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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Impacto do Sistema do Funcionamento da Administração Pública


Moçambicana

Laurinda Eugénio Tariua, 708223558

Curso: Administração Pública


Disciplina: Teoria Geral da Administração Pública
Ano de frequência 1º Ano

Nampula, Junho de 2022

1
Índice
Introdução ................................................................................................................................... 1

Administração ............................................................................................................................. 2

Administração Pública................................................................................................................ 2

Funcionamento da Administração Pública Moçambicana ......................................................... 3

Princípio da Justiça e Imparcialidade ......................................................................................... 3

Princípio da Transparência da Administração Pública ............................................................... 3

Princípio da Colaboração da Administração com os Particulares .............................................. 4

Princípio da Participação dos Particulares.................................................................................. 4

Princípio da Responsabilidade da Administração Pública ......................................................... 4

Princípio da Igualdade e da Proporcionalidade .......................................................................... 4

Princípio da Boa-Fé .................................................................................................................... 5

Princípio da Gratuitidade ............................................................................................................ 5

Princípio de Acesso à Justiça e ao Direito .................................................................................. 5

Impacto do funcionamento da Administração Pública Moçambicana ....................................... 6

Organização da administração pública em Moçambique ................................................................ 6

Pessoas colectivas públicas ........................................................................................................ 6

Serviços públicos ........................................................................................................................ 6

O impacto da organização da Administração Pública Moçambicana ........................................ 7

Conclusão ................................................................................................................................... 8

Bibliografia ................................................................................................................................. 9
Introdução

O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Teoria Geral de Administração Pública e


tem como tema: Impacto do Sistema do Funcionamento da Administração Pública
Moçambicana.
Administração Pública ou Gestão da Organização Pública é o conjunto de órgãos, serviços e
agentes do Estado, que asseguram a satisfação das necessidades da colectividade, sejam elas:
segurança, saúde, educação, em resumo, o bem-estar da população.
Para assegurar a execução dessas tarefas todas, o Estado através do poder legislativo elaborou
alguns princípios e regras visam a sua organização assim como o seu pleno funcionamento.
Estes princípios e regras que regulam o funcionamento do e organização do Estado são
aplicados para todos e em todas as instituições exceptos casos particulares e que tenham lei
própria.

1
Administração

O termo Administrar é proveniente do latim “ ad-ministare“, e esta directamente relacionado


com os ministros romanos e com as actividades exercitadas pelos mesmo a sua época. E um
conceito que pode parecer complexo, mas que é de fácil compreensão quando temos um
ponto de vista mais directo ao mesmo. Nos dias actual o termos tem um conceito parecido.
Administração é simplesmente o processo de tomada de decisão e o controle sobre as acções
dos indivíduos, para o expresso propósito de alcance de metas predeterminadas.
George Terry, apud Silva (2001) defende que: “Administração é um processo distinto, que
consiste no planeamento, organização, actuação e controle, para determinar e alcançar os
objectivos da organização pelo uso de pessoas e recurso.
Appley, apud Silva (2001), que a aponta como uma definição representante da Escola de
Relações Humanas:
“Administração é o alcance de resultados por meio dos esforços de outras pessoas”. Essa
forma de ver a administração perdura por muito tempo, senão até hoje, a despeito de seu
carácter parcial e, entre a maioria dos teóricos e mesmo praticantes, ultrapassado.

Administração Pública

Administração pública, como o próprio termo indica é a forma com que uma entidade ou um
gestor público organiza os bens de um Estado político recebe competência de levar o cabo as
actividades e os negócios de uma repartição ou de uma empresa pública, prevendo a que estes
organismos possam funcionar de acordo com o que se espera deles.
Ainda com o conceito, a administração pública, pode-se entender como girar o que refere a
bem público entregue a partido políticos governantes que tem como dever administrar de
forma correcta e bem disciplinada estes bens entregues para serem bem administrados.
Administração pública envolve uma série de tarefas estabelecidas dentro de marco que são de
competência daqueles que fazem parte da máquina pública de um Estado, e que estão
obrigados à prestação de contas e relatórios que se façam públicos para avaliação de
parlamento e da população em geral.
Administração publica é também um conjunto harmónico de princípios jurídicos que regem
os órgão, os agentes e as actividades publicas tendentes a realizar concreta, directa e
imediatamente os fins desejados pelo Estado.
De acordo com Maria Sylvia Zamella Di Piretro o conceito de administração pública divide-
se em dois sentidos: 1) sentido objectivos, material ou funcional e; 2) sentido
subjectivo, formal ou orgânico.
“Em sentido objectivo, material ou funcional, a administração pública pode ser definida
como a actividade concreta e imediata que o estado desenvolve, sob regime jurídico de
directo público, para a consecução dos interesses colectivos.
Em sentido subjectivo, formal ou orgânico, pode-se definir Administração Publica, como
sendo o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercícios da
função administrativa do Estado“.
De acordo com Silva (2001) administração pública é um conceito da área do direito que
descreve o conjunto de agentes, serviços e órgão instituído pelo Estado com o objectivo de
fazer a gestão de certas areias de uma, sociedade Educação, Saúde, Cultura, etc.
Administração pública também representa o conjunto de acções que compõem a função
administrativa.
A Administração Publica tem como objectivo trabalhar o favor de interesse pública, e dos
direitos e interesses dos cidadãos que administra.

Funcionamento da Administração Pública Moçambicana

De acordo com o Decreto no 30/2001 de 15 de Outubro que aprova as Normas de


Funcionamento dos Serviços da Administração Publica e revoga o Decreto no 36/89, de 27 de
Novembro, pode se perceber que o funcionamento da Administração Publica moçambicana é
regida por alguns princípios e de entre eles passamos a citar:

Princípio da Justiça e Imparcialidade

Estes princípios estabelecem que no exercício da sua actividade, a Administração Pública


deve tratar de forma justa e imparcial todos os que com ela entrem em relações jurídicas
administrativas. A imparcialidade impõe que os titulares e os membros dos órgãos da
Administração Pública se abstenham de praticar, ordenar ou participar na prática de actos ou
contratos administrativos, designadamente de tomar decisões que visem interesse próprio, do
seu conjugue ou de quem viva em união de facto, parente ou afim, bem como de outras
entidades com as quais possa ter conflitos de interesse, nos termos da lei (artigo 6, do decreto
no 30/2001, de 15 de Outubro e artigo 7, da Lei no 14/2011, de 10 de Agosto, artigo 12 da Lei
no7/2012, de 8 de Fevereiro, bem como o no 2 do artigo 249 da CRM).

Princípio da Transparência da Administração Pública

O princípio da transparência implica a publicidade da actividade administrativa. Os actos


administrativos dos órgãos e de instituições da Administração Pública, nomeadamente os
regulamentos, normas e regras processuais, são publicados de tal modo que as pessoas
singulares e colectivas possam saber antecipadamente, as condições jurídicas em que poderão
realizar os seus interesses e exercer os seus direitos. Os órgãos da Administração Pública
estão sujeitos a fiscalização e auditoria periódicas pelas entidades competentes (artigo 7, do
decreto no 30/2001, de 15 de Outubro, artigo 15 da Lei no 14/2011, de 10 de Agosto e artigo
29 da Lei no7/2012, de 8 de Fevereiro);

Princípio da Colaboração da Administração com os Particulares

Este princípio impõe que no desempenho das suas funções, os órgãos e instituições da
Administração Publica colaboram com os particulares, devendo designadamente: i)Prestar as
informações orais ou escritas, bem como os esclarecimentos que os particulares lhes
solicitem; ii) Apoiar e estimular as iniciativas dos particulares, receber as suas informações e
considerar as suas sugestões. A Administração Pública é responsável pelas informações
prestadas por escrito aos particulares, ainda que não obrigatórias, (artigo 8, do decreto no
30/2001, de 15 de Outubro, artigo 9 da Lei no 14/2011, de 10 de Agosto e artigo 24 da Lei
no7/2012, de 8 de Fevereiro);

Princípio da Participação dos Particulares

Este princípio impõe que a Administração Pública deve promover a participação e defesa dos
interesses dos administrados, na formação das decisões que lhes disserem respeito, (artigo 9,
do decreto no 30/2001, de 15 de Outubro, artigo 10 da Lei no 14/2011, de 10 de Agosto e
artigo 25 da Lei no7/2012, de 8 de Fevereiro);

Princípio da Responsabilidade da Administração Pública

De acordo com este princípio a Administração Pública responde pela conduta dos agentes dos
seus órgãos e instituições de que resultem danos a terceiros, nos mesmos termos da
responsabilidade civil do Estado, sem prejuízo do seu direito de regresso conforme as
disposições do código civil (artigo 13, do decreto no 30/2001, de 15 de Outubro e da Lei no
14/2011, de 10 de Agosto, bem como o artigo 27 da Lei no7/2012, de 8 de Fevereiro);

Princípio da Igualdade e da Proporcionalidade

Estes princípios estabelecem que nas suas relações com os particulares, a Administração
Pública não deve privilegiar, beneficiar, prejudicar, privar, de qualquer direito ou isentar de
qualquer dever jurídico o administrado por motivo de ascendência, sexo, cor, raça, origem
étnica, lugar de nascimento, estado civil, religião, convicções políticas ou ideológicas,
instrução, situação económica ou condição social. As decisões administrativas que atinjam
direitos ou interesses legítimos dos particulares têm de ser adequadas e proporcionadas aos
seus objectivos, não causando mais prejuízos àqueles do que os necessários para alcançar
estas finalidades e respeitando um equilíbrio na justa medida entre os meios utilizados e os
fins a alcançar através deles (artigo 14, do decreto no 30/2001, de 15 de Outubro e artigo 6 da
Lei no 14/2011, de 10 de Agosto, artigo 21 da Lei no7/2012, de 8 de Fevereiro, bem como o
no 2 do artigo 249 da CRM);

Princípio da Boa-Fé

Este princípio estabelece que no desempenho da actividade administrativa, e em todas as suas


formas e fases a Administração Pública e os administrados devem actuar e relacionar -se de
acordo com as regras de boa-fé. Para o efeito, deve ponderar-se os valores fundamentais do
direito, relevantes em face das situações consideradas e, em termos especiais, a confiança
suscitada na contraparte pela actuação em causa e o objectivo a alcançar com a actuação
realizada (artigo 6 da Lei no 14/2011, de 10 de Agosto e artigo 23 da Lei no7/2012, de 8 de
Fevereiro);

Princípio da Gratuitidade

Este princípio estabelece que o procedimento administrativo é gratuito, excepto nos casos em
que leis especiais imponham o pagamento de taxas, emolumentos ou despesas efectuadas pela
Administração. Nas situações de comprovada insuficiência económica, a Administração
isenta o interessado do pagamento das taxas, emolumentos ou dos custos referidos no número
anterior. A insuficiência económica pode ser provada por qualquer meio idóneo,
designadamente, o atestado da situação económica emitido pelo órgão da administração
competente. A documentação a que se refere o número anterior deve mencionar
expressamente que se destina a instruir um pedido de isenção de taxas, emolumentos ou
custos administrativos, (artigo 16 da Lei no 14/2011, de 10 de Agosto e artigo 30 da Lei
no7/2012, de 8 de Fevereiro);

Princípio de Acesso à Justiça e ao Direito

Segundo este princípio, aos administrados é garantido o acesso à justiça contenciosa


administrativa, para a obtenção da fiscalização judicial dos actos da Administração Pública,
bem como para a tutela dos seus direitos ou interesses legítimos, nos termos da legislação do
processo administrativo contencioso, (artigo 17 da Lei no 14/2011, de 10 de Agosto e artigo
31 da Lei no7/2012, de 8 de Fevereiro).

Impacto do funcionamento da Administração Pública Moçambicana

Os princípios acima arrolados referentes ao funcionamento da Administração publica


moçambicana, podem se perceber que, eles assumem um papel preponderante na medida em
que servem-se de espelho, tornam numa metodologia em que qualquer agente ou funcionário
do Estado deve segui-los.

Através destas e outras regras estabelecidas na legislação moçambicana, o funcionamento da


Administração Publica moçambicana tem impactado positivamente na prestação dos serviços
públicos pos por mais que existam infractores das regras emanadas na constituição e em
vários decretos no que concerne ao funcionamento da Administração.
Organização da administração pública em Moçambique
A organização administrativa é “modo de estruturação concreta, que em cada época, a lei dá à
Administração Pública de um dado país. São dois os elementos da organização administrativa,
desde logo: (a) pessoas colectivas públicas e (b) serviços públicos.

Pessoas colectivas públicas

As pessoas colectivas públicas são aquelas “pessoas colectivas, criadas por iniciativa pública,
para assegurar a prossecução necessária de interesses públicos, e por isso dotadas em nome
próprio de poderes e deveres públicos.
Assim, tendo em conta a organização administrativa moçambicana, existem diversas
categorias de pessoas colectivas públicas, desde logo: (a) o Estado; (b) os institutos públicos;
as empresas públicas; os órgãos de governação descentralizada provincial, distrital e as
autarquias locais.

Serviços públicos

Os Serviços públicos constituem células que compõem internamente as pessoas colectivas


públicas. Trata-se de uma organização que situada no interior da pessoa colectiva pública e
dirigidos pelos respectivos órgãos, desenvolve actividades de que ela carece para prosseguir
os seus fins.
Ou seja, “os serviços públicos são organizações humanas, criadas no seio de cada pessoa
colectiva pública, com o fim de desempenhar, as atribuições desta, sob a direcção dos
respectivos órgãos”.
No mesmo sentido, a lei de bases gerais da organização e funcionamento da Administração
Pública moçambicana, define os serviços públicos como sendo “unidades orgânicas criadas
por acto de autoridade pública no seio das instituições públicas, sem prejuízo de poderem
existir serviços públicos organizados em unidades orgânicas autónomas”. Os serviços
públicos integram a orgânica dos órgãos centrais, locais e externos do Estado, bem como a
orgânica dos órgãos de governação descentralizada provincial, distrital, das autarquias locais
e demais pessoas colectivas.

O impacto da organização da Administração Pública Moçambicana

O Estado é importante para o atendimento das necessidades de toda a colectividade de


pessoas (ou população).
Entre os princípios constitucionais que actualmente enformam a administração pública
moçambicana, destacam-se o princípio da descentralização e da desconcentração. Com efeito,
a Administração Pública moçambicana “estrutura-se com base no princípio da
descentralização e da desconcentração” desconcentração administrativa são sobretudo, no
Direito moçambicano, a criação de serviços locais da administração Central com poderes
decisórios e a Delegação de poderes.
Os impactos da organização da Administração Publica moçambicana são visíveis no processo
da desburocratização e simplificação de procedimentos, unidade de acção e poderes de
direcção do governo, coordenação e articulação dos órgãos da administração pública,
fiscalização e supervisão da Administração pública pelos cidadãos, modernização, eficiência e
eficácia, aproximação da Administração Pública ao cidadão, participação do cidadão na
gestão da Administração Pública, continuidade do serviço público, estrutura hierárquica e
responsabilidade pessoal”.
Conclusão

Com o fim da pesquisa constatou-se que, em Moçambique, a gestão das organizações


públicas é feita com base na aplicação de princípios da Administração ou gestão pública a
destacar: O princípio de Justiça e Imparcialidade, da Transparência da Administração Pública,
da Colaboração da Administração com os Particulares, da Participação dos Particulares, da
Responsabilidade da Administração Pública, da Igualdade e da Proporcionalidade, da Boa-Fé,
da Gratuidade e de Acesso à Justiça e ao Direito.
Além disso, através da descentralização e da desconcentração da Administração Pública é
possível reduzir o tempo de resposta as necessidades da população, bem como aumentar a
quantidade e qualidade dos serviços prestados localmente, garante maior participação dos
cidadãos na resolução dos problemas da sua comunidade e permitir uma gestão mais eficiente
dos planos de desenvolvimento económico Local.
Bibliografia

SILVA, M. da. Metáforas e entrelinhas da profissão docente. São Paulo: Pioneira, 2004.
Decreto no 30/2001, de 15 de Outubro, disponível em:
http://www.cedimo.gov.mz/index.php/documentos-e-arquivos-do-estado/legislacao/nornas-
de-funcionamento-dos-servicos-da-administracao-publica-decreto-30-2001-de-15-de-outubro-
nfap, a cessado as 16:21 do dia12 de Março de 2021.
Lei no 14/2011, de 10 de Agosto, disponível em: https://www.inhambane.gov.mz/por/Ver-
Meu-distrito/Govuro/Legislacao, cessado as 09;31 no dia 12 de Marco de 2021;
Lei no7/2012, de 8 de Fevereiro, disponível em:
https://www.lexlink.eu/conteudo/mocambique/ia-serie/144959/lei-no-72012/20525/por-tipo-
de-documentolegal, a cessado as 11: 23 no dia 12 de Marco de 2021.

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