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Instituto Superior de Comunicação e Imagem de Moçambique

Selma Meru Maulide O Papel de Controlo Interno na Mitigação de risco nas organizações, caso
Jafar de estudo: DF Metais 2014-2015

Estudante

Licenciatura em Contabilidade & Auditoria

Maputo, 28 de Março de 2016

0
Instituto Superior de Comunicação e Imagem de Moçambique

Selma Meru Maulide O Papel de Controlo Interno na Mitigação de Risco nas rganizações, caso
Jafar de estudo: DF Metais 2014-2015

Estudante
Nº 200912030

Monografia científica sobre o papel de controlo interno na


mitigação de risco nas organizações, caso de estudo: DF
Metais 2014-2015 para obtenção do grau de Licenciatura
em Contabilidade e Auditoria.

Orientador: Dr. Abilio Muchanga

Maputo, Marco de 2016


DECLARAÇÃO

Selma Meru Maulide Jafar, declara por sua honra que a presente monografia é da sua autoria, nunca foi
apresentada na sua essência para obtenção de qualquer grau, a mesma constitui resultado da sua
investigação pessoal, estando indicadas as bibliografias e fontes por ele usadas.

Maputo, Marco de 2016

------------------------------------------------------
(Selma Meru Maulide Jafar )

I
Aprovação do Júri

Este trabalho foi aprovado com a classificação ------------ expressão numérica de -------- valores, no
dia-------- de ---------------------- de 201---- por nós, membros de júri examinador do Instituto Superior
de Comunicação e Imagem de Moçambique.

-------------------------------------------------------
(O Presidente do Júri)

------------------------------------------------------
(O Arguente)

-----------------------------------------------------
(O supervisor)

II
TERMO DE COMPROMISSO

Abílio Simão Muchanga (Supervisor), com competências científicas e académicas para o devido fim,
assume o compromisso de exercer nos meses de ---------------------------------------------------, a
orientação da monografia do Curso de Contabilidade e Auditoria, do aluno Selma Meru Maulide Jafar,
responsabilizando-se por:

a) Apresentar um relatório em relação a produção do orientando, conforme cronograma;


b) Cumprir as disposições normativas inerentes ao Regulamento de Monografia correspondente a critérios
de avaliação, frequência e procedimentos vigentes no Instituto Superior de Comunicação e Imagem de
Moçambique;
c) Comunicar à coordenação do curso quaisquer problemas referentes ao desenvolvimento da Monografia.

Ciente dos termos acima expostos, assino o presente TERMO DE COMPROMISSO, em 03


(três) vias.

Maputo, aos ________ de _____________ de 2016

_____________________________________________
Orientador

III
EPÍGRAFE

“Ninguém vai apagar meu brilho, porque essa é vontade de Deus” (Adaptado pela Selma Jafar)

DEDICATÓRIA

IV
Dedico este trabalho a minha família inteira e aos amigos que me tem apoiado incondicionalmente nos
momentos mais difíceis durante todo o percurso com mais alto nível de amor e consideração.

AGRADECIMENTOS
V
Agradeço imensamente a Deus todo-poderoso pelo dom da vida, e que a cada dia tem me iluminado
incansavelmente na minha árdua caminhada terrena, e por outro lado, a minha família e ao meu esposo
pelas sábias palavras proferidas quotidianamente.

Uma declaração especial ao meu supervisor, Dr. Abílio Muchanga, pela disponibilidade demonstrada
para a orientação deste trabalho e pelo sábio conhecimento transmitido ao longo da elaboração do
mesmo.

VI
Índice
DECLARAÇÃO................................................................................................................................................................................I
TERMO DE COMPROMISSO........................................................................................................................................... III
EPÍGRAFE...................................................................................................................................................................... IV
DEDICATÓRIA................................................................................................................................................................. V
AGRADECIMENTOS....................................................................................................................................................... VI
RESUMO...................................................................................................................................................................... VII
LISTA DE IMAGENS...................................................................................................................................................... VIII
LISTA DE TABELAS................................................................................................................................................ VIII
LISTA DE ABREVIATURAS E SIMBOLOS.......................................................................................................................... VIII
CAPÍTULO 0.................................................................................................................................................................... 1

0. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................. 1
0.1. JUSTIFICATIVA..................................................................................................................................................................2
0.2. PROBLEMA....................................................................................................................................................................2
0.3. OBJECTIVOS DE PESQUISA............................................................................................................................................2
0.3.1. Objectivo Geral.......................................................................................................................................................2
0.3.2. Objetivos Específicos...............................................................................................................................................2
0.4. HIPÓTESES.................................................................................................................................................................... 3
0.4.1. Hipótese 1:...............................................................................................................................................................3
0.4.2. Hipótese 2:...............................................................................................................................................................3
ESTRUTURA DE TRABALHO..................................................................................................................................................3
CAPÍTULO I..................................................................................................................................................................... 5
1.1. METODOLOGIA............................................................................................................................................................. 5
1.1.1. Métodos...................................................................................................................................................................5
1.1.2. Classificação da Pesquisa.......................................................................................................................................5
1.2.1. Pesquisa Qualitativa...............................................................................................................................................5
1.2.2. Pesquisa Quantitativa.............................................................................................................................................5
1.3. DELIMITAÇÃO DO TEMA...................................................................................................................................................6
1.4. INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS.......................................................................................................................6
CAPÍTULO II.................................................................................................................................................................... 8

2. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................................................................................ 8
2.1. CONCEITOS E OBJECTIVOS DE AUDITORIA: AVALIAÇÃO DO CONTROLO INTERNO.........................................................8
2.1.1. Auditoria Interna versus Auditoria Externa............................................................................................................8
2.1.2. Controlo Interno e Sistema de Controlo Interno.....................................................................................................9
2.1.3. Tipos de Controlos.................................................................................................................................................10
Fonte: Informação de Morais & Martins (2007:32) adoptados pelo autor...................................................................13
2.1.4. Princípios de Controlos Internos..........................................................................................................................13
2.1.5. Componentes do Controlo Interno........................................................................................................................14
2.1.6. A Importância de um Sistema de Controlo Interno...............................................................................................18
2.1.7. Limitações do Controlo Interno............................................................................................................................18
2.1.8. Levantamento e Registo do Sistema de Controlo Interno.....................................................................................19
2.2. RISCO.............................................................................................................................................................................19
2.2.1. Conceito.................................................................................................................................................................19
2.2.2. Identificação de eventos de ocorrência do risco...................................................................................................20
2.2.3. Avaliação do Risco nas Organizações..................................................................................................................20
2.2.4. Resposta ao risco...................................................................................................................................................21
Fonte: Informação Andrew Chambers (1994:234) adoptados pelo autor......................................................................22
2.2.5. Gestão do Risco nas Organizações.......................................................................................................................22
2.2.6. Finalidades da Gestão do Risco Organizações.....................................................................................................22
CAPÍTULO III................................................................................................................................................................. 24
3.1. ESTUDO DE CASO...........................................................................................................................................................24
3.1.1. Descrição da Empresa objecto do estudo.............................................................................................................24
3.2. RECURSOS HUMANOS.................................................................................................................................................25
3.2.1. Departamento Administrativo e Financeiro..........................................................................................................25
3.2.2. Departamento de Aprovisionamento.....................................................................................................................26
3.2.3. Departamento Comercial......................................................................................................................................26
3.2.4. Departamento de Produção...................................................................................................................................26
3.2.5. Departamento de Manutenção..............................................................................................................................26
3.2.6. Departamento de Qualidade.................................................................................................................................26
3.2.7. Comunicação.........................................................................................................................................................27
3.2.8. Preço......................................................................................................................................................................27
3.3. CONTROLO INTERNO DA EMPRESA.............................................................................................................................27
3.3.1. ÁREA GERAL........................................................................................................................................................... 28
3.3.2. Análise dos Componentes do Controlo Interno da DF meta.................................................................................29
3.3.3. Avaliação e Gestão de Risco.................................................................................................................................29
3.3.4. Avaliação de Informação e Comunicação.............................................................................................................30
3.3.5. Actividades de Controlo........................................................................................................................................30
3.3.6. Actividades de Monitoria.......................................................................................................................................30
3.4. RESULTADO DO LEVANTAMENTO DO SISTEMA DE CONTROLO INTERNO.......................................................................30
3.4.1. Área Financeira.....................................................................................................................................................30
3.4.2. Compras de Bens e Serviços e Dividas a Pagar...................................................................................................31
3.4.3. Produção e Inventários.........................................................................................................................................32
3.4.4. Activos Tangíveis e Intangíveis..............................................................................................................................34
3.4.5. Vendas, Prestações de Serviços e Dívidas a Receber............................................................................................34
3.4.6. Acréscimos, Diferimentos e Impostos Diferidos...................................................................................................35
3.4.7. Imparidades, Provisões e Empréstimos Obtidos...................................................................................................35
3.4.8. Capital Próprio e Investimentos Financeiros.......................................................................................................36
3.4.9. Custo de Pessoal....................................................................................................................................................36
3.5. FORMAS ENCONTRADAS PELA EMPRESA PARA MONITORIZAR OS RISCOS NAS ÁREAS MAIS RELEVANTES....................37
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............................................................................................................................ 39
4.1. CONCLUSÃO................................................................................................................................................................39
4.2 RECOMENDAÇÕES.......................................................................................................................................................40
4.3. SUGESTÕES................................................................................................................................................................. 42
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................................................................. 43

Anexos.......................................................................................................................................................................................45
Resumo

O controlo interno tem um contributo na gestão de recursos passando sempre pela eficiência e eficácia
dos processos produtivos; Definindo-se como conjunto de mecanismos, normas que auxiliam o órgão
de gestão, para alcance de eficácia e eficiência nas Actividades. Pinheiro (2010:101-103),” constitui
um elemento chave, na obtenção de ambiente adequado de trabalho ligado direitamente a auditoria
interna, que é responsável pela avaliação do funcionamento, e prestação de informações sobre da
gestão da empresa. é de extrema importância pois direciona a organização para alcançar a maximização
do lucro e do capital social.

Este trabalho tem como objetivo avaliar o papel do controlo interno na mitigação de risco na DF metais
EI, baseado num estudo de caso, orientado por dados reais fornecidos pela empresa mesma organização
no período 2014-2015. A DF Metais é empresa em nome individual representada por António Silvestre
Dimane sedeada em Maputo, operando no ramo de corte e quinagem de chapas de zinco, as
metodologias usadas foram a recolha de informações através de inquéritos, entrevistas a funcionários e
auditores da empresa e observação de sistema de controlo interno aplicado nos sectores da organização
em epígrafe. Onde foi possível avaliar o sistema de controlo interno, identificar deficiências relevantes
nos controles internos e no sistema de extração de informações gerenciais, que possam levar a erros e
fraudes causadores de prejuízo para o patrimônio da empresa, de igual modo recomendamos soluções
de rápido resultado e efeitos permanentes.

VII
Palavras-chave: Controlo Interno, Gestão dos riscos; Auditoria;

LISTA DE IMAGENS
VIII
Figura 1: Imagem 1 Cubo do COSO 1992, pg 9.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Tipos de Controlos Interno, pg. 7.

Tabela 2: Resposta a Riscos, pag.8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIMBOLOS

AAA - American Accouting association

AICPA - American Institute of Certified Public Accountants

CCTA - Central Computer and Telecomunications Agency

CI - Controlo Interno

COSO - Committee of Sponsoring Organizations of Treadway Commission

DD - Dicionário de Dados

DRA - Directriz de revisão / auditoria

IEC - International Electrotechnical Commission

IFA - International Federation of Automatic Control

IIA - Institute of Internal Auditors

ISA – International Standards on Auditing

ISO - International Organization for Standardization

IFAC - International Federation of Accountants

OGC - Office for Government Commerce

IX
OROC - Ordem de Revisores Oficiais de Contas

SCI - Sistema de Controlo Interno

SI - Sistemas de Informação

SGBD - Sistema de Gestão de Base de dados

TI - Tecnologia de Informação

USGAO - United States Government Accountability Office

X
CAPÍTULO 0

0. Introdução

A globalização das actividades económicas e a exposição a mercados abertos em ambientes de maior


risco, exige dos agentes económicos maior rigor na gestão das suas actividades empresariais.

Os responsáveis das organizações e, em particular daquelas em que o sucesso depende do valor gerado,
são confortados permanentemente com novas realidades que os obriga a uma gestão eficiente e a
frequentes alterações de estratégicas, percursos e decisões.

Portanto, torna-se necessário o uso de mecanismos que podem auxiliar o controlo e fiscalização dos
mesmos, proporcionando um controlo maior, no qual resultará um maior grau de eficiência e eficácia
das empresas. A necessidade da tal eficácia na realização dos objectivos e de eficiência na utilização de
recursos escassos exige aos responsáveis das organizações cada vez maior conhecimento e saber no
desempenho das suas actividades. É importante que as empresas percebam a relevância do controlo
interno como ferramenta de gestão, pois o mesmo mostra-se bastante eficiente ao evitar a ocorrência de
erros e procedimentos ilegais e fraudulentos.

A implementação do sistema de controlo interno, é transversal a todas as organizações,


independentemente da complexidade e dimensão da sua estrutura. No entanto, quanto maior for a
complexidade da sua estrutura organizacional, mais complexo e completo será o seu sistema de
controlo interno.

A implementação de um correcto e funcional sistema de controlo interno, providenciará informação de


qualidade e com a transparência desejada, quer aos órgãos de gestão, quer às entidades que têm como
missão a certificação dessa informação.

Caso não aconteça, perde se equilíbrios comprometem os objectivos, e também princípios orientadores
da acção, ou seja, coloca se em causa o futuro das organizações e de todos os que directa ou indirecta
nele tem interesse.

Nesta perspectiva pretende se com o presente trabalho analisar a importância do controlo interno na
gestão e mitigação do risco e fraudes nas organizações, e teve como caso de estudo a empresa DF
METAIS EI,.
1
0.1. Justificativa

A escolha do tema deveu se por um lado, do conceito de controlo interno ser muito amplo, e torna
difícil compreender o seu paradigma, então no sentido de melhor compreendê-lo torna-se necessário
deter o seu sentido real, que é um instrumento da organização destinado a vigilância, fiscalização e
verificação administrativa, que permite prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos que se
verifica dentro da organização e que produz reflexos significativos dentro do património da própria
organização.

Por outro lado, escolheu se o tema para perceber como é que deve se usar o controlo interno de forma
eficaz para mitigar e gerir os riscos e fraudes nas organizações.

0.2. Problema

Os problemas com os controlos internos encontram se em todas áreas de organizações modernas, como
exemplo disso pode se citar as seguintes áreas:

 Vendas, fabricação, compras, tesouraria, etc, já quando exercido adequadamente sobre cada
uma destas áreas, o controlo interno assume fundamental importância, objectivando atingir os
resultados mais favoráveis com menos desperdícios.

O controlo interno refere se aos procedimentos e normas adoptados como planos permanentes da
organização. Neste contexto reconhecida a sua importância no desenvolvimento das organizações, o
presente trabalho levantou a seguinte problemática: ate que ponto o controlo interno é importante na
mitigação e gestão de risco nas organizações?

0.3. Objectivos de Pesquisa

0.3.1. Objectivo Geral

 Analisar a importância do controlo interno na mitigação e gestão de risco nas organizações;

0.3.2. Objetivos Específicos

 Explicar a importância das normas e procedimentos do controlo interno adoptados nas


2
organizações;

 Descrever os diferentes factores que influenciam no sistema de controlo interno;

 Identificar as possíveis causas da ocorrência das fraudes e riscos na DF Metais;

 Identificar medidas de mitigação do risco e fraudes DF Metais;

0.4. Hipóteses

De acordo com Gressler (1979) as hipóteses constituem uma possível resposta a indagação levantada
no problema. Na perspectiva deste trabalho a hipótese a ser levantada é:

0.4.1. Hipótese 1:

O controlo interno constitui uma eficiência da vigilância e da protecção dos bens, para se saber o que se
investe e o que se obtém de recursos, efectivamente oferece lucratividade, economicidade ou adequada
colimação os fins procurados ou programados.

0.4.2. Hipótese 2:

O controlo interno não constitui uma eficiência da vigilância e da protecção dos bens, para se saber o
que se investe e o que se obtém de recursos, efectivamente oferece lucratividade, economicidade ou
adequada colimação os fins procurados ou programados.

Estrutura de trabalho

O presente trabalho obedecerá a seguinte estrutura:

 Capítulo 0 – debruçou sobre elementos introdutórios, os objetivos do estudo, a abordagem


problemática em estudo, justificativa e hipóteses;

 Capítulo I- irá conter a metodologia de realização do trabalho;

3
 Capítulo II - falará de forma minuciosa sobre a fundamentação teórica do assunto, tendo como
base que conceitos gerais de controlo interno estar, relacionados com os conceitos de auditoria
interna e externa, procura-se, assim, promover um enquadramento teórico em relação ao
controlo interno, definindo o seu conceito segundo vários organismos e instituições
internacionais. Traça-se da evolução do controlo interno, em paralelo com a evolução do
conceito de auditoria interna e externa. Identifica-se os tipos, princípios e componentes do
controlo interno. Faz-se uma abordagem particular à gestão dos riscos empresariais segundo o
COSO, pela sua importância para o controlo interno, e também aos sistemas de informação
devido ao seu interesse na actualidade.

 Capítulo III - faz-se a apresentação da empresa objecto do estudo e procede-se ao


levantamento, registo e avaliação do sistema de controlo interno vigente na empresa,

 Capitulo IV- este capitulo destina se apresentação das conclusões e recomendações do estudo.

4
CAPÍTULO I

1.1. Metodologia

1.1.1. Métodos

De acordo com GIL (1999:26), para que uma pesquisa seja considerada cientifica é necessário
identificar ou determinar o método que possibilitou atingir o conhecimento. Neste sentido urge
identificar o método que permitira alcançar os objectivos pretendidos e para o presente trabalho
aprimorou se à recolha directa de dados qualitativos utilizando o método indutivo na sua análise.

1.1.2. Classificação da Pesquisa

A pesquisa classifica se quanto a natureza, a forma de abordagem, aos objectivos e aos procedimentos
teóricos. Importa referenciar a classificação quanto a abordagem que segundo GIL (apud CASSADRA
e SILVA, 2004:14), existem dois tipos de pesquisa, qualitativa e quantitativa.

1.2.1. Pesquisa qualitativa

De acordo com GIL (apud CASSADRA e SILVA, op. cit) «há uma relação dinâmica entre o mundo real
e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser
produzido em números» baseia se na análise e interpretação de fenómenos e termina com atribuição de
significados.

1.2.2. Pesquisa quantitativa

GIL (apud CASSADRA e SILVA) assume que neste tipo de pesquisa" tudo pode ser quantificável o que
significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisa-los", baseados no
uso de técnicas estatística.

A metodologia utilizada neste trabalho compreendeu pesquisa bibliográfica, que demonstra que a
aplicação do controlo interno é realizada, através de procedimentos contabilísticos e administrativos, os
quais auxiliam garantir a preservação do património. É importante relevar a importância de um

5
ambiente favorável à implementação de um sistema de controlo interno.

Ainda neste presente trabalho aprimorou-se na primeira instância o uso da pesquisa qualitativa, pois é
mais usual para pesquisa económica e financeira.

1.3. Delimitação do tema

O presente trabalho será delimitado a estudar a importância de controlo interno na mitigação e gestão
de risco nas organizações, para o caso específico de DF Metais EI.

1.4. Instrumentos de recolha de dados

Serão instrumentos desta pesquisa a observação (questionário e entrevista) e consultas bibliográficas.

As consultas bibliográficas na visão de MARCONI e LAKATOS (1999:72), inclui toda bibliografia


tornada pública em relação ao tema em estudo, com vista a colocar o pesquisador em contacto directo
com tudo que foi tornado escrito, dito ou filmado.

A utilidade das consultas bibliográficas nesta pesquisa relaciona-se com o facto de garantir a obtenção
de elementos teóricos para a fundamentação e de suporte para a elaboração da monografia científica.
Para efeitos serão consultados obras literárias que versam sobre vários aspectos inerentes ao tema da
pesquisa, com especial enfoque nos que abordam o controlo interno, auditoria interna e externa nas
organizações.

Neste contexto no presente trabalho, irá se incorrer aos seguintes métodos a saber: Observação que
pode ser directa ou indirecta. A directa aquela que o pesquisador assume o papel de espectador,
observando de maneira espontânea, os aspectos que ocorrem. Indirecta quando o pesquisador usa
instrumentos de observação: inquéritos, diários, entrevistas e questionários para a recolha de dados
(DIAS et al, 2008). Assim para a recolha de dados usou se a observação indirecta, pela aplicação da
entrevista e do questionário.

Entrevista definida como uma técnica do qual o pesquisador recolhe dados num "diálogo orientado que
busca através de interrogatório, informações e dados para pesquisa" MARTINS (2000:44). É uma
forma interacção social em que uma das partes busca colectar dados e outra apresenta se como fonte de

6
informação.

A entrevista, é a técnica mais adequada, eficiente e flexível na recolha de dados, divide-se em função
de seu nível de estruturação, entrevista estruturada aquela que pré determina com maior grau as
respostas a serem obtidas e, não estruturadas, aquela desenvolvida espontaneamente sem um modelo
pré estabelecido de interrogação (DIAS et al, 1999). Assim a recolha de dados nesta pesquisa será feita
com recurso a entrevista estruturada com um guião previamente elaborado.

Questionário, de acordo com CHIZZOTTI (apud DIAS et al, 2008), define o como um conjunto de
questões pré-elaboradas sistematizadas sequencialmente dispostas em itens que constituem o tema de
pesquisa, com objectivos de suscitar dos informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre o
assunto (…)

7
CAPÍTULO II

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Conceitos e Objectivos de Auditoria: Avaliação do controlo interno.

2.1.1. Auditoria Interna versus Auditoria Externa

Não se pode falar de auditoria sem relacionar esta com o controlo interno. Neste contexto considera-se
que a auditoria é o processo organizado e estruturado sem preconceitos ao examinar as informações
com independência e isenção, ao avaliar prova acerca da correspondência entre informações, situações
ou procedimentos e critérios preestabelecidos, assim como comunicar ou divulgar conclusões, através
de um relatório escrito, com um determinado grau de confiança que será posteriormente entregue aos
interessados (Morais & Martins, 2007).

A auditoria é uma actividade de grande importância social e económica, podendo suportar relações
entre os vários agentes económicos, depositando toda a confiança no trabalho dos auditores. De forma
mais complexa, pode ser entendida como um processo em permanente mutação, o auditor analisa todas
as situações e pronuncia-se de acordo com a situação vigente baseando-se nos critérios de comparação
seleccionados, dando solução mais acertada de forma legal aos interessados. No entanto, a auditoria
adaptou-se às constantes transformações para se tornar um motor de inovação e mudança nas
organizações, podendo assim dar resposta às novas necessidades e exigências sociais.

Deste modo, podemos encontrar algumas definições na literatura das quais se destacam:

Para o American Institute of Certified Public Accountants (AICPA, 1972), “a auditoria é um processo
sistemático de obter e avaliar evidências relacionadas com os pressupostos contidos nas
demonstrações financeiras acerca de situações e transacções económicas da entidade, com vista a
certificar um grau de correspondência entre esses pressupostos e as normas de referência, e
comunicar os resultados dessa avaliação aos interessados, nomeadamente, a um vasto conjunto de
utentes (internos e externos) responsáveis por agir com mais segurança e controlar com mais
conhecimento a tomada de decisões.”

Segundo o Institute of Internal Auditors (IIA, 2004), “a auditoria interna é uma actividade

8
independente, de avaliação objectiva e de consultoria, destinada a acrescentar valor e melhorar as
operações a uma organização, trazendo-lhe uma abordagem sistemática e disciplinada para a
avaliação e melhoria da eficácia dos seus processos, gerindo o risco, controlo e comunicação de
informação, ajudando-a a atingir objectivos”.

Embora operando em diferentes graus de profundidade/extensão, a auditoria interna e a auditoria


externa têm interesses comuns, daí a conexão existente no trabalho de ambas. No campo contabilístico,
os exames são efectuados, geralmente, pelos mesmos métodos.

2.1.2. Controlo Interno e Sistema de Controlo Interno

O controlo interno é uma consequência do crescimento das empresas. A sua importância aumentou
significativamente com a globalização dos mercados e o aumento da concorrência entre as empresas,
obrigando-as a melhorar e aperfeiçoar os processos de gestão dos seus negócios, de forma a poderem
sobreviver em mercados cada vez mais exigentes.

Segundo algumas entidades internacionais estes conceitos são definidos da seguinte maneira:

Controlo interno (CI) “é o processo concebido, implementado e mantido pela governação, gestão e
outro pessoal para proporcionar segurança razoável que permita atingir os objectivos da entidade
relativamente à credibilidade do relato financeiro, eficácia e eficiência das operações e cumprimento
das leis e regulamentos aplicáveis” (ISA 315).

Controlo interno (CI) é “Qualquer acção empreendida pela gestão, pelo conselho e outros membros da
entidade para aperfeiçoar a gestão do risco e melhorar a possibilidade do alcance dos objectivos e
metas da organização. A gestão planeia, organiza e dirige o desempenho de acções suficientes para
assegurar com razoabilidade que os objectivos e metas serão alcançados” (IIA- Insitute of Internal
Auditors).

O controlo interno deve fazer parte das actividades normais de uma empresa, tendo por função
acompanhar o funcionamento global e recomendar, devido ao seu carácter detectivo, preventivo ou
correctivo, as acções a empreender para garantir um elevado nível de desempenho e os resultados que

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correspondam aos objectivos inicialmente formulados.

Sistema de Controlo Interno (SCI)” corresponde ao conjunto de políticas e procedimentos adoptados


pela gestão de uma entidade que contribuam para o alcance dos objectivos da gestão de assegurar,
tanto quanto possível, a condução ordenada e eficiente do seu negócio” (OROC, Directriz de Revisão
e Auditoria 410).

Sistema de controlo Interno (SCI) - “o plano de organização e todos os métodos e procedimentos


adoptados pela administração de uma entidade para auxiliar a atingir objetivo de gestão, e assegurar,
tanto quanto for praticável, a metódica e eficiente conduta dos negócios, incluindo a aderência às
políticas da administração, a salvaguarda dos activos, a prevenção e detecção de fraudes e erros, a
precisão e plenitude dos registos contabilísticos e a atempada preparação da informação financeira
fidedigna” (IFAC 2001).

Para conferir relevância ao sistema de controlo interno, torna-se necessário conhecer a sua descrição,
concepção e comportamento identificando os controlos - chave em que o auditor deposite confiança,
reconsiderando, se necessário, a avaliação inicial do enfoque e risco, e bem assim os pontos fracos
encontrados e o efeito sobre o planificado.

Em síntese, o controlo interno deve garantir a eficiência operacional e permitir a melhoria dos
processos empresariais e dos resultados. Acompanhando a permanente adaptação da empresa às
mudanças ocorridas no seu ambiente, o SCI deve ter em vista a minimização de erros e irregularidades,
na sequência de procedimentos e normativos aplicáveis à organização, assegurando a sua prevenção e
detecção.

2.1.3. Tipos de Controlos

O AICPA caracteriza controlo interno em sentido lato em dois tipos de controlos:

 O controlo interno contabilístico engloba o plano da organização, os registos e


procedimentos relativos à salvaguarda de activos e à confiança que inspiram os registos
contabilísticos, que proporcionam razoável certeza de que:

 As transacções são executadas de acordo com autorização geral especifica do órgão de gestão;
10
 Os acessos aos activos são apenas permitidos de acordo com autorização do órgão de gestão;

 As transacções são registadas de modo a:

 Permitirem a preparação de demonstrações financeiras em conformidade com princípios


contabilísticos geralmente aceites ou com qualquer outro critério aplicável a tais
demonstrações;

 Manterem um controlo sobre os activos;

 Os registos contabilísticos são periodicamente comparados com esses mesmos activos sendo
tomadas acções apropriadas sempre que se encontrem diferenças.

 O controlo interno administrativo engloba o plano da organização e os procedimentos e registos


que se relacionem com os processos de decisão e que conduzem à autorização das transacções
pelo órgão de gestão.

Qualquer sistema de controlo interno deve incluir os controlos adequados, e podem classificar-se
segundo Morais & Martins (2007:31) em:

Preventivos- São considerados controlos à priori, que entram imediatamente em funcionamento,


impedindo que determinados factos indesejáveis se processem;

Detectivos - Servem para detectar ou corrigir factos indesejáveis que já tenham ocorrido. São controlos
à posteriori.

Orientativos - Servem para provocar ou encorajar a ocorrência de um facto desejável, porque boas
orientações previnem que más aconteçam.

Corretivos - Servem para rectificar problemas identificados.

Compensatório - Servem para compensar eventuais fraquezas de controlo noutras Áreas da entidade.

11
Apresentamos no quadro seguinte exemplos destes tipos de controlos:

Tabela 1: Tipos de Controlo Interno

Preventivos Detetivos Corretivos Orientativos Compensatórios

-Obrigar a duas -Elaborar -Relatórios de -A administração -Os totais das

assinaturas. reconciliações artigos de uma entidade, vendas por

-Obter lista de bancárias. obsoletos. como forma de produto registados

fornecedores -Efectuar -Relatórios de criar uma boa pela área

aprovada. conciliações de atrasos de imagem local, dá comercial podem

-Confrontar as extratos de contas cobrança de indicações aos ser cruzados com

facturas com as com terceiros. dívidas. dirigentes para total dos créditos

guias de recepção -Efectuar -Relatórios de contratarem mão- das vendas na


contagens de-
antes de autorizar atrasos de contabilidade.
físicas. obra local.
o pagamento. pagamentos a -O valor das
-Observar a -Estabelecer
-Verificar a fornecedores e entradas
distribuição de determinados
exactidão das outros credores. registadas pelo
salários numa base requisitos para o
facturas antes do -Relatórios de armazém pode ser
de amostragem. recrutamento de
pagamento. cheques do cruzado com a
-Solicitar pessoal.
-Adoptar um pessoal, não contabilidade
certidões de -Criar
sistema de descontados. regulamentos através da
dívidas.
vigilância de -Lista de internos da conciliação da

controlo de reclamações de entidade. conta compras.

entradas na clientes. -Criar instruções


fábrica.
para os
documentos

12
em circulação na

entidade.

Fonte: Informação de Morais & Martins (2007:32) adoptados pelo autor

2.1.4. Princípios de Controlos Internos

Segundo Attie (2011), uma entidade ao criar o seu sistema de controle interno, deve ter em atenção os
seguintes princípios:

Eficácia e Eficiência - O controle interno deve ser aplicado consistentemente, e ser bem compreendido
pelos trabalhadores da entidade, a fim de permitir que as políticas do Conselho de Administração ou da
Direcção sejam implementados de maneira eficaz e eficiente. Entretanto, o controle interno não deverá
tolerar quaisquer actos de má gestão tanto da administração como dos principais directores.

Prudência - O cerne do controle interno é efectivamente o de mitigar os riscos associados à actividade


da entidade. A prudência deve ter sempre a maior prioridade na delineação de um sistema de controlo
interno.

Integralidade - Os princípios e procedimentos de controlo interno devem abranger todos os aspectos


da actividade da entidade.

Oportunidade - O sistema de controlo interno deve ser aplicado desde o primeiro dia de actividade da
entidade, com a eficácia necessária para despoletar sinais de alerta, permitindo que os corpos gerentes
tomem acções correctivas para reduzir e evitar riscos potenciais.

Independência - A função de avaliar a eficácia do sistema de controlo interno deve estar separada da
formulação e execução do mesmo. A qualidade e a adequabilidade dos controles internos devem ser
avaliadas de forma independente.

2.1.5. Componentes do Controlo Interno

Segundo a ISA 315 e o COSO (1992), o controle interno é um processo composto por cinco
13
componentes interrelacionados entre si.

 Ambiente de Controlo;

 Avaliação e Gestão de Risco;

 Actividades de Controlo;

 Informação e Comunicação;

 Monitoria;

Fig1: Imagem 1 Cubo do COSO 1992

Fonte: Informação de William Attie (2011:356) adoptados pelo autor

Ambiente de Controlo é o fundamento sobre o qual assentam os restantes elementos ou componentes


e influência a forma como a estratégia e os objectivos são estabelecidos. É pois, a base de todos os
componentes do controle interno, proporcionando disciplina e estrutura. Inclui as funções de
governação e de gestão e as atitudes, a consciência e as acções dos responsáveis pelas referidas
funções, em relação ao controle interno da entidade e à sua importância para a mesma. O ambiente de
controlo estabelece o tom de uma organização, influenciando a consciência de controlo dos seus
membros.

O ambiente de controlo compreende, os seguintes elementos:

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 Comunicar e fazer cumprir os valores éticos e de integridade;

 Compromisso com a competência;

 Participação dos responsáveis pela governação;

 Filosofia de gestão e estilo operacional;

 Estrutura organizacional;

 Definição de autoridade e responsabilidade;

 Políticas de recursos humanos e respectivas práticas.

Avaliação e Gestão de Risco compreendem a identificação e a contínua avaliação dos riscos, que
possam comprometer o cumprimento dos objectivos definidos pela entidade. Cada entidade tem os seus
próprios riscos quer internos quer externos, e eles têm de ser identificados e avaliados, bem como a
forma como poderão comprometer os objectivos.

O processo de identificação dos riscos pela entidade, inclui a forma como a gestão identifica os riscos
relevantes para a preparação das demonstrações financeiras, que apresentem uma imagem verdadeira e
apropriada de acordo com a estrutura conceptual de relato financeiro aplicável à entidade, estima o seu
significado, avalia a probabilidade da sua ocorrência e decide sobre as acções a tomar.

Exemplos de causas que podem alterar ou aumentar os riscos:

 Alterações no meio envolvente operacional;

 Novos trabalhadores;

 Novos ou reformulados sistemas de informação;

 Crescimento rápido;

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 Nova tecnologia;

 Novos modelos de negócios, produtos ou actividades;

 Restruturações da empresa;

 Expansão de operações para o estrangeiro;

 Novos pronunciamentos contabilísticos.

Actividades de Controlo são as medidas tomadas pela Administração para mitigar e gerir os riscos de
modo a atingir os objectivos. Estas actividades ocorrem em todas as entidades, em todos os níveis
hierárquicos e em todas as funções.

Estas actividades de controlo podem ser classificadas como políticas e procedimentos, como sejam:
autorização; revisão da execução; processamento da informação; controlos físicos e segregação de
funções.

A autorização que tem a ver com a sequência das mesmas; ou seja, o ciclo autorização / aprovação /
execução /registro / custódia, de acordo com os critérios estabelecidos, isto é, dentro das atribuições de
competência definidas.

A revisão da execução, visa a adoçam de provas e conferências independentes, que possibilitem não só
actuar sobre o sistema, como sobre o trabalho de cada pessoa de forma a minimizar os erros.

A segregação das funções, que está relacionada com o fato de a função contabilística e a função
operacional deverem estar separadas, para que não seja possível que a pessoa que tenha o controlo
físico de um activo possa ter simultaneamente a seu cargo os registos a ele inerentes. Além disso,
nenhuma pessoa pode ser responsável por uma operação desde o início até ao seu termo. A segregação
de funções tem a ver não só com empregados de secções diferentes, mas também da mesma secção. A
rotação periódica dos empregados de cada secção, entre si, contribui para atingir este objectivo.

A numeração sequencial de todos os documentos (facturas, recibos, guias de entrada em armazém,


listas ou talões de contagem, guias de remessa, etc.) existentes na empresa é um procedimento de
controlo bastante importante, uma vez que possibilita detectar quaisquer utilizações menos apropriadas.
16
Se um documento for anulado depois de preenchido não deve ser destruído, mas sim, arquivado em
local próprio como prova da sua não utilização.

Informação e Comunicação, pressupõe um adequado mecanismo de fluxo de informações no interior


da empresa e com o exterior, quando necessário, de modo a facilitar e influenciar positivamente o
alcance dos objectivos propostos. Os sistemas de informação lidam com todos os dados interna e
externamente. Todos os colaboradores devem receber uma mensagem clara da gestão de topo, de modo
a perceberem a sua função e responsabilidade no sistema.

Monitoria visa o acompanhamento contínuo com a avaliação das actividades, para garantir a qualidade
e desempenho do sistema de controlo interno. Inclui gestão regular de supervisão das actividades e do
pessoal, para o bom desempenho das suas funções. As deficiências encontradas no sistema de controlo
interno devem ser reportadas à Administração ou Direcção.

Como exemplos de monitoria de controlos a efectuar pela gestão temos:

 Verificar se as reconciliações bancárias estão a ser feitas tempestivamente;

 Verificar se as vendas estão a ser feitas de acordo com as políticas aprovadas;

 Verificar se o departamento jurídico supervisiona o cumprimento de políticas relativas a


práticas éticas e negociais.

Há uma sinergia e articulação entre estes componentes, formando um sistema integrado que reage de
forma dinâmica às mudanças nas condições. Existe uma relação directa entre as três categorias de
objectivos, que representam o que uma entidade pretende alcançar, e os componentes, que definem o
que é necessário para atingir os objectivos. Todos os componentes são relevantes para cada categoria
objectivos.

2.1.6. A Importância de um Sistema de Controlo Interno

Podemos afirmar que todas as empresas deverão possuir um sistema de controlo interno adequado, por
forma, a salvaguardar eventuais desvios na sua actividade, assim segundo Da Costa (2010:223),
“nenhuma empresa ou entidade, por mais pequena que seja, pode exercer a sua actividade operacional

17
sem ter implementado um sistema de controlo interno, ainda que rudimentar”. A implementação de um
sistema de controlo interno adequado cabe sempre à administração. O sistema de controlo interno a
adoptar depende do tipo de empresa: industrial, comercial ou mista. O sistema de controlo interno deve
ser tanto mais sofisticado quanto mais a empresa for crescendo e as suas actividades se tornarem mais
complexas, de tal forma que a empresa progressivamente passe de um simples sistema de controlos
financeiros - considerando os activos mais vulneráveis - para a utilização de um controlo interno mais
rígido que não controla apenas meios monetários relacionados com compras e vendas, mas que
controla todas as operações decorrentes da actividade da empresa.

A estrutura organizacional, a cultura empresarial, os recursos humanos afectos à empresa, e até mesmo
o próprio estilo de liderança, são barreiras que limitam a fórmula mágica do controlo interno ideal.
Assim segundo a Norma 410 da OROC o sistema de controlo interno “significa todas as políticas e
procedimentos (controlos internos) adoptados pela gestão de uma entidade que contribuem para a
obtenção dos objectivos da gestão de assegurar, tanto quanto praticável, a condução ordenada e
eficiente do seu negócio, incluindo a aderência às políticas da gestão, a salvaguarda de activos, a
prevenção e detecção de fraudes e erros, o rigor e a plenitude dos registos contabilísticos, o
cumprimento das leis e regulamentos e a preparação tempestiva de informação financeira credível”.

Tendo em conta o conceito apresentado, é inevitável que o sistema de controlo interno tenha uma
importância acrescida dentro de qualquer organização, quer na óptica preventiva, quer na óptica de
correcção de irregularidades de forma a contribuir para a melhoria organizacional.

2.1.7. Limitações do Controlo Interno

Existem diversas limitações ao controlo interno pois “o estabelecimento e a manutenção de um sistema


de controlo interno é uma das mais importantes responsabilidades do órgão de gestão de qualquer
empresa. No entanto, é óbvio poder afirmar-se, que o facto de existir um sistema implementado, não
significa que o mesmo esteja operativo. E mesmo que esteja operativo podem não ser atingidos os
objectivos estabelecidos” Da Costa (2010:232), por outras palavras, podemos dizer que o facto de
existir e ser actuante um bom sistema de controlo interno, não significa que a empresa esteja
completamente imune a situações tão diversas como a ocorrência de erros, irregularidades, fraudes ou
outras situações que lesem o normal funcionamento da actividade empresarial.

18
2.1.8. Levantamento e Registo do Sistema de Controlo Interno

Segundo (Marques, 1999), para fazer levantamento e avaliação do SCI e verificar se o mesmo é ou não
o mais adequado e se ajusta à unidade organizacional. Primeiro vamos proceder ao levantamento e
registo do sistema em uso e daí concluir se o mesmo é ou não o mais adequado, pelo que, no caso de se
constatar que o sistema parece ser o mais adequado, é necessário testar o seu efectivo funcionamento
para que não restem dúvidas sobre tal conclusão (designadamente, teste às vendas e às dívidas dos
clientes; teste às compras e às dívidas aos fornecedores; testes aos gastos com o pessoal). Caso o
sistema de controlo interno não seja adequado há quem defenda que não se justifica “perder” tempo
com a realização de testes aos controlos, concluindo logo que não merece confiança, e que, portanto,
dever-se-á passar de imediato aos testes substantivos.

Um sistema de controlo adequado deve prever ajustamentos de concepção e aplicação, a fim de dar
resposta atempada, a novas situações que surjam cada dia e estejam fora do alcance das empresas,
devido, quer a factores organizacionais, quer a factores de mercado. Os responsáveis do sistema de
controlo interno devem procurar novas formas de conciliar e prever situações de inadaptabilidade,
devendo a estrutura estar dotada de procedimentos e políticas de antecipação de riscos, de forma a
minimizar as consequências e optimizar a performance.

2.2. Risco

2.2.1. Conceito

Para Crepaldi (2012) risco, é uma a combinação entre a probabilidade de ocorrência de um


determinado evento (aleatório, futuro e independente da vontade humana) e os impactos (positivos ou
negativos) resultantes, caso ele ocorra.

A análise de riscos consiste em relacionar os eventos relevantes possíveis, avaliar as probabilidade de


que esses eventos se concretizarem e definir seus possíveis impactos. Geralmente, organizações que
estão planejando ou desenvolvendo projetos ou negócios realizam a análise de riscos.

2.2.2. Identificação de eventos de ocorrência do risco

A administração identifica os eventos em potencial, que se ocorrerem irão afectar a organização. Ao


19
identificar eventos, a administração considera uma variedade de factores internos e externos, que
podem dar origem a riscos e a oportunidades no contexto de toda a organização (Chambers, 1994).

2.2.3. Avaliação do Risco nas Organizações

Para (Chambers, 1994), a avaliação de riscos permite que uma organização considere até que ponto os
potenciais eventos podem ter impacto na realização dos objectivos.A avaliação de riscos é aplicada
primeiramente aos riscos inerentes, após o desenvolvimento da resposta aos riscos, a administração
passará a considerar os riscos residuais.

Risco inerente é aquele que a organização enfrenta, na falta de medidas por parte da administração
para alterar a sua probabilidade e impacto.

Risco residual é aquele que permanece após adoptados procedimentos por parte da administração para
evitar o risco.

A administração reconhece que um risco com reduzida probabilidade de ocorrência e baixo potencial,
geralmente, não requerer grandes preocupações. Enquanto, um risco com elevada probabilidade de
ocorrência e um potencial de impacto significativo requer atenção considerável. Regra geral, segundo
este autor, a administração utiliza dados gerados internamente e baseados na experiência passada da
organização para calcular as estimativas de probabilidade e impacto, os quais fornecem uma base mais
objectiva. Mas tem de ter em consideração que os factores que influenciam os eventos podem
modificar-se com o passar do tempo. Apesar dos dados gerados internamente serem um dado primário,
a organização não pode ignorar os dados externos, que podem ser muito úteis.

A metodologia de avaliação de riscos de uma organização inclui uma combinação de técnicas


qualitativas e quantitativas. Geralmente, a administração emprega técnicas qualitativas de avaliação se
os riscos não se prestam a quantificação, ou se não há dados confiáveis em quantidade suficiente para a
realização das avaliações quantitativas, ou, ainda, se a relação custo-benefício para obtenção e análise
de dados não for viável.Nos casos em que os riscos podem afectar diversas unidades de negócio, a
administração poderá agrupá-los em categorias de eventos e considerá-los primeiramente por unidade
para, então, considerá-los em conjunto no âmbito de toda a organização. Nos casos em que os eventos
em potencial não estão relacionados, a administração avalia-os individualmente, porém, quando existir

20
uma correlação entre os eventos, ou os eventos interagem para gerar probabilidades significativamente
diferentes, a administração avalia-os em conjunto.

2.2.4. Resposta ao risco

A administração avalia o efeito sobre a probabilidade de ocorrência e o impacto do risco, assim


como os custos e benefícios, seleccionando, dessa forma, uma resposta ou combinação de
respostas, que mantenha os riscos residuais gerais compatíveis com o seu apetite ao risco. A
administração reconhece que sempre existirá algum nível de risco residual, fruto da limitação dos
recursos e da decorrência da incerteza e das limitações inerentes a todas as Actividades. Como
resposta aos riscos a administração pode evitar, reduzir, compartilhar ou aceitar.Tabela 2.
Resposta a Riscos

Resposta a riscos Descrição

Evitar Pode implicar a descontinuação de uma linha de produtos, o declínio da

expansão num novo mercado geográfico ou a venda de uma divisão.

Reduzir São adoptadas medidas para reduzir a probabilidade de ocorrencia.

Compartilhar Redução da probabilidade ou do impacto dos riscos pela transferência ou

pela partilha dos mesmos. As técnicas comuns compreendem a aquisição


de produtos de seguro, contratação a terceiros de uma actividade a excutar.

Aceitar Nenhuma medida é adoptada para afectar a probabilidade ou o grau de


impacto dos riscos.

Fonte: Informação Andrew Chambers (1994:234) adoptados pelo autor

2.2.5. Gestão do Risco nas Organizações

Para Pinheiro (2005) a gestão do risco nas organizações possibilita aos administradores tratar com
eficácia as incertezas, bem como os riscos e as oportunidades a elas associadas, a fim de melhorar a
capacidade de gerar valor. Permite que a organização antiga os seus objectivos e evite os perigos e
surpresas de percurso, atingindo as metas de desempenho e lucratividade e evitando a perda de
21
recursos. A gestão do risco nas empresas/organizações contribui para assegurar uma comunicação
eficaz e o cumprimento de leis e regulamentos, bem como evita a perda de reputação da organização e
as suas consequências nefastas.

2.2.6. Finalidades da Gestão do Risco Organizações

Segundo Carvalho (2005) a quantidade total de riscos que uma organização está disposta a aceitar na
busca de sua missão orienta a alocação de recursos entre as unidades de negócios e as iniciativas,
levando em consideração os riscos e o plano da unidade para gerar o retorno desejado dos recursos
investidos. A administração considera esta quantidade no sentido de alinhar a sua organização, o seu
pessoal e os seus processos, e prepara a infra-estrutura necessária para responder e monitorizar riscos
com eficácia. Neste contexto segundo o mesmo autor as finalidades da gestão de risco nas organizações
são:

 Identificar e administrar riscos múltiplos e entre empreendimentos – todas as organizações


enfrentam uma gama de riscos, que podem afectar as suas diferentes áreas de negócio. A gestão
de riscos, possibilita uma resposta eficaz a impactos inter-relacionados e, também, respostas
integradas aos diversos riscos.

 Fortalecer as decisões em resposta aos riscos - a gestão de riscos organizações permite às


empresas obter o rigor na identificação e na selecção de alternativas de respostas aos riscos.
Pode optar por evitar a realização de um determinado negócio, fazê-lo apenas parcialmente,
compartilhar o risco (com uma seguradora por exemplo) ou simplesmente aceitar os riscos.

 Aproveitar oportunidades e reduzir surpresas e prejuízos operacionais – a organização identifica


e aproveita as oportunidades de forma proactiva e estabelece respostas aos riscos, reduzindo
surpresas e custos ou prejuízos associados.

 Optimizar o capital – a obtenção de informações adequadas a respeito de riscos, possibilita à


administração, conduzir uma avaliação eficaz das necessidades de capital como um todo e
aprimorar a alocação desse capital.

22
CAPÍTULO III

3.1. Estudo de caso

3.1.1. Descrição da Empresa objecto do estudo

3.1.1.1. Historial da Empresa

A DF Metais EI, e uma empresa em nome individual fundado no ano 1998 sedeada no bairro da

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Machava sede avenida Fanny Nphumo nº 838, com instalações própria registada na Autoridade
tributária da Matola, aos 10 de Setembro de 2000, sob responsabilidade de António Silvestre
Ndimande.

Esta empresa dedica se a Quinagem, Corte e Comercialização de chapas de zinco galvalizadas e


revestidas onde opera numa primeira fase no território nacional na província de Maputo. Apesar da sua
dimensão tem uma elevada capacidade produtiva com os últimos padrões de qualidade sendo que conta
com 2 unidades de produção e uma capacidade anual de produção 864000 chapa des zinco. Cuja a
media de producao e comercializacao mensal e de 72000 zinco para todos os tipos durante o ano 2014,
feita em dois tipos de chapas de zinco a destacar: As chapas galvanizadas e as chapas revestidas que
possuem diversas aplicações na indústria, na construção civil e outros segmentos, mas pessoas sem
tanta experiência na área por vezes acreditam que ambos os produtos passam pelo mesmo
procedimento, o que não é verdade. Cada uma dessas chapas de aço passa por processos diferentes e
utilizam ligas metálicas distintas.

Chapas Galvanizadas: é aquela que passa por um processo de galvanização no qual recebe uma
blindagem com metais nobres, normalmente o zinco. Após esse procedimento a chapa aumenta sua
durabilidade e resistência e pode ter diferentes combinações de espessura, largura e peso, de acordo
com as necessidades do cliente e de onde ela será empregada. A quantidade de zinco recebida durante o
processo de galvanização irá determinar os aspectos da chapa e também sua capacidade de resistência.

As Chapas Galvanizadas podem ser aplicadas nos setores agrícolas, como na produção de silos e
equipamentos em geral, além da construção civil, onde pode ser aplicada na fabricação de telhas,
tapamentos e laterais.

A chapa galvanizada é até 20 vezes mais resistente que uma chapa de aço comum, o que faz com que
ela seja a opção para diferentes segmentos onde a durabilidade e resistência sejam fundamentais.

Chapas revestidas

O material usado para o revestimento é o que normalmente diferencia as chapas revestidas das
galvanizadas, que possuem revestimento em zinco. Os revestimentos podem ser utilizados com o
objetivo de melhorar a resistência do produto à corrosão, além de proporcionar um melhor aspecto

24
visual, com uma superfície decorativa, dependo da aplicação da chapa de aço. Conheça alguns tipos de
revestimentos:

•Revestimento de alumínio: tem como principais características a resistência e refletividade ao calor e a


resistência à corrosão.

•Pintura: usada principalmente para fins decorativos, a pintura pode ser aplicada no aço galvanizado e
possui grande aderência.

3.2. Recursos Humanos

A administração da empresa realiza uma gestão constante e participada, contemplando um esquema


organizacional constituído por seis departamentos nomeadamente:

Administrativo e Financeiro; Aprovisionamento; Comercial; Manutenção; Produção e Qualidade; com


relações entre eles.

3.2.1. Departamento Administrativo e Financeiro

O departamento Administrativo e Financeiro têm, nas suas várias vertentes, o processamento da


contabilidade, pessoal, tesouraria, gestão das cobranças, facturação e apoio administrativo. Toda a
estrutura concebida e os novos investimentos realizados têm como objectivos gerar resultados positivos
e conquistar uma participação de mercado de forma expressiva.

3.2.2. Departamento de Aprovisionamento

O departamento de Aprovisionamento trata, essencialmente, da gestão do stock e da compra de


matérias-primas que entram directamente no sistema produtivo. Este departamento é gerido
directamente pela administração.

3.2.3. Departamento Comercial

A venda nacional é feita por revendedores autorizados e credenciados, estando estes na dependência do
departamento Comercial. A coordenação é feita pelo Director Comercial, o qual, tendo em conta as
indicações da administração, transmite aos revendedores as considerações relativamente a cobranças
25
(tempo, valor ou descontos).

3.2.4. Departamento de Produção

Este departamento de Produção assegura a produção para alimentação do mercado nacional, cuja
primeira preocupação é assegurar diariamente a satisfação das encomendas deixadas pelos
revendedores/clientes.

3.2.5. Departamento de Manutenção

O departamento de Manutenção assegura o bom estado de funcionamento de várias áreas fulcrais,


como seja: maquinaria de produção, sistema eléctrico geral e frota automóvel ligeira e de pesados. Este
departamento permite, na maioria dos casos, dar resposta em tempo útil a qualquer avaria que se
verifique, não havendo perdas excessivas de tempo e o recurso a prestações de serviços externos.

3.2.6. Departamento de Qualidade

O departamento da Qualidade, que para além de assegurar a implementação da variada legislação


nacional e comunitária relativamente ao consumo, controla a correcta execução dos processos de
produção, analisa os produtos fabricados e dá resposta a eventuais solicitações reclamações de clientes.

3.2.7. Comunicação

A comunicação na empresa é efectuada de várias maneiras, que vão desde o papel passando pelo
quadro de informações até à via electrónica.

 O papel é utilizado nomeadamente em informações para comerciais e ordens de produção.

 O quadro de informações é utilizado para comunicações diversas aos colaboradores.

 A via electrónica é utilizada nas encomendas dos clientes e são introduzidas no sistema
informático, ficando assim disponíveis nos sectores da fábrica onde as mesmas são preparadas.

26
3.2.8. Preço

Nesta actividade, bem como noutras, a política de preço é uma variável abstrata dado que tem em
consideração, factores como custo de produção, procura ou concorrência, que diferem de caso para
caso e de momento para momento. O preço do produto acabado é segurado pelo Estado moçambicano.

3.3. Controlo Interno da Empresa

Após análise do enquadramento da empresa, podem-se considerar três áreas de maior risco de distorção
material que são: Meios financeiros líquidos; Produção e inventários; Vendas e dívidas a receber.

 Os meios financeiros líquidos - são por natureza, muito vulneráveis, devido à sua facilidade de
utilização abusiva. Havendo necessidade de se averiguar esta área se os controlos são
suficientes para que possam impossibilitar a saída não autorizada deste activo, quer por erro,
quer por conluio.

 Produção e inventários – Consideramos esta área a de maior importância para a actividade da


empresa, pretendemos verificar se existem procedimentos instituídos, se existem e estão a ser
aplicados e ainda se são suficientes e adequados para mitigar os riscos associados. Teremos
especial atenção à existência ou não de um manual de produção, à segregação de funções e ao
controlo e acondicionamento dos inventários.

 Vendas e dívidas a receber - O escoamento dos produtos é uma preocupação de qualquer


empresa, sendo preciso ter iniciativa e antecipação de mercado, para se conseguir progredir na
actualidade. Não basta ter um bom produto, é necessário aparência, apresentação e aceitação
por parte dos clientes. Neste contexto, pretendemos verificar se existem procedimentos
adequados que permitam a entrada do valor do activo, porque tão importante como vender é
receber o produto da venda.

Com base nos questionários de controlo interno efectuados e outras informações recolhidas na empresa
retiram-se as seguintes conclusões, acerca dos procedimentos de controlo interno instituídos na
empresa:

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3.3.1. Área Geral

A empresa em estudo possui um organigrama permitindo assim, que se saiba quais as funções e
responsabilidades que cada pessoa ocupa dentro da organização.

Para além disso, a empresa possui manual de procedimentos na área de produção e controlo de
qualidade o que facilita a organização no desempenho das actividades e cumprimento de todos os
procedimentos instituídos nestas áreas, verificando-se, também, que o mesmo está a ser aplicado e é do
profundo conhecimento de todos os funcionários que operam em cada uma das referidas áreas.

Portanto, são desenvolvidos planos para atingir as metas traçadas, os métodos são claros mas podem
ser diferentes de acordo com as disponibilidades da empresa.

A empresa possui segregação de funções em relação à área de produção, sem colocar de lado os
seguintes pontos fortes:

 Lançamentos adequados dos factos patrimoniais na contabilidade, elaboração mensal da


informação contabilística e existência de seguros param acidentes de trabalho.

 Cumprimento da legislação das indústrias produtivas e de HST (Higiene e segurança no


trabalho), o que evita o risco de instauração de problemas futuros.

 Realização de uma gestão constante e participativa por parte da administração, sendo que todas
as opções estratégicas e de liderança têm a sua aprovação.

3.3.2. Análise dos Componentes do Controlo Interno da DF meta

3.3.2.1. Ambiente de Controlo

A gestão reage em função do mercado e recolhe a informação apropriada em função da complexidade e


grau de risco da decisão, da urgência, necessidade e rapidez da mesma, tomando assim decisões
razoáveis. A administração tenta reduzir o risco de distorções através de controlos preventivos e
detectivos, tendo em consideração a sua dimensão e a relação custo/benefício.

28
As políticas e procedimentos de transacções estão definidos e são cumpridos, essencialmente no que se
refere a margem, preços, autorizações. O sistema informático existente na empresa, não permite
efectuar transacções a pessoal não autorizado e, nem efectuar alterações ao sistema.

Os trabalhadores têm conhecimento e experiência para o desempenho das suas tarefas, pois beneficiam
de uma formação profissional por parte da entidade sempre que se justifique e haja disponibilidade.

A administração tem conhecimentos, experiência e disponibilidade para desempenhar as suas funções


com zelo e diligência, em tempo oportuno, acompanha e vigia as actividades sociais de forma
permanente. Reúne com o departamento de contabilidade mensalmente para recolher informações
acerca de resultados e diariamente trata de assuntos correntes. Com o auditor externo a administração
reúne cerca de cinco vezes por ano.

3.3.3. Avaliação e Gestão de Risco

A administração tem um plano estratégico para toda a organização, procurando identificar todos os
objectivos operacionais e de controlo. Promove a produção de produtos de qualidade e serviços
compatíveis com a sua missão, não desperdiçando recursos que por sua natureza, são cada vez mais
escassos, alcançando um ponto de equilíbrio entre as metas de crescimento e o retorno, essencialmente
na área dos investimentos.

3.3.4. Avaliação de Informação e Comunicação

A administração reconhece a importância da informação para o sucesso organizacional, e vai tomando


conhecimento de um conjunto de informações relacionadas com planos estratégicos e políticas
executivas, quando necessário recorre a essas informações do passado, ajudando a resolver e a decidir o
caminho a seguir actualmente.

As transacções seguem o ciclo normal utilizado pela empresa e são registadas em todas as fases do
processamento, ficando nos documentos de suporte para posterior conferência se necessário. As linhas
de comunicação são suficientes e abertas ao pessoal, clientes, fornecedores e outros stakeholders.

29
3.3.5. Actividades de Controlo

As actividades de controlo ocorrem em todos os níveis da organização, desde a produção às actividades


administrativas ajudando a identificar, prevenir ou reduzir riscos. Contudo, nas actividades de controlo
têm se em consideração a relação custo/beneficio.

3.3.6. Actividades de Monitoria

A monitoria decorre no decurso das actividades administrativas, nomeadamente, Actividades diárias


dos trabalhadores. Também decorre de maneira independente, como é o caso de entidades reguladoras,
ROC e outras pessoas que realizam transacções com a empresa, sendo que o acesso a dados
permanentes é devidamente controlado.

3.4. Resultado do Levantamento do Sistema de Controlo Interno

Após análise dos questionários e informações recolhidas, foi possível extrair os principais aspectos,
conforme se apresenta nos pontos seguintes:

3.4.1. Área Financeira

3.4.1.1. Pontos Fortes

Nesta área a empresa apresenta os seguintes pontos fortes:

 Todas as contas bancárias estão em nome da empresa, os cheques são assinados por duas
pessoas independentes e na presença dos respectivos documentos.

 Os valores recebidos são depositados diária e integralmente, normalmente pelo responsável da


caixa.

 Os livros de cheques utilizados têm copias que permitem a conferência dos cheques emitidos.

Os cheques da CGD não são á ordem.

 A inscrição no documento do número de cheque através do qual foi liquidado, evita o


pagamento em duplicado.

30
 Nunca são assinados cheques em branco ou ao portador.

 A empresa privilegia as transferências via internet/homebanking, sendo os pagamentos


transferidos electronicamente para a conta do beneficiário.

As reconciliações bancárias são feitas mensalmente e por pessoa diferente de quem assina os cheques
ou manuseia numerário.

 Os itens que apareçam nas reconciliações por tempo anormal são objecto de adequada
investigação.

3.4.1.2. Pontos Fracos

 Os trabalhadores da tesouraria têm acesso às contas correntes;

 Não se fazem contagem de surpresa ao caixa;

3.4.2. Compras de Bens e Serviços e Dividas a Pagar

3.4.2.1. Pontos Fortes

 As compras são efectuadas a fornecedores constantes de lista previamente aprovada, fazem-se


consultas ao mercado a fim de se detectarem novos fornecedores que ofereçam melhores
condições de preço, qualidade, prazos, descontos;

 Para as compras que excedam determinadas quantias obtêm-se vários orçamentos e fazem-se
consultas públicas ao mercado;

 Existência de relatórios escritos sobre as razões que levam a optar por um fornecedor em
detrimento de outro, nomeadamente na informação ao fornecedor preferido.

 As facturas dos fornecedores são objecto de adequada conferência com base em todos os
documentos de suporte, notando-se a evidência da referida conferência.

Existe um adequado controlo contabilístico, nomeadamente sobre matérias-primas, subsidiárias e


mercadorias recebidas e não facturadas, ou em trânsito, adiantamentos a fornecedores, devoluções,

31
descontos.

 Existência de prática de confrontar saldos dos fornecedores com os registos contabilísticos,


sempre que existem dúvidas por parte do TOC ou a solicitação pelo ROC. A referida
reconciliação é feita pelo TOC.

 Existência de compras a entidades com as quais existem relações especiais, sendo praticados os
preços de mercado.

 A empresa concentra as suas compras em cerca de sessenta fornecedores nacionais e


estrangeiros.

3.4.2.2 Pontos Fracos

 Não existe um plano integrado entre a produção e as compras;

3.4.3. Produção e Inventários

3.4.3.1. Pontos Fortes

Nesta área a empresa apresenta os seguintes pontos fortes:

 A utilização do inventário permanente sendo que o responsável pelo ficheiro de quantidades


não é o fiel de armazém;

 Os armazéns e outros locais próprios de acondicionamento das existências, apresentam as


condições necessárias;

 Existência de locais próprios para a entrada de mercadorias, matérias-primas, subsidiárias e de


consumo, a recepção dos bens é comprovada pela assinatura do funcionário receptor no
documento que os acompanha, com guia de remessa ou factura;

 Procede-se à recepção qualitativa dos bens;

Existe um controlo apropriado sobre mercadorias e produtos obsoletos e a autorização para


retirar existências danificadas é efectuada por pessoa diferente do responsável do armazém.

32
 Os inventários estão adequadamente ordenados, facilitando o manuseamento, contagens e
localização dos produtos. O registo dos inventários inclui preços e quantidades que são
comprovados periodicamente com as contagens de controlo. As diferenças entre os resultados
das contagens e os registos são adequadamente investigadas sendo os ajustamentos aos
resultados aprovados por empregado responsável.

 Nota-se uma adequada segregação de funções na produção.

 Existem planos de manutenção e assistência ao equipamento fabril, a empresa possui


funcionários especializados que actuam imediatamente, logo que se verifique alguma anomalia.

 Existem planos de contingência e de segurança na área da produção.

3.4.3.2. Pontos fracos

 Não utilização do inventário permanente nos produtos em fábrico;

 Inexistência de seguros adequados para os inventários;

3.4.4. Activos Tangíveis e Intangíveis

3.4.4.1. Pontos Fortes

Nesta área em análise a empresa apresenta os seguintes pontos fortes:

 A existência de uma política relativa à aprovação de compras para os activos fixos, embora
perante a actual conjuntura, a mesma seja nula.

A existência de ficheiro individual dos bens de acordo com o artº 51º do CIVA, e a conferência
dos valores constantes no respectivo ficheiro com os dados da contabilidade.

 Fazem parte dos activos fixos tangíveis e intangíveis, apenas os que são propriedade da
empresa e contribuem para a obtenção de rendimentos da mesma.

3.4.4.1. Pontos Fracos

33
 Não está definido o procedimento relativamente aos bens totalmente amortizados;

 Não existe controlo sobre pequenas ferramentas e utensílios;

 Utilização de critério fiscal na depreciação dos activos;

 Não se efectua inspecção periódicas aos activos fixos tangíveis;

3.4.5. Vendas, Prestações de Serviços e Dívidas a Receber

3.4.5.1. Pontos Fortes

Nesta área em análise a empresa apresenta os seguintes pontos fortes:

 Anotação na ficha individual de cliente do montante de crédito máximo concedido para clientes
menos cumpridores.

 As notas de encomenda dos clientes são sujeitas a aprovação pela direcção financeira antes de
serem satisfeitas.

 Quem elabora as facturas apenas tem acesso às contas corrente dos clientes e não ao armazém
ou à expedição.

 Existe um controlo contabilístico sobre os adiantamentos e devoluções dos clientes. As notas de


crédito são conferidas e aprovadas pelo empregado responsável.

 As quantias a expedir são também conferidas pelo distribuidor quando carrega a os produtos
acabados na viatura.

3.4.6.1. Pontos fracos

 Não elaboração mensal de balancete por antiguidade de saldos de clientes;

 Cálculo de imparidade em dívidas a receber atende por vezes ao critério fiscal;

3.4.6. Acréscimos, Diferimentos e Impostos Diferidos

3.4.6.1. Pontos Fortes


34
Nesta área a empresa apresenta, como ponto forte, o facto de ser tomado em consideração, o
princípio da especialização do exercício, reconhecendo os gastos e os rendimentos quando obtidos ou
incorridos, independentemente do seu recebimento ou pagamento, incluindo-os nas demonstrações
financeiras dos períodos a que respeitam.

3.4.7. Imparidades, Provisões e Empréstimos Obtidos

3.4.7.1. Pontos Fortes

Nesta área a empresa apresenta os seguintes pontos fortes:

 É feita uma adequada distinção entre o passivo corrente e não corrente.

Não existem empréstimos capitalizáveis e o custo dos empréstimos obtidos é considerado


gastos do exercício.

 Estão adequadamente divulgadas no anexo informações pertinentes.

No entanto, anotamos que as imparidades para clientes de cobrança duvidosa são calculadas
atendendo à antiguidade dos saldos, mas de acordo com o critério fiscal e não ao seu valor real da
contingência estimada.

3.4.8. Capital Próprio e Investimentos Financeiros

A empresa cumpre com todos os critérios estabelecidos no que respeita ao capital próprio e
investimentos.

3.4.9. Custo de Pessoal

Nesta área a empresa apresenta os seguintes pontos fortes:

 Existência para cada trabalhador um processo individualizado e uma ficha individual,


contendo informações sobre o trabalhador, nomeadamente o seu curriculum profissional e
académico, morada, agregado familiar, categoria profissional e vencimento.

 Existência de um relógio de ponto para controlar a assiduidade e as horas extras dos

35
trabalhadores.

 O cálculo dos salários é efectuado tendo em consideração o seu vencimento e horas extras.

 Existência de uma boa segregação de funções entre quem processa, aprova e efectua o
pagamento dos salários.

O pagamento de salários é efectuado por transferência bancária.

 É cumprida a legislação aplicável como entrega do relatório único, higiene e segurança,


medicina no trabalho.

3.4.9.1. Pontos Fracos

 Não se exige assinatura do trabalhador no recibo de salários;

 A rotação de trabalhadores na área do pessoal efectua-se por necessidade;

3.5. Formas encontradas pela Empresa para monitorizar os riscos nas áreas mais relevantes

Além dos pontos fortes e fracos atrás referidos para as áreas consideradas de maior interesse para a
empresa, há ainda a salientar que, algumas políticas que de algum modo a empresa devia utilizar para,

mitigação do risco, das quais destacam-se:

 A empresa tem implantado um sistema de controlo interno, o mesmo está a funcionar, mas
pode necessitar de algumas melhorias.

Devido à dimensão da empresa, tem de se analisar a relação custo/benefício de eventuais


procedimentos mais sofisticados e onerosos, numa relação entre o custo da implementação e os
correspondestes benefícios acrescidos. É o caso da não utilização do inventário permanente nos
produtos fabricados que acresceria em muito os custos e poderia não reduzir significativamente o risco
de perda de activos. A solução encontrada, foi um inventário mensal.

A empresa analisa os riscos das diferentes áreas e toma as suas opções de modo a monitora-los e
evitando riscos maiores.

36
Meios financeiros líquidos:

 A empresa privilegia a transferência bancária como meio de pagamento evitando alguns riscos.

 A empresa recorre a seguros de crédito e pagamentos confirmados, reduzindo problemas de


liquidez.

Produção e inventários:

 Existe o departamento de qualidade que assegura a implementação da legislação nacional e o


que garante à empresa o certificado de conformidade, relativamente à gestão de qualidade.

A empresa vai produzindo produtos de acordo com as necessidades dos clientes, mas não
descurando a concorrência.

O controlo dos inventários não é diário, devido aos motivos atrás expostos, mas é minimizado pelo
controlo mensal.

Vendas:

 O problema do escoamento dos produtos a preços competitivos já obrigou a entidade a tomar


medidas, de faciltar que os compradores adquirirem os produtos directamente da fábrica.

37
38
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

4.1. Conclusão

Das hipóteses levantadas no trabalho, conclui-se que o controlo interno constitui uma eficiência da
vigilância e da protecção dos bens, para se saber o que se investe e o que se obtém de recursos, porque
um adequado SCI é de importância considerável para todas as organizações, pelas consequências
positivas que este possibilita, nomeadamente a salvaguarda de activos, eficácia e eficiência das
operações, cabendo a sua implementação à administração.

Vários normativos internacionais falam da importância e especificam vários procedimentos para a


obtenção de um adequado SCI, por exemplo, o COSO faz referência a vários componentes e a relação
entre eles que vão permitir o cumprimento dos objectivos estratégicos, operacionais, financeiros e de
conformidade. Não pudemos deixar de referir a importância de um bom ambiente de controlo que é a
base para todos os outros elementos: avaliação de riscos; actividades de controlo; informação e
comunicação; monitoria, estando todos estes elementos interligados e interagindo entre si, junto dos
objectivos traçados.

É importante também realçar que tanto os controlos administrativos, como contabilísticos,


proporcionam razoável certeza de que os activos estão protegidos contra comportamentos fraudulentos,
e que o registo das operações é efectuado de acordo com os procedimentos estipulados na DF METAIS
EI,, que os dados são íntegros, completos e respeitam as normas aplicáveis.

Neste contexto, as organizações devem fazer uma adequada gestão do risco empresarial, cabendo a
administração adoptar uma visão de portfólio, em relação a todos os riscos individuais, para determinar
se o seu perfil de risco residual é compatível com as quantidades de riscos incorridos. Todas as
organizações estão sujeitas a diferentes e variados riscos, quer internos, quer externos, e a empresa tem
de estar preparada para constantes adaptações.

39
4.2 Recomendações

Não obstante, são oportunas as seguintes recomendações para melhoria de procedimentos de controlo
interno das áreas chaves de uma organização nomeadamente: Área Financeira; Compras de Bens e
Serviços e Dividas a Pagar; Produção e Inventários; Activos Tangíveis e Intangíveis; Vendas,
Prestações de Serviços e Dividas a Receber; Acréscimos, Diferimentos e Impostos Diferidos;
Imparidades, Provisões e Empréstimos Obtidos; Capital Próprio e Investimentos Financeiros e Custo
de Pessoal;

Para área financeira:

 Os funcionários da tesouraria não devem ter acesso às contas correntes dos clientes;

 Deve existir seguro contra risco de roubo para funcionários que manuseiam dinheiro;

 Deve ser criado um fundo fixo limitado o valor existente em caixa;

 Devem ser efectuado contagem de surpresa ao caixa;

 Deve ser elaborado uma lista com valores recebidos por cheque.

Para área de Compras de Bens e Serviços e Dívidas a Pagar:

 Deve haver uma separação entre a secção de compras e o armazém e a produção;

 Deve existir um plano integrado entre as compras e a produção não apenas um relacionamento;

 Devem- se confrontar os registos contabilísticos com os saldos dos fornecedores com maior
regularidade;

Para área Produção e Inventários:

 Devem utilizar o inventário permanente para todos os produtos;

 Devem ser passadas à forma escrita as informações verbais existentes sobre a forma de efectuar
contagens;

 Deve ser efectuado um seguro para os inventários por valores adequados e periodicamente
40
actualizados;

 Deve ser analisada e avaliada a produtividade dos trabalhadores;

Para Activos Tangíveis e Intangíveis:

 Deve ser efectuada uma reavaliação dos activos de acordo com a sua vida útil esperada;

 Deve haver controlo sobre as pequenas ferramentas e utensílios;

 A depreciação dos activos deve ser efectuada de acordo com a sua vida útil esperada e de
preferência por duodécimos,

 Deve ser efectuada um seguro para todos os activos e revisto periodicamente;

 Deve ser feita uma inspecção periódica aos activos e confrontar os saldos recolhidos com os dos
ficheiros do imobilizado;

Para Vendas, Prestações de Serviços e Dívidas a Receber:

 Deve ser elaborado balancete mensal por antiguidade se saldo;

 O cálculo das imparidades em dívidas a receber deve obedecer à situação real e não ao critério
fiscal;

Para a área de Custo com Pessoal:

 As horas extras devem estar sujeita a prévia autorização por escrito;

 O recibo de vencimento deve ser sempre assinado pelo trabalhador;

 É aconselhável a rotação de funções entre trabalhadores.

 Deve haver uma adequada segregação de funções entre a contabilidade e a tesouraria;

 Devem existir seguros para todas as áreas em que os bens sejam seguráveis;

 A existência de um código de ética, escrito e do conhecimento de toda a organização;

41
 Que os valores éticos sejam acompanhados de orientação específica sobre o que está certo e
errado;

 A existência de políticas apropriadas e práticas aceitáveis em caso de conflito de interesse;

 A definição clara das tarefas e responsabilidades dos trabalhadores;

Não obstante, entendemos recomendar ainda que a empresa continue atenta aos vários riscos, a
fim de os monitorizar atempadamente evitando riscos maiores.

Nesta conformidade, recomenda-se que a empresa, registe todas as responsabilidades, que, à data
do balanço, sejam de ocorrência provável.

4.3. Sugestões

Á medida que novas situações ocorrem, deve saber agir prontamente e em conformidade, conseguindo
responder atempadamente, encontrando as soluções necessárias através de um controlo e monitoria
adequados.

Os sistemas de informação têm uma importância e utilidade acrescida na actualidade, por trazer
inúmeras vantagens para as empresas, mas também novos riscos e preocupações que não podem ser
descurados.

No entanto, as indagações efectuadas e os testes de controlo, apesar de limitados, permitiram suportar,


com uma garantia moderada, as conclusões e recomendações formuladas.

Como linhas de investigação futura, sugerimos o aprofundamento desta natureza de trabalhos, quer
através de uma maior extensão dos testes de controlo, quer mesmo de procedimentos substantivos,
completando, deste modo, o trabalho de auditoria.

Bibliografia

42
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Anexos

44
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