Você está na página 1de 3

Universidade São Tomás de Moçambique

Faculdade de Ética, Ciências Humanas e Jurídicas

Licenciatura em Direito

Disciplina: Sociologia do Direito

Docente: Maurício Adriano

Discente: Carlos Manuel Diniz

REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO

RESUMO CAPITULO I e II

Para Durkheim, existe um grupo determinado de fenómenos em todas as sociedades que se


distinguem dos caracteres que as ciências da natureza estudam. Fatos que funcionam
independentes do uso que que o autor faz deles, portanto, estes factos são feitos, mas são
percebidos pela educação, essas que são, maneiras de agir, pensar e sentir que apresentam essa
notável propriedade de existirem fora das consciências individuais. Esta questão que é exterior
ao individuo.

Esses factos também são doptados de uma força imperativa: se impõem ao indivíduo,
independente de sua vontade. Ainda que se possa libertar destas regras, para o fazer envolve lutar
contra elas. Segundo o autor, facto social é uma maneira de agir, pensar e sentir exteriores ao
indivíduo, e que são dotados de um poder de coerção, em virtude do qual estes factos se impõem
à ele. Diferem-se, portanto, tanto de fenômenos orgânicos como de psíquicos.

Para Durkheim os factos sociais devem ser tratados como coisas, e não como a ideia que se faz
deles. Esta opinião tinha por objetivo credibilizar o estudo das ciências sociais, que até então
sofriam críticas por seu método de estudo ser considerado como falho e incapaz de produzir
resultados concretos.
Os factos se distinguem naqueles que podem ser caracterizados como normais ou patológicos,
porém o estudo da ciência social é incapaz de fazer tal julgamento de valor. Resultados são
apenas a conclusão do raciocínio metodológico da pesquisa, porém é possível encontrar um
critério objetivo em que a ciência encontre nos fatos algo que permita distinguir a saúde da
doença.

Essa distinção é mostrada através de uma analogia com a dor. A saúde é a perfeita adaptação do
organismo ao meio e a doença como tudo que a perturba. Durkheim classifica os factos como
sendo gerais ou normais aqueles que se aplicam a todos ou a grande maioria dos indivíduos de
forma duradoura e como excepcionais ou patológicos aqueles que se aplicam a menor parte dos
indivíduos e nem sempre de forma duradoura.

Sociologia tem por objecto o estudo do tipo normal. Sociólogo tem a necessidade de sentir que
pode aprender com os fatos que são objectivos. O autor crê que o estudo do método sociológico
requer a utilização de espécies ou tipos sociais. Segundo Durkheim esses tipos sociais
encontram-se reunidos de maneira como o estudo científico requer em sua metodologia para
produzir resultados satisfatórios.

O autor diz que é preciso, desfazer-se dos factos vulgares que são meramente demonstrativos e
que podem colocar em xeque a confiabilidade dos resultados obtido. O autor justifica ainda o uso
de tipos no estudo das ciências sociais por alegar que estes tipos existem no meio social pelas
mesmas razões que as espécies existem no meio biológico. Para Durkheim, explicar a utilidade
de um fato social não o definia e nem a sua origem. Ele propõe que o facto social seja explicado
pela pesquisa da causa eficiente que este fato produz e a função que cumpre. Ao invés de buscar
a causa dos fatos sociais nos fins ou na função que ele desempenha, se deve buscar entre os fatos
sociais antecedentes. Por outro lado, “a função de um fato social deve sempre ser buscada na
relação que ele mantém com algum fim social”.

No segundo capítulo, aborda que considerar os factos sociais como coisas. Homem vive em meio
a coisas sobre as quais formula uma opinião. Há uma crítica ao método dedutivo, segundo o qual
os fatos seriam secundários (diz que esse método não poderia gerar resultados objetivos). Noções
e conceitos não são os substitutos das coisas. Tal ciência não possui matéria de que se alimentar.
Ideal de ciência de Durkheim com finalidades práticas: remédios sociais. Os homens constituem
opiniões frente aos objetos que os rodeiam mesmo antes do surgimento das ciências, são dessas
pré-noções de que nos servimos para a prática cotidiana. "Sentimos sua resistência quando
buscamos libertar-nos delas. Mas a sociologia tem tratado não de coisas, mas de conceitos.
Crítica à noção de evolução de Comte, em que cada sociedade estaria colocada em uma linha
geométrica: parece-se mais com uma árvore com suas ramificações e galhos.

O método preconiza, então, que se não temos, no presente estágio da sociologia, uma definição
precisa dos conceitos, que não os utilizemos, até que estejam cientificamente constituídos. Da
mesma maneira que a física tem como objecto os corpos, e não a ideia que se faz deles.

Factos sociais tem mais natural e imediatamente a característica de coisa: direito existe nos
códigos, dados se inscrevem no estatístico: tendem a se construir fora da consciência, visto que
as dominam. Sociologia com vantagem sobre a psicologia: embora os fatos sejam mais
complexos são mais facilmente apreensíveis.

Necessidade de regras metodológicas: a) È preciso descartar sistematicamente todas as pré-


noções: Não pode utilizar conceitos fora da ciência. Dificuldade: sentimento sempre se
intromete, influenciando à maneira como concebemos as coisas. Os sentimentos são, eles
mesmos, suscetíveis de estudos sociológicos. b) Primeiro procedimento: deve exprimir os
fenômenos em função de propriedades que lhe são inerentes. São essas propriedades tudo o que
sabemos do real, determinam a maneira como fato deve ser agrupado. Modo como os factos são
agrupados depende da natureza das coisas. Necessidade de construir novos conceitos utilizando
uma terminologia especial: o conceito vulgar serve de indicador, embora por ser grosseiramente
formado difira do científico. É a falta de método que faz com que observadores crêem nos
selvagens sem qualquer moralidade: partem da idéia de que nossa moral é a moral. Ciência deve
partir da sensação, e não de conceitos que se formam sem ela, devido ao fato de ser pela
sensação que nos é dado o exterior das coisas. Exprimir as coisas como elas são, não por sua
utilidade: ponto de partida da ciência não poderia ser outro, senão o vulgar, prático. c) Sensação
é falsamente objetiva: mais objetivos de serem representados quanto mais separados dos fatos
individuais que os manifestam. Realidade social pode, sem deixar de ser ela mesma, se cristalizar
para que o sociólogo a estude: hábitos colectivos exprimem-se por formas definidas, regras
jurídicas, ditos populares.

Você também pode gostar