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POTENCIAL DE AÇÃO

E
UNIDADE MOTORA
Fibra nervosa é formada por 2 partes:
1. Axônio (central)
2. Bainha de Schwann ou bainha de mielina
(envoltório isolante elétrico)

Axoplasma: líquido intracelular em forma de gel


Nodos de Ranvier: pontos periódicos que interrompem
a continuidade da bainha de mielina
Potencial de repouso da membrana nervosa:

Ocorre quando não se tem sinais nervosos transmitidos,


tendo um valor de cerca de -90mV, o meio intracelular é
negativo em sua região adjacente a membrana.
No meio intra-celular tem-se uma maior concentração de
potássio k+ em relação ao sódio Na+ que possui uma
maior concentração em meio extra-celular.

Os potenciais de membrana desempenham papel


fundamental na transmissão dos sinais neurais,
concentração muscular, secreção glandular, outros
Desenvolvimento do potencial de membrana
A membrana axônica em repouso é quase impermeável
aos íons sódio e muito permeável ao potássio. Estes
tendem a passar para fora do axônio e carregam
eletricidade positiva.
No interior da fibra existem grandes quantidades de
moléculas de proteínas com carga negativa e não saem
da fibra, então o interior da fibra torna-se muito
negativo. Assim, o potencial de membrana de uma fibra
nervosa em repouso é de -90mV.
Potencial de Ação
É um sinal transmitido ao longo de uma fibra nervosa,
que provoca variações no potencial de membrana.

Fibras nervosas: o potencial de ação varia de


-70 a -90mV, até +10 a +30mV

Fibras musculares: -40 a –60mV até +40mV em


m.liso e cardíaco, onde ocorre o efeito platô
Despolarização
Corresponde a entrada (influxo) de íons sódio com
carga positiva no interior da fibra, inicia o pontencial de
ação. Ocorre abertura dos canais de sódio voltagem
dependentes.

Potencial de inversão ou “overshoot”


a parte mais mediana da fibra se torna muito permeável
aos íons sódio, como a concentração é 10 x maior no
exterior, eles fluem com grande intensidade.
A membrana fica positiva internamente e negativa
externamente (despolarização)
Onda de despolarização ou impulso nervoso
a área de despolarização na parte central da fibra
estende-se nas 2 direções, esse processo se repete ao
longo da fibra.
Repolarização da fibra nervosa
Após a onda de despolarização passar ao longo da fibra,
o interior está positivamente carregado, isso impede a
continuação do fluxo de sódio para dentro e a
membrana torna-se novamente impermeável aos íons
sódio e permeável aos íons potássio (efluxo), pois a
concentração externa é muito alta.
Com a grande quantidade de potássio no interior, estes
migram para o exterior carregando cargas positivas,
criando uma eletronegatividade no interior da fibra e
positividade no exterior.
Hiperpolarização

Não ocorre em todas as células, ocorrendo quando os


canais de potássio voltagem dependentes ficam abertos
mais tempo que o normal.
Restabelecimento das diferenças das concentrações
iônicas após a condução de impulsos nervosos
Após a repolarização há atuação da bomba de sódio-
potássio, a qual atua constantemente para restabelecer
as ≠ das concentrações iônicas
BOMBA DE NA+ / K+

Estão presentes em todos os tecidos, é uma bomba


eletrogênica, ou seja, gerando uma diferença de potencial
entre a parte intra e extra-celular. É uma bomba auto
reguladora.
Ex: quanto mais íon sódio houver dentro da célula mais
rápido ela irá bombear o mesmo para fora e ao mesmo
tempo irá bombear o íon potássio para dentro da célula.
Período refratário
Quando o impulso está percorrendo a fibra nervosa,
esta não pode conduzir um segundo impulso até a
repolarização da fibra (intervalo de tempo ≅ 1/2500s
fibras calibrosas e 1/250s fibras delgadas).
Estímulos limares e sub-limiares

1. Estímulos limiares

Ocorre quando a célula atinge o limiar de excitação,


ocorrendo inversão da polaridade da membrana
plasmática ocorrendo o potencial de ação que se
propagara ao longo de toda membrana.
2. Estímulos sub-limiares

O organismo recebe muito mais estímulos do que é capaz


de codificar, e esses estímulos não codificados são
chamados de sub-limiares.
O limiar de excitação da célula não chega a ocorrer, não
ocorrendo inversão de polaridade, a membrana não é
despolarizada, portanto não ocorre potencial de ação.
Canais lentos de cálcio ou cálcio voltagem
dependente:

É abundante em m.liso e cardíaco, respondem


também a um estimulo limiar, é mais lento que o
canal de sódio voltagem dependente apresentando
permeabilidade ao sódio e ao cálcio.
Efeito platô:

Ocorre quando a membrana não se repolariza


imediatamente após a despolarização.
O platô prolonga muito a despolarização, e a
repolarização só começa alguns milisegundos após o
normal.
Platô ocorre porque? Em músculo liso e cardíaco.

1. Devido à vagarosa abertura dos canais de cálcio


voltagem dependente que permitem o influxo de íons
sódio e cálcio para o meio intracelular o que prolonga
a despolarização por alguns milisegundos.
Platô ocorre porque? Em músculo liso e cardíaco.

2. Os canais de potássio voltagem dependentes


apresentam uma lentidão incomum em sua abertura,
abrindo somente ao final do platô.
Porem quando totalmente abertos à voltagem volta
rapidamente em direção ao potencial de repouso
devido ao efluxo de potássio.
SINAPSE

Sinapses são estruturas altamente especializadas, que


fazem a transmissão de um impulso nervoso de um
neurônio para outro, este impulso pode ser integrado,
bloqueado e modificado. Existem dois tipos de sinapses:
a) sinapse química
b) sinapse elétrica
Sinapse química

O impulso é transmitido através de mensageiro químico,


(neurotransmissor), que se liga a um receptor (proteína), na
membrana pós-sinaptica, o impulso é transmitido em uma
única direção.Pode ser bloqueado. Quase todas sinapses do
SNC são químicas.

EX: neurotransmissores: Histamina, Acetilcolina


Sinapse elétrica

Neste tipo de sinapse as células possuem um intimo contato


através junções abertas ou do tipo gap que permite o livre
transito de íons de uma membrana a outra, desta maneira o
potencial de ação passa de uma célula para outra muito
mais rápido que na sinapse química não podendo ser
bloqueado.
Ocorre em músculo liso e cardíaco, onde a contração
ocorre por um todo em todos os sentidos.
Funcionamento de uma sinapse química

Na sinapse o potencial de ação que está se movendo em


ambos os lados na membrana chega na região adjacente a
fenda sinaptica, onde se encontram muitos canais de cálcio
que através da despolarização da membrana se abrem
liberando cálcio para dentro da célula.
Funcionamento de uma sinapse química

Este influxo de cálcio nas imediações da membrana pré-


sinaptica, causará por atração iônica o movimento das
vesículas com neurotransmissores na direção da membrana
pré-sinaptica onde os neurotransmissores serão liberados na
fenda sinaptica por exocitose.
Na membrana pós-sinaptica existe um grande número de
proteínas receptoras de neurotransmissores, estes
receptores são canais iônicos permeáveis ao sódio (impulso
excitatório) e cloreto (impulso inibitório).
Se os neurotransmissores ligarem-se aos canais iônicos
permeáveis ao sódio, causará o influxo de sódio para dentro
da célula o que conseqüentemente desencadeara um
potencial de ação nesta célula.

Se o neurotransmissores se ligar canais iônicos permeáveis


ao cloreto, o que causará o influxo de cloreto para dentro
da célula e como o cloreto é um anion não deixará que a
célula gere um potencial de ação, ou seja, impulso
inibitório.
UNIDADE MOTORA
É a região onde ocorre sinapse entre neurônios e
obrigatoriamente células musculares (placa motora).

Características: Goteira sinaptica - são invaginações


na membrana do músculo esquelético (fibra muscular)
Fenda ou pregas sub-neurais
são invaginações da goteira sinaptica, o que aumenta em
muito a superfície de contato onde o neurotransmissor
pode atuar

Secreção de acetilcolina pelas terminações nervosas


Quando o impulso nervoso alcança a junção
neuromuscular, cerca de 125 vesículas de acetilcolina são
liberadas na fenda sinaptica.
A propagação do potencial de ação para o interior da fibra
muscular se faz através dos túbulos transversos mais
conhecidos como túbulo t
Acoplamento excitação-contração

O potencial de ação percorre os túbulos t até o


profundo interior da fibra muscular, sendo também por
eles que o impulso chega ate o reticulo sarcoplasmático
que libera então cálcio por transporte passivo
Acoplamento excitação-contração

Na membrana do reticulo sarcoplasmático existe


ainda a bomba de cálcio, que bombeia cálcio para o
interior do reticulo gastando energia.
Calsequestrina: 40 vezes mais cálcio dentro do reticulo
sarcoplasmatico
Contração muscular

Músculo → Fibra muscular → miofibrilas (filamentos de


actina e miosina).

98% da fibra muscular são inervada por terminações


nervosas.
SARCÔMERO

O filamento grosso é composto por aproximadamente


duzentas moléculas de miosina.
Miosina

A miosina é uma proteína formada por duas cadeias


polipeptidicas pesadas e quatro leves;
as cadeias pesadas possuem uma estrutura globular
em suas extremidades denominada cabeça da miosina,
e as duas cadeias pesadas formam uma dupla hélice
deixando as cabeças livres na extremidade.
As quatro cadeias leves se localizam na cabeça da miosina,
duas em cada cabeça.
Os corpos das moléculas de miosina formam a cauda do
filamento grosso e dela saem proeminências da porção
helicoidal da molécula, mantendo a cabeça longe do corpo:
é o braço da molécula.
O conjunto formado chama-se ponte cruzada.
Actina

É formada por actina, tropomiosina, troponina.

Tropomiosina: bloqueia sítios de ligação miosina,


troponina: I(inibitória), T(liga fortemente a tropomiosina),
C(cálcio).
O filamento fino é composto por três proteínas, a actina, a
troponina e a tropomiosina.

A actina é a molécula central, que polimeralizada forma


uma dupla hélice e contém os sítios de ligação com a
miosina.
A tropomiosina é uma molécula presa à actina de forma
espiralada sobre a dupla hélice.
A tropomiosina impede a ligação actina/miosina
bloqueando o sítio de ligação

A troponina fica presa à molécula de tropomiosina, e


possui três subunidades: uma com afinidade à actina, outra
a tropomiosina e uma última ao Ca2+ , a troponina regula o
bloqueio do sítio de ligação feito pela tropomiosina
Os filamentos de actina e miosina têm uma grande
afinidade e ligam-se facilmente sem a presença do
complexo troponina/tropomiosina.

Nota-se que esse complexo impede a ligação na


ausência de Ca2+

O mecanismo de liberação do sítio de ligação actina/


miosina começa com a chegada do potencial de ação
à membrana do músculo, promovendo a entrada
maciça de íons Ca2+
Estes íons ligam-se à troponina C, causando
uma mudança conformacional da mesma que
se reflete na molécula de tropomiosina, que
libera então os sítios da actina que estavam
bloqueados.

A interação actina/miosina se dá
imediatamente desde que haja ATP e magnésio
(ambos presentes em condições normais).
A contração ocorre à medida em que os
filamentos finos deslizam sobre os grossos,
encurtando o sarcômero:
Assim que o Ca2+ se liga à troponina C
e o complexo troponina-tropomiosina libera o
sítio de ligação actina/miosina,
a ligação entre os filamentos ocorre; segue-se
então o chamado

movimento de tensão
O movimento de tensão ocorre devido a
mudança conformacional da cabeça da miosina
em direção ao filamento de actina e da nova
alteração conformacional da cabeça que se
curva em direção do braço da miosina
Este movimento provoca o deslizamento do
filamento fino sobre o filamento grosso.

O sítio é então ocupado por uma nova molécula


de ATP e a cabeça se solta do filamento de
actina; lembremo-nos que a cabeça só se ligou à
actina devido à hidrólise do ATP e à mudança
conformacional.
Com a entrada de um ATP a molécula retorna à sua
conformação original e promove a quebra do ATP em
ADP e Pi para recomeçar o ciclo.
CONTRAÇÃO ISOTÔNICA

Ocorre contração muscular,


mas com movimento,
ou seja, com encurtamento dos sarcômeros.
CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA

Ocorre contração muscular,

mas sem movimento, ou seja,

sem o encurtamento dos sarcômeros.


SOMAÇÃO

É a soma do conjunto de contrações


isoladas,

para aumentar a intensidade da


contração muscular global
TÔNUS MUSCULAR

Mesmo quando em repouso persiste um


certo grau de tensão chamado de
TÔNUS MUSCULAR

ocorre pela baixa frequência de


estímulos oriundos da medula
no estado de repouso
FADIGA

É incapacidade da fibra muscular de


suprir o rendimento de trabalho em
relação aos processos contráteis e
metabólicos.

3 a 5 min de contração muscular rigorosa


causa o acumulo de ácido lático
30 min de contração muscular rigorosa

ocorre uma diminuição da reserva de


glicogênio e O2,

junto com o acumulo de ácido lático.


HIPERTROFIA

Ganho de massa muscular,


ou seja,

o aumento de filamentos de actina e


miosina em cada fibra muscular
ATROFIA
Perda de massa muscular
CÃIBRAS OU CAIMBRAS

São contrações involuntárias em


um mm em repouso.

Causa Principal:

perda de H2O e sal


no organismo.
Outras Causas:

fadiga muscular

diminuição de algumas
substâncias no sangue como:

cálcio, magnésio e potássio


doenças crônicas,

alterações hormonais

gravidez

medicamentos (diuréticos)

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