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Tema do Trabalho
Análise do cumprimento de prazos de guarda de documentos em
Moçambique: Estudo de caso do INAR e FAA
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Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
Exploração dos
2.0
dados
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
I. Introdução ................................................................................................................................ 1
2.4. A prática arquivística moçambicana e seus contornos na organização dos arquivos ........... 7
3. Conclusão .................................................................................................................................. 11
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I. Introdução
Tendo em vista estimular o debate sobre a necessidade de estruturação da área dos arquivos em
Moçambique enquanto um campo profissional, esta pesquisa procura analisar os Métodos de Gestão
de Documentos e Informações nas Instituições Publicas em Moçambique, tendo em conta o
desafio na organização da área, em um país que não conta com instituições arquivistas públicas nem
serviços arquivísticos na estrutura do Estado. Sob este aspecto, Jardim, define a instituição
arquivística como “o órgão responsável pela gestão, recolhimento, preservação e acesso dos
documentos gerados pela administração pública, nos seus diferentes níveis de organização” (Jardim,
2011, p. 4). E considerando as instituições arquivísticas públicas como uma categoria operacional em
sua pesquisa, o mesmo autor define-as como sendo “aquelas organizações cuja atividade-fim é a
gestão, recolhimento, preservação e acesso de documentos produzidos por uma dada esfera
governamental” (Jardim, 2011, p. 7), interpretando o Arquivo Nacional, os arquivos estaduais e os
arquivos municipais. Entretanto, Jardim diferencia instituições arquivísticas de serviços arquivísticos,
definindo estes como aqueles referentes “às unidades administrativas incumbidas de funções
arquivísticas nos diversos órgãos da administração pública, no âmbito dos quais se configuram como
atividades-meio” (Jardim, 2011, p. 7).
1.1.Contextualização
Nos últimos anos, a gestão de documentos e arquivo nas organizações, torna-se um desafio para
todos. Havendo neste caso a necessidade de cada empresa/ instituição estar preparada para
qualquer alteração a sua configuração. E se não se prestar atenção a esta tendência generalizada
pela imposição das novas exigências para a concorrência no mercado, poderá afectar
negativamente o desenvolvimento de uma organização, Leitão (2010).
Portanto, trata-se de um desafio de maior apreensão na Administração Pública e pela presunção
de um sentimento de frustração em alguns funcionários e cidadãos que solicitando os bons
serviços nas Instituições, a resposta tem sido desastrosa, aguarda, quem recebeu o teu documento
não está ou faz outro documento porque o anterior não se localiza.
A gestão documental e a protecção especial de documentos e arquivos são da responsabilidade do
Governo, enquanto instrumento chave de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento
científico e como elementos de prova e informação.
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Ao longo das últimas décadas, a gestão de documentos e arquivos nas instituições do Estado não
acompanhou a rápida evolução e introdução das novas tecnologias que, actualmente, são usadas
em muitos países do Mundo.
1.2.Objectivos
1.3. Metodologia
A metodologia utilizada na realização do presente trabalho foi a pesquisa bibliográfica, visto que
a pesquisa bibliográfica utiliza material já publicado, constituído basicamente de livros, artigos e
informações disponibilizadas na internet (Silva, 2011).
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2. Gestão documental
Para António (2008) o termo Gestão Documental tem vindo a ser usado para referir as aplicações
informáticas orientadas para a gestão das tarefas relacionadas com o tratamento dos documentos
administrativos, como seja o expediente e arquivo quer se trate dos documentos externos ou
internos de utilização frequente (arquivo corrente) ou de acesso esporádico (arquivo intermédio).
Segundo Leitão (2010) gestão documental é uma expressão muito em voga nos dias de hoje,
mormente associada ás aplicações informáticas que se oferecem no mercado das novas TIC como
soluções de gestão de correspondência e expediente administrativo. Todavia, quando falamos de
gestão documental ou gestão de documentos em rigor, estamos a falar necessariamente de
arquivística ou de gestão de sistemas de informação e não apenas dos documentos na fase de
produção.
Segundo Almeida (2018) o surgimento da gestão de documentos foi uma resposta ao aumento do
fluxo informacional, principalmente após a II Guerra Mundial, acarretando um volume
imensurável de novos documentos. Almeida (2018, p. 32) “O aumento da população, por sua vez,
provocou a expansão das atividades do governo, e essa expansão afetou a produção de
documentos”. Uma vez que se aplicaram métodos tecnológicos modernos no preparo de
documentos, o volume destes, nas últimas décadas, atingiu um índice de progressão antes
geométrica que aritmética.
Segundo Moreira (2017) a gestão documental possui um papel estratégico para as organizações,
uma vez que permite aos serviços que a informação que pretendem e que criam sejam fornecidos
com sucesso. A melhoria e facilidade de acesso, a eficiência e rapidez nos fluxos informacionais
são aspetos positivos que um Sistema de Gestão de Documentos (SGD) consegue responder, pois
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o tempo de pesquisa de documentos diminui, bem como o tempo de resposta, garantindo que o
documento recuperado é o correto. Como resultado, a comunicação entre os colaboradores e os
clientes é instantânea, fidedigna e relevante, pois os documentos estarão acessíveis apenas aos
colaboradores que tenham permissão para os visualizar, facilitando também a tomada de decisão.
Segundo Silva (2016) a gestão de documentos tem por objectivo controlar o documento
arquivístico desde o momento de sua produção até a sua destinação final, visando à eliminação
ou o recolhimento do documento para a guarda permanente. A fase permanente é quando o
documento passa para a custódia de uma instituição arquivística ou de preservação, em virtude do
seu valor histórico, cultural e de pesquisa.
Fazem parte dos objectivos da gestão de documentos no entender de Rodrigues (2006) os seguintes:
assegurar de forma eficiente, a produção, administração, manutenção e destinação de documentos;
garantir que a informação governamental esteja disponível quando e onde seja necessária ao governo
e aos cidadãos; assegurar a eliminação dos documentos que não tenham valor administrativo, fiscal,
legal ou para pesquisa científica e contribuir para o acesso e preservação dos documentos que
merecem guarda permanente pelo seu valor informativo.
Paes (2004, p. 54) descreve a primeira fase, a produção, enquanto um ato de “elaboração dos
documentos essenciais em decorrência das atividades de um órgão ou setor”, inserindo-a numa
visão tanto de optimização da criação dos documentos estritamente necessários ao processo
administrativo como de evitar a produção daqueles documentos não essenciais, com vista a
diminuir o volume de documentos a serem manuseados, controlados, armazenados e eliminados,
e a garantir o uso adequado dos recursos de reprografia e automação (Indolfo, 1995).
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A fase de utilização refere-se ao fluxo percorrido pelos documentos, necessário ao cumprimento
de sua função administrativa, assim como sua guarda após cessar seu trâmite. Esta fase envolve
métodos de controle relacionados às atividades de protocolo e às técnicas específicas para
classificação, organização e elaboração de instrumentos de recuperação de informação (Indolfo.,
1995).
Esta fase, portanto, se dá numa perspectiva, também, de desenvolvimento da gestão de arquivos
correntes e intermediários e de implantação de sistemas de informação gerencial, sendo um
momento indicado para a realização da classificação no seu sentido que designa o agrupamento
de documentos, de acordo com os assuntos que ostentam.
A realização de todas as atividades previstas nas três fases da gestão de documentos se efetiva
com base num programa de gestão de documentos, cuja função é operacionalizar esta através do
“planejamento, da organização, do controle, da coordenação dos recursos humanos, do espaço
físico e dos equipamentos, com o objetivo de aperfeiçoar e simplificar o ciclo documental”
(Indolfo, 1995).
Segundo CEDIMO (2017), o documento tem ciclo de vida que se apresenta da seguinte maneira:
• Raramente consultados
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3ª Idade: Arquivo Permanente: Documentos que perdem a vigência administrativa, porém são
providos de valor secundário ou histórico-cultural.
Para além da idade, os documentos também classificam-se em documentos de valor eventual e de
valor permanente, conforme as definições que a seguir se apresentam:
Documentos de valor eventual e guarda temporária: são aqueles que, cessados os
prazos de vigência estabelecidos em tabela de temporalidade, podem ser eliminados sem prejuízo
para a sociedade ou memória da administração.
Documentos de valor permanente e guarda definitiva são aqueles que, cessados os
prazos de vigência, apresentam no seu conteúdo ou forma, informações que devem ser
preservadas para a memória da administração, para a pesquisa científica ou para servir de prova
ao cidadão e ao Estado.
Ainda na mesma senda, CEDIMO (2017) considera obrigatório e de valor permanente a guarda
definitiva dos documentos de unidade ou órgão consubstanciado em todo procedimento do qual
resultem:
a) Actos de criação, constituição, transformação ou extinção, atribuições e competências
expressos em leis, decretos, portaria, resoluções e contratos sociais;
b) Actos que reflictam a organização da administração, como organogramas, fluxo gramas,
regimentos e regulamentos;
c) Actos relativos ao património imobiliário;
d) Actos que reflictam o desenvolvimento da actividade-fim: Planos, projectos, estudos e
programas; Convénios; ajustes e acordos; Actas e relatórios de departamento e/ou unidade
de níveis intermediário e superior da administração; Actas e relatórios de Conselho ou
Comissões; Séries documentais completas produzidas no exercício da actividade-fim;
Correspondências relativas à actividade-fim das unidades da Administração Superior;
e) Actos relativos a administração de pessoal como: Criação, classificação, reestruturação ou
transformação de carreiras ou cargos; Planos de salários e benefícios; Política contratual;
Termos de posse e registos funcionais; Contratos de trabalho; Processos de aposentadoria;
Inquéritos administrativos.
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2.4. A prática arquivística moçambicana e seus contornos na organização dos arquivos
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dotada de conhecimento arquivístico e de todo o tipo de recursos e meios necessários à
governança arquivística em nível nacional torna-se impossível viabilizar a gestão de documentos
apenas na base de instrumentos, cujo processo de elaboração também não seguiu parâmetros
dignos de recomendação arquivística.
Neste contexto foram selecionadas 2 instituições sendo uma estatal e outra privada: Instituto
Nacional de Apoio aos Refugiados e Fundação Apoio Amigo (FAA) respectivamente.
Em relação ao INAR, após o diagnóstico feito através de um breve inquerito conduzido aos
funcionários daquela instituição e constatou-se que o INAR tem seguido rigorosamente as
diretrizes plasmadas no Sistema Nacional de Arquivos em relação ao prazo de guarda dos
documentos, entretanto, o INAR utiliza o sistema tradicional de guarda de documentos, isto é,
ainda não foi abrangido pelo Governo Electronico, sendo que todos arquivos encontram-se em
papeis, organizados em pastas de arquivos. Em relação ao prazo de guarda de documentos, o
INAR não descarta nenhum tipo de documento institucional, isto deve-se pela natureza das
atividades da instituição, por isso todos documentos encontram-se devidamente organizados e
arquivados segundo a sua classificação. Portanto, pode-se afirmar que o nível de cumprimento de
prazo de guarda de documento no INAR é satisfatório.
Para o caso da FAA, utilizam um sistema de guarda de documento misto (físico e digital). Sendo
a FAA uma organização não governamental que implementa projectos em diversas áreas sociais
(VBG, Unioes Prematuras, Governacao, etc) a nível da província de Tete, surge a necessidade de
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manter arquivados todos documentos relevantes de cada projecto implementado, porque de certa
forma fazem parte do curriculum da organização. Por isso, no final de cada mês, a FAA digitaliza
todos documentos relevantes (demonstrações financeiras, relatórios narrativos, planos de acção,
etc). Após a digitalização os documentos físicos são arquivados em uma pasta de arquivo numa
sala especifica, e o documento digital é guardado em um disco duro institucional. Portanto, a
questão do cumprimento do prazo de guarda de documentos na FAA é excelente, visto que
utilizam um sistema misto de guarda de documento garantindo assim maior segurança dos
documentos em caso de qualquer eventualidade.
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3. Conclusão
Este estudo também permitiu analisar as formas de Gestão de Documentos e Informações nas
Instituições Públicas em Moçambique, a partir do cruzamento e inter-relacionamento entre a
prática arquivística nas instituições da administração pública com ênfase na classificação
arquivística, e a classificação das informações no âmbito da legislação sobre o direito à
informação, contrapondo o sigilo que tende a prevalecer, nesses processos, em relação ao acesso
à informação refreado em todas as suas dimensões.
Como foi possível perceber ao longo da pesquisa, a classificação arquivística enquanto uma
operação técnica que viabiliza a organização dos documentos não encontra enquadramento nas
práticas desenvolvidas nas instituições da administração pública assim como no âmbito da
legislação sobre o direito à informação em Moçambique. Nesta, todas as referências à
classificação estão orientadas somente àquela classificação referente à atribuição de graus de
sigilo desenhando, deste modo, um cenário no qual o cidadão, desprovido do acesso à informação
primária que fica refém da falta de mecanismos claros e de programas de gestão da informação,
associada ao caráter absoluto ou independente do sigilo, não pode controlar o Estado que, sob o
feitiço próprio, também não controla a si mesmo, Leitão (2010).
Assim, enquanto não se transpor a barreira que concebe a prática arquivística, com enfoque na
classificação arquivística, como um mero exercício mecânico que dispensa o protagonismo de
profissionais arquivísticos qualificados, para toma-la dentro do seu escopo técnico-científico e
profissional, a gestão de documentos não pode ser forjada e, consequentemente, o acesso à
informação, subjugado pelo caráter absoluto do sigilo patente na legislação sobre o direito à
informação, também não pode ser exercido.
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4. Referências bibliográficas
Almeida, M.F.I. (2018). Gestão documental e seus impactos: uma abordagem nos processos de
auditoria. UNESP. Campus de Marília Faculdade de Filosofia e Ciências.
António, J.M.R. (2008). O Sistema de Gestão Documental: oportunidade do software livre nos
Municípios Portugueses. Universidade de Lisboa.
Balcky, L. (2011). O Arquivo na Era Digital. Universidade Nova de Lisboa. Lisboa.
Barbosa, L.M.C. (2016). Sistema Informático de Gestão Documental – Estudo de Caso de uma
Organização Ferroviária. Barcarena.
Christo, T. (2007). Gestão de documentos e sua interface com a gestão em preservação. Niterói:
Arquivo Nacional.
Centro Nacional de Documentação e Informação de Moçambique (CEDIMO). (2017). Manual de
procedimentos do sistema nacional de arquivos do estado. Maputo, CEDIMO.
Indolfo, A. C. (1995). Gestão de documentos: conceitos e procedimentos básicos. Rio de Janeiro:
Arquivo Nacional.
Jardim, J. M. (2011). O conceito e a prática de gestão de documentos. Rio de Janeiro: Acervo
Leitão. J. F. V. (2010). A Gestão Documental e a Gestão da Qualidade – O Município da
Lourinhã. Lisboa.
Moçambique. Decreto n. 33/92, de 26 de outubro de 1992. Institui o Sistema Nacional de
Arquivos. Maputo: Boletim da República.
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