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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema do Trabalho
Procedimentos e requisitos de contratação na Função Pública em
Moçambique

Nome e Código do Estudante


Tatiana Pedro Rocha Massamba 708191990

Curso: Administração Pública.


Disciplina: Planificação de Bens e
Serviços Públicos
Ano de Frequência: 4º
Docente: Francisco E. Simbine

Tete, Julho de 2022

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 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice

I. Introdução..................................................................................................................................... 1
1.1. Objectivos ............................................................................................................................. 2
1.1.1. Objectivo geral .............................................................................................................. 2
1.1.2. Objectivos específicos ................................................................................................... 2
1.3. Metodologia .......................................................................................................................... 2
2. Concurso ...................................................................................................................................... 3
2.1. Regimes Jurídicos de Contratação Pública ........................................................................... 3
2.1.1. Regime Geral ................................................................................................................. 3
2.1.2. Regime Especial ............................................................................................................ 4
2.1.3. Regime Excepcional ...................................................................................................... 4
2.2. Critérios de Decisão de Concurso para Concessão .............................................................. 5
2.3. Dos Contratos - Regras Aplicáveis ....................................................................................... 5
2.4. Modificação e Cessação dos Contratos ................................................................................ 6
2.5. Entidade instauradora do processo de contratação ............................................................... 6
2.6. Atribuições dos intervenientes ............................................................................................. 7
2.6.1. Atribuições da Autoridade Competente ........................................................................ 7
2.6.2. Competências das Unidades Gestoras Executoras das Aquisições ............................... 8
2.6.3. Competências do Júri................................................................................................... 10
2.7. Documentos do procedimento administrativo de contratação ............................................ 10
2.7.1. Qualificação Económico-Financeira ........................................................................... 10
2.7.2. Qualificação Jurídica ................................................................................................... 11
2.7.3. Qualificação Técnica ................................................................................................... 12
2.7.4. Regularidade Fiscal ..................................................................................................... 12
3. Conclusão .................................................................................................................................. 13
4. Referencias bibliográficas ......................................................................................................... 14

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I. Introdução

O regime jurídico da Contratação Pública Moçambicana (Public Procurement) encontra-se


regulado pelo Decreto n. 5/2016 de 08 de Março, que aprovou o designado “Regulamento de
Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de serviços ao
Estado” (doravante “Regulamento”).

A aprovação deste Regulamento pelo Governo de Moçambique visa tratar, de forma unitária e
sistemática, as matérias mais relevantes no âmbito da Contratação Pública, e representa sobretudo
um esforço claro de tornar as regras de Contratação Pública mais adequadas às exigências do
mercado do Public Procurement, quer ao nível nacional, quer ao nível internacional.

O Regulamento define as principais regras aplicáveis à contratação de empreitada de obras


públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços ao Estado, nestas se incluindo os serviços
de consultoria e atribuição de concessões.
O Regulamento consagra os tradicionais princípios de Direito Público norteadores da actuação da
Administração Pública, a qual deve sempre actuar de acordo com os princípios da legalidade,
finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, prossecução do interesse público, transparência,
igualdade e publicidade, (Acis, 2011).
O Regulamento aplica-se a todos os órgãos e instituições do Estado e é extensível aos escalões
mais baixos que tiverem uma tabela orçamental para executar, incluindo as Autarquias e
Empresas do Estado (neste caso, todas aquelas em que o Estado tiver uma participação de 100%).
Em termos formais, todos os documentos inerentes à contratação devem ser redigidos em língua
portuguesa, podendo, no entanto, a Entidade Contratante determinar a divulgação simultânea
noutra língua, prevalecendo porém sempre a versão em língua portuguesa.
Às contratações que tenham por objecto, simultaneamente, uma empreitada de obras públicas, um
fornecimento de bens e uma prestação de serviços e locação, aplica-se o regime do Regulamento
que estiver previsto para a parte do objecto do contrato que tenha maior expressão económica.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

 Compreender o procedimento e requisitos de contratação na função publica em Mocambique

1.1.2. Objectivos específicos

 Identificar a entidade instauradora do processo de contratação;


 Referir as atribuições dos intervenientes
 Apresentar os documentos do procedimento administrativo de contratação

1.3. Metodologia

A metodologia utilizada na realização do presente trabalho foi a pesquisa bibliográfica, visto que
a pesquisa bibliográfica utiliza material já publicado, constituído basicamente de livros, artigos e
informações disponibilizadas na internet (Silva, 2011).

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2. Concurso
Acção de entrar em concorrência com outros por pretender alguma coisa; exame, prova:
apresentar-se a um concurso. Trata-se de um processo selectivo que visa avaliar candidatos que
pleiteiam um cargo efetivo de uma entidade pública, nas esferas municipal, estadual e nacional.

Outra função importante do concurso é evitar que pessoas, em especial políticos, com posição
privilegiada na sociedade, forneçam empregos públicos para familiares, parentes ou amigos. Ou
seja, é um processo que respeita os princípios da igualdade e da isonomia.

Spinola (2010) define o Concurso Público como a modalidade de contratação na qual podem
intervir todo e qualquer participante interessado, desde que reúna os requisitos estabelecidos nos
Documentos do Concurso.

2.1. Regimes Jurídicos de Contratação Pública


O Regulamento prevê três regimes jurídicos de contratação distintos, a saber: o Regime Geral; o
Regime Especial; e o Regime Excepcional.

2.1.1. Regime Geral


O Regime Geral para a contratação de empreitada de obras públicas, fornecimento de bens e de
prestação de serviços ao Estado é o “Concurso Público”.
O Concurso Público é a modalidade de contratação na qual pode intervir todo e qualquer
participante interessado, desde que reúna os requisitos estabelecidos nos Documentos do
Concurso.
O Concurso Público processa-se de acordo com um encadeamento lógico de fases. As fases do
processo são as seguintes: (i) Preparação; (ii) Lançamento; (iii) Apresentação e abertura de
propostas e documentos de qualificação; (iv) Avaliação das propostas e documentos de
qualificação; (v) Saneamento; (vi) Classificação; (vii) Recomendação do Júri; (viii) Decisão; (ix)
Reclamação e recurso; (x) Adjudicação.
Os Documentos do Concurso podem exigir, como condição de aceitabilidade da proposta, a
prestação de garantias. As referidas garantias podem ser definitivas ou provisórias, e o seu valor
encontra limites máximos estipulados no Regulamento. Serão, normalmente, aceites pela
Entidade Contratante as seguintes formas de garantia: (i) garantia bancária; (ii) caução em

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dinheiro; (iii) cheque visado; (iv) títulos de divida publica; e (v) seguro-garantia. Porém, os
Documentos do Concurso podem prever outras formas de garantia.
A proposta de preços deve ser apresentada em moeda nacional, o Metical, salvo nos casos
excepcionais previstos nos Documentos de Concurso.

2.1.2. Regime Especial


Por contraposição ao Regime Geral (Concurso Público), temos o designado Regime Especial, que
permite à Entidade Contratante adoptar normas distintas das definidas pelo Regulamento.
Para Spinola (2010), as normas especiais devem constar no Anúncio e dos Documentos de
Concurso, e são admissíveis nos casos em que a Entidade Contratante pretenda:
• Proceder a uma contratação no âmbito de um Tratado ou acordo internacional entre
Moçambique e outro Estado ou organização internacional, que exija a adopção de um regime
especial, ou;
• Proceder a uma contratação no âmbito de projectos financiados, com recursos provenientes de
uma agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral, sempre que a
adopção de normas distintas seja uma condição do respectivo acordo ou contrato.

2.1.3. Regime Excepcional


Por último, existe ainda o Regime Excepcional, o qual permite, com fundamento no “Interesse
Público”, que sejam escolhidos pela Entidade Pública Contratante qualquer um dos seguintes
procedimentos pré-contratuais:
• Concurso com Prévia Qualificação;
• Concurso Limitado;
• Concurso em Duas Etapas;
• Concurso por Lances; e
• Ajuste Directo.
Importa referir que as contratações feitas ao abrigo do Regime Excepcional regem-se,
subsidiariamente, pelas normas do Concurso Público previstas no Regulamento.

Importa referir que as contratações feitas ao abrigo do Regime Excepcional regem-se,


subsidiariamente, pelas normas do Concurso Público previstas no Regulamento.

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2.2. Critérios de Decisão de Concurso para Concessão

A decisão de Concurso para a concessão de obras ou prestação de serviços públicos pode ser
adoptada, observando, isolada ou conjuntamente, os seguintes critérios:
• Maior oferta de preço pela outorga;
• Menor tarifa ou preço a ser praticado junto dos utilizadores;
• Melhor qualidade dos serviços ou dos bens postos à disposição do público; e
• Melhor atendimento e satisfação da procura.

2.3. Dos Contratos - Regras Aplicáveis

Os contratos regulados no Regulamento têm natureza administrativa, com as implicações legais


daí decorrentes. Ou seja, a execução dos contratos de empreitada de obras públicas, fornecimento
de bens e prestação de serviços celebrados por órgãos e instituições do Estado regulam-se pela
Secção IX do Regulamento, pelas cláusulas de tais contrato e pelas normas gerais de Direito
Público, aplicando-se-lhes os princípios da teoria geral dos contratos e, supletivamente, as
disposições de direito privado, Spinola (2010).
Os contratos previstos no Regulamento serão reduzidos a escrito e deverão obedecer aos modelos
constantes dos Documentos de Concurso, os quais deverão, obrigatoriamente, ser submetidos a
fiscalização prévia do Tribunal Administrativo, num prazo de 5 dias após a sua celebração.
Em virtude da natureza administrativa dos Contratos em causa, o Regulamento prevê certas
cláusulas, designadas de essenciais, tais como (i) a Identificação das partes; (ii) Objecto do
contrato; (iii) Datas de inicio e termo; (iv) Garantias; (v) termos e condições de Pagamento; (vi)
Estimativa do Encargo total; (vii) Sanções aplicáveis; (viii) Foro judicial ou outro, para resolução
de litígios; (ix) Cláusula anti-corrupção; e (x) Outras condições que as partes considerem
essenciais à boa execução do contrato.
Importante do ponto de vista do investidor/concorrente estrangeiro é a hipótese da inclusão de
uma cláusula que preveja a adopção de arbitragem independente para a solução de conflitos
resultantes da interpretação e execução do contrato, a ser realizada em Moçambique e em língua
portuguesa (com observância da legislação especifica sobre a matéria).
A Entidade Contratante deve exigir, quando previsto nos Documentos de Concurso, que a
Contratada preste garantia definitiva, adequada ao bom e pontual cumprimento das suas
obrigações; sendo que a sua apresentação é condição prévia de celebração do contrato, não sendo,
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pois, permitido o pagamento de adiantamento sem apresentação de garantia no mesmo valor -
salvo raras excepções previstas no Regulamento e sujeitas a determinados pressupostos de
admissibilidade, Spinola (2010).

2.4. Modificação e Cessação dos Contratos

Os contratos regidos pelo Regulamento apenas podem ser modificados ou alterados mediante
fundamentação e por apostilha, quando haja a necessidade de alteração (i) do projecto ou
especificações; (ii) do valor contratual; (iii) do regime de execução da obra ou prestação de
serviço ou do modo de fornecimento de bens; (iv) das condições de pagamento.
A lei moçambicana prevê a hipótese de uma alteração ou modificação unilateral das condições
iniciais do contrato Assim, a Entidade Contratada fica obrigada a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, bens ou serviços, até 25% do
valor inicial do contrato, (Acis, 2011).
No mesmo Regulamento são estabelecidos, os fundamentos com os quais a Entidade Contratante
e a Contratada poderão, livremente, rescindir de forma unilateral o contrato. A parte que pretenda
rescindir unilateralmente o contrato (com base num ou mais fundamentos) deve notificar a outra
parte da sua intenção de rescisão indicando, com precisão, as causas e respectiva fundamentação.
A parte notificada - num prazo não superior a trinta dias - deverá afastar as causas que lhe são
imputadas, findo o qual poderá a parte notificante rescindir unilateralmente o contrato com base
nos fundamentos constantes da notificação.
O referido Regulamento estabelece de forma clara e precisa as consequências da rescisão
unilateral na óptica da Entidade Contratante, bem como da Contratada.
Uma nota ainda relativa à obrigação de submeter estes contratos ao visto do Tribunal
Administrativo.

2.5. Entidade instauradora do processo de contratação

Segundo o Decreto n.º 5/2016 de 8 de Março a entidade instauradora da contração so pode


contratar se tiver cabimento orçamental, no correspondente exercício econômico. O
procedimento de contratacao deve ser instaurado pela Unidade Gestora Executora das
Aquisicoes, através da abertura do respectivo processo administrativo, devidamente autuado,
numerado e contendo a autorização escrita da Autoridade Competente para a sua realização.

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2.6. Atribuições dos intervenientes

2.6.1. Atribuições da Autoridade Competente


Segundo o Decreto n.º 5/2016 de 8 de Março são atribuições da Autoridade competente, em
representação da Entidade Contratante, mediante proposta devidamente fundamentada da
respectiva Unidade Gestora Executora das Aquisições:
 Indicar o interesse publico especifico a ser prosseguido;
 Definir de forma precisa, suficiente e clara, o objeto da contratação;
 Determinar a estimativa do preço da obra, bens ou serviços a contratar;
 Definir a modalidade de contratação a ser adoptada;
 Dispensar, nos termos previstos, os requisitos de qualificação;
 Declarar que os encargos estimados, que decorrerão do contrato tem cobertura orçamental
em verba legalmente aplicável, cativa para o efeito;
 Aprovar e fazer divulgar os Documentos de Concurso, o Anuncio de Concurso e/ou o
convite para manifestação de interesse;
 Designar os membros do Júri e indicar o respectivo Presidente;
 Prestar esclarecimento aos concorrentes;
 Processar e instruir reclamações contra os actos do Júri;
 Justificar e a adopção do critério de decisão, quando não for o de Menos Preço Avaliado;
 Adjudicar o objeto da contratação ao concorrente vencedor ou, quando for o caso,
promover a declaração de cancelamento ou invalidade do concurso;
 Observar os requisitos para celebração do contrato e convocar o concorrente vencedor
para o celebrar;
 Aprovar o escalonamento plurianual dos encargos, associado ao respectivo
enquadramento orçamental, quando os compromissos decorrentes da contratação
envolverem despesas em mais de um ano econômico;

A autoridade competente deve indicar funcionários e/ou agentes do Estado da respectiva Unidade
Gestora Executora das Aquisições, de acordo com os perfis definidos para o efeito, e comunicar a
Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições. No exercício das suas atribuições, a
Autoridade Competente deve observar os princípios de independência, imparcialidade e isenção.

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2.6.2. Competências das Unidades Gestoras Executoras das Aquisições
Segundo o Decreto n.º 5/2016 de 8 de Março, Compete às Unidades Gestoras Executoras das
Aquisições, dentre outras, as seguintes:
 Efectuar o levantamento das necessidades de contratação, em coordenação com as outras
áreas da Entidade Contratante;
 Elaborar, realizar e manter actualizado o plano de contratações de cada exercício
económico;
 Elaborar os Documentos de Concurso;
 Elaborar o Anúncio de Concurso;
 Coordenar o processo de elaboração de Especificações Técnicas e/ou Termos de
Referência;
 Prover a planificação, gestão e execução dos processos de contratação e comunicar a
Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições;
 Receber e processar as reclamações e os recursos interpostos e zelar pelo cumprimento
dos procedimentos de contratação;
 Informar a Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições as reclamações e recursos
interpostos;
 Assegurar a preparação, gestão e execução dos contratos até à recepção de obras, bens ou
serviços;
 Apoiar e orientar as demais áreas da Entidade Contratante na elaboração e utilização do
Catálogo contendo as especificações técnicas e outros documentos pertinentes a
contratação;
 Prestar assistência ao Júri e zelar pelo cumprimento de todos os procedimentos
pertinentes;
 Submeter a documentação de contratação ao Tribunal Administrativo;
 Prestar a necessária colaboração aos órgãos de controlo interno e externo, na realização de
inspecções e auditorias;
 Apoiar a Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições em matérias técnicas sectoriais
da sua competência;

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 Administrar os contratos e zelar pelo cumprimento de todos os procedimentos, incluindo
os inerentes à recepção do objecto do Contrato;
 Zelar pela adequada guarda dos documentos de cada contratação;
 Propor à Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições a realização de acções de
formação;
 Propor à Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições a emissão ou actualização de
normas de contratação pública;
 Propor à Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições a emissão ou actualização de
manuais de procedimentos;
 Informar à Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições sobre situações ocorridas de
práticas anti-éticas e actos ilícitos ocorridos;
 Encaminhar à Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições os dados e informações
necessários à constituição, manutenção e actualização de estudos estatísticos sobre
contratação pública;
 Manter adequada informação sobre o cumprimento de Contratos bem como actuação da
Contratada e informar a Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições o que for
pertinente;
 Responder pela manutenção e actualização do Cadastro Único, em conformidade com as
instruções;
 Propor à Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições a inclusão no Cadastro de
impedidos de contratar com o Estado;
 Apoiar a Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições no que for necessário ao
cumprimento do Regulamento;
As Unidades Gestoras Executoras das Aquisições subordinam-se directamente à Autoridade
Competente. No exercício das suas competências, as Unidades Gestoras Executoras das
Aquisições estão sujeitas à fiscalização e super-visão técnica da Unidade Funcional de
Supervisão das Aquisições.

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2.6.3. Competências do Júri
São competências do Júri:
 Receber da Entidade Contratante, as propostas dos concorrentes e proceder à sua
abertura;
 Solicitar esclarecimentos aos concorrentes, em nome da Entidade Contratante, durante a
avaliação das propostas;
 Propor à Entidade Contratante a consulta a técnicos e especialistas, quando necessário;
 Propor à Entidade Contratante a lista curta, nos concursos com Prévia Qualificação, em
Duas Etapas e para a contratação de serviços de consultoria;
 Propor alterações nas propostas técnicas iniciais, no concurso em Duas Etapas;
 Verificar os requisitos de qualificação dos concorrentes, avaliar, desclassificar,
classificar as propostas e reco-mendar a Adjudicação;
 Deliberar em reunião reservada com a participação da maioria dos seus membros
presentes; e
 Elaborar e remeter o relatório de avaliação à Autoridade Competente, devidamente
fundamentado quanto às razões de facto e de direito que justifiquem a classificação,
desclassificação e recomendação de Adjudicação.
As deliberações do Júri devem ser registadas em acta devidamente assinada, dela constando a
fundamentação de classificação, desclassificação e recomendação da decisão, havendo voto
vencido de algum membro do Júri, tal facto deve ser registado indicando as razões da
discordância. É vedado aos membros do Júri delegar as suas competências. No exercício das suas
competências os membros do Júri devem observar os princípios de independência,
imparcialidade e isenção (Decreto n.º 5/2016 de 8 de Março).

2.7. Documentos do procedimento administrativo de contratação


2.7.1. Qualificação Económico-Financeira
A qualificação económico-financeira afere-se pela apresentação dos seguintes documentos:
a) No caso de pessoa singular, declaração periódica de rendimentos; e
b) No caso de pessoa colectiva:
i. Declaração periódica de rendimentos;
ii. Declaração de informação contabilística fiscal; e
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iii. Declaração de que não há pedido de falência ou concordata.
Os Documentos de Concurso podem ainda exigir que o concorrente tenha:
a) Facturação em actividades similares ao objecto da contratação;
b) Facturação média anual nos três (3) últimos exercícios fiscais de valor igual ou
superior ao valor fixado nos Documentos de Concurso, limitado entre uma (1) a três (3)
vezes o valor estimado das obras, bens ou serviços objecto da contratação;
c) Capital social não inferior ao montante fixado nos Documentos de Concurso ou
património líquido no último exercício fiscal, não devendo, ser superior a dois por cento
(2%) do valor estimado das obras, dos bens ou serviços objecto da contratação; e
d) Confirmação de facilidades de acesso a créditos nos montantes especificados nos
Documentos de Concurso.
Sem prejuízo dos procedimentos estabelecidos em legislação específica no caso de concurso para
concessão, o capital social ou património líquido estabelecido nos Documentos de Concurso
levará em consideração a soma dos encargos económico-financeiros que a concessionária deve
suportar nos três (3) primeiros anos de vigência da concessão, de acordo com o orçamento
elaborado pela Entidade Concedente, incluindo o valor do preço pela outorga da concessão
durante o mesmo período, se houver. O percentual a ser adoptado em relação ao número anterior
será determinado por despacho conjunto dos Ministros que superintendem as áreas de tutela
beneficiárias do objecto da contratação e das Finanças (Decreto n.º 5/2016 de 8 de Março).

2.7.2. Qualificação Jurídica


A qualificação jurídica afere-se pela apresentação dos seguintes documentos:
a) Declaração do concorrente de que não se encontra em qualquer das situações previstas no
artigo anterior;
b) No caso de pessoas singulares, formulário devidamente preenchido, acompanhado de
fotocópia autenticada do documento de identificação; e
c) No caso de pessoas colectivas, formulário devidamente preenchido, acompanhado de
certidão de registo comercial ou documento equivalente.
Sempre que aplicável, deverão ser apresentados documentos comprovativos do preenchimento de
outros requisitos estabelecidos em legislação específica para o desempenho da actividade objecto
de contratação, definidas nos Documentos de Concurso.
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2.7.3. Qualificação Técnica
Segundo o Decreto n.º 5/2016 de 8 de Março, a Qualificação Técnica afere-se pela apresentação
dos seguintes documentos:
a) Certidão emitida por pessoa de direito público ou privado, comprovativa do registo ou
inscrição em actividade profissional compatível com o objecto da contratação;
b) Declaração do concorrente comprovativa das instalações e equipamentos adequados e
disponíveis para a execução do objecto da contratação, com indicação de todos os dados
necessários à sua verificação;
c) Declaração do concorrente comprovativa da equipa profissional e técnica disponível
para execução do objecto da contratação, acompanhada dos respec-tivos currículos;
d) Declaração emitida por pessoa de direito público ou privado comprovativa de que o
concorrente adquiriu experiência em actividades com características técnicas similares às
do objecto da contratação, com indicação dos dados necessários à sua verificação; e)
Certificado de habilitações literárias e profissionais dos responsáveis pela execução do
objecto do contrato, se for o caso;
f) Certificado de qualidade emitido por pessoa de direito público ou privado, nacional ou
estrangeira, ou declaração de compromisso da empresa de adopção do sistema de
qualidade, homologada pela instituição responsável pela normalização e qualidade; e
g) Alvará ou documento equivalente.
2.7.4. Regularidade Fiscal
Segundo o Decreto n.º 5/2016 de 8 de Março, a Regularidade Fiscal do concorrente afere-se
pela apresen-tação dos seguintes documentos:
a) Certidão válida de quitação emitida pela Administração Fiscal;
b) Declaração válida emitida pela instituição responsável pelo sistema nacional de segurança
social; e
c) Documento válido emitido pelo Instituto Nacional de Estatística que comprove que a empresa
presta informação regular, nos termos da legislação estatística vigente.

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3. Conclusão

Normalmente, as aquisições públicas são efetuadas com recurso a contratos, o instrumento


utilizado pelo setor público para adquirir bens e serviços no setor privado, Spinola (2010), tendo
ocorrido, ao longo das últimas décadas, um aumento excecional “em dimensão e relevância, tanto
jurídica, como económica e social” da utilização dos contratos pela Administração “à escala
europeia e global” (Eiglier e Langeard, 1991, pág. 110). De facto, a Administração Pública
recorre cada vez mais a particulares para prosseguir o interesse público, acordando com estes os
termos para essa prossecução (Gronroos, 2003, pág. 51). Porém, o Estado Moçambicano
encontra-se obrigado pela CRM a prestar os serviços públicos relacionados com a satisfação de
direitos fundamentais dos cidadãos, sendo a cooperação entre os setores público e privado, para a
prestação desses serviços, condicionada ao acautelamento de um “conteúdo mínimo” de serviço
público (Acis, 2011, pág. 173). A autonomia pública contratual e a liberdade de organização da
Administração.

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4. Referencias bibliográficas

Acis. O. (2011). Quadro Legal para a Contratação de Empreitada de Obras Públicas,


Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado em Moçambique. (2ª ed.). Maputo.

Bateson, J. & Hoffman, K. (2003). Princípios de Marketing de serviços, 2a ed. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning.

Decreto nº. 5/2016, de 8 de Março, aprova o Regulamento de Contratações Públicas.

Gronroos, C. (2003). Marketing: Gerenciamento e Serviços, (2ª ed.). Rio de Janeiro: Elsevier.

Kotler, P.(2003). Marketing de A a Z: 80 conceitos que o profissional precisa saber. Rio de


Janeiro: Campos.

Martínez, S. (1998). Economia Política, (8ª ed.). Coimbra: Almedina.

Spinola, M. (2010). Contratação publica em Moçambique. PLMJ.

Saias, L.(2007). Marketing de Serviços: Qualidade e Fidelização de Clientes. Lisboa:


Universidade Católica Editora.
Sandroni, P. (2011). Novíssimo Dicionário de Economia. São Paulo: Best Seller.

Silva, R. K. (2011). Manual de metodologia científica do USJ. Centro Universitário Municipal de


São José.
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