cristã dos mamelucos paulistas: as
bandeiras, expedições ao sertão em busca de escravos índios. Muitos bandeirantes nem sequer falavam o
português ou se expressavam mal. Domingos Jorge Velho, o paulista que destruiu o Quilombo dos
Palmares em 1694, foi descrito pelo bispo de Pernambuco como “um bárbaro que nem falar sabe”. Em
suas andanças, essa gente batizou lugares como Avanhandava (lugar onde o índio corre),
Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol) e Itu (cachoeira). E acabou inventando uma nova língua.
“Os escravos dos bandeirantes vinham de mais de 100 tribos diferentes”, conta o historiador e
antropólogo John Monteiro, da Universidade Estadual de Campinas. “Isso mudou o tupi paulista, que,
além da influência do português, ainda recebia palavras de outros idiomas.” O resultado da mistura ficou
O texto trata de aspectos sócio-históricos da formação linguística nacional. Quanto ao papel do tupi na
a) contribuiu efetivamente para o léxico, com nomes relativos aos traços característicos dos lugares
designados.
b) originou o português falado em São Paulo no século XVII, em cuja base gramatical também está a fala
c) desenvolveu-se sob influência dos trabalhos de catequese dos padres portugueses vindos de Lisboa.
d) misturou-se aos falares africanos, em razão das interações entre portugueses e negros nas investidas
bandeirantes paulistas.
7) (ENEM – 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral
dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo
nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical.
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais
variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque
parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de
Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de
a) na fonologia.
b) no uso do léxico.
c) no grau de formalidade.
d) na organização sintética.
e) na estruturação morfológica.
Gabarito
1) Alternativa correta: B.
a) ERRADA. Em nenhum momento, o autor incentiva o uso das palavras novas. Ele simplesmente
identifica a variação histórica, quando menciona que “A própria linguagem corrente vai-se renovando e a
b) CORRETA. Vários exemplos de variação histórica ou diacrônica são dados ao longo do texto, que
c) ERRADA. As palavras usadas não têm sentido diferente, mas sim, o mesmo sentido, em épocas
diferentes.
d) ERRADA. Não há qualquer referência feita à pronúncia, bem como o texto não apresenta linguagem
específica de uma classe social. Logo no início do texto, o autor deixa claro que tratará do aspecto
histórico da variação linguística: “No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas.”.
e) ERRADA. A questão temporal abordada nesse texto não está relacionada com faixas etárias, mas sim
com o desenvolvimento histórico da língua. Além disso, em nenhum momento é feita qualquer referência
a aspectos regionais.
2) Alternativa correta: C.
a) ERRADA. “Desaforo” não é um exemplo de regionalismo, pois não é utilizada em um local específico.
b) ERRADA. “Tou” é usado em situações informais, no lugar de “estou”. Assim, estamos diante de um
exemplo de variação situacional ou diafásica, e não geográfica ou diatópica, como é o caso dos
regionalismos.
c) CORRETA. A frase “Vou mostrar pr’esses cabras” tem o mesmo sentido de “Vou mostrar pr’esses
sujeitos”. Em determinadas regiões do Brasil, a palavra “cabra” é utilizada para se referir a alguém a
d) ERRADA. Na frase “Vai, chama Maria, chama Luzia” não há qualquer vocábulo em que se identifica
a presença de regionalismo.
e) ERRADA.A frase “Vem cá, morena linda, vestida de chita” não é marcada por qualquer variação
regional ou geográficas.
O que caracteriza qualquer dialeto é a consolidação de seu registro por meio de objetos formais, como
pesquisa e dicionarização.
4) Alternativa correta: B.
Como modelo e norma, a língua padrão restringe as demais variedades do idioma, sendo sempre o ideal
linguístico.
5) Alternativa correta: A.
O item III está incorreto, pois as palavras não estão grafadas de acordo com a modalidade padrão da
língua. O item V está incorreto, pois as duas personagens empregam uma linguagem semelhante e
encontram-se num mesmo nível socioeconômico, logo, não há alguém que possa estigmatizar o outro.
6) Alternativa correta: A.
Conforme o texto afirma, a língua indígena contribuiu para o léxico do português brasileiro,
principalmente no que toca à observância dos elementos característicos dos locais para nomeá-los, por
exemplo, Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol), Avanhandava (lugar onde o índio corre) e Itu
(cachoeira).
7) Alternativa correta: A.
Observe que o texto motivador da questão mostra as diferenças regionais quanto à fonologia ou fonética,