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1.2. Objectivos......................................................................................................................... 2
1.1.Contextualização
Moçambique é um país que está constantemente exposto a desastres naturais, como ciclones,
inundações e secas, que causam danos significativos à população e à economia do país. A
cartografia, como ciência que estuda a representação gráfica da superfície terrestre, é uma
ferramenta fundamental para a gestão de desastres naturais em Moçambique. Através da
cartografia, é possível mapear e monitorar as áreas de risco, identificar as zonas vulneráveis e
estabelecer planos de ação para minimizar os impactos desses eventos na população.
Moçambique é um país que tem enfrentado inúmeros desastres naturais ao longo dos anos, como
ciclones, inundações e secas. Em 2019, o ciclone Idai atingiu o país, deixando mais de 600
mortos e cerca de 1,8 milhões de pessoas afetadas. Em 2021, o ciclone Eloise também causou
danos significativos em algumas áreas do país. Além disso, a seca no sul de Moçambique tem se
intensificado, afetando a segurança alimentar de milhares de pessoas.
Nesse contexto, a cartografia se torna uma ferramenta fundamental para a gestão de desastres
naturais em Moçambique. Através da cartografia é possível mapear as áreas de risco, identificar
as zonas vulneráveis, monitorar as mudanças na paisagem e estabelecer planos de ação para
minimizar os impactos desses eventos na população e na economia do país.
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1.2.Objectivos
2. Processos Metodológicos
Segundo Cervo e Bervian (1976, p. 69) qualquer tipo de pesquisa em qualquer área do
conhecimento, supõe e exige pesquisa bibliográfica prévia, quer para o levantamento da situação
em questão, quer para a fundamentação teórica ou ainda para justificar os limites e contribuições
da própria pesquisa. Para este trabalho trata-se sobre a Importância da Cartografia para a Gestão
de Desastres Naturais em Moçambique.
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Capítulo III: Revisão de Literatura
Uma série de recomendações em termos de plano de acção são feitas para cada instituição de
implementação para garantir que o desempenho ambiental e social do Programa seja satisfatório
e que sistemas eficientes estejam implementados e implementados.
Apresenta um perfil de risco de desastres diferenciado entre as três regiões. As regiões Sul e
Centro do País e a zona costeira são as zonas mais afectadas por desastres. As regiões Sul e
Centro concentram as províncias mais afectadas por cheias, principalmente, ao longo das bacias
do Incomáti, Limpopo e Save, na região Sul, e as bacias de Búzi, Zambeze e Licungo na região
Centro.
A região norte. Todas as províncias do litoral, numa extensão de 2,700 km, desde a província de
Maputo na região Sul, até Cabo Delgado na região norte são afectadas por ciclones e
tempestades tropicais. 13 Os ciclones, cheias e secas constituem as principais ameaças e maior
preocupação para o País, e sua frequência, magnitude e severidade poderão aumentar devido às
mudanças climáticas. 58 por cento da população está exposta a pelos menos duas ameaças
naturais, sobretudo secas, cheias e ciclones. Ao longo dos últimos 50 anos (1956-2016), foram
registados 71 desastres (dos quais 34 cheias, 22 ciclones e 13 secas) que afectaram 33 milhões de
pessoas em todo o País. As projecções climáticas apontam para um provável aumento de
temperatura na ordem de 2.5ºC a 3ºC até 2065, o que poderá induzir ao aumento da frequência e
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intensidade dos ciclones, bem como mudança acentuada no regime de precipitação, o que poderá
causar cheias de magnitude maior e secas mais severas e prolongadas nas regiões Sul e Centro.
Não se espera alteração das condições climáticas na região Norte do País. 14 A frequência e
magnitude dos desastres condiciona o ritmo de redução da pobreza, sobretudo nas áreas rurais e
nas regiões Norte e Centro do País. Moçambique registou progressos assinaláveis na redução da
pobreza de 69.7 por cento, em 1997 para 46.1 por cento. Porém, os níveis de pobreza continuam
muito altos, sobretudo nas zonas rurais, e na região Norte onde mais de 50 por cento continua a
viver abaixo do limiar da pobreza.
As províncias ciclicamente afectadas por calamidades tendem a demonstrar níveis mais altos de
pobreza relativamente às províncias menos afectadas, como resultado do impacto negativo sobre
a agricultura, principal fonte de rendimento para a maioria dos agregados familiares rurais, bem
como ao agravamento do isolamento territorial devido à destruição de estradas e pontes pela
acção de chuvas intensas e cheias.
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calamidades no País, em substituição do Departamento de Prevenção e Combate às Calamidades
Naturais (DPCCN), até então virado para a assistência humanitária das populações vítimas de
calamidades. A gestão de calamidades é orientada pela Política de Gestão de Calamidades
aprovada em 1999 pela Resolução nº 18/99, de 10 de Junho; a Estratégia Nacional de Adaptação
e Mitigação as Mudanças Climáticas (2012-2025) aprovada em 2012; a Lei de Gestão de
Calamidades, Lei nº 15/2014, de 20 de Junho, o Plano Director de Redução do Risco de
Calamidades 2017-2030, em substituição do anterior Plano Director de Prevenção e Mitigação
de Calamidades Naturais 2006-2015.
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Os impactos das mudanças climáticas já estão a ocorrer em Moçambique. Há provas claras de
que as temperaturas têm aumentado e que o carácter das chuvas mudou sensivelmente. Em
Fevereiro de 2010 no discurso de investidura, o Presidente da República de Moçambique,
Armando Guebuza, reconheceu que as mudanças climáticas estão a trazer mais secas frequentes,
cheias e ciclones ao país. Ele lamentou o fracasso de se chegar a um acordo mais abrangente, em
Copenhaga, e disse que em Moçambique “não podemos esperar por um acordo global para agir,
uma vez que somos vítimas da mudança climática desde há muito tempo”. A mensagem era clara
a partir do mais elevado nível político no país que a acção imediata sobre as mudanças climáticas
é necessária.
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Capitulo IV: Conclusão
A Cartografia é uma ferramenta crucial para a gestão de desastres naturais em Moçambique, pois
permite a representação espacial das informações, a análise e a visualização de dados geográficos
relevantes para a prevenção, mitigação e resposta a esses eventos.
Através da Cartografia, é possível produzir mapas de risco de desastres naturais, que indicam as
áreas mais vulneráveis, os tipos de risco, as condições geográficas e as características das
populações afetadas. Essas informações permitem às autoridades tomar decisões mais
informadas sobre as medidas de prevenção, evacuação, abrigo, assistência humanitária e
recuperação.
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Referências Bibliográficas
MACHAVA, Ibraimo; JONSSON, Per; KJELLEN, Bo. Application of GIS and remote sensing
in flood risk mapping in the Limpopo River basin, Mozambique. Physics and Chemistry of the
Earth, Parts A/B/C, v. 33, n. 8-13, p. 804-813, 2008.
MUZAMBI, Clemente; NORSTRÖM, Erik. Flood risk mapping using hydrodynamic model and
GIS: a case of Maputo City, Mozambique. Natural Hazards, v. 68, n. 1, p. 177-198, 2013.
FRIEDMAN, Sam; SHI, Peijun; SUN, Xiaoyan. Flood risk assessment in Mozambique:
approaches, challenges and opportunities. Natural Hazards, v. 68, n. 1, p. 125-146, 2013.
INGC. Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres 2017-2030. Maputo: Instituto
Nacional de Gestão de Calamidades, 2017.
KAHN, M.; STEWART, C.; AUNG, T.; HOSKINS, B. L. The role of GIS and remote sensing in
disaster management in Mozambique. Journal of Arid Environments, v. 65, n. 2, p. 369-385,
2006.
ONU. Atlas de Riscos de Desastres Naturais em Moçambique. Maputo: Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento, 2013.
UNDP. National Risk Atlas of Mozambique. Maputo: United Nations Development Programme,
2009.
USAID. Mozambique Disaster Risk Management Profile. Washington, DC: United States
Agency for International Development, 2012.