Você está na página 1de 20

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Reduplicação verbal em linguas bantu: Caso da língua Xichangana


Vera Ilda Ngovene - 708225373

Curso: Licenciatura Em Ensino de Português


Disciplina: Linguistica Bantu
Ano de frequência: 2º Ano
Docente:
Maputo, junho de 2023

2
2.Folha de feedback

Classificação

Categoria Indicadores Padrões Pontuaç Nota do Subrogai


ão tutor
máxima
Aspectos Capa 0.5
organizacionais
Índice 0.5
Introdução 0.5
Estrutura Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Introdução  Contextualização (indicação 1.0
clara do problema)
 Discrição dos objectivos 1.0
 Metodologia adequada ao 2.0
objecto do trabalho
Analise  Articulação e domínio do 2.0
Conteúdo disfunção discurso académico
(expressão escrita cuidada,
coerência/coesão textual)
 Revisão bibliográfica 2
nacional e internacionais
relevantes na área de estudo
 Exploração dos dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Formatação  Paginação, tipo e tamanho 1.0
gerais de letra, parágrafo,
espaçamento entre linha.

Referências Normas APA  Rigor e coerências das 4.0


bibliográficas 6ª edição em citações/referências
citações e bibliográficas
bibliografia

3
Índice
Capítulo I: Introdução......................................................................................................................3

1.2 Objectivos:.................................................................................................................................4

1.2.2 Objectivo Geral:......................................................................................................................4

1.2.2 Objectivos específicos:...........................................................................................................4

1.3 Metodologia...............................................................................................................................4

II º Capítulo: Análise & Discussão..................................................................................................4

2.1 Definição de conceitos – chave.................................................................................................4

2.1.2 Língua Xichangana.................................................................................................................4

2.1.3 Falantes da língua Xichangana...............................................................................................5

2.2 Estrutura geral do verbo.............................................................................................................5

2.3 Reduplicação..............................................................................................................................6

2.4 Redução verbal..........................................................................................................................7

2.5 Tipos de reduplicação................................................................................................................7

2.5.1 Reduplicação total ou completa..............................................................................................7

2.5.2 A reduplicação parcial............................................................................................................8

2.6 Reduplicação, um processo derivacional ou flexional..............................................................9

2.7 Reduplicação, como um processo da morfologia composicional............................................10

2.8 Reduplicação verbal em Xichangana.......................................................................................11

2.8.1 Reduplicação total em Xichangana......................................................................................13

2.8.2 Duplicação Parcial em Xichangana......................................................................................14

2.8.3 Reduplicação verbal de estruturas do tipo C........................................................................15

IIIº Capítulo - Conclusão...............................................................................................................16

Referências bibliográficas.............................................................................................................17

Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor/a........................................18

4
Capítulo I: Introdução

O presente trabalho na disciplina em epígrafe tem o objectivo de forma clara o estudante


(cursista) descrever e analisar a reduplicação verbal em Xichangana, uma língua Bantu falada
maioritariamente no sul de Moçambique. Nela preocupa-nos verificar se este fenómeno.
Salientar que esta pesquisa, é meramente individual, para fins avaliativos.

Como estrutura, o presente trabalho tem as seguintes componentes: a Introdução, o


desenvolvimento e no fim tem as considerações finais.

1.2 Objectivos:

1.2.2 Objectivo Geral:

 Analisar a reduplicaçao verbal em línguas bantu: Caso da língua Xichangana

1.2.2 Objectivos específicos:

 Definir de conceitos – chave


 Identificar os tipos de reduplicação
 Explicar reduplicação verbal de Xichangana e
 Descrever a reduplicação, um processo derivacional ou flexional.

1.3 Metodologia

Com vista a elaboração do trabalho usou-se o método bibliográfico, e naturalmente seguindo de


forma escrupulosa as normas APA em vigor na UCM.

5
II º Capítulo: Análise & Discussão

2.1 Definição de conceitos – chave

2.1.2 Língua Xichangana

A língua Changana pertence ao grupo Tshwa-Ronga (S.50 na classificação de Guthrie (1967)


que abrange 3 línguas mutuamente inteligíveis (Sitoe & Ngunga 2000). Esta língua é falada nas
províncias de Maputo, Gaza Inhambane e Niassa (INE 1999) e na zona meridional das
províncias de Manica, Sofala para além de ser falada na África do Sul e Zimbabwe.

Na classificação de Guthrie (Guthrie 1967:15), citado por Langa, (2001), esta língua pertente ao
grupo Tswaronga que compreende as línguas Tswa (S.51), Gwamba (S.52), Tsonga (S.53)e
Ronga (S.54).

A língua de que se obtém os dados empíricos, pertence ao grupo Tsonga que abrange 3 línguas
nomeadamente: Xirhonga, Xitshwa e Xitsonga (Xichangana) Nelimo (1989:104).

Para Doke (1961) citado por Cole (1961), que usa o termo Tsonga para designar ao mesmo
tempo a língua Changana e o grupo a que pertence, a língua Changana pertence ao grupo
Changana – Ronga.

2.1.3 Falantes da língua Xichangana

A Língua Xichangana é ainda falada na África do Sul e no Zimbawe com as seguintes variantes
segundo Nelimo (1989) e Sitoe (1996):

a) (Xi) hlangunu, falado a Sudoeste de Moçambique, nos montes libombos abrangendo


parte dos distritos de Namaacha, Moamba e Magude;
b) (Xi) dzonga (Xitsonga) falada no distrito de Massingir
c) (Xi) nwalungu, falada nos distritos de Limpopo e parte de Chókwè
d) (Xi) bila falada nos distritos de Magude, Bilene e parte de Massingir;

6
e) Hlengwe, falada nos distritos de Xai – Xai, Manjacaze, Chibuto, Guijá, Chicualacuala,
Panda, Murumbene, Massinga, Vilanculos e Govuro.

2.2 Estrutura geral do verbo

Segundo Ngunga, (1999) o tema verbal, entende-se o como conjunto do radical verbal, as
extensões possíveis e vogal terminal, isto, é, o tema compreende um radical obrigatório,
possíveis extensões, e uma vogal final obrigatória.

Ngunga (2000), representa a estrutura geral do verbo das línguas Bantu como se segue:

Figura 1: Estrutura geral do verbo

Fonte: Ngunga (2000).

Desta forma podemos ver como a reduplicação se aplica a raízes verbais com estrutura –C- ou -
CVC- ou mais longas dos verbos no infinitivo e quais as suas implicações nos significados dos
respectivos verbos.

7
2.3 Reduplicação

De acordo com Jensen (1942), citado por Ngunga (2000), a Reduplicação é o processo de
repetição da totalidade de uma palavra ou de parte dela para exprimir um determinado
significado que de outra maneira não seria possível a nível morfológico

Reduplicação na morfologia que é o estudo da forma da palavra, isto é, estuda como formas das
palavras (word form) são formas a partir de pequenos elementos (constituintes), as palavras que
ocorrem nesses pequenos elementos no processo de formação da palavra (Bauer, 1988:248).

Por seu turno, Bybee (1985), citado por Langa, (2001), explica que a reduplicação expressa,
grosso modo, um significado iterativo ou repetitivo da acção descrita pelo verbo. A reduplicação
indica uma interação intensa ou frequentativa e, ainda segundo o mesmo autor, pode-se
considerar este processo como causador de um efeito de aumento de quantidade de acção com
valor icónico.

Katamba (1993), citado por Langa, (2001), diz que a reduplicação é frequentemente usada
iconicamente, servindo desse modo para expressar a continuidade, frequência ou repetição. No
caso dos verbos a reduplicação é geralmente usada para indicar a frequência ou repetição de um
evento ou acção, servindo em alguns casos para indicar um sentido aumentativo, de frequência
ou de intensidade ou ainda para indicar efeitos diminuitivos.

Nota-se que o material reduplicado pode ser toda a palavra ou toda a sílaba ou sequência de
sílabas, ou simplesmente uma simples consoante e uma vogal sem formar qualquer constituinte
prosodio.

A reduplicação pode ocorrer em palavras pertencentes a qualquer categoria lexical sejam elas:
nomes, verbos, adjectivo, advérbio.

2.4 Redução verbal

Segundo Nombora, (2005), afirma que no processo da reduplicação, os morfemas reduplicante


podem ocorrer em diferentes posições do radical ou da raiz de todas as categorias lexicais. Os

8
afixos reduplicante apresentam-se na forma de prefixo, de infixo e de sufixo. Em todas estas
posições e adjunção de morfemas reduplicante gera novos itens lexicais.

2.5 Tipos de reduplicação

2.5.1 Reduplicação total ou completa

Consiste num processo morfológico em que o reduplicante e a base são idênticos a nível
segmenta. Semelhante definição é dada por Jensen (1990) ao referir que se uma palavra no seu
todo for repetida, a reduplicação é total.

Reduplicação total “é um processo morfológico em que o reduplicante e a base são idênticos (a


nível segmental) ” (Ngunga 1998:2, Liphola 2000:46).

Reduplicação total ou completa é quando todo o morfema é reduplicado, e, a base está


totalmente copiada.

2.5.2 A reduplicação parcial

De acordo com Ngunga, (2004) define a reduplicação parcial como aquela em que há repetição
de uma parte do tema ou de base. O autor acrescenta que nas línguas Bantu, os verbos
parcialmente reduplicados constituem unidades lexicais autônomas, em que somente uma silaba
e copiada.

A reduplicação é parcial, quando apenas uma parte é reduplicada, e, o morfema reduplicado pode
ser prefixado, sufixado ou infixado.

Exemplos 1 em Xichangana:

-Thanga brincar cf. - tlanga – tlanga brincar repetidamente

-famba andar cf. –Famba – famba andar repetidamente

-Hundza passar cf. –Hundza –hundza passar repetidamente

9
-Baba persuadir cf. –baba – baba persuadir repetidamente

Os exemplos, mostram a reduplicação completa em Xichangana onde o tema verbal é totalmente


reduplicado ou copiado afim de expressar um intensão comunicativa diferente de do verbo não –
reduplicado. Exemplos:

-Phuphuruka falar coisas sem cabimento

-Phaphama despertar em sobressaltos

Bvabvarhula rasgar/despedaçar

Rherhema estremecer

Os exemplos em (3) mostram a reduplicação parcial onde as primeiras sílabas dos radicais estaos
repetidas no mesmo tema verbal.

Pode-se a partir desta discussão ou sufixação que a reduplicação é uma forma de afixação que é
diferente do mero processo de prefixação ou sufixação padrões. Ela transporta dois
significados: (i) a formação de novos afixos através de repetição de alguma parte da base (ou
toda a base) e, (ii) a formação de novas palavras criadas desse modo, com finalidades diferentes.

2.6 Reduplicação, um processo derivacional ou flexional

A derivação é um processo de formação de palavras que difere da flexão basicamente por poder
alterar a categoria sintática da base sobre a qual actua, enquanto a morfologia flexional apenas
modifica as bases sobre as quais actua. Por tanto como Mateus et., all, (1989) nos diz, as regras
de derivação são instancias de um processo que seleciona uma forma derivante (palavra) e da
origem a uma forma derivada (palavra).

Por aplicação de regra de reduplicação ter implicações semânticas, isto é, poder alterar o
significado das bases a que se associa, podemos aventar a hipótese segundo a qual este processo
insere-se no domínio da morfologia derivacional.

10
Esta argumentação leva-nos a considerar a reduplicação como pertencendo aa morfologia
flexional, quando usada para expressar o plural dos nomes ou pretérito dos verbos, visto não
modificar a semântica das bases sobre as quais actua.

Sendo o objectivo da reduplicação em Xichangana expressar o aspecto iterativo das acções


descritas pelos verbos, não podemos, por isso, re-reduplicar os temas verbais reduplicados se
visarmos esse fim iterativo como mostram os exemplos que se seguem:

Exemplos 3, de palavras parcialmente reduplicadas, como a seguir:

-Dlidlimeta cf. *–dli-dlimeta empurrar

-Chuchuluta cf. *–chu-chuluta roçar, passar pela pele

-babarhuka cf. *–ba-barhuka rachar

-phapama cf. *–pha –pahama despertar assustadoramente

-bebelela cf. *–be-belela balir de um modo especial

-boboma cf. *–bo-boma (líquidos) correr abundamente

-bobometa cf. *–bo-bometa gorgolar, borbotar

-bubula cf. *–bu-bula arrastar pelo chão

Nestes exemplos pode-se ver que os temas verbais descritos nãos são derivados, isto é, sobre
estes temas verbais não correu nenhum processo de formação de palavras. Por isso, se justifica a
agramaticalidade (das formas assinaladas por asterisco) quando assumimos a primeira silaba
reduplicada como prefixo.

2.7 Reduplicação, como um processo da morfologia composicional

De acordo com Celso & Cintra (1984), a composição consiste em formar uma nova palavra pela
união de dois ou mais radicais. Ainda os mesmos os autores, afirmam que palavra composta,
representa sempre uma ideia e autónoma, muitas vezes dissociada das noções expressas pelos
seus constituintes, podendo ser composto por justaposição (quando os elementos componentes

11
estão ligados por um hífen), ou composição por aglutinação (quando os elementos componentes
se juntam num só vocábulo.

Exemplos:

-bʾuthana-bʾuthana amontoar repetidamente

-beja-beja jurar, votar-se repetidamente

-chuchuluta – chuchuluta roçar – passar pela pele repetidamente

-diba-diba voltar-se, despejar, entornar repetidamente

-ala-ala recusar repetidamente

-bʾ etlela-b etlhela martelar repetidamente

-baba-baba persuadir repetidamente

Fonte: Langa, (2001).

Se tomarmos em consideração a reduplicação total em que temos presentes dois temas verbais
pertencentes à mesma categoria sintática, a composição não altera a sua categoria sintática, antes
pelo contrário, adiciona-lhe um significado intimamente ligado à base a que forma reduplicada se
associa.

2.8 Reduplicação verbal em Xichangana

Segundo Xavier & Mateus (1992), denomina-se de raiz ou base ao constituinte da palavra que
contém o significado lexical básico e não inclui sufixos derivacionais ou flexionais.

Segundo Bauer (1988), citado por Langa, (2001), por sua vez define raiz (root) como a parte da
forma da palavra que se mantem quando todos os afixos flexionais ou derivacionais forem
retirados.

Exemplos:

-famb- andar

12
-tshamb- sentar

-von- ver

-hlamb- tomar banho

Os exemplos em (1) mostram a raiz verbal onde não temos adicionados quaisquer afixos
flexionais ou derivacionais. ’

De acordo com Xavier & Mateus (1992) é denomina-se de radical de uma palavra o núcleo
desprovido de afixos, o que é constituinte da palavra que contém o significado lexical e não
inclui afixos de flexão, mas pode incluir afixos derivacionais.

Exemplos:

-famb- andar

-tsham- sentar

-fambis- fazer andar

-hlambis- fazer tomar banho

Ngunga (1998), defende que o tema verbal não se resume ao postulado acima, pois ele inclui
para ele inclui para além do radical também os sufixos flexionais. As concepções de tema verbal
acima apresentadas podem ser ilustradas com os seguintes exemplos:

-Hifamba andamos

-Hitshama sentamos

-Hidondza estudamos

-Hifambile andamos

-Hitshamile sentamos

-Hidondzile estudamos

-Hifambisa fazemos andar

13
-Hitshamisa fazemos sentar

-Hidondzisa fazemos estudar (ensinamos).

A reduplicação verbal Xichangana, e feita a pré-análise dos dados, podemos ver que, de facto, o
que, de facto, o que reduplicado não é exclusivamente a base ou raiz verbal, mas em alguns
casos.

Podemos representar informalmente a estrutura, que se segue, dando maior relevo ao tema:

Estrutura

Prefs: prefixos verbais, S. der: sufixos derivacionais e V.T. vogal terminal

Fonte: Langa, (2001)

Quando os verbos estão no infinitivo é tema verbal que se reduplica embora isso exclua a
reduplicação da raíz verbal.

Exemplos

-Famba-famba andar repetidamente

-tsala-tsala escrever repetidamente

-cina-cina dançar repetidamente

-khwela-khwela subir repetidamente

14
2.8.1 Reduplicação total em Xichangana

De acordo com Liphola, (2000), citado por Langa, (2001), a reduplicação total é aquela em que a
base e o reduplicante são totalmente idênticos, por outras palavras, é um processo morfológico
em que o reduplicante e a base são idênticos.

-tlanga –tlanga brincar repetidamente

-famba-famba andar repetidamente

-hundza-hundza passar repetidamente

-khoma-khoma pegar repetidamente

-diba-diba voltar-se, despejar, entornar repetidamente.

A reduplicação total em Xichangana é usada para expressar acções iterativas segundo ponto de
vista de um observador fixo, num determinado espaço em que vê ou assiste alguém ou a exercer
repetidamente a mesma acção.

Nos exemplos em (1), temos o caso da reduplicação total normal em que o reduplicante, é
repetido a nível segmental complementamente na forma reduplicada. O objectivo desta
reduplicação é exprimir a frequência em que a acção descrita pelo verbo ocorreu.

2.8.2 Duplicação Parcial em Xichangana

Matthews (1974) diz haver a reduplicação parcial quando uma parte da base é reduplicada ou
repetida, por outras palavras, pode-se dizer que a reduplicação parcial são palavras autónomas
que expressam um valor iterativo embora este não seja expresso na íntegra morfologicamente

Matthews (1974) citado por Langa, (2001), diz haver a reduplicação parcial quando uma parte da
base é reduplicada ou repetida, ou seja, quando o reduplicado é prefixado ou sufixado ao
reduplicante conforme esteja à esquerda, no interior ou à direita da raiz verbal. Por outras
palavras, pode-se dizer que a reduplicação parcial são palavras autônomas que expressam um
valor iterativo embora que este não expresso na íntegra morfologicamente.

15
Ngunga (1998) do ponto de vista semântico, as formas parcialmente reduplicadas indicam micro
repetições da acção ou evento a nível interno do tema verbal. Isto é, a acção ou evento que
extremamente pode ser vista como um dado único, internamente constitui um conjunto de
repetições.

Considere-se os seguintes exemplos:

-dedereka andar aos tropeços

-phepherha peneira

-mhamhata bater violentamente

-lalaza ir ou andar directamente

-lahalata expor um recém nascido

Fonte: Langa, (2001).

2.8.3 Reduplicação verbal de estruturas do tipo C

De acordo com Langa, (2001), os temas, as raízes verbais total e parcialmente reduplicantes
acima descritos apresentam estrutura – CVC – ou mais longas

*-ba -ba

*-wa –wa

*-nwa – nwa

*-cha – cha

*-dla –dla

*-fa – fa

*-ya - ya

16
Para expressar a ideia interativa nessas estruturas a língua recorre a outros mecanismos, como
seja, o uso de –etel – um sufixo gramatical que indica frequência. Tal como outros sufixos, estes
reduplica-se quando se afixa a araiz do tipo – C- como se pode ver nos seguintes exemplos:

-betetela bater repetidamente

-wetetela cair repetidamente

-nwetetela beber repetidamente

-chetetela bater, gopear repetidamente

-dletetela comer repetidamente

-fetetela morrer repetidamente

-yetetela ir repetidamente

17
IIIº Capítulo - Conclusão

Chegada a esta fase derradeira, algumas ilações tiradas sobre a temática, a reduplicação verbal
em línguas Bantu: Caso da língua Xichangana, nos seguintes termos:
Primeiro dizer que, a língua Changana pertence ao grupo Tshwa-Ronga (S.50 na classificação de
Guthrie (1967) que abrange 3 línguas mutuamente inteligíveis. Esta língua é falada nas
províncias de Maputo, Gaza Inhambane e Niassa e na zona meridional das províncias de Manica,
Sofala para além de ser falada na África do Sul e Zimbabwe.

Feita a descrição, podemos ver que a reduplicação total só ocorre com categorias gramaticais que
podem ocupar a posição nuclear do sintagma verbal e pode ser fossilizada quando não tem as
correspondentes formas não reduplicadas, nos casos que tenha a sua semântica não é todo igual à
expressa pela reduplicação total

Ademais, a reduplicação expressa, grosso modo, um significado iterativo ou repetitivo da acção


descrita pelo verbo. A reduplicação indica uma interação intensa ou frequentativa e, ainda
segundo o mesmo autor, pode-se considerar este processo como causador de um efeito de
aumento de quantidade de acção com valor icónico.

Quanto aos tipos de reduplicação, neste trabalho de campo, chegou-se a conclusão de que são
parciais e reduplicação total.

18
Referências bibliográficas

Cunha, C. & Cintra. L. (1984). Nova Gramatica do português Contemporâneo. Edições Joao Sá.
Lisboa.

Nelimo. (1989). I Seminário Sobre a padronização da Ortografia das línguas Moçambicanas.


Editora Escolar. Maputo.

Ngunga, A. (1998). Reduplicação do tema Verbal em ciyao. V Conferência. Maputo.

Ngunga, A. (2000). Apontamentos de Linguística Descritiva das Línguas Bantu: Morfologia.


Universidade Eduardo Mondlane. Maputo.

Nombora, F. (2005). Reduplicação Verbal na língua Chope. Dissertação apresentada em


cumprimento parcial dos requisitos do grau de Licenciatura em Linguística.

Langa, D. (2001). A reduplicação verbal em Xichangana. Dissertação apresentada em


cumprimento Parcial do grau de Licenciatura em linguística na Universidade Eduardo Mondlane.
UEM. Maputo

Sitoe, B. (2000). Motivação Semântica e sociocultural Na organização das classes. Caso de


Xichangana. Universidade de porto.

Sitoe & Ngunga (eds). (2000). II Seminário Sobre A Padronização da Ortografia das Línguas
Moçambicanas. Editora Escolar, Maputo.

Xavier, M.F. & Mateus, M. (1992). Dicionário de termos linguísticos. Vol. II

.
19
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor/a

_____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

20

Você também pode gostar