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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância

Tema
Problemas de Crescimento Demográfico nas Principais Cidades, Vilas de
Moçambique

Nome: Gina Albino Sande


Código: 708206154

Curso: Geografia
Ano de frequência: 3o
Turma: C
Disciplina: Geografia de População e
Povoamento

Docente: Dr. João Fernando Sadique

Beira, Julho de 2022


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação a Distância

Tema
Problemas de Crescimento Demográfico nas Principais Cidades, Vilas de
Moçambique

Nome: Gina Albino Sande


Código: 708206154

Curso: Geografia
Ano de frequência: 3o
Turma: C
Disciplina: Geografia de População e
Povoamento

Docente: Dr. João Fernando Sadique

Beira, Julho de 2022


Resumo

Actualmente, a população mundial ultrapassou a marca dos sete bilhões de habitantes.


Entretanto, as maiores preocupações e desafios demográficos existentes não se referem ao
quantitativo populacional, mas à distribuição de recursos alimentares, às questões étnicos-
sociais, aos movimentos migratórios, à idade média da população, entre outros.

Diante dessas preocupações, podemos enumerar abaixo os principais desafios demográficos


do mundo para o século XXI: Questões alimentares: fome e obesidade; Migrações em
massa; Racismo, machismo, homofobia e preconceitos de toda forma; Envelhecimento da
população.
Folha de feedback
Classificação
Nota Sub
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
do Total
Máxima
Tutor
Capa 0.5
Índice 0.5
Introdução 0.5
Aspectos Discussão 0.5
Estrutura
Organizacionais Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(indicação clara do
1.0
problema)
Introdução Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada
2.0
ao objectivo do trabalho
Articução e domínio do
discurso académico
(expressão escrita
Conteúdos 2.0
cuidada,
coerência/coesão
Análise e textual)
Discussão
Revisão bibliográfica
nacional e internacionais
relevantes na área de 2.0
estudo
Exploração dos dados 2.0
Contributos teóricos e
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letras,
Formatação
gerais paragrafo, espaçamento 1.0
entre linhas.
Normas APA 6ª Rigor e coerência das
Referência
edição em citações/referências
Bibliográfic
citações e Bibliográficas
a 4.0
bibliografia
Índice
Introdução...............................................................................................................................1

Justificativa.............................................................................................................................1

Objectivos............................................................................................................................1

Problemática............................................................................................................................2

Hipóteses.................................................................................................................................2

Revisão da literatura................................................................................................................2

Fundamento Teórico...............................................................................................................3

Conceitos importantes.........................................................................................................3

Problemática do crescimento demográfico nas principais cidades de Moçambique..........3

Problemas Demográficos....................................................................................................5

Problemas alimentares.....................................................................................................5

Migrações internacionais e xenofobia.............................................................................6

Racismo e intolerância.....................................................................................................6

Envelhecimento da população.........................................................................................7

Desafios de problemas demográficos em Moçambique......................................................7

O crescimento natural......................................................................................................8

Causas..............................................................................................................................9

Consequências do crescimento urbano em moçambique..................................................10

Os desafios do sector de Transportes em Moçambique....................................................10

Os desafios.....................................................................................................................11

Deficiência de conhecimento de estrutura Etária..............................................................12

Estrutura etária da população.........................................................................................12

Importância socioeconómica do estudo da estrutura etária da população.....................12

Importância do estudo da estrutura etária......................................................................13


Distribuição Geográfica da População Moçambicana...................................................14

A deficiência intelectual na perspectiva histórico-cultural............................................14

Metodologia..........................................................................................................................15

Localização geográfica......................................................................................................15

Considerações Finais.............................................................................................................16

Bibliografia...........................................................................................................................17
Introdução
O presente projecto, aborda da problemática de crescimento demográfico em Moçambique
visto que, este fenómeno, atingiu demasiado o ambiente natural, fazendo com que inúmeras
espécies animam desaparecessem e outras ameaçadas de extinção, portanto, esta gerando
fome, miséria, mendicidade entre outros males.

As consequências do crescimento demográfico mundial são alarmantes. Revelam as


pesquisas que o crescimento da população mundial deverá permanecer em crescente
evolução até o ano de 2050, quando as projecções são de que a população mundial possa
atingir a marca de 11 biliões de habitantes. Essas consequências do crescimento
populacional já estão a ser sofridas pela humanidade actualmente e sobretudo pela natureza.
(Modulo de Geografia de População e Povoamento, 2022).

Justificativa
Somente com a ajuda internacional a situação do povo de Moçambique pode ser minorada,
diante de tanta dificuldade. Mas, com certeza, levará muito tempo para que a nação seja
reconstruída, sendo que novos efeitos climáticos extremos podem se tornar frequentes na
região. O fato é que Moçambique precisa avançar na transição demográfica para aproveitar
as vantagens de uma estrutura etária favorável e dar um salto de qualidade de vida.

O apoio da comunidade internacional é fundamental, mas os moçambicanos precisam


tomar consciência de seus problemas e tomar medidas para sair da armadilha da extrema
pobreza. A ajuda para se levantar é essencial, mas são os próprios moçambicanos que
devem caminhar de maneira independente e sustentável.

Objectivos
 Enumere os problemas demográficos;
 Consequências dos problemas populacionais no ambiente;
 Causa dos problemas populacionais;
 Explicar as medidas para minimizar os problemas populacionais

1
Problemática
Os desafios de Moçambique são imensos, pois além de ser um país pobre e muito desigual,
sofre com a alta degradação ambiental e o crescimento populacional é um dos mais rápidos
do mundo. A população moçambicana era de 6,2 milhões de habitantes em 1950, passou
para 30,5 milhões em 2018, deve alcançar 68 milhões em 2050 (crescendo mais de 10
vezes em 100 anos) e 135 milhões de habitantes em 2100 (crescendo cerca de 20 vezes em
150 anos), segundo as projecções médias da Divisão de População da ONU. Diante desse
pressuposto problema, o que o governo e os moçambicanos fazem para converter este
cenário demográfico?

Hipóteses
H1: O crescimento significativo nas exportações de matérias-primas é suficiente para
contrabalançar os efeitos que isso está a ter na economia. 

H2: Medidas decisivas em termos de política monetária e um sólido desempenho em


termos exportações de matérias-primas ajudaram a estabilizar o Metical e a reduzir a
inflação;

H3: O desafio de transformar a população jovem, e em crescimento, do país num dividendo


demográfico para o crescimento futuro.

Revisão da literatura
Na sequência do Censo nacional de 1997 o INE (1999) projectou o crescimento
populacional até 2020, estimando atingir nesse ano 28 milhões de habitantes.
Diferentemente do INE, a UN (2010) divulga quatro variantes de projecções, em vez de
apenas um. O mérito das projecções da UN é fornecerem um leque de alternativas, mais ou
menos prováveis, tendo em conta a incerteza.
O aumento da densidade demográfica nas cidades moçambicanas não tem sido
acompanhado por um planeamento urbano sistemático (ARAÚJO, 2003; JENKINS, 2006).
Em geral, o planeamento urbano é uma prática pouco comum nas cidades do Sul Global
(COHEN, 2004, 2006; DYSON, 2011). Como resultado, as vantagens associadas aos
assentamentos urbanos concentrados são substituídas pelos desafios que surgem da falta de

2
planificação, da planificação deficiente ou de uma implementação ineficaz do planeamento
urbano. Portanto, na generalidade das cidades moçambicanas, assiste-se a formas de uso e
gestão do solo urbano que tendem a agudizar as desigualdades socioeconómicas e
espaciais, incluindo a degradação do ambiente urbano (ARAÚJO, 2003).

Fundamento Teórico
Moçambique tem uma população predominantemente rural, com uma percentagem de 23%
dos seus habitantes em áreas urbanas. Maputo, a capital  (ex-Lourenço Marques), no sul do
país, e a cidade da Beira, no centro do país, têm os mais elevados índices de concentração
de população urbana, representando o imenso mosaico cultural que é Moçambique. A
língua oficial é o português, embora declarado como língua materna de apenas 5% da
população, durante o censo de 1997. Das diversas línguas de origem bantu faladas nos país,
as que cobrem um índice mais elevado de populações, enquanto língua materna são:
emakua (1/3 da população); xisena,(1/4 da população); xitsonga (1/5 da população) e
xitswa (1/8 da população).

Conceitos importantes
O crescimento é o ato e o resultado de crescer: aumentar, ampliar, incrementar.
Demográfico é tudo o que está relacionado com a demografia (a análise estatística de um
grupo humano, ligado à sua evolução em algum momento).

Assim, chama-se crescimento demográfico à mudança registrada em uma população em um


período específico. A quantificação dessa mudança é reflectida como a modificação do
número de habitantes por unidade de tempo.

O Crescimento demográfico está ligado à diferença entre o número de nascimentos e o


número de mortes: se mais pessoas nascem do que morrem, a população aumenta. No
entanto, existem outros factores que afectam a demografia, como o movimento de
imigrantes e emigrantes.

Problemática do crescimento demográfico nas principais cidades de Moçambique


Os dados do Banco Mundial mostram que o crescimento urbano em Moçambique foi
acelerado durante as décadas de 1980 e 1990. Numa primeira fase, concretamente entre

3
1975 e 1990, o crescimento urbano foi particularmente estimulado pela reclassificação
urbana (Pililão, 1989; Araújo, 2003).

Com o aumento de assentamentos classificados como urbanos, a população urbana


aumentou. Na altura da proclamação da independência, em 1975, a população urbana
cifrava-se em cerca de 8 %. Entretanto, 15 anos depois, isto é, em 1990, aproximadamente
25 % da população moçambicana era classificada como urbana (banco de dados do Banco
Mundial, 2019). Portanto os decretos legais tiveram um papel importante no crescimento da
população urbana e no crescimento urbano.

Como resultado deste rápido crescimento, no ano 2000 a proporção da população urbana
em Moçambique atingiu 30 % e, actualmente está situada em torno de 34 % (banco de
dados do Banco Mundial, 2019; INE, 2019).

O esquema abaixo mostra os aspectos que serão apresentados neste projecto.

Nas principais cidades


de Moçambique

Nas principais Vilas


Moçambique

Problemas
Demográficos
Desafios criado pelo
sector de transporte

Deficiência de
conhecimento de estrutura
Etária

Figura 1: Esquema do Projecto sobre problemas de crescimento demográfico em Moçambique.

4
Problemas Demográficos
Problemas alimentares
Há alguns séculos, estimava-se que o elevado aumento populacional seria gerador de
grandes catástrofes e problemas relacionados com a falta de recursos naturais para a
população. No entanto, o que se observou foi a expansão da produção de alimentos para
além dos crescimentos populacionais.

Todavia, muitas pessoas ainda sofrem com a fome ou subnutrição no mundo. Essas pessoas
são vítimas directas da concentração de riquezas e da consequente má distribuição dos
recursos alimentares pelo mundo. Eis a problemática da fome. Existem dois tipos principais
de fome no mundo: a do tipo endémica ou fechada e a do tipo epidémica ou aberta.

A fome do tipo endémica é também chamada de subnutrição e refere-se ao tipo de fome


resultante da pobreza extrema de uma pessoa ou de uma população inteira. A estimativa
actual é de que mais de 800 milhões de pessoas no mundo sofram com a subnutrição, que
consiste no consumo médio inferior a 2500 calorias por dia por parte de um indivíduo.

A fome do tipo epidémica acontece mais raramente, porém costuma ser mais catastrófica.
Ela ocorre em períodos de guerra, longas secas, epidemias ou pandemias e até como
resultado do abandono da população por parte do governo.

Outro problema alimentar existente no mundo e que se coloca como um desafio a ser
superado é a acentuada expansão da obesidade. Ao contrário da fome e da subnutrição, que
vêm registrando decréscimos, a obesidade vem aumentando a cada ano. As estimativas são
de que o número de obesos seja igual ou superior ao número de pessoas com fome.

A obesidade é o excesso de gordura corporal que uma pessoa possui. Tal problema
ocasiona uma diminuição da expectativa de vida em função das diversas doenças por ele
causadas, como problemas cardíacos e cânceres.

As principais causas da obesidade no mundo estão relacionadas com o padrão de vida da


sociedade global capitalista, como o sedentarismo geral da população e a má alimentação
resultante do crescimento do consumo das comidas rápidas ou fast-food. Em países da
Europa e do Japão, esse problema já abrange mais de 20% da população e, nos Estados
Unidos, 30%.

5
Migrações internacionais e xenofobia
As migrações internacionais ocorrem, principalmente, envolvendo habitantes do chamado
mundo subdesenvolvido que buscam melhores condições de emprego e renda no mundo
desenvolvido. Tal processo vem ocorrendo mais intensamente na história da humanidade
desde o final da Segunda Grande Guerra.  A maior parte dessas migrações ocorre por
motivações económicas.

Os países que recebem esse grande quantitativo populacional procuram estabelecer limites
para essa grande quantidade de pessoas que ingressam em seus territórios, a fim de evitar o
inchamento populacional e agradar a população interna que reivindica acções nesse sentido.
No entanto, essas migrações continuam a ocorrer de forma ilegal.

Ao chegar em um país, esses imigrantes costumam preservar as suas tradições culturais de


origem, bem como sua língua e o seu modo de falar, o que representa uma insegurança no
que se refere à relação entre Estado e nação. Tal risco materializa-se no fato de os
imigrantes passarem a exercer directa influência sobre os rumos político-económicos
nacionais.

Em razão disso, cresce no mundo o processo de xenofobia, que é a aversão que a população
de um dado lugar possui em relação a povos estrangeiros, que são vistos como uma ameaça
e uma “concorrência desleal” no mercado de trabalho, uma vez que uma pessoa estrangeira
costuma receber menores salários.

Existiram e ainda existem diversos casos de xenofobia no mundo, o que vem causando a
morte de milhares de pessoas em todo o planeta.

Racismo e intolerância
Outro problema demográfico do mundo actual relaciona-se aos casos de racismo e outras
formas de intolerância a grupos como os homossexuais, mulheres e outros.

O racismo está fundamentado em discursos historicamente construídos sobre a


superioridade de algumas etnias – erroneamente chamadas de raças – sobre outras. Na
maioria dos casos, tais discursos foram previamente elaborados para justificar o domínio de
alguns povos sobre outros, isto é, de um Estado sobre outro.

6
Além disso, o racismo é fruto da hostilidade em relação às pessoas que destoam do padrão
de uma dada sociedade, por não se enquadrarem em uma determinada homogeneidade
étnica que daria a um determinado Estado ou também de nação, ou Estado-Nação, isto é,
quando um território é formado basicamente por uma única etnia.

Outros casos de intolerância também se revelam a partir de discursos históricos. O


machismo advém da herança da cultura da submissão feminina nas sociedades do período
moderno da história (e até mesmo antes). Casos de homofobia também são frutos desse
processo, que coloca no topo da hierarquia social o homem branco heterossexual.

Envelhecimento da população
Uma das questões demográficas que mais vêm gerando debates no contexto mundial é o
envelhecimento da população, resultado do controle do crescimento populacional e da
elevação da expectativa de vida. Em linhas gerais, nascem menos e morrem menos pessoas
no mundo do que antes.

Alguns países da Europa, a exemplo da Alemanha, vêm incentivando a prática familiar de


ter mais de um filho por casal através de incentivos à própria família para a criação e
manutenção dos padrões de vida de seus filhos.

O grande temor é o de que não haja uma população economicamente activa para sustentar a
previdência e a estrutura dos países.

Desafios de problemas demográficos em Moçambique


Moçambique, é um País em desenvolvimento com uma taxa de crescimento da população
relativamente alta, e que conta com uma população maioritariamente jovem, o que coloca
ao Estado Moçambicano certos desafios relacionados com problemas demográficos, sendo
de destacar os seguintes:

No domínio da educação - a prevalência duma alta taxa de analfabetismo, dificuldades na


absorção de crianças em idade escolar, superlotação das turmas, sobretudo nos centros
urbanos, falta de salas de aula, entre outros.

7
No domínio da saúde - apesar dos esforços em curso, para minimizar as dificuldades no
sector, ainda constituem preocupação, a falta de médicos, hospitais, centros de saúde e
fármacos.

Desemprego - este mal social, verifica-se sobretudo, nos centros urbanos, lugar onde
converge o movimento migratório campo-cidade (êxodo-rural). O aumento de número de
desempregados provoca o surgimento de fenómenos, tais como: a marginalidade, a
mendicidade, a criminalidade, a prostituição, etc.

Habitação - neste domínio, importa destacar que, constitui um grande problema, a falta de
boas condições de habitabilidade, o surgimento de bairros suburbanos com imóveis
construídos com base num material precário.

Alimentação - o país é produtor de uma grande diversidade de alimentos. Mas, denota-se


na população problemas graves de desnutrição crónica; derivados de hábitos alimentares
pouco apropriados. Campanhas estão sendo levadas a cabo junto às comunidades, com o
intuito de sensibilizá-las sobre a necessidade de mudança de atitude no tocante ao hábitos
alimentares.

Ambiente - nos centros urbanos e na periferia dos mesmos, verifica-se uma degradação da
qualidade de ambiente, devido a exploração intensiva de recursos, superlotação de imóveis,
produção de resíduos sólidos, entre outros problemas.

O crescimento natural
Cerca de 75 % do crescimento demográfico das cidades africanas é determinado pelo
crescimento natural, isto é, pela diferença entre a natalidade (fecundidade) e a mortalidade
(Ezeh et al., 2010). Em geral, a fecundidade nas áreas urbanas tem vindo a reduzir-se. Os
dados do Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) mostram que, em 1997, as mulheres nas
áreas urbanas tinham uma fecundidade de 5,1 filhos.

Em 2003, este valor baixou para 4,4 filhos, tendo aumentado ligeiramente para 4,5 filhos
em 2011 (INE e MISAU, 2011). Os factores conducentes ao declínio da fecundidade nos
espaços urbanos moçambicanos têm sido associados ao aumento da prevalência de uso de
contraceptivos modernos, dos níveis de escolarização feminina e da inserção da mulher no
mercado de emprego formal (Agadjanian, 2001; Arnaldo, 2013; Arnaldo e Muanamoha,

8
2013). Portanto, é plausível que haja uma associação entre a urbanização e a redução da
fecundidade em Moçambique e tal argumento é consistente com as discussões sobre a
transição demográfica (Bongaarts, 1978, 2015; Kingsley e Blake, 1956), assim como com
os recentes debates no campo da demografia evolutiva (Sear et al. 2016).

Os dados dos censos de 1997 e 2007 mostram que os níveis de fecundidade variam
significativamente entre as principais cidades de Moçambique. Em 1997, entre as cidades
com a taxa de fecundidade mais baixa, encontramos as cidades de Maxixe e Beira, com
quatro filhos por mulher, seguidas da cidade de Maputo e Matola, com 4,2, e Inhambane,
com 4,3 filhos por mulher. Em 1997, as taxas mais elevadas foram observadas em Chimoio
(7,1), Tete (6,9), Xai-Xai (6,6) e Nampula (6,5).

As estimativas do Censo de 2007 mostram que as taxas globais de fecundidade mais baixas
nas principais cidades de Moçambique registaram-se nas cidades de Maputo (3,2), Matola
(3,4), Maxixe (3,6), Inhambane (3,7) e Xai-Xai (3,7). Por seu turno, as taxas globais de
fecundidade mais elevadas foram observadas em Chimoio (5,7), Lichinga (5,6), Quelimane
(5,2) e Tete (4,9).

Entre os dois censos, a fecundidade reduziu-se nas principais cidades moçambicanas, com a
excepção de Quelimane. Nesta cidade, a fecundidade aumentou ligeiramente, passando de 5
para 5,2 filhos por mulher. As maiores reduções da taxa de fecundidade foram observadas
em Xai-Xai, (3 filhos por mulher), seguida da cidade da Beira (2 filhos por mulher) e
Nampula e Chimoio (1,5 filhos cada).

Causas
A sobrepopulação é a principal causa da maioria dos problemas mundiais. Quer seja uma
questão de falta de comida, falta de água potável ou falta de energia, cada país do mundo é,
ou será, afectado pelo factor sobrepopulação.

Em parte graças à importação de bens do estrangeiro, qualquer país é capaz de manter a sua
própria segurança social. Mas isto não se pode passar de uma forma ilimitada. De facto, o
número de habitantes está a crescer em cada país. A população mundial ameaça crescer, nas
próximas décadas, para 8 ou 10 biliões. Existe uma boa hipótese de que mais e mais países
irão necessitar dos seus próprios produtos.

9
Consequências do crescimento urbano em moçambique
A maioria das publicações sobre urbanização em Moçambique aborda questões relativas à
origem e evolução dos espaços urbanos em Moçambique (ARAÚJO 2012, 2005, 2003;
GONÇALVES, 2016); à questão da evolução dos espaços urbanos em Moçambique
(MELO, 2013) e ao debate sobre a natureza dos espaços urbanos em Moçambique e sua
diferença em relação aos espaços rurais (JENKINS 2004, 2006; ARAÚJO, 1999). Todavia,
as áreas urbanas em Moçambique correspondem a menos de 1 % da superfície do País e
albergam cerca de 33 % da população.

Portanto, um dos primeiros aspectos a ter em conta é o impacto do rápido crescimento


demográfico no que diz respeito à densidade demográfica das áreas urbanas estando elas
situadas em territórios ecologicamente sensíveis. Os dados estatísticos indicam que a
densidade da população entre as principais cidades moçambicanas é muito variável. Porém,
ela tem vindo aumentar muito rapidamente, como ilustra o gráfico 4. Entre as cidades com
densidades mais elevadas, destacam-se Maputo e Matola, com mais e 2000 habitantes por
km2. As mais baixas densidades observam-se em Maxixe e Inhambane, com cerca de 500
habitantes por km2 (INE, 1999, 2009, 2017).

Assim, o impacto ambiental do crescimento demográfico urbano pode ser um problema


preocupante. No entanto, Schneider et al. (2009) mostram que os impactos resultantes da
expansão de aglomerações e da população urbana, tais como a destruição e contaminação
de ecossistemas, não são os únicos problemas. O modelo de sociedade de consumo que
caracteriza a vida urbana actual implica o uso de recursos naturais, em particular, os
energéticos, em grande escala e a deposição de resíduos resultantes do consumo crescente.

Os desafios do sector de Transportes em Moçambique


Os transportes contribuíram com cerca de 10% do PIB em 2009, o que lhe conferiu a
terceira posição nos sectores de economia que directamente galvanizam o crescimento
económico. Em 2012, os transportes registaram um crescimento de 14,2% em ferrovias e
estradas, incluindo os seus serviços. Contudo, se considerarmos que essa contribuição
resulta fortemente da prestação de serviços aos países do hinterland, se deduz que o sector
de transportes desempenha ainda um papel incipiente no desenvolvimento dos sectores

10
líderes da economia. De facto, a percepção prevalecente é a de que a exiguidade de infra-
estruturas e serviços de transporte limita o desenvolvimento económico do País.

O sistema de transportes constitui um factor determinante para a coesão social e territorial,


e para conferir uma maior competitividade. Para que o sistema desempenhe o seu papel de
se dar atenção especial à melhoria das infra-estruturas ao nível nacional, tendo em conta as
necessidades de equidade e solidariedade de todos os cidadãos na garantia da sua
mobilidade e dos seus bens.

O uso eficiente de um sistema de transportes pressupõe a existência de uma rede de


subsistemas de transportes rodoviários, ferroviários, aéreos e marítimos que funcionem de
uma forma interligada. E ainda, as ligações entre os subsistemas que constituem nós
logísticos operacionais e eficientes quer para a carga, quer para passageiros. O que poderá
racionalizar os custos, aumentar a acessibilidade e amplia as opções dos cidadãos e dos
investidores em geral.

Os desafios
A Migração digital, segurança cibernética e melhoria no transporte de passageiros são
alguns dos desafios apontados pelos stakeholders do sector dos transportes e comunicações
ao novo titular do pelouro, Janfar Abdulai, em conversa com “Carta”, em torno dos
desafios que se colocam ao novo Governo.

O sector dos transportes e comunicações é tido como um dos sectores estratégicos do país,
sendo um dos que ainda carece de maior investimento, com particular atenção para o
desenvolvimento do transporte de passageiros, assim como para a melhoria da qualidade
das telecomunicações.

O transporte rodoviário de passageiros há muito que se tem mostrado uma “dor-de-cabeça”


aos sucessivos governos de Moçambique, sobretudo nas grandes cidades do país, onde as
pessoas têm sido transportadas em condições desumanas.

Chegar à cidade de Maputo, partindo de diversos pontos da periferia desta urbe, assim
como da vizinha cidade da Matola e dos distritos de Marracuene e Boane, que integram a
área metropolitana de Maputo, tem-se revelado um verdadeiro martírio, mesmo após a

11
introdução de novos autocarros, adquiridos pelo Governo no propalado “Plano 1000”, que
tinha como meta a introdução de 1000 autocarros em todo o país até finais de 2019.

À “Carta”, o Presidente da Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores


Rodoviários (FEMATRO), Castigo Nhamane, disse que Janfar Abdulai deve dar
continuidade do trabalho já realizado por Carlos Mesquita que, na sua opinião, tornou o
sector dos transportes melhor que nos anos anteriores, com a introdução do famoso “Plano
1000”. (https://cartamz.com/index.php/carta-do-fim-do-mundo/item/10671-o-sector-dos-transportes-nao-
esta-a-altura-dos-desafios-do-pais).

Deficiência de conhecimento de estrutura Etária


Pirâmide etária é um gráfico organizado para classificar a população de uma determinada
localidade conforme as faixas de idade, dividindo-as por sexo.

Estrutura etária da população


A estrutura etária da população compreende a repartição da população por idades e por
sexos. Assim, costuma-se subdividir a população em três principais faixas
etárias: jovens (0-19 anos), adultos (20-64 anos) e velhos (65 e mais anos). Contudo, estas
idades variam de um país para outro, não havendo valores estanques.

Importância socioeconómica do estudo da estrutura etária da população


O estudo da estrutura etária da população permite conhecer e compreender com clareza a
história demográfica de um pais ou de uma região, para além de fornecer dados
importantíssimos para previsões e planeamento de serviços, como, por exemplo: o número
de indivíduos aptos para o trabalho, os efectivos em idade de procriação, a projecção
demográfica, o número de indivíduos que constituem encargos sociais (crianças, idosos e
deficientes) e os efectivos em idade escolar, cujo conhecimento se torna indispensável para
o planeamento do sector de educação e saúde.

A estrutura etária da população depende do crescimento natural e da esperança de Vida


Adernais, as migrações, as crises económicas, guerras, epidemias, conflitos políticos e

12
sociais influenciam também a estrutura etária da população, manifestando-se assim nas
respectivas pirâmides.

A estrutura etária e sexual da população é a composição da população por grupos de idades


e por sexo. O gráfico (pirâmide etária) que se segue demonstra a composição da população
moçambicana por diferentes faixas de idade e por colunas sexuais (Homens e Mulheres).

Ilustração 1: Estrutura etária, sexual da população moçambicana

Analisando esta pirâmide, podemos depreender o seguinte:


 A base é larga, o que significa que a proporção de crianças e jovens é maior e isto
mostra, que as taxas de natalidade e fecundidade são altas;
 A proporção de adultos e velhos vai se estreitando ao longo do corpo até ao topo da
pirâmide, reflectido a reduzida esperança de vida;
 A população de sexo feminino está em maior proporção que a do sexo masculino;
 Concluindo; a população moçambicana é jovem e, é típica de um país em
desenvolvimento.

Importância do estudo da estrutura etária


O estudo da estrutura etária e sectorial da população é importante, pois, permite efectuar
com segurança a planificação da vida do País, nas mais diversas esferas: social (educação,
saúde, habitação, etc.) e mercado de emprego. E, também é possível analisar a distribuição
da população economicamente activa por sectores de actividades.

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Distribuição Geográfica da População Moçambicana
A população moçambicana, encontra-se distribuída de forma desigual ao longo do
Território Nacional, devido à influências de vários factores, tais como:

 Naturais - clima, releva, vegetação, solos, recursos de água, riqueza do subsolo, etc.
 Socioeconómicos - desigualdade em termos de nível de desenvolvimento social e
económico entrem as regiões: Sul, Centro e Norte do País.
 Histórico-Políticos - o passado colonial, e as guerras de libertação nacional e de
desestabilização.

Existem quatro tipos principais de pirâmides populacionais, que são classificadas conforme
a idade predominante da população.
Pirâmide Jovem: possui uma base mais larga, em virtude dos altos índices de natalidade e
um topo muito estreito, em função da alta mortalidade e da baixa natalidade em tempos
anteriores. Esse tipo de pirâmide é visto com mais frequência em países subdesenvolvidos.
Pirâmide Adulta: possui uma base também larga, porém com uma taxa de natalidade
menor em face da população infantil e jovem. A pirâmide brasileira acima representada é
um exemplo de pirâmide adulta.
Pirâmide Rejuvenescida: apresenta um relativo aumento do número de jovens em relação
a um período anterior, em função do aumento da fecundidade, geralmente em países
desenvolvidos que estimulam a natalidade.
Pirâmide Envelhecida: a população adulta é predominante e a base bem reduzida,
apresentando uma quantidade de idosos significativamente maior em comparação às demais
pirâmides. Esse tipo de pirâmide é mais comum em países desenvolvidos.

A deficiência intelectual na perspectiva histórico-cultural


Os sentidos dados aos fenómenos inerentes ao desenvolvimento humano estão
intrinsecamente relacionados às concepções de mundo e de homem presentes em cada
época, nas diferentes culturas. A visão de homem que nos é apresentada por Vigo ski é a de
"um ser concreto, que criando suas próprias condições de existência, faz-se na história ao
mesmo tempo em que faz essa história [...] e assume o controlo de sua própria evolução"
(PINO, 2000, p. 8). O sentido de desenvolvimento na perspectiva histórico-cultural não está

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relacionado à noção de progresso, mas de movimento ou dinamicidade e acontece nas
condições concretas da vida, sem implicações teleológicas. Para Vigotski (2001, 2003), a
noção de desenvolvimento pressupõe uma relação intrínseca de mútua constituição entre os
aspectos orgânicos e aqueles da ordem da cultura, que possibilitam transformações das
funções psicológicas e favorecem a emergência das funções superiores, essencialmente
humanas.

A visão predominante da deficiência intelectual no campo da psicologia era intelectualista,


enfatizava a insuficiência intelectual e desconsiderava outros aspectos relativos à
personalidade.

O principal argumento de Vigotski (1997) sobre as deficiências é que não implicam,


necessariamente, menor desenvolvimento, mas uma organização psíquica qualitativamente
diferenciada do que é comumente observado. O que diferencia os indivíduos com ou sem
deficiência intelectual não se limita aos aspectos quantificáveis da inteligência, mas
envolve a relação única estabelecida entre o modo de organização da personalidade, a
estrutura orgânica e funções psicológicas.

Metodologia
Localização geográfica
Moçambique situa-se na zona austral e na costa oriental de África. Com uma superfície de
799.380 quilómetros quadrados, faz fronteira a norte com a Tanzânia, a ocidente com o
Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e África do Sul, e a Sul com a Swazilândia e a África do Sul.
A sua faixa costeira, na zona este do território, é banhada pelo oceano Indico, numa
extensão de 2.515 quilómetros.

A população de Moçambique é estimada em 15.7 milhões de habitantes (censo 97), sendo


7.5 milhões de homens e 8.3 milhões de mulheres, com uma média de 20 habitantes por
quilómetro quadrado, onde a discrepância é extraordinariamente variável. A situação
geográfica e a história deste país, marcada por vários processos migratórios, resultaram
num grupo populacional heterogéneo com características multiculturais e multiétnicas.

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Considerações Finais
Neste projecto, com base na análise da dinâmica demográfica das principais cidades
moçambicanas, pretendíamos discutir as consequências do crescimento demográfico
urbano em Moçambique.

Por fim, entendemos que este trabalho abre espaço para que se estude aprofundadamente a
dinâmica do crescimento urbano em Moçambique de modo a perceber se o processo de
transição urbana ora em curso está associado à constituição de uma hierarquia e de uma
rede urbana em Moçambique. Tal é importante para o desenho de políticas de
desenvolvimento urbano.

O crescimento da população é determinado por três factores: natalidade, mortalidade e


movimentos migratórios. Nesta secção, apresentamos e discutimos a tendência dos
indicadores demográficos associados ao crescimento demográfico urbano, nomeadamente a
fecundidade, a mortalidade e a migração. Os dados foram obtidos dos censos de 1997 e
2007 e dos resultados preliminares do Censo de 2017. De seguida, procedemos à análise
das consequências do crescimento demográfico urbano em Moçambique.

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Bibliografia
 Modulo de Geografia de População e Povoamento, UCM, 2022
 https://www.iese.ac.mz/wp-content/uploads/2019/12/art_rhanscarnaldo.pdf,
Acessado em 03 de Julho de 2022.
 http://anpur.org.br/xviiienanpur/anaisadmin/capapdf.php?reqid=430 Acessado em
03 de Julho de 2022.
 https://www.scielo.br/j/urbe/a/qFxhYwrrWsPFh6Vq8SbvZ3j/?format=pdf&lang=pt
Acessado em 03 de Julho de 2022.
 https://www.dw.com/pt-002/pobreza-acompanha-crescimento-populacional-em-mo
%C3%A7ambique/a-58231156, Acessado em 03 de Julho de 2022.
 https://viriatotaamele.wordpress.com/2014/04/01/o-sector-dos-transportes-em-
mocambique/, Acessado em 03 de Julho de 2022.
 https://www.escolamz.com/2020/07/estrutura-da-populacao.html, Acessado em 03
de Julho de 2022.
 https://www.scielo.br/j/rbee/a/HQwb73v6jhsrVZdwJfhXvhc/?lang=pt Acessado em
03 de Julho de 2022.

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