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SISTEMAS DE

INFORMAÇÃO

Glauber Rogério
Barbieri Gonçalves
Revisão técnica:

Jeferson Faleiro Leon


Graduado em Desenvolvimento de Sistemas
Especialista em Formação Pedagógica

G643s Gonçalves, Glauber Rogério Barbieri


Sistemas de informação [recurso eletrônico] / Glauber
Rogério Barbieri Gonçalves ; [revisão técnica: Jeferson
Faleiro Leon]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.

ISBN 978-85-9502-227-0

1. Computação. 2. Sistemas de Informação. I. Título.

CDU 004.78

Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052


Sistemas especialistas,
sistemas de apoio à decisão
e sistemas executivos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar os sistemas de informação.


„„ Compreender a importância dos sistemas de informação para a to-
mada de decisão.
„„ Reconhecer os sistemas de apoio a decisão.

Introdução
O mundo competitivo está cada vez mais exigindo tomadas de decisão
rápidas e assertivas, o espaço para erros é muito pequeno. Partindo da
ideia que hoje o mundo tem muitas informações para processar, o desafio
é processar as informações corretas, afinal você pode consultar várias
fontes, mas não ter a certeza de qual a correta ou fundamental. Há então
que se ter um mecanismo que auxilie nessa escolha, pois uma escolha
errônea pode colocar tudo a perder. Com o passar do tempo, os sistemas
de auxílio foram evoluindo e estão a nossa disposição para uso e uma
melhor tomada de decisão. Que tal explorar esses sistemas?
Neste texto, você irá estudar os sistemas de informação e de apoio
à tomada de decisões, bem como compreender a grande importância
desses sistemas para as empresas e as pessoas que estão à frente da
tomada de decisão.

Sistemas de informação
Desde o século passado, principalmente na última metade, a humanidade
evoluiu muito em praticamente todos os aspectos. As invenções mudaram a
110 Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos

forma como conhecemos o mundo hoje e, é claro, que a área da informação


não poderia ficar de fora, afinal, a cada dia necessitamos de mais informações
para realizarmos nossas tarefas.
Os sistemas de informação são os conjuntos organizados de elementos,
podendo ser pessoas, dados, atividades ou recursos em geral. Esses elementos
interagem entre si para o processamento de informações para depois, de alguma
forma, divulgar essas informações processadas,
Entre os sistemas de informação, destacam-se três: sistemas especialistas,
sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos, que são os sistemas de
informação que você vai estudar neste texto.

Sistemas especialistas
Os chamados sistemas especialistas são programas que auxiliam na resolução
de problemas complexos e que precisam, para sua solução, de um maior com-
binado de informações. De acordo com o autor Feigenbaum apud Harmon e
King (1988) o sistema especialista, também conhecido pela sigla SE, “[...] é um
programa inteligente de computador que usa conhecimentos e procedimentos
inferenciais, para resolver problemas muito complexos, de forma a requererem
para sua resolução muita perícia humana.”.
Os sistemas especialistas fazem então a interface da base de dados das
informações sobre os conhecimentos afins, correlacionando essas informa-
ções com a figura do ser humano, que esta buscando a solução para algum
problema, eles não substituem o ser humano, mas sim efetuam a análise de
maneira similar vindo a auxiliar nas decisões.
Os sistemas especialistas normalmente são compostos por uma linguagem
de expressão fornecida pelos especialistas, com uma boa base de conheci-
mentos armazenada e um programa de acesso a esses dados. Assim, eles
conseguem suprir a figura de um especialista para auxiliar os usuários na
solução de problemas.

Classificação dos sistemas especialistas


Os sistemas especialistas receberam ao longo do tempo inúmeras classificações,
você verá a seguir as mais citadas.
Interpretação: sistemas que são utilizados para procurar e determinar
relações e significados com base na análise de dados. Têm mecanismos que
permitem tratar dados errôneos ou distorcidos ou até mesmo ausentes.
Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos 111

Diagnósticos: sistemas que podem detectar falhas oriundas das análises de


dados, eles têm internamente o sistema de interpretação de dados, com isso,
permitem ao diagnosticador decidir sobre quais medidas tomar.
Monitoramento: sistema que monitora o comportamento e avisa sobre
eventuais falhas. Essa rotina é executada continuamente, sobre um compor-
tamento esperado dentro de limites estabelecidos, qualquer sinal diferente
deverá ser tratado para a correta interpretação.
Predição: sistema utilizado para a projeção de dados futuros, de acordo
com uma base de dados de acontecimentos passados e coleta de dados do
presente. Podemos chamar essa fase de cenarização, ou seja, o sistema a
partir da análise do comportamento dos dados utiliza raciocínios hipotéticos
para essas projeções futuras, sempre se baseando na variação dos dados que
estão entrando.
Planejamento: sistema utilizado em primeiro plano para preparar ações a
serem tomadas para que sejam alcançados os objetivos propostos. Esse sistema
deve ser capaz de enfocar os aspectos mais importantes e classificar em ordem
de importância os problemas para que os objetivos finais sejam alcançados.
Ele tem características parecidas com as do sistema de predição e opera com
grandes e complexos problemas.
Projeto: sistema utilizado para preparação e/ou acompanhamento da
execução de projetos, realizando o acompanhamento das suas etapas, suas
características são parecidas com as dos sistemas de planejamento, pois devem
produzir especificações que levem ao alcance dos objetivos propostos. Ele
é capaz de apresentar uma visão global do projeto e do status de realização,
podendo auxiliar para eventuais alterações de cronogramas.
Depuração: auxilia no fornecimento de soluções para o mau funcionamento
provocado, por exemplo, uma distorção dos dados cadastrados. Tem rotinas
para que, de forma automática, verifique as diversas partes componentes para
ir validando o sistema como um todo.
Reparo: após a etapa de diagnóstico o sistema de reparo faz as modificações
necessárias para a melhoria do processo.
Instrução: é utilizado para verificação e correção de comportamento de
aprendizado, e incorpora como subsistema um sistema de diagnóstico e de
reparo. O sistema de instrução é focado no estudante, portanto seu funciona-
mento consiste em ir interagindo com o treinando.
Controle: normalmente são sistemas que apresentam controle sobre outros
sistemas; é o mais complexo, pois sua base de consulta avalia todos os dados
disponíveis.
112 Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos

Ferramentas para construção de sistemas especialistas


As ferramentas para construção também podem ser chamadas de linguagens
de programação que são utilizadas para a implementação. A seguir você verá
as principais linguagens:

„„ LISP: utilizada pelos norte-americanos nos programas de inteligência


artificial, é bastante experimentada e bem confiável.
„„ PROLOG: utilizada pelos europeus, tem seus princípios na lógica e
na matemática, hoje já esta sendo substituída pelo JAVA.
„„ JAVA: criada na década de 1990, é orientada a objetos (comportamento
dos objetos determinados por classes) e compilada em bytecode, que
posteriormente são processadas.

Arquitetura dos sistemas especialistas


Os sistemas especialistas tem uma arquitetura própria que você verá na Figura
1. O esquema mostra como são as correlações dos componentes desses sistemas,
mostrando o caminho que as informações percorrem desde o especialista até
o usuário final.

Figura 1. Estrutura da arquitetura de um sistema especialista.


Fonte: Pamphylio (2014).
Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos 113

O Quadro 1 mostra em detalhe os módulos da arquitetura de um sistema


especialista.

Quadro 1. Módulos da arquitetura de um sistema especialista.

É o modulo básico do sistema, contém o


Base de
seu conhecimento sob a forma de regras de
conhecimentos
produção, quadros e redes semânticas.

Máquina de Contém o interpretador de regras


inferência e o escalonador de regras.

É a área de trabalho, contendo informações e


Quadro negro fatos e estruturas de suporte ao funcionamento
do sistema, quando ele efetua os raciocínios.

Contém os questionamentos dos usuários,


Sistema de
por exemplo, pode responder a perguntas
justificação
do tipo “Como chegou a esta conclusão?”

Mecanismos de Apresenta recursos que permitem fazer acréscimos


aprendizagem e alterações na base de conhecimentos.

Dá condições do sistema ampliar e alterar


Sistema de aquisição
seu conhecimento, é a parte crítica de
de conhecimento
qualquer sistema especialista.

Sistema de consulta Interface do sistema com o usuário.

Torna ao usuário o sistema transparente em toda a


Processador de
sua complexidade, trazendo a linguagem ao nível
linguagem natural
do usuário para que o processo fique mais fácil.

Fases para o desenvolvimento dos sistemas


especialistas
Pode ser desenvolvido em seis fases, conforme apresentado no Quadro 2, sendo
que a aplicação depois de confeccionado está presente nas mais diversas áreas
do conhecimento e nomes diferentes serão encontrados, por exemplo, na área
jurídica pelo nome de JUDITH, na agricultura pelo POMME, engenharia pelo
REACTOR, na física pelo GAMMA, entre muitos outros.
114 Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos

Quadro 2. Fases de desenvolvimento de sistemas especialistas.

Fases Ponderações

Identificar os participantes do
projeto, os recursos necessários e
Identificação
as características do problema e
quais objetivos serão alcançados.

Definir a base conceitual do sistema


Conceituação especialista (quais recursos básicos
necessários para descrever o problema).

Envolve a expressão de conceitos e de


Formalização relações-chaves, buscando identificar as
estruturas de armazenamento de dados.

Edição do conhecimento e a
Implementação implementação dos programas
que serão processados.

Realizar os testes no protótipo


Teste e avaliação
desde a fase inicial até a fase final.

Processo contínuo que acompanha


todo o desenvolvimento do
Revisão programa, objetiva alterar e
melhorar os aspectos abordados e
observados na fase de avaliação.

Sendo assim, podemos observar que os sistemas especialistas podem


trazer inúmeros benefícios as nossas vidas, sejam no trabalho ou em nossa
vida pessoal, pois eles vêm colaborar e fornecer maiores dados na tomada de
decisão, não substituem a análise do ser humano, mas sim dão mais velocidade
ao complexo mundo das muitas informações.
Para entender quando usar esses sistemas você tem que perceber que,
quando um problema não pode ser algoritimizado por você, ou que a solução
demore muito a ser processada, é o momento ideal para utiliza-los.
Sabendo que os sistemas especialistas podem ser a solução, pois tem em
seu mecanismo a premissa dos processos heurísticos internamente apoiados
na experiência profissional de um especialista em determinada área, isso torna
a solução de problemas mais acessível.
Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos 115

Shell’s são ferramentas computacionais que utilizam técnicas de inteligência artificial


para geração automática de sistemas especialistas. Os projetos têm como objetivo a
construção de um ambiente computacional (Shell) para desenvolvimento de sistemas
especialistas, empregando técnicas e algoritmos de inteligência artificial, permitindo
ao Engenheiro do Conhecimento (especialista) a formalização e a representação se
seu conhecimento de uma determinada área do saber.

Sistemas de apoio à decisão


Na atualidade, para permanecerem no mercado, as empresas buscam cons-
tantemente mecanismos de apoio, o tempo não pode ser perdido e tem que ter
retorno rápido, como você sabe a informação é fundamental nesse processo,
afinal quem detém a informação sai na frente nessa corrida.
Veremos agora o sistema de apoio à decisão (SAD) que faz então parte
do conjunto de sistemas de informações que auxiliam as empresas no mundo
todo. Normalmente, eles são encontrados no nível estratégico, pois regem as
ações de planejamento.
Um breve histórico sobre o SAD nos remete a duas grandes áreas de
pesquisa: o estudo teórico da tomada de decisões nas organizações, realizado
no Instituto de Tecnologia de Carnegie, no fim dos anos de 1950 e início dos
anos de 1960, e os trabalhos técnicos em sistemas computacionais interativos,
realizados pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) também nos
anos de 1960. É de comum acordo que esses estudos sobre o conceito dos
SAD se tornou área de pesquisa nos anos de 1970, avançando a década de
1980 com mais vigor. Ele passou pelo estudo dos sistemas de informação
executiva (EIS, Executive Information System), sistemas de apoio à decisão
de grupo (GDSS, Group Decision Support System), e sistemas de apoio à
decisão organizacionais (ODSS, Organizational Decision Support Systems),
envolvendo um único usuário e o SAD orientado à modelagem. Nos anos de
1990, já consolidado, abrigou os conceitos de data warehouse e processamento
analítico on-line (OLAP, On-Line Analytical Processing). Na sequência, teve
incremento das novas aplicações analíticas baseadas na web.
Como esses sistemas de informação são flexíveis, o empresário passou a ter
confiança na sua utilização, tanto para as complexas análises de planejamento
116 Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos

como também para as tarefas rotineiras e, com isso, passou a ganhar tempo
para resolução de problemas. Hoje eles são utilizados em todos os níveis
dentro das empresas, na Figura 2 você pode observar os níveis de decisão da
empresa e verá que a informação permeia por todos e que em todos devemos
ter decisões rápidas para que um pequeno problema não fique maior e demande
mais energia para a sua solução.

Figura 2 Níveis de decisão das empresas.


Fonte: Mapa da Prova (2013).

Alguns autores trazem os SADs no nível tático, no qual são tomadas


as decisões em nível gerencial, porém, atualmente, eles estão presentes
em todos os demais níveis. A informação não é mais exclusiva da área
estratégica, hoje ela tem livre acesso em todos os níveis, pela necessidade
de agilidade e rapidez.
Para fixar a diferença entre os níveis, você deve lembrar que, no nível
estratégico são determinados os objetivos da organização; no nível tático, as
decisões a nível gerencial, abaixo das estratégicas, sendo essas normalmente
tomadas pela gerência média, conhecidos no Mercado como os gerentes de
divisão ou de departamento; e, por fim, o nível operacional, que é o responsá-
vel pela produção, pelo dia a dia da empresa realizando as tarefas que foram
idealizadas pelo planejamento e buscando sempre cumprir os objetivos e
metas propostas.
Os sistemas de apoio à decisão configuram, então, uma das principais
categorias de sistemas de informação gerencial, pois atuam diariamente
dentro dessas organizações. Para seu pleno funcionamento eles utilizam
os modelos analíticos, os bancos de dados especializados, as entradas e
Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos 117

percepções do utilizador e processos interativos de modelagem, baseados em


computador para o apoio na tomada de decisões, sejam elas semiestruturadas
ou não estruturadas.

Modelos e software de DSS


Os sistemas de apoio à decisão utilizam a “base de modelos” e também os
bancos de dados como recursos chave. Uma base de modelo DSS é um com-
ponente de software que consiste em modelos utilizados em rotinas compu-
tacionais e analíticas que expressam matematicamente uma lógica entre as
diversas variáveis analisáveis, buscando com isso uma análise pautada na
racionalidade. São projetados para serem sistemas ad hoc de resposta rápida,
que são iniciados e controlados pelos usuários gerenciais.
Esses usuários normalmente não utilizam um só sistema, mas sim um
pacote de software DSS em sua estação de trabalho para realizar as consultas,
providenciar respostas a demandas e emitir comandos, os quais irão solucionar
os problemas apresentados. A utilização fica on-line, mas não apenas geram
relatórios, são utilizados na imediata proposta de solução a problemas, o
pensamento é proativo e não reativo.
Para isso um DSS apresenta quatro tipos básicos de atividades em sua
modelagem analítica, que você pode conferir no Quadro 3.

Quadro 3. Tipos de modelagem analítica de DSS.

Nesse tipo de análise o usuário final introduz


Análise do mudanças nas variáveis ou relações entre elas,
tipo What If observando as mudanças resultantes nos
valores de outras variáveis correlacionadas.

Trata-se de um caso especial de análise supositiva, em que


o valor de uma única variável é alterado repetidas vezes e as
mudanças ocasionadas em outras variáveis são observadas
uma a uma. Sendo assim a análise de sensibilidade é,
Análise de
na verdade, um caso de análise supositiva envolvendo
sensibilidade
mudanças repetidas em apenas uma variável de cada vez.
Os usuários a utilizam quando estão ou ficam em dúvida
quanto às premissas assumidas na estimativa do valor de
certas variáveis-chave.

(Continua)
118 Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos

(Continuação)

Quadro 3. Tipos de modelagem analítica de DSS.

Esse tipo de análise inverte a direção da análise realizada


na análise supositiva e na análise de sensibilidade. Ela não
Análise de busca busca observar como as mudanças em uma variável afetam
de metas outras variáveis, mas sim fixa um valor alvo para uma variável
e, em seguida, altera repetidas vezes as outras variáveis, até
que o valor alvo seja alcançado.

Trata-se de uma extensão mais complexa da análise de


busca de metas. Ela não fixa uma variável para um valor
específico, mas em como encontrar o valor ótimo para
Análise de
uma ou mais variáveis-alvo, dadas certas limitações.
otimização
Após, muda-se uma ou várias outras variáveis repetidas
vezes, sujeitas às limitações especificadas, até que sejam
descobertos os melhores valores para as variáveis-alvo.

Aplicações do sistema de apoio à decisão


Como podemos observar, esses sistemas têm ampla possibilidade de utili-
zação, os meios empresarias nas suas mais diversas formas podem se bene-
ficiar de sua praticidade em auxiliar na solução de problemas. Estes podem
teoricamente andar sobre qualquer área do conhecimento, por exemplo, na
área da medicina, indústria e agricultura, também muito utilizados nas áreas
econômico-financeiras.
Para exemplificar, citamos a decisão para diagnósticos médicos, análise
financeira em bancos para concessão de crédito, projeto de prédios na cons-
trução civil que buscam a otimização dos materiais utilizados gerando menos
sucata, entre outras tantas aplicações.
Esses sistemas têm ainda muitas aplicações que podem ser descobertas,
fica a você um desafio de aprofundar-se no tema e usar sua criação para
desenvolver soluções que possam ainda mais auxiliar as empresas na tomada
de decisão, facilitando o gerenciamento das ações pelos gerentes e demais
colaboradores das empresas.
Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos 119

Os SAD também têm uma conexão com o paradigma de interface do hipertexto.


Ambos os sistemas PROMIS (para tomada de decisões médicas) da Universidade de
Vermont e ZOG/KMS de Carnegie (para tomada de decisões militares e comerciais)
eram sistemas de apoio à decisão com o maior aprofundamento de pesquisa em
interface com o usuário.

Os sistemas são suporte para diferentes estruturas de problemas, que podem variam
em problemas altamente estruturados (os problemas diretos, que requerem fatos em
relacionamentos conhecidos) ou problemas semiestruturados (mais complexos, pois
podem ter uma interface entre dados em diversos formatos e podem ser difíceis de
manipular ou obter).

Sistemas de informação executiva


Os sistemas de informação executiva (SIE) são os sistemas que combinam muitas
características dos sistemas de informação gerencial e dos sistemas de apoio à
decisão. Esses sistemas normalmente estão presentes na tomada de decisão da
alta direção em uma empresa, são utilizados para a tomada de grandes decisões
empresariais, auxiliando na obtenção de resultados esperados e solicitados pelo
planejamento estratégico. Segundo os autores Pozzebon e Freitas (1996, p. 29) o
SIE “[...] é uma solução em termos de informática que disponibiliza informações
corporativas e estratégicas para as decisões de uma organização, de forma a
aperfeiçoar sua habilidade para tomar decisões de negócios importantes.”.
Antigamente, para a tomada de decisão os executivos faziam consulta a
um grande número de planilhas de fontes diversas, o que deixava o processo
moroso, com o advento dos SIE as informações pertinentes passaram a serem
conseguidas em segundos.
Os SIE devem conter algumas características fundamentais, você verá que
elas são complementares e que, segundo os autores Pozzebon e Freitas (1996,
p. 21), sintetizam esses atributos:
120 Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos

„„ Uma interface totalmente amigável.


„„ Deve ser claro o objetivo, explorando intensivamente recursos gráficos –
cores, símbolos, ícones, imagens e gráficos.
„„ Drill down a partir de visualizações globais e de dados resumidos é
possível um aprofundamento até o nível de detalhamento desejado.
„„ Deve fornecer informações críticas e indicadores de desempenho.

Drill Down é um processo no qual estamos olhando a informação sumarizada e


decidimos que queremos ver os detalhes por trás dessas informações. Se pegarmos
um relatório detalhado e escondermos a seção detalhe, temos um relatório sumarizado
com capacidade drill down.
Um relatório drill down é simplesmente um relatório sumarizado que você pode
analisar na janela Preview, usando o recurso Drill Down. Consiste em fazer uma ex-
ploração em diferentes níveis de detalhe das informações. Com o Drill Down você
pode “subir ou descer” dentro do detalhamento do dado, por exemplo, analisar uma
informação tanto diariamente como anualmente, partindo da mesma base de dados.
Em um desktop, seria acessar pastas hierarquicamente procurando um arquivo
específico. Em uma base de dados seria acessar a informação iniciando em uma
categoria geral e ir caminhando hierarquicamente de campo a arquivo e a registro.
O drill down ocorre quando o usuário aumenta o nível de detalhe da informação,
diminuindo o grau de granularidade. Um exemplo seria quando o usuário clica na
letra “F” indicando o sexo feminino e, então, seriam apresentados todos os nomes
das mulheres atendidas.

SIE como parte integrante do planejamento estratégico da empresa


O planejamento é o começo de tudo, sem planejamento não há objetivos, metas e
métodos de como alcançar, com isso o sistema de informação tem que andar junto com
o planejamento estratégico, os dois lado a lado para permitir o sucesso empresarial.
É o que encontramos, por exemplo, na empresa Gerdau S.A., que faz uso das duas
estratégias, um bom planejamento estratégico e um sistema apurado de informações
da empresa SAP.
Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos 121

Características de um SIE
Veja no Quadro 4 o detalhamento das características de um SIE.

Quadro 4. Características de um SIE.

Qualidade da Interface com


informação o usuário Capacidade técnica

É flexível Contém interface gráfica Acesso a informações


sofisticada e amigável agregadas, globais, extensivo
uso de dados externos
Produz informação Permite acesso seguro Interpretação escrita
correta e confidencial em um (informal) salienta indicadores
curto espaço de tempo de problemas, mostra
tendências, taxas e desvios
Produz informações Minimiza o uso do Produz informação em
no momento da teclado; alternativamente vários níveis de detalhe
demanda por elas usa controles drill down, filtra, condensa
infravermelhos, mouse, e percorre dados críticos
touch pad e touch-screen
Produz informações Provê uma recuperação Capacidade de previsão,
relevantes para a rápida da informação planejamento e projeção,
tomada de decisão desejada organizados considerando
os fatores críticos de
sucesso da organização
Produz informação Contém menu de Hipertexto e hipermídia,
completa com ajuda e é acessível análise ad hoc, incorpora
análise total no de muitos lugares gráfico e texto na mesma tela
banco de dados
Produz informação É adaptado Provê acesso a dados
validada pelos canais individualmente ao históricos e aos mais recentes,
estilo administrativo permite administrar por
do executivo relatórios de exceção

Para que as organizações continuem no caminho adequado e se perpetuem,


precisam que as informações sejam rápidas e seguras para apoiar decisões.
Utilizando os SIE, terão essa velocidade desejada, processando um grande
número de informações para facilitar o trabalho de seu corpo executivo.
122 Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos

1. Quanto à capacidade técnica complexa da análise de busca


dos Sistemas de Informações de metas.
Executivos é correto afirmar que: c) A análise de otimização parte
a) O acesso a dados externos do princípio de ter uma variável-
é pouco utilizado. alvo para o alcance das metas.
b) Têm condições de mostrar d) Na análise de sensibilidade o
tendências, taxas e desvios. usuário apenas introduz mudanças
c) A informação é produzida em nas variáveis ou em suas relações.
um nível de detalhe objetivo. e) Na análise de busca de
d) Os textos são mostrados em metas a direção da análise é
telas exclusivas para a tomada diretamente proporcional a
de decisão gerencial. análise do tipo otimização.
e) O acesso ao histórico é obtido 4. Verificando a interface com o
por sistemas auxiliares. usuário dos Sistemas de Informação
2. Quanto à arquitetura dos Executivos, marque a opção correta.
sistemas especialistas, assinale a) A interface gráfica é simples.
a alternativa correta. b) Tem no teclado a única
a) A base de conhecimentos é forma de atuação.
a última parte da arquitetura, c) O menu de ajuda só é
que contém o seu gráfico. disponibilizado ao programador.
b) O quadro negro é utilizado d) Contém um procedimento
pelo programador para de acesso seguro.
visualizar o banco de dados. e) É acessado somente da estação
c) O mecanismo de aprendizagem de trabalho do executivo
possui recursos que permitem principal da empresa.
fazer acréscimos e alterações 5. Assinale a alternativa correta sobre
na base de conhecimentos. as fases de desenvolvimento
d) O sistema de aquisição do de um sistema especialista.
conhecimento permite a) Na fase de identificação é definida
consultas para o usuário. a base conceitual do sistema.
e) O processador de linguagem b) Na fase de conceituação
natural se comunica por são identificadas as
intermédio de uma linguagem estruturas do sistema.
computacional de última geração. c) Na fase de implementação são
3. Os DSS têm quatro tipos básicos de efetuados os testes do sistema.
atividades de modelagem analítica. d) Na fase de revisão são
Com base nessa informação, desenvolvidos os conceitos
qual a alternativa está correta? e relações-chave.
a) A análise do tipo What If é uma e) Na fase de revisão temos
extensão bem básica da análise. um processo contínuo
b) A análise de otimização que acompanha o
é uma extensão desenvolvimento do sistema.
Sistemas especialistas, sistemas de apoio à decisão e sistemas executivos 123

HARMON, P. l; KING, D. Sistemas especialistas: a inteligência artificial chega ao mercado.


Rio de Janeiro: Campus, 1988.
MAPA DA PROVA. Questões sobre gestão estratégica. [S.l.], 2013. Disponível em: <http://
www.mapadaprova.com.br/questoes/de/tecnologia-da-informacao/governanca-
-de-ti--/gestao-estrategica#>. Acesso em: 20 jul. 2017.
PAMPHYLIO, T. Sistemas especialistas. [S.l.]: Engenharia de Produção-Tamille, 2014.
Disponível em: <http://tamillepamphylio.blogspot.com.br/2014_05_01_archive.
html>. Acesso em: 20 jul. 2017.
POZZEBON, M.; FREITAS, H. M. R. Construindo um EIS (enterprise information system)
da (e para a) empresa. Revista de Administração, São Paulo, v. 31, n. 4, p. 19-30, out./
dez. 1996.

Leituras recomendadas
BEUREN, I. M.; MARTINS, L. W. Sistema de informações executivas: suas características
e reflexões sobre sua aplicação no processo de gestão. Revista de Contabilidade e
Finanças, São Paulo, v. 12, n. 26, maio/ago. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-70772001000200001>. Acesso em: 20 jul. 2017.
DIFERENCIAL CONSULTORES ASSOCIADOS. Sistemas de Informação Executiva (EIS).
Belo Horizonte, c1996-2011. Disponível em: <https://difnet.com.br/enterprise_infor-
mation_systems.html>. Acesso em: 20 jul. 2017.
FERREIRA, L. R. A importância das informações no processo de tomada de decisões.
Administradores, João Pessoa, 01 out. 2006. Disponível em: <http://www.adminis-
tradores.com.br/artigos/economia-e-financas/a-importancia-das-informacoes-no-
-processo-de-tomada-de-decisoes/12714/>. Acesso em: 20 jul. 2017.
Conteúdo:

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