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e a “teoria da
rotulação”
ESEM – 2021
3º ANO
SOCIOLOGIA
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A Escola de Chicago, marcada pelo
interacionismo simbólico, pelo pragmatismo e
pela sociologia de Georg Simmel, enfatiza o
aspecto “micro” e “interacionista” da vida social;
quer dizer, diferentemente, por exemplo, de
autores como Durkheim e Bourdieu, os autores da
Escola de Chicago acreditam que as pessoas
não são pré-determinadas por estruturas e
esquemas gerais e coercitivos, mas, pelo
contrário, estão continuamente engajadas nas
definições dos termos das situações nas quais
estão inseridas.
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Isso significa dizer que as regras que
orientam as condutas e os sentidos das
ações estão sempre e a todo momento
sendo objeto de disputa pelos agentes
sociais; a “realidade”, assim, está sempre
“sob negociação” e é resultado das
interações dos indivíduos e dos significados
por eles atribuídos às coisas, situações e
pessoas.
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“As regras sociais, longe de serem
fixas e imutáveis, são continuamente
reconstruídas em cada situação,
para que se ajustem à conveniência,
à vontade e à posição de poder de
vários participantes” (BECKER, 2008,
p. 192).
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Não há, portanto, “estrutura social” anterior,
exterior e superior que explica as interações; ao
contrário, as estruturas sociais são sempre
provisórias e resultantes das micro-interações
entre os indivíduos. Assim, a ordem ou a
estrutura não aparecem como princípio
explicativo, constituindo-se naquilo que deve
ser explicado por meio da análise das
interações dos indivíduos.
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✓ ÍNDICE
1 – O desvio é resultado de um processo social de
formação de regras e de rotulação das pessoas que
as infringem como desviantes.
necessariamente (universalmente ou
essencialmente) desviante.
Isso significa dizer que é parte
constitutiva do que chamamos de
desvio (ou comportamento desviante)
o processo de constituição de regras e
de rotulação das pessoas que as
infringem como desviantes.
Isso diferencia Becker, por exemplo, de teorias que entendem o desvio de maneira
exclusivamente estatística – seria desviante tudo o que foge à média estatística
padrão (Durkheim); o diferencia, também, de teorias que patologizam o indivíduo
desviante – por exemplo quando “o comportamento de um homossexual ou de
um viciado em drogas é visto como o sintoma de uma doença mental, tal como a
difícil cicatrização dos machucados de um diabético é vista como um sintoma de
sua doença” (BECKER, 2008, p. 19); ou quando o uso da maconha é visto como
“entrega desenfreada a um prazer perverso” ou como uma “implacável
compulsão psíquica para tranquilizar conflitos interiores” (idem, p. 200).
“O desvio não é uma qualidade simples, presente em alguns
tipos de comportamento e ausente em outros. É antes o
produto de um processo que envolve reações de outras
pessoas ao comportamento. O mesmo ato pode ser uma
infração das regras num momento e não em outro; pode ser
uma infração quando cometido por uma pessoa, mas não
quando cometido por outra; algumas regras são infringidas
com impunidade, outras não. Em suma, se um determinado ato
é desviante ou não, depende em parte da natureza do ato
(isto é, se ele viola ou não alguma regra) e em parte do que
outras pessoas fazem acerca dele” (idem, p. 26).
“O desvio não é uma qualidade que reside no
próprio comportamento, mas na interação entre
a pessoa que comete um ato e aqueles que
reagem a ele” (idem, p. 27).
https://www.youtube.com
/watch?v=HYg5JYC6_8c
12/10/2021
“Um tipo de caso ainda mais interessante é encontrado no outro extremo, o desvio
secreto. Aqui, um ato impróprio é cometido, mas ninguém o percebe ou reage a
ele como uma violação das regras. Como no caso da falsa acusação, ninguém
sabe realmente em que medida o fenômeno realmente existe, mas estou
convencido de que a quantidade é bastante grande, muito mais do que
pensamos. Uma breve observação me convence de que isso é verdade. A maioria
das pessoas vê o fetichismo sadomasoquista como uma perversão rara e exótica.
Vários anos atrás, no entanto, tive ocasião de examinar o catálogo de um
vendedor de fotografias pornográficas destinadas exclusivamente a devotos dessa
especialidade (...)
Cada página servia de amostra para nada menos que 120 fotos estocadas pelo
vendedor. Um cálculo rápido revelou que o catálogo anunciava para venda
imediata entre 15 e 20 mil diferentes fotografias. O próprio catálogo era
dispendiosamente impresso, e esse fato, ao lado do número de fotos à venda,
indicava que o vendedor tinha um negócio florescente e uma clientela bem
grande. No entanto, não topamos com sadomasoquistas a toda hora.
Obviamente, eles são capazes de manter-se em segredo” (idem, p. 32-3).
Trailer:
https://www.youtube.com/w
atch?v=m7DTTRDuLh4
2.1
As carreiras desviantes, as
subculturas desviantes e a Vamos ler o texto de apoio!
profecia autorrealizadora.
Exemplos de “carreiras desviantes”, “(sub)culturas desviantes”
e “profecia autorrealizadora”:
CULTURA
BALLROOM
Trailler → https://www.youtube.com/watch?v=e_gHbMfsgP4
trailler →
https://www.youtube.com/watch?v=RZ1qVu976wM
VOCÊ ENCONTRA O TEXTO AQUI:
https://www.ibdsex.org.br/collec
tion/estudos-sobre-diversidade-
sexual-e-de-genero-atualidades-
temas-objetos/
trailler →
https://www.youtube.com/watch?v=HxahJR71wJY
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=hF05_CB81c0
Link do doc. → https://www.youtube.com/watch?v=rjan_Yd0C5g&t=31s
Karim Aïnouz
(1966-)
1993
1997
Os álbuns dos Racionais são interessantes, dentre outras coisas, porque
expressam as vozes e o universo das periferias do Brasil. As vozes do ladrão,
do traficante, do egresso do sistema prisional, do usuário de drogas, do
jovem que busca ascender por meio dos estudos, da mãe que, sozinha, é
chefe de família, do pastor evangélico, da mãe de santo, do jovem atraído
pelos encantos da sociedade de consumo e acossado pela violência
policial etc. etc.
“FUNK PROIBIDÃO”: exemplo de subcultura
desviante [faixa de gaza]
Tese disponível na
plataforma
Entrevista interessante
Link → https://www.youtube.com/watch?v=K6kRpsoqeC8
4 OS EMPREENDEDORES MORAIS
“Em que medida e em que circunstâncias pessoas tentam impor suas regras a
outros que não as aprovam? (...) À medida que um grupo tenta impor suas
regras a outros na sociedade, somos colocados em face da seguinte questão:
quem, de fato, obriga outros a aceitar suas regras e quais são as causas de seu
sucesso? Esta é, claro, uma questão de poder político e econômico. →
(...) As pessoas estão sempre, de fato, impondo suas regras a outras, aplicando-
as mais ou menos contra a vontade e sem o consentimento desses outros (...)
Diferenças na capacidade de fazer regras e aplica-las a outras pessoas são
essencialmente diferenciais de poder (seja legal ou extralegal). Aqueles grupos
cuja posição social lhes dá armas e poder são mais capazes de impor suas
regras. Distinções de idade, sexo, etnicidade e classe estão todas relacionadas
a diferenças em poder, o que explica diferenças no grau em que grupos assim
distinguidos podem fazer regras para outros” (idem, p. 29-30).
“As consequências mais obvias de uma cruzada moral
bem-sucedida é a criação de um novo conjunto de
regras, com o que é gerado um novo conjunto de
agências de imposições e de funcionários. Por vezes,
claro, agências existentes assumem a administração
da nova regra, mas na maior parte das vezes se produz
um novo conjunto de impositores de regras. A
imposição da Lei Harrison pressagiou a criação da
Agência Federal de Narcóticos, assim como a
aprovação da 18ª Emenda levou à formação de
agências policiais encarregadas de aplicar a Lei Seca.
→
Com o estabelecimento de organização de
impositores, a cruzada torna-se institucionalizada. O
que começou como uma campanha para convencer
o mundo da necessidade moral de uma regra torna-se
finalmente uma organização dedicada à sua
imposição (...) O resultado final da cruzada moral é
uma força policial” (idem, p.160).
CAMPANHAS ou CRUZADAS MORAIS
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