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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED (UNISCED)

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE


GEOGRAFIA

IMPORTÂNCIA DAS CORRENTES DO


PENSAMENTO GEOGRÁFICO NO
ENSINO DE GEOGRAFIA

Discente: Silva Armando Jorge, Codigo:71231882

Quelimane, Agosto de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED (UNISCED)

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

IMPORTÂNCIA DAS CORRENTES DO PENSAMENTO


GEOGRÁFICO NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Trabalho de Carácter avaliativo Pensamento


Geográfico, desenvolvido no Campo a ser
submetido na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Ensino de Geografia da
UnISCED.
Tutor: MSc. António Maveneca

Discente: Silva Armando Jorge, Codigo:71231882

Quelimane, Agosto de 2023

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Índice
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4
1.1. Introdução........................................................................................................................ 4
1.2. Objectivos........................................................................................................................ 5
1.2.1. Objectivo Geral: ........................................................................................................... 5
1.2.2. Objectivos específicos: ................................................................................................. 5
1.3. Métodos e Técnicas de Pesquisa ..................................................................................... 5
II.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 6
2.1.Fundamentação teórica ................................................................................................. 6
2.2.Importância das correntes do pensamento geográfico no ensino de geografia ............ 7
2.2.2.Correntes do pensamento geográfico ........................................................................ 9
2.2.2.1.Determinismo geográfico ....................................................................................... 9
2.2.2.1.Possibilismo geográfico ........................................................................................ 10
2.2.2.3. Geografia regional ............................................................................................... 10
2.2.2.4.Geografia teorética ou quantitativa....................................................................... 11
III.CONCLUSÃO ............................................................................................................. 12
IV.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 13

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CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO

1.1. Introdução
O presente trabalho pretende-se abordar sobre a importância das correntes do
pensamento geográfico no ensino de geografia, de saber que Com o surgimento da geografia
como uma ciência, também foram surgindo as primeiras correntes do pensamento geográfico.
A partir do século XIX, diferentes concepções e abordagens tomaram o campo da geografia,
no que diz respeito às relações entre ser humano, sociedade, meio ambiente, espaço. Algumas
linhas de pensamento valorizaram mais a sociedade e a capacidade do homem de transformar
o espaço onde vive. Outras correntes se ocuparam mais das forças da natureza, colocando-as
à frente. A seguir delineamos as principais correntes de pensamento na geografia moderna e
suas diferentes abordagens e formas de entender o mundo.

A Geografia ensinada foi influenciada pelas correntes do pensamento geográfico de


tal maneira que, ainda no século XXI, características oriundas do tradicionalismo se
perpetuam na práxis pedagógica do docente, interferindo directamente na aprendizagem do
aluno. Como componente curricular, o estudo da Geografia possibilita, mediante a
alfabetização geográfica responsável, o desenvolvimento de habilidades que facilitam a
compreensão do espaço geográfico de maneira consciente. Para isso, no entanto, fazem-se
necessários alguns cuidados na mediação do conhecimento nas primeiras séries da
escolarização.

Ressalta-se que a didáctica com foco no professor como detentor e transmissor de


conteúdos estáticos, que desenvolve o processo educativo com operações mnemónicas
voltadas para enumeração mecânica de rios, vegetação, países, cidades, regiões, entre outras
informações descontextualizadas, com carácter enciclopédico, não é mais admitida. Ao
contrário de uma óptica positivista, baseada unicamente na transmissão mnemônica, o ensino
deve ser compreendido como instrumento de compreensão da realidade.

Para a clarificação dos objectivos que norteiam este trabalho, a sua estrutura geral
apresenta-se em capítulos: No capítulo I: fez-se o enquadramento teórico, partindo dos
objectivos, e recorrendo assim a metodologia utilizada. O capítulo II: é dedicado a
fundamentação teórica do trabalho, onde fez uma abordagem partindo dos conceitos básicos.
No capítulo III: são conclusões tiradas no exercício da realização do trabalho ou seja nas
leituras feitas após o termo do trabalho.

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1.2. Objectivos
Segundo Libâneo (2005), os objectivos antecipam os resultados e processos esperados
do trabalho, expressando conhecimentos, habilidades e hábitos (conteúdo) a serem
assimilados de acordo as exigências metodológicas.

1.2.1. Objectivo Geral:


Abordar sobre a importância das correntes do pensamento geográfico no ensino de
geografia;

1.2.2. Objectivos específicos:


Dar a conhecer a importância das correntes do pensamento geográfico no ensino de
geografia;
Descrever as correntes do pensamento geográfico;

1.3. Métodos e Técnicas de Pesquisa


Segundo Lakatos & Marconi (1999), método é uma forma de pensar para chegar a
natureza dum determinado problema quer seja para estuda-lo quer seja para explica-lo. Para a
realização deste trabalha usar-se-á o seguinte método:

 Método Bibliográfico: Segundo Lakatos & Marconi (2010), “a pesquisa bibliográfica


é desenvolvida com base nos livros e artigos científicos (…), a principal vantagem
desta pesquisa reside no facto de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de
fenómenos muito amplos.”

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II.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.Fundamentação teórica
Com o surgimento da geografia como uma ciência, também foram surgindo as
primeiras correntes do pensamento geográfico. A partir do século XIX, diferentes concepções
e abordagens tomaram o campo da geografia, no que diz respeito às relações entre ser
humano, sociedade, meio ambiente, espaço. Algumas linhas de pensamento valorizaram mais
a sociedade e a capacidade do homem de transformar o espaço onde vive. Outras correntes se
ocuparam mais das forças da natureza, colocando-as à frente. A seguir delineamos as
principais correntes de pensamento na geografia moderna e suas diferentes abordagens e
formas de entender o mundo (Christofoletti, 1982).

A Geografia ensinada foi influenciada pelas correntes do pensamento geográfico de


tal maneira que, ainda no século XXI, características oriundas do tradicionalismo se
perpetuam na práxis pedagógica do docente, interferindo directamente na aprendizagem do
aluno. Como componente curricular, o estudo da Geografia possibilita, mediante a
alfabetização geográfica responsável, o desenvolvimento de habilidades que facilitam a
compreensão do espaço geográfico de maneira consciente. Para isso, no entanto, fazem-se
necessários alguns cuidados na mediação do conhecimento nas primeiras séries da
escolarização.

Ressalta-se que a didáctica com foco no professor como detentor e transmissor de


conteúdos estáticos, que desenvolve o processo educativo com operações mnemónicas
voltadas para enumeração mecânica de rios, vegetação, países, cidades, regiões, entre outras
informações descontextualizadas, com carácter enciclopédico, não é mais admitida. Ao
contrário de uma óptica positivista, baseada unicamente na transmissão mnemônica, o ensino
deve ser compreendido como instrumento de compreensão da realidade (Lacoste, 1929,p. 21

Na história do pensamento geográfico, uma das tarefas que mais exigiu esforços
teóricos dos estudiosos e que polemizou o debate político em torno desse campo de
conhecimento, foi a definição de seu objecto de estudo. O desenvolvimento da ciência
geográfica passou por diferentes momentos, gerando reflexões distintas acerca dos objectos e
métodos do fazer geográfico. De certa forma, essas reflexões influenciaram e ainda
influenciam muitas das práticas de ensino. A Geografia a cada momento é exigida como
ciência capaz de analisar a (re) produção do espaço geográfico, cabendo dessa forma, o
comprometimento do profissional que abraça esse ramo do conhecimento.

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2.2.Importância das correntes do pensamento geográfico no ensino de geografia
A prática do professor de Geografia deve ter coerência teórica interna, evitando o
eclectismo gerador de confusões entre as correntes geográficas. Um quadro conceitual de
referência pode ser usado para explicar e entender o espaço geográfico de diferentes
maneiras. Cada uma destas maneiras remete a visões de mundo diferentes, algumas vezes
opostas.

A sistematização das ciências do homem, mais especificamente da Geografia se dá no


século XIX, após as ciências da natureza, sustentadas pelo método experimental e o
cientificismo ao seu lado. As ciências humanas inseridas num contexto histórico, político e
ideológico, se viram diante de dificuldades no que tange sua objectividade. Straforini (2008,
p.56) sobre o assunto escreve que:

O papel da educação e, dentro dessa, o do ensino de geografia


e trazer à tona as condições necessárias para a evidenciação das
contradições da sociedade a partir do espaço, para que no seu
entendimento e esclarecimento possa surgir um inconformismo e, a
partir daí, uma outra possibilidade para a condição da existência
humana (Straforini 2008, p.56).

Segundo Harvey (2001),caso não haja uma atitude reflexiva, a educação ficará mercê
da hegemonização do capitalismo monopolista, pois a sociedade actual tem vivenciado a
compressão espaço-tempo de forma contundente, o que implicações severas para o ensino de
uma disciplina que lida com conceitos de espacialização, lugar, paisagem, região, e
territorializações de fenómenos sociais e naturais, como a geografia são consequência de
transformações ocorridas nas políticas educacionais, bem como do surgimento de novas
abordagens da ciência geográfica, estas, por sua vez, também influenciadas pelo actual
contexto político, económico e cultural.

Pode-se mesmo afirmar com segurança que nenhuma outra


disciplina escolar- a Matemática, a Biologia, a Química, a História, a
Língua Portuguesa etc. Vem conhecendo uma pluralidade tão grande
de tentativas de renovação quanto a Geografia. Não que inexistam
renovações, tentativas de mudar conteúdos e estratégias nas demais
disciplinas escolares. Existem sim, mas elas, por via de regra, seguem

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caminhos mais ou menos previamente traçados e amplos mentem
discutidos (Vesentini, 2004; p. 220-221).

O contexto educacional segundo o autor precisa que o professor seja também um


cientista, que vá além das expectativas e se torne bacharel, geógrafo. Desse modo o ensino de
geografia passa a ser uma disciplina escolar fortalecida com o apoio da ciência, ligados a
epistemologia da geografia que é ao mesmo tempo cercada de dúvidas e incertezas. Destaca-
se assim que o professor de geografia, deve ter a compreensão de conceitos para entender o
contexto onde está inserido.

Ultimamente à construção da geografia têm obrigado os pesquisadores a se


debruçarem sobre sua epistemologia que historicamente, tem sido eram refém do método
positivista desenvolvendo pesquisas pragmáticas, técnicas úteis, estudo de áreas, contagem da
população, economia e estatística.

A complexidade que cerca o conhecimento geográfico é antiga,


pois estudar o homem em sociedade, como ele se organiza, transforma
ou produz o espaço, a natureza, a descrição da terra, o lugar onde
este vive, trata-se de tudo que há na superfície terrestre No ensino da
Geografia Tradicional, os estudos se desenvolvem por meio de blocos
que não se relacionam internamente nem entre si. Apesar de
comprovada a dificuldade da geografia Tradicional em explicar a
relação entre o homem e seu espaço geográfico, muitos profissionais
da educação segue essa linha de trabalho e muitas obras didácticas
adoptam o estudo fragmentado do espaço geográfico. (Kozel &
Filizola, 1996, p.14).

Ao longo do processo histórico desenvolveu-se uma série de conceitos e estudos


formulados e pauta dos na observação das paisagens, da região geográfica. Escreve que na
geografia tradicional“ A diversidade de linhas de trabalho – que, aliás, continua se mantendo
- se reflectiu no ensino de geografia, que ganhava o status de disciplina escolar. ” Tanto os
geógrafos como o professor tradicional queriam abarcar o todo, passou-se então a entender a
geografia como uma “ciência de síntese” que consistia em ordenar os conteúdos das outras
ciências como um resumo das temáticas adquiridas por elas:

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Neste contexto, a Geografia era vista como uma disciplina escolar e universitária, que
tinha como função fornecer elementos para a descrição do mundo:

Uma disciplina maçante mais antes de tudo simplória, pois,


como qualquer um sabe, “em geografia nada há para entender, mas é
preciso ter memória...”. De qualquer forma, após alguns anos, os
alunos não querem mais ouvir falar dessas aulas que numeram, para
cada região, para cada país, relevo – clima – vegetação – população –
agricultura – cidade – industrias (Lacoste, 1929,p. 21).

No entanto, Lacoste nos afirma que a geografia como disciplina que parecia ser
maçante, chata e enfadonha, serve a quem detém o poder, utilizando-a como ferramenta para
controle e dominação,“ A Geografia serve antes de mais nada para fazer a guerra”(1929).

Segundo Harvey (2001), cita que é importante destacar que não há a neutralidade
política e o fim das ideologias, cabe ao geógrafo, como educador e pesquisador, ficar atento e
manter-se numa postura crítica, em relação ao “saber geográfico” e ao “fazer geográfico”,
como ele é produzido e para quem vai servir o seu vínculo com as relações de poder e de
classes. Portanto, o professor de geografia deve abordar em suas aulas, questões que
possibilite uma visualização reflexiva da zona rural, urbana, a ligação campo cidade, as mais
diversas culturas, as histórias, as novas linguagens tecnológicas. É neste prisma que o aluno
deve ser incentivado a desenvolver o conteúdo tratado em sala de aula na sua vivência
interagindo com o mundo, aproximando assim, a geografia do real vivido por ele.

2.2.2.Correntes do pensamento geográfico

2.2.2.1.Determinismo geográfico
A primeira corrente a ser abordada é o Determinismo, que emergiu no final do século
XIX e foi o primeiro paradigma a caracterizar a Geografia como ciência. Uma obra que
exerceu grande influência nessa discussão foi o trabalho de Charles Darwin denominado “ A
Origem das Espécies”. Surgiu na Alemanha, com Friedrich Ratzel. O estudioso acreditava
que o meio seria o determinante na vida do ser humano em outras palavras, o ser humano
reflecte apenas o espaço e as características naturais e fisiográficas do local onde vive. De um
modo geral, o Determinismo trabalha com os fatos em toda a sua diversidade e, ao
estabelecer relações de causa e efeito, procura primeiramente raciocinar sobre categorias
gerais, para somente em seguida chegar aos fatos concretos (Christofoletti, 1982).

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Entre as principais ideias dessa corrente está a teoria do espaço vital, em que o espaço
é determinante e características físicas como relevo, clima, vegetação e hidrografia são
decisivas na formação da sociedade. Ainda que tenha mais de dois séculos, a corrente
determinista ainda é em muito utilizada pelo senso comum, para generalizar aspectos
regionais e locais de desenvolvimento. O determinismo influenciou no que podemos chamar
de expansionismo, além de fomentar o imperialismo. Segundo a corrente, a riqueza está no
espaço geográfico o que vai ao encontro da ideia de que para expandir recursos é preciso
conquistar novos territórios.

2.2.2.1.Possibilismo geográfico
A segunda corrente que exponho é o Possibilismo, cuja grande referência é Vidal de
La Blache. Sua Geografia deve ser compreendida no âmbito do desenvolvimento histórico da
França. Á época, muitos intelectuais manifestaram suas reacções às extremas generalizações
dos deterministas ambientais. Foi nesse contexto que o Possibilismo se apresentou como uma
escola do pensamento geográfico, opondo-se ao Determinismo Ambiental germânico. Essa
oposição era definida por uma relação de causa e efeito, ou seja, a natureza determinando a
acção humana - e não por um objecto empiricamente identificáveis (Christofoletti, 1982).

Vidal de La Blache definiu a base do Possibilismo na Geografia, que pressupõe o


homem como um ser activo que não só recebe a influência do meio, mas também actua sobre
este, transformando-o. La Blache entendeu que as necessidades humanas são condicionadas
pela natureza e que o homem, nesse processo, procura as soluções para satisfazê-las a partir
das condições oferecidas pelo próprio meio. Nessa interacção homem-meio, a natureza
passou a ser vista como possibilidades para a realização da acção humana. A partir dessa
premissa, o objecto de estudo da Geografia, nessa concepção, era a superfície da Terra e os
fenómenos que aí se produzem. Pautada nesse entendimento, a Geografia deveria integrar os
fatos que as outras disciplinas estudam separadamente, por meio de dois caminhos que se
complementam e nos levam a perceber a permanente conexão entre os fenómenos.

2.2.2.3. Geografia regional


Essa corrente busca a separação e segregação de características conforme áreas
específicas, ou regiões. Por essa razão, por exemplo, o Brasil é dividido em regiões, além da
divisão política por estados. Cada região compartilha de características climáticas, de flora e
fauna, de relevo e até sociais que a distingue das demais. Assim, para entender melhor o
espaço e as interacções sociais dentro dele, a comparação e a diferenciação de áreas são

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elementos fundamentais. Corrente que enfatiza a aplicação do princípio da analogia, isto é, da
comparação entre duas situações, locais ou circunstâncias

“O método regional focaliza, assim, o estudo de áreas, erigindo não uma relação
causal ou a paisagem regional, mas a sua diferenciação de per si como objecto da geografia”.
(Corrêa, 1986, p 14). No seio dessa corrente, Richard Hartshorne, geógrafo norte-americano,
sugeriu uma separação entre as ciências sistemáticas (nomotéticas) de um lado, e a Geografia
e a História (ideográficas) de outro. A nomotética é considerada sistemática e matematizada,
determinaria as leis gerais que expressariam a regularidade dos fenómenos. A ideográfica,
empírica-descritiva e histórica, se preocuparia com o único ou singular, com os fatos, com as
condições circunstanciais no tempo e no espaço, de modo a compreender a especificidade e
individualidade do fenómeno.

Essa corrente ganhou maior notoriedade na década de 1940, com Richard Hartshorne
e Alfred Hettner, que defenderam a importância de criar referenciais de análise por meio da
comparação dos lugares – a comparação se dá por factores ambientais e humanos,
englobando aspectos defendidos pelo determinismo e pelo possibilismo ao mesmo tempo.

2.2.2.4.Geografia teorética ou quantitativa


Essa teoria considera os números como fundamentais para explicar a sociedade e a
natureza. Defende o uso de métodos matemáticos e estatísticos de quantificação dos
fenómenos naturais e sociais para seu melhor entendimento. Como exemplo claro de
utilização dessa abordagem, grande parte dos estudos, dados e pareceres desenvolvidos pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), empregam análises quantitativas –
entre elas o Censo (Corrêa, 1986).

Essa abordagem também ficou conhecida como Nova Geografia quando surgiu, após
a Segunda Guerra Mundial, na década de 1950. Com dados e números, governos podiam
criar e desenvolver indicadores socioeconómicos, bem como de institutos de análise baseados
em recenseamentos para entender melhor a sociedade entre eles o IBGE.

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III.CONCLUSÃO
Ao concluir o presente trabalho pode-se perceber que com o surgimento da geografia
como uma ciência, também foram surgindo as primeiras correntes do pensamento geográfico.
A partir do século XIX, diferentes concepções e abordagens tomaram o campo da geografia,
no que diz respeito às relações entre ser humano, sociedade, meio ambiente, espaço. Algumas
linhas de pensamento valorizaram mais a sociedade e a capacidade do homem de transformar
o espaço onde vive e que professor de geografia deve abordar em suas aulas, questões que
possibilite uma visualização reflexiva da zona rural, urbana, a ligação campo cidade, as mais
diversas culturas, as histórias, as novas linguagens tecnológicas. É neste prisma que o aluno
deve ser incentivado a desenvolver o conteúdo tratado em sala de aula na sua vivência
interagindo com o mundo, aproximando assim, a geografia do real vivido por ele.

Também pode-se perceber com base nas correntes do pensamento geográfico que na
corrente do determinismo, que emergiu no final do século XIX e foi o primeiro paradigma a
caracterizar a Geografia como ciência. Uma obra que exerceu grande influência nessa
discussão foi o trabalho de Charles Darwin denominado “ A Origem das Espécies”. Surgiu na
Alemanha, com Friedrich Ratzel, Entre as principais ideias dessa corrente está a teoria do
espaço vital, em que o espaço é determinante e características físicas como relevo, clima,
vegetação e hidrografia são decisivas na formação da sociedade.

Por fim constatou-se também que fazem parte das correntes do pensamento
geográfico as seguintes como Possibilismo na Geografia, que pressupõe o homem como um
ser activo que não só recebe a influência do meio, mas também actua sobre este,
transformando-o e Geografia regional, essa corrente busca a separação e segregação de
características conforme áreas específicas, ou regiões e ganhou maior notoriedade na década
de 1940, com Richard Hartshorne e Alfred Hettner, que defenderam a importância de criar
referenciais de análise por meio da comparação dos lugares a comparação se dá por factores
ambientais e humanos, englobando aspectos defendidos pelo determinismo e pelo
possibilismo ao mesmo tempo.

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IV.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORRÊA, Roberto Lobato. Região E Organização Espacial. São Paulo: Ática, 1986.
(Série Princípios).

CHRISTOFOLETTI, António. (org). Perspectivas Da Geografia. São Paulo: Difel,


1982

HARVEY, David. Condição pós-moderna. 10ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001

LACOSTE, Yves. A Geografia, Isso Serve Em Primeiro Lugar Para Fazer Guerra.
Campinas: Ed. Papirus, 1988.

LIBÂNEO, José Carlos. Métodos De Estudos E Seus Objectivos. São Paulo. Cortez,
2005

KOZEL Salete; FILIZOLA Roberto.Didáticas de Geografia: Memorias da Terra. In:


O espaço vivido/São Paulo: FTD, 1996. P.11-17.

STRAFORINI, Rafael. Ensinar Geografia Nas Séries Iniciais: O Desafio Da


Totalidade Mundo. São Paulo: Anablume, 2004

VESENTINI J. W. Realidades E Perspectivas Do Ensino De Geografia No Brasil.


In:O Ensino de Geografia no Século XXI. (Org.) 7ª Ed – Campinas, SP: Papirus, 2004. p.
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