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Índice
Introdução.........................................................................................................................................1
Contextualização..............................................................................................................................2
Delimitação do tema.........................................................................................................................2
A problemática:................................................................................................................................2
Justificativa.......................................................................................................................................2
Objectivo geral:................................................................................................................................3
Objectivos específicos:.....................................................................................................................3
Hipóteses..........................................................................................................................................3
Fundamentação teórica.....................................................................................................................4
Análises............................................................................................................................................9
Análises quantitativas:......................................................................................................................9
Análises qualitativas.........................................................................................................................9
Conclusão.......................................................................................................................................11
Referências Bibliográficas..............................................................................................................12
Introdução
Sabe-se que o bom uso da língua falada e escrita é essencial para os profissionais da língua
portuguesa. Uma palavra falada ou escrita de forma incorreta e usada inadequadamente pode ter
resultados catastróficos no ato da comunicação. A nossa língua portuguesa está sempre
ampliando o léxico, devido a vários fatores: a grande extensão territorial com suas variações
linguísticas, gírias, jargões, e, ainda há abertura ao estrangeirismo.
O professor tem que preparar, e bem o aluno, para que o mesmo escreva bons textos. Isto é feito
pelo aluno-escritor a partir de situações da fala e do pensamento e mais tarde, gradativamente
alcançar a leitura e escrita. Neste caso o aluno usa o que pretende usar, e a fala, que por si só, já é
dominada e direcionada para a escrita com uso de técnicas e métodos. Não basta ser um mero
leitor, mas, um leitor observador que leia o texto com minúcias, detalhes e ainda decifre as
peculiaridades do texto. A escolha deste assunto surgiu devido à observação de textos produzidos
por alunos portadores de erros ortográficos, que se repetiam demasiadamente, prejudicando de
alguma forma o desempenho na produção final do texto.
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Contextualização
Verifica-se nas atividades de produção textual, a ocorrência e a repetição de desvios ortográficos
em alunos de escola pública e propõem-se atividades de escrita, para reduzir os desvios
ortográficos de maior ocorrência. Através da análise sistemática dessa pesquisa, levantam-se
alguns questionamentos para minimizar o problema com a ajuda de atividades escritas.
Delimitação do tema
O tema proposto mostra as condições de ensino das escolas públicas na periferia do distrito de
Massinga, referente ao ensino da ortografia. Na tentativa de verificar essa problemática,
observam-se as condições de ensino, os métodos utilizados nos livros, as gramáticas, tudo
relacionado ao ensino da escrita e leitura. O ensino da língua falada e da língua escrita não é
suficiente ao bom entendimento do aluno.
A problemática:
Observa-se no processo de alfabetização uma grande dificuldade encontrada pelos alunos com a
construção ortográfica das palavras. O excesso de preocupação com a grafia desvia a atenção dos
alunos, prejudicando o rendimento na produção textual. Em uma conversa com alunos de 5ª a 7 ª
classes sobre o que eles achavam dos seus próprios textos produzidos, revelaram: achavam que as
idéias dos textos produzidos eram boas, mas tinham muitos erros ortográficos, que os erros de
ortografia prejudicavam no entendimento da releitura do texto, que alguns erros de grafia ou
pontuação prejudicavam até a reconstrução do texto e não sabiam expressar-se por causa de erros
de acentuação, pontuação e de escrita.
Justificativa
A intensão ao elaborar a presente pesquisa é a identificação indireta das causas pelas suas
consequências, os erros ortográficos, catalogando e analisando os desvios encontrados nas
redações dos alunos.
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Objectivo geral:
Conhecer a causa do desvio ortográfico nas produções textuais
Objectivos específicos:
Identificar técnicas para eliminar ou reduzir o desvio ortográfico nas produções textuais
Hipóteses
1. Positiva: A busca de respostas para esse problema, trás uma diferente maneira de ver, ler,
escrever, processar e interpretar as palavras, dando melhor capacidade de expressividade
na língua portuguesa.
2. Negativa: As escolas públicas não se empenham no estudo árduo da ortografia.
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Fundamentação teórica
Ler é atribuir um sentido a algo escrito, ler é questionar algo escrito a partir de uma expectativa
antes já formulada. Para um leitor iniciante, ler escritos vai desde nomes de ruas, praças,
passando por um livro, um cartaz, embalagens, jornal e panfletos, que são usados no cotidiano. É
lendo todos os dias que nos tornamos leitores, melhor ainda é estudar várias técnicas para
aprimorar e amadurecer o entendimento textual. Quem lê, lê com uma estratégia de leitura: ler
para obter uma informação precisa, para seguir uma instrução, para aprender, por prazer e tantos
outros motivos que nos impulsiona à leitura.
Josette nos fala que ao iniciar o desenvolvimento na língua falada, a criança deve passar por
algumas fazes de desenvolvimento leitor, e que a escola torna difícil à aprendizagem, passando
para o aluno: o domínio precoce das regras de leitura, aprender a fonética utilizada, aprender a
correta ortografia, a correta leitura oral, aproveitar a leitura para melhorar a ortografia.
O professor tem o papel fundamental no começo em que o aluno questiona o texto, tentando
construir o sentido ao invés de decifrá-lo, neste ponto o professor tem que desenvolver e não
contrariar as competências dos alunos, pelo contrário, tentando encorajá-los e estimulá-los para o
auto desenvolvimento leitor através de boas leituras e de forma gradual ao entendimento do
aluno.
Na fase da leitura individual, os alunos lêem silenciosamente o texto e é observado que os olhares
às vezes se fixam no texto, e pulam de um lugar para outro e ao mesmo tempo, a criança está
buscando um sentido para o texto. Nesta fase os alunos começam a confrontar-se com hipóteses e
achados que se bem direcionada a leitura, converterá em estímulos, a leitura da leitura prazerosa.
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Estratégias com textos diferentes podem ser usadas para estimular os alunos como pequenos
textos publicitários, que trazem curiosidades e humor, tanto para quem os lê como para quem vai
redigi-los. A utilização de contos, romances e poesias, por se tratarem de leituras mais
demoradas, devem ser feitas quando os alunos já se adaptaram com prazer a textos pequenos, e,
com uma boa intenção de leitura, já fazendo hipóteses e buscando o sentido textual.
Como foi falado anteriormente, não ensinamos o aluno a ler, mas que ele se auto ensina, o
professor tem que fazer o papel de apoio à leitura, mostrando também ser um bom leitor e
ajudando-os em suas necessidades de compreensão imediata, na elucidação das estratégias de
hipóteses de sentido e na indicação de referências de leitura.
Quando Mary Kato relata que as pesquisas referentes à leitura, afirmam que as palavras não são
lidas letra por letra ou por silabas, mas como um todo, que é reconhecido instantaneamente,
reafirma o que Smith (1978) diz: o conhecimento das palavras se dá como o reconhecimento de
um objeto qualquer (não sendo verificada sua ortografia). Essa forma de leitura se estende a
vocábulos e verbetes mais usados em uma língua. Smith acredita que itens estranhos não fazem
com que o leitor as analise, pois o contexto coloca pistas para entendimento dessas palavras. Com
essa visão de leitura e entendimento do contexto, há uma velocidade de leitura-compreensão que
independe se a palavra está grafada corretamente e pelos conhecimentos das regras fonotáticos e
sintáticos, semânticos, pragmáticos a que a palavra está sujeita, entretanto, o reconhecimento
imediato da palavra, não justifica uma leitura fluente.
Nos séculos IV e III a.C., alguns pergaminhos traziam pontos para separar as palavras, mas logo
isso desapareceu. A primeira revolução foi feita por Sacerdotes da Igreja Católica com o codex,
precursor do livro moderno, onde os padres usavam de marcas e sinais para diminuir os erros dos
copistas, como a letra vermelha no inicio das sentenças.
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Somente no século VIII d.C., que ouve a separação das palavras com um espaço em branco.
Verificamos que a língua grafada sempre esteve em constante modificação e a ortografia sempre
acompanhará essas atualizações da língua transcrita.
Na representação fonética de nossa língua, um som não é representado somente por uma letra e
uma letra não representa somente um som, com isso se forma um complexo sistema simbólico
entre os sons e letras, afirma Myrian Barbosa. O outro problema em nossa língua está na grande
variedade dialetal, aumentando as diferenças ortográfico-fonéticas. A relação simbólica entre
letra e som, não fica clara para o aluno, quando parte das letras representam um som num
contexto e outro som em outro contexto.
Para o aprendizado o aluno tem que absorver as regras de equivalência fonológico ortográfica
estabelecendo uma entidade ortográfica (letras) e uma entidade fonológica (som), sabendo-se que
nenhuma emissão é idêntica à outra.
Luiz Cagliari fala que o aluno que em seus estudos, com centenas de relações aprendidas, não
sabem realmente como colocar em prática no dizer, um texto oral ou escrito em situações
diferentes na sua vida. Quando uma criança escreve algo errado, ela pode estar somente
retratando para a escrita o que ele percebe na fala. O aluno escreve o que quer e quando não sabe
a forma ortográfica, usa das possibilidades de sua língua dialetal pra escrever. O professor deve
estar atento a essas observações, investigá-las e usar de técnicas apropriadas, assinalando o
entendimento da criança, evitando esse erro.
Cagliari incentiva que o ensino ortográfico deve ser levado por todos os anos de ensino, causa da
grande variedade dialetal e diferenças entre a leitura e a escrita, e que a língua tem aspectos
pragmáticos e contextuais que a escrita não expõe e a escrita tem aspectos que a linguagem oral
não usa.
Com ajuda da Gramática Tópicos de Linguagem (Agnelo de carvalho & MariaFernanda Soave
Leme) vamos ressaltar alguns pontos importantes no aprendizado ortográfico. Os desvios
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ortográficos encontrados nos textos desenvolvidos por alunos estão no emprego de certas letras,
causados por sons diferentes da forma de grafar, tornando necessário que o professor saiba passar
para os alunos as regras que regulamentam o emprego dessas letras. Uma das técnicas usadas
para ensinar o aluno na grafia é o uso da Estruturação Fonética, mostrando que cada fonema,
pode ser representado de várias formas.
A aprendizagem ortográfica não está ligada à aprendizagem da leitura ou da fala, pois, o leitor
dedicado ao assunto escolhido, não vê a palavra como um conjunto de letras ou um conjunto de
fonemas, observa como um objeto único em sentido, que dependendo do contexto, cada palavra
pode até faltar uma letra ou está grafada erroneamente que o cérebro faz uma adequação rápida
para não perder o sentido e velocidade de leitura, por isso alguns autores afirmam que se aprende
a escrever, escrevendo.
Na ortografia temos também algumas regras fixas, como o emprego de letras maiúsculas e
minúsculas, o uso de abreviaturas e siglas, e de alguns termos e palavras homônimas que o aluno-
escritor deve estar atento (como o uso dos porquês e o uso de mau e mal) quando forem usar,
evitando desvios morfossintáticos com erros ortográficos, usando inadequadamente termos
homônimos. Temos casos que o estudo morfológico ajuda no processo de desenvolvimento
ortográfico, como os desvios no final da palavra em não saber utilizar o (ão) , o (am) ou o (r).
O aluno usa a sua fala como referência para a escrita e o professor tem que ficar muito atento
para resolver cada problema. Vamos dividir em itens:
Têm alunos que não distinguem sons surdos de sonoros como [ p] e [b] , [f] e [v] e
obviamente trocam na escrita;
A dificuldade de utilizar (m) no final de silaba antes de (p) e (b) e no final dapalavra
ocorrem em muitas variações de fala;
Metodologia
Para identificarmos as causas dos erros ortográficos de crianças que frequentavam a 7ª classe no
ano 2021, utilizamos redações adquiridas no bairro Matingane II e 7 de Abril, na periferia do
distrito de Massinga. As redações foram produzidas por crianças de dois bairros, onde foram
propostos três temas para que as mesmas escolhessem um tema e fizessem uma redação entre 20
e 25 linhas.
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Na correção dos textos, utilizaremos a Categorização dos Erros descriminada por Morais (2001),
utilizando os Fatores Condicionantes que são observados nas redações, a seguir: (r) verbal ou
nominal homófono parcial ou parônimo, homófono, regularidade contextual, nasal pré-
consonantal, confusão na palavra, infamiliaridade com a palavra escrita, separação, sufixo,
fidelidade dialetal, grafema sinônimo, ultracorreção, deslize, acentuação e letra maiúscula.
Análises
Análises quantitativas:
Em uma primeira análise quantitativa seguindo o padrão de Categorização dos Erros,
descriminada por Morais (2001), foram catalogados sete desvios. Dos desvios encontrados, a
Legibilidade de Palavras, a acentuação errada de palavras proparoxítonas e os erros com letras
maiúsculas superam em sua maior parte os erros ortográficos nas redações da pesquisa.
Os erros foram causados por acentuação de palavras oxítonas e erros na pontuação de vírgula e
ponto final, na escrita de estrangeirismos, a troca do E pelo I, os erros na acentuação de palavras
paroxítonas, os erros de r no final das palavras e a troca do S pelo C.
Encontramos em cada redação, 3 palavras com erro na colocação de letra maiúscula, 3 palavras
proparoxítonas acentuada erroneamente, 3 palavras ilegíveis, 2 palavra oxítona acentuada
erroneamente e 3 erro de pontuação ou colocação de vírgula.
Análises qualitativas
A maior dificuldade encontrada na pesquisa, foram a legibilidades da escrita das crianças,
demonstrando que as escolas não tem uma preocupação no inicio da alfabetização com a
qualidade da grafia. A caligrafia é um fator de discriminação e prejudica muito no interesse de
quem lê o texto, interferindo na correção.
Cerca de 35% dos erros ortográficos estão relacionados a duas normas fixas da gramática, como a
utilização correta de letra maiúscula, e a identificação e acentuação obrigatória das palavras
proparoxítonas, com esses dois pontos verificamos a ineficiência no processo de alfabetização
desses alunos.
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Proposição de técnicas em atividades de escrita
Para oferecer atividades corretas para os alunos reduzirem suas dificuldades ortográficas, é
preciso conhecer o que eles já sabem e o que eles ainda não sabem, utilizando-se de atividades
como redações de aferição. Para melhorar a legibilidade das palavras nos textos produzidos, o
professor tem que exercitar a coordenação motora dos alunos com atividades de desenhos e
pinturas para depois iniciar exercícios que estimulem a caligrafia.
Pode-se sugerir que cada aluno construa sua lista de palavras difíceis toda semana, mostrando que
a escrita não é a transcrição pura e simples da fala (Exemplo: leiti).
Escolher uma história com narrativa simples e de fácil memorização. Pedir para um aluno ler o
texto em voz alta e que os outros façam a escrita, em seguida, colocar para toda turma ler os
textos escritos e observarem as irregularidades.
Dividir os alunos em equipes e pedir para eles procurarem nos jornais palavras com sons e grafias
predeterminadas.
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Conclusão
Um trabalho como este teria o seguinte desfecho:
Sabendo que a ortografia é uma convenção, algo determinado por alguém, essa convenção tem
determinado padrão, o da língua culta, com diferenças da língua falada, pelo valor dialetal da
mesma. Mas se não houvesse uma convenção ortográfica, a língua escrita ficaria fragmentada
pela oralidade e dialetos entre as regiões, causando uma maior dificuldade na transcrição da
língua falada para a língua escrita.
Este projeto visou levar ao conhecimento acadêmico uma pesquisa que indicou alguns métodos e
recursos que envolvem o ensino da língua nas escolas publicas para combater as deficiências
quanto ao ensino ortográfico da Língua Portuguesa.
Para iniciar o ensino ortográfico é necessário que o professor faça uma minuciosa triagem dos
erros ao examinar as produções textuais dos alunos, separando as dificuldades, para avaliar quais
métodos terá mais eficiência no processo de aprendizagem dos alunos.
Verificou-se que uma das dificuldades enfrentadas pelos alunos de escolas públicas esta
relacionados à escrita e o seu desenvolvimento no aprimoramento da estrutura formal dos textos
produzidos (ortografia, coesão, coerência, concordância verbal e nominal, etc.) porque está
faltando nas escolas uma didática especifica para o desenvolvimento textual que envolva todos os
itens da estrutura formal.
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Referências Bibliográficas
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: 37ª edição, RJ, Editora Lucerna,
2005
MORAIS, Artur Gomes de. O Aprendizado da Ortografia, Belo Horizonte, Autêntica
Editora, 2001
RUIZ, Eliana. Como se Corrige Redação na Escola: 1ª edição, SP, Editora mercado de
Letras, 2001
UCM-CED, Metodologia de investigação cientifica I, A0003, Beira, 2015
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