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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:
A situação económica das colónias portuguesa no pós II Guerra Mundial

Nome: João Cirilo Amone


Código: 708191475

Curso: Licenciatura em Ensino de História


Disciplina: História Económica IV
Ano de Frequência: 4° Ano

Tete, Maio, 2022

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gerais
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Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Índice
Introdução ........................................................................................................................................ 5

Objectivos ........................................................................................................................................ 6

Objectivo Geral................................................................................................................................ 6

Metodologia ..................................................................................................................................... 6

A situação económica das colónias portuguesas no pós II Guerra Mundial ................................... 7

Principais colónias portuguesas ....................................................................................................... 7

A função económica das colónias portuguesas durante e depois da II Guerra Mundial ................. 7

A Situação Económica em Moçambique......................................................................................... 7

O Planos de fomento........................................................................................................................ 7

O Primeiro plano de fomento (1953-1958) ..................................................................................... 8

O Segundo plano de fomento (1959-1964) ..................................................................................... 9

O Terceiro plano de fomento (1965-1970) ...................................................................................... 9

O fomento industrial ...................................................................................................................... 10

O Sistema de colonato em Moçambique ....................................................................................... 10

A Situação Económica em Angola ................................................................................................ 11

As Culturas obrigatórias ................................................................................................................ 12

Os planos de fomento .................................................................................................................... 13

O sistema de colonatos .................................................................................................................. 14

Exploração mineira ........................................................................................................................ 15

O impacto da situação económica das colónias portuguesas......................................................... 16

Conclusão ...................................................................................................................................... 18

Referência bibliográficas ............................................................................................................... 19

iv
Introdução

O presente trabalho pertence à cadeira de História Económica IV e tem como tema a situação
económica das colónias portuguesas no pós II Guerra Mundial. A abordagem do trabalho focaliza-
se seguintes pontos: a situação econômica das colónias portuguesas (Moçambique e Angola);
principais colónias portuguesas; as principais colónias portuguesas em termos de recursos
existentes e a função económica das colónias portuguesas durante e depois da II Guerra Mundial.
A não participação de Portugal na II ª Guerra Mundial, e o fluxo constante de divisa proveniente
do comércio externo das colónias, proporcionou a Portugal um reforço do seu próprio comércio
externo, uma maior acumulação de reserva e a duplicação das receitas públicas. Após a IIª Guerra
Mundial, a Revolução Industrial Portuguesa avançou com maior rapidez, houve uma tendência do
capital industrial e bancária.
O colonialismo teve consequência, mas os efeitos positivos trataram se de actos acidentais
destinadas a defender os interesses dos colonizadores, de um lado, os negativos evidenciam se
pelas quais certas coisas foram conduzidas, como é o caso do recurso ao trabalho forçado, o não
desenvolvimento da industria e a exploração coerciva do colono.

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Objectivos

Objectivo Geral

 Conhecer a situação econômica das colónias portuguesa no pós II Guerra Mundial.

Objectivos Específicos

 Mencionar a situação económica das cinco colónias portuguesas em África nomeadame nte
Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Cabo verde;
 Destacar as principais colónias portuguesas em termos de dimensão dos recursos existentes
e o rendimento da metrópole na exploração das mesmas;
 Explicar a Política económica colonial portuguesa durante a guerra.

Metodologia

Para a realização do presente trabalho adoptamos como práticas metodológicas a revisão


bibliográfica, que consistiu na leitura e interpretação dos diversos manuais, resumos e discussões
de textos. O método virtual inerente a cadeira de História Económica IV também contribuiu
bastante para a elaboração do presente trabalho, através dos sites da internet colhemos as
informações sobre os temas em estudo.

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A situação económica das colónias portuguesas no pós II Guerra Mundial

Principais colónias portuguesas

Segundo Mattoso e Henriques (1959), “do ponto de vista administrativo, o Ultramar Português
(Lei n.º 2.066, de 27 de Junho de 1953, ou Lei Orgânica do Ultramar) compreende províncias de
governo-geral (Angola, Moçambique e Estados da Índia) e província simples (Cabo Verde, Guiné,
S. Tomé e Príncipe, Macau, e Timor Leste)” (p. 67).

Deste modo Portugal em África teve cinco colónias nomeadamente Moçambique, Angola, São
Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Cabo verde. Dessas colónias, Moçambique e Angola são
destacadas como sendo as principais colónias.

A função económica das colónias portuguesas durante e depois da II Guerra Mundial

 As colónias serviram de fontes de abastecimento de matérias-primas à metrópole;


 Importar da indústria portuguesa artigos ou vinhos não colocados no mercado português;
 Com a política de povoamento branco nas colónias, ou seja, com o sistema dos colonatos,
as colónias vão servir do ponto de acolhimento dos emigrantes portugueses que não
possuíam uma especialização e muitas vezes sem nível académico de base e desprovidos
de capital;
 Serviam de mercados dos produtos manufaturados em Portugal.

A Situação Económica em Moçambique

O Planos de fomento

Após a IIª Guerra Mundial, a Revolução Industrial Portuguesa avançou com maior rapidez, houve
uma tendência do capital industrial e bancária.

O processo de industrialização portuguesa do após-guerra, planeado logo em 1945 através da Lei


de Fomento e Reorganização Industrial, caracterizou-se por um forte intervencionismo do Estado.
Esta politica intervencionista chamou-se condicionamento industrial. A nova política económica
em vigor na metrópole, fez se sentir nas colónias portuguesas através da implementação de planos
de fomento com vista a colocar Portugal a par das restantes potências europeias.

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Em 1946 foi autorizada a construção da sociedade Hidroelétrica de Revué (SHER), que construiu
a barragem de Chicamba real melhorando o fornecimento de energia a cidade da Beira e
possibilitou também a venda de energia para vizinha colónia da Rodésia do Sul (Zimbabué).

Em 1947 o governo Português facilitou um empréstimo de 100.000 contos, para a fase final da
construção de caminho de ferro de Tete que atingiu Moatize (1949), esta linha foi construída com
vista a explorar as minas de carvão. Dois anos depois tomou contas do Porto da Beira e o Caminho -
de-Ferro da Beira à Rodésia do Sul sob controlo da Companhia concessionaria Britânica, a quando
do fim da Companhia de Moçambique em 1942.

Segundo Hedges (1999), “a partir de 1950, o governo deu o novo impulso a exploração dos
recursos de Moçambique, iniciaram os planos de Fomentos e fixação sistemática de colonos” (p.
162).

Dado o caso far-se-á análise dos planos instituídos:

O Primeiro plano de fomento (1953-1958)

A obra principal deste plano foi a construção de quase 300 km de linha férrea, de Lourenço
Marques à Rodésia do Sul, com o objectivo de aproveitar o crescente tráfego da nova federação
central africana, a confederação das colónias da Rodésia e Niassalândia. Esta obra concluída em
1956 não servia somente os interesses capitalistas da Rodésia do Sul, como também beneficio u
consideravelmente, o orçamento colonial de Moçambique.

Não só, mas também beneficiou as obras de construção dum outro projecto, o início da fixação
sistemática de colonos no Vale de Limpopo e o escoamento das suas produções. Este plano previa
investimento de ordem de 1.848.500 contos, distribuídos da seguinte maneira:

 Caminho-de-ferro, ponte e transporte aéreos 63%;


 Aproveitamento de recursos e povoamento 34%;
 Diversos 3%.
Este plano previa ainda o prolongamento de caminhos-de-ferro de Incomati e a continuação do
Ramal de Nacala, conclusão de esquema do vale do Limpopo as barragens do rio Revué, criação
de aeródromos.

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O Segundo plano de fomento (1959-1964)

O segundo plano de fomento foi constituiu a continuação do anterior, previsão de investime nto
público e de alguns projectos do sector privado. Os seus investimentos estavam programados para
os seguintes sectores:

 Povoamento, prosseguindo com a obra do colonato do Limpopo e nova fixação de colonos


para o cultivo de tabaco e de chá;
 Comunicação e transporte;
 Aproveitamento de recursos no fomento agrário, florestal, pecuário e Hidroagrícola e
Hidroelétrica;
 Conhecimento científico do território com estudo a realizar no que se refere a cartografia
geral, estados geológicos (mineiros ecológicos).
Ainda visava o fomento da produção e de povoamento e continuava a não contemplar a indústria.

De acordo com NEWITT (1996), “este plano foi traçado em circunstâncias diferentes. A
descolonização iniciara na África britânico e francesa, e Portugal pressionado pelos nacionalistas
para desistir do seu império, daí que alguns projectos não foram concretizados. O plano dotava 3.2
milhões de contos aos investimentos” (p. 404).

O Terceiro plano de fomento (1965-1970)

Só no início da década 60, Portugal aderiu aos principais mecanismos de liberalização do comércio
internacional que tinha sido criado nos pós-guerra. Este facto marcaria o começo de inversão das
ideias autoritárias a que o Estado Novo se tinha vinculado desde o início. O plano previa a adopção
de medidas de defesa da concorrência e de reorganização industrial que estimulasse a concentração
voluntária de empresas para serem atingidas a dimensão adequada.

O terceiro plano veio mudar o cenário da política económica industrial, sobretudo ao consolidar
abertura ao exterior, das indústrias promotoras a exportação. O alargamento substancial dos seus
mercados através da exportação, sujeitando - se a concorrência estrangeira. Assim, a economia
portuguesa tomou novas formas caracterizadas por um crescimento rápido, prolongado e
relativamente regular de nível de vida. Este previa um montante de 224.000 contos, ou seja,
370.000 contos anuais.

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O fomento industrial

Conforme sustenta GentilI (1998), “a partir dos anos 50, e paralelamente à transformação industr ia l
da África do Sul, Moçambique tinha se tornado numa área de expansão privilegiada pelo
investimento Sul-africano em empresas agrícolas, industriais, infra-estruturas e construções” (p.
274).

Deste modo, começou a ser feito o aproveitamento industrial da semente do algodão, a partir de
1946 pela companhia Luso-Belga mais tarde a Companhia Industrial Portuguesa no Monapo,
verificou-se avanços na transformação de outras oleaginosas como a copra. Dos produtos
derivados destacavam-se: óleo refinado, o bagaço, o sabão, ácidos gordos e a fibrilha o que resultou
no aumento dos lucros.

No que concerne ao caju, uma fábrica foi construída neste período começando a sua produção em
1951, contudo mais de 90% da produção dessa cultura era exportada para Índia a fim de ser
transformado.

Para além do incremento que se previa na década 50, outras industrias já estabelecida como a do
cimento, que era essencial na expansão de infra-estrutura e de construção urbana, da tecelagem de
junta (1951) e moagem de trigo (1952). No entanto, havia apenas uma fábrica de tecelagem, de
algodão instalada no Chimoio em 1952.

A expansão industrial e comercial e a fixação dos colonos que trabalhavam, principalmente nas
novas indústrias transformadoras, no comércio e no transporte, provocaram um crescimento de
construção habitacional, industrial e de serviços, particularmente em Lourenço Marques e na
Beira. A construção de caminho de ferro de Lourenço Marques que ligava Chicualacuala, e o
avanço económico de Rodésia do Sul na década 50 deu grande impulso a este processo.

O Sistema de colonato em Moçambique

Segundo Kizerbo (1972), Salazar designou-o nestes termos, “as ricas terras colónias,
subdesenvolvidas e sob povoados, são um cumprimento natural da agricultura metropolitano

deverão receber os excedentes das populações metropolitanas” (p. 274).

O crescimento da população de colona em Moçambique, esteve intimamente ligado ao problema


de proletarização progressiva de campesinato português, devido à capitalização gradual do campo

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sob impulso da industrialização. O governo português pretendeu utilizar uma parte de
desempregados e despejar das suas terras para a formação de camada de auxiliares leais, não só
para o desenvolvimento de economias dos coloniais como a manutenção da autoridade colonial.

Por estas razões entre 1945/50 e 1960, o governo português adquiriu grande significado de
povoamento de colonos, oficialmente organizado pelo estado português. Entre 1951 a 1960,
fixaram - se em Moçambique mais de 13000 colonos, cujas passagens e custo de instalação foram
assegurados pelo governo, através de verbas orçamentais nos planos de fomentos.

Hedges (1993) afirma que:

“Os colonatos eram regiões de ordenamento e fixação desses colonos europeus que foram
organizados numa tentativa de recriar em Moçambique, a pequena propriedade rústica
portuguesa, com objectivo de estabelecer zonas que deviam constituir barreiras ao avanço
de qualquer movimento nacionalista que na altura emergia por toda África e dava em
Moçambique os primeiros passos” (p. 165).

A instalação dos colonos em Moçambique implicou uma onda de expulsões de camponeses


moçambicanos nas áreas agrícolas de grande fertilidade, nos principais vales fluviais como do
Limpopo e Revué e nas terras altas de Lichinga e Montepuez. A sua instalação retirou de imediato
aos camponeses, alguns dos quais agricultores evoluídos, a vantagem de cultivos em tais áreas
favorecidas impôs uma nova barreira contra o desenvolvimento económico e social do
campesinato.

O primeiro colonato foi criado no Vale de Limpopo em 1954, tendo aí instalado as primeiras 10
(dez) famílias oriundas de Portugal. Em 1957 já viviam no Limpopo 204 famílias portuguesas.

O segundo colonato foi instalado no vale de Revué e em Sussundenga na província de Manica. No


início dos anos 60 foi também criado o colonato de Nova Madeira em Niassa e o de Montepuez.
Em alguns colonatos procedeu - se a colocação das famílias africanas com objectivo de tentar criar
uma camada.

A Situação Económica em Angola

Quando terminou a 2ªGuerra Mundial, Portugal era ainda um dos países mais atrasados da Europa.
Enquanto a maior parte dos países europeus arrancava para o prodigioso crescimento económica,
Portugal permanecia isolada.
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O processo de industrialização portuguesa do após-guerra, planeado logo em 1945 através da Lei
de Fomento e Reorganização Industrial, caracterizou-se por um forte intervencionismo do Estado.
A esta política intervencionista chamou-se condicionamento industrial. Qualquer novo projecto
era previamente submetido à apreciação da Direcção-Geral dos Serviços Industriais. O objectivo
era o de proteger as indústrias já estabelecidas e controlar a instalação de novas unidades
industriais, em função das necessidades do consumo e da progressista substituição das
importações.

As Culturas obrigatórias

A partir de 1945, o governo colonial incentiva as culturas forçadas tais como: algodão, café, sisal,
açúcar, entre outras.

O algodão continuava a ser prioridade pelo Estado Colonial o maior foco de desenvolvime nto,
reflectindo a importância da indústria têxtil para industrialização de Portugal.

Esta cultura era praticada por 270 empresas localizadas nas regiões de Malange, Cuanza Sul,
Benguela e Luanda. Sendo desenvolvida por 15% dos agricultores nativos e 85% de agricultores
brancos.

No que concerne ao açúcar, a exportação de cana-de-açúcar antes da II Guerra Mundial não


ultrapassava as 6.000.000 toneladas. Em 1940 atingiu as 4.000.000.000 toneladas exportadas, as
fazendas e a industria concentravam – se nas cidades de Luena e de Benguela.

O café era cultivado em grande parte pelos camponeses, africanos, constituindo um rápido meio
de enriquecimento.

Segundo o Centro de Estudos Angolano (1965), “o governo estimulou uma corrida de colonos
brancos a região de café (Oige, Porto Aboim), onde a produção era mais abundante” (p. 170).
Pouco tempo depois, o Governo Colonial teve problemas, a grande quantidade de pequenos
agricultores, que tinha tomado as terras dos africanos concorrendo com as grandes companhias,
face a isso, foi lançado o imposto pesado sobre a mais-valia que os pequenos agricultores não
podiam suportar, somente as grandes companhias é que podiam. Assim, os pequenos agricultores
que tinham tomado as terras faliram e abandonaram as mesmas.

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De salientar que 85% da produção de café, esteve nas mãos das grandes companhias que possuíam
grandes fazendas. O sisal era produzido na sua maioria nas regiões de Benguela, Ganda, Bocoio,
Balombo, em grandes fazendas de 500, 1000, 3000 hectares, que empregavam 100 trabalhadores
por cada fazenda com um rendimento de 1000 a 5000 contos; mais da metade das fazendas tinha
indústrias de fibra. Os maiores produtores eram também industriais e exportadores que compravam
a produção de pequenos agricultores.

A exportação de sisal desenvolveu – se durante a II Guerra Mundial. Em 1941 atingia 3.888


toneladas e em 1943, a produção aumentou drasticamente para 12.731 toneladas
comparativamente a 1920 que era de 62 toneladas. Abriu – se assim um novo ciclo económico em
Angola, que prolongou até 1972.

Tabela 01: Produção de algumas culturas obrigatórias

Culturas Obrigatórias Números de agricultores Produção em %

Brancos Negros Brancos Negros

Algodão 500 36000 85 15

Café 2500 50000 73 27

Sisal 200 39000 63 37

Fonte: Guerra (1965, p. 51)

Os planos de fomento

Guerra (1988), afirma que, “nos anos 50, inicia-se um processo de remodelação da economia com
base nos Planos de Fomento que vão permitir lançamento de infra-estrutura, indústria de
transformação, o aperfeiçoamento da indústria mineira e qualificação de mão-de-obra” (p. 69).

Entretanto, na primeira metade da década 60, a agricultura africana estava virada para o mercado
e de plantações, era uma nova agricultura mecanizada.

Os Planos de Fomento tinham como objectivo, a criação de infra-estruturas necessárias as


actividades económicas como estradas, comunicações, portos, distribuições de energia eléctrica.

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Assim, o capital tinha possibilidades de forçar o Estado a desenvolver, prioritariamente, os sectores
mais importantes. Entretanto, dentro dos planos de fomento destacou - se mais o plano de
construção de barragens, como a de Biópio na região de Lobito e Benguela, em Cambambe no
Cuanza e a de Salazar no Cunene.

Cerca de 44% dos investimentos foram destinados a construção de infra-estruturas rodoviárias,


portuárias, ferroviárias e aéreas; no sector mineiro, o diamante e o ferro foram explorados. Estes
planos previam também, a criação de escolas técnicas, magistérios primários e dos estudos gerais
universitários, criação de instituto de algodão, café e sisal.

O sistema de colonatos

O período compreendido entre 1940 a 1961 foi caracterizado por grande aumento da população
branca. O governo colonial português encorajou a emigração, tornando colonatos novo habitat dos
emigrantes portugueses.

Durante o período acima referido chegaram em Angola, cerca de 100 000 indivíduos, a população
aumentou de 9000 para 44000, mais já em 1960, esta população atingia 172 000.

Em 1945 as exportações aumentaram muito e o café que era cultivado em grande parte pelos
africanos (pequenos camponeses) começou a constituir um rápido meio de enriquecimento.

“Deste modo, o governo colonial permitiu e estimulou uma corrida de colonos brancos,
verificando-se uma expropriação violenta dos pequenos camponeses africanos, visto que,
os recém chegados precisavam das mesmas terras, porque o governo colonial não queriam
africanos ricos formando uma burguesia nacional, também dado as grandes Companhias e
os grandes proprietários precisavam cada vez mais de mão-de-obra” Centro de Estudos
Angolano (1965, p. 170).

Eis alguns colonatos que existiam em Angola:

 Colonatos de Cuanza sul e norte, Uíge Huambo, Luanda, Malange, Bié, estes eram
responsáveis principalmente na produção de café. A sua produção por colonato variava
entre 500 toneladas que eram exportadas para Portugal e Estados Unidos da América;
 Colonatos de Malange, Cuanza sul, de Benguela, responsáveis pela produção de algodão
que oscilava numa quantidade de 60.057 toneladas, para além de produção gado e de
girassol e;

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 Os colonatos de Cubal em Bengala, Ganda, Bocoio, Bolombo, Liboio, Quibala e Amboím,
dedicavam - se na produção de sisal numa quantia de 60.000 toneladas.
Para além desses existiam, outros colonatos que fomentavam as culturas como: tabaco, frutas,
milho, madeira, gados, entre outras.

Exploração mineira

A exploração mineira foi outro sector de grande relevância que segundo a Enciclopédia Mirador
Internacional (1981):

“na região de Cassinga existiam jazigos minerais de ferro. Em 1967, foi iniciada a
exploração pela firma portuguesa na Companhia Mineira de Lobito com capital misto
(Alemanha, Bélgica, Dinamarca e Itália), a produção de mineiros atingiu cerca de
5.447.647 toneladas em 1969. No mesmo ano o petróleo explorado pela companhia
Cabinda Gulf oil Company, atingiu a produção anual de 7.500.000 toneladas” (p. 583).

O diamante foi explorado em Luanda, numa quantidade de 2.021.532 quilater. Para além destes
mineiros, existiam outros como: salitre, fosfato, manganês, cobre, zinco, estanho, ouro e prata.
Em suma pode - se observar o quadro que ilustra os principais mineiros:

Tabela 02: Principais Mineiros

Regiões Companhias Produtos Quantidade

Cassinga Mineira do Lobito Ferro 5.447.657 t

Cabinda CabindaGulf oil Petróleo 7.500.000 l

Company

Luanda Diamang Diamante 2.021.532 Quilater

Fonte: Autores, 2009

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O impacto da situação económica das colónias portuguesas

É importante frisar que, o colonialismo teve consequência, mas os efeitos positivos trataram se de
actos acidentais destinadas a defender os interesses dos colonizadores, de um lado, os negativos
evidenciam se pelas quais certas coisas foram conduzidas, como é o caso do recurso ao trabalho
forçado, o não desenvolvimento da industria e a exploração coerciva do colono.

Segundo Rodney citado por Boahen (1991), “é de costume dizer que de um lado havia exploração
e opressão, mas de outro lado, os governos coloniais fizeram muito para o desenvolvimento de
África Na nossa opinião não constitui a verdade. O colonialismo só teve um aspecto, um braço: é
um bandido maneta” (p. 789).

Pode ser apontado vários impactos relativos a situação económica nas colónias portuguesas, mas
com maior destaque a aqueles com maior pertinência económica.

A construção e melhoramento de grandes infra-estruturas, como indústria de transformação


primária nas colónias e a de transformação de base em Portugal, vias-férreas, estradas, pontes,
instalação de linhas telegráficas, telefónicas e de aeroportos, bem como de portos Navais.

Houve diminuição dos empregados com a criação de posto de trabalho. Relativamente as colónias
verificou-se a transformação de campesinato para trabalhador assalariado, introduzindo se deste
modo a economia monetária.

O carácter proteccionista adoptado por Salazar favoreceu o desenvolvimento do sector industr ia l


que impulsionou bastante a economia colonial portuguesa. O défice orçamental paulatiname nte
foi extinto, e a divida externa fluentemente, equilibrou os orçamentos coloniais, o banco de
Portugal baixou a taxa de descontos. O crédito português fortaleceu-se no mercado internacio na l
e ajudou a firmar o prestígio do Estado perante outras potências.

A exploração massiva das colónias em benefício de Portugal, fez atrasar o desenvolvime nto
industrial, nas colónias com a chegada dos colonos brancos de Portugal, os africanos viram –se
submetidos a formas desumanas de exploração, perderam as suas terras que passaram a pertencer
a esses colonos que eram fiéis e colaboradores de Salazar.

Há interrupção do desenvolvimento normal da economia da sociedade moçambicana, fazendo


reduzir o consumo familiar da população, porque eram obrigados a passar mais tempo a cultivar

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culturas forçadas (algodão, sisal, arroz, chá) em poucas palavras o colonialismo integrou toda a
população moçambicana na economia capitalista mundial através da produção para o mercado no
seio da comunidade natural. A exploração colonial se fundou principalmente em formas de
recrutamento e gestão coerciva da força de trabalho.

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Conclusão

Terminando o trabalho conclui-se que quando terminou a 2ªGuerra Mundial, Portugal era ainda
um dos países mais atrasados da Europa e o processo de industrialização portuguesa do após-
guerra, planeado logo em 1945 através da Lei de Fomento e Reorganização Industria l,
caracterizou-se por um forte intervencionismo do Estado. A esta política intervencionista chamou-
se condicionamento industrial. Qualquer novo projecto era previamente submetido à apreciação
da Direcção-Geral dos Serviços Industriais. O objectivo era o de proteger as indústrias já
estabelecidas e controlar a instalação de novas unidades industriais, em função das necessidades
do consumo e da progressista substituição das importações.

O colonialismo teve consequência, mas os efeitos positivos trataram se de actos acidentais


destinadas a defender os interesses dos colonizadores, de um lado, os negativos evidenciam se
pelas quais certas coisas foram conduzidas, como é o caso do recurso ao trabalho forçado, o não
desenvolvimento da industria e a exploração coerciva do colono.

Portugal teve como colónias em África os seguintes países: Moçambique e Angola como principa is
colónias e Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau como colónias secundárias.

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Referência bibliográficas

 Boahen, A. A. (1991). História Geral de África: África Sob Dominação Colonial 1880-
1935. Ed Ática. Vol VII. São Paulo; Brasil
 Centro De Estudos Angolanos. (1965). História de Angola. Editora Afrontame nto;
Porto;
 Enciclopédia Verbo Luso brasileira de cultura. (2001). Comunidade Universitária. /
São Paulo; Lisboa;
 Gentili. A. M. (1998). O leão e o caçador uma história da África sub-saariana. UEM
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 Guerra, H. (1998). Estruturas Económicas e Classes Sociais. ed 6 ª Edição. UEA;
Luanda; Angola;
 Hadges, D. (1993). História de Moçambique. Moçambique no auge do colonialis mo
1930-1961. Vol.3. Departamento de História da UEM, Maputo; Moçambique;
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