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Universidade Católica de Moçambique

Centro de ensino a distância

Tema: As grandes correntes da geografia

Essiaca Júlio, Código: 708220799

Curso: Geografia

Disciplina: Evolução ao Pensamento Geográfico

Ano de frequência: 1º ano

Nampula, Julho, 2022


3.2. Folha de Feedback

Classificação
Pontuação Nota Subt
Categorias Indicadores Padrões máxima do otal
tutor
Capa 0,5
Índice 0,5
Aspectos Introdução 0,5
Estrutura organizacionais Discussão 0,5
Conclusão 0,5
Bibliografia 0,5
Contextualização 1,0
(Indicação clara do
problema)
Introdução Descrição dos 2,0
objectivos
Metodologia adequada 2,0
ao objecto do trabalho
Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita 2,0
Conteúdo cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e discussão
Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2,0
relevantes na área de
estudo
Exploração dos dados 2,0
Conclusão Contributos teóricos 2,0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos Formatação paragrafa, espaçamento 1,0
gerais entre linhas
Normas APA Rigor coerência das
Referências 6ª edição em citações/referências
Bibliográfica citações e bibliográficas 4,0
s bibliografia
Recomendações de melhoria:

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2.As grandes correntes da geografia
O século XIX foi particularmente rico em transformações políticas e sociais que tiveram
impacto no domínio do pensamento em geral e da Geografia em particular. Entre esses
factores, há a destacar principais correntes da geografia são:

 Corrente determinista geográfico.


 Corrente possibilista geográfico.
 Corrente corológica.

2.2.Corrente determinista geográfico

A corrente determinista também conhecida por determinismo geográfico, foi fundada


por Frederich Ratzel (1844-1904) pertencente à escola alemã. Os trabalhos de F. Ratzel
marcaram o início de um debate de ideias sobre a Geografia, mais tarde seguidas pela
escola francesa, americana, Círculo de Viena e um pouco por todo lado. As condições
naturais, em especial as condições climáticas é que determinaram a evolução do
Homem, e consequentemente da sociedade. A corrente determinista, preocupada na
relação Homem-Meio foi fundada por F.Ratzel. Mais tarde Ellen Semple e William
Davis também defenderam esta corrente (WILSON, Felisberto,2017,p.83).

2.3. Bases da corrente determinista

F. Ratzel apoiou-se na teoria da selecção natural de Charles Darwin em que os conceitos


de organismo, de metabolismo, de luta, de selecção natural passam também para análise
de fenómenos socioeconómicos. Darwin chegou a uma conclusão que revolucionou o
pensamento clássico: A luta pela Vida não é mais do que uma forma de selecção
natural, na qual certas espécies privilegiadas possuem todas as condições para
sobreviver, enquanto as desfavorecidas ou fracas estão condenadas extinção.

2.4. Os Princípios da corrente do Determinismo

O determinismo de Ratzel sustentou-se em dois princípios:

 Todo o facto geográfico é explicável através das suas causas.


 Quando as causas estão reunidas, o facto produz-se.

Partindo destes postulados positivistas darwinistas, Ratzel estabeleceu leis gerais, em


que o primado é o meio físico sobre o Homem e concluiu que para meios físicos iguais,

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corresponderá uma organização social idêntica, defendendo a passividade do Homem
perante as leis da Natureza.

3. Os métodos da corrente do determinismo

A corrente determinista foi muito marcada pelos métodos comparativos, apoiando-se


nos princípios da casualidade e de extensão, recorrendo explicação dedutiva-
comparativa, para a formulação de leis e verificação das relações causa-efeito.
Contribuição e aplicação do determinismo As ideias de Friedrich Ratzel tiveram eco nos
círculos científicos e políticos da Europa e da América do Norte, particularmente os
políticos, que encontraram na base teórica a justificação do expansionismo colonial, ao
defender que os estados fortes deviam aumentar os seus espaços à custa dos estados
fracos; as raças fortes deviam dominar as fracas e submeter povos tropicais à dominação
colonial, expandindo assim a civilização europeia de orientação cristã (WILSON,
Felisberto,2017,p.83).

3.1. Corrente Possibilista geográfico

WILSON, Felisberto (2017),Refere que:

Esta corrente surgiu nos finais do século XIX e marcou o pensamento


Geográfico até 1950. A corrente possibilista resulta da evolução científica
e de todo o debate científico e filosófico de então. Tinha como objectivo
opor-se ao determinismo geográfico, sobretudo na questão de submissão
do Homem ao meio ambiente e no objectos além disso o possibilismo
queria combater os excessos da escola alemã no que se refere a
passividade do Homem perante ao meio. Portanto para a corrente
possibilista, não há uma submissão fatal do Homem ao Meio, mas sim
várias possibilidades que a sua disposição pode ou não valorizar. De
acordo com esta corrente, a Geografia possui dois objectos de estudo: o
Homem para a Geografia Humana e a Terra para a Geografia Física. Ou
seja, estabelecem-se relações biunívocas; Homem-Meio que definem a
reciprocidade e não a dependência como acontece no Determinismo. O
Possibilismo defende que o Homem pode optar perante as várias
possibilidades que o Meio oferece para desenvolver um género de Vida
próprio. O Possibilismo apoia-se na corrente filosófica neo-idealista e
neo-kantiana que divide a matéria e o espírito do pensamento e no
historicismo para explicação da realidade social (p.56).

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4.Método de estudo do Possibilismo

O Possibilismo deu muita importância ao método historicista e indutivo analítico. Por


isso, Vidal De La Blache estruturou o seu estudo na análise do meio físico, seguido pelo
estudo das formas de ocupação e finalmente o impacto da integração do Homem no seu
habitat.Para Vidal de La Blache a observação, localização, descrição e interpretação de
cada paisagem com ajuda do método indutivo e historicista e o seu resultado conduzem
ä elaboração de monografias que retratam as regiões vidalianas.

A análise regional e morfo-funcional não devem chegar à formulação de leis gerais nos
fen6menos humanos (WILSON, Felisberto,2017,p.83).

4.1. Críticas aos correntes Possibilismo Geográfico

Vários círculos científicos opuseram-se ao possibilismo geográfico, particularmente na


questão de criar dois objectos de estudo para a Geografia e por negar a formulação de
leis gerais mesmo para os fenómenos físicos. Por outro lado, critica-se no Possibilismo
o facto de prestar mais atenção à análise das zonas rurais em detrimento das cidades
numa altura em que a cidade já era o Pólo de desenvolvimento da humanidade.

Finalmente, consideram os críticos do Possibilismo que os seus estudos e posição


ideográfica ameaçaram a unidade da Geografia (WILSON, Felisberto,2017,p.83).

4.2.Corrente Corológica Geográfico

As origens desta corrente remontam antiguidade, mas foram revigoradas por Kant no
século XVIII, ao acentuar o carácter regional, descritivo e ideográfico da Geografia e
tem Alfred Hettner sua fundadora corrente corológica analisa a região em termos de
estrutura e funções, pretendendo criar uma ciência unificada, através de uma análise
lógica, baseada em novos conceitos de Física e com uma linguagem comum a todas as
ciências. Em termos metodológicos, a corrente corológica usa um método dedutivo, ao
considerar que todo o trabalho científico consiste em propor teorias e avaliá-las. Os
neopositivistas apoiaram-se nas teorias de jogos e teorias de sistemas para resolver os
problemas globais e erguer um futuro seguro. (WILSON, Felisberto,2017,p.83).

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4.3.Ambiente do seu surgimento

Como as demais correntes de pensamento e em particular geográficas, o surgimento da


corrente corológica esteve ligado ao contexto do século XX que se caracterizava por:

 Crises sociais e económicas dos anos 30/40 do século.


 Europa abalada pela 2ª Guerra Mundial.
 Falsa urbanização.

Diante desta realidade, muitos países europeus colocaram o Estado na direcção das
economias, impondo o que se chamou capitalismo monopolista do Estado. O
desenvolvimento implicaria uma nova divisão do trabalho, tornando-se imprescindível
uma planificação regional e urbana. Havendo situações de crise na Europa e na América
era preciso encontrar soluções vindas das ciências sociais e em particular da Geografia.

Entre os principais suportes filosóficos da corrente corológica podem-se apontar o


Neopositivismo ou Positivismo Lógico do Círculo de Viena, o Existencialismo e a
Fenomenologia (WILSON, Felisberto,2017,p.83).

4.4.Tendências e preocupações actuais da geografia

Tendências e preocupações actuais da geografia visam, portanto, sendo ainda hoje


tentativas legítimas, mas do que novos paradigmas, dar respostas a crises da sociedade,
da civilização e da própria geografia. Resumindo poderíamos dizer que o
desenvolvimento do modo de produção capitalista levou o mundo. Diante desta
realidade e importante chamar atenção para as mudanças e preocupações vigentes
actualmente na teoria e na prática da geografia tais como:

 Uma nova tendência ao pluralismo das posturas filosófica


 Forte tendência a preocupação teórica, relativamente escassa não só na geografia
como na história, antropologia etc.

Baseando suas preocupações conceituais nas teses do positivismo lógico, a Metodologia


científica formalizou-se perante algumas posições-chave, entre as quais Convém
destacar as seguintes:

 O conhecimento científico fecundo é aquele baseado em fatos, em eventos colhidos


no mundo empírico; para que se possa ter certeza do conhecimento é necessário que

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haja verificação das hipóteses, empregando-se as mais diversas técnicas do uso de
testes, e que se chegue à formulação de leis. O tipo de certeza é o fornecido pelas
ciências experimentais. Em época mais recente, o critério de refutabilidade proposto
por Karl Popper vem sendo tomado como ponto básico para a metodologia
científica;
 O procedimento científico deve-se ater sempre ao contacto com a experiência do
mundo empírico, a fim de evitar o verbalismo e o erro.

Outra tendência nos estudos geográficos, que se iniciou na década de 1960, está
relacionada com a Geografia Radical. Em virtude do ambiente contestatório nos Estados
Unidos, nos anos sessenta, em função da guerra do Vietnã, da luta pelos direitos civis,
da crise da poluição e da urbanização, surgiu uma corrente geográfica preocupada em
ser crítica e actuante. Vários adjectivos são mencionados para caracterizá-la, tais como
geografia crítica, de relevância social, marxista e radical. Dentre eles, considero ser a
denominação Geografia Radical mais abrangente e significativa, designando tudo o que
seja de tendência esquerdista e a postura contestatória de seus praticantes. Sido
publicadas por diversas outras revistas geográficas. Na França, o movimento da
Geografia Radical é liderado por Yves Lacoste, cujo grupo se tornou responsável pela
revista Hérodote, que vem sendo editada desde 1976. No Canadá, recentemente o
Cahiers de Géographie de Québec (vol. 22, n° 56, 1978) dedicou um número especial ao
estudo do marxismo e geografia. Na Inglaterra, diversos trabalhos significativos estão
inseridos em seus tradicionais periódicos.

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4.Conclusão
Em jeito de desfecho do presente trabalho, percebe-se que o surgimento da Geografia
como ciência só ocorreu no início do século XIX, na Alemanha, a partir da publicação
das obras dos prussianos Alexandre Von Humboldt e Karl Ritter. Nesse contexto, surgiu
a primeira grande tentativa de aproximar o dualismo verificado durante toda a
Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna entre a Geografia Geral e Regional.

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5. Referências bibliográficas

MOREIRA, Ruy. O que é geografia. São Paulo. Editora Brasiliense, 2007, p.09

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