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INSTITUTO POLITÉCNICO SUMAYYA

CV5-GRH

Gestão de Recursos Humanos

MÓDULO: APLICAR TÉCNICAS DE LIDERANÇA

DESCREVER E DEMONSTRAR A ESPECIALIDADE DA LIDERANÇA NA


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Discente:

1. Silvério António Machisso

Docente: Dr. ª Luísa Inglês

Maputo, Junho de 2023


Índice
I. Introdução..................................................................................................................1
II. Objectivos...............................................................................................................2
1. Geral...........................................................................................................................2
2. Específicos.................................................................................................................2
III. Enquadramento Teórico.........................................................................................2
1. O Poder.......................................................................................................................2
2. Administração............................................................................................................3
3. Instituição Pública......................................................................................................4
4. Dirigente Político.......................................................................................................5
IV O ETUDO DE CASO..................................................................................................5
1. Apresentação da instituição........................................................................................5
1.2. Atribuições da Autoridade Tributaria.....................................................................6
1.3. Objectivos da Autoridade Tributaria......................................................................6
1.4. Missão.....................................................................................................................6
1.5. Visão.......................................................................................................................7
1.6. Valores....................................................................................................................7
V. DESENVOLVIMENTO...............................................................................................7
1. A Relação de poder dentro da organização conjugado com o interesse político junto
com os funcionários...........................................................................................................7
2. Actuação dos líderes no processo de liderança da Administração Pública................8
3. Influência dos Dirigentes Políticos no processo de Administração das Instituições
Públicas............................................................................................................................10
4. Análise do processo de atribuição de cargos de chefias assim como o processo de
mudança de carreira dentro das organizações públicas (critérios usados para atribuição
de cargo de chefia, o limite do exercício do cargo de chefia).........................................11
4.1. O Limite do exercício de cargo de chefia.............................................................12
4.2. Mudança de Carreira............................................................................................13
VI. Considerações Finais.................................................................................................15
VII. Bibliografia..............................................................................................................17
I. Introdução

A liderança na administração pública é uma especialidade que requer habilidades


específicas para gerir com eficácia os recursos, tomar decisões estratégicas e motivar as
equipes para alcançar os objetivos organizacionais.

A liderança nesse contexto envolve a capacidade de influenciar e inspirar os


funcionários, lidar com desafios complexos e promover uma cultura de ética e serviço
público.

Portanto no presente relatório, iremos fazer um diagnóstico entre as relações de poder e


de interesses que se estabelecem entre os dirigentes políticos e funcionários no decurso
do trabalho numa instituição pública e analisam os contornos dessa relação entre eles e a
sociedade civil.

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II. Objectivos
1. Geral
 Descrever e demonstrar a especialidade da liderança na administração pública;
2. Específicos
 Diagnosticar a relação de poder dentro das organizações públicas, conjugado o
interesse político junto com os funcionários;
 Actuação dos líderes no processo de administração;
 Influência dos dirigentes políticos no processo de administração das instituições
públicas;
 Analisar o processo de atribuição de cargos de chefias assim como o processo de
mudança de carreira dentro das instituições públicas.

III. Enquadramento Teórico


1. O Poder

O poder dentro de uma organização se refere à capacidade de influenciar e controlar o


comportamento, as decisões e as ações dos membros da organização. O poder é uma
parte fundamental da dinâmica organizacional e está presente em diferentes níveis e
formas.

Existem várias perspectivas teóricas sobre o poder nas organizações. Aqui estão
algumas das principais abordagens:

Abordagem de poder coercitivo: Nessa abordagem, o poder é baseado na capacidade


de impor punições ou sanções negativas. Pessoas ou posições que têm autoridade formal
ou controle sobre recursos escassos podem exercer poder coercitivo sobre os outros.

Abordagem de poder de recompensa: Nessa abordagem, o poder é baseado na


capacidade de oferecer recompensas ou incentivos aos outros. Pessoas ou posições que
têm controle sobre recursos valiosos, como promoções, aumentos salariais ou
oportunidades de desenvolvimento, podem exercer poder de recompensa.

Abordagem de poder legítimo: Nessa abordagem, o poder é baseado na autoridade


formal concedida a uma posição ou cargo dentro da organização. Pessoas em posições
de autoridade, como gerentes ou líderes, têm poder legítimo para tomar decisões e dar
ordens, e esperam que os outros obedeçam a elas.
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Abordagem de poder de especialização: Nessa abordagem, o poder é baseado no
conhecimento especializado ou nas habilidades únicas que uma pessoa possui.
Indivíduos com conhecimentos técnicos ou habilidades especializadas que são
valorizadas na organização podem exercer poder de especialização.

Abordagem de poder de referência: Nessa abordagem, o poder é baseado na


admiração, respeito e identificação dos outros com uma pessoa. Líderes carismáticos ou
influentes, por exemplo, podem exercer poder de referência porque os membros da
organização desejam se associar a eles ou segui-los.

2. Administração

Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos de


uma organização para alcançar os objetivos estabelecidos de forma eficiente e eficaz. É
uma disciplina que envolve o gerenciamento e a coordenação de pessoas, recursos
materiais, financeiros e informações dentro de uma organização, seja ela uma empresa,
uma instituição governamental, uma organização sem fins lucrativos ou qualquer outra
entidade.

A administração desempenha um papel fundamental na condução e na coordenação das


atividades organizacionais. Vejamos cada uma das funções da administração:

Planejamento: Envolve estabelecer metas e objetivos organizacionais, identificar os


melhores cursos de ação para alcançá-los e desenvolver planos detalhados para orientar
as atividades futuras da organização.

Organização: Consiste em definir a estrutura organizacional, atribuir responsabilidades,


agrupar tarefas e recursos e estabelecer sistemas de comunicação e coordenação para
garantir que as atividades sejam realizadas de maneira eficiente.

Direção: Refere-se ao processo de influenciar e motivar as pessoas dentro da


organização para que trabalhem em direção aos objetivos estabelecidos. Isso inclui
liderar, orientar, treinar e desenvolver as equipes, bem como tomar decisões e resolver
conflitos.

Controle: Consiste em monitorar o desempenho organizacional, comparando os


resultados alcançados com os objetivos estabelecidos e tomando medidas corretivas
quando necessário. O controle ajuda a garantir que a organização esteja progredindo na
direção certa e que os recursos estejam sendo utilizados de maneira eficiente.
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3. Instituição Pública

Instituições públicas são organizações ou entidades que operam no setor público e são
responsáveis por fornecer serviços públicos e promover o bem-estar da sociedade como
um todo. Essas instituições são estabelecidas pelo Estado ou pelo governo, e sua
principal função é atender às necessidades coletivas e promover o interesse público.

As instituições públicas podem abranger uma ampla gama de áreas e setores, como
educação, saúde, segurança, justiça, transporte, meio ambiente, cultura, entre outros.
Alguns exemplos comuns de instituições públicas incluem:

Administração Pública: Inclui ministérios, secretarias, autarquias, agências


governamentais e outros órgãos responsáveis pela formulação e implementação de
políticas públicas, gestão de recursos e prestação de serviços públicos.

Educação: Compreende instituições de ensino público, como escolas primárias,


secundárias e universidades públicas, que oferecem educação gratuita ou subsidiada
pelo Estado.

Saúde: Engloba hospitais públicos, centros de saúde, clínicas e outros estabelecimentos


de saúde financiados pelo governo, que visam fornecer serviços de saúde acessíveis à
população.

Segurança Pública: Inclui instituições como polícia, bombeiros e forças armadas, que
são responsáveis por manter a ordem, proteger os cidadãos e garantir a segurança da
sociedade.

Justiça: Compreende os tribunais, promotorias e órgãos relacionados que garantem a


aplicação da lei, a resolução de conflitos e a administração da justiça.

Transporte: Engloba instituições responsáveis pela gestão e operação de infraestruturas


de transporte público, como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

Meio Ambiente: Inclui instituições encarregadas de proteger e conservar o meio


ambiente, como agências ambientais, parques nacionais e áreas de conservação.

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Essas são apenas algumas das muitas instituições públicas existentes, e suas estruturas e
funções podem variar de acordo com cada país e sistema político. O objetivo principal
das instituições públicas é servir ao interesse público, promover o bem-estar da
sociedade e fornecer serviços essenciais para a população.

4. Dirigente Político

Um dirigente político é uma pessoa que ocupa uma posição de liderança e


responsabilidade em um contexto político. Esses líderes são eleitos, nomeados ou
escolhidos para representar e governar uma entidade política, como um país, estado,
cidade ou região.

Os dirigentes políticos exercem poder e autoridade para tomar decisões políticas,


implementar políticas públicas e representar os interesses do povo que governam. Suas
responsabilidades e funções podem variar dependendo da posição que ocupam e do
sistema político em que atuam. Alguns exemplos de dirigentes políticos incluem:

Presidente: O líder executivo de um país, responsável por liderar o governo, tomar


decisões políticas, representar o país internacionalmente e ser o chefe de Estado.

Primeiro-Ministro: O chefe de governo em um sistema parlamentarista, responsável por


liderar o executivo e coordenar a implementação das políticas governamentais.

Governador: O líder executivo de um estado ou província, responsável por governar a


unidade subnacional, implementar políticas estaduais e representar o governo central na
região.

Prefeito: O líder executivo de uma cidade ou município, responsável por administrar a


cidade, tomar decisões locais e representar os interesses dos cidadãos.

IV O ETUDO DE CASO
1. Apresentação da instituição

De acordo com o artigo 4 da lei 1/2006 de 22 de Março, A Autoridade Tributaria é um


órgão do Aparelho do Estado com autonomia administrativa, tutelado pelo Ministro que
superintende a área das Finanças.

A Autoridade Tributária foi criada em 2006, através da lei 1/2006 de 22 de Março. A


sua criação visava, essencialmente, agregar duas instituições autónomas, mas que se
complementavam: a Direcção Geral de Impostos e a Direcção Geral das Alfândegas.
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Além dessas direcções, a Autoridade Tributaria conta com outros órgãos,
nomeadamente: Conselho Superior Tributário; o Presidente da Autoridade Tributária; o
Conselho Directivo, a Direcção Geral dos Serviços Comuns; o Gabinete do Controlo
Interno; e, O Gabinete do Planeamento, Estudos e Cooperação Internacional.

Segundo a alínea 2, artigo 13, do Decreto 9/2010 de 15 de Abril, a estrutura a nível


central integra, ainda, o Gabinete de Comunicação Interna e o Gabinete do Presidente,
que equiparam-se a Direcções de Serviço.

De acordo com o Diploma Ministerial 213/2010 de 01 de Dezembro, no que se refere ao


quadro do pessoal a Autoridade Tributaria conta com cerca de 4.900 funcionários, de
diferentes categorias, espalhados por todo o território nacional.

Desse número, 468 ocupam cargos de Chefia e de Direcção e os restantes 4432 exercem
as diferentes carreiras profissionais da instituição.

1.2. Atribuições da Autoridade Tributaria


 Executar a política tributária e aduaneira, dirigindo e controlando o funcionamento
dos seus serviços;
 Planificar e controlar as suas actividades e os sistemas de informação;
 Formar e qualificar os recursos humanos;
 Elaborar estudos e apoiar na concepção das políticas tributária e aduaneira;
 Proceder a fiscalização e controlo aduaneiros das entradas e saídas de bens, meios
de transporte e pessoas ligadas a esses bens ou meios de transporte, no território
aduaneiro do país;
 Prevenir, combater e reprimir a fraude e infracções aduaneiras e fiscais, fraude
cambial na parte cometida às Alfândegas, comércio externo não autorizado e o
tráfico ilícito de drogas, estupefacientes, substâncias psicotrópicas, armas, objectos
de arte, antiguidades e de outros bens proibidos ou protegidos por lei.

1.3. Objectivos da Autoridade Tributaria

A Autoridade Tributaria tem como objectivos assegurar a eficácia, a eficiência e a


equidade na aplicação das políticas tributária e aduaneira, garantindo uma maior
comodidade para os contribuintes no cumprimento das obrigações fiscais e criando uma
maior capacidade de detecção sobre o incumprimento e evasão fiscais.

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1.4. Missão

Arrecadar receitas, de forma justa e transparente, para o financiamento da despesa


pública e proteger a economia e a sociedade.

1.5. Visão

Ser referência internacional na arrecadação de receitas e prestação de serviços


tributários.

1.6. Valores

✓ Legalidade;

✓ Eficiência;

✓ Integridade.

V. DESENVOLVIMENTO
1. A Relação de poder dentro da organização conjugado com o interesse político
junto com os funcionários

A relação de poder dentro das organizações públicas moçambicanas muitas vezes está
intrinsecamente ligada ao interesse político e pode ter impactos significativos nos
funcionários e no funcionamento da administração pública. Aqui estão alguns pontos
relevantes a considerar:

Nomeação política: Em Moçambique, as nomeações para cargos de liderança dentro da


administração pública muitas vezes estão sujeitas a influências políticas. Isso significa
que a lealdade política e a filiação partidária podem influenciar a seleção de
funcionários para cargos de destaque. Essas nomeações políticas podem levar a uma
hierarquia de poder baseada em afiliações partidárias e lealdades pessoais, em vez de
competência técnica.

Nepotismo e favoritismo: Em alguns casos, a relação de poder pode ser caracterizada


por práticas de nepotismo e favoritismo. Isso significa que parentes ou indivíduos
próximos a líderes políticos podem receber tratamento preferencial, como acesso a
cargos e benefícios, independentemente de sua competência ou qualificação.

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Influência política nas decisões: A influência política pode afetar as decisões tomadas
dentro da administração pública. Isso pode incluir a alocação de recursos, a formulação
de políticas e a implementação de programas. Os interesses políticos podem desviar as
prioridades e influenciar a tomada de decisões, muitas vezes em detrimento do interesse
público e da eficiência administrativa.

Pressões políticas sobre funcionários: Os funcionários públicos podem enfrentar


pressões políticas para agir de acordo com as agendas e interesses políticos. Isso pode
incluir a promoção de certas políticas ou ações, mesmo que não sejam as mais
adequadas ou eficazes. Aqueles que resistem a essas pressões podem enfrentar
consequências, como transferências, rebaixamentos ou até mesmo demissões.

Limitação da autonomia dos funcionários: A influência política pode limitar a


autonomia dos funcionários públicos em tomar decisões com base na sua experiência e
conhecimento técnico. Aqueles que buscam agir de forma imparcial e profissional
podem encontrar obstáculos para implementar mudanças necessárias ou enfrentar
resistência política.

É importante destacar que essas dinâmicas não são exclusivas de Moçambique e podem
ocorrer em diferentes contextos. No entanto, para promover uma administração pública
eficiente e responsável, é fundamental fortalecer a imparcialidade, a meritocracia, a
transparência e a prestação de contas. Isso pode ser alcançado através de reformas
institucionais, políticas de recursos humanos baseadas em mérito e a promoção de uma
cultura de ética e integridade dentro da administração pública.

2. Actuação dos líderes no processo de liderança da Administração Pública

A atuação dos líderes no processo de administração pública em Moçambique


desempenha um papel crucial na promoção do desenvolvimento do país, na
implementação de políticas públicas e na prestação de serviços essenciais à população.
Aqui estão alguns aspectos-chave da atuação dos líderes na administração pública
moçambicana:

Definição de visão e estratégia: Os líderes devem estabelecer uma visão clara e definir
estratégias para orientar o desenvolvimento do país. Eles devem identificar as

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prioridades nacionais, estabelecer metas realistas e desenvolver planos de ação para
alcançá-las.

Liderança ética e responsável: Os líderes devem agir com integridade, transparência e


responsabilidade na gestão dos recursos públicos. Eles devem promover uma cultura de
ética e combate à corrupção, garantindo que os recursos sejam utilizados de forma
eficiente e em benefício da população.

Fortalecimento das instituições: Os líderes devem trabalhar para fortalecer as


instituições públicas, promovendo a capacitação dos funcionários, a melhoria dos
processos administrativos e a aplicação de boas práticas de governança. Isso inclui a
promoção da meritocracia, o estabelecimento de mecanismos de prestação de contas e o
respeito pelo Estado de Direito.

Participação cidadã e inclusão: Os líderes devem buscar ativamente a participação dos


cidadãos no processo de tomada de decisão e na formulação de políticas públicas. Eles
devem garantir a inclusão de diferentes grupos sociais, ouvindo e considerando as
necessidades e perspectivas de todos os setores da sociedade.

Desenvolvimento de recursos humanos: Os líderes devem investir no


desenvolvimento e capacitação dos recursos humanos na administração pública. Isso
envolve a formação contínua dos funcionários, o recrutamento com base no mérito, a
valorização do conhecimento técnico e a promoção de uma cultura de excelência no
serviço público.

Monitoramento e avaliação: Os líderes devem estabelecer sistemas eficazes de


monitoramento e avaliação para acompanhar o progresso na implementação das
políticas públicas e garantir a eficiência e eficácia dos programas governamentais. Isso
envolve a coleta de dados, a análise de resultados e a utilização dessas informações para
tomar decisões informadas e corrigir eventuais desvios.

É importante destacar que a atuação dos líderes na administração pública em


Moçambique deve ser guiada pelos princípios de justiça social, equidade e promoção do
bem-estar da população. Os líderes têm a responsabilidade de servir ao interesse público
e trabalhar para o desenvolvimento sustentável do país.

Papel dos Atores

Etapas Formulação

9
Formulaçã
Identificação e
o de Tomada de Implementaç
institucionalizaç Avaliação
soluções e decisão ão
ão do problema
ações
Reações,
julgamentos
Valores; Elaboração Encontrar
sobre os
acontecimentos; e avaliação uma Execução,
Atividad efeitos,
interesses; de resposta. coalização gestão, efeitos
es medição,
demandas e Seleção de majoritária, concretos
avaliação,
agenda pública critérios legitimação
proposta de
reajuste.
Mídia,
especialistas
Parlamentos ,
Partidos, , administraç
Parlamento,
movimentos associações, Administração ão pública,
presidente,
sociais, administraç pública, responsávei
ministros,
Atores associações, ão pública, ONGs, s políticos,
governadore
mídia, organizaçõe empresas organizaçõe
s, prefeitos,
administração s políticas e privadas. s políticas e
etc.
pública, ONGs, et sociais, sociais,
ONGs, etc. associações
destinatários
, ONGs

3. Influência dos Dirigentes Políticos no processo de Administração das


Instituições Públicas

A influência dos dirigentes políticos no processo de administração pública em


Moçambique é significativa e abrange várias áreas. Aqui estão alguns aspectos-chave da
influência dos dirigentes políticos na administração pública do país:

Formulação de políticas públicas: Os dirigentes políticos são responsáveis por definir


as políticas públicas que guiam a administração pública. Eles estabelecem as prioridades
nacionais, determinam os objetivos a serem alcançados e definem as estratégias para
implementar essas políticas. Através da sua liderança, os dirigentes políticos moldam a
agenda governamental e direcionam os recursos para áreas específicas.

Nomeação e gestão de cargos públicos: Os dirigentes políticos têm a autoridade para


nomear e gerir os cargos públicos de liderança na administração. Eles selecionam
ministros, secretários permanentes e outros funcionários de alto escalão, que
desempenham papéis-chave na implementação das políticas públicas. A escolha desses
líderes influencia a direção e o desempenho da administração pública.

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Definição de prioridades e alocação de recursos: Os dirigentes políticos determinam
as prioridades de gastos e a alocação de recursos públicos. Eles têm o poder de definir
quanto investimento será destinado a diferentes setores, como saúde, educação,
infraestrutura e desenvolvimento econômico. Essas decisões impactam diretamente os
serviços prestados à população e a qualidade de vida dos cidadãos.

Supervisão e monitoramento da administração pública: Os dirigentes políticos são


responsáveis por supervisionar e monitorar a administração pública. Eles devem
garantir que as políticas sejam implementadas de acordo com os objetivos estabelecidos
e que os recursos sejam utilizados de maneira eficiente e transparente. Isso inclui o
estabelecimento de mecanismos de prestação de contas e o combate à corrupção e à má
gestão dos recursos públicos.

Tomada de decisões estratégicas: Os dirigentes políticos tomam decisões estratégicas


que moldam a administração pública e orientam o desenvolvimento do país. Eles
enfrentam desafios políticos, econômicos e sociais e devem tomar decisões informadas
para promover o crescimento, a estabilidade e o bem-estar da população.

Engajamento com a sociedade civil e outros atores: Os dirigentes políticos


desempenham um papel crucial no engajamento com a sociedade civil, o setor privado e
outros atores relevantes. Eles devem promover a participação cidadã, ouvir as
necessidades e demandas da população e colaborar com diferentes partes interessadas
na busca de soluções para os desafios enfrentados pelo país.

É importante ressaltar que a influência dos dirigentes políticos na administração pública


deve ser exercida de forma responsável e em consonância com os princípios de boa
governança, transparência, prestação de contas e respeito pelos direitos humanos. O
foco deve ser no interesse público e no desenvolvimento sustentável de Moçambique.

4. Análise do processo de atribuição de cargos de chefias assim como o processo


de mudança de carreira dentro das organizações públicas (critérios usados
para atribuição de cargo de chefia, o limite do exercício do cargo de chefia)

O processo de atribuição de cargos de chefia em Moçambique pode variar dependendo


da instituição e do setor em questão. No entanto, em geral, há algumas etapas comuns
envolvidas nesse processo. Aqui estão as principais etapas que podem ser observadas:

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Identificação da necessidade do cargo de chefia: A primeira etapa é a identificação da
necessidade de um cargo de chefia na instituição. Isso ocorre quando há uma demanda
por liderança em uma determinada área ou unidade organizacional.

Elaboração de perfil e requisitos: Com base nas necessidades da instituição, é


elaborado um perfil de competências e requisitos necessários para o cargo de chefia.
Isso pode incluir formação acadêmica, experiência profissional, habilidades de liderança
e conhecimento técnico específico relacionado à área de atuação.

Divulgação e recrutamento: O cargo de chefia é divulgado internamente e/ou


externamente, dependendo das políticas e práticas da instituição. Pode ser anunciado
por meio de publicações internas, websites institucionais, anúncios de emprego ou
outros meios de comunicação relevantes. Os interessados podem enviar suas
candidaturas conforme as instruções fornecidas.

Análise e seleção de candidatos: Após o período de recrutamento, as candidaturas são


analisadas e avaliadas com base nos critérios estabelecidos no perfil do cargo. Isso pode
incluir a análise de currículos, entrevistas, testes práticos, referências e avaliação de
competências específicas.

Entrevistas e avaliação: Os candidatos pré-selecionados passam por entrevistas e


outros processos de avaliação. As entrevistas podem ser realizadas por uma comissão de
seleção que inclui membros da instituição, especialistas na área e/ou representantes de
outras entidades relevantes.

Decisão final e nomeação: Com base na análise das candidaturas e nas avaliações
realizadas, é tomada uma decisão final sobre a nomeação do candidato mais adequado
para o cargo de chefia. A nomeação é formalizada através de um processo
administrativo que inclui a emissão de uma carta de nomeação e outros documentos
legais.

É importante destacar que, em alguns casos, especialmente em níveis mais altos de


liderança, a nomeação para cargos de chefia pode envolver processos políticos e
decisões que estão além das etapas formais descritas acima. Nepotismo e favoritismo
podem ocorrer em detrimento de critérios objetivos de seleção.

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Para promover a transparência, a imparcialidade e a meritocracia na atribuição de
cargos de chefia, é fundamental que as instituições públicas sigam procedimentos claros
e consistentes, baseados em critérios de seleção objetivos e avaliações rigorosas. O
fortalecimento das políticas de recursos humanos e a adoção de práticas de gestão de
talentos podem contribuir para um processo mais eficaz e justo de atribuição de cargos
de chefia em Moçambique.

4.1. O Limite do exercício de cargo de chefia

O exercício do cargo de chefia em Moçambique não possui um limite de tempo


específico definido por lei. No entanto, existem algumas considerações práticas e
princípios de boa governança que podem influenciar a duração do mandato de um chefe
ou gestor em uma determinada posição.

Em geral, espera-se que os cargos de chefia sejam exercidos com eficiência, eficácia e
responsabilidade. Isso implica em garantir a continuidade da liderança, ao mesmo
tempo em que se promove a renovação e a diversidade de perspectivas dentro da
administração pública.

Algumas organizações podem ter políticas internas que estabelecem limites de tempo
para o exercício de cargos de chefia, visando a promoção da rotatividade e a
oportunidade de desenvolvimento de outros profissionais. Essas políticas podem incluir
a realização de processos de seleção periódicos para as posições de chefia, permitindo a
entrada de novos líderes e a promoção da sucessão.

Além disso, o contexto político e as mudanças de governo também podem influenciar a


permanência de chefes ou gestores em suas posições. Com a mudança de liderança
política, é comum que novos nomeados sejam escolhidos para ocupar cargos de chefia,
de acordo com a visão e as prioridades da nova administração.

É importante lembrar que a estabilidade e a continuidade da liderança são importantes


para garantir a implementação de políticas públicas e a execução eficiente dos
programas. Por outro lado, a renovação e a diversificação da liderança também são
fundamentais para promover a inovação, a adaptação às mudanças e a inclusão de
diferentes perspectivas.

Portanto, embora não exista um limite de tempo definido por lei para o exercício de
cargos de chefia em Moçambique, é desejável que haja um equilíbrio entre a

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estabilidade e a renovação, de modo a garantir uma administração pública eficiente,
responsável e capaz de responder aos desafios do país.

4.2. Mudança de Carreira

O processo de mudança de carreira na administração pública de Moçambique pode


envolver várias etapas e requisitos. Aqui estão os passos comuns que geralmente são
seguidos:

Identificação da nova área de interesse: O primeiro passo é identificar a área de


interesse para a mudança de carreira na administração pública. Isso pode ser feito
através da autoavaliação de habilidades, interesses e metas profissionais.

Pesquisa e análise da área desejada: Realize uma pesquisa sobre a área desejada e
entenda os requisitos, competências e responsabilidades envolvidas. Analise se a
mudança é viável e alinhada com seus objetivos profissionais.

Identificação de oportunidades: Procure por oportunidades disponíveis na nova área


de interesse. Isso pode envolver a análise de concursos públicos, processos seletivos
internos, programas de formação ou outras formas de acesso à nova carreira.

Avaliação de requisitos e qualificações: Verifique os requisitos e qualificações


necessárias para ingressar na nova área. Isso pode incluir formação acadêmica
específica, experiência profissional relevante, certificações ou habilidades técnicas.

Atualização de qualificações: Caso necessário, busque atualizar suas qualificações


para atender aos requisitos da nova área. Isso pode ser feito através da realização de
cursos, treinamentos, programas de capacitação ou obtenção de certificações relevantes.

Aplicação e participação em processos seletivos: Envie sua candidatura para as


oportunidades identificadas na nova área de interesse. Isso pode envolver a preparação
de um currículo atualizado, carta de apresentação e outros documentos exigidos.
Participe de entrevistas e avaliações conforme necessário.

Acompanhamento e feedback: Acompanhe o progresso do processo seletivo e solicite


feedback em caso de não ser selecionado. Isso pode ajudar a identificar áreas de
melhoria e ajustes para futuras oportunidades.

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Adaptação e desenvolvimento contínuo: Uma vez que a mudança de carreira seja
bem-sucedida, busque se adaptar à nova função, adquirindo conhecimentos específicos
da área e desenvolvendo habilidades necessárias. Esteja aberto a aprender com colegas e
buscar oportunidades de desenvolvimento profissional.

É importante ressaltar que a disponibilidade de oportunidades de mudança de carreira


pode variar e depende das políticas, estruturas e necessidades específicas da
administração pública de Moçambique. Além disso, a mudança de carreira pode exigir
esforço, dedicação e planejamento adequado para ser bem-sucedida.

VI. Considerações Finais


É importante notar que o poder nas organizações pode ser exercido de maneira legítima
e construtiva, visando ao bem-estar da organização e dos seus membros. No entanto,
também pode ser usado de maneira abusiva ou manipulativa, prejudicando a
organização e as pessoas envolvidas.

O entendimento do poder dentro de uma organização é essencial para a gestão eficaz, a


liderança ética e o desenvolvimento de um ambiente de trabalho saudável. Um
equilíbrio adequado de poder, com transparência, responsabilidade e participação dos
membros, pode contribuir para o crescimento e o sucesso da organização.

A administração também envolve outras atividades, como gestão de recursos humanos,


gestão financeira, gestão de operações, gestão da qualidade, gestão de projetos e gestão
da inovação. Além disso, a administração está constantemente lidando com o ambiente
externo, como fatores econômicos, políticos, sociais e tecnológicos, adaptando-se a
mudanças e identificando oportunidades.

No geral, a administração desempenha um papel crucial na organização, fornecendo


direção, coordenação e controle para garantir que os recursos sejam utilizados de forma
eficiente e eficaz, e que os objetivos da organização sejam alcançados. É uma disciplina
ampla e multidisciplinar, que requer habilidades em liderança, tomada de decisão,
comunicação, resolução de problemas e gestão de pessoas.

Os dirigentes políticos são responsáveis por formular e implementar políticas públicas,


tomar decisões importantes em nome da população, liderar suas equipes de governo e
responder às demandas e necessidades da sociedade. Eles devem ser capazes de

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articular uma visão política, negociar e tomar decisões em um ambiente complexo e
muitas vezes desafiador.

A atuação dos dirigentes políticos tem um impacto significativo na vida dos cidadãos,
no desenvolvimento econômico, na justiça social e no bem-estar geral da população. Por
isso, espera-se que esses líderes sejam éticos, transparentes e responsáveis em suas
ações e decisões, agindo em benefício do interesse público e da sociedade como um
todo.

Os líderes na administração pública devem demonstrar competências em diversas áreas,


tais como:

Visão estratégica: Os líderes devem ter uma visão clara do futuro da organização e
desenvolver estratégias para alcançar os objetivos estabelecidos. Eles devem ser capazes
de antecipar tendências e desafios, e tomar decisões com base em uma análise sólida e
considerando o bem comum.

Habilidades de comunicação: A capacidade de se comunicar efetivamente é essencial


para os líderes na administração pública. Eles devem ser capazes de transmitir
informações de forma clara e concisa, ouvir ativamente as preocupações e perspectivas
dos funcionários e estabelecer um diálogo aberto com as partes interessadas.

Gestão de equipes: Os líderes devem ser capazes de construir e gerir equipes eficazes.
Isso envolve motivar e inspirar os funcionários, delegar responsabilidades, fornecer
orientação e feedback construtivo, reconhecer e valorizar o trabalho da equipe e
promover um ambiente de trabalho colaborativo.

Tomada de decisão ética: Os líderes na administração pública devem demonstrar


integridade e tomar decisões éticas, considerando o interesse público e respeitando os
princípios de transparência, imparcialidade e responsabilidade. Eles devem enfrentar
dilemas éticos e agir de acordo com os valores e normas estabelecidos.

Gerenciamento de mudanças: A administração pública está sujeita a mudanças


constantes, e os líderes devem ser capazes de liderar e gerenciar processos de mudança

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de forma eficaz. Isso requer habilidades em planejamento, comunicação, gestão de
resistências e capacidade de adaptação.

Em conclusão, a especialidade de liderança na administração pública é essencial para


promover a eficiência, a transparência e o cumprimento dos objetivos organizacionais.
Os líderes nesse contexto desempenham um papel fundamental na gestão de recursos,
na tomada de decisões estratégicas e na motivação das equipes. Eles devem demonstrar
habilidades em visão estratégica, comunicação, gestão de equipes, tomada de decisão
ética e gerenciamento de mudanças. Através dessas competências, os líderes podem
desempenhar um papel crucial na construção de uma administração pública responsável,
eficiente e orientada para o interesse público.

VII. Bibliografia
Gestão de Recursos Humanos na Administração Pública em Moçambique, Agostinho
Levieque, 1ª edição, Julho 2011.

Ressources Humaines, Jean-Marie Peretti, 3ª edicao, Lisboa, Outubro 2001.

Gerir Recursos Humanos é Gerir Mudanças, Agostinho Levieque, 2007.

Tolfo, Suzana da Rosa (2004). Liderança: Da Teoria dos Traços ao Coach. In:
BITENCOURT, Cláudio (Org). Gestão Contemporânea de Pessoas: Novas Práticas,
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