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P3 - IMPULSO , SINAPSE E VIAS

I.IMPULSO NERVOSO
1.INTRODUÇÃO:
A.)VISÃO GERAL :
-os neurônios são altamente excitáveis (responsivos a estímulos).
Se um neurônio for adequadamente estimulado, um
impulso elétrico é gerado e conduzido ao longo do comprimento
de seu axônio
-esta resposta, denominada potencial de ação (impulso nervoso),
será sempre a mesma, independente da fonte ou do tipo de
estímulo e é a base do funcionamento de praticamente todas as
atividades do sistema nervoso.
-existem potenciais elétricos através das membranas de
praticamente todas as células do corpo. Algumas células, como as
células nervosas e as dos músculos, geram impulsos
eletroquímicos que se modificam, com grande rapidez, em suas
membranas, e esses impulsos são usados para transmitir sinais
por toda a membrana dos nervos e músculos.
•ainda, em outros tipos de células, por exemplo, as células
glandulares, os macrófagos e as células ciliadas, alterações locais
dos potenciais de membrana também ativam muitas funções
celulares.
B.)CANAIS IÔNICOS :
-as mudanças rápidas no potencial de membrana, que
fundamental a sinalização por todo o sistema nervoso, são
mediadas por canais iônicos, que consiste em uma classe de
proteínas transmembrânicas encontradas em todas as células do
organismo.
-os canais iônicos das células nervosas estão perfeitamente
ajustados para responder a sinais físicos e químicos específicos.
•além dos canais iônicos, as células nervosas apresentam uma
classe importante de proteínas especializadas em mover os íons
através de membranas celulares, chamados transportadores
iônicos, ou bombas, que não participam da sinalização neuronal
rápida, mas são importantes para o estabelecimento dos
gradientes de concentração de íons fisiologicamente importantes
entre os meios intra e extracelulares.
-dessa forma, a sinalização dependente dos canais iônicos é
chamada de sinalização rápida, e apresentam 3 propriedades
importantes:
•reconhecem e selecionam íons específicos
•abrem e fecham em resposta a sinais específicos elétricos,
mecânicos ou químicos
•conduzem íons através da membrana
-a maioria das células é capaz de realizar sinalização local, mas
somente as células nervosas podem realizar sinalização rápida e
a longas distancias. Embora as células nervosas apresentam uma
variedade rica e alta densidade de canais iônicos, seus canais não
diferem fundamentalmente dos canais presentes em outras
células do corpo.
•assim, o fluxo de íons que passa através de um canal é
passivo, ou seja, não requer gasto de energia metabólica.
-o potencial de membrana negativo de células nervosas é
grandemente determinado por uma classe de canais de
potássio, que é 100x mais permeável ao potássio que ao sódio,
ao contrario do que ocorre durante o potencial de ação, em que
são ativados canais de sódio, e sua entrada é 10-20 vezes
maior que a de potássio.
-a função principal dos canais iônicos nos neurônios é gerar
sinais elétricos transitórios, que são regulados pela ligação de
moléculas químicas, diretamente ao sítio extra ou
intracelular, ou ativação da cascata de sinalização celular,
capaz de modificar covalentemente um canal através da
fosforilação de proteínas, ou ainda, são regulados por
alterações do potencial de membrana, a partir da
sensibilidade à temperatura ou estiramento mecânico.
-esses reguladores controlam a entrada do canal em um dos três
estados funcionais: fechado e passível de ativaçao (em repouso),
aberto (ativo) ou fechado (inativo).
2.O POTENCIAL DE REPOUSO DA MEMBRANA :
-a membrana celular do neurônio apresenta uma nuvem
de íons positivos e negativos distribuídos entre suas
superfícies interna e externa, de modo que no repouso, a
superfície externa da celula apresenta um excesso de
cargas positivas, enquanto a superfície interna,
apresenta um excesso de cargas negativas, sendo que
essa diferença forma uma diferença de potencial, de cerca
de -60 a - 70 mV.
-assim, toda a sinalização elétrica envolve mudanças no
potencial de repouso da membrana, causadas por
passagem de corrente elétrica através da membrana
celular.
A.)NA+K+ATPASE :
-todas as membranas celulares do corpo contêm uma
bomba de Na +-K+ potente, que transporta continuamente
íons sódio para fora da célula, e íons potássio para dentro
da célula
-deve ser notado que essa é uma bomba eletrogênica, C.)ORIGEM DO POTENCIAL DE REPOUSO :
porque mais cargas positivas são bombeadas para fora -os fatores importantes para o estabelecimento do potencial de
que para dentro (três íons Na + para fora, a cada dois íons repouso normal da membrana em –90 milivolts são descritos a
K+ para dentro), deixando déficit real de íons positivos na seguir :
parte de dentro; isso gera o potencial negativo, no lado de =>(1)EQUAÇÃO DE NERSRT :
dentro das membranas celulares -indica a voltagem na qual a membrana se estabilizará
-a bomba de Na+-K+ produz também grande gradiente de caso ela seja permeável apenas a um íon, o que se aplica
concentração para o sódio e para o potássio, através da
razoavelmente bem as células da glia.
membrana nervosa em repouso. Esses gradientes são os
•a maior parte das células é permeável a diversos
seguintes:
íons, e cada um apresenta permeabilidade distinta.
-espera-se que, quando alcançado o equilíbrio predito pela
equação de Nernst, não haja mais fluxo líquido de íons pela
membrana.
-voltagem da membrana que não há mais o fluxo de um íon
específico através dela => ou seja, é o momento que o
gradiente químico e o gradiente elétrico se anulam
=>(2)CONTRIBUIÇÃO DO POTENCIAL DE DIFUSÃO DO
POTÁSSIO :
-admitindo-se que o único movimento iônico através da
membrana é o de difusão dos íons potássio, como demonstrado
pelos canais abertos entre os símbolos de potássio (K+) dentro
B.)VAZAMENTO DO K+ E NA+ ATRAVÉS DA MEMBRANA DA e fora da membrana.
CÉLULA NERVOSA : -devido à alta proporção dos íons potássio dentro e fora, 35:1
-a proteína de canal, algumas vezes conhecida por (mais dentro), o potencial de Nernst correspondente a essa
“domínio de duplo poro”, canal de potássio ou canal de proporção é de –94 milivolts,
“vazamento” de potássio (K+), na fibra nervosa, por onde -portanto, se os íons potássio fossem os únicos fatores
o potássio pode vazar mesmo na célula em repouso. causadores do potencial de repouso, o potencial de repouso,
-esses canais de vazamento de K+ podem também vazar dentro da fibra, seria igual a –94 milivolts
quantidades mínimas de íons sódio, porém são muito mais
-por meio desse número, entende-se a tendência do potássio de
permeáveis aos íons potássio que aos íons sódio, em geral,
se movimentar para fora, já que o potencial de repouso de
cerca de 100 vezes mais permeáveis.
membrana (-90 mV) é menos negativo que o potencial de
•esse diferencial na permeabilidade é um fator-chave na Nerst do potássio e, saindo da célula, o íon potássio, que é um
determinação do nível do potencial de repouso normal da cátion, deixa o potencial mais negativo (interior em relação ao
membrana posterior).
=>(3)CONTRIBUIÇÃO DA DIFUSÃO DE NA+ : 3.O POTENCIAL GRADUADO DE MEMBRANA :
-é preciso lembrar da adição da pequena permeabilidade da -potenciais graduados são mudanças localizadas e de curta
membrana nervosa aos íons sódio, causada pela difusão duração no potencial de membrana que podem ser
diminuta dos íons sódio, pelos canais de extravasamento de despolarizações ou hiperpolarizações.
Na +-K+. •estas modificações ocasionam fluxos de corrente que
-a proporção entre os íons sódio através da membrana, de diminuem sua magnitude com a distância. Esses potenciais
dentro para fora, é de 0,1 (mais fora do que dentro), o que são chamados "graduados", pois sua amplitude varia
corresponde ao potencial calculado de Nernst no lado de diretamente com a intensidade do estimulo. -quanto maior o
dentro da membrana de +61 milivolts. estímulo, maior a alteração de voltagem e,
•também é mostrado é o potencial de Nernst para a conseqüentemente, o fluxo de corrente.
difusão do potássio, que é de – 94 milivolts. -potenciais graduados são disparados por alguma mudança (um
=> COMO CHEGAR AO RESULTADO ? PELA EQUAÇÃO DE estímulo) no ambiente do neurônio, pro- vocando a abertura de
GOLDMAN canais iônicos com comportas.
-se a membrana for muito permeável ao potássio, mas apenas OBS : DESPOLARIZAÇÃO E HIPERPOLARIZAÇÃO
levemente permeável ao sódio, é lógico que a difusão do -a partir deste momento, os termos despolarização e
potássio contribuirá muito mais para o potencial de membrana hiperpolarização serão empregados para descrever as
do que para a difusão do sódio. mudanças no potencial de membrana relativas ao potencial de
•na fibra nervosa normal, a permeabilidade da membrana membrana em repouso e, por isso, é importante entender
ao potássio é cerca de 100 vezes maior do que a claramente estes termos.
permeabilidade ao sódio. =>DESPOLARIZAÇÃO:
-ao usar esse valor na equação de Goldman, será obtido o
-é uma redução no potencial de membrana: o interior da
potencial do lado de dentro da membrana de –86 milivolts que
membrana se torna menos negativo (mais próximo de zero)
se aproxima do potencial de potássio mostrado na figura.
do que no potencial de repouso
=>(4)CONTRIBUIÇÃO DA BOMBA DE NA+ E K + :
•por exemplo, uma alteração no potencial de repouso de -
-a bomba Na +-K+ é mostrada contribuindo adicionalmente
70 mV para - 65 mV é uma despolarização. Por convenção,
para o potencial de repouso.
despolarização também inclui eventos onde o potencial de
-ocorre um bombeamento contínuo de três íons sódio para o
membrana se reverte e se move acima do zero, tomando-se
exterior para cada dois íons potássio bombeados para o lado
positivo.
interno da membrana.
-entrada de Na+ ou Ca++ na célula
-o bombeamento de mais íons sódio para fora do que íons
=>HIPERPOLARIZAÇÃO :
potássio para dentro produz perda contínua de cargas
-ocorre quando o potencial de membrana aumenta, tomando-
positivas pelo lado interno da membrana, criando um grau
adicional de negatividade (em torno de –4 milivolts adicionais) se mais negativo do que o potencial de repouso. Por exemplo,
no lado interno, além da produzida pela difusão. uma alteração de - 70 mV para - 75 mV é uma
•por essa razão,o potencial de membrana efetivo, com todos hiperpolarização
esses fatores atuantes ao mesmo tempo, é de cerca de –90 -em resumo, a despolarização aumenta a probabilidade de gerar
milivolts impulsos nervosos, e a hiperpolarização reduz esta
-em resumo, os potenciais de difusão causados pela difusão do probabilidade.
sódio e do potássio atuando isoladamente produziriam -entrada de Cl- ou saída K+ na célula
potencial de membrana de cerca de –86 milivolts, quase todo 4.POTENCIAL DE AÇÃO :
determinado pela difusão do potássio. -os sinais nervosos são transmitidos por potenciais de ação, que
•então, –4 milivolts adicionais são somados ao potencial de são rápidas alterações do potencial de membrana que se
membrana pela bomba eletrogênica contínua de Na +-K+, propagam com grande velocidade por toda a membrana da fibra
resultando no potencial de membrana efetivo de –90 milivolts. nervosa.
-cada potencial de ação começa por uma alteração súbita do
potencial de membrana normal negativo
para um potencial positivo, terminando com retorno quase tão
rápido para o potencial negativo.
-para conduzir o sinal nervoso, o potencial de ação se desloca ao
longo da fibra nervosa até sua extremidade final
-o principal mecanismo pelo qual os neurônios enviam sinais
por longas distâncias é pela geração e propagação de potenciais
de ação (PAs).
-apenas células com membranas excitáveis - células neuronais e
musculares - podem gerar PAs.
-diferente dos potenciais graduados, a amplitude do PA não
decresce com a distância.
-o estímulo altera a permeabilidade da membrana neuronal
por abrir canais específicos regulados por voltagem no
axônio. Esses canais se abrem e se fecham em resposta a
mudanças no potencial de membrana, sendo ativados por
correntes locais (potenciais graduados) que se propagam
das membranas dos dendritos e corpo celular para o axônio.
A.)O LIMIAR :
-o potencial de ação só vai ocorrer se o aumento inicial do
potencial de membrana for suficientemente intenso para
gerar o feedback positivo descrito no parágrafo anterior.
-isso acontece quando o número de íons sódio, que entram na
fibra, fica maior que o número de íons potássio que sai dela.
-o aumento repentino do potencial de membrana, entre 15 e 30
milivolts em geral, é necessário. Assim, qualquer aumento
abrupto do potencial de membrana de fibra nervosa calibrosa
de –90 milivolts para cerca de –65 milivolts usualmente
provoca o explosivo desenvolvimento do potencial de ação. Esse
nível de -65mV é referido como o limiar para a estimulação
-como resultado, a permeabilidade da membrana ao Na+ declina
B.)GERAÇÃO DE UM POTENCIAL DE AÇÃO : para os níveis de repouso e o influxo de Na + para
-gerar um PA envolve três mudanças consecutivas, porém completamente. Com isso, o potencial de ponta do PA pára de
sobrepostas, na permeabilidade da membrana que resulta da ascender e a direção torna-se reversa.
abertura e do fechamento de canais iônicos regulados por -quando a entrada de Na+ declina, os lentos canais de K +
voltagem, todas induzidas pela despolarização da membrana regulados por voltagem se abrem e o K + lança-se para fora da
axonal célula seguindo o seu gradiente eletroquímico.
-estas alterações de permeabilidade constituem um acréscimo -assim, a negatividade interna do neurônio em repouso é
transitório na permeabilidade ao Na+, seguido pela restauração restaurada, um evento denominado repolarização
da impermeabilidade ao Na+ e, então, um breve aumento na -tanto o declínio abrupto na permeabilidade ao Na+ como o
permeabilidade ao K+ aumento da permeabilidade ao K+ contribui para a
-as primeiras duas modificações de permeabilidade marcam repolarização.
o princípio e o final da fase de despolarização do PA, =>(4)HIPERPOLARIZAÇÃO : A PERMEABILIDADE AO K+
indicada pela fase ascendente da curva do PA .A terceira CONTINUA :
mudança de permeabilidade é responsável pelas fases de -o período de permeabilidade aumentada ao K+ dura bem
repolarização (a fase descendente do PA ou do potencial em mais do que a necessidade para a restauração do estado de
ponta) e hiperpolarização repouso.
=>(1)ESTADO DE REPOUSO : CANAIS REGULADOS POR -como resultado do efluxo excessivo de K+, uma pós
VOLTAGEM FECHADOS : hiperpolarização, também denominada subpassagem, é vista na
-praticamente todos os canais de Na+ e K + regulados por curva do PA como um leve declive que se segue ao potencial em
voltagem estão fechados. ponta (e antes do fechamento da comporta de potássio).
-apenas os canais de vazamento estão abertos, mantendo o -ainda neste ponto, os canais de Na + começam a retornar à sua
potencial de membrana em repouso. posição original, alterando sua forma para reabrir suas
=>(1.1)CANAL DE NA+ : comportas de inativação e fechar as de ativação.
-cada canal de Na + tem duas comportas: -embora a repolarização restaure as condições elétricas de
•uma comporta de ativação sensível à voltagem, que está repouso, ela não restitui as condições iônicas de repouso.
fechada no repouso e responde à despolarização, abrindo-se -os canais de K+dependentes de voltagem levam ao
•uma comporta de inativação, que bloqueia o canal após ele encerramento do potencial de ação, causando o fechamento
estar aberto. de seus portões por meio de um processo de retroalimentação
-assim, a despolarização promove a abertura e logo a
negativa
inativaçiio dos canais de sódio. Ambas as comportas precisam
=>(5) AÇÃO DA NA+/K+ ATPASE :
estar abertas para a entrada de Na+, porém o fechamento de
-a redistribuição de íons é efetuada pela bomba de sódio e
qualquer uma delas efetivamente bloqueia o canal
=>(1.2)CANAL DE K+ : potássio durante a repolarização.
-cada canal ativo de potássio, ao contrário, possui apenas uma -com o passar do tempo, é necessário o restabelecimento das
comporta sensível à voltagem que está fechada no estado de diferenças de concentração entre o sódio e o potássio, o que se
repouso e se abre lentamente em resposta à despolarização. consegue pela ação da bomba de Na +-K+, da mesma maneira
=>(2) FASE DESPOLARIZANTE : AUMENTO NA como descrito anteriormente para o estabelecimento original
PERMEABILIDADE AO NA+ E REVERSÃO DO POTENCIAL DE do potencial de repouso.
MEMBRANA •ou seja, os íons sódio que se difundiram para o interior da
-quando a membrana axonal é despolarizada por correntes célula, durante o potencial de ação, e os íons potássio que se
locais, os canais de Na+ se abrem e o íon flui para o interior da difundiram para o exterior devem retornar aos seus estados
célula. originais pela bomba de Na +-K+
-este influxo de cargas positivas despolariza aquela "porção" OBS : OUTROS ÍONS :
local da membrana e abre cada vez mais canais de sódio, -outros íons, especialmente o Ca2+, podem afetar o po-
tornando este interior da membrana progressivamente tencial de membrana tanto através do fluxo por canais quanto
menos negativa. por interações com a membrana.
-quando a despolarização neste sítio de estimulação chega a -a redução na concentração extracelular de Ca2+aumenta a
um nível crítico, chamado limiar (geralmente entre - 55 e - 50 excitabilidade das células mus- culares e nervosas, reduzindo o
mV), a despolarização se toma auto-regenerativa, grau de despolarização neces- sário para dar início às mudanças
estabelecendo um feedback positivo. na condutância ao Na+e K+ que produzem o potencial de ação.
-assim, após ser iniciada pelo estímulo, a despolarização é -por outro lado, o aumento na concentração extracelular de
conduzida pelas correntes iônicas criadas pelo influxo de Na+. Ca2+estabiliza a membrana, reduzindo a excitabilidade.
Quanto mais Na + entra, mais a membrana fica despolarizada e C.) PRINCÍPIO DO TUDO OU NADA :
mais canais de Na+ são abertos até que todos estes canais ficam -uma vez em que o potencial de ação foi gerado em algum
abertos. lugar da membrana da fibra normal, o processo de
•neste momento, a permeabilidade ao Na+ é despolarização trafega por toda a membrana, se as condições
aproximadamente 1.000 vezes maior do que aquela observada forem adequadas, ou não se propaga de qualquer modo, se as
no neurônio em repouso. condições não forem adequadas. Esse princípio é conhecido
-como resultado, o potencial de membrana se torna cada vez como princípio do tudo ou nada, e se aplica a todos os tecidos
menos negativo e, então, lança-se ao valor de + 30 mV à medida excitáveis normais.
que o Na+ segue seu gradiente eletroquímico. -ocasionalmente, o potencial de ação atinge uma região da
-esta rápida despolarização e a reversão de polaridade membrana que não gera voltagem suficiente para estimular a
produzem a fase ascendente aguda do potencial em ponta do área seguinte da membrana. Quando essa situação ocorre, a
potencial de ação e feedback positivo o responsável pela propagação da despolarização é interrompida.
fase ascendente (despolarizante) do potencial de ação e •por conseguinte, para que ocorra propagação contínua do
pela propriedade que coloca a "ação" no potencial de ação. impulso, a proporção entre o potencial de ação e o limiar de
=>(3) FASE REPOLARIZANTE : DIMINUIÇÃO NA excitação deve ser sempre maior que 1. Esse requisito “maior
PERMEABILIDADE AO NA+ : que 1” é referido como fator de segurança para a propagação.
-a fase ascendente do potencial de ação persiste por -o limiar varia com a duração; com estímulos fracos a duração
aproximadamente 1 ms. Mas ela se autolimita, pois a lenta deve ser maior, e com estímu- los intensos a duração pode ser
comporta de inativação do canal de Na+ começa a se fechar menor.
neste ponto. -a relação entre a intensidade e a duração de um estímulo limiar
é denominada curva intensidade-duração. Correntes com
ascensão lenta causam o disparo do axônio porque este se
adapta ao estímulo aplicado, processo denominado adaptação.
D.)ALTERAÇÕES NA EXCITABILIDADE :
-durante o potencial de ação, assim como durante os potenciais II.SINAPSES
eletrotônicos e a resposta local, o limiar para estimulação do
neurônio é alterado
-as respostas hiperpolarizantes elevam o limiar, e as respostas 1.INTRODUÇÃO :
despolarizantes o reduzem na medida em que aproximam o A.)O CONCEITO DE SINAPSE :
potencial de membrana ao nível de disparo. -a operação do sistema nervoso depende do fluxo de in-
-durante a resposta local, o limiar é reduzido, mas durante a fase formações por cadeias de neurônios funcionalmente
ascendente e em grande parte da fase descendente do potencial de conectados por sinapses.
ação, o neurônio fica refratário a estímulos -a transmissão sináptica seria simplesmente a passagem
=>PERÍODO REFRATÁRIO A ABSOLUTO E RELATIVO : incondicional de informações entre os neurônios.
-correspondente ao período entre o momento do disparo e o -no entanto, se esse fosse sempre o caso, não haveria
momento em que se tenha completado um terço da necessidade da sinapse! Bastaria que as células nervosas
repolarização, e período refratário relativo, que perdura deste formassem um sincício, como se pensava antes e assim
ponto até o retorno da membrana ao repouso. haveria continuidade entre as membranas dos neurônios e
-durante o período refratário absoluto, nenhum estímulo, estaria garantida a passagem dos potenciais de ação por
independentemente de sua intensidade, será capaz de excitar o todos eles.
neurônio, mas durante o período refratário relativo, um estímulo •a consequência dessa construção, entretanto, seria um
supralimiar pode causar excitação. sistema nervoso incapaz de "tomar decisões", isto é, de
E.)CONDUÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO : interpretar e modificar as informações que recebe. A espécie
-a membrana celular dos neurônios encontra-se polarizada em humana não teria atingido o desenvolvimento que atingiu,
repouso, com as cargas positivas alinhadas do lado de fora da pois seu sistema nervoso seria incapaz de criar informações,
membrana e as cargas negativas do lado de dentro. -durante o isto é, de pensar
potencial de ação, essa polaridade desaparece e, por um breve -a transmissão sináptica consiste em uma dupla conversão
período, fica, de fato, revertida. de códigos. A informação produzida pelo neurônio é
-as cargas positivas a partir da membrana à frente e atrás do veiculada eletricamente (na forma de potenciais de ação)
potencial de ação fluem para a região de negatividade representada até os terminais axônicos, e nesse ponto é transformada e
pelo potencial de ação ("dissipação de corrente"). veiculada quimicamente para o neurônio conectado.
•ao extrair as cargas positivas, esse fluxo reduz a polaridade da -a seguir, nova transformação: a informação química é
membrana à frente do potencial de ação. "percebida" pelo segundo neurônio e volta a ser veiculada
-essa despolarização eletrotônica dá início a uma resposta local e, eletricamente, com a gênese e a condução de outros
quando se atinge o nível de disparo, ocorre uma resposta propagada potenciais de ação.
que, por sua vez, promove despolarização eletrotônica da •nessa dupla conversão, o conteúdo de informação que o
membrana à sua frente. primeiro neurônio veicula é quase sempre modificado, pois o
=>NODOS DE RANVIER : número e a distribuição temporal dos potenciais de ação que
-a distribuição espacial dos canais iônicos ao longo do axônio tem o segundo neurônio produz tomam-se diferentes daqueles
papel fundamental na iniciação e na regulação do potencial de ação. originados no primeiro neurônio.
-os canais de Na+ dependentes de voltagem estão altamente -essa característica transformadora é justamente a
concentrados nos nodos de Ranvier e no segmento inicial nos propriedade mais importante da sinapse, pois é ela que
neurônios mielinizados. confere ao sistema nervoso a sua enorme e diversificada
-na maioria dos neurônios mielinizados, os canais de Na+são capacidade de processamento de informação.
flanqueados por canais de K+ envolvidos na repolarização. B.)TIPOS MORFOLÓGICOS DE SINAPSE :
-a condução em axônios mielinizados depende de um padrão de
fluxo circular de corrente semelhante ao descrito anteriormente.
-entretanto, a mielina é um isolante efetivo, e o fluxo de corrente
que a atravessa é desprezível.
-a despolarização nos axônios mielinizados cursa de um nodo de
Ranvier ao seguinte, com a dissipação de corrente no nodo ativo
servindo para a despolarização eletrotônica do nodo à frente do
potencial de ação até o limiar de disparo
-este "salto" nades- polarização de um nodo a outro é denominado
condução saltatória.
•trata-se de processo rápido que permite que axônios
mielinizados conduzam com velocidade até 50 vezes maior do que
as mais rápidas fibras não amielínicas.
=>(1)AXODENDRÍTICAS :
-sinapses entre as terminações axonais de um neurônio e os dendritos •uma região receptora para o neurotransmissor
de outro neurônio são sinapses axodendríticas na membrana de um dendrito ou do corpo celular do
=>(2)AXOSSOMÁTICAS : neurônio pós-sináptico.
-aquelas entre terminações axonais de um neurônio e corpos celulares -embora muito próximas, as membranas pré-
de outros neurônios são sinapses axossomáticas. sináptica e pós-sináptica estão sempre separadas por
0BS :menos comum (e pouco entendidas) são as sinapses entre axônios uma fenda sináptica, um espaço preenchido com
(axoaxônicas), entre dendritos (dendrodendríticas) ou entre dendritos líquido de aproximadamente 30 a 50 nm de largura.
e corpos celulares (dendrossomáticas). -como a corrente da membrana pré-sináptica se
C.)CONDUÇÃO : dissipa na fenda preenchida com líquido, a sinapse
-o neurônio que conduz impulsos para a sinapse é o química efetivamente previne um impulso nervoso de
neurônio pré-sináptico, e o neurônio que transmite o si- nal elétrico passar diretamente de um neurônio para o outro.
para fora da sinapse é o neurônio pós-sináptico. =>(2)A MUDANÇA DE SINAL :
-em uma sinapse específica, o neurônio pré-sináptico é o que manda a -em vez disso, a transmissão de sinais através da
informação, e o neurônio pós-sináptico é o receptor da informação. sinapse é um evento químico que depende da
-a maioria dos neurônios funciona como neurônios pré- sinápticos e liberação, da difusão e da ligação do
pós-sinápticos ao mesmo tempo. neurotransmissor ao receptor, resultando em uma
-na periferia do corpo, a cé- lula pós-sináptica pode ser outro neurônio comunicação unidirecional entre os neurônios.
ou uma célula efetora (uma célula muscular ou uma célula glandular) -dessa forma, enquanto a transmissão de impulsos
2.TIPOS DE SINAPSE : nervosos pelo axônio e nas sinapses elétricas se
A.)ELÉTRICAS : constitui em um evento puramente elétrico, as
=>(1)CONCEITO : sinapses químicas transformam os sinais elétricos em
-sinapse elétrica, o tipo menos comum, corresponde às junções sinais químicos (neurotransmissores) que viajam
comunicantes ou abertas encontradas entre outros tipos de células através da sinapse para a célula pós-sináptica, onde
corporais. são convertidos novamente em sinais elétricos.
-elas possuem canais protéicos, constituídos de subunidades de
conexinas, que conectam intimamente o citoplasma de neurônios
adjacentes e permitem o fluxo de íons e pequenas moléculas de um
neurônio para o próximo.
-neurônios unidos desta forma são ditos eletricamente acoplados, e a
transmissão por esta sinapse é muito rápida. Dependendo da natureza
da sinapse, a comunicação pode ser unidirecional ou bidirecional.
-uma característica-chave das sinapses elétricas neuronais é que estas
fornecem um mecanismo simples para sincronizar a atividade de todos
os neurônios conectados.
-são muito mais abundantes no tecido nervoso embrionário, permitindo
o intercâmbio de sinais de orientação durante o início do
desenvolvimento neural, o que possibilita a conexão apro- priada entre
os neurônios. Com o desenvolvimento do sistema nervoso, algumas
sinapses elétricas são substituídas por sinapses químicas. -junções
comunicantes ou abertas também são observadas entre as células
gliais do SNC.
=>(2)CONSEQUÊNCIAS :
-as células acopladas não há propriamente processamento de
informação: os potenciais gerados em uma delas passam quase sem
alteração para a outra.
-elém disso, na maioria dessas junções é indiferente o sentido de
passagem da informação, embora existam algumas junções
comunicantes unidirecionais (chamadas junções retificadoras, por
analogia com um dispositivo eletrônico que permite a passagem de
corrente elétrica apenas em uma direção).
=>(3)UTILIDADE :
-a rapidez de transmissão, que permite a sincronização de numerosas
populações de células acopladas.
•no caso das células cardíacas, por exemplo, é necessário fazê-las
contrair-se ao mesmo tempo, para que as cavidades cardíacas possam
impulsionar o sangue adiante.
•no caso do sistema nervoso, o acoplamento e o desacoplamento das
junções comunicantes é particularmente útil durante o
desenvolvimento, quando é preciso fazer com que populações
numerosas de neurônios juvenis iniciem sincronizadamente um
determinado processo ontogenético.
B.)QUÍMICAS :
=>(1)DEFINIÇÃO :
-ao contrário das sinapseselétricas especializadas para permitir o fluxo
de íons entre os neurônios, as sinapses quí- micas são especializadas
para a liberação e a recepção de neurotransmissores químicos.
-uma sinapse química típica é constituída por duas parte
•um terminal axonal dilatado do neurônio pré-sináptico, contendo
grande quantida- de de vesículas delimitadas por membrana,
denominadas vesículas sinápticas, onde cada uma contém milhares de
moléculas de neurotransmissores;
=>(3)VISAO GERAL :
-1: a informação que chega ao elemento pré- sináptico vem na forma de
potenciais de ação propagados pelo axônio até os terminais. 3. TRANSFERENCIA DE INFORMAÇÃO PELAS
-2 :a seguir, como a larga fenda sináptica e a ausência de conexons SINAPSES QUÍMICAS :
impedem a passagem direta de correntes iónicas para a célula pós- -quando um impulso nervoso chega ao terminal
sináptica, ocorre a conversão da informação elétrica conduzida pelos axonal, ele aciona uma cadeia de eventos que
potenciais de ação em informação química. resultam na liberação do neurotransmissor.
•os potenciais de ação causam a liberação, na fenda sináptica, de -este cruza a fenda sináptica e liga-se aos
uma certa quantidade de substância que geralmente está armazenada receptores na membrana pós-sináptica, provo-
no interior das vesículas. Essa substância recebe o nome genérico de cando uma alteração na permeabilidade dessa
neuromediador. membrana.
-3 :as moléculas do neuromediador, uma vez na fenda sináptica, =>(1)CANAIS DE CÁLCIO SE AMBREM NO
difundem-se até a membrana pós-sináptica, onde pode ocorrer: TERMINAL AXONAL PRÉ SINÁPTICO :
•a reconversão da informação química para informação de natureza -quando o impulso nervoso chega ao terminal
elétrica, ou então axonal, a despolarização da membrana abre não
•a transferência da informação química para uma cadeia de sinais apenas canais de Na+, mas também canais de Ca++
moleculares no interior da célula. regulados por voltagem.
-no primeiro caso, a ação do neuromediador pode resultar em um -durante um curto período de tempo, os canais de
potencial pós-sináptico na membrana da segunda célula, que então Ca ++ permanecem abertos, permitindo a entrada
altera a atividade elétrica de seu axónio, produzindo mais ou menos do íons seguindo o seu gradiente eletroquímico, do
potenciais de ação propagados até uma terceira célula, onde o processo meio extracelular para o interior do terminal
se repetirá. axonal.
-no segundo caso, a ação do neuromediador aciona diferentes vias de =>(2) LIBERAÇÃO DE NEUROTRANSMISSORES :
sinalização molecular do neurónio pós-sináptico, sem necessariamente -a onda de Ca++ no terminal axonal age como um
interferir na sua sinalização elétrica mensageiro intracelular, direcionando a fusão das
=>(4)UTILIZAÇÃO : vesículas sinápticas com a membrana axonal e o
-o primeiro caso descrito anteriormente é o mais frequente e típico no esvaziamento de seu conteúdo na fenda sináptica
SNC. por exocitose.
-a dupla conversão de informação, do modo elétrico para o modo -o Ca++ é, então, rapidamente removido do
químico e outra vez para o modo elétrico, permite que haja terminal, sendo captado pelas mitocôndrias ou
interferência sobre o seu "conteúdo" na própria sinapse, chamada ejetado ativamente do interior neuronal por uma
modulação da transmissão. Adiante, veremos como isso se passa. bomba de Ca++
-a modulação da transmissão sináptica ocorre na maioria das sinapses,
mas não em todas.
•na sinapse neuromuscular, por exemplo, aquela que põe em contato OBS : SECREÇÃO DE VESÍCULAS :
um axônio motor com uma célula muscular esquelética, é desejável que -o brotamento das vesículas, a fusão e a
não haja falhas de transmissão: a cada comando motor é preciso que a descarga do seu conteúdo com subsequente
célula muscular se contraia. recuperação da membrana da vesícula são
-nesse caso, em condições normais, todo potencial de ação que chega ao processos fundamentais, ocorrendo na maioria,
terminal pré-sináptico resulta em liberação do neuromediador se não em todas as células.
acetilcolina, e este inevitavelmente provoca um potencial pós- sináptico -portanto, a secreção de neurotransmissores
despolarizante na célula muscular, que então se contrai. nas sinapses, acompanhada da recuperação da
-nas sinapses entre neurônios, entretanto, na maioria das vezes o que membrana, são formas especializadas de
se quer é um maior número de opções: aumentar, diminuir ou até processos gerais de exocitose e endocitose.
mesmo bloquear a atividade do neurónio pós-sináptico. -os detalhes dos processos pelos quais as
•nesse caso, os potenciais de ação que chegam ao terminal pré- vesículas sinápticas se fundem à membrana
sináptico nem sempre provocam a liberação de neuromediador em celular ainda estão sendo desvendados. Eles
quantidade capaz de provocar exatamente a mesma atividade no envolvem a formação de um bloqueio pela
neurônio pós-sináptico. ligação da proteína v-snare sinaptobrevina na
-a informação que emerge de um neurônio quase sempre é diferente da membrana da vesícula à proteína t-snare
que ele recebe de outro neurônio. sintaxina na membrana celular.
=>(3)LIGAÇÃO DO NEUROTRANSMISSOR AOS RECEPTORES
PÓS SINÓPTICOS :
-o neurotransmissor se difunde pela fenda s Ligação do
-os efeitos dos neurotransmissores geralmente duram
neurotransmissor aos receptores pós- sinápticos. O
poucos milissegundos antes de serem finalizados por um
neurotransmissor se difunde pela fenda sináptica e se liga
dos três mecanismos. -dependendo do neurotransmissor
reversivelmente aos receptores protéicos específicos
particular, o mecanismo de finalização poderá ser:
localizados na membrana pós-sináptica.
•degradação por enzimas associadas com a membrana
=>(4)CANAIS IÔNICOS SE ABREM NA MEMBRANA PÓS
pós-sináptica ou presentes nas sinapses, como ocorre com
-SINÁPTICA :.
a acetilcolina.
-quando o neurotransmissor se liga ao receptor protéi- co, este
•recaptação por astrócitos ou pelo terminal pré-sináp-
receptor muda sua conformação tridimensional. Esta
tico, onde o neurotransmissor pode ser estocado ou des-
alteração provoca a abertura de canais iônicos e gera
truído por enzimas, como é o caso da noradrenalina.
potenciais graduados.
•difusão para fora da sinapse.
-geralmente, as membranas pós- sinápticas possuem
OBS : RETARDO SINÁPTICO :
proteínas receptoras e canais iônicos em um só complexo,
-embora um impulso possa viajar a velocidades de até 150
funcionando como canais iônicos regulados quimicamente.
m/s ao longo do axônio, a transmissão neural pela sinapse
-dependendo da proteína receptora em que o
química é comparativamente lenta, refletindo o tempo
neurotransmissor se ligou e o tipo de canal que o receptor
necessário para a liberação, a difusão e a ligação do
controla, o neurônio pós-sináptico pode ser excitado ou
neurotransmissor aos receptores.
inibido.
-de um modo geral, esse retardo sináptico, que dura de 0,3
•para cada impulso nervoso que chega ao terminal pré-
a 5,0 ms, é o passo limitante (mais lento) da transmissão
sináptico, muitas vesículas (aproximadamente 300) são
neural.
esvaziadas na fenda sináptica.
-o retardo sináptico ajuda a explicar porque a transmissão
-quanto maior a freqüência do impulso (ou seja, mais intenso o
ao longo de uma via neural envolvendo dois ou três
estímulo), maior o nú- mero de vesículas sinápticas que se
neurônios ocorre rapidamente, ao passo que nas vias
fundem e liberam seu conteúdo e, conseqüentemente, maior o
multissinápticas, característico das funçôes mentais
efeito na célula pós-sináptica.
superiores, ela é muito mais lenta. Entretanto, em termos
=>(5)FINALIZAÇÃO DO EFEITO DO NEUROTRANSMISSOR :
práticos, tais diferenças não são perceptíveis.
-enquanto ligado ao receptor pós-sináptico, um
neurotransmissor continua a exercer o seu efeito na
permeabilidade da membrana, bloqueando a recepção de
novos sinais do neurônio pré-sináptico.
-assim, é necessário algum mecanismo para "limpar a
membrana pós-sináptica".
4.POTENCIAIS PÓS-SINÁPTICOS E INTEGRAÇÃO SINÁPTICA :
-muitos receptores presentes nas membranas pós-sinápti- cas das
sinapses químicas são canais iônicos especializa- dos, portanto
convertendo os sinais químicos em sinais elétricos.
-diferente dos canais iônicos regulados por voltagem e responsáveis
pelos PAs, estes canais regulados por substâncias químicas são
relativamente insensíveis às mudanças no potencial de membrana.
•consequentemente, a abertura dos canais nas membranas pós-
sinápticas não podem se tornar auto-regenerativas ou auto-
amplificadoras.
-em vez disso, os receptores dos neurotransmis- sores geram
potenciais graduados - alterações locais no potencial de membrana
que são graduadas de acordo com a quantidade de
neurotransmissor liberado e o tempo que este permanece na área.
-sinapses químicas são excitatórias ou inibitórias dependendo da
forma como afetam o potencial de membrana do neurônio pós-
sináptico.
A.)SINAPSES EXCITATÓRIAS E PPSEs :
-um único estímulo aplicado aos nervos sensoriais
caracteristicamente não leva à formação de um potencial de ação
propagado no neurônio pós-sináptico. Em vez disso, o estímulo
produz ou uma despolarização parcial transitória ou uma
hiperpolarização transitória.
•durante esse potencial, a excitabilidade do neurônio a outros
estímulos aumenta, e consequentemente o potencial é chamado de
um potencial excitatório pós-sináptico (PEPS)
-o PEPS é produzido pela despolarização da membrana celular pós-
sináptica imediatamente abaixo da terminação pré- sináptica. O
transmissor excitatório abre os canais de Na+ ou Ca2+ na
membrana pós-sináptica, produzindo uma corrente de influxo.
-a área de fluxo de corrente assim criada é tão pequena que não
drena carga positiva suficiente para despolarizar toda a membrana.
-em vez disso, um PEPS é registrado. O PEPS resultante da
atividade em um botão sináptico é pequeno, mas as despolarizações
produzidas por cada um dos botões ativos se somam.
B.)SINAPSES INIBITÓRIAS E PIPS :
-a ligação de neurotransmissor em sinapses inibitórias reduz a
habilidade do neurônio pós-sináptico em gerar um PA.
-a maioria dos neurotransmissores inibitórios induz a
hiperpolarização das membranas pós-sinápticas por torná-las mais D.)INTEGRADOR NEURAL :
permeáveis a saída K+ ou a entrada de Cl- -muitos neurônios recebem entradas excitatórias e
-a diminuição de excitabilidade da célula nervosa durante o PIPS se inibitórias de milhares de outros neurônios. Além disso, a
deve ao movimento do potencial de membrana para longe do nível mesma fibra pode formar diferentes tipos de sinapses
de disparo. Consequentemente, mais atividade excitatória (bioquímicas e elétricas) com diversos tipos de neurô-
(despolarizadora) é necessária para atingir o nível de disparo. nios-alvos.
C.)SOMAÇÃO NO NEURÔNIO PÓS SINÁPTICO : =>como toda essa informação conflitante é or- ganizada?
-um único PPSE não pode induzir um PA no neurônio pós-sináptico. Cada cone axonal de um neurônio faz uma estimativa de
Mas se milhares de terminais axonais excitatórios disparam na todos os sinais que recebe
mesma membrana pós-sináptica, ou se um número menor de •não apenas os PPSEs são somados separadamente,
terminais liberarem impulsos rapidamente, a probabilidade de as- sim como os PPSis, mas também ocorre a somação
alcançar o limiar de despolarização aumenta bastante. desses dois tipos, PPSEs com PPSis.
-assim, os PPSEs podem se juntar, ou se somar, para influenciar a -se o efeito excitatório dos PPSEs prevalecer, o potencial
atividade de um neurônio pós-sináptico de membrana será levado ao limiar e o neurônio irá
-os impulsos nervosos nunca poderiam ser iniciados se isto não disparar.
acontecesse. •se a somação resultar em despolarização sublimiar
-dois tipos de somação podem ocorrer. ou uma hiperpolarização, o neurônio fracassará em gerar
=>(1)SOMAÇÃO TEMPORAL : um PA.
-acontece quando um ou mais neurônios pré-sinápticos transmitem -entretanto, neurônios parcialmente despolarizados são
impulsos rapidamente (em maior freqüência), liberando facilitados, ou seja, mais facilmente serão excitados por
sucessivamente uma maciça quantidade de neurotransmissores. O eventos despolarizantes sucessivos, pois eles estão mais
primeiro impulso produz um pequeno PPSE que, antes de ser próximos do limiar.
dissipado, novos impulsos sucessivos disparam mais PPSEs. •assim, a membrana do cone axôni- co funciona como
-estes se somam, produzindo uma despolarização muito maior da integrador neural, e seu potencial, em um certo momento,
membrana pós-sináptica do que aquela que ocorreria com um único refletirá a soma de toda a informação neuronal que está
PPSE. chegando até este local.
=>(2)SOMAÇÃO ESPACIAL : -como PPSEs e PPSis são potenciais graduados que
-é observada quando o neurônio pós-sináptico é estimulado ao diminuem sua amplitude com a distância percorrida, as
mesmo tempo por um grande número de terminais do mesmo ou, sinapses mais efetivas são aquelas localizadas próximas
mais comu- mente, de diferentes neurônios. ao cone axônico.
-um grande número de seus receptores liga neurotransmissores, -com isto, as sinapses inibitórias são mais efetivas quando
iniciando PPSEs simultâneos que se somam e aumentam localizadas entre o sítio de entradas exci- tatórias e o sítio
drasticamente a despolarização. de geração do potencial de ação (o cone axônico). Em
geral, as sinapses inibitórias ocorrem mais
freqüentemente no corpo celular, e as excitatórias
predominam nos dendritos.
•o nome clássico neurotransmissor ficou reservado
5.INIBIÇÃO PRÉ SINÁPTICA : para as substâncias primeiro descobertas, todas de baixo
-outro tipo de inibição que ocorre no SNC é a inibição pré- peso molecular, e cuja ação se exerce diretamente sobre a
sináptica, um processo mediado pelos neurônios cujos membrana pós-sináptica, quase sempre produzindo nela
terminais estão em terminações excitatórias, formando as um potencial pós-sináptico (excitatório ou inibitório).
sinapses axoaxonais Manteve-se também o uso correspondente do sufixo érgico.
-três mecanismos de inibição pré-si- náptica foram -para as substâncias descobertas mais recentemente, criou-
descritos. se o termo neuromodulador.
•primeiro, a ativação dos receptores pré-sinápticos •nesse caso, a variedade de tipos químicos e
aumenta a condutância de Cl- e tem sido demonstrado que ação funcional é grande: muitas substâncias têm alto peso
isso diminui o tamanho dos potenciais de ação que atingem molecular (como os neuropeptídeos), outras são moléculas
a terminação excitatória muito pequenas (como os gases óxido nítrico e monóxido de
•os canais de K+dependentes de voltagem também são carbono), e seus mecanismos de ação são muito diversos.
abertos, e o efluxo de K+ resultante também provoca a -quando se quer denominar os mensageiros sinápticos de
diminuição do influxo de Ca2+. um modo geral, é melhor utilizar o termo neuromediador.
•há evidências de inibição direta da liberação de -conceitualmente, os diferentes neuromediadores de um
neurotransmissores independentemente do influxo de Ca2+ neurônio interagem na sinapse: o neuromodulador
para dentro da terminação excitatória. influencia a ação do neurotransmissor sem modificá-la
essencialmente, ou seja, modula a transmissão sináptica.
2.RECEPTORES :
III.NEUROTRANSMISSORES : -a ação do mediador químico na sua estrutura-alvo é mais
dependente do tipo de receptor em que ele atua do que de
suas propriedades específicas.
1.INTRODUÇÃO :
-existem receptores tanto nos elementos pré quanto pós-
-os neurotransmissores, juntamente com os sinais elétricos,
sinápticos para muitos transmissores secretados.
constituem a "linguagem" do sistema nervoso - o meio pelo qual
-um tipo de receptor pré-sináptico, chamado de
cada neurônio se comunica com os outros para processar e
autorreceptor, frequentemente inibe a secreção adicional
enviar mensagens para o resto do corpo
do transmissor, exercendo um controle de por
-antes acreditava-se que cada neurônio possui um e apenas um
retroalimentação.
neuromediador, e que o efeito que ele é capaz de produzir
-um segundo tipo de receptor pré-sináptico é chamado de
depende da célula pós- sináptica.
heterorreceptor, cujo ligante é uma substância química
•passou-se a usar um sufixo próprio para os neurônios, de
diferente do transmissor liberado pela terminação nervosa
acordo com o seu (único) neuromediador: colinérgicos, aqueles
em que o receptor está loca- lizado.
que empregam a acetilcolina; noradrenérgicos, os que
•por exemplo, a noradrenalina atua no heterorreceptor
empregam a noradrenalina; serotoninérgicos, aqueles que
de um terminal nervoso colinérgico, inibindo a liberação de
usam a serotonina, e assim por diante.
acetilcolina. Em alguns casos, os receptores pré-sinápticos
-recentemente, descobriu-se que um mesmo neurônio pode
facilitam a liberação de neurotransmissores.
alojar diversas substâncias que atuam na transmissão
sináptica. Isso levou a uma certa confusão terminológica que
devemos esclarecer.
-em resposta à exposição prolongada aos seus ligantes, a •estas últimas são chamadas proteínas efetoras,
maioria dos receptores se torna não responsiva; isto é, eles porque são elas que vão completar o efeito da transmissão
sofrem dessensibilização. sináptica, seja transformando a mensagem química em
-esta pode ser de dois tipos: um potencial pós-sináptico, seja provocando reações
•dessensibiliução homóloga, em que há perda de bioquímicas diversas no neurônio pós-sináptico, que
responsividade apenas a um ligante em particular e se mantém influenciarão de maneira indireta a transmissão
a responsividade da célula a outros ligantes -quando o neurotransmissor ou o neuromodulador
•dessensibilização heteróloga, na qual a célula se torna não mudam a conformação alostérica do receptor ,a proteína
responsiva também a outros ligantes. G libera o seu GDP e o substitui por um GTP retirado do
-embora existam muitos neurotransmissores e muitos subtipos citosol.
de receptores para cada ligante, os receptores tendem a se -esses sinais podem envolver proteína Gs, Gq e as enzimas
agrupar em duas grandes famílias, baseadas em sua estrutura adenicliclase, fosfolipase C ou A2
e função: -a incorporação do GTP separa a subunidade a do
=>(1) IONOTRÓPICOS : complexo, e esta "desliza" internamente na membrana até
-no caso dos receptores ionotrópicos, um canal de membrana é encontrar, nas proximidades, outras proteínas integrais
aberto quando um ligante se liga ao receptor; e uma ativação do da membrana ,que realizam diferentes funções.
canal geralmente provoca um breve aumento na condutância -estas últimas são chamadas proteínas efetoras, porque
iônica (de poucos a dezenas de milissegundos). são elas que vão completar o efeito da transmissão
-seus ligantes, evidentemente, são os neuromediadores e sináptica, seja transformando a mensagem química em
substâncias quimicamente aparentadas a eles, capazes de um potencial pós-sináptico, seja provocando reações
reagir de modo mais ou menos específico com esses receptores. bioquímicas diversas no neurônio pós-sináptico, que
-quando o neuromediador atravessa a fenda sináptica e se liga influenciarão de maneira indireta a transmissão
ao receptor, sendo este o próprio canal iônico, a mudança de => exemplos : receptores adrenérgicos alfa e está, os
conformação tridimensional (alosteria) que essa reação dopaminergicos , os muscarincios de acetilcolina e os
química promove causará a abertura do canal e a passagem de receptores neuropeptidicos de maneira geral
íons através da membrana.
•se predominar o fluxo de Na+ (de fora para dentro da
célula), a ligação do mediador com o receptor provoca uma
despolarização da membrana pós-sináptica e o receptor é então
dito despolarizante excitatório, porque a despolarização
aproxima a membrana do neurônio pós- sináptico do limiar de
disparo de potenciais de ação => o potencial sináptico
correspondente é chamado potencial pós- sináptico excitatório
(PPSE).
•se predominar o fluxo de Cl- (também de fora para dentro
da célula), ou de K+ (de dentro para fora), a reação ligante-
receptor provoca uma hiperpolarização e o receptor é então
chamado hiperpolarizante ou inibitório, porque a
hiperpolarização afasta o neurônio pós-sináptico do limiar,
tomando mais dificil o aparecimento de PAs => o potencial
hiperpolarizante chama-se potencial pós- sináptico inibitório
(PPSI)
-assim, estes receptores são importantes para a transmissão
sináptica rápida.

=>(2)METABOTROPICO
-como eles não são canais iônicos, a transmissão da mensagem
química é exercida indiretamente, isto é, através de reações
químicas intracelulares que podem fosforilar canais iônicos
independentes do receptor, situados nas regiões adjacentes da
membrana, ou então provocar outros efeitos.
-na maioria dos casos, essas reações intracelulares são
iniciadas por uma molécula intermediária ancorada ao
receptor pela face interna da membrana pós-sináptica,
chamada proteína G, a "proteína que liga trifosfato de
guanosina (GTP)".
-quando o neurotransmissor ou o neuromodulador mudam a
conformação alostérica do receptor , a proteína G libera o seu
GDP e o substitui por um GTP retirado do citosol.
-a incorporação do GTP separa a subunidade a do complexo, e
esta "desliza" internamente na membrana até encontrar, nas
proximidades, outras proteínas integrais da membrana , que
realizam diferentes funções.
3.RECAPTAÇÃO :
-os neurotransmissores são rapidamente transportados da
fenda sináptica de volta para o citoplasma dos neurônios que os
secretaram, por meio de um processo chamado de recaptação, o
qual envolve uma alta afinidade do transpor- tador de
membrana dependente de Na+.
-tomemos como exemplo o princípio da recaptação da
noradrenalina liberada de um nervo simpático pós-ganglionar.
•após a liberação de noradrenalina na fenda sináptica, ela é
rapidamente enviada de volta para dentro do terminal nervoso
simpático pelo trans- portador de noradrenalina (NET).
•uma quantidade de noradrenalina que entra novamente no
neurônio é sequestrada para as vesículas sinápticas por
intermédio do transportador vesicular de monoaminas (VMAT).
-existem membranas e transportadores vesiculares análogos
para outros neurotransmissores de moléculas pequenas
liberados em outras sinapses no SNC e no sistema nervoso
periférico.
-a recaptação é um fator importante no término da ação dos
transmissores, e quando ela é inibida, os efeitos da liberação do
transmissor aumentam e se prolongam.
4.OS NEUROTRANSMISSORES :
-os neurotransmissores (mais de 100 descritos atualmente) são
de três tipos químicos:
•aminoácidos
•aminas e
•purinas.
-os neuromoduladores são:
•peptídeos
•lipídios
A.)AMINOÁCIDOS :
=>(1)GLUTAMATO : •a colina é uma molécula pequena também encontrada em
-o glutamato é o principal transmissor excitatório no encéfalo fosfolipídeos de membrana. A acetil-CoA é o intermediário
e na medula espinal, sendo responsável por cerca de 75% da metabólico que liga a glicólise ao ciclo do ácido cítrico .
transmissão excitatória no SNC. -a síntese de ACh a partir desses dois precursores é realizada em
-há duas vias distintas en- volvidas na síntese do glutamato uma reação enzimática simples, que ocorre no terminal axonal.
•em uma via, o a -cetoglutarato produzido pelo ciclo de -os neurônios que se- cretam ACh e os receptores que se ligam à
Krebs é convertido a glutamato pela enzima GABA ACh são descritos como colinérgicos.
transaminase (GABA-T). -os receptores colinérgicos possuem dois subtipos principais:
•em uma segunda via, o glutamato é liberado do terminal nicotínicos, assim denominados porque a nicotina é um agonista,
nervo para a fenda sináptica por exocitos e dependente de e muscarínicos, da palavra muscarina, um composto agonista
Ca2+ e transportado por um transportador de recaptação de encontrado em alguns tipos de fungos.
glutamato para a glia, onde é convertido em glutamina pela =>(4.1)NICOTÍNICOS :
enzima glutamina sintetase -os receptores colinérgicos nicotínicos são encontrados no
-a glutamina se difunde, então, de volta para o terminal músculo esquelético, na divisão autônoma do SNP e no SNC.
nervoso, onde é hidrolisada novamente a glutamato pela -os receptores nicotínicos são canais de cátions monovalentes,
enzima glutaminase. pelos quais tanto Na+ quanto K+ atravessam.
-além da recaptação do glutamato liberado para a glia, os -a entrada de sódio na célula excede a saída de K+, uma vez que o
transportadores de membrana também retornam o glutamato gradiente eletroquímico para o Na+ é mais forte.
diretamente para o terminal nervoso. -como resultado, a quantidade de Na+ que entra despolariza a
-dentro dos neurônios glutamatérgicos, o glutamato é célula pós-sináptica e a probabilidade de ocorrer um potencial de
altamente concentrado nas vesículas sinápticas pelo ação é maior.
transpor- tador vesicular de glutamato. =>(4.2)MUSCARÍNICOS :
-o glutamato atua tanto nos receptores ionotrópicos quanto -os receptores colinérgicos muscarínicos possuem cinco subtipos
nos metabotrópicos no SNC. relacionados. Todos são receptores acoplados à proteína G
-existem três subtipos de receptores de glutamato ligados a sistemas de segundos mensageiros.
ionotrópicos, sendo denominados em função de seu agonista -a resposta do tecido à ativação dos receptores muscarínicos
relativamente específico. Eles são os receptores AMPA ,o varia conforme o subtipo do receptor. Esses receptores estão
cainato e o NMDA presentes no SNC e em células-alvo da divisão autônoma do SNP.
-a liberação do glutamato e sua ligação aos receptores AMPA B.)MONOAMINAS :
ou cainato permitem, primeiramente, o influxo de Na+ e o -as principais catecolaminas encontradas no corpo
efluxo de K+, responsáveis pelas respostas excitatórias (noradrenalina, adrenalina e dopamina) são formadas pela
rápidas pós-sinápticas (PEPS). hidroxilação e descarboxilação do aminoácido tirosina
-a ativação do receptor NMDA permite o influxo de relati- -tanto a adrenalina quanto a noradrenalina atuam nos receptores
vamente grandes quantidades de Ca2+junto com o Na2+. alfa e beta adrenérgicos (adrenoceptores) ,sendo que a
Quan- noradrenalina possui uma maior afinidade pelos a-
do o glutamato está em excesso na fenda sináptica, o influxo adrenoceptores e a adrenalina pelos b-adrenoceptores.
de Ca2+induzido pelo receptor NMDA para os neurônios é a =>(1) ALFA 1 ADRENÉRGICOS :
base -a maioria dos a1-adrenoceptores está acoplada, por meio das
principal para as ações exocitotóxicas do glutamato. proteínas Gq, à fosfolipase C, levando à formação do IP3 e DAG,
=>(2)GABA : que mobilizam os estoques de Ca2+ intracelular e ativam a
-GABA é o principal mediador inibitório no encéfalo e me- deia proteína cinase C, respectivamente.
a inibição pré e pós-sináptica. O GABA, que está presente nos -assim, em muitas sinapses, a ativação dos a1-adrenoceptores é
líquidos corporais como beta -aminobutirato, é formado pela excitatória para o alvo pós-sináptico.
descarboxilação do glutamato pela enzima glutamato -os a1-adrenoceptores estão localizados no músculo liso e no
descarboxilase (GAD), que está presente nas terminações coração
nervosas em várias partes do encéfalo. =>(2) ALFA 2 ADRENÉRGICOS :
-um transportador vesicular de GABA (VGAT) transporta o -em contrapartida, os a2-adrenoceptores ativam as proteínas
GABA e a glicina para dentro das vesículas secretor inibitórias Gi para inibir a adenilato-ciclase e diminuir o AMPc.
-três subtipos de receptores GABA foram identificados: -outras ações dos a2-adrenoceptores são ativar a proteína G
GABAa, GABAb; GABAc acoplada aos canais de K+ retificadores de influxo para provocar
•os receptores de GABABb são amplamente distribuídos no a hiperpolarização da membrana e inibir os canais de Ca2+
SNC, ao passo que em vertebrados adultos neuronais.
•os receptores GABAc são encontrados, quase que -assim, em muitas sinapses, a ativação dos a2-adrenoceptores
exclusivamente, na retina. inibe o alvo pós-sináptico.
-GABAa e GABAc são receptores ionotrópicos que permitem a -os a2-adrenoceptores pré-sinápticos são autorreceptores que,
entrada de C1- nos neurônios quando ativados, inibem a liberação adicional de noradrenalina
-os receptores GABAb são metabototrópicos e inibem a das terminações nervosas pós-ganglionares simpáticas.
adenilato-ciclase e o influxo de Ca2+ e aumentam o efluxo de -os a2-adrenoceptores estão localizados no SNC, nas células das
K+ ilhotas pancreáticas e nos terminais nervosos.
•os aumentos do influxo de Cl- e do efluxo de K+, e a =>(3)BETA ADRENÉRGICOS :
diminuição do influxo de Ca2+ hiperpolarizam os neurônios, -os b-adrenoceptores ativam uma proteína Gs estimulatória para
produzindo uma resposta pós-sináptica inibitória rápida ativar a adenilato-ciclase, aumentando o AMPc, aumentando o
(PIPS). Ca++ intracelular
=>(3)GLICINA : •os b-1-adrenoceptores estão localizados no coração e nas
-a glicina exerce ambos os efeitos excitatório e inibitório no células renais justaglomerulares .
SNC. -quando ela se liga aos receptores NMDA, os torna mais •os b-2-adrenoceptores estão localizados no músculo liso dos
sensíveis às ações do glutamato. brônquios e no músculo esquelético.
-entretanto, a glicina também é responsável, em parte, pela •os b-3-adrenoceptores estão localizados no tecido adiposo.
inibição direta, principalmente no tronco encéfalico e na
medula espinal. Como o GABA, ela atua aumentando a
condutância de Cl-.
=>(4)ACETILCOLINA :
-a acetilcolina (ACh) possui uma classificação química
específica e é sintetizada a partir da colina e da acetil-
coenzima A (acetil-CoA).
C.)PURINAS :
-assim, circuitos divergentes geralmente são circuitos amplifi-
-adenosina tem efeito inibitório em certos receptores no SNC, e
cadores.
os efeitos estimuladores da cafeína dependem da inibição da
•divergência pode ocorrer ao longo de uma via única ou de
ligação da adenosina aos seus receptores
algumas vias .
-o ATP é liberado por dano tecidual, e atua na transmissão da
-esses circuitos são comuns nos sistemas sensoriais e motores.
sensação de dor por um tipo de receptor ionotrópico
•por exemplo, impulsos de um único neurônio encefálico
purinérgico presente nos terminais dos axônios periféricos das
podem ativar uma centena ou mais de neurônios mo tores da
células nociceptoras de gânglios da raiz dorsal.
medula espinal e, conseqüentemente, milhares de fibras
D.)PEPTÍDEOS :
musculares esqueléticas.
-o sistema nervoso secreta uma grande variedade de peptídeos
=>(2)CIRCUITOS CONVERGENTES :
que atuam como neurotransmissores e neuromodu- ladores,
-o padrão dos circuitos convergentes é o oposto dos circuitos
além de funcionar como neuro-hormônios.
divergentes, mas também são comuns nas vias sensoriais e
-entre esses peptídeos existe a substância P, envolvida em
motoras.
algumas vias da dor, e os peptídeos opioides (encefalina e
-em um circuito convergente, o agrupamento recebe entradas
endorfinas), substâncias que medeiam o alívio da dor, ou
de muitos neurônios pré- sinápticos e o circuito possui o efeito
analgesia.
de afunilamento ou de concentração.
-os peptídeos que agem tanto como neuro-hormônios quanto
-o estímulo de entrada pode convergir de uma área ou de muitas
como neurotransmissores incluem a colecistocinina (CCK), a
áreas diferentes , resultando em forte estimulação ou inibição.
arginina vasopressina (AVP) e o peptídeo natriurético atrial
=>(3)OSCILANTES :
(ANP). Muitos peptídeos neurotransmissores são
-nos circuitos reverberantes ou oscilantes ,o sinal de entrada
cossecretados com outros neurotransmissores.
trafega por uma cadeia de neurônios, cada um deles fazendo
E.)GASES :
sinapses colaterais com neurônios em uma parte prévia da via.
-um dos neurotransmissores mais interessantes é o óxido
-como resultado do feedback positivo, os impulsos reverberam
nítrico (NO), um gás instável sintetizado a partir do oxigênio e
(são enviados sempre de volta ao circuito), gerando uma
do aminoácido l-arginina.
produção contínua do sinal até que um neurônio no circuito não
-o óxido nítrico quando atua como neurotransmissor se
consiga mais disparar.
difunde livremente para a célula-alvo, em vez de ligar-se a um
-circuitos reverberantes estão envolvidos no controle de
receptor na membrana
atividades rítmicas, tais como o ciclo sono-vigília, respiração e
-uma vez dentro da célula-alvo, o óxido nítrico liga-se a
certas atividades motoras (como balançar os braços quando se
proteínas-alvo. Com uma meia-vida de apenas 2 a 30 segundos,
caminha).
o óxido nítrico é difícil de ser estudado.
=>(4)CIRCUITOS PARALELOS DE PÓS DESCARGA :
-ele também é liberado de outras células que não os neurônios
-nos circuitos paralelos de pós-descargas, a fibra de
e muitas vezes age como uma substância parácrina.
entrada estimula alguns neurônios dispostos em um ar- ranjo
5.INTEGRAÇÃO NEURONAL :
paralelo, que, por sua vez, estimulam uma célula de saída
A.)TIPOS DE CIRCUITOS :
comum
-um neurônio em um agrupamento neuronal tanto en- via
-os impulsos alcançam a célula de saída em tempos diferentes,
quanto recebe informações, e os contatos sinápticos podem
criando disparos de impulsos denominados pós-descarga, que
provocar excitação ou inibição.
duram 15 ms ou mais depois do término da entrada inicial.
-os padrões de conexões sinápticas em um agrupamento
-esse tipo de circuito não possuifeedback positivo e, uma vez que
neuronal são denominados circuitos e eles determinam as
todos os neurônios tenham disparados, a atividade do circuito
capacida-des funcionais do agrupamento.
finaliza.
=>(1)CIRCUITOS DIVERGENTES :
-circuitos paralelos de pós-descargas parecem es- tar envolvidos
-nos circuitos divergentes, uma fibra de entrada dispara
em tipos complexos e precisos de processamento mental
respostas em um número sempre crescente de
neurônios cada vez mais distantes do circuito.
B.)PADRÕES DE PROCESSAMENTO NERUAL :
-o processamento de entradas é em série e em paralelo. IV.VIAS SENSITIVAS
-no processamento em série, a entrada trafega ao longo de uma
via para um destino específico. -no processamento em paralelo, 1.INTRODUÇÃO:
a entrada viaja por diferentes vias para ser integrada em -a sensibilidades tátil/pressórica, térmica e dolorosa fazem
diversas regiões do SNC. parte da somestesia
-cada modo tem suas vanta- gens próprias para o =>(1)TÁTIL :
funcionamento neural como um todo. Mas é verdade que o -a sensibilidade tátil pode ser definida pela capacidade de
poder do encéfalo de processar informações deriva de sua detecção de deformações na superfície corporal, induzidas por
habilidade de processar em paralelo. objetos e superfícies que pressionam os tecidos cutâneo e
=>(1)PROCESSAMENTO EM SÉRIE : subcutâneo.
-no processamento em série, todo o sistema trabalha de uma =>(2) TÉRMICA :
maneira que pode ser prevista como tudo-ou-nada. -a sensibilidade térmica refere-se à capacidade de avaliação da
-um neurônio estimula o próximo, que, por sua vez, ativa o temperatura do meio ambiente e do meio interno.
seguinte e assim sucessivamente, provocando uma res- posta =>(3) DOLOROSA :
específica antecipada. -a sensibilidade dolorosa possibilita a detecção de estímulos
-os exemplos mais claros de processamento em série são os que sinalizam a presença ou eminência de lesão tecidual.
reflexos espinais, porém as vias sensoriais diretas, dos -essas submodalidades somáticas têm origem em receptores
receptores até o encéfalo, também o são. localizados na superfície corporal ou em estruturas internas.
-reflexos são respostas rápidas e automáticas aos estímulos, •assim, além da pele e das mucosas, os receptores são
sendo que um estímulo particular sempre desencadeia a encontrados em músculos, tendões, periósteos, cápsulas
mesma resposta. A atividade reflexa, que produz o articulares e órgãos internos.
comportamento mais simples, é estereotipada e dependente de 2.RECEPTORES :
estímulo. -os receptores somáticos podem ser sensíveis a estimulações
•reflexos ocorrem por vias neurais chamadas arcos reflexos mecânicas, térmicas ou agentes químicos. Embora a
que possuem cinco componentes essenciais - receptor sensibilidade de um determinado receptor somático seja alta
sensorial, neurônio sensorial, centro de integração no SNC, para apenas um tipo de estimulação, especificamente no caso
neurônio motor e órgão efetor da dor, existem receptores que são considerados polimodais,
visto que podem responder a estímulos de naturezas
diferentes, como os estímulos mecânicos, químicos e térmicos.
-o padrão dos potenciais de ação conduzidos em direção ao
sistema nervoso central, ou atividade aferente, depende da
constituição dos receptores sensoriais.
-embora não determinem a modalidade sensorial, o padrão e,
principalmente, a frequência dos potenciais de ação
contribuem decisivamente para as qualidades das sensações,
com sinalização da intensidade e da duração do estímulo e da
adaptação do receptor ao mesmo.
-as vias aferentes conduzem e transmitem as informações para
o sistema nervoso central, que estrutura respostas reflexas e
aspectos da percepção consciente relacionados ao estímulo
recebido.
-as informações aferentes são conduzidas até o sistema
nervoso central através das fibras periféricas primárias,
originadas de neurônios cujos corpos celulares formam
gânglios próximos da raiz dorsal da medula espinal
•o axônio pseudounipolar se divide em dois, com a
terminação de um ramo formando os receptores, nos tecidos
periféricos, e o outro ramo penetrando o sistema nervoso
central. Como quase todos os receptores somáticos são de
=>(2)PROCESSAMENTO EM PARALELO : origem neural, a mesma célula que faz a transdução ou
-no processamento em paralelo, as entradas são segregadas em conversão do estímulo em um potencial receptor também faz a
muitas vias, e a informação que passa em cada uma delas é codificação e condução dos potenciais aferentes.
utilizada simultaneamente pelas diferentes partes do circuito -as fibras somatossensoriais aferentes têm velocidades
neural. diferentes de condução dos potenciais de ação, em decorrência
-em cada pessoa, o processamento em pa- ralelo dispara de seus diferentes calibres e mielinização.
algumas vias que são únicas. O mesmo estímulo - cheirar a •as fibras com maior velocidade de condução são aquelas
conserva em nosso exemplo - promove muitas respostas além mielinizadas e mais calibrosas, que caracteristicamente
da simples consciência do cheiro. conduzem as informações de tato e pressão (e também a
-o processamento em paralelo não é uma simples repetição. propriocepção).
Cada circuito faz coisas diferentes com a informação, mas cada •as fibras menos calibrosas e desprovidas de mielina
"canal" é decodificado em relação a todos os outros, conduzem predominantemente as informações de temperatura
resultando num todo integrado. e dor.
•pense, por exemplo, sobre o que acontece quando você pisa =>(1)EPICRÍTICO :
sobre alguma coisa pontuda enquanto caminha descalço. O -são as características dos receptores e das vias de condução e
reflexo de retirada, processado em série, provoca a retirada o processamento até o córtex que conferem rapidez e precisão
instantânea do seu pé lesado do objeto pontudo (estímulo na discriminação espacial ao tato.
doloroso). Ao mesmo tempo, impulsos nocivos e de pressão •esse sistema recebe a denominação de epicrítico.
ascendem rapidamente para o encéfalo em vias paralelas que =>(2)PROTOPÁTICO :
permitem a você decidir pelo simples ato de esfregar a área -as sensibilidades térmica, dolorosa e tátil com baixo poder
dolorida para alívio ou correr para o pronto-socorro. discriminativo têm baixa localização espacial e condução mais
-o processamento em paralelo é extremamente importante lenta.
para as funções mentais superiores, por juntar as partes para •esse sistema recebe a denominação de protopático.
entender o todo.
OBS : DURAÇÃO DO ESTÍMULO:
-a duração do estímulo é codificada pela duração da série de
potenciais de ação no neurônio sensorial.
-em geral, um estímulo mais longo gera uma série mais duradoura -por responderem de forma fásica, acredita-se que, junto
de potenciais de ação no neurônio sensorial primário. com os corpúsculos de Pacini, os corpúsculos de Meissner
•entretanto, se o estímulo persiste, alguns receptores se colaborem para a detecção de rugosidade das superfícies.
adaptam, ou deixam de responder. -os receptores dividem-se em -isso porque, quanto mais áspera a superfície sobre a qual
duas classes, dependendo de como eles se adaptam a uma a mão se desloca, maior a alternância de compressões e
estimulação contínua ou sustentada. descompressões sobre a pele, o que facilita as respostas
=>TÔNICOS : fásicas dos receptores de Meissner.
-os receptores tônicos são receptores de adaptação len- ta que =>(4)DISCOS DE MERKEL :
disparam rapidamente no início da ativação, depois diminuem e -são terminações nervosas de fibras mielínicas que
mantêm seus disparos enquanto o estímulo estiver presente formam discos que se associam a células de Merkel.
•os barorreceptores sensíveis à pressão, os receptores de -estas são células epiteliais que possuem vesículas
irritação e alguns receptores táteis e proprioceptores são secretoras em seu interior .
classificados nessa categoria. -em geral, os estímulos que ativam os -discute-se a possibilidade de a célula de Merkel ser a
receptores tônicos são parâmetros que devem ser monitorados estrutura receptora que, por contato semelhante a uma
continuamente no corpo. sinapse, transfere a informação para a fibra aferente
=>FÁSICOS : mielínica.
-já os receptores fásicos são receptores de adaptação rápida que -os discos de Merkel são encontrados na epiderme tanto
disparam quando recebem um estímulo, mas param de disparar se da pele glabra como da pele hirsuta ou provida de pelos.
a intensidade do estímulo permanecer constante -essas estruturas respondem de uma forma tônica à
-os receptores fásicos sinalizam especificamente as alterações em compressão da pele e estão envolvidas com o
um parâmetro. Assim que o estímulo estiver em uma intensidade processamento do tato e a pressão contínuos.
estável, os receptores fásicos adaptam-se a esse novo estado e se -essas informações são úteis na percepção da composição
desligam. do meio ambiente e na investigação da forma dos objetos.
-esse tipo de resposta permite que o =>(5)CORPÚSCULOS DE RUFFINI :
corpo ignore a informação que foi avaliada e considerada como não -são compostos por arborizações terminais de fibras
ameaçadora à homeostasia ou ao bem-estar. inseridas em uma cápsula fibrosa rica em colágeno
situada profundamente na derme.
3.SENSIBILIDADE DE PRESSÃO E TATO : -a cápsula fibrosa se prende à derme por fibras colágenas,
A.)RECEPTORES : que mantêm a sua deformação, segundo o estiramento ou
-os receptores de pressão e tato têm em comum a sensibilidade a retração da pele.
às deformações mecânicas e, por isso, são chamados de -a adaptação do receptor é lenta ou tônica , o que lhe
mecanorreceptores. permite informar não apenas a velocidade e o grau de
-as extremidades neurais receptoras aumentam a condutância deformação da pele, mas também o tempo pelo qual ela
da membrana neuronal aos cátions ao serem deformadas fica deformada. Esse processamento é importante para a
mecanicamente, o que possibilita a transdução do estímulo. percepção da posição das partes do corpo entre si.
-os mecanorreceptores variam muito em suas estruturas -colaboram para a percepção de que as nossas mãos estão
anatômicas, nas quais adaptações morfológicas facilitam a abertas ou fechadas, mesmo sem olharmos para elas, pelo
captação da grande diversidade de estímulos mecânicos que são grau de distensão da pele. Entretanto, esta função é
apresentados ao organismo reconhecida apenas na pele das mãos, ao redor da boca e
=>(1)TERMINAÇÕES DE FOLÍCULOS PILOSOS : nos pés.
-são terminações de fibras sensoriais mielinizadas que se =>(6)BULBOS DE KRAUSE :
enrolam ao redor do folículo dos pelos. -aparecem em cadeia nas bordas da pele com as mucosas,
-a porção receptora perde a mielina e executa o trabalho de como ao redor dos lábios e na genitália.
transdução ao deformar quando os pelos são arqueados. -são compostos por terminações encapsuladas de fibras,
-a resposta desses receptores é tipicamente fásica, servindo com função não definida
principalmente para a indicação do início e do término do B.)POTENCIAL GERADOR DE IMPULSO :
estímulo. -essa informação é associada a aproximação ou -o modo como os receptores sensoriais geram potenciais
distanciamento de um objeto ao nosso corpo. de ação nos nervos que os inervam varia de acordo com a
=>(2)TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES : com- plexidade do órgão do sentido. Na pele, os
-são terminações nervosas ramificadas, morfologicamente corpúsculos de Pacini foram estudados detalhadamente.
indiferenciadas daquelas sensíveis aos estímulos térmicos ou -a bainha de mielina do nervo sensorial começa dentro do
químicos e que geram as sensações de calor, frio ou dor. corpúsculo
-essas estruturas podem ser encontradas na pele e em todos os •o primeiro nódulo de Ranvier também está localizado
tecidos do organismo. dentro do corpúsculo; o segundo está geralmente próximo
-estão associadas a fibras de pequeno calibre, mielínicas ou ao ponto em que a fibra nervosa deixa o corpúsculo.
amielínicas que conduzem os potenciais de ação a baixas -quando uma pequena quantidade de pressão é aplicada
velocidades. no corpúsculo de Pacini, um potencial despolarizante não
-o potencial receptor, que se diferencia do potencial de ação por propagado, semelhante a um potencial excitatório pós-
ter progressão mais lenta e amplitude variável com a sináptico (PEPS), é registrado.
intensidade do estímulo recebido, é gerado com a deformação •ele é chamado de potencial gerador ou potencial
mecânica dos tecidos e sofre um processo de adaptação lenta receptor
=>(3)CORPÚSCULOS DE MEISSNER : -com a elevação da pressão, a magnitude do potencial
-são os mecanorreceptores de adaptação rápida, embora não receptor aumenta. O receptor, portanto, converte a
tão rápida como a que é observada nos receptores de Pacini energia mecânica em uma resposta elétrica, cuja
-acabam em terminações nervosas receptoras enoveladas no magnitude é proporcional à intensidade do estímulo.
interior de um invólucro conjuntivo -assim, as respostas são descritas como potenciais
-esses receptores são encontrados principalmente na transição graduados, em vez de "tudo ou nada”como é o caso de um
da derme com a epiderme, da pele glabra ou desprovida de potencial de ação.
pelos. .
4.SENSIBILIDADE TÉRMICA :
-os termorreceptores são responsáveis pela detecção da •uma exceção a essa grande disseminação é o sistema
temperatura e de suas variações. São constituídos por nervoso central, que não possui receptores para a dor em seu
terminações nervosas livres indiferenciadas histologicamente, parênquima, embora nociceptores estejam presentes nas
mas que podem ser discriminadas funcionalmente em meninges e nos vasos sanguíneos que irrigam o tecido nervoso.
termorreceptores inócuos (morno ou fresco) e -a densidade de receptores algésicos não é alta na maior parte
termonocirreceptores (quente e frio extremos). dos tecidos; porém, quando o estímulo doloroso é aplicado sobre
-a transdução do estímulo térmico ocorre devido à ativação de uma superfície ampla, as respostas podem ser somadas,
uma família de canais de cátions não específicos, denominados causando dores intensas.
canais de potencial de receptor transitório (TRP), que são •esse processo é bastante evidente nas vísceras, onde
responsivos a diferentes faixas do espectro de temperatura. perfurações e cortes geralmente não causam dor, mas
Esses canais são permeáveis tanto ao Na+ quanto ao Ca++ e distensões de áreas amplas provocam dores intensas.
aumentam agudamente a condutância desses cátions quando -sabe-se que alguns deles respondem preferencialmente a
o seu limiar térmico é excedido. estímulos mecânicos ou térmicos, enquanto outros são
-os receptores para o frio são primariamente sensíveis a considerados polimodais por responderem tanto a estímulos
temperaturas mais baixas do que a do corpo. Os receptores mecânicos como térmicos ou químicos. Todavia, todos possuem
para o calor são estimulados por temperaturas na faixa que se um limiar alto.
estende desde a temperatura normal do corpo (37 °C) a até =>(1) TIPO A :
aproximadamente 45 °C. Acima dessa temperatura, os -os nociceptores sensíveis aos estímulos mecânicos e térmicos
receptores de dor são ativados, gerando uma sensação de são tidos classicamente como terminações de fibras Aδ,
calor doloroso mielinizadas e de baixo calibre.
5.SENSIBILIDADE A DOR : -todavia, uma quantidade razoável de fibras Aβ, mais calibrosas
A.)RECEPTORES : e mielinizadas do que as fibras Aδ, que conduzem a informação
-os receptores vinculados à sensibilidade dolorosa são aferente a velocidades de até 70 m/s, pode também conduzir a
terminações nervosas livres denominadas nociceptores ou sensibilidade nociceptiva.
receptores algésicos. -os nociceptores estão presentes em -os nociceptores das terminações Aβ e Aδ são receptores
quase todos os tecidos do organismo, como pele (receptores responsáveis pela dor aguda, também chamada de dor rápida ou
cutâneos), vísceras e vasos sanguíneos (receptores viscerais), primária ou epicrítica
bem como nas articulações, no periósteo e na polpa dentária -é a dor que aparece em primeira instância, pela ação direta do
(receptores somáticos). estímulo sobre o receptor. Essa dor não é gerada na maior parte
dos tecidos profundos do corpo.
-os receptores das terminações das fibras do tipo A -a ativação de fibras e que liberam uma combinação de glutama- to e
parecem contribuir para a discriminação da qualidade da substância P é responsável pela dor secundária retardada (também
dor, visto que a graduação da intensidade do estímulo é chamada de dor lenta ou dor protopática) que é uma sensação
boa. O circuito neuronal no sistema nervoso central ao qual incômoda, intensa, difusa e desagradável associada a um estímulo
esses receptores estão vinculados possibilita respostas nocivo. A coceira e as cócegas também estão asso- ciadas à sensação
reflexas rápidas e boa localização dos estímulos nocivos. de dor
=>(2)TIPO C : -os aferentes cutâneos entram na medula espinal através de
-a dor lenta ou crônica, gerada pela estimulação das fibras neurônios dos gânglios das raízes espinais posteriores ou através
do tipo C, tem origem é mais complexa, como resultado da dos nervos periféricos do trigêmeo, que se projetam para o tronco
ação de elementos químicos liberados pelo tecido lesado ou cerebral.
por agentes pró-inflamatórios nas terminações receptoras. -os aferentes viscerais trafegam com os neurônios do sistema
-os nociceptores nas terminações das fibras do tipo C simpático e parassimpático até a medula espinal ou tronco cerebral.
representam a maioria dos aferentes cutâneos e quase -os nociceptores das fibras C polimodais geram uma dor que pode
todas as fibras aferentes das vísceras, conduzindo a iniciar com uma latência de 1 segundo ou mais após a aplicação do
informação dolorosa gerada na superfície corporal e nos estímulo e, em vez de sofrer adaptação, tende a aumentar com a
tecidos profundos. permanência do estímulo, em um processo que denominamos
hiperalgesia.

B.)ATIVAÇÃO DO RECEPTOR : C.)MODULAÇÃO DA DOR :


-os reflexos nociceptivos protetores iniciam com a ativação de -a dor também pode ser suprimida no corno dorsal da
terminações nervosas livres. medula espinal, antes que os estímulos cheguem aos tratos
-os canais iônicos respondem a estímulos químicos, mecânicos e espinais ascendentes.
térmicos dando origem a potenciais graduados, os quais disparam -os interneurônios inibidores tonicamente ativos da
potenciais de ação se o estímulo for suficientemente intenso. Muitos medula espinal geralmente inibem as vias ascendentes da
desses canais são canais de potencial receptor transitório (TRP), da dor. As fibras C nociceptivas fazem sinapses nesses
mesma família de canais dos termorreceptores. interneurônios inibidores.
•por exemplo, os receptores vaniloides (canais TRPV1) •quando ativadas por um estímulo doloroso, as fibras C
respondem ao calor de um fogão ou de outra fonte que provoque simultaneamente excitam a via ascendente e bloqueiam a
dor. inibição tônica.
-os agentes químicos que desencadeiam respostas inflamatórias no •essa ação permite que o sinal de dor da fibra C siga
local da lesão no tecido ativam nociceptores ou os sensibilizam por para o encéfalo sem impedimento.
reduzir seu limiar de ativação. -na teoria do portão para a modulação da dor, as fibras Aβ
•as substâncias químicas locais liberadas em consequência da que levam informação sensorial de estímulos mecânicos
lesão tecidual incluem K, histamina e prostaglandinas, liberadas ajudam a bloquear a transmissão da dor. As fibras Aβ
pelas células lesionadas; serotonina liberada por plaquetas ativadas fazem sinapse com interneurônios inibidores e aumentam
pelo dano tecidual; e o peptídeo substância P, secretado pelos a atividade inibidora dos interneurônios.
neurônios sensoriais primários que acentuam mais a -se estímulos simultâneos de fibras C e Aβ chegam ao
despolarização dos nocioceptores => dor inflamatória neurônio inibidor, a resposta integrada é a inibição parcial
•suas ações, entretanto, são indiretas, potencializando a ação de da via ascendente da dor, de modo que a dor percebida pelo
outros elementos, em especial da bradicinina, considerada um dos cérebro é menor.
mais poderosos agentes algogênicos (produtores de dor). -a teoria do portão para o controle da dor explica por que
-os neurônios sensoriais secundários cruzam a linha média do esfregar um cotovelo ou uma canela esfolada diminui a dor:
corpo na medula espinal e ascendem ao tálamo e áreas sensoriais o estímulo tátil de esfregar ativa fibras Aβ e ajuda a
do córtex. As vias também enviam ramos para o sistema límbico e diminuir a sensação de dor.
para o hipotálamo. Como resultado, a dor pode ser acompanhada de
manifestação emocional (sofrimento) e várias reações
neurovegetativas (autônomas), como náuseas, vômitos e sudorese.
D.)DOR REFERIDA :
-a irritação de um órgão visceral frequentemente produz dor
que não é sentida no local, mas em uma estrutura somática,
que pode estar a alguma distância. 6.VIAS SOMATOSSENSORIAIS :
•essa dor é dita ser referente a uma estrutura somática -a sensação provocada por impulsos gerados em um receptor
(dor referida). sensorial depende, em parte, da porção específica do cérebro
-os locais de referência da dor não são padroniza- dos, e locais que eles, em última instância, ativam. As vias ascendentes dos
de referência incomuns ocorrem com considerável frequência. receptores sensoriais para o córtex são diferentes para as
•a dor cardíaca, por exemplo, pode ser referida para o diversas sensações.
braço direito, região abdominal, ou mesmo para as costas, -cias aferentes que penetram no SNC por nervos espinhais:
pescoço ou mandíbula. •vias sensoriais ascendentes que fazem a mediação para o
-quando a dor é referida, é geralmente para uma estrutura tato, a sensação vibratória e a propriocepção (via coluna
que se desenvolveu a partir do mesmo segmento embrionário dorsal-lemnisco medial) e as que medeiam dor e temperatura
ou dermátomo da estrutura em que a dor se originou. (via espinotalâmica ventrolateral).
-o fundamento para a dor referida pode ser a convergência de =>(1)VIA DE PRESSÃO E TATO PROTOPÁTICO :
fibras de dor somáticas e viscerais nos mesmos neurônios de -o subsistema somestésico protopático é grosseiro (pouco
segunda ordem no corno dorsal que se projetam para o tálamo discriminativo), lento e menos preciso.
e, em seguida, para o córtex somatossensorial -neurônios I – localizam-se nos gânglios espinhais.
•isto é chamado da teoria de convergência-projeção. -neurônios II – Coluna posterior da medula.
-os neurônios somáticos e viscerais convergem para o corno -neurônios III – localizam-se no tálamo.
dorsal ipsilateral. -originam axônios que formam radiações talâmicas que
-as fibras somáticas nociceptivas normalmente não ativam os atingem a área somestésica do córtex, levando receptores de
neurônios de segunda ordem, mas quando o estímulo visceral é pressão e tato situados no tronco e nos membros.
prolongado, a facilitação das terminações das fibras somáticas =>(2) PROPRIOCEPÇÃO CONSCIENTE, TATO EPICRÍTICO E
ocorre. VIBRAÇÃO:
-elas, então, estimulam os neurônios de segunda ordem e, -o tato epicrítico é preciso, rápido, discriminativo e com
obviamente, o cérebro não pode determinar se o estímulo é representação espacial detalhada. Permite reconhecimento de
proveniente de uma víscera ou de uma área de referência forma e tamanho de objetos colocados nas mãos.
E.)DOR VISCERAL : -neurônios I – localizam-se nos gânglios espinhais.
-a sensibilidade somática visceral chega à medula espinal por -neurônios II – Núcleos grácil e cuneiforme do bulbo.
aferentes periféricos pertencentes às divisões parassimpática -neurônios III – localizam-se no tálamo.
e simpática do sistema neurovegetativo e pelo trato da coluna -originam axônios que formam radiações talâmicas que
dorsal-lemnisco medial. atingem a área somestésica do córtex.
•na divisão parassimpática, as informações são obtidas por =>(3)VIAS DE DOR E TEMPERATURA :
quatro pares de nervos cranianos: o trigêmeo, o facial, o -tem a característica da dor ser localizada do tipo dor em
glossofaríngeo e o vago. Os aferentes craniais convergem as pontada.
informações viscerais para o núcleo do trato solitário (NTS) e -neurônios I – Localizam-se nos gânglios espinhais.
os núcleos parabraquiais, no tronco cerebral; estes últimos se -neurônios II – Coluna posterior da medula.
projetam para extensas áreas no tronco cerebral, no -neurônios III – tálamo, seus axônios formam radiações
hipotálamo, no tálamo e no córtex. talâmicas pela cápsula interna e coroa radiada, chegam a área
somestésica.
A.)COLUNA POSTERIOR - LEMINISCO MEDIAL E VIA -a via da coluna dorsal medeia o tato, a sensação
TRIGEMINAL : vibratória e a propriocepção. Fibras sensoriais
-as fibras mecanorreceptivas de baixo limiar, que conduzem as ascendem ipsilateralmente através das colunas dorsais
sensações proprioceptivas, de tato e pressão epicríticas da maior espinais para os núcleos grácil e cuneiforme do bulbo;
.

parte de nosso corpo, entram na medula espinal pelas raízes de lá, as fibras cruzam a linha média e ascendem pelo
posteriores. lemnisco medial para o núcleo talâmico ventral poste-
-as fibras primárias se dividem, lançando ramos que penetram as rolateral (VPL) contralateral e então para o córtex
lâminas de Rexed no corno posterior, mediando reflexos espinais. somatossensorial primário
•todavia, a maior parte dos colaterais das fibras primárias
ascende à medula espinal na coluna dorsal, situada entre os
cornos posteriores.
-essas fibras se projetam para os núcleos grácil e cuneiforme,
localizados na transição entre a medula espinal e o tronco
cerebral, em fascículos.
-as fibras da coluna posterior, também denominada funículo
posterior, são topograficamente organizadas.
 •sua porção medial contém axônios que conduzem
informações sensoriais das regiões mais inferiores do corpo, como
pernas, abdome e porções inferiores do tronco.
•as fibras mais laterais da coluna posterior conduzem
informações geradas nas regiões superiores do tronco, nos braços
e no pescoço.
-os núcleos grácil e cuneiforme originam as fibras de projeção
secundárias que cruzam a linha média, formando o trato arqueado
interno, e ascendem pelo tronco cerebral contralateral.
•essas fibras se dispõem em forma de fita em uma posição
medial no tronco cerebral, recebendo, por isso, a denominação de
lemnisco medial.
-no diencéfalo, o lemnisco medial termina no tálamo
somatossensorial ou complexo nuclear ventroposterolateral do
tálamo (VPL).
-na face e na porção superior da cabeça, as informações
mecanorreceptivas de baixo limiar são conduzidas pelas raízes do
trigêmeo, penetrando no tronco cerebral no nível da ponte.
-as fibras Aβ contatam os neurônios de segunda ordem no núcleo
principal do trigêmeo, que se juntam às fibras do lemnisco medial,
a partir de onde a mecanorrecepção epicrítica dos dois sistemas é
conduzida ao tálamo somatossensorial.
-enquanto as fibras do lemnisco medial terminam de forma mais
expressiva no VPL do tálamo, as fibras do trigêmeo se projetam
B.)SISTEMA ANTEROLATERAL - VIA ESPINOTALÂMICA :
predominantemente para a região ventroposteromedial do tálamo
-as informações protopáticas de tato e pressão, de dor, de
(VPM).
cócegas, de prurido, de temperatura e sensações sexuais
são conduzidas na medula espinal por vias ascendentes
mais complexas, denominadas, no conjunto, sistema
anterolateral. Entre os componentes do sistema
anterolateral, merecem destaque o trato espinotalâmico, o
trato espinorreticular e o trato espinomesencefálico.
-as fibras primárias que conduzem as informações térmicas
e de dor para a medula espinal se dividem em colaterais que
sobem ou descem alguns segmentos na medula espinal,
formando o trato de Lissauer, e só então ganham as lâminas
I, II e III de Rexed no corno posterior.
-neurônios de projeção de segunda ordem da lâmina I
podem cruzar a linha média pela comissura anterior da
medula espinal, ascendendo pelo seu quadrante
anterolateral diretamente até o tálamo.
-os aferentes que chegam até as lâminas II e III ativam
interneurônios, que se projetam para as lâminas IV, V e VI.
-dessas lâminas partem neurônios de projeção que se
juntam aos que partiram da lâmina I em direção ao tálamo.
-a via espinotalâmica anterolateral é composta por fibras do trato
espinotalâmico anterolateral e do trato espinotalâmico anterior. -a
temperatura e o tato grosseiro ascendem por esses tratos até o
complexo ventrobasal do tálamo.
-a aferência nociceptiva, por outro lado, é conduzida de forma mais

oi
proeminente para os núcleos intralaminares do tálamo,
intermediados pelos núcleos reticulares do tronco cerebral.
-na medula espinal, as fibras C parecem liberar glutamato e SP como
neurotransmissores.
•essa pode ser a razão da sensação dupla de dor rápida e lenta,
que seria produzida inicialmente pelo glutamato e logo depois pela
SP. Esses neurotransmissores ativam neurônios das lâminas IV a
VI, conduzindo os sinais da dor lenta até a formação reticular do
tronco cerebral, área tectal mesencefálica e substância cinzenta
periaquedutal ao redor do aqueduto de Sylvius.
-as vias que conduzem as informações nociceptivas para o tronco
cerebral, que as retransmitem para as regiões filogeneticamente
mais antigas do tálamo, recebem a denominação de via
paleoespinotalâmica.
-as projeções difusas que partem dessas áreas talâmicas para o
córtex são responsáveis pela modulação dos níveis de alerta do
indivíduo.
-os neurônios da lâmina I, que recebem aferência de fibras Aδ,
conduzem os sinais nociceptivos da dor rápida por uma via
denominada neoespinotalâmica. Esta via se projeta
preferencialmente para o complexo ventrobasal e os núcleos
posteriores do tálamo, permitindo uma localização um pouco
melhor da dor do que a via paleoespinotalâmica.

-o trato espinotalâmico ventrolateral medeia a dor e a temperatura.


-essas fibras sensoriais terminam no corno dorsal, e projeções a
partir daí cruzam a linha média e ascendem pelo quadrante
ventrolateral da medula espinal para o VPL e então para o córtex
somatossensorial primário
•observa-se que as áreas corticais para a sensação do tronco
C.)INTEGRAÇÃO TÁLAMO CORTICAL :
e das costas são pequenas, ao passo que áreas muito grandes se
-o tálamo recebe as informações somáticas e as retransmite
ocupam com os impulsos das mãos e de partes da boca
para áreas corticais. Todavia, sua função não se resume a isso.
relacionadas à fala.
-na sensibilidade à dor, o tálamo desempenha um papel
-além do córtex somatossensorial primário, existem duas
atribuído ao córtex para a sensibilidade tátil, colaborando
outras regiões corticais que contribuem para a integração da
para a sua percepção consciente.
informação sensorial.
-além da insula, que processa as informações viscerais, três
•a área de associação sensorial está lo- calizada no córtex
regiões corticais merecem destaque: a área somática primária
parietal, e o córtex somatossensorial se- cundário está
(SI), a área somática secundária (SII) e a área associativa
localizado na parede da fissura lateral (também chamada de
posterior do córtex parietal, ou áreas 5 e 7 de Brodmann.
fissura silviana) que separa o lobo temporal dos lobos frontal e
-o giro pós-central, localizado na porção anterior do córtex
parietal. Essas regiões recebem estímulos do córtex
parietal, em seu limite com o córtex frontal, é a área que
somatossensorial primário.
recebe as informações ascendentes e as distribui para outras
-a consciência das várias partes do corpo no espaço de- pende,
regiões corticais a fim de poderem ser integradas a outras
em parte, de impulsos dos receptores sensoriais nas
modalidades sensoriais, enviadas para o hemisfério
articulações e ao seu redor. Os impulsos desses receptores, dos
contralateral, ou ainda para estruturas subcorticais.
receptores de tato na pele e em outros tecidos, e dos fusos
-com base na sua citoarquitetura, o giro pós-central foi
musculares, são sintetizados no córtex em uma imagem
dividido em quatro áreas distintas, dispostas no sentido
consciente da posição do corpo no espaço..
anteroposterior: 3a, 3b, 1 e 2. As projeções talâmicas
terminam principalmente nas áreas 3a e 3b, que se projetam
para as áreas 1 e 2.
•por esse motivo, a rigor, apenas as áreas 3a e 3b deveriam
ser consideradas, no conjunto, a área SI, mas é comum
encontrar todo o giro pós-central sendo denominado como
área somática primária.

D.)ORGANIZAÇÃO SOMATOT’ROPICA :
-dentro das colunas dorsais, as fibras provenientes de diferentes
níveis da medula são organizadas somatotopicamente
•ex : no bulbo e medula com a representação da parte
inferior do corpo (p. ex., nos pés) no núcleo grácil e a
representação da parte su- perior do corpo (p. ex., dedos das
mãos) no núcleo cuneiforme.
-o lemnisco medial é organizado com representação de dorsal
para ventral, do pescoço ao pé.
-a organização somatotópica continua pelo tálamo e córtex.
-os neurônios talâmicos do VPL, que carregam informação
sensorial, se projetam por uma via altamente específica para o
córtex somatossensorial primário no giro pós-central do lobo
parietal
-o arranjo de projeções para essa região é tal que as partes do
corpo são representadas em ordem ao longo do giro pós-central,
com as pernas no topo e a cabeça na base- do giro.
•não há apenas uma localização detalhada das fibras de
várias partes do corpo no giro pós-central, mas também o tama-
nho da área cortical de recepção de impulsos de uma parte
específica do corpo é proporcional ao uso dessa parte.

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