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Rafaela Ramos - UFJF

POTENCIAL DE MEMBRANA E POTENCIAL DE


AÇÃO

O POTENCIAL DE MEMBRANA EM REPOUSO

O potencial de repouso é a diferença de potencial elétrico que toda célula manifesta entre as suas
superfícies interna e externa, cujo valor varia em diferentes tipos de célula.

O potássio (K+) é o principal cátion no interior das células, e o sódio (Na+) domina o líquido
extracelular. Entre os ânions, íons cloreto (Cl–) na maior parte permanecem com Na+ no líquido
extracelular.

A diferença de potencial elétrico é utilizada em processos de comunicação neuronal ou de deflagração da


contração muscular, que provem da diferença de potencial entre os lados da membrana. Por isso o tecido
nervoso e o muscular são denominados tecidos excitáveis.

Obs: o potencial de membrana existe em todos os tecidos, o que é exclusivo dos tecidos excitáveis é o
potencial de ação.
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A voltagem do meio intracelular oscila entre –90 e –60, porque a membrana celular contém uma grande
quantidade de canais de potássio abertos, sem comporta, que permite o trânsito livre de potássio. Em tese,
o potássio tem alta capacidade de atravessar a membrana, entrando ou saindo da célula.

Como a permeabilidade de membrana ao K+ é alta, a força de difusão tende ao empurrá-lo para fora e a
força elétrica tende puxá-lo para dentro. Devido ao enorme gradiente de concentração, ocorre a saída de
um pouco de potássio da célula, e isso ocasiona uma leve carga negativa no seu interior (-90mv). Nesse
momento essas forças se equilibram, e acontece o que chamamos de potencial de repouso da célula.

O sódio é o íon mais abundante do liquido extracelular, e dessa forma está pouco presente no liquido
intracelular. O pouco sódio que entra na célula se dá por meio de vazamentos ou por falhas na
permeabilidade. Um mecanismo de correção desses vazamentos é a bomba de Na+/K+. Portanto quem
determina o potencial de repouso é a alta permeabilidade seletiva da membrana ao potássio.

VARIAVEIS IMPORTANTES PARA O POTENCIAL DE REPOUSO

• Alta concentração intracelular de proteínas;


• Alta permeabilidade da membrana ao potássio;
• Alta concentração de potássio intracelular e a bomba de Na/K;

VARIAÇAO DO POTENCIAL ELÉTRICO DE MEMBRANA

Processos que permitem o efluxo seletivo de potássio ou influxo seletivo de cloreto, por exemplo, aumentaria
a DDP (diferença de potencial). Tal evento causa uma hiperpolarização, ou seja, o lado interno da
membrana fica mais negativo. Por outro lado, processos que levam influxo seletivo de cálcio ou de sódio,
são processos que diminuem a DDP, fazendo com que o lado interno da membrana fique menos negativo,
isto é a despolarização.
Em outras palavras, despolarizar equivale a aumentar a voltagem no interior da célula. Hiperpolarizar
significa reduzir a voltagem no interior da célula.

POTENCIAL DE AÇÃO

O potencial de ação é a resposta de uma célula excitável á flutuação dos potencias graduados em sua
membrana. No potencial de ação ocorre uma variação brusca do potencial de membrana da célula que leva
a uma inversão da polaridade dessa membrana.
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EXPLICACAO DAS FASES DO POTENCIAL DE AÇÃO RESUMIDAMENTE


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Despolarização: um PA é gerado por um aumento exacerbado da permeabilidade da membrana ao Na+,


levando ao influxo deste íon, provocando uma inversão de polaridade elétrica na superfície da membrana.
Repolarização: Na repolarização os canais de sódio se tornam refratários, ou seja, fecham quando a
voltagem chega a +30mv. Esse tempo em que os canais permanecem pelas comportas de inativação é
chamado de período refratário absoluto. Nesse momento o influxo de sódio cai e ao mesmo tempo abrem
lentamente os canais de potássio voltagem- dependentes. Ao serem abertos os canais de potássio, a célula
entra no processo de repolarização, onde ele volta a sua negatividade, pela saída de da mesma.
Hiperpolarização: Os canais de K+ são lentos, então eles demoram a se fechar, e a célula hiperpolariza,
ou seja, fica mais negativa do que em seu potencial de repouso.
Restauração: Ao chegar nessa fase de hiperpolarização, os canais de se fecham, e começa a atuaçao da
bomba de Na+/ / K+ ATPase, essa bomba atua contra o gradiente de concentração, é um transporte ativo e
com gasto de ATP, e assim faz com que a célula retorne a sua eletronegatividade normal, ao seu potencial
de repouso.

• Em algumas outras células, o PA não é gerado pelo influxo de sódio. Outros íons positivos, como o
cálcio nas fibras cardíacas, são responsáveis pela inversão de polaridade observada no PA. Assim
sendo, generalizando o processo de potencial de ação, podemos dizer que este é causado pelo
aumento da permeabilidade da membrana celular de células excitáveis a cargas ´positivas.

SISTEMA NERVOSO

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso pode ser dividido em duas partes. O sistema nervoso central (SNC) consiste no encéfalo
e na medula espinal. O sistema nervoso periférico (SNP) é composto por neurônios sensoriais (aferentes) e
neurônios eferentes. O fluxo da informação pelo sistema nervoso central segue um padrão de reflexo básico.
Estímulo → receptor sensorial → sinal de entrada → centro integrador → sinal de saída → efetor → resposta
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Os receptores sensoriais espalhados pelo corpo monitoram continuamente as condições dos meios interno
e externo. Esses receptores enviam informação ao longo dos neurônios aferentes para o SNC, que é o
centro integrador dos reflexos neurais. Os neurônios do SNC integram a informação proveniente da divisão
sensorial do SNP e determinam se uma resposta é necessária ou não. Se uma resposta for necessária, o
SNC envia sinais de saída via neurônios eferentes, até as células-alvo, que geralmente são músculos e
glândulas. Os neurônios eferentes se subdividem em divisão motora somática, que controla os músculos
esqueléticos, e divisão autônoma, que controla os músculos liso e cardíaco, as glândulas exócrinas,
algumas glândulas endócrinas e alguns tipos de tecido adiposo.
A divisão autônoma do SNP também é chamada de sistema nervoso visceral, uma vez que controla a
contração e a secreção em vários órgãos internos. Os neurônios autonômicos são subdivididos em ramos
simpático e parassimpático, os quais podem ser distinguidos por sua organização anatômica e pelas
substâncias químicas que eles utilizam para se comunicar com as suas células-alvo.
O sistema nervoso entérico é uma rede de neurônios presente na parede do trato digestório. Ele
frequentemente é controlado pela divisão autônoma do sistema nervoso, mas também é capaz de funcionar
de maneira independente como seu próprio centro integrador.

• Importante saber as ações do simpático e do parassimpático em diferentes sistemas


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• Analisar os neurotransmissores liberados pelas vias motoras somáticas e vias autonômicas.


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Referências:
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SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada 7. Ed. PORTO ALEGRE: ARTMED,
2017.

MOURÃO JÚNIOR, C.A.; ABRAMOV, D.M. Fisiologia Essencial. Ed RIO DE JANEIRO: GUANABARA KOOGAN,
2011.

GUYTON, A.C., HALL, J.E Tratado De Fisiologia Médica 12. Ed. RIO DE JANEIRO: GUANABARA KOOGAN, 2011

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