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Brochura da
cadeira de
Biologia
Celular e
Molecular
Citologia, ou biologia celular, é a ciência que estuda os vários sistemas celulares, a maneira
como as células são reguladas e a compreensão do funcionamento de suas estruturas. A
construção dos microscópios óticos foi um passo decisivo para a descoberta das células, e
acredita-se que o primeiro tenha sido inventado em 1592, por Jeiniere da Cruz e seu pai,
Zacharias Jansen, dois holandeses fabricantes de Óculos. Tudo indica, porém, que o
primeiro a fazer observações microscópicas de materiais biológicos foi o holandês Antonie
van Leeuwenhoek (1632-1723). O Microscópio simples com apenas uma lente, construído
por Leeuwenhoek, foi aprimorado por Robert Hooke em 1665, ganhando mais uma lente.
O grande avanço no conhecimento da biologia celular, sem dúvida, foi a invenção dos
microscópios eletrónicos em 1931, por dois engenheiros alemães Ernst Ruska e Max Knoll, o
que possibilitou a visualização dos organelos celulares em grande detalhe.
A célula é uma unidade funcional que estabelece interação entre seus componentes, sob o
aspecto fisiológico, biossintético e reprodutivo. A dinâmica celular para a manutenção da
vida é regida por um processo de auto-manutenção, que compreende a modificação de
estruturas, a substituição de componentes, de tal forma articulada que garanta a sua
organização estrutural e funcional.
Resumo das aulas de Biologia Celular e Molecular 1º Ano | 2022
O principal critério de distinção entre estes grupos é a sua organização celular. As células
procarióticas (do latim pro = primeiro e cárion =˙núcleo) são relativamente simples e se
caracterizam por não apresentarem membrana, segmentando os ácidos nucleicos (DNA) e
ribonucleicos (ARN) do citoplasma. Além disso, algumas destas células apresentam uma
membrana plasmática circundada externamente pela parede celular. As células eucarióticas
(do latim eu - verdadeiro e carion - núcleo) constituem o tipo celular da constituição dos
fungos, protozoários, animais e plantas.
Teoria Celular
No século XIX generalizou-se a noção de que todos os organismos são constituídos por uma
ou mais células, a chamada Teoria Celular (CÉSAR e SEZAR, 2005). A Teoria Celular
admite que, apesar das diferenças quanto à forma e à função, todos os seres vivos têm em
comum o fato de serem constituídos por células.
História
A Teoria Celular foi criada por Robert Hooke em 1665. Ela estabelece a célula como a
unidade morfofisiológica dos seres vivos, ou seja, a célula é a unidade básica da vida.
No final da década de 1830, dois cientistas alemães, Matthias Jakob Schleiden, ex-advogado
que abandonou a profissão para estudar a estrutura e fisiologia das plantas, determinando
também que todas as plantas apresentavam organização celular, e Theodor Schwann,
médico dedicado ao estudo da anatomia dos animais, estendeu a teoria de Matthias aos
animais, formulando a hipótese de que todos os seres vivos são constituídos por células,
construindo a base da teoria celular.
Todos os seres vivos são constituídos por células, com exceção dos vírus.
Importância
A teoria celular, foi uma das mais importantes generalizações da história da biologia. Ficou
claro que, apesar das diferenças quanto à forma e função, todos os seres vivos têm em
comum o facto de serem formados por células. Portanto, para a plena compreensão do
fenómeno da vida, é preciso conhecer as células.
O entusiasmo pela teoria celular também levou os biólogos à investigação sobre a origem
das células vivas.
Alguns acreditavam que as células se formavam espontaneamente, a partir da aglomeração
de determinados tipos de substâncias, enquanto outros se opunham a essa ideia, afirmando
que uma célula somente podia originar-se de outra célula pré-existente.
A teoria celular foi "o alicerce" para todo o desenvolvimento do estudo biológico. Graças a tal
teoria foi possível chegarmos a uma conclusão mais facilmente através de muitos
experimentos e teses, desfazendo o até então "empirismo" e pondo em prática o "método
científico".
Toda célula se origina de uma outra célula pré-existente. Sendo que elas fazem a
reprodução assexuada.
A principal importância é que é na célula que se desenvolve o material genético, o DNA e o
RNA.
Principais ideias
A Teoria Celular tem três ideias principais:
Todos seres vivos, são formados por células e pelos seus produtos. Portanto, as
células são as unidades morfológicas dos seres vivos;
As atividades fundamentais que caracterizam a vida ocorrem dentro da célula.
Portanto, as células são as unidades funcionais ou fisiológicas dos seres vivos
Novas células formam-se pela reprodução de outras células preexistentes, por meio
da divisão celular.
Esta última ideia foi uma conclusão do alemão Rudolph Virchow em 1855. Ele resumiu esta
ideia numa frase em latim, que se tornou muito famosa: "Omnis cellula ex cellula". A ideia de
Virchow foi apoiada, em 1878, pelo biólogo Walther Flemming, quem descreveu a ricos
detalhes o processo de reprodução celular.
De acordo com o cientista de Schwann (1810-1882), toda a célula se origina de outra pré-
existente, todos os seres vivos têm organização celular: alguns são formados por uma única
célula: outros por milhões delas. Já a teoria celular atual diz que nem todos os seres vivos
possuem organização celular, os vírus por exemplo, não possuem tal organização, sendo,
portanto, acelulares.
Níveis de organização
Em organismos unicelulares, a única célula executa todas as funções da vida. Ela funciona
de forma independente.
No entanto, muitos organismos unicelulares e multicelulares tem vários níveis de
organização dentro deles.
As células individuais podem executar funções específicas e também trabalhar juntos para o
bem de todo o organismo.
As células se tornam dependentes um das outras.
Organismos multicelulares têm as seguintes 5 níveis de organização que vão desde a
mais simples ao mais complexo:
NÍVEL 1 – Células
São a unidade básica da estrutura e função nos seres vivos. Pode servir uma função
específica dentro do organismo Exemplos- células sanguíneas, células nervosas, células
ósseas, etc.
NÍVEL 2 – tecidos
Composto de células que são semelhantes em estrutura e função e que trabalham juntos
para realizar uma atividade específica Exemplos – sangue, nervoso, ossos, etc. Os seres
humanos têm 4 tecidos básicos: conectivo, epitelial, musculares e nervosas.
Nível 3 – Órgãos
Composta de tecidos que trabalham juntos para executar uma atividade específica
Exemplos – coração, cérebro, pele, etc.
NÍVEL 5 – Organismos
Seres vivos inteiros que podem realizar todos os processos básicos da vida. O que significa
que pode ter em materiais, liberar energia a partir de alimentos, resíduos de lançamento,
crescer, respondem ao ambiente, e se reproduzir. Normalmente fez-se de sistemas de
órgãos, mas um organismo pode ser constituído por apenas uma célula, tal como bactérias
ou protistas. Exemplos – bactérias, ameba, cogumelo, girassol, humano.
Os níveis de organização na ordem correta, em seguida, são: células -> Tecidos ->
Órgãos -> sistemas de órgãos -> ORGANISMOS
Todas as células eucarióticas têm um núcleo rodeado por um invólucro nuclear e uma
membrana de plasma que faz fronteira com toda a célula.
A maioria das células eucarióticas também têm retículo endoplasmático, um aparelho de
Golgi, lisossomos, mitocôndria e peroxissomos.
As células vegetais possuem cloroplastos para a fotossíntese para além das organelas que
ambos eles e possuem células animais. Estes organelos são suspensas numa matriz
citoplásmica gellike composta por três tipos de polímeros de proteína chamados filamentos
de actina, microtúbulos e filamentos intermédios.
PROCARIOTOS X EUCARIOTOS
Do ponto de vista evolutivo (ver origem das células no capítulo anterior), considera-se que os
procariontes são ancestrais dos eucariontes. Os procariontes surgiram há cerca de 3 bilhões
de anos ao passo que os eucariontes há 1 bilhão de anos. E apesar das diferenças entre as
células eucarióticas e procarióticas, existem semelhanças importantes em sua organização
molecular e em sua função. Por exemplo, veremos que todos os organismos vivos utilizam o
mesmo código genético e uma maquinaria similar para a síntese de proteínas.
A parede celular - Entretanto, a maioria das bactérias são circunscritas por uma
parede celular rígida feita de peptidoglicano, um polímero composto de carboidratos
ligados e pequenas proteínas. A parede celular fornece uma camada extra de
proteção, ajuda a célula a manter sua forma e previne a desidratação.
A cápsula - Muitas bactérias possuem também uma camada externa de carboidratos
chamada de cápsula. A cápsula é pegajosa e ajuda a célula a se aderir às
superfícies em seu meio.
Os flagelos - Algumas bactérias também possuem estruturas especializadas
encontradas na superfície da célula que ajudam-nas a se mover, aderir a superfícies
ou mesmo trocar material genético com outras bactérias. Por exemplo,
os flagelos são estruturas como um chicote que atuam como motores rotatórios que
ajudam as bactérias a se mover.
As fímbrias - As fímbrias são estruturas em forma de cabelo, numerosas, que são
usadas para fixação nas células hospedeiras e outras superfícies.
Pili - As bactérias também podem possuir estruturas em forma de bastão conhecidas
como pili, que podem ser de diferentes tipos. Por exemplo, alguns tipos de pili
Vacúolos: são organelos de tamanho variável, rodeados por uma membrana, podem
armazenar gases, pigmentos, açúcares, proteínas ou outras substâncias, participa no
equilíbrio hídrico da célula.
Citosqueleto: responsável pela forma da célula consiste numa rede de fibras intercruzadas.
Os primeiros seres primitivos teriam sido anaeróbios, já que ainda não existia oxigênio na
atmosfera. Outra característica é que esses seres teriam a capacidade de se auto reproduzir,
mantendo sua individualidade, ou seja, seu DNA. Mecanismos evolutivos favoreceram o
surgimento de organismos autotróficos, que utilizavam o gás carbônico, água e energia do sol
para produzir seu próprio alimento. Com isso, estes produziram oxigênio liberado na atmosfera
durante o processo da fotossíntese, possibilitando o aparecimento de seres cada vez mais
diversificados, complexos e pluricelulares.
As primeiras formas de vida foram os seres unicelulares procariontes. O registo fóssil indicanos
que as primeiras formas de vida terão surgido há cerca de 4 000 Milhões de anos. No entanto,
as primeiras células nucleadas só terão aparecido há 1 500 Milhões de anos., ou seja, 2. 500
Milhões de anos depois dos primeiros procarióticos.
b) Células Eucariontes
Depois com o passar do tempo, surgiram os seres Eucariontes (indivíduos que possuem
estruturas celulares mais complexas, com material genético separado do citoplasma por uma
membrana nuclear, formando um núcleo verdadeiro).
Acredita-se que esse tipo de célula surgiu a partir das células procriastes por intermédio de
determinados processos, enquanto outras chamadas de organelos celulares, como a
Uma das hipóteses mais aceitas para o processo evolutivo das células eucariontes defende
que as células procariontes teriam englobado células bacterianas determinando uma relação
ecológica chamada de simbiose, pela qual a célula fornece proteção do meio externo e
nutriente e o microrganismo favorece maior rendimento e aproveitamento energético através
do processo de respiração celular, sendo assim mutuamente vantajosa. Diante disso, as
mitocôndrias e cloroplastos são organelos supostamente derivadas desta associação
(FIGURA abaixo).
Apesar de aceita pela comunidade científica, algumas questões ainda são levantadas com
relação à hipótese endossimbiótica, pois experimentos mostraram que essas organelas não
sobreviveriam fora da célula e que algumas proteínas codificadas pelo DNA nuclear são
essenciais para o funcionamento das mitocôndrias e dos cloroplastos. No entanto, essa
associação, ao longo de milhares de anos, poderia ter ocasionado uma associação
dependente que sofreram uma coevolução com as células.
Segundo a hipótese autogénica os seres eucariontes são o resultado de uma evolução gradual
dos seres procariontes. A célula procarionte inicial apresentava invaginações da membrana
plasmática e algumas destas invaginações terão sofrido especializações nas suas funções,
dando origem a novos sistemas endomembranares. Uma dessas invaginações terá cercado
o material genético, DNA, o que terá dado origem ao núcleo individualizado. Alguns
fragmentos de DNA teriam posteriormente abandonado o núcleo e originado as mitocôndrias
e cloroplastos, ao serem alojados noutros sistemas membranares no interior da célula.
Segundo esta hipótese todo o DNA presente na célula tem uma origem comum.
Esta hipótese é apoiada pelo facto das membranas intracelulares das células eucarióticas
actuais manterem a mesma assimetria da membrana plasmática: a face voltada para o
interior das estruturas intracelulares é semelhante à face externa da membrana plasmática e
a face das estruturas intracelulares voltada para o citosol é semelhante à face interna da
membrana plasmática. Mas a suposta origem comum do material genético do núcleo e dos
organelos não é corroborada pelas observações, o DNA presente nas mitocôndria e nos
cloroplasto revelam uma estrutura muito mais próxima do DNA das bactérias (procariontes) do
que do DNA nuclear.
Visão geral da célula
Bactérias - São microorganismos constituídos por uma célula, sem núcleo celular e
nenhum tipo de compartimentalização interna por membranas, estando ausentes
várias outras organelas, como as mitocôndrias, o complexo de Golgi e o fuso mitótico.
No que diz respeito à sua reação ao oxigênio, a maioria das bactérias podem ser
colocadas em três grupos: aeróbicas — que podem crescer apenas na presença de
oxigênio; anaeróbicas — que podem crescer apenas na ausência de oxigênio; e
anaeróbicas facultativas — que podem crescer tanto na presença como na ausência
de oxigênio.
Muitas bactérias vivem em ambientes que são considerados extremos para o homem e
são, por isso, denominadas extremófilas, como por exemplo: termófilas — que vivem
em fontes termais; halófilas — que vivem em lagos salgados; acidófilas e alcalinófilas
— que vivem em ambientes ácidos ou alcalinos; psicrófilas — que vivem nos glaciares.
As bactérias se constituem nos seres mais numerosos existentes.
Vários tipos de bactérias contêm como componentes de sua estrutura, ou liberam para
o meio de cultura, substâncias tóxicas, que recebem o nome de endotoxinas e
exotoxinas.
A membrana plasmática das bactérias é uma estrutura lipoprotéica que serve como
barreira para os elementos presentes no meio circundante. Nela se situam as
moléculas receptoras, as proteínas relacionadas com o transporte transmembrana e as
moléculas da cadeia respiratória análogas à existente na membrana das mitocôndrias
das células eucariontes.
A cápsula é uma camada viscosa, externa à parede celular, que está presente em
muitas bactérias. A cápsula é geralmente de natureza polissacarídica, apesar de
existirem cápsulas constituídas de proteínas. Ela constituem um dos antígenos de
superfície das bactérias e está relacionada com a virulência da bactéria, uma vez que
a cápsula confere resistência à fagocitose.
As fímbrias ou pili são estruturas curtas e finas, de natureza protéica, que muitas
bactérias gram-negativas apresentam em sua superfície. Não estão relacionadas com
a mobilidade e sim com a capacidade de adesão. Outro tipo de fímbria é fímbria
sexual, que é necessária para que a bactéria possa transferir material genético no
processo denominado conjugação.
Membrana Plasmática
A membrana plasmática, também chamada de membrana celular ou plasmalema, é
uma estrutura que delimita a célula, separando o meio intracelular do meio externo. Ela
atua delimitando e mantendo a integridade da célula e como uma barreira seletiva,
permitindo que apenas algumas substâncias entrem, como oxigênio e nutrientes, e outras
saiam, como os resíduos.
Apresenta em sua constituição proteínas, lipídios, entre outras substâncias. O modelo que
representa a estrutura da membrana plasmática é denominado de mosaico fluido.
Toda célula viva é revestida por uma finíssima película com cerca de 5 nanômetros de
espessura, a membrana plasmática, que delimita o espaço celular interno, isolando-o do
ambiente ao redor.
anfipáticas, assim, sua parte hidrofílica fica em contato com a região aquosa. Algumas
apresentam, inclusive, um canal hidrofílico para a passagem de substâncias hidrofílicas.
Algumas proteínas encontram-se parcialmente imersas, assim, apenas uma parte encontra-
se exposta para a parte extracelular ou para a parte interna (citosol). Há proteínas que
atravessam totalmente a membrana, de um lado a outro, sendo denominadas de proteínas
transmembrana. Algumas proteínas inseridas na bicamada lipídica podem deslocar-se
lateralmente por ela. Para saber mais sobre esse modelo, acesse: Modelo do mosaico
fluido.
Não confundir a membrana celular com a parede celular (das células vegetais, por
exemplo), que tem uma função principalmente de proteção mecânica da célula. Devido à
membrana citoplasmática não ser muito forte, as plantas possuem a parede celular, que é
mais resistente.
Por outro lado, a membrana celular não é, nem um corpo rígido, nem homogêneo – é muitas
vezes descrita como um fluido bidimensional e tem a capacidade de mudar de forma
e invaginar-se para o interior da célula, formando alguns dos seus organelos.
A matriz fosfolipídica da membrana foi pela primeira vez postulada em 1825 por Gorter e
Grendal; no entanto, só em 1895, Charles Overton deu força a esta teoria,tendo observado
que a membrana celular apenas deixava passar algumas substâncias, todas lipossolúveis.
Superfície Celular
As especializações estáveis mais frequentes da superfície celular são os microvilos,
os estereocílios, os cílios, os flagelos, as invaginações basais (labirinto basal) e as
interdigitações (laterais e/ou basais). Outras especializações de superfície celular
têm ocorrência mais restrita, como as microcristas (microplicas ou micropregas) e
aquelas associadas às funções sensoriais (quinocílios, estereocílios sensoriais),
entre outras.
a) Microvilosidades
São projeções da membrana plasmática freqüentemente digitiformes, ou seja, em forma de
dedo de luva. São especializações do tipo estável ou permanente na superfície das células.
Morfologias bulbares e clavadas (em forma de clava) são mais incomuns e de ocorrência
restrita entre as espécies, ou associadas a um determinado momento funcional da célula.
Estas projeções são sustentadas por citoesqueleto polimerizado por proteína actina, os
microfilamentos. Sua ocorrência é predominantemente apical nas células epiteliais, mas
podem, eventualmente, ocorrer nas regiões laterais de células polarizadas.
As microvilosidades ampliam a superfície da membrana plasmática aumentando sua
eficiência para as trocas com a cavidade ou o meio extracelular.
b) Cílios
Os cílios são especializações celulares, comumente mais longas e de maior calibre que as
microvilosidades, com ocorrência entre vertebrados, invertebrados e protozoários. Para os
protozoários, o batimento rítmico e contínuo dos cílios de sua superfície celular auxiliam na
captura do alimento e permite ao indivíduo deslocar-se no meio fluido. Nos vertebrados e
invertebrados os cílios surgem como projeções da superfície apical de epitélios com
ocorrência em quase todos os sistemas destes organismos.
Essas projeções apicais são estáveis, sendo preenchidas e sustentadas por um complexo
arranjo de microtúbulos (MT) e várias proteínas associadas, formando o
chamado axonema do cílio. Este pode ser descrito pela fórmula [9(2)+2], onde se interpreta
que o axonema é composto por nove pares de MT formando um cilindro periférico, aderido a
membrana plasmática que reveste o cílio, acrescido de um par de MT no centro deste
cilindro. A interação e deslizamento entre os pares de MT do cilindro externo e o par central,
em presença de ATP, causa torção e flexão do axonema, produzindo o batimento ciliar.
c) Flagelo (Eucarionte)
O flagelo tem ocorrência restrita nos vertebrados, sendo uma projeção típica dos gametas
masculinos. É, frequentemente, também nominado cauda do espermatozoide.
A descrição morfológica que se segue refere-se ao flagelo dos mamíferos, pois há variação
estrutural do axonema nas diferentes espécies e nas suas associações como, por exemplo,
microtúbulos adicionais, a ocorrência de amplas expansões da membrana plasmática do
cílio formando uma membrana ondulante que auxilia no deslocamento gameta em meio
fluido, até formas amebóides de gametas, desprovidos de flagelo.
Glicocálix
O glicocálice é uma região rica em carboidratos considerada por muitos autores como uma
extensão da membrana plasmática.
Ele varia muito de célula para célula e forma uma espécie de emaranhado, uma vez que os
glicídios que formam as glicoproteínas, glicolipídios e proteoglicanos entrelaçam-se e
formam uma espécie de camada protetora.
O glicocálice apresenta diversas funções importantes para a célula, sendo uma delas a
proteção contra lesões de natureza química e mecânica. Esses carboidratos também evitam
ligações indesejáveis com outras células e ajudam na movimentação graças à sua
capacidade de adsorver água.
Outra função extremamente importante do glicocálice é o reconhecimento entre células e a
adesão celular, que permite que as células unam-se umas às outras e também a outras
moléculas. Dentre as glicoproteínas presentes no glicocálice que ajudam na união das
células, destacam-se a fibronectina, vinculina e laminina.
Além das funções citadas, devemos lembrar que o glicocálice das hemácias determina
os grupos sanguíneos (A, B, AB ou O), uma vez que esses glicídios funcionam como
marcadores de determinados tipos de célula. O reconhecimento do tipo sanguíneo é
fundamental para a realização de transfusões e para o tratamento de alguns problemas
imunológicos.
Algumas doenças podem atingir a membrana celular. Essas doenças podem ser muito
perigosas e agressivas e todas têm origens genéticas. São doenças que trabalham contra
as proteínas do corpo, que são essenciais para os canais iônicos e para os receptores do
interior da membrana. As doenças que atingem a membrana plasmática atrapalham as
funções das células. Uma dessas doenças é a fibrose cística, ou mucoviscidose. Essa
doença genética hereditária é caracterizada por uma alteração autossômica recessiva. Isso
quer dizer que acontece a ausência de uma sequência de três nucleotídeos no cromossomo
de número 7 dos seres humanos.
Essa doença resulta num distúrbio da síntese de uma proteína inserida na bicamada
lipoproteica celular, na membrana plasmática. O problema afeta a capacidade de transporte
de água e sais minerais em tecidos orgânicos das vias respiratórias. Essa doença afeta o
funcionamento metabólico das glândulas exócrinas. Os sintomas são secreção e fluido
viscoso nas vias aéreas, dificuldade da passagem de ar pelos pulmões, infecções crônicas
no aparelho respiratório e problemas no aparelho digestório e reprodutor. O tratamento da
fibrose cística é feito com suplementação de enzimas pancreáticas, reposição de vitaminas,
antibióticos e exercícios respiratórios fisioterápicos.
Uma vez que as células têm em seu interior uma solução – o citosol – e soluções aquosas
em seu redor, certas substâncias podem entrar na célula ou sair dela espontaneamente por
um processo chamado de difusão simples. As condições necessárias para que as
partículas de uma substância entrem ou saiam da célula por difusão são que a membrana
seja permeável a elas e que haja diferença na concentração da substância dentro e fora da
célula. A entrada de gás oxigênio (O2) em nossas células, por exemplo, ocorre por difusão
simples. Como as células estão sempre consumindo O2 em sua respiração, a concentração
desse gás no meio celular interno é baixa. Por outro lado, no líquido que banha as células,
proveniente do sangue, a concentração de O2 é relativamente mais alta, pois esse gás é
continuamente absorvido pelo sangue que passa pelos pulmões. Como a membrana
plasmática é permeável às moléculas de O2, ele simplesmente se difunde para dentro das
células.
Muitas substâncias entram na célula e saem dela com a ajuda de proteínas componentes da
membrana. Algumas dessas proteínas formam canais pelos quais moléculas de água,
certos tipos de íons e pequenas moléculas hidrofílicas se deslocam. Outras transportam
moléculas específicas, capturando-as fora ou dentro da célula e liberando-as na face
oposta. Esse transporte facilitado por proteínas da membrana e que não gasta energia da
célula para ocorrer é denominado difusão facilitada
Transporte passivo: osmose
Osmose é um caso especial de difusão em que apenas a água, o solvente das soluções
biológicas, se difunde através de uma membrana semipermeável. O citoplasma é uma
solução aquosa, em que a água é o solvente e as moléculas dissolvidas
(glicídios, proteínas, sais etc.) são os solutos.
Se uma célula é colocada em água pura, a concentração externa desse solvente é maior
que no interior da célula, em que a água divide o espaço com as moléculas de soluto.
Consequentemente, a água tende a se difundir em maior quantidade para o interior celular,
o que faz a célula inchar. Apenas a água se difunde, pois, sendo a membrana plasmática
semipermeável, ela impede ou dificulta a passagem da maioria dos solutos.
Se uma célula é colocada em uma solução altamente concentrada em solutos, maior que
sua concentração interna, haverá relativamente mais solvente (água) dentro da célula que
fora, e a tendência é haver maior difusão de água de dentro para fora da célula que no
sentido inverso, fazendo-a murchar.
Para manter tais diferenças, contrariando a tendência da difusão, a célula gasta energia. Na
membrana plasmática há proteínas transportadoras que agem como “bombas” de iões,
capturando ininterruptamente iões de sódio (Na+) no citoplasma e transportando-os para
fora da célula. Na face externa da membrana, essas proteínas capturam iões de potássio
(K+) do meio e os transportam para o citoplasma. Esse bombeamento contínuo é conhecido
como bomba de sódio-potássio.
Endocitose e exocitose
Além do transporte passivo e do transporte ativo, certas substâncias entram nas células
transportadas e saem delas por meio de bolsas membranosas. Utilizam- se os termos
endocitose e exocitose, respectivamente, para os processos de entrada e de saída de
substâncias na célula intermediados por bolsas membranosas de transporte.
Endocitose
Endocitose é o processo em que partículas são capturadas por invaginações da membrana
plasmática e englobadas em bolsas, que passam a fazer parte do citoplasma.
Os citologistas costumam distinguir dois tipos de endocitose: fagocitose e pinocitose.
Pinocitose é um processo em que a célula engloba líquidos e pequenas partículas por meio
da invaginação da membrana celular, a qual forma um canal no citoplasma; esse canal
estrangula-se nas bordas e libera uma pequena bolsa membranosa que contém o material
englobado, o pinossomo. A pinocitose ocorre em praticamente todos os tipos de célula.
Exocitose
Muitas células são capazes de eliminar substâncias por meio de bolsas formadas pela
membrana, processo denominado exocitose. As substâncias a serem eliminadas são
previamente acumuladas em bolsas membranosas, as quais se aproximam da membrana
plasmática e fundem-se a ela, expelindo seu conteúdo para o exterior da célula. A exocitose
é utilizada por certas células para eliminar restos da digestão intracelular. Células
glandulares utilizam a exocitose para eliminar produtos úteis ao organismo, processo
denominado secreção celular.
Mecanismo transmembranar
No solo, a água move-se predominantemente por fluxo em massa (gradiente de potencial
mátrico) embora a difusão (gradiente de concentração) possa também ser verificada. No
entanto, quando a água atinge a superfície da raiz, a natureza do transporte torna-se mais
complexa. Da epiderme até a endoderme, a água pode seguir três vias distintas:
Na endoderme, o movimento de água através do apoplasto pode ser obstruído pelas estrias
de Caspary. Estas consistem de deposição de uma substância hidrofóbica, conhecida como
suberina, nas paredes radiais das células da endoderme. Esta suberina age como uma
barreira ao movimento de água e de iões. A entrada de água no cilindro central se dá, então,
via simplasto ou pela via transmembranar.
Cutículas: Uma camada fina que reveste a parte externa da membrana. Tendo um
importante papel de associar as células para a formação dos tecidos. Tem uma composição
glicoproteica.
Propriedades da membrana
A membrana plasmática é invisível ao microscópio óptico comum, porém sua presença já
havia sido proposta pelos citologistas muito antes do surgimento do microscópio eletrônico.
Mesmo hoje ainda restam ser esclarecidas muitas dúvidas a seu respeito.
Nas células eucariontes, o citoplasma preenche todo interior da célula delimitada pela
membrana plasmática, enquanto nas células procariontes, ele fica no espaço entre a
membrana plasmática e o núcleo da célula.
Na verdade o citoplasma, palavra que vem do grego Kytos (vaso) e Plassos (molde) é
apenas o espaço onde está contido um material de aspecto gelatinoso formado
basicamente de água, cerca de 80% de sua totalidade, e outros componentes, tais
como: proteínas, diversos iões, sais minerais, açúcares, aminoácidos e alguns
nutrientes, e não o material em si.
A este material damos o nome de citosol, mas também pode ser chamado de
hialoplasma, citossol ou ainda matriz citoplasmática ou citoplasma fundamental, todos
estes termos referem-se ao mesmo material.
O citoplasma de cada célula varia de acordo com cada espécie, como também com o
tecido do qual a célula faz parte, podendo ser dividido, de acordo com a densidade do
citosol: em ectoplasma, mais denso e localizado na região mais externa da célula; ou
endoplasma, menos denso, mais fluido, e que fica na região mais interna da célula.
Também sabe-se que o citoplasma da célula procarionte é bem mais complexo se
Além dessas organelas, ainda podemos encontrar outras como as Inclusões Lipídicas,
envolvidas no metabolismo dos lipídeos; os Glicogênios, que armazenam glicose nos
animais; o Citoesqueleto, responsável por movimentos coordenados ou por dar forma
às células; os Centríolos, que ajudam na divisão da célula e os Cloroplastos,
presentes nos vegetais e responsáveis pela fotossíntese, dentre outras.
Endomembranas
Retículo Endoplasmático (RE)
O citoplasma das células eucariontes contém inúmeras bolsas e tubos cujas paredes
têm uma organização semelhante a da membrana plasmática.
APARELHO DE GOLGI
A denominação complexo ou aparelho de Golgi é uma homenagem ao citologista
italiano Camilo Golgi, que, em 1898, descobriu essa estrutura citoplasmática.
Ao verificar que certas regiões com citoplasma celular se coravam por sais de ósmio
de prata, Golgi imaginou que ali deveria existir algum tipo de estrutura, posteriormente
confirmada pela microscopia eletrônica.
Estruturas vesiculares:
Lisossomas
Lisossomas são bolsas membranosas repletas de enzimas digestivas capazes de
digerir uma variedade de substâncias orgânicas. Uma célula animal pode conter
centenas de lisossomas. Esses organelos possuem mais de 80 tipos de enzimas,
como nucleases (digerem DNA e RNA), proteases (digerem proteínas), polissacarases
(digerem polissacarídeos), lipases (digerem lipídios) etc.
Peroxissomas e glioxissomas
Glioxissomas
A mitocôndria foi representada com uma parte cortada e retirada para visualizar seus
componentes internos.
Micrografia de uma mitocôndria parcialmente cortada, entre tubos e bolsas
membranosos do citoplasma, vista ao microscópio eletrónico de varredura, colorizada
artificialmente (aumento 7 58.500 #).
como a cenoura. Sua função ainda não e bem conhecida. Os cloroplastos ocorrem
em células das partes iluminadas dos vegetais e são responsáveis pelo processo de
fotossíntese. Sua cor verde deve-se a presença do pigmento clorofila.
Todos os tipos de plasto originam-se de pequenas bolsas incolores, os proplastos,
presentes nas células embrionárias das plantas. Tanto os proplastos quanto certos
tipos de plastos já maduros são capazes de Auto duplicação. Alem disso, um tipo de
plasto pode se transformar em outro.
Cloroplastos
Um cloroplasto típico tem forma de lentilha alongada, com cerca de 4 μm de
comprimento por 1 µm a 2 µm de espessura. A maioria dos cloroplastos tem duas
membranas lipoproteínas envolventes e um complexo membranoso interno formado
por pequenas bolsas discoidais achatadas, empilhadas e interligadas, chamadas de
tilacoides. O espaço entre os tilacoides e preenchido por um fluido, o estroma, no qual
há enzimas, DNA e RNA, alem de ribossomas semelhantes aos das células
bacterianas.
Ribossomas
Ribossomas, são pequenas estruturas em forma de grânulos que estão presentes
nas células procariontes e eucariontes. Eles são fundamentais para o crescimento, a
regeneração celular e o controle metabólico.
A função dos ribossomas é auxiliar na produção e na síntese das proteínas nas
células. Além dele, participam desse processo as moléculas de DNA e RNA.
A estrutura dos ribossomas assemelha-se a um grânulo, por isso possui uma forma
arredondada. É formado por moléculas de RNA ribossómico dobrado, associado às
proteínas. Assim, são formados por proteínas (mais de 80 tipos) e ácido ribonucleico
(RNA).
Citoesqueleto
Alem disso, o citoesqueleto e responsável por diversos tipos de movimento que uma
célula eucariótica e capaz de realizar, como o movimento ameboide, a contração
muscular, a movimentação dos cromossomos durante as divisões celulares e os
movimentos de cílios e flagelos.