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Capítulo I: Introdução

I. Capítulo

O presente trabalho, tem como tema Variação Linguística, e com objetivo principal,
destacar as diferentes formas de variação que uma língua compõe. Nessa ordem de
ideias, importa referir que, abordaremos os seguintes subtítulos dentro do trabalho:
conceito de variação linguística e juntos seus constituintes, os cinco campos de estudo
da variação linguística e falaremos da variação linguística em Moçambique e dando
exemplos a cada variação.

Portanto, no que concerne ao tema acima referido, importa referir que será abordado
com base nos capítulos abaixo mencionado: capítulo I (introdução), capítulo II
(desenvolvimento), capítulo III (conclusão) e a devida referência bibliográfica. Para
ultimar, deixa-me dizer que o trabalho será abordado de acordo com os objetivos gerais
e específicos assim como as metodologias de pesquisas segundo a orientação do
docente.

II. Objetivo

Geral: conhecer as diferentes formas de variação de uma língua.

Específicos:

Definir variações linguística;

Escrever os cinco campos de estudo da variação linguística em Moçambique

Falar da variação linguística em Moçambique e dar exemplos.

III. Metodologia

Em termos metodológicos, na produção do presente trabalho recorreu-se as consultas


bibliográficas de alguns autores que consubstancia sobre o tema e alguns sites na
internet e módulo do estudante. Quanto a abordagem é uma pesquisa qualitativa; quanto
aos objectivos é exploratória; quanto aos procedimentos de recolha de dados é não
experimental e quanto as fontes de informação é uma pesquisa bibliográfica
Capítulo II: Desenvolvimento

TEMA: Variação Linguística

A variação linguística trabalha com alguns aspectos extralinguísticos, como questões


históricas, sociais, geográficas dentre outras.

Nesta ordem de ideias digamos que a variação linguística é o modo pelo qual a língua se

diferencia dentro do seu próprio sistema. Portanto, vemos que a língua não é única, que

o sistema linguístico abriga Diversos ângulos na realização linguística. Observamos a

diferenças na fala que se relacionam à idade, à Região do país, à cultura e até mesmo ao

estilo. Se prestarmos bastante atenção, perceberemos que a Variação acontece nos mais

variados segmentos da língua, como o fonético, o sintático, o léxico, o semântico Etc.

Tudo isso também configura a evolução da língua, o seu desenvolvimento e sua

adaptação através do Tempo e das mudanças sociais. A área de estudo que busca

entender e descrever as diferentes manifestações linguísticas em Um mesmo idioma

chama-se sociolinguística.

Variação linguística sãos diferentes formas de uma língua que surgem devido a
diversos factores, como geografia, cultura, idade, classe social e contexto de
comunicação. Essas variações podem envolver diferenças na pronúncia,
vocabulário, gramática e até mesmo na escolha de palavras e expressões,
(Bagno, 2006, p.16).
De acordo com Bagno (2006), Considerando a amplitude geográfica do nosso território
nacional, suas diversas culturas e construções históricas e sabendo que a língua integra
todos esses processos, constata-se em Moçambique, uma ampla variação linguística.
Nesta ordem de ideias, acredita-se que tais variações sejam elas um recorte
geográfico/regional, social, ou de ambos, que devam ser consideradas como a língua em
sua plenitude, não sendo tratadas de forma melhor ou pior que outra.

Para Camacho (2012), “as variações linguísticas vêm Sendo entendidas, por esse viés,
como desvios da norma-padrão. Assim, ele elucida que “decorre desse pressuposto que
a principal tarefa do ensino é substituir as formas das Variedades populares por formas
da norma-padrão” (p. 80).

 Conceitualizar Variedade

“A sociolinguística entende que o emprego das variantes não é aleatório, mas


influenciado por grupos de factores de natureza social (internos à língua) ou estrutural
(externos à língua), os quais podem exercer pressão sobre os usos” (Labov, 2008, p.49).

“Portanto, importa referir que variedade é o termo que corresponde, grosso modo, ao
termo dialeto” (Monteiro (2000).

Para Monteiro (2000), a expressão variedade linguística foi criada para evitar as
conotações Negativas dos termos língua e dialeto. Para ele, a variedade pode ser muito
maior do que uma língua ou Muito menor do que um dialeto.

Assim, em Portugal, a variedade standard é a Falada na região de Lisboa. Contudo, na


comunidade linguística Do Brasil a variedade standard esta associada as variedades de
Várias capitais estaduais. Cada variedade linguística tem uma Gramática própria
igualmente valida. Dentro de cada variedade há Tensões e grupos sociais com traços
próprios. Dentro de cada Variedade linguística há variação interna em função dos vários
Critérios: idade, sexo, escolaridade, etc.

Nesse sentido, é comumente estabelecido que a escola, como instituição governamental,


norteia-se pelos parâmetros da língua usada por uma classe dominante, ou seja, o ensino
desse português dito culto e, como resultado disso, as diferenças linguísticas, e até
sociais, desses alunos marginalizados Socio economicamente não são levadas a sério,
sendo que, muitas vezes, a escola as Caracteriza como defeituosas (Ricardo, 2005).

Dito isso, os alunos desprovidos do acesso ao ambiente linguístico em que circula A


norma-padrão ou culta chegam à escola sem um acolhimento necessário, o que lhes
Causa insegurança quanto à aprendizagem formal da sua própria língua materna. E
essas Diferenças na língua, como dissemos acima, são vistas pela pedagogia
normativista da Língua materna como deficiência.

Assim, Por esse modelo, a escola tende a silenciar as demais variedades, o que gera muitos
Conflitos, a exemplo da atribuição de valores simbólicos e ideológicos depreciativos ao
Conceber essas variedades como incorreções da língua. Toda variedade linguística é
também o resultado de um processo histórico próprio, com suas vicissitudes e peripécias
particulares. (Bagno, 1999, p. 64)

 Variante

O termo Variante é utilizado nos estudos de Sociolinguística para designar as formas


que estão sofrendo variação, ou seja, uma ou mais formas usadas ao lado de outra na
língua sem que se verifique mudança no significado Básico. O conjunto das variantes é
denominado “variável linguística”, ou seja, a forma, o traço ou construção linguística
que é o próprio fenômeno variável tomado como objeto de estudo pelo investigador. A
Sociolinguística entende que o emprego das variantes não é aleatório, mas influenciado
por grupos de fatores de natureza social (internos à língua) ou estrutural (externos à
língua), os quais podem exercer pressão sobre os usos (Labov 2008, p.191).

 Variável

E o traço, forma ou construção Linguística cuja realização apresenta variantes


observadas pelo investigador. A constatação da variedade em qualquer comunidade
linguística e inegável. Também não podemos negar que todas as línguas do mundo são
continuações hist6ricas deixadas por gerações sucessivas de indivíduos que legam aos
seus descendentes o domínio de uma língua particular. As mudanças temporais são
parte da história das línguas. Já as mudanças sincrónicas, as variações observadas são
relacionáveis a diversos factores: Idade, sexo, profissão, classe social.

“O conjunto das variantes é denominado “variável linguística”, ou seja, a forma, o traço


ou construção Linguística que é o próprio fenómeno variável tomado como objecto de
estudo pelo investigador”, (Labov, 2008, p.191).

 Os cinco campos de estudo da variação linguística.

De acordo com Bagno (2006), Considerando a amplitude geográfica do nosso território


nacional, suas diversas culturas e construções históricas e sabendo que a língua integra
todos esses processos. Nesta ordem de ideias, acredita-se que tais variações sejam elas
um recorte geográfico/regional, social, ou de ambos, que devam ser consideradas como
a língua em sua plenitude, não sendo tratadas de forma melhor ou pior que outra.

Conforme os estudos de Ilari e Basso (2007), encontramos os cinco campos de


variações linguística que são:

 Variação diacrónica
Variação Diacrónica: Refere-se às mudanças linguísticas ao longo do tempo. Em

Moçambique, uma mudança diacrônica notável é a evolução da língua portuguesa ao

longo dos anos. Por exemplo, palavras ou construções antigas que não são mais usadas

no português contemporâneo, mas que ainda podem ser encontradas em documentos

históricos.

 Variação sincrónica

Variação Sincrônica refere-se às variações linguísticas que existem simultaneamente


em uma comunidade linguística. Em Moçambique, a variação sincrônica pode ser
observada nas diferentes variedades do português faladas em várias regiões do país.
Por exemplo, o português falado em Maputo pode diferir em alguns aspectos do
português falado em Nampula.

 Variação diatópica geolinguistica ou dialectal

É a variação Relacionada com factores geográficos (pronuncia diferente, Diferentes


palavras para designar as mesmas realidades ou conceitos, acepções de um termo
diferentes de região para Região, expressões ou construções frásicas pr6prias de uma
Região). Esta variação está relacionada com a variação geográfica. Em Moçambique,
existem diferenças diatópicas notáveis no vocabulário, pronúncia e sotaque, dependendo
da região. Por exemplo, as diferenças entre o português falado em Maputo, Beira e Tete.

Nessa ordem de ideias, verifica-se que há necessidade que as escolas proponham o


ensino da língua de forma a abranger todos os tipos de uso, capacitando o aluno a ter
domínio da sua língua e conseguir estabelecer comunicações de acordo com a variação
linguística adequada ao momento da fala ou da escrita.

 Variação diastratica

Modos de falar que correspondem a códigos de comportamento de determinados grupos

sociais. Envolve variações relacionadas ao nível social e educacional dos falantes. Em

Moçambique, a variação diastrática pode ser observada nas diferenças entre o português

falado por pessoas com diferentes níveis de educação ou status social. Por exemplo, o
português falado por um professor pode ser mais formal do que o português falado por

um trabalhador rural.

Segundo Bortoni (1965):


O conhecimento advindo dessa corrente pode contribuir para melhorar a qualidade do
ensino da Língua Portuguesa porque trabalha sobre a realidade linguística dos usuários
dessa língua, levando em conta além dos factores internos à língua (fonologia, morfologia,
sintaxe, semântica), também os factores de ordem externa à língua (sexo, etnia, faixa etária,
origem geográfica, situação económica, escolaridade, história, cultura), entre outros, (p.39).

 Variação diafasica

Para Bortoni (1965), A variação Diafásica, “refere-se às variações linguísticas

relacionadas ao contexto de uso da linguagem”, (p.69).

Essa Variação está relacionada com as diferentes situações de comunicarão, factores de

natureza pragmática e ddiscursivas em função do contexto, um falante varia o seu

registo de língua, adaptando-o as circunstâncias.

Em Moçambique, a variação diafásica pode ser observada quando as pessoas ajustam

sua linguagem de acordo com o contexto. Por exemplo, o português usado em uma

conversa informal entre amigos pode diferir do português usado em um discurso formal

em uma conferência.

 Falar da variação linguística em Moçambique e de exemplos .

Moçambique é um país africano, localizado na África Austral, que tem pouco mais de
vinte milhões de habitantes, socioculturalmente divididos em várias etnias, cada uma
delas caracterizada por uma diversidade linguística extensa. Não é conveniente, nesse
contexto, discutir a situação linguística de Moçambique sem fazer alusão à situação
linguística em nível continental.

A variação linguística é uma diversificação comum da língua na qual seus falantes


realizam alterações segundo suas necessidades de comunicação.
Coelho (2010, p.25) considera que a variação é algo ligado a língua, por isso não
compromete o seu sistema linguístico nem a possibilidade de comunicação entre os
falantes, sim constitui uma riqueza em termos de significado social.

“Sendo assim, África possui quatro grandes famílias de línguas: (a) Níger-congo
formado por 1,436 línguas; (b) afroasiático com 371 línguas; (c) Nilo-sahariano com
196 línguas e (d) khoisan com cerca de 35 línguas” (Heine & Nurse, 2000, p.95).

Para tal, importa referir que a variação é também descrita como um fenômeno na prática
corrente de um dado grupo social, em uma época e em um certo lugar . uma língua
nunca é idêntica ao que ela é na prática de um grupo social. Portanto em Moçambique
pode-se constatar que o português de Moçambique se distancia do português Europeu,
sobretudo a nível fonético, morfológico, sintático, semântico e lexical (Vilela 1995).

Sendo assim, em Moçambique, fala-se kimwani, shimaconde, ciyawo, emakhuwa,


echuabu, cinyanja, cinyungwe, cisena, cibalke, cimanyika, cindau, ciwute, gitonga,
citshwa, cicopi, xichangana, xirhonga (Ngunga, Faquir, 2011) e outras línguas cuja
padronização ortográfica não foi realizada, mas que são faladas por grupos
populacionais espalhados pelo país e localizados geograficamente em regiões rurais e
isoladas. Existem línguas fronteiriças faladas em Moçambique e em países vizinhos tais
como o nindi (da Tanzânia), o nsenga (da Zâmbia), o shona e o kunda (do Zimbábue) e
outras.

O português e outras línguas europeias serviam para manter o domínio de uma pequena
elite que, consequentemente, conduziu à subjugação e à retirada de poderes das
sociedades africanas. É o grande e empobrecido campesinato, isto é, as largas massas do
povo africano que são despojadas das suas condições socioculturais, econômicas,
educacionais e linguísticas (Miguel, 2004, pp.477-478).

As LB existentes em Moçambique e não só, são línguas completas, com estrutura


gramatical própria. Sobre este assunto, a linguista Alkmi explica que toda língua é
adequada à comunidade que a utiliza, é um sistema completo que permite a um povo
exprimir o mundo físico e simbólico em que vive. É nessa ordem de ideias que ela
apresenta as seguintes variações abaixo:

Variação morfológica
A morfologia é uma história que descreve e analisa a estrutura interna das palavras e
processos morfológicos da variação e de formação das palavras. Em Moçambique
verifica se a falta de concordância.

Exemplos: A’ndumuwa= mais velhos [Echuwabo]; A’tokwene= mais velhos


[Elomwue].

Variação sintática

Segundo os exemplos dados por Gonçalves (2001, p.986) nota se a ausência de artigos
nas frases do português moçambicano, que é exigido pela norma europeia.

Para Camacho, (2011):


Todas as línguas e dialetos (variedades de uma língua) são igualmente complexas e
eficientes para o exercício de todas as funções a que se destinam e nenhuma língua ou
variedade dialetal é inerentemente inferior a outra similar a sua. Assim, dizer que uma
variedade rural é simples demais e, portanto, primitiva, significa afirmar que há alguma
outra variedade mais complexa e mais desenvolvida (p.36).

Variação fonético- fonológico

É uma característica das diferenças na pronúncia de palavras que variam de língua para
outra, de variante para variante.

Exemplos: A troca de [ g] por [ c]: manga=[ manca]: Emakuwa.

Ditongação da sílaba final: Beber=[ Beberi]: Elomwe.

Variação semântica

A semântica é o estudo do sentido das palavras, por outra estuda as diferenças dos
sentidos das palavras.

Exemplo: Ossoma= estudar [emakuwa], Ossoma=relação sexual [Echuwabo].

De acordo com Camacho (2011), em Moçambique, não é exceção. Todas as línguas


faladas tendem a mudar com o tempo desviando-se constantemente com relação à
norma. Sendo assim, a norma não é apenas ou simplesmente um conjunto de formas
linguísticas pré-estabelecidas, mas, também, é um agregado de valores socioculturais
usados por uma comunidade linguística.

Variação lexical
As variações lexicais são causadas por razões culturais sociais e geográficas. No caso de
Moçambique , quando uma unidade lexical for inexistente os falantes buscam do acervo
das suas línguas Bantu para completar o espaço em branco.

Exemplos: Mukapatha, (prato feito de feijão fino, arroz e leite de cocô ) prato
tradicional Machuwabo.

Capítulo III: Conclusão.

Conclusão

O presente trabalho concluí que é, na diferenças da fala que se relacionam à idade, à


região do país, à cultura e até mesmo ao estilo. Se prestarmos bastante atenção,
perceberemos que a Variação acontece nos mais variados segmentos da língua, como o
fonético, o sintático, o léxico, o semântico. Portanto, tudo isso também configura a
evolução da língua, o seu desenvolvimento e sua adaptação através do tempo e das
mudanças sociais. Nesta ordem de ideias, acredita-se que tais variações sejam elas um
recorte geográfico/regional, social, ou de ambos, que devam ser consideradas como a
língua em sua plenitude, não sendo tratadas de forma melhor ou pior que outra. Para
ultimar, importa referir que a variação linguística é, uma diversificação comum da
língua na qual seus falantes realizam alterações segundo suas necessidades de
comunicação.
Referências bibliográficas

Bagno, M. (2011). Políticas da norma e conflitos linguístico. São Paulo: Parábola.


Camacho, R. (2011). Norma culta e variedades linguísticas. Caderno de formação:
formação de professores didática geral. v.11. São Paulo: Cultura Acadêmica,
pp.34-49.

Heine, B. & Nurse, D. (200). Línguas africanas: an introduction. Cambridge: CUP.

Ngunga, A., & Faquir, O. G. (2011). Padronização da ortografia de línguas


moçambicanas: Relatório do III Seminário. Col. As nossas línguas. Maputo:
CEA.

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