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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Tema: A relação da pobreza com o sistema financeiro e empréstimos nos países do


terceiro Mundo.

Nome da estudante: Germano Armando Watherra,


Código: 708216079
Turma: D
Cadeira de: Desenvolvimento dos
2º Ano
Países do Terceiro Mundo
Docente: Ivos Baulene

Nampula, Novembro, 2022


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problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
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adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
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Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução ........................................................................................................................................ 3

1. Conceito de Sistema Financeiro .................................................................................................. 4

2. Sistema financeiro internacional ................................................................................................. 5

2.1. Os pilares do sistema financeiro internacional ......................................................................... 6

2.2. O Impacto do FMI para os países endividados ........................................................................ 7

3. Políticas do desenvolvimento no terceiro mundo ........................................................................ 7

3.1. Características da economia nos países em via de desenvolvimento ....................................... 8

4. Desenvolvimento do sistema financeiro, pobreza e renda .......................................................... 9

Conclusão ...................................................................................................................................... 11

Bibliografia .................................................................................................................................... 12

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Introdução

A relação entre desenvolvimento do sistema financeiro e crescimento económico está longe de


ser consensual na literatura económica. Avaliações empíricas diversas indicam que o
desenvolvimento do sistema financeiro exerce um efeito positivo sobre a trajectória das taxas de
crescimento económico, especialmente pela capacidade de estimular os níveis de produto e
emprego dos diversos países.

Fields (2001) argumenta que um sistema financeiro pouco desenvolvido concorre para a
persistência da pobreza, maior desigualdade de renda e para um crescimento económico mais
lento, na medida em que restringe o acesso da população pobre ao crédito e a outros produtos e
serviços financeiros, passíveis de garantir sua participação efectiva na actividade económica, quer
seja para iniciar um ciclo de produção, geralmente em pequenos empreendimentos, ou para o
consumo de bens e serviços, tais como educação, saúde e lazer, essenciais à ampliação da renda e
da qualidade de vida.

A expressão “Terceiro Mundo”, apesar de ser geralmente usada como sinónimo do conjunto de
países subdesenvolvidos, surgiu apenas em 1952, quando o estudioso francês ALFRED SAUVY
a forjou com base numa comparação entre os países pobres e o Terceiro Estado da França nas
vésperas da revolução de 1789. Naquela época, a expressão reflectia o estado de miséria do povo
em geral e o da burguesia, que não participava do poder político, ficando este sob domínio da
nobreza e do clero, primeiro e segundo estado, respectivamente.

O presente trabalho visa trazer subsídios ou conteúdos que estabeleçam A relação da pobreza
com o sistema financeiro e empréstimos nos países do terceiro Mundo.

O trabalho foi elaborado na base de pesquisa bibliográfica e apresenta a seguinte estrutura:


Introdução, desenvolvimento, Conclusão e Referências Bibliográficas.

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1. Conceito de Sistema Financeiro

Numa economia, alguns agentes económicas geralmente gastam mais do que aquilo que ganham
e, por isso, precisam de empréstimos. Outros ganham mais do que aquilo que gastam e precisam
de um lugar para guardar as suas poupanças. Os mercados e os intermediários financeiros surgem
assim para realizar a tarefa essencial de canalizar os fundos daqueles que tem excesso para
aqueles que carecem de fundos.

Importa aqui realçar que o conceito de poupança relevante para o crescimento económico
envolve não apenas a poupança das famílias, mas também, das empresas e dos governos (Gordon,
2000). Segundo a Associação Portuguesa de Bancos (2015):

O sistema financeiro compreende o conjunto de instituições financeiras


que asseguram, essencialmente, a canalização da poupança para o
investimento nos mercados financeiros, através da compra e venda de
produtos financeiros. Estas instituições asseguram um papel de
intermediação entre os agentes económicos que, num dado momento,
podem-se assumir como aforradores e, noutros momentos, como
investidores.

O propósito do Sistema financeiro é o de canalizar fundos dos agentes com excedentes para os
agentes com défices. Os Sistemas Financeiros canalizam, assim, as poupanças das famílias para o
sector produtivo e alocam fundos de investimento entre empresas. No entanto, a noção de que o
sistema financeiro apenas canaliza os recursos entre famílias e empresas é uma simplificação.
Não se pode ignorar a importância dos governos no funcionamento do sistema financeiro. Os
governos têm em seu poder uma grande quantidade de fundos que são muito importantes
principalmente em épocas de recepção ou para financiar grandes infra-estruturas (Allen & Gale,
2001).

Podemos assim afirmar que, em termos gerais, o sistema financeiro tem como finalidade
transferir os recursos em poder dos aforradores e outras entidades (o Estado, por exemplo) para o
sector produtivo ou para o sector de consumo. É constituído basicamente pelos mercados (onde
os agentes realizam operações de compra, venda e troca de activos financeiros), por instituições
financeiras e pelas entidades reguladoras.
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O sistema financeiro pode ser constituído fundamentalmente por três segmentos:

 O sector bancário (bancos, instituições financeiras internacionais, instituições


parabancárias e autoridades monetárias) que aceita depósitos e concede empréstimos;
 O sector segurador (seguros e resseguros) que garante um pagamento em caso de
ocorrência de uma determinada contingência; e
 Sector financeiro (Bolsas de Valores, de Mercadorias e de Derivados) que permite o
acesso directo ao mercado (Brito, 2009).

As instituições financeiras podem ser classificadas de acordo com a actividade que


desempenham. Essa classificação é importante uma vez que nem todas as entidades estão sujeitas
ao mesmo tipo de regulação e estão limitadas ao exercício de algumas actividades. Podemos
classificar as instituições financeiras em:

a) Instituições de crédito – são as entidades que essencialmente recebem depósitos e


concedem empréstimos.
b) Sociedades financeiras – são as entidades que não sejam instituições de crédito e que
exercem outros tipos de actividades.

2. Sistema financeiro internacional

Partindo do pressuposto de que cada Estado-Nação possui a sua autonomia financeira, bem como
diferentes vias de regulamentação da economia e diferentes estruturas económicas, pode-se
conceituar o sistema financeiro internacional como fluxos económicos de moedas, comércios,
aplicações, pagamentos, empréstimos transfronteiriços, realizados por governos, bancos,
empresas ou até mesmo pessoas, e cuja principal finalidade é facilitar e regulamentar essa cadeia
de actividade de maneira a maximizar os ganhos.

O sistema financeiro internacional é constituído de uma série de regramentos e critérios aceitos e


definidos pelos Estados que participam desse regulamento económico. Houve alguns padrões de
regulamentos importantes que tentaram redefinir o sistema financeiro internacional na história,
são eles: o padrão-ouro e o sistema de Bretton Woods (FERREIRA, 2012). Ambos com uma
característica em comum para a regulamentação do sistema internacional que é o estabelecimento

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de uma moeda internacional, pois se todos os países utilizassem suas próprias moedas nas
relações comerciais, evidentemente haveria uma incompatibilidade de valor.

O padrão-ouro estabeleceu o regramento do sistema financeiro internacional de 1870 até 1914,


fundamentado principalmente na conversibilidade das moedas em ouro, livre movimento
internacional do ouro, regras que vinculavam as moedas em reservas nacionais dos países e uma
taxa de câmbio fixa de cada moeda em ouro. Dessa forma, durante um período, esse padrão
limitou o crescimento monetário mundial e assegurou a estabilidade nos níveis dos preços
mundiais.

2.1. Os pilares do sistema financeiro internacional

O Fundo Monetário Internacional (FMI) originalmente tinha a tarefa de garantir a estabilidade


das moedas contra as pressões do mercado no regime dos câmbios fixos. Quando os EUA
revogaram, em 1971, a convertibilidade do dólar em ouro, esta instituição, em vez de se
extinguir, virou fundamental na gestão das dívidas dos países subdesenvolvidos. Os países
industrializados, que contribuem para a maioria dos seus recursos, também controlam o
organismo, já que o direito de voto advém da quota de pagamentos.

O Banco Mundial, por sua vez, tinha no começo duas atribuições, reconstruir a Europa e
financiar o desenvolvimento. Após o Plano Marshall dos EUA, ele se concentra na segunda
tarefa, emprestando dinheiro principalmente para os países mais pobres do mundo, com altas
taxas de lucro. Já que o Banco não admite a negociação das dívidas, uma instituição dentro do
próprio Banco empresta dinheiro para repagar as dívidas. O Banco é liderado por um
impressionante corpo de dirigentes e tem escritórios em muitos países. As mulheres estão
praticamente ausentes dos seus quadros de decisão.

A terceira instituição do sistema é o GATT, que na falta da aprovação da Carta de Havana pelos
EUA, foi previsto para regular as relações comerciais mundiais. O GATT teve ainda uma
evolução com a OMC, em 1994, que desde aquela data implementa o livre comércio global,
atendendo aos interesses dos países industrializados.

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2.2. O Impacto do FMI para os países endividados

O Fundo Monetário Internacional (FMI), tem procurado intervir nas economias dos países
subdesenvolvidos. O FMI não empresta directamente mas tem papel muito importante para
fiscalizar os pagamentos. O FMI procura impor aos países endividados uma política recessiva,
isto é que entrava as actividades económicas, reduzindo novos investimentos e diminuições
salariais. Tudo isto sob o protesto de que o pagamento da divida é o mais importante. Propõem
em geral as seguintes medidas: rigoroso combate a inflação por meio de restrições aos gastos
públicos (diminuição de salários), taxas de juros elevados para desacelerar o consumo,
desvalorização da moeda do pais e relação ao dólar, o dólar valorizado rende mais aos
exportadores e fica mais cara aos importadores. Por essa razão os países do terceiro mundo que
assinaram o acordo com o FMI para conseguir ampliação do prazo da divida optaram pelas
politicas económicas antipopulares que em nada beneficia aos países endividados se não os
perpetuar na divida e miséria.

PRGF - Programa de Financiamento para Redução da Pobreza e Desenvolvimento (Poverty


Reduction and Growth Facility) - destinada a países pobres. Está ligada às estratégias de combate
à pobreza e retomada do crescimento. É exigido um documento do país membro contendo as
estratégias para combate à pobreza. Com taxas de 0,5 % anuais, e podem ser pagos com prazo de
5 a 10 anos.

3. Políticas do desenvolvimento no terceiro mundo

Os países do terceiro mundo, dada a sua fragilidade e falta de capital para construírem infra-
estruturas e ou desenvolver seus países por si só, adoptam políticas que recorrem a dívidas
externas como forma de catapultar o desenvolvimento dos seus países. Os empréstimos entre as
nações geralmente envolvem bancos e empresas, as vezes, elas são feitas de governo para
governo, m regra quer as empresas públicas quer as particulares conseguem empréstimos através
dos bancos ou instituições financeiras estrangeiras. (Pires, 2016, p.79).

Ainda Pires (2016, p.80) aponta que os empréstimos ajudam a incentivar o comércio mundial e a
desenvolver as nações mais pobres que carecem de capital opara investirem nos seus países. Se
compararmos as dividas e empréstimos com os países do sul, veremos que a situação dessas

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nações é mais preocupante. Para as economias mais pobres apesar de a dívida ser pequena
possuem maior dificuldade para as pagar pois não possuem grandes somas de capital investido no
exterior.

3.1. Características da economia nos países em via de desenvolvimento

O Subdesenvolvimento é um termo elaborado após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) para


definir a situação económica e social dos países pobres (Baran, 1977). De acordo com o mesmo
autor, esse termo é, portanto, designado para classificar os territórios nacionais que dispõem de
níveis de desenvolvimento económico limitado, com baixos índices de qualidade de vida, de
consumo, de produtividade e elevadas taxas de miséria e concentração de renda.

Segundo Barquero (2001) este termo é usado com frequência em economia para definir a baixa
renda de um país e, em geral, é incluído nesse significado a falta de acesso da população de um
país ou região às oportunidades de emprego, saúde, água, alimentação, educação e moradia.

O subdesenvolvimento não é a ausência de desenvolvimento ou "não-desenvolvimento", mas o


produto de um tipo universal de desenvolvimento mal conduzido (Baran, 1977). Assim, é aceite
existirem países subdesenvolvidos embora a ONU e o Banco Mundial acreditem que o termo
“subdesenvolvimento” é desnecessário ao falar destes países, pois dá a impressão de que estarão
neste estado permanentemente.

De acordo com Abramovay (2002), o termo utilizado para substituir o mesmo é “país em
desenvolvimento”, o qual significa que o país ainda não é desenvolvido, porém, está em
movimento, tentando modificar sua situação para tornar-se um lugar melhor para sua população.
Critica-se, segundo Barquero (2001), que o longo período em que países se mantêm
subdesenvolvidos não o é por razões naturais. As razões seriam as causas históricas, força das
circunstâncias ou acções humanas. Circunstâncias históricas desfavoráveis, principalmente o
colonialismo político e económico que mantiveram essas regiões à margem do processo da
economia mundial em rápida evolução julgasse como um dos factores.

É a concentração abusiva de riqueza, sobretudo neste período histórico dominado pelo


neocolonialismo capitalista que foi o factor determinante do subdesenvolvimento de uma grande
parte do mundo: as regiões dominadas sob a forma de colónias políticas directas ou de colónias

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económicas. Para Abramovay (2002), o subdesenvolvimento é o produto da má utilização dos
recursos naturais e humanos, de forma a não conduzir à expansão económica e a impedir as
mudanças sociais indispensáveis ao processo da integração dos grupos humanos
subdesenvolvidos dentro de um sistema económico integrado.

Segundo Mirasse (2018), só através de uma estratégia global do desenvolvimento, capaz de


mobilizar todos os factores de produção no interesse da colectividade, poderão ser eliminados o
subdesenvolvimento e a fome da superfície da terra. Dessa forma, existem alguns critérios que
definem se um país é ou não é subdesenvolvido, a saber: dependência económica e tecnológica,
problemas sociais (como desemprego, desigualdades, fome, miséria), baixos índices de
industrialização, problemas em infra-estrutura, entre outros. (Abramovay, 2002).

De acordo Freitas (2016), a economia dos países subdesenvolvidos é baseada em produtos


primários. Para explicar as causas dos problemas económicos em países subdesenvolvidos,
Freitas (2016) afirma ainda que é necessário realizar uma profunda abordagem, pois são vários os
factores, dentre os principais estão:

i. Dependência económica em relação às actividades primárias: corresponde à extrema


dependência em relação às actividades como a agricultura, extrativismo e mineração.
ii. Dependência económica e tecnológica: isso é resultado da forte influência exercida pelas
empresas multinacionais que são os principais centros produtivos nos países
subdesenvolvidos, exemplo disso são as indústrias automobilísticas que são quase na
totalidade estrangeira, em suma as economias dos países em questão dependem dos
capitais internacionais.

4. Desenvolvimento do sistema financeiro, pobreza e renda

A concepção de que o desenvolvimento do sistema financeiro favorece a população mais pobre,


tanto de forma indirecta, via crescimento económico, quanto de forma directa, por estimular o
empreendimento de iniciativas económicas autofinanciadas deve, em grande medida, ser
creditada a McKinnon (1973). O autor argumenta que, em economias com sistemas financeiros
pouco desenvolvidos, a acumulação de poupança prévia é complemento essencial aos bens de
capital para garantir a realização do investimento. Assim, a pobreza e a incapacidade de obter
empréstimos pode se constituir em uma significativa barreira à adopção de tecnologias simples e
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produtivas. O autor enfatiza, ainda, que mesmo com o acesso restrito da população pobre ao
crédito, forçando, na maioria das vezes, uma situação de autofinanciamento, o sistema financeiro
pode possibilitar oportunidades lucrativas para a poupança. Dessa forma, a intermediação
financeira afecta a pobreza, tanto por meio das operações de crédito, quanto via remuneração dos
saldos monetários que, em última instância, configuram a poupança prévia necessária ao
investimento, o que, em essência, constitui o “conduit effect” de McKinnon, sobre o qual repousa
a principal justificativa para a defesa da liberalização do sistema financeiro.

Ao afectar a trajectória das taxas médias de crescimento da economia, é de se esperar que o


sistema financeiro exerça, também, impactos positivos sobre a pobreza e a distribuição de renda,
dado o efeito do crescimento económico na criação e/ou ampliação de oportunidades de trabalho.

Falhas e imperfeições do mercado financeiro, especialmente aquelas relacionadas às assimetrias


de informações, implicam em restrições ao crédito que atingem directamente a população mais
pobre. Em geral, a alocação do crédito pelo sistema financeiro é feita fundamentada em garantias
que os beneficiários podem propiciar e nas relações que estes já têm estabelecidas com as
instituições financeiras, o que, quase sempre, exclui a parcela da população pobre ou com renda
insuficiente para atender às exigências impostas pelo sector. Essa situação torna-se mais grave
em países com baixa intensidade de desenvolvimento do sistema financeiro caracterizados, dentre
outros aspectos, por uma reduzida cobertura espacial dos serviços financeiros, pelo excesso de
exigências para inserção no sistema e pela falta de regulação e de políticas específicas que
beneficiem os pobres. Isto resulta em restrições à capacidade dessa parcela da população de
participar de forma plena da actividade económica, limitando suas possibilidades de sair da
condição de pobreza e galgar melhores posições na escala de distribuição de renda, conforme
destaca Zhuang et al. (2009, p. 12).

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Conclusão

O sistema financeiro compreende o conjunto de instituições financeiras que asseguram,


essencialmente, a canalização da poupança para o investimento nos mercados financeiros, através
da compra e venda de produtos financeiros

O sistema financeiro internacional é constituído de uma série de regramentos e critérios aceitos e


definidos pelos Estados que participam desse regulamento económico.

O FMI procura impor aos países endividados uma política recessiva, isto é que entrava as
actividades económicas, reduzindo novos investimentos e diminuições salariais.

Os países do terceiro mundo, dada a sua fragilidade e falta de capital para construírem infra-
estruturas e ou desenvolver seus países por si só, adoptam políticas que recorrem a dívidas
externas como forma de catapultar o desenvolvimento dos seus países.

A intermediação financeira afecta a pobreza, tanto por meio das operações de crédito, quanto via
remuneração dos saldos monetários que, em última instância, configuram a poupança prévia
necessária ao investimento.

Alocação do crédito pelo sistema financeiro é feita fundamentada em garantias que os


beneficiários podem propiciar e nas relações que estes já têm estabelecidas com as instituições
financeiras, o que, quase sempre, exclui a parcela da população pobre ou com renda insuficiente
para atender às exigências impostas pelo sector.

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Bibliografia

Abramovay, R. (2002). Desenvolvimento Rural Territorial e Capital Social. Brasília:


UFPB/CIRAD/EMBRAPA.

Allen, F., & Gale, D. (Abril de 2001). Comparative Financial Systems: A Survey. Center for
Financial Institutions Working Papers, pp. 01-15

Associação Portuguesa de Bancos. (03 de 08 de 2015). Disponivel:


http://www.apb.pt/sistema_financeiro/o_que_e. Acesso em 10 de Novembro de 2022.

Baran, P. A. (1977). A Economia Política do Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Zahar.

Barquero, A.V. (2001). Desenvolvimento Endógeno em Tempos de Globalização. Porto Alegre:


FEE/UFRGS.

Brito, J. A. (2009). Sistema Financeiro e Caracterização Económica de Pequena Economia


Insular. Cabo Verde, Determinantes Financeiros do Investimento. Coimbra, Portugal:
Universidade de Coimbra: Faculdade de Economia.

Ferreira, Vanessa Capristano. (2012). Sistema Financeiro Internacional: fracassos e necessidade


de reestruturação. Revista Aurora, Marília, v. 5, n. 1, p. 157-168.

Fields, G. S. (2001). Distribution and development: a new look at the developing world. 1. ed.
Cambridge, MA: MIT Press and the Russell Sage Foundation.

Freitas, E. (2016). Problemas económicos nos países subdesenvolvidos. Geografia Humana.


Mundo Educação.

Gordon, R. (2000). Macroeconomia, 7ª edição. Porto Alegre: Bookman.

Mckinnon, R. I. (1973). Money and capital in economic development. Washington, D.C.:


Brookings Institution,184p.

Mirasse, J.J. (2016). Economia do Desenvolvimento. Manual do Curso de Licenciatura em


Administração Pública – 3º Ano. Beira: UnISCED.

Pires, C. M. S. (2016). Desenvolvimento nos Países do Terceiro Mundo. Manual do Curso de


Licenciatura em Gestão Ambiental – 2º Ano. Beira; UCM/CED.
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Zhuang, J. et al. (Oct. 2009). Financial sector development, economic growth, and poverty
reduction: a literature review. Philippines: Asian Development Bank,. 39p. (ADB
Economics Working Paper Series, n. 173).

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