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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (ISCED)

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE CIÊNCIA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Os Desafios da Cidadania em Moçambique

Centro de Recursos: Lichinga

Estudante: Massude Américo nº96210213

Outubro de 2021
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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (ISCED)

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE CIÊNCIA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Os Desafios da Cidadania em Moçambique

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Ciência Política
e Relações Internacionais do ISCED.
Tutor: Nómeno Vungo
Centro de Recursos: Lichinga

Estudante: Massude Américo nº96210213

Outubro de 2021
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Índice
1. Introdução.................................................................................................................................4

1.1. Objectivos..............................................................................................................................4

1.2. Geral......................................................................................................................................4

1.3. Especifico..............................................................................................................................4

1.4. Metodologia...........................................................................................................................4

2. Noções de cidadania para os Moçambicanos............................................................................5

2.1. Analise do Estágio actual da cidadania no nosso país...........................................................6

2.2. Informação e Cidadania.........................................................................................................6

2.3. Educação e Cidadania............................................................................................................7

3. Conclusão..................................................................................................................................9

4. Bibliografia.............................................................................................................................10
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1. Introdução
A cidadania é notoriamente um termo associado à vida em sociedade. Sua origem está ligada ao
desenvolvimento das pólis gregas, entre os séculos VIII e VII a.C. A partir de então, tornou-se
referência para os estudos que enfocam a política e as próprias condições de seu exercício, tanto
nas sociedades antigas quanto nas modernas. Mudanças nas estruturas socioeconômicas
incidiram, igualmente, na evolução do conceito e da prática da cidadania, moldando-os de acordo
com as necessidades de cada época.
O conceito contemporâneo de cidadania se estendeu em direção a uma perspectiva na qual
cidadão não é apenas aquele que vota, mas aquela pessoa que tem meios para exercer o voto de
forma consciente e participativa. Portanto, cidadania é a condição de acesso aos direitos sociais
(educação, saúde, segurança, previdência) e econômicos (salário justo, emprego) que permitem
ao cidadão desenvolver todas as suas potencialidades, incluindo a de participar de forma ativa,
organizada e consciente da vida coletiva no Estado.

Segundo Santos (1987, p. 7 apud BRZEZINSKI; SANTOS, 2015, p. 14), “No campo da retórica,
o conceito de cidadania é um dos mais proclamados, anunciados e prometidos, mas, no campo
dos fatos, é também um dos mais negligenciados”. Muitas vezes, ser cidadão implica no conceito
da própria existência humana com dignidade, direito este negado pelo aparato do Estado àqueles
que constituem o próprio Estado.

1.1. Objectivos

1.2. Geral
 Conhecer os Desafios da Cidadania em Moçambique

1.3. Especifico
 Definir o conceito cidadania;

 Descrever as Noções de cidadania para os Moçambicanos;

 Descrever o Estágio actual da cidadania no nosso país.

1.4. Metodologia
Para a elaboração do trabalho, recorreu-se a uma abordagem metodológica que compreende a análise da
literatura e análise documental.
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2. Noções de cidadania para os Moçambicanos


A cidadania está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento humano e suas relações sociais estão
dentro do contexto do Estado, portanto, seu conceito não é determinado, sua compreensão varia
no tempo e no espaço, modificando-se a depender do jogo de interesses de quem busca ser
cidadão.

Cada época produziu práticas e reflexões sobre cidadania muito distintas, pois é uma construção
histórica específica da civilização ocidental. Nesse sentido, entende-se ser necessária uma
historiografia para melhor compreensão do que vem a ser a luta constante de direitos que
conduzam à cidadania plena para os Moçambicanos.

Em Moçambique, realidade sobre a qual se assenta o presente trabalho, o fenômeno da cidadania,


ultimamente, tem sido evocado com frequências. Nesse país, onde a democracia acabou de ser
introduzida, a problemática em relação à cidadania encontra-se em pauta, o que leva a inferir que
o entendimento sobre os direitos e deveres dos cidadãos ainda estejam aquém do desejado.

Muitos cidadãos não conhecem, ou pouco sabem, sobre o real exercício da cidadania. Existe, em
Moçambique, uma grande maioria da população excluída e sem acesso a bens materiais e
intelectuais que possibilitem o exercício pleno da sua condição de cidadãos.

Assim, apesar dos direitos de cidadania serem direitos formalmente assegurados, constata-se que,
nem sempre, estes são usufruídos em sua plenitude por todos os cidadãos moçambicanos, na
medida em que o seu usufruto passa, em parte, pelo “domínio” da língua sobre a qual a
informação é disseminada.

Um estudo realizado por SALIMO (2011), visando aferir a noção de cidadania por parte dos
moçambicanos. Ele constatou a existência do baixo nível de conhecimento, em torno do conceito
de cidadania. Na mesma investigação, concluiu-se que o exercício de cidadania é uma realidade
ainda pouca expressiva, e neste processo, apontam-se os altos níveis de pobreza, analfabetismo e
outros problemas sociais estimulados pela falta de conhecimento e acesso à informação,
elementos essenciais para construção de uma cidadania vibrante e interventiva.
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2.1. Analise do Estágio actual da cidadania no nosso país


O Estágio actual da cidadania no nosso país está enquadrado na questão da participação e/ou
representação política no cenário de democracias que se enfrentam com as demandas
multiculturais por novos espaços de participação e pela garantia de novos direitos para grupos até
então excluídos.

É pertinente recordar que, sendo Moçambique um país multicultural, para reconhecer uma
igualdade primeira entre todos os cidadãos, a democracia existente no país necessita provocar um
apagamento das diferenças, não admitindo “a diversidade de situações que impedem a grupos
(etnias) oprimidos econômica, social e/ou culturalmente de participarem da política em condições
de igualdade com grupos privilegiados...” (PINTO, 2000, p. 139). Na minha ótpica, a pesar disso,
as políticas aplicadas não se ajuntam com a realidade do povo.

2.2. Informação e Cidadania


Inter-relação Informação e Cidadania a informação em Moçambique, da mesma maneira que se
utiliza no trabalho e nos estudos, recorresse a ela no quotidiano. Nós usamos a informação como
consumidores de bens e serviços, oferecidos tanto pelo setor privado quanto pelo público, e
igualmente como cidadãos. Neste caso a utilizamos para exercer nossos direitos e nossas
responsabilidades.

Mas existe uma grande diferença entre ter um direito e poder exercê-lo (ANTÔNIO, 2004.p.32).
Os cidadãos mal ou mesmo, não informados veem, frequentemente, seus direitos negados por
falta, ou dos meios necessários para fazê-los valer, ou porque não existe a disponibilização de tais
meios, ou ainda, existindo, não têm capacidades de decodificá-los.

Alguns autores tentam propor para a solução desse problema, distinguindo outro tipo de direito
para além dos tradicionalmente conhecidos: “o direito à informação e ao assessoramento”
(MOORE, s/d, p. 105). Para este autor, desfrutar este direito suplementar é estar mais bem
armado para fazer valer todos os demais. Concordo com este ponto de vista na medida em que,
segundo Cabral (1995), a informação é a “matéria-prima que permite aos cidadãos fazerem suas
escolhas e opções e, um povo bem informado é a única base segura para que o governo de um
país represente a vontade popular” (CABRAL, 1995, p. 19).
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Assim, de acordo com a autora, a informação é “fundamental ao pleno exercício da cidadania,


assegurando a todos o direito de participação política, possibilitando o desenvolvimento do
espírito crítico e o reconhecimento do outro como individuo” (CABRAL, 1995, p. 19). Os fatores
que podem reduzir o acesso à informação são inúmeros.

A Unesco (1983) já relatava um histórico progressivo sobre o acesso do indivíduo à informação,


que estaria diretamente vinculado a sua busca pela cidadania, e à evolução tecnológica ocorrida
ao longo dos anos: desde o século da Era Cristã substituição do pergaminho e do papiro pelo
papel até o século XX e XXI, expansão dos meios de comunicação de massa. Apesar dessa
evolução, a maior parte da população, nomeadamente a dos países africanos, não usufrui as
vantagens da evolução tecnológica.

2.3. Educação e Cidadania


A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Portanto, a educação devia ser
entendida pelos moçambicanos como instrumento, como um meio, como uma via através da qual
o homem se torna plenamente homem apropriando-se da cultura, isto é, a produção humana
historicamente acumulada.

A constituição da república moçambicana preconiza que a educação é direito e também dever de


cidadão. A partir desta enunciação, percebe-se que a maioria de cidadãos moçambicanos vê
impossibilitada de usufruir deste direito conforme afirma ANTÓNIO (2014), em Moçambique a
lei que determina o direito do cidadão à educação parece não ser efectiva, uma vez que é no
mesmo cidadão que recai o ónus e o dever de garantir à sua efectivação.

Um dos objectivos do Sistema Nacional da Educação (SNE) concernente à formação para


cidadania é proporcionar o desenvolvimento integral e harmonioso da personalidade e, inculcar
na criança, no jovem e no adulto padrões aceitáveis de comportamento: lealdade, respeito,
disciplina e responsabilidade (INDE/MINED, 2003). Apesar das informações acima
apresentadas, relativas aos instrumentos que orientam a educação básica para cidadania em
Moçambique, na prática, o exercício da cidadania ainda é pouco expressivo, de acordo com
algumas pesquisas o exercício da cidadania ainda é pouco expressivo. Portanto, devia-se
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melhorar as politicas do sistema educativo, tornando transparente e abrangente. Logo, educação


fara mediação entre o homem e a cidadania, permitindo-lhe adquirir consciência de seus direitos
e deveres diante dos outros e de toda a sociedade... Em outros termos, pela mediação da
educação, será possível construir uma cidadania ética e, igualmente uma ética cidadã.
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3. Conclusão

Cidadania é a relação de respeito com o meio em que a gente vive e com as pessoas que fazem
parte dele. Cada pequena ação que realizamos transforma nossas vidas e as vidas de outras
pessoas. Ser cidadão é também sair da toca e participar da vida em comunidade. A noção de
cidadania para os moçambicanos, constata-se a existência do baixo nível de conhecimento, em
torno do conceito de cidadania. A educação devia ser entendida pelos moçambicanos como
instrumento, como um meio, como uma via através da qual o homem se torna plenamente homem
apropriando-se da cultura. exercício de cidadania em Moçambique é uma realidade ainda pouca
expressiva, e neste processo, apontam-se os altos níveis de pobreza, analfabetismo e outros
problemas sociais.
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4. Bibliografia
ABRAL, A. M. R. (1995) A vez e a voz das Classes populares em Minas. São Paulo: ECA/USP.

ANTÓNIO, E, M (2014). Reforma do Estado e Direito à Educação Básica em Moçambique


(1987-2007) Dissertação de mestrado não publicada Universidade de São Paulo.

INDE/MINED (2003) Plano Curricular do Ensino Básico.

Ministério da Educação e Instituto Nacional do Desenvolvimento de Educação (2003). Plano


Curricular do Educação Básico. Maputo: INDE/MINED
MOOERS, C. N. (1951) Informação e Cidadania. American Documentativo.

PINTO, Céli Regina Jardim (2000). A democracia desafiada: a presença de direitos


multiculturais. In: AVRITZER, Leonardo, DOMINGUES, José Mauricio (Org.). Teoria social e
modernidade no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG.

SALIMO, P. (2011). Estudo de Base: Campanha de educação para a Cidadania. Moçambique:


Assistência Europeia, s/ed.
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